Ed.07 Série Especial - A Força do Conhecimento: Gestão e Coaching - semana 01 - Setembro 2019 - ISSN 2525-801X
REVISTA
Setembro 2019
ADMINIS TRAÇÃO E CIÊNCIAS
semana 1
Ano 2 Série Especial A Força do Conhecimento
GESTÃO &COAC HING
Edição 07
ISSN 2525-801X
Fé Revista Administração e Ciências
Curitiba, 2a Edição Série Especial A Força do Conhecimento: Conhecimento é Poder.Semana 01 - Junho de 2019
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – Proibida a reprodução total ou parcial, sem a autorização por escrito.
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Ed.07 Série Especial - A Força do Conhecimento: Gestão e Coaching - semana 01 - Setembro 2019 - ISSN 2525-801X
Revista de Administração e Ciências ISSN: 2525-801X ORCIDE: 0000-0001-8789-7698 Publicação da área de Ciências Humanas
As opiniões emitidas nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. All articles are full responsability of their authors. Solicita-se permute
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Catalogação Periodicidade Semanal ISSN 2525-801X
CDD 100
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Correspondência e Assinatura / Letters and subscription Revista de Administração e Ciências Rua Nicolau Vorobi 244 CIC – Curitiba – Paraná CEP.: 81250-210 E-mail: kozoski@gmail.com
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Editorial Esta é a sétima edição da série especial sobre a força do conhecimento. A série especial está publicando artigos científicos produzidos por profissionais e estudiosos das ciências da Administração e da metodologia Coaching. Prof. Morôni Kozoski
O processo de estudo e aprendizado é completo quando o resultados da pesquisa realizada podem ser compartilhados publicamente.
Sua opinião é muito importante para nós. Se desejar fazer elogios, comentários, críticas ou saber mais sobre os trabalhos realizados por cada autor, poderá fazê-lo no nosso WhatsApp 41 99986-8566.
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PÁGINA 6
COMPORTAMENTOS, PENSAMENTOS, ATITUDES E RELACIONAMENTOS HUMANDOS NOS INDIVÍDUOS CONTEMPORÂNEOS DO SÉCULO XXI. Josenaldo Antônio de Freitas
PÁGINA 22 ANÁLISE COMPORTAMENTAL DAS PESSOAS NORMAIS COMO OBJETO DE ESTUDO: PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DE EMPÉDOCLES A MARSTON
Luana Peixoto
PÁGINA 41 A Essência da Liderança: uma análise da liderança de Jesus Cristo, a influência e o impacto de uma liderança saudável sobre a sociedade de sua época e em nosso tempo
Carlos Fernando Ferreira
PÁGINA 62 O CONHECIMENTO EMPREENDEDOR COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS DE GESTÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL. Marivaldo Lúcio de Sousa
PÁGINA 79 COACHING PARA CRESCIMENTO ESPIRITUAL CRISTÃO Sergio Lima Behrens
PÁGINA 96 O AUTOCONHECIMENTO NO PROCESSO DE COACHING
Charlston Marcelo Moreira
PÁGINA 113 EDUCAÇÃO ESTRATÉGICA - BASE FUNDAMENTAL PARA ORGANIZAÇÕES DE SUCESSO
Florisvaldo Fernandes de Sousa
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COMPORTAMENTOS, PENSAMENTOS, ATITUDES E RELACIONAMENTOS HUMANDOS NOS INDIVÍDUOS CONTEMPOR ÂNEOS DO SÉCULO XXI.
"O pensamento chave que gera riqueza, oportunidade e mudança de vida.”
Josenaldo Antônio de Freitas
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COMPORTAMENTOS, PENSAMENTOS, ATITUDES E RELACIONAMENTOS HUMANDOS NOS INDIVÍDUOS CONTEMPORÂNEOS DO SÉCULO XXI. Josenaldo Antônio de Freitas Morôni Kozoski RESUMO O Coaching no processo de avaliação do desempenho pessoal e profissional uma ferramenta utilizada para avaliar o comportamento humano. O analista comportamental faz as analises da personalidade humana, seu comportamento e as atitudes do individuo avaliado. Os relatórios apresentados pelo sistema profile tem como objetivo revelar ao coachee sua verdadeira personalidade, nas áreas de sua vida que necessitam serem ajustadas para um melhor desempenho e equilíbrios, tanto no seu mundo interior quanto exterior. Palavras-chave: Coaching, Comportamento, Mindset INTRODUÇÃO
Desde a época remota, o homem procura compreender cada vez
melhor a evolução do comportamento humano. As mais variadas formas possíveis de pesquisas, através de métodos cientificamente comprovadas, técnicas de reflexões sobre o comportamento humano. Estudos da antiga Grécia remota a Empedocles nos relacionam os quatros elementos da natureza ar, água, terra e fogo, com os quatros tipos comportamentais, uma semelhança básica com o comportamento humano.
O temperamento humano está associado aos elementos da natureza,
que descrevemos em doze pares de combinação que cada individuo possuem, não significando exatamente que o temperamento de uma pessoa reflete na sua personalidade, mas em seus reflexos do comportamento na vida em sociedade.
Os elementos da natureza, quando entram em atividades dentro da
esfera humana, dão origem aos traços da personalidade de cada individuo, classificando em quatro tipos de perfil: Produtor, Sensitivo, Intuitivo e
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Analítico, trazido para o mundo dos negócios, por meio de uma linguagem corporativo em uma escala global.
A metodologia de análise do comportamento humano foi introduzida
no Brasil pelo sistema Solides, com termos e tradução específicos para países, que adotam o modelo DISC, com siglas de Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade. É um dos raros sistemas produzidos inteiramente dentro do Brasil, com linguagens, termos e tradução específicos para o comportamento sul latino americano, de cultura brasileira.
A mentalidade humana é um universo, que começa a ser construído
logo que individuo nasce, sua formação dar-se logo nos primeiro meses de vida, quando começa ser criado o mindset humano e nesta engrenagem está: pensamentos, comportamentos, crenças, atitudes, valores, imagens, sons. A formação da personalidade e caráter humano é constituída com o desenvolvimento da mentalidade, possibilitando o individuo viver em sociedade seguindo avante no caminho do princípio ético, moral e social.
O objetivo do coaching é transformar pessoas simples em indivíduos
com alto grau de desempenho pessoal e profissional, solucionando problemas na áreas pessoal e empresarial, nos diversos setores da economia brasileira, seja no segmento comercial, operacional e prestação serviços.
A academia de formação Line Coaching em parceira com a Solides,
empresa fornecedora e especialista em software de comportamento humano criou o Profiler. O sistema avalia o perfil de cada pessoa, executor, comunicador, planejador e analista. Através da ferramenta Profiler, é possível identificarmos os pontos abrangentes e limitantes dos indivíduos. 1.A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO HUMANO NA SOCIEDADE PÓSMODERNA
O comportamento humano fonte de conhecimento em constante
evolução, (técnicas, desenvolvimento e aprendizagem) o mindset ferramenta que processamos todas as informações recebidas e enviadas, ao maior banco de dados do universo humano “o cérebro”.
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Com capacidade incrível para armazenar qualquer informação,
superior aos computadores de última geração, o cérebro humano está em constante evolução no processo de ensino aprendizagem. Na busca por conquistas ainda não alcançadas é importante trabalhar a mentalidade no mapa cerebral. Definir com clareza o objetivo que deseja alcançar, importante traçar metas a serem alcançadas implantadas na mentalidade em busca de concretizar sua visão de futuro. Todo indivíduo bem sucedido na vida pessoal e profissional possui a mente em PNL (Programação Neurolinguística) ferramenta possibilita alterar o mindset de uma pessoa, auxiliar na preparação na tomada de decisão, possibilita criar uma nova forma de pensar, ajuda a eliminar crenças limitantes e na psicologia positiva.
1.O S Q U A T R O S T E M P E R A M E N T O S H U M A N O S E S E U S ELEMENTOS: AR, ÁGUA, FOGO E TERRA Todo individuo possui um temperamento dominante sobre a sua vida, que revela seu caráter e personalidade, há pessoas que possui mais de um temperamento predominante, todo ser humano possui no seu temperamento uma combinação com outro elemento da natureza (ar, água, fogo e terra) dando origem aos subgrupos. A seguir temos os quatro temperamento e as combinações: (fleumático, sanguíneo, melancólico e colérico) formando o total de doze pares de combinação do temperamento humano, que surge entre a união de elementos anteriormente citado. FLEUMÁTICO - É formado pela composição úmido e frio •Fleumático: úmido sobre o frio •Fleumático: frio sobre o úmido •Fleumático: frio sobre o úmido com aporte seco SANGÍNEO •Sanguíneo: úmido sobre o quente •Sanguíneo: quente sobre o úmido •Sanguíneo: quente e úmido com aporte seco
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MELANCÓLICO •Melancólico: seco sobre o frio •Melancólico: frio sobre o seco •Melancólico: frio sobre o seco com aporte úmido COLÉRICO •Colérico: seco sobre o quente •Colérico: quente sobre o seco •Colérico: quente sobre o seco com aporte úmido
O temperamento não determina a personalidade e o caráter do
individuo, é necessário ter uma mentalidade com as sete faculdades humanas: senso comum, razão, apetite concupiscível, vontade, apetite irascível, intelecto agente e o intelecto paciente, elas se identifica com os quatro temperamentos tratados anteriormente.
Quando a personalidade de uma pessoa é analisada, afirmamos que ela
carrega dentro de si, uma força interior capaz de mudar sua maneira de pensar e seu modo de agir, quando manifestada extraordinariamente reconhecida por todos a sua volta, como alguém que possuem uma personalidade distinta e reconhecível no mundo social. 1.VALORES PESSOAIS CONSTRUÍDOS AO LONGO DA VIDA
Crenças e valores pessoais são adquiridos no decorrer da trajetória da
vida, geralmente elas passam de pais para filhos em cadeia hereditária. Tanto os valores quanto as crenças, que um indivíduo possui em sua mentalidade são diversas, elas podem ser positivas ou limitantes.
Os valores positivos estão relacionados com a “religião, cultura,
caráter, família, espiritualidade, trabalho, profissão, relacionamento, influencia, temperamento, amor, e fé”. Nos valores limitantes encontramos uma relação de diversidade de adjetivos como: “ frustração, depressão, humilhação, imperatividade, insônia, nervosismo, arrogância e orgulho”. A maneira como o individuo se comporta e vive em sociedade, mostra seus valores e crenças.
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É importante sermos inteligentes, saber vivermos nossos valores, e
aprimoramos os pontos limitantes de nossa personalidade, para vivermos uma vida feliz cheia de realizações, constituir atitudes que possa-nos nos conduzir a jornada dos nossos objetivos finais “a conquista dos nossos sonhos”. 1.CRENÇAS LIMITANTES HERDADA DE GERAÇÕES
Na jornada da vida adquirimos crenças, pensamentos, hábitos que
acreditamos que nos levaram na direção dos alvos almejados, outras crenças fazer-nos distanciar-nos dos objetivos tão sonhados em nossa existência, são efeitos das crenças inseridas em nossa mentalidade. Segundo, Todos os tipos de crenças estão armazenados em sua mente subconsciente. Seu uma pessoa acredita ser inferior aos demais, ou que ela jamais atingirá o sucesso almejado, esses pensamentos Têm uma razão de ser, que está guardada a sete chaves no seu subconsciente. GARRIDO; OLIVEIRA; ( 2018, pág. 30).
Crenças são pensamentos construídos ao longo da vida, desde o nosso
nascimento, nossa infância, juventude, meio social que convivemos e as pessoas aos nossos arredores, a educação recebida de nossos pais, professores, amigos, mundo acadêmico, mercado de trabalho e redes sociais, influenciam nosso modo de agir e maneira de pensar. As elas são resultados de nossas experiências pessoais, sejam em momentos de alegrias ou tristezas. Situações alegrem nos lembram dos fatos, que levam a um estado emocional equilibrado e harmonioso, nas situações tristes ocorrem quando fatos lembrados no subconsciente são os desagradáveis. A mente subconsciente, ao receber um comando, aceita e fixa o mesmo, quer seja real, orientada pelo fator crítico. Este funciona como um filtro situado no consciente, para que as informações não sejam absorvidas como verdades absolutas. Porém, nem todos os pensamentos são filtrados ou retidos; principalmente os negativos, que tem fácil acesso ao subconsciente e, em muitos contextos, as pessoas agem como se os mesmos fossem a única verdade existente. GARRIDO; OLIVEIRA; (2018, pág. 30). !11
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As crenças são classificadas em facilitadoras e limitadoras, as
facilitadoras têm como finalidade auxiliar a mente mantendo o pensamento positivo na busca por seus objetivos. Enquanto que as limitantes acabam bloqueando o neocórtex mental, impedindo que os indivíduos prossigam rumo na sua visão de futuro, em buscam de seus sonhos e objetivos.
Classificamos crenças limitadoras em três categorias: hereditárias,
sociais e pessoais. O que são crenças hereditárias e o que elas produzem em nossas mentes? São conjuntos de pensamentos e ideias herdadas dos nossos antepassados, que passam de gerações para gerações armazenadas em nossos subconscientes. Crenças sócias são filosofias e pensamentos criados por diferentes etnias, culturas, raças e religiões, presentes na sociedade tanto em eras passadas, quanto na atualidade. As crenças pessoais são pensamentos criados por pessoas de mentalidade limitada ou deprimida visando sempre o lado oposto do sucesso, ou seja, o fracasso. Um método bastante eficiente na mudança de crença limitante, é o processo de reeditarmos os pensamentos com auxílio da programação neurolinguística criando um novo sentido na mente humana. 1.IMAGENS MENTAIS NO ARQUIVO DA MEMÓRIA
O pensamento humano é alimentado reforçado pela capacidade
imaginativa, possuímos um maquina extraordinária o nosso cérebro para criação e visualização de imagens na mente humana, que habilitam planejarmos o nosso futuro.
Visualizar um sonho através da imagem, são hábito que nos
possibilitam a criação dos pensamentos cognitivos constantemente em nossas mentes, os sonhos que desejamos alcança-los torna-se realidade mundo físico material, quando executamos primeiramente em nossas mentes. É possível realizarmos simulações de alvos que desejamos alcançalos sem que antes tenhamos uma visualização, antes de concretiza-los. Mas, também, nesta mente podem estar às crenças e os pensamentos positivos, capazes de as empoderar e leva-las a concretizar qualquer ação rumo ao sucesso e uma vida extraordinária. Portanto, o subconsciente é uma potência, mas
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dualístico. É uma “mina de ouro” inexplorada que, sem os recursos e as ferramentas certas para tal, se transforma em algo destrutivo e perigoso para a existência humana. GARRIDO; OLIVEIRA; ( 2018, pág. 30).
Torna-se mais fácil alcançar nossos sonhos quando existem visões
claras duque desejamos conquista-los, para transforma-los em realidades a lei da visualização deverá ser praticados os dias, desde a origem da partida ao ponto de chegada, ao contrário se não ocorrer a concretização foi apenas pensamentos positivos inerte que surgiu na mente, mas se dissolveu.
Importante usar a visualização nas visões de futuro ela assemelhasse
a um mapa, com rotas, trajetos e guias que nos conduzem ao destino do sonho almejado, visualizamos fazemos planos, idealizamos as perspectivas de alcançarmos alguma coisa, as imagens criadas na cabeça são correspondentes aos planos elaborados. Quanto mais detalhadas forem as visões com cores, cheiros, sensações e emoções estiverem presentes nas visões, melhores serão as motivações e confiança para transformar tudo em ação.
Indivíduos que não tem visões de futuro, nem sonhos a serem
alcançados, a vida tornar-se chata e triste, os seres humanos sem planejamento de vida, sem objetivos a serem conquistados ficam sem direções e estímulos para obterem realizações na vida. Possuir visões claras e vívidas sobre o que irão fazerem com futuro aumentará os ânimos para mantê-los energizados durante todo tempo, irão permanecerem acesas as tochas da paixão pelos sonhos que desejam alcançarem.
A visão de futuro nos direciona na busca dos objetivos desejados em
nossa trajetória de vida, com convicção e certeza que estamos no caminho certo, nos possibilitam clareza, dedicação e empenho. É importante conhecermos o passo a passo serem trilhados, que favoreça a concretização da nossa visão em nossas vidas. Quanto mais claro for o alvo a ser atingido, mais fácil torna-se o processo no olho da mente, na busca das melhores ações rumo às conquistas.
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Resultados são obtidos quando os indivíduos passam a efetuarem
ações e atitudes que condizem com a visão escolhida, instantaneamente as mentem começam a enxergarem e compreenderem diversas possibilidades que surgem de forma bem assertivas e funcionais. Os pensamentos serão organizados de forma correta, encontra o verdadeiro caminho dos seus sonhos, verão que iram aumentarem as probabilidades de crescerem e prosperarem. 1.MINDSET - A CHAVE DA PSICOLOGIA DO SUCESSO
O pensamento arma mais poderosa da mente, quando utilizado de
modo prudente e consciente, este poder armazenado dentro no cérebro humano, fará coisas incríveis e ao mesmo tempo fantásticas, pessoas com um mindset em crescimento farão coisas incrivelmente extraordinárias. O Mindset humano é a chave que abre o caminho para sucesso ou fracasso na jornada da vida. Existem dois tipos de mindset o fixo e de crescimento, a grande diferença do fixo para o de crescimento é a forma como pensamos e o modo que agirmos, em situações complexas e obstáculos que surgem em nossos caminhos. Desde o começo dos tempos, as pessoas pensaram, agiram e viveram de modo diverso umas das outras. Obviamente alguém iria querer saber por que as pessoas eram diferentes – por que algumas são mais inteligentes ou mais éticas – e se havia alguma coisa que as tornava permanentemente distintas. Essa questão foi vista de duas maneiras pelos estudiosos. Alguns afirmavam que havia forte base física para as diferenças, que as tornava inevitáveis e inalteráveis. Ao longo do tempo, a essas alegadas diferenças físicas foram acrescidas as protuberâncias cranianas (frenologia), o tamanho e a forma do crânio (craniologia) e, hoje em dia, os genes. DWECK; ( 2017, pág. 12).
Mindset fixo é a mentalidade que individuo, não permite não a
evolução do pensamento, a mente permanece fechada para novas descobertas, não permitem inovações, mudanças de ideias, não aceitas novos desafios. Pessoas de mentalidade fechada não se permitem novos
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conhecimentos além dos que já estão fixados em suas mentes, o novo e o desconhecido para esses indivíduos são desafios impossíveis e insuperáveis.
Mindset de crescimento é a mentalidade em continua evolução do
pensamento e de novos desafios. Pessoas com este perfil estão sempre em busca de novas descobertas, enxergam oportunidades a sua volta, que a grande maioria das pessoas não consegue visualizarem. As mudanças que ocorrem em seus caminhos são vistas como oportunidades de crescimentos e aperfeiçoamentos. 1.A TRIADE DO SUCESSO “COACHING, HIPNOSE E PNL” E NOVOS COMPORTAMENTOS. Coaching arte e ciência do alto desempenho são um conjunto de valores de inspiração, intuição e da consciência fazendo fluir a energia latente que possui o templo interior que existem dentro de nós, permitindo incrementar resultados em alto desempenho. Equipes de alta performance são compostas por integrantes em termos de visão, missão, objetivos e valores da empresa, mas também atentos às necessidades de cada individuo no que tange à sua saúde e de sua família, salários, sucesso profissional, bem-estar e lazer. CURY; CLAUHS: ( 2016, pág. 42).
Alto desempenho nada mais é duque um espelho mental em que
podemos ficar em frente dele e percebermos nossas atitudes, ações, motivações pessoais e profissionais que possuímos na forma correta trataram as pessoas. Busquemos constantemente o aperfeiçoamento para sermos cada vez mais seres inteligentes emocionais.
Em nossa trajetória de vida surgem pensamentos com: “eu não vou
conseguir”, “meu chefe é um maluco”, “estou exausto demais para fazer isso”. Atitudes como estas são frutos de uma mentalidade emocionalmente doente. As análises socioemocionais e uma ferramenta apropriada que nos auxiliam no mapeamento do caminho para alcançarmos nossos sonhos, mudarmos nossa forma de pensar e direcionarmos para nossa visão de futuro.
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Pessoas com bloqueios emocionais poderão ser beneficiadas processo de hipnose, eliminarem e mudarem determinadas situações da vida, que razões e circunstâncias deixaram traumas, bloqueios, ressentimentos e medos. Através da hipnose é possível eliminar problemas que tivemos na nossa infância, uma vez não solucionado os traumas, com passar dos anos os indivíduos ficam limitados para tomarem decisões importantes em suas vidas e realizarem seus sonhos e objetivos. Com a utilização da hipnose as metas definidas são atingidas mais rapidamente, acelerando o desempenho do coachee. As pessoas não detém que já detêm todos os recursos necessários ao sucesso. Mesmo que através de ferramentas de Coaching tenham alguns insghts, se deparam com dificuldades, medos, bloqueios, ansiedade, traumas etc. A hipnose ajuda a enxergar as situações com mais clareza, promovendo alterações emocionais do coachee, possibilitando uma mudança definitiva. GARRIDO; OLIVEIRA; ( 2018, pág. 31).
Procrastinação um retrocesso na vida de pessoas com dificuldade de
concluir tarefas inacabadas, seus efeitos são causados quando a mente humana começar a adiar atividades que deveriam ser concluídas, mas são deixados para o dia seguintes e o circulo viciosos se repetem continuamente todos os dias, sem que a tarefas cheguem ao resultado final. Um dos maiores casos dentro de um processo de Coaching é a procrastinação: um hábito que nos força a deixar coisas importantes para outra oportunidade e fazer a de menor importância. Já o meu avô dizia: “não deixe para amanhã o que poder fazer hoje”. A sabedoria popular está certíssima, afinal, todos nós, algumas vezes, pelo medo do impacto ser negativo, causando angustia, nervosismo, sensação de incompetência, resultando em queda de autoestima, perdeu, muitas vezes, grandes oportunidades. GARRIDO; OLIVEIRA; ( 2018, pág. 31).
O processo de hipnose utilizado em sessões em que os coachees
necessitam solucionar traumas, bloqueios relacionados à infância que continuam no subconsciente dos indivíduos, impedindo seguir em buscar de suas conquistas. Hipnose um estado da consciência humana que envolve
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atenções focada na consciência, caracterizada por uma maior capacidade de resposta à sugestões, tratamentos feito com hipnoses doenças orgânicas e funcionais, de distúrbios psicológicos, tratamento e cura de hábitos e vícios, auxílio ao aprendizado, Relaxamento e redução de estresse, desempenho pessoal. A hipnose pode ser utilizada induzindo a um estado alterado de consciência, rompendo o consciente, promovendo, assim, no coachee, mudanças consideráveis. Muitas vezes carregamos crenças negativas impostas na infância ouvindo cantigas populares, tais como, “Nana neném que a cuca vem pegar, mamãe foi a roça e o papai foi trabalhar”. Imagine a tela metal criada pela criança nesse momento... Também podemos tirar uma crença, brincando com a mente e usando a imaginação. GARRIDO; OLIVEIRA; ( 2018, pág. 31).
A importância da Programação Neurolinguística na educação verbal. O pensamento conduz nossa linguagem na direção especifica de alguma de alguma coisa, nos possibilita a criação de sonhos que tornem uma realidade desejada. Podemos nos potencializamos ou limitar mos nossas oportunidades, os hábitos usamos em nossas linguagens de forma correta e primordial, nos possibilitam uma excelente comunicação assertiva, como também para emissão de vibrações, um método que nos auxiliam as coisas acontecerem. Nossos cérebros não conseguem distinguir o real do imaginário, melhor dizendo a todo o momento estamos criando a realidade, para isso temos a disposição de diversos recursos valiosíssimos. A PNL é um excelente caminho para quem busca desenvolver uma maneira positiva e correta de se expressar. O cérebro humano está continuamente criando imagens mentais. Essa é uma das maneiras fundamentais pelas quais nos orientamos no mundo em que nos cerca. A estruturação mental de imagens permite ao cérebro criar relações entre os objetos no espaço físico de modo que nossos sentidos possam detectá-los. Baseados nessas imagens, escolhemos como interagir com o mundo. As imagens são a fonte primária de escolha de nosso comportamento. Imagino como seria para você
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perceber que sua postura de atuação neste momento, sua forma de “viver” neste momento. Questões sensoriais – sentir, ouvir, olhar, falar, cheirar – trazem e denotam lembranças que podemos chamar de âncoras e, mais do que você possa imaginar, trazem raízes, trazem reações e ações correspondentes. Segundo, MATTEU; ( 2017, pág. 8).
Programação Neurolinguística uma ferramenta sistêmica poderosa,
que auxilia na reprogramação da mentalidade humana, indivíduos que utiliza a metodologia da pnl como reeducação da mente obtém excelente resultados na vida pessoal e profissional, em diferentes ciclos sociais trabalho, família, escolas e demais círculos a sua volta.
Como ferramenta estratégica de sucesso, a PNL apresenta sua
metodologia fantástica, e eficiente estratégia para alto desempenho. Suas técnicas possibilitam aos coachees alcançarem altos índices de excelência em seus resultados.
Na elaboração de uma visão de futuro, os alvos a serem conquistados,
prioridades a serem definidas, o planejamento a ser elaborado e as ações que serão tomadas, deverão ser analisadas e testadas pelas ferramentas sistêmicas da PNL, garantindo o sucesso da execução do planejamento.
Importante analisar os conceitos e crenças que existem dentro de cada
um de nós, avaliar nossos valores e habilidades que possuímos, quais competências fazem de nós pessoas capazes de irmos à busca de nossos sonhos, que almejamos alcança-los.
O processo com PNL não é apenas uma ferramenta que aplicamos nos
coachees com finalidade transformar suas vidas e alcançarem seus objetivos estabelecidos, a PNL além de proporcionar mudanças e transformações em todas as áreas da vida, ela também abrange as questões temporais no antes, durante e depois. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo dos tempos profissionais da área humana psicólogos, psicanalistas, psicoterapeutas, vem analisando o perfil do comportamento humano. Os indivíduos da atualidade da sociedade contemporânea através
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das décadas têm desenvolvido atitudes que alteram seu estado de humor e convívio social. Muitos meios de comunicações, as redes sociais, a indústria do cinema, tem contribuído para o avanço de uma sociedade de mentalidade distorcida sem princípios e valores. As janelas da alma os receptores das informações visuais e auditivas, transmitem estas informações ao consciente e subconsciente do ser humano. Constantemente as mentes humanas são bombardeadas com informações que chegam aos cérebros humanos gerando novas crenças como se fossem verdades. Crenças essas tanto positivas quanto negativas estão sendo gravadas nas mentes das pessoas e os deixando automatizadas. Atualmente é comum ouvir dos pais que seus filhos são imperativos, inquietos, que as crianças e adolescentes estão cada vez mais desobedientes. Atitudes desta natureza ocorrem desde que existe a humanidade. Atualmente sociedade tecnológica tem pensado cada vez menos, computadores e aplicativos vêm automatizando a mentalidade humana, principalmente pessoas que não praticam hábitos como de ler e meditar, o conhecimento é fruto da imaginação pensar e o raciocino da lógica, uma sociedade que as pessoas não exercitam seu cérebro a pensar, torna-se uma sociedade acomodada. Os grandes vilões da atualidade que dispersas atenção dos indivíduos no século XXI são as redes sociais, quando utilizadas de forma inapropriadas. Muitas pessoas perderam o hábito de ler, pesquisar, investigar e vão buscar a informações prontas na internet, deixando o cérebro acomodado e preguiçoso para a leitura, novas experiências e desafios. O pensamento chave que gera riqueza, oportunidade e mudança de vida. A mentalidade humana o canal que conduzem todas as informações até chegar ao computador central o cérebro, onde estão contidas todas as informações, projetos, sonhos, visões de futuro são elaborados na mente. Manter a mente sadia, com objetivos claros que desejamos alcançar são fundamentais para o alto desempenho pessoal e profissional dos indivíduos.
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Cada pessoa independentemente do seu perfil possuem características pessoais que influencia a sociedade em que vivem os quatros temperamentos predominante no ser humano são classificados em: sanguíneo, fleumático, melancólico e colérico. Há pessoas que possuem mais um comportamento, isso não determina sua personalidade de um indivíduo, mas influencia seu convívio familiar, profissional e social. Ao longo da vida construímos valores, carregamos conosco em nosso cotidiano. São valores associados à família, religião, trabalho, espiritualidade, educação, experiências de vidas adquiridas ao longo dos anos. Há uma diferença entre valores e crenças limitantes, valores faz parte de nossas vidas, estão dentro do nosso círculo familiar, social, cultural geralmente são passados de uma geração para outra como legados. Enquanto que as crenças limitantes são pensamentos sabotadores, que adquirimos ao longo da vida, são resultados com as frustrações, decepções, desilusão que temos surgem em nossos caminhos. Muitas vezes os pensamentos sabotadores começam a fazer parte de nossa mentalidade, acreditamos que seja real com significativo, geralmente estão associadas com a formar de pensarmos sobre determinados assuntos. Em que os indivíduos pensam falam constantemente, eu não vou conseguir alcançar o meu sonho, eu não nasci para isso, eu não tenho condição, eu não sou capaz. Pensamentos como estes transformarem-se em crenças, bloqueando a mente para prosseguir em busca de seus sonhos. As crenças limitantes surgem com pensamentos, imagens, frases que repetimos constantemente, as imagens gravadas em nossos subconscientes geram pensamentos, pensamentos geram ações, ações geram reações em efeito dominó. A auto avaliação e disciplina são fundamentais para mantermos nossa mentalidade sadia. O que ouvimos e vemos constrói as crenças de nossas almas, que conduze-nos a rumos diferentes seja na conquista de nossos objetivos de vida. É possível afirmar que a mentalidade é o "HD" do cérebro humano, nele estão todas as crenças positivas e negativas que possuímos, desde nosso nascimento a mentalidade começa a ser construída pelos nossos pais.
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A formação do caráter do individuo é extremamente importante para os pais terem conhecimento em PNL, na formação da mentalidade de seus filhos, o mindset da psicologia positiva que nada mais é duque os valores que a vida possui, e podem transformar em indivíduos de sucesso. As pesquisas no campo da psicologia, neurologia, estudo da mente e administração do tempo, tem apontado que a tríade do sucesso, formado pelos processos de coaching, programação neurolinguística e a hipnose são ferramentas para um processo de alto desempenho, pessoal, profissional, espiritual, familiar e social. Por meio das combinações destas ferramentas os indivíduos encontram o caminho a ser trilhado, em busca de alcançar seus objetivos de vida. REFERÊNCIAS
BARBOSA, Christian. A tríade do tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: Bartira Gráfica e Editora SA, 2011.
NAVARRO, Roberto. Coaching financeiro: a arte de enriquecer. 1.ed. Rio de Janeiro: Editora Momentum, 2014.
MAEQUES, José Roberto. Coaching e carreira.1.ed. Goiânia: Editora IBC, 2013
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ANÁLISE COMPORTAMENTAL DAS PESSOAS NORMAIS COMO OBJETO DE ESTUDO: PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DE EMPÉDOCLES A MARSTON
"Considera-se curioso o fato de
que desde a.C. estudiosos vem tentando chegar a uma conclusão, porém sem êxito, talvez devido a conduta que muitos adotaram no sentido de iniciar novas pesquisas e não aproveitar as já existentes para aprimorar e disseminá-las."
Luana Peixoto
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ANÁLISE COMPORTAMENTAL DAS PESSOAS NORMAIS COMO OBJETO DE ESTUDO: PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DE EMPÉDOCLES A MARSTON Luana Peixoto RESUMO O presente artigo científico tem como objetivo levantar os principais estudos sobre as emoções das pessoas normais, partindo das teorias criadas na Grécia antiga, que remetiam aos humores, onde foram utilizadas como técnicas medicinais, e, embora muitos reportem que por volta do século XV a teoria estava em decadência, não somente foram continuadas, como as principais contribuições vieram no século XX, através de profissionais da área da saúde que em suas práticas encontraram padrões em laboratórios e pesquisas exploratórias. Bem como, levantar a provocação ante ao silêncio ensurdecedor quanto a falta de aplicação de renomadas teorias com ferramentas cientificamente comprovadas nas práticas de saúde preventiva. Palavras-Chave: Emoções, Temperamentos, Análise Comportamental, Saúde Preventiva, Comportamento Humano: Aspectos Psicológicos. ABSTRACT The present scientific article aims to raise the main studies on the emotions of normal people, starting from the Ancient Greek theories, that referred to the humors, used as medicinal techniques, and, although many believed that, around the 15th century the theory of temperaments was decaying, not only wasn’t, as it gained the most importante contribuitions on the twentieth century, through health professionals on their work patterns and exploratory research. As well as questioning the silence on the lack of applicattion of renowned techniques with scientific statistics in preventives health practices. Keywords: Emotions, Temperaments, Behavioral Analysis, Preventive Health, Human Behavior: Psychological Aspects.
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INTRODUÇÃO O ser humano apresenta uma busca insaciável por sentido nas coisas, isso se dá por conta de um fenômeno denominado conforto cognitivo, ou seja, quando se encontra diante de situações e conceitos familiares demanda-se pouca atividade cerebral, ao contrário de exposições a conceitos, ambientes e conhecimentos desconhecidos, chamados de tensão cognitiva, que exige demasiado gasto energético, e, numa perspectiva evolutiva, gera ameaça a existência da espécie. (KAHNEMAN, 2012) Até o mais complexo objeto de estudo despertou em corajosos cientistas o desejo de compreender suas diferenças e semelhanças, no presente artigo científico abordar-se-á o desenvolvimento dos estudos acerca da análise comportamental ao longo da história, postulando as contribuições mais relevantes e até que ponto uma teoria criada há mais de 2.500 anos pode contribuir com modernos sistemas de mapeamento de perfil comportamental. De acordo com Marston (2014) a definição de pessoas normais, de forma sucinta representam basicamente pessoas que não estão com psicopatologias emergidas no momento, mas que por diversas convenções sociais foram incutidas de sensações interiores de anormalidade. Por fim, levantar-se-ão questionamentos acerca da ignorância quanto a relevantes teorias, desenvolvidas por cientistas renomados, através de estudos científicos e que hodiernamente contam com modernos softwares de mapeamento com acuracidade comprovada por renomadas instituições e sua falta de aplicação no âmbito da saúde, principalmente preventiva. ONDE TUDO COMEÇOU Os primeiros registros acerca do estudo do comportamento humano remetem que seu início se deu no século V, a.C., a classificação criada por Empédocles foi tão magnânima e disruptiva que perdurou até o período moderno, ou seja, aproximadamente dois mil anos. (MAGILL, 2003)
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Comumente conhecida, a classificação dos quatro elementos básicos da natureza (fogo, ar, terra e água). De acordo com estudos realizados sobre a teoria de Empédocles, a composição do universo é feita por esses quatro eternos e imperecíveis elementos, bem como, por duas forças igualmente eternas que regem os mesmos, sendo elas: o amor e o ódio, onde, toda a evolução é possível em decorrência do completo domínio do ódio, por um consequente completo domínio do amor. (DROZDEK, 2007) Neste sentido, compreende-se que nada de novo é criado na natureza, sendo que as únicas mudanças possíveis resultam da fusão e separação desses elementos. Que podem ser tanto de amor, ou seja, a atração, harmonia e complementariedade de diferentes elementos, tais quais: fogo e ar, ou, terra e água, como de ódio, que representa o distanciamento dos elementos, a separação, repulsa, pois são naturalmente conflitantes entre si, que seria o caso de: fogo e terra, ou, ar e água. (MARCONDES, 2010) TEMPERAMENTO E SAÚDE NA GRÉCIA ANTIGA Outro estudo extremamente relevante iniciado na Grécia antiga foi a descoberta da correlação entre saúde e comportamento, com a teoria dos quatro humores, comumente atribuída a Hipócrates, por volta do século IV, a.C., também conhecido como “pai da medicina”. No entanto, estudos reportam que embora enigmática, esta coleção provavelmente surgiu de um conjunto de obras de diversos autores e não apenas um, conhecida como Corpus Hippocraticum. (MARTINS; SILVA; MUTARELLI, 2008) De acordo com Martins; Silva; Mutarelli, (2008): “A conotação original da palavra “humor”, durante a Antigüidade grecoromana, era de alguma coisa úmida, relacionada a um líquido ou fluido. A palavra latina “humore” significa bebida, líquido corporal ou líquido de qualquer espécie. Gradualmente a palavra “humor” passou a indicar uma disposição de espírito, determinada a partir da distribuição e quantidade dos humores do corpo humano. Uma pessoa bem humorada seria aquela que tivesse bons humores (bons líquidos) em seu interior.”
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Quais seriam então os humores ou fluidos corporais? Sangue, fleuma, bílis amarela ou bílis negra. Sendo que o equilíbrio representava saúde e o excesso ou falta poderia ser fator gerador de doenças, e, para trata-las, era sugerido que o enfermo consumisse alimentos ou líquidos com qualidades opostas ao humor, na tentativa de equilibrá-los. (MARTINS; SILVA; MUTARELLI, 2008) De acordo com Martins; Silva; Mutarelli, (2008) Tendo como objetivo de traçar a medicina num rumo filosófico-racional, Aristóteles, aperfeiçoou a teoria dos quatro elementos de Empédocles, relacionando-as com as qualidades básicas (quente-frio, úmido-seco) a teoria dos quatro humores e alguns órgãos vitais, chegando a seguinte conclusão: - O sangue, que é quente e úmido, podia ser associado ao ar; - A fleuma que é fria e úmida, podia ser associada à água; - A bílis negra, que é fria podia ser associada à terra; - A bílis amarela que é “ardente”, podia ser associada ao fogo. Doravante, aprofundando os estudos acerca desta teoria, alcançou o que fora considerado seu ponto mais alto na Grécia antiga com a grande quantidade de obras deixadas por Cláudio Galeno, que embora crítico de Aristóteles, seguiu utilizando diversos de seus conceitos. De acordo com Galeno, cada pessoa nascia com um “tempero” ou seja, uma combinação dos humores básicos, cabe ressaltar que embora existissem pessoas com os temperamentos equilibrados, na maioria dos casos observados um ou dois elementos se mostravam predominantes. (MARTINS; SILVA; MUTARELLI, 2008) Os quatro temperamentos básicos elencados por Galeno foram os seguintes: sanguíneo - sangue, bilioso ou colérico – bílis amarela, melancólico – bílis negra, fleumático – muco ou fleuma. Relacionou também os temperamentos a fisionomia, corroborando com este entendimento Guzzo; Ito apud Aiken (2002):
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1) tipo sangüíneo, caracterizado por indivíduos atléticos e vigorosos, nos quais o humor corporal predominante era o sangue; 2) tipo colérico, indivíduos facilmente irritáveis, nos quais predominava a bile amarela; 3) tipo melancólico, indivíduos tristes e melancólicos que exibiam excesso de bile negra; e 4) tipo fleumático, indivíduos cronicamente cansados e lentos em seus movimentos, que possuíam excesso de fleuma.
Neste sentido, identificou-se que a obra “De Temperamentis” de Galeno fora considerada a primeira tipologia do temperamento, onde elencou os quatro temperamentos primários descritos acima e amplamente conhecidos em todo o mundo, bem como, os quatro secundários e um temperamento ideal, composto pela mistura estável das quatro qualidades. (GUZZO; ITO, 2002) TEMPER AMENTO NA ANTROPOLOGIA E PSICOLOGIA EXPERIMENTAL De acordo com Guzzo; Ito apud Strelau (2002) observa-se grande influência da tipologia dos temperamentos criada na Grécia antiga nas pesquisas de Immanuel Kant e Wilhelm Wundt, entre o fim do século XVIII e meados do século XIX. Em 1798 foi publicada a obra "Anthropology" de Immanuel Kant, onde o estudioso alemão compartilhou suas ideias acerca dos temperamentos, deixando claro que o entendia como um fenômeno psicológico, englobando traços psíquicos que variam de acordo com a composição do sangue, nesta composição, analisava-se tanto a temperatura, quanto a facilidade ou dificuldade de coagulação. (GUZZO; ITO, 2002) De acordo com Guzzo; Ito (2002) Kant elencou quatro tipos de temperamento sob a ótica da composição do sangue, somando-se a isto, o filósofo considerou níveis de energia de vida e características do comportamento dominante da seguinte maneira: “1) sangüíneo, caracterizado pela força, rapidez e emoções superficiais; 2) melancólico, designado pelas emoções intensas e vagarosidade das ações; 3) colérico, rapidez e impetuosidade no agir; e 4) fleumático,
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caracterizado pela ausência de reações emocionais e vagarosidade no agir.”
Outro estudioso alemão que trouxe contribuições ao estudo dos temperamentos foi Wilhelm Wundt, conhecido como precursor da Psicologia Experimental, que visa entender as relações entre cognição e comportamento através de diferentes métodos científicos, enquanto estudava sobre as emoções e tempo de reação em laboratório, chegou à conclusão de que existem diferenças nas reações emocionais, para ele, então, os temperamentos nada mais são do que disposições aplicadas às direções das emoções. (GUZZO; ITO, 2002) De acordo com Guzzo; Ito (2002) Wundt distinguiu os temperamentos da seguinte maneira: “1) coléricos e melancólicos, caracterizados pela força das emoções; 2) sangüíneos e fleumáticos, designados pela fraca emoção; 3) sangüíneos e coléricos, caracterizados pelas mudanças emocionais rápidas, e 4) melancólicos e fleumáticos, caracterizados por mudanças emocionais lentas.”
Sendo assim, conclui-se que Wundt analisou os temperamentos sob a ótica de dois fatores emocionais diferentes, sendo eles, força e velocidade da mudança, que apresentam semelhanças aos de Kant no que diz respeito a energia de vida e características do comportamento dominante, no entanto, faz-se extremamente relevante salientar que a partir daí não mais houveram registros de estudos considerando o fator da composição sanguínea na análise dos temperamentos. NOVAS PERSPECTIVAS NO SÉCULO XX: RUDOLF STEINER E OS TEMPERAMENTOS No século XX surgiram novas perspectivas acerca do estudo dos Temperamentos, um dos principais nomes desta época foi Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia, pregava que o temperamento é a individualidade
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de cada ser humano, uma parte essencial de sua personalidade que atua em todas as manifestações de sua vida. (MUTARELLI, 2006) Dotado de uma educação Teológica, esotérica e filosófica, concebia que a união da corrente hereditária com as experiências de vidas passadas forma o que se chama de temperamento, caso contrário, o homem seria apenas uma repetição da geração anterior. (MUTARELLI, 2006) Steiner vai além e prega que para compreender os quatro temperamentos, dos quais também chamava de: colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico, é necessário compreender os quatro membros da entidade humana: corpo físico, corpo etérico, corpo astral e o eu. Sendo que o corpo físico (semelhanças com parentes) e etérico (intimamente ligado ao físico, impede ele de perecer) fazem parte da corrente hereditária, enquanto que o astral está ligado a ideia de vidas passadas e o eu é o que paira acima de todos os demais. (MUTARELLI, 2006) De acordo com Mutarelli (2006) embora o homem carregue consigo todos os membros acima citados, um deles tende a prevalecer, sendo então o temperamento denominado pelo membro predominante da seguinte maneira: - Colérico: quando o EU predomina; - Sanguíneo: quando o ASTRAL predomina; - Fleumático: quando o ETÉRICO predomina; - Melancólico: quando o FÍSICO predomina. Sendo assim, acreditava ser possível a identificação tanto física quanto interna do ser, alertando obviamente, que ninguém tem apenas um temperamento, mas sim um predominante e um pouco dos demais, citando o exemplo de Napoleão, que tinha muito do Fleumático, embora fosse Colérico. (MUTARELLI, 2006) Nesta linha de pensamento, de acordo com Mutarelli (2006) Steiner relacionou os temperamentos a tipos físicos, acreditando que através da aparência física de uma pessoa, é possível identificar seu temperamento predominante, conforme o seguinte:
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Colérico: o temperamento colérico representa a predominância do EU, onde a pessoa se coloca de forma extremamente forte ao mundo, como o SANGUE que ferve em suas veias, buscando, em tudo que faz imprimir sua marca, através de ordens, desta forma, normalmente impede o desenvolvimento do astral e etérico, ao impedir este desenvolvimento, a pessoa “impede” também, inconscientemente, seu crescimento, tornando-o pesado, e com frequência, baixo, citou novamente o exemplo de Napoleão. (MUTARELLI, 2006) Faz-se extremamente relevante salientar uma das características físicas mais marcantes do colérico, o olhar, segundo Steiner, o colérico possui olhar escuro como o carvão, pois o desequilíbrio no que diz respeito ao desenvolvimento dos outros corpos impedem o surgimento de cores, como é autocentrado, seu olhar também é ardente e brilhante. (MUTARELLI, 2006) Segundo Mutarelli (2006) Steiner acreditava que especialistas podem identificar coléricos até pelas costas, isso se dá, pois, seu passo é muito marcante, onde ele imprime sua vigorosidade e força, o colérico pisa como se quisesse cravar os pés no solo. Sanguíneo: o temperamento sanguíneo representa a predominância do ASTRAL, trazendo, desta maneira, todas as sensações e representações dos sentimentos, ele é a parte ativa do SISTEMA NERVOSO que confere tonalidade ao corpo físico, sanguíneo, pois o sangue é o que refreia esse sistema nervoso, é o domador dessa vida flutuante e pluralidade de sentimentos, neste sentido, quando o astral é excessivo, o homem tem dificuldade em deter-se numa coisa só, embora tenha intensidade, rapidamente transfere sua atenção a outra coisa, demonstrando inconstância, uma das formas de identificar o sanguíneo é então o desprendimento da atenção, o seu interesse não se prende a um objeto ou imagem. (MUTARELLI, 2006) De acordo com Mutarelli (2006) outra característica marcante do sanguíneo é sua leveza, seus movimentos são alegres e saltitantes, como se o exterior demonstrasse seu “desprendimento do corpo”. Seu olhar tende a ser alegre e brilhoso, como se refletisse sua felicidade interior.
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Steiner prega que os traços faciais do sanguíneo são expressivos e mutáveis, que os olhos são azuis, fato que relaciona ao reflexo da luz interior do divino. Sua figura normalmente é esbelta, com músculos esguios e andar leve. (MUTARELLI, 2006) Fleumático: o temperamento fleumático representa a predominância do ETÉRICO, ou seja, aquele que prende o corpo físico e o impede de perecer, podendo ser chamado de SISTEMA GLANDULAR, parecido com o que ocorre no reino vegetal, os processos de crescimento e vida são regidos interiormente, portanto, a pessoa que tem este temperamento como predominante é tentada a permanecer introspectiva, pois é no seu interior onde encontra o bem-estar. (MUTARELLI, 2006) Segundo Mutarelli (2006) como os processos interiores são muito ativos, aquilo que é produzido acaba se agregando ao corpo humano, criando um acúmulo de gordura, tornando-o robusto. Seu andar normalmente é arrastado e desleixado, em sua aparência física apresenta pouca expressividade, quase imóvel, indiferente, seu olhar tende a ser apagado, tudo isto devido ao fato de que o fleumático tem pouco interesse no mundo exterior, sente-se tão bem lá, que não quer sair, não tem interesse em se relacionar com as coisas e pessoas. M e l a n c ó l i c o : o t e mp e r a m e n t o m e l a n c ó l i c o r e p r e s e n t a a predominância do CORPO FÍSICO, ou seja, o único que pode ser visto ao entrar em contato com os demais, sua expressão se dá através dos ÓRGÃOS SENSORIAIS.
Quando o corpo físico opõe resistência aos demais órgãos
interiores, fica incapaz de vencer a rigidez do seu corpo, tornando-se denso. O aspecto melancólico é ressaltado devido a aparência que “o peso da vida” lhe confere, o melancólico sofre, pois, o corpo físico não tem controle sobre o interior, o que gera aflição interior, certos pensamentos e ideias começam a tornar-se constantes, sempre existe aí um emergir da dor. (MUTARELLI, 2006) De acordo com Mutarelli (2006) em sua aparência física refletem suas dificuldades em dominar o corpo, sendo assim sua cabeça normalmente tende para a frente, seus olhos são turvos e voltados para baixo e seu andar, a pesar de firme, é pausado e arrastado.
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CARL GUSTAV JUNG E OS TIPOS PSICOLÓGICOS No que diz respeito ao estudo dos temperamentos, não se pode deixar de mencionar a grande contribuição deixada por Carl Gustav Jung com sua obra “Tipos Psicológicos”. Jung categorizou duas formas de atitude psíquica e quatro formas de funções psíquicas. (AMEZAGA; SAIZ, 2015) Sendo que que o direcionamento da energia psíquica se expressa em um indivíduo de duas formas, através da extroversão ou introversão, alegando ainda que carregam grande influência biológica. (GUZZO; ITO, 2002) De acordo com Amezaga; Saiz (2015) essas duas formas de ATITUDE da consciência são voltadas para fins opostos, ou o direcionamento de energia está voltado para o mundo interno, ou para o mundo externo. Na EXTROVERSÃO, a energia é voltada para o mundo externo, para fora da pessoa, o que faz com que sua motivação e energia venham destes, com grande adaptabilidade social. Já na INTROVERSÃO, a energia é voltada para o mundo interno, é lá que o indivíduo encontra sua motivação e adaptação, onde predomina a subjetividade. Faz-se extremamente relevante salientar que ambas as formas estão presentes nos indivíduos, não sendo possível, de acordo com Jung, que uma pessoa tenha apenas uma das atitudes elencadas. Mas como uma pessoa pode ser extrovertida e introvertida ao mesmo tempo? Jung elenca de forma simples, se uma pessoa tem a extroversão como atitude principal, estamos falando do plano consciente desta pessoa, e, no inconsciente, ela é introvertida, e vice-versa. Neste sentido, embora uma predomine, ambas estão presentes, possibilitando a adaptação conforme as exigências. (RAMOS, 2005) Doravante, as quatro FUNÇÕES psíquicas, foram elencadas em dois pares de POLARIDADES, sendo elas: (S) Sensação e (I) Intuição, que versam sobre a percepção e maneira de captar a realidade, e, (T) Pensamento e (F) Sentimento, que dizem respeito a forma de julgamento. (AMEZAGA; SAIZ, 2015)
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De acordo com Ramos (2005) no que diz respeito as funções de percepção, existem duas maneiras de receber informações, sendo elas a SENSAÇÃO, que percebe através da presença sensorial, ou seja, privilegia as informações que estão presentes no momento, o que pode ser sentido, tocado, etc. Ao contrário da INTUIÇÃO, que capta coisas que ainda não lhe foram claramente demonstradas, busca, inconscientemente, informações que podem ser recebidas futuramente, essa forma de percepção vai além do que está diante dos seus olhos. No que diz respeito as funções de julgamento, também existem duas possibilidades de avaliar cenários e tomar decisões, sendo elas, PENSAMENTO, comumente conhecido como tomada de decisão racional, onde a informação é recebida, processada e julgada com base em avaliação dos prós e contras, por outro lado, o SENTIMENTO, faz julgamentos com base em seus valores pessoais, pesa se a situação é ou não agradável em comparação com sua tabela de valores. (RAMOS, 2005) De acordo com Ramos (2005) assim como nas atitudes, Jung preleciona que todas as funções da consciência também fazem parte de um indivíduo, elencadas hierarquicamente, desde suas preferências, até o modo mais rudimentar e pouco acessado, conforme demonstra a imagem a seguir: Ressalta-se ainda que um indivíduo que tem como padrão de preferência a extroversão também pode experimentar a introversão, seja por conveniência (um momento de “mergulho interno”), adaptação a exigências externas ou por influência de alguma psicopatologia, da mesma maneira pode ocorrer com o perfil introvertido, esse fenômeno elencado primeiramente por Galeno é conhecido como enatiodromia, que significa “cair para o lado contrário”. Embora essa dinâmica seja possível, uma vez definida a estrutura do Tipo Psicológico, não mais se altera ao longo da vida, sendo que a mudança forçada gera grande estresse psicológico, podendo chegar até mesmo a neurose em crianças. (RAMOS, 2005) Sendo assim, resta clara a complexidade dos Tipos Psicológicos, neste sentido, entende-se que o diagnóstico efetivo pode ser realizado apenas por um observador experiente, tanto em conhecimentos teóricos, quanto
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práticos. No entanto, tendo conhecimentos intermediários, um observador leigo pode identificar definições precisas sobre si, e, até mesmo outras pessoas. (RAMOS, 2005) De acordo com Ramos (2005) existem testes e inventários para auxiliar o diagnóstico, sendo estes “Gray Wheelwright, o Myers-Briggs Type Indicator (MBTI), o Questionário de Avaliação Tipológica (QUATI) e o Sistema Insights Discovery”. Que permitem mesmo uma pessoa com conhecimentos intermediários, obter diagnósticos assertivos, a depender da acuracidade do teste realizado. O teste mais conhecido e utilizado com a finalidade de diagnosticar o Tipo Psicológico é o MBTI, ao qual suas desenvolvedoras agregaram mais uma polaridade, que visa mapear o estilo de vida como (J) JULGADORES, que tendem a agir de forma ordenada, planejada ou (P) PERCEPTIVOS, que tendem a ser aventureiros, flexíveis e espontâneos. Somando as polaridades elencadas por JUNG e as acrescentadas por Myers-Briggs são 16 combinações de Tipos possíveis de serem mapeadas. (AMEZAGA; SAIZ, 2015) WILLIAM MOULTON MARTSON E AS EMOÇÕES DAS PESSOAS NORMAIS De acordo com Mageli; Antunes (2015) Marston, graduado em Direito e Doutor em psicologia pela Universidade de Harvard, inventor, escritor e criador do personagem Mulher Maravilha, certamente não fazia ideia de quantas vidas seriam impactadas através de sua obra “As emoções das pessoas normais” publicada pela primeira vez em 1928. Registros apontam que seu interesse pelo comportamento humano vinha crescendo há tempos, no final de 1910 foi desenvolvida a teoria das emoções das pessoas normais e o protótipo do polígrafo, enquanto escrevia sua tese de Doutorado. Como o comportamento humano e um detector de mentiras tem relação? Nas palavras de Marston “O detector de mentiras seria mais bem usado para ajudar as pessoas a compreender a si mesmas, do que para encarcera-las.” Pois ao saber que não conseguiam mentir para o
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interrogador, as pessoas eram confrontadas com seus problemas. (MARSTON, 2014) Sua obra foi escrita visando buscar validação dos pares na área em que atuava, no entanto, o silencio diante de sua teoria foi ensurdecedor! Profissionais da área da saúde raramente o citaram até hoje, ao contrário do que poderia se imaginar foi no âmbito dos Recursos Humanos que a teoria foi disseminada. (MARSTON, 2014) Ora, por que a obra de Marston foi ignorada por tanto tempo? Bill Bonnstetter adota um posicionamento bastante radical quanto aos psicólogos e médicos de 1928 ao expressar o seguinte: “é vergonhoso que a disciplina de Psicologia não se interessasse em aprender sobre as pessoas normais, pelo contrário, ganhava-se dinheiro lidando com pessoas anormais.” (MARSTON, 2014) Tal posicionamento apresenta sentido, porém, para melhor compreensão é extremamente importante observar o quadro como um todo, pois todas as práticas de saúde no ocidente se voltaram para a repressão, e as práticas preventivas vem conquistando espaço, lenta e progressivamente, não podendo, desta maneira, atribuir responsabilidade a um grupo seleto por uma tendência mundial. De acordo com Marston (2014) o entendimento do que é normal em sociedade está totalmente desalinhado, tendo em vista que normal é aquilo que todos ao redor também estão fazendo, ou seja, uma convenção social. Desta maneira, não importa o quão normal a pessoa seja, já nos primeiros anos de vida seus comportamentos começam a ser moldados para o que é socialmente aceitável, assim, a pessoa vê-se forçada a adotar diferentes comportamentos em diferentes cenários adquirindo uma convicção interna de anormalidade, quanto mais normal é a pessoa em seu interior/escondido, mais ela acredita que aquilo é anormal, mas permanece consolada ao suspeitar que outras pessoas ao seu redor também guardam sentimentos similares. Faz-se extremamente relevante salientar que através de profundas pesquisas Marston chegou à conclusão que as pessoas expressam suas emoções através de quatro perfis comportamentais distintos, sendo eles: (D)
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Dominância, (I) Indução (também conhecido como Influência), (S) Submissão (também conhecido como Estabilidade) e (C) Conformidade. Exorta ainda que estes tipos comportamentais derivam de duas dimensões, sendo a primeira baseada no self, ou seja, a percepção da pessoa sobre o ambiente como sendo favorável ou desfavorável, e a segunda, externa, ligada a interação da pessoa com o ambiente e o controle ou falta de controle sobre ele. (MARSTON, 2014) De acordo com Marston (2014) verifica-se na figura abaixo a influência antagônica de um estímulo motor rival e a influência facilitadora sobre um estímulo motor aliado. Para melhor compreensão é necessário também entender o que o cientista entendia pelos verbos cuidadosamente escolhidos, conforme o seguinte: (D) Dominância: exercer controle, vencer, predominar; (I) Indução: persuadir, influenciar; (S) Submissão: ceder autoridade a outra pessoa; (C) Conformidade: ser complacente, conformar-se.
Fonte: As Emoções das Pessoas Normais – Marston, 2014.
Sendo assim, resta claro que Dominância-Submissão, e, InduçãoConformidade, são forças antagônicas. Ao passo que, Dominância-Indução, e, Submissão-Conformidade, são forças aliadas. Conceitos estes que remetem ao explanado inicialmente quanto aos quatro elementos da natureza e as forças universais de amor e ódio (atrair-repelir a matéria). As características dos tipos comportamentais elencados por Marston também se assemelham aos temperamentos elencados por Steiner, conforme o seguinte: Dominância: Pessoas que apresentam Dominância como tipo predominante são orientadas para resultados, competitivas, decididas, corajosas, persistentes, diretas, entre muitos outros adjetivos que buscam esmiuçar seu significado, Dominância nas palavras de Marston é “um incremento do ego para superar um oponente” por este motivo, indica como
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a pessoa lida com problemas e desafios, quanto mais alta a pontuação D, mais atração por desafio e resistência sob pressão a pessoa apresenta. (MARSTON, 2014) Indução/Influência: Já os que apresentam Indução/Influência como tipo predominante são voltados para reconhecimento social, persuasão, habilidade de encantamento, conversão, conquistar pessoas, entre outros que levam a Indução/Influência ao “aumento do ego para leva-lo a uma aliança mais completa com a pessoa-estimulo, com o objetivo de estabelecer controle sobre o comportamento daquela pessoa.” Por este motivo, o fator I indica como lida com pessoas e capacidade de influenciá-las. (MARSTON, 2014) Submissão/Estabilidade: Por outro lado, pessoas com tipo Submissão predominante apresentam benevolência, gentileza, mansidão, humildade, servilismo, entre outros que permitem concluir que nada mais é do que “a diminuição do ego para permitir que uma pessoa aliada comande, como desejar, tanto o organismo, como o ego motor” distingue-se da Conformidade no sentido de que não levanta questionamentos ou defesas aos ditames de terceiros. Indicando assim como a pessoa lida com mudanças e estabelece seu ritmo, pessoas com alta pontuação S apresentam ritmo constante e não gostam de mudanças, não são dados a emoções. (MARSTON, 2014) Conformidade: Pessoas que apresentam Conformidade como tipo predominante apresentam medo, receio de agir, timidez, precaução, perfeccionismo, etc. De acordo com Marston é muito complexo elencar a Conformidade, porém, todos os termos voltam-se para a “diminuição do ego motor para permitir que um oponente movimente seu organismo ao seu bel prazer” por este motivo, indica como a pessoa lida com regras e padrões estabelecidos por terceiros, quanto mais alta a pontuação C, mais a pessoa se sente confortável a aderir padrões pré-estabelecidos. (MARSTON, 2014) Embora Marston tenha criado a teoria DISC, os testes de mapeamento de perfil comportamental encontrados no mercado não são de sua autoria, inclusive, foram criados apenas após sua morte, sendo o primeiro deles desenvolvido por Walter Clarke na década de 50, denominado AVA - Activity
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Vector Analysis, que foi criado com o intuito de aprimorar os processos seletivos de empregos. (MAGELI; ANTUNES, 2015) CONCLUSÃO Ao longo do estudo restou clara a curiosidade do ser humano no que diz respeito ao autoconhecimento e ao entendimento do outro, fato este que vem apresentando tentativas de corajosos cientistas que dedicaram-se a estudar o indubitavelmente mais complexo objeto de estudo que poderia ser escolhido: o ser humano. Considera-se curioso o fato de que desde a.C. estudiosos vem tentando chegar a uma conclusão, porém sem êxito, talvez devido a conduta que muitos adotaram no sentido de iniciar novas pesquisas e não aproveitar as já existentes para aprimorar e disseminá-las. Neste sentido, existem hoje algumas teorias que são consideradas principais e servem de base para modernos softwares de mapeamento de perfil comportamental, porém, não existe uma única teoria que norteie esta área do saber. Todavia, foram encontradas similaridades entre as teorias, desde as mais rudimentares até as mais atuais, sendo que a mais comum é a divisão quadriforme, ou seja, quatro tipos comportamentais base, e, independente da nomenclatura escolhida, os traços apresentados também demonstram similaridades, sendo respectiva e resumidamente as seguintes posturas: forte (fogo, colérico, bílis amarela, dominância), comunicativo (ar, sanguíneo, sangue, indução/influência), paciente (terra, fleumático, muco ou fleuma, submissão) e analítico (água, melancólico, bílis neg ra, conformidade). De acordo com os estudos levantados sobre a pesquisa de Jung a atitude psicológica pode ser relacionada aos perfis acima listados como: extrovertidos: forte e comunicativo, e, introvertidos: paciente e analítico. Já no que diz respeito as funções psíquicas, seus desdobramentos chegam a oito tipos psicológicos que se relacionam com a junção dos perfis acima mencionados, fato este que merece uma pesquisa versando apenas sobre este assunto para justificar as similitudes.
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Neste liame, desde a Grécia antiga vem-se ressaltando que cada um nasce com o seu “tempero” ou sua combinação de perfis, tendo um ou dois tipos como predominante, e, em raros casos, mais de dois perfis. De acordo com Steiner, o que torna o ser humano único é o temperamento, caso contrário seria uma repetição das gerações anteriores, no entanto, ressaltase ainda que o cenário em que a pessoa é criada, contexto social e experiências de vida somam-se a isto. No que diz respeito ao “tempero” Jung deixou uma excelente contribuição ao relacioná-los com os níveis de consciência, ou seja, o ser humano possui todas as habilidades em maior ou menos grau, podendo utilizar-se delas por conveniência ou pressão externa, bem como, que uma vez formada a preferência da estrutura psíquica, raramente ela se altera. Destarte, concluiu-se que a definição de “pessoas normais” de Marston refere-se a pessoas que não estão, no momento, com alguma psicopatologia, ou seja, a maioria da população, embora, segundo ele, muitos comportamentos elencados como “anormais” derivam apenas da falta de conhecimento sobre os perfis comportamentais e como lidar com eles. Por fim, questiona-se o motivo de preciosos estudos acerca de um tema tão relevante terem sido deixados de lado por tanto tempo e ainda hoje, com modernos softwares de mapeamento de perfil não possuírem a devida atenção por profissionais da área da saúde como tem recebido no âmbito de Recursos Humanos.
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MAGELI, L.; ANTUNES, N. M. GRUPO DE ESTUDOS – ASSESSMENT – ABRH-SP-OESTE. São Paulo: 2015. Disponível em: <https://leandromageliconsultor.files.wordpress.com/2015/09/disc-abrhsp-23-06.pdf> Acesso em: 31 Jul 2019. MAGILL, Frank N. THE ANCIENT WORLD: DICTIONARY OF WORLD BIOGRAPHY. Chicago: 2003. Disponível em: < https://books.google.com.br/books?id=_CMl8ziTbKYC&printsec=frontcover&hl=ptBR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 14 Jul 2019. MARCONDES, Danilo. INICIAÇÃO À HISTÓRIA DA FILOSOFIA: DOS PRÉ SOCRÁTICOS A WITTGENSTEIN. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: < https://books.google.com.br/books/about/ I n i c i a % C 3 % A 7 % C 3 % A 3 o _ % C 3 % A 0 _ h i s t % C 3 % B 3 r i a _ d a _ fi l o s o fi a . h t m l ? id=JnjQLrNJKa0C&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 13 Jul 2019. MARTINS, L. AlC.P.; SILVA, P.J.C. & MUTARELLI, S.R.K. A TEORIA DOS TEMPERAMENTOS: DO CORPUS HIPPOCRATICUM AO SÉCULO XIX. Belo Horizonte, 2008. Disponível em: http:// www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a14/martisilmuta01.pdf. Acesso em: 16 Jul 2019. MARSTON, W. M. AS EMOÇÕES DAS PESSOAS NORMAIS. São Paulo: 2014. MUTARELLI, Sandra Regina Kuka. OS QUATRO TEMPERAMENTOS NA ANTROPOSOFIA DE RUDOLF STEINER. São Paulo: 2006. Disponível em: <https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/ 13344/4/Sandra%20Regina%20Kuka%20Mutarelli.pdf> Acesso em: 25 Jul 2019. RAMOS, Luís Marcelo Alves. OS TIPOS PSICOLÓGICOS NA PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG E O INVENTÁRIO DE PERSONALIDADE “MYERSBRIGGS TYPE INDICATOR (MBTI)”: CONTRIBUIÇÕES PARA A PSICOLOGIA EDUCACIONAL, ORGANIZACIONAL E CLÍNICA. Campinas: 2005. Disponível em: < file:///C:/Users/Ponto%20Frio/Downloads/779Texto%20do%20artigo-834-1-10-20150128.pdf > Acesso em: 29 Jul 2019.
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A Essência da Liderança: uma análise da liderança de Jesus Cristo, a influência e o impacto de uma liderança saudável sobre a sociedade de sua época e em nosso tempo
"A sociedade clama por líderes inteligentes e s a u d á v e i s emocionalmente, que possam responder com as palavras e atitudes certas diante das piores crises"
Carlos Fernando Ferreira
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A Essência da Liderança: uma análise da liderança de Jesus Cristo, a influência e o impacto de uma liderança saudável sobre a sociedade de sua época e em nosso tempo Carlos Fernando Ferreira Morôni Kozoski
RESUMO Este artigo tem como objetivo precípuo analisar características essenciais que necessitam haver na vida de um líder, seja ele liderando sua própria vida, família, organização em qualquer área da sociedade. Para tanto, analisaremos qualidades que haviam naquele que é considerado o maior líder da história – Jesus Cristo. Na exposição, serão verificadas situações vivenciadas por Jesus e por aqueles que foram por ele influenciados; serão citadas expressões faladas e atitudes que esse notável líder teve, e que através do seu exemplo de vida até os nossos dias influencia milhões de pessoas ao redor do mundo a viverem com base em seus princípios. Palavras-chave: Jesus. Liderança. Características
INTRODUÇÃO O ser humano vive em dias nos quais é imprescindível uma liderança forte, saudável, preparada e sensível para ouvir, estar à frente e representar aqueles que não tem voz diante das dificuldades que os assolam diariamente. Ao olhar para os lados pode-se enxergar de muitas formas. Enxerga-se através do filtro que está dentro de cada um, a sua cosmovisão. Qual a sua cosmovisão? Desde o início da humanidade existe a liderança. Nas primeiras sociedades, ainda que não organizadas, sempre havia quem liderasse, quem estivesse à frente de outros. E até hoje isso não mudou! O que muda na realidade é o tipo de líder que está, se coloca ou é colocado numa posição de liderança.
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Basicamente, para alguém ser líder, não precisa de um título ou posição dada por outrem. O líder é líder por si mesmo, nascendo com características inatas, somando-se às adquiridas ao longo de suas experiências de vida, e, agregando conhecimento intelectual para isso. Todos precisam identificar qual a correta ‘essência da liderança’ para a vida do líder. Neste artigo abordaremos 7 características, que juntas apontam para a essência que precisa haver na vida de um líder, e que contribuirão para que sua liderança seja não em benefício próprio, mas sim em favor das pessoas ao seu redor. Em todos os setores da sociedade há a necessidade de líderes. Isso porque existem pessoas das mais variadas personalidades e temperamentos, e a verdade é que nem todos terão uma liderança expressiva e abrangente. Existem aqueles que serão liderados e cumprirão muito bem com o seu papel, em qualquer lugar que estiverem. Também há de se entender que todos devem ser pelo menos líderes de si mesmos e/ou de sua família. Então, este artigo é para quem não se vê numa posição de liderança em sua empresa, bairro, política, ou em outro setor da sociedade, mas que precisa liderar a própria vida e família. Nas próximas páginas serão abordadas as seguintes características: Objetividade, Saúde Emocional, Empatia, Comunicação, Iniciativa, Eficácia e Caráter. Cada uma delas é importantíssima na construção de uma liderança saudável. Mas essas são apenas algumas das características, as quais aqui serão consideradas as principais. Na verdade, não existe um consenso entre os estudiosos da liderança sobre todas as características que um líder deve ter. Mas com certeza, ao ler este artigo, todos se sentirão incentivados a continuar trabalhando para ser um líder que projetará e ajudará a si mesmo, sua família e até muitas pessoas nesta geração. Lembra do que foi falado sobre ‘cosmovisão’? Pois é, não foi falado ainda! Estas 7 características falam sobre um filtro que norteará o líder em sua tomada de decisões, relacionamentos e postura diante das dificuldades e dos desafios diários que a vida apresenta. Esse filtro se chama ‘LIDERANÇA SAUDÁVEL’.
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Para estabelecer um marco para as características aqui discutidas, será utilizada como referência a vida daquele que, segundo muitos autores atuais e de outrora, foi o maior líder que já existiu – Jesus Cristo. Será realizada a abordagem através de vários aspectos, do científico (sociológico, psicológico) ao religioso, pois não há como desconectar um aspecto do outro quando se fala desse grande líder. Tomar-se-á como base principal para esta pesquisa, o texto descrito na Bíblia Sagrada, no “Evangelho segundo Lucas, capítulo 7 e versículos de 11 a 17”. Mas também serão utilizados outros textos que fazem referência à vida e obra de Jesus, bem como daqueles que foram influenciados direta ou indiretamente por ele, líderes, sendo personagens bíblicos ou não, para ampliar o entendimento a respeito das atitudes desse grande líder, e o porquê de ele ser considerado como o maior líder de todos os tempos. “11 Em dia subsequente dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão. 12 Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com ela. 13 Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! 14 Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: Levanta-te. 15 Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe. 16 Todos ficaram possuídos de temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós, e: Deus visitou o seu povo. 17 Esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda a Judeia e por toda a circunvizinhança.” (Evangelho segundo Lucas 7;11-17, ARA)
“Ele sabia aonde queria chegar” ‘v. 11 – Em dia subsequente dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim...’ Uma das características que ficam muito claras quando se estuda a respeito do líder Jesus Cristo é que ele exalava a objetividade. Em muitos textos da narrativa bíblica é explícito que ele sempre soube o que veio fazer, por onde andar, com quem falar e qual seria o seu destino. No texto base deste artigo isso fica muito claro também, pois Jesus havia saído da cidade de Cafarnaum, tendo-se dirigido para Naim. Ele nunca havia ido em Naim, e só foi na mesma para se encontrar com aquela mulher que estava sofrendo por tamanha perda.
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Analisando o contexto, verifica-se que Jesus não estava sozinho. Ele estava sendo acompanhado pelos seus discípulos (os 12 apóstolos e os demais), bem como por uma numerosa multidão. Seus discípulos o acompanhavam por onde quer que fosse, pois ele era seu mestre. A multidão acompanhava Jesus por causa de suas necessidades, e por saber que ele tinha a resposta para todos os seus problemas. Jesus sabia disso, e, também por isso, supria a multidão e dava as respostas que eles buscavam. Aquela situação era muito atípica, pois Jesus foi em direção a uma cidade que os relatos bíblicos não mencionam que ele tenha estado antes ou depois. Porquê Jesus Cristo foi até lá? Quando verificado nos Evangelhos, geralmente Jesus não entrava numa cidade acompanhado de uma multidão. Junto iam somente os seus discípulos, e, quando ele adentrava nas cidades é que a multidão vinha ao seu encontro. Mas naquela ocasião uma numerosa multidão o seguia, e também havia uma numerosa multidão seguindo aquele cortejo fúnebre para fora da cidade. Jesus tinha tudo para se desviar do seu objetivo. Como discorrido anteriormente, as multidões sempre o acompanhavam para que suas necessidades fossem supridas. E havia uma multidão com Jesus! Mas ele continuou sem parar, até chegar na entrada de Naim. Por volta de 1789, William Wilberforce, um líder profundamente influenciado pela vida, obra e palavras de Jesus Cristo, posicionou-se perante o Parlamento Britânico e eloquentemente clamou pelo dia em que homens, mulheres e crianças negras não fossem mais comprados e vendidos como animas de carga. A cada ano, nos dezoito anos seguintes, seu projeto de lei foi derrotado, mas ele não desistia da incansável campanha contra a escravidão. Até que, finalmente, em 1833, quatro dias antes da sua morte, o Parlamento aprovou um projeto de lei abolindo completamente a escravidão. Assim era Jesus, um homem objetivo e com um objetivo específico naquela ocasião. Ele, mesmo com uma multidão tentando fazê-lo parar por conta de seus anseios, queria chegar em Naim para aliviar o sofrimento de uma só pessoa. O relato bíblico não mostra, mas pode-se imaginar que os discípulos de Jesus devem tê-lo questionado sobre sua ida àquele lugar: “Mestre, tem tanta
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gente precisando de ti aqui! Porque você está indo para aquela cidade?” Algo desse tipo já havia acontecido, porque quando envolto por uma multidão e alguém clamava por Jesus e aquilo estava dentro do seu objetivo, ele parava para atender aquele anseio que muitas vezes não sobressaía ao da multidão. Mas os discípulos agiam para abafar aquele pedido por socorro, por conta da multidão que o cercava. Porém Jesus se voltava para socorrer uma única pessoa, que nem estava entre a multidão, porque ele tinha um objetivo e nada o demovia do seu alvo. Jesus tinha um alvo! Ele sabia aonde queria chegar, porque lá havia algo a fazer, uma necessidade que somente ele poderia responder. Isso diz respeito a objetividade que um líder precisa ter para não se desviar da sua missão, ainda que surjam coisas que até sejam importantes mas que não fazem parte da visão do líder. Bill Hybells falando sobre líderes dos séculos XVIII a XX, em seu livro ‘Liderança Corajosa’, comenta algo sobre a VISÃO: O que eles tinham em comum era um ideal irresistível. Visualizar é a própria essência da liderança. Tire de um líder a capacidade de visualizar seu ideal, e ele morrerá. A visão é o combustível que faz o líder continuar. É a energia que cria ação. É o fogo que acende a paixão dos fiéis. É o chamado nítido, que mantém os esforços concentrados ano após ano, década após década, com as pessoas servindo a Deus de modo perseverante e abnegado. (HYBELLS, 2002, p. 31)
Jesus era um homem com uma visão clara. Cada objetivo em cada cidade, aldeia ou que fosse uma única pessoa, fazia parte da missão para que ele alcançasse a visão; e ele perseguiu isso até o fim de sua vida. Aonde quer que fosse e com quem quer que falasse, ele não esquecia e nem abria mão da sua visão. Ele enfrentou seus discípulos, as multidões, os judeus religiosos, os romanos, os gentios, e até a morte, tudo para alcançar o seu objetivo – a VISÃO. Jesus tinha essa característica – a OBJETIVIDADE – que fazia com que ele perseguisse a visão que havia sido estabelecida para sua vida. Estes são dias nos quais as pessoas não são objetivas. Primeiro que a maioria das pessoas não possuem uma visão pela qual vivam e que dá sentido às suas vidas, e depois, elas se perdem facilmente em meio a tantas
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necessidades e ruídos existentes nesta era tão tecnológica e também tão carente de objetividade. Aqueles que têm uma visão, um propósito para sua vida e são objetivos em persegui-los, não se perdem no meio do caminho, mas perseveram focados na jornada. Esses estão superando as crises financeiras, as dificuldades pessoais, os desafios externos e internos, e estão cumprindo com a sua missão diária de liderar sua vida, sua família, pessoas e organizações nas várias esferas da sociedade. “As pessoas seguiam-no para onde quer que ele fosse” ‘v. 11 - … e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão’ Quem gostaria de andar com uma pessoa rude, amarga, resmungona? Ninguém! Certamente todos se sentem muito bem ao lado de alguém amável, educado e que fale coisas que lhes incentivem a viver uma vida melhor. Esse é o natural de um ser humano saudável emocionalmente: querer andar com pessoas que lhe faça bem, assim como a outros. Os relatos bíblicos demonstram que as pessoas seguiam a Jesus por onde quer que ele fosse – cidades, desertos, mar da Galileia, rio Jordão, etc. Em relação ao deserto, há de se frisar que nele as temperaturas geralmente passam de 50º C facilmente durante o dia, e ainda assim as multidões o seguiam. Especificamente naquela região do Oriente Médio não é diferente, e há de se registrar que provavelmente a distância que Jesus percorreu de Cafarnaum até Naim era de aproximadamente 60 km, levando em torno de 12 horas para concluí-la a pé. Jesus supria não somente as necessidades alimentares das multidões ou as curava fisicamente, mas ele alcançava o íntimo delas. Os relatos bíblicos nos mostram que as multidões ficavam maravilhadas com suas palavras, e encontravam nele o que não conseguiam absorver dos líderes religiosos da época. E adentrando nesse fato, vale-se dizer que o próprio Jesus disse certa vez que aqueles líderes colocavam “fardos pesados” sobre as pessoas, aos quais eles mesmos não carregavam. Ou seja, eles impunham sobre as pessoas regras que eles mesmos não observavam!
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Vejamos que na vida do notável apóstolo Paulo isso também não foi diferente. Ele era um judeu e oficial do exército romano, com a incumbência de prender, castigar e mandar matar os seguidores de Cristo. Certamente ele vivia com um enorme fardo dado pela religião e pelas coisas que via e fazia. Mas quando Saulo (Paulo, em grego) encontrou-se com o Jesus ressurreto na estrada para Damasco, todo o fardo pesado foi retirado de seus ombros, e ele passou a viver uma vida com propósito (texto de Atos dos Apóstolos, capítulos 7, 8 e 9). Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los... (Evangelho segundo Mateus cap 23; v.v. 3,4)
Então, as pessoas daquela época estavam acostumadas com líderes que não eram exemplo. Eram líderes que faziam as pessoas sofrerem, pois não eram saudáveis emocionalmente. Os líderes religiosos também ouviam a Jesus e até o seguiram em algumas ocasiões, assim como as multidões faziam costumeiramente. Os líderes religiosos às vezes se maravilhavam com o que Jesus dizia, assim como a multidão fazia. Mas havia uma diferença com relação àqueles: eles queriam tirar a vida de Jesus; eles queriam matá-lo, porque Jesus falava aquilo que mexia com o orgulho deles, com o seu íntimo. E como eram doentes em suas emoções, se fechavam para tudo o que era saudável e os impulsionasse à transformação interior ao crescimento. Certa ocasião Jesus estava no templo ensinando, como de costume, e chegaram os líderes religiosos trazendo uma mulher apanhada em adultério. Eles conseguiram inflamar a assistência de Jesus e lhes convencer de que a mulher deveria ser condenada naquele momento. Aqueles líderes inquiriram a Jesus pelo fato de que na lei de Moisés estava escrito que ela deveria ser apedrejada. Jesus sabiamente não lhes respondeu, porém ficou escrevendo com seu dedo na terra. Ao ser inquirido pela segunda vez, Jesus encarou-lhes e disse que “...aquele que não tivesse pecado que atirasse a primeira pedra...”. Depois disso se abaixou e continuou escrevendo. As pessoas que ali estavam
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concorrendo para que aquela mulher fosse apedrejada, começaram a sair, dos mais velhos para os mais novos. Jesus ao se levantar, não viu mais ninguém a não ser a mulher e lhe perguntou aonde estavam os seus acusadores e se alguém a havia condenado. Ela lhe disse que não, e Jesus a despediu orientando para que ela mudasse e buscasse viver outro tipo de vida (texto do Evangelho segundo João cap 8, v.v. 1 ao 11). Percebe-se, pela situação ocorrida, que Jesus era um homem de extrema inteligência e saúde emocional. Aqueles líderes religiosos conseguiram inflamar o coração daquelas pessoas que estavam ouvindo Jesus, e insistiram para que ele também fosse levado por suas intenções maléficas. Mas eles não contavam que Jesus fosse uma pessoa com tamanha saúde emocional, a tal ponto de não se deixar levar pelas influências externas. Pessoas comuns precisam lidar com as emoções; líderes precisam dominá-las (BRUNET, 2017, pag. 161)
A Era da Informação trouxe muitos benefícios, mas também fez com que as pessoas se enclausurassem em redomas emocionais. Mas essas redomas, ao contrário do que as pessoas pensam e têm como objetivo – autoproteção – não funciona dessa forma. As pessoas desta geração estão se distanciando umas das outras e também estão se tornando altamente influenciáveis. A influência tem vindo de várias formas: mídias sociais, televisão, líderes doentes, crises diversas, etc. Vive-se numa geração que está à beira do ‘precipício emocional’. Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2018, afirmou que a depressão será, até 2020, o maior motivo de afastamento do trabalho no mundo, e que no Brasil, cerca de 5,8% da população tem a doença, o que faz do país o campeão de casos na América Latina. Isso significa que, em 2018, havia mais de 12 milhões de pessoas com depressão no Brasil, entre homens, mulheres e crianças; pessoas de todos as confissões religiosas, condição social, educacional, sendo urbanos ou rurais, etc. Esse dado demonstra que o acesso à tecnologia e o distanciamento dos relacionamentos interpessoais não tem beneficiado o ser humano. Muito pelo
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contrário, tem proporcionado para que as pessoas fiquem cada vez mais doentes emocionalmente. Isso faz com que surjam líderes desestruturados emocionalmente, e, que consequentemente, irão liderar outras pessoas e guiálas pela estrada da instabilidade. Assim acontecia com a maioria dos líderes religiosos na época de Jesus e permanece até os dias de hoje! Olhando para a história mundial, quantos líderes surgiram e arrebanharam pessoas e mais pessoas rumo a guerras, miséria e até a morte?! Um desses líderes foi James Warren "Jim" Jones, fundador e líder do culto Templo dos Povos em Jonestown, Guiana. Ele ficou famoso devido à influência que teve em motivar ao suicídio em massa, por ingestão de cianeto, no ano de 1978, cerca de 918 de seus membros, dos quais cerca de 300 eram crianças. E sobre quantos mais poderíamos discorrer aqui? Adolf Hitler, Napoleão Bonaparte, Nero, Genghis Khan, Saddam Hussein, etc. Sempre houve líderes maus e desestruturados emocionalmente, mas também sempre houve que os seguisse. O destino tanto desses líderes quanto de seus liderados foi a ruína! A s o c i e d a d e c l a m a p o r l í d e r e s i n t e l i ge n t e s e s a u d á ve i s emocionalmente, que possam responder com as palavras e atitudes certas diante das piores crises. As massas esperam por isso de seus governantes, assim como os filhos esperam de seus pais! Jesus Cristo foi um homem extremamente saudável em suas emoções, tendo provado isso em várias ocasiões. Alguns até hoje contestam isso por causa do fato ocorrido quando ele virou mesas e expulsou vendedores no pátio do templo judeu. Mas há de se entender que mesmo agindo com ira, ele não extrapolou e nem perdeu o controle. Sua ação enérgica foi debaixo de zelo e com profundo controle emocional, diante da descabida ação dos líderes religiosos que não deveriam permitir que tal situação estivesse acontecendo no templo, que era o lugar da adoração e oração do povo judeu. Hoje em dia, grandes empresas têm focado mais em contratar pessoas com alto QE (quociente de inteligência emocional) do que com alto QI (quociente de inteligência). Isto porque pessoas com alto QI podem desempenhar muito bem suas tarefas sozinho, mas ficam travadas quando o assunto é relacionamento. E vivemos no momento do trabalho em equipe,
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aonde é altamente necessário saber relacionar-se de maneira saudável e inteligente. Então, o ser humano precisa buscar a excelência nas emoções num mundo aonde o que se vê em demasia são pessoas cometendo as mais variadas formas de autossabotagem por causa da toxicidade emocional; mas são essas mesmas pessoas que também desejam seguir alguém que as lidere pela estrada da saúde emocional, e que aponte o lugar aonde elas possam tirar seus pesados fardos e vivam em paz. “Ele se colocava no lugar do outro, sentindo sua dor” ‘v. 13 – Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela…’ Uma das características mais marcantes do homem Jesus foi a empatia. Ele se movia em muito pela empatia que tinha com as pessoas que estavam sofrendo. Como foi falado anteriormente, Jesus estava, na maioria das vezes, cercado por muitas pessoas. Tanto em movimento quanto parado, sempre havia uma multidão com múltiplas necessidades concorrendo para ser ouvida e atendida por Jesus. Ele sempre ouvia e atendia a todos, ainda que aquelas pessoas não merecessem. Empatia diz respeito a identificação, intelectual ou afetiva. É se colocar no lugar do outro para ‘tentar’ sentir o que o outro está sentindo. Jesus se compadeceu daquela mãe porque se identificou com a sua dor, com o seu sofrimento. Diferente da maioria dos líderes religiosos daquela época, que procuravam colocar regras pesadas que nem eles mesmos cumpriam, Jesus foi enfático mostrando que era preciso “desonerar” as pessoas de tantas regras e trazer tudo para o íntimo. Jesus respondeu para um deles que o primeiro e maior mandamento é ‘amar a Deus acima de tudo’, e depois, o segundo, é ‘amar ao próximo como a si mesmo’ (texto do Evangelho de Marcos, capítulo 12, versículos de 28 a 34). Então, a preocupação e a ação dos líderes religiosos deveria ser o de contribuir com as pessoas para que elas vivessem a fé em Deus de uma forma íntegra e sincera. Mas eles agiam em contrário a isso, e assim faltava tempo para se preocuparem com as dificuldades das pessoas.
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Jesus se preocupava com o que estava no íntimo, no coração das pessoas. Com quem conseguia, Jesus buscava ter um relacionamento profundo e sincero. Digo ‘com quem conseguia’ porque Jesus sempre estava muito ocupado, mas, ainda assim, isso não foi desculpa para não se envolver com as pessoas ao ponto de se identificar com elas intimamente. Jesus teve não apenas seguidores que iam com ele por onde quer que fosse, pregando o Evangelho, mas também fez amigos que lhe foram muito caros. Em certa ocasião um desses amigos, Lázaro, ficou muito doente e veio a falecer. O relato bíblico nos diz que as irmãs de Lázaro – Marta e Maria – chamaram Jesus e lamentaram muito pelo fato dele não estar na ocasião daquela doença. Jesus ficou muito triste, e chegou a chorar. Essa é uma das duas únicas citações na Bíblia em que Jesus chora, e isto porque ele sentia a dor tanto pela perda quando pela identificação com a dor daquelas irmãs. Vive-se em um tempo em que geralmente as pessoas não se identificam com as outras de uma forma abnegada. Jesus era assim! Ele não se relacionava com os outros para lhes tirar algo. Muito pelo contrário, pois ele sempre tinha algo para lhes oferecer e de graça. Mas neste tempo, com relacionamentos líquidos e superficiais, as pessoas não se importam mais com as outras, e sempre se aproximam para lhes tirar algo de seu interesse. Voltando a um ponto citado no capítulo anterior – tecnologia – verificase diariamente que ela tem sido bastante útil para muitas coisas, e inclusive para os relacionamentos. Isso porque pessoas que estão há milhares de quilômetros de distância podem se comunicar como se estivessem uma ao lado da outra. Mas se a tecnologia não for bem utilizada, ela gera pessoas voltadas para si mesmas, que não se importam com os outros. Este tempo a humanidade clama por líderes que se preocupem com os outros. Isso é uma necessidade do ser humano – saber que alguém se preocupa ou se importa com ele. Por causa de muitos não se importarem com o seu próximo, diariamente vemos uma maior incidência de doenças emocionais. Mas, quando surge um líder que se importa com as necessidades dos outros, tanto espirituais, quanto emocionais, financeiras, sociais, etc, esse certamente terá uma grande assistência e influenciará muitas pessoas
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“Ele disse de forma clara o que ela precisava ouvir” ‘v. 13 - ...e lhe disse: Não chores!’ Desde a mais tenra idade Jesus já se comunicava de maneira eficiente. Em certa ocasião, quando seus pais estavam saindo de Jerusalém, não perceberam que Jesus lá havia permanecido. Ele se dirigiu a uma sinagoga e lá ficou assentado no meio dos doutores da Lei Mosaica, “...ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas.” (texto do Evangelho segundo Lucas, cap 2, versículos 41 a 52). Jesus tinha apenas 12 anos de idade e já se expressava de tal forma que deixava os líderes daquela sinagoga boquiabertos. Ele não apenas era inteligente, mas se expressava de uma forma clara, concisa e precisa. Havia tal maturidade em Jesus que chegava a se comparar com os doutores da Lei, homens que permaneciam anos e anos estudando em escolas judaicas, para depois ensinar outras pessoas. O adolescente Jesus não havia ido a nenhuma escola que formasse doutores. Ele ainda não tinha idade para tal coisa. O ensino que ele recebia era da parte de seus pais, utilizando para isso o Pentateuco, os Profetas, Salmos e Provérbios. Mas dentro da cultura judaica, esse geralmente era o padrão utilizado para transmitir a Lei Mosaica de geração a geração. Então, entendemos que todos os adolescentes da faixa etária de Jesus agiam de tal forma. Mas não vemos nenhuma citação a respeito nos Evangelhos, em Atos dos Apóstolos, nas Cartas Paulinas ou nas demais Cartas. Olhando para a trajetória de Jesus, pode-se verificar que ele era um comunicador por excelência. Ele foi um homem à frente do seu tempo, se comunicando de uma forma totalmente diferente daquela utilizada pelos líderes religiosos. Ele se fazia entender por metáforas para transmitir sua mensagem para as pessoas, fossem elas cultas ou não, construindo mensagens relacionadas a situações do cotidiano, do trabalho, da vida simples, etc. Esta é uma geração em que as pessoas não sabem e nem conseguem se comunicar de maneira eficiente. Como afirmado no capítulo sobre ‘Saúde Emocional’, as pessoas desta geração vivem enclausuradas em si mesmas e na tecnologia. E isso é tão nocivo que as pessoas desaprenderam a se comunicar.
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Certa vez, a reportagem de um noticiário de grande audiência mostrou o problema da comunicação das pessoas em entrevistas de emprego. A maioria das pessoas daquela seleção não conseguia escrever corretamente um simples texto, porque estavam tão acostumadas a se comunicar pelas redes sociais, que sua linguagem escrita era cheia de vícios. E assim acontece no dia a dia, pois da mesma forma as pessoas não conseguem mais comunicar claramente o que pretendem, tanto quem emite quanto quem recebe a mensagem. Aprender a comunicar eficientemente é importante para o líder porque, sem isso, ele jamais desenvolverá todo o seu potencial de liderança. Estou convencido de que somente as atitudes negativas podem causar mais erros de liderança do que uma comunicação deficiente. (HAGGAI, 1990, pag. 131)
Jesus Cristo foi tão claro, eficiente e eficaz em sua comunicação, que mesmo após sua morte, ressurreição e partida, seus apóstolos puderam continuar sua obra, levando a cabo a mensagem que dele receberam, emitindoa com excelência por onde quer que passassem. Em Naim, ao atentar para a situação em que aquela mãe se encontrava, observa-se que Jesus mais uma vez comunicou acertadamente o que desejava para lhe mostrar que ainda havia esperança. O texto não relata, mas a expressão de Jesus na direção daquela mãe diz muito! Primeiramente, verifica-se que uma grande multidão da cidade a acompanhava. Certamente estavam todos muito tristes pelo ocorrido. E é nesse momento de profundo pesar que Jesus chega e diz – Não chores! Como entender algo assim?! Jesus foi assertivo em sua comunicação. Era como se ele estivesse dando uma ordem para aquela mãe. Mas uma ordem com um objetivo, pois ele demonstrou que faria algo para tirar o seu sofrimento. Ele foi claro em suas palavras, mais da forma ‘como falou’ do que ‘o quê falou’. Isso é uma comunicação clara, eficiente e eficaz! A sociedade de hoje clama por pessoas que se façam entender claramente e que cumpram aquilo que dizem. Jesus fez isso! Seus apóstolos fizeram isso! Outros homens e mulheres, líderes, no decorrer da história, fizeram isso! Hoje, homens, mulheres, jovens e crianças também podem fazêlo se a sua comunicação for eficiente e acompanhada por atitudes em prol
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daqueles que necessitam desesperadamente de uma direção clara para suas vidas imersas em problemas, em que os mesmos não conseguem nem enxergar uma solução. “Ele foi na direção da situação para resolvê-la” v. 14 – Chegando-se, tocou o esquife ... Uma das características que mais falta nas pessoas na atualidade é a iniciativa. De uma maneira geral existe 3 tipos de pessoas: as que agem, as que reagem, e, as que nada fazem. Muitas das pessoas da multidão que acompanhava aquela mulher eram judeus convictos e cheios de fé. Mas porque nenhum deles fez o que Jesus fez? Eles criam no Deus Criador dos céus e da terra e que tem todo o poder para transformar qualquer situação. Eles mesmos ouviram de seus pais as grandes coisas que esse Deus realizou no meio do seu povo na antiguidade da história hebraica. Seria demasiadamente difícil para o “Deus de Abraão” ressuscitar aquele jovem?! Mas mesmo crendo nessa possibilidade, nenhum deles teve a iniciativa que Jesus teve. Jesus estava focado! Ele tinha uma missão naquela cidade. Ele queria não apenas transformar a vida de uma única pessoa, mas também impactar duas multidões com aquele acontecimento. Muitos perdem oportunidades incríveis por não terem iniciativa! O ser humano, naturalmente espera algo acontecer para apenas ‘reagir’. É tipo um colaborador numa empresa que espera a oportunidade de ser promovido, mas ele mesmo não faz o necessário para que aquilo aconteça. Se esse colaborador fosse uma pessoa de iniciativa, ele faria de cada ação sua uma oportunidade de demonstrar a excelência do seu trabalho e assim construir o caminho para a promoção. Jesus não era o tipo de pessoa que esperava as coisas acontecerem. Ele fazia as coisas acontecerem com a sua iniciativa! Quando Jesus avistava uma necessidade, ele tinha a iniciativa de supri-la, de fazer algo que mudasse aquela situação ou pessoa. Nisso surge uma pergunta: o que aconteceria se Jesus não tivesse a iniciativa de tocar naquele caixão? Pode-se entender pelo
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relato subsequente que, se ele não tivesse ido na direção daquela situação para resolvê-la, a vida daquela mulher terminaria em ruína. Na cultura judaica, os filhos cuidam de seus pais. Bem diferente da cultura ocidental, em que quando os pais ficam velhos são colocados de lado e esquecidos. A comoção daquela cidade deu-se também porque a esperança daquela mulher, que já era viúva, estava naquele filho. A sua segurança para ter um futuro se encerrou na morte do seu único filho. Então, pela cultura, aquela mulher ficaria à margem da sociedade. Ninguém cuidaria dela, mas Jesus viu além daquela situação propriamente dita. Ele viu o futuro daquela mulher, e tomou a iniciativa de fazer algo que mudasse aquela realidade. Não se pode deixar de relacionar líder e iniciativa! A liderança não está primariamente num título ou posição, mas sim na função. O líder tem que funcionar como líder, e sem iniciativa um líder não funciona. “Ele alcançou o resultado que se propôs” ‘v.v. 14,15 – Chegando-se, ….. e passou a falar…..’ Analisando o relato bíblico, verifica-se que Jesus percorreu as regiões da Galileia, Decápolis, Samaria, Judeia, Síria, dentre outras regiões na Palestina. Em quase todas as cidades por onde andou, ele tinha um objetivo específico (missão) que decorria do objetivo geral (visão, propósito de vida). Isso está descrito de forma clara no livro de Atos dos Apóstolos, escrito pelo estudioso e médico Lucas, o qual também escreveu um dos Evangelhos, endereçado para o oficial romano Teófilo, em seu capítulo 10 e versículo 38, o qual diz: “...o qual andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;” Por onde andou, Jesus fez o bem para todas as pessoas que o interpelavam diante de suas necessidades. Ele tinha um objetivo e nele foi eficaz por onde quer que passasse. Jesus não perdia tempo em discussões sem fundamento, e muito menos com aqueles que queriam confrontá-lo. Uma das poucas vezes em que o líder Jesus não conseguiu cumprir totalmente seu objetivo, não foi por falta de foco, mas por causa daqueles que o receberam e que permaneceram na incredulidade. Jesus era eficaz. O dicionário ilustra muito bem o significado de ‘eficaz’.
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“Que produz determinado efeito. Que efetua o que promete ou o que se espera; que causa o resultado inicialmente pretendido.” Quando analisada a vida e obra de Jesus Cristo, percebe-se que ele era um homem altamente eficaz. E quando correlacionados a ele os significados de ‘eficaz’ do dicionário, vê-se que realmente isso era uma verdade. Veja na tabela abaixo, a análise de algumas situações no texto bíblico:
Que
produz
determinado efeito
Que efetua o que promete ou o que se espera; que causa o resultado inicialmente pretendido
Evangelho de Lucas cap. 19, versículos de 1 a 10 Ao que parece Jesus passou duas vezes por Jericó, e em todas elas ele sempre impactava muitas pessoas. Nessa ocasião não foi diferente, e Jesus produziu na vida de um homem um determinado efeito. Jesus disse àquele homem que ficaria em sua casa, e o homem – Zaqueu – entendeu que precisava de uma profunda mudança em sua vida. Evangelho de Mateus cap. 4, versículos 18 a 22 Jesus, quando estava caminhando próximo do mar da Galileia, encontrou dois irmãos e lhes fez uma promessa – me sigam e eu darei a vocês um sentido maior para suas vidas. Aqueles homens, assim como outros, seguiram-no e realmente vivenciaram aquilo que Jesus lhes disse.
O que é preciso para ser uma pessoa eficaz? Aprenda isso com Jesus de uma forma clara – é preciso ter AÇÃO! Ainda que uma pessoa tenha muita vontade de fazer algo, somente o “ter vontade” não é suficiente para concretizar algo. Muitos vivem na abstração da vontade, mas não entram na concretização do que almejam. E ser eficaz diz respeito a concretizar aquilo que se pretende. Como? Agindo! Jesus era um homem de AÇÃO. Ele falava o que pretendia, e logo colocava em prática. Assim ele o fez quando passava por Jericó, pois Zaqueu subiu numa árvore procurando vê-lo, e quando foi visto por Jesus logo o chamou e lhe disse que ficaria em sua casa. Jesus não esperou Zaqueu descer da árvore ou vencer a multidão. Ele olhou para cima porque viu que alguém se esforçou mais do que os outros para vê-lo. E assim honrou a fé daquele homem, sem perder tempo. No caso dos pescadores que se tornaram discípulos, e depois foram enviados para “pescar homens” não foi diferente. Jesus tinha um objetivo e enxergou naqueles homens o potencial para cumprir o seu propósito. Por isso não perdeu tempo em nenhuma ocasião, mostrando àqueles e aos outros que juntou, como eles fariam para ser pescadores de homens.
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Esta geração clama por homens e mulheres altamente eficazes, pois são esses que transformarão a realidade daqueles que não conseguem traduzir em AÇÃO o que têm em sua VONTADE ou o que SONHAM realizar. Portanto é preciso continuar SONHANDO, mas principalmente, colocar em prática, AGINDO para transformar sonhos em realidade. “Ele sabia qual era o certo a fazer em cada situação” ‘v. 15 - … e Jesus o restituiu a sua mãe’ Caráter, para muitos, é uma das questões que têm tido menos importância nestes dias. Vive-se numa sociedade desestruturada, aonde as pessoas não tem se importando tanto com o caráter. E se fosse realizada uma pesquisa nas ruas aonde fosse feita a seguinte pergunta: ‘você sabe me explicar o que significa caráter?’. Certamente a maioria das pessoas não saberia responder! Existem alguns significados no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa que se adéquam muito bem ao que será abordado, mas será distinguido somente um deles por ser bastante expressiva a sua explicação a respeito do que é o caráter. “O que faz com que os entes ou objetos se distinguam entre os outros da sua espécie.” O caráter do ser humano o distingue das demais pessoas! Ou tem-se um bom caráter, ou tem-se um mau caráter. Não existe pessoa sem caráter como popularmente se diz, de alguém que faz coisas que prejudicam outras pessoas. Mas há algo que precisa ficar muito claro no que diz respeito à distinção. O caráter de alguém não diz que uma pessoa é melhor do que a outra, mas apenas que é diferente. O caráter é uma marca, e todos possuem uma marca diferente da outra. Há pessoas de bom caráter e de mau caráter. Os de bom caráter pode ser firmes em suas convicções, assertivos, diretos, sinceros, verdadeiros, honestos, proativos. Mas também podem ser reativos, preguiçosos, sem iniciativa, procrastinadores, etc. Pode-se ver que nenhuma dessas qualidades supracitadas foi contra o ser bom caráter, mas distingue cada pessoa dentro
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da sua característica. As características supracitadas dizem respeito à nossa personalidade, que é distinta do caráter. Jesus Cristo foi um homem de caráter ilibado. O que ele expressava por palavras, antes já estava estabelecido em seu interior. A atitude de Jesus ao tocar no corpo daquele jovem e ressuscitá-lo foi de restituí-lo para sua mãe! Ele poderia usar aquela situação, que era legítima, para ser o centro das atenções de toda aquela multidão, e torná-la ilegítima. Mas Jesus não queria ser o centro das atenções, ainda que isso fosse extremamente difícil. Muito pelo contrário, seu desejo principal era que aquele jovem ressuscitado e sua mãe, com uma alegria inefável, o fossem. A verdadeira liderança não pode estar divorciada das qualidades básicas que produzem um caráter íntegro. (MUNROE, 2006, p. 81)
Jesus era um homem de uma profunda integridade de caráter. Os ensinamentos de seus pais e sua jornada de vida lhe deixaram profundas marcas, as quais são vistas no decorrer da narrativa dos Evangelhos. Aliás, Evangelho, no grego, tem o significado de Boas Notícias. Ou seja, ele trouxe as boas notícias de esperança, fé e amor, para um povo que estava escravizado de várias formas. E para isso, não poderia de maneira alguma procurar ele ser o espetáculo, que inclusive os líderes religiosos gostavam de ser, demonstrando uma falsa humildade para as pessoas ao seu redor. A sociedade clama por líderes íntegros. Líderes em que suas ações falem mais alto do que suas palavras. Para isso é preciso fazer uma análise introspectiva pessoal porque a maior parte das pessoas não teve a “sorte” de ter pais como Jesus teve, que lhe introjetaram princípios e foram exemplos com suas vidas que forjaram nele o caráter que anos mais tarde evidenciou. Seria estranho uma pessoa se sentir completa e feliz quando alcançasse uma posição de influência tal que pudesse ajudar multidões de pessoas? Certamente não, se o objetivo dessa pessoa fosse fazer o certo. Mas nestes dias as pessoas estão tão desconfiadas das outras, pelos mais diversos motivos, que geralmente nem procuram ajuda. Elas se fecham em seus problemas!
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Existe uma necessidade para as pessoas nos dias de hoje. Quem será a resposta para esta geração, nas mais variadas áreas da sociedade? Felizes são os que procuram vidas dilaceradas, corações partidos, almas feridas, para, de algum modo, aliviá-los. O prazer de contribuir com o outro é um dos mais finos paladares da existência. (CURY, 2007, p. 73)
CONSIDERAÇÕES FINAIS Houve líderes de muito sucesso no decorrer dos séculos, mas nenhum outro teve êxito no mesmo nível que Jesus Cristo. O que Jesus falou e fez perdura por mais de 2 mil anos. Sua influência alcança os nossos dias, transformando pessoas, restaurando famílias e gerando líderes que dão continuidade ao que ele fez há dois milênios. Sabe-se que alguns usam do que Jesus ensinou para enganar as pessoas, e isso acontece em todo o lugar e com todo grupo organizado de pessoas, seja na religião ou em qualquer área da sociedade. Sempre existem pessoas que querem tomar vantagem sobre outras utilizando-se para isso das mais diversas estratégias. Ao prestar bastante atenção, ver-se-á que a LIDERANÇA SAUDÁVEL, tanto pelos princípios elencados neste artigo quanto por vários outros que existem, nunca é utilizada por aqueles que querem ludibriar as pessoas. O estilo de liderança saudável (incluindo-se o de Jesus) sempre é proposto por quem almeja projetar pessoas para que elas alcancem o seu máximo potencial. Liderar é isto – guiar pessoas rumo ao pleno cumprimento do seu propósito de vida. Ou seja, ensinar e ajudar as pessoas a viverem o seu 100% de uma forma extremamente saudável em todos os aspectos. Seja você então um líder que procura viver esses 7 princípios/ características de uma forma plena para cumprir o propósito pelo qual você existe, e para que as pessoas que estão ao teu redor possam ter suas vidas e realidade profundamente transformadas, de dentro para fora.
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REFERÊNCIAS BRUNET, Tiago. 12 dias para atualizar sua vida. Editora Vida, 2017. CURY, Augusto. MARIA, a maior educadora da História. Planeta, 2007. HAGGAI, John. Seja um líder de verdade. Editora Betânia, 1990. HYBELLS, Bill. Liderança Corajosa. Editora Vida, 2002. MUNROE, Myles. Tornando-se um Líder. Reino Editorial, 2006. RYRIE, Charles C. A Bíblia Anotada (The Ryrie Study Biblie), Versão ARA. Editora Mundo Cristão, 1994.
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O CONHECIMENTO EMPREENDEDOR COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS DE GESTÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL.
"Há um reconhecimento compartilhado por diversos países, sobre a importância da educação empreendedora para o desenvolvimento de uma nação."
Marivaldo Lúcio de Sousa
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O CONHECIMENTO EMPREENDEDOR COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS DE GESTÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL. Marivaldo Lúcio de Sousa Morôni Kozoski RESUMO
Com o incremento dos estudos e as pesquisas sobre empreendedorismo a partir do século 17, são muitas as percepções e conceitos e definições existentes sobre o assunto, muitas vezes contraditórias. Quando esses estudos tratam das características do empreendedor, no entanto, uma série de habilidades e competências lhe são atribuídas para que assim possa ser considerado. No entanto, os estudos apontam sempre características de um empreendimento e empreendedor já bem sucedido, não se ocupando do caminho a ser desenvolvido para o desenvolvimento dessas características, sobre tudo, no que tange à educação empreendedora. Diante disso, este artigo busca entender como a educação empreendedora para o empreendedor é capaz influenciar os resultados do empreendimento, de forma a permitir uma comparação entre aqueles que receberam esse conhecimento com aqueles que não foram favorecidos por ele, com a finalidade de compreender alguns fatores que exercem relação entre os níveis de competências desenvolvidos pelo empreendedor e seu sucesso ou insucesso. Foi desenvolvida uma revisão de literatura com vistas a esclarecer as características das micro e pequenas empresas e identificar a importância da educação empreendedora como peça fundamental para a abertura e perenidade de uma organização, ainda, como um processo de coaching pode ser a solução para preencher lacunas existentes no mercado tradicional de educação empreendedora. Palavras-chave: empreendedorismo. Micro e pequenas empresas. Coaching. 1 - INTRODUÇÃO O empreendedorismo tem sido objeto de estudos e pesquisas crescentes ao longo dos tempos, mais significativamente a partir do século 17, quando a abordagem dos economistas encarava o empreendedorismo como sendo um relevante meio de compreensão do desenvolvimento (FILION, 1999). O termo passou a ter maior definição econômica nas obras de Richard Cantillon (1680-1737).
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Seguida à Era Econômica 1870 a 1940), se deu a Era da Ciências Sociais,1940 a 1970 (Landström e Lohrke, 2010), com contribuição multidisciplinar para seu entendimento e conceituação. Esta evolução se fez necessária devido a grande dificuldade de se incluir outros fatores que não os econômicos, para a conceituação mais adequada do tema, sobretudo, da grande dificuldade de explicar ou conceitua a figura do Empreendedor, em uma visão puramente econômica do empreendedorismo. Ainda seguindo a demarcação de Landström e Lohrke (2010), seguiuse a partir de 1970 e Era dos Estudos de Gestão, que busca evidenciar e identificar o as habilidades e comportamentos gerenciais do empreendedor (STEVENSON; JARILLO, 1990)
FIGURA 1 TRÊS ERAS DO PENSAMENTO EMPREENDEDOR FONTE: Landström e Lohrke (2010, p. 20).
Ao longo de toda história do empreendedorismo, pesquisadores lançaram mão de uma infinidade de conceitos e padrões de habilidades inerentes ao empreendedor e aos empreendimentos bem sucedidos, lançando luz a um caminho que deve ser percorrido para que um empreendimento se torne próspero e perene. Fato é que, não obstante as diversas fases do pensamento empreendedor e das grandes dificuldades que permeiam uma iniciativa dessa relevância, o empreendedorismo desempenha ativo e relevante papel da construção do sistema político, econômico e industrial, sendo importante propulsor e indutor na geração de empregos, renda e riquezas em todo o mundo. Dentro deste contexto, torna-se relevante compreender que, nas palavras de Drucker (1987. p. 67) “o empreendedor é uma pessoa que vê mudança como norma e a explora como sendo uma oportunidade”. No Brasil, o empreendedorismo passou a se desenvolver de forma mais acentuada, a partir da criação de entidades voltadas ao desenvolvimento das habilidades e capacitações empreendedoras, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), em 1972, e impulsada a partir da década de 1990 com a abertura da economia e o surgimento de entidades como e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (SOFTEX) em 1994.
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Neste contexto, o país deu início a um movimento no sentido de criar políticas públicas para impulsionar o empreendedorismo através do incentivo à abertura de novas empresas que contaram com apoios governamentais para fomentarem a durabilidade e a competitividade (BEHLING; PEREIRA; MAZZOLENI; BACCIN; LENZI, 2015). Contudo, não obstante às contribuições e aos avanços obtidos ao longo dos séculos, o empreendedorismo ainda se ressente de entendimento, de conceituação e de ações mais abrangente, que não considerem ou contemplem apenas a observação das características do empreendimento e do empreendedor bem-sucedidos, mas que considere o caminho a ser traçado até se alcançar a perenidade das organizações. Este artigo aborda, no âmbito do empreendedorismo brasileiro, exatamente esta lacuna deixada pelas diversas redes de ensino, relativa a educação empreendedora. Dessa forma, o problema de estudo pode ser traduzido pelas seguintes indagações: 1 - Qual a importância da educação empreendedora para a performance, sucesso e perenidade dos negócios micro e pequenos negócios? Qual a lacuna excludente existente nos diversos sistemas de educação empreendedora no Brasil, em relação ao perfil dos micro e pequenos empreendedores? 3 - Como o Coaching pode preencher a lacuna existente? Trata-se de pesquisa bibliográfica com método exploratório de natureza qualitativa e quantitativa. 2 - MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – MPEs e MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS - MEIs As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) são caracterizadas, dentre outros aspectos, pela sua grande capilaridade no território nacional, pois sua presença abrange desde grandes metrópoles a pequenos e longínquos municípios brasileiros, tornando em essencial vetor de desenvolvimento das economias locais e nacional, tanto como geradora e fonte de propulsora da circulação das riquezas como importante fonte de geração de emprego e renda para as populações.
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Conforme os estudos de Oliveira e Oliveira (2006), as MPEs representam um “colchão amortecedor” do desemprego, sendo essa uma das mais importantes contribuições deste setor, além de sua contribuição para o crescimento e desenvolvimento do País. Outro aspecto relevante das MPEs encontramos na capacidade de inovação que possuem, visto sua proximidade com as necessidades mais intrínsecas do mercado consumidos. Não à toa, as MPEs são consideradas por muitos pesquisadores como as principais bases de sustentação da economia do país, não só em função das características já descritas nos parágrafos anteriores, como pelo relevante papel que desempenham na complementação da atuação de empreendimentos de grande porte; no auxilio para as estratégias de comércio externo, na medida que oferece grande diversificação na pauta de exportações, e por fazer com que a economia torne-se menos suscetível a instabilidades do mercado externo. O papel das MPMEs [Micro Pequenas e Médias Empresas] tem sido discutido e muitos países têm intensificado os investimentos para esses empreendimentos, que são responsáveis na maioria dos países desenvolvidos pela maioria da produção industrial e também do oferecimento de novos postos de trabalho (SILVA, 2004, p. 30).
Sobre o empreendedorismo no Brasil, a última pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor - GEM constatou que quase 50 milhões de brasileiros, entre 18 e 64 anos, já empreendem ou realizaram alguma ação de empreendedorismo, quer seja na criação ou aperfeiçoamento de um novo negócio ou na manutenção de negócio já estabelecido (Relatório Executivo – 2017) Contudo, este mesmo estudo aponta que o faturamento dos empreendedores brasileiros indica claramente um de empreendedorismo de subsistência, tanto pelos empreendedores iniciais quanto pelos empreendedores estabelecidos, se considerados os valores recebidos pelos empreendedores: Incrivelmente, 21,9% dos empreendedores iniciantes, não possuem renda alguma paga pelo seu empreendimento. Cerca de 52% dos iniciantes e 50,5% dos estabelecidos, fatura em torno do equivalente a um salário
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mínimo por mês (aproximadamente R$1.000,00), ou até R$ 12.000,00 por ano. Já o faturamento acima de R$ 5.000,00 por mês (ou R$60.000,00 por ano) é alcançado por apenas 1% dos empreendedores iniciais e por 3,2% dos empreendedores estabelecidos. Contudo, apesar desse percentual diminuto, é este último grupo de empreendedores que, em conjunto, responde por mais de 100 bilhões de reais de faturamento anual. isso demostra a importância das Micro e Pequenas Empresas para o cenário nacional, o que requer atenção especial do Estado e das instituições dedicadas à educação empreendedora, nelas incluídas as de Coaching. No que se refere ao MEI, não há muitos dados disponíveis para estudo, visto ser uma figura recente no senário do empreendedorismo, contudo, até mesmo pelas limitações de faturamento impostas pela sua Lei de criação, de até R$ 6.750,00 por mês e R$ 81.000,00 por ano, podemos claramente concluir que os mesmos encontram-se, obrigatoriamente, na primeira faixa de renda apresentados acima, sem, contudo, poder estabelecer se adquiriram remuneração ou não, pois não já dados sobre lucratividade desses negócios. Segundo o SEBRAE, o número de formalizações dos MEIs ultrapassa cinco milhões, podendo chegar a 7,8 milhões em 2022. Isso demonstra a importância de incentivar e qualificar os MEIs, que foram inseridos no cenário jurídico nacional em 2008. Este tipo de empreendimento tornou-se uma alternativa de atividade para uma parcela da população sem perspectiva de relocação no mercado de trabalho, mas com condições de desenvolver seu próprio negócio, sendo também uma opção de emprego formal ou informal para outra grande parte da sociedade como trabalho excedente. 3 - taxa de mortalidade das empresas Uma questão que assombra todo empreendedor é não conseguir vencer os primeiros anos do negócio e virar estatística, sobretudo para MPEs. A mortalidade e a curta vida deste tipo de negócio afligem empresários,
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empregados e seus familiares, além de causar impactos negativos ao meio social em que estão inseridos. Um dos principais fatores de risco, que não raro causa a mortalidade das MPEs está relacionados à má gestão dos negócios. Na visão de autores como Lakatos (1997), Oliveira e Oliveira (2006) e Filardi e Santos (2008), um número bastante significativo dos empreendedores que iniciam um nogócio não possuem as competências e habilidades para uma boa administração do empreendimento. Isso impede que tenha a visão correta, dentre outras práticas e gestão, da necessidade de um planejamento adequado e nem mensura de gasto ou lucratividade do negócio. Observa-se também uma grande dificuldade em relação à administração financeira e contábil do empreendimento. Muitas empresas são iniciadas sem uma pesquisa de viabilidade do negócio, não são feitas pesquisas de mercado e não se preocupa em identificar o nicho de mercado. A falta de planejamento e previsibilidade de suas ações gerenciais em muito contribui para a descontinuidade de 62% das empresas, antes de completarem 5 anos de existência, segundo dados do SEBRAE (2008, apud DAHER et al., 2012).
Conforme o SEBRAE (2008), no período entre 2000 e 2002, envolvendo doze unidades da federação, apurou-se a taxa de mortalidade da empresa para até três anos após a sua criação. Houve variação em cada unidade da federação, sendo que cerca de 30% até 61% baixaram as suas portas no primeiro ano de existência, 40% até 68%, no segundo ano, e 55% até 73%, no terceiro período do empreendimento. Pesquisas mais recente mostram uma redução neste índice de mortalidade, contudo, salvo melhor juízo, carecem de aprofundamento, visto que os índices atuais passaram a contemplar no mesmo bojo das micro e pequenas empresas, os Microempreendedores Individuais. Ocorre que os MEIs contam com grande facilidade de registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, a fim de formalizar suas atividades, no entanto, por outro lado, não se tem estudos sobre o encerramento de suas atividades, pois como o próprio nome sugere, não são atividades empresariais e não exigem a mesma complexidade de gestão das MPEs, por tratarem-se de atividades de sobrevivência que antes já eram exercidas informalmente.
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Em resumo, o MEI é uma atividade pessoal formalizada e não uma atividade empresarial, com sede, funcionários e necessidades de habilidades de gestão e capacitação empreendedora mais complexas. Ao considerar ambos na mesma condição, as pesquisas podem estar involuntariamente maquiando os atuais índices de mortalidade. Por esta razão, deixaremos de considerar essas novas pesquisas, até que dados mais concretos possam ser validados pelos institutos que as promovem. Obvio destacar que não apenas os fatores internos, como a falta de capacitação dos gestores do empreendimento, sejam os causadores desse elevado número de mortalidade das empresas. Nos ensinamentos de Bedê e Azzoni (1999), é possível que a descontinuidade operacional esteja associada a inúmeros fatores relacionados à gestão, a empresa, ao empreendedor ou ao ambiente externo. Ou seja, sua morte ou desaparecimento tem ligação com a dissolução de uma combinação de fatores de produção (OCDE, 2002). Conforme o SEBRAE (2004), não há um fator isolado que seja responsável pela descontinuidade de uma organização, e sim, um conjunto. É necessário conhecer as causas que levaram a empresa a deixar de atuar no mercado para compreender o fracasso organizacional. Para Espinha e Machado (2005) existem fatores internos e externos para que uma empresa venha a encerrar suas atividades. Conforme os autores, os fatores internos, incluem: ausência de habilidade gerencial; gestão estratégica fraca; problemas de capitalização; ausência de visão, falha no design do produto, competência pessoal básica comprometida, fraca utilização de capital de terceiros e falha no tempo de fabricação de produtos. Quanto aos fatores externos, entre eles estariam, por exemplo, crises políticas e econômicas, bem como problemas relacionados às condições externas de mercado. 4 - A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA No decorrer do tempo a educação empreendedora tem sido alvo de debates, estudos, pesquisa e esforços para o seu desenvolvimento. Abrir uma empresa, nesta era dos estudos de gestão, e gerir este negócio exige uma
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visão sistêmica e complexa que não ocorria anteriormente, quando o pensamento sobre empreendedorismo estava voltado de forma exclusiva para o aspecto econômico, que apenas envolvia pessoas que organizavam empresas e controlavam ações desenvolvidas numa corporação, numa visão mecanicista de desenvolvimento, sem, contudo, contemplar o desenvolvimento de habilidades que atualmente se fazer necessárias e presentes em empreendimentos bem sucedidos. Na contemporaneidade, constata-se cada vez mais a necessidade de ensinar aos indivíduos, candidatos a empreendedores ou àqueles que já empreendem de alguma forma, as práticas do empreendedorismo. Isso é amplamente difundido na rede de ensino voltada ao tema e encontra caminho fértil na criação de agências de suporte ao empreendedorismo e de negócios e na criação de programas de incubação de empresas e parques tecnológicos, do desenvolvimento de currículos integrados que estimulam o empreendedorismo em todos os níveis, da educação fundamental à universitária, que estimulam e preparam seus alunos para criação e desenvolvimento de novas organizações (DORNELAS, 2005). Pelos estudos apesentados por Lopes (2010), o termo educação empreendedora encontrou sua gênese na proposta do economista francês Jean Baptiste Say (1767 – 1832), discípulo de Adam Smith, numa clara influência do iluminismo. O objetivo da educação empreendedora passa a ser o despertar dos alunos para a vontade de empreender. Até um passado recente, o meio acadêmico e entre empreendedores se questionavam se seria possível ensinar alguém a ser um empreendedor. Contudo, atualmente, a discussão não paira mais sobre o “SE”, mas “COMO” como é possível educar para o empreendedorismo, qual o conteúdo a ser transmitido, as metodologias e técnicas que devem ser implementados na formação de habilidades empreendedoras (LOPES, 2010). Há um reconhecimento compartilhado por diversos países, sobre a importância da educação empreendedora para o desenvolvimento de uma nação. E esses estudos tem avançado nas últimas décadas, como observa Dornelas (2005), todavia, a educação empreendedora ainda é algo que não
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conta com grandes políticas de inclusão, haja vista que não atingem um grande contingente de estudantes que, ainda no século XXI, são submetidos a uma educação meramente industrial, que visa formar bons profissionais para atuar no mercado de trabalho, sem quaisquer contatos com o mundo do empreendedorismo. Contudo, para aqueles que já entenderam a transição do modelo de desenvolvimento industrial para o de desenvolvimento informacional, o conhecimento e a informação passaram a ser o principal vetor de desenvolvimento das organizações. Para Santos (2007), essa transição impôs ao mundo coorporativo a redefinição de seus paradigmas de gestão, trazendo novos valores, o que vem propiciando uma série de transformações econômicas, políticas, sociais e culturais nas sociedades. No Brasil, além de urgente e necessária, há um campo fértil de oportunidades para potencializar “uma educação empreendedora que permita que uma maior proporção do seu capital humano desenvolva o seu potencial empreendedor” (DOLABELA; FILION, 2013, p. 154). Por sua vez, Guerra e Grazziotin (2010) acentuam que a educação empreendedora é mola propulsora que elevará a qualidade da preparação e a quantidade de jovens com habilidades como inovação, pró-atividade. Iniciativa e liderança, seja trabalhando em uma organização já estruturada (empreendedor interno) ou atividade autônoma, bem como para empreender em seu próprio negócio. Em qualquer das situações, vislumbra-se um positivo e relevante impacto socioeconômico como resultado. Já se obtiveram grandes avanços na educação empreendedora desde sua criação, fomentando programas de formação, disciplinas e atividades de preparação, contudo, é preciso avançara inda mais tanto nos estudos teóricos como empíricos (LIMA et al., 2014), visto que o mapeamento do desempenho das organizações demonstra a grande necessidade de se estudar e planejar um negócio antes do início de suas operações, visto que já se constata que um empreendimento mal administrada, sofre graves ameaças de não prosperar e ter uma morte prematura.
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Não raros os autores que defendem uma metodologia própria para o ensino do empreendedorismo, que vença as barreiras impetradas pelo ensino tradicional (DOLABELA; FILION, 2013; LOPES, 2010; LIMA et al., 2015). Essa visão de mudança de paradigmas no ensino tradicional, contemplando uma forma que permita o desenvolvimento do conhecimento empreendedor, nos remete a outra barreira importante a ser vencida, qual seja, a inclusão ao acesso para um ensino empreendedor. O acesso ao ensino empreendedor, no modelo vigente, é dado apenas a alunos que buscam cursos destinados especificamente a esse ramo do conhecimento, como alunos de Administração, Contabilidade, Gestão de Prjetos, Empreendedorismo e Gestão empreendedora, dentre outros. Contudo, esse acesso é restrito, devido a uma infinidade de fatores, mas, dentre eles, figura um fator de grande relevância: A falta de conhecimento do empreendedor, sobre a necessidade de se capacitar. Mesmo aqueles que se formam nos diversos cursos citados, são apresentados a um conteúdo muito mais teórico do que pratico, o que dificulta muito a implementação de metodologias de gestão no dia a dia dos empreendimentos, sobre tudo para micro e pequenos negócios. Ainda impor tante considerar que os curso mencionados, normalmente, requerem um grau de instrução como pré-requisito, não atingindo portanto, a maioria dos empreendedores brasileiros Dados do IBGE (2001) demonstram o perfil de grande parte das MPEs no Brasil, o que podemos inferir sobre a grande dificuldade de acesso desses empreendedores ao ensino empreendedor. “Os pequenos negócios, formados por quitandas, mercearias, sapatarias, cabeleireiros, bazares, armarinhos, etc., vêm ganhando gradativamente mais participação nos setores de comércio e serviços, aumentando significativamente a geração de postos de trabalho e apresentando crescimento da receita operacional líquida”,
Numa análise deste senário, a afirmação de Dornelas (2001) é que este fenômeno é incentivado por períodos com índices de desemprego elevados, onde o empreendedor de ocasião aplica aquilo que recebeu em sua recisão
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trabalhista e, as vezes, algumas economias, para abrir um negócio próprio, porem, sem o conhecimento adequado para isso ou se quer um planejamento, o que muitas vezes já é o prelúdio de uma morte prematura para o seu negócio. Outro fator que agrava esse risco, como já abordado aqui, é que 95% dos empreendedores brasileiros é formado de pessoas com baixo grau de instrução e muitas vezes, jamais teve acesso a conhecimentos de gestão ou empreendedorismo e nunca frequentou uma faculdade, jamais ouviu falar em Plano de Negócios, não conhece o mercado que se aventura nem profundamente o produto que pretende comercializar. Segundo o SEBRAE (2009) apenas 5% dos empreendedores buscam orientação. Entendemos que, como já abordado, a grande maioria do empreendedor, por falta de orientação no sistema formal de ensino, que não contempla o empreendedorismo em seus currículos, a pessoa dotada deste espírito empreendedor sequer percebe a necessidade de buscar ajuda e uma formação que proporcione o desenvolvimento de suas habilidades e promova sua capacitação nas diversas áreas do conhecimento empreendedor, razão pela qual acaba excluído desse ensino e termine por engrossar as fileiras dos empreendimentos prematuramente descontinuados. 5 - A LACUNA EXISTENTE NO ENSINO EMPREENDEDOR Outra lacuna existente no ensino empreendedor, além da acessibilidade, encontra-se em seus diversos currículos de ensino, visto que ao proceder a uma pesquisa rápida pela internet, nos sites das diversas instituições de ensino superior ou de cursos livres, a grande maioria parte do pressupostos de que todas as empresas já possuem um grau de conhecimento mínimo para a alavancagem dos negócios. Os currículos desses cursos contemplam sistemas de gestão avançados, teorias de expansão global, participação em mercados de grande relevância, sem, contudo, se dar conta que a maioria das empresas não alcançaram ainda este nível de necessidade e talvez jamais alcançarão.
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Os cursos do mercado partem da premissa que os empreendedores já possuem habilidades e capacitações suficientes para serem bem sucedidos, precisando apenas de um Up Grade que os garanta uma maior participação no mercado, sem levar me conta que a grande massa de empreendedores não tem conhecimento do básico de uma gestão de negócios e não tem onde buscar, senão em inúmeros pequenos cursos, muitos amadores, e não disponíveis em grande escala. Vejamos alguns conhecimentos necessários para um micro ou pequeno empreendedor e logo veremos que cada tema, deve ser garimpado no mercado, pois não fazer parte, em sua totalidade, de currículos de curso de empreendedorismo ou gestão de negócios. Para adquirir essas competências, o empreendedor, mesmo desperto para essa necessidade, encontra grande dificuldade em adquiri-la, pois precisará inscrever-se em um número sem fim de treinamentos para aproveitar uma parte de um e de outro que o tragam esse desenvolvimento. Em breve pesquisa realizada entre micro e pequenos empreendedores, clientes da empresa Servietis Treinamento e Consultori EIRELI, que atua no ramo de treinamentos empresariais para MPES, pudemos identificar alguns conhecimentos básicos necessários a um empreendedor, tanto iniciante como já estabelecido, mas que ainda tem seu negócio em risco de descontinuidade. • Gestão do Autodesenvolvimento e Inteligência Emocional • Gestão do Empreendedor / Desenvolvimento Empresarial • Gestão Estratégica • Gestão Financeira • Gestão Administrativa • Gestão Comercial • Gestão de Pessoas e Liderança Para cada temática desta, uma infinidade de competências precisam ser desenvolvidas pelo empreendedor, mesmo que a ele não caberá executálas, pois espera-se que com o crescimento, ele tenha especialistas em cada área de competência. Contudo, sem esses conhecimentos básico, torna-se quase impossível a administração do negócio, tendendo ao encerramento das
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atividades como já demonstrado em abordagens anteriores neste mesmo artigo. Outros conhecimentos sobre empreendedorismo que estão disponíveis no mercado de ensino, como Pós-Graduações e MBA, embora de suma importância, só fazem sentido se a empresa prosperar o suficiente para concorrer a um lugar no mercado. 6 – como o coaching pode preencher as LACUNAs EXISTENTEs Vários são as vantagens que um processo de Coaching, ou mesmo um treinamento de equipes com técnicas de coaching, pode trazer para as MPEs, em relação aos treinamentos tradicionais oferecidos pelo mercado de ensino. Dentre ele, porém, o maior benefício que podemos vislumbrar será a mudança da mentalidade do empreendedor, alterando o seu locus de controle de externo para interno. Essa conscientização de que a gestão de sua empresa depende única e exclusivamente dele, trará a ele o poder de decisão como nunca antes experimentado e mudará de vez a visão anterior, onde, provavelmente, acreditava ser a sorte o fator determinante para seu sucesso ou insucesso. Ao se conscientizar desse poder, virá junto a responsabilidade pela gestão de seus negócios e a conscientização da necessidade de se capacitar e capacitar os seus colaboradores, para uma gestão baseada em processos e desenvolvimento de pessoas. Através do coaching o empreendedor terá ainda a vantagem de identificar as áreas de gestão que merecem maior atenção e precisam de melhorias, focando a capacitação para a sua realidade, o que representará encurtamento do tempo e otimização de recursos para alcançar os objetivos. Isso significa dizer que, ao invés de lançar mão do seu tempo e de recursos para a realização de diversos cursos, a fim de obter de cada um, uma pequena parcela de conteúdo que realmente será útil para sua empresa, ocupando tempo e energia com muitos outros aprendizados que não serão de forma direta aproveitados, por meio do coaching o empreendedor dedica
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seus recursos e energia aos propósitos que levarão o seu empreendimento para o ponto desejado. Alguns dos benefícios que podem ser alcançados, a curto prazo, por um processo de coaching empresarial ou de treinamentos de equipes com técnicas de coaching são os seguintes: • Planejamento estratégico; • Plano de Negócios; • Estabelecimento de objetivos claros; • Foco da equipe; • Melhoria nas relações interpessoais; • Aumento de motivação e produtividade; • Autoconhecimento e Autodesenvolvimento da equipe; • Separar a vida pessoal da vida empresarial; • Implementação de Métricas de Controle Financeiro; • Melhoria nos processos de contratação; • Estratégia d Marketing definida em consonância com os Objetivos da empresa e direcionada ao público correto; • Estímulo e Gestão de Inovações; Dentre muitas outros benefícos, o Processo de Coachig é capaz de dotar a MPE de uma gestão profissional e voltada para a alta performance, como níveis de evolução bem definidos e visando sua perenidade, capacitando o empreendedor, inclusive, para identificar quais as novas habilidades ele precisará buscar em treinamentos mais avançados como os oferecidos no mercado tradicional do ensino empreendedor. 6 – considerações finais Como conclusão deste artigo, podemos inferir que um dos aspectos de maior impacto na definição do sucesso ou fracasso das Micro e Pequenas Empresas no Brasil, habita na falta de formação empreendedora de seus idealizadores que, por sua vez, sequer se dão conta da necessidade de capacitação e, quando cientes disso, não encontram no mercado tradicional
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de ensino, um treinamento específico para suprir as suas necessidades e que leve em consideração a particularidades do seu negócio. O coaching empresarial surge nesta esteira como o ponto de equilíbrio que pode ser a tábua de salvação para esses empreendimento, na busca por a fa s t á - l o s d a s t e r r í ve i s e s t a t í s t i c a s d e m o r t e p r e m a t u r a d o s empreendimento. Estudos que associem a atuação dos profissionais Coaches junto a este seguimento do empreendedorismo e a queda nos índices de mortalidade ainda serão necessários, tendo em vista que, salvo melhor juízo, não existem estudos conhecidos neste sentido.
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REFERÊNCIAS BEDÊ, M.A; AZZONI, C.R. Estudo da mortalidade das empresas paulistas. 1999. Disponível em: <https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/ UFs/SP/Pesquisas/ 1_a_5_anos_mortalidade_empresas_paulistas_1998_1999.pdf>. Acesso em: 25 jun. 20019. DOLABELA, F.; FILION, L. J. Fazendo revolução no Brasil: a introdução da pedagogia empreendedora nos estágios iniciais da educação. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas. V. 3, n. 2, p. 134-181, 2013. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo - Transformando ideias em negócios. 4a.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. GUERRA, M. J.; GRAZZIOTIN, Z. J. Educação empreendedora nas universidades brasileiras. In: LOPES, R. M. A. (Org.). Educação empreendedora: conceitos, modelos e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier: São Paulo: SEBRAE, 2010. LIMA, E.; LOPES, R. M. A.; NASSIF, V. M. J.; SILVA, D. Ser seu Próprio Patrão? Aperfeiçando-se a educação superior em empreendedorismo. RAC, Rio de Janeiro, v. 19, n. 4, art. 1, pp. 419-439, Jul./Ago. 2015. LOPES, R. M. A. Referenciais para a educação empreendedora. In: LOPES, R. M. A. (Org.). Educação empreendedora: conceitos, modelos e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier: São Paulo: SEBRAE, 2010. RIBEIRO, Marcelo G. Crise fechou 226,5 mil lojas em todo o País no ano passado - Jornal do Comércio. Acesso em 2018: <https:// www.jornaldocomercio.com/_conteudo/2018/02/economia/613942-crisefechou-226-5-mil-lojas-em-todo-o-pais-no-ano-passado.html>. Acesso em 22 jun. 2019. SCHAETER, Ricardo. MINELLO, Ítalo Fernando. A formação de novos empreendedores: natureza da aprendizagem e educação empreendedoras. Disponível em 2017: <https://www.researchgate.net/publication/ 322811817_A_Formacao_de_Novos_Empreendedores_Natureza_da_Aprendi zagem_e_Educacao_Empreendedoras>. Acesso em 16 jul., 2019. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAESP. 10 Anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas. 2008. Disponível em: <http://sebraeSP.com.br>. Acesso em: 25 mai. 2019.
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COACHING PARA CRESCIMENTO ESPIRITUAL CRISTÃO
"O processo de coaching é sem dúvida o melhor auxiliar para alcançar objetivos em todas as áreas da vida de uma pessoa, e a espiritualidade com certeza é uma dessas áreas."
Sergio Lima Behrens
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COACHING PARA CRESCIMENTO ESPIRITUAL CRISTÃO Sergio Lima Behrens Morôni Kozoski
RESUMO Este trabalho tem como objetivo a criação de uma metodologia de coaching para crescimento da qualidade de vida espiritual para o público cristão através da utilização de ferramentas direcionadas à melhoria do relacionamento do indivíduo com o seu Deus, a sua Igreja, o seu Próximo e a sociedade em que vive. Pesquisas demonstraram que pessoas ativas em comunidades religiosas são mais felizes que pessoas que não possuem nenhum vínculo com alguma denominação, o que nos faz buscar métodos que tragam um crescimento verdadeiro e contínuo da espiritualidade. Esta metodologia trabalha com conceitos como autoconfrontação, identificação de fraquezas, criação de plano de ação, monitoramento e reavaliação do estado espiritual. A principal ferramenta nesta metodologia é a Roda da Vida Cristã, onde o indivíduo dará notas de 0 a 10 em 8 áreas, sendo elas: oração, santificação, desapego material, leitura bíblica, serviço, amor ao próximo, evangelismo e comunhão. Estes itens foram selecionados através de uma pesquisa própria e com base na informação do IBGE, onde verifica-se que 86% da população brasileira é declarada cristã, portanto, este trabalho foi escrito e direcionado especificamente para o público cristão. A busca da felicidade deve ser um alvo para todo ser humano e o coaching espiritual é um dos caminhos mais relevantes para alcance deste objetivo. Palavras-chave: Coaching, cristãos, católicos, evangélicos. INTRODUÇÃO Religião é um dos assuntos mais polêmicos, discutidos e que causam dissensões até mesmo entre as pessoas mais amigas ou familiares, mas não se pode negar a importância que a religião tem para o indivíduo e para a sociedade. Um levantamento feito em 2008 pelo Centro Nacional de Pesquisa de Opinião (Norc, na sigla em inglês) entre americanos constatou que 48% das pessoas que participam de serviços religiosos mais de uma vez por !80
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semana relatam ser “muito felizes”. O número cai para 26% entre aquelas que não frequentam uma igreja. Apesar do fato de haver relação entre felicidade e religiosidade, há quem lute contra a religião de forma árdua e coloque sobre ela apenas características negativas. Uma expressão utilizada para minimizar a importância da religião é a famosa frase de Karl Marx onde ele diz que “a religião é o ópio do povo” (Marx, 1974a), fazendo desta apenas uma ferramenta de alienação. Infelizmente esta frase é utilizada completamente fora de contexto. Segue o texto na íntegra: “A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como é o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo.” - (Marx, 1974a)
Analisando o texto por completo, conclui-se que a intenção do autor não é mostrar que o fundamento da religião é a alienação do povo, mas que a mesma serve como uma voz ou grito daqueles que precisam expressar suas necessidades e sofrimentos perante todos. Desta forma a religião é transportada do patamar de alienação para o de aliada das ações sociais em prol da melhoria da condição humana. Sendo a religião uma aliada para melhoria da condição humana, um bálsamo para as feridas dos mais necessitados e um dos parâmetros para o aumento do nível de felicidade da sociedade, e sendo o Coaching definido como um processo com metodologia, ferramentas e conhecimentos em diversas áreas, e utilizado para alcançar metas e objetivos, pode-se criar uma ou mais ferramentas para que um indivíduo ou grupo alcance um nível de desempenho espiritual desejado, melhorando a satisfação em outras áreas de suas vidas. ORIGEM DO COACHING O termo “coaching” foi utilizado pela primeira vez na era medieval, na cidade de Kócs, Hungria, e era utilizada para designar carruagens de quatro
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rodas (coche, em inglês, car). O homem que conduzia estas carruagens e treinava os cavalos era chamado de cocheiro (em inglês coachman). Em 1830, na Universidade de Oxford, o termo coach passou a ser utilizado para tutor particular, ou seja, um profissional que prepara, carrega, conduz os estudantes para as provas e exames rigorosos da época, assim como os cocheiros conduziam as pessoas para seus objetivos. Em 1831 o termo coach passou a ser utilizado nos esportes para designar treinadores, agora não somente de um indivíduo, mas a depender do esporte, também de uma equipe numerosa. Por fim, em 1950, a literatura de negócios adota o termo coaching como uma habilidade para o gerenciamento de pessoas. Assim como um cocheiro, o trabalho do coach não é determinar o destino de seus clientes (coachee), mas utilizar a ferramenta certa para leva-los com mais facilidade ao seu (ou seus) objetivos. Para o escritor Maurício de Paula em seu livro A Arte do Coaching, coaching é uma forma de arte, pois o profissional necessita buscar internamente uma inspiração única para compreender o mundo de seu cliente, tal qual um pintor busca inspiração para fazer cada quadro único. Ele expressa em seu livro o seguinte: Concluir um processo de coaching é como pintar um quadro, uma escultura, uma obra, pois o coach emprega um pouco de sua alma. O coaching é feito com o coração e se concretiza fundamentalmente de acordo com a intuição do profissional (Maurício de Paula, 2009).
O conceito de coaching é um processo que utiliza diversos conhecimentos em várias áreas, metodologias e ferramentas para que uma pessoa ou grupo consiga atingir seus objetivos.
METODOLOGIA E FERRAMENTAS DO COACHING ESPIRITUAL Ferramentas e formulários por si só não trazem os resultados que os indivíduos esperam, caso contrário todos alcançariam o ápice da felicidade religiosa com extrema facilidade. Elas apenas auxiliam o coachee a revelar
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sua situação atual e traçar caminhos para alcançar seus objetivos, mas é necessário que o mesmo possua disciplina, trace estratégias e seja acompanhado por alguém capacitado. John Locke, um filósofo inglês e defensor da liberdade e tolerância religiosa disse certa vez em um de seus sermões que “nossas ações são as melhores interpretações de nossos pensamentos”. As ações para alcançar objetivos e metas não devem ser guiadas por sorte ou por decisões de outras pessoas. Uma das formas de ter indicadores e ações bem definidas é se criando um plano de ação, colocar em prática, monitorar e ser motivado a nunca desistir, trazendo pensamentos altamente direcionados ao propósito desejado. O Censo de 2010 divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que 86,8% da população se declara católica ou evangélica, por este motivo esta metodologia foi criada especificamente para religiões cristãs, podendo ser adaptada para outras religiões. Ela analisa algumas áreas da espiritualidade consideradas importantes para este público específico. ESTABELECENDO OBJETIVOS Um processo de Coaching não existe se não houver um objetivo claro pois é função primária do Coach é levar o Coachee da situação atual para a situação desejada utilizando ferramentas adequadas, conhecimentos diversos e monitoramento dedicado das ações do coachee. Da mesma forma que uma pessoa possui objetivos pessoais, financeiros e profissionais, ela também pode ter objetivos também espirituais. A vida é a arte da estratégia, que significa que sempre estamos escolhendo um caminho e abrindo mão de outros. A vida não perdoa nossas escolhas. Se nos rebelarmos e não escolhermos nada, escolhemos não escolher e aí seguimos sem direção e qualquer lugar é lugar.(Saul Sastre, 2011).
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Existem diversos objetivos espirituais, mas em uma pesquisa realizada com 20 cristãos, 95% das respostas foi “Ser parecido com Jesus Cristo”. Este “tornar-se parecido com Cristo” é sinônimo de tomar as decisões que Jesus tomaria em meu lugar nas diversas situações que passo em meu dia-a-dia. Este é o alvo de todo crente em Jesus: tornar-se reflexo dEle. AUTOCONFRONTAÇÃO ESPIRITUAL
A Roda da Vida é uma ferramenta muito conhecida no processo de
Coaching. Em seu livro “Ferramentas de Coaching”, os autores João Alberto Catalão e Ana Teresa Penim, descreve o objetivo desta ferramenta como sendo permitir ao Coachee ou Cliente que ele faça um reconhecimento do seu atual nível de satisfação observando diferentes aspectos de sua vida. Esta é uma ferramenta relativamente simples, porém poderosa, dividida de oito a doze áreas onde o Coachee geralmente marca uma nota de 0 a 10 para áreas como saúde, vida amorosa, vida profissional, dentre outras. Adaptei esta ferramenta para um foco cristão para que eles pudessem analisar sua qualidade de vida na espiritualidade. Na mesma pesquisa que realizei para identificar os maiores objetivos dos cristãos, inseri a seguinte pergunta “Quais áreas devem ser continuamente observadas e que podem melhorar ou piorar o crescimento espiritual?”. Foram elencadas as oito áreas mais citadas e estas foram inseridas na Roda da Vida Cristã.
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Fonte: Elaborado pelo autor
Oração A oração em seu significado mais simples é “pedido ou súplica dirigido à Deus”, porém em seu sentido mais profundo, a oração é uma via de comunicação entre os homens e Deus. É o maior sinal de um relacionamento individual, onde, sem interferências externas, um cristão conversa com seu
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Deus e obtém respostas de diversas formas. Veja o que Jesus disse sobre a oração: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te ao mar, tal sucederá. E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis.” - A Bíblia Sagrada (Mateus 21:21-22)
Além de poder se comunicar com Deus através da oração, o cristão
poderá fazer pedidos e ser atendido, aumentando sua fé e criando uma experiência real de fé. Um relacionamento não existe se não houver comunicação, portanto uma pessoa que afirma ter saúde espiritual necessita ter uma vida de oração também saudável.
Pergunta-chave: Você tem dedicado tempo para se comunicar com seu
Deus? Leitura Bíblica O crescimento espiritual cristão está intimamente relacionado a ter uma mentalidade próxima daquela que Deus deseja, e para conhecer o que Deus deseja para a vida de um crente em Jesus só existe um único meio: através da leitura da Bíblia Sagrada. Jesus coloca a falta de conhecimento bíblico como um dos principais motivos dos erros durante a vida (A Bíblia Sagrada, Mateus 22:29). Um cristão sem conhecimento bíblico equipara-se à um médico sem conhecimento de medicina. Nas palavras do conhecido teólogo e escritor inglês, John Stott, “Nosso cristianismo é particularmente superficial porque a imagem que fazemos de Cristo é superficial. No entanto, os segredos da maturidade cristã estão prontos para serem descobertos na Escritura por todos aqueles que os buscam. Há uma amplitude na Palavra de Deus que poucos de nós conseguem depreender, uma profundidade que raramente sondamos” (Stott, John. Para Entender a Bíblia).
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Pergunta-chave: O tempo que tem dedicado à leitura bíblica e assim adquirir a mentalidade desejada pelo Senhor estão sendo suficientes para que outros percebam? Santificação A santificação é um processo que nunca acaba durante a vida de um cristão. É progressiva e contínua até o fim da vida daquele que foi regenerado, convertido e justificado por Jesus. O agente de santificação é o Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade. “O Espírito Santo está no ramo da convicção. Ele é o agente de santificação. Ele desenvolve o processo de santidade em nós. Jesus planta a semente em nós, sua própria semente, e, então, o Espírito Santo nos ensina a Palavra aguando a semente. Ele também nos vê como um jardim de Deus que está sendo cultivado, e, amorosamente, nos mantém capinados. Desculpas são como ervas daninhas: se permitirmos que cresçam, sufocarão os frutos.” – Joyce Meyer (2005).
Este processo é o que faz o cristão ficar cada vez mais parecido com Cristo e viver todos os dias tomando decisões corretas e de acordo com a Palavra de Deus. Vivendo desta forma e buscando a santificação, o indivíduo pode resistir com muita facilidade as tentações que antes eram impossíveis de serem negadas por sua velha natureza. Pergunta-chave: O quanto seu caráter é parecido com o de Cristo? Desapego Material A passagem bíblica que se encontra no livro de Marcos, capítulo 10, versículos de 17 a 22 relata o encontro de Jesus com um jovem da classe alta e importante na sociedade. Este jovem se aproximou e ajoelhou diante dele com uma pergunta simples com resposta complexa: “O que devo fazer para herdar a vida eterna?”. Jesus Cristo cita os dez mandamentos e o jovem rico sinaliza que já segue estas orientações desde a sua mocidade,
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porém existe algo que o impedia de herdar a salvação: o apego aos bens materiais. Aquele jovem retirou-se triste da presença de Cristo pois, conforme o texto bíblico, possuía muitas propriedades. Após isto acontecer, Jesus diz a seus discípulos “Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas” (A Bíblia Sagrada, Mateus 19:23). Por muito tempo as pessoas utilizaram versículos para afirmar que um cristão deve ser pobre e amar a pobreza a ponto de nunca buscar uma melhoria financeira, a exemplo do versículo citado anteriormente, porém em Marcos 10:24, Jesus, ao ver os discípulos espantados, explica melhor suas palavras trocando o “têm riquezas” por “os que confiam nas riquezas”. Dentro das religiões cristãs ser rico não é um empecilho para que uma pessoa seja salva ou seja feliz espiritualmente, porém retirar a confiança em Deus e depositar em bens materiais pode destruir o crescimento espiritual e o relacionamento com o próximo. Pergunta-chave: Se você tivesse que abrir mão de todos os seus bens materiais em prol do Reino de Deus, você o faria? Serviço Todo ser humano possui um talento e Deus dá dons a alguns de acordo com a necessidade da Igreja de Cristo (A Bíblia, 1 Coríntios 12:28). Uma das sensações mais angustiantes na vida de um cristão é estar em uma Igreja e não estar servindo de alguma forma. Westlake Taylor Purkiser em sua obra Os Dons do Espírito Santo afirma que “Toda a verdadeira função do corpo de Cristo tem um membro capaz de executá-la, e cada membro tem uma função a executar”. Metaforicamente falando, cada membro que fica engessado, sem desenvolver sua função a qual foi criado, acaba atrofiando e perdendo sua utilidade.
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A maturidade de um crente em Jesus pode ser medida em quanto tempo ele tem dedicado à obra do Senhor, seja em tarefas mais simples como organizar o templo para início do culto ou em missões mais complexas, como discipular um novo decidido. Pergunta-chave: Você tem usado seus dons e talentos para servir à comunidade do Senhor? Evangelismo Segundo o Dicionário Online de Português, a palavra evangelizar significa pregar o evangelho ou catequizar. Sem esta ação a Igreja Cristã não existiria e morreria com os primeiros discípulos. Ela é tão importante, que na Bíblia Sagrada,
Jesus afirma que o final dos tempos depende do
evangelismo mundial. "...este evangelho será pregado em todo mundo para testemunho de todas as nações, então virá o fim" – A Bíblia Sagrada (Mateus 24:14)
Após a ressurreição, Jesus dá uma ordem direta aos seus discípulos que é válida até os dias de hoje e é conhecida como “A Grande Comissão”: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.“ – A Bíblia Sagrada (Mateus 28: 18-20).
Evangelizar é obedecer a Jesus Cristo e um dos indicadores de que sua vida cristã está fortalecida ou não. Pergunta-chave: Quantas pessoas ouviram de você que Jesus é o Senhor e Salvador?
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Amor ao Próximo Se a vida espiritual de um cristão pudesse ser dividida em suas partes completamente iguais, elas seriam: Amar a Deus e Amar ao próximo, conforme as palavras de Jesus Cristo (A Bíblia Sagrada, Mateus 29:36-40). Este item de análise da vida espiritual é tão importante que no livro de apocalipse, escrito pelo apóstolo João quando ele estava preso na Ilha Patmos, existe o relato da visão do grande julgamento, onde Jesus impede que algumas pessoas adentrem no Reino de Deus e ao indagarem os motivos, já que eles aparentemente seguiam todos os ritos e até mesmo executaram milagres, Cristo foi incisivo: “Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;” – A Bíblia Sagrada (Mateus 25:42).
Neste texto fica claro que apenas amar a Deus ou apenas amar ao próximo não garante a salvação ou a completude espiritual, portanto é importante analisar o quanto o cristão está engajado em também amar ao próximo. Segundo a própria Bíblia, a palavra “próximo” significa qualquer pessoa que está em nosso caminho e precisa de nossa ajuda, inclusive nossos inimigos. Pergunta-chave: Você tem certeza que entrará no Reino de Deus se precisar mostrar o quanto amou seu próximo? Comunhão Um forte indicador de saúde espiritual em um indivíduo no meio da Igreja Cristã é a observação da frequência dele na programação da comunidade religiosa. A palavra Comunhão vem da palavra grega koinonia e seu significado no meio cristão é a representação da unidade entre todos os indivíduos daquela comunidade. A comunhão é tão importante que Thomas Watson a relacionou como caminho para a santificação:
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“Relacione-se com pessoas santificadas. Elas podem, mediante seus conselhos, orações e exemplo santo, serem um meio de torná-lo santo. Como a comunhão dos santos está em nosso credo, então, estes devem ser nossa companhia.” – Thomas Watson,
Quando um cristão está com a fé abalada ou sendo tentado continuamente ou não consegue resistir a determinado pecado, uma das primeiras ações que ele ou ela toma é deixar de frequentar aos poucos aquela comunidade e a explicação é simples: esta pessoa se sente “deslocada” por não estar agindo de acordo com os princípios bíblicos e religiosos da comunidade. Metaforicamente falando esta pessoa está vestida de sunga em um casamento, e em algum momento ela tomará uma decisão: sair do casamento ou vestir uma roupa adequada.
ANALISANDO O RESULTADO Fonte: Elaborado pelo autor
Após o preenchimento da ferramenta Roda da Vida Cristã, o coach deve fazer a seguinte pergunta para nota em cada área: “Esta nota te deixa tranquilo ou inquieto?”. Isto fará com que o coachee faça uma segunda análise naquela área. Uma nota baixa não significa dizer que ela necessite de atenção. É importante ressaltar que no processo de coaching quem determina o que fazer e quando fazer é o coachee, não o coach. O Instituto Brasileiro de Coaching lista as principais atribuições do coach em seu site: !91
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• Estimular o cliente a identificar e demonstrar seus valores essenciais; • Incentivar uma postura de integridade pessoal; • Desafiar o Coachee a “sonhar acordado”, criando para si uma visão de futuro que o encoraje a aplicar toda a sua energia para a construção do que deseja; • Gerar ação; • Despertar foco e motivação para que o Coachee possa atingir seus objetivos.
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Se um cristão está satisfeito com aquela nota, mesmo após a utilização da pergunta-chave e de outras que tragam alguma reflexão, o coach deve aceitar mesmo que esteja em um nível hierárquico maior dentro da religião. Segue abaixo um exemplo de diálogo entre coach e coachee de acordo com o preenchimento da Roda da Vida Cristã: - A nota 7 na área da oração te deixa TRANQUILO ou INQUIETO? Resposta 1: Me deixa TRANQUILO, pois apesar de não orar diariamente, tenho uma comunicação sincera com Deus. Reposta 2: Me deixa INQUIETO pois gostaria de orar com mais fervor e com mais frequência. Somente na segunda resposta é necessária uma ação por parte do coachee. Neste momento o coach deve fazer uma pergunta chave e o coachee deve anotar as ações para monitoramento futuro. 3.4 CRIANDO UM PLANO DE AÇÃO O próximo passo na metodologia é criar um plano de ação para atacar os problemas identificados. Ele deve focar somente as áreas com notas abaixo de 8 e que tenham deixado o coachee INQUIETO. Uma lista será criada conforme o exemplo abaixo: Área
Ação
Periodicidad
Prazo
L e i t u r a
Ler a Bíblia Sagrada todos os dias por no
e Diária
31/12/20
Bíblica
mínimo 15 minutos
19
Fonte: Elaborado pelo autor
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Toda ação necessita ter uma periodicidade e um prazo de conclusão, que nesta metodologia terá ciclos de no máximo 180 dias. A periodicidade pode ser diária, semanal ou mensal. Através deste plano de ação o coachee terá indicadores do quanto está próximo de alcançar seus objetivos espirituais. Durante a execução do plano de ação é necessário listar tudo que possa ter atrapalhado o plano. Esta lista deve se chamar lista de ameaças e uma segunda ação de mitigação ou eliminação deve ser criada. Segue abaixo um exemplo de como preencher a lista de ameaças: Ação
Orar todos os dias
Data
10/08/2019
Ameaça
Durmo assistindo televisão
O que fazer?
Orar antes de assistir televisão
Fonte: Elaborado pelo autor
Com a lista de ameaças, o coach pode motivar o coachee a atacar a raiz do problema e após o ciclo do plano de ação, que dura 180 dias, o coachee precisa reavaliar sua vida espiritual preenchendo novamente a Roda da Vida Cristã e criando um novo plano de ação caso necessário. Desta forma ele terá indicadores de crescimento espiritual obteve durante o processo de coaching. CONSIDERAÇÕES FINAIS Todo cristão deve almejar um nível espiritual cada vez maior e com mais qualidade de acordo com a Palavra de Deus. Prova-se que uma vida espiritual cristã sadia leva a uma vida também sadia em outras áreas. Existem diversos modos para o crescimento da vida espiritual cristã, dos mais tradicionais e conservadores, como ter disciplina para ir à todas as missas e cultos, participar de todos os eventos, orar todos os dias e seguir
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todos os dogmas da Igreja cristã, mas esta metodologia própria, responsável e trará resultados interessantes para aqueles que se dedicarem e desejarem verdadeiramente tornar-se luz do mundo. O processo de coaching é sem dúvida o melhor auxiliar para alcançar objetivos em todas as áreas da vida de uma pessoa, e a espiritualidade com certeza é uma dessas áreas.
REFERÊNCIAS A BÍBLIA. Tradução de João Ferreira Almeida. Rio de Janeiro: King Cross Publicações, 2008. CATALÃO, João; PENIM Ana. Ferramentas de Coaching. 7ª edição. Portugal: Editora Lidel Edições Técnicas, 2013. PAULA, Maurício de. A arte do Coaching: por uma vivência de 10.000 horas. 1ª edição revisada e ampliada. São Paulo: All Print Editora, 2011. PURKISER, W.T. Os Dons do Espírito. Campinas: Casa Nazareno de Publicações. STOTT, John. Para entender a Bíblia. Editora Ultimato, 2014. SASTRE, Saul. Planejamento Estratégico Pessoal com o uso do Balanced Scorecard. Porto Alegre, Alternativa, 2011. WATSON, Thomas. Santificação. Estandarte de Cristo, 2009. IBGE. Censo Demográfico. Tabela 137. Disponível em https://sidra.ibge.gov.br/tabela/137, acessado em 26/07/2019. Dicionário Online de Português. Significado de Evangelizar. Disponível em https:// www.dicio.com.br/evangelizar, acesso em 10/08/2019. Instituto Brasileiro de Coaching. Como funciona o processo de Coaching. Disponível em https://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/como-funciona-processo-de-coaching, acesso em 19/08/2019. Mente Cérebro. Há relação entre religião e felicidade? Disponível em http:// www2.uol.com.br/vivermente/noticias/ha_relacao_entre_religiao_e_felicidade_.html acessado em 10/08/2019. Significados. Coaching. Disponível em https://www.significados.com.br/coaching acessado em 10/08/2019.
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O AUTOCONHECIMENTO NO PROCESSO DE COACHING
"A gestão eficiente das emoções pode ser iniciada com o conhecimento do seu próprio perfil."
Charlston Marcelo Moreira
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O AUTOCONHECIMENTO NO PROCESSO DE COACHING Charlston Marcelo Moreira Morôni Kozoski RESUMO O objetivo deste artigo é buscar comprovações da importância epistemológica do autoconhecimento no processo de coaching. Pretendeu-se descortinar, através de pesquisa bibliográfica e questionário de análise comportamental que quando conseguimos alavancar o conhecimento sobre si mesmo, podemos enfrentar as diversas dificuldades comportamentais que nos sabotam no percorrer de nossas vidas e que durante o processo de coaching ocorre. Dificuldades diante de situações conflitantes e nosso raciocínio não consegue comandar o atitudinal ou quando ficamos resistentes à mudança. O que faz as pessoas se envolverem em projetos e se engajarem em suas instituições. Essas e outras questões permeiam o ambiente corporativo e governamental, como também a estrutura familiar que é o primeiro núcleo social do indivíduo. Ao longo dos anos, muitos autores dedicaram suas vidas a estudarem o complexo tema da análise de comportamento. Ao navegar por suas teorias vamos poder observar as temáticas se interagirem em torno da necessidade do saber de si para lidar com a existência, onde se incluem o “ser” próprio, os outros e o ambiente.
Palavras-chave: Autoconhecimento. Desenvolvimento. Coaching. Engajamento 1.INTRODUÇÃO Afirmava Carl Gustav Jung (1928): “Afinal são as qualidades morais de um ser humano que o obrigam a assimilar seu si-mesmo inconsciente, mantendo-se consciente, quer pelo reconhecimento da necessidade de fazê-lo, quer indiretamente, através de uma penosa neurose.” Nada é mais motivador do que a própria vontade de realizar. A busca de melhoria é intrínseco ao ser humano. Visualizar situações futuras, como quem planeja uma viagem maravilhosa de férias é um combustível impulsionador. E essa melhoria baseada em visualizações de metas futuras, deve ser agregado de !97
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conhecimento do trajeto, de suas dificuldades e das coisas que possam auxiliar no sucesso do empreendimento sonhado. Buscar fazer o necessário pela própria necessidade em si pode ser um caminho, mas buscar o necessário para expandir os seus valores e metas é muito mais motivador, para isso é necessário conhecimento, ou mais, o autoconhecimento. E o processo coach pode ser uma excelente opção para esse trajeto desafiador que é a vida. A história do coaching inicia-se com o uso do termo "Coach" empregado inicialmente em 1830 na Universidade de Oxford, como uma gíria para um tutor, remetendo assim ao trabalho de um preparador, inicialmente esportivo e sendo inserido no mundo dos negócios como um treinador de performance. O método é auxiliar a pessoas que querem alcançar uma meta, terem ferramentas adequadas para que o processo seja mais rápido e de forma mais eficiente possível, partindo do pressuposto que todos temos potenciais, bastando apenas que seja dada a orientação, suporte e apoio assertivo para que o denominado coachee alcance suas metas. O tempo e a experiência trouxeram aperfeiçoamento metodológico construindo assim uma autoridade baseada em resultados. Timothy (Tim) Gallwey trouxe para o mundo corporativo o que se originou nos esportes, mas especificamente no tênis e onde ele interpreta como um jogo interior, metáfora que irradiou para o mundo dos negócios. Estabeleceu-se assim a união da ciência da psicologia aplicada com as ferramentas pragmáticas. Observamos também que as metas individuais terão interferência decisiva das pessoas que nos rodeia, pelos mais próximos e também por pessoas que convivemos por vezes por obrigação social, pois o homem é um ser social que vive em grupo, isto é, junto com outros homens. Somente vivendo em grupo as pessoas podem satisfazer suas necessidades. Se vivesse sozinho, o homem seria incapaz de aproveitar os numerosos recursos da natureza. Ela é a condição fundamental para a sobrevivência humana, desde seu estágio natural até a sua transformação executada pela ação humana, a chamada segunda natureza. P r o p o m o s n e s t e t r a b a l h o u m a p r o f u n d a m e n t o n a fa s e d o autoconhecimento, como reforço estrutural da alavancagem inicial, permitindo assim que ao iniciar o deslocamento do ponto inicial “A” (estado atual) para o ponto “B” estado desejado tenhamos buscado o melhor preparo para o início de uma mudança. No livro Consciência e mediunidade, Divaldo Franco (2003), afirma que o estudo do inconsciente do ponto de vista psicológico é o conjunto de
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processos que agem sobre a conduta, mas não percebemos. Nele estão os desejos e aspirações primitivas ou reprimidas, tendo como vigilante o nosso senso crítico, segundo Sigmund Freud é um fator de nossa mente que censura psiquicamente bloqueando o conhecimento desses dados, porém sua porta de entrada é a nossa própria consciência, a qual está sujeita a nossa própria escolha, sendo esse “porteiro”. No livro “Sigmund Freud” de Bernard Jolibert afirma que a consciência é a superfície do aparelho mental, como função de um sistema é o primeiro a ser atingido no sentido funcional e no sentido físico. A consciência é a mente racional. Ela tem a capacidade de pensar, definir o que é certo ou errado, ter noção de tempo e espaço. O termo "subconsciente" foi utilizado pela primeira vez pelo psiquiatra francês Pierre Janet, contemporâneo de Freud, para indicar os conteúdos da mente que se encontram em um nível inferior de consciência. O subconsciente não é racional. Ou seja, tudo o que você conseguir impregnar em sua mente subconsciente, o mesmo aceitará como verdade. Isso se torna maior quando encaramos que esse lado da nossa mente tem grande parte do controle sobre nós. O subconsciente é responsável pela maior parte das decisões que tomamos diariamente. Mesmo as decisões que você acredita ter tomado conscientemente, podem ter sido tomadas no subconsciente e todo esse tempo de racionalização serve apenas para encontrar uma justificativa.
Observamos que a mente atua como camadas hierárquicas de decisão. A
nossa história armazena informações no inconsciente, o dia dia é moldado no subconsciente e a nossa consciência administra as nossas ações. Precisamos absorver a maior quantidade de coisas adequadas, cuidar dos nossos impulsos e gerenciar nossas atitudes, revendo nossos erros e acertos para planejarmos os próximos passos, que poderão se repetir alguns, meditar para moldar outros e exercitar aqueles que não temos habilidade. Voltando ao inconsciente, observamos que é um assunto que extrapola os psicanalistas, ele também virou uma das áreas mais interessantes da neurociência moderna. Essa transformação aconteceu porque as técnicas de mapeamento cerebral finalmente estão permitindo que os cientistas comecem
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a desbravar o inconsciente, um mundo inexplorado e muito maior que a consciência. Para conseguir utilizar os benefícios do subconsciente e inconsciente ao seu favor, é necessário realizar uma reprogramação mental. Ou seja, você deve estar consciente de que a mente exerce um poder significativo sobre seus pensamentos e atitudes. Ao reconhecer os próprios impulsos podemos nos precaver sobre a adequação de nossas atitudes. E se tornar menos escravo dos sequestros emocionais. Sendo ideal deixarmos de ser termômetros, apenas indicando se a temperatura está subindo, para sermos termostato adquirindo a propriedade de entender o clima ao seu redor e, se a temperatura está ficando quente ou estressante, realizar ações para deixar o clima mais leve; e vice-versa. Esse reconhecimento argumentado por Jung é ratificado pelo psicólogo ph. D. Daniel Goleman, através de seu livro “Inteligência Emocional” que define ela como a capacidade que um indivíduo tem de identificar os seus próprios sentimentos e os dos outros, de se motivar e de gerir bem as emoções internas e nos relacionamentos. Por este motivo, saber reconhecer e gerenciar as emoções são fatores essenciais para a sua verdadeira realização na vida. Esses argumentos trazem validação perante a importância de se autoconhecer, inclusive sendo um fator essencial para a sobrevivência social. Sendo o homem um ser social, como conceituado por Aristóteles, não pode se eximir de que suas atitudes e comportamentos irão reverberar desde o seu primeiro grupo social, que é sua família, podendo chegar até em consequências de um acordo internacional pela destruição de armas atômicas. Atualmente com o conhecimento mais aprofundado da história, observamos que diversas atitudes de grupos importantes em fatos de importância mundial foram pautados em limitações da própria consciência como ser humano. Como exemplo, por mais que se busque razões econômicas nas guerras é notório observar que o comportamento individual de alguns líderes mundiais foram decisivos para agravar o quadro geral. No início de um processo de mudança como se busca no coaching a identificação do temperamento é essencial como ponto de partida. Os conceitos psicológicos de personalidade e caráter, invariavelmente, necessita de um
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aprofundamento conceitual e de análise do ser que não coadunam com a natureza pragmática do coaching, para isso utiliza-se uma ferramenta chamada assessment, termo em inglês que significa avaliação. No ambiente corporativo, o termo se tornou sinônimo de gestão profissional. O assessment traz como principal benefício o autoconhecimento, fazendo com que eles identifiquem quais os pontos fortes e quais fatores precisam ser melhorados, não apenas para o cargo exercido, mas para a carreira, de forma geral. É avaliar comportamento e competências para conhecer com maior eficiência e critério as pessoas, buscar autoconhecimento e gestão do conhecimento. É a designação contemporânea para a identificação do gerenciamento por intermédio de técnicas e avaliações que conduzem ao diagnóstico do potencial das pessoas. Existem diversos tipos de assessment, com intuitos e características próprias. Esses testes visam avaliar características pessoais, outros que procuram traços motivacionais, e ainda os que medem desempenho. O temperamento do ser humano descreve seus potenciais e suas fraquezas. De acordo com sábios, estudiosos, religiosos, e tantas outras autoridades sabemos hoje que o autoconhecimento é base de toda construção de saber. Segundo DANTAS, Gabriela Cabral da Silva (2019) o autoconhecimento significa o conhecimento de um indivíduo sobre si mesmo. A prática de se conhecer melhor faz com que uma pessoa tenha controle sobre suas emoções, independente de serem positivas ou não. O autocontrole só pode ser alcançado com gasto de energia, pois estaremos agindo contra a homeostase (condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente para o equilíbrio do corpo), nossa máquina orgânica só tem o único objetivo, o de sobreviver. Apesar de termos consciência dessa necessidade do esforço para se obter resultados, relegamos a importância menor nosso exercício de melhoria pessoal. Conhecendo tal controle emocional provocado pelo autoconhecimento pode-se evitar sentimentos de baixa autoestima, inquietude, frustração, ansiedade, instabilidade emocional e outros, atuando como importante exercício de bem-estar e ocasionando resoluções produtivas e conscientes acerca de seus variados problemas.
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DISTINÇÃO DE CONCEITOS Uma distinção importante a ser feita entre temperamento, caráter e personalidade: Temperamento - combinação de características congênitas herdadas de nossos pais e avós e coordenadas com base na nacionalidade, raça, sexo e outros fatores hereditários. Caráter é o verdadeiro eu. O fruto do temperamento burilado pela disciplina e educação recebidos na infância e pelos comportamentos básicos, crenças, princípios e motivações. Personalidade - é a organização dinâmica e interna daqueles sistemas psicofísicos do indivíduo que determinam seu ajuste individual ao ambiente.” (Gordon Allport) Temperamento: características com as quais nascemos. Caráter: o temperamento "civilizado". Personalidade: o rosto que mostramos ao próximo.
De acordo com Timothy Gallwey, considerado o pai do coaching, no
processo de treinamento de uma mudança de comportamento, não se deve simplesmente ensinar a coisa certa, pois não fechará um ciclo completo de aprendizagem, será apenas uma repetição de outra forma de fazer e isso ficará sensível a qualquer dificuldade que surgir. Ele afirma que o sujeito deve observar em si como o processo está se dando, quais as dificuldades e buscar em seus recursos internos a melhor maneira de melhorar a sua performance, então o treinador vai acompanhando sua evolução, inserindo novos aprendizados até que após uma quantidade de treinos traga o aprendizado completo. O pai do coaching foi capitão da equipe de tênis nos EUA, de onde mais tarde tirou a inspiração para escrever seus livros sobre a metodologia de desenvolvimento humano mais notável da atualidade. Ele observou que seus alunos pioravam o comportamento ao se sentirem sendo analisados e agirem de forma mais eficientes quando se sentiam livres, então começou a ensiná-los a gerenciar suas emoções, sentimentos, medos, limitações criando seu jogo interno, que baseava-se em certos princípios em que um indivíduo usa
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observações sem julgamento de variáveis críticas, com o objetivo de ser precisas sobre essas observações, se as observações forem precisas, o corpo da pessoa irá ajustar e corrigir automaticamente para alcançar o melhor desempenho.
Essa questão de julgamento, que envolve o auto julgamento e com isso a
construção de um comportamento julgador com o outro, acaba retornando para nós mesmos em forma de comportamento defensivo, sentindo no momento em que estamos sendo analisados, um incômodo muitas vezes tão angustiante que interfere em nossa performance.
Esse comportamento auto julgador talvez seja o principal sabotador no
processo de melhoria da perfor mance. Ao entender que somos intrinsecamente assim e, ainda, identificarmos onde somos mais vulneráveis, poderemos agir de forma consciente e inteligente para evoluirmos. Sabendo que nesse processo não há necessidade de buscarmos as razões que deram origem a esses comportamentos julgadores, pois são ações de cunho psicológicos muito profundas, que invariavelmente demanda um tempo longo. Os resultados dos processos de coaching estão atualmente comprovando a eficiência de se estabelecer as metas e trabalhar com os potenciais a caminho do futuro. É claro que se durante o processo o profissional observar que o passado tem uma força decisiva na transformação, deve ser indicado a procura de um profissional de psicologia para uma análise mais aprofundada. Tal qual se faz em uma academia de ginástica em que não se observa evolução e que seja notório o trabalho paralelo de outro profissional como o nutrólogo ou endocrinologista. O psicólogo PhD Marshall Rosenberg desenvolveu o conceito de Comunicação Não-Violenta (CNV), tendo o intuito de estimular as pessoas a construírem relações mais empáticas. Já atuou em mais de 65 países, realizando cursos, conferências, pesquisas, mas não antes de vivenciar suas teorias em países em conflitos, realizando mediações entre gangues americanas e a polícia, acompanhando todos os ambientes possíveis de conflitos. Ele afirma que devemos observar de maneira descritiva e não julgadora, pois há uma sutil diferença entre afirmar e julgar. O primeiro verbo se refere a uma descrição de fatos sem generalizações ou exageros linguísticos
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como “sempre”, “nunca”; e “jamais”. Já a segunda palavra está carregada de adjetivos que transformam um retrato particular sobre alguém numa história taxativa e geralmente parte de um ponto de vista arbitrário. Fomos criados historicamente por sociedades julgadoras, nossos pais, professores, amigos e colegas de trabalho estão constantemente nos forçando a tomar decisões para adquirir aprovação. Precisamos então entender que nossa performance pode ser melhor a partir de nossas próprias ações e decisões. Em poder dessa informação podemos buscar a próxima etapa de ação. Se sabemos que somos sensíveis a algum tipo de julgamento, que precisamos conhecer nossos recursos internos e o que pode impedir-nos de evoluir, reconheceremos especificamente o que nos leva a perder o controle durante o percurso, levando-nos a desistir de nossas metas. Para isso faz-se necessário estudar o perfil individual, de como ocorre com os diversos comportamentos, tema central deste TCC e aprofundar
os fatores que influenciam o nosso
cérebro.
O cérebro é uma estrutura física do nosso organismo que se assemelha a
um agitado debate acadêmico em que as informações explodem de forma desorganizada e que constantemente não se convergem em seu teor principal mas que muitas vezes prevalece quem fala mais alto. Cientistas americanos concluíram que qualquer estímulo que chega ao cérebro não segue uma rota definida, mas percorre diversos caminhos de neurônios, e alguns vão levar a dados que nada têm a ver com a assunto tratado. Quando um estímulo encontra uma espécie de eco em algum dado armazenado na memória, este circuito passa a ser mais ativado, como uma pista. No final, é como se o cérebro escolhesse as pistas e, por intuição, decidisse em favor de uma resposta, mesmo que incompleta, pelos dados de que dispõe. Facilitando assim a nossa vida em diversas resoluções de equações difíceis, porém muitas vezes nos traz decisões que não são as mais adequadas, sendo necessário nesse instante utilizar a percepção de qual será a consequência social. E m c o n t r a p a r t i d a , é e s s a f ó r m u l a d e s e mp r e t r a b a l h a r simultaneamente com um grande número de informações que dá à inteligência humana toda a flexibilidade, fazendo com que o homem seja capaz de
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reconhecer depois de muito tempo um amigo que deixou crescer a barba, ou de imaginar um passeio no natal em Gramado sem nunca ter ido ao Rio Grande do Sul e, principalmente, de lidar com toda sorte de imprevistos. Segundo a Doutora Silvia Helena Cardoso, PhD e fundadora do editorial Cérebro & Mente, o cérebro é um objeto bem definido, uma entidade material localizada dentro do crânio, que pode ser visualizado, tocado e manipulado. É composto de substâncias químicas, enzimas e hormônios que podem ser medidos e analisados. Sua arquitetura é caracterizada por células neuronais, vias neurais e sinapses. A mente por sua vez transcende o que conhecemos hoje como matéria. Segundo o prêmio Nobel Sir John Eccles, a mente é distinta do corpo. Para outros especialistas em neurociências existem correlação de eventos mentais, tais como a aprendizagem, com alterações químicas e estruturais das células nervosas. Avançou-se muito o estudo do funcionamento cerebral com o uso da ressonância magnética funcional (FMRI). O FMRI pode ser usado para revelar estruturas cerebrais e processos associados à percepção, pensamento e ação. Podemos aproveitar essas constatações científicas e monitorar como nossas reações emocionais estão alavancando ou sabotando nossas ações. Costumeiramente no início do cumprimento de nossas metas nos sentimos empolgados como se nada pudesse nos deter, porém com o passar do tempo nossa resistência começa a fragilizar, pois no início de um programa de coaching alinhamos nossa química mental. Ao ser tomada a decisão de agir diferente, ser guiado por um profissional, receber as orientações de como funciona a metodologia, estamos com o cérebro despejando a química ideal para a motivação e a mente inicia as visualizações positivas, nesse instante o cérebro que não difere futuro de presente se sente realizado como se estivesse cumprindo tudo. Os obstáculos surgem na tela mental como exatamente são: obstáculos; E o que se faz numa corrida com os obstáculos? Pula, ultrapassa, desvia, quebra e a cada pequena vitória frente a esses obstáculos nos sentimos mais fortalecidos. Porém após a terceira, quarta sessão de coach, que está por volta de três ou quatro semanas, começa o envolvimento com as dificuldades, o cérebro começa a ser alimentado apenas com estímulos elétricos de baixa frequência, derramando assim neuro hormônios estressores. A mente nesse
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período fica com dificuldades de visualizações e o cumprimento de metas vai ficando mais difícil. Se o coachee no início do processo se estruturou na área do autoconhecimento, pode ocorrer momentos de dificuldades, porém, além de ter preparado o cérebro para esses momentos, ele terá um plano de contingência para superar antes de chegar num ponto sem volta. Ressalto aqui a importância de estudarmos os neurotransmissores como a adrenalina, serotonina, dopamina que atuam fortemente na vontade do ser. Segundo CARLSSON (2000) a serotonina influencia o balanço excitatório/inibitório cortical e subcortical e participa de vários processos fisiológicos e patológicos do cérebro. Sendo a serotonina um neuro hormônio identificador do humor, podemos além de consumir alimentos adequados a sua produção, podemos incluir a meditação, exercícios físicos, porém para o caso de nosso estudo o mais importante é que a falta de alegria em cumprir nossas metas pode ser um sinal de que devemos tomar atitudes. E essas medidas irão, como um tratamento preventivo, reforçar a imunidade emocional. E mesmo que atualmente percebemos que estamos com diversos vícios difíceis de administrar, como a impaciência, procrastinação e outros, observamos que as ciências exatas e as mais filosóficas nos trás as evidências que podemos sim, no hoje, iniciar um processo de educação mental, gerenciando nossa área cerebral na produção dos neuropeptídeos positivos e na nossa área mental exercitando os bons fatores emocionais. O autoconhecimento no início do processo de coaching trará uma excelência no resultado, facilitando o trabalho durante o processo, reduzindo as resistências e a procrastinação, tendo em vista criar uma alavanca poderosa no início. Uma metáfora da preparação do início de uma corrida de 100m. Primeiro o preparo físico e mental com exercício anteriores, muitas vezes parecendo fora do propósito, como a musculação, pode parecer desnecessário para o leigo pois treinar corrida pode parecer que se necessite apenas correr, o mesmo acontece quando nos preparamos para cumprir uma meta, para sairmos do ponto A para o ponto B, que simbolizaria nosso fim da corrida, porém no melhor lugar possível, com a intenção de ganharmos medalha. O corredor treina exaustivamente o posicionamento na largada, sua posição dos pés, postura correta, visualização do objetivo, respiração ritmada,
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um conjunto de fatores que definirão a vitória, que pode ser perdida por causa de frações de segundos. Isso ocorre em nossas metas de forma amplificada, por vezes iniciamos nosso percurso sem o preparo adequado e falhamos, identificamos por vezes desde o início essa falta do preparo e tentamos consertar essa falha no caminho, isso já deve ser objeto de reflexão e ação, porém por vezes temos a ideia de que estamos preparado e no trajeto vamos falhando, procrastinando e não entendemos o porque. Pode ser uma causa de força inicial. O entendimento do treinamento desportivo tem a ver com a preparação do desportista como o processo multifacetado de utilização racional de todos os fatores (meios, métodos e condições) que permitem influenciar de maneira dirigida sobre o crescimento do desportista e assegurar o grau necessário de sua disposição para alcançar elevadas marcas desportivas. (MATVEEV, L.P, Moscou, Fiz, 1997.)
Autores das ciências nos conclama sempre a ter uma preocupação muito específica sobre o autoconhecimento, vejamos as palavras de Peter Jarvis um dos maiores educadores de adulto do mundo, quando participa da excelente obra ¨Teorias Contemporâneas da Aprendizagem”: As condições internas de aprendizagem são características do aprendiz que influenciam as possibilidades de aprendizagem e estão envolvidas nos processos referentes a ela. A inteligência deve ser uma medida da capacidade geral de aprender, mas sempre se questionou se existe ou não um exemplo geral e mensurável desse tipo e certamente não há um consenso geral sobre a sua definição. Desde 1983, o psicólogo americano Howard Gardner (1983, 1993, 1999) afirma que existem várias inteligências independentes – uma visão que, até certo ponto, corresponde à compreensão da aprendizagem apresentada aqui, pois inclui não apenas capacidades cognitivas, mas também capacidades emocionais e sociais. Um conceito um tanto semelhante envolve estilos de aprendizagem individuais, mas a sua natureza e existência parece ser uma questão mais aberta. Ao contrário dessas medidas gerais, é óbvio que os aspectos individuais mais específicos do gênero e idade influenciam, até certo grau as possibilidades de aprender. (Jarvis, Peter, 2013).
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A transformação de um comportamento é uma nova aprendizagem, o
profissional de coach tem a responsabilidade de identificar o estilo de aprendizagem do coachee, para que durante o processo os novos conhecimentos apresentados sejam apreendidos de forma eficiente. Por isso a necessidade de se aprofundar no autoconhecimento, seja o coach no domínio de sua capacidade de identificar as características do cliente e inspirá-lo à transformação, seja pelo coachee que ao se entender possa revelar em si suas potencialidades e dificuldades. Em complemento ao trabalho apresentado temos aqui um estudo feito com servidores da Polícia rodoviária Federal, durante um a realização de um curso de gestão. Com o objetivo de trabalhar o autoconhecimento foi traçado o perfil comportamental através de um teste DISC. O teste de Análise Comportamental é uma ferramenta de "assessment" denominada DISC, que é um acrônimo em inglês que traduzindo significa: Dominância (D), Influência (I), Estabilidade (S), Conformidade (C). De acordo com a Teoria DISC, todas as pessoas têm potencial para o sucesso, mas cada uma terá mais chances de alcançá-lo em atividades que estejam adequadas ao seu perfil comportamental. Portanto, parte do princípio de que nenhum perfil é melhor ou pior. Pessoas que realizam atividades alinhadas ao seu perfil tornam-se mais realizadas e felizes. A avaliação DISC é uma metodologia criada por William Moulton Marston, pesquisador da Universidade de Harvard. (PRF, 2019)
Os resultados apresentados a seguir são oriundos de um questionário aplicado ao quadro da Polícia Rodoviária Federal e identificamos o perfil comportamental de parte dos policiais que trabalham na gestão. Sendo 98 chefes de delegacia, função gerencial da área operacional que se compõe das unidades operacionais (UOPS), 26 chefes de seção operacional dos estados e 36 chefes da seção de gestão de pessoas. Esses policiais estavam realizando esse curso de gestão policial na Academia Nacional da Polícia Rodoviária Federal (ANPRF), localizada no estado de Santa Catarina na cidade de Florianópolis, no bairro de Canasvieira. A proposta foi sensibilizar os
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servidores da importância do autoconhecimento, o que no perfil comportamental de cada poderia estar afetando em acertos e erros durante a execução das atividades profissionais. A pesquisa ocorreu na última semana de outubro de 2018, no próprio local do curso. Os dados coletados foram interpretados por meio de gráficos estatísticos e apresentados na forma de gráfico para maior compreensão, como descritos a seguir: Figura 1 - Parte da planilha com os dados colhidos com os alunos da PRF
Figura 2 - Gráfico com a combinação de comportamentos
COMBINAÇÃO DOS PERFIS Influente e Dominante (Comunicador e Executor)
Empreendedor
Estável e Dominante (Planejador e Executor)
Organizador
Dominante e Cauteloso (Executor e Analista)
Inovador
Estável e Influente (Planejador e Comunicador)
Aconselhador
Estável e Cauteloso (Planejador e Analista)
Especialista
Cauteloso e Influente (Analista e Comunicador)
Integrador
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No contexto geral o perfil comportamental da grande maioria estava muito alinhado com as características que se espera dos policiais em cada área administrativa que atuavam, sendo os que trabalham no setor mais técnico, utilizando mais ferramentas tecnológicas foram indicados como “especialistas” e os pessoas mais concentradas e meticulosas e os que trabalham na área operacional mais comunicativos e executores (empreendedores) estavam na área administrativa que lidam com pessoas (efetivo PRF). Trazendo assim uma comprovação documental de que a produtividade do trabalho tem uma intensa influência no autoconhecimento e no devido mapeamento de competências. Um alerta foi observado porque os que participaram da pesquisa não estão atuando na área fim, que é as rodovias federais, e como nosso efetivo pode a qualquer momento trabalhar nas áreas administrativas e área operacional, deverá ter uma preocupação em se trabalhar a gestão da mudança de atividade, tendo em vista os perfis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento do presente trabalho possibilitou uma análise da influência do autoconhecimento no processo de transformação pessoal. Observamos que nos estudos da psicologia de Freud e Carl Gustav Jung que apesar de não termos fácil acesso ao nosso inconsciente podemos enriquecê-lo com conhecimentos adequados e com isso precavermos de fobias antigas assombrarem nosso cumprimento de metas desafiadoras. Que nosso subconsciente é responsável direto pelas nossas ações e que ao longo do dia vamos construindo o perfil de nossas decisões. Com isso pode-se perceber que precisamos cuidar de nossos porteiros da inconsciência, pois apesar de nosso comportamento ser regido por fatores construídos ao longo de nossa vida e que dominamos pouco nas atitudes de rompante, podemos controlar o que estamos entregando a ele, podemos capacitar nosso porteiro a permitir entrada apenas de boas informações, adequadas ao que pretendemos construir. Não temos como impedir que o gatilho seja disparado, nem que as janelas se abram, por conseguinte, pois que !110
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isso se dá de modo alheio à nossa vontade. Mas só se retira do fundo do baú o que ali um dia foi guardado. A gestão eficiente das emoções pode ser iniciada com o conhecimento do seu próprio perfil. Auto identificação dos pontos fortes e a fracos que foram desenvolvidos durante a formação do próprio temperamento e caráter podem ser mapeados e traçado um plano de melhoria. E de posse desses dados poder direcionar os recursos, mitigando as questões sabotadoras como o auto julgamento, vislumbrando as metas futuras e administrando os obstáculos que vão surgindo. Para se atingir uma compreensão dessa realidade, definiram-se dois objetivos específicos. O primeiro, de comprovar que o cérebro é uma máquina que podemos monitorar a sua química, como também a mente apesar da grande complexidade nos permite um relativo controle. Que através da observação das próprias atitudes e ao responder questionários com essas informações poder trabalhar as áreas que necessitem mais atenção, como lidar melhor com a procrastinação e a desistência. O segundo é a comprovação que o coachee deve trabalhar seu autoconhecimento no início do processo, igual a um atleta de alta performance, que se prepara antes do início de uma corrida difícil e importante conseguindo assim um aumento na possibilidade de cumprir com excelência os objetivos pretendidos. Como já esmiuçado no capítulo de comprovações científicas observamos que durante o processo de coaching temos a criação de novos aprendizados e podemos aproveitar a vasta literatura pedagógica atual que trata sobre como aprendemos mais rápido e melhor. Observou-se que os comportamentos básicos de executor, comunicador, estável e cauteloso se desmembra em vários aspectos importantes na avaliação do perfil, o estudo sério por parte do coach sobre o comportamento de seu coachee poderá levar o processo a um nível muito alto de excelência. Uma coachee mais especialista tem a tendência de ouvir menos as pessoas, com isso fica difícil para ela perceber a sua própria procrastinação, no cumprimento de alguma tarefa futura, as desculpas podem ser ressignificadas mostrando em relatório anterior que há no histórico algumas dificuldades de comportamento que
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podem ser revistos. O grande sábio da antiguidade já nos disse: “conhece-te a ti mesmo”. Esse conhecimento prévio pode ser decisivo para o sucesso. REFERÊNCIA APOSTILA Curso de Formação Policial da Polícia Rodoviária Federal (2019)
BUSATTO, Geraldo Filho. Fisiopatologia dos transtornos psiquiátricos. 4ed. São Paulo: Atheneu, 2006. p. 191-204. CARLSSON A.; WATERS, therapeutic implications. Brain Research Reviews, v. 31, p. 342–349, 2000.
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/psicanalise-a-mente-segundo-a-teoria-de-sigmund-freud.htm
FRANCO, DIVALDO (2003). Consciência e Mediunidade. Projeto Manoel Philomeno de Miranda.
GALLWEY, Timothy. O jogo interior do tênis. 1996
HELENA DE OLIVEIRA. Cérebro Humano. Revista Super Interessante. 2016
JOLIBERT, Bernard. Sigmund Freud. 2010
MAGGIE, João. Coaching: O guia essencial para coaches e líderes. Portugal: Lua de papel, 2018.
MENEGASSI, Claudia H. M; BOTOLOZZI, Flávio; TENÓRIO, Nelson; SARTORI, Rejane. Gestão do conhecimento nas organizações: Inovação, gestão educação e tecnologia. 1 Ed. Jundiaí: Paco Editora, 2017.
JANET, Pierre. Névroses et Idées Fixes. Alcan, Paris, 1898. WATTLES, Wallace. A ciência de ficar rico. 1910.
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EDUCAÇÃO ESTRATÉGICA - BASE FUNDAMENTAL PARA ORGANIZAÇÕES DE SUCESSO
"A educação corporativa permite a formação de profissionais munidos de um preparo mais elevado, que sendo aplicado adequadamente podem oferecer retorno ao negócio."
Florisvaldo Fernandes de Sousa
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EDUCAÇÃO ESTRATÉGICA - BASE FUNDAMENTAL PARA ORGANIZAÇÕES DE SUCESSO Florisvaldo Fernandes de Sousa Morôni Kozoski RESUMO O objetivo deste trabalho é provocar a reflexão sobre o tema educação estratégica, considerando a rápida mudança do comportamento das pessoas e consequentemente das organizações nos últimos anos. Para isso é importante entender a estrutura organizacional como um sistema. Este, formado pela interação de um conjunto de pessoas, processos, estrutura, métodos e procedimentos. Produtos, mercados e clientes também compõem essa formação. E ainda por sentimentos e emoções. Intercambiar a sinergia desses elementos é o grande desafio para as organizações. Requer dos seus líderes o máximo empenho para fazer com que as pessoas sintam que a organização também é delas. Daí vem a necessidade de compartilhar a visão da organização com todos que a compõe. Ou seja, educar as pessoas do seu o quadro de operação, as que servem, já não está sendo mais suficiente neste mundo exigente e acelerado. As ações educacionais precisam alcançar também aqueles que consomem os produtos e, por esse motivo são a razão da existência da organização. Por tanto não há como deixá-los de fora do contexto de desenvolvimento desse sistema. Há uma ainda sutil percepção nesse sentido e um novo movimento começa a surgir, na perspectiva de atender essa necessidade de mercado, cujo foco está na Educação Estratégica das pessoas que compõe todo o sistema organizacional. Palavras-chave: Sistema Organizacional. Comportamento. Educação Estratégica.
1.INTRODUÇÃO
Segundo SECRETAN 1997: “Para muitas pessoas as empresas adotaram uma abordagem anti-humano, com seus líderes vendo nos clientes nada mais que oportunidades de manipulação e exploração”. As últimas décadas foram marcadas por mudanças, as organizações buscando ser mais competitivas, passaram a ter como prioridade em seus
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orçamentos, um percentual bastante representativo para investir em gestão de pessoas. Oferecer oportunidades de aprendizagem e crescimento profissional tem sido uma estratégia adotada pelas organizações que buscam se destacarem no mercado. Elas tem o entendimento que a valorização das competências dos funcionários é um aspecto relevante nos seus programas de educação corporativa e gestão estratégica de recursos humanos, por estarem conscientes do fundamental papel das pessoas para inovação e desempenho da organização. As organizações precisam buscar a excelência em sua área de atuação, assim tem a necessidade de um desenvolvimento continuo, para manter o posicionamento de mercado já alcançado e perseguir a conquista de novas fatias. Para tal, investem no aprimoramento do conhecimento e na valorização do capital humano como aspectos de maior relevância do processo produtivo. A educação corporativa permite a formação de profissionais munidos de um preparo mais elevado, que sendo aplicado adequadamente podem oferecer retorno ao negócio. Porém, diante da grande oferta e consequentemente, acirrada competição pela preferência do consumidor, traz junto a percepção de que algo mais precisa ser feito pelas organizações para alcançarem o sucesso. Desta forma uma nova visão começa a ser trabalhada, onde dois aspectos que compõe essas organizações são considerados de vital importância, um deles é o grupo de pessoas que servem, o outro, das pessoas que são servidas. Educar apenas o primeiro, já não é mais garantia de bons resultados.
Assim, entra em cena a ousada investida no processo de
preparação também do segundo grupo, ou seja, além de preparar o pessoal do quadro operacional, a organização precisa investir na educação daqueles que irão consumir os seus produtos, em um movimento denominado educação estratégica. Organizações em nível mais consciente vem investindo nesta prática com o objetivo de melhorar os seus resultados, há exemplos espalhados por várias partes do mundo que mostram a preocupação com este aspecto, dentre eles, as cooperativas financeiras, organizações regidas pelos princípios que originou o cooperativismo, e que são mantidos até hoje. E, dois deles !115
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contemplam esta área de Educação Estratégica, o quinto princípio: Educação, Formação e Informação e o sétimo princípio: Interesse pela Comunidade. Em observância a esses princípios elas desenvolvem programas de educação cooperativa, financeira e empreendedora para seus membros e comunidade. Desenvolvimento, aprendizagem e conhecimento são processos sociais e a cooperação é indispensável à sua construção. Cooperar, no entanto, não deriva automaticamente da proximidade física. Implica igualdade e diferença. Só pode haver cooperação quando pessoas curiosas, confiantes, informadas e motivadas, capazes de refletir, ouvir e participar, com diferentes pontos de vista, diferentes experiências e vivências são reconhecidas como competentes na sua individualidade (pessoal, social e cultural). Quando, dadas as oportunidades e em clima de igualdade, se gera entre elas um conflito ‘positivo’ que provoca a desestabilização necessária para uma evolução cognitiva e atitudinal. Logo, cooperar é também condição sine qua non para a construção de uma sociedade democrática e plural. (COCHITO, 2004, p. 4).
Nesse contexto, este artigo tem como objetivo estabelecer uma discussão sobre a importância da educação estratégica como vantagem competitiva das organizações, interrogando qual o papel da educação e do aprendizado como um instrumento de desenvolvimento de processos, pessoas e mercado. Para tanto, os objetivos específicos irão definir um panorama geral sobre a educação estratégica, sua importância e um breve histórico a fim de embasar o debate, em seguida, o novo papel do líder como promotor de vínculos organizacionais. Por fim, será discutido o comportamento como ferramenta de educação. 2. EDUCAÇÃO ESTRATÉGICA
A definição de Educação Estratégica tem origem na combinação dos
termos, educação: ato ou processo de educar e estratégia: ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar um objetivo ou meta. Entende-se que educação estratégica é o processo de educar com ações adequadas para alcançar os objetivos ou metas alinhados ao propósito, corporativo ou pessoal.
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A Educação Estratégica é um instrumento importante para levar a organização ao sucesso, no entanto requer dos líderes a adequada compreensão que tudo começa na necessidade de um grupo de pessoas (nicho de clientes) e termina na satisfação desse mesmo grupo de pessoas. Desta forma, para que isso aconteça é fundamental ter líderes conscientes desse processo e comprometidos com ele. Isso quer dizer que é preciso haver a compreensão que a educação para o trabalho não visa a dependência nem a independência; todo aprendizado deve ser orientado ao alcance da interdependência. O verdadeiro patrão é o grupo das pessoas que compram os produtos; o proprietário, o líder que dirige é apenas o colaborador-mor. Não se deve esconder a reclamação de algum cliente. Ela significa a oportunidade de conhecer os seus desejos e assim, aperfeiçoar os produtos ou serviços oferecidos. De acordo com SAIANE.2006 “Clientes cada vez mais exigentes continuam dirigindo o varejo para novos modelos de sobrevivência e evolução. O círculo vicioso: as pessoas cada vez mais tem que assumir diferentes papeis perante o mundo, que se torna cada vez mais competitivo”.
A compreensão de que o sistema organizacional é composto de pessoas,
processos, estrutura, métodos e procedimentos; Produtos, mercados e clientes também compõem essa formação; E ainda por sentimentos e emoções, fortalece a proposta da educação estratégica de ser uma adequada ferramenta para encaminhar as organizações ao sucesso. As pessoas que servem tem a missão de educar as que são servidas. Cabem as primeiras gerar ações ativas com o objetivo de provocar ações reativas das segundas, que venham convergir em direção ao proposito corporativo. Isto quer dizer que a aprendizagem deve ser abrangente a todo o sistema organizacional. É preciso compreender as diversas maneiras de aprendizagem humana que ocorrem dentro de um sistema organizacional, que podem ser através de ações formais, informais ou intuitivas. Para buscar um melhor entendimento dessa área de conhecimento, é preciso fazer distinção entre os conceitos:
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informação, instrução, treinamento, desenvolvimento e educação. Para isso, será utilizada a classificação proposta por Vargas e Abbad (2006): •
Informação: Módulos ou unidades organizadas de informações e conhecimentos, disponibilizados em diferentes meios (portais, links, textos impressos, bibliotecas virtuais, banco de dados, materiais de apoio às aulas, folhetos e similares).
•
Instrução: Forma mais simples de estruturação de eventos de aprendizagem que envolve definição de objetivos e aplicação de procedimentos instrucionais. É utilizada para transmissão de conhecimentos, habilidade e atitudes simples e fáceis de transmitir ou desenvolver por intermédio de eventos de curta duração. Os materiais assumem a forma de cartilhas, manuais, roteiros, aulas e similares, podendo, em alguns casos, serem auto-instrucionais.
• Treinamento: Eventos educacionais de curta e média duração compostos por subsistemas de avaliação de necessidades, planejamento instrucional e avaliação que visam melhoria do desempenho funcional, por meio da criação de situações que facilitem a aquisição, a retenção e a transferência de aprendizagem para o trabalho. A documentação completa de um evento educacional dessa natureza contém a programação de atividades, textos, exercícios, provas, referências e outros recursos. •
Desenvolvimento: É o conjunto de experiências e oportunidades de aprendizagem, proporcionadas pela organização e que apoiam o crescimento pessoal do empregado sem, contudo, utilizar estratégias para direcioná-lo a um caminho profissional específico. Gera situações similares aos demais tipos de ações educacionais, porém, neste caso, constituem-se apenas em ferramentas de apoio e estímulo a programas de autodesenvolvimento, como os de qualidade de vida e gestão de carreira.
•
Educação: Programas ou conjuntos de eventos educacionais de média e longa duração que visam à formação e qualificação profissional contínuas dos empregados. Incluem cursos técnicos profissionalizantes, cursos de graduação, cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) e stricto sensu (mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado).
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3. O PAPEL DO LIDER NA EDUCAÇÃO ESTRATÉGICA A efervescência dos mercados globais, a concorrência cada vez mais acirrada, mudanças em ritmo acelerado, o cenário político incerto e de difícil entendimento, o econômico e social põe as organizações em prova através de constantes desafios, que sem outra alternativa tentam se ajustar a esses movimentos contínuos com agilidade equivalente, buscando obter vantagem competitiva e assegurar a sustentabilidade dos negócios. Nessa perspectiva, os lideres tem um papel determinante pela capacidade de mobilizar e conduzir a força de trabalho para cumprir as metas organizacionais, visto que o líder consegue gerar influência positiva, inspirando pessoas a dar o máximo de si para melhores resultados da organização. A motivação, a cooperação e o engajamento possibilita essa entrega pessoal e ocorre a partir da percepção dos liderados em relação ao comportamento do líder, observando sempre o seu exemplo, o que fundamenta o estabelecimento de vínculos de confiança. Apesar de trabalhoso, criar um vínculo com sua equipe traz benefícios a longo prazo, como o autogerenciamento. Dessa maneira, cabe ao líder apenas estar próximo como apoiador de necessidades e de bemestar, não focado na tarefa em si, pois é isso que você, como líder, precisa: saber sobre o andamento e o status dos projetos e tarefas para ter tempo de se concentrar nos afazeres estratégicos. (http:// www.administradores.com.br/noticias/carreira/a-importancia-dovinculo-com-sua-equipe/104531/)
3.1 Vínculos Organizacionais Segundo Zimerman (2000), o termo vínculo deriva-se do latino vinculum, que significa união, ligadura, atadura e apresenta característica prolongada. Através do vínculo, o indivíduo cria laços de união a um objeto, tendo uma área representável e uma que não é. Desta forma, o não representável também ganha uma inscrição que é própria das estruturas vinculares. Sendo assim, para falar de vínculo, o autor necessita de um objeto externo com a condição de bidirecionalidade, onde ambos são de forma simultânea lugar do desejo próprio e lugar do desejo do outro. Neste caso a
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organização é o objeto externo. Qualquer organização, por mais avançada que seja sua evolução em tecnologia, seu principal ativo é o ser humano. Siqueira e Gomide Júnior (2004) tem o entendimento que, para o indivíduo adequar às imposições do mercado, é preciso alinhar sua força de trabalho com seus objetivos. Com esse pensamento, os gestores de Recursos Humanos buscam formas de envolvimento inabalável do empregado com a organização, considerando a sua satisfação com o trabalho. Para Faria e Schmitt (2007), sendo o homem um ser complexo, a organização procura controlá-lo para assegurar que seus objetivos se realizem. Tal controle objetiva alcançar, sutilmente, a subjetividade do indivíduo, através do estabelecimento de vínculo. A conclusão dos autores é de que o funcionamento das organizações é influenciado pelos vínculos estabelecidos, denominando o vínculo organizacional. O vínculo organizacional deriva da relação estabelecida pelo individuo a partir do seu trabalho, firmando o seu grau de ligação com a organização, o grau de envolvimento com os seus projetos e objetivos, assim como o comprometimento com seus problemas, políticas, desempenho e resultados (KRAMER; FARIA 2007). Para os autores, os principais elementos constitutivos dos vínculos são: identificação; Sentimento de Pertença; Cooperação nas Atividades; Participação; Idealização; Reconhecimento e Valorização; Solidariedade; Integração entre os membros; Crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional; Autonomia. 4. O COMPORTAMENTO COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO A complexidade do ser humano é um desafio intrigante para a ciência encontrar formas de conviver de maneira harmoniosa, integ rar adequadamente com o meio e, em especial, desenvolver os seus Talentos. A cada momento, recebemos influencias do meio e decodificamos essas mensagens. A partir delas, definimos nossos valores, emoções e conhecimentos, formatando assim nossa singularidade. Por meio dessa forma de ver e perceber o mundo, participamos e influenciamos o meio, mediante os comportamentos manifestos por nossa individualidade. Assim, cada um de nós contém o meio que nos circunda e este contem cada um de nós. Somos parte
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do todo e estamos contido nele ao mesmo tempo. (MATOS & PORTELA, 2017, p. 267).
Compreender o comportamento humano tem sido uma busca incessante ao longo da história, pesquisadores em momentos distintos publicaram os resultados dos seus estudos. Apesar dessas teorias terem se desenvolvido de forma separada, vieram se completar, possibilitando que a nossa visão fosse ampliada para compreensão do funcionamento do ser humano e de como ele se comporta na vida. Os gregos atribuiram a elementos da natureza, Fogo, Água, Terra e Ar que segundo a sua visão era a principal influencia no comportamento dos individuos. O pai da medicina, Hipocrátes, tambem grego (460aC-377dC), registrou a influencia dos humores ou liquidos do corpo (biles amarela, sangue, fleuma e biles negra) na saude do organismo. Daí surgiram os conceitos: Colérico, Sanguíneo, Fleumático e Melancólico como tendências comportamentais básicas das pessoas. Carl G. Jang, médico e psiquiatra suíço estudou os traços de personalidade, mencionando a classificação dos indivíduos nos tipos: Sentimento, Sensitivo, Intuitivo e Pensamento. O psicólogo americano William Moulton Marston, constatou na segunda década do século XXI, que os trabalhos até então realizados, eram voltados para o conhecimento da mente doente. Os beneficiados com os estudos eram os loucos criminosos. Ele então, desenvolveu uma metodologia, baseada em quatro fatores comportamentais, que pudesse identificar as preferências dos indivíduos comuns. Marston deu a esses fatores do comportamento os nomes de Dominância, Influencia, estabilidade e Conformidade, cujas iniciais (em inglês) originou a sigla DISC que atualmente, validada por diversas universidades e estudos, é a ferramenta básica de milhares de empresas que utilizam o sistema em vários países. Figura do Livro: Talento para a Vida, pagina 270
A partir do momento em que a organização passa a contar com as pessoas certas nos lugares certos, ela se habilita a implantar um programa de educação estratégica, visando estender a todo o sistema organizacional, ações de ensino-aprendizagem, compartilhamento da sua visão e propósito em todos
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os seus níveis, especialmente para o mercado que opera desenvolvendo suas atividades com excelência. Ao comparar o perfil comportamental de uma pessoa com a descrição de talento ou definição comportamental de um cargo, é possível identificar a existência de lacunas. Essas lacunas sinalizam à pessoa e o esforço que ela deverá empreender para atender na sua plenitude ao exigido pelo talento ou função. (MATOS e PORTELA, p. 203).
Embora o foco desse trabalho não seja aprofundar no estudo do comportamento, mas apenas ressaltar a importância deste na Educação Estratégica, faz-se necessário uma rápida abordagem sobre os fatores da metodologia DISC, a mais atual e usada frequentemente no processo de gestão organizacional. Dominância – Fator que indica a forma como você lida com problemas e desafios. Suas principais características são: competitivo, decidido, direto, orientado para resultados. Tipo de Emoção: RAIVA. Influencia – Fator que indica como você lida com pessoas e as influências. Suas principais características são: confiante, inspirador, otimista, popular, sociável, confia nos outros. Tipo de Emoção: OTIMISMO. Estabilidade – Fator que indica como você lida com mudanças e estabelece o seu ritmo. Suas principais características são: agradável, bom ouvinte paciente, sincero, constante, membro de equipe, estável. Tipo de Emoção: NÃO DEMONSTRAR EMOÇÕES. Conformidade – Fator que indica como você lida com regras e procedimentos estabelecidos por outros. Suas principais características são: preciso, analítico, perfeccionista, cuidadoso e minucioso. Tipo: MEDO. 5. CONSIDERAÇÃO FINAIS A educação estratégica é entendida como um processo de educação vinculada ao propósito da organização, e o líder juntamente com a sua equipe de gestores corporativos são os agentes que irão viabilizar tal processo. As organizações estão exigindo de seus funcionários uma educação alinhada em termos estratégicos, por outro lado ainda não há uma atenção explícita voltada para ações educacionais que contemple os seus
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consumidores, que venha estabelecer um sentimento de pertença por parte deles, de forma que tenham um grande prazer em consumir e defender a marca. Daí advém a necessidade de se repensar os processos de educação corporativa tradicionais, já que muitos dos conhecimentos essenciais para a prática profissional estão além dos conhecimentos técnico-científicos repassados nos treinamentos e cursos de formação. A principal razão para o desenvolvimento de um programa de Educação Estratégica é complementar o processo educacional das Universidades Corporativas, ampliando finalidade da organização em direcionar as ações além do seu pessoal operacional, também para o mercado, atraindo e fidelizando consumidores por meio do vínculo de aprendizagem contínua, formando admiradores da marca esclarecidos e conhecedores do seu propósito. A educação estratégica oferece a possibilidade do consumidor se informar, aprender e por meio de cursos, palestras, workshops e outros eventos, presencial ou online de onde estiver, como e quando desejar, através de um canal no ambiente da Universidade Corporativa. É certo que compreender o comportamento das pessoas que formam o sistema organizacional, vem se tornando uma grande estratégia para conquistar a preferência dos consumidores. Organizar e produzir eventos educacionais para os consumidores não é uma novidade, essa bandeira já foi levantada há bastante tempo e agora começa a ganhar força. Empresas como as cooperativas financeiras trabalham bem essa ideia, embora muitas ainda sem o devido sincronismo de suas ações, mas elas promovem eventos educacionais reforçando os seus princípios e propósitos para as comunidades em que estão inseridas. Em suma, pode-se dizer que a educação estratégica e o sistema de educação a distância favorecem a construção do conhecimento, com ferramentas que ressaltam a interatividade e a cooperação. Contudo, para que isso se concretize é imprescindível a conscientização e mobilização dos líderes que dirigem as organizações.
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Assim, diante do que foi pesquisado para este artigo, conclui-se que é necessário investir no conhecimento orientado para o propósito, como Liderança focada nos vínculos organizacionais, o comportamento humano para melhor compreensão de si e dos outros, e potencializar os talentos da pessoas internas para melhor servir as pessoas externas. Fazer uma reflexão do que significa a educação estratégica enquanto ação social de interesse corporativo e sua relevância para atrair e reter pessoas para o sistema organizacional, será de grande relevância. Com o tema de pesquisa proposto, foi possível definir que a educação estratégica corresponde a um dos mais importantes programas de desenvolvimento de pessoas do sistema organizacional. Assim, a vantagem competitiva fica por conta da preparação de líderes mais competentes e preparados para lidar com o mercado contemporâneo de modo que suas ações sejam orientadas para compreender e atender com excelência, aqueles que são a razão da existência de qualquer organização, o consumidor. Como sugestão para futuros trabalhos, um estudo de campo com alguma empresa de segmento e porte a serem definidos e que utilizam a educação estratégica como medida de satisfação de seus consumidores, em comparação com outra empresa do mesmo segmento e porte que não lance mão desta ferramenta. Assim, será possível avaliar o cenário, as diferenças nos resultados, desempenho e força competitivas de ambas no mercado. Com isso será possível corroborar, ou não, as conclusões obtidas até o atual momento neste artigo. Por fim, ressalto que a escolha do tema e a construção desse artigo foi uma conquista muito importante para mim. O aprendizado e crescimento através desse projeto de parceria entre a Faculdade FAPRO e a LINE Coaching me trouxeram a uma dimensão mais elevada, me possibilitando abordar a educação estratégica como base fundamental para organizações de sucesso. BIBLIOGRAFIA SECRETAN, Lance H. K. Um Nível Acima – Construindo organizações que estimulem a excelência, Trad. Gilson César Cardoso de Sousa. São Paulo: CULTRIX. 1997, 256p. COCHITO, Maria Isabel Geraldes santos. Cooperação e Aprendizagem, Porto: ACIME. 2004, 180p.
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SAIANE, Edmour. Ponto de Referência. A escada para a realização e o sucesso, São Paulo: PEARSON, 171p. VARGAS, M.R.M., & ABBAD, G.S. (2006). Bases conceituais em treinamento, desenvolvimento e educação – TD&E. In J.E. Borges-Andrade, G. Abbad, & L. Mourão (Orgs.), Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed. http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/a-importancia-do-vinculo-com-sua-equipe/ 104531/ACESSADO 29/07/2019 21:30 ZIMERMAN, David E. Fundamentos básicos das grupoterapias. 2.ed. Porto Alegre: ARTMED, 2000. 244p. FARIA, J. H.; SCHMITT, E. C. Indivíduo, vínculo e subjetividade: o controle social a serviço das organizações. In: FARIA, J. H. (Org.). Análise crítica das teorias e práticas organizacionais. São Paulo: ATLAS, 2007.342p. KRAMER, G. G.; FARIA, J. H. Vínculos organizacionais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 83 - 104, jan./fev., 2007. MATOS, Jorge, & PORTELA, Vânia, Talento para a Vida – Alavancar pessoas e organizações através do comportamento. Rio de Janeiro: HUMAN LEARNIG, 302p.
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Catalogação Periodicidade Semanal ISSN 2525-801X
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CONHECIMENTO
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