ESPECIAL | PÁGINAS 8 E 9
MEIO AMBIENTE | PÁGINA 13
Os tablets possibilitam às pessoas carregarem verdadeiras bibliotecas
Saiba como está o planejamento para a construção do parque municipal de Joinville
Apaixonados pela leitura aderem cada vez mais aos livros digitais. Os e-books ficam populares e caem no gosto principalmente dos jovens.
A cidade possui diversos espaços possíveis para serem áreas de lazer como Morro do Finder e Boa Vista, porém os problemas burocráticos impedem o início dos projetos.
ESPORTE | PÁGINA 4
Conheça a origem do esporte que tem crescido no país, gerado investimento de times tradicionais e conquistado adeptos: o “football brasileiro”
LUÍSA DESIDERÁ
DIVULGAÇÃO
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO BOM JESUS/IELUSC
EDUCAÇÃO | PÁGINA 7
www.primeirapautaielusc.blogspot.com
COMPORTAMENTO | PÁGINAS 14 E 15
Brasil sem homofobia. Projeto aprovado pelo MEC gera polêmica na sociedade
O lado de Joinville que não costuma aparecer
O projeto Escola sem Homofobia foi criado para abordar a questão da homossexualidade com alunos do ensino fundamental e médio. O kit composto por boletins e materiais audiovisuais será distribuído para professores de escolas publicas este ano.
AUGUSTA GERN
ESPECIAL | PÁGINA 5
COMPORTAMENTO | PÁGINA 12
BÁRBARA ELICE
Inaugurada em 2004, a Arena Joinville aguarda a retomada para conclusão das obras
ENTREVISTA | PÁGINA 3
“
JOINVILLE, MAIO DE 2011 - EDIÇÃO 87 - GRATUITO
Um grande piloto é feito de uma soma de detalhes. É o preparo físico, mas também é olhar para a pista” CHUMBINHO BECKER
ESPECIAL | PÁGINA 11
Organizações sem fins lucrativos buscam ajuda profissional para captação de recursos ONGs de Joinville têm dificuldades e dependem de doações e apoio da comunidade para sobreviverem. Feiras, bazares, caixas em pontos comerciais e parcerias com órgãos públicos são algumas das estratégias utilizadas para arrecadar verbas.
Tinta na agulha A tatuagem como forma de expressão é usada há mais de 3.500 anos.
02
Opinião
Joinville - Maio 2011 PRIMEIRA PAUTA
Diagramação de Ronaldo Santos | Edição de Ariane Pereira e Eduardo Schmitz
@twitter O que os jornalistas falam em 140 caracteres @nilsonlage Em casos como o de Realengo, o certo é focar a cobertura nas vítimas. O foco no criminosos o torna modelo a ser copiado por outros malucos. Professor universitário (UFSC e UFRJ) aposentado compulsoriamente em 2006. Doutor em Linguística, com ênfase em semântica.
@upiara O desarmamento é uma discussão válida, mas não tem nada a ver com o que aconteceu em Realengo. Já atuou no jornal A Notícia de Joinville e hoje está no Diário Catarinense, em Florianópolis.
@realwbonner Daqui a 50 anos, quando pesquisadores forem vasculhar arquivos da imprensa, terão um registro valioso da tragédia brutal que vimos ontem. Editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional. Seu perfil no twitter tem quase 1,5 milhão de seguidores.
@ joseantoniobaco “Como todo jornalista é candidato a intelectual, abriga a ilusão de que tem poder. Mas, no jornal o poder é do dono”. Cláudio Abramo. Apresenta-se no twitter como jornalista e publicitário. Tem ligação com Joinville, mas atualmente reside em Lisboa.
editorial
O show midiático na cobertura de Realengo
No mês passado foi comemorado o dia do jorna- ganância pelo sensacionalismo. As empresas de colista, e, este ano, o presente veio em forma de pauta. municação sugerem o sensacionalismo e o público Todos os veículos de comunicação e seus profissionais garante a audiência. Uma combinação quase perfeita se movimentaram de alguma maneira para contar o para que esse ciclo não se modifique. E não importa a caso do atirador da escola de Realengo. A disputa pela plataforma, seja ela TV, rádio, impresso ou internet. informação em primeira mão entre as grandes corpo- As pessoas recebem esse bombardeio de informações, rações lembrou o período da Guerra Fria, quando Es- sem saber o que selecionar nem como podem refletir tados Unidos e União Soviética travavam uma corrida sobre o fato. armamentista. A comparação é possível: as potências É nesse contexto que muitos profissionais colocam — midiáticas ou bélicas — mostram de lado uma série de princípios éticos e ao que vieram, mas não chegam efetimorais de jornalismo e abraçam a corrivamente ao seu objetivo, que no caso da frenética das empresas pela maior auMANIPULAÇÃO do jornalismo é levar a informação ao diência. Não importa o choque que as É inadmissível que público. Tudo gira em torno de quem é informações causam na sociedade, nem as informações melhor, ou parece ser. pela cena de um assassino morto senque recebemos As empresas de comunicação costudo mostrado ao vivo ou pela entrevista sejam pautadas por mam se sustentar por três pilares: jorcom uma criança ainda com as roupas nalístico, administrativo e comercial. sujas de sangue. interesses escusos Em teoria, são áreas independentes, mas Isso tem que parar. Os jornalistas quando acontecem fatos como o da esprecisam ter autonomia e saber qual o cola do Rio de Janeiro tudo se mistura. O sensaciona- seu verdadeiro papel na sociedade. Os veículos de colismo que regeu a cobertura de Realengo dá o tom ao municação não precisam ser apenas um meio de deixar desenrolar dos fatos. A maior audiência das empresas mais rico quem já é rico. O jornalismo se mostrou diestimula o comercial, que por sua vez faz com que o se- versas vezes na história como uma forma de levar constor administrativo tome decisões que priorizem certas cientização até as pessoas, mas da forma como funciocoisas. Tudo isso é rebocado pela força de trabalho jor- na hoje só ajuda a alienar ainda mais. Cabe também à nalística. Quanto mais o jornalista produzir em menos sociedade que cobre mudanças. Não é mais admissível tempo, mais lucro a empresa terá. que as informações que recebemos pela imprensa sejam Pelo lado do público também há uma aparente pautadas por outros interesses que não os da maioria.
em foco
@__MAG__ Será muito pedir um pouco de sobriedade da mídia na cobertura dessa tragédia já em si tão chocante? por que sempre exagerar o já exagerado?
LUÍSA DESIDERÁ
Jornalista da Folha de São Paulo.
@samucalima O impacto humano profundo da tragédia na escola mun. Tasso da Silveira expõe o despreparo da grande mídia para cobrir os fatos lamentáveis. Jornalista, professor da Faculdade de Comunicação da UnB e professor-visitante do curso de jornalismo da UFSC.
@SergioRafael Jornalismo mesquinho disfarçado de informação, museu de curiosidades bizarras sobre a vida de pessoas, espetacularização da tragédia. Na descrição do seu twitter defende a liberdade de opinião como imprescindível. Tem simpatia por política, cultura e educação.
Sugira tweets para a coluna do Twitter no jornal Primeira Pauta. Sua opinião é muito importante!
Siga: twitter.com/primeira_pauta
AO PÉ DA LETRA. Trauma no uniforme e trauma no corpo. São lances como o da foto que fazem do futebol americano um esporte de contato físico. As proteções dos jogadores não são à toa. As jogadas não poupam força e nem quem tem medo de se sujar na hora de garantir o ponto. Vale a pena conferir uma partida para conhecer um pouco melhor esse esporte importado.
DIRETOR GERAL DO BOM JESUS/IELUSC | Tito Lívio Lermen
DIAGRAMADORES | Aline Seitenfus, Emanoele Girardi, Francine Ribeiro e Ronaldo Santos
COORDENADOR DO CURSO | Sílvio Melatti
EDITORES DE TEXTO | Ariane Pereira, Daiana Constantino, Fabiane Borges, Fernanda Rosa, Gustavo Cidral, Neyfi Müller e Tiffani dos Santos
Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social - Jornalismo Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc
DISCIPLINA | Jornal Laboratório II
EDIÇÃO 87 | MAIO DE 2011
PROFESSOR RESPONSÁVEL | Lucio Baggio
Contato com a redação Endereço: Rua Princesa Isabel, 438 - Centro CEP 89201-270 | Joinville | Santa Catarina
Telefone: (47) 3026-8000 - Fax: (47) 3026-8090 E-mail: jornalismoielusc@gmail.com Blog: primeirapautaielusc.blogspot.com
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO | Eduardo Schmitz EDITOR GRÁFICO | Edinei Schimieguel Knop
REPÓRTERES | Ana Paula da Silva, Augusta Gern, Bárbara Elice da Silva, Diego Porcincula, Gabriel Fronzi, Jaqueline Dias, Lizandra Carpes da Silveira, Marlon de Souza, Matheus Mello, Mayara Silva, Patrícia Schmauch e Polianna Moraes.
EDITORA DE FOTOGRAFIA | Jéssica Michels FOTÓGRAFOS | Ana Luiza Abdala, Augusta Gern, Camilla Gonçalves, Gisele Silveira, Jaqueline Dias, Jacqueline Mello, Luísa Desiderá e Polianna Moraes IMPRESSÃO | A Notícia TIRAGEM | 3 mil exemplares
XXI Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo, MJDH - OAB/RS, 2004
Entrevista | Chumbinho Becker
Joinville - Maio 2011 PRIMEIRA PAUTA
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Diagramação de Ronaldo Santos | Edição de Tiffani dos Santos
Caçador de emoções sobre duas rodas
14 vezes campeão brasileiro e líder do campeonato 2011, Chumbinho faz do esporte uma metáfora da vida
S
eu nome é Milton Becker, mas é como Chumbinho que ficou conhecido. O piloto de motocross lembra um daqueles personagens tirados de um filme de ação, em que vive pela aventura. É a adrenalina que lhe dá o sentido da existência. Venceu mais de 14 competições nacionais de motocross. No dia 29 de julho do ano passado, liderava novamente a competição nacional na categoria MX3 450 cilindradas (cc), quando sofreu um acidente no treino — quebrou quatro costelas e teve o baço perfurado. Ficou quatro dias internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Dona Helena em Joinville. Depois de um processo de recuperação e treinamento, atualmente está em primeiro na classificação geral da categoria MX4 450 cc, na Super Liga Brasil de Motocross e também lidera o Campeonato Brasileiro de Motocross. Disputa seu 15º título. Chumbinho é um exemplo de superação. Nasceu em 1967 em Ituporanga, cidade localizada a 167 km de Florianópolis. É filho de agricultores e, aos 9 anos, trabalhava na lavoura junto com os pais. Aos 16 anos começou a trabalhar em uma oficina de motos. Em 1983, com uma moto emprestada na própria oficina em que trabalhava — uma Yamaha DT 180 cc —, disputou a primeira corrida. “Andei bem, mas caí e me ralei um pouco”, recorda. A família o incentivou. Seguiu no campeonato regional e naquele ano ficou em segundo na classificação geral. No ano seguinte, disputou o campeonato catarinense e foi pela primeira vez campeão estadual. Na cidade de São Miguel do Oeste, correu pelo campeonato brasileiro, liderou parte da prova e terminou em segundo. Em Chapecó, no ano de 1989, em uma nova prova do Campeonato Brasileiro, liderou parte dela e terminou em primeiro. Daí em diante não parou mais. Em 1990, já corria profissionalmente por Chapecó. Já consagrado campeão, em 2006, o piloto foi preso pela Polícia Federal acusado de contrabandear motos do Uruguai e de revender no Brasil. Ele nega e ainda hoje o Ministério Público não provou o seu envolvimento no caso. Foi durante um treino junto aos seus assistentes e mecânico que Chumbinho concedeu esta entrevista ao Primeira Pauta.
Fotos: BÁRBARA ELICE
PRIMEIRA PAUTA - Quando você chegou à Joinville? CHUMBINHO BECKER - Vim para Joinville em 1992, para competir no campeonato estadual onde moro até hoje, no bairro Floresta. PP - O que você acha que o diferencia dos outros pilotos? CHUMBINHO - Mesmo aos 44 anos, pratico exercícios físicos diariamente na academia de casa. Treino quase todos os dias das 13 às 17 horas na pista do Ipê, um terreno à beira da BR-101, no bairro Costa e Silva. Além disso, eu mesmo arrumo com a enxada a área de escape da pista e acerto os obstáculos de barro. Isso faz parte do meu exercício físico. O trabalho com a enxada dá calos na mão, isso é importante, pois se o piloto tiver a mão frágil no final de uma corrida, a mão fica em carne viva. (conta mostrando as mãos)
“
Tem que ser apaixonado. Tem as coisas boas, mas também tem muita coisa ruim e diante das dificuldades não pode desistir. Aí é que tem que ter dedicação”
PP - O que move a sua vida? CHUMBINHO - O que me move é a possibilidade de ganhar. Uma corrida de moto é isso, é superar o outro e é se superar. É conseguir achar o caminho para ser mais rápido e ganhar a corrida. PP - E como você fez para ser tantas vezes campeão? CHUMBINHO - Tem que ser apaixonado. Tem as coisas boas, mas também tem muita coisa ruim e diante das dificuldades não pode desistir. Aí é que tem que ter dedicação. PP - O preparo da moto conta muito? CHUMBINHO - Muito. Desde como o piloto segura no guidão até mesmo como ele posiciona o pé na pedaleira. Uma boa escolha do pneu também faz diferença. Para se ter uma ideia, só no suporte traseiro da moto há quatro regulagens diferentes. PP - E o preparo físico? CHUMBINHO - O preparo físico conta e muito, mas também a estratégia adotada pelo piloto. Se o piloto usar toda a energia no início da prova, antes da metade da corrida ele está exausto. Tem que saber distribuir esse esforço físico. PP - Você prefere a pista seca? CHUMBINHO - Eu prefiro a pista molhada. Com a pista úmida você usa mais o freio, mexe mais
“
O que me move é ganhar. Uma corrida de moto é conseguir achar o caminho para ser mais rápido”
a moto, o piloto aparece mais.
PP - Nunca se interessou pelo circuito internacional? CHUMBINHO - Quando me mudei de Ituporanga para Joinville pra correr, minha mãe ficou triste. Eu era adolescente, de cidade pequena, foi difícil para minha família. Logo que eu comecei a me destacar no campeonato nacional recebi um convite para ir aos EUA disputar o campeonato internacional por uma equipe de lá. Eu não fui porque fiquei preocupado com a minha mãe, se ela não recebeu bem quando vim para Joinville, imaginei como ela ficaria se eu fosse para fora do país. Mais tarde cheguei a correr uma etapa do mundial na França, mas caí logo nas primeiras voltas e não me classifiquei. A minha equipe e eu chegamos a pensar em correr o mundial, mas requer um investimento grande. Tem que levar toda a equipe, toda uma estrutura para vários países durante todo o ano e não há patrocínio. A única forma viável seria se eu me mudasse para um país que invista nessa modalidade, aí se tornaria viável, mas isto não está nos meus planos atualmente.
PP - Se você fosse apresentar uma fórmula para alguém ser um grande piloto, qual seria? CHUMBINHO - Um grande piloto é feito de uma soma de detalhes. É o preparo físico, mas também é olhar para a pista e saber qual é a linha mais rápida e mesmo quando o piloto estiver na linha mais lenta, mesmo assim, ele tem como conseguir ser mais rápido que o adversário. A experiência permite que o piloto saiba qual é a linha mais rápida. Por exemplo, quando há uma rampa tem aqueles que ao se aproximarem, param de acelerar e pulam a rampa apenas com o impulso. Eu ganho tempo aí, acelero até o mais próximo possível, então eu freio para dar o pulo. Há ainda formas de pular mais alto para ultrapassar no ar um adversário ou pular mais longe para quando tocar no solo já cair na frente. Isso tudo depende da corrida. É a corrida que vai determinar a ação do piloto. Marlon de Souza marlonluiz@hotmail.com
04
Esporte
Joinville - Maio 2011 PRIMEIRA PAUTA
Diagramação de Francine Ribeiro | Edição de Fernanda da Rosa
Futebol americano
O “football” ganha destaque no Brasil
Esporte popular nos EUA, o futebol americano cresce no país e ganha adeptos em diversos estados
Q
ue o Bra- versitária de futebol americano, sil é o país a NCAA. Apesar das diferenças do futebol, técnicas nos dois países, Jason todo mundo está extremamente eufórico com sabe. O que a oportunidade de trocar conhepoucos têm cimento com os praticantes braconhecimento é o crescimento sileiros. “Joinville é uma grande considerável nos últimos anos cidade e estou ansioso para ende um esporte que movimenta a sinar e aprender sobre footbaal paixão de milhões de pessoas e com meus companheiros de time. ativa a circulação de bilhões de Quero fazer história na equipe e dólares: o futebol americano. O na cidade”, almeja. famoso jogo da bola oval possui O Gladiators é uma das reconfederação e ligas organizadas, ferências do esporte no Brasil. tanto em nível esBicampeão cataritadual quanto nanense (e buscando cional. No entanto, o tricampeonaEXPANSÃO o pouco incentivo to), foi finalista da No Sudeste, o futebol financeiro faz com conferência Sul na tradicional investe que os praticantes segunda edição da no football, um façam da modaliLiga Brasileira de exemplo disso é o time Futebol Americadade um hobby, e não uma profissão. no (LBFA) no final Santos Tsunamis Se para nós é do ano passado. A praticamente obripassos pequenos, gação escolher um time de futebol porém importantes, o número de (o mesmo do pai, de preferência), adeptos deste futebol diferente assistir aos jogos, jogar com os do nosso aumenta, principalmenamigos na escola desde peque- te no sul e no sudeste do país. no, nos Estados Unidos não é “Foi feita uma pesquisa durante a diferente. O football é uma paixão última LBFA na qual foi constatanacional, o esporte mais popular da um enorme avanço do esporte da América. “Os milhões de fãs no sul e no sudeste brasileiro. de costa a costa fazem do esporte Enquanto no sul comenta-se o mais emocionante e incrível”, mais sobre futebol americano, o afirma Jason Tate, 24 anos, atleta sudeste ganha em número de jorecém contratado pelo Joinville gadores”, explica Romenito Silva, Gladiators que, durante a facul- jogador e presidente do Gladiators. dade nos EUA, atuou na liga uni- Além disso, outros fatores mos-
luísa desiderá
Joinville Gladiators (esquerda) enfrenta Jaraguá Breakers (direita) pela terceira rodada do campeonato catarinense de futebol americano tram tamanho desenvolvimento: o último try out (seletiva de jogadores) dos glads em Joinville reuniu cerca de 400 pessoas; no eixo Rio- São Paulo, times de grande tradição do ‘nosso’ futebol estão patrocinando e apoiando clubes de FA. Santos Tsunamis, Corinthians Steamrollers, Fluminense Imperadores e Vasco Patriotas são exemplos desta parceria. Matheus Mello senso_de_humor@hotmail.com
Rúgbi também está crescendo Se o filho está se fortalecendo, o pai não fica atrás. O rúgbi, esporte que serviu de base para a criação do football na segunda metade do século XIX por universidades americanas, aos poucos, ganha adeptos por todo o país. O segundo esporte mais praticado no mundo, apenas atrás do ‘nosso’ futebol, tem menos apoio que seu descendente, contudo, vem fazendo história no cenário continental. Na modalidade sevens, na qual são sete atletas em vez de quinze, a seleção brasileira feminina conseguiu o hepta campeonato no início deste ano, no município de Bento Gonçalves- RS. Já entre os homens, o Brasil ficou em terceiro lugar, melhor resultado da história, além de vencer a Argentina, potência do esporte, pela pri-
meira vez. Ambas estão classificadas para os jogos pan-americanos em Guadalajara este ano e, a partir de 2016, nas olimpíadas do Rio de Janeiro, o rúgbi sevens será esporte olímpico. O começo Dentre muitas histórias sobre o rúgbi, uma delas explica de forma curiosa a origem do esporte. Em um jogo de futebol na Inglaterra, um jovem estava achando aquele esporte monótono e sem graça. Em um ato de loucura, ele pegou a bola com as mãos e saiu correndo em direção ao gol adversário. Seus oponentes teriam o agarrado, tentando impedir sua corrida. Tal partida, segundo a história, ocorreu na Rugby School, em Rugby, Inglaterra. O nome deste
aluno era Willian Wabb Ellis, que dá nome ao troféu da IRB World Cup, a copa do mundo de rúgbi. Já o futebol americano começou a se desenvolver após um consenso de regras entre as universidades de Yale e Harward, que jogavam o rúgbi de maneiras diferentes. Na década de 1870, ocorreu a Massoit Convencion, que implantou as principais mudanças que distanciaram o football de seu ascendente. Uma das diferenças notáveis entre os dois esportes é o número de jogadores. No rúgbi, 15 jogadores ou sete em campo, no football, 11. Também se difere a duração de cada partida, no rúgbi são dois tempos de 40 minutos, ação contínua; já no football são 4 tempos de 15 minutos, o relógio pode ser parado constantemente.
Os números do esporte No Brasil, o futebol americano não é muito divulgado, por isso muitos brasileiros não sabem o
que o esporte representa para a economia dos EUA. Abaixo, dados que mostram a força do football:
1 10 milhões de pessoas assistem pela televisão o Super Bowl, final da NFL. Dessa forma, tem os maiores índices de audiência no país. 232. É o número de países que o Super Bowl é transmitido, e é narrado em 30 idiomas. 300 mil pessoas estavam presentes no último Super Bowl, que aconteceu em Arlington, no Texas.
$ 10 bilhões foram gastaU dos aproximadamente pelos visitantes do evento. U$1 milhão é o preço por segundo cobrado para exibir um comercial durante o intervalo do Super Bowl. A rede Pizza Hut desembolsou U$30 milhões para um comercial de 30 segundos U$9 milhões é o faturamento anual da NFL
Capacete: R$610** Shoulder Pads: R$200*
*Este valor refere-se ao fabricante importado. O preço do pad feito no Brasil é similar. **O artigo mais caro entre todos os artigos de proteção. Este valor é referente ao fabricante importado, pois não há produção de capacetes no território brasileiro.
Proteção para coxas, joelho e quadril: R$50
Especial
Joinville - Maio 2011 PRIMEIRA PAUTA
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Diagramação de Francine Ribeiro | Edição de Fabiane Borges fOTOS: pOLIANnA mORAES
Inaugurada em 2004, a Arena Joinville aguarda pela finalização das obras
O
sonho joinvilense de construir um estádio Multiuso parecia encaminhar para um final feliz. A Arena Joinville estava completamente planejada, e tinha bons indícios de que daria certo. Mas poucos se deram conta de que se tratava de uma obra política, o resultado do atropelamento das situações é o que se vê atualmente. Ainda hoje, o prefeito de Joinville, Carlito Merss, afirma ter perdido a eleição de 2004 devido à inauguração do estádio. “Eu estava eleito e a Arena Joinville me derrubou”, garante. O projeto do gigante de concreto, construído na época do mandato do prefeito Marco Tebaldi, foi gerenciado pela Excem, empresa de Curitiba responsável por fazer o investimento dar certo, na medida em que o custo-benefício fosse mútuo. A Excem cuidaria dos camarotes para licitação e dos espaços que poderiam ser comercializados no interior do estádio, como lojas, praça de alimentação e agências bancárias. Entretanto, a empresa paranaense deparou-se com um problema. No projeto inicial da Arena Joinville, constava a abertura da Rua Coronel Francisco Gomes para que a torcida visitante e o clube adversário pudessem entrar pelos fundos do estádio. Porém, esse terreno, que
ESTÁDIO MUNICIPAL, DO MODELO AO REFUGO
A paralisação das obras na Arena Joinville Oito anos depois da inauguração, o estádio já apresenta diversos problemas, como rachaduras e infiltrações hoje é propriedade da Comfloresta, contém 40 mil toneladas de entulho que não podem ser retiradas do local. Com isso, essa parte da obra também parou e não existe previsão de progresso. O empresário Nivaldo Scremin, diretamente ligado à prefeitura, garante que o local do lixo não pode ser alterado, pois não existe estrutura física na cidade para abrigar o que hoje se encontra aos fundos do estádio municipal. A Excem tinha como ideia vender o “nome” da Arena Joinville. Algo parecido com o que foi feito na Arena da Baixada, em Curitiba, que tem o nome social Kyocera Arena, devido à comercialização realizada junto à empresa japonesa Global Kyocera. Naturalmente,
como não houve conclusão do projeto, não houve compradores interessados em pagar os valores exigidos pela empresa curitibana, cujos números não foram revelados. Outro projeto vinculado à Arena Joinville, que também não seguiu em frente, foi o da construção de um elevado entre a saída do estádio e a Rua Nacar, no bairro Guanabara, para desafogar o trânsito nas horas de pico. Desde aquele tempo, em 2004, o local já apresentava problemas. Além disso, o estádio, em 2008, começou a preocupar. Logo após a conclusão da segunda parte da obra, as rachaduras começaram, o terreno cedeu e as infiltrações tornaram-se frequentes. “Talvez o tipo de cimento utilizado na obra
não tenha sido o adequado. Naturalmente que por se tratar de uma obra política também houve um atropelamento no planejamento, o que dificultou ainda mais as coisas. O estádio é construído em uma área de mangue. Era óbvio que isso aconteceria”, garante o engenheiro Fernando Simas. Deste modo, acabou o dinheiro. Faltam ainda cerca de 20 milhões para a conclusão total do projeto, e sem um retorno em médio prazo, a empresa curitibana decidiu abandonar o restante das obras. Em 2009, Jorge Luis do Nascimento, presidente da Fundação Municipal de Esportes e Lazer de Joinville, a Felej, garantiu que a prefeitura iria atrás da verba para a conclusão da
obra. “Vamos atrás do valor para a terceira parte. Precisamos de apoio político”, destacou. Em maio do ano passado, o então governador Luiz Henrique da Silveira alegou, em entrevista à Rádio Cultura de Joinville, que faltava humildade para os políticos da cidade em pedir auxílio. “Querem terminar a Arena, mas ninguém nos comunica, ninguém nos procura para falar sobre isso. Se fizerem um levantamento completo, levaremos os valores até o governo federal para que essa obra possa ser concluída”, garantiu. Apenas um ano depois, praticamente, o governo do estado visitou a Arena. Na ocasião, estava o deputado estadual Darci de Mattos e o secretario do Turismo, Esporte e Cultura do Estado, César Souza Júnior, que se assustou com a situação do complexo esportivo. “O estádio sequer completou dez anos e já esta neste estágio. Consigo perceber várias infiltrações e problemas primários. Já existem rachaduras em um projeto que deveria estar próximo às obras de primeiro mundo”, salientou o secretário. Até o momento, não há novidades em termos de investimentos para a conclusão da obra. O maior estádio de Santa Catarina permanece inacabado e segue com diversos problemas estruturais e em constante degradação. Gabriel Fronzi gabrielfronzi@ligaedesliga.com.br
O abandono e o descaso pode ser percebido através das infiltrações e rachaduras presentes em todo a estrutura. Nas três primeiras fotos, as rachaduras são visíveis nas arquibancadas. A última imagem mostra o entulho acumulado nos fundos do estádio
ABRIL
A promessa
MAIO
A paralisação das obras
JUNHO
O abandono
06
Educação
Joinville - Maio 2011 PRIMEIRA PAUTA
Diagramação de Francine Ribeiro | Edição de Daiana Constantino
LÍNGUA MÃE
Nem todos são favoráveis a nova grafia Com dois anos de acordo, especialistas ainda criticam as mudanças impostas para a escrita
D
Jaqueline Mello
ia 21 de maio na escrita da língua portuguesa, é o dia da lín- ela insiste em usar alguns acengua nacional. tos. Ela lamenta a perda do treAqui no Bra- ma, por exemplo. “Ainda não me sil e em mais acostumei com a ideia de escrever sete países palavras sem alguns acentos, em homenageamos a língua portu- especial o trema. Vou sentir sauguesa, a sexta mais falada no mun- dades de acentuar as palavras que do. O português já sofreu muitas levavam trema”, declara. alterações como o surgimento de No Brasil, as mudanças foneologismos (expressões novas) e ram poucas em relação ao núgírias, mas a mais significativa foi mero de palavras. Com o novo a reforma ortográfica, assinada acordo, o Ministério da Educaem 1º de janeiro de 2009. A nova ção informa que será alterado regra ainda está em fase de adap- somente 0,5% do vocabulário tação e começa a valer a partir de brasileiro. “A supressão do trejaneiro de 2013. ma e do acento diNo entanto, ferencial, do acento há especialistas da agudo e circunfleMUDANÇAS língua portuguesa xo em alguns caCom o novo acordo que criticam o uso sos, e alterações ortográfico, somente das novas regras quanto ao uso do 0,5% do vocabulário da língua nacional. hífen, são alterabrasileiro será De acordo com ções consideradas a escritora joinvimais importantes”, alterado lense Ana Ribas segundo o MEC. Diefenthaeler, os Além disso, foram dialetos regionais do Brasil deve- incorporadas as letras k, w e y riam ser levados em consideração ao alfabeto. Nos outros países em algumas mudanças da refor- a reforma foi maior, abrange ma ortográfica. “No país existem 1,5% das palavras usadas. muitas falas e regionalismos. São O novo acordo foi elaboramundos bem diferentes que pos- do para uniformizar a grafia das sibilitam várias versões da língua palavras dos países lusófonos, portuguesa”, observa. ou seja, os que têm o português Mesmo que aos poucos a escri- como língua oficial. Já houve tora esteja adotando as mudanças várias tentativas para esta unifi-
cação, a primeira delas ocorreu em 1911 e culminou na primeira grande reforma em Portugal. Depois existiram várias tentativas, sendo a mais importante a de 1990, a qual levantou toda a discussão da atual reforma. No Brasil, quatro anos é o período para começar a valer a aplicação das novas regras. Já em Portugal, o prazo transitório é de seis anos, pela mudança no maior número de palavras. Hoje, após dois anos do período de adaptação, já foram tomadas várias medidas para garantir a aplicação do acordo. Tanto no Brasil como em Portugal a adoção das novas regras pelos órgãos de comunicação tem contribuído para a familiarização da população com o acordo. Conforme Preciosa Pais, chefe de divisão da Secretaria Geral do Ministério de Educação de Portugal, a Resolução do Conselho de Ministros n°08/2011, de 25 de janeiro, instituiu a aplicação do novo acordo no sistema educativo deste ano e estabeleceu que a partir de 2012 todos os serviços, organismos e entidades na dependência do governo também estejam adequados. Augusta Gern augustagern@gmail.com
Com o novo acordo, o Ministério da Educação afirma que 0,5% do vocabulário será alterado
A sexta mais falada A língua portuguesa é a sexta mais falada no mundo e um patrimônio comum de mais de 200 milhões de falantes. Além do Brasil, confira os países onde o português é o idioma oficial: GUINÉ-BISSAU ANGOLA MOÇAMBIQUE
CABO VERDE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE PORTUGAL
Oportunidade
Sem desculpas para não iniciar um curso de ensino superior Bolsas de auxílio financeiro são oferecidas para facilitar a permanência de estudantes nas faculdades particulares do Brasil Saiba mais Artigo 170 O que é: bolsa do Governo do Estado que dá desconto de 50 a 100 % do valor da mensalidade Onde e como fazer: Procurar o Serviço de Apoio ao Estudante (SAE). Apresentar a documentação exigida Obs.: É necessário fazer a renovação da documentação semestralmente. Prouni O que é: programa do Governo Federal que oferece bolsas integrais e parciais
nde e como fazer:Preencher O cadastro no www.prouniportal. mec.gov.br. É obrigatório apresentar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Aguardar a seleção feita pela instituição Fies O que é: utilizado pelos estudantes como financiador de 50 a 100% do valor de sua graduação Onde e como fazer: Fazer o cadastro no site e aguardar avaliação www.sisfiesportal.mec.gov.br .
As chances de ingressar em universidades privadas aumentaram no Brasil. Isso porque, os programas de incentivo à Educação como o Artigo 170, o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) oferecem ajuda financeira aos acadêmicos. O ProUni e o Artigo 170, por exemplo, disponibilizam benefícios aos estudantes sem renda familiar suficiente para pagar as mensalidades. Gabriela Roberta dos Santos conseguiu uma bolsa e garantiu a vaga no curso de Pedagogia. “Com a bolsa de estudos pude alcançar meu objetivo de entrar na facul-
dade. Muitos alunos, inclusive eu, não têm condições de pagar um curso superior no valor integral”, relata. Já o Fies possibilita o financiamento parcial ou integral das faturas mensais das graduações. Para ter acesso ao benefício, os alunos matriculados em cursos superiores precisam fazer a avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Segundo informações do Ministério da Educação, todas as instituições particulares de Joinville estão dentro dos critérios para oferecer o auxílio. Com bom desempenho no ensino médio, Angélica Peccher Glen, conseguiu uma bolsa inte-
gral para cursar Direito na Universidade da Região de Joinville (Univille). A seleção foi feita por meio do histórico escolar dela. Nesse caso, o benefício é oferecido pela própria faculdade. “Sem a bolsa não teria como fazer um curso superior, pois a renda da minha família não permite pagar o valor da mensalidade que é de R$900”. Mais informações sobre os programas e bolsas de estudos devem ser obtidas junto ao setor de Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) ou a Assistência Social das instituições de ensino. Diego Porcincula diegoporcincula@gmail.com
Educação
Joinville - Maio 2011 PRIMEIRA PAUTA
07
Diagramação de Francine Ribeiro | Edição de Fabiane Borges
POLÊMICA
A homossexualidade em discussão no Brasil
e professor de ensino religioso José Ivonildo de Oliveira, afirma que dentro das escolas a questão da religiosidade é muito forte. “Aceitar o kit é aceitar o pecado”. Ivonildo acredita que será difícil não encontrar dificuldades. Dentro do serviço social que precisa de material para trabalhar a questão da homossexualidade, acredita-se que o kit nasceu de um estudo entre profissionais gabaritados sobre o assunto e querem que a situação seja enfrentada sem preconceito. “É importante porque é uma luta em favor da diversidade”, explica a Assistente Social Silvana Educação Continuada, Alfabeti- Aparecida Bernardino de Oliveira. zação e Diversidade (MEC/SEDe acordo com a Declaração CAD), tem como objetivo “con- Universal dos Direitos Humanos, tribuir para a implementação do no artigo três, toda pessoa tem diPrograma Brasil sem Homofobia reito à vida, à liberdade e à seguranpelo Ministério da Educação”. Ele ça pessoal. No site do Vaticano na nasceu a partir da constatação de página de instrução acerca de pesque as escolas brasileiras são, em soas homossexuais, existe uma disgeral, ambientes hostis para ado- tinção de atos e tendências homoslescentes homossexuais. O projeto sexuais. Quanto aos atos, ensina foi desenvolvido com a proposta que, na Sagrada Escritura, esses são de ajudar a contornar o problema, apresentados como pecados graves. e recebeu o sugestivo nome de Kit A tradição considera imorais e concontra a homofobia e apelidado trários à lei natural. Já as tendências de Kit Gay. A previsão é que sua homossexuais devem ser acolhidas distribuição ocorra inicialmente com respeito e delicadeza. Essas em seis mil escolas públicas a par- pessoas são chamadas a realizar na tir deste ano. Mesmo sem ter sido sua vida a vontade de Deus. lançado pelo MEC, o material diO vice-presidente do conselho dático já provoca polêmicas. O de- de pastores da igreja evangélica de putado federal Jair Bolsonaro (PP- Joinville, pastor Marcos Coelho RaRJ) sugeriu “couro” para corrigir mos, relata que o tema tem causado filho “meio gayzinho”. Em sessão grande preocupação e o kit escolar realizada no Plenário da Câmara, do projeto Brasil sem Homofobia criticou a iniciativa e desencadeou é tendencioso, incentivando ao ataques ao projeto. homossexualismo. “Deus ama o O material é composto de um homossexual e abomina o homoscaderno, seis boletins, três audiovi- sexualismo”, completa o pastor, ele suais, um cartaz e cartas de apresen- acredita que faltou diálogo entre os tação para o gestor criadores do projeto e para o educador. e as igrejas. Professores e gestoPara a igreja caCUIDADO res de ensino fundatólica, Deus ama Segundo pastor mental e médio seo pecador e não o evangélico, rão capacitados com pecado e a relação quem tem que educar seminários e palesentre homossexuais sobre orientação tras e o kit será subnunca será aceita sexual são os pais sídio para abordar o porque o homem assunto da homosnão foi criado para sexualidade. Para o esse tipo de relacioprofessor de administração e coor- namento. Para o padre da Diocese denador do Núcleo de Diversidade de Joinville, Ivanor Macieski não se Sexual da Grande Florianópolis, pode fugir da realidade, principalFabrício Lima, a implantação desse mente no sentido de acolher o difetrabalho resultará em mais facilida- rente, mas não se deve transformar de para convivência entre héteros o homossexualismo em algo banal e homossexuais. Profissionais que e natural. “Essas pessoas carecem de trabalham na área social em Join- apoio para superar essa dificuldade”, ville dizem que o kit é um avan- enfatiza o padre. ço na democracia. “É importante Seja nas igrejas, escolas e instipara a sociedade abrir esse assunto tuições se percebe a necessidade de para discussão, que seja pautado ver a homossexualidade como uma nas escolas e igrejas, porque é um manifestação humana que precisa tabu ainda hoje em dia”, salienta a de cuidados ao ser questionada e traDiretora dos Direitos Humanos tada. “A questão não é saber se o kit é de Joinville, Irma Kniess. bom ou não, se a igreja está certa ou A homossexualidade é um não, a questão está em chegar a um fato, mas encontrar um ponto de consenso,” diz Irma Kniess. equilíbrio para falar do assunto Lizandra Carpes parece estar longe. O pedagogo lizandra.carpes@hotmail.com.br
Instituições buscam a melhor forma de abordar o assunto sobre orientação sexual nas escolas, mas, é difícil chegar a um consenso
M
edo, insegurança, modernidade, direitos humanos, religião, opinião pública, violência, liberdade de expressão e um assunto que sempre gera polêmica: a homossexualidade. Pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estaística (IBGE) levantou o número de casais gays em todo o país. Sessenta mil brasileiros declararam viver com pessoas do mesmo sexo no Censo 2010. Só na região sul do Brasil, existem 8.034 casais. Junto com o cresci-
mento de homossexuais que assumem sua opção, tem crescido na mesma proporção a homofobia, ou seja, aversão a gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Em uma entrevista concedida em 27 de abril ao Portal Infonet, o fundador do Grupo Gay e professor titular da Universidade da Bahia, Luiz Mott, apresenta um relatório anual sobre assassinatos de homossexuais no Brasil, que aponta 260 casos de assassinatos em todo o país. Ele ainda afirma que o país registra o maior número de homicídios no mundo. Para criar um diálogo sobre o assunto, o Governo Federal e a
Sociedade Civil Organizada desenvolveu um programa de combate à homofobia. O nome da articulação é “Brasil sem Homofobia” e tem como objetivo a educação. A expectativa da organização segundo o ex - Secretário Especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, é que as propostas avancem na implementação de novos parâmetros para definição de políticas públicas. O programa está em trâmite na Assembleia Federal como Projeto de lei 122, mas por falta de pressão ao governo, ainda não foi aprovado. Outro projeto é Escola sem Homofobia, apoiado pelo Ministério da Educação/Secretaria de Gisele silveira
Escolas do país irão receber material aprovado pelo Ministério da Educação ainda este ano e professores serão capacitados para utilizá-lo
Alguns conceitos, segundo material “Brasil sem homofobia” HSH: Sigla da expressão “Homens que fazem Sexo com Homens. Utilizada principalmente por profissionais da sáude, na área da epidemiologia. Homossexuais: São aqueles que têm orientação sexual afetiva por pessoas do mesmo sexo. Gays: São indivíduos que, além de se relacionarem afetiva e sexualmente com pessoas do mesmo sexo, têm um estilo
de vida de acordo com essa sua preferência, vivendo abertamente a sexualidade. Bissexuais: São indivíduos que se relacionam sexual e/ou afetivamente com qualquer dos sexos. Alguns assumem a sua sexualidade abertamente, enquanto outros vivem sua conduta sexual de forma fechada. Transgêneros: Terminologia utilizada que engloba tanto as
travestis quanto as transexuais. Transexuais: São pessoas que não aceitam o sexo que ostentam anatomicamente. Sendo o fato psicológico predominante na transexualidade, o indivíduo identifica-se com o sexo oposto, embora dotado de genitália externa e interna de um único sexo. Lésbicas: Terminologia utilizada para designar a homossexualidade.
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Espe
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N
Diagramação de Emanoele Girardi |
o bolso do je- rece ter lugar para o tradicional ans, ele carre- papel, mas sim, para os e-papers ga um smar- e e-books — arquivos digitais de tphone. Na publicações. Apesar da leitura diescrivaninha gital ainda ser pouco abordada do escritório, no Brasil, é inevitável o rumo que um laptop. Dentro da mochila, o desenvolvimento dos meios dium iPad. Os equipamentos ao re- gitais vêm tomando nos últimos dor de Mauro Gonçalves Pinhei- anos, sobretudo entre os jovens. ro o conectam 24 horas por dia Henrique Puccini, por exemàs informações e às redes sociais. plo, é gerente de conteúdo digital. O diretor de operações de uma Possui smartphone, tablet e tem agência de conteúdo digital arti- contato diário com computadocula o trabalho e os afazeres pes- res. Porém, continua preferindo a soais por meio dos aparelhos. leitura impressa. Os dispositivos Apesar de ser tecnológicos são um usuário das usados nos estudos OFFLINE tecnologias, há e na atualização uma controvérsia profissional. “UtiEquipamentos digitais na rotina de Maulizo basicamente o conectam as pessoas ro. Possui um taiPad, onde a maioria o tempo inteiro, mas blet desde o início dos conteúdos está ainda são de difícil do ano, mas ainda no formato PDF e acesso no Brasil não leu um livro consigo manipular inteiro no formato os textos”, afirma. digital. A preferênSegundo Mauro, cia dele ainda é por livros impres- a vantagem que os softwares de sos, com o cheiro do papel . leitura exclusivos apresentam nos O futuro da literatura não pa- e-books, como o Kindle, é a edi-
tecnologia
Uma biblioteca intei
na ponta dos ded
Leitura digital ainda é novidade no país, mas ganhando espaço entre os jovens amantes da tec ção dos livros, com a possibilidade de riscos, grifos e anotações. “Os e-books nasceram exclusivamente para a leitura eletrônica, e depois evoluíram para os tablets”, conta, abrindo uma edição de “A arte da Guerra”, em língua japonesa. Mauro possui poucos livros digitais no aparelho, mas espera aumentar a coleção em breve. “Consigo baixar livros do mundo inteiro e depois traduzo com o dicionário”, relata.
Uma pesquisa realizada em maio de 2010 pela GfK, empresa de pesquisa de mercado, indica que aproximadamente 67% da população brasileira ainda desconhece os livros digitais. A resistência das pessoas não para por aí: 71% dos entrevistados disseram que o meio eletrônico não ameaça o impresso e 56% consideram o alto custo o motivo para a falta de acesso a esses equipa-
mentos tecnológicos. Eles comprariam um e-book se os preços fossem mais acessíveis. Henrique comprou um Ipad no Brasil quando o produto ainda era novidade, oito meses depois do lançamento nos Estados Unidos. Apesar de ter amigos que trariam do exterior, ele optou pela compra nacional devido à ausência de questões burocráticas e à praticidade. “Já pude sair
Evolução: do papiro ao silício Os hábitos ainda resistem às mudanças tecnológicas, mas não à indústria. Prova disso é que há alguns anos muitos jornais, livros e revistas já nascem e circulam em formato digital. Assim como uma razoável parcela de conhecimento que a humanidade imprimiu sobre o papel ao longo do tempo está digitalizada e disponível na Internet. No Brasil, o impacto com a chegada das novas tecnologias ainda não foi tão grande, nem todos estão ligados às novas plataformas de leitura. Joel Gehlen, proprietário de uma editora alega que não teme o fim dos livros impressos. “Os formatos digitais contribuem na distribuição, mas nada substitui o livro”, afirma. São muitas as editoras que alegam que o sucesso desta nova plataforma depende do públicoalvo, que é formado principalmente por jovens que estão mais ligados às novas tecnologias. Mas nem todos pensam assim. Joel, por exemplo, diz que a chamada geração “Y” lê pouco e assegura que “a Internet não vai fazer as pessoas gostarem mais ou menos do impresso”. O crescimento do número de publicações digitais na web e sua consequente popularização tem despertado a polêmica do fim do papel. O jornal americano The New York Times já se rendeu ao formato digital. As estimativas são que a edição impressa deixe de circular em
Vendas aceleradas o privilégio é de po
Joel é adepto dos impressos e afirma que os formatos digitais não substituem os livros
“
Livros serão feitos de forma mais artesanal, serão considerados objetos raros JOEL GEHLEN proprietário de editora
2015. Um caso semelhante faz a ameaça do livro digital parecer mais real — o fim da circulação impressa do Jornal do Brasil, um dos diários mais antigos do Brasil, em setembro de 2010. Apesar da ascensão dos meios digitais, o mercado de publicações impressas deve mudar, e para melhor. É o que diz Joel,
que acredita que o livro vai virar um produto de época. “Livros serão feitos de forma mais artesanal, serão considerados objetos raros e requintados”, opina. Joel ainda enfatiza que a impressão de livros não vai ser uma necessidade, “o impresso será um diferencial”. Ele acredita na diminuição das tiragens, mas acha que os preços continuarão os mesmos. “O que vai importar é o objeto, não mais o conteúdo”, conclui. Atualmente, os livros digitais têm quase o mesmo preço do impresso. Com o tempo, a expectativa é que eles devem ficar entre 20 e 30% mais baratos do que os de papel.
De acordo com estudo realizado pela International Data Corporation (IDC), a Apple e a Amazon são as maiores vendedoras de tablets e leitores digitais.. A pesquisa também revelou que, no terceiro trimestre de 2010, foram vendidos 4,8 milhões de tablets, 90% dos quais eram iPads, e 2,7 milhões de leitores digitais — o mercado norteamericano consome 75% do total. Isso presenta crescimentos de 45,1% e 40%, respectivamente, em relação ao trimestre anterior. As vendas de tablets totalizam 17 milhões e as de leitores digitais, 10,8 milhões em 2010. Já para 2011, a previsão é que esses números subam para 44,6 milhões e 14,7 milhões. Um levantamento realizado pelo banco canadense Royal Bank of Canada que mostra que 99,7% das pessoas
não têm um tabl 1% da populaçã tablet. Para calc aparelhos vendid unir os tablets ao chegou à consta juntos representa de usuários. Como efeito c do, mais de 5 bil suem serviço de internet chega a possuem PCs, 1 linhas telefônicas 600 milhões, jorn gam a 513 milhõ da larga são 555 m Os consultore nada, estimam q lhões de pessoas
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| Edição de Gustavo Cidral
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s está cnologia usando”, conta entusiasmado. Mesmo assim, Henrique acredita que em pouco tempo o livro digital também será uma realidade no Brasil. “Há anos que muitos usuários virtuais disseminam os livros em formatos digitais, mas isso era um consumo de nicho”, explica. “Hoje, com o crescimento de equipamentos móveis mais velozes e adaptados para leitura, esse mercado novamente cresce
s, mas oucos
let. Ou seja, menos de ão mundial possui um cular a quantidade de dos, a pesquisa teve de os smartphones, então atação de que os dois am apenas 394 milhões
comparativo, no munlhões de pessoas pose celular, usuários de a 2 bilhões, 1,2 bilhão bilhão têm acesso à s, assinantes de TV são nais em circulação cheões, e usuários de banmilhões. es do Royal Bank of Caque, em 2014, 400 mis possuirão um tablet.
e ganha adeptos”. Outra pesquisa denominada “Os leitores brasileiros e o livro digital”, divulgada em abril deste ano pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Câmara Brasileira do Livro (CBL), mostra que a maior parte da população brasileira aposta que a funcionalidade dos aparelhos tecnológicos será fator decisivo para vencer a resistência atual da população com os livros digitais. Afinal, o leitor poderá levar a sua biblioteca a qualquer lugar sem utilizar espaço físico. Entre os vários pontos positivos da leitura digital, pode-se destacar a mobilidade, praticidade, busca rápida e a sustentabilidade. Um e-book economiza toneladas de papel e, com isso, reduz o desmatamento de árvores. Mauro conta que o dele pode ter mais de mil títulos baixados da Internet. “O número varia de acordo com a capacidade de memória do aparelho”, diz. “E ainda há a função multimídia, que dá a opção de interagir com os livros”, destaca.
(Nem sempre) Ecologicamente correto Houve um grande salto no desenvolvimento dos equipamentos para a leitura digital durante os últimos anos, mesmo assim, ainda não não se tem conhecimento se realmente eles são uma alternativa mais ecologicamente correta que o papel. Em contrapartida, é um dos principais resíduos gerados pelas pessoas. Na questão ambiental, cultivar árvores, derrubá-las, processá-las e transportar a madeira é considerado um problema. São gastos de combustível e energia desnecessários quando há a opção de distribuir o mesmo conteúdo de forma digital. Por outro lado, os livros digitais são visualizados em dispositivos eletrônicos fabricados com peças que dificilmente são recicladas, além de precisarem de energia para funcionar. Um estudo realizado pelo Centro KTH de Comunicação Sustentável, em Estocolmo, concluiu que, no caso dos jornais, o melhor é ler na internet se olhar apenas o geral das notícias. Para quem leva mais de 30 minutos, o jornal ainda é a escolha mais ecológica. O Kindle, um dos leitores de conteúdo digital, substitui uma estante com cerca de uma tonelada de papel impresso. O aparelho dura em média dez anos, com leitura de 260 livros em sua tela, levando em conta o fato de as pessoas não lerem todos os livros que adquirem.
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fotos: ana luiza abdala
No tablet, faço anotações, rabisco e deixo notas de voz nas páginas mais importantes HENRIQUE PUCCINI jornalista
Henrique enxerga a tecnologia digital como uma forma mais rápida e prática de estudar e manter a leitura em dia. “No meu tablet, faço anotações, rabisco, sublinho, copio e até deixo notas de voz nas páginas e marcados mais importantes de um livro”, conta. Para ele, a questão da praticidade é fundamental: “Posso carregar milhares de títulos sem acrescentar peso na bagagem e poder compartilhar de informações valiosas com amigos e professores sempre que necessário”. Ana Paula da Silva anaonda@gmail.com Patrícia Schmauch patriciaschmauch@hotmail.com
Henrique Puccini está sempre conectado ao trabalho, estudos e lazer através do seu Ipad
Digital, mas sem acessibilidade Apesar de úteis e divertidos para usuários como Mauro, os aparelhos tecnológicos para a leitura digital ainda deixam a desejar quando o quesito é acessibilidade. Osmar Pavesi é enfático quanto ao assunto. “Ela não existe”, afirma. Da caixa de som do computador, ouve-se um emaranhado de vozes. Logo se veem dedos digitando fervorosamente no teclado como se estivessem con-
versando com o computador. E de fato estão. Cada vez mais rápido. Coordenador do setor braile da Biblioteca Pública de Joinville há 14 anos, Osmar é deficiente visual e tem nos tradicionais computadores a forma mais simples de se comunicar. Através de comandos de voz, ele consegue ler qualquer tipo de e-mail, texto e mensagem. “Menos as imagens”, lamenta. O software responsável
Osmar é deficiente visual e usa os computadores como principal forma de se comunicar
pela leitura se chama Jaws e ainda é recente no Brasil. Para Osmar, o programa apresenta muita praticidade e oferece serviços de manuseio e marcações, além de facilitar a produção de material em braile e acelerar a produção do trabalho e leitura — tudo em um computador normal. O software, voltado para a conversão de texto e áudio não pode ser encontrado nos e-readers. Uma grande perca, segundo Osmar. Em Joinville, cerca de 60 pessoas, a maioria estudante, procuram com frequência o acervo didático ou obras literárias em formato braile ou digital. Na biblioteca, há livros falados, fitas cassetes e CDs, todos no padrão internacional. Quando não há material disponível nesse formato, um grupo de ledores voluntários transforma os impressos em digital. “São as pessoas cegas sendo inseridas na tecnologia e no ensino superior”, comenta Osmar. Fã de literatura brasileira, Osmar costuma realizar trocas de materiais escaneados com grupos de todo o Brasil. Assim, ele consegue ter acesso a obras de diversos gêneros, principalmente de suspense e drama, seus prediletos. Para a leitura no formato digital, basta que os arquivos estejam em editores de texto como o word. “Mas as editoras não oferecem essa abertura”, lamenta.
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Economia
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Diagramação de Ronaldo Santos | Edição de Ariane Pereira
COMÉRCIO EXTERIOR
Cônsules honorários ajudam a economia Profissionais capacitados exercem relações diplomáticas e incrementam a balança comercial do município
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ocê já parou para pensar no que faz um cônsul honorário? As funções são as mesmas do cônsul de carreira, mas sem receber salário e sem imunidade diplomática permanente. O cônsul honorário é geralmente um cidadão do país em que reside, e representa os interesses de outra nação, com a qual tem algum tipo de ligação. Entre os papéis do cônsul honorário estão estabelecer a relação diplomática do país que representa com a cidade e o estado em que está sediado e observar oportunidades de investimento e a troca de experiências culturais e científicas entre os dois países. Em Joinville, não há embaixadas nem consulados oficiais, mas como a cidade é um pólo industrial e tem muitos imigrantes e descendentes de vários países, conta com seis cônsules honorários. O presidente da representação consular de Santa Catarina é Francisco Borghoff, que também é cônsul honorário da França em Joinville. Borghoff faz questão de dizer que a função não é remunerada: “A pessoa que é nomeada cônsul honorário não é alguém necessariamente daquela nacionalidade ou descendente, mas já
tem um forte relacionamento com aquele país e é um profissional altamente capacitado”. A argumentação do presidente consular se evidencia quando se observa os outros cônsules de Joinville: todos eles são, ou foram, presidentes de grandes empresas da cidade: o cônsul da Alemanha é Udo Döhler (presidente da Döhler), o da República Tcheca é Ingo Doubrawa (presidente da Docol), o da Eslováquia é Ernesto Heinzelmann (ex-presidente da Embraco) e o da Itália é Moacir Bogo (diretor geral da Gidion). Assessoria intelectual O cônsul da França lembra que quando o governo municipal de Joinville (gestão anterior) pensou em instituir uma empresa pública municipal de saneamento, Borghoff trouxe para a discussão a análise e o estudo da empresa pública da cidade francesa Joinville-Epon que fica a 15 km de Paris. “O cônsul honorário atua como um assessor intelectual, um assessor de assuntos internacionais dos governos municipal e estadual”, observa. Em 2008, um convênio foi assinado pelo governo de Santa Catarina, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Escola Nacional de Administração Pública Francesa (ENA), para capacitar
FOTOS: CAMILLA GONÇALVES
o funcionalismo público daqui. O acordo resultou do trabalho do cônsul honorário francês em conjunto com o embaixador da França no Brasil. A importância da ação do cônsul é reconhecida pelos gestores públicos. “Acho até que nós acionamos pouco os cônsules honorários. Aqui em Joinville, eles têm nos auxiliado muito junto às autoridades federais para conseguirmos a ampliação da infraestrutura necessária para a região, como é o caso dos portos e aeroportos, um ponto que interessa tanto a nós como aos países que eles representam”, ressalta o secretário municipal de integração e desenvolvimento econômico, Rodrigo Thomazi. Representação diplomática “Nosso poder legal é limitado. Porém, quando há um interesse do embaixador, posso fazer uma intermediação junto ao governador ou ao prefeito”, pondera o cônsul honorário da Eslováquia, Ernesto Heinzelmann. Em Joinville, não há registro de descendentes de eslovacos, mas empresas do setor plástico, metalúrgico e térmico da cidade têm negócios com a Eslováquia. Marlon de Souza marlonluiz@hotmail.com
Francisco Borghoff, cônsul da França em Joinville, destaca que a função não tem salário
Atividades do cônsul honorário ão é funcionário de carreira, N mas é nomeado pelo país que representa por reconhecidamente ter um vínculo com aquele país
bserva também a oportunidaO de de investimento e a troca de experiências culturais e científicas entre os dois países.
cônsul honorário estabelece O a relação diplomática do país que representa com a cidade e o estado em que está sediado no Brasil.
uxilia o imigrante ou descenA dente com informações sobre questões jurídicas internacionais como passaporte e requisição de dupla cidadania
Cônsules de Joinville
Nos consulados honorários, cidadãos brasileiros e estrangeiros podem ter acesso a informações e documentos para pedidos de dupla cidadania
FRANÇA Francisco Borghoff
EslovÁQUIA Ernesto Heinzelmann
Suíça Alberto Holderegger
República Tcheca Ingo Doubrawa
Alemanha Udo Döhler
Itália Moacir Bogo
Especial
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Diagramação de Emanoele Girardi | Edição de Neyfi Müller
Ação SOcial
ONGs buscam apoio na sociedade
Organizações sem fins lucrativos dependem de doações e eventos para sustentar a causa que defendem
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em sempre só a vontade é suficiente para realizar boas ações. As Organizações Não Governamentais (ONGs) são criadas pela vontade, mas necessitam de recursos para a sua sustentação. O termo ONG surgiu nos anos 60 e popularizou-se no Brasil nos anos 90, está ligado ao Terceiro Setor dentro da sociedade civil e são iniciativas privadas de utilidade pública. Estas organizações sem fins lucrativos atuam em diversas áreas, tais como: meio ambiente, combate à pobreza, assistência social, saúde, educação, reciclagem, desenvolvimento sustentável, entre outras. Em Joinville estão credenciadas 16 ONGs que recebem incentivos públicos dividindo-se entre ações sociais ou ambientais. Locais ou nacionais, todas as ONGs enfrentam alguma dificuldade na captação de recursos, seja por despreparo da direção ou excesso de burocracias. Algumas fazem campanha nacional para arrecadar dinheiro, como o Criança Esperança que distribui o valor arrecadado entre 75 projetos formados por ONGs, outras se engajam em festas locais e garantem um espaço para arrecadar alimentos, como a Fundação Padre Luiz Fachini. Leandro Schmitz, assessor de imprensa da ONG Impacto Social, acredita que este é um problema geral: “Mesmo as ONGs que crescem e aparecem acabam tendo dificuldades financeiras, ou porque a imagem de quem financia será diluída ou porque os financiadores acham que essas ONGs já têm o bastante”. A Impacto Social é formada por educadores, engenheiros, jornalistas, publicitários, administradores, pais, mães, avós, filhos. Sobre a liberação de verbas
Fotos: Polianna Moraes
Feiras, bazares e caixas em pontos comerciais são algumas das estratégias utilizadas pelas ONGs para arrecadações de doações
através de órgãos públicos, o governo apenas libera verba para entidades públicas, e como a organização tem um tempo de vida menor que um ano, eles ainda não possuem as credenciais necessárias para este título, portanto, as doações que eles recebem são somente de pessoas físicas e jurídicas. Com dez projetos em andamento, eles estão na fase de buscar parcerias com empresas para apoiar suas campanhas. Algumas entidades até recebem incentivos públicos para manutenções, como é o caso do Abrigo Animal de Joinville, mas não é o suficiente. A organização, que completará dez anos em julho, firmou um convênio com a Prefeitura em 2003, com respaldo na Lei 24.645/1938, que pronuncia o Estado como tutor dos animais. “O dinheiro que recebemos da prefeitura não cobre nem os gastos com a alimentação
Documentação necessária para montar uma ONG Fonte: SEBRAE/SC
dos animais”. Osnilda Bachtold, presidente da entidade. O terreno no qual está localizado o Abrigo Animal no bairro Vila Nova em Joinville, foi adquirido com as economias e aposentadoria da presidente e seu marido. A organização se mantém com doações de cidadãos, bazares e feiras organizadas por voluntários. “Meu sonho é construir no terreno ao lado um ambulatório próprio, pois gastamos em média de seis a sete mil reais por mês em clínicas veterinárias”, conta Osnilda. Ela comenta ainda que paga quatro funcionários, compra ração e medicamentos que não podem faltar no dia a dia. Recentemente eles firmaram um convênio com a Celesc: “Se todos contribuírem com R$1,00 será ótimo, levando em conta uma cidade com 500 mil habitantes como é Joinville”, declara Osnilda.
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Polianna Moraes polianna.cmoraes@gmail.com
artão de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica); C Atas e Estatutos; Certidão Negativa de Débitos; FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço); Inscrição Estadual; Ficha de Inscrição de Cadastro (FAC); Alvará de Licença para Localização e Funcionamento;
O dinheiro da prefeitura não cobre nem os gastos com a alimentação dos animais OSNILDA BACHTOLD presidente do Abrigo Animal
Captação de recursos para entidades exige capacitação
Muitas ONGs no Brasil desconhecem a legislação que regulamenta a possibilidade de liberação de verbas e têm dificuldades para arrecadar recursos. Um exemplo de especialização para auxiliar nessa área é Fernanda Dearo, que trabalha no ramo de assessoria para ONGs há 16 anos. A motivação dela para trabalhar com esse assessoramento veio através da procura por auxílio: “As pessoas acreditam que abrir uma ONG é uma realização, pois é grande o desafio de fazer dar certo em nome de uma causa. A intenção é nobre e louvável, porém, abrir um empreendimento sem entender do assunto pode gerar problemas”. Fernanda conta que no Brasil existem cerca de 400 mil ONGs e muitas precisam de ajuda. “Algumas estão literalmente falidas, passando o chapéu a todo custo, confessando sua má administração e certamente colocando em risco pessoas, comunidades e causas”, afirma a profissional. A dificuldade de conseguir patrocínio no Brasil ocorre porque a captação de recursos deve ser feita por um profissional, pois é complexa, exige dedicação integral, conhecimento de mercado, técnico e prático. A estratégia de arrecadação deve ir além dos adesivos de carro, cartazes e camisetas. Fernanda diz convicta que tudo e todos são passíveis de captar recursos, basta transformar a ideia em produto e oferecer contrapartidas. Outra opção de capitalizar verbas vem de agentes financiadores internacionais disponíveis em sites especializados no Terceiro Setor.
ocumento de Inscrição do Imóvel no Município ou D do IPTU; Vistoria do Corpo de Bombeiros; Ficha de Inscrição Cadastral, fornecido pela prefeitura do município; Pagamento da taxa para concessão do Alvará de Licença para Localização e Funcionamento.
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Comportamento
Joinville - Maio de 2011 PRIMEIRA PAUTA
Diagramação de Aline Seitenfus | Edição de Tiffani dos Santos
EXPRESSÃO
A arte gravada e estampada na pele
Uma homenagem, lembrança ou a simples vaidade são alguns dos requisitos para aderir a tatuagem
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esenhos, linhas e muita cor estão ganhando cada vez mais espaço no corpo humano. A tatuagem, a arte sobre a pele, já ultrapassou muitas barreiras do preconceito e a cada dia adquire mais adeptos de diferentes idades, sexos e classes sociais. Conforme o tatuador joinvilense Sandro Chaves, o interesse das pessoas por esta arte aumentou muito nos últimos anos, tanto dos clientes como dos próprios tatuadores: “há dez anos só havia dois estúdios no centro de Joinville”. Hoje o número já chega a dez. Segundo o tatuador André Pereira o interesse também aumentou em Itapoá. “Não trabalho com divulgação e a cada ano há mais clientes, principalmente na temporada”, afirma ele que trabalha há mais de cinco anos e já fez mais de duas mil tatuagens. Este tipo de arte já faz parte da sociedade há muito tempo, mas por que as pessoas se tatuam? Para os estudantes de engenharia Diego Leandro da Silva, 21 anos, e Cristiano Wagner Rissi, 24 anos, fazer tatuagem é viciante. “Existe a famosa filosofia, ninguém consegue fazer uma só”, afirmam. Conforme eles, a vontade é inexplicável, mas é difícil ver uma pessoa com apenas uma tattoo e sem vontade de fazer outras. Até o momento os dois estudantes têm cinco desenhos, mas querem fazer mais. Já
para a estudante de jornalismo Adriele Evarini, 21 anos, o fazer tatuagem está muito mais ligado à valorização do trabalho artístico: “há pessoas que compram quadros, eu faço tatuagens”. Adriele tem dez tattoos e, segundo ela, cada uma tem um significado. Além do significado, cada tatuagem carrega características de um estilo. Existem várias categorias e, conforme o tatuador André Pereira, as principais são: tradicional, realismo, oriental, new school, old school, comics e maori, também chamada de tribal. Para reunir todos esses estilos estampados na pele humana, os tatuadores criaram as convenções. O evento acontece com frequência em diferentes cidades e é organizado por um único estúdio ou uma equipe deles. As convenções são um espaço para os tatuadores mostrarem seu trabalho, conhecer as técnicas dos outros profissionais e comprarem material. “Para os que buscam tatuar ou participar de competições é preciso alugar um stand, o que geralmente custa mil reais”, explica André que sempre prestigia as convenções de Curitiba e São Paulo e já foi para uma em Ibiza, na Espanha. Segundo ele, na última convenção que ocorreu em Curitiba, nos dias 22, 23 e 24 de abril, havia mais de 100 expositores. Além dos stands o espaço geralmente tem outras atrações como exposição de obras de arte, shows e pistas de skate. Os eventos reúnem tatuadores de todas as regiões do país. Mas para conseguir se susten-
Conheça um pouco da história 5000
4000
3000
augusta gern
A descontração e um bom relacionamento do profissional são aliados para o resultado de uma boa tatuagem e satisfação do cliente
tar da arte é preciso investir um bom dinheiro. Segundo Chaves, para montar um estúdio profissional de qualidade é necessário investir cerca de 100 mil reais. O tatuador também deve estar atento à legislação. A resolução estadual da Vigilância Sanitária nº 0004, de 15 de fevereiro deste ano, regulamenta toda a execução do serviço e institui que qualquer estabelecimento só poderá funcionar mediante o alvará sanitário. QUASE “PARA SEMPRE” Apesar de todas as técnicas e expressão de personalidade é importante lembrar que esta é uma arte praticamente permanente. Quando bate o arrependimento, existem sim, maneiras de substituí-
las ou até removê-las, mas segundo os tatuadores esses trabalhos são mais caros e muitas vezes mais doloridos. Atualmente o processo de remoção mais utilizada é a laser, que pode eliminar tatuagens com efeitos colaterais mínimos. O tempo que se leva para remover depende do tamanho e das cores
A palavra tatuagem origina-se do inglês “tatoo”. O pai desta palavra inglesa foi o capitão James Cook, que escreveu em seu diário a palavra “tattow”, também conhecida como “tatau”, uma onomatopeia do som feito quando a tatuagem era feita, em que se utilizavam finos ossos e agulhas, no qual batiam com uma espécie de martelinho de madeira para introduzir a tinta na pele.
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3.500 anos atrás – Os primitivos (Idade do Bronze e Idade do Ferro) se tatuavam para marcar fatos da vida biológica e da vida social. Nesta época a tatuagem já expressa a personalidade de um indivíduo ou comunidade tribal.
No século XVIII a tatuagem chega ao Ocidente, com as explorações que colocaram o europeus em contato com as culturas do Pacífico. Nessa época não existiam tatuadores profissionais, mas alguns amadores já estavam a bordo dos navios e em grandes portos.
do mundo. Alguns fatos, objetos e resquícios encontrados sugerem que a tatuagem é tão antiga quanto o surgimento do homem.
0 A.C.
A múmia mais antiga do mundo, com 5.300 anos antes de Cristo, encontrada na Itália em 1991, conservou-se congelada em um bloco de gelo e tinha tatuagens sobre toda a espinha dorsal, além de uma cruz em uma das coxas e desenhos tribais por toda a perna.
Augusta Gern augustagern@gmail.com
Palavra surgiu de uma onomatopeia
Apesar de todos os registros, pesquisadores alegam que é difícil afirmar a origem da tatuagem, pois ela foi inventada muitas vezes, em diferentes momentos e partes
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utilizadas na tatuagem. Conforme Chaves o preço de uma sessão chega a 300 reais. Outra forma de remoção é a técnica denominada cover-up, que é cobrir a tatuagem antiga por outra com a forma, desenho e cores diferentes.
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D.C.
No século XIX vira moda entre a realeza européia e vira febre na Inglaterra pelos marinheiros ingleses. Em 1920 ela começa a ficar mais comercial na América e na Europa.
Em 1959 ela chega ao Brasil. Aqui o precursor foi o dinamarquês Knud Harald Lucky Gegersen. Conhecido popularmente como Lucky ou Mr. Tattoo, foi considerado durante um bom tempo o único tatuador profissional da América do Sul.
Meio Ambiente
Joinville - Maio 2011 PRIMEIRA PAUTA
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Diagramação de Aline Seitenfus | Edição de Fernanda da Rosa Ana Luiza Abdala
Com 17 mil metros quadrados, o Parque Zoobotânico de Joinville é a principal área de lazer da cidade. Lá, a população pode encontrar aproximadamente 200 animais e também, admirar a Mata Atlântica que constitui o espaço
LAZER
Parques Municipais buscam construtoras
Empresas da construção civil não demonstram interesse em tirar o Programa Linha Verde do papel
A
reivindicação antiga dos joinvilenses por um espaço público de lazer resultou no Programa Linha Verde, ação proposta pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj) que visa implantar parques em diferentes pontos da maior cidade do estado, com objetivo de apoiar seu desenvolvimento. Além disso, também está no projeto a construção de uma rede de aproximadamente 60 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas urbanas. Oitenta por cento do financiamento dos parques contemplados pelo programa já estão garantidos devido a uma parceria com o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). O 20% restantes são da Prefeitura Municipal, que entra com ações como: desapropriação de terrenos, saneamento básico, e projetos de arquitetura e engenharia. O que ainda impede a
visitação dos parques é a falta com a concessão de empréstimos de interesse das construtoras e financiamentos para obras que em participar das licitações. promovam o desenvolvimento Vários editais foram lançados dos países que fazem parte do e encerrados, sem que nenhuma sistema hidrográfico do Prata. empresa demonstrasse vontade Países como Argentina, Uruguai de tirar os projetos do papel. Foi e Paraguai também contam com o que aconteceu há pouco tem- ajuda desse agente financeiro. po com o edital para o Parque A parceria da Prefeitura com Natural Municipal o Fonplata exisMorro do Finder, te desde 2006, por exemplo. Os quando o conFUTURO editais dos partrato foi assinado Ciclovias e ciclofaixas ques Morro do pelo então prefeitambém estão nos Boa Vista, Porta to, Marco Tebalplanos para trazer mais do Mar e as obras di. A partir dessa segurança ao cidadão do Ciclo Viário data o programa também foram foi desenvolvido no momento de lazer. lançados sem ree as obras foram torno das empresendo estudadas. sas. ‘‘Várias construtoras vieram Elas começariam pelo Parque aqui buscar os editais, mas até do Morro do Boa Vista, mas agora nenhuma se habilitou’’, segundo o Ippuj, tiveram que afirma Vânio Lester, diretor ser canceladas na metade por executivo do Ippuj. Lester ain- problemas de licitação, e com da antecipou que os editais de- a construtora, que não estava vem ser reavaliados e relança- cumprindo os prazos definidos dos, até que haja interesse em inicialmente. Por conta disso, o realizar as obras. contrato ainda está em procesO Fonplata, responsável pela so administrativo. O próximo a execução do programa, contribui entrar na linha de execução foi
o Parque da Cidade, único que atualmente está com as obras adiantadas. Anexo à Arena Joinville, na zona sul, o espaço já está com o asfalto da ciclovia pronto, e não houve problemas de licitação. Segundo o Ippuj, até o fim do ano a construção deve estar concluída. Além do Parque da Cidade, outros nove espaços ainda deverão ser contemplados: Porta do Mar, Morro do Boa Vista, Parque Kaesemodel, Parque das Nascentes, Parque das Águas, Parque Morro do Finder, Parque Caieira, Morro do Amaral, e Eixo Ecológico Leste. Segundo Vânio Lester , o próximo espaço de lazer a ser executado é o Parque das Águas. INICIATIVAS Desde o ano de 1992, o Parque Zoobotânico é uma das únicas áreas em bom estado da cidade. Ele surgiu através de um decreto municipal, e com 17 mil metros quadrados pretendia suprir as necessidades de lazer de uma população de quase 500 mil habitantes. O parque incentiva a
valorização da Mata Atlântica e sua fauna, em um espaço com aproximadamente 200 animais, sem contar os que co-habitam a região do Morro do Boa Vista, em plena área urbana da maior cidade do estado. A 56 km de Joinville, um outro exemplo de sucesso data da década de 70. A cidade de Jaraguá do Sul possui um parque público de lazer desde o ano de 1978, quando o Parque Malwee foi inaugurado. No início o parque era um espaço privado, e foi fundado pelo primeiro dono da empresa. Mais tarde ele foi cedido aos funcionários e só então, foi aberto ao público. O espaço possui um milhão e meio de metros quadrados e está situado no interior da cidade. Além das mais de 35 mil árvores plantadas ao longo do parque, o espaço também conta com um museu, que contém artefatos dos primeiros habitantes do norte catarinense. Mayara Silva mf_silva90@yahoo.com.br
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Comportamento
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Diagramação de Aline Seitenfus| Edição de Gustavo Cidral
IDENTIDADE
Joinville lado B: um lugar “desconhecido”
Cidade dos Príncipes, da Dança e das Flores? Conheça o município sem realeza, bailarinos ou jardins perfumados
E
ra um domingo típico na vida de “João Ville”. Nada de novo, apenas aquela rotina obrigatória na vida de qualquer joinvilense. Durante a tarde, antes do jogo de futebol, foi até a Empadas Jerke, tradicional estabelecimento da cidade, tomar seu chope gelado e comer as deliciosas empadinhas que nunca faltam na lista de preferências. Uma descansadinha e logo partiu para arena assistir ao jogo do time do coração: o Joinville Esporte Clube, carinhosamente chamado de JEC. Durante 90 minutos, gritou vibrou com milhares de torcedores. Para fechar a noite, levou a família ao último dia do Festival de Dança, evento que invade a cidade todo ano e “não deixa ninguém parado”. “João Ville” não tem nada de incomum. Ele faz as mesmas coisas que todo morador de Joinville costuma fazer. Será?! Ao contrário do nosso típico joinvilenese, Alexandre Ricardo nunca foi ao Festival de Dança. Não que ele não goste de apresentações culturais ou que seja contra. O motivo que deixa o motorista longe das salas do Centreventos Cau Hansen (local em que acontece o evento) é financeiro. Para ele, a semana de dança na cidade, ao contrário do que se propõe, não atinge a todos os habitantes. “O Festival de Dança é feito para ricos”, afirma. Ele comenta que
é uma boa iniciativa, mas que é feito para empresários, políticos e pessoas diretamente ligadas à arte. “Nos dias do festival falam que a cidade para, mas na minha rotina não muda nada. Nunca fui ao evento com minha esposa e meus filhos”. A imagem de Joinville vem sendo construída em cima de
rótulos estendidos aos quatro cantos, mas a cidade mais populosa de Santa Catarine não é feita apenas de dança, flores e príncipes. Os símbolos que representam os bairros mais elitizados não são os mesmo que definem os mais retirados. No Jarivatuba, por exemplo, não é o balé da Escola de Teatro Bolshoi
ros registros de capoeira em Joinville tem mais ou menos 35 anos e, desde que comecei, vejo mais valorização e participação. Há vários festivais para mostrar a arte, além de apresentações em escolas, eventos públicos e festas”, relata. Jaqueline Dias jaqdias@gmail.com ARQUIVO PESSOAL
Juliano Diettrich Ramos (segundo da esquerda para direita) participa há 14 anos de grupos de capoeira no bairro Jarivatuba. Hoje ele é professor do Grupo Beribazu
Coração preto e branco, mas não vermelho. O outro time da cidade Se Juliano se diferencia nos passos da dança, Adriano Luís José destoa com a camisa do time de futebol. Não é o Joinville Esporte Clube que faz bater mais forte o coração do mecânico em dia de campeonato. Os ingressos ganhos de um primo para assistir ao jogo do Caxias Futebol Clube, em 2003, revelou uma paixão que permanece até hoje. Os gritos de gol são reservados ao clube que nasceu muito antes do JEC
que dá ritmo ao dia-a-dia, mas a capoeira de Juliano Diettrich Ramos. Há 14 anos, ele começou a frequentar grupos que ensinavam a mistura de arte marcial e música e hoje é professor no Grupo Beribazu, presente desde 1997 em Joinville. Segundo Ramos, no movimento capoeirista há cerca de dez grupos na cidade. “Os primei-
(1920), mas não é tão conhecido como o tricolor. Após o primeiro contato com o alvi-negro joinvilense, Adriano encontrou mais torcedores pela internet e hoje comanda um blog e participa da torcida organizada do Caxias, a Legião Alvi-negra. “Alguns consideram o Caxias o segundo time da cidade, por isso torcem para os dois. Mas torcedor que é torcedor tem só um no coração e até certa rivalidade”, fala.
dIVULGAÇÃO
Ele explica que o time não é tão reconhecido na cidade porque parou de competir diversas vezes e tem uma torcida ainda jovem, com apenas dez anos. “Eu sei que daqui a uns anos teremos muita credibilidade e reconhecimento. Agora contamos com um assessor de imprensa, mas não há muito espaço na mídia”. Atualmente, o clube disputa a divisão de acesso para a série A do CampeoO Caxias é mais antigo que o Jec, mas tem conquistado torcedores jovens nos últimos 10 anos nato Catarinense.
Comportamento
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Diagramação de Aline Seitenfus| Edição de Gustavo Cidral
Estilo de vida bem diferente do europeu No Festival de Dança ou na capoeira, jogos do JEC ou do Caxias, é impossível imaginar uma Joinville sem itens básicos como água encanada, energia elétrica, telefone. Mas no alto da cidade ainda há pessoas que vivem sem isso. No Morro do Boa Vista, próximo ao Zoobotânico, cerca de 150 pessoas moram sem televisão, banho quente, internet e nem mesmo aguá e luz. Nas palavras de Jenoveva Sabina Vicente, uma das moradoras do lugar, vivem “como coruja”. “Há cinquenta anos vejo políticos vindo aqui em época de eleição prometendo luz e uma vida melhor, mas nunca mais aparecem depois que conseguem os votos”, desabafa. Ela veio para Joinville após perder tudo o que tinha numa enchente em Balneário Camboriú e comprou a casa para morar com mais oito filhos. “No início não tinha nada, era um caminho de roça. Depois de 20 anos que eu tava aqui, passaram as máquinas pra fazer estrada”. Segundo a Prefeitura, a indiferença com os moradores do Morro do Boa Vista é justificada legalmente. A lei 1410 (cota 40)
proíbe a construção de casas no morro acima de 40 metros do nível do mar. O neto de de Jenoveva, Ivan Hiller, protesta: “Tem muita construção em lugares mais altos, mas como são edifícios de luxo, vivem bem. Aqui, a prefeitura nunca pôs o pé. É descaso mesmo”. Ele conta que o poder público quer tirar os habitantes do morro, mas sem pagar indenização ou dar outro lugar como moradia. “Eles vão colocar energia elétrica pra construir um parque e querem todo esse espaço, aí lembram que esse lugar existe”, finaliza. Os banhos são tomados com bacia na água gelada, mesmo em épocas de frio. A água vem do morro através de uma mangueira que passa em meio às árvores e às vezes tem o fluxo interrompido pela passagem das pessoas. A comida é feita no fogão à lenha. Os alimentos são conservados em caixas de isopor e tudo o que se compra deve ser consumido no dia. A aposentada não recebe o que é de direito de todo cidadão, mas mantém em dia os impostos que chegam sempre na sua porta.
JAQUELINE DIAS
Há cinquenta anos, a aposentada Jenoveva Ivan Hiller espera por luz elétrica e água encanada em sua casa no Morro do Boa Vista
Um novo perfil no mercado de trabalho joinvilense JAQUELINE DIAS
Karina Gonçalves, Estafania Del Valle, Leonardo e Johanes Halter são estudantes dos cursos de Comunicação Social no Bom Jesus/Ielusc
Não é à toa que Joinville recebe o título de Manchester Catarinense. As inúmeras empresas, sejam grandes, médias ou pequenas estão espalhadas por toda cidade. Assim também estão os cursos de Ciências Exatas, maioria dentro das faculdades públicas ou privadas. O objetivo é formar profissionais para manter a polo industrial. Mas nem todo cidadão joinvilense quer ser engenheiro. Em todo território do municípo, existe apenas uma faculdade de comunicação social. Estafania Del Valle e Karina Gonçalves iniciaram juntas o curso de Publicidade e Propaganda em 2009, no Ielusc. Para elas, achar emprego na área é fácil. “As pessoas se restringem apenas às agências publicitárias, mas comunicação social abrange muitos caminhos”, explica Karina, que trabalha no marketing de uma construtora desde o primeiro ano da faculdade. Estafania também trabalha na
comunicação de uma empresa há dois anos e concorda com a amiga. Ela só lamenta a diferença entre os salários dos estudantes de cursos diferentes. Nos mesmos corredores, circula Johanes Halter. Ele está no primeiro período de Jornalismo. Ao contrário das colegas publicitárias, ele diz que é difícil encontrar emprego. “Procurei por três semanas algo mais próximo ao jornalismo, mas não consegui. Como as contas me esperavam, tive que embarcar em outro ramo”, relata. Johanes trabalha na prestação de serviço de uma agência bancária. Porém, o jornalista e as publicitárias consentem em um ponto: a indignação em haver apenas um curso de Comunicação Social na maior cidade do estado. “Além de não existir concorrência, ficamos limitados a um serviço, sem poder reclamar e procurar por outro”, concordam.
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Crônica fotográfica
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Diagramação de Edinei S. Knop | Edição de Eduardo Schmitz
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ão que eu não seja uma dama, longe disso. Mas eu não me permito a falso moralismo,isso eu não faço. Não importa como o corpo se delineia, mas devemos ser no mínimo sensuais. No entanto, algumas de nós mulheres somos marginalizadas. Isso porque somos são pagas pelo sexo, quer dizer, existem clientes que alugam
o quarto, o corpo e a paciência atrás apenas de uma conversa. Durante a tarde de uma terçafeira, as luzes da casa de show estão apagadas, as mesas limpas, a barra de pole dance sem nenhum corpo esguio e ninguém está bebendo. Na verdade, estamos todas lá, mas lendo revista e conversando sentadas em poltronas na sacada da casa de show. Somos prostitutas de luxo. Enquanto isso, num outro dia, em outro lugar, a casa está vazia
e não estamos trabalhando. Horário comercial é depois das 18h. Não leve a mal, sexo cansa também. Precisamos cuidar da pele, das unhas, da alimentação e beber a nossa própria cuba libre também. Por que não? Nossa vida não gira só ao redor do sexo. Em pé, debruçada sobre a mesa, Marta, de 36 anos, segura um porta moedas e afirma que o troco dela é de pelo menos mil reais por noite. Ela é puta há uns 7 anos, agora
sua prima está começando. Somos muito competentes na nossa área, admitimos reclamações e queremos sempre dar o melhor de nós. Custa respeitar? Uma profissão tão antiga, tão popular e tão usufruída! Entenda que é uma relação meramente profissional. Por uma conversa, não custa nada. Por um serviço, consulte o cardápio. Bárbara Elice bahfck@gmail.com
Muito mais que mero prazer
Uma vida nem tão clandestina e que vai além do sexo profissional por dinheiro KAUANE MELLO
KAUANE MELLO
Fetiche é a essência que aliment
a a profissão
bárbara elice
el requintado
Prazer, sotisficação e luxo: conceitos de um bord
Cuidados de miss e nenhum reconhecimento bárbara elice
Durante o trabalho o DJ é instigado ao voyeurismo; ele tem vista para o quarto