Cap Magazine 02

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EDITORIAL

EXPEDIENTE

Uma edição especial. A revista oficial do Atlético Paranaense chega ao seu número dois celebrando dois feitos importantes do ano rubro-negro. O primeiro foi a conquista do título paranaense, o 22º da história do Clube. Nas próximas páginas você verá uma recapitulação dessa conquista em fotos inéditas do renomado fotógrafo Sérgio Sade, além do pôster oficial do time campeão.

CONSELHO ADMINISTRATIVO PRESIDENTE Marcos Augusto Malucelli 1o VICE Enio Fornea Junior 2o VICE Yára Cristina Eisenbach MEMBROS Diogo Fadel Braz Henrique Gaede

O segundo motivo de comemoração para toda a família rubronegra foi a celebração da primeira década de vida da Arena, a casa do Furacão. Em uma matéria especial, a revista do CAP traz fatos curiosos do estádio mais moderno do Brasil, e até relembra o dia na década de 80 em que o terreno onde hoje se localiza a Arena quase foi vendido.

CONSELHO DELIBERATIVO PRESIDENTE Gláucio José Geara 1oVICE Alexandre Maranhão Khury 2a VICE Cristiane Canet Mocellin 1o SECRETÁRIO Marcel Kesselring Ferreira da Costa 2o SECRETÁRIO Alfredo Vieira Ibiapina Neto

Uma edição para guardar.

A Diretoria

DIRETORA SUPERINTENDENTE Maria Aparecida Gonçalves COMITÊ DE COMUNICAÇÃO E MARKETING Nelson Fanaya Filho Roberto Karam GERENTE COMERCIAL Péricles Souza Rua Petit Carneiro, 57, Água Verde, Curitiba, PR, CEP 80 240-050 Telefone: (41) 2105 5600 Fax: (41) 2105 5637 www.atleticoparanaense.com REVISTA DO ATLÉTICO PARANAENSE revista@atleticopr.com.br EDITOR Thiago Almada PROJETO GRÁFICO / DIAGRAMAÇÃO Patricia Lugokenski, adoro design e comunicação FOTOS Roberto Souza, James Helmfelt e Vinicius Montenegro REPORTAGENS Maurício Mano, Rafael Falavinha, Thiago ­Almada, Vinicius Araújo e Vinicius Montenegro

A Revista do Atlético Paranaense, órgão oficial, retrata de forma transparente a história do Clube, dos craques do passado e do presente, categorias de formação, contratações, revelações, enfim, sempre mantendo bem informada a nação rubronegra, a maior torcida do Paraná. A Revista do Atlético Paranaense é um produto oficial. Fica proibida a reprodução total ou parcial das matérias sem a expressa autorização da Gerência de Comunicação e Marketing. O editor não se res­ ponsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados ou conceitos emitidos em artigos assinados.

ANUNCIE cap.comercial@atleticopr.com.br (41) 2105 5611 ou (41) 2105 5692


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__08 Entrevista Valencia

__14 Reportagem de Capa A nova geração do CAP

__24 Dia de Boleiro Uma viagem com o meia Marcinho

__26 Aula no CT Os segredos do passe de peito

__30 Ensaio

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Cibele Mello, a Miss Curitiba

__44 Especial Os 10 Anos da Arena

__52 Por Onde Anda Nilo Biazzetto

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___6 O que Aconteceu no CAP ___36 Marketing ___38 Título Paranaense ___57 Quiz ___56 Produtos ___68 Torcida ___62 Opinião


ATLÉTICO PARANAENSE VIROU FILME No final de maio, o CAP lançou o seu primeiro filme oficial: 50 Dias + Campeão Paranaense ´09. O documentário 50 Dias, produzido pelo Departamento de Comunicação do CAP, traz em 45 minutos um retrato inédito do dia-a-dia, das tensões e alegrias vividas pelo time do Atlético Paranaense na reta final do Brasileiro de 2008. Recheado de imagens de bastidores, entrevistas exclusivas e depoimentos dos principais personagens, o filme mostra como foi a ascensão do time rubro-negro, iniciada em outubro de 2008 e que culminou primeiro com a permanência na primeira divisão e, em maio deste ano, foi completada com a conquista do título estadual. Já o documentário Campeão Paranaense ´09 foi produzido por Lelo Penha em parceria com a Spin Filmes e tem cerca de 10 minutos. As imagens foram captadas em câmeras de alta resolução, em ângulos inéditos e com uma edição inovadora. O especial traz imagens da conquista do título estadual no melhor estilo dos filmes do Canal 100.

CIRQUE DU SOLEIL A Academia do Atlético Paranaense teve uma ótima surpresa entre o final de maio e o começo de junho. A acrobata Denise Wal, integrante da trupe do Cirque du Soleil, esteve em Curitiba em treinamento para a temporada brasileira do circo, que iniciou no dia 11 de junho, em Fortaleza. E como preparação para as intensas apresentações, a curitibana Denise escolheu a Academia do CAP como lugar ideal para seus treinamentos. 6


O QUE ACONTECEU NO CAP Nova comissão no CT Antônio Lopes retorna ao CT do Caju O técnico Antônio Lopes retornou em julho para a sua terceira passagem pelo CAP. Depois de treinar a equipe em 2005 e 2007, Lopes e seu filho, Lopes Júnior, formaram novamente a comissão técnica do Furacão, agora ao lado do também recém-contratado Leandro Niehues, que formará a comissão técnica permanente do Clube, junto com o preparador físico Riva Carli e o preparador de goleiros Marco Tedeschi. Semanas antes da chegada de Lopes, o CAP havia acertado a contratação de Ocimar Bolicenho como diretor de futebol. E a nova comissão mostrou sua eficiência conquistando de cara 15 pontos de 18 disputados até o fim de agosto. “Conseguimos somar pontos importantes contra adversários perigosos. Vamos pensando um jogo de cada vez e assim vamos seguindo”, avalia Lopes.

LENDÁRIO ZIQUITA O nome Gilberto Souza Costa pode não representar muita coisa para quem gosta de futebol, mas quando se fala em Ziquita, a história é diferente. Uma das maiores lendas do Atlético Paranaense esteve em Curitiba nos dias 22, 23 e 24 de maio. O ex-centroavante rubro-negro recebeu uma série de homenagens do Furacão. Aproveitando a passagem, Ziquita fez uma manhã de autógrafos e um bate-papo com seus fãs, na Arena Store. No mesmo dia, um encontro memorável. O torcedor Jefferson de Almeida, que pegou a camisa de Ziquita no final da partida de 1978, reencontrou o ídolo e doou a camisa para o CAP. No dia 24, o Furacão jogou contra o Náutico, na Arena, e antes de a partida começar, Ziquita matou a saudade da torcida e entrou no gramado saudado pela massa rubro-negra, que gritava o seu nome. História: O Atlético Paranaense jogava contra o Colorado no dia 6 de novembro de 1978, e até os 30 minutos do segundo tempo, o Furacão jogava mal e o Colorado aplicava uma goleada de 4 a 0, na Baixada. Mas em apenas 13 minutos restantes, a história do jogo mudou totalmente, devido à garra atleticana. Foi aí que surgiu a figura de Ziquita, que marcou com maestria quatro gols para o CAP, empatando o jogo, e ainda quase virou a partida, mas a bola acabou explodindo na trave.

COPA DO MUNDO 2014

O sonho de ver de perto os jogos da Copa do Mundo se tornou realidade. No dia 31 de maio, Curitiba foi confirmada como uma das 12 cidades-sedes do Brasil para o mundial de 2014. O anúncio foi feito pela FIFA, em Nassau, nas Bahamas. A capital paranaense poderá receber de três a quatro jogos da Copa. A Arena do Clube Atlético Paranaense cederá o espaço para os jogos e passará por reformas para atender às necessidades da FIFA. O estádio do Furacão, que atualmente tem capacidade para comportar 28 mil pessoas, passará a ter aproximadamente 42 mil cadeiras.


Sangue

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Eles são apenas seis jogadores, mas representam a ascensão de um dos times de juniores mais talentosos e vitoriosos da história do Atlético Paranaense. Campeão da Copa Tribuna e vice da Copa São Paulo em 2009, esses novos jogadores que chegam agora ao time profissional são o mais novo – e esperançoso – legado das categorias de formação do CAP para a torcida atleticana.

saiu de uma favela do Rio de Janeiro. Patrick catou latinha para comprar chuteiras. Manoel trabalhou pesado na roça. Fransérgio foi desprezado em uma equipe do interior do Mato Grosso e Marcelo sofreu o baque da morte de um familiar no meio de uma competição importante. Saiba um pouco mais sobre a carreira desses seis craques rubronegros.

Atualmente, quinze atletas vindos das categorias inferiores estão no time que disputa o Campeonato Brasileiro. Além dos “veteranos” Vinícius, Rhodolfo e Chico, a equipe principal conta com os goleiros Renan Rocha e Neto, os zagueiros Manoel e Carlão, os laterais Raul e Alex Sandro, os volantes Renan, Douglas Maia e Fransérgio, o meio-campo Gabriel e os atacantes Patrick e Marcelo.

RAUL

Para esses atletas chegarem ao profissional, as coisas não foram fáceis. Mesmo com o pouco tempo de carreira, as dificuldades estiveram pelo caminho de todos. Raul jogou no arqui-rival atleticano antes de chegar ao CT do Caju. Carlão

Transferência para o Atlético “Eu estava indo para o Corinthians, mas acertei a vinda para o Atlético porque era atleticano e poderia ficar perto da minha família. Mas confesso que na época achei estranho. Eu tinha 15 anos e

O lateral-direito Raul deixou de ser uma promessa e virou realidade neste ano. Após as contusões de Nei, Alberto e Zé Antônio, o jovem de apenas 19 anos virou titular da equipe atleticana. No Atlético desde agosto de 2005, o jovem já teve passagens pelas categorias de base da Seleção Brasileira e ajudou o Furacão no título Paranaense de 2009.


NOVO Saiba quem são os jovens jogadores que levam o futuro do Atlético Paranaense em suas chuteiras. Por Mauricio Mano e Rafael Falavinha causei uma intriga toda entre Coxa e Atlético. Mas me senti valorizado, porque com 15 anos tinha dois clubes brigando por mim. Só que ainda não tinha cabeça para assimilar tudo o que estava acontecendo”. Seleção Brasileira “Quando cheguei ao Atlético tive várias convocações. Na época, eu cresci com as experiências que tive. Mas perdi um pouco na questão do Clube. Eu ficava muito pouco tempo aqui e o restante viajando com a seleção. Isso foi assim de 2005 até o Sul-Americano em 2007. E quando não fui para o Pan-Americano e para o Mundial, me desanimou um pouco”. Lista de Dispensa “Tive meu nome duas vezes para sair. Uma vez eu sabia. A outra descobri pouco tempo atrás. Não estava em um bom momento. Eu tinha largado completamente meu sonho. Achava que não era

mais para mim. Estava abalado pelas coisas da Seleção. Mas eu dei a volta por cima. Meus amigos e minha família me ajudaram muito. Eles foram a base para eu estar aqui onde estou. Tirei isso como lição para não deixar acontecer novamente. E depois vi que a esperança sempre existe”. Copa São Paulo “Mesmo começando a competição no banco, encarei como a minha última chance para mostrar meu potencial. Quando tivesse a chance, eu tinha que mostrar meu valor. Por sorte, entrei já no primeiro jogo, fui bem e fiquei. Além do meu trabalho há tempos no clube, ter aparecido nacionalmente e feito gols, foi o que me colocou agora no profissional.” Carinho da torcida “No meu primeiro jogo, me emocionei. Quando estava indo para casa é que me toquei do que 9


“Chorei após meu primeiro jogo no profissinal”

estava acontecendo. Até chorei dentro do carro. A gente espera que isso vá acontecer um dia, mas assim, já na minha estréia, eu não esperava. O Geninho confiou em mim e o grupo me abraçou. Toda vez que eu entro em campo é uma luta para realizar meus sonhos”. Futuro “O futuro ainda é longo. Tenho contrato até 2011 e até lá sou do Atlético Paranaense. Espero continuar fazendo boas partidas, ajudando o Clube com vitórias, com títulos e com boas atuações. Espero que a torcida continue me dando esse apoio. As expectativas para o futuro são boas. Espero que tudo que eu sonhe possa acontecer”.

Carlão O zagueiro Carlão tem neste ano a sua segunda experiência na equipe profissional. No início de 2008, após ter se destacado na equipe juvenil, teve uma oportunidade com o então técnico Ney Franco. Após um período maior de amadurecimento no time júnior, o zagueiro de 19 anos foi um dos destaques da Copa São Paulo e agora espera uma chance no time titular atleticano. No Furacão desde setembro de 2004, passou por todas as categorias de formação do Clube e também pela Seleção Brasileira sub-15. Início no Atlético “Eu jogava no Rio de Janeiro, em um time de favela. Viemos fazer um amistoso com o Atlético e eles gostaram do meu futebol. Voltei para o Rio, fiquei três semanas e depois eles me ligaram para voltar. Pude conhecer outras pessoas, fazer outros amigos e jogar em um clube como o Atlético Paranaense”.

Raul Raul Guilherme Martins Nascimento: 13/03/1990 em Curitiba-PR CAP desde 2005

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Vontade de ir embora “Em 2007 eu estava no banco da categoria Juvenil. Fomos para a Copa Macaé, e atuei como titular, jogando bem. Tive algumas propostas para ir embora, e só fiquei porque o professor Marquinhos conversou comigo e colocou na minha cabeça que eu teria oportunidade aqui no Atlético. Voltei por causa dele, pela pessoa que ele é. E não me arrependo de estar aqui até hoje”. Seleção “Foram apenas duas semanas de treinamento,


mas foi uma experiência boa. Amadureci um pouco mais. Só que depois que voltei da Seleção deixei cair um pouco meu trabalho aqui no Atlético. Voltei com outra mente e achei que eu era ‘o cara’. Depois recuperei meu trabalho”. Retorno para a base “Foi um tempo bom. Serviu para eu pensar um pouco nos erros que tive aqui no profissional. E acabei mudando em muita coisa. Este ano estou com outra cabeça, bem diferente, por essa passagem que tive no júnior. Vi que as coisas não eram da maneira que pensava”.

“Quero dar uma casa para minha mãe fora da favela”

Copa São Paulo “Eu tinha em mente jogar e dar o meu melhor, para voltar ao profissional. E foi o que aconteceu. Não ganhamos, mas chegamos até a final, que foi gratificante. Foi uma campanha excelente e todos se destacaram. Fomos desacreditados, mas precisávamos mostrar para todos que tínhamos futebol. Tivemos uma conversa boa, fechamos o grupo e chegamos”. Retorno ao profissional “Estou mais uma vez realizando um sonho. Estar no grupo do profissional, fazendo meu trabalho, tentando buscar a minha oportunidade, é muito bom. Quando aparecer a chance, vou agarrá-la da melhor maneira possível. Quando entrar na equipe, entrarei para vencer, com muita raça e vontade”. Sonho “Minha família ainda mora na favela do Jacaré, no Rio. Meu sonho como jogador de futebol e como pessoa é dar uma casa para a minha mãe fora da favela”.

Fransérgio “O volante Fransérgio chegou ao Clube em maio de 2008. Após um período no time júnior, viajou para a Copa São Paulo no início deste ano como titular. Com muita qualidade na saída de bola, chamou a atenção da comissão técnica do time profissional. Em pouco tempo integrou a equipe e teve a chance de fazer alguns jogos na equipe principal, inclusive como titular do Furacão. Vinda para o Clube “Foi um empresário que me trouxe. Joguei a Copa São Paulo de 2008 pelo Sorriso, do Mato Grosso.

CARLÃO Carlos Augusto Borret dos Santos Nascimento: 06/06/1990 no Rio de Janeiro-RJ CAP desde 2004

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FORA DE CAMPO

DIA DE

BOLEIRO Saiba como é a rotina do meio-campo Marcinho em uma viagem pelo Atlético por Mauricio Mano

Na primeira edição, a Revista do Atlético acompanhou o dia-a-dia do volante Chico. Desta vez, o Dia de Boleiro é com o meio-campo Marcinho. O jogador atleticano mostrou como é a rotina de um atleta nas concentrações e viagens para defender o Furacão. Durante a longa viagem para o Rio de Janeiro, onde o Atlético enfrentou o Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro, a Revista do Atlético seguiu de perto o período de concentração e lazer do atleta, e também os momentos que antecederam a partida. Entre treinos, horas de espera em aeroporto, tratamentos e reuniões, Marcinho mostrou seu profissionalismo, liderança e também o lado família. Mesmo com a distância, o jogador fala o máximo de tempo possível com a esposa Gabriela e com a filha Raissa, de apenas um ano. Nos momentos livres de descontração aproveita para ler, utilizar a internet e jogar vídeo-game com os companheiros de clube. Atleta de Cristo, o meio-campo atleticano faz reuniões com outros jogadores antes dos jogos. Com passagens por grandes clubes brasileiros e também do exterior, Marcinho chegou ao Furacão no início deste ano, como uma das principais contratações do Clube. Nos primeiros jogos, ficou no banco de reservas, mas aos poucos foi entrando na equipe e virou titular absoluto. Mesmo com o pouco tempo no Atlético, o jogador já conquistou a torcida, ajudou a equipe no título do Campeonato Paranaense deste ano e tornou-se um dos principais jogadores do Rubro-Negro.

avião,quinta-feira,21h53 Nunca tive problema com avião. Pelo tempo de carreira já estamos acostumados com isso. Quanto ao cansaço, temos algumas viagens desgastantes, como esta para o Rio de Janeiro, mas nada que atrapalhe nos treinamentos e nos jogos. 12


treino, sexta-feira,17h08 Sempre me dediquei e procuro me preparar para o melhor, para que dentro de campo eu possa estar em condições de fazer uma grande partida. Se você vai jogar bem ou não é conseqüência do jogo, mas estar bem preparado é importante.

vídeo-game,sexta-feira, 20h58

É legal e tem bastante gente que joga. Eu, o Wesley, sempre que temos um tempo acabamos nos divertindo com o game de futebol, claro. Não é o tempo todo, mas é um atrativo bom para as horas de concentração.

tratamento, sábado,09h30 O atleta que fala que não tem dor está enganando. Às vezes você sai de um treino com uma dor que fica para o outro dia. Isso faz parte da vida do jogador e o tratamento com a fisioterapia é muito importante para nós.

reunião, sábado,11h33 Eu tive a oportunidade de conhecer Cristo em 1996 e sempre participei das reuniões dos Atletas de Cristo e antes dos jogos. Hoje, Deus me deu a oportunidade de ser um dos líderes e fazer essa reunião. E isso faz bem para a minha vida pessoal e também para os outros atletas que participam.

alimentação, sábado, 12h50 Essa parte é muito importante. Porque o atleta está no dia-a-dia correndo, treinando e se desgastando. Por isso, uma alimentação como temos aqui no CAP realmente faz a diferença para nós no dia do jogo.


MARKETING

Ganha-Ganha O reflexo da ação de naming rights que potencializa a marca do investidor e incrementa a receita dos Clubes Por Thiago Almada Um estudo conduzido nos Estados Unidos e na Inglaterra mostrou que metade dos torcedores entrevistados tinham uma opinião favorável de uma marca patrocinadora do nome de um estádio e que 25% se mostravam mais inclinados a comprar um produto da marca em questão. Esse é o retrato estatístico de uma das ações de marketing mais ousadas da atualidade: o naming rights de estádios. Nos Estados Unidos, o naming rights se tornou primordial para o crescimento do esporte profissional. Atualmente mais de 70% das equipes de basquete, futebol americano, beisebol e hóquei possuem estádios e arenas com nomes de empresas. A Europa, apesar de ter

estádios mais antigos do que nos EUA, não ficou atrás e nos últimos 10 anos vem buscando contratos do mesmo tipo. O último grande contrato teve como protagonista a empresa de seguros Allianz, que investiu € 30 milhões para ter seu nome batizando o estádio onde jogam o Bayern de Munique e o Munique 1860. Pioneiro nesta ativação no Brasil, o Atlético Paranaense teve por três anos sua Arena nomeada pela marca japonesa Kyocera. Uma parceria que rendeu ótimos resultados para ambos os lados. A marca japonesa utilizou o estádio como forma de lançar sua linha de impressoras e periféricos no Brasil e, segundo dados do CAP, teve cerca de

Arena do Altético Paranaense, 2008 14


190% de retorno de mídia sobre o valor investido. “É realmente uma oportunidade para dar um salto grande em termos de visibilidade de marca. Associar-se a estádios com estrutura moderna e que propiciem mais do que o uso do nome é outro diferencial. E no caso do Atlético Paranaense, que cederá seu estádio para uma Copa do Mundo, essa propriedade se torna mais interessante para investidores”, avalia Nelson Fanaya Filho, coordenador de marketing do CAP, que destaca outra particularidade da Arena. “A Arena na Copa do Mundo estará a serviço de todos os torcedores, reforçando seu papel de equipamento urbano de Curitiba. Durante a Copa, o estádio vai abrigar torcedores de vários times do Brasil e do mundo, sem distinção. Esse é outro detalhe que amplia a importância do estádio”, completa Fanaya. Além de nomear o estádio, a ação de naming rights propicia uma série de outras ativações de marketing: ações de exposição da marca com os torcedores e com a mídia, atividades de relacionamento com públicos selecionados e uso do estádio para eventos corporativos.

Cases de Naming Rights

Arena PetrobrAs Ilha do Governador-RJ Investimento: R$ 3 milhões por 9 meses

Reliant Stadium Houston Texans (NFL) Investimento: US$ 10 milhões por ano até 2032

Lincoln Financial Field Philadelphia Eagles (NFL) Investimento: US$ 6,7 milhões por ano até 2022

American Airlines Arena Miami Heat (NBA) Investimento: US$ 2,1 milhões por ano até 2019

Arena do Bayern de Munique e Munique 1860, 2009 15


ESPECIAL

Uma década de vida do estádio que revolucionou o futebol brasileiro Por Thiago Almada

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No dia 24 de junho de 2009 completaram-se 10 anos da inauguração da Arena do Atlético Paranaense. Neste dia foi celebrada a concretização de um sonho pensado muito antes de os times do CAP e do Cerro Porteño estrearem o gramado do estádio mais moderno do Brasil. A idéia de colocar abaixo a antiga Baixada e erguer uma Arena nos moldes europeus começou nos primeiro meses de 1996. Naquela época, o Clube trabalhava com o projeto de reforma da Baixada e ampliação de sua capacidade. Foi quando o ex-presidente Mário Celso Petraglia lançou a idéia de criar um estádio novo, do zero. A idéia foi ganhando corpo à medida que os dois principais atacantes do time, Oséas e Paulo Rink, recebiam altas ofertas de venda. Durante o ano de 1996, enquanto a Baixada batia seus recordes de público com arquibancadas móveis construídas atrás do gol da Buenos Aires e nos escanteios do gol de fundos, uma equipe de arquitetos e engenheiros viajou pelos mais modernos estádios da Holanda, Itália, Alemanha, França, Espanha e Inglaterra. O objetivo era colocar à disposição dos torcedores e atletas do Rubro-Negro todo o conforto e segurança de um grande centro multi-eventos. Até que em 1º de dezembro de 1997 foi dado início às obras do que viria a ser o estádio mais moderno do Brasil. Durante os 18 meses e 20 dias das obras, a Baixada virou centro de peregrinação de apaixonados torcedores. O ânimo de ter sua nova casa construída não abalava o moral da torcida mesmo perambulando com mando de jogos na Vila Capanema, Couto Pereira e Pinheirão. “O projeto da Arena se baseou no caderno de encargos da FIFA para a Copa de 2002 e foi revolucionário”, comenta o atual vice-presidente do CAP, Ênio Fornéa. “Na época eu era Diretor Financeiro e de Patrimônio e acompanhei desde a demolição até a inauguração. A obra foi realizada em período recorde e segue sendo referência até hoje”, completa Fornéa. No dia 24 de junho de 1999, o que parecia impossível realizou-se. O estádio mais moderno do país era rubro-negro e tinha estruturas que até hoje ainda são inéditas no Brasil, como: - Proximidade de menos de 8 m com o campo de jogo; - Cabines de imprensa com banheiros próprios; - Praça de alimentação com 68 lojas de tipos variados; - Setor VIP para eventos. Hoje, acostumados ao nosso estádio, muitas vezes não notamos mais todas as suas qualidades. Mas para quem tem mais de 40 anos de Atlético Paranaense, todo jogo na Arena é um momento especial. “Para quem, como eu, acompanhou o CAP nos anos 70 e 80 em todos os estádios de Curitiba, assistir jogos na Arena é um prazer por si só”, comenta o aposentado Floriano Valaski.


Do tempo do cartola Floriano Valaski, 71 anos, CAP desde 1971 “Sou do tempo em que a Baixada era o estádio mais acanhado dos três times. A Vila tinha sido da Copa de 1950 e o Belford Duarte (Couto Pereira) estava em conclusão. Por isso, nos anos 70 e 80, cansei de ir ver os jogos do Atlético no Couto Pereira, Vila Capanema, Vila Olímpica e Pinheirão. Imaginar que aquele mesmo estádio pequeno hoje é confortável, de fácil acesso e agradável pra acompanhar os jogos é algo que emociona. Foi a Arena que impulsionou o time para os títulos mais importantes como o Brasileiro e o vice de 2004. Para mim, a principal qualidade da Arena é a visão que se tem do jogo. Próxima, em cima do campo. Isso não tem igual”

E imagina então para aqueles que entram no gramado da Arena. Os mais de 10 mil visitantes que anualmente conhecem as estruturas do melhor estádio do Brasil podem sentir de perto o que é caminhar do vestiário até o campo de jogo. “É impressionante como os visitantes se sentem quando vêem o estádio da altura do gramado. Alguns até se emocionam”, confessa Danielle Pereira, responsável pelas visitas ao estádio do CAP. A quase totalidade dos visitantes já admirava a estrutura da Arena pelos jogos na televisão e com a visita apenas materializou sua imaginação do que era o estádio. Mas o que dizer daqueles que fizeram o primeiro espetáculo, o primeiro jogo da história do remodelado Joaquim Américo. Com a palavra, Faustivânio Fernandes Venâncio, o lateral-esquerdo Vanin. 18

Visita à Arena

“Eu quis fazer aquele gol” Quando Faustivânio Fernandes Venâncio, o Vanin, acertou um chute – que pareceu também um cruzamento – no ângulo do goleiro do Cerro Porteño, nem parecia que ao entrar em campo naquela noite de abertura da Arena ele sentiu as pernas tremerem. Afinal, como relembra o antigo dono da camisa 6 do CAP, era a primeira vez que ele atuava em um estádio com tantos torcedores tão próximos a ele. “Não estava acostumado a jogar em estádios grandes e ainda com o torcedor tão perto. Na hora do hino, minhas pernas tremiam demais, minha barriga estava gelada, até porque não sabia que iria ser titular” recorda Vanin, que superou o nervosismo durante o jogo e aos 42 do segundo tempo fez o gol que deu ao Furacão a primeira vitória da história da Arena. “Eu chutei para o gol. Só que a bola pegou um efeito grande e enganou o goleiro”, afirma Vanin, eliminando a suspeita de que havia tentado cruzar aquela bola. Hoje Vanin é ídolo em sua cidade-natal, Floriano no Piauí, e faz a transição entre os campos e o banco de reservas. “Ainda estou jogando, mas assumi em algumas oportunidades como treinador do Cori-Sabá. Ainda tenho muito para oferecer”, finaliza o lateral de 34 anos.


Após a inauguração da Arena, no dia 24 de junho de 1999, os festejos de abertura do novo complexo incluíram também a presença da Seleção Brasileira, que realizou um amistoso com a Seleção da Eslovênia. De quebra, no dia 26 de junho de 1999 foi inaugurado oficialmente o Centro de Treinamento do Caju. A transformação de um clube local em uma potência nacional estava agora materializada em um estádio e em um CT sem paralelo no país. Mas talvez nem o mais esperançoso torcedor imaginasse que toda essa felicidade por ver a evolução de patrimônio do CAP seria completada, naquelas arquibancadas, pelas maiores glórias da história do Clube. Em 10 anos de operação,

a Arena sediou 348 jogos (partidas oficiais e amistosos do time profissional do CAP, um amistoso da Seleção e um jogo com mando do Figueirense). Foram 215 vitórias, 74 empates e 56 derrotas. Foram 737 gols marcados e 369 sofridos. O maior artilheiro é Kléber com 65 gols e o jogador com mais partidas na Arena é Alan Bahia, com 147 jogos no estádio. Os números frios escondem a emoção particular de diversos torcedores. Um deles é Rafael Prugner, um legítimo atleticano da geração Arena. .Para Rafael, o jogo que marcou sua vida foi em 2005, contra o Flamengo, partida que marcava o retorno do atacante Dagoberto depois de mais de nove meses contundido.

GERAÇÃO ARENA Rafael Prugner, 27 anos Nasci atleticano, filho de corintiano convertido em rubro-negro e de mãe não ligada aos esportes. Desde cedo, segui os passos de meu pai ao escolher o meu time, mas encontrava dificuldade em assistir a um jogo pessoalmente, pela falta de segurança da época e pelo desinteresse familiar em ir ao estádio. Na adolescência, meu interesse por futebol foi diminuindo ao ponto de dormir ao invés de assistir a jogos da Copa do Mundo. Como uma linda história de amor, cheio de idas e vindas, poucos anos mais tarde, quando me aventurei a morar sozinho, por falta de opção nas tardes de domingo e nas noites de quarta, voltei a acompanhar jogos de futebol. Comecei a acompanhar pela internet notícia a notícia, lance a lance. Mas não era o bastante! Nas notícias esportivas não encontrava apenas alegrias, e as brigas de torcidas noticiadas me deixavam com medo de pisar novamente em um estádio sozinho. Ao entrar na faculdade e conquistar novas amigos, um deles, ao ver a minha paixão pelo Atlético Paranaense convidou-me para pisar pela primeira vez na Arena da Baixada. O jogo era contra o Flamengo. O estádio estava tão cheio que tivemos de sentar na escadaria da Buenos Aires superior, e ao ouvir os cânticos, os gritos, as palmas, o time em campo. Fiquei arrepiado, e meus olhos lacrimejaram de tanta alegria e emoção. Após aquele jogo, e ao constatar a segurança no estádio e a amizade existente entre todos os rubro-negros sempre presentes, tive a certeza de que sempre voltaria. E foi o que aconteceu: desde aquela vitória contra o Flamengo fui a praticamente a todos os jogos, perdendo apenas alguns no final de 2006 devido ao projeto de conclusão de curso (o qual fiz sobre o Sócio-Furacão) e outros em 2008 por trabalho. Nesses anos a Arena se tornou uma segunda casa, não apenas pelo conforto e segurança, mas porque nela tive muitas alegrias, conquistei novas amizades, novos amores. Hoje, com muito orgulho, tenho duas cadeiras, uma para mim e outra para levar amigos, pois tudo que é bom merece ser dividido com quem gostamos! 19


Presente de aniversário. Como um presente de aniversário adiantado, a Arena foi indicada em maio de 2009 como estádiosede para a Copa do Mundo de 2014. E repetindo sua vocação de sair na frente em questão de estrutura, o estádio do CAP foi o primeiro palco esportivo indicado que já tem estruturas construídas para a competição. Desde julho de 2008, o Clube já executa obras no estádio que seguem as recomendações da FIFA para a Copa do Mundo. O setor Brasílio Itiberê, por exemplo, além de já não ter o fosso entre o gramado e a torcida, e de já ter um novo portão de acesso, abriga as estruturas para receber os futuros vestiários. No entanto, agora vêm as obras de vulto. A partir de fevereiro de 2010 o estádio receberá mudanças em todos os setores .

SETOR DE IMPRENSA – Servirá como base para órgãos de comunicação na área térrea do estacionamento BI, onde terá estruturas maiores e que poderão abrigar mais profissionais

SETOR VIP, VVIP E TRIBUNA DE HONRA – Acima da arquibancada do setor Brasílio Itiberê serão construídos os setores VIP e VVIP e tribunas de honra, exigências da FIFA para receber autoridades e representantes da entidade.

TROCA DE TODA A COBERTURA – Todo o telhado da Arena será trocado. A nova cobertura será de aço, com detalhes em vidro, sendo cerca de oito metros maior do que a atual.

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SEM FOSSO EM todO O ESTÁDIO – Em quase todo o setor Brasílio Itiberê já não existe o fosso entre campo e arquibancada. Para a Copa do Mundo, o fosso todo será coberto com lajes e o estádio ganhará mais três fileiras de cadeiras. SEM VIDROS OU GRADES – Por exigência da FIFA, nem vidros ou grades poderão dividir campo e arquibancadas. O torcedor terá uma vista sem obstáculos mesmo na primeira fila.

Estacionamento – No terreno atrás do setor Buenos Aires será levantado um estacionamento para 500 vagas além das atuais. O acesso se dará pela Brasílio Itiberê.

ILUMINAÇÃO – Com a saída dos postes e a futura construção do segundo anel na Brasílio Itiberê, a nova iluminação será disposta em toda a reta, da mesma forma que a atual reta Getúlio Vargas. HOSPITALITY CENTRE – Servirá como centro para eventos e circulação de convidados, ocupando parte da praça Affonso Botelho. NOVAS LOJAS – Na área ao lado do estádio, na rua Buenos Aires, esquina com Brasílio Itiberê, haverá um novo acesso ao estádio e uma fachada totalmente ocupada por lojas.

Eliminação das torres 3 e 4 da Getúlio Vargas - Para acabar com os pontos cegos do estádio, as torres 3 e 4, na reta do setor Getúlio Vargas, serão eliminadas. O novo acesso aos camarotes superior será feito por torres construídas atrás do estádio. Nas curvas, haverá novos camarotes, onde hoje existe um fechamento em telhas.


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OPINIÃO Enio Fornéa

UMA NOVA ETAPA “O Clube incorporou de tal maneira a posição de pioneiro, que essa vocação se alastra para as outras áreas do dia-a-dia do CAP.”

No último dia 23 de agosto concluímos uma etapa importante da história do Atlético Paranaense. A inauguração do setor Brasílio Itiberê foi o mais recente passo do Clube na sua trajetória de vanguarda no futebol nacional. Acompanhamos desde o início o projeto da Arena do CAP e hoje vejo que o Clube incorporou de tal maneira a posição de pioneiro que esta vocação se alastra para as outras áreas do dia-a-dia do CAP. Como em 1999, esta nova fase da vida do Atlético Paranaense e de seu estádio traz inovações sem paralelo no futebol nacional. Com a retirada do fosso e a colocação de vidros de 1,67 metro de altura, a Arena eleva a experiência de jogo dos torcedores a um nível inédito no Brasil. Da primeira fila até a lateral, são apenas 4 metros de distância e a vista é livre. As cadeiras foram fixadas de uma forma que proporciona mais espaço para trânsito dos sócios. Ou seja, o que era bom foi melhorado. Esta é a forma de o CAP de construir suas estruturas. Esses avanços, no entanto, exigem novas posturas dos torcedores. Com a Arena, o torcedor atleticano se conscientizou da importância de adotar uma postura correta e respeitosa, não depredando o valioso patrimônio que usufrui e não atirando objetos no gramado. Agora essa nova etapa também exige um novo exame de consciência dos torcedores, já que da mesma forma que a ausência de fosso e a altura do vidro de proteção proporcionam uma melhor visão do jogo, eles aproximam os torcedores do campo e facilitariam o acesso ao gramado. Com certeza, o torcedor atleticano dará um exemplo de postura e comportamento e mostrará para o Brasil que é possível torcer, gritar e vibrar sem agredir ninguém ou depredar estruturas.

Enio Fornéa Jr Vice-Presidente do Cap

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