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Dupla revoluciona comércio de gado no Oeste da Bahia

Foto: Junior Ferrari

Foto: Divanildo Silva

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DOQUINHA NETO E VERA MACIEL RESOLVERAM SE UNIR PARA FORTALECER AS NEGOCIAÇÕES DO SETOR PECUÁRIO NA REGIÃO

A pecuária é, hoje, um dos principais pilares econômicos do Brasil. Do campo ao comércio internacional, a compra e venda de gado movimenta a economia interna e coloca o país entre os protagonistas do setor. Mas para que o cenário seja um sucesso, existe toda uma cadeia logística por trás das negociações, representadas por figuras com o papel de comandar as transações financeiras e conectar produtores, compradores e mercado final: os especialistas na compra e venda de cortes bovinos.

A técnica em agronegócio e rotinas comerciais Vera Luize Maciel, de 35 anos, é uma dessas personagens de peso da cena pecuarista. Há 8 anos no ramo, a empresária atua no comércio e mercado de bovinos e impulsiona os desdobramentos da área no país.

VIVO UMA CONSTANTE BUSCA POR APERFEIÇOAMENTO, A FIM DE ADQUIRIR NOVAS BAGAGENS SOBRE A PECUÁRIA. SER MULHER EM UM RAMO AINDA MUITO TRADICIONAL, UM TANTO QUANTO MACHISTA E PATRIARCAL É UM DESAFIO CONSTANTE. MAS TRAGO NO MEU CARTÃO DE VISITA O FATO DE SER A ÚNICA MULHER DA REGIÃO OESTE A ATUAR DIRETAMENTE NA INTERMEDIAÇÃO DO COMÉRCIO DE GADO, TRABALHANDO COM TRANSPARÊNCIA, ORGANIZAÇÃO E ME ATUALIZANDO CONSTANTEMENTE, E ISSO É UM DIFERENCIAL, CONTA.

Vera iniciou no setor como assistente comercial de um confinamento de gado em Luís Eduardo Magalhães e logo se tornou coordenadora, demonstrando grande potencial. Foi o passo que faltava para ganhar, ao longo do tempo, o respeito dos clientes e excelentes relacionamentos. Em 2018, a profissional começou a intermediar a compra e venda bovina da região e conheceu Doquinha Neto, o seu parceiro comercial.

Formado em direito, Doquinha Neto, 37, conhece o ramo desde que se entende por gente. Ainda criança, ele acompanhava o pai pelo estado e o ajudava na compra de animais para a fazenda da família. A decisão de seguir no ramo veio através de um amigo que pediu ajuda para vender alguns animais: “Ele ficou tão satisfeito com a venda, que logo em seguida me pediu para comprar a reposição, e foi aí que eu comecei a comercializar gado para parceiros e clientes”, relata o empresário.

Foto: Arquivo Pessoal

PECUÁRIA NO OESTE BAIANO

A Bahia é uma das principais representantes da pecuária brasileira, carrega o título de uma das maiores fronteiras agrícolas do país e o destaque vai para o Oeste do estado, como explica Vera Maciel: “A região Oeste é a que mais produz grãos e isso diminui o custo alimentar em comparação a outras áreas do Brasil. Também temos diversidade de clima para garantir boas oportunidades de negócio e melhorar cada vez mais essas operações financeiras e a qualidade da carne.”

De acordo com as estimativas nacionais para 2022, o gado de corte deverá ter um crescimento do faturamento anual em 22%, a avicultura de corte poderá chegar a 47% e os suínos devem crescer perto de 20%. As projeções são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Mesmo com todos esses cálculos indicando alta nas negociações, especialistas pedem cautela. Para Vera Maciel, o momento requer atenção, por diversos motivos; entre eles a diminuição do consumo interno de proteína animal, a baixa do dólar e a interrupção das exportações de carne à Rússia, devido aos ataques da guerra com a Ucrânia: “Mesmo com o alerta ligado, a cadeia pecuarista se movimenta para alcançar as expectativas de alta. Para isso, um elemento tem se destacado entre os produtores brasileiros, que é o uso da tecnologia no ciclo de criação de animais nas fazendas”, completa ela.

A produção vem evoluindo no decorrer dos anos e, com animais cada vez mais precoces, o produtor tem se preocupado em diminuir o ciclo da pecuária. Como consequência a qualidade da carne melhora cada vez mais e a operação se torna mais interessante financeiramente. Assim como Vera, Doquinha foi conquistando espaço no mercado aos poucos. Hoje, ambos são referência no setor, possuem uma grande agenda de clientes espalhados pelo Brasil e decidiram se tornar parceiros comerciais para intermediar a compra e venda de animais no Matopiba, extensão que compreende o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e que, cada vez mais, chama a atenção do país para o potencial produtor:

A VELOCIDADE COM QUE AS INFORMAÇÕES SOBRE O MERCADO EM OUTRAS PRAÇAS SÃO PROCESSADAS E CHEGAM AQUI, AJUDA OS PRODUTORES NA TOMADA DE DECISÕES, ALÉM DO QUE, ESSA ÁREA É EXTREMAMENTE RICA. COMPLEMENTA DOQUINHA.

Foto: Arquivo Pessoal

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