CAÍ NO POÇO • Local: Belo Horizonte • Desenvolvimento: As crianças fazem uma roda. Uma delas tira e joga de leve no chão uma outra que clama: - Caí no poço. Quem me tira ? - Eu. - Com quê? - Com um beijo. As outras dizem: Com uma uva, ou pêra, maçã, abraço, aperto de mão, etc. A criança que fez a pergunta escolhe a resposta de que mais gostou. E a que disse a coisa escolhida recomeça do mesmo modo a brincadeira, sendo de leve jogada no chão. • Fonte - CARVALHO, André e Carvalho de, David - Como brincar à moda antiga - coleção pergunte ao José. Data de coleta: 1987
CASA DA BALEIA • Local: Belo Horizonte • Desenvolvimento: Uma criança vai ser a baleia e se coloca dentro de uma vasto círculo traçado no chão, não podendo sair dele. É a casa da baleia. As outras entram no círculo, pulam e batem palmas, enquanto provocam: _ Tô na casa da baleia ! Tô na casa da baleia ! A baleia não me pega ! A que for pega pela baleia terá que ir para o lugar dela, para que a brincadeira prossiga. Uma variação da brincadeira é usar o passeio da rua como área correspondente ao círculo, ou à casa da baleia. A criança que encostar o pé no passeio tem que bater a mão na parede ou no muro em frente. Se voltar do meio do caminho ou for pega, será a baleia. • Fonte - CARVALHO, André e Carvalho, David de - Como brincar à moda antiga - coleção pergunte ao José, 1987
PENEIRINHA, PENEIRÃO • Local(is): São Paulo, Minas Gerais • Números de participantes: 2 • Desenvolvimento: Duas crianças dão as mãos, estendendo os braços. Cantam os versos: _ Peneirinha, Peneirão . . . de coar. . .feijão ! Balançando os braços e no final, com um gesto mais pronunciado, passam os corpos por baixo dos mesmos. É uma brinquedo para duas, constituindo bom exercício físico para as crianças. • Fonte - Teixeira Fausto - Estudos do folclore, 1949
GAMBÁ ROUBANDO GALINHA • Local: Belo Horizonte • Desenvolvimento: Uma criança passa a ser Sinhá, a dona das galinhas. Outra, a Catirina, a empregada encarregada de tomar conta das galinhas. Outra é escolhida para ser o gambá. As restantes serão as galinhas. Quando a dona Sinhá sai para fazer compras, a Catirina vai beber cachaça. O gambá chega e rouba uma galinha. Quando a dona Sinhá volta, encontra a Catirina estrada no chão e pergunta: _ Catirina, que vida é a sua? _ Beber cachaça e cair na rua ! _ Conte as galinhas para ver se o gambá não roubou nenhuma. _ Una, duna, tena, saco que pena, vira, virão, dez que são. Está certo, dona Sinhá. A dona Sinhá volta a sair para visitar uma amiga. Quando volta, tudo se repete do mesmo modo. Quando somem todas as galinhas, a dona Sinhá se espanta. _ Não estou vendo aqui a minha galinha carijó, nem a branquinha. . . . As referências às galinhas dizem respeito à semelhança com que cada criança. Por exemplo: a galinha garnisé, que é uma galinha muito pequena, diz respeito à semelhança com uma criança pequena. Nesta altura, duas crianças afastam-se e fazem uma combinação. Uma escolhe a palavra garfo e a outra escolhe a palavra colher. Ou pêra e maçã asa duas começam a chamar, dando rodadas de mãos dadas: _ P’rrr -tititi ! . . . Nesta hora, as galinhas vão aparecendo uma a uma, enquanto a dona Sinhá fica exclamando: _ Olhe a minha franguinha branca ! Olhe o meu galinho carijó ! Olhe o meu pintinho amarelinho !
Interrogadas pelas duas crianças, que estão de mãos dadas., cada criança deverá escolher garfo ou colher, pêra ou maçã, sendo que só as duas que fazem a pergunta sabem qual delas corresponde a resposta, que é dita em voz baixa para as duas. No final, sairá vencedora a que tiver mais criança atrás dela. E estas ficam pulando e gritando: _ Vamos para o céu ! Vamos para o céu ! E gritam para as que perderam: _ Vocês vão para o inferno ! Vocês vão para o inferno! • Fonte - Carvalho, André e carvalho de, David Título: Como brincar à moda antiga Data da publicação: 1987
FINCA • Local: Belo Horizonte - MG(∗) • Desenvolvimento: Atira-se um estilete no chão em um ponto determinado. Fincando no chão, o jogador faz um risco. Os demais jogadores vão jogando sua “finca”( que é também o nome do estilete) e riscando, ligando pontos, dando voltas em linhas quebradas até que um consiga fechar, ou melhor ligar o seu lance a ponto de partida. Esse é vencedor. • Fonte - Paula, Armando de Título: O ensino como extensões da vida. Cap. IV Data da publicação: 1985
COMADRE LOUCA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças estão assentadas na calçada. Uma fica a uns vinte metros de distância. A criança que esta afastada aproxima-se manquejando e pergunta: “_ Comadre tem louça ?” “Ana” se destaca do grupo vai ao encontro de Maria e responde: “_ chega perto que não ouço . . .” “Até se encontrarem.” _ Ei ! Comadre, tem umas pimentinhas verdes para arranjar ? “ ”_ Tenho. Entra aí pro quintal e apanha “ ”_ E os cachorros ? “ ”_ Não tem cachorros, não. “A senhora pode entrar sem medo.” A garota vai passando pelas outras crianças assentadas. Quando dá as costas, todas se levantam e avançam sobre ela, latindo como cachorro. Ela corre e a que a alcançar vai ser a “comadre tem louça”. • Fonte - RIBEIRO, Wagner Título: Noções da Cultura Mineira. Cap. XXXVI Data da publicação: 1966
COELHINHO • Local(is): Pará, Piauí, Ceará, Paraná, Rio GDE. do Norte, Sergipe, Bahia, Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança destaca, o “coelhinho”, coloca-se de frente, a uma certa distância ( cerca de 20 metros) de um grupo de crianças dispostas em fileira e de mãos dadas. Inicia-se então, o seguinte diálogo: _ Coelhinho passa ? - pergunta o coelho. _ Não passa! - responde o grupo. _ Coelhinho passa ? _ Não passa ! _ E se passar ? _ Tem cachorro pra pegar e dinheiro pra pagar ! Neste momento, o coelho dispara em direção à fileira onde as crianças, com os braços juntos, não devem deixá-lo passar, mas, se o coelho fugir, as crianças devem pegá-lo. Caso o coelho não consiga romper a cerca, a fileira fecha-se e inicia-se então o seguinte diálogo: _ Coelhinho quer sujar ! _ Suje aí. - respondem todos. _ Coelhinho quer fazer renda(Σ) ! _ Pode fazer. _ Coelhinho quer catar piolho(ΣΣ) ! _ Pode catar. _ Coelhinho quer experimentar os paus !
_ Pode experimentar. O coelho então verifica se os braços dos meninos são fortes o suficiente para agüentar seu peso, sem gemer. Se isso acontecer, o coelho exclama: - Este é pau ferro ! (ou qualquer outro nome de madeira forte), e continua: _ Coelhinho quer passear ! _ Pode passear. O coelho começa então a passear perto das crianças e no primeiro descuido foge correndo. O grupo corre para pegá-lo e a criança que conseguir será o coelho da próxima vez • Fonte - MELLO, Alexandre Moraes de Título: Jogos populares infantis como recurso pedagógico de EF. . . Data da publicação: 1985
ORDEM BOLA NA PAREDE
Local(is): MG, SP SP
• Desenvolvimento: Uma das crianças, de posse de uma bola e de frente para uma parede, lança a bola à parede e agarra novamente, recitando a cada intervalo de tempo que a bola vai à parede e volta, a seguinte seqüência: _ Ordem, _ Sem lugar, _ Sem rir, _ Sem falar, _ Um pé, _ O outro, _ Uma mão, _ A outra, _ Bate palmas, _ Pirueta, _ Mãos cruzadas, _ Sete quedas. A seqüência é declamada 12 vezes, da seguinte forma: a 1- livre (a criança pode rir, sair do lugar, etc.); na 2- não é permitido sair do lugar; na 3- não pode rir; na 4- não pode falar ( a seqüência é mentalmente); na 5- deve equilibrar-se em um dos pés; na 6- no outro pé; na 7- usa uma das mãos para lançar agarrar a bola; na 8- usa a outra mão; na 9- a cada lance bate palmas; 10- em cada lado uma pirueta ( giro de 360 de uma das mãos fechadas e antebraços , um torno do outro, em frente ao corpo); na 11- a cada lance cruza os braços sobre o peito; e na 12- a cada arremesso bate as duas mãos simultaneamente nas coxas.
A criança que deixar a bola cair, errar a seqüência ou não cumprir a “ordem”, perde o direito de continuar os lances e passa a bola seguinte. Vencerá o jogo quem concluí-lo sem erros, ou atingir seqüência mais avançada que os demais colegas. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Bola • Fonte - MELLO, Alexandre Moraes de Título: Jogos populares infantis como recurso pedagógico de EF. . . Data da publicação: 1985
CASAMENTO OCULTO • Local(is): Montes Claros - Minas Gerais • Desenvolvimento: “Angela” se assenta de costas para os outros, “Margarida” aponta para um dos rapazes da roda e pergunta: _ Quer se casar com este ? _ Não _ Por que ? _ Porque é muito feio _ Este serve ? _ Serve _ Por que ? _ porque é muito simpático As vezes “Angela“ demora a aceitar, mas por fim aceita foi João o escolhido. Os dois dão os braços e andam pela sala; passam à frente de um Angela pergunta: _ Que tal o meu noivo ? As resposta variam. As moças respondem sempre coisas agradáveis; os rapazes sempre apontam um defeito, existente ou não. “João” faz a mesma pergunta: _ Que tal a minha noiva ? Entre respostas sérias e engraçadas o tempo vai se deslizando. • Fonte - PAULA, Hermes Augusto de - Montes Claros - Sua história, sua gente, seus costumes, 1979.
GALINHA GORDA • Local: Belo Horizonte • Espaço: no rio • Desenvolvimento: Todos os meninos do, lado de fora da água. Um deles toma um apedra ( de preferência branca e de bom tamanho) e atira no fundo do poço, desafiando os demais com o convite: “galinha gorda, vamos ver quem come ?” Todos saltam mergulhando, ganha aquele que trouxer à tona a pedra. • Objetos ou brinquedos utilizados: Material: uma pedra branca de bom tamanho • Fonte - PAULA, Armado de - O ensino como extensão da vida,1985.
MARIA VIOLA • Local: Belo Horizonte • Desenvolvimento: Reúne-se um grupo de pessoas. Uma delas fica de costas para o grupo e joga para trás uma bola. Uma das pessoas apanha a bola e a esconde. Todos ficam com as mãos para trás. Todos perguntam: _ Maria Viola, com quem está a bola ? A pessoa que jogou a bola tentará adivinhar com quem está a bola. Se conseguir, repetirá a brincadeira. Se não, aquela que apanhou a bola será a Maria Viola. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: bola Manufatura: de qualquer tipo de bola Material: disponível • Fonte - SESC. - Pesquisas Folclóricas - Brincadeiras Tradicionais, 1988.
ESPADINHA DÔ - Ô Ô Ô ! • Local(is): Belo Horizonte - Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças ficam sentadas em linha e uma se mantém à distância. Uma da extremidade cochicha para a que está de lado. E o cochicho vai passando de uma para outra até a última e voltando à primeira. Eis os cochichos: _ O só rei já vem. O rei já vem. O só rei já vem. . . _ Para quê ? Para quê ? Para quê? . . . _ Para nos matar. Para nos matar . para nos matar. . . _ Com quê ? Com quê ? Com quê ?. . . _ Com uma espadinha. Com uma espadinha. Com uma espadinha. De repente, todas exclamam: _ Espadinha dô - ô ô ô. . .Morremos ! Caem para trás, enquanto o sô rei vai chegando, apalpando a barriga de cada uma, enquanto diz o motivo da morte: _ Esta aqui morreu de dor de barriga. Esta outra, porque comeu carne de urubu. Esta outra porque comeu minhoca. • Fonte - CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
RATINHO • Local(is): Município de Paracatu - Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças formam um círculo, estando de mão dadas com os braços para cima, todas viradas para o centro, com exceção de uma, que fica virada para fora-a porta. O ratinho contorna o círculo. A ratinha pergunta se o ratinho está em casa. A ratinha continua andando ao redor do círculo, perguntado: quantas horas são ? As do círculo respondem em coro: _ Uma hora, até o horário da chegada. Assim que o ratinho chega, a ratinha pergunta, novamente á porta se ele já chegou. A porta responde que sim. Pede respeito da limpeza da casa. O ratinho responde não, dizendo ter deixado tudo para ela fazer. Ela corre atrás dele, sendo que passam por baixo dos braços das demais crianças, e a ratinha só pode passar onde o ratinho já passou, não pode atalhar, até que o consegue pegar. _ Seu ratinho está em casa ? _ Não. _ A que horas ele chega ? _ Quantas horas são ? _ Uma hora. • Fonte - MELLO, Oliveira - Minha Terra: suas lendas e seu folclore, 1985.
VEADINHO, VEADINHO (PEGA) • Local(is): Bairro de São Francisco - Minas Gerais • Desenvolvimento: Todas as crianças colocam-se de um lado, em fila. Em frente e virada para a fila a que vai servir de veadinho. As de lá’, então chamam: _ “Veadinho, veadinho, venha comer feijão”. Mas quando a outra se aproxima, todas gritam, tangendo-a: “Chô, Chô, veadinho ! Isso três vezes seguidas, sendo que, da última vez, fecham a roda, dando-se as mãos, umas às outras, ou abraçando-se pela cintura, de modo que o veadinho fique bem preso, no meio da roda. Este corre, de um para o outro lado do cerco dizendo: “Veadinho quer sair”, todos respondem: “Não sai não !”Porém o veadinho insiste: Veadinho quer comer ? _ Coma aí _ Veadinho que beber ? _ Beba aí _ Veadinho quer tomar banho ? _ Tome aí E o Veadinho vai dizendo uma porção de coisas sempre com a resposta negativa, até que mais resoluto ele grita: _ “Veadinho quer sair ! E a resposta também é mais resoluta: _ Não sai, não” Aí, o Veadinho se aproxima de uma das crianças, e pergunta: “Que pau é este ?” A resposta é o nome de uma madeira qualquer conhecida. O veadinho pede para experimentar se é forte e, de um salto senta-se no braço da cintura da vizinha, e fugir.
Realmente, a que não resiste e solta o braço, o veadinho aproveita e sai a correr, perseguindo por todos. Quem conseguir alcançá-lo vai ser o veadinho, repetindo-se assim a brincadeira. • Fonte - GOMES, Antonio Osmar - Tradições populares colhidas no Baixo São Francisco, 1953.
SÃO JERÔNIMO • Local(is): Paracatu - Minas Gerais • Número de participantes: número sempre par de crianças • Desenvolvimento: _ São Jerônimo está em casa ? Não está, não senhor Tira saca, bota saca Na Casa do Nhonhô Neste brinquedo, as crianças são em número par, e aos pares dão-se as mãos, levantando os braços formando uma casinha. Tendo organizado uma fila, as crianças vão passando de 1 a 1, a primeira passando pelas outras até chegar ao fim, e repetindo o cântico várias vezes. • Fonte - MELLO, Oliveira - Minha Terra: suas lendas e seu folclore, 1985.
PINTALAINHA • Local(is): Baixo São Francisco - Minas Gerais • Desenvolvimento: Todas as crianças põem as mãos sobre uma mesa, exceto a que vai dirigir o brinquedo, que sai beliscando, de mão, dizendo: Pintalainha De cada Mindinha Mingôrra, mingoira Tire esta que já está forra Cada palavra proferida corresponde a uma mão, de modo que aquela sobre a qual recair a palavra fôrra, é retirada, repetindo-se o mesmo processo até que, sucessivamente, sejam retiradas todas as mãos. As crianças, à proporção que retiram as duas mãos, vão esfregando uma na outra, para aquecê-las, o mais possível, dizendo que é o bolo que está assando. Depois, a que está dirigindo o brinquedo, vai experimentar os bolos, pondo as mãos de cada uma no rosto. Aquela que estiver com as mãos mais quentes, ganha a partida, e é quem passa a dirigir a Pintalainha; sendo castigadas com uma palmada a que apresentar as mãos menos aquecidas. • Fonte - GOMES, Antonio Osmar - Tradições populares colhidas no Baixo São Francisco, 1953.
QUE PAU É ESTE ? • Local(is): Paracatu - Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança fica no centro (o boi) e pergunta: _ Que pau é este ? _ Jacarandá. _ Que pau é este ? _ Ipê. _ Que pau é este ? _ Ferro As crianças seguram punho formando uma roda e um fica no centro, o boi. Cada braço tem o nome de uma madeira. A criança pergunta: Que pau é este ?, apontando para o braço. A dona do braço responde o nome da madeira. A do centro diz que vai experimentar se é forte e dá um arranco no braço. Se a criança é forte, não deixa escapar o boi. O boi insiste até que consiga escapar. Caso consiga romper o cerco, todas as crianças correm atrás do boi, procurando aprisioná-lo novamente. • Fonte - MELLO, Oliveira - Minha Terra: suas lendas e seu folclore, 1985.
SÔ LOBO • Local(is): Belo Horizonte - Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança é escolhida para ser o lobo e se esconde por perto. As demais dão as mãos e caminham em sua direção, enquanto cantam: _ Vamos passear na avenida, enquanto o sô lobo não vem. O sô lobo está aí ? ! Chegando perto da suposta casa, a crianças que está fazendo o papel do sô lobo responde que ele está ocupado, tomando banho, enxugando-se, vestindo-se, como quiser inventar. As crianças se distanciam e depois voltam fazendo a mesma pergunta e recebendo respostas semelhantes. A brincadeira se repete até que, numa dada vez, sô lobo, já pronto, sem responder nada, sai correndo atrás das outras crianças. A que for pega, passa a ser o sô lobo na próxima vez. • Fonte - CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
MINHA MÃE LUA • Local(is): Baixo São Francisco - Minas Gerais • Desenvolvimento: Abença, minha mãe lua, Dê-me carne com farinha, Para dar à minha galinha, Que está presa na cozinha. Chô, chô, galinha, Vai pra tua camarinha ! • Fonte - GOMES, Antonio Osmar - Tradições Populares colhidas no Baixo São Francisco, 1953.
CORRENTE MAGNÉTICA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Forma-se duas filas de crianças, sendo que todos deverão segurar orelha do colega que está à sua direita. Essas fileiras deverão formar um V, tendo os últimos da fileira dado a mão à uma criança que foi escolhida. Ao sinal dela, o primeiro puxará a orelha do segundo, assim sucessivamente, até chegar o último que por vez, apertará a mão do menino que foi escolhido anteriormente. Vencerá a fileira que apertar a mão dele primeiro. • Fonte - BARBOSA, Odilon - Recreação, 1969.
COBRA CANINANA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças formam uma fila, sendo que a de trás segura a da frente pela cintura. Depois saem correndo, fazendo curvas e pulando. A da frente pergunta e as de trás respondem: _ Olhe a cobra caninana ! _ São Bento, sinhá ! _ O que é que a cobra come ? _ É o rabo de trás. • Fonte - CARVALHO, David de - Vamos brincar como antigamente (décima sexta de uma série),1980.
ESCRAVOS DE JÓ • Local: Baixo São Francisco - Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças , sentadas em roda, ao compasso da música, jogam pedrinhas, cruzando as mãos, e que passam umas às outras, cantando: Escravos de Jô, Jogai o caxangá, Bota, tira, Deixa o zabelê, Que faz guerreiros Com guerreiros, Zig – zig, zig - zag ! • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Pedrinhas • Fonte - GOMES, Antonio Osmar - Tradições Populares colhidas no Baixo São Francisco, 1953.
QUEIJO • Local: Belo Horizonte - Minas Gerais • Número de participantes: 5 crianças • Espaço: qualquer espaço com 4 cantos • Desenvolvimento: Partir queijo. Brincadeira que se faz num cômodo quadrado, com a participação de cinco crianças, ficando uma em cada canto e uma no centro. As crianças do centro trocam de lugar. Durante a troca, a criança do centro procura apoderar-se de um canto vago, deixando uma criança sem lugar e tendo de ir para o centro. Costumam dizer: _ Me empreste o seu cantinho ? _ Vá’ pedir ao meu vizinho. • Fonte - CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
A VELHINHA DA MILOUÇA • Local: Baixo São Francisco • Número de participantes: destaque uma criança • Desenvolvimento: Uma criança, fingindo de velha, apoiando-se num pauzinho, aproxima-se do grupo das outras. Todas dizem: ”Minha velhinha da Milouça. Entre pra dentro que eu não ouço”. Dizendo sempre a mesma coisa e tendo a mesma resposta, a velhinha vai se aproximando, mais e mais, até que, quando já se acha bem próxima do grupo, as demais crianças, fazendo de cachorrinhos atiram-se a ela, correndo e gritando: _ “Catasól, Catasól. . . O couro da velhinha tá no sol !” A velhinha reage, procurando alcançar uma qualquer de suas atacantes. A que for ,afinal, segurada, irá para seu lugar, fazer o papel de velhinha da milouça. • Fonte - GOMES, Antonio Osmar - Tradições Populares colhidas no Baixo São Francisco, 1953.
LIMÃO • Local(is): Belo Horizonte - Minas Gerais • Desenvolvimento: Todas as meninas participantes sentam-se em círculo. Um cordel fechado com um anel passa disfarçadamente de mão em mão. Sem parar o movimento para o despiste, vão cantando: O limão entrou na roda. Parece o limão babão, ô - lê - lê. Ele vai, ele vem. Por aqui já passou. No meio do caminho. Francês tomou. Uma menina que ficou no meio da roda, procura acompanhar o movimento das mãos e localizar o anel. Se, por descuido, uma dos participantes deixou - a entretever o anel, ela toma e troca de lugar com a descuidada, que vai continuar a procura • Objetos ou Brinquedos utilizados: Nome: Anel Material: 1 anel • Fonte - PAULA, Armando de - O ensino como extensão da vida (cap.IV), 1985.
CARNEIRO QUER MEL • Local(is): Belo Horizonte - Minas Gerais • Desenvolvimento: Um menino, do lado de fora da roda, é o carneiro e quer entrar na roda, que está fechada, porque as demais crianças estão de mãos dadas. Ele pede: _ Carneirinho quer mel. Cada vez que a resposta referir-se a uma coisa boa como doce, bala, limonada, o carneiro dá um pulo para frente: _ Não temos mel e, sim, pirulito. Sendo coisa ruim, dá um pulo para trás, até conseguir entrar na roda. Depois, vem a série de perguntas do carneiro, batendo no braço de cada criança; _ Que pau é esse ? Se a resposta disser respeito a um pau forte, o carneiro diz que não serve. Se a um pau fraco, ele tenta rompê-lo com uma peitada. Rompendo-o, sai correndo, perseguido pelas outras crianças. A que o pegar será o carneiro na próxima vez. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
COCADA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Emendam-se as pontas de um pedaço de barbante de mais ou menos um metro de comprimento que, a seguir, é esticado com o auxílio das costas das mãos, de dentro para fora. Em seguida, dá-se um volteado numa e na outra. Com o auxilio do médio, entrando entre o barbante e a palma da outra mão, estica-se o barbante. Repete-se o ato com outra mão e tem-se um figura parecida com um caixão. Os disputantes, tão somente com auxilio das mãos, dos dedos, fazem a transferência do barbante de uma criança para outra, sempre formando um figura: trilhos de trem de ferro, pé de galinha, caixão, navio, etc. • Objetos ou Brinquedos utilizados: Nome: Barbante Material: barbante • Fonte - CARVALHO, David de - Vamos brincar como antigamente (série XVI),Jornal do Shopping, 4 de maio de 1980.
AR - TERRA - MAR • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: É feito um círculo e em seu interior uma criança fica. Começa a brincadeira com a pessoa que está no meio, indicando um dos outros e dizendo a palavra “Ar”: quem foi apontado deverá dizer um animal que vive no ar. O mesmo animal não pode ser repetido mais de vez. Em seguida passará para “TERRA”, depois “MAR”. Quem for errando vai assentando. • Objetos ou Brinquedos utilizados: Material: Não há utilização de objetos extras. • Fonte - BARBOSA, Odilon - recreação, 1973.
MANJA • Local(is): Baixo São Francisco - Minas Gerais • Desenvolvimento: Os meninos todos reunidos em determinados ponto, um deles grita e os outros respondem: _ Manjar ! _ Manja é ! _ Farinha de côco ! _ Papai - mané ! _ Galinha chocou ! _ Tiliscou, pegou ! _ Na galha do pau embocou ! _ É tempo de guerra ! _ Seu pai coma terra ! _ Valeu !. . . Valeu !. . . _ Pegue eu que sou seu ! E saem todos a correr, perseguidos pelo que gritou a manja, se o manjeiro não consegue pegar nenhum todos voltam para o lugar determinado em que a manja foi tirada, lugar este, onde os meninos que o atingirem não podem mais ser pegos, constituindo este fato, gíria infantil, dar um ovo. Então o manjeiro é vaiado e, como castigo, torna a gritar a manja, até conseguir segurara outro para o seu lugar. • Fonte - GOMES, Antonio Osmar - Traduções populares colhidas no Baixo São Francisco, 1959.
A DIREITA ESTÁ VAGA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Na turma assentam - se bem pertinho uns dos outros. As pessoa que ficar com o banco da direta, vago, deve chamar outra para ocupar aquele lugar. As pessoas são chamadas pelo próprio nome ou, então, pelo nome de uma flor. Quando o brinquedo se dá entre moças e rapazes, estes, geralmente, preferem dar o nome de uma flor ás companheiras. Para que não haja confusão dos nomes, são controlados por uma só pessoa, e não os tem repetidos. Depois de toda essa organização de nomes, começa o brinquedo. A pessoa que estiver à esquerda do banco vago, diz: “Minha direita esta - vaga: quem se senta aqui é o jasmim, ou a rosa etc.” O que for chamado deve ser imediatamente, ocupar o lugar, ficando o seu, vago. O da esquerda - onde se deu a vaga deve chamar outro imediatamente, de modo não ficar nenhum lugar vago. Uma chama outra vai; outro chama e assim continua rapidamente. Aquele que atrasar em chamar, ou em atender deve pagar uma prenda. Há o encarregado da cobrança geralmente com um chapéu é que se faz a coleta das prendas, que poderão ser: um espelho de bolso, um pente, uma caixa de fósforos, um anel, um grampinho de cabelo, etc. Quando a brincadeira vai se alongando demais, costumam dar início às sentenças. O coletor, de olhos fechados, apanha uma prenda, sem que os outros saibam de quem é, e pergunta aos demais: _ Que sentença vocês dariam ao dono desta prenda ? O que disserem é executado. As sentenças podem ser: se a minha boca fosse um forno, espelho. . . casamento na roça. Cantar como galo. Se a minha boca fosse um forno: o sentenciado percorre a roda perguntando a um por um: se a minha boca fosse um forno, o que você assaria nele ? Um bolo gostoso, um frango, um sapo, um boi, etc. Espelho é o seguinte: a pessoa tem que ir para o meio, ficando de frente para o outros; cada um dos participantes da brincadeira faz um gesto e o espelho deve imitar.
Casamento na roça : a pessoa se esconde e o sentenciador vai apresentando sem que ele saiba a quem e pergunta: serve ? serve ? O sentenciado faz o máximo para não dar em um como homem com homem, mulher com mulher. O par sai de braços dados. • Fonte - MELLO, Oliveira - Minha Terra, suas lendas e seu folclore, 1970.
JOGOS DOS DADOS • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Em círculos, sentados frente para o interior, tendo ao centro roupas. É entregue à um dos participantes um dado ( da direita para a esquerda) toda vez que cair o número seis, terá que ir ao centro vestir as roupas. No caso destas estarem vestidas por outro terá que tirá-los do companheiro e vesti-las antes que outro tire o número seis. Vencerá aquele que vestir toda a roupa antes que outro tire o número seis. • Objetos ou Brinquedos utilizados: Material: roupas em geral e um dado industrializado • Fonte - BARBOSA, Odilon - recreação, 1973.
MAMÃEZINHA • Local(is) : Belo Horizonte - Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança fica de frente de outras. Cada uma, por sua vez, perguntará à de frente: _ Mamãezinha, posso ir ? A da frente responderá sim ou não, conforme queira. Quando responder sim, a que perguntou voltará a perguntar: _ Quantos passos ? A da frente responderá com autoridade um número que corresponderá aos passos a serem adiantados pela outra. Deste modo, a criança que primeiro alcançar o lugar da mamãezinha ficará no lugar dela para que a brincadeira prossiga. Os passos autorizados podem ser, conforme consulta à mamãezinha, curtos ou largos, de anão ou de gigante. Ao invés de autorizar passos para frente, a mamãezinha poderá autorizar para trás também. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
O MEU CARNEIRO ? • Local(is): Belo Horizonte - Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças fazem um roda e uma delas, escolhidas por fórmula de escolha, pergunta a uma outra: _ Você viu o meu carneirinho por aí ? _ Como é que ele é ? A que fez a primeira pergunta passa a descrever uma das crianças da roda. E esta, ao suspeitar que se trata dela, sai correndo, perseguida pela que se fez a primeira pergunta. Se for pega, vai para o choco, o centro da roda. Se conseguir dar uma volta completa e colocar-se no lugar de onde saiu, estará livre. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
TATU PASSA AÍ ? • Local(is): Belo Horizonte - Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma das crianças, dentro de uma roda, procura sair dela: _ Tatu passa aí ? _ Não passa não. _ E se passar ? _ Nós vamos pegar. Ela tenta com peitadas romper os braços de duas crianças na sua frente. Rompendo-os, sai correndo, perseguida pelas demais. Fará o papel de tatu na próxima vez a que a pegar. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Caixa de fósforos • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
CHICOTINHO QUEIMADO • Local(is): Belo Horizonte - Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança esconde o chicotinho queimado, geralmente uma correia velha, enquanto as demais tapam os olhos. Depois , as demais vão procurar o chicotinho. Conforme uma criança esteja mais distante, a que escondeu o chicotinho dirá que ela está fria. Conforme mais perto, dirá que está quente. Dirá também que está esquentando ou esfriando conforme a que estiver mais próxima de distancia ou se aproxima do chicotinho queimado. “Estar pelando”é estar muito perto do chicotinho. A criança que achar o chicotinho queimado saíra correndo batendo com ele nas demais. E é ela que irá escondê-lo da próxima vez. • Objetos ou Brinquedos utilizados: Nome: Chicotinho Queimado Material: Correia velha • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga - Coleção pergunta ao José, 1987.
BOBÃO • Local(is): MG, Paracatu • Desenvolvimento: As crianças cantam: O bobão entrou na roda, o bobão ! Ele é um toleirão, o bobão ! Ele fica pela mão. Ele vai, vai, vai, Ele vem, vem, vem. Ele por aqui passou. _ Colocar um anel num cordão, deixa-lo no centro da roda para que todos o toquem. Uma vez feito isso uma criança fica no centro tentando adivinhar onde está o anel; assim que adivinha, outra criança vai para o centro. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Anel, barbante Manufatura: Um anel de qualquer tipo (aliança), um pedaço de barbante. • Fonte - MELLO, Oliveira - Minha Terra: suas Lendas e seu folclore,1985.
JOGO DOS BICHOS • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança escreve no papel o nome dos bichos: cobra, leão, boi, cabrito, etc. Em seguida, depois de picar os papéis, jogaos para cima. Nesse instante, todos deverão pegar os papéis; o bicho que estiver escrito os participantes deverão imitar, formando os grupos separadamente. Em seguida cada grupo deverá fazer no centro do círculo imitações. • Objetos ou brinquedos utilizados: Material: Papéis, onde as crianças deverão escrever os nomes dos bichos. • Fonte - BARBOSA, Odilon - Recreação, 1969.
MACACO - DISSE • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Formar um círculo. Escolher uma criança que irá liderar. O líder diz: “Macaco disse ajoelhar”, “macaco disse saltar”, etc. Se não disser “macaco disse”, qualquer movimento que a turma fizer vai saindo da forma, até chegar ao vencedor. Jogo de atenção. • Fonte - BARBOSA, Odilon - Recreação, 1969.
NEGO FUGIDO • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: É escolhido alguém para ser o nego fugido. O menino que representa o nego fugido é procurado por todas as outras crianças. Uma vez encontrado, ele corre em busca do pique ou esconde-se de novo até salvar-se ou ser pego. Variante: 31 de Janeiro Enquanto as crianças se escondem, o pegador consta de 1 a 31 de Janeiro, antes de sair à procura dos companheiros. • Fonte - FERRARA, Maria Amorim - Como brincam as crianças mineiras - Pesquisa Folclórica ,1962.
PULAR CARNIÇA • Local: Belo Horizonte • Desenvolvimento: Forma-se uma fila de meninos em posição de corpo dobrado, com as mãos apoiadas nos joelhos. A começar pelo último, cada um vai saltando todos os outros, apoiando somente as mãos sobre as costas do que está sendo saltado. Depois de saltarem todos, colocam-se na frente do primeiro. Assim vão se revezando. Aquele que ao pular esbarrar no corpo do outro, sai do jogo. • Fonte - PAULA, Armando de - O ensino como extensão da vida, 1985.
BATATINHA FRITA • Local(is): Belo Horizonte, MG • Desenvolvimento: Um participante, indicado por forma de escolha, fica na frente, de costas para os outros, enquanto vai falando: _ “Ba. . .ta. . .ti. . .nha. . . .” Vira-se de repente: _ “fri. . .ta !. . . ” Enquanto está de costas, os outros participantes dão passos para frente. Voltam ao lugar de partida os que formam vistos em movimento pelo que está na frente. O que chegar primeiro ao lugar do que está comandando, passa a comandar para que a brincadeira prossiga.
• Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
BERLINDA • Local(is): Zona da Mata - MG • Desenvolvimento: Um grupo de crianças se assenta junto e uma delas se coloca mais afastada: está na Berlinda. Um ajudante pré - determinado pergunta a cada um por que aquele está na Berlinda, recebendo diversas respostas como porque é bobo, é feio, é bonito, etc. Leva então as afirmações ao escolhido que, sem conhecer os autores, escolhe uma. O autor “premiado” vai para a berlinda e o que estava lá passa a ser ajudante. • Fonte - PEIXOTO, Yone M. F. da Neves - Folguedos infantis na Zona da Mata, 1978.
TICO - TICO FUZILADO • Local: Belo Horizonte • Desenvolvimento: Fazer um buraco no chão. Formar uma fila com várias crianças. O primeiro da fila joga uma bola para acertar no buraco. Se acertar, ele corre, apanha a bola e tenta fuzilar o resto da turma com essa bola e estes devem sair correndo para livrar-se dela. • Objetos ou brinquedos utilizados: Material: 1 bola ( plástico, meia, etc) • Fonte - SESC - Brincadeiras Tradicionais, 1988.
MANDUCA MANDA
• Local(is): Belo Horizonte, MG • Desenvolvimento: Uma criança ordenará às demais: _ Manduca manda que vocês ajoelhem ! As crianças deverão ajoelhar-se. A primeira criança continuará ordenando que marchem, cocem a cabeça, saltem, o que quiser inventar. As crianças deverão obedecer todas as vezes que ordem for precedida de “Manduca manda”. A que obedecer uma ordem que não seja precedida destas duas palavras sairá as brincadeira, cumprirá um castigo ou pagará prenda. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
ROLIMÃ: CORRIDA DE CARRINHOS • Local(is): Belo Horizonte, MG • Desenvolvimento: A brincadeira consiste em subir uma ladeira, carregando o carrinho, e descer sentado sobre ele, na força do embalo da descida e, com impulso do corpo, dar-lhe direção • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Carrinho de rolimã Manufatura: feito pela criança Material: 1 tábua, 2 eixos com rodinhas de rolamento de automóvel • Fonte - PAULA, Armando de - O ensino como extensão da vida, 1985.
CONTRÁRIO • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança é escolhida no grupo por fórmula de escolha. Ela ordena para as demais: _ “Andem para frente” Elas deverão andar para trás, executando as ordens sempre pelo contrário. As crianças que forem errando irão sendo excluídas. A última que ficar será a que irá dar as próximas ordens para que a brincadeira prossiga. • Fonte - CARVALHO, David de - Vamos brincar como antigamente ? ( série XVII), jornal do Shopping, 11 de maio de 1980.
SERRA, SERRA, SERRADOR • Local(is): Belo Horizonte, MG • Desenvolvimento: Duas crianças se põem de frente e dão as mãos. Depois balançando os braços, indo e vindo, enquanto falam: _ Serra, serra, serrador ! Serra o papa do vovô ! Quantas tábuas já serrou ? Uma delas diz um número e as duas, sem soltarem as mãos, dão um giro completo com os braços, num movimento gracioso. Repetem os giros até completar o número dito por uma das crianças. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
SALADA - SALADINHA • Local(is): Belo Horizonte, MG • Desenvolvimento: Trata-se de uma variação de brincadeira de pular corda, sendo que esta é balançada rente ao chão por duas crianças, cada uma numa extremidade. Ficam repetindo: _ Salada, saladinha, bem temperadinha com azeite, vinagre e sal. Ou: _ Salada, saladinha. Feijão com pimenta. Na hora da janta, não há quem agüenta. A criança que encostar na corda sairá da brincadeira. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
QUEBRA CORRENTE • Local(is): Belo Horizonte, MG • Desenvolvimento: As crianças ficam em alta e de mãos dadas. Em seguida, uma da extremidade passará debaixo dos braços da última, forçando a penúltima a virar-se, ficando de braços cruzados. A ação vai sendo repetida com as demais, de trás para frente, até que todas as crianças com exceção das duas das pontas, fiquem de braços cruzados. Aí, as duas crianças das extremidades ficam puxando, forçando a corrente, até que ela rebente entre duas que têm que pagar prenda ou cumprir um castigo. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
A EMA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: É escolhida a criança que será a EMA. Esta se enrola, às escondidas, em um cobertor ou lençol. O bico da ave é representado por uma vara de quatro a seis metros de comprimento, segura pelas do menino acobertado. Tomando uma posição um tanto incômoda, quase de cócoras, a EMA surge no meio do terreiro: _ UHMM ! UHMM ! A criançada aglomera-se, aos gritos, em volta da BICHA, ora dando chuchadas, ora pancadas laterais. • Objetos ou brinquedos utilizados: Material: um lençol • Fonte - FERRARA, Maria Amorim - Como brincam as crianças mineiras - Pesquisa Folclórica ,1962.
BOLINHA DE CABRA • Local(is): Baixo de São Francisco - Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças todas de mãos dadas, menos uma que, de frente delas, grita: Todas respondem: _ Bolinha de cabra ! _ Sinhô, meu amo. _ Quantas bolinhas têm queimadas ? _ Trinta e uma e duas _ Quem são elas ? _ Fulano, Fulano, e Sicrana _ Quem queimou ? _ Foi Fulana Aí, a que esta fazendo as perguntas, se dirige à primeira, da ponta da fila e diz: “Fulana, você não se lembra daquele dia em que eu lhe pedi isso ou aquilo ou pra fazer tal coisa (os pedidos variam à vontade do interlocutor) e você não me entendeu ?. . . pois bem, agora passe pra cá”. E a criança passa por baixo dos braços da vizinha, de modo a ficar com os braços cruzados sobre o peito. Assim sucessivamente. Quando toda a fila se acha nessa posição, a criança de uma extremidade: “Fulana, você tem uma corda forte que me empreste ?” A resposta afirmativa. “Então vamos experimentá-la” E as duas puxam, cada uma para o seu lado, e a corda vai se quebrando, aqui, ali, acolá, até se separarem todas as crianças, para o brinquedo ser recomeçado. • Fonte - GOMES, Antonio Osmar - Tradições populares colhidas no Baixo São Francisco, 1953.
POTE DE MELADO • Local(is): Belo Horizonte, MG • Desenvolvimento: Duas crianças são escolhidas, uma para ser o feirante e outra para ser o comprador. As demais sentam e firmam as mãos debaixo dos joelhos. O comprador pergunta ao feirante se ele tem pote de melado para vender. Os potes são as crianças assentadas. O feirante diz que sim e vai mostrando os potes de melado. O comprador vai recusando, alegando sempre um defeito: “Este está meio vazio. Este está azedo. Este está muito escuro”. E, quando escolhe um, juntamente com o feirante, cada um segura a criança pelo braço e balança-a três vezes. Se a criança não soltar as mãos, será o comprador na próxima vez. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Um lenço de cabeça ou cadarço de sapato para cada dupla, giz para riscar a linha no chão. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
PEDIR CANTINHO • Local: Belo Horizonte • Número de participantes: Quatro • Espaço: uma sala ou quarto - brinca-se utilizando os quatro cantos, ou quatro paredes. • Desenvolvimento: Cada menina se encosta num canto da sala, ou junto de um móvel. Uma sai, dirigindo-se a cada uma dizendo: _ “Me dá um cantinho ?” A interrogada responde: _ “Vai pedir a seu vizinho”. Enquanto a pedinte se movimenta, por um sinal combinado, as outras trocam de lugar correndo. Se a pedinte for esperta, apanha o lugar vago. A que sobrou, perdeu seu lugar, vai continuar com o peditório. • Fonte - PAULA, Armando de - O ensino como extensão da vida, 1985.
CORRIDA DE SACO • Local(is): Juiz de Fora - MG • Desenvolvimento: Crianças em fila, vestidas com sacos de aniagem (ou semelhante) pelos pés até a cintura. Com os movimentos das pernas tolhidos, só podem saltar. Dado o sinal de partida, procuram atingir a meta já determinada. Saltando até a meta determinada, ganha quem chegar primeiro. Elimina-se quem cair no percurso. • Objetos ou brinquedos utilizados: sacos de aniagem ( ou semelhante) Material: saco de tecido rústico • Fonte - PEIXOTO, Yone Maria Fonseca das Neves - Folclore na zona da mata de Minas Gerais, 1978.
CHICOTINHO QUEIMADO • Local(is): Juiz de Fora - MG • Desenvolvimento: Um grupo de criança decide quem deverá esconder o “chicotinho”. Depois de esconder o objeto ( uma vara, pano, etc. ) grita para as outras: _ “Chicotinho queimado” e todas saem á procura com a orientação de quem escondeu. Esta vai dando dicas: está frio, quando afastado do objeto e está quente”, quando próximo a ele. A brincadeira finaliza quando alguém encontra o chicotinho e o esconde, para que recomece a brincadeira. Variante: quem encontrar o chicotinho, corre com ele atrás das outras crianças e bate em quem conseguir. Este será encarregado de recomeçar. • Objetos ou brinquedos utilizados: lenço, vara, etc. Material: algum refugo da natureza, lenço, etc. • Fonte - PEIXOTO, Yone Maria Fonseca das Neves - Folclore na zona da mata de Minas Gerais ( 1º. Concurso de Folclore 1977), 1978.
BARQUINHA • Local(is): Montes Claros - Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças assentadas em volta da sala. Um lenço amarrado com um contrapeso serve de barquinha. Cada um escolhe uma letra do alfabeto para si. Qualquer um começa a brincadeira, pega no lenço amarrado, faz que joga em um dos presentes mas atira em outro, dizendo: _ La vai minha barquinha carregada de . . . Aquele, no qual o lenço acertou, tem que falar rapidamente um nome começado pela letra escolhida. Se demorar um pouco, pagará uma prenda e ficará - fora da brincadeira. Quando todos perderem, o que ficou por último pega uma das prendas, de modo que ninguém saiba de quem foi ela e pergunta: _ O dono ou dona desta prenda, que sentença merece ? _ Declamar, cantar. Fazer uma declaração de amor, contar uma anedota, etc. E assim se passa o tempo. • Objetos ou brinquedos utilizados: um lenço • Fonte - PAULA, Armando de - Montes Claros, sua história, sua gente, seus costumes. (V3), 1979.
BUSCATIOFA (TRATO) • Local: Minas gerais • Desenvolvimento: Trata-se de dar busca nos bolsos, conforme a brincadeira de bolso - direito e bolso esquerdo. A diferença é que a senha a ser dita é “buscatiofa”, que dá direito a quem diz a dar busca nos dois bolsos do companheiro, ficando com os objetos encontrados. • Fonte -CARVALHO, David de - Vamos brincar como antigamente ? - Recorte de jornal sem data.
BUZO • Local: Minas gerais • Desenvolvimento: Usam-se cinco bagos de milho que devem ser pintados num dos lados, nas partezinha branca. São os mesmos jogados do mesmo modo que se joga dado. Cada lado pintado de preto, virado para cima, vale um ponto. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: bagos de milho Manufatura: feito pela criança Material: bagos de milho e tinta preta • Fonte -CARVALHO, David de - Vamos brincar como antigamente ? - Recorte de jornal sem data.
MINHA DIREITA ESTÁ VAGA • Local(is): Belo Horizonte, MG • Desenvolvimento: Forma-se uma roda com cadeiras. As crianças sentam-se. Deixam uma cadeira vaga. A criança que começa a brincadeira, a que se encontra à esquerda da cadeira vaga, chama uma outra para ocupar o lugar dela. Assim, uma outra ficará vaga e a criança que está sentada à esquerda chamará outra para ocupá-la para que a brincadeira prossiga. Esta brincadeira deverá ser feita com a participação de meninos e de meninas. • Fonte -CARVALHO, André e CARVALHO de, David - Como brincar à moda antiga, 1987.
VAMOS PASSEAR NA FLORESTA • Local(is): Paracatu - Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança fica sendo o lobo. As outras circundam o lobo cantando. Vou passear na floresta (bis) Enquanto o seu lobo Não vem (bis) _ Tá pronto seu lobo ? _ To vestindo a calça. As crianças vão passando e perguntando: _ Está pronto ? A cada uma que passa ele responde que está se vestindo. No final, o lobo fica pronto e sai correndo atrás das crianças. A que ele pegar ficará sendo o lobo. • Fonte - MELLO, Oliveira - Minha terra, suas lendas e seu folclore, 1985.
MAMÃE POSSO IR ? • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança fica afastada e de costas para o grupo. As crianças alinhadas perguntam a que está de costas: _ “Mamãe posso ir ?” Ao que a líder responde: _ “Pode”. Nova pergunta: _ “Quantos passos ?” A resposta mencionada o N.º permitido. O jogo termina quando uma das crianças pegar “a mamãe”, tomando o seu lugar e recomeçar a brincadeira. • Fonte - PEIXOTO, Yone Maria Fonseca das Neves - Folguedos infantis na Zona da Mata, 1978.
BOLA SETE • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Uma criança de cada vez: Primeira jogada: De costas para a parede, atira-se a bola para trás e que volta às mãos. Segunda: Deixa a bola ficar no chão e bate uma palma. Bola atirada na parede, enquanto a criança dá uma rodada e volta à frente para receber a bola. Terceira: Atira a bola à parede, da parede ao chão, do chão às mãos, das mãos ao chão e do chão à parede e da parede às mãos. Quarta: Atira a bola à parede, pica-a no chão e, antes da retomada às mãos, bater palma uma vez; Quinta: Com a mão direita, repicar a bola no chão. Sexta: Jogar a bola na parede, picá-la no chão e jogá-la novamente contra a parede com auxílio apenas da mão direita, até que na sexta picada na parede ela retorne às mãos. Sétima: Jogar a bola de encontro a parede, amparando-a normalmente. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Bola • Fonte - CARVALHO, David de - Vamos brincar como antigamente - 20/01/1980
CUIDADO COM O LOBO ! • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Forma-se uma roda só de meninas e no meio um único menino que é o lobo. Enquanto a roda gira; tenta o lobo agarrar uma das meninas: Cuidado com lobo. Que lhe pega a orelha. Ele é bicho pequeno. Mas tem grande orelha. Quando consegue por uma das meninas para fora da roda e continua, assim, até acabá-la. • Fonte - TRIGUEIROS, Ediberto - A língua e o Folclore do Baixo São Francisco. Data de coleta: 1963
CABRA CEGA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Por algum tipo de escolha é tirada uma criança que terá seus olhos por meio de um lenço amarrado nos olhos. A criança de olhos vendados, deverá, às apalpadelas, apanhar uma das crianças que rindo e chamando para denunciar sua posição, vão rodando à sua volta. O jogo termina quando uma delas for apanhada e torna-se a nova “cabra-cega” • Fonte - PEIXOTO, Yone Ana Fonseca das Neves - Folclore da Zona da Matra de MG (1º concurso de Folclore - 1977).
CABRA CEGA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: Faz-se a roda. Uma criança fica no meio com os olhos vendados por um lenço. Então uma das outras começa: _ Cabra-cega ! _ Que é ? _ De onde você veio ? _ Vim da serra. _ Que que trouxe ? _ Cravo e canela. _ Me dá um tiquinho ? _ Não dou, não; não chega pra meus filhos. Todas as crianças começam a bulir com a “cabra-cega”. Uma puxa-lhe o cabelo, outra o vestido; outra ainda dá-lhe um abraço . . . E a criança com os olhos vendados, procura agarrar as mais afoitas. Qual ela agarrar, vai ser a próxima “cabra-cega” • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Um lenço para vendar os olhos da cabra-cega. Manufatura: Um lenço de qualquer tipo.
• Fonte -RIBEIRO, Wagner - Noções da Cultura Mineira. Cap.XXXVI CABRA CEGA • Local: Baixo São Francisco • Desenvolvimento: Põe-se um lenço amarrado no rosto de uma das crianças, leva-se ela para o meio do parque ou do terreiro. Estabelece-se um diálogo preliminar: Perguntam as crianças: _ Cabra-cega, de onde vem ? _ Do mundé. Responde a cabra-cega. _ Traz ouro, prata, ou latão: Se a cabra-cega diz que traz: _ Ouro Resposta: Então rode como besouro _ Prata Resposta: Rode como barata _ Latão _ Rode como pião. Isto dito, dá-se um impulso giratório no corpo da cabra-cega, que sai às tontas, futucada ora por uma ora por outra criança, até que consegue segurar alguma mais desprevenida, a qual então, vai fazer papel de cabra-cega, mas se houver sido identificada por ela. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Um lenço para vendar os olhos Manufatura: Industrial. Material: Tecido
• Fonte - GOMES, Antonio Osmar - Traduções populares colhidas no baixo São Francisco CABRA CEGA • Local(is): Minas Gerais - Belo Horizonte • Desenvolvimento: Consiste em colocar uma venda num dos participantes que sai as apalpadelas, procurando pegar um outro. Será a cabra-cega na próxima vez a pessoa que for pega. A cabra-cega é provocada pelas crianças que puxam a sua roupa e seus cabelos. A brincadeira é iniciada põe perguntas e respostas entre um criança e a cabra-cega: _ Cabra-cega, de onde você vem ? _ De Castela. _ Que traz na cesta ? Pão e canela. Dê-me dela ? _ Não, porque é para mim e para a velha. _ Zigue Tanela • Fonte - CARVALHO, André - Como brincar a moda antiga. Data de Coleta:1987
CORDA, PULAR • Local(is): Minas Gerais - Juiz de Fora • Espaço: Ar livre, rua. • Desenvolvimento: São duas as crianças que ficam nas extremidades, girando a corda que deve tocar levemente o solo. Outras crianças em grupo ou uma de cada vez, saltam a corda sempre que ele tica o solo e sem se deixar tocar por ela. Variante: passar a zero: a criança passa de um lado para outro da corda em movimento, sem se deixar tocar e sem pular; se conseguir, “entra” novamente e da um pulo “saindo” em seguida. Depois dá 2, 3 pulos, etc. até onde conseguir. Variante do pular corda: sal ( girar corda em ritmo lento); (pimenta) (mais acelerado); fogo (o mais rápido possível) - (teste de sincronismo e ligeireza) quem erra, sai do brinquedo e é punido com uma pancada de corda na perna, às vezes um pouco doloroso (fogo). Os pontos são contados de acordo com o número de pulos que a criança der. Ganha a criança que conseguir maior número sem, se “queimar” ou seja: ser tocada ou embaraçar-se na corda; sempre ganha o último a errar. Se a modalidade for pimenta, fogo, etc. a criança poderá ser punida com a própria corda. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Corda Origem: Esportivo (uma corda comum com 3 ou 4 metros de comprimento). Manufatura: Artesanal, feita por adultos. Material: Sisal grosso ou algodão roliço.
• Fonte - PEIXOTO, Yone Maria Fonseca das Neves - Folclore da Zona da Mata - MG. ROSEIRA • Local(is): Minas Gerais - Belo Horizonte • Desenvolvimento: Modo de pular corda em grupo, sendo que duas crianças, uma em cada extremidade, movimentam a corda. Outra, antes escolhida por fórmula de escolha, fica pulando e, de repente, grita: _ Ai ! Ai ! As outras respondem: _ Que sente ? _ Saudade. _ De quem ? _ Do cravo, da rosa, da Maria (ou outro nome qualquer de uma criança de quem ela gosta). A que tiver o nome, da Maria (ou outro nome qualquer de uma criança de quem ela gosta). A que tiver o nome escolhido será a próxima a pular. Há uma variação que consiste em recitar, enquanto estiver pulando a corda. _ Subi na roseira quebrei um galho. Me segure (falar o nome da criança escolhida), senão eu caio. • Fonte - CARVALHO, André e CARVALHO DE , David - Como brincar à moda antiga, 1987.
O VEADO • Local(is): Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro • Desenvolvimento: Uma roda de crianças de mãos dadas. No meio uma. A do meio irá pondo a mão, sucessivamente, em cada um dos braços dos da roda, e de cada vez perguntando: “Que pau é esse?” Os donos dos braços irão respondendo: Pau rosa, pau ferro, etc. , conforme os nomes de madeiras que quiserem dar a cada um dos próprios braços. (E uma lei do brinquedo: - nenhum nome de madeira pode ser escolhido duas vezes na mesma roda; portanto, cada braço deve ter o seu nome diferente do de todos.) Depois que o menino do meio, - o que vai ser veado, - tiver percorrido assim toda a roda, pondo a mão nos braços de todos e ouvindo de cada um dos nomes de madeiras, dá um salto para o centro e diz: “O veado quer fugir.” Responde a roda em coro: - Tem cerca p’ra cercar? O veado: “Si a cerca não cercar?” A roda - Tem cachorro p’ra pegar O veado: “Si o cachorro não pegar?” A Roda: - Tem espingarda p’ra matar O veado atira-se então , repetidas vezes, d’ encontro a cerca formada pelos braços dos roda: quando consegue arrebenta-la, saem a correr. A roda toda transforma-se de madeira que era, em cachorros . . . E os cachorros correm atras do Veado
procurando o prende-lo. O que pegar o Veado irá para o meio substituí-lo. E o brinquedo recomeçará pela roda com um no meio a perguntar: “Que pau é esse?” Etc. , etc. , etc. Problema fácil: Como é que os meninos se transformam em cachorros? Nome das madeiras: jacarandá páu-ferro páu-rosa cabiúna ipê canella pinho piquiá arueira quaribú virqueiro carvalho
urucurana peroba violeta garapa brauna piuna sicupira sapucaia angelim cedro carvalho crauba
vinhatico gamalleira pau-brasil araribá tapinhoan massaranduba bicuina canjerana genipapo laranjeira do mato oticica ubitaran
N.B. - As crianças decorarão facilmente esses nomes de madeiras dispondo-os em ordem alfabética e utilizando-se deles no brinquedo supra. O ideal seria que cada uma estivessem em casa o seu pequeno museu no qual existissem também pedacinhos de todas essas madeiras supra, cada qual com o seu nome bem escrito e colado em uma das extremidades.
• Fonte - PINTO, Alexina de Magalhães - Os nossos brinquedos, 1909. AMARELAS • Local(is): Minas Gerais, Rio de Janeiro • Desenvolvimento: Risca-se com um pauzinho sobre a terra ou sobre a areia, ou com giz ou carvão sobre o lajeado, o traçado supra e, do lado de fora da 1º casa, põe no chão uma pedrinha. Equilibrando-se em um só dos pés e encolhendo o outro, a pessoa que quer brincar firma-se no lugar em que está o algarismo 2 (lado de fora da primeira casa á esquerda), e dali dando um salto impulsor, na ponta desse pé em que se apoia, atira a pedrinha chata, com a ponta desse mesmo pé e ao mesmo tempo em que dá o salto, par dentro da casa N.º1 . Salta para dentro dessa casa ainda em um só pé; e, da mesma maneira, atira a pedrinha ou caco de telha para espaço do lado de fora, em baixo, á esquerda, marcado com o algarismo 2. D’aí, sempre num só pé e com a ponta dele, atira a pedrinha chata a que chama malha, para a casa N.º3. D’aí, do N.º3 de novo para o espaço N.º2. D’aí do mesmo modo para a casa N.º5. D’aí para casa N.º3, e da N.º3 para a do N.º6. D’aí de novo para o espaço N.º2. D’aí para casa N.º1 e d’aí para a do N.º7, aonde canta vitoria si aí consegue chegar sem haver pisado nos traços, nem perdido o equilíbrio. Os algarismos pequenos indicam o percurso da malha. Leis do brinquedo Cada comparsa deve:
(a) assistir aos saltos do companheiro, alternadamente (b) esperar pacientemente a sua vez; (c ) salta sem em um pé só; (d) pousar nos dois pés só lugar ou nos lugares de descanso; (e) atirar a malha sempre dentro das casas e nunca sobre os traços; (f) saltar sempre dentro das casas e nunca sobre os traços; Tem de ceder o lugar a outro quem quer que infringir qualquer dessas leis. Não só o equilíbrio, mas a condescendência e aplauso ao êxito alheio devem ser cultivados neste brinquedo. Para que ele corra alegre e sem contendas subordinam-se essas leis todos que o brincam. OUTRAS AMARELLAS (Minas) (Rio e Minas) (Rio) Amarella de boca de onça Amarella de semana Amarella de garrafão Amarella de barra Amarella de quadrado Amarella de caracol Estes traçados me foram fornecidos pelas crianças, com os nomes aí conservados fielmente. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: pedrinha
• Fonte - PINTO, Alexina de Magalhães - Os nossos brinquedos, 1909. CORRE-ATRÁS, MATA-MATA, CORRIDINHA • Local(is): Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espirito Santo, Ceará, Minas Gerais, Alagoas, São Paulo. • Número de participante: 2 • Espaço: ar livre • Desenvolvimento: No Rio de Janeiro é praticado por dois ou mais jogadores. O primeiro, via de regra por ter se adiantado e gritando “primeiro”, lança sua bola de gude numa direção qualquer. Segue-se o segundo, que procura atingi-lo; o terceiro e assim sucessivamente, até voltar a vez do primeiro. Será vencedor aquele que conseguir eliminar os adversários por meio de “tecos”. O jogo pode ser “à brinca” ou “à vera”. Neste último caso, convencionou-se previamente qual a quantidade de bolas em disputa. O jogador atingido deve se retirar do jogo e entregar o número de bolas combinado a quem o acertou. O total de bolas em jogo será arrecadado pelo vencedor final. Em Santa Catarina esta modalidade é conhecida nos meios de influência ética lusa, italiana e alemã e muito usada, como no Rio de Janeiro, quando dois meninos são incumbidos de realizar algum trabalho fora de casa. Em Belém, o jogador a iniciar a partida é aquele que lança a bola a seus pés e grita “primeiro”. Pode-se também traçar uma linha no chão, na direção da qual os jogadores devem lançar as suas “petecas”. O que mais se aproximar da linha deve iniciar o jogo. O jogador que atinge o adversário diz “morreu”, “matei-te” e ganha dele uma “peteca”. O jogo admite apenas dois participantes. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Bola de gude Manufatura: Industrial Material: vidro
• Fonte - SOFFIATI NETO, Aristides - Cadernos do Folclore, Rio de Janeiro, Funarte, 1977. JOGO COM BOLINHAS DE GUDE OU BOLINHA DE VIDRO • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: O jogo é feito em relação a um pequeno buraco, também chamado pão, bilosca, tendo as bordas acertadas com movimentos circulares do calcanhar. Nele deverá cair a bola movimentada por piparote. Há duas espécies de piparote. Uma, comprimindo a ponta do indicador de encontro à ponta do polegar, sendo que, de arranco, a ponta do indicador deverá impulsionar a bola no chão para que ela caia no papão, ou toque na bolinha do adversário. Outra é colocando-se a unha do polegar comprimindo a bolinha de encontro ao meio do indicador. Criar ou tecar é conseguir acertar a bolinha a ser acertada e que está próxima do buraco. O menino pode aplicar a puxeta, fazendo o toque de bolas levemente, de modo que a do adversário continue no mesmo lugar e a dele volte a cair no papão, o que lhe permite um grande número de pontos, conforme quantos toques venha dar. Efeito é o nome dado ao giro veloz da bola, ocasionando uma eclipse. Carreirão é quando duas bolas são jogadas juntas e vão cricando uma na outra. Ticar é quando uma bola toca levemente na outra. Beliscar é quando se vai pegar a bolinha, que está unida a do adversário, bulindo com a mesma, o que redunda na perda da vez de jogar. Ter direito a limpos é poder limpar a frente da bolinha a ser cricada. Mãozão é adiantar muito a mão, encurtando a distância das bolinhas. • Objetos ou brinquedos utilizados: Nome: Bolinha de gude Manufatura: Industrial Material: vidro
• Fonte - CARVALHO, David de - Vamos brincar como antigamente? - 1980. O GAMBÁ E AS GALINHAS • Local(is): Minas Gerais, São Paulo • Desenvolvimento: Reúne-se uma porção de crianças. Duas mais desembaraçadas tomam a si os papeis de Senhor, Dono-das-galinhas, e de Pae João, e convidam outras duas para fazer os de Galo e de Gambá. O Gambática bem longe, escondido. As outras crianças todas sentam-se em grupo á parte, um pouco distante da “casa” do Senhor, - São as galinhas. O Galo fica em pé ao lado delas. Pae João, na “casa” do senhor, no chão, mãos na testa, pernas dobradas, cotovelos sobre os joelhos. O senhor vem chegando da roça e entrando em casa com ar muito zangado, chapéu na cabeça, mãos nas algibeiras. Na sala passeia, passeia, de um lado para outro depois chama: “Pae João! Pae João!”. O preto velho, pae João, apoiando-se num pau, levanta-se com dificuldade; vem mancando e respondendo pelo caminho: “Sinhô! Miô Sinhô! “Sinhô! Miô Sinhô!” O Dono Você já contou as galinhas hoje? Pae João. (Sem esperar resposta): Aposto que não. Vae já, Pae João. Vae contar quantas galinhas tem no galinheiro. Já!
Pae João Sim, Sinhô, mio Sinhô. Pae João sae; dirigindo-se para o lado das “Galinhas” começa a conta-las apontando-as com o dedo indicador: “Una, duna, tena, catena, rado de penna . . . , una duna, tena, catena, rabo de penna . . . una, duna . . . O Senhor interrompendo-o, chama: “Pae João! Pae João! Pae João!”. Pae João deixa a sua tarefa e caminhando para o lado em que está o Senhor vem respondendo: “Sinhô, mio Sinhô.” O senhor “Você já contou as galinhas?” Pae João “Já, sim sinhô.” O senhor “Pois então vae á venda comprar milho, e quando voltar faça canjiquinha pros pintinhos. Não se esqueça de varrer o galinheiro; põe outra areia. Queime aqueles ninhos. Olha lá os piolhos de galinha! Bota água limpa, lava o cocho. Anda depressa. Leva o saco, compre o milho e volte já, já.” Pae João toma o bastão e o chapéu de palha furado, e mancando, sae, levando um saco vazio atirado sobre o ombro. O Senhor recosta-se na cadeira de balanço e põe-se a dormir.
D’alli a um pedacinho pae João volta cambaleando com o saco de milho, cheio pela metade, nas costas. E, cambaleando, chega pertinho do Senhor sem ver. Tonto deixa o saco de milho ir-se pertinho do Senhor sem o ver. Tonto deixa o saco de milho irse entortando e, depois cair no chão; cae ele afinal, por cima do saco, e dorme. Enquanto isso, o Gambá entra no galinheiro. O Galo põe-se a cantar: “Cocoricó, cocoricó . . .” As galinhas a “remexer”, a esvoaçar, a cacarejar, a saltar, esquivando-se de serem agarradas pelo Gambá. E com a barulhada que fazem acordam o Dono. O senhor está esfregando os olhos grita: “Pae João! Pae João! Vae ver que é aquilo no galinheiro, Pae João!” Pae João não responde. O senhor levantando-se do sofá em que está deitado, vê o Pae João dormindo no chão. Tanto grita e esbraveja que Pae João acorda. Com a algazarra o Gambá apressa-se e foge levando uma das Galinhas. O senhor dando no pae João com um lenço de nó na ponta diz: “Estão me roubando. Vae já pae João, vae já contar as Galinhas, para ver si falta alguma. Já! . E vem dizer-me que foi aquilo no galinheiro.” Pae João sae cambaleando, de embriagado que está, e recomeça a contar, á sua moda, as Galinhas do Senhor: “Una, duna, tena, catena, rabo de pena . . . Una, duna . . .” O Senhor grita impaciente: “Pae João! Pae João!” Pae João voltando, com a cabeça a andar á roda: “Sinhô, mio Sinhô!” O senhor “As galinhas estão todas lá? Não furtaram nem uma? Aquilo foi gente, ou foi gambá? Você não viu o rasto?” Pae João “Nhô não. Tudu tá lá.” O senhor, espreguiçando-se:
“Vae-me buscar um copo d’água , pae João.” Pae João vae buscar a água e traz: o senhor bebe-a e diz: “Tá bão pae João; já é de noite. Vamos dormir.” E deita-se, e põese de novo a roncar. E o senhor por um lado e o pae João por outro. E tudo se repete. D’alli a pouco ouve-se nova bulha no galinheiro. É a cena do roubo d’uma galinha pelo Gambá. Depois vem a da zanga do senhor acordando o pae João, dando-lhe pancadas, chamando-o de preguiçoso, mandando ver que aconteceu no galinheiro, e que conte outra vez as galinhas. Durante a contagem do pae João, ( a sua moda: Una , duna . . .etc.) ouve-se o chamado do Senhor interrompendo-o . Segue-se a scena da chusma de perguntas sem dar tempo a que o preto responda. Depois a de um mandado fútil, qualquer: busca água, buscar fogo pró cigarro, buscar mais um travesseiro, buscar as chinellas, ou cousa que valha. E de novo a scena do sono, roncando o Senhor por lado e o escravo por outro. Este nunca mais deixando de cambalear depois da ida á venda. Essas scenas se repetem sempre na mesma ordem até o roubo da ultima galinha. Esta ultima, porém, faz tão grande algazarra para não se deixar levar; o Galo tanto cucurica e esporeia, que o Senhor se resolve a ir ele mesmo, com pae João ao galinheiro. E preguiçosamente lá se vae elle lamentando-se do trabalho que vae dar, a elle “tão ocupado”, a preguiça do preto. Lá chegando, no galinheiro encontra apenas o Gallo. Zanga-se, enfurece-se, xinga, dá no pae João, e depois diz “para um lado”, ( em parte): “Também o meu negro já está ficando velho, coitado.” Chama-o então, bondosamente e como arrependido: “Pae João, vem cá. Vamos chamar as galinhas, talvez ellas venham. Vamos, chamar as galinhas, talvez ellas venham. Vamos, chama: - “ti . . . ti . . . ti . . . “Mas o Pae João em vez de atender o Senhor vae buscar um punhado de milho, atira-o no chão para o Galo e diz: “Nhônhô”; ele comendo chama as galinhas. O Senhor (condescendente) “Pois vamos nós também ajudar o Galo a chamar as galinhas, pae João.” E isso dizendo, ele e o pae João dão-se ambas as mãos, erguem-nas um pouco formando, com os braços e as mão dadas, dois arcos para passagem das galinhas. E começam a chama-la:
“titi . . . titi . . . titi . . . titi . . . ti . . . titi . . . ti. . . tititi . . . titi . . .” Aproveitando-se o sono do Gambá, as Galinhas vêm vindo, uma a uma, e passando debaixo dos arcos. O Gambá acorda justamente quando a última Galinha vae saindo e corre para pega-la. A galinha foge-lhe e passa debaixo dos arcos. Quando o Gambá vae passar atras, os arcos transformam-se em laço e o prendem rijos. E preso, e na surra, põe-se a gritar o Gambá. O Galo a cantar. As Galinhas a cacarejarem e a esvoaçarem. E o brinquedo acaba numa algazarra ensurdecedora. N.B. - Si quando o pae João achasse no galinheiro uma só galinha pusesse lá, embora com muita pena, uma cuia cheia de cachaça para o Gambá beber, isso explicaria melhor o sono profundo do Gambá. (E os receios fazem isso.) E o sacrifício do Pae João se explicaria pelo medo do Senhor e teria afinal a sua recompensa. • Fonte - PINTO, Alexina de Magalhães - Os nossos brinquedos, 1909.
O CAFÉ • Local(is): São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro • Desenvolvimento: 1º Nas encostas das montanhas O café vamos plantar Mas primeiro bem devemos O terreno preparar. Lá lá lá lá, etc. 2º Si já está bem lavrado É só o buraco abrir, Nele meter os grãozinhos E com terra os cobrir. Lá lá lá, etc. 3º Cinco anos se passaram, O cafeeiro cresceu, Vieram as lindas flores, E belas cerejas deu.
Lá lá lá, etc. 4º As cestinhas estão prontas: Vamos o café colher; Tenhamos muito cuidado Para nem um só perder. Lá lá lá, etc. 5º As cestinhas para casa Já podemos carregar, No terreiro bem limpinho O café fique , a secar. Lá lá lá, etc. 6º O fruto bem seco está; É preciso descascar: A manchinha já e já Comecemos a tocar. Lá lá lá, etc. 7º Nossos ventiladores
Suas pás já vão mover, Para o belo café Toda casquinha perder. Lá lá lá, etc. 8º Depois de tanto trabalho É muito justo repousar Juntos pelas roças Vamos um passeio dar. Lá lá lá, etc. Os alunos em duas turmas cantam a 1º quadra. Marchando em sentido contrário cantam o estribilho; Lá, lá, lá, aos lugares primitivos. Cantam a 2º e chegando ao lá, lá, lá executam os movimentos apropriados. Cantam a 3º e 4º partes e executam os movimentos. Cantam a 5º parte e marcham uns após outros, cantando lá, lá lá e imitando os carregadores até voltarem aos seus lugares Cantam 6º e reúnem-se, formando as duas turmas um grande círculo dentro do qual quatro alunos, dando as mãos, dois a dois, giram imitando os debulhadores. Abrem o círculo, voltam aos seus lugares e cantam a 7º parte. Divididos quatro a quatro representam os ventiladores, imitando com os braços o movimento das pás. Voltam aos seus lugares, cantam a 8º parte e, reunidos aos companheiros, cantam o lá, lá lá final. • Fonte - PINTO, Alexina de Magalhães - Os nossos brinquedos, 1909.
VARIEDADE DE FILEIRAS • Local(is): São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro. • Desenvolvimento: No interior do estado de São Paulo esses brinquedos de fileira obedecem algumas vezes, e não sempre, á ordem seguinte: as crianças dispõem-se enfileiradas em paralelas afastadas assim:
depois vão desfazendo as fileiras aos pares, a galope, e numa ;linha intermediária paralela ambas , assim
e daí vão formar uma reta a que seu plano primitivo fique perpendicular, assim
Chamemos a fileira á esquerda N.º1, a direta N.º2, a que vai ser formada com os pares a galope, e ficar como uma base em que, em pé, se assente o primitivo plano das fileiras, N.º3; as crianças denominam A, B, C, D, etc. até Z; e a disposição do quadro será a seguinte:
As fileiras N.º 1 e 2 cantam de mãos dadas, avançando e recuando. Cantando assim uma quadra qualquer as duas crianças dos pontos fronteiros extremos - A, Z, avançando sós, se encontram no ponto intermediário P; daí vem juntas e a galope até o ponto Y 3, perpendicularmente ao plano das outras duas.
Depois de haverem novamente cantado, avançado e recuado as fileiras N.º1 e 2, virão do mesmo modo galopando juntas as meninas dos pontos fronteiros extremos B e X, e, separando-se, se colocarão ao lado das duas primeiras (A e Z). E assim por diante. O brinquedo findará quando todas as meninas das fileiras 1 e 2 tiverem passado para a fileira N. º3. E em São Paulo qualquer cantiga das de roda é utilizada para esse brinquedo de fileiras, ou em fileiras, o que não se dá em Minas e no Rio. As vezes cantam lá estes versos: A baleia é um bicho grande Que produz a barbatana; Quem quiser comprar baleia Vá no campo de Sant’Anna; Naturalmente importados do Rio de Janeiro. As vezes estes: Cachorrinho está latindo Lá debaixo da figueira; Cala a boca cachorrinha E não seja candogueira. Tenho meu chapéu de palha Que custou mil e quinhentos; (I) Quando o ponho na cabeça Não me faltam casamentos.
Tenho meu chapéu de palha De pano não posso ter; De pano custa dinheiro, De palha posso fazer. Eu plantei cebolinha No meu quintal, Nasceu mulatinha Do sirindal. Mulatinha, mulatinha Dos meus conselhos (2) Não beba d’ aguardente Que é muito feio. Domingos Fernandes Deu tal empurrão Na rosa do Almeida Que a fez ir ao chão. Ferida na cóca Por queda brutal A pobre da Rosa Lá está no hospital.
Enquanto Fernandes, Pagando o que fez, Foi posto de molho No escuro xadrez. Nota (1) (2) Naturalmente para o poeta “conselhos” não tinha ainda 1h, e nem os pluraes os ss finaes. • Fonte - PINTO, Alexina de Magalhães - Os nossos brinquedos, 1909.
ESCONDER • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: É escolhido um pegador. As crianças procuram se esconder e o pegador terá que procurá-las e agarrá-las. O pegador é sorteado por uma parlenda. Depois este se coloca de frente a uma parede com as mãos nos olhos, os outros fazem uma fila atrás dele. O de trás grita: “Maria Catombê!”. O pegador responde: “Bate aí e vai se esconder!”. O último dá uma palmada no traseiro do que está em sua frente. Assim continua até terminar e então se escondem e o pegador tem que encontrá-los. • Fonte - RIBEIRO, Wagner - Noções de Cultura Mineira, cap. XXXVI, 1966.
ESCONDER PEIA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: É escolhido um pegador. As crianças procuram se esconder Desenvolvimento: Esconder-se uma chibatinha e um grupo começa a procurar. Quem encontrar a peia é o próximo a escondê-la. • GUIMARÃES E CORDEIRO - Os puros e maravilhosos brinquedos infantis - Jornal de Alagoas, 1978.
ACUSADO • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: É escolhido o pegador. As crianças têm que se esconder e o jogador ao descobrir um companheiro escondido grita: “Acusado fulano!”. E o descoberto vai ser pegador. O término do jogo é definido pelas crianças, quando assim desejarem, pois o jogo pode persistir. • Fonte - RIBEIRO, Wagner - Noções de Cultura Mineira. Cap. XXXVI, 1966.
ACUSADO • Local(is): São Paulo, Minas Gerais • Desenvolvimento: É escolhido o pegador e as outras crianças vão se esconder. O pegador conta até vinte e vai tentar achar as outras crianças. Ao encontrar uma ele grita: “Acusado o fulano em tal lugar!”. Isso feito, procura voltar ao lugar onde estava, antes que seja pego pelo que foi acusado. Aqui, então, o pegador passa a ser o visado. • Fonte - TEIXEIRA, Fausto - Estudos de Folclore, 1949.
DE ACUSADO, SOCORRO, DE VISTA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: É escolhido o pegador conta até cinqüenta no pique, enquanto os outros se escondem. a cada vez que acha uma criança escondida, deve voltar ao pique e bater três vezes, dizendo-lhe o nome: “Vista, lucinha, 1, 2, 3”. Enquanto o pegador procura, alguma criança que consiga chegar ao pique, sem ser vista, bate e grita: 1, 2, 3, salva a si mesma e aos companheiros. Neste caso o pegador não é substituído. Será o pegador o que for visto primeiro e não for salvo. • Fonte - FERRARA, Maria Amorim - Como brincam as mineiras - Pesquisa folclórica, 1962.
PIQUE-SERÁ • Loca(is): Minas Gerais - Ponte Nova • Desenvolvimento: Uma criança estará a frente dos demais e começará o diálogo com os companheiros: - Pique Será. -Tatu foi ao moinho - O fubá não é meu. - Olha que eu te pego. - E se pegar? - Jura, menina(o)? - Olha que eu te pego.
- Será Pegar. - Roubar fubá. - É de minha sinhá. - Não és capaz. - Que importa-me lá. - Por esta cruz. - Não és capaz.
E o pegador sai correndo atrás das demais crianças. • Fonte - FERRARA, Maria Amorim - Como brincam as mineiras - Pesquisa folclórica, 1962.
PIQUE • Loca(is): São Paulo, Minas Gerais • Desenvolvimento: Pela contagem uma das crianças é escolhida para pegador. As demais vão se esconder na redondeza. O pegador encosta-se a um poste ou parede, com os braços cruzados à frente da testa e conta, em voz alta, até vinte. Passa, então, a procurar os companheiros. Descobrindo um deles procura pegá-lo o que, se conseguir, por ele será substituído e o brinquedo continua. • Fonte - TEIXEIRA, Fausto - Estudos do Folclore, 1949.
DE RENDER (PIQUE) • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças dividem-se em duas turmas. Sorteiam a turma que vai se esconder. Uma turma procura a outra. • Fonte - FERRARA, Maria Amorim - Como brincam as mineiras - Pesquisa folclórica, 1962.
PIQUE COLETIVO • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças dividem-se em dois grupos. Os grupos se perseguem. Ganhará o grupo mais numeroso que alcançar seu pique • Fonte - FERRARA, Maria Amorim - Como brincam as mineiras - Pesquisa folclórica, 1962.
TEMPO SERÁ (PIQUE) • Local(is): Minas Gerais - Nova Lima • Desenvolvimento: Uma criança inicia um diálogo: - Tempo será. - Demi-co-có. (todos) - Laranja da China. - Mãe Joana já veio? - Ela pode chegar. - Tico-tico, sabiá. - É que bate no pau. - É que faz contar. - No morro do gambá. E o pegador sai perseguindo as demais crianças. • Fonte - FERRARA, Maria Amorim - Como brincam as mineiras - Pesquisa folclórica, 1962.
AS FITAS OU BRINQUEDO DE FITA • Local(is): Minas Gerais, São Paulo • Desenvolvimento: As meninas que vão ser fitas sentam-se em grupos, escolhem uma para “Dono das fitas”, outra para “Anjo Bom” e outra para “Anjo Mau”. Os anjos sentam-se um pouco distanciado do grupo: - O Bom a direita: - O Mau á esquerda. Isso feito, cada menina diz por sua vez ao “Dono”, em voz de segredo, o nome da cor que quer adaptar, ou “fala no ouvido do Dono a cor que ela quer ser.” - Vermelho. - Amarelo. - Azul. Etc. Cada uma a sua cor diferente. O dono das fitas rejeita a cor que “já tem” e a pessoa vai propondo outra, outra, outra cor até acertar com uma ainda não escolhida por nenhuma das crianças precedente ouvidas. Quando o dono “já sabe” os nomes das cores de todas as suas fitas diz, em voz natural: - Pronto! O Anjo Bom se aproxima bate palmas. Entre ele e o “Dono” estabelece-se o seguinte diálogo: O Dono. Quem bate? Assim si um diz: Eu me chamo Violeta. Outro diz: Eu Rosa. Outro: Eu Cravo. Si um diz: Eu me chamo Morango. Outro diz: Eu Uva. Outro: Eu Pêra. Banco, cadeira, mesa; sol, lua, estrela, etc. , todos os nomes servem de pseudônimos aos Anjos. Escolhidos esses, os três, dando-se as mãos, fazem uma roda. Uma das “fita” vem: aproxima-se da roda. Esta ergue um arco dois braços para dar-lhe passagem. A “fita” entra para o meio. O arco se abaixa. Um dos Anjos pergunta-lhe: Que quer você - Violeta? Cravo? Ou rosa? Uva? Morango? ou pêra? etc. (conforme o pseudônimo adaptado.) A “fita” decide-se por um dos nomes e responde.
A roda ergue um arco os braços do lado oposto ao da entrada. A “fita” sai por ele e vai se colocar atras do Anjo que tem nome por ela preferido. E cada uma fita por sua vez - vem, entram responde e sai com as mesmas formalidades e depois vai se colocar atras do “dono do nome” pelo qual optou. Quando todas as fitas tiverem passado pelo meio da roda e escolhido seus novos patronos e se colocado em pé atras deles, os Anjos revelam então qual deles é o mensageiro do Céu, qual o do Inferno, qual o do Purgatório. Batendo as palmas e cumprimentando-se mutuamente se alegram as que foram felizes. N.B. - Dizem as crianças que as cores “fáceis” não prestam porque os Anjos logo acertam com elas. Por isso gostam de ser “cor de burro quando foge”, cor de telhado, cor de pêlo de rato, cor de vestido de fulana, cor de manto de Nossa Senhora, etc. Para auxiliá-la na escolha de cores variadas e bonitas damos a lista que adiante vai. Matizes do - Vermelho: Cor de cravo, Cor de rosa, Carmezim, Carmim. Escarlate, Vermelho Vivo, Granate. - Amarelo: Cor de palha, Cor de cana, Cor canário, Ocre, Enxofre, Açafrão, Dourado, Ouro velho. - Azul: Azul claro, Azul celeste, Anil, Azul marinho, Azul ferrete, Azul pavão, Azul da Prussia, Turquesa. Roxo, Violeta, Lilás. Canela, Cor de pinhão ou castanho, Cor de rapé, Chocolate. Esmeralda, Verde relva, Verde claro, Azeitonado ou Verde garrafa. Alaranjado, Âmbar, Salmão, Creme, Carvalho. Cinza, Cinzento escuro, Cinzento claro, Cor de rato, etc. Cores de cavalos: Baio, castanho, alazão, fouveiro, pampa, ruço, pedrez, rosilho, zaino, ruivo, tordilho. Cores do Arco da Velha ou Arco Íris: Vermelho, laranja, amarelo, verde azul, roxo. • Fonte - PINTO, Alexina de Magalhães - Os nossos brinquedos, 1909.
TREPA . . .TREPA • Local(is): São Paulo, Minas Gerais • Espaço: Calçada • Desenvolvimento: Uma criança é escolhida para ficar na calçada e pegar as outras que aí pisarem. O pegador não pode sair do passeio - sua área de ação - e os demais aí não poderão pisar, sob pena de serem pegados. As crianças procuram passar da rua para as janelas ou portas, lugares onde se porão a salvo. O pegador por sua vez, faz tudo para impedir que alguém atravesse a calçada. Se conseguir tocar em uma das crianças, esta passará a pegador e ele estará livre. • Fonte - TEIXEIRA, Fausto - Estudos de Folclore, 1949.
PEGA-PEGA • Local: Minas Gerais • Desenvolvimento: As crianças se dividem em pares e é escolhido um pegador. Então os pares, de mão dadas, espalham-se pelo pátio. Então o pegador correrá dos pares, com o fim de segurar alguém que será seu par, enquanto os outros, de mãos dadas, correrão fugindo. Quando o perseguidor conseguir seu objetivo, a outra criança ficará sem par e correrá em busca de outro parceiro, como novo pegador. O jogo termina, quando o perseguidor conseguir seu objetivo e a outra criança ficando sem par, correr em busca de outro parceiro como novo pegador. Variantes: De Agachar: Ao ser alcançada pelo pegador, a criança salva-se, se conseguir agachar-se. De Altinho: Subir em qualquer elevação salva a criança de ser pega. De Varinha: O pegador usa uma varinha . Será o novo pegador quem for tocado por ela. • Fonte - FERRARA, Maria Amorim - Como brincam as mineiras - Pesquisa folclórica, 1962.