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l:r1'rio cicrrtííìca, que conduz a
Jerónimo Pizarro
um <mysticismo materialista> (144X-38u; cf.
I03
liz clrarnado Nietzsche. Este homem chegou á divinização da Forçar, (144X.ltìv; cf . ibidem:353). A força seria, em suma, um princípio vital que deveríarrros dirigir de maneira <cada vez mais consciente> (I44X-39r; cf . ibidem:353).
Assim como a força seria um <<factor fundamental>>, a organização st,rirr uma lei fundamental da evolução * entendida como <diferenciação>r, nurrr sentido biológico. Para Spencer, que Pessoa leu nos primeiros anos passados em Lisboa, a evolução é um processo de progressiva diferenciação das estruturas, acompanhada de uma progressiva diferenciação de funções (The Princìplu of Sociologt, $ 215-216). Pessoa, ao lembrar que a palavra ,.organizar> deriva
No mesmo sentido e também sob uma perspectiva evolucionista, Pessoa deícnderá o imperialismo, mas explicará que o imperialismo de domínio, que r('prcsentâ a Alemanha, é o mais rude: <<A Alemanha, imperiaÌismo de domi
do termo <orgão>>, vai defini-Ìa segundo a doutrina organicista de Spenccr: <<Organisar> , dí2, ,<é tornar uma coisa semelhante a um organismon (..Organisar>, Rzuista de Comercio e Contabilidade, n.o 4,25 de Ab. 1926; Sousa,
nio, chegou ao seu auge no século XIX, quando conseguiu o imperialisrno uniíìcador, grau mais alto do imperialismo de domínio" (558-8Su; Sobre Portugal, 1979: 220); e mais adiante: .<Na evolução de uma civilização, o primeiro
1988: 132).
iltìtlurt:35:ì). fal misticismo, assinala Mora, influenciado pela crítica francesa tlrr olrra nietzscheana, <<está photographado para sempre no espirito do infe-
'lendo em conta esta definição e os princípios evolucionistas esboçados no artigo onde ela aparece, não é de estranhar que aquilo que Pessoa mais exalte na Alemanha e nos alemães seja a sua organização.Já na etapa modernista, e portanto voltando ao período de 1914-1918, o poeta escreve que a Odt Marítima é ,.a very marvel of organization>), o que ficaria demonstrado porque <No German regiment ever had the inner discipline which underlines that compositionoa - e aqui valoriza positivamente a organização e a disciplina interna, esquecendo a <missão>> de ..escrupulizar no doentio e no dissolvente>> (ver a <Crónica...> de 1915). Por outro lado, no estudo intitulado <Como organizar Portugal>, escreve que depois dos quatro anos da guerra os
cstádio é o do implerialis]mo de dominio; segue-se o de expansão; acaba peÌo dc cultura>> (558-90'; cf . ibidem:222). O problema levantado pelas noções de "força" ou de "imperialismo" não são a força e o imperialismo como tais, mas as formas teoricamente menos avançadas destes princípios.
Quando Mora caracteríza o <alemão>, caracteríza-o, pois, como um semi-bárbaro, cultor da Força e imperialista de domínio (ao Portugal moderno é que caberia a incumbência de concretizar o imperialismo de cultura):
aliados repararam que:
O ..allemãon apresenta-se-nos como tendo quatro elementos de caracter, (1) a admiração e o culto da força com pouca, quando alguma, moderação moral; (2) a adaptação facil a todas as circumstancias; (3) a subordinação excessiva aos dictames da collectividade; A estes elementos deve acrescentar-se (4) a mania do imperio, que o constante contacto com Roma historicamente incutiu.
(l2t-49";
cf. Obras de António
[...] a força da AÌÌemanha provinha, não da valentia notavel dos componentes individuaes dos seus exercitos, não da pericia especial dos seus chefes militares, mas de ser na guerra o que era na paz, e na disciplina particular da vida guerreira o que era no geral de toda a sua vida - uma nação pÌenamente organizada, coherindo dynamicamente em virtude de uma applicação intelligente e estudada dos principios de organização. A inveja é mãe do estimulo, como a curiosidade o é da ciencia; da inveja da organização allemã nasceu o fallar-se tanto em organizar tanta cousa.
Mora,2002:35I)
,.Para o homem de sciencia>, conclui Mora, <este caracter não é nem btrrn nern mau; é o que é, e assim o acceitamos >> (L2r-452r; cf . ibidem:351).
princípios são mais negativos do que outros, como o estatismo c a crudição, outros não são essencialmente negativos, como a disciplina, o lntriolisrno, a Íorça ou o imperialismo, senão quando praticados com barbáric orr t'xtrcrnismo, isto é, <com pouca, quando alguma, moderação morabr. Assirn, notávcl como a disciplina que caracterizaria alemães e portugues(,ri, (' o irrrpcrilrlisrnt'l clue Mora associa à paganização da Europa, é também :r orglrrrizufiìo, solrrt'a clual ainda nada se disse, e que também preocupou I Ì'ssolt inl i rrutrrrcrrlt'.
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Se aÌguns
(Acçã0, n.o 1, 1 Maio 1919; Sobre Portugal,1979:97)
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Trata-se de um texto que não Íìgura no espólio pessoano, publicado em'l-rìcórnio, anlolo.gìa rlr
inéditos de autores portugueses contemporâneos, organizada por José-Augusto França. Í-islioa: edição do autor, 1952, pp.4-7. Reproduzido, com o título <Prefácio para uma Ântokrgia rk, Poetas Sensacionistas>, em Pãgìnas Íntìtnus a de Auto-lnterpretaçâo (1966: 140-148).
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Jerónimo Pizarro
Êstudos
I0(i lÌ
l.
A Allcrnanha representa um atâque da civilização á barbarie alìglo-
- da organizaçáo á desorganização' A Allcmanha representâ uma defeza de uma civilização contra o avanço tla tunha orientaÌ, que, com o avanço russo' pretende penetrar na
-íianco-slavalr
').
mcntalidade europêa, asiatizar a Europa. Â Allemanha lucta por todas as cousas de que foi excluída, e a que tem *Demburg)' tanto direito como as outras nações (V. A Allemanha foi provocada á guerra pela aggressão virtual [13"] apoiada na "revanche" Íianceza e no crime commercial ingÌez' A AlÌemanha foi levada á guerra, tambem, pela necessidade de se não
3. 4. 5.
deixar decahir, de resistir á decadência que as forças desintegradoras de criterios (socialistas, etc.) n. Não tema a Allemanha direito á nossa admiração poristo? Ou antes merecem nossa admiração a França e a Inglaterra? C.
. 2.
A âttitude da Allemanh a Da paz.Já vimos porque era rude e aggressiva. A attitude da allemanh a na paz. A sua "cultura". O maior defeito d'essa cultura é não ser fianceza ou ingleza. Dir-se-hia que é anti-civiÌizada. como, se é organizada? [14'] Barbárie organizada é a da França e da Inglaterra, paizes que levaram o individualismo ao ponto de rebuçado
I
da decadencia.
:J. A attitude da Allemanha
na guerra. O caso dos methodos guerreiros. I)efensores como são d'um nacionalismo à outrance e d'um imperialismo fortes, que razões vê um allemão na Belgica para ella existir? Não existe em virtude de nacionalidade, nem em virtude de imperio. A Belgica é um estado absurdo. o crime do rei Alberto, lançando o seu paiz na miseria para salvar â Françâ, de que é succursaÌ infeliz. Defeza dos
4.
rnethodos allemães da guerra. comparação das crueldades allemãs com âs dos alliados
(ìodard...
-
cf. Deherme,
"
llilrlioteca pessoal de Fcrnanclo Pessoa podem consultar-se os livros de George Deherme' Ia risr socittlr,2." c<l., I):rris: Btoud & cìe, 1910, e deJohn George Godard, Racìal supremacy heing Morton; London: Simpkin, Marshall & co., 1905. .tttttlìts itt ìrrtpt,rìalistt.litlirrburgh: Geo
,, N;r
^.
r07
[14r] A superior deslealdade e vileza da guerra anglo-boer. Quanto aos gazes asphyxiantes, etc., repare-se que a Allemanha lucta pela vida, com tudo contra si... O grito, no fundo assustado, do /von/ Bernhard "Ou o dominio universal ou a ruina!" vinca a situação terriveÌ em que a Allemanha está.
5.6 A estagnação literaria
da Allemanha.
t744X-I2" a l4ul Materiais: cinco pdginas do caderno 144X, manuscritas a tinta roxa.
Aparato Genético
1 2 3 4 5 6
<raça> psychismo Este parágrafo.escrilo depoìs dos seìs argum(nlzs inìcìaìs, encontra-se lìgado ao-piimeiro ponto por uma linha curva. barbarieanglo-franco-slava(sÌavo-latina)lvarìanteentreparênteses.
<tinha>
[f tem]
à outrance<,
im> e d'um imperiaÌismo forte
5. [f here?] a indicação na entrelinha superior enclntra-se dentro de um círculo.
È
E nË €,$ : Ef Ëã g €E gË Ër Ë,; ãg rtÊ Ë È Ê€ ü s Iã :S 'o Ei S €;. ãf iú' *Ë Ê ÈE ad s; F,Ë : ã ì st È t:eË u s'F 1i Ëë
s ad
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ã ÈË Ës ssè: sE Èóïi a ÈcRË:SËËÈÊ ã:,ÈsË:qc"ã È* Ë-õâ .õ?ì:: Ë Ê ?iÈË ì Ëçqì€'ü>'ã3Ê sË ètgt:È;ãì8-:ú É ?rÈE ìÈ ìÍ=:çÈËãSHËÈZ ,í: iìge
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ËEiì? è s3iÈËÈ;EËEËSË q :à te e^ s=Ë sË È;ë S€3'qËi ë: Ë*e Ëï € ãã €€ €ËË €*g t t $ ËEË r ËËí g; gEi iË3 ãËË Ë 'E:ì si sEE;E à oo i+1 .! 3 & l eããr & .? E3Ë P,,:= E Ê
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