ANDES-SN realiza seminário sobre ciência e tecnologia
O ANDES-SN promove, nos dias 17 e 18 de novembro, na Universidade de Brasília (UnB) um seminário nacional para debater a produção de ciência e tecnologia no século XXI, no Brasil, na América Latina, no mundo. A atividade, estruturada em quatro mesas redondas e uma mesa final de consolidação de propostas, busca contextualizar o estágio atual do capitalismo e a produção do conhecimento nos países centrais e periféricos. A discussão sobre as fontes de financiamento da pesquisa no Brasil, a defesa do interesse nacional e público, e a questão do interesse privado na matéria, terão lugar de destaque. No caso brasileiro, as universidades públicas concentram a maior parte dos pesquisadores, o que torna necessária a abordagem sobre as cobranças de aceleração, internacionalização e mercantilização da produção científica, com indeléveis consequências quanto à intensificação e alienação do trabalho acadêmico. Qual é o preço de condicionar a valoração da pesquisa e do pesquisador aos critérios impostos pelas agências de fomento com base na expressão internacional das publicações? Quais as consequências das parcerias público/privadas quanto à autonomia didático/científico/pedagógica das universidades? O ANDES-SN coloca sobre a mesa essas questões para suscitar um debate nacional, e embasar-se para atualizar sua pauta de lutas, com vistas ao 31º Congresso Nacional da entidade, em 2012. O evento reunirá pesquisadores/docentes com experiência nacional e internacional, propiciando abrangente ref l exão aos interessados pelo tema.
Audiência pública dos estudantes com reitor avança pouco
Na noite desta segunda-feira, finalmente aconteceu a audiência pública com o reitor Roberto Salles, para discutir as pautas acordadas ao fim do processo de ocupação de reitoria realizada em setembro. Depois de ter sido adiada e ter o local alterado algumas vezes, a audiência começou bem atrasada e praticamente não apresentou qualquer avanço concreto. Pra auxiliar no andamento da prestação de contas por parte da reitoria, os 20 pontos da carta foram divididos em três eixos: qualidade dos cursos (bandejão, moradias estudantis, bolsas, etc), plebiscito dos cursos pagos e Vias orla e 100. Quanto ao ponto de qualidade dos cursos, muito pouco foi feito até o momento. Com exceção da criação de algumas bolsas, como a bolsa-creche, praticamente mais nada foi realizado. O avanço nesse ponto é tão irrisório que nem um simples muro para a moradia do campus de Rio das Ostras foi construído, passados dois meses da ocupação. A reitoria pede, ainda, mais 5 meses para concluir a obra. Enquanto isso os estudantes continuam reféns dos altos aluguéis da cidade. Os pontos de plebiscito dos cursos pagos e vias orla e 100 foram unificados devido ao tempo da audiência. Com relação ao plebiscito, o reitor foi sintético e enfático ao afirmar que ele não poderia fazer nada pelo plebiscito, as medidas com relação ao tema são única e exclusivamente de responsabilidade do Conselho Universitário – não se comprometeu sequer a se esforçar para isso, preferindo “ignorar” que tem grande influência sobre o Conselho. O debate sobre as vias foi o mais polêmico. Além de dar respostas evasivas acerca da construção da Via Orla, o reitor por reiteradas vezes se negou a afirmar o compromisso de não aprovar nada no Conselho Universitário durante o período das férias. Por fim, a reitoria também se negou a definir prazos para pontos bastante simples como a abertura do restaurante universitário do HUAP, já pronto, ou o início da oferta de opção vegetariana nos bandejões. De acordo com sua equipe, em breve, as datas serão publicadas no site da universidade.
ANDES-SN pede que seções sindicais pressio nem senadores contra PL da Ebserh
Devido ao momento crucial na tramitação do Projeto de Lei 79/2011 no Senado Federal, que tem por objetivo criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), os representantes do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) pediram que as seções sindicais encaminhem uma correspondência aos senadores de seus estados explicando os prejuízos inestimáveis à educação e saúde públicas decorrentes da instituição da Ebserh e pedindo voto contrário dos congressistas ao PL 79/2011. Com previsão para ser votado nos próximos dias, o PL 79/2011 tramita no Senado, após ter sido aprovado (como PL 1749/2011) na Câmara dos Deputados. O projeto 1749/2011 foi encaminhado pela presidente Dilma Roussef ao Congresso em regime de urgência, depois que a Medida Provisória (MP) 520 caiu antes de ser apreciada pelos senadores. Na sugestão de texto, o ANDES-SN denuncia que o PL 79/2011 afronta de forma violenta e abrupta a autonomia da Universidade e, por conseqüência os Hospitais Universitários – HU, ao estabelecer a criação da Ebserh dita pública, porém de fundo privado. Para o Sindicato Nacional, ao mesmo tempo em que a empresa permite a privatização de serviços ora oferecidos pelo SUS, que são fundamentais para o atendimento de grande parte da população brasileira, desqualifica as relações de trabalho, ao impor o regime CLT a trabalhadores públicos.
Mais de 24 mil escolas do meio rural foram fechadas entre 2002 e 2009
Entre 2002 e 2009, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036. No dia 14/10 foi lançado um manifesto, assinado por um grupo de professores, intelectuais e entidades da área da educação que denuncia o fechamento das escolas e cobra a implementação de políticas para o fortalecimento da educação do campo. "Fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!", denuncia o documento. O manifesto é assinado pela filósofa Marilena Chauí, professora de Filosofia da Universidade de São Paulo, os educadores Dermeval Saviani, doutor em Filosofia da Educação e professor da Universidade Estadual de Campinas, Gaudêncio Frigotto, professor titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outros.