Boletim
EDIÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA JOÃO PESSOA - PARAÍBA www.adufpb.org.br adufpb@terra.com.br
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SETEMBRO/2016
Greve Geral, Greve Específica Docente: cada coisa é uma coisa A Diretoria Executiva da ADUFPB sente-se instada a se manifestar, no atual momento, em que a desinformação sobre as características distintivas a respeito desses dois instrumentos de luta dos trabalhadores - Greve Geral e Greve Específica - soma-se a ações cujo propósito parece ser de ampliar a referida desinformação e não esclarecer a situação presentemente vivenciada pelos docentes da UFPB organizados em nossa entidade, a ADUFPB. O atual momento político brasileiro caracteriza-se, a nosso ver, pela inquestionável intenção do governo ilegítimo de Michel Temer de servir de forma abjetamente submissa à representação social - nacional e internacional - do capital rentista globalizado, no sentido da superação da crise - mais uma, cíclica, inerente ao próprio processo de produção capitalista em sua dinâmica - de acordo com os ditames emanados por essa representação. Para tanto, busca de um modo geral “jogar a conta” da mencionada crise nas costas da classe trabalhadora brasileira, usando, como principal instrumento para atingir essa finalidade, a retirada dos direitos arduamente conquistados pelos trabalhadores, ao longo de muitos anos de lutas, desde o final do século XIX e início do século XX. Não temos dúvidas de que o processo em curso, no qual os propósitos estão nitidamente manifestos, caso seja bem sucedido, irá penalizar, com toda a sua dureza, o conjunto dos integrantes da sociedade brasileira que obtêm sua subsistência por meio de seus salários. Esses serão alijados, ainda mais do que já o são, de seus direitos à saúde, à educação e demais políticas públicas, gratuitas e de qualidade. O conjunto dos trabalhadores brasileiros, por intermédio de diversas Centrais Sindicais em presença no cenário brasileiro contemporâneo, vem buscando,
coletivamente, amadurecer a concepção e efetivação de uma estratégia que possa barrar esse verdadeiro sequestro de seus direitos. E, nesse processo de construção tático-estratégico, configura-se como elemento de importância capital a realização de uma GREVE GERAL, envolvendo o máximo possível aqueles a serem mais duramente atingidos pelas medidas governamentais pretendidas - muitas delas já anunciadas e outras já em processo de implementação. Ou seja, o horizonte almejado para a abrangência da greve é a totalidade dos trabalhadores brasileiros. Isso posto, é evidente que, por conta da abrangência pretendida e das condições concretas da atual realidade brasileira, a previsão é que ela seja de curta duração, como alerta e sinalização da postura mobilizada, disposta à luta e resistência dos trabalhadores brasileiros, frente à ameaça de retirada de seus direitos. Cabe expressar, ainda, que não está, no atual momento, colocada dentre as perspectivas de luta, nem da ADUFPB, nem do ANDES-SN, qualquer indicação de GREVE ESPECÍFICA DOCENTE, nos moldes do movimento paredista realizado nacionalmente pelos professores das IFES no ano passado, 2015. Ainda que tenhamos a clara percepção da existência de uma forte articulação entre as dimensões específica e geral das lutas dos trabalhadores, tal instrumento de luta tem sua aplicabilidade adequada a outro contexto, bastante distinto do que se apresenta no presente. Por fim, nunca é demais repetir, as decisões e definições dos instrumentos de luta a serem acionados em cada contexto que se apresente foram, são e serão, SEMPRE, tomadas pela categoria, soberanamente e democraticamente, em suas instâncias próprias de deliberação.