Boletim adufpb 143 agosto 2016 obras inacabadas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA JOÃO PESSOA - PARAÍBA www.adufpb.org.br adufpb@terra.com.br

Cortes orçamentários pioram as relações de trabalho e ensino Professores, servidores técnico-administraƟvos e estudantes da UFPB convivem diariamente com um quadro grave de sucateamento da universidade. São cada vez mais frequentes as denúncias contra as precárias condições de ensino, pesquisa e extensão na insƟtuição. O caso mais recente aconteceu no dia 18 de agosto, quando um aparelho ar condicionado simplesmente caiu, colocando em risco estudantes e professora, durante a aula no Bloco E da Central de Aulas (CA). O equipamento aƟngiu diretamente uma das estudantes, que foi levada por colegas ao Hospital de Emergência e Trauma para exames. Mas antes desse caso, muitos outros já haviam sido registrados. Duas semanas antes o acidente do CA, parte do teto do Centro de Ciências Jurídicas do campus I caiu em cima da plataforma de acesso às salas de aula. A área ficou interditada por pouco mais de uma semana, obrigando alunos, professores e funcionários a uƟlizar unicamente a escadaria. A interdição da passarela dificultou o acesso às aulas de alunos cadeirantes, com dificuldade de locomoção e com deficiência visual. Segundo a aluna Gessica Araujo, que estuda no CCJ desde 2014, problemas semelhantes são frequentes no centro. “Consertam o buraco e depois aparece outro em outro lugar. É um problema da estrutura do prédio todo”, avalia. Pelo menos duas salas encontram-se interditadas no CCJ devido a esses problemas. No CCSA (Centro de Ciências Sociais Aplicadas), o teto também cedeu em abril deste ano. O incidente aconteceu no segundo andar do prédio da Biblioteca Setorial, assustando alunos, funcionários e professores.

143 AGOSTO/2016

PRÉDIOS INACABADOS Mas há também os prédios que sequer chegaram a ser inaugurados. Segundo relatório da Diretoria de Obras da UFPB, existem na instituição 46 construções paralisadas e outras 19 licitadas, mas não iniciadas. Os dados foram divulgados na imprensa local em março deste ano, quando professores do Centro de Educação se uniram para “comemorar” o aniversário de uma das várias obras inacabadas do campus I. Trata-se do prédio que seria desƟnado à Pós-graduação em Educação, cuja construção foi iniciada em 17 de março de 2011, com prazo de conclusão de um ano. O descaso foi denunciado com uma aƟvidade bem humorada, com bolo e ao som de “Parabéns para você”. INTERIOR

Aparelho ar condicionado do Bloco E da CA Além dos prédios com estrutura comprometida, a comunidade universitária convive também com várias obras inacabadas. No Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA), um dos problemas é o elevador que dá acesso a salas de aula e laboratórios. O equipamento nunca funcionou, embora faça parte do projeto do bloco de salas inauguradas nos últimos cinco anos. De acordo com o professor Carlos Cartaxo, do CCTA, sem o elevador, professores e alunos cadeirantes precisam ser carregados até os laboratórios, que ficam no segundo e terceiro pavimento.

A situação também é delicada no campus Litoral Norte, localizado nas cidades de Rio Tinto e Mamanguape. Um dos problemas do local é referente à rede elétrica, que foi subdimensionada e necessita de readequação. O resultado disso é que simplesmente não é possível instalar sequer um ar condicionado, devido aos riscos de sobrecarga do sistema. Além disso, segundo o diretor da secretaria adjunta da ADUFPB no Litoral Norte, CrisƟano Bonneau, muitas salas se encontram mofadas e sem condições para receber aulas. Outro problema que afeta as condições de ensino é a falta de transporte para levar professores e alunos de uma cidade à outra do campus. “Por exemplo, se eu der aula no horário da manhã numa unidade e precisar dar aula à tarde na outra unidade, não vou ter carro para me levar. O sistema permite que os alunos se matriculem nas duas unidades, mas não há transporte para permitir que eles assistam aula nos dois locais”, explicou o professor Cristiano, acrescentando que as duas cidades ficam a aproximadamente seis quilômetros de distância.


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