Boletim adufpb 165 06 junho

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TERÇA -FEIRA, 6 DE JUNHO DE 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - JOÃO PESSOA - PARAÍBA www.adufpb.org.br - adufpb@terra.com.br

Para derrotar as reformas trabalhista e da Previdência, GREVE GERAL E DIRETAS JÁ! A conjuntura do país desde 2015 tem estado num ritmo acelerado; nos úlƟmos dois anos, a sociedade brasileira tem passado por mudanças abruptas e intensas. Os fatos noƟciados com relaƟva frequência envolvendo os poderes da República em denúncias de corrupção e favorecimentos tem ocupado a agenda pública do país e revelado os fios invisíveis entre o poder econômico e a “democracia brasileira”. Cada vez mais ficam evidenciadas as tramas políƟcas que envolvem o Estado e as grandes corporações nacionais e internacionais: a mão invisível, que falava Adam Smith, não tem mais a preocupação de se esconder e se revela um braço forte e determinante das relações sociais. A agenda de reformas trabalhista e da previdência, associada às medidas adotadas pelo governo Temer em todas as áreas, a exemplo da liberalização das terras nacionais para exploração estrangeira, do novo Regime Fiscal (organizado a parƟr da Emenda ConsƟtucional 95) que limita gastos sociais e ao mesmo tempo amplia a faƟa do fundo público transferido para renƟstas e corporações financeiras, dão conta de um padrão políƟco-econômico muito além do neoliberalismo defendido nos anos 1990 por FHC, fala-se mesmo de um padrão ultraliberal. A crise econômica que o país atravessa tem sido drasƟcamente aprofundada pela crise políƟca que tem se estendido noss úlƟ no úlƟmo m mese s s. Do ponto p nto de vista políƟco a deposição do po moss me meses.

governo Dilma abalou brutalmente a normalidade democráƟca, pois os objeƟvos da acusação de crime de responsabilidade contra a Presidente, que não restou provado, ficam cada vez mais evidentes: introduzir uma agenda regressiva, que ataca direitos e conquistas históricas dos trabalhadores(as), e atender corporações como a JBS. Os mais desavisados acreditavam que Temer (PMDB), Aécio Neves (PSDB) e seus associados estavam defendendo a camisa verde e amarela, a bandeira do Brasil, valores cívicos e éƟcos, mas as denúncias envolvendo o centro do poder do governo Temer deixaram a nu os reais objeƟvos: frear invesƟgações, encobrir crimes, ampliar favorecimentos, reƟrar direitos e conquistas do povo brasileiro e colocar o país em liquidação. A realidade impõe a todos os brasileiros(as) fazer escolhas frente a esta diİcil conjuntura. A Diretoria da ADUFPB tem se manƟdo presente nos processos de organização em momentos fundamentais, contribuindo nacional e localmente com movimentos e ações de resistência e luta, a exemplo de manifestações de rua, mais recentemente da greve geral do dia 28.04, do Ocupa Brasília, ou seja, exercido um protagonismo junto com as centrais sindicais e movimentos do campo e da cidade. As ações desenvolvidas pelo sindicato e demais enƟdades têm envolvido professores e professoras da UFPB, mas ainda há muito o que fazermos juntos.


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Boletim Neste senƟdo, convocamos toda categoria para se engajar nas lutas que estão em curso, pois elas dizem, diretamente, respeito ao conjunto de professores e professoras da UFPB, na exata medida em que estamos lutando por melhores condições de vida e trabalho, pelo fim das reformas trabalhistas e da previdência, mas também pelo fim dos cortes e conƟngenciamentos do orçamento da UFPB. A políƟca praƟcada de cortes orçamentários está levando a UFPB para uma condição de colapso das aƟvidades de ensino, pesquisa e extensão. Na luta desigual que estamos travando contra as reformas esbarramos com enormes obstáculos entre eles a grande mídia, que conƟnua repeƟndo a canƟlena de que as reformas irão salvar o Brasil, que a previdência é deficitária e que a reforma trabalhista é o futuro e a modernização das leis do trabalho. O que a grande mídia esconde é a função que ela exerce de parƟdo da ordem, que as falácias reproduzidas em jornais e portais atendem aos interesses das grandes corporações e que em nada contribuirão para o desenvolvimento econômico e social do país. As elites nacionais e internacionais defendem políƟcas de austeridade sobre o lombo dos trabalhadores(as), pois os lucros de bancos e corporações conƟnuam astronômicos. Nos salões palacianos e do Congresso Nacional estão sendo tramadas saídas para a crise, entre elas a possibilidade de os parlamentares assumirem o protagonismo de eleger indiretamente um novo mandatário para o governo federal. A saída das eleições indiretas em hipótese alguma interessa ao povo trabalhador do país, só interessa àqueles que pretendem manter a agenda regressiva em curso, que já ampliou o conƟngente de desempregados alcançando atualmente 15 milhões de brasileiros(as), as reformas trabalhista e da previdência que ameaçam gerações de trabalhadores e setores econômicos que dependem cada vez mais do sequestro das verbas públicas que beneficiam o sistema financeiro. Sem dúvida a história não está escrita antes de acontecer, portanto, há alternaƟvas e teremos que fazer escolhas sejam elas conscientes ou não. Nestes tempos de crise é fundamental exercermos nossa capacidade de análise e adotarmos posição frente às alternaƟvas. Na agenda da ADUFPB às lutas contra as reformas e contra os cortes e conƟngenciamentos do orçamento, em defesa da UFPB e dos direitos são fundamentais e estão presentes

TERÇA-FEIRA, 6 DE JUNHO DE 2017

em cada ato e manifestação. Neste processo, na avaliação da Diretoria da ADUFPB, a nova Greve Geral, convocada pelas centrais sindicais para o dia 30.06, assume enorme relevância. Igualmente importante é o engajamento na Campanha das Diretas Já, entendendo esta não como virtude, mas como necessidade. Como pré-requisito, guarda –chuva da indispensável para a unidade que dará à nossa luta, a possibilidade- mas, e é preciso ter isso muito claro, não a certeza- de vitória. A greve geral do dia 30.06 exigirá de nós mais uma vez muita disposição e demonstração de unidade entre as centrais, seus sindicatos e os movimentos sociais do campo e da cidade, que são, dadas as suas parƟcularidades, plurais e ricos em especificidades. Em meio as nossas diferenças teremos que construir a unidade necessária para enfrentar os desafios que estão postos, pois o que interessa ao movimento social popular e organizado neste momento é barrar as reformas e reverter a agenda destruidora implementada por Temer e seus associados. Não temos dúvidas que as Diretas Já, não se caracterizam como, “a prori”, um consenso. Mas do nosso ponto de vista, as compreendemos como um movimento de amplo espectro políƟco e que pode/deve agluƟnar vários setores, incluindo aqueles que defendem, eleições gerais para o parlamento e para Presidente, novas regras eleitorais e aqueles que defendem uma consƟtuinte exclusiva para fazer uma reforma políƟca. Acreditamos que o caminho necessário precisa ser construído e, superando o estágio atual das Diretas Já, em sua mais precisa definição e visibilidade, expresse o interesse da maioria do povo brasileiro. Considerando o sistema políƟco no qual estamos inseridos, esse caminho passa, no presente momento, necessariamente, pelas Diretas Já. Temos a clareza de que tal saída precisa ser construída, de que não há como prever o resultado a priori e de que, no momento em que esƟver definida, ele virá a assumir o protagonismo que lhe é de direito. Por outro lado, o imobilismo, a apaƟa e uma suposta neutralidade só fortalece o caminho golpista, o da eleição indireta pelo Congresso atolado em denúncias e que representará a manutenção da agenda de ataque aos direitos e as conquistas dos trabalhadores(as). O caminho da eleição indireta, invariavelmente, nos conduzirá ao processo imortalizado nas palavras de Lampedusa: “É preciso que alguma coisa mude, para que tudo fique na mesma”.

Nenhum Direito a Menos! Não as Reformas, Trabalhista e da Previdência!

Fora Temer! Greve Geral! Diretas Já! Boletim produzido pela ASCOM/ADUFPB. Jornalistas responsáveis: Renata Ferreira e Ricardo Araújo. Revisão: Nana Viscardi.


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