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TERÇA-FEIRA 19 DE OUTUBRO DE 2021
Nota da ADUFPB sobre o retorno às atividades presenciais na UFPB: a Portaria nº 1061, o desrespeito à vida e à comunidade acadêmica A reitoria intervencionista da UFPB de-
CONSUNI, sem consulta às direções de Centro, co-
monstra, mais uma vez, sua total incapacidade de
ordenações ou mesmo assessorias de ensino. Não
compreender o que significa o trabalho universi-
surpreende que a referida portaria se apresente
tário, cuja história se escreve como luta pela vida
eivada de falhas e equívocos técnico-científicos,
e pela civilização humana — suas ciências, seus
alguns dos quais somente adquirem algum senti-
saberes, sua cultura, suas artes. Lócus por exce-
do quando se considera o alinhamento político da
lência de produção de conhecimento, a estrutura
atual administração da universidade à pauta “ne-
da universidade contempla, em suas várias ins-
gacionista” apregoada pelo governo federal. Não
tâncias hierárquicas, conselhos representativos
fosse essa moldura negacionista, como se pode-
das diversas áreas que a compõem e cujos papéis
ria explicar que, numa portaria expedida por uma
convergem para a formulação de políticas que as-
universidade, seja recomendado que a comunida-
segurem o mais elevado nível de planejamento e
de acadêmica, em seu retorno às atividades pre-
funcionamento institucional.
senciais, usem um EPI (máscara) de tecido, quan-
A portaria nº 1061, expedida no último
do autoridades científicas e órgãos da vigilância
dia 15 pelo reitor-interventor, indicia novamente
sanitária recomendam justamente evitar másca-
sua falta de discernimento no que diz respeito a
ras de tecido e utilizar aquelas — como a PFF2 e
essas instâncias deliberativas da universidade. O
as cirúrgicas — que garantem maior proteção às
documento, de caráter arbitrário e antidemocráti-
variantes hoje existentes da Sars COV2?
co, destinado a “orientar” os servidores desta uni-
O desprezo pela vida das pessoas que com-
versidade quanto ao retorno seguro ao trabalho
põem as atividades meio e fim da UFPB é expres-
presencial, foi formulado sem a participação do
so de forma emblemática na referida portaria por
Boletim produzido pela ASCOM/ADUFPB. Jornalistas responsáveis: Renata Ferreira, Maurício Melo e Ricardo Araújo.
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esse “descaso” para com as máscaras. Ao mesmo
trole da pandemia sob a responsabilidade de cada
tempo, no que tange às relações de trabalho e ga-
um, sem indicar se e como irá fornecer os equipa-
rantias de melhores condições para o desempe-
mentos de proteção individual necessários para o
nho das atividades fins da universidade, a reitoria
retorno presencial e, quando indica, o faz com mui-
tenta se esquivar de suas obrigações trabalhistas
ta displicência e de forma vaga.
de garantir um ambiente saudável e seguro para o
A Diretoria Executiva da ADUFPB tem pau-
retorno das atividades presenciais e faz isso quan-
tado, em suas assembleias, discussões sobre o
do diz expressamente que é de responsabilidade
retorno presencial e pode dar testemunho da
dos chefes imediatos indicar se o ambiente está
complexidade desse processo, que não há de ser
adequado, quando já se passaram quase dois anos
resolvido por uma portaria arbitrariamente for-
de pandemia e pouco ou quase nada foi feito pela
mulada. Por estar acompanhando de perto as dis-
administração central para que essas condições
cussões e debatendo as melhores soluções para a
estejam adequadas às normas de biossegurança
volta às atividades presenciais, a Diretoria da ADU-
da própria universidade. Além disso, a reitoria in-
FPB apoia abertamente o requerimento encami-
tervencionista remete ao servidor a responsabili-
nhado pelos diretores de Centro à administração
dade para providenciar a sua máscara. Em vez de
da UFPB, convocando uma reunião extraordinária
apresentar proposta segura de acompanhamento
do CONSUNI para tratar da questão, de interesse
e controle das dinâmicas a serem observadas para
de todos.
a execução das atividades acadêmicas, a portaria
A ADUFPB se manifesta, portanto, no sen-
fala de um frágil e incipiente “automonitoramen-
tido de que sejam cumpridas as reivindicações de
to da saúde”, desobrigando-se de suas funções
preservação da vida e de respeito à ciência. Nesse
de monitoramento de um bem incomensurável
sentido, todos aqueles/as que retornem para as
como a vida!
atividades de trabalho presencial precisam estar
Importante considerar que essa profunda
vacinados/as, com o quadro de imunização com-
desconsideração da reitoria intervencionista pe-
pleto, e a universidade tem por obrigação garantir
las instâncias deliberativas da universidade e por
a segurança da comunidade acadêmica, promo-
aqueles que fazem o cotidiano da vida acadêmica
vendo investimentos em segurança no local do
sequer leva em conta que, ao longo de todo o pro-
trabalho, bem como nas ações preventivas relati-
cesso de pandemia, docentes, discentes e técnicos
vas ao contágio. Finalmente, quaisquer decisões
administrativos, em sua grande maioria, executa-
sobre o retorno às atividades presenciais precisam
ram as atividades universitárias de ensino, pesquisa
respeitar as instâncias deliberativas da Universida-
e extensão com recursos próprios, sem qualquer
de Federal da Paraíba.
apoio da instituição ou do MEC. Essa transferência de responsabilidades se reflete na Portaria Nº 1061,
Diretoria Executiva da ADUFPB
que intenta deixar as medidas de contenção e con-
19 de outubro de 2021
Boletim produzido pela ASCOM/ADUFPB. Jornalistas responsáveis: Renata Ferreira, Maurício Melo e Ricardo Araújo.