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LIÇÃO

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18 a 24 de novembro de 2012

A Igreja: Ao Serviço da Humanidade SÁBADO À TARDE LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Romanos 16:5; I Coríntios 1:2; I Pedro 2:9; Mateus 28:19 e 20; João 17:21 e 22; Atos 15:1-29. VERSO ÁUREO: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa; mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.” I Timóteo 3:14 e 15. PENSAMENTO-CHAVE: “Devemos lembrar que a Igreja, enfraquecida e defeituosa como seja, é o único objeto na Terra a que Cristo concede a Sua suprema consideração.” – Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, livro 2, p. 396. PARA MUITA GENTE, A IGREJA JÁ NÃO É o que era (fosse lá o que fosse). Há algumas pessoas que já falam até de um “Cristianismo sem igreja”, um conceito que é autocontraditório. Há outras que se insurgem contra a “religião organizada” (qual é melhor, a “religião desorganizada”?) A Bíblia ensina, de forma muito clara, acerca da importância da Igreja. Não é uma opção; é um componente crucial do plano de salvação. Não admira, então que, à medida que se desenrola o grande conflito, Satanás trabalhe de forma tão intensa contra ela, sobretudo porque a Igreja é um meio importante pelo qual os pecadores são postos em contacto com a oferta de salvação que Deus faz. A Igreja, escreveu o apóstolo Paulo, era “a casa de Deus”, “a coluna e firmeza da verdade” (I Tim 3:15). A Igreja não é uma invenção humana; foi criada por Deus com o propósito de trazer pecadores transviados a um relacionamento redentor com Ele.

Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Salmos 137-140; Apocalipse 2; Atos dos Apóstolos, cap. 57. 63


DOMINGO, 18 de novembro

A NATUREZA DA IGREJA – Parte I

Quando se fala da natureza de alguma coisa, estamos normalmente interessados na sua origem, função e propósito. Além de usar várias imagens para retratar a Igreja, a Bíblia utiliza uma palavra específica em referência a ela, ecclesia, que significa “chamados para fora” ou “convocados”. Na vida secular grega, a palavra era usada principalmente para descrever um grupo de cidadãos que tinham sido chamados das suas casas para um lugar público a fim de participarem numa assembleia ou reunião. É neste sentido geral que o Novo Testamento usa esta palavra. Na tradução grega do Velho Testamento (chamada a Septuaginta), a “congregação” de Israel, especialmente quando reunida diante do Senhor para propósitos religiosos, é referida como ecclesia. Os Judeus foram “chamados para fora” a fim de serem o povo especial de Deus, e os primeiros cristãos podem ter usado a palavra para identificar os judeus e os gentios que, como recetores da graça de Deus, tinham sido convocados para serem testemunhas de Cristo. No Novo Testamento, a Igreja descreve o grupo de fiéis em todo o mundo. É importante notar que a palavra ecclesia nunca é usada em referência a um edifício onde seja realizado o culto público. Igualmente importante é que, embora a palavra “sinagoga” originalmente denotasse uma assembleia de pessoas reunidas para um propósito específico, os cristãos preferiram usar a palavra ecclesia. No entanto, ambas as palavras indicam que a Igreja do Novo Testamento estava em continuidade histórica com a Igreja do Velho Testamento, a “congregação” de Israel (Atos 7:38). A palavra ecclesia indica, em termos gerais, um grupo de pessoas chamadas para fora por iniciativa de Deus. De que modo é que isto explica o usa que Paulo faz da palavra em três níveis diferentes: (1) a Igreja em lares individuais (Rom. 16:5; I Cor. 16:19); (2) a Igreja em cidades específicas (I Cor. 1:2; Gál. 1:2); e (3) a Igreja em áreas geográficas mais vastas (Atos 9:31)?

Ecclesia é a descrição de qualquer grupo de pessoas reunidas para terem parte num relacionamento redentor com Cristo. Isto significa que as congregações individuais não são meras partes da Igreja no seu todo; cada unidade representa o todo. Além disso, a Igreja é uma só em todo o mundo, mas ao mesmo tempo está presente em cada congregação. Pense na sua igreja local, que funciona como representante de toda a Igreja de Deus. Que tipo de responsabilidades isto coloca sobre si, pessoalmente, como parte do corpo da Igreja, e na própria igreja local? Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Salmos 141-143; Apocalipse 3; Atos dos Apóstolos, cap. 58. 64


SEGUNDA, 19 de novembro

A NATUREZA DA IGREJA – Parte II

Além da própria palavra ecclesia, o Novo Testamento descreve a Igreja através de várias imagens para melhor explicar a sua natureza e função. Hoje vamos ver apenas dois conceitos fundamentais a respeito da Igreja: a Igreja como povo de Deus e a Igreja como corpo de Cristo. 1. O conceito do “povo de Deus” é aplicado na Bíblia aos filhos de Israel (Deut. 14:2). Leia I Pedro 2:9, onde o conceito é claramente aplicado aos cristãos. Como é que devemos entender o significado que isto tem para nós nos dias de hoje?

Repare-se que, embora o conceito seja aplicado aos cristãos, continua a ser usado para descrever a nação de Israel (Lucas 1:68; Rom. 11:1 e 2). É evidente que o Novo Testamento aplica o conceito à Igreja de um modo que sugere continuidade e consumação. (Veja Gál. 3:29.) 2. “Corpo de Cristo” – Romanos 12:5; I Coríntios 12:27; Efésios 1:22 e 23 apresentam a Igreja como corpo de Cristo. De que modo estes textos nos ajudam a compreender melhor a sua natureza e função?

Encontram-se nestes textos numerosas ideias, sendo talvez a mais óbvia a da unidade (ver a secção de quarta-feira) que deve ser vista na Igreja. Esta é uma ideia que se expressa noutras passagens do Novo Testamento, especialmente em I Coríntios 12, onde o apóstolo Paulo escreve: “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo unidos, são um corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque, também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será, por isso, do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será, por isso, do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se o todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?” (I Cor. 12:12-17). Algumas pessoas sofrem do que é conhecido como doenças autoimunes: o seu próprio sistema imunitário, que tem por função proteger o corpo, é que o ataca. Pense nas implicações que tem esta analogia em relação à Igreja como “o corpo de Cristo”. Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Salmos 144-150; O Grande Conflito, Introdução. 65


TERÇA, 20 de novembro

A MISSÃO DA IGREJA

A Igreja ser “o corpo de Cristo” significa que ela deve fazer aquilo que Cristo faria se Ele estivesse ainda na Terra “em corpo”. É para isso que a Igreja, como “assembleia” [ou “congregação”] foi chamada. A Igreja não se limita a ter uma missão; a Igreja é uma missão. Leia Mateus 28:19 e 20. De que modo é que este texto aborda a questão da missão da Igreja?

Missão envolve o envio de pessoas para falarem em nome de Deus. Foi precisamente o que o próprio Deus fez com os profetas de Israel (Jer. 7:25) e com os apóstolos (Lucas 9:1 e 2, 10:1, 9). Jesus enviou os Seus discípulos assim como o Pai O enviou a Ele (João 20:21). A Igreja hoje não pode fazer menos do que isso e permanecer fiel ao seu chamado. O que é que os seguintes textos também nos ensinam sobre a missão da Igreja? Efé. 4:11-13; Mat. 10:5-8; Tiago 1:27; Efé. 1:6; I Pedro 2:9.

O evangelismo é, claramente, o ponto central da missão da Igreja. A Igreja existe também para a edificação dos crentes, para a promoção da verdadeira adoração e para se envolver em questões de interesse social. Embora a Igreja tenha pela frente muitos desafios, um dos mais difíceis é manter um equilíbrio apropriado na sua compreensão de missão. Por um lado, seria fácil ser apanhada na reforma social, e no trabalho para melhorar a sociedade e os males que esta tem. Embora esse trabalho seja importante, em si e por si mesmo, nunca se deve permitir que ele monopolize a missão suprema da Igreja, a qual é chegar aos perdidos para os trazer a Jesus e preparar um povo para o Seu regresso. Entretanto, e ao mesmo tempo, precisamos de evitar o extremo de viver como se cada parangona de jornal assinalasse o fim do mundo, e, com isso, negligenciar as tarefas básicas da vida diária. Necessitamos da sabedoria divina a fim de saber como encontrar o equilíbrio certo. Até que ponto está pessoalmente envolvido/a na missão da Igreja? Em que aspetos poderia fazer mais do que está a fazer presentemente? Que razão torna importante para o seu crescimento espiritual estar pessoalmente envolvido/a no chamado dirigido à Igreja? Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Lucas 19:41-44; Apocalipse 4 e 5; O Grande Conflito, cap. 1. 66


QUARTA, 21 de novembro

A UNIDADE DA IGREJA

A Igreja – descrita como “chamados” de Deus, o “povo de Deus”, o “corpo de Cristo” e o “templo do Espírito Santo” – está apetrechada para o serviço ou missão. A unidade é essencial para a Igreja, porque, sem ela, a Igreja não consegue realizar com sucesso a sua missão. Não admira que a questão da unidade estivesse na mente de Cristo ao aproximar-se o final da Sua vida terrena (João 17:21 e 22). Jesus orou pela unidade da Igreja (João 17:21 e 22); Paulo exortou os crentes a respeito dela (Rom. 15:5 e 6). Como se deve entender a unidade tal como referida nestes textos? O que é que significa esta unidade?

A unidade pela qual Cristo orou e que Paulo exortou os crentes a procurarem alcançar envolvia claramente uma união de sentimento, de pensamento, de ação e muito mais. Não é uma harmonia que se atinge mediante “arranjos” sociais, por ação diplomática ou por subterfúgios políticos. Esta unidade é um dom, uma dádiva, concedida aos crentes pela presença de Cristo (João 17:22 e 23) e mantida pelo poder de Deus Pai (João 17:11). Leia I Coríntios 1:10 e II Coríntios 13:11. De que maneira devemos alcançar o que Paulo pede nestes textos?

Não há dúvida de que somos todos pessoas diferentes, e temos diferentes pontos de vista a respeito de muitas coisas, pontos de vista esses que podem, por vezes, tornar difícil a unidade. Embora as pressões e tensões sejam inevitáveis a todos os níveis da Igreja, todos precisamos de manter uma atitude de humildade, de autonegação e um desejo de um bem que é maior do que nós próprios. Muitas das divisões que surgem são resultantes do egoísmo, do orgulho e do desejo de exaltação do eu e das opiniões pessoais acima dos outros. Nenhum de nós faz tudo bem; nenhum de nós compreende perfeitamente todas as coias. Quaisquer que sejam as inevitáveis diferenças que possam surgir, se todos tomássemos diariamente a nossa cruz, se diariamente morrêssemos para o eu e diariamente procurássemos não o nosso bem, mas o bem dos outros e o bem da igreja no seu todo, desapareceriam muitos dos problemas com que nos debatemos e que embaraçam a obra. Em resumo, a unidade começa com cada um de nós, individualmente, como seguidores de Cristo – não apenas no nome, mas numa vida de verdadeira abnegação; uma vida dedicada a uma causa e a um bem superiores a nós mesmos. Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Prov. 1-3; Apoc. 8:9-22; Mat. 24; O Grande Conflito, cap. 2. 67


QUINTA, 22 de novembro

O GOVERNO DA IGREJA

Governo significa conseguir que as coisas se façam. Isto é verdadeiro na vida social em geral, e é também verdadeiro na vida da Igreja. Governo também envolve organização, que significa organizar as coisas de modo a que estas funcionem coerentemente num todo com regras, normas e estruturas planeadas para facilitar a tarefa que se tem em mãos. A autoridade é também fundamental para o governo. Quem é que detém, a nível prático da vida da Igreja, a autoridade para autorizar coisas e quem é que pode ser autorizado a fazer coisas? Respostas diferentes a estas questões têm levado a diferentes formas de governo na Igreja. Os Adventistas do Sétimo Dia têm um sistema de governo eclesiástico representativo. Tem como ideal que os líderes atuem unicamente como representantes, tendo recebido autoridade e responsabilidades delegadas por parte dos membros da Igreja. Não basta simplesmente mostrar que um dado sistema de governo da Igreja se baseia nas Escrituras; o exercício da autoridade dentro do sistema deve demonstrar sensibilidade para com os valores bíblicos. Veja Atos 15:1-29. O que é que se pode aprender destes versículos sobre alguns princípios-chave que estão envolvidos na organização e no governo da Igreja? Seja o que for que possamos aprender com estes versículos sobre governo da Igreja, há um ponto que deve ficar claro: a organização da Igreja precisa de estar centrada na permanente propagação do evangelho. Biblicamente falando, o governo da Igreja só é tão bom como a sua promoção da missão e do evangelismo. Precisamos também de lembrar que, embora Cristo exerça a Sua autoridade mediante a Sua Igreja e os dirigentes nomeados, Ele nunca transferiu para eles o Seu poder. Ele continua a ser a cabeça da Igreja (Efé. 1:22). A Igreja primitiva estava consciente do facto de que não podia exercer qualquer autoridade independentemente de Cristo e da Sua Palavra. Em Atos 15:28 foi importante para a assembleia que aquilo que os membros decidiram “pareceu bem ao Espírito Santo”, o verdadeiro representante de Cristo. Os que detêm cargos na Igreja nos nossos dias não podem agir de maneira diferente. Analise Mateus 20:24-28 e 23:8. Que implicações estão aí patentes para o exercício da autoridade na Igreja a todos os níveis? Até que ponto está pessoalmente disposto a servir os outros? Pense profundamente sobre os seus motivos pessoais e naquilo que estes são relativamente ao que faz na Igreja, independentemente da posição que possa deter. Que motivos são esses, e como é que eles podem estar mais em harmonia com os princípios revelados na Palavra? Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Daniel 7:25; II Tes. 1-3; O Grande Conflito, cap. 3. 68


SEXTA, 23 de novembro ESTUDO ADICIONAL: Leia, de Raoul Dederen, “A Igreja”, pp. 538-581, em Raoul Dederen (ed.), Handbook of Seventh-day Adventist Theology (Manual de Teologia Adventista do Sétimo Dia); de Ellen G. White, “Não Terás Outros Deuses Diante de Mim”, pp. 361-364, em Testemunhos Para Ministros; “A Igreja, a Luz do Mundo”, pp. 455-467, em Testemunhos Para a Igreja, vol. 5. “Se um homem for cioso dos seus próprios poderes e procurar ter domínio sobre os seus irmãos, achando que foi investido de autoridade para fazer da sua vontade o poder dominante, o melhor e único rumo seguro é removê-lo, para que não haja mal maior e ele perca a sua própria alma e ponha em perigo a alma de outros…. A disposição de dominar sobre a herança de Deus causará reação, a menos que esses homens mudem de atitude…. A posição de um homem não o torna um jota ou um til maior à vista de Deus; é só o caráter que Deus toma em consideração.” – Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros, p. 362 (tradução do original inglês). “A missão da Igreja de Cristo é salvar os pecadores que estão a perecer. É divulgar o amor de Deus aos homens, conquistando-os para Cristo pela eficácia daquele amor. A verdade para este tempo deve ser levada aos tenebrosos cantos da Terra, e esta obra pode começar em casa.” – Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, p. 381. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: 1 Não há dúvida de que a Igreja, a nossa Igreja, tem problemas. Jesus explicou a situação assim: “O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.” Mateus 13:24 e 25. Leia o resto da parábola. Como é que pessoalmente aplica à nossa Igreja aquilo que Jesus disse, e de que modo lidamos nós com aqueles que causam problemas? Significa isto que não há circunstâncias sob as quais algumas pessoas podem ter de ser excluídas da condição de membros? Ver, por exemplo, Tito 3:10 e 11 e Romanos 16:17. 2 O que é que diz a alguém que, acreditando que a Igreja está corrompida, decide desligar-se do corpo em geral e continuar o caminho sozinho? 3 A nossa Igreja defende a ideia daquilo a que se chamou o “sacerdócio de todos os crentes”. O que é que está incluído nesta ideia? Que responsabilidades é que esta ideia põe sobre nós? 4 Analise na classe algumas ameaças potenciais para a unidade da nossa Igreja. Que questões causaram divisão na Igreja no passado? Que lições podemos aprender com o passado, capazes de evitar coisas semelhantes no futuro? Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Apocalipse 7-9; O Grande Conflito, cap. 4. 69


As Minhas Notas Pessoais

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