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LIÇÃO

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9 a 15 de dezembro de 2012

A Vida Cristã SÁBADO À TARDE LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Deuteronómio 8:11-17; Filipenses 2:3 e 4; I Coríntios 15:51 e 52; Apocalipse 22:1-5; Mateus 22:39; Génesis 2:21-25. VERSO ÁUREO: “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a Sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” I João 3:16. PENSAMENTO-CHAVE: Qualquer pessoa se pode intitular cristã. Contudo, o que é que isso significa em termos práticos? “MEUS IRMÃOS, QUE APROVEITA SE ALGUÉM DISSER que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?” Tiago 2:14 A Bíblia realça a “sã doutrina”; mas essa ênfase insere-se no contexto do viver santo (I Tim. 1:10; Tito 2:1-5), a fim de mostrar que o verdadeiro objetivo do ensino bíblico é uma vida ética, que se manifesta nas obrigações para com os outros. De facto, se olharmos cuidadosamente para os textos de Timóteo e Tito, vemos que eles associam a sã doutrina ao viver corretamente, como se o viver corretamente fosse sã doutrina! O cristão é salvo a fim de ser um agente de Deus para a salvação e o bem dos outros, no meio do grande conflito entre o bem e o mal. Estar “tão voltado para o Céu que não tem nenhum valor terreno”, embora seja um cliché, representa uma imagem que os cristãos precisam de evitar. É certo que o Céu é o nosso destino final, mas, por agora, estamos ainda na Terra, e precisamos de saber como viver enquanto aqui estivermos. Esta semana vamos ver como se deve manifestar na nossa vida algum Cristianismo prático, daquele em que se põe “mãos à obra”.

Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Salmos 143-145; O Grande Conflito, cap. 19. 139


DOMINGO, 9 de dezembro

MORDOMIA

Quando pensamos que a salvação se traduz em serviço em favor dos outros, não podemos evitar o conceito cristão de mordomia. A Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia define “mordomia” como sendo “a responsabilidade do povo de Deus para com, e o uso que faz de, tudo o que lhe é confiado por Deus – a vida, o ser físico, o tempo, os talentos e aptidões, as posses materiais, as oportunidades de ser útil em serviço pelos outros, e o conhecimento que tem da verdade.” Veja as passagens que se seguem. Em cada uma delas faça a si mesmo/a estas perguntas: Atendendo às minhas circunstâncias particulares, como posso eu manifestar na minha própria vida os maravilhosos princípios ensinados nestes textos? De que modo devem estas verdades influenciar a maneira como vivo e como me relaciono com os outros, com Deus e com os dons que Ele me concedeu? Deuteronómio 8:11-17

Salmo 24:1

Filipenses 2:3 e 4

I João 3:16

A Bíblia ensina que o propósito fundamental de toda a criação é glorificar Deus. O pecado transtornou esta realidade em grande medida, mas Deus dirigiu para nós a Sua ação salvadora, de modo a levar-nos de novo a participar com toda a criação na glorificação de Deus. Cristo comprou-nos por amor à glória de Deus (Efé. 1:11-14). É na medida em que reconhecemos, tanto na palavra como nos atos, a soberania total de Cristo na nossa vida que glorificamos Deus. A expressão plena da soberania de Cristo na nossa vida envolverá o nosso serviço em favor dos outros mediante o uso do nosso tempo, talentos, capacidades e posses materiais. Leia de novo os textos para hoje. Quais deles mais o/a tocaram e porquê? O que o/a motiva a viver uma vida que inclua procurar o bem dos outros, bem como o seu? Por que razão é muito importante para si, espiritualmente, viver para os outros? Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Salmos 146-150; Apoc. 14:6 e 7; O Grande Conflito, cap. 20. 140


SEGUNDA, 10 de dezembro

O DÍZIMO: UMA INSIGNIFICÂNCIA

“E o sacerdote, filho de Aarão, estaria com os levitas quando os levitas recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro. Porque… os filhos de Israel e os filhos…” Neemias 10:38 e 39. Pense na sua vida; pense na brevidade da mesma; pense na total inevitabilidade da sua morte (a menos que Cristo volte ainda durante a sua vida). Pense no que significaria se, como muitos acreditam, a sepultura fosse o final absoluto. Eis-nos aqui, um espasmo de metabolismo celular que faz o que tem a fazer (frequentemente em dor, com dificuldades e receios), e depois acaba; de uma forma ou de outra, quando todas essas células morrem, nada fica a não ser uma carcaça onde os vermes e as bactérias se alimentam até que também elas expiram. Esta seria a sorte de todos nós num Universo tão grande que o nosso planeta, e mais ainda a vida de cada um de nós individualmente, só poderia parecer tão insignificante que seria apenas uma cruel brincadeira a que a maior parte de nós não acharia graça nenhuma. Em contraste com tal cenário, olhemos para aquilo que nos foi dado em Cristo. Olhemos para o que nos foi oferecido por intermédio de Jesus. Olhemos para o que o plano da salvação nos diz sobre o nosso valor e sobre o que foi feito em nosso favor para que não tenhamos de passar pelo destino acima imaginado. O que é que nos foi dado em Cristo? I Cor. 15:51 e 52; Apoc. 21:4; Gál. 3:13; Efé. 1:6 e 7; Apoc. 22:1-5. Que significado devem ter essas coisas para nós? De que modo devem essas promessas influenciar cada aspeto da nossa existência?

“Falo do sistema do dízimo; contudo, como me parece minúsculo quando penso nele! Quão pequena a quantia! Como é vão o esforço de medir com regras matemáticas o tempo, dinheiro e amor em face de um amor e sacrifício incomensuráveis e que não se podem avaliar. Dízimos para Cristo! Oh, minúscula quantia, vergonhosa recompensa daquilo que tanto custou. Da cruz do Calvário, Cristo pede uma entrega incondicional!” – Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, pp. 119 e 120 (tradução do original inglês). Depois de tudo o que Cristo fez por nós, será que não conseguimos ter fé suficiente e dar-Lhe uma simples dádiva daquilo que nos foi dado? Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Hebreus 2-5; Apoc. 14:8; O Grande Conflito, cap. 21. 141


TERÇA, 11 de dez.

A RESPONSABILIDADE PARA CONNOSCO MESMOS

Jesus diz-nos muito claramente: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mat. 22:39). Este é um texto muito interessante à luz da ideia de que, frequentemente, olhamos para o amor ao eu como o máximo de tudo o que se opõe tanto ao Cristianismo como à ideia da abnegação desinteressada. O que é que Jesus queria dizer com este texto? Como é que o interpretamos, e o aplicamos, de maneira a refletir aquilo que deve ser o verdadeiro Cristianismo? O amor a si mesmo, no sentido cristão, não é egoísmo, não é pormo-nos em primeiro lugar, à frente de tudo e de todos. Pelo contrário, o amor a si mesmo significa que, compreendendo o valor que temos diante de Deus, procuramos viver a melhor vida possível, sabendo que os resultados dessa vida serão benéficos não só para o próprio (o que é ótimo), mas também, e até mais importante, para aqueles com quem entramos em contacto. Como é que pessoalmente relaciona a admoestação de Jesus referida acima com os seguintes textos? Filipenses 2:5, 8 II Coríntios 5:14 e 15 I Coríntios 10:31-33 I Pedro 1:13-16 A Redenção que o pecador obtém em Cristo produz uma tal unidade com Ele (Gál. 2:20) que o cristão deseja viver uma vida dirigida pelos impulsos de Cristo. O pecador deseja ter a mente de Cristo, viver não mais para si mesmo, mas para Ele, e deseja atender ao chamado à santidade (separação de coisas como as nossas paixões, as tendências pecaminosas da cultura e a impureza moral). Se nos amarmos a nós mesmos, queremos o melhor para nós mesmos, e o que é melhor para nós mesmos é uma vida dedicada a Deus, uma vida que reflita o caráter e o amor de Deus, uma vida que é vivida não para o eu, mas para o bem dos outros. A maneira mais certa de garantir uma existência miserável é viver unicamente para o eu, nunca pensando no bem dos outros. Pense no que significa, no sentido cristão, amarmo-nos a nós mesmos. Até que ponto é fácil este tipo de amor degenerar numa autodestrutiva fixação no eu? Qual é a única maneira de nos protegermos dessa armadilha? Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Provérbios 25; Apocalipse 10; O Grande Conflito, cap. 22. 142


QUARTA, 12 de dezembro

O CASAMENTO CRISTÃO

Os seres humanos são seres sociais. No lar e no trabalho, e em lugares públicos e cívicos, as pessoas estão envolvidas em todos os tipos de relacionamentos. Um comportamento cristão responsável deve ser notório em todos esses níveis, e a Bíblia contém princípios relevantes pelos quais se devem orientar esses relacionamentos. Estude as seguintes passagens da Bíblia a fim de chegar a uma definição bíblica de casamento: Gén. 2:21-25; Mal. 2:14; Efé. 5:28. Definir uma coisa é indicar o seu significado. Hoje, diz-se que é difícil definir o casamento, porque o significado de casamento varia para povos, épocas e culturas diferentes. A Bíblia, porém, não tem uma tal ideia flexível de casamento. De acordo com a Bíblia, o casamento é uma instituição que Deus estabeleceu, na qual dois adultos de género diferente concordam em partilhar um relacionamento íntimo e duradouro. O casamento bíblico é marcado por um apreço pela igualdade de homem e mulher, por um profundo laço de unidade, em que os objetivos se fundem, e por um sentimento de permanência, fidelidade e confiança. Tal como com o relacionamento com Deus, o relacionamento entre marido e mulher deve ser preservado como sagrado. É claro que, como todos sabemos muitíssimo bem, o casamento, mesmo dentro da Igreja, tem-se tornado uma coisa que, frequentemente, é tratada de forma ligeira. As pessoas envolvem-se numa união que acreditam que Deus criou e, depois, quando as coisas se tornam complicadas, comparecem diante de um juiz humano que, mediante leis e regras feitas pelo homem, separa aquilo que Deus uniu. Todos sabemos que qualquer coisa de terrivelmente errado se passa neste quadro; contudo, como Igreja, debatemo-nos quanto ao que fazer nestas situações. Lado a lado com questões de poligamia, coabitação, divórcio, novo casamento e a prática da homossexualidade, que reptos ligados à sexualidade humana consegue identificar na sociedade de hoje? Que conselhos biblicamente fundamentados consegue apresentar sobre estas questões? Adultério, fornicação e pornografia abundam na sociedade dos nossos dias, e tais coisas podem até nem ser o pior que por aí anda. Não obstante, Deus continua a olhar com compaixão e terna misericórdia para as falhas humanas. Contudo, essas práticas continuam a ser falhas que podem ser vencidas mediante a graça de Cristo. Por conseguinte, as ações redentoras devem ter um objetivo elevado a fim de alcançarem os ideais de Deus – em vez de tentarem justificar e desculpar o pecado mediante uma quantidade de desculpas e de qualificativos culturais. Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Dan. 9:25-27; Heb. 8 e 9; Lev. 16:14; Dan. 8; O Grande Conflito, cap. 23. 143


QUINTA, 13 de dezembro

O COMPORTAMENTO CRISTÃO

Além da família, o cristão tem outros contextos sociais e profissionais – um claro reconhecimento da perspetiva bíblica de que os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo (João 17:14-18). Pense nas seguintes três áreas da vida diária e analise as responsabilidades do cristão no respeitante ao estilo de vida e ao comportamento: 1. Relações Patrão/Trabalhador (Tia. 5:4-6; Efé. 6:5-9). Além de considerar os trabalhadores como seus iguais em Cristo, o patrão cristão deve ser orientado pelo princípio de que o trabalho apropriado requer uma compensação apropriada. Por outro lado, os trabalhadores cristãos devem também resistir à tentação de serem preguiçosos no trabalho. “Os pais não podem cometer pecado maior do que permitir que os seus filhos nada tenham para fazer. As crianças aprendem logo a amar a ociosidade, e tornam-se homens e mulheres inúteis e sem recursos. Quando tiverem idade bastante para ganhar a sua subsistência e achar ocupação, trabalharão de modo negligente e preguiçoso, e contudo esperarão ser remunerados como se fossem fiéis.” – Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 345. 2. Deveres Cívicos (Rom. 13:1-7). O cristão coloca Deus em primeiro lugar em todas as coisas e avalia todos os atos e responsabilidades a partir dessa perspetiva. Por essa razão, o cristão opõe-se, por exemplo, à discriminação sob qualquer forma, mesmo que esta seja oficialmente aprovada. Simultaneamente, “a lealdade para com Deus primeiro não dá a ninguém o direito de se tornar autónomo e de criar desarmonia social ou o caos. Os cristãos pagam impostos, tomam parte nos deveres cívicos, respeitam as regras de trânsito e regulamentação sobre a propriedade, e cooperam com as autoridades civis no restringir ou controlar o crime e a violência.” – Handbook of Seventh-day Adventist Theology (Manual de Teologia Adventista do Sétimo Dia). Maryland: Review and Herald Publishing Association, 2000, p. 701. 3. Responsabilidade Social (Isa. 61:1-3; Mat. 25:31-46). Analise a seguinte afirmação à luz das passagens acima: “O cristão pode pôr em prática o seu chamado a buscar o reino de Deus se, motivado pelo amor ao próximo, cumprir o seu trabalho nas comunidades morais da família e da vida económica, nacional e política…. Unicamente pelo envolvimento na obra cívica por amor ao bem comum e pela fidelidade pessoal ao chamado social é que se torna possível ser verdadeiro para com o exemplo de Cristo.” – H. Richard Niebuhr, Christ and Culture (Cristo e Cultura). HarperCollins Publishers, 1996, p. 97. No seu trabalho e nas suas interações sociais, as pessoas conseguem detetar os seus valores cristãos? Seja honesto consigo mesmo (por muito doloroso que isso possa ser!). Que aspetos da sua vida, se há algum, atraem as pessoas para a sua fé? O que é que a sua resposta revela sobre a forma como está a viver? Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Dan. 8:14; Ecles. 11: 9 e 10; Dan. 9; Ecles. 12; O Grande Conflito, cap. 24. 144


SEXTA, 14 de dezembro ESTUDO ADICIONAL: Associação Ministerial da Conferência-Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, capítulo 22 e 23, em Os Adventistas do Sétimo Dia Creem; Miroslav M. Kiss, “Christian Lifestyle and Behavior”, pp. 675-723, em Raoul Dederen (ed), Handbook of Seventh-day Adventist Theology (Manual de Teologia Adventista do Sétimo Dia. “Atos de generosidade e bondade foram designados por Deus para manter brandos e compassivos os corações dos filhos dos homens, e incentivá-los a demonstrar interesse e afeto uns pelos outros, a exemplo do Mestre, que, por nossa causa, Se fez pobre para que, através da Sua pobreza, nos pudéssemos tornar ricos. A lei do dízimo foi estabelecida sobre um princípio duradouro, e destinava-se a ser uma bênção para o homem. O sistema de benevolência foi ordenado a fim de evitar esse grande mal: a avareza. Cristo viu que, na realização dos negócios, o amor às riquezas seria a maior causa da erradicação da verdadeira piedade do coração. Ele viu que o amor ao dinheiro se congelaria profunda e solidamente na alma do ser humano, fazendo parar o fluxo dos generosos impulsos e bloqueando os seus sentimentos às necessidades dos sofredores e aflitos.” – Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, p. 547. “Se alguém possui saúde e energia, isso é o seu capital, e precisa de fazer uso correto dele. Se despende horas em ociosidade e em visitas e conversas desnecessárias, é indolente nos negócios, coisa que a Palavra de Deus proíbe. Esses têm um trabalho a fazer para prover às necessidades das suas famílias e pôr de parte meios para fins caritativos, conforme Deus os fizer prosperar. Não fomos postos neste mundo meramente para cuidar de nós mesmos, mas é-nos requerido que ajudemos na grande obra da salvação, imitando assim a abnegação, o sacrifício próprio e a vida de utilidade de Cristo.” – Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 325. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: 1 A questão do casamento e divórcio é assunto de grande preocupação, como devia ser, uma vez que o divórcio se está a tornar tão generalizado em certos países. De que modo aplicamos o ensino claro da Bíblia quando abordamos este tópico? Se aplicássemos os ensinos de Jesus de forma mais rigorosa, as pessoas seriam menos inclinadas a divorciarem-se? Analise este difícil assunto. 2 Pense um pouco mais na questão do dízimo. Alguns defendem que cada um devia poder dar o dízimo a quem quisesse, em vez de o dar por meio dos canais da igreja organizada de que são membros. Qual é o grande perigo desta atitude? 3 Como Igreja, não podemos ignorar as muitas admoestações bíblicas sobre o cuidado para com os pobres e os necessitados que estão entre nós. Ninguém que se intitule cristão pode ignorar este mandado. Ao mesmo tempo, quais são os perigos do nosso chamado, se o cuidado dos outros se tornar o nosso principal foco de atenção, ou o objetivo final, em vez de ser um meio para chegar a um fim mais grandioso? Analise estas perguntas. Leit. Bíblica e Esp. Prof.: Hebreus 6 e 7; Êxodo 20; O Grande Conflito, cap. 25. 145


As Minhas Notas Pessoais

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Texto-Chave: I João 3:16 Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai: Aprender: A resumir as responsabilidades do cristão a respeito do tempo, talentos e outros recursos pessoais e materiais, bem como a sua responsabilidade para com a família e a comunidade. Sentir: A generosidade e a benevolência que o exemplo de abnegação de Cristo desperta. Fazer: Dar tão generosamente aos outros quanto Deus lhe concedeu a si próprio. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: Interessado, Simpático e Apoiante A. Que riquezas concedeu Deus aos cristãos, e de que modo estes Lhe são devedores por elas? B. Quais são os princípios de mordomia, orientadores da responsabilidade do cristão no que diz respeito a posses e relacionamentos? II. Sentir: Fonte de Tudo o que É Bom A. Que exemplos deu Cristo de generosidade abnegada? B. Que reações desperta a benevolência de Cristo nos Seus seguidores, e de que modo estas emoções e consequentes atos protegem do egoísmo e da cobiça? III. Fazer: Dar A. De que modo os cristãos retribuem a Deus, à família, à comunidade e ao mundo em geral, de maneira a completarem o círculo de benevolência? B. De que modo o respeito pela beleza e santidade do matrimónio reflete o relacionamento do cristão com Deus? C. Quais são as responsabilidades civis dos cristãos nos respetivos bairros, nação e comunidade mundial? Sumário: Deus concedeu dádivas aos Seus filhos e demonstrou na vida de Cristo a abnegação que carateriza a Sua natureza. Os Seus filhos são chamados a refletir a Sua benevolência no uso que fazem das Seus dádivas de recursos pessoais e materiais, da família e da sociedade.

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CICLO DA APRENDIZAGEM 1.º PASSO – MOTIVAR! Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: O Cristianismo prático envolve viver e gerir a vida diária de tal maneira que reflita o nosso amor a Deus e àqueles que estão à nossa volta. Só para o Moderador: O objetivo, nesta primeira secção, é ajudar os membros da classe a refletirem sobre o que envolve a vida cristã na prática. Debate Introdutório: O que é que o termo Cristianismo prático lhe transmite a si pessoalmente? A lição desta semana realça tópicos que vão das relações entre empregador e empregado, passando por deveres cívicos, matrimónio cristão, dignidade própria, fidelidade nos dízimos e mordomia, relacionando tudo isso com o Cristianismo prático. Refletindo sobre estes vários tópicos tomados em conjunto, a lição levanta esta questão: Como é que a nossa experiência cristã e espiritual se põem em prática no viver e nos procedimentos da vida de cada dia? Pergunta para Reflexão: Em que termos define pessoalmente um estilo de vida cristão e o que é que o torna cristão? 2.º PASSO – ANALISAR! COMENTÁRIO BÍBLICO Só para o Moderador: É fundamental pesquisar mais profundamente o relacionamento entre Deus e as nossas posses, e as implicações que este relacionamento tem para a nossa fé e a nossa entrega, no contexto da nossa experiência diária. I. Não Te Esqueças! (Leia com os membros da classe Deuteronómio 8:11-20.) O académico J. A. Thompson diz o seguinte: “Deuteronómio é um dos mais grandiosos livros do Velho Testamento. A sua influência sobre a religião doméstica e pessoal, em todas as épocas, tem sido inultrapassável por qualquer outro livro na Bíblia. É citado mais de oitenta vezes no Novo Testamento e por isso pertence ao pequeno grupo de quatro livros a que os primeiros cristãos faziam frequentemente referência.” – Deuteronomy: An Introduction and Commentary (Deuteronómio: Uma Introdução e Comentário). Londres: Inter-Varsity Press, 1974, p. 11. Em Deuteronómio, os discursos de Moisés incluem o antecedente histórico de Israel, seguidos pela atenção à lei cerimonial sobre questões de adoração, alimentos puros e impuros e dízimos. Além disso, são abordadas or148


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denanças civis, bem como várias leis sobre matrimónio, paternidade e filhos desobedientes. É também em Deuteronómio 8 que Moisés lembra aos filhos de Israel as misericórdias de Deus para com eles no passado. Diz-lhes ele: “Porque o Senhor, teu Deus, te mete numa boa terra, terra de ribeiros de água, … terra de trigo e cevada, e de videiras, e figueiras…, terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela…. Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás ao Senhor, teu Deus, pela boa terra que te deu” (vs. 7-10). Repare cuidadosamente na firme admoestação que se segue: “Guarda-te para que te não esqueças do Senhor, teu Deus, não guardando os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos, que hoje te ordeno. Para que, porventura, havendo tu comido e estando farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, e se tiverem aumentado as tuas vacas e as tuas ovelhas, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, se não eleve o teu coração e te esqueças do Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão…. E não digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza do meu braço, me adquiriu este poder. Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires poder; para confirmar o seu concerto, que jurou aos teus pais; como se vê neste dia” (vs. 11-18). O valor destas palavras não é apenas o de lembrar aos filhos de Israel a sua dívida para com Deus por todas as coisas, mas o grande alcance da importância destas palavras é significativo para o nosso tempo histórico e também para a nossa experiência de vida. Jesus fez-Se eco das palavras de Moisés a respeito das posses. De facto, Ele falou de riqueza, dinheiro e posses mais do que de qualquer outro tópico. Fê-lo em ligação com a vida de todos os dias, referindo o dinheiro despendido no mercado e pela família. Porquê? Parece que a admoestação de Moisés foi esquecida. Este mesmo risco existe hoje quando, no nosso esquecimento de Deus como Doador, atribuímos ao dinheiro um poder quase divino, que nos faz pensar que nós somos autónomos e que controlamos as coisas. Pense Nisto: O dinheiro encontra-se no círculo de coisas que podem ser adoradas. Porém, de acordo com Moisés, por que razão Deus concedeu ao Seu povo o poder de adquirir riqueza? Qual é a relação entre falhar na guarda dos mandamentos e adorar o dinheiro? Até que ponto a obediência à Lei é uma salvaguarda contra o culto a mamon? II. Fé e Confiança Em muitos países, hoje em dia, os mitos culturais abundam no que respeita a riqueza e as posses materiais. Estes mitos transmitem a mensagem de que as coisas trazem felicidade e que ter um pouco mais de dinheiro é a resposta. Contudo, a verdade bíblica declara que a bondade da vida não se reflete na 149


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abundância das posses que alguém tem e que aquele que ama o dinheiro nunca terá o suficiente. Esta verdade leva-nos ao âmago da vida cristã prática a respeito de fé e confiança. Em que depositam normalmente as pessoas a sua fé quando têm de tomar decisões sobre como vão ganhar, dar ou gastar dinheiro? A resposta cultural a esta pergunta é: na sua própria capacidade, no seu trabalho, casa, seguro, investimentos, pensões, filhos, educação e posses. Em quem é que a Bíblia diz que devemos depor a nossa confiança? A resposta é: em DEUS. Por conseguinte, um estilo de vida cristão será aquele que é vivido com valores para lá do consumismo. Um estilo que terá por base a fé e também será generoso no dar. Pense Nisto: Quais são os princípios bíblicos que devem moldar as nossas atitudes e práticas no que concerne o uso do dinheiro? Qual é, segundo a Bíblia, a verdadeira fonte de felicidade? Por que razão a fonte de verdadeira alegria não se pode encontrar nas coisas materiais? III. Dízimos e Ofertas A devolução do dízimo e a dádiva de ofertas é um poderoso antídoto para o perigo de esquecer Deus e sucumbir à pressão da cultura e dos seus mitos sobre as posses e o dinheiro. Pela devolução fiel e regular do dízimo, participamos no ato de adoração que posiciona Deus no Seu devido lugar, que é ser o primeiro na nossa vida e em todas as ocupações dos nossos dias. Fé e Finanças: Planeamento Financeiro com um Fator de Fé, um material do Departamento de Mordomia da Divisão Norte Americana, afirma: “Ao entregarmos o dízimo, colocamos Deus em primeiro lugar. Reconhecemos que Ele é o Dono de tudo o que temos nas nossas mãos. Admitimos que somos mordomos – gestores” (página 36). Este material muito útil também apresenta “Simples Passos para um Jubiloso Devolver do Dízimo”. Esses passos, em forma abreviada e adaptada, são como se segue, (pp. 36, 37): Passo 1: Aceitar o nosso relacionamento com Deus. Em primeiro lugar, devemos reconhecer que a verdadeira adoração só pode brotar de um coração sintonizado com Deus, por isso, o primeiro passo é aceitar o nosso relacionamento com Deus. Passo 2: Aceitar Deus como Criador. Como Criador, Ele provê a todas as nossas necessidades. Reconhecemos esta verdade no ato de O adorarmos, colocando-O em primeiro lugar na devolução do nosso dízimo. Buscando primeiro o Seu reino e a Sua justiça, escolhemos viver uma nova vida. Desta maneira, a devolução do dízimo é um meio que nos ajuda a mudar as nossas prioridades. Passo 3: Abdicar da ideia de que somos proprietários e aceitar que Ele o é. Adoramos Deus com o nosso dízimo para nos lembrar que tudo Lhe pertence 150


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e que precisamos da Sua ajuda para gerir os 100 por cento para Sua honra e glória. Desta maneira, aceitamos a nossa responsabilidade na supervisão cuidadosa de todas as dádivas que Ele colocou sob o nosso cuidado. Passo 4: Reconhecer o cuidado de Deus e a Sua orientação e amor. O dízimo que devolvemos a Deus lembra-nos que Ele Se preocupa connosco – que Ele está intimamente envolvido em todos os pormenores da nossa vida e que, antes de devolvermos o dízimo, já Ele providenciou para todas as nossas necessidades diárias. Passo 5: Aceitar que devemos ser santos para Deus. Porque Ele é o Dono e nós Lhe pertencemos, Ele torna-nos santos – e separa-nos totalmente para o uso especial que Ele pretende. Na devolução do dízimo, reconhecemos que somos completamente Seus, e que todas as partes da nossa vida Lhe pertencem. Assim sendo, o nosso dízimo torna-se numa confissão de que também nós estamos “postos aparte” para Deus. Passo 6: Reconsagrar a nossa vida a Deus. Quando aceitamos o dízimo como santo, como algo que pertence a Deus, reconhecemos a bênção que é o lidarmos com aquilo que é santo. Para fazermos isto bem feito, devemos trazer-Lhe o nosso dízimo no contexto da nossa comunhão diária com Deus. A devolução do dízimo torna-se, então, numa oportunidade para completa reconsagração da nossa vida a Deus. Pense Nisto: De que modo a devolução do dízimo nos proporciona um meio de adorar Deus? De que forma isso nos ajuda a colocar Deus em primeiro lugar na nossa vida, em todos os aspetos? De que modo a devolução do dízimo é um reconhecimento tangível do nosso admirável relacionamento com Ele? 3.º PASSO – PRATICAR! Só para o Moderador: Por favor divida os membros da classe em pequenos grupos (de três a cinco em cada grupo, se possível) e peça-lhes que debatam as seguintes questões. Reúna-os de novo e convide-os a falarem das respetivas respostas. Atividade: Como Criador de todas as coisas, Deus nunca transferiu para as pessoas o Seu direito de propriedade da Sua criação. Quando aceitamos esta verdade, então cada despesa que decidimos fazer torna-se uma decisão espiritual. A questão pertinente, então, não é “Senhor, que queres que eu faça com o meu dinheiro?” mas, sim, “Senhor, que queres que eu faça com o Teu dinheiro?” Como é que podemos constantemente lembrar-nos e tomar consciência do direito de propriedade que Deus tem? Como é que se pode ir além do reconhecimento intelectual do direito de propriedade de Deus e transferir essa informação para o nosso coração e atos de todos os dias? Além da devolução dos dízimos e da dádiva de ofertas, que mais e onde mais posso eu partilhar, em termos das dádivas que Deus me faz a mim? 151


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4.º PASSO – APLICAR! Só para o Moderador: Forneça papel ou cartolina, 12 x 8 centímetros, e utensílios de escrita, se houver materiais disponíveis. Em alternativa, este exercício pode ser realizado sem esses materiais, debatendo simplesmente a resposta à pergunta da atividade. Divida a classe em pequenos grupos (três a cinco pessoas, se possível). Peça aos membros dos grupos que trabalhem em conjunto nesta atividade e, quando terminarem, convide cada pequeno grupo a partilhar a conclusão com a classe. Atividade: Em cada pequeno grupo, criem e escrevam o epitáfio de um fiel mordomo. O que é que se poderá dizer? Pensamento Final: Os epitáfios tendem frequentemente a dar louvores em exagero ou em dá-los de forma reduzida. Parte do problema dos epitáfios é a sua brevidade – são breves por necessidade. Afinal, uma pedra tumular tem um espaço muito limitado sobre o qual inscrever muito mais do que o nome e as datas de nascimento e morte da pessoa falecida. O outro problema é a tendência para sentimentalizar as qualidades do morto – dourar o pior dos pecadores com qualidades de santidade que ele provavelmente nunca teve, num esforço para apagar recordações dolorosas ou deceções que essa pessoa possa ter causado em vida. Seja qual for o caso, um epitáfio nem sempre apresenta a ideia mais correta do caráter da pessoa falecida. À luz destes pensamentos, analisem o epitáfio que escreveram. Como é que podem fazer para garantir que não é exagerado nem demasiado resumido? Ou, para o dizer doutra maneira, como é que os princípios que estudaram durante esta semana podem ajudar esta verdade a ser vivida na vossa vida atual – e não ser uma mera inscrição empolada num bloco de mármore ou granito, para alguém que está metro e meio abaixo dele?

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