LITERATURA Colportores testemunham sobre como adaptaram sua abordagem no contexto da pandemia
MILAGRES DE PORTA EM PORTA
Culto on-line celebra os 20 anos do projeto Sonhando Alto e os resultados da campanha de inverno MÁRCIO BASSO GOMES
e hoje o programa Sonhando Alto celebra duas décadas de existência, viabilizando o estudo de 12 mil universitários sul-americanos a cada ano, o começo dessa história foi modesto e difícil. Há exatos 20 anos, o pastor Adilson Rodrigues de Morais foi desafiado a pensar num programa que atraísse mais estudantes para o ministério da colportagem. Na época, ele era diretor do Ministério de Publicações da sede adventista para o Sul do Paraná (atual Associação Central Paranaense). “Havia potencial nos jovens e na região, mas não tínhamos nenhum projeto”, relembra o pastor Almir Marroni, hoje líder mundial do Ministério de Publicações, que naquela oportunidade era diretor de Publicações da União Sul-Brasileira e conselheiro de Morais. O pastor Adilson Morais estruturou um projeto que teria algumas novidades: (1) os jovens seriam recrutados diretamente nas igrejas locais, e não nos campi universitários; (2) os pré-universitários trabalhariam por um período maior que o das férias; e (3) aqueles que conseguissem o valor do semestre teriam o
Foto: IDeC
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R e v i s t a A d ve n t i s t a // Outubro 2020
desconto de 35% no primeiro período da faculdade. Por sua vez, o nome do projeto foi inspirado no livro Sonhe Alto (CPB, 1999), a autobiografia do neurocirurgião norte-americano Ben Carson. Com uma equipe de 16 pessoas, os colportores começaram a trabalhar em outubro de 2000. Daquele grupo, 14 jovens conseguiram ingressar em 2001 no Unasp. No total, eles venderam 260 mil reais em livros, um marco na época. Em pouco tempo, a experiência foi replicada no Rio Grande do Sul, depois em todo o país e no exterior. Em 2002, Adilson Morais foi trabalhar no Chile e consolidou ali o projeto Sueña en Grande, que havia sido lançado no ano anterior pelo pastor João Vicente, atual gerente de Vendas da CPB. Equador, Bolívia, Peru e Argentina também adotaram o programa e hoje ele está implementado no México (En Busca de um Sueño), Tanzânia (Think Big Project) e Filipinas (Dreaming High). “Como qualquer área de vendas, o grande desafio é saber como a pandemia vai impactar as pessoas nos aspectos econômico e social. Porém, precisamos continuar construindo pontes, pessoais ou virtuais, porque o projeto Sonhando Alto deve continuar até quando Deus permitir. Nós temos o porquê trabalhar e Ele provê o como”, garantiu o pastor Marroni. “Estas férias foram diferenciadas pela questão da pandemia. Houve temor e incertezas, pois a colportagem requer contato pessoal. Mas, com todos os cuidados com a saúde e o auxílio de uma plataforma digital, os colportores colheram grandes resultados. Colportagem é a gente ver milagres de perto”, resume o pastor Paulo Pinheiro, diretor do Idec (Instituto de Desenvolvimento do Estudante Colportor) do Unasp. Milagres foram contados no culto de gratidão do Idec Brasil, transmitido no dia 11 de setembro pelo canal do YouTube do Unasp, campus Engenheiro Coelho. Entre as histórias, está a de Luiz Carlos Neto, que deixou a gerência de um restaurante para colportar e cursar Teologia. Ele começou a trabalhar em 12 de junho no Rio Grande do Sul e, após um mês de vendas, contraiu Covid-19. Também foi nesse período que seu filho nasceu. “Parecia que eu não ia conseguir, mas Deus me abençoou e vendi 60 mil reais em livros. Essa foi uma das maiores experiências que já tive com o Senhor”, testemunhou Luiz Neto. Assim como ele, 500 estudantes do Unasp saíram para colportar nas últimas férias de inverno, e a maior parte conseguiu retornar com dinheiro para continuar os estudos. ] MÁRCIO BASSO GOMES é jornalista
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