AW Português - Julho 2017

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Revista Internacional da Igreja Adventista do SĂŠtimo Dia

Ju l h o 2 01 7

das


Julho 2017

A R T I G O

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D E

C A P A

O passado de Deus é o nosso presente

Markus Kutzschbach

A história de Deus é vivida pela humanidade

10 Conexões transformadoras

Michael W. Campbell

14 Quem sou eu? C R E N Ç A S

René Franchiger e Chantal J. Klingbeil

Gerald A. Klingbeil

Fomos criados para a comunidade V I D A

A D V E N T I S T A

à terra da esperança

Renato Stencel

24 Lembre-se dos atos poderosos de Deus

F U N D A M E N T A I S

26 Reflexos de Jesus

23 De Continente negligenciado

Anne Wordworth

John Skrzypaszek

22 Começo humilde

M U N D I A L

Talvez nunca saibamos como Deus dirige, mas Ele está no controle

20 Um patrimônio vivo

Gerald A. Klingbeil entrevista Lisa Beardsley-Hardy e Geoffrey Mbwana

Michael Sokupa

18 O que Deus fez na Ásia

Permanecendo unidos na diversidade cultural

V I S Ã O

17 De norte a sul

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C O N V E R S A N D O

Michael Chesanek

Quando esteve na Terra, Jesus atraía as pessoas, e ainda atrai

Merlin D. Burt

SEÇÕES 3 W O R L D

REPORT

3 Notícias breves

12 S A Ú D E Sucos

NO

MUNDO

ESPÍRITO 13 DE

PROFECIA

Nossa herança divina

RESPOSTAS 28

PERGUNTAS

A BÍBLICAS

O homem do pecado

www.adventistworld.org On-line: disponível em 12 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. v. 13, nº- 7, Julho de 2017.

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Adventist World | Julho 2017

29 E S T U D O B Í B L I C O Superando os tempos difíceis 30

TROCA

DE

IDEIAS


O chamado das histórias

NOTÍCIAS DO MUNDO

Resumo do Concílio de Primavera

Equipe da Adventist World

da Associação Geral

Comissão Executiva se reúne para analisar decisões gerais

H A R D I N G E / A N N

Durante Concílio da Primavera, tesoureiro mostra a virada no patrimônio líquido da igreja durante 2016 e 2017.

B R E N T

“Conta uma história!” Esse é um dos primeiros pedidos que nossos lábios infantis aprendem a fazer. No momento em que temos o alimento suficiente e braços que nos confortam, queremos histórias – muitas delas – no mínimo até adormecermos ou nossa mente fervilhar com lugares em que nunca estivemos e com pessoas a quem, talvez, jamais conheçamos. Da infância à velhice aprendemos sobre nosso mundo, família e nossa religião pelo método simples, porém profundo, das histórias. As histórias também são o meio de extrairmos a informação de tudo o que aconteceu antes de nós, a maneira de o passado ter sentido. Descobrimos nossa identidade por meio das histórias da família, contadas ao redor da mesa às refeições: criamos laços com parentes e personagens do passado – inclusive com os personagens bíblicos – que formam aquela “nuvem de testemunhas”, que a Bíblia nos apresenta. Aprendemos a ser corajosos como Daniel e Ester; a nos arrepender como Davi e Maria Madalena; a viver na graça como o apóstolo Paulo. As histórias verdadeiras são a maneira de transformarmos milhares de dados em um conto que se move e brilha, e faz com que o coração de outra geração bata um pouco mais rapidamente... Mas, todas as vezes que abrimos um livro do passado, enfrentamos, cara a cara, experiências tanto inspiradoras como sérias. Vemos, outra vez, a face de quem amamos como também daqueles que tornaram nossa história miserável. Lembramo-nos das vezes em que Deus nos deu a vitória em nosso trabalho, e como Ele nos fez compreender a tolice que é confiar em nós mesmos. O movimento mundial dos adventistas do sétimo dia tem centenas, pode-se dizer milhares de histórias verdadeiras que fortalecem a fé e merecem, ou mesmo exigem, que sejam contadas mais amplamente. Esta edição da Adventist World foi planejada para contar algumas delas, mostrar a você os lugares em que aconteceram e destacar homens e mulheres notáveis que ousaram, sonharam e se sacrificaram pelo evangelho. Leia, inspire-se, e então conte!

A

Comissão Executiva da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia reúne-se duas vezes ao ano para discutir assuntos importantes, analisar os relatórios dos departamentais, e votar várias propostas e iniciativas. O Concílio da Primavera, como é denominada a primeira dessas reuniões, foi realizada nos dias 11 e 12 de abril de 2017, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos. A história completa de cada item está disponível, online, nos links após cada história. Obra de Deus se recupera financeiramente, diz tesoureiro da igreja mundial

Juan Prestol-Puesán, tesoureiro da Associação Geral, disse que a recuperação financeira ocorrida na sede mundial da igreja, em 2016, não é nada menos do que a intervenção de Deus. A Associação Geral, que terminou 2015 com um decréscimo de 20 milhões de dólares em patrimônio líquido, está de volta à tona ao se equilibrar e terminar 2016 com um superávit de um milhão. A recuperação de 21 milhões, disse o Pr. Prestol, “testifica que Deus responde às orações.” O tesoureiro reconheceu que algumas mudanças na política mundial e arena econômica ajudaram o relatório de 2016 a revelar um resultado mais positivo. Ele mencionou vários elementos específicos: a queda do mercado, nos EUA, esperada para após corrida eleitoral, não aconteceu, e, pela primeira vez, o total de dízimos brutos na Divisão Norte-Americana alcançou a marca de um milhão. Prestol-Puesán também enfatizou que a Associação Geral enfrentará desafios financeiros no futuro, em parte devido ao declínio do dízimo. Segundo as Diretrizes de Trabalho da Associação Geral (V 09 05 2d), a

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NOTÍCIAS DO MUNDO

Comissão Executiva vota declaração sobre transgenerismo

Os membros da Comissão Executiva da Igreja Adventista do Sétimo Dia votaram aceitar a declaração sobre transgenerismo. Embora a declaração reconheça “limitação de nosso conhecimento em casos específicos”, o documento de 1.400 palavras delimita a definição de termos-chave comumente usados quando se refere ao tópico, e revisa os princípios bíblicos relacionados à sexualidade e ao que chama de “fenômeno transgênero.” A seção sobre os princípios bíblicos tem por base a crença de que “as Escrituras oferecem princípios e conselhos para orientar as pessoas transgêneras e também a igreja, que é superior às convenções e culturas humanas.” Finalmente, conclui com conselhos para os líderes e membros da igreja que lidam com visitantes e membros tansgêneros em sua congregação local. A declaração explica que “devido às tendências contemporâneas de rejeitar o binário sexual bíblico (macho e fêmea) e substituí-lo por um espectro crescente de tipos de gênero, certas escolhas impulsionadas pela condição de transgênero tornou-se normal e aceito na cultura contemporânea. “Essas tendências, declara o documento, apresentam problemas para as pessoas que creem na Bíblia, pois “o desejo de mudar ou viver

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H A R D I N G E / A N N

Artur Stele, vice presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, apresenta a Declaração sobre Transgenerismo durante Concílio da Primavera, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.

B R E N T

região da igreja na Divisão Norte Americana (NAD) que, em 2016, contribuiu com 6,85% dos dízimos para a operação da AG, contribuirá com 6,60% neste ano e 6,35% em 2018. Em 2019, a Divisão transferirá 6,10% do seu dízimo e, a partir de 2020, contribuirá com 5,85%, deixando mais disponibilidade de recursos para a missão em seu território. Leia a história completa na página goo.gl/1TS8LB.

como uma pessoa de outro sexo pode resultar em escolhas de estilo de vida biblicamente inadequadas.” Artur Stele, vice-presidente da Associação Geral e presidente da comissão que supervisionou o processo de preparação do documento, observou: “Muitos grupos e comissões se envolveram oferecendo informação e conselho”. O Instituto de Pesquisa Bíblica (BRI), grande colaborador para o documento, “buscou conselhos, visões e a opinião dos teólogos, especialistas médicos e psicólogos de dentro e de fora da igreja”, disse ele. O principal objetivo da comissão “foi oferecer uma abordagem bíblica cristã”, disse ele. “Esse assunto é como um alvo em movimento”, explica o Dr. Peter Landless, diretor do Ministério da Saúde na Associação Geral, “com explicações, compreensões e ideias que variam todos os dias nas reportagens científicas e na imprensa popular. “Precisamos nos lembrar, o tempo todo, de que, em todas as situações, estamos lidando com pessoas. Cristo é nosso exemplo, e nos mostrou como nos relacionar e manter a preciosa missão com as pessoas, acima de tudo, em nossa maneira de pensar e em nossas ações. Tudo o que fazemos ou dizemos deve ser envolvido com o amor e compaixão de Cristo, em qualquer situação”, concluiu Landless.

Leia a história completa e declaração votada na página goo.gl/c7zZgm. Adotada nova identidade visual global

A Igreja Adventista do Sétimo Dia está presente em mais de 200 países e territórios em todo o mundo, com mais de 900 idiomas, tornando quase impossível criar uma identidade visual coesa, algo que os administradores e líderes da igreja esperam mudar. O novo sistema de identidade, que usa a nova fonte Advent Sans, é funcional e consistente em todos os idiomas de onde a igreja está presente. Como a Igreja Adventista representa uma miríade de culturas e estilos de design, a recomendação de uma cor universal, ou até sistemas de cor regionalmente apropriado, foi considerado ineficaz e financeiramente proibitivo. Isso significa que os artistas e líderes das igrejas locais poderão escolher o design mais funcional em sua região. “Queremos que essa nova arte incorpore especificamente nossas crenças”, diz Williams Costa Jr., diretor de Comunicação para a Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial. “Esse novo design reflete a importância da criação e do sábado do sétimo dia para os adventistas.” Leia a história completa e link para a página da identidade visual, na página goo.gl/Wgi5ho. n


Marcos Paseggi, correspondente sênior, Adventist World

Votada atualização do documento sobre

ética pastoral

Nova versão inclui seção sobre segurança infantil e verificação de antecedentes

A

Comissão Internacional de Ensino Ministerial e Teológico (IBMTE) votou aceitar os ajustes realizados no documento sobre ética pastoral, pela assembleia reunida na sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos, em 4 de abril de 2017. A ação votada concluiu um processo de investigação profunda que envolveu discussão extensa e consultas a vários departamentos e regiões da igreja, por dois anos. O documento sobre ética pastoral é um apêndice do Manual do IBMTE, que é um documento mais amplo do seu capítulo “Declaração Denominacional do Processo de Endosso.” O Manual aborda o processo, curriculum e resultados da formação pastoral, visto que o endosso diz respeito aos que ensinam religião e teologia. “(O endosso) é o meio pelo qual os que lecionam para pastores afirmam e confessam sua religião”, disse Benjamin Schoun, quem presidiu o processo de revisão do Manual e é ex-mesário da IBMTE. Geoffrey Mbwana, que agora preside a IBMTE, explicou que o Manual é um documento dinâmico “pois as realidades mudam com o tempo.” Lisa Beardsley-Hardy, diretora do Ministério de Educação para a igreja mundial, explica que o objetivo da

comissão foi “ouvir as necessidades do campo e ser responsiva, adaptando-se a elas.” Ela disse que o processo envolveu “a revisão do Manual, página a página [...] para nos certificar de que o que está sendo feito na formação dos pastores é concordante com as necessidades da missão, em todo o mundo.” Ajustes no Código de Ética Pastoral

Embora a primeira versão do Código de Ética Pastoral tenha sido recomendada pela Associação Ministerial, em 1992, toda vez que uma nova edição é preparada, são feitos ajustes ao texto, disse Anthony Kent, secretário associado da Associação Ministerial na Associação Geral, e responsável pela elaboração e redação do documento. “O Código de Ética foi aprimorado e expandido em várias ocasiões, principalmente em 1997 com a publicação do Manual do Pastor Adventista do Sétimo Dia, e em 2009, quando foi revisado”, disse ele. A versão votada pela IBMTE, em 4 de abril, tenta abrir espaço para as diferenças de procedimentos regionais na prática pastoral e ministerial, enquanto defende um sistema unificado de princípios éticos. A comissão se esforçou, particularmente, no Código de Ética Pastoral, para que a linguagem ficasse mais clara. Por exemplo, a frase “Dedicar tempo e atenção integrais ao

ministério como minha única vocação” foi alterada para “Cumprir as diretrizes empregatícias da minha organização empregadora.” Algumas declarações do documento ficaram mais compreensivas do que antes. “Relacionar-me apropriadamente com as pessoas do sexo oposto” se tornou: “Relacionar-me apropriadamente com todos os que eu encontrar.” No entanto, as mudanças mais expressivas do texto aconteceram na seção “Ética e a Lei” do documento, com uma subseção completamente nova, intitulada “Segurança Infantil”. O parágrafo sobre “Segurança Infantil” lembra a todos que “em muitos países, há o requerimento legal para os que trabalham com crianças, [...] obter fiscalização policial ou licença equivalente de uma entidade governamental.” Assim, os pastores que ministram em tais países são lembrados de que “devem obter a autorização legal para ministrar às crianças.” “Precisamos ter declarações claras sobre quais são nossas expectativas para proteção das crianças”, disse Beardsley-Hardy. As subseções “Instalações Físicas” e “Supervisão” tentam usar um vocabulário que torna prioridade o bem-estar físico e emocional de todos os envolvidos nas atividades da igreja. Ao mesmo tempo, eles se esforçam para proteger a igreja da responsabilidade legal. Finalmente, a versão atualizada da subseção dos “Antecedentes dos Funcionários” lembra que “uma forma de evitar problemas com funcionários ou voluntários é estar ciente dos seus antecedentes.” Um cuidadoso processo de seleção pode ajudar a “evitar problemas com pessoas impróprias para o trabalho.” “Pastores professores de teologia devem manter os altos padrões éticos, e o documento atualizado clarifica as expectativas éticas de como devem se portar”, disse Beardsley-Hardy.

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NOTÍCIAS DO MUNDO Uma palavra sobre o processo

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Equipe da Adventist World

Ministério da Adventist Review

nome a novo

d iretor de comunicação e editor de notícias

Costin Jordache supervisionará a comunicação do ministério e a operação das notícias

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significativamente expandida, pois a ARMies – revista de 168 anos é a publicação religiosa mais antiga da América do Norte – avança como publicação de mídia multiplataforma. A expansão do papel de diretor de comunicação inclui o desenvolvimento de estratégias e parcerias com outras entidades de comunicação da igreja, em todo o mundo. O objetivo definido é “aumentar a exposição, efetividade e alcance missionário” das publicações do

H A R D I N G E

Ministério da Adventist Review (ARMies) recentemente recebeu o novo diretor de comunicação e editor de notícias. Costin Jordache, que previamente atuava como vice-presidente de comunicação para a Associação Central da Califórnia, foi nomeado em substituição de Andrew McChesney, que assumiu o cargo de editor na Missão Adventista. No entanto, a nova função de Jordach, como editor de notícia, foi

B R E N T

O processo de atualização do Manual e documentos associados à formação pastoral e ministerial teve início em 2015, quando a força tarefa da revisão do Manual da IBMTE se reuniu na Universidade Andrews para a primeira discussão, em julho de 2015. Reuniões subsequentes nas Filipinas, Austrália e Quênia, montaram o documento, passo a passo, à medida que as sugestões eram incorporadas. Uma sessão de diálogo foi realizada em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos, em novembro de 2015, nas reuniões anuais da Sociedade Adventista para Estudos Religiosos e da Sociedade Teológica Adventista. “A força tarefa [da revisão do Manual da IBMTE] tinha representantes por especialidades, níveis administrativos da igreja, por região, pelas principais áreas do ministério”, disse Mbwana, ao enfatizar que a Comissão Internacional de Educação Ministerial e Teológica trabalhou “muito intencionalmente” para nomear os membros da força tarefa com a maior variedade de origem, possível. “Tivemos homens e mulheres representando a educação teológica, ministério pastoral e os que servem na capelania”, disse Beardsley-Hardy. Mbwana disse que acredita que esse processo, embora meticuloso, seja essencial. “A maneira de a Igreja Adventista do Sétimo Dia realizar seu trabalho é por meio de comissões”, disse ele. “Não elegemos nem nomeamos um rei que depois faz todos os pronunciamentos. Trabalhamos por meio de comissões.” Kent também enfatizou a natureza consultiva do processo. “A Associação Ministerial da Associação Geral recebeu comentários dos pastores, administradores da igreja e do Escritório do Conselho Geral (OGC), como também da Gestão Adventista de Riscos (ARM). Esse foi um processo completo”, disse ele. n

Costin Jordache, novo diretor de comunicação e editor de notícias para o Ministério Adventist Review, com Bill Knott, editor chefe.


C E N T R O

Ministério da Adventist Review “como ministérios e organizações de publicação, televisão, rádio, Internet, mídia social e produções de vídeo. ” “O velho adágio diz: ‘Não faça planos pequenos’; e Costin não faz planos pequenos”, diz Bill Knott, editor executivo das revistas Adventist Review e Adventist World. “A diferença fundamental entre sua visão e a de tantos outros é que ele também tem a habilidade de gestão e a determinação para tornar esses planos em realidade.” Jordache também será o porta-voz oficial para o Ministério Adventist Review, interagindo com os meios de comunicação tanto internos como externos. Diz Jordache: “Todos temos no coração a luta por uma cultura em que as notícias e desenvolvimentos de cada parte do mundo estejam disponíveis para um público global de forma consistente e em tempo oportuno.” Jordache planeja enfatizar a intercessão dos eventos de notícias da Igreja Adventista global, bem como o desenvolvimento das tendências, conversações e iniciativas. Seus planos incluem sublinhar “a contribuição da igreja para as comunidades nas quais existe, e seu desejo de fazer parceria com as comunidades para melhorar as condições de vida, saúde e acesso a serviços.” Knott acredita que Jordache, que é pastor e profissional de comunicação, com bacharelado em teologia pela Universidade Adventista Southwestern, e mestrado em rádio, televisão e filmes pela Universidade do Texas e um M.B.A. pela Universidade do Estado da Califórnia, seja excepcionalmente qualificado para o cargo de expansão da ARMies. Jordache é casado com Leah, que é pastora e são pais de dois meninos: Roman e Lance. Leia artigo completo na página goo. gl/kpzdN1. n

D E

M Í D I A

D A

P R E S I D Ê N C I A

Um grupo de aproximadamente cem mulheres se reuniu com o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, em sua residência, no dia 30 de março de 2017. O presidente elogiou o trabalho social e educacional da Igreja Adventista e prometeu apoiar as atividades de impacto social realizadas pelas mulheres.

Marcos Paseggi, correspondente sênior, Adventist World

Presidente de Uganda:

“Trabalha para erradicar a pobreza” Líder elogia mulheres adventistas por seu impacto no país

O

Presidente Yoweri Museveni, de Uganda, chamou as mulheres adventistas do sétimo dia para ajudar a erradicar a pobreza das famílias. “Trabalhem duro e certifiquem-se de que erradicaram a pobreza”, disse o presidente a uma delegação de cem pessoas da subregião de Busoga, Uganda, que o visitou no palácio do governo, em Entebble, dia 30 de março de 2017. O governo está apoiando os seus e outros esforços ugandeses por meio do Programa de Criação de Riqueza Operacional. Segundo comunicado oficial do Gabinete do Presidente, Museveni elogiou as mulheres por seus esforços e percebeu que ele aprecia que os adventistas não falam, apenas, mas agem. “Vocês são uma comunidade que mantém a disciplina”, disse ele. No passado, Museveni foi beneficiado pela Educação Adventista. “Recebi minha educação infantil na Escola Adventista do Sétimo Dia perto da minha casa”, disse. Ele destacou que, ao longo dos anos, a igreja tem ajudado muitos jovens que se esforçam para estudar. Museveni também disse que sua ad-

ministração está interessada em métodos de agricultura modernos, e assegurou à delegação que o governo ajudará a oferecer equipamento de irrigação para os que necessitam e não podem comprar. Mary Namuluma Kyebambe, líder da delegação de mulheres adventistas de Busoga, agradeceu ao presidente por apoiar todos os ugandenses, independentemente da religião ou da tribo a que pertençam. “Eu o saúdo por ter eliminado o sectarismo no país”, disse ela, ao garantir que ele podia contar com o apoio delas. Museveni se comprometeu a doar para as economias da Sociedade de Cooperativa e Crédito das mulheres adventistas do sétimo dia de Busoga (SACCO), organização sob a qual esse grupo de mulheres oferece vários serviços para sua comunidade. Segundo o gabinete do presidente, Museveni também prometeu oferecer a eles um caminhão para facilitar a operação. “Muito obrigado pela Operação do Programa de Criação de Riqueza”, disse Kyebambe. “E muito obrigado a todos por seus esforços pelo desenvolvimento nacional.” n

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C O N V E R S A N D O

Permanecendo unidos na diversidade cultural Uma visão interna do trabalho da IBMTE

Gerald Klingbeil

Gerald Klingbeil, editor associado da Adventist World conversou recentemente com Geoffrey Mbwana, vice-presidente da Associação Geral e presidente do International Board of Ministerial and Theological Education (IBMTE) [Conselho Internacional de Educação Ministerial e Teológica], e com Lisa Beardsley-Hardy, diretora do Departamento de Educação da Associação Geral e secretária do IBMTE, para falar sobre o processo no desenvolvimento do Endosso Denominacional para professores do ensino religioso, teológico e ministerial. Qual é a função do Conselho Internacional de Educação Ministerial e Teológica (IBMTE)? LB-H: O IBMTE é um conselho pelo qual o Departamento de Educação e a Associação Ministerial trabalham de mãos dadas no preparo dos pastores. GM: Isso inclui promover uma unidade teológica dinâmica na igreja mundial, além de direcionar o foco na missão e mensagem adventista do sétimo dia. Envolve, também, o apoio espiritual e desenvolvimento profissional do corpo docente que participa dos cursos de formação ministerial, promovendo excelência profissional no ensino e prática ministerial, nutrindo forte colaboração entre os líderes da igreja, instituições educacionais e professores engajados na instrução dos pastores. Por que a unidade é tão essencial? LB-H: Por que somos uma igreja mundial e multicultural. Não somos uma igreja nacional. Abrangemos o mundo inteiro, e muitos lugares têm necessidades diferentes. Ter uma entidade como o IBMTE nos permite ouvir as necessidades do campo, ser responsivos e nos

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adaptarmos a eles, razão pela qual, a partir de 2015, começamos o processo de revisar o manual do IBMTE, página por página, para estarmos certos de que nosso processo no preparo dos pastores esteja de acordo com as necessidades do campo em todo o mundo. Qual é a importância desse processo de endosso descrito no manual? LB-H: O endosso e o manual foram votados em nossas últimas reuniões (3 de outubro de 2016 e 5 de abril de 2017), mas parte do processo de endosso inclui componentes, sendo um deles a ética pastoral. O documento da ética foi revisado, página por página, para termos certeza de que estamos tratando de assuntos atuais. Por exemplo, há uma nova seção lidando com a segurança e a proteção da criança. Outro aspecto do comportamento sexual ético diz respeito à nossa maneira de lidar com os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. O que fazemos quando o pastor é mulher e não homem? Foi incluído na linguagem a neutralidade de sexo para refletir as realidades contemporâneas. GM: Isso não se refere apenas à ética,

mas a cada componente do manual. À medida que os tempos o mudam, podemos ver que esse documento é dinâmico que se refere a todo o processo de formação teológica ministerial. Voltamos, revisamos o manual e vemos o que realmente precisa ser atualizado, e o processo é global. O manual cobre muitas áreas diferentes, inclusive um curriculum apropriado e qualidades pessoais dos professores que instruirão os futuros pastores. O que vocês diriam aos que possam achar que esse documento invade a liberdade acadêmica? LB-H: Há limitação na liberdade em qualquer instituição acadêmica. Não se pode dizer que a lua é azul, insistir nessa ideia e ensinar isso à classe. Não se pode dizer abertamente coisas racistas e esperar que seja aceitável. Em qualquer instituição acadêmica há limites de liberdade. A função chave da docência é gerar novo conhecimento, mas posições que minam as crenças fundamentais da igreja precisam ser trazidas à atenção de toda a igreja por um processo de verificação e não ser introduzida em sala de aula, onde há um diferencial poderoso entre o professor e o aluno. Uma das expectativas do IBMTE para os professores é que ensinem de forma consistente com as crenças fundamentais da igreja e que usem métodos de estudo da Bíblia considerados aceitável pela denominação. Essas crenças e padrões F O T O S :

D AV I D

B

S H E R W I N


Geoffrey Mbwana

de estudo bíblico estão disponíveis ao público em documentos votados. GM: O documento não restringe o crescimento acadêmico do professor, mas expõe com clareza o que precisa ser passado para o aluno e como eles podem participar no crescimento acadêmico. Isso significa que toda a educação teológica adventista do sétimo dia no mundo todo – seja na Alemanha, Uganda ou Brasil – será a mesma? Há espaço para diferenças culturais? LB-H: Sim. De fato, temos a expectativa de que haverá adaptações. Se as pessoas estão trabalhando em uma região específica, precisam compreender e ser responsivos às necessidades no ministério naquela região. GM: Essa é uma comissão internacional, mas dentro das regiões, nas Divisões, há o BMTE – Conselho de Educação Teológica e Ministerial. Pelas diretrizes da Associação Geral, cada Divisão tem um BMTE. Eles podem dar outro nome, mas manter o mesmo objetivo. Esses BMTEs localizam o que vem do conselho internacional, e estão bem envolvidos em todo o processo de supervisionar o ensino teológico e ministerial de sua região. Aqui, temos conversado muito sobre o endosso do corpo docente. O processo em si, começa em cada instituição. Onde muito do trabalho é realizado e, então, comunicado ao BMTE, registramos no conselho

Lisa Beardsley-Hardy

internacional o que acontece nos outros níveis. Portanto, sim, o endosso é bem próximo de onde o ensino teológico e ministerial está acontecendo. Quando vocês pensam sobre o futuro da educação teológica adventista, talvez até uma educação adventista mais ampla, o que a unidade da igreja significa nesse contexto? LB-H: Essa é uma pergunta importante. Se alguém olha para quem são os membros do IBMTE, verá que trabalhamos muito para assegurar uma representação mais ampla por especialização, nível, região e pelas amplas áreas do ministério. Não elegemos nem nomeamos um rei que depois faz pronunciamentos. A Igreja Adventista do Sétimo Dia sempre trabalhou por meio de comissões. A unidade teológica pode ser adaptada à diversidade cultural, mas ainda procuramos trabalhar juntos. Pode haver tensão entre convicções de determinado professor, em uma instituição específica localizada em algum lugar do mundo e as necessidades mais amplas do corpo todo. Mas as Escrituras nos aconselham a nos submeter uns aos outros com amor. É isso que o IBMTE deseja fazer. O projeto nos reúne ao redor da mesa para descobrirmos como podemos trabalhar juntos. Perguntamos como podemos manter nossa identidade e a vitalidade de nossa missão ao prepararmos pastores para trabalhar em uma sociedade global tão diversa. Nem sempre é fácil e, sim,

temos discussões bem acaloradas. GM: Como um corpo global, temos uma missão a cumprir. Nesse sentido, gostaríamos de nos manter unidos nos princípios bíblicos sobre os quais concordamos. Queremos permanecer juntos nas áreas de interpretação bíblica. Buscamos isso juntos. Com base em nossos princípios, o que é mais aceitável? Uma vez que concordamos, procuramos um compromisso global à decisão devido à nossa identidade e a quem somos. No entanto, compreendemos que a expressão desses princípios recebidos da Bíblia, podem ser válidos em vários contextos. Mas, novamente, gostaríamos de permanecer juntos no processo, na nossa maneira de chegar às interpretações. LB-H: Ao final desse processo de dois anos completos que envolveram reuniões em locais geograficamente diferentes, refletimos realidades adventistas distintas. A cada membro da força de tarefa para o manual do IBMTE foi entregue uma zebra de madeira. Dissemos: “Que isso o lembre de que o trabalho do IBMTE é como uma zebra. É educação e ministério, educação e ministério, educação e ministério.” A beleza da zebra está em suas cores alternadas. O que seria da zebra sem suas listras? Assim, se nós da educação e ministério nos unirmos e trabalharmos juntos, realizaremos algo belo. É isso que o IBMTE está procurando fazer. n

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V I S Ã O

M U N D I A L

Durante as reuniões da Comissão Executiva da Associação Geral realizada na primavera e outono de cada ano (do hemisfério norte), sempre dedicamos um tempo especial para apresentações sobre “Quem somos, e Por que estamos aqui?” No último mês de abril, Anne Woodworth falou, e eu gostaria de compartilhar com você uma porção do seu lindo testemunho. Foram preservados elementos do estilo oral. Para ouvir o testemunho completo da Anne, acesse executivecommittee. adventist.org/2017/04/11/17smarchive/. Sua introdução começa à 1h50. – Pastor Ted N. C. Wilson é presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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ossa ideia sobre conexão está muitas vezes ligada à nossa presença na mídia social na Internet. No entanto, muito frequentemente, essas conexões são muito superficiais, e pode ser muito difícil acertar quando se trata de profundidade e da riqueza de nossos relacionamentos com os outros. Jesus nos lembra: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em Mim e Eu nele, esse dará muito fruto; pois sem Mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15:5). Portanto, até Jesus sentiu que era importante fazer as conexões corretas. Todos nós temos histórias de quando e como, pela primeira vez, Jesus Se conectou conosco, e nós com Ele. A seguir, está um pouco da minha. Pronta para morrer.

Em 1998, aos 33 anos, eu queria morrer. Se eu tivesse uma arma teria estourado minha cabeça. Se tivesse comprimidos, teria tomado todos e dormido para sempre. Mas eu não tinha. Saí de férias no final de semana de quatro de julho (feriado nacional nos Estados Unidos), pensando que iria me rejuvenescer. Meus pensamentos suicidas não tinham sentido. Eu havia conquistado tudo que o mundo disse que iria me fazer feliz. Completei meu curso universitário em Direito, era advogada licenciada e membro da Suprema Corte

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G E R D

A LT M A N N

onexões C transformadoras

Anne Woodworth

Quem somos? E por que estamos aqui?

dos Estados Unidos. Eu tinha casa, carro, um emprego maravilhoso como jornalista legal, em Washington, D.C. Tinha um círculo próximo de família e amigos. Tinha um noivo e dois gatos. Mesmo assim, me sentia sem esperança. Após trabalhar tão duro para conquistar meus objetivos, eles não me traziam felicidade nem satisfação; não preenchiam o “vazio da minha alma.” Quando voltava das férias com meu noivo, batemos de frente com um carro dirigido por um motorista bêbado. Nosso carro virou de ponta cabeça em frente a uma igrejinha, em Orange, Virgínia. Uma ambulância me levou rapidamente para o hospital. Imediatamente, o acidente colocou as coisas em perspectiva; quase morrer me fez querer viver. Um livro e uma oração.

Creio que o inimigo estava tentando me matar antes de eu me conectar com Jesus. Mas, como sempre faz, o Senhor usou esses planos maus para Seus propósitos gloriosos, para me levar para

mais perto dEle e de Sua graça salvadora. Eu sabia que precisava me conectar com o Senhor e que precisava da família de uma igreja para me ajudar. Mas eu não tinha a menor ideia para qual igreja deveria ir. Então fiz a seguinte oração: “Deus, por favor, me ajude a encontrar a família de uma igreja para que eu possa me conectar com o Senhor.” Passei semanas sobre uma cama, me recuperando. Certo dia, meu noivo trouxe para casa um livro que encontrou sobre uma pilha de lixo, quando seus funcionários limparam uma casa de 100 anos que seria reformada. Ele disse que se sentiu impressionado a levar o livro para mim, mesmo sem saber nada sobre ele, e mesmo não gostando de ler. Mas ele sabia que eu gostava. O livro era America in Prophecy (O Grande Conflito), de Ellen G. White, com edição dos anos 1970. O livro realmente me surpreendeu! Ele apresenta a história da restauração das verdades bíblicas, que foram perdidas ao longo do tempo, de uma forma lógica e bonita. Deus me mostrou pontos pelos


quais eu podia testar a nova igreja: o estado dos mortos e o sábado do sétimo dia. Eu sabia que a Igreja Adventista do Sétimo Dia era cristã, mas não sabia que se reunia aos sábados. Em minha busca por uma família da igreja, lancei mão de outro livro útil: as páginas amarelas. Rapidamente encontrei uma Igreja Adventista localizada a cinco minutos da minha casa, e fiz planos de visitá-la no sábado seguinte. Conexão com a igreja

Quando entrei na igreja, fui recebida com um abraço caloroso pela menor mulher que encontrei na vida. Sentei-me ao fundo e ouvi alguns dos meus hinos favoritos. Então, um pregador visitante falou sobre entregar nossas preocupações ao Senhor. Chorei silenciosamente e, então, vários membros se voltaram me olhando com curiosidade. Após o culto, corri por um corredor, envergonhada por ter chorado e acabei chegando a um armário de casacos. Outra doce senhora me seguiu e apenas deixou que eu chorasse. Quando me acalmei, ela me convidou para almoçar com alguns dos outros membros. Ao contar minha história sobre como decidi visitar a igreja, descrevi o livro. Várias pessoas sorriram e disseram: “Sim, nós conhecemos muito bem esse livro. Ele foi escrito há mais de 150 anos, por uma mulher que não concluiu o ensino fundamental. Ela foi uma das fundadoras desta igreja, e, cremos, profetisa dos dias modernos.” Fiquei muito surpresa com a conexão entre o livro e a Igreja Adventista. Pensei que havia sido escrito por algum doutor da Harvard ou estudioso em divindade, da década de 1970. Naquela noite estavam iniciando uma série evangelística sobre a verdade do sábado, assunto sobre o qual eu realmente queria aprender mais. O evento me levou a outro livro muito útil: a Bíblia. Conexão com Jesus e a carreira profissional

À medida que eu lia a Bíblia e os escritos inspirados de Ellen White para

iluminar essas verdades, comecei a me conectar com Jesus e a família da igreja. Entreguei meu coração a Jesus logo em seguida. Em 1999, após um ano de crescimento espiritual, fui batizada. Assisti à assembleia da Associação Geral em Toronto, Canadá, e, pela primeira vez, me senti conectada à igreja mundial. Fiquei encantada com a diversidade, a alegria e entusiasmo, o amor por Jesus revelado pelos membros. Fiz algumas conexões importantes ali, inclusive com vários funcionários da ADRA. Durante o período de um ano, conversei com líderes da ADRA para ver se poderia encontrar uma forma de ajudar algumas das pessoas mais vulneráveis e marginalizadas. Na semana em que me afiliei à agência, em 2002, a ADRA me enviou em uma viagem com um colega para “aprender o ofício”. Fui amarrada na seção de carga de um avião da UNICEF superlotado. Estávamos indo para o sul do Sudão durante a guerra civil. O bombardeio era violento. Eu era responsável pelas reuniões com agências americanas, representantes do governo interino e de dez organizações parceiras, para criar um projeto e competir por 50 milhões de dólares americanos de doação para educação básica em todo o sul do Sudão – tudo isso na zona de guerra! Morei por uma semana em uma cabana cheia de lama, coberta de sapé, sem água corrente, uma latrina e bem pouca comida. Mas a experiência me ajudou a me conectar com as pessoas de tal maneira que, até hoje, me inspira. Assim começou minha carreira como captadora de recursos e criadora de programas. Tenho feito isso para várias organizações, com cada vez mais notoriedade e em plataformas ainda maiores. Embora Deus tenha me guiado a “novos pastos” em meu trabalho, tenho permanecido conectada aos meus colegas da ADRA. Mais importante, nos últimos vinte anos, a minha vida com Jesus tem sido uma jornada selvagem e maravilhosa que eu não trocaria por nada!

Novas conexões

Quais são algumas das maneiras de fazer novas conexões? Como igreja, devemos ser mais criativos no acesso a locais em que provavelmente encontremos pessoas mais famintas por “algo”. Muitas vezes, ficamos presos ao nosso pequeno mundo da família e amigos. Mas isso não é suficiente para realmente colher a seara que espera por nós. Muitas vezes, é um evento doloroso na vida das pessoas que as lava a Cristo, em busca de ajuda e cura: um acidente de carro, morte de um ente querido, doença crônica, perda do emprego, alienação da família, violência doméstica, abuso sexual, solidão. A igreja deve estar pronta para ajudar as pessoas a se conectarem com Jesus nas conjunturas críticas da vida. É assim que somos; é para isso que estamos aqui. Devemos treinar e equipar os membros, mas o mais importante é inspirar e motivá-los a contar a história de como Jesus está trabalhando neles e ao redor deles. Exaltar Jesus e mostrar como Sua presença é real em nossa vida é a única maneira de despertar o interesse das pessoas para, por si mesmas, se conectarem com Jesus. Oro para que possamos nos desconectar de tudo que não nos ajuda, e a estabelecer conexões mais profundas com o Senhor e com os outros. Um dia, em breve, Jesus voltará, e poderemos nos relacionar por toda a eternidade, contando nossas histórias sobre Seu amor, misericórdia, graça e poder em nossa vida. Então, verdadeiramente estaremos conectados com Ele e, uns com os outros, de um modo que não conseguimos nem imaginar! n

Anne Woodworth trabalha como captadora de recursos para uma organização sem fins lucrativos para ajudar as pessoas mais marginalizadas em países pobres. Julho 2017 | Adventist World

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S A Ú D E

N O

M U N D O

Peter N. Landless e Zeno L. Charles-Marcel

Sucos

Vale a pena?

Sou adventista há pouco tempo e estou tentando ser bom mordomo da minha saúde. Um amigo está me dando dicas sobre saúde e insiste que eu comece a tomar sucos centrifugados e a usar mais alimentos crus. Eu já adotei a dieta vegetariana, com alimentos integrais (incrível!), e como, diariamente, saladas, feijões, vegetais, frutas, algumas sementes cruas e castanhas. Portanto, por que devo tomar sucos de frutas e vegetais centrifugados?

M

ais de seis milhões de pessoas morreram, em 2010, porque não comeram quantidade suficiente de frutas e verduras*, portanto sua dieta vegetariana balanceada, nutricional­mente apropriada, é boa. O consumo de frutas e verduras varia entre os países, muitas vezes refletindo a realidade econômica, cultural e agrícola, mas permanece baixo em muitas partes do mundo. Os sucos centrifugados são uma forma de acrescentar mais ou novos vegetais e frutas à dieta. Sob circun­stâncias normais, esses sucos não oferecem benefícios adicionais à saúde do que se o que for usado para fazer o suco for bem mastigado, e muitas vezes é mais dispendioso. O suco contém a maior parte de vitaminas, minerais, fonte de energia e nutrientes derivados das plantas (phyto), mas no geral, menos nutrição do que as frutas ou vegetais inteiros de onde o suco é extraído. Isso porque não é extraído todo o líquido (com seus nutrientes dissolvidos), e as fibras saudáveis podem não estar mais presentes no produto final. Os nutrientes do suco muitas vezes estão mais disponíveis para absorção do que no alimento original, mas o benefício depende da situação. Estudos científicos que compararam a fruta com o suco de fruta disponível comercialmente, defendem o consumo da fruta. O simples ato de mastigar é mais saudável e recomendado. Alimentos liquidificados são apropriados em problemas que limitam a habilidade da pessoa de morder, mastigar, engolir ou digerir

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Adventist World | Julho 2017

vegetais e frutas naturalmente. Quando o problema de saúde é beneficiado pelo consumo de fito nutrientes em teor mais elevado do que o usual, a liquidificação – especialmente o suco – facilita o processo. Os vegetais e frutas cruas, liquidificadas ou inteiras, podem beneficiar as bactérias do intestino e consequentemente o sistema imunológico e metabólico do corpo (isto é, o processamento de nutrientes pelo corpo e a utilização da energia). Quando a necessidade é do alimento líquido, o liquidificador também deve ser considerado. Bater o alimento inteiro no liquidificador preserva a fibra natural no produto final. Em um estudo coreano, maçã, pera, caqui e tangerina batidos apresentaram maior retenção das propriedades antioxidantes e componentes benéficos do que a centrifugação das polpas. As fibras regulam a absorção intestinal, portanto as pessoas com síndrome metabólica, pré-diabetes e diabetes mellitos tipicamente são mais beneficiadas comendo as calorias do que bebendo, e têm menos tendência a comer excessivamente. Bater no liquidificador produz calor e pode destruir alguns nutrientes sensíveis ao calor, embora melhore a absorção de outros. Muitas pessoas têm sido beneficiadas pela dieta de sucos, de curta duração. Quando comparada às dietas padrão de redução de calorias do ocidente, a dieta do “suco-verde” está associada a um melhor gerenciamento do peso em curto prazo e perda de gordura – especialmente

ao redor e no interior de órgãos internos. Em um pequeno estudo da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, uma dieta estritamente de sucos durante três dias resultou em efeitos metabólicos positivos que se mantiveram por duas semanas. A simulação de jejum com água e sucos somente, etc., está associada com melhores perfis metabólicos nos estudos com seres humanos. Muitas vezes, nos estudos científicos, a comparação não é entre tomar os sucos ou comer as frutas e vegetais, por isso atualmente não há evidências científicas claras de que os sucos extraídos por centrífuga sejam necessários para a saúde, ou que eles sejam claramente mais saudáveis do que comer as frutas e vegetais em circunstâncias normais. Portanto, para as pessoas em todo o mundo – inclusive na América do Norte, onde 80 por cento das pessoas comem quantidade inadequada de frutas de vegetais – eu digo, primeiro coma o suficiente de frutas e verduras. Consuma-as na “embalagem” inventada por Deus, e cozinhe os vegetais, grãos e legumes quando necessário. Qualquer coisa além disso, é opcional. n *  Organização Mundial da Saúde, setembro de 2014, www.who. int/elena/titles/bbc/fruit_vegetables_ncds/en/.

Peter N. Landless, é cardiologista nuclear e diretor do Ministério Adventista de Saúde, na Associação Geral.

Zeno L. Charles-Marcel, é internista e

diretor associado do Ministério Adventista de Saúde, na Associação Geral.


Ellen G. White

E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

Nossa

herança divina

Lembrando e recontando a bondade de Deus

O que vai no coração de Deus

Achegando-se ao trono da graça, o filho de Deus se constitui cliente do grande Advogado. À primeira manifestação de arrependimento e desejo de perdão, Cristo defende a causa desse filho como se fosse Sua, intercedendo perante o Pai como se o fizesse por Si mesmo […] Deus quer que Seus obedientes filhos reclamem Suas bênçãos e cheguem à Sua presença com louvor e ação de graças. Deus é a fonte de vida e poder. Para os que guardam Seus mandamentos, pode transformar o deserto em campos férteis, porque isso contribui para a glória de Seu nome. Tanto fez em favor de Seu povo escolhido, que cada coração deve encher-se de gratidão; e Sua alma Se entristece quando Lhe oferecemos um louvor mesquinho. Deseja ver da parte de Seu povo a manifestação mais forte de que reconhece que tem motivos para se alegrar. Manter a história viva

O procedimento de Deus com Seu povo deve ser lembrado frequente-

B R A D

A U S T I N

A

s determinações e concessões de Deus em nosso favor são ilimitadas. O trono da graça exerce os maiores atrativos, pois está ocupado por Aquele que consente em ser por nós chamado de Pai. Mas Deus não considerou completo o princípio da salvação, enquanto era representado somente pelo Seu amor. Por isso determinou colocar junto ao Seu altar um Mediador que personificasse nossa natureza. Como nosso Intercessor, Seu ministério consiste em apresentar-nos perante Deus como filhos e filhas. Cristo intercede em favor dos que O recebem e, por virtude de Seus próprios méritos, lhes concede constituírem-se membros da família real, filhos do Rei celestial […]

mente. Como são frequentes as provas de Sua providência em relação ao Israel antigo! Para que o povo não esquecesse a história do passado, Deus ordenou a Moisés que pusesse esses acontecimentos num hino, para que os pais pudessem ensiná-lo aos filhos. Deveriam reunir memórias e conservá-las bem vívidas, para que, quando os filhos perguntassem a respeito, toda a história lhes fosse repetida. Desse modo, o procedimento providencial de Deus para com Seu povo, Sua bondade, misericórdia e cuidado deveriam ser conservados na lembrança. Somos exortados a lembrar-nos “dos dias passados, em que, depois de [sermos] iluminados, [suportamos] grande combate de aflições” (Hb 10:32). Como um Deus que opera milagres, o Senhor atua em favor de Seu povo nesta geração. A história passada desta causa deve ser repetida muitas vezes ao povo, tanto aos idosos como aos jovens. Necessitamos rememorar frequentemente a bondade do Senhor e louvá-Lo pelas Suas maravilhas. Embora sejamos exortados a não deixar as nossas reuniões,

elas não se destinam somente ao nosso próprio refrigério. Devemos ser mais fervorosos em comunicar a outros as bênçãos que recebemos. É nosso dever zelar pela glória de Deus, evitando dar qualquer mau testemunho, quer pela expressão triste de nosso rosto quer por palavras de desconsideração, como se os reclamos divinos constituíssem restrição à nossa liberdade. Mesmo em meio de aflições, desapontamentos e pecados deste mundo, o Senhor quer que estejamos jubilosos e fortes no Seu poder. Toda a nossa individualidade é chamada a dar bom testemunho a respeito de tudo. Pela fisionomia, temperamento, palavras e caráter, devemos testificar que é bom servir a Deus. Desse modo proclamaremos que “a lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma” (Sl 19:7). n

Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu mais de 70 anos de ministério público. Este artigo foi extraído do seu livro Testemunhos para a Igreja (Casa Publicadora Brasileira), v. 6, páginas 363-365.

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C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

Gerald A. Klingbeil

Q

uem sou eu? Não é uma pergunta que só os adolescentes fazem. Ao enfrentarmos modelos de papeis questionáveis e sermos desafiados pelo espírito da época, sempre em mudança, lutamos para saber a resposta para os questionamentos mais profundos, embora simples da vida. As Escrituras dizem que fomos criados por um Criador amoroso que carinhosamente nos formou e nos modelou à Sua imagem e semelhança (Gn 1:27; 2:7). Criado? O mundo à nossa volta nos diz que, de alguma forma, evoluímos. À Sua imagem e semelhança? O que isso significa, considerando a maneira pela qual o ser humanos trata outro ser humano? Todos nós assistimos às imagens das vítimas de uma das muitas regiões deste mundo, devastadas pela guerra. Perguntamo-nos por que crianças continuam morrendo por desnutrição enquanto indústrias continuam destruindo milhões de toneladas de alimentos em condições perfeitas, pela “estabilidade do mercado”? Nós ainda refletimos Sua imagem e semelhança após milhares de anos de pecado destruindo o planeta descrito por Deus no sexto dia da criação como “muito bom” (Gn 1:31)? “Nós” temos valor

A criação é um bom lugar para começar a encontrar algumas respostas a essas perguntas difíceis. Os sociólogos têm observado que a maioria das sociedades tem se fixado em algum lugar contínuo entre o individualismo e o coletivismo. Algumas culturas enfatizam mais a comunidade. Nessas culturas, um grupo de pessoas toma as decisões ouvindo umas às outras, procurando encontrar um terreno comum. Nessas sociedades, o consenso não é uma palavra má. Em outras culturas, a responsabilidade e prestação de contas são altamente valorizadas. Cada pessoa toma suas próprias decisões, tendo por base sua compreensão da realidade – e, então, colhem as consequências dessas decisões. Interessante é que esse modo de pensar muitas vezes está associado a uma localização geográfica. O pensamento ocidental versus o pensamento oriental: sul contra norte. O relato da criação bíblica destaca a comunidade. Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus. Juntos, foram convidados a ser “fecundos” (verbo no plural) e a “encher a Terra” (Gn 1:28). Juntos receberam a ordem para

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Adventist World | Julho 2017

NÚMERO 7

Quem

Eu ?

sou

Navegando pelo delicado equilíbrio entre o “eu” e o “nós”

governar sobre o mundo animal. Juntos, receberam abundância de alimento e a bênção especial de um tempo com seu Criador, no sábado semanal. Nas Escrituras, o “nós” é importante. Deus salva um povo do Egito antes de salvá-lo individualmente. O Senhor falou com o povo, do Sinai, como alguém que se dirigia a uma comunidade. Suas leis afetam gerações (veja, por exemplo, a redação do mandamento do sábado, em Êxodo 20:8-11). Bênçãos e maldições atingiram tribos, famílias e clãs. Calebe e Josué sofreram as consequências da rebelião de Israel no deserto, por 40 anos. Eles reconheceram o poder do “nós” e sentiram em sua vida pessoal. O “nós” pode ser uma atitude difícil, quando sentimos que não foi nossa falta – mas é parte do plano de Deus para a humanidade, pois reflete a comunidade dentro da Trindade. O “Eu” tem valor

Todos nós reconhecemos o poder das convicções. Imaginamos Lutero desafiadoramente diante da Dieta de Worms, alegando confiar solenemente na autoridade das Escrituras e permanecendo fiel às suas convicções. Pressionado por todos os lados, o monge alemão havia determinado que permaneceria fiel à Palavra de Deus. Desde então, os protestantes (inclusive os adventistas do sétimo dia) têm enfatizado nossa responsabilidade diante de Deus. Minha resposta à atuação do Espírito em meu coração determina minha permanência diante de Deus. Durante Seu ministério, quando Jesus chamava as pessoas, Ele convidava individualmente: “Segue-Me”.


De fato, a responsabilidade individual é uma escolha e não uma invenção do Novo Testamento. Ela está profundamente enraizada no caráter de Deus, que espera que a humanidade mostre a eles o desejo do seu coração por uma comunidade livre. Jeremias e Ezequiel, dois profetas do Antigo Testamento, escreveram sobre o assunto centenas de anos antes da vinda do Messias. Jeremias 31:29 parece citar um provérbio conhecido ecoando o sentimento comum da geração de Jeremias: “Naqueles dias não se dirá mais: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram”. No entanto, o verso 30 “puxa o tapete” dessa afirmação. “Ao contrário, cada um morrerá por causa do seu próprio pecado. De todo homem que comer uvas verdes os dentes se embotarão, de todo aquele que comer uvas verdes se embotarão.” Vamos ter certeza de que ouvimos corretamente Jeremias dizer: Suas escolhas e decisões, diz ele, determinam seu relacionamento com o Deus Criador. Não se esconda atrás da culpa dos seus pais. Reconheça sua própria culpa.

A

Natureza do

Homem

O homem e a mulher foram formados à imagem de Deus com individualidade, com poder e liberdade de pensar e agir. Conquanto tenham sido criados como seres livres, cada um é uma unidade indivisível de corpo, mente e alma; e dependente de Deus quanto à vida, respiração e em tudo. Quando nossos primeiros pais desobedeceram a Deus, negaram sua dependência dEle e caíram de sua elevada posição “abaixo de Deus”. A imagem de Deus neles foi desfigurada e tornaram-se sujeitos à morte. Seus descendentes compartilham dessa natureza caída e de suas consequências. (Gn 1:26-28; 2:7, 15; 3; Sl 8:4-8; 51:5, 10; 58:3; Jr 17:9; At 17:24-28; Rm 5:12-17; 2Co 5:19, 20; Ef 2:3; 1Ts 5:23; 1Jo 3:4; 4:7, 8, 11, 20.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 7

Entre “nós” e “eu”

É muito claro que a compreensão bíblica da natureza humana reconhece a linha tênue entre “nós” e “eu”. A Trindade trabalhou em harmonia para salvar o planeta em rebelião. “Façamos o homem” (Gn 1:26, NVI) não é apenas um dispositivo retórico indicando a grandeza do momento. É uma alusão a quanto Deus valoriza a comunidade – até na criação. Esse princípio importante de comunidade compartilhada e da comunhão entre os corações pode ser encontrado em pontos cruciais ao longo das Escrituras. Abraão não partiu de Ur sozinho – ele era parte de uma grande família, mesmo antes do nascimento de Isaque. Moisés não construiu o santuário, a habitação de Deus na Terra, só com suas mãos. Graça e justiça precisam ser compartilhadas. A salvação deve alcançar o mundo inteiro. O convite de Jesus “siga-Me” afeta indivíduos, irmãos e irmãs, famílias, e cidades inteiras. O sermão de Pedro transforma uma grande diversidade de grupos de pessoas que se unem à comunidade crescente de seguidores de Jesus. Eles compartilham o pão; suplicam pelo Espírito; sonham em pregar as boas-novas – e então concluem que seus sonhos eram muito pequenos. Às vezes, eles lutam para permanecer juntos; às vezes, alcançam os limites das suas próprias ideias preconcebidas e se maravilham com a obra do Criador. Deus vai até o seu mundo. Ele cruza as fronteiras. Certamente nenhum homem ou mulher é uma ilha. Juntos com Pedro e Paulo e Abrão e Raabe e Davi (e Martinho Lutero), também reconhecemos que nossas escolhas pessoais afetam o mundo em que vivemos. Compreendemos que o pecado entrou no mundo por meio da escolha de uma pessoa (Rm 5:12-15); mas Paulo continua: “Assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens ” (v. 18). Reconheço que essa é uma boa notícia para eu compartilhar livremente com os que estão ao meu redor. n

Como editor associado da Adventist World, Gerald A. Klingbeil há muito anseia ver como Deus administra a tensão entre o “eu” e o “nós”.

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A R T I G O D E C A PA

Markus Kutzschbach

O passado de Deus é o nosso presente Redescobrindo o poder das histórias de todo o mundo

C

resci como adventista nominal, na Alemanha Oriental. Eu conhecia pouco de Deus e de Seu movimento do tempo do fim. Certo dia, porém, li um livro que mudou minha vida. O Grande Conflito narra a vida de homens e mulheres que amaram a Jesus acima de todas as coisas e confiaram completamente no Seu poder. Essas pessoas viveram sua fé e Deus mudou o mundo por meio do seu testemunho. Depois de ler sobre os reformadores protestantes, li os capítulos sobre Guilherme Miller e o grande despertamento adventista. Não conseguia parar de ler e ver como Deus usou essas pessoas para cumprir as profecias bíblicas. Apesar das suas decepções e desafios, elas se mantiveram avançando pela fé. Fiquei fascinado! O livro que li em seguida foi Vovó Ellen e Eu. Esse é um livro infantil, que tocou meu coração. Quanto mais eu lia, mais apaixonado ficava com a história desse movimento. Eu ansiava pelo mesmo amor e fé em Jesus. Comecei a estudar minha Bíblia e acabei me graduando

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bacharel em teologia, no Seminário Bogenhofen, na Áustria. Em 2007, quando visitei os locais históricos da igreja, na América do Norte, a história se tornou viva para mim. O poder das histórias

Histórias são poderosas! As histórias desses primeiros adventistas me recordam que Deus pode fazer qualquer coisa, se quisermos seguir. Eles enfrentaram desafios similares aos nossos. Precisavam de encorajamento como nós precisamos. Suas histórias nos lembram de que Deus nunca muda e sempre Se manifesta, no Seu tempo. Essa é uma das razões pelas quais as Escrituras estão cheias de histórias. Todos nós gostamos de ouvi-las e aprendemos por meio delas. De fato, as histórias são umas das melhores maneiras de compartilhar o maravilhoso plano de Deus para salvar. Quando leio, na Bíblia, para meus filhos, as histórias sobre o povo fiel a Deus, ou sobre o início do movimento adventista, eles

contam essas histórias para seus amigos e nossos vizinhos. Todos ouvem, porque as histórias são convincentes. Deus conhece o poder das histórias. Em Josué 4, Deus instruiu Israel a construir um memorial com 12 pedras tiradas do outro lado do Rio Jordão. Uma pilha de pedras podia falar, pois, quando as futuras gerações vissem aquela pilha de pedras perguntariam: “O que significam para você?” (v. 7) Todas as vezes que essa pergunta fosse feita, era uma oportunidade de ouro de compartilhar o testemunho sobre o cuidado, a graça e o poder de Deus. A História Adventista

Nós, também, somos convidados a compartilhar com as gerações futuras, a história da liderança de Deus sobre esse movimento. Crianças que não nasceram sabendo de onde vieram, por que estão aqui, e para onde estão indo. Elas precisam ouvir essas histórias, pois nossa história é uma parte importante de quem somos. Fomos chamados para contar as histórias sobre a liderança de Deus,


ÁFRICA especialmente para nossos filhos – embora minha própria história seja uma prova de que os adultos, também, são atraídos pelas histórias. A missão do Ministério do Patrimônio Adventista é criar pontes visíveis ao longo do tempo. Ele oferece uma forma singular de evangelizar as pessoas que talvez nunca assistiram a uma série evangelística. Ao preservar alguns dos lugares históricos e muito especiais, onde iniciou o movimento de Deus para o tempo do fim, Sua história está sendo compartilhada em um ambiente original e autêntico. Ao visitar esses lugares, os adventistas sentirão uma renovação espiritual. Os milhares de visitantes simpatizantes do adventismo e que vão aos centros de nosso patrimônio histórico, na América do Norte, todos os anos, embora estejam interessados na história local ou regional, estão aprendendo sobre a história eterna, também. É incrível testemunhar, repetidas vezes, como uma visita a esses locais está renovando a fé e o compromisso com Jesus e Sua missão para o tempo do fim; e como os simpatizantes da nossa igreja, profundamente impressionados, começam a pensar de modo diferente. No entanto, a história adventista não está limitada à América do Norte. Desde 1874, quando J. N. Andrews se tornou o primeiro missionário oficial no exterior, a história adventista tem sido escrita em todo o mundo. Milhares de igrejas, hospitais, escolas, casas publicadoras e muitas outras iniciativas, contam sua própria história. Algumas são histórias de sacrifício, dor e perda. Outras contam milagres e desafios superados. Todas são memoriais ao Deus que ama apaixonadamente este mundo. Precisamos nos recordar e também proteger essas histórias – não porque glorificam o passado. Precisamos nos lembrar de que elas são o passado de Deus – e o nosso presente. n

Markus Kutzschbach

é diretor executivo do Ministério da Herança Adventista.

Michael Sokupa

De norte a sul

Na África, o lugar importante para o Adventismo foi marcado por seu início humilde.

O

evangelho foi levado pelos primeiros missionários que navegaram entre os poderes coloniais, líderes locais e sociedades missionárias, muitas vezes competitivas. Este pequeno artigo destaca as três regiões por onde a Igreja Adventista do Sétimo Dia entrou no continente Africano: África do Sul, África Oriental e África Ocidental. Esperamos que histórias sobre esses locais inspirem a geração atual e a futura a permanecer fiel à comissão do evangelho.

C E N T R O

D E

P E S Q U I S A

E L L E N

G .

W H I T E ,

H E L D E R B E R G

C O L L E G E

A Igreja Beaconfield, em Kimberly, África do Sul foi a primeira igreja organizada naquele país. Kimberly, é como uma ilha entre três metrópoles importantes do Sul da África. A igreja foi construída em 1889. A estrutura e a fachada do prédio são protegidas por lei, como patrimônio histórico da África do Sul. Kimberly não é mais uma cidade de mineração de diamantes, mas ainda mantém seu prestígio histórico. O que costumava ser um centro do adventismo, agora é uma comunidade relativamente pequena. Atualmente, há várias igrejas adventistas em Kimberly. O prédio original da igreja é totalmente conservado pelos adventistas, embora não esteja sendo usado para os cultos. A mobília original e outros artefatos são exibidos na igreja para dar aos visitantes um vislumbre do início do adventismo na África do Sul.

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A R T I G O D E C A PA

ÁSIA AFRICA

C O N T I N U A Ç Ã O

J O H N

M O I B A

Direita: Embora o evangelho tenha chegado a Pare, na Tanzânia, em 1903, a obra de espalhar o evangelho em Gendia, Quênia, progrediu rapidamente. O trabalho começou em Ogango, naquele país. Missionários viajaram de Mombasa, atravessaram Nairóbi e finalmente chegaram a Kisumu, concluindo assim a viagem, indo, literalmente, de costa a costa. Desde 1906, Kendu Bay tem mantido sua reputação de eixo do adventismo em Kisumu. Naquele local, em Gendia Hill, encontramos hoje uma nova igreja, construída após a demolição da igreja original, feita de tijolos de barro. Na mesma propriedade estão localizados o escritório da Associação (que também tem uma sala de museu), o hospital, uma escola e a Casa Publicadora.

Michael Sokupa, natural da

África do Sul, serve como diretor associado do Patrimônio Literário de Ellen G. White, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.

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Esquerda: A mensagem adventista chegou a Apam, hoje Gana, em 1888. Várias tentativas de construir um centro missionário foram frustradas, vencidas pela doença e morte de vários membros das famílias de missionários. Consequentemente, em agosto de 1905, com a chegada de David C. Babcock, a sede da missão na África Ocidental foi transferida para Serra Leoa. Babcock foi o primeiro a iniciar um projeto de fabricação de blocos de concreto, naquele país. Os blocos produzidos foram usados para construir o primeiro prédio da igreja, na África Ocidental. Hoje, no mesmo local, na Circular Road, em Free Town, Serra Leoa, a Igreja Adventista do Sétimo Dia com seus três anjos nos lembra sua história e continua a ser um centro de mudanças.

Acima: Túmulo de Abram La Rue O primeiro missionário autossustentado foi Abram La Rue (1822-1903). Os líderes da igreja estavam hesitantes em enviá-lo, mas ele conseguiu patrocínio para suas despesas para realizar o trabalho missionário no porto britânico de Hong Kong. Ele compartilhou sua fé com os marinheiros, e providenciou a tradução dos primeiros folhetos para o mandarim. Seu túmulo pode ser facilmente encontrado no Happy Valley (Vale Feliz), na seção 2 do cemitério de Hong Kong.

Michael W. Campbell é professor associado de estudos teológicos e históricos no Instituto Adventista de Estudos Avançados, em Silang, Filipinas.


O que Deus fez

Ás a

na

A

Michael W. Campbell

s primeiras missões adventistas do sétimo dia, na Ásia, seguiram um padrão missiológico deliberado: primeiro chegaram os missionários autossustentados, que foram seguidos pelos missionários enviados oficialmente e em seguida houve o estabelecimento de instituições de saúde, médicas e publicadoras. O cristianismo é uma religião antiga na China, portanto os primeiros missionários adventistas foram inspirados pelas descobertas de Nestorian Stele (localizado no museu Floresta Xi’an de Pedras Steles) que confirmam que houve um esforço intencional de compartilhar a mensagem de Jesus Cristo, na época da dinastia Tang (618-907 d.C.), provavelmente iniciado no tempo do apóstolo Tomé. Os primeiros missionários adventistas, assim que estabeleceram um ponto de apoio na China, rapidamente espalharam a mensagem adventista em outros países.

A R Q U I V O S

D A

A S S O C I A Ç Ã O

G E R A L

Meio: A “primeira família” nas missões adventistas chinesas foi a de Jacob Nelson Anderson e sua esposa Emma Anderson-Thompson, Ida Thompson e Stanley, seu filho de 4 anos de idade. Juntos eles trabalharam com pessoas como Eric Pilquist para batizar os primeiros membros e estabelecer a primeira igreja. Hoje, na ilha turística de Xiamen (perto do topo de uma colina) encontrase o Centro de Vida Saudável Mei Hua, onde, originalmente, estava a Escola Gulangyu Mei Hua, construída por Benjamin e Julia Anderson (que chegaram em 1904, quando Benjamin foi trabalhar com seu irmão mais velho). Centro: As missões adventistas se espalharam rapidamente por outros países. Abram La Rue facilitou o processo, enviando literatura adventista por botes a Manila e a outras cidades. No dia 11 de março de 1911 foi estabelecida a primeira Igreja Adventista nas Filipinas. Ela continua sendo uma congregação ativa, até hoje. Quando organizada, era formada por 12 membros, incluindo seis novos conversos e duas famílias pioneiras de missionários (os Finsters e os Caldwells).

F O T O S :

M I C H A E L

C A M P B E L L

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AUSTRÁLIA

Um

John Skrzypaszek

patrimônio vivo A história australiana

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significado dos lugares históricos vai além dos limites dos princípios tangíveis e estéticos, porque o valor está imerso nas narrativas inspiradoras do patrimônio vivo – a saber, a narrativa de vidas do passado. Suas histórias simbolizam fé, impulso visionário, convicção, compromisso e determinação – que por sua vez deixaram vestígios visíveis, monumentos na galeria do tempo. A memória de tal patrimônio vivo é significativa, pois inspira paixão e visão, não apenas para recriar e reproduzir o passado, mas para criar e nutrir uma nova essência de um patrimônio ou herança relevante para este tempo e lugar. As narrativas do início da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Austrália estão ligadas à história de um patrimônio muito vivo: um vislumbre da missão dada a Ellen White em visão em 1874, sobre um evangelismo global que incluiu a Austrália e as ilhas do mar. Embora poucos, os locais históricos na Austrália exibem uma profundidade espiritual, uma paixão e o ímpeto de deixar um legado, uma memória vibrante de um povo, que começou a moldar a história adventista na Austrália, desde 1885. * Ellen G. White carta 149, 1897.

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A R T I G O D E C A PA

Esquerda: O lar de Ellen White de 1896 a 1900 – Sunnyside – é o local histórico mais proeminente na Austrália. Ele está bem preservado, e seu valor patrimonial vivo liga a contribuição de Ellen G. White ao estabelecimento do Colégio Avondale de Ensino Superior, bem como sua contribuição literária tão significativa. Todos os anos, Sunnyside atrai mais de dois mil visitantes, vindos de toda a Austrália e de outras partes do mundo.

Direita: A pedra fundamental do Bethel Hall foi lançada no dia 1º- de outubro de 1896, por Ellen G. White, e foi o primeiro prédio oficial do que hoje é o Colégio Avondale de Ensino Superior. A escola foi inaugurada em 1897. A determinação e o impulso organizacional de Ellen White ajudaram a inaugurar a escola na data determinada: 28 de abril. Ela escreveu: “Não deve haver um dia de atraso [...] Se houver um estudante presente, iniciaremos as aulas no dia indicado”* Hoje o Bethel Hall acomoda os escritórios administrativos do Colégio Avondale.

Esquerda: A Igreja de Collinsvale, na Tasmânia, (antes da Primeira Guerra Mundial conhecida como Bismarck), foi organizada em 1889 como resultado do trabalho pioneiro de dois líderes da igreja de Hobart. Esse foi o primeiro prédio da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Austrália. Durante sua visita à Tasmânia, em 1895, Ellen G. White pregou nessa igreja histórica. Ela está situada em um ambiente pitoresco e ainda abre suas portas para os cultos, aos sábados.

John Skrzypaszek é diretor do Centro de

Pesquisas Ellen G. White no campus do Colégio Avondale de Ensino Superior, em Cooranbong, New South Wales, Austrália.

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E U R O PA René Frauchiger e Chantal J. Klingbeil

Começo humilde A história de uma pequena capela que impactou o mundo

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a sexta-feira, 24 de dezembro de 1886, um trenó/carruagem puxado a cavalos dirigia-se para a estação da pequena cidade de Tramelan, Suíça. Esse seria um Natal para ser lembrado. Um dos convidados era uma pequena senhora americana, de cabelos grisalhos: Ellen White. Por um ano ela estava morando na cidade de Basel, Suíça, e já tinha visitado a pequena cidade de Tramelan para animar o pequeno grupo de crentes. Mas essa visita seria especial. No quintal da família Roth, estava uma capelinha de madeira completamente pronta para o culto. Aquela seria a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia fora da América do Norte e Ellen White havia chegado para pregar o sermão de dedicação do sábado, dia 25 de dezembro. Em seu sermão, Ellen White comparou a pequena capela de madeira ao Templo de Salomão. “Esperamos que o Senhor abençoe seu trabalho para que esta casa fique muito pequena para vocês”, disse ela. Deus os abençoou e, realmente, a capelinha se tornou muito pequena. Porém, quase desde o princípio ela exerceu uma influência muito além da pequena cidade de Tramelan com muito dos seus membros se tornando missionários, tanto na Europa como em várias partes do mundo.

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Acima: Mobília original, cercada por fotografias dos pioneiros, adorna o pequeno interior de 60 metros quadrados do berço do adventismo europeu. Abaixo: A família Roth financiou os 3.300 francos suíços necessários para construir a pequena igreja em seu quintal. Muitos dos primeiros adventistas do sétimo dia se uniram à igreja por meio do trabalho de Michael Belina Czechowski, primeiro a levar a mensagem adventista à Europa como missionário independente.

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tado, residente na Suíça e descendente de um dos primeiros pastores adventistas da Europa. Chantal J. Klingbeil é diretora associada do Patrimônio Literário de Ellen G. White.

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René Frauchiger é um empresário aposen-

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Esquerda: UM MEMORIAL À MISSÃO: Embora tenha sido dedicada como igreja, a capela de Tramelan nunca foi de propriedade da Igreja Adventista. A família Roth se mudou da cidade muitos anos mais tarde e vendeu o prédio para uma família de outra religião. Em 2014, a capela foi comprada pela Divisão Intereuropeia e novos planos estão sendo feitos para restaurar esse importante memorial e inspirar a nova geração a levar a mensagem adventista para todo o mundo.

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AMÉRICA DO SUL Renato Stencel

De Continente negligenciado à

terra da esperança A história da América do Sul

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patrimônio da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul é representado efetivamente em dois sítios históricos a primeira Igreja Adventista organizada no continente foi em Crespo, Argentina; e a segunda em Gaspar Alto, Brasil. No dia 3 de janeiro de 1890, quase meio século depois do seu estabelecimento, a Igreja Adventista do Sétimo Dia voltou sua atenção para o continente da América do Sul com a organização de uma Comissão para as Missões Estrangeiras.* Três colportores evangelistas voluntários – Elwin W. Snyder, Clair A. Nowlen, e Albert B. Stauffer – foram os primeiros obreiros a chegar. Eles desembarcaram em Montevideu, Uruguai, em 10 de dezembro de 1891, e começaram seu ministério de colportagem no Uruguai, Argentina e Brasil. Em 18 de agosto de 1894, chegou Frank H. Westphal, primeiro pastor ordenado. Westphal fundou a estrutura organizacional da igreja no continente. A América do Sul foi o último continente do mundo a receber a Igreja Adventista. A igreja de Crespo, Argentina, foi a primeira a ser organizada, em setembro de 1894. A igreja de Gaspar Alto, Brasil, foi a seguinte, em junho de 1895. Mais igrejas nasceram em outros países, como Uruguai, Chile, Peru, Paraguai, Equador e Bolívia. A Divisão Sul-Americana continua a crescer. Os sítios históricos e museus de Crespo e Gaspar Alto dão testemunho dos pioneiros que trouxeram a mensagem adventista a este território, e informam os visitantes que “essa obra de fé e sacrifício necessita ser concluída com urgência.”

Acima: Muitos líderes, membros e visitantes da igreja participaram da inauguração da Igreja Adventista de Gaspar Alto (esquerda) e museu (direita), em 2009. A igreja de Gaspar Alto foi a segunda Igreja Adventista a ser organizada na América do Sul. Meio: Visitantes do museu na Argentina, podem ver artefatos importantes e aprender sobre a coragem e compromisso dos pioneiros no início da igreja na América do Sul. Abaixo: Visitantes se reúnem para participar da cerimônia de inauguração realizada em 2012 na Igreja Adventista histórica de Crespo, na Argentina, a primeira Igreja Adventista organizada na América do Sul.

* Floyd Greenleaf, A Terra da Esperança: O Crescimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul (Tatuí, Brasil: Casa wPublicadora Brasileira, 2011), p. 26.

Renato Stencel é diretor do Centro de Pesquisa Ellen G. White no UNASP, Brasil.

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AMÉRICA DO NORTE

Lembre-se dos

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Merlin D. Burt

atos poderosos de Deus

uitas vezes Deus escolheu Se revelar por meio das histórias da Bíblia. A maior parte da Bíblia é composta de histórias. Muitos livros da Bíblia recontam histórias, e o coração da Bíblia são os Evangelhos, que contêm a história nas palavras de Jesus. O Espírito Santo as usa para nos conectar a Deus. Os atos poderosos de Deus são revelados na Bíblia, mas também na formação da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ellen G. White escreveu: “Ao recapitular a nossa história passada, havendo revisado cada passo de progresso até ao nosso nível atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Ao ver o que o Senhor tem efetuado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos a temer quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e Seu ensino em nossa história passada.”* Nas últimas décadas, por meio do Ministério do Patrimônio Adventista (MPA), a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem adquirido locais históricos importantes. Cada uma dessas propriedades tem o objetivo de contar tanto a história adventista como dos ensinos da Bíblia. Eles não são santuários, mas lugares para recordar e aprender. Eles desempenham um papel evangelístico e educacional. Visitar os locais históricos, como os mencionados neste artigo ou outros lugares importantes na América do Norte e internacionalmente, nos lembra da mensagem e dos atos poderosos de Deus. Esses lugares nos conectam tangivelmente ao que Deus fez no passado, e mostram aos visitantes o amoroso Salvador que está voltando em breve. * Ellen G. White, Eventos Finais (Casa Publicadora Brasileira), p. 72

Esquerda: A propriedade mais recentemente adquirida pelo MPA é a casa em que José Bates foi criado. Bates ajudou Tiago e Ellen White, Hirão Edson e outros pioneiros a aceitar o sábado por meio do seu folheto The Seventh Day Sabbath, A Perpetual Sign (O Sábado do Sétimo Dia, Um Sinal Perpétuo), de agosto de 1846. A casa de Bates contará a história da obra de Deus trazendo a mensagem do sábado ao movimento adventista, sua vida no mar, sua ênfase na temperança, a abolição da escravatura, e sua influência milerita e adventista sabatista.

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Esquerda: William Miller dirigiu o movimento adventista na América do Norte nos anos que antecederam 1844. Foi desse movimento profético que o adventismo sabatista e a Igreja Adventista do Sétimo Dia surgiram. Miller era apaixonado por Jesus como seu Salvador pessoal e Amigo. Ele também era apaixonado pela Bíblia. Deus o usou para influenciar os futuros líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia a dar a vida para a proclamação do evangelho à luz do breve retorno de Jesus.

Direita: A vila histórica adventista, em Battle Creek, Michigan (EUA), conta a história de como Deus levou a igreja de seu início incipiente a um movimento evangelístico mundial. Os líderes se mudaram para Battle Creek em 1855, onde a maioria permaneceu por 48 anos. Ali a Igreja adotou o nome de Adventista do Sétimo Dia, organizou a Associação Geral, organizou oficialmente os ministérios de publicação, saúde e educação, e iniciou o evangelismo internacional. A vila histórica inclui o primeiro lar de Tiago e Ellen White; a igreja de Parkville, Michigan, relocada, onde Ellen White teve sua primeira visão sobre a Guerra Civil Americana; e a réplica de outros prédios históricos. Ensinos importantes da Igreja foram desenvolvidos ali, como o tema do grande conflito, dízimo, a justificação pela fé enfatizada nas três mensagens angélicas. O museu também fala sobre John Harvey Kellogg e o Sanatório de Battle Creek.

Abaixo: Hiram Edson foi um fiel apoiador da mensagem adventista, tanto com seu trabalho pessoal como financeiramente. Sua fazenda, ao norte do estado de Nova Iorque, foi o local de conferências e estudos importantes da Bíblia. Edson influenciou O. R. L. Crosier, promovendo sua doutrina sobre o santuário celestial. Foi na fazenda de Edson, no final de1846, que provavelmente José Bates fez a conexão entre o ministério de Jesus no Lugar Santíssimo do santuário celestial e o sábado, que então estava ligado às três mensagens angélicas. Edson aceitou o sábado como exposto no folheto de Bates. Em seu celeiro, Hiram encontrou a paz na certeza de que Deus o guiaria a uma nova luz após o desapontamento de 22 de outubro de 1844.

Merlin Burt é diretor do Centro Adventista de Pesquisa e filial do Patrimônio Literário Ellen G. White, no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

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Reflexos

Michael Chesanek

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Se você pensa que os outros não o estão observando, pense outra vez!

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ounan Gadelkarim cresceu com os pais, avós, tios e irmão, no norte do Egito, uma área do Oriente Médio em que é comum famílias grandes viverem juntas. Embora toda a sua família fosse cristã, somente a avó e o avô eram adventistas do sétimo dia. Depois de completar dez anos de idade, às vezes o pai e o avô de Younan o levavam à igreja com eles. Embora tenha sido criado em um lar cristão e frequentado a igreja ocasionalmente, Younan não mantinha um relacionamento sério com Deus. Durante os anos da adolescência, como a maioria nessa idade, seu interesse estava nos amigos e na televisão – coisas que ocupavam seu tempo e atenção, mas que não o ajudavam a se aproximar de Deus. O pai de Younan queria que ele frequentasse uma escola cristã. Ele conheceu alguns pastores adventistas e gostou deles. Assim, embora não fosse adventista, sua familiaridade com a igreja o deixou à vontade para enviar Younan para a escola de ensino médio, no Cairo, Egito: a Academia da União do Nilo. Enquanto cursava o ensino médio, Younan começou a aprender mais sobre Deus, a Bíblia e as crenças adventistas, porém, continuava resistindo em entregar a vida completamente a Deus.

Mesmo assim, seu interesse em temas espirituais, cresceu. Younan começou a ouvir a voz suave do Espírito Santo que o convidava a deixar as coisas mundanas e a seguir Jesus de maneira plena. Que caminho escolher?

Quando Younan concluiu o ensino médio, teve que tomar uma decisão difícil: Onde faria seu curso universitário? A Academia da União do Nilo não era reconhecida pelo governo do Egito, portanto não poderia fazer faculdade no seu país. Mas havia várias universidades nos países do Oriente Médio, e numa delas ele poderia escolher estudar. Uma região atraente era o Líbano, pequeno país circundado pela Síria, Israel e o mar Mediterrâneo. Poderia escolher entre várias universidades públicas, no Líbano, mas também havia a Universidade do Oriente Médio – instituição Adventista do Sétimo Dia, fundada em 1939. Younan sabia que as influências em uma universidade pública poderiam distanciá-lo de Deus, e que a Universidade do Oriente Médio ofereceria mais vantagens espirituais. No entanto, tratava-se de uma instituição particular e o custo era mais elevado. Mesmo assim, Younan colocou em seu coração que era lá que iria estudar, e Deus


ESTUDANDO COM COLEGAS DE CLASSE: Younan Gadelkarim (direita) gosta de estudar, na classe, com os outros alunos.

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cuidou dos recursos. Logo ele estava viajando para o Líbano. Superando as dificuldades

Quando chegou à universidade, Younan se encontrou com o pastor do campus, e ficou impressionado com a amabilidade e gentileza com que o pastor o tratou. Ele tomou tempo para conversar com Younan, expressando interesse por sua vida pessoal. A amabilidade do pastor fez o rapaz se lembrar de Jesus, sobre quem sempre tinha ouvido durante sua infância e adolescência. Certo dia, Younan ficou doente e não conseguiu ir às aulas. Estava com febre alta e uma dor de cabeça terrível. Um médico missionário, natural do Brasil, estava se hospedando na universidade enquanto ajudava a cuidar dos refugiados sírios, no Líbano. Younan não tinha dinheiro para pagar um médico, nem para comprar remédios, mas o jovem médico missionário cuidou dele. Todas as manhãs e noites o médico visitava Younan no dormitório. Ele ficou preocupado, pois sabia que necessitaria de medicamentos para tratar o rapaz. Como Younan não tinha recursos, o médico usou do seu próprio dinheiro para comprar os remédios. O preceptor do dormitório dos rapazes, na universidade, um missioná-

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rio de Portugal, também estava preocupado com Younan. Ele visitou o aluno diversas vezes, todos os dias, e supriu-lhe as necessidades. A bondade e o cuidado do médico missionário e do preceptor resultaram na melhora do aluno. Younan ficou muito sensibilizado com a preocupação sincera que esses dois homens demonstraram por ele: um amor inspirado pelo Espírito de Jesus, e seu interesse em aprender sobre Jesus e a Igreja Adventista, aumentou ainda mais. Deus envia outro amigo

Para ajudar a pagar seus estudos, Younan trabalhava como jardineiro na universidade. Ele era responsável por manter a grama cortada, podar as árvores e os arbustos, limpar as calçadas e os estacionamentos e outras tarefas similares. Seu supervisor era um estudante mais velho do que ele, chamado Tsila. Embora Tsila fosse o supervisor de Younan, também trabalhava humildemente, lado a lado com o estudante, e o tratava como igual. Younan percebeu a atitude humilde e gentil de Tsila e mais uma vez pensou: Acho que o verdadeiro cristão deve ser assim. Ver Jesus por meio da vida de Tsila despertou em Younan o desejo de se tornar mais semelhante a Ele. Certo dia, quando tirava o lixo do depósito no seu trabalho, Younan

encontrou duas Bíblias. Pediu permissão para ficar com elas, e as levou para seu quarto, no dormitório. Poucos dias depois, um dos pastores da universidade e missionário natural do Egito, país de Younan, falou com ele sobre o batismo. Younan ficou impressionado, concluindo que Deus havia usado aqueles eventos recentes para dizer a ele que já era hora de entregar a vida a Jesus. Dizendo sim ao pastor ele estava pronto para tomar a decisão de seguir seu Senhor e Salvador. Após estudar mais a Bíblia, Younan abriu seu coração para Jesus e foi batizado. “O Senhor usou o médico missionário, o preceptor, o supervisor do meu trabalho e outros na universidade, para me mostrar Seu amor e caráter, e para me levar a Ele”, diz Younan. “Por meio deles aprendi quem Jesus realmente é e aprendi a amá-Lo de todo o coração. Quando temos Jesus vivendo em nosso coração, Ele pode verdadeiramente nos usar para alcançar outros.” n

Michael Chesanek é professor de Inglês na Universidade do Oriente Médio, no Líbano. Julho 2017 | Adventist World

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R E S P O S T A S

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O Quem é o “homem do pecado” em 2 Tessalonicenses 2:3-8?

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homem do pecado

O texto apocalíptico de 2 Tessalonicenses 2:3-8 é tão denso que levanta questionamentos difíceis de responder. No entanto, quando o comparamos com as passagens bíblicas nas quais é fundamentado, alguns dos elementos proféticos ficam mais claros. Examinaremos as passagens principais de onde as imagens apocalípticas são tiradas, e as possíveis implicações dessas conexões textuais. 1. Daniel e o Anticristo. Nessa descrição da obra do “homem do pecado” Paulo incorporou elementos das profecias de Daniel. Segundo Daniel, dos dez chifres da quarta besta (Roma) surgiu um pequeno chifre falando contra Deus e tentaria “mudar os tempos e a lei” (Dn 7:25, NVI). Esse mesmo poder “engrandeceu-se até o Príncipe” e iniciou o ataque contra o santuário celestial (Dn 8:11, 13), e o profanou. O “homem do pecado” (2Ts 2:8) é caracterizado pelo orgulho e ilegalidade e se opõe ao templo de Deus. Daniel acrescenta que esse poder político-religioso irá exaltar a si mesmo acima de todos os deuses e não respeitará “os deuses de seus pais” nem “qualquer deus” (Dn 11:37). Os paralelos com 2 Tessalonicenses 2:4 são impressionantes. Daniel descreveu um poder político-religioso que se levantaria após a queda e divisão do Império Romano, que representou o cristianismo apóstata durante a Idade Média. 2. Isaías, Ezequiel, e o querubim caído. Paulo indicou: O “homem do pecado” teria tamanha arrogância, “chegando até a assentar-se no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus” (2Ts 2:4). Ezequiel usou a mesma imagem e linguagem quando escreveu sobre a queda do querubim, no Céu. Esse ser celestial estava “no monte santo de Deus” (Ez 28:14), mas seu principal problema era o orgulho: “Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus” (v. 2, NVI). Isaías também se referiu a esse querubim caído. Seu plano era “ascender aos Céus”, e colocar seu “trono acima das estrelas de Deus” e “e se assentar no monte da assembleia”, no templo de Deus

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(Is 14:12, 13, NVI). Ele, inclusive, afirmou: “serei como o Altíssimo” (v. 14, NVI). A informação de Ezequiel e Isaías é resumida por Paulo em 2 Tessalonicenses 2:4. Ezequiel e Isaías declararam que, por trás dos inimigos terrenos de Deus há um poder espiritual agindo em oposição a Ele. Ao longo da história, Satanás usou instituições humanas para realizar seus planos, mas seu objetivo é realizá-los por si mesmo, em sua própria pessoa. É exatamente isso que Paulo descreveu em sua passagem apocalíptica. 3. Anticristo terreno e espiritual. Ao combinar as profecias desses profetas, Paulo descreveu a vinda de um poder terreno futuro que agirá em oposição a Deus e à futura vinda de Cristo, e é obra do querubim celestial caído. Em 2 Tessalonicenses 2:3-8 Paulo predisse o trabalho, a revelação e a destruição final de ambos. A expressão histórica do anticristo por meio da apostasia que invadiu a igreja cristã, no tempo do fim alcançará dimensões universais, quando o anticristo pessoalmente tentará ocupar o lugar de Deus neste planeta. Ele não conseguiu realizar seu plano no santuário celestial de Deus, mas tentará realizar isso aqui na Terra. De fato, o anticristo imitará a vinda de Jesus. Paulo descreveu a segunda vinda [parousia] de Cristo (v. 8), e a revelação do “homem do pecado” como “a vinda [parousia] desse perverso” (v. 9). Observe que o verbo “revelado” (apokaluptō) é usado para descrever a vinda de ambos – Jesus, em 2 Tessalonicenses 1:7; e o homem do pecado em 2 Tessalonicenses 2:3, 6. 8. No final, haverá a falsa “vinda/ revelação” satânica e a verdadeira. Paulo estava descrevendo a obra do anticristo por meio de uma instituição religiosa histórica, e por meio da “vinda” pessoal desse poder. Nesse caso, o “homem do pecado” é a manifestação histórica do anticristo durante a Idade Média, bem como da “vinda” pessoal do anticristo real, a quem “Jesus matará com o sopro da Sua boca” (v. 8, NVI; cf. Is 14:4). n

Ángel Manuel Rodríguez aposentou-se após ter servido como pastor, professor e teólogo. Atualmente mora no Texas, Estados Unidos.


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Mark A. Finley

Superando

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os tempos difíceis

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odos nós os temos; não podemos evitá-los. Por mais que tentemos, eles ainda nos alcançam. Às vezes chegam de repente. Outras vezes se aproximam gradualmente. As dificuldades, às vezes, nos engolem a todos. Como neblina densa, elas obstruem nossa visão. Como escuridão pesada, encobrem a luz do dia. A questão não é quando iremos enfrentar dias difíceis, mas como podemos suportar os desafios que enfrentamos na vida. Talvez haja algo mais do que apenas alguma coisa para nos agarrar durante os momentos difíceis. Será que realmente podemos aprender a superar as dificuldades? Esse é o assunto desta lição.

1 Que certeza podemos ter quando enfrentamos tempos difíceis? Leia Hebreus 13:5. Não precisamos enfrentar os tempos difíceis sozinhos. Temos sempre a presença de Cristo conosco. Ele não nos abandona nem deixa que enfrentemos os terríveis desafios da vida por nós mesmos.

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Qual é a promessa de Deus quando o futuro parece incerto, e nossa vida mergulhada em trevas? Leia as palavras de incentivo em Isaías 41:10. O nosso Senhor nos aconselha a não nos confundirmos com o que está acontecendo em nossa vida. Mesmo que não compreendamos, podemos confiar em Suas palavras: “Eu te fortaleço [...] e te ajudo, [...]e te sustento. “A figura do texto é de alguém sem forças e prestes a cair. Mas Cristo o fortalece, apoia e mantém de pé.

3 Quando somos confrontados com decisões difíceis, e não sabemos para onde seguir, em quais promessas de Deus podemos nos apoiar? Descubra as promessas contidas em Salmos 32:8, Isaías 42:16 e 58:11.

4 Como podemos suportar quando nos sentimos fracos? Leia 2 Coríntios 12:9, Filipenses 4:13 e Isaías 40:29-31. Deus não apenas oferece orientação durantes nossas dificuldades. Ele oferece a força necessária para que suportemos os desafios. Podemos nos sentir fracos, mas Ele é forte. Pela fé, nos agarramos a Seu poder e conseguimos superar os tempos difíceis.

5 Que conselho deu Salomão para nos ajudar em nossos dias escuros? Eclesiastes 3:1 e 11 revela essa verdade fascinante. Assim como a natureza tem estações, a vida tem as suas. Há tempo para alegria e tempo para tristeza, tempo de felicidade e tempo de luto, tempo de dias ensolarados e tempo de dias escuros. A boa notícia incrível é que as provações passam. Os dias difíceis são temperados com o amor de Deus e encurtados pela Sua graça. O sofrimento que atravessamos hoje tem duração limitada, pois não durará para sempre.

6 Qual é a solução de Deus para os tempos difíceis de nossa vida? Como podemos superá-los? Estude cuidadosamente Jó 22:21-28. O conselho de Jó é: “Reconcilia-te, pois, com Ele e tem paz [...] Aceita, peço-te, a instrução que profere, [...] Põe as Suas palavras em teu coração. ...Deleitar-te-ás no Todo Poderoso.” A luz atravessará as trevas e brilhará em teus caminhos.

7 Quando nossas dificuldades e dias escuros desaparecerão para sempre? Compare Apocalipse 21:23 com 22:5. Um dia, a escuridão desaparecerá para sempre. Um dia, os tempos difíceis terminarão. Os desafios da vida terão um fim e serão enxugadas todas as lágrimas. Um dia, a luz do amor de Deus e a glória da Sua graça brilharão para sempre sobre nós, enchendo nosso coração com paz e alegria eternas. Essa esperança nos encoraja e nos capacita a superar as dificuldades da vida. n

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TROCA DE IDEIAS Obrigada! Que Deus os abençoe, porque eu sei que Deus diz: “Eu estou só começando.” – Everylyne Jepkemboi, Quênia

primitiva com apenas vislumbres de organização. . . . Finley não reconhece a ausência da mediação do conselho nas disputas entre Paulo e Barnabé, ou Paulo e as mulheres que ensinavam na igreja. Graham Fraser Austrália

Cartas Sobre unidade

Além da Cruz: Aproveitando o máximo da Páscoa

Na segunda parte do artigo sobre “Unidade, no passado e no presente” (abril de 2017), Mark Finley declara: “Na igreja do livro de Atos, a organização é imprescindível para a unidade da igreja.” Ao invés de imprescindível, minha leitura de Atos sugere uma igreja

Jarod Thomas apresentou explanação e conselhos excelentes de como nós, adventistas, devemos comemorar a Páscoa (“Além da Cruz”, abril de 2017). Minha oração e desejo é que cada verdadeiro crente leia esse devocional. Joseph Cobb Por e-mail

OraçãoW

A graça onde pode ser encontrada

Sendo mãe de duas crianças e sozinha, eu estava no ponto de desistir da vida quando li o artigo “A graça onde pode ser encontrada” (dezembro de 2016). A história de Albert Kazako (“De vítimas a vitoriosos”, dezembro de 2016) realmente me tocou. Obrigada! Que Deus os abençoe, porque eu sei que Deus diz: “Eu estou só começando.” Everlyne Jepkemboi Quênia Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

GRATIDÃO

Por favor, ore pelo nosso casamento. Estamos casados há quatro anos e temos muitos conflitos um com o outro que não conseguimos resolver sozinhos. Precisamos da ajuda do Senhor. Du, Vietnam Por favor ore por minha esposa, filhos, netos e bisnetos, para que possam servir ao Senhor. Job, África do Sul Ore por nosso guia israelita que acredita em Y’Shua. Ele foi profundamente tocado por participar do nosso grupo. Jeff, Estados Unidos

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Por favor, ore para eu melhorar. Sofri uma reação alérgica. Ore, também, pela direção de Deus em minha vida. Helen, Estados Unidos

Por favor, ore por meus irmãos que estão sendo consumidos pelo vício do álcool e das drogas. Peter, Quênia

Por favor ore por mim porque estou enfrentando muitos desafios no meu trabalho. Necessito da proteção e direção de Deus. Andrew, Uganda

Por favor, ore por minha filha Dianayra. Ela está procurando emprego, e queremos colocá-la nas mãos do Senhor. Eliezer, Colômbia

Por favor ore pelo trabalho dos evangelistas em Ibague, Colômbia. Shirley, Colômbia

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.


“Eis que cedo venho…”

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

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esde a interpretação equivocada sobre a profecia dos 2300 dias, feita por William Miller, ao Grande Desapontamento de 22 de outubro de 1844, à revelação do santuário celestial, à aceitação do sábado do sétimo dia, e as visões de Ellen White, o DVD Diga ao Mundo leva os espectadores, em turnê cinematográfica, ao nascimento da Igreja Adventista do Sétimo dia. Ele também mostra a convergência de forças sociais, políticas e religiosas por meio das quais Deus trabalhou para o surgimento de um movimento que se tornou na igreja mundial que é hoje. Com um elenco de atores profissionais, trajes autênticos e grande parte filmada em locações históricas, Diga ao Mundo oferece informação e entretenimento com um toque inspirador. A história é significativa para todos os adventistas do sétimo dia, principalmente para os jovens que podem ser surpreendidos e inspirados pelos rapazes e moças – inclusive uma frágil adolescente – retratados nesse drama historicamente preciso com exemplos de coragem de viver suas ideias e abandonar suas tradições em favor de novas verdades, avançando sem desviar os olhos de Jesus. A produção destaca vários princípios essenciais: n Estudo diligente da Bíblia n Superação de desapontamentos, diferenças ou oposições n Fazer da grande comissão de Jesus seu principal objetivo n Avançar guiado pela profecia n Viver com a certeza do retorno de Jesus. Para informação, visite TelltheWorld.Adventist.org ou https://goo.gl/CSzp0n. – Faith Hunter, Departamento de Escola Sabatina e Ministério Pessoal da Associação Geral

Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Guillermo Biaggi, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Williams Costa, Daniel R. Jackson; Peter Landless, Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol-Puesán; Ella Simmons; Artur Stele; Ray Wahlen; Karnik Doukmetzian, assessor legal.  Editor Administrativo e Editor-Chefe Bill Knott Gerente Internacional de Publicação Pyung Duk Chun Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, chair; Yutaka Inada, German Lust, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han, Dong Jin Lyu Editores em Silver Spring, Maryland, EUA André Brink, Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores-assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Costin Jordache, Wilona Karimabadi Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim Gerente de Operações Merle Poirier Colaboradores Mark A. Finley, John M. Fowler Conselheiro E. Edward Zinke Administradora Financeira Kimberly Brown

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Coordenador de Avaliação de Manuscritos Marvene Thorpe-Baptiste TITLE Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; Chun, Pyung Duk; Karnik Doukmetzian; Han, Suk Hee; Yutaka Inada; German Lust; Ray Wahlen; Ex-officio: Juan Prestol-Puesán; G. T. Ng; Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti

Os 1O Mais Os

1O países mais felizes do mundo são:

N oruega nD inamarca n I slândia nS uíça nF inlândia n

olanda H nC anadá nN ova Zelândia nA ustrália nS uíça n

Esses dados são o resultado de “alto nível de confiança mútua, propósito compartilhado, generosidade e bom governo.” Outros fatores incluem: expectativa de vida, liberdade e apoio à sociedade.

Consultores Ted N. C. Wilson, Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Mario Brito, Abner De Los Santos, Dan Jackson, Raafat A. Kamal, Michael F. Kaminskiy, Erton C. Köhler, Ezras Lakra, Jairyong Lee, Israel Leito, Thomas L. Lemon, Solomon Maphosa, Geoffrey G. Mbwana, Blasious M. Ruguri, Saw Samuel, Ella Simmons, Artur A. Stele, Glenn Townend, Elie Weick-Dido Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, África do Sul, Austrália, Alemanha, Áustria, México e nos Estados Unidos.

V. 13, nº- 7

Fonte: UN Sustainable Development Solutions Network/USA Today

Julho 2017 | Adventist World

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