AW Português - Junho 2017

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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

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INSPIRADOS PELA

ROMENIA Experiência do Envolvimento Total dos Membros no Leste Europeu

11 A boa bactéria 24 Explorando Caminho a Cristo 27 Quando Deus está em silêncio


Junho 2017

A R T I G O

Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Ju nho 2017

INSPIRADOS PELA

ROMENIA

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Experiência do Envolvimento Total dos Membros no Leste Europeu

11 A boa bactéria 24 Explorando Caminho a Cristo 27 Quando Deus está em silêncio

D E

C A P A

Inspirados pela Romênia

F U N D A M E N T A I S

A Bíblia é única

Gerhard Pfandl

Andrew McChesney

Muitos livros alegam mudar vidas, mas esse realmente transforma.

O evangelismo foi a prioridade “número um” em vários países do Leste Europeu nos últimos meses.

23 Arca superlotada? F É

8 A chuva serôdia está chegando M U N D I A L

Ted N. C. Wilson

Você está pronto para o que vai acontecer?

12 Pequenas coisas

C I Ê N C I A

L. James Gibson

Dois, mais dois, mais dois, mais dois… são muitos animais!

24 Explorando Caminho a Cristo D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

D E V O C I O N A L

E

V I S Ã O

Michael Sokupa

Um livro pequeno com grandes lições sobre estudo da Bíblia, oração e serviço.

14

C R E N Ç A S

Caleb Ramos

Bons hábitos começam pequenos, mas duram a vida inteira!

SEÇÕES 3 N O T Í C I A S

DO

MUNDO

3 Notícias breves 6 Notícia especial 10 Papo rápido

11 S A Ú D E N O M U N D O A boa bactéria RESPOSTAS 26

PERGUNTAS

A BÍBLICAS

Dúvida sobre o juízo divino

www.adventistworld.org On-line: disponível em 12 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. v. 13, nº- 6, junho de 2017.

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27 E S T U D O B Í B L I C O Quando Deus está em silêncio 28

TROCA

DE

IDEIAS


Esforço concentrado

T

NOTÍCIAS DO MUNDO

Jovens adventistas envolvem o mundo com

serv ço ao próx mo Participantes se dispõem a ser “as mãos e os pés de Jesus”

C O K E

Marcos Paseggi, correspondente da Adventist World

N I G E L

ia Gladys estava construindo uma casa de veraneio, mas não entendia muito de construção. Portanto, ela convocou os homens da família, comprou e reuniu todos os materiais e esperou pelo domingo previamente marcado. Observei, fascinado, como meu pai, tios e primos assentaram o alicerce, cortaram a madeira para o chão da varanda e levantaram as paredes. Mesmo com minha pouca idade, deixaram-me empunhar um martelo para fixar o compensado do assoalho. Parecia inacreditável para mim que tudo aquilo acontecesse tão rapidamente – o que antes era um local plano e coberto por amoreiras podia, agora, ostentar uma construção habitável, erguida tão rapidamente pelo esforço de homens habilidosos que, a vida inteira, haviam construído coisas. No outro domingo, a estrutura da cobertura estava em pé, e, em pouco tempo, eu estava ajudando a martelar o último prego para concluir o telhado. Essa foi minha primeira lição que eu me lembro sobre a facilidade com que uma tarefa é concluída quando todos se unem para executá-la. Um trabalho que teria levado semanas ou meses, se realizado por uma só pessoa, foi concluído em três domingos. E, se você fosse grande o suficiente para usar um martelo, ainda se sentiria realizado. Enquanto o povo de Cristo procura novas maneiras de cumprir a grande comissão, surgem momentos em que oportunidades incomuns requerem a convergência de trabalhadores. Isso está acontecendo agora no Leste Europeu, quando, durante um ano inteiro, a ênfase no evangelismo tem reunido milhares de membros e centenas de amigos estrangeiros em um “movimento” calculado. Em apenas alguns meses esse movimento impulsionou dramaticamente o perfil do adventismo nas Divisões Intereuropeia e Euro-Asiática – fazendo com que, em muitas regiões, se repensasse os métodos de testemunhar e evangelizar. Ao ler o artigo de capa deste mês, “Inspirados pela Romênia”, pergunte ao Senhor o que Ele quer que você faça com o martelo que Ele colocou em suas mãos.

M

ilhares de jovens adventistas do sétimo dia e seus líderes participaram de um evento especial que incentivou os membros da igreja com menos de 35 anos de idade a sair em suas comunidades e realizar atos de serviço e bondade. Em sua quinta edição, o evento anual, realizado no mundo inteiro, conhecido como Dia Mundial do Jovem Calyndra Campbell, 9, entrega Adventista (#GYD17) e, no dia refeições prontas, nas ruas de 18 de março de 2017, reuniu Mandeville, Jamaica, durante as os jovens adventistas para graatividades do Dia Mundial do Jovem tuitamente oferecer abraços e Adventista. A observá-la está orações, limpar praias e parques, Dane Fletcher, diretor do Ministério cantar em calçadas e presídios, Jovem para a igreja na Jamaica. divulgar dicas sobre o estilo de vida saudável e se prontificar para capacitar, motivar e compartilhar a esperança que eles têm em Deus. Alguns dos destaques do dia foram transmitidos para todo o mundo durante 24 horas, ao vivo, pelo Canal da Esperança da Alemanha e pela página do evento na internet: GlobalYouth.org. Doação de sangue

O GYD 2017 foi marcado por incentivar os jovens e seus líderes a doar sangue. Em parceria com várias organizações de doação de sangue, incluindo a Cruz Vermelha, os adventistas do Peru à Inglaterra e até ao Quênia doaram sangue para ajudar a salvar a vida de pessoas. Em muitos casos, os participantes usaram a ocasião para destacar a importância de doar sangue como um símbolo do sacrifício de Cristo na cruz. “Doei um pouco de sangue porque Jesus deu todo o Seu sangue por mim”, disse um doador da Índia, enquanto estendia o braço direito para a coleta do sangue.

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NOTÍCIAS DO MUNDO A conexão entre sangue e boa saúde também não foi perdida. Na América do Sul, muitos organizadores da doação de sangue e doadores usaram uma camiseta vermelha com a frase: “Sangue bom é o resultado de bons hábitos!” A generosidade dos jovens adventistas pegou de surpresa muitos hospitais e bancos de sangue. “Eles mal podiam acreditar na quantidade de doadores”, declarou um dos jovens. Muitos jovens também se comprometeram a tornar um hábito essa prática que salva vidas. Refugiados

A edição 2017 do GYD refletiu a realidade do recente afluxo de refugiados em todo o mundo, principalmente dos sírios fugindo da guerra. Os jovens adventistas decidiram oferecer a eles assistência, palavras de conforto e orações. Eles foram ao encontro dos refugiados recém-chegados e suas comunidades e ofereceram alimentos, roupas, brinquedos para as crianças e sorrisos carinhosos. Um encontro com os refugiados, em Antália, levou um grupo de jovens às lágrimas na florescente costa do sul da Turquia. Os jovens adventistas locais planejaram ministrar aos desabrigados, mas, após andarem pelos arredores por mais de 30 minutos, não encontraram nenhum desabrigado naquela cidade próspera. Então, oraram e pediram a Deus que mostrasse o caminho que deviam tomar. Minutos mais tarde, receberam informação sobre uma estrada onde algumas famílias sírias estavam vivendo em um local abarrotado. As famílias tinham fugido da Síria dois meses antes, e o filho de uma delas havia morrido alguns dias antes. “Eles ficaram felizes por alguém ter tomado tempo para visitá-los”, disse um dos jovens envolvidos. “Mesmo não tendo nada, entraram e prepararam

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chá para nós, agradecendo-nos repetidamente pela visita. Nunca vou me esquecer do sorriso deles.” Crianças e idosos

Segundo as estatísticas de várias organizações, a população idosa tem crescido exponencialmente em todo o mundo. Sabendo disso e dos problemas relacionados com solidão, saúde e finanças enfrentados por muitos idosos em vários países, os jovens adventistas fizeram o melhor para que os idosos se sentissem aceitos, cuidados e amados. Em Taiwan, os jovens adventistas visitaram apartamentos e residências, oferecendo canções, mensagens e refeições saudáveis para os idosos. Na Tunísia, os jovens se envolveram, com sucesso, com os idosos e suas comunidades. “A mensagem clara e audível que passamos para eles foi: ‘Vocês não estão abandonados!’”, disse um dos participantes. No Líbano, estudantes adventistas prepararam um dia especial para as crianças refugiadas que lutam para se integrarem em seu novo país. Em Telavive, Israel, um grupo de jovens adventistas, fantasiados de palhaços, visitaram hospitais pediátricos, levando canções e sorrisos para os pequenos. Promovendo o GYD 2017 em Marrocos, os jovens adventistas organizaram atividades esportivas para as crianças, incluindo futebol, o esporte preferido delas. “Para mim, é muito claro”, disse um dos organizadores. “Meu talento é meu ministério.” Criatividade jovem

A criatividade dos jovens adventistas comprometidos durante o dia de serviço foi notável. Usando capacetes verde-militar e camisetas, os jovens adventistas em Belgrado, Sérvia, distribuíram rosas aos turistas e residentes no memorial militar, como um símbolo

de paz. Ao mesmo tempo, na Cidade do Cabo, África do Sul, um grupo de jovens foram ao quartel de bombeiros local para agradecer a eles por seus serviços. Em Cracóvia, Polônia, os adventistas encenaram em praça pública uma reedição do momento decisivo da Reforma Protestante, enquanto um deles, interpretando o reformador Martinho Lutero, “pregou” suas teses em uma porta, chamando a atenção do público para o 500º- aniversário do movimento. Em Milão, Itália, os jovens desfilaram sobre uma ponte conhecida por ser o local em que muitas pessoas desesperadas saltaram para a morte. Eles marcharam, levando cartazes com mensagens de esperança em Deus e no futuro. No Zimbábue, os adventistas participaram de uma distribuição massiva de absorventes para meninas adolescentes, que muitas vezes são forçadas a não ir à escola por não ter absorventes disponíveis. Mais do que um dia, um estilo de vida

“O Dia Mundial do Jovem Adventista (GYD) não veio apenas para ficar, mas também para fazer a diferença no modo de pensar a vida”, disseram os organizadores. “GYD deve ser não apenas um evento”, disse Pako Mokgwane, diretor associado do Ministério Jovem da Igreja Adventista no mundo e principal organizador do dia especial. “GYD deve ser um estilo de vida.” Os líderes de jovens e participantes em todo o mundo ecoaram sua definição. “As atividades não terminam hoje”, disse um jovem do Quênia. “Esse é apenas o início.” As oportunidades de servir são muitas, lembra Gilbert Cangy, ex-diretor mundial do Ministério Jovem da igreja. “Não precisamos reinventar a roda. Muitas organizações estão procurando voluntários. Podemos nos unir no serviço”, disse ele. n


Pastores e profissionais de saúde

unidos na missão Acampamentos de saúde resultaram em mais de 400 batismos Marcos Paseggi, correspondente da Adventist World

N

o Quênia, pastores adventistas e profissionais de saúde se uniram na missão, em iniciativa que resultou em 419 batismos no oeste do país africano. Os líderes e membros leigos da igreja montaram “acampamentos de saúde” junto às reuniões evangelísticas realizadas em todo o país, onde ofereceram gratuitamente exames de saúde preventiva e tratamentos básicos. A combinação dos projetos é conhecida como Envolvimento Total dos Membros (ETM), com iniciativas do Ministério de Saúde Integral (MSI), entre os dias 3 a 18 de março. “Damos glória e honra a Deus pelo sucesso dos eventos do ETM e MSI, no Quênia”, disse Fesaha Tsegaye, diretor do Ministério da Saúde na Divisão Centro-Leste Africana, região da igreja que inclui o Quênia. O Envolvimento Total dos Membros é uma iniciativa mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia que

incentiva seus membros a se envolverem na propagação do evangelho. O Ministério de Saúde Integral procura usar o cuidado e a educação em saúde como “o braço direito”, como descrito há mais de um século por Ellen G. White, cofundadora da denominação. No Quênia, 19.248 pessoas receberam atendimento médico gratuito em 59 locais, em duas regiões, durante as duas semanas de reuniões evangelísticas do ETM, reportou Tsegaye, que esteve envolvido pessoalmente em seis acampamentos de saúde, em Kisumu, oeste do Quênia. Os 419 batismos não são de pessoas batizadas após as conferências, mas o número de pessoas batizadas que relataram terem vindo às reuniões por causa do atendimento recebido nas clínicas gratuitas. Tsegaye também relatou que mais de 200 profissionais de saúde, incluindo

F E S A H A T S E G AY E

Vista parcial de um dos 59 acampamentos de saúde, no Quênia, que ofereceram atendimentos médicos e educação em saúde.

médicos e enfermeiros, participaram nos 59 locais todos os dias durante duas semanas. O Hospital Adventista Kendu, instituição administrada pela igreja no oeste do Quênia, foi responsável por seis acampamentos de saúde, onde 1.064 pessoas receberam atendimento e tratamento gratuitos. O Ministro da Saúde do Quênia apoiou a iniciativa com muito entusiasmo, oferecendo aconselhamento e exames preventivos do câncer cervical e de mama. Membros do governo também distribuíram medicamentos gratuitamente para as pessoas que buscavam os acampamentos de saúde. Alguns desses acampamentos também apresentaram feiras de saúde e opções de educação em saúde, relatou Tsegaye. Em alguns lugares, tendas foram montadas, e um ancião ou pastor convidava as pessoas para se matricularem em um curso bíblico. “Nosso objetivo foi levar a esse povo, que desesperadamente necessita, a cura física, social e espiritual”, disse Tsegaye. Ele acrescentou que a igreja só pode conseguir esse resultado quando os profissionais de saúde e os pastores trabalham juntos. “Por meio do trabalho em equipe, podemos juntos nos equilibrar para suprir, efetivamente, as necessidades das pessoas”, explicou ele. Peter Landless, diretor do Ministério da Saúde para a igreja em todo o mundo, em mensagem para os líderes da igreja no Quênia, comentou o que ele chamou de “relatório maravilhoso” sobre os esforços dos líderes e membros da igreja no centro-leste da África. “Muito obrigado por seu compromisso com a mensagem, a grande comissão e a missão do Senhor a quem amamos e servimos”, escreveu ele. Landless concluiu que acrescentaria seus esforços àqueles que oravam “por sabedoria divina, orientação, energia e recursos” para a região. n

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NOTÍCIAS DO MUNDO

Na Suécia,

Rainer Refsbäck, União Sueca

estudantes adventistas são

beneficiados

Exame nacional é transferido do sábado para o domingo

O

s meios de comunicação da Suécia destacaram recentemente que a Igreja Adventista do Sétimo Dia está por trás da mudança na data da aplicação do Exame de Aptidão Escolar Sueco (SweSAT), prova obrigatória para alunos formandos em todo o país. Começando em 2018, o exame será oferecido alternadamente aos sábados e domingos, em vez de somente aos sábados. O SweSAT é um meio importante de ingressar no ensino superior. Desde sua criação, no final dos anos 1970, o exame era oferecido somente aos sábados. Por muitos anos a Igreja Adventista do Sétimo Dia buscou alterar a data em favor dos alunos guardadores do sábado. Em 2001, a

aprovação do Ato de Igualdade de Tratamento deu aos estudantes adventistas direitos legais de reivindicar um dia alternativo para a realização do exame. Desde então, tem sido administrada uma prova substitutiva a cada cinco anos. Enquanto outros estudantes têm a chance de prestar o exame várias vezes, os adventistas tinham apenas uma chance. Göran Hansen, presidente da União Sueca, e Bernard Osei-Fofie, membro da Comissão Diretiva da União, têm participado de diálogos sobre o assunto com o Conselho Sueco de Ensino Superior há algum tempo. Em setembro de 2016, o Conselho anunciou que o SweSAT seria ministrado alternadamente aos sábados e domingos a partir de 2018.

Jovens escandinavos em evento na igreja da Escola Adventista de Ekebyholm, Suécia.

C H R I S T I A N

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H J O R T L A N D / A D A M S

No entanto, somente no início de março a notícia sobre a mudança foi publicada pela mídia. Hansen foi entrevistado pela Rádio Sueca e pelo jornal cristão diário Dagen. Os principais jornais da Suécia abordaram a notícia, e outros membros e pastores foram contatados pela mídia. Nem toda cobertura foi positiva. Na sociedade altamente secular da Suécia, a mídia perguntou como uma igreja cristã com menos de três mil membros pode exercer tamanha influência sobre uma agência do governo. “Por que é tão importante quando, em certo ano, não mais de dez alunos, entre os oitenta mil que fazem a prova, solicitam dia alternativo para realizar o exame?”, perguntaram. Hansen disse que essa não é uma questão de número. “Mas uma questão de igualdade de tratamento”, disse ele. “Somente poucos alunos prestam o exame SweSAT em dia alternativo porque só podem prestá-lo uma vez.” No passado, muitos estudantes adventistas e judeus foram tentados a fazer concessão à sua consciência e prestar o exame no sábado. Åke Lernefalk, porta-voz do Conselho Sueco de Ensino Superior, explicou em entrevista de rádio que é dispendioso realizar o exame alternativo e que o Conselho simpatizou-se com o pedido da Igreja Adventista do Sétimo Dia por uma solução melhor. “Oferecer o SweSAT aos sábados e domingos é uma alternativa sensata”, disse ele. “Creio que esse arranjo beneficiará muitos, independentemente de suas crenças religiosas.” Após o anúncio oficial, Hansen disse que estava feliz com a decisão. “É com muita satisfação que chegamos a essa solução, que torna possível aos nossos jovens ter oportunidades iguais de ingressar no ensino superior”, disse ele. n


Fritz Bissereth, diretor da ADRA Haiti, explica como a unidade de purificação da água, distribuída no sul da península, deve ser usada.

adra intensifica a ajuda

no Haiti Milhares ainda sofrem pela passagem do furacão Libna Stevens, Divisão Interamericana

E

nquanto outras agências humanitárias estão desativando seus projetos emergenciais no Haiti, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) está aumentando suas atividades no país em favor das famílias afetadas pelo furacão Matthew, que atingiu a ilha em outubro de 2016. O furacão passou pela península ao sul do Haiti no dia 3 de outubro e permaneceu ali por cerca de 36 horas, com ventos de até 218 quilômetros por hora, causando deslizamento de terra, enchentes e danos em pontes e estradas. A ADRA Haiti distribuiu filtros de água e mantimentos como parte de um projeto de assistência a mais de 1.700 famílias na comuna de Roche-à-Bateau, e mais 3 mil famílias em toda a península ao sul do Haiti, disse Fritz Bissereth, diretor da ADRA Haiti. “Duzentas das famílias mais necessitadas receberam filtro de água Sawyer e três caixas de 108 pacotes de arroz enriquecido com nutrientes e vitaminas da Stop Hunger Now [Acabe com a Fome Agora], uma organização não governamental”, disse Bissereth. Ele acrescentou que as famílias ainda têm grandes necessidades de abrigo, alimento e esperança, e a ADRA está fazendo o que pode para levar alguma ajuda. No dia 22 de fevereiro de 2017, mais de 500 pessoas já estavam na fila

esperando os donativos da ADRA em Roche-à-Bateau. As duzentas famílias seguravam pequenos cupons cor-de-rosa enquanto permaneciam em fila sob o sol litorâneo da tarde, esperando ouvir as instruções de como usar o purificador de água para prevenir a cólera em seus lares e comunidades. Antojean Claude, agricultor de 26 anos de idade e pai de um menino de 2 anos, esperou por horas. “Minha casa foi destruída, e eu perdi tudo o que possuía”, disse Claude. Ele estava entre os muitos agricultores que perderam a colheita quando o furação Matthew varreu e arrancou as plantações. “Estamos esperando a chuva para plantarmos milho, feijão e mandioca para vender e assim sustentar a família”, explicou Claude. Enquanto isso, ele está grato pela ajuda que a ADRA está dando à sua região. Luvana Beaubrun, prefeita de Roche-à-Bateau, agradeceu à ADRA e aos seus voluntários pelo compromisso em oferecer assistência a seu distrito. Luvana está entre os três prefeitos responsáveis pelos abrigos de onde autoridades locais coordenam a assistência da ADRA no distrito. Como as 23 mil pessoas residentes em Roche-à-Bateau, Luvana também foi afetada pelo furacão. “Minha casa foi completamente destruída, e tive de ir para um abrigo. Simpatizo com todas as famílias

L I B N A

S T E V E N S

desabrigadas aqui”, disse Luvana. Ela também disse que nunca viu um desastre assim. A última tempestade severa a atingir o Haiti foi em 1963, segundo o Centro Meteorológico Nacional. “Somos muito agradecidos pela assistência permanente que a ADRA continuará a prover para nosso povo nas próximas semanas e meses”, disse ela. A ADRA Haiti fará doze entregas semelhantes nos próximos meses, disse Enock Bertrand, coordenador da ADRA Haiti na Região Sul, cuja sede fica a 46 quilômetros a leste de Roche-à-Bateau, em Les Cayes. “Temos realizado muitas atividades aqui em Roche-à-Bateau porque nosso interesse não é somente oferecer assistência, mas fornecer as ferramentas necessárias para que os moradores reconstruam a vida após um desastre como esse”, disse Bertrand. “Melhorar a vida das pessoas com programas de desenvolvimento de longo prazo e resposta a emergências nas comunidades afetadas é o centro da missão da ADRA”, afirma Bissereth. Ainda temos desafios para alcançar muitos outros afetados pelo furacão Matthew, disse Bissereth, mas a “ADRA continua a trabalhar duro para fazer a diferença”. n

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V I S Ã O

M U N D I A L

Este artigo é a adaptação de um sermão feito pelo pastor Ted Wilson na sede mundial da igreja, no dia 30 de março de 2017. Foram mantidos elementos do estilo oral. – Os editores

Q

uero falar sobre a chuva serôdia e a sacudidura. Lemos em Joel 2:21-23: “Não temas, ó terra, regozija-te e alegra-te, porque o Senhor faz grandes coisas. [...] Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus, porque Ele vos dará em justa medida a chuva; fará descer, como outrora, a chuva temporã e a serôdia.” Muitos de nós participamos das maravilhosas atividades na Romênia. Foi uma experiência fascinante. Qualquer pessoa que esteve lá irá falar das coisas emocionantes que aconteceram, não realizadas por seres humanos, mas obra do Espírito Santo. O mesmo está acontecendo em outros lugares. Deus está fazendo algo radicalmente inédito. É quase inacreditável. Uma noite, durante o apelo que eu fazia para o batismo, um jovem veio à frente. Seu rosto transmitia paz e tranquilidade. Mais tarde eu soube que ele era filho do tesoureiro da igreja. Enquanto ele vinha, o primeiro ancião chorava. Esse jovem, de aproximadamente 30 anos de idade, havia se desviado da igreja. Mas, após entregar o coração a Jesus, continuou vindo todas as noites. Após o batismo do sábado, fiz outro apelo. Louvado seja Deus! Os membros da família de um irmão e sua esposa, que acabava de ser batizada, vieram à frente. O Espírito Santo está trabalhando! No dia 3 de junho haverá um batismo massivo em toda Romênia. Imagine a alegria no Céu pelas milhares de pessoas a ser batizadas! O Envolvimento Total dos Membros (ETM) – todos se envolvendo – é um poder, não da Associação Geral, mas do próprio Céu. O Espírito Santo está trabalhando de maneira poderosa.

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A

chuva serôdia está

chegando Ted N. C. Wilson

Não reservado

Lemos em Joel 2:28, 29: “E acontecerá, depois, que derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o Meu Espírito naqueles dias.” O Espírito Santo cai sobre todas as pessoas. A bênção não é reservada apenas para um grupo especial. Não é reservada apenas para os pastores ordenados. Ele é derramado sobre todos os que se submetem ao poder do Espírito Santo. Quando virá a chuva serôdia? O Senhor já está preparando a igreja para recebê-la por meio de reavivamento e reforma e das provações pelas quais passamos hoje. Leia algo encorajador sobre como Deus vai nos conduzir em meio a tudo isso. Leia Patriarcas e Profetas, capítulo 13. A chuva temporã veio no Pentecostes, no ano 31 d.C. Os discípulos

Você está preparado? se humilharam arrependidos. Oraram com sinceridade e deixaram de lado as diferenças.1 Na expectativa da chuva serôdia, é muito importante que façamos o mesmo! A chuva temporã produziu o poder de Deus na unidade e na proclamação da mensagem ao mundo. Em Atos dos Apóstolos, lemos o seguinte: “A ambição dos crentes era revelar a semelhança do caráter de Cristo, bem como trabalhar pelo desenvolvimento de Seu reino.”2 Assim também será a chuva serôdia. Deus nos pede – por meio de Seu poder – para buscar revelar a semelhança do caráter de Cristo e trabalhar pelo crescimento de Seu reino. F O T O :

D AV I D

B .

S H E R W I N


A sacudidura virá, mas não decorrente de algo que você ou eu façamos! Concessão especial de graça

Ao nos aproximarmos do fim da colheita da Terra, foi prometida uma concessão especial de graça espiritual – a chuva serôdia – para preparar a igreja para o regresso do Senhor Jesus. Estamos quase presenciando essa promessa. Mas, antes, devem acontecer outras coisas. “Nesse tempo, a ‘chuva serôdia’, ou o refrigério pela presença do Senhor, virá, para dar poder à grande voz do terceiro anjo e preparar os santos para estar de pé no período em que as sete últimas pragas serão derramadas”, escreveu Ellen White.3 Antes, porém, virá a sacudidura. Não estamos muito certos a respeito de que tipo de sacudidura será, mas ela acontecerá. As pessoas serão iludidas com crenças estranhas e conceitos não bíblicos, inclusive entre os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Durante este ano, no 500º- aniversário da Reforma Protestante, vamos permanecer próximos à Santa Palavra – as preciosas instruções de Deus para nós. Alguns adventistas estão sendo enganados com a ideia de que não precisamos conhecer muito a Bíblia e suas doutrinas; só precisamos manter uma ligação emocional com Jesus. Mas Ele é o centro de cada uma das nossas 28 Crenças Fundamentais. Se Ele não fosse, por que as teríamos confirmado com um voto? Se Ele não é, vamos rejeitá-las. Não seja varrido pela marca superficial da religião adventista do sétimo dia. Haverá unidade, não tensões e diferenças. A sacudidura virá, mas não decorrente de algo que você ou eu façamos! Ela

virá somente pelo poder do Espírito Santo e pela proclamação da mensagem correta, da verdade da Bíblia. Como sabemos: “A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cairá. Ela permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lançados fora no joeiramento – a palha separada do trigo precioso. É esse um transe terrível, não obstante importa que tenha lugar.”4 Seremos parte dos que estão saindo? Espero que não. Pela graça de Deus, permaneça você apegado à Sua Palavra. Aproxima-se uma tempestade

Somos advertidos de que “ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário.”5 É por isso que necessitamos de reavivamento e reforma em nossa vida, permanecendo perto de Jesus.6 “Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos.”7 Você pode imaginar como será? O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos. Vamos nos humilhar diante de Deus. Vamos nos afastar de conflitos, do egoísmo, da opinião orgulhosa e da teimosia. Vamos cair diante de Deus e pedir voluntariamente o perdão. Vamos aceitar o caráter humilde de Cristo. Recebemos a seguinte promessa: “Ponham de parte os cristãos toda

dissensão, e entreguem-se a Deus para a salvação dos perdidos. Com fé peçam a bênção prometida, e ela virá.”8 Acontecerá um reavivamento e uma reforma verdadeiros? Sim! O povo de Deus irá se humilhar e abandonar o egoísmo? Sim! Virá a sacudidura? Sim! A igreja permanecerá firme, embora pareça prestes a cair? Sim! A mensagem do terceiro e do quarto anjo, de Apocalipse 14 e 18, respectivamente, será pregada com poder? Sim! O povo de Deus se manterá unido nessa mensagem? Sim! A chuva serôdia cairá? Sim! Tudo isso será o resultado do derramamento do Espírito Santo de Deus sobre toda a carne? Sim! Jesus virá em breve? Um sonoro sim! Por meio de reavivamento e reforma, por meio do poder do Espírito Santo, por meio do Envolvimento Total dos Membros, somente pelo poder de Deus. Vamos fazer parte disso! Como Joel disse, Deus fez e fará grandes coisas. n 1 Veja Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2010), v. 8, p. 20. 2 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006), p. 48. 3 Ellen G. White, Primeiros Escritos (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013), p. 86. 4 Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007), v. 2, p. 380. 5 Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013), p. 608. 6 Veja Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007), v. 1, p. 121. 7 Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 464. 8 Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 21.

Ted N. C. Wilson é

pastor e líder mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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PAPO RÁPIDO

Evangelismo aqui e agora PapoRápido é uma entrevista mensal para Adventist World, destacando um ministério.

Este mês nós conversamos com Jarod Thomas, gerente de comunicação e mídia da Associação Ministerial da

ASSOCIAÇÃO MINISTERIAL DA ASSOCIAÇÃO GERAL Jarod, você estava em ação na Romênia, conte-nos um pouco sobre esse trabalho. Na primeira noite de evangelismo, tive o privilégio de conhecer um homem chamado João. Ele mora e trabalha na Itália, mas veio de férias a sua cidade natal para visitar a família. Não tenho certeza por que escolheu aquela data, mas ele chegou à cidade para ficar exatamente as duas semanas marcadas para nossa campanha de evangelismo. Conversamos bastante e ele estava agradecido por aprender novas coisas da Bíblia. São em circunstâncias como essas que Deus mostra Sua mão trabalhando conosco.

Associação Geral. – Os editores

Como é seu trabalho na iniciativa de Reavivamento e Reforma? O que você viu na Romênia que acendeu a chama do reavivamento em seu coração? Gosto muito de encontrar pessoas que assumem responsabilidade pessoal pelas pessoas dentro do seu círculo de influência. Uma mulher estava usando sua confecção para evangelizar seus clientes. Algumas daquelas pessoas tomaram a decisão de seguir a Jesus nos seminários. Há cerca de 150 igrejas na Associação do Banato, onde eu estava trabalhando. Mas eles tinham mais de 200 séries evangelísticas simultâneas, a grande maioria delas realizada pelos membros leigos das igrejas locais, não por pregadores convidados ou pelos pastores. Deus realmente está fazendo algo para mexer com Seu povo e ligá-lo ao ministério.

Na sua opinião, como deve ser o evangelismo eficaz para o mundo ocidental nos próximos cinco anos? O Ocidente é um caso interessante, porque está se tornando cada vez mais secular.

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Adventist World | Junho 2017

Como o cristianismo historicamente era forte no Ocidente, normalmente não temos uma mentalidade missionária. Mas deveríamos! A única maneira segura e bem-sucedida de trabalhar é o modo pelo qual Jesus trabalhou: passe tempo com as pessoas, mostre que você se importa, mostre seu cuidado, supra suas necessidades e ganhe sua confiança. Só assim poderemos falar de Cristo efetivamente para os outros. Em um mundo onde o amor está morrendo, esse tipo de ministério será como água em terra seca.

Recentemente você se integrou à equipe da Associação Ministerial da Associação Geral, na área de Mídia e Comunicação. Você está trabalhando em algum projeto interessante? Acabamos de lançar uma página na internet para a iniciativa de Reavivamento e Reforma. Ali há uma série de novos recursos para o crescimento espiritual das pessoas.

Você tem uma paixão pela maneira como o evangelho está sendo levado a territórios inóspitos. O que você acha que será necessário para levar o evangelho mais amplamente a esses lugares? Nosso desejo de alcançar as queridas pessoas nesses territórios desafiadores é mostrado pelas nossas orações e ofertas missionárias. As doações financeiras para as missões estão baixas e é provável que isso realmente indique que também não estamos implorando a Deus para que derrame Seu Espírito sobre as pessoas desses países. Sim, precisamos de dinheiro e missionários, mas estamos em uma batalha espiritual. Se queremos o sucesso dos apóstolos, precisamos experimentar o reavivamento dos apóstolos, descrito em Atos 2. Quando estamos ligados a Jesus, Ele faz o trabalho pesado para nós.


S A Ú D E

N O

M U N D O

Peter N. Landless e Zeno L. Charles-Marcel

A boa bactéria Isso existe?

Ultimamente, sempre vejo artigos sobre bactérias intestinais e microbiota. Esses termos soam estranhos para mim. O que eles significam e como interferem na minha saúde?

M

icrobiota é o conjunto de micro-organismos (vivos e unicelulares) que habitam um ambiente. A microbiota humana é formada por bactérias, fungos e vírus que fazem de nosso corpo o seu lar. Cada parte de nós de algum modo em contato com o ambiente externo possui colônias de bactérias chamadas microbiota, como a microbiota do intestino, também conhecida como “flora intestinal”. Pode não ser agradável de se ouvir, mas isso é uma coisa boa – pelo menos parcialmente. As pesquisas sobre a microbiota humana são consideradas, por muitos, uma fronteira nova da medicina e das ciências da saúde; porém, John Harvey Kellogg e outros, no despontar do século 20, já estudavam as bactérias intestinais e descobriram ligações entre o número e os padrões de bactérias presentes em várias doenças. Estimativas atuais indicam que mais de dez mil espécies diferentes de micróbios compõem nossa microbiota, mas, nesse assunto, estamos apenas arranhando a superfície. Alguns desses são apenas “espectadores”, outros são potencialmente perigosos, mas a maioria nos ajuda a realizar funções mantenedoras da vida que seriam impossíveis sem eles.

Não temos micróbios antes do nascimento; mas nos três primeiros anos de vida nosso corpo é colonizado por bactérias. Durante o processo normal de nascimento, os bebês são cobertos pelo conteúdo bacteriano do canal do nascimento. Os bebês nascidos por cesariana não recebem essa herança benéfica da mãe; ao contrário, são cobertos com bactérias do hospital, cujas propriedades são diferentes. O intestino do bebê amamentado no peito também é colonizado de uma maneira mais benéfica que o das crianças alimentadas com mamadeira. As espécies das bactérias se deslocam e mudam bastante durante a primeira infância e geralmente variam muito entre as crianças. No entanto, ao ficarem mais velhas, as diferenças são menores. As doenças e o uso de medicamentos, especialmente antibióticos, as interações humanas com outras pessoas (beijo, toque, brincar juntos), a comida e o ambiente influenciam nossa microbiota, o que, por sua vez, pode afetar nossa saúde para o resto da vida. A despeito do trabalho pioneiro de Kellogg e seus contemporâneos reformadores da saúde, passamos muitas décadas tentando limpar o corpo e a casa de todos os “germes”. Embora antibióticos poderosos, naturais e sintéticos, tenham salvado incontáveis vidas, estamos apenas começando a compreender o custo de destruir os colaboradores invisíveis de nossa microbiota. Ela é essencial para o desenvolvimento apropriado do sistema imunológico, que diferencia os amigos imunológicos dos inimigos. Uma microbiota saudável e diversificada controla o crescimento de

bactérias potencialmente nocivas e também evita que as células do nosso sistema imunológico ataquem a nós mesmos. Nossa microbiota forma uma primeira linha de defesa na pele, nas membranas, mucosas e no trato gastrointestinal, como uma barreira entre as células e o ambiente externo. Uma microbiota oral saudável reduz ou elimina o crescimento de bactérias que causam problemas como cáries dentárias; e a microbiota do intestino ajuda a digestão e tem seu papel a desempenhar em alguns casos de obesidade, desnutrição, pré-diabetes e diabetes. Há cada vez mais evidências sobre nossa microbiota intestinal e a comunicação entre o intestino e o cérebro. Atualmente existe o pensamento de que as mudanças microbianas no intestino podem estar relacionadas a doenças do cérebro como autismo, ansiedade, depressão e dor crônica. A saúde humana depende de colônias bacterianas saudáveis – já pensou? Certamente podemos concordar com o salmista quando declarou: “por modo assombrosamente maravilhoso me formaste” (Sl 139:14). n

Peter N. Landless é cardiologista nuclear e diretor do Ministério da Saúde na Associação Geral.

Zeno L. Charles-Marcel é médico

internista e diretor associado do Ministério da Saúde na Associação Geral.

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D E V O C I O N A L

Pequenas Caleb Ramos

H

coisas

á algumas semanas, minha irmã e eu estávamos brincando de pega-pega. Ela corria atrás de mim ao lado e aos fundos da casa. Enquanto corríamos, tropecei em um pequeno elevado, ou um montinho na grama, perdi o equilíbrio e quase trombei com alguém. A experiência me lembrou um ditado que diz algo mais ou menos assim: “As pessoas não tropeçam em montanhas; são as pequenas pedras que nos derrubam.” No meu caso, um montinho de nada quase causou uma colisão frontal! Às vezes, são as pequenas coisas que causam o maior impacto na vida – tanto as boas como as más. Podemos ver o efeito das “pequenas coisas” no Céu, mesmo antes de nosso planeta ter sido criado. Antes da existência do pecado, tudo no universo era alegria e paz. Toda a criação estava em harmonia com Deus e com os princípios de Sua lei de amor. Pouco a pouco, porém, um indivíduo começou a discordar. Lúcifer foi criado como um ser perfeito e era líder dos anjos: “Você inculpável em seus caminhos desde o em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ez 28:15)1. Não foi de repente que Lúcifer decidiu se tornar o diabo. Primeiro, ele começou a semear a discórdia entre os anjos. Pouco a pouco foi alimentando o desejo de exaltação própria até chegar ao ponto de liderar uma rebelião contra Deus e Seu governo. Como resultado, ele será “precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo” (Is 14:15, ARA).

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Que diferença elas fazem!

Um traidor americano

A queda gradual no pecado, vivida por Lúcifer, tem se repetido incontáveis vezes na história humana. Aldrich Hazen Ames, por exemplo, foi um traidor americano. Após ter sido capturado, perguntaram a ele: “Por que você traiu seu país?” Ele respondeu que nunca havia planejado se tornar um traidor. Então, como isso aconteceu? Ames era um agente da CIA, o serviço de inteligência americano. Era uma pessoa com acesso a informações de segurança máxima. Certo dia, durante a Guerra Fria, um russo da KGB, a polícia secreta soviética, procurou-o oferecendo-lhe uma grande quantia em dinheiro em troca de algumas informações. Ames achou inofensivo transmiti-las e aceitou a oferta e, mais tarde, forneceu informações que julgou menos importantes à KGB, pelas quais foi generosamente pago. Assim ele começou sua carreira de traidor, que finalmente resultou na traição “de pelo menos doze dos melhores agentes secretos que trabalhavam para os Estados Unidos na União Soviética e no bloco soviético durante a década de 1980. Todos foram presos, e a maioria, executada.”2 “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito” (Lc 16:10). Exemplos bíblicos

No Jardim do Éden, Adão e Eva viviam uma vida perfeita em um mundo perfeito. Houve apenas um pequeno teste:


uma única árvore cujo fruto não podiam comer. Não havia nada de especial naquela árvore. Tratava-se de uma árvore frutífera como outras. Parecia algo sem importância colher seu fruto e comer, mas todos conhecemos os resultados daquele “pequeno” pecado. Davi disse somente uma “pequena” mentira para o sacerdote Aimeleque, quando fugia da perseguição de Saul. Como resultado, 85 sacerdotes foram assassinados por ordem do rei. Toda a cidade de Nobe também foi chacinada – mulheres, crianças, gado, tudo – devido à mentira de Davi (Veja 1Sm 22:6-19)! Ellen White escreveu no livro Parábolas de Jesus: “A importância das coisas pequenas é muitas vezes desapreciada por serem insignificantes; porém suprem muito da real disciplina da vida. […] Somente pela fidelidade nas coisas pequenas alguém pode ser qualificado para agir com fidelidade sob responsabilidades maiores.”3 São as pequenas coisas que fazemos todos os dias que desenvolvem os hábitos, e os hábitos desenvolvem o caráter. Daniel e seus amigos

Em Daniel 3, vemos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego enfrentando o rei Nabucodonosor e a fornalha de fogo ardente. A questão era: Prostrem-se e obedeçam ao rei, ou sejam fiéis a Deus e sejam jogados na fornalha ardente. Qual foi a resposta deles? “Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e Ele nos livrará das tuas mãos, ó rei. Mas, se Ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer” (Dn 3:17, 18). Sua reposta foi rápida e direta. Eles não pediram ao rei Nabucodonosor um tempo para pensar no assunto. Não precisaram formar uma comissão para estudar o tema e ver se adorar um ídolo naquela situação era “razoável”. Sua resposta foi decisiva: “Não iremos servir aos outros deuses.” Como eles se tornaram tão determinados a obedecer a Deus a despeito das consequências? Para encontrar a resposta, precisamos voltar a Daniel 1, no começo da história do cativeiro dos israelitas na Babilônia. Essa era uma prática comum: a nação conquistadora levava os jovens cativos mais brilhantes para a corte do rei a fim de que fossem ensinados no idioma e cultura babilônicos. Daniel e seus amigos estavam entre os jovens escolhidos (Dn 1:3, 4). Se você fosse um israelita, isso poderia parecer a melhor coisa para a situação. Seu país acabara de perder uma guerra,

e você só precisaria servir ao rei conquistador. Posso imaginar Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego pensando: Considerando as circunstâncias, isso não é nada mau. Mas havia um problema: “De sua própria mesa, o rei designou-lhes uma porção diária de comida e de vinho. Eles receberiam um treinamento durante três anos e, depois disso, passariam a servir o rei” (verso 5). Esse foi um momento crítico. Seus pais os havia ensinado que seu corpo era templo do Espírito Santo e que devia ser cuidado de um modo especial. “Mas, como uma parte dos alimentos era oferecida aos ídolos, a comida da mesa do rei era consagrada à idolatria; quem dela participasse seria considerado como estando a oferecer homenagens aos deuses de Babilônia.”4 Ellen White escreveu: “Logo no princípio de sua carreira, eles passaram por uma decisiva prova de caráter.”5 Lembre-se de que ela está falando de um assunto que muitos talvez considerem insignificante: comida e bebida. O que teria acontecido se eles tivessem comido da mesa do rei? “O primeiro passo equivocado os teria levado a outros, de maneira que, interrompida sua ligação com o Céu, seriam varridos pela tentação.”6 Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram fiéis a Deus em Daniel 3, porque eles tinham sido fiéis a Ele em Daniel 1. Um planeta pequenino

Há seis mil anos, um raio atingiu a Terra, e ela caiu. Teria sido muito fácil para Jesus dizer: “Não preciso de mais um planeta”, mas Ele não disse. – Entre bilhões de estrelas e outros planetas, Ele desceu à Terra para nos salvar. Jesus foi fiel no pouco, por isso Deus o exaltou e deu a Ele o governo de todo o universo. Portanto, sejamos fiéis nas mínimas coisas. Porque, se formos fiéis, quando Jesus voltar, ouviremos as seguintes palavras: “Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu senhor” (Mt 25:21, ARA, 3ª ed.). n 1A

menos que indicado, todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

2 www.nytimes.com/1994/07/31/magazine/why-i-spied-aldrich-ames.html?pagewanted=all 3 Ellen 4 Ellen

G. White, Parábolas de Jesus (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1996), p. 356. G. White, Profetas e Reis (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1996), p. 481.

5 Ibid. 6 Ibid., p. 483.

Caleb Ramos, de 14 anos de idade, apresentou o texto acima como sermão, no sábado, 12 de novembro de 2016, na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Meridian, Idaho, Estados Unidos. Junho 2017 | Adventist World

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C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

NÚMERO 1

T

odas as religiões do mundo têm alguma escritura (scriptura, do latim, que significa “escrita”), ou seja, textos que seus adeptos consideram sagrados, ou fundamentais à sua tradição religiosa. O islã tem o Alcorão, o judaísmo tem o Tanakh (Antigo Testamento), o cristianismo tem a Bíblia. Os budistas e hindus têm muitas escrituras, entre elas os sutras e o Tripitaca (budismo), os vedas e o Bagavadguitá (hinduísmo). Esses textos ensinam verdades espirituais, mantêm a identidade comunitária e guiam os indivíduos nas práticas espirituais. As três religiões monoteístas (cristianismo, islamismo e judaísmo) creem que seus textos são a “Palavra de Deus”, baseada na revelação divina. Embora os cristãos respeitem as outras religiões, creem que a Bíblia é única quando comparada às escrituras das outras tradições religiosas pelas razões a seguir: n A Bíblia é única em sua origem: Em contraste com o Alcorão, escrito por Maomé, a Bíblia foi escrita por mais de 40 autores ao longo de mais de 1.500 anos em três idiomas diferentes (hebraico, aramaico e grego) e em três continentes (África, Ásia e Europa). No entanto, os autores, embora tratando de centenas de assuntos controversos, escreveram com uma harmonia e continuidade inigualáveis na história humana. F. F. Bruce, estudioso do Novo Testamento, sumarizou bem o assunto: “Os próprios escritores formavam um grupo heterogêneo de pessoas, não apenas separados uns dos outros por centenas de anos e de quilômetros, mas pertencendo aos mais diversos estilos de vida. Entre eles estavam reis, pastores, nômades, soldados, legisladores, pescadores, estadistas, cortesãos, sacerdotes e profetas, um rabino que fabricava tendas e um médico gentio, sem falar dos outros sobre os quais não sabemos nada além dos escritos que nos deixaram. Os próprios escritos possuem uma grande variedade de estilos literários. Neles há história, lei (civil, criminal, ética, ritual, sanitária), poesias religiosas, tratados didáticos, poesias líricas, parábolas e alegorias, biografia, correspondência pessoal, diários e memórias pessoais, além das profecias apocalípticas distintamente bíblicas. Por tudo o que a Bíblia é, não pode ser simplesmente uma analogia; há uma unidade ligando o todo. Uma analogia é compilada por um antologista, mas nenhum antologista compilou a Bíblia.”1 Sem dúvida, a razão para essa unidade é porque “homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:21). n A Bíblia é única em sua distribuição: A Bíblia também é o livro mais traduzido da história. Atualmente, a Bíblia inteira já foi vertida para 636 idiomas diferentes, e o Novo Testamento para outros 1.442 idiomas; porções da Bíblia (geralmente um dos evangelhos) para outros 1.145 idiomas, somando um total de mais de 3.223 idiomas com tradução da

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Gerhard Pfandl

A

Bíbia é As Escrituras continuam falando ao coração

Bíblia completa ou parcial. Nenhum outro livro sagrado ou secular chegou sequer próximo a esses números. Todos os anos, são distribuídas milhões de Bíblias em todo o mundo. Por que a Bíblia ainda é o livro mais desejado do mundo? Porque, segundo Ellen G. White, as verdades ali reveladas “unem-se para formar o todo perfeito, adaptado à satisfação das necessidades dos homens em todas as circunstâncias e experiências da vida”.2 n A Bíblia tem uma história única: A Bíblia não tem apenas uma origem sobrenatural, mas também tem sido miraculosamente preservada ao longo dos séculos. Embora todos os autógrafos dos livros bíblicos se tenham perdido, hoje temos mais evidências manuscritas deles do que de qualquer outro livro antigo. Centenas de manuscritos do Antigo Testamento e cerca de cinco mil manuscritos gregos do Novo Testamento são uma amostra muito grande quando comparados com um número bem limitado de manuscritos de outros livros da Antiguidade. Por exemplo, temos 643 manuscritos da Ilíada, de Homero, menos de uma dúzia de cópias de Guerras Gálicas, de Júlio César, vinte exemplares do História de Roma, de Tito Lívio, e dois manuscritos conhecidos das obras de Tácito, historiador de Roma3. “Nenhum outro livro foi objeto de tanto antagonismo como a Bíblia”, escreveu o pesquisador Henry Morris. “Tanto nos tempos antigos como nos modernos, reis e sacerdotes tentaram desesperadamente destruí-la, e intelectuais des-


crentes, ridicularizá-la e refutá-la. Incontáveis volumes foram queimados e destruídos, e multidões dos seus defensores foram perseguidos e mortos. Mas a Bíblia se multiplicou cada vez mais e hoje é lida e crida por mais pessoas e em mais países e idiomas do que nunca antes.”4 n A Bíblia contém profecias únicas: Todas as religiões do mundo possuem algum tipo de profecia. No hinduísmo, Krishna predisse que uma era de ouro começará 5 mil anos depois de seu tempo e permanecerá por 10 mil anos. O budismo prediz uma era de maldade quando as pessoas não terão mais religião para a qual possam recorrer para consolo. O islã tem algumas profecias específicas. Por exemplo: “A criação de Alá será alterada por eles” (surata 4:119), que os muçulmanos creem estar sendo cumprida pela engenharia genética. A Bíblia é o único livro contendo profecias detalhadas sobre nações e cidades pagãs, Israel e pessoas específicas. Por exemplo, em Daniel 2, Deus mostrou ao rei Nabucodonosor que seu império seria sucedido por três outros poderes mundiais (Média-Pérsia, Grécia e Roma), e que após o fim do quarto império (Roma) muitas nações competiriam pela supremacia, mas nenhuma delas teria êxito até que Deus estabelecesse seu reino eterno (o reino da pedra) após a segunda vinda de Cristo. A história tem provado a precisão dessa profecia. Deus prometeu a Abraão que faria dele uma grande nação (Gn 12:2), que seus descendentes seriam afligidos por 400 anos em uma terra estrangeira (Gn 15:13), mas que afinal teriam seu próprio país entre o rio do Egito e o rio Eufrates

As

Escrituras Sagradas As Escrituras Sagradas, o Antigo e o Novo Testamentos, são a Palavra de Deus escrita, dada por inspiração divina. Os autores inspirados falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. Nesta Palavra, Deus transmite à humanidade o conhecimento necessário para a salvação. As Escrituras Sagradas são a revelação infalível, suprema e repleta de autoridade de sua vontade. Constituem o padrão de caráter, a prova da experiência, o revelador definitivo de doutrinas e o registro fidedigno dos atos de Deus na história. (Sl 119:105; Pv 30:5, 6; Is 8:20; Jo 17:17; 1Ts 2:13; 2Tm 3:16, 17; Hb 4:12; 2Pd 1:20, 21) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 1

(verso 18). Tudo isso foi cumprido na história de Israel. A respeito do reino da Babilônia, Isaías, profeta do oitavo século antes de Cristo, predisse: “Eis que Eu despertarei contra eles os medos” (Is 13:17) “Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou” (verso 19). No tempo de Isaías, os medos eram um povo insignificante; mas, em 559 a.C., Ciro, o Grande, tornou-se o rei da Pérsia. Nove anos mais tarde ele conquistou os medos, unificando assim os reinos dos medos e persas. Assim, em 539 a.C., o exército dos medos e dos persas conquistou Babilônia e a destruiu, conforme predito por Isaías. As profecias messiânicas anunciaram que Jesus nasceria de uma virgem (Is 7:14; Mt 1:18-25) em Belém (Mq 5:2; Mt 2:1-6); seria precedido por um mensageiro (Is 40:3; Mt 3:1-3); entraria em Jerusalém montando um jumento (Zc 9:9; Mt 21:1-11); seria vendido por 30 moedas de prata (Zc 11:12; Mt 26:14, 15); e crucificado entre ladrões (Is 53:12; Mt 27:38). A Bíblia contém muitas outras profecias sobre nações, cidades e povos que se cumpriram literalmente na história. Nada semelhante pode ser encontrado em qualquer outra religião do mundo. n A Bíblia tem uma mensagem única: Embora a Bíblia aborde uma grande variedade de assuntos, ela proclama uma única mensagem: a mensagem da salvação pela fé em contraste com a salvação pelas obras ensinadas por todas as outras religiões. É o único livro da Antiguidade que apresenta respostas coerentes às perguntas: De onde viemos? Por que estamos aqui? E para onde estamos indo? Acima de tudo, sua mensagem revela a misericórdia de Deus e os passos tomados por Ele para oferecer o remédio para a ruína causada pelo pecado. A Bíblia é o único livro que possui o poder de convencer a humanidade do pecado e levá-la Àquele que pode libertá-la do pecado. Portanto, Ellen G. White escreveu: “O primeiro e mais elevado dever de todo ser racional é aprender das Escrituras o que é a verdade e, então, andar na luz, estimulando outros a seguirem seu exemplo.”5 n 1 F. F. Bruce, The

Books and the Parchments, rev. ed. (London: Marshall Pickering, 1991), p. 88. G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1986), v. 1, p. 26. L.Geisler; William E. Nix, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós (São Paulo: Vida, 1997), p. 135. 4 Henry M. Morris, Many Infallible Proofs (San Diego: Creation-Life Publishers, 1974), p. 15. 5 Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004), p. 598. 2 Ellen

3 Norman

Gerhard Pfandl se aposentou como diretor associado do Instituto de Pesquisa Bíblica e mora em Burtonsville, Maryland, Estados Unidos. Junho 2017 | Adventist World

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A R T I G O D E C A PA Em fevereiro e março deste ano, vários países europeus se envolveram amplamente no esforço evangelístico como parte do Envolvimento Total de Membros (ETM), uma iniciativa mundial. O ETM visa a inspirar tantos adventistas quantos possível a participar em atividades com objetivo evangelístico, incluindo o evangelismo público. Inicialmente as reuniões foram planejadas somente na Romênia. Mas o espírito do projeto se tornou contagiante, e logo mais sete países europeus se uniram ao esforço: Armênia, Bielorrússia, Bulgária, Geórgia, Moldávia, Rússia e Ucrânia. O artigo de capa deste mês apresenta uma variedade de informações sobre o projeto e as experiências vividas pelas pessoas que participaram. – Os editores

U

m empreendimento evangelístico inovador superou as expectativas na Romênia e se expandirá para outras partes da Europa, asseguram líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mário Brito, presidente da Divisão Intereuropeia da Igreja Adventista, cujo território vai da Romênia a Portugal, expressou alegria com a primeira onda de evangelismo concluída em mais de 1.300 pontos de pregação na Romênia, no último fim de semana de fevereiro de 2017. “Esse é o lugar em que podemos testar o evangelismo”, disse Brito. “É

semelhante ao que dizem sobre dirigir no sul da Itália. Se você consegue dirigir lá, consegue dirigir em qualquer lugar da Europa. O mesmo princípio aplica-se à Romênia, cuja sociedade é altamente secularizada, como a maior parte da Europa”, disse Brito, que dirigiu uma série evangelística em um dos pontos de pregação na Romênia. Os outros dois líderes da Divisão Intereuropeia, Barna Magyarosi, secretário-executivo, e Norbert Zens, tesoureiro, também realizaram campanhas de evangelismo. “Tenho uma profunda convicção de que esses esforços aqui feitos podem ser repetidos em outras culturas em nossa Divisão”, disse Brito, falando em uma reunião para líderes da igreja na Romênia e no mundo, ao fim das campanhas de evangelismo. “Esse será o início de algo maior.” As reuniões evangelísticas foram realizadas em fevereiro e março, em milhares de pontos de pregação, em oito países do Leste Europeu e da antiga União Soviética, como parte do Envolvimento Total de Membros (ETM), uma iniciativa da igreja para todo o mundo que incentiva os membros a encontrar maneiras de falar de Jesus em suas comunidades. As reuniões evangelísticas representam a clímax de meses de oração, aulas de culinária, seminários sobre saúde, distribuição

INSPIRADOS PELA

de literatura e outros preparativos. “Essa experiência mudou profundamente a vida dos membros de nossa igreja”, disse o líder da Divisão Euroasiática da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que organizou centenas de reuniões na Armênia, Geórgia, Moldávia, Rússia e Ucrânia. “Os pastores procurarão expandir seu trabalho em suas comunidades e oferecer novos programas que aproveitem os talentos dos membros.” A informação sobre o número de pessoas que assistiram às reuniões nos oito países e pediram batismo será divulgada assim que estiver disponível, disseram os líderes. Espera-se que o primeiro grande batismo aconteça em junho. “Não sei quantas pessoas vieram à frente decidindo pelo batismo: um ou dois, cinco ou sete, 15 ou 22, 30 ou 41, 53 ou mais”, disse Ştefan Tomoiagă, pastor-geral da União Romena. “Mas sei que uma pessoa tem valor e que o Pai está satisfeito com o preço pago. Se apenas um tivesse vindo à frente, tudo isso teria valido a pena.” Milhares de batismos

As estimativas indicam que milhares de pessoas serão batizadas na Romênia. Duane McKey, responsável pelo Envolvimento Total dos Membros para a igreja em todo o mundo, informou que o pastor-geral de uma Associação da Romênia

Andrew McChesney,

ROMÊNIA Adventist Mission

Líderes da igreja levam o evangelismo do envolvimento para a Europa 16

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Foram necessários vários meses de preparação para as reuniões evagelísticas realizadas em muitos lugares. Como resultado de seminários de saúde, serviços comunitários e convites personalizados, as reuniões foram frequentradas por um público diversificado.


B O G D A N

N E A C S U

A R T I G O D E C A PA

Estudantes adventistas de toda a região ofereceram boa música nos eventos. disse que em seu campo normalmente são batizadas entre 150 e 200 pessoas por ano, mas que em 2017 devem ser batizadas mais de mil. “Nunca acreditamos que isso aconteceria”, disse o pastor a McKey. “Estamos vendo um reavivamento na Romênia que não víamos desde os anos 1990.” A Igreja Adventista na Romênia tem cerca de 65 mil membros, o maior número de membros entre todos os países da Europa. A chave para o sucesso tem sido o Espírito Santo trabalhando por meio da união de pastores e membros leigos, disse Ted N. C. Wilson, líder mundial da Igreja Adventista e que pregou em Floreşti, na região da Transilvânia. “Vimos o Espírito de Deus Se mover de um modo marcante”, disse Wilson, cujas conferências evangelísticas receberam 55 pedidos de batismo. “Os membros da igreja se envolveram de tal maneira e estão muito animados ao ver tantas pessoas vindo aos pés da cruz e pedindo o batismo.” Ele disse estar entusiasmado com o fato de que a Divisão Intereuropeia planeja expandir a iniciativa para além da Romênia. “Minha esperança pessoal é que a Romênia e outros lugares envolvidos no evangelismo sejam catalizadores para que os membros leigos adventistas do resto da Europa digam: ‘Nós podemos fazer algo semelhante em nosso país’”, disse o pastor Ted Wilson. “Certamente terão de fazer alguma adaptação, mas é simplesmente ter alguém fazendo alguma coisa para Jesus e compartilhando a maravilhosa mensa-

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gem do advento de maneira dinâmica.” Na Romênia, o envolvimento dos membros da igreja e a participação das várias instituições fez uma grande diferença, disse McKey. A Rádio Mundial Adventista, por exemplo, transmitia as reuniões em sua programação local, chamando a atenção das pessoas para ir à uma igreja adventista e aprender mais, disse McKey, que recentemente foi nomeado diretor da emissora. “Ouvimos de motoristas de ônibus coletivos que sintonizavam a Rádio Adventista em seus veículos, e dezenas de passageiros vieram às nossas reuniões. Como resultado, eles pediram o batismo”, disse McKey. “Abracei cada um deles”

Os evangelistas visitantes – pastores e membros leigos – falaram com entusiasmo sobre as reuniões. “Meu coração transbordou”, disse Gina Wahlen, funcionária da Associação Geral, após 41 adolescentes responderem ao apelo para batismo no Instituto Teológico Adventista de Bucareste, escola de ensino médio com cerca de 400 alunos. “Abracei cada um deles”, disse Gina para cerca de 130 funcionários da Associação Geral que também pregaram na Romênia. Seis presidiários pediram o batismo em um presídio romeno onde a campanha de evangelismo foi dirigida por Bruce Parrish, funcionário aposentado de uma prisão na Califórnia, Estados Unidos. Ele disse que cerca de 50 presos frequentaram as reuniões.

Derek Morris, diretor do Canal da Esperança, a emissora mundial de televisão da Igreja Adventista, descreveu o reavivamento na Igreja de Învingători, em Bucareste, onde pregou. Morris falou sobre Ştefan, um jovem do país vizinho, a Moldávia, estudante universitário em Bucareste. “Sua terra natal é a Moldávia, mas Deus tinha uma bênção especial para ele na Romênia”, disse Morris. “Na noite de sexta-feira, ele pediu o batismo.” Antes das reuniões, Morris perguntou a Roxana, uma violinista que tocou em várias das suas reuniões, se ela era batizada. Ela respondeu: “Não, mas Deus realmente tocou meu coração por meio dessas reuniões.” “Tudo que fiz foi estender o convite a ela”, disse Morris. “Ela planeja ser batizada neste verão.” Um garoto de oito anos de idade, Vlad Gadea, marcou um cartão de decisão para o batismo. “Ele quer ser batizado no dia 24 de março de 2024, data em que atingirá a maioridade e será livre para pertencer à igreja”, disse Morris. “Isso que é planejar com antecedência! Eu o elogiei por seu compromisso de entregar a vida inteira a Jesus.” A igreja onde Morris pregou recebeu 16 pedidos de batismo e três de rebatismo, emocionando o pastor. “Nosso pastor, Claudiu Goran, admitiu abertamente: ‘Eu não esperava que acontecesse muita coisa. Mas isso é incrível! Nossa igreja está sendo reavivada’”, disse Morris. Deus está trabalhando de maneira miraculosa, e “há alegria quando nos unimos a Ele no trabalho de colheita”, disse Morris. “Não é esse o testemunho registrado em Lucas 10, após os 70 discípulos voltarem de sua primeira aventura missionária?”, disse ele. “Lucas escreveu que os discípulos voltaram alegres!” E acrescentou: “Volto para casa uma pessoa diferente. O envolvimento no evangelismo ativo nos transforma!” n

Andrew McChesney

é editor do Informativo Mundial das Missões.


Volodymyr Grinchenko (Ucrânia) Próximo à zona de guerra de Severodonetsk, Ucrânia, os membros locais supriram não apenas as necessidades espirituais e emocionais, mas também as necessidades físicas. Cuidados médicos, massagens, pacotes de alimentos e muitas outras coisas abençoaram muitas famílias da comunidade.

ATRÁS DO

PÚLPITO

Pregadores do Envolvimento Total dos Membros contam sua experiência RÚSSIA

BIELORRÚSSIA

Artur e Galina Stele (Moldávia) A necessidade de constante conexão com o Senhor, e frequente oração pessoal, se tornou ainda mais óbvia e importante para nós.

UCRÂNIA MOLDÁVIA

GEÓRGIA ROMÊNIA

Ron Hoffecker (Moldávia) Todos nós fomos abençoados e inspirados a trazer o espírito missionário de volta às nossas igrejas.

ARMÊNIA BULGÁRIA

Joel Gladstone (12 anos de idade) (Romênia) Não tive medo. Faria tudo outra vez!

Gina Wahlen (Romênia) Minha experiência na Romênia me ensinou a ousar por Jesus. Aprendi que a promessa: “Todas as suas ordens são promessas habilitadoras”1, é verdade.

RÚSSIA

BIELORRÚSSIA

UCRÂNIA Derek Morris (Romênia) O pastor da igreja, em Bucareste, onde realizamos nossas reuniões, disse: “Eu não achava que aconteceria alguma coisa. Estou admirado. Nossa igreja está sendo reavivada!” Gabriel Constantinescu (Romênia) No final do evangelismo muitos exclamaram, aliviados, que finalmente haviam compreendido os pilares da fé, que estão enraizados no relacionamento com Deus. 1 Ellen

MOLDÁVIA

ROMÊNIA

BULGÁRIA G. White, Serviço Cristão, p. 258

Sue Hinkle: Foi inspirador ver nossa equipe ministrando para os funcionários do hotel onde nos hospedamos. Arrecadamos dinheiro entre nós para comprar um exemplar de Caminho a Cristo para cada um dos 25 funcionários do hotel. A equipe do Envolvimento Total dos Membros autografou os livros, e colocamos 100 leus romenos (aproximadamente 75 reais) em todos eles, antes de embrulhá-los para presente. Na sexta-feira, antes de partir, tentamos reunir o maior número possível de funcionários para um momento de agradecimento e reconhecimento a todos eles. Vários se emocionaram, e alguns comentaram: “Nenhum outro grupo nos tratou como vocês nos trataram! Gostaríamos que pudessem ficar.” Antes de sair do hotel, vimos vários funcionários lendo os livros.


A R T I G O D E C A PA

A FUMAÇA DE

FOGÃO A LENHA

E A CHAMA DO ESPÍRITO

Duas amigas relembram sua experiência na Romênia como pregadoras evangelistas pela primeira vez! Esta edição da Adventist World apresenta uma ampla cobertura das reuniões evangelísticas na Romênia e na Europa Oriental. Marcos Paseggi, nosso correspondente, conversou com Lori Yingling e Lori Williams, que atuam, respectivamente, como diretora e diretora associada de recursos humanos na sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Maryland, Estados Unidos. Em fevereiro, Yingling e Williams viajaram para a Romênia para pregar em reuniões evangelísticas pela primeira vez. Yingling pregou na Igreja de Gábor, uma pequena congregação na capital, Bucareste. Williams pregou na cidade agrícola de Radovanu, cerca de uma hora ao sul. – Os editores

Conte sobre o início da experiência. O que motivou a decisão de participar do evangelismo na Romênia? Williams: Eu já estava pensando em participar de uma viagem missionária havia algum tempo, quando foi anunciada essa oportunidade. Após orar sobre o assunto, fui impressionada a ir. Yingling: Após ouvir os relatórios da campanha evangelística em Ruanda, no ano passado, senti-me desafiada, e esse sentimento permaneceu até eu aceitar o desafio. Felizmente, o sentimento não me deixou, caso contrário, eu teria recuado! Vocês foram apoiadas em sua decisão? O que amigos e família disseram? Williams: Tive reações mistas. Muito apoio de alguns e preocupação de outros. Uns poucos não acreditavam que eu fizesse algo assim.

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Adventist World | Junho 2017

Yingling: Felizmente, recebi muito incentivo de todos. Repetiam sempre que eu seria bem-sucedida, mesmo quando eu não acreditava que seria. Para mim, a coisa mais difícil foi ficar, por quase três semanas, longe da família, dos amigos, do trabalho e daqueles que não foram. Mas as coisas tinham que continuar funcionando durante minha ausência!

Antes das reuniões, ou durante, vocês se arrependeram alguma vez de terem ido? Williams: À medida que a data da partida foi se aproximando, fiquei extremamente nervosa com a ideia de pregar. Não sou oradora, eu dizia para mim mesma. Mesmo vários dias após o início do evangelismo, eu questionava minha decisão de ter ido, mas Deus me animou, por meio de Sua Palavra (2Tm 1:7; 4:17), dizendo que estava

bem ali, em pé do meu lado. Isso me ajudou muito!

Por quem e de que maneira vocês se sentiram apoiadas enquanto pregavam na Romênia? Williams: O grupo de pessoas que se hospedou no mesmo hotel foi um grande apoio. Todas as manhãs passávamos um tempo comentando a reunião anterior e orando juntos. No nível mais pessoal, Lori Yingling se tornou minha grande apoiadora. Ela foi minha âncora e companheira de oração, incentivando-me a continuar. Minha filha Megan também foi minha grande torcida em casa – ela pediu a todos os seus amigos e colegas de trabalho que orassem por mim! Yingling: Foi difícil estar na Romênia, mas eu tinha uma amiga próxima comigo, e passamos bastante tempo em oração e conversa, animando-nos mutuamente quando uma de nós estava desanimada. Depois alguns dias eu me perguntava por que estava lá, e comecei a questionar se o que eu estava fazendo tinha realmente valor. Mas receber o apoio dos outros pregadores foi inestimável. Por favor, conte um momento feliz e compensador da experiência. F O T O S :

E VA N

B A M B R I C K


Williams: O pastor e eu fizemos um tipo de parceria na hora do apelo. Eu fazia o apelo escrito em meu sermão, e o pastor continuava o apelo após eu terminar. Depois do primeiro apelo, quatro pessoas foram à frente. Foi incrível! Em nossa última reunião, tivemos um culto de pôr do sol com muita música. Tive a oportunidade de cantar com o pastor. Após cantarmos alguns versos de um hino em inglês, toda a congregação cantou o mesmo hino em romeno. Foi emocionante! Yingling: Um momento feliz? Houve vários! Na minha última noite, muitos membros se levantaram e falaram sobre o que aquela campanha de evangelismo significou para eles e como tinham sido abençoados. Foi incrível! Um senhor falou de como a esposa e ele foram ajudados no casamento por meio das reuniões. A bênção que recebi de todos aqueles comentários me assegurou que eu havia sido mais abençoada por Deus naquelas reuniões do que as pessoas que me ouviram.

Qual foi um momento difícil e desafiador? Williams: A igreja era distante do hotel, e eu tinha que sair, todos os dias, às 15 horas para uma reunião que começava às 17 horas. Minha impressão

era de que eu não tinha tempo suficiente para me preparar para os sermões, especialmente porque tínhamos reuniões todas as manhãs. Por isso, alguns dias fiquei muito estressada. Logo na primeira noite, não conseguíamos fazer o projetor funcionar, e, quando funcionou, o passador de slides parou de funcionar. Esse problema – além do meu nervosismo – dificultou minha primeira reunião. Yingling: Houve surtos de doença, dias de desânimo e até um acidente de carro – o inimigo tentou de tudo para me impedir de pregar. Certa noite, a sala onde nos reuníamos ficou impregnada com a fumaça de um fogão a lenha, apesar de não haver aquecedor em nosso local de culto. Mas Deus prevaleceu todas as vezes. Em meio a lágrimas e conversas com Deus, recebi forças para continuar.

Em geral, o que mais impressionou vocês nessa iniciativa? Williams: O trabalho de grupo e o apoio dos outros membros do nosso grupo, tratamento que recebemos durante a permanência lá. As pessoas não mediram esforços para cuidar de nós. Yingling: O que mais me impressiona é que o evangelismo funcionou! Sempre nos diziam que esse tipo de

evangelismo não funcionaria na Europa, que as pessoas não compareceriam, mas elas foram! As pessoas estão famintas da mensagem de Deus. Elas querem algo maior do que encontram na sociedade.

Se houve alguma mudança, em que aspecto sua vida mudou após essa experiência? Williams: Para mim, ficou óbvio que não posso fazer nada sem Deus. A experiência me ajudou a aprender a confiar mais completamente nEle, porque eu havia sido levada para longe de minha zona de conforto. Espero que eu tenha aprendido a me entregar totalmente, porque sinto ter ficado mais dependente de Deus. Yingling: Estar imersa no evangelismo por quase três semanas muda a gente! Muda nossa perspectiva sobre as pequenas coisas que achamos importantes ou preocupantes, colocando-as no devido lugar. Agora eu me sinto mais alegre e agradecida a Deus do que jamais me senti. Alguém na igreja me disse que estou com um brilho especial. Espero mantê-lo para sempre – porque essa é a chama do Espírito Santo que usou uma pequena sala, no distrito industrial de Bucareste, para me transformar. n Junho 2017 | Adventist World

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A R T I G O D E C A PA

UMA NOVA PERSPECTIVA DE

EVANGELISMO

Ovidiu Radulescu, pastor na Associação Arkansas-Luisiana, Estados Unidos

M

udei-me da Romênia para os Estados Unidos há 18 anos. Vim com um green card (cartão de residente) no bolso e uma missão na mente: transformar meu novo lar. No final, eu é que fui transformado. Em fevereiro, voltei à Romênia, meu antigo lar, com uma missão: transformar meu país. Eu estava entre as centenas de leigos, pastores e líderes de igreja que tinham ido compartilhar o evangelho. Uma vez mais, retornei para os Estados Unidos transformado. Dessa vez com uma nova visão sobre evangelismo. Fui escalado para pregar na congregação adventista de Ghencea, no coração de Bucareste. Com apenas 19 membros, é o menor e mais novo grupo de fiéis da capital romena. No entanto, todas as noites tínhamos entre 30 e 35 pessoas assistindo ao seminário Apocalipse de Esperança. Eram ortodoxos gregos, agnósticos, judeus messiânicos e até ateus. Quando nossas conferências chegaram ao fim, sete daquelas pessoas estavam prontas para o batismo. Fiquei surpreso com o resultado. Para ser honesto, eu estava um pouco duvidoso, a princípio. Bucareste se transformou em uma cidade bastante cosmopolita. E ali estava eu – um pregador nativo entre tantos líderes da igreja e pastores experientes e articulados, realizando reuniões em muitos outros lugares por toda a cidade. Quão efetivo eu poderia ser? Eu tinha dúvidas sobre o método e

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os materiais que estavam sendo usados. Foi solicitado que todos os oradores usassem o mesmo material, na mesma ordem, empregando as mesmas lâminas de projeções. Disse a mim mesmo: “Aqui é a Romênia, um país com pessoas escolarizadas e sofisticadas. Devíamos ter vindo com algum método novo, nos padrões tecnológicos do século 21 e com uma estratégia singular visando à mentalidade pós-moderna.” Obviamente, eu estava errado. Não acrescentei à equação o fator de número um para que uma campanha evangelística seja bem-sucedida: não um computador de última geração nem um projetor de alta definição; nem um nome famoso ou um rosto conhecido e visto na televisão adventista; tampouco uma voz grave de barítono, ouvida pelo rádio. O fator que faltava em minhas avaliações iniciais era o Espírito Santo. Sem Ele, nenhum coração pode ser impressionado, mente nenhuma pode ser tocada, nenhuma pessoa pode dar um passo para selar a vida com Cristo no batismo. Nunca! Considerei esse fator, muitas vezes esquecido, ao ponderar sobre os inúmeros ministérios profissionais que lutam para encontrar a fórmula mágica do evangelismo, tentando se reinventarem para ser mais eficientes na arte e na ciência de ganhar pessoas para Cristo. Para ser honesto, o mundo, inclusive a Romênia, mudou. O que era feito com sucesso nos Estados Unidos, anos atrás, e atraía multidões às grandes tendas montadas em cidades grandes e pequenas em todo o país, com as intrigantes bestas do Apocalipse expostas em cartazes ou, mais recentemente, em folhetos nas caixas de

correio – parece mais difícil de ser copiado em alguns contextos. Os próprios líderes da igreja romena soam nostálgicos quando se lembram do tempo logo após a queda do comunismo, quando as igrejas estavam lotadas e transbordavam entusiasmo pelo evangelismo público. Embora a União Romena lidere em número de membros na Divisão Intereuropeia, o crescimento é mais lento do que antes, provocando nos líderes um grande desejo de tentar novos métodos que reproduzam o crescimento daquele tempo. No caso do grupo de Ghencea, Gabriel Dinca, o pastor local, dirigiu a pequena igreja no trabalho de preparação, muito antes de eu chegar. Seminários sobre saúde e alimentação, programas de exercício físico nos parques com os moradores da comunidade, distribuição de livros, telefonemas e visitas a vizinhos e colegas de trabalho e a interação com eles como o único método provado e patenteado pelo próprio Jesus – todas essas atividades criaram uma rede de amigos e conhecidos. O Espírito Santo esteve ativo, muito antes da minha chegada, por meio da vida dos 19 membros. Sob sua influência, compartilhei verdades encontradas nas Escrituras e naqueles slides de PowerPoint. Mais do que isso, abri meu coração contando histórias de minha vida e de como Jesus me salvou de mim mesmo. Aprendi o nome deles. Ouvi suas histórias. Orei por eles todas as manhãs e todas as noites. Apesar dos desafios da sociedade moderna, eles compareceram às reuniões e, em seu tempo, foram à frente para resgatar o que já era deles: o presente gratuito da salvação por meio de Jesus Cristo. Tudo isso porque, embora o mundo tenha mudado, o Espírito Santo não mudou. Essa foi a lição mais importante que aprendi. No final das conferências, o reino do Céu havia crescido com sete nomes: Ionan, Alexandra, Lucian, Mariela, Mariana, Pandele e Mihai. Ninguém pode receber o crédito sozinho. Mas, por meio do trabalho do Espírito Santo, todos nós contribuímos. Isso é evangelismo! n


Arca superlotada? A

maioria de nós está familiarizada com a história da inundação global à qual Noé e sua família sobreviveram por terem construído uma arca e nela embarcado, conforme as instruções de Deus. A pergunta mais comum sobre a história do dilúvio bíblico é como a arca pôde acomodar toda a variedade de animais que conhecemos hoje. Ninguém tem uma lista dos animais que entraram na arca, mas temos informação suficiente que nos ajuda tratar a questão.

Vamos contar

As espécies vivas catalogadas passam de um milhão, e estima-se que o número das espécies a ser catalogadas ainda ultrapasse essa quantia. Uma estimativa recente1 concluiu que existem entre 2 a 8 milhões de espécies vivas, mas não há um consenso geral sobre esses dados.2 Como puderam todas essas espécies caber dentro da arca? Não caberiam e não precisavam caber. O senso comum nos diz que as criaturas que não sobrevivem fora da água não sobreviveriam na arca, nem precisavam dela, já que foram criados para viver dentro da água. Uma leitura cuidadosa do texto bíblico revela o mesmo sobre a questão. Os animais salvos dentro da arca foram os que andavam sobre a terra e tinham narinas (Gn 7:22). Essa descrição se aplica apenas aos vertebrados terrestres, como os mamíferos, aves, répteis e, possivelmente, alguns anfíbios. O número de espécies vivas de vertebrados terrestres é de aproximadamente 25 mil, apenas. Esse número ainda pode ser maior do que o que realmente poderia caber na arca. Capacidade de adaptação

A ciência pode nos ajudar nessa questão. As evidências experimentais e circunstanciais mostram que os organismos vivos se adaptam a mudanças das condições ambientais, e esse processo produz novas espécies em ambientes diferentes. Um único tipo de animal preservado na arca pôde originar novas espécies locais ao se espalhar pela terra após o dilúvio. Assim formou-se uma família completa de espécies relacionadas entre si. Muitos criacionistas suspeitam que tais grupos de espécies muitas vezes sejam repre-

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C I Ê N C I A

L. James Gibson

sentados por uma família cientificamente classificada. Um exemplo pode ser a família do cachorro, Canidae, que inclui várias espécies locais em todo o mundo. Será que a arca podia acolher dois representantes (mais para os animais limpos) de cada classificação viva? O número de famílias de vertebrados terrestres vivos é cerca de 320. A classificação científica não é uma ciência precisa, e os especialistas diferem quanto ao número de famílias reconhecidas por eles. Portanto, às vezes, são utilizados números diferentes. Nossa estimativa de 320 famílias que vivem na Terra inclui cerca de 120 famílias de mamíferos, cerca de 160 famílias de pássaros e cerca de 40 famílias de répteis terrestres. Seria possível tantos animais caberem na arca? Vários criacionistas estimaram quantos animais a arca poderia acomodar. Uma estimativa é que seriam 16 mil animais, incluindo alimento e água para eles.3 Assim, seria suficiente para abrigar 50 indivíduos de cada família de vertebrados vivos terrestres. Isso dá muita margem para ambiguidade na classificação, no âmbito da especiação, à medida que os animais se dispersaram após o dilúvio e da possibilidade de alguns tipos terem sofrido extinção depois que saíram da arca. Embora haja muitas perguntas sobre a história bíblica do dilúvio que desafiam nossa mente, a capacidade da arca não precisa nos preocupar. Havia espaço suficiente para os ancestrais dos vertebrados terrestres de hoje. A questão de como todos os animais couberam na arca ilustra como a leitura cuidadosa da Bíblia, junto com uma compreensão competente da ciência, se combinam coerentemente e confirmam nossa fé. n 1 M. J. Costello et al. “Can We Name Earth’s Species Before They Go Extinct?”, in: Science 339 (2013): 413-416. 2 M. J. Caley; R. Fisher; K. Mengersen, “Global Species Richness Estimates Have Not Converged”, in: Trends in Ecology and Evolution 29 (April 2014): 187, 188. 3 J. Woodmorappe, Noah’s Ark: A Feasibility Study (Dallas: Institute for Creation Research, 1996).

L. James Gibson, Ph.D., é diretor do

Instituto de Geociência da Associação Geral dos Adventistas dos Sétimo Dia.

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D E S C O B R I N D O

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E S P Í R I T O

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ano de 2017 é o aniversário de 125 anos do livro Caminho a Cristo. Este ano, todo adventista do sétimo dia é encorajado a ler e doar esse livro. Tim Poirier, vice-diretor do Patrimônio Literário de Ellen G. White, em 1992, numa matéria para o centenário de Caminho a Cristo, fez um resumo histórico do livro e observou que “a cada nova leitura são descobertas verdades profundas”.1 James Nix, diretor do Patrimônio Literário de Ellen G. White, afirmou que “outra razão para a sua popularidade constante é as muitas citações que encontramos nele”2. Os dois artigos oferecem uma história interessante, rica e complementar de Caminho a Cristo. Muitos outros recursos úteis estão disponíveis na página do Patrimônio Literário de Ellen G. White: ellenwhite.org/ content/article/125-years-steps-christ. Uma mina de ouro espiritual é encontrada nos temas do livro, entretecidos cuidadosamente no meio de seus capítulos. Qualquer pessoa que deseje participar dessa jornada de descobertas e ter uma ideia do quadro maior, será beneficiada se reler o livro várias vezes. Após ler Caminho a Cristo algumas vezes, você descobrirá alguns temas-chave. Como, por exemplo, o estudo da Bíblia, a oração e o serviço.

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P R O F E C I A

aconselhou: “Não devemos aceitar o testemunho de homem algum quanto aos ensinamentos das Escrituras, mas devemos estudar por nós mesmos as palavras de Deus” (p. 90). Ellen também deixou um método prático de estudo bíblico. Ela advertiu: “É muito pequeno o benefício que se

tira de uma leitura apressada da Bíblia. Pode-se ler a Bíblia inteira sem que se veja sua beleza ou se compreenda sua profundidade nem seus significados escondidos” (ibid.). Ela sugeriu uma atitude devocional mais proveitosa: “Tem mais valor uma passagem estudada até que seu significado

Estudo da Bíblia

Ellen White tratou do estudo da Bíblia em vários trechos do livro. Uma amostra dessas citações demonstra como ela apresentou o tema. Ela escreveu: “Estude a palavra de Deus com oração” (p. 33).3 Após citar passagens bíblicas que abordam a importância das Escrituras, como João 5:39 e 1:3, ela declarou: “Se você quiser conhecer o Salvador, estude as Santas Escrituras, a Bíblia” (p. 88). Ellen G. White definiu o tema central da Bíblia: “A redenção é um tema que os anjos apreciam estudar” (p. 88). Ela também enfatizou a importância de um estudo individual da Bíblia e

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Michael Sokupa

Explorando

Caminho a Cristo Clássico sobre as disciplinas espirituais continua inspirador


Após ler Caminho a Cristo algumas vezes, você descobrirá alguns temas-chave. fique claro, e sua relação com o plano da salvação se torne evidente do que percorrer os olhos por vários capítulos sem um propósito definido e sem que se obtenha alguma instrução” (ibid.). Também estimulou o estudo consistente da Bíblia: “Esteja sempre com sua Bíblia. Leia-a sempre que tiver oportunidade; decore as passagens. Mesmo andando pelas ruas, você pode ler uma passagem e meditar sobre ela, memorizando-a” (ibid.). Há ainda muitas outras declarações e discussões sobre o estudo da Bíblia. Oração

Em Caminho a Cristo, a oração é definida como “o abrir do coração a Deus como a um amigo” (p. 93). Ellen G. White destacou o fato de que “quando esteve na Terra, Jesus ensinou Seus discípulos a orar” (ibid.). “A certeza que lhes deu de que suas petições seriam ouvidas nos é dada também” (ibid.). Nossa necessidade de oração é expressa nas seguintes palavras sobre a vida de oração de Cristo: “E se o Salvador da raça humana, o Filho de Deus, sentia a necessidade de oração, quanto mais deveriam os frágeis e mortais pecadores sentir a necessidade de constante e fervorosa oração” (p. 94). Ellen G. White apresentou a “regra

de ouro” da oração: “Se esperamos que nossas orações sejam ouvidas, devemos perdoar os outros da mesma maneira que esperamos ser perdoados” (p. 96). Ela apresentou vários textos das Escrituras que falam da perseverança na oração: Romanos 12:12; Colossenses 4:2; 1 Pedro 4:7; Judas 20, 21 (p. 96, 97). Observe essa maravilhosa imagem que explica um conceito difícil de entender: “A oração incessante é a inquebrantável união da pessoa com Deus, de maneira que a vida que vem de Deus flua para a nossa vida; e, da nossa vida, pureza e santidade fluam de volta para Deus” (p. 97). Após incentivar os leitores a levar as dificuldades a Deus em oração, Ellen G. White compartilhou uma regra importante: “Estabeleça como regra nunca pronunciar uma só palavra de dúvida ou desânimo. Você pode fazer muito para iluminar a vida de outros e fortalecer seus esforços, por meio de palavras de esperança e santo entusiasmo” (p. 120). Descubra mais dessas gemas preciosas sobre a oração. Serviço

Ellen G. White descreveu a vida de serviço com essas palavras: “Pela fé, você passou a ser de Cristo e pela fé deve nEle crescer – dando e recebendo. Você tem de entregar-Lhe tudo – o coração, a

Descobertas no COMEMORAÇÃO DOS ANOS DE CAMINHO A

CRISTO

Caminho a Cristo

Caminho a Cristo pode ser lido, on-line, em mais de dez idiomas. Visite egwwritings.org e digite Caminho a Cristo, na caixa de diálogo. Então clique em uma das bandeiras no canto superior direito para escolher seu idioma preferido (bandeira de Portugal para o idioma português).

vontade, a disposição de servir” (p. 69). Essa vida de dedicação também é expressa em termos de compromisso diário ao serviço de Deus: “Consagre-se a Deus pela manhã; faça disso a sua primeira atividade. Que a sua oração seja: “Toma-me, ó Senhor, para ser Teu inteiramente. Deponho todos os meus planos a Teus pés. Usa-me hoje para Teu serviço” (p. 69). Todos nós fazemos parte da obra do Senhor. Ela escreveu: “Muitos têm se recusado a dedicar seus dons ao serviço de Cristo porque outros possuem dons e vantagens superiores. […] Quando o senhor da casa chamou seus servos, deu a cada um o seu trabalho” (p. 82). Nesse contexto, o serviço implica representar a Cristo: “Os cristãos são colocados como portadores de luz no caminho para o Céu. Eles devem refletir para o mundo a luz que brilha sobre eles, a qual vem de Cristo. Sua vida e caráter devem fazer com que as pessoas tenham a correta concepção de Cristo e Seu serviço” (p. 116). Esse tema se estende por vários capítulos do livro e destaca a importância do serviço na vida do cristão. Esses três temas oferecem um jogo de ferramentas espirituais úteis à jornada cristã. Leia, descubra e aproveite mais de Caminho a Cristo, especialmente durante este ano de aniversário. n 1 Tim Poirier, “A Century of Steps”, Adventist Review, 14 de maio de 1992, p. 14. 2 James R. Nix, “Caminho a Cristo faz 125 anos”, Adventist World, novembro de 2016, p. 24. 3 Ellen G. White, Caminho a Cristo (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2016).

Michael Sokupa, natural da África do Sul, é diretor associado do Patrimônio Literário de Ellen G. White. Junho 2017 | Adventist World

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R E S P O S T A S

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P E R G U N T A S

B Í B L I C A S

Dúvida sobre o Quando leio os profetas do Antigo Testamento, há tantas referências a juízo, punição e destruição, que questiono qual é o propósito de tudo isso?

juízo divino

As profecias do julgamento usam uma linguagem bem forte: “Eu estou contra você, Jerusalém, […] entre vocês sucederá que os pais comerão os seus próprios filhos, […] castigarei você” (Ez 5:8-10, NVI); irei “cortar o seu sustento, enviar fome” (Ez 14:13, NIV); “seus bebês serão despedaçados […], e suas mulheres, violentadas” (Is 13:16, NVI); “soprarei a Minha ira impetuosa contra vocês; Eu os entregarei nas mãos de homens brutais, acostumados à destruição” (Ez 21:31, 32, NVI). A lista pode ser multiplicada. Vamos ver alguns princípios que nos ajudam a interpretar essas profecias. 1. Fundamento para o juízo: Um elemento comum está presente em todas as mensagens de julgamento contra o povo de Deus, a saber, a violação da aliança. Após tê-lo redimido do Egito, Deus fez uma aliança de relacionamento com Seu povo, para que desfrutasse de Suas bênçãos. Violar a aliança era rejeitar o Senhor, e isso resultava em idolatria. Eles abandonaram a esfera das bênçãos e entraram na esfera da maldição e morte. Sua única alternativa era arrependimento e renovação da aliança ou separação permanente e abandono do Senhor. Os julgamentos de Deus eram baseados em sérias violações da aliança. 2. Predições do juízo divino: O Senhor prediz julgamentos vindouros por várias razões. Primeiro, em alguns casos, Ele queria que as pessoas se arrependessem para evitar o juízo. Segundo, a predição demonstrava que o Senhor antecipava o que aconteceria e que, consequentemente, Ele não seria surpreendido, mas, pelo contrário, Ele estava no controle da história. Terceiro, ao anunciar a derrota de Seu povo, o Senhor indicava que as nações não eram mais poderosas do que Ele. Era Ele quem estava punindo os pecados de Seu povo, mesmo usando as nações para realizar Seus propósitos. 3. O juízo divino e os inimigos: O rompimento com o Senhor deixou Seu povo à mercê de seus inimigos. A rejeição do Senhor, sua única fonte de bênçãos e vida, resultou em

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fome e pragas. Esse não é o resultado impessoal e automático do pecado, mas da decisão de Deus de abandonar a cidade, o templo e a terra. Eles escolheram abandoná-Lo, e Ele lhes “respeita” a decisão afastando-Se deles. A maior parte da linguagem usada nas mensagens de julgamento contra o povo de Deus é de natureza militar e política. Sempre que lemos sobre como seriam os ataques militares: o cerco da cidade (que resultou em fome e canibalismo); a destruição da cidade e do templo; a violação de mulheres; o assassinato de mulheres, crianças e homens; e o desespero de alguns sobreviventes que prefereriam ter morrido nos ataques. A linguagem descreve a crueldade e desumanidade da guerra. Então, o Senhor declara estar fazendo isso para Seu próprio povo; Ele está defendendo Sua justiça e Sua soberania sobre Seu povo e sobre as nações. Essas nações não O estão derrotando e tirando Seu povo de Suas mãos; Ele está entregando Seu povo para seus inimigos. 4. O juízo e o conflito cósmico: O povo de Deus sempre existiu no contexto do conflito cósmico. Os inimigos de Israel eram primariamente os poderes militares e políticos das nações vizinhas. Mas, por trás das nações, estavam seus deuses e poderes demoníacos, que seduziam o povo de Deus, levando-o, muitas vezes, à idolatria e tornando-o vulnerável a ataques militares e submissão política. Nas palavras de julgamento, o Senhor revelava a Seus escolhidos que havia esperança para eles, que Ele não estava apenas no controle do que estava acontecendo com eles, mas que também estaria lutando por eles contra seus inimigos. Finalmente, por meio dos Seus julgamentos, Ele irá derrotar as nações e seus deuses. A última palavra de Deus para Seu povo não é de julgamento, mas de salvação por meio de Seu remanescente e que as nações virão para adorá-Lo em Seu templo. n

Ángel Manuel Rodríguez está aposentado e mora no Texas, Estados Unidos, após servir a igreja como pastor, professor e teólogo.


E S T U D O

B Í B L I C O

Quando

Deus

silêncio

B A N D A

está em

N

a vida, todos já passamos por momentos em que parece que Deus está em silêncio. Já oramos e buscamos a direção de Deus, desejando fazer Sua vontade, mas só recebemos Seu silêncio. Nesses momentos, questionamos onde Ele está. Onde está Deus quando mais precisamos dEle? Por que Ele não consegue ouvir nossa voz? Por que Ele parece estar em silêncio quando nos sentimos tão sozinhos? O estudo bíblico deste mês responderá a essas perguntas a partir da Palavra de Deus.

1

Como Daniel experimentou o silêncio de Deus quase no fim de sua vida? Quanto tempo ele teve de orar antes que suas orações fossem respondidas? Leia Daniel 10:2-12. Daniel jejuou e orou por três semanas. Ele ficou perplexo quando não recebeu uma resposta concreta às suas orações. Após três semanas de silêncio, um mensageiro celeste explicou que as orações de Daniel foram ouvidas desde o “primeiro dia”. Além do que seus olhos podiam ver, havia um grande conflito entre o bem e o mal, no universo. Para poder atender a suas orações, anjos santos lutavam contra anjos maus. Embora nem sempre reconheçamos, Deus está trabalhando para responder nossas orações.

2 Como o apóstolo Paulo reagiu em relação a Deus quando suas orações para ser curado não foram respondidas conforme seu desejo? Leia 2 Coríntios 12:7-10. O apóstolo Paulo aprendeu a confiar em Deus em todas as provações. Ele confiava na promessa “a Minha graça te basta” (verso 9) e cria que era em suas fraquezas que Cristo o faria forte.

3 Onde está Deus quando não podemos ouvir Sua voz e Ele parece tão silencioso? Leia Hebreus 13:5 e Mateus 28:20.

N H I L

Mark A. Finley

4 Que promessas Deus fez para nos garantir Seu constante cuidado? Leia Salmos 23 e 139:7-14. A Bíblia nos garante que não existe um lugar em que Deus não esteja presente. Nosso Deus está sempre presente, sabe tudo e vigia constantemente sobre Seus filhos. Pode parecer que Ele está em silêncio, mas as Escrituras dizem que “quanto ao Senhor, Seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-Se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dEle” (2Cr 16:9).

5

Qual é uma outra razão para que Deus pareça estar em silêncio? Leia Isaías 55:8, 9. Nosso conhecimento é limitado; mas o conhecimento de Deus é perfeito. Às vezes, pedimos coisas que não estão em harmonia com a vontade de Deus para nossa vida, ou que não sejam para nosso bem. Quando Deus retarda Suas respostas, não é porque não nos ama, e sim porque nos ama verdadeiramente.

6

Como Eclesiastes 3:1, 11 nos ajuda a compreender o silêncio de Deus? Deus tem um calendário divino. Há momentos em que Ele parece estar em silêncio porque as respostas às nossas orações não vêm imediatamente. Deus não apenas sabe do que necessitamos – Ele sabe quando é o melhor momento para recebermos Suas bênçãos.

7 De que qualidade espiritual mais precisamos quando Deus está em silêncio? Leia 2 Coríntios 5:7. A qualidade espiritual mais significativa e importante é a fé. Quando aprendemos a confiar em Deus, reconhecemos que até mesmo quando Ele parece estar em silêncio, Ele está agindo de maneira que não compreendemos para realizar Seu melhor em nossa vida. Ele nos ama e nunca irá nos prejudicar. Quando, pela fé, aceitamos essa realidade, podemos descansar em Seu amor e ficar em paz. n

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TROCA DE IDEIAS

Enquanto nossa reação natural para os desafios da vida é a autopreservação, Cristo nos chama para um padrão mais elevado. – Elsbeth van Marter, Haarlem, Países Baixos

Cartas Consenso

Fui batizado na fé adventista, junto com minha família, quando tinha 10 anos de idade, no dia 7 de dezembro de 1940. Deus tem me abençoado de muitas maneiras, e nunca me arrependi de ser membro da família adventista. O debate sobre a ordenação da mulher sempre atraiu minha atenção de um modo especial, desde a primeira vez que foi apresentado nesta revista. Em um dos primeiros artigos que me recordo sobre o assunto, o autor, de quem não me lembro o nome, disse que o âmago da questão do debate estava sobre a autoridade.

OraçãoW

Não há dúvida que a igreja deve ter autoridade para manter a ordem e ser consistente com o que prega. No entanto, penso que a questão é como determinamos a vontade de Deus para nós. Nos registros do Concílio de Jerusalém (At 15), vemos que a decisão tomada não foi baseada em um voto. Eles oraram e conversaram até chegar a um consenso. Se fizéssemos o mesmo, haveria muito menos divisão entre nós. Uma votação de 47 versus 53 por cento está longe de ser consenso. Paul McMillan Califórnia, Estado Unidos Sinto orgulho de ser adventista do sétimo dia desde o nascimento. Sou grata pela unidade na fé e nas práticas demonstradas pelos adventistas em todo o mundo. Mas não concordo com a declaração de Mark Finley de que o Concílio de Jerusalém tenha

sido a primeira “Assembleia da Associação Geral” (um termo, admito, que ele não usou). O Concílio de Jerusalém não foi um tipo de assembleia legislativa onde a maioria dominava a minoria. O Espírito Santo dirigiu de modo que, quando chegou ao fim, todos sentiram como se tivessem sido guiados pelo Espírito. O reino de Deus não é uma democracia. É uma realidade em que o coração de cada fiel ouve e responde ao Espírito Santo. Gostaria de ver alguém falando sobre isso na Adventist World. Beth Ann Samuelson Flórida, Estados Unidos Sábado

Apreciei muito o tom da Adventist World sobre o sábado (março de 2017). Os artigos de Gerald A. Klingbeil, de Ted N. C. Wilson e de Stephen Chávez captaram perfeitamente a essência do

GRATIDÃO

Por favor, ore para que eu seja aprovada no exame de licenciatura para poder começar a lecionar no próximo ano. Alyssa, Filipinas

Estou orando por um piano para que eu possa ensinar crianças a tocar. Shirley, Jamaica Por favor, ore por mim porque estou enfrentando muitos desafios no trabalho. Andrew, Uganda

28

Adventist World | Junho 2017

Estou com câncer de mama e preciso de ajuda para o tratamento. Por favor, ore por mim. Jane, Quênia


É

sábado: relacionamento com Jesus. Apreciei, também, ler “Meu sábado memorável”, de várias partes do mundo. É uma bênção fazer parte de uma família mundial que está centrada em Cristo e em Seu dia especial. Mais uma vez, obrigado. Clifford Ngubwe Windhoek, Namíbia

oficial!

Aqui estão alguns números que mostram o alcance das recentes campanhas evangelísticas na Romênia: 2.020 pontos de pregação, de janeiro a março de 2017. Quantos pregadores eram pastores?

Servindo outros, servindo Cristo

O artigo “Deus e o necessitado” (fevereiro de 2017), é particularmente adequado para nosso tempo e situação. Não existe praticamente um lugar no mundo em que a pobreza extrema não seja conhecida. E os refugiados fugindo da violência em seu país natal só magnificam a necessidade. Enquanto nossa reação natural para os desafios da vida é a autopreservação, Cristo nos chama para um padrão mais elevado. Após termos satisfeito nossa necessidade de alimento, abrigo e segurança, somos obrigados a servir os que vivem na pobreza, como serviríamos a Jesus. Esse é o verdadeiro sinal de que entendemos a reinvindicação do evangelho. Elsbeth van Marter Haarlem, Países Baixos Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

Quantos eram membros leigos?

Pastores

400

Pregadores leigos

1.030

Da Associação Geral

40

80

Pregadores romenos de outras partes do mundo

40

60

A diferença entre o número total de pregadores, 1.650, e o número de locais de pregação, mais de 2.000, deve-se ao fato de que alguns pregadores participaram em mais de uma campanha. Pregadores de outros países

Pregadores da Romênia

220

1.430 8%

92%

Mulheres

Homens

Dois pregadores tinham

Por favor, ore por mim, para que eu consiga um emprego público, e por minha luta contra a ansiedade. Kagiso, África do Sul

Por favor, ore para que eu encontre um esposo que ame a Deus acima de todas as coisas. Bruna, Brasil

12 anos de idade.

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

Junho 2017 | Adventist World

29


TROCA DE IDEIAS

118

E

anos

m 4 de junho de 1899, foi organizada a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em Tóquio, Japão, com 13 membros. Em julho, foi lançada a revista mensal Owari no Fukuin [O evangelho para os últimos dias], mantida com lucro da venda de alimentos saudáveis. O nome da revista mudou para Toki no Shirushi [Sinais dos Tempos] em junho de 1917. Já na primavera de 1889, não muito tempo depois de chegar a Hong Kong, Abram La Rue, missionário voluntário pioneiro na China, fez várias viagens ao Japão e distribuiu publicações adventistas em Yokohama e Kōbe. Stephan N. Haskell visitou o Japão em 1890. Escrevendo de Hong Kong em 16 de julho, ele reportou: “Batizamos um homem no Japão, e há outros interessados. Soubemos que o assunto do sábado foi apresentado aos japoneses, e que há alguns que já estão guardando o dia do Senhor.” Os primeiros missionários adventistas do sétimo dia no Japão foram W. C. Grainger, ex-diretor do Colégio Healdsburg, da Califórnia; e T. H. Okohira, japonês nativo e ex-aluno de Healdsburg.

Se pudéssemos medir o

QI

de um

ANIMAL... Medir o quociente de inteligência (QI) é difícil, até em humanos. Mas estudos baseados na habilidade de resolver problemas têm mostrado que os seguintes animais têm inteligência mais elevada do que outros.

1

Grandes primatas

* Review and Herald, 26 de agosto de 1890.

Dedicação ao ministério Wilbur Olson e Lloyce Dickinson foram exemplos do verdadeiro espírito missionário. Filhos de pais missionários, eles se encontraram e se apaixonaram quando ainda eram adolescentes e faziam uma viagem missionária com seus pais e outras pessoas à América do Sul. O grupo passou duas semanas em uma balsa, descendo o rio Amazonas. Logo depois, Wilbur pediu Lloyce em casamento, e os dois se casaram em 10 de junho de 1951. O casal serviu 17 anos como missionários na América do Sul, sendo nove deles no Peru. Eles ajudaram a abrir clínicas médicas e escolas. Olson foi tesoureiro da Missão do Lago Titicaca, da União Este Brasileira e, mais tarde, tesoureiro-assistente da Divisão Sul-Americana. O casal teve quatro filhos, doze netos e nove bisnetos. Quando retornaram para os Estados Unidos, em 1969, Wilbur se tornou tesoureiro da Editora Pacific Press, em Mountain View, Califórnia. O casal morreu em um acidente de automóvel no dia 7 de fevereiro de 2017. Eles viveram uma vida de amor e serviço para Deus e pelos outros.

30

Adventist World | Junho 2017

Golfinhos

2

3

Corvos

Elefantes

4 Fonte: Smithsonian


Sim, porém

não

“Eis que cedo venho…”

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Parando na fronteira entre a Sérvia e Hungria, Dean saiu do carro lotado para abrir o porta-malas para o policial da alfândega inspecionar. “Alguma coisa a declarar, senhor?”, perguntou o agente. Ao Dean responder negativamente, ele tentou outra vez: “Traz cigarro ou álcool?” “Não, eu não fumo nem bebo”, foi a resposta de Dean, voltando a sentar-se no carro. “Mas, papai, nós bebemos sim”, veio a voz do assento traseiro, onde Despina, de 4 anos de idade, chupava sua mamadeira com água. Felizmente o policial não ouviu.

– Revel Papaioannou, Bereia, Grécia

Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Guillermo Biaggi, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Williams Costa, Daniel R. Jackson; Peter Landless, Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol-Puesán; Ella Simmons; Artur Stele; Ray Wahlen; Karnik Doukmetzian, assessor legal.  Editor Administrativo e Editor-Chefe Bill Knott Gerente Internacional de Publicação Pyung Duk Chun Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, chair; Yutaka Inada, German Lust, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han, Dong Jin Lyu Editores em Silver Spring, Maryland, EUA André Brink, Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores-assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Costin Jordache, Wilona Karimabadi Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim

Diga isso com

T

ações

udo começou quando desisti de meu passeio de bicicleta vespertino. Vi Robbie em pé no quintal. Sua expressão solitária derreteu meu coração. Começamos a brincar de pega-pega; depois, brincamos com seus carrinhos. Após o banho, eu me sentava ao seu lado e lia para ele suas histórias preferidas. Eu via suas pequenas pálpebras ficando pesadas, então fazíamos uma oração, e eu dizia: “Eu te amo.” Aparentemente ele sentia que eu o amava. Senti muito que tenha demorado tanto para eu descobrir que dizer “eu te amo” não significa muito para uma pessoa – inclusive para um garotinho – a menos que você demonstre isso com suas ações. –C arol E. Schlegel, McAlisterville, Pensilvânia, Estados Unidos

Gerente de Operações Merle Poirier Colaboradores Mark A. Finley, John M. Fowler Conselheiro E. Edward Zinke Administradora Financeira Kimberly Brown Assistente Administrativa Marvene Thorpe-Baptiste Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; Chun, Pyung Duk; Karnik Doukmetzian; Han, Suk Hee; Yutaka Inada; German Lust; Ray Wahlen; Ex-officio: Juan Prestol-Puesán; G. T. Ng; Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Mario Brito, Abner De Los Santos, Dan Jackson, Raafat A. Kamal, Michael F. Kaminskiy, Erton C. Köhler, Ezras Lakra, Jairyong Lee, Israel Leito, Thomas L. Lemon, Solomon Maphosa, Geoffrey G. Mbwana, Blasious M. Ruguri, Saw Samuel, Ella Simmons, Artur A. Stele, Glenn Townend, Elie Weick-Dido Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Coreia do Sul, Indonésia, México e nos Estados Unidos.

V. 13, nº- 6

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