Revista Internacional da Igreja Adventista do SĂŠtimo Dia
Ma i o 2 01 5
ALIMENTANDO
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A experiĂŞncia da
dor
5.000 X
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Lugar de culto para todos
A verdade sobre o inferno 26
Ma io 2015 A R T I G O
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D E
14 O Cristo Incomparável
C A P A
C R E N Ç A S
Alimentando 5.000 x 500.000
James H. Park
Levar o evangelho a todo o mundo requer ideias criativas.
Harold Alomía
Há apenas uma razão para ser cristão: J-E-S-U-S.
20 A experiência da dor V I D A
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Ferir ou curar – O poder das palavras Ted N. C. Wilson
Até San Antonio!
Maria Lombart
Necessitamos de um Deus especial que nos capacite a suportar todas as coisas.
M U N D I A L
A D V E N T I S T A
V I S Ã O
F U N D A M E N T A I S
22 A mensageira de Deus: liderança D E S C O B R I N D O D E P R O F E C I A
O
E S P Í R I T O
de influência
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D E V O C I O N A L
Dez principais razões por que desejo ir para o Céu
Bill Krick
Vá direto ao número um: não é trapaça!
Reuel U. Almocera
Ellen G. White nos anos das primeiras reuniões campais.
24 Lugar de culto para todos S E R V I Ç O
A D V E N T I S T A
Don W. McFarlane
Nossas preferências culturais não são necessariamente ruins.
SEÇÕES
Assembleia da Associação Geral
NOTÍCIAS 3
DO MUNDO
RESPOSTAS 26
PERGUNTAS
A BÍBLICAS
3 Notícias breves 6 Notícia especial 10 Histórias do GLOW
A verdade sobre o inferno
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SAÚDE
NO
MUNDO
Vitamina D
Comunicado oficial determina que a sexagésima assembleia da Associação Geral será realizada nos dias 2 a 11 de julho de 2015, no Alamodome, em San Antonio, Texas (EUA). A primeira reunião terá início às 8h do dia 2 de julho de 2015. Todos
ESTUDO
BÍBLICO
Testemunhar no poder do Espírito Santo 28 T R O C A
os delegados devidamente credenciados são convidados a estar presentes naquele momento. Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral G. T. Ng, Secretário da Associação Geral
DE
IDEIAS
www.adventistworld.org On-line: disponível em 10 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 11, Nº- 5, Maio de 2015.
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I m a g e m
d a
C a pa :
V i e w s t o c k / t h i n k s t o c k
É tempo de trabalhar
O
1 Marcos 2 Verso
6:37 38
N ot í cias do M u ndo
Igrejas são inauguradas em
Ritmo mais Acelerado da História
Igreja se aproxima a 18,5 milhões de membros I AD
s quatro autores dos evangelhos registram a história de Jesus alimentando milhares de pessoas à margem do lago. Nenhuma das histórias anteriores à crucifixão recebe tal evidência. Nessa história, Mateus, Marcos, Lucas e João ouviram mais do que os suspiros de satisfação das pessoas com o estômago cheio. A história abriu seus olhos para a identidade e missão de Jesus, que não poderia ter sido comunicada de nenhuma outra maneira. Se existe alguma razão pela qual nem sempre percebemos o significado dessa história, é que frequentemente nos consideramos parte daquela multidão, esperando para ser alimentada, em vez de fazer parte do pequeno grupo de discípulos ao qual Jesus disse: “Deem-lhes vocês algo para comer”1 (NVI). Tanto em nossa imaginação como na vida diária, estamos buscando maneiras de diminuir nossa responsabilidade. Vemo-nos sentados na grama, recebendo a bênção do milagre, em vez de realizar o trabalho árduo e não reconhecido de colocar pão e peixe nas mãos de pessoas famintas. É devido ao Seu grande amor por nós que Deus não Se preocupa em argumentar com nossas objeções. Ele nos olha com carinho e gentilmente pergunta: “Quantos pães vocês têm? Verifiquem.” 2 Jesus sabe que não podemos dar nem o primeiro passo na estrada do discipulado enquanto estivermos questionando Suas orientações, causando dificuldades e objeções, protestando contra a insuficiência de nossos recursos ou pela imensidão de trabalho a ser feito. Ao contrário, Jesus simplesmente pergunta: “Quantos pães vocês têm? Verifiquem.” Não há nada melhor para curar discípulos medrosos, desconfiados e covardes do que colocá-los no trabalho, e Jesus sabe disso. Quando o inimigo coloca todos os fantasmas de impossibilidades à nossa frente, Jesus nos chama a simples e radicalmente obedecer à Sua Palavra. Ao ler o artigo de capa deste mês, “Alimentando 5.000 X 500.000”, oremos para que pensemos na responsabilidade de levar alimento espiritual e físico para milhões de necessitados.
Igreja Adventista sendo inaugurada em novembro de 2014, na Guatemala, onde 144 igrejas foram construídas no ano passado. ■■ Igrejas Adventistas do Sétimo Dia estão surgindo em todas as partes do mundo com ritmo mais acelerado dos 152 anos de história da denominação. Em média, um novo prédio abre as portas para os adoradores a cada 3,58 horas. Um recorde de 2.446 novas igrejas inauguradas no ano passado, contribuiu para o maior aumento no número de membros em um só ano, elevando o total para cerca de 18,5 milhões. Gary Krause, diretor da Missão Adventista, cujos missionários desempenham um papel fundamental na abertura de novas igrejas, louva a Deus pelo crescimento e apela à Igreja Adventista que avance ousadamente em sua missão de proclamar a vinda de Jesus. “Essas estatísticas sugerem que a Igreja Adventista do Sétimo Dia esteja seguindo na direção certa em sua missão e deve manter o foco”, disse Krause. As 2.446 novas igrejas inauguradas no ano passado são 381 a mais em relação a 2013, o que supera o recorde anterior de 2.416 em 2002, disse David Trim, diretor dos Arquivos, Estatísticas e Pesquisa da Igreja Adventista. A igreja terminou 2014 – o décimo ano consecutivo em que mais de 2.000 igrejas foram organizadas – com um total de 78.810
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N ot í cias do M u ndo
Detento é batizado no novo batistério da prisão em Lomé, Togo.
igrejas, comparadas às 57.850 da década anterior. Trim disse que o aumento das igrejas foi, segundo todas as evidências, um fator importante, porém muitas vezes esquecido na explicação para o crescimento geral do número de membros da igreja. Os números recentemente compilados indicam que o recorde de 1.167.796 pessoas que se uniram à Igreja Adventista no ano passado, ultrapassa as 1.091.222 pessoas de 2013 e o recorde anterior de 1.139.000 em 2011. – Andrew McChesney, Adventist World
Hope Channel em francês ■■ A Igreja Adventista lançará seu primeiro canal de televisão de vinte e quatro horas para o mundo de idioma francês graças ao plano ambicioso da Divisão Interamericana de iniciar três novos canais por satélite. Os três novos canais – Hope Channel Francês, Hope Channel Américas e Hope Channel Caribenho – deverão ser lança-
dos ainda neste ano nos três principais idiomas falados na Divisão Interamericana: francês, espanhol e inglês. Entretanto, o Hope Channel Francês alcançará muito além das regiões de fala francesa da Divisão Interamericana devido à colaboração entre a Divisão Intereuropeia, a Igreja Adventista no Canadá e a União Antilhas e Guiana Francesas. – Libna Stevens, IAD
U n i ã o
Mi s s ã o
E a s t e r n
S a h e l
Os batismos aconteceram como resultado de uma série evangelística dirigida por Bruno Amah, membro adventista que está preso ali, disse Dwasi Sélom Sessou, secretário executivo da União Missão Sahel Leste da Igreja Adventista. – Andrew McChesney, Adventist World
17 Famílias no Oriente Médio ■■ Dezessete famílias sul-americanas chegam ao Oriente Médio como parte de um esforço sem precedentes para compartilhar o amor de Jesus nas regiões em que os adventistas do sétimo dia têm lutado para progredir. Antes de serem espalhadas por todo Oriente Médio e norte da África para iniciar seu período de cinco anos de trabalho, as famílias passaram por um curso de orientação de três semanas, no Líbano, que incluiu o choque cultural de saber que a vasta região do deserto também possui montanhas nevadas. Os missionários estão sendo mantidos pela Divisão Sul-Americana. – Chanmin Chung, MENA
Batizados 30 presidiários em Togo ■■ Trinta presidiários são batizados em uma capela construída pela Igreja Adventista em um presídio do Togo. O batismo ocorreu após as autoridades da prisão terem pedido ajuda para substituir a antiga capela, que havia sido destruída pelo mau tempo. A capela, localizada no principal presídio de Lomé, capital do Togo, custou 13 mil dólares, dos quais quase a metade foi doada pela Associação Geral, órgão administrativo da Igreja Adventista.
Missionário da América do Sul constrói boneco de neve durante viagem de orientação, no norte do Líbano. C h a n m i n
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C h u n g
/
MENA
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Wi l s o n
Esquerda: Centenas de pessoas sendo batizadas no Lago Nicarágua. Abaixo: Assistindo ao batismo estão Ted N. C. Wilson, segundo à direita; Julia Mena, prefeita de Granada, quarta à direita; e Mark Finley, último à direita.
Lágrimas e Abraços em
Batismo Massivo na Nicarágua Mais de 2.000 são batizados após a primeira grande série evangelística. Andrew Mc Chesney, editor de notícias da Adventist World T e d
M
ilhares de pessoas, abraçando umas às outras e chorando de alegria, se aglomeravam ao redor de um vasto lago, para uma cerimônia batismal marcante na conclusão da primeira grande série evangelística da Nicarágua. Dezenas de pastores usando camisas brancas batizaram 1.884 pessoas nas águas onduladas do Lago Nicarágua, em meados de março. Outras duzentas pessoas que não puderam ir ao lago foram batizadas nas igrejas locais, elevando o número de batismos desde o mês de outubro para 12 mil, em todo o país. “Que esses batismos abençoem nossas águas”, disse à multidão presente Julia Mena, prefeita da cidade vizinha, Granada. Ted N. C. Wilson, presidente da Igreja Adventista, e que permaneceu ao lado da prefeita, disse que a cena foi maravilhosa. “Foi um privilégio estar presente em um cenário tão impressionante”, disse ele. Além dos batismos, dezenas de casamentos foram realizados às margens do lago. Muitos nicaraguenses vivem juntos e têm filhos, mas nunca se uniram
legalmente. Assim, vários advogados doaram seu tempo para casar essas pessoas em cerimônias civis ali no lago, antes do batismo. Na Nicarágua, os casais não podem ser casados legalmente por pastores. Os líderes da igreja disseram que, entre as pessoas batizadas estava uma senhora cujo filho, que é pastor adventista, orou por quinze anos para que ela aceitasse Jesus. A mãe, com seus 50 anos de idade, tomou sua decisão ali no lago e começou a procurar ansiosamente o filho, para selar seu compromisso naquele dia. Quando soube da notícia, o filho começou a chorar. Mãe e filho se abraçaram muito emocionados. Mais tarde, o filho batizou a mãe. Os batismos coroaram o esforço evangelístico de um ano inteiro, iniciado com o estabelecimento de cerca de cinco mil pequenos grupos, que estudaram sobre o estilo de vida saudável na Nicarágua e na vizinha Costa Rica. Mais tarde os grupos estudaram a Bíblia e os participantes foram convidados para as reuniões evangelísticas. O evangelista Mark Finley concluiu a iniciativa com quatro noites de palestras para mais de
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três mil pessoas, na capital, Manágua. O número de membros da Igreja Adventista em dezembro de 2014 era de 203.698 na Nicarágua e Costa Rica. Outros grandes batismos estão sendo realizados em outros lugares da região: 1.500 em El Salvador, em meados de março, e 2.530 no Panamá, entre janeiro e meio do mês de março. De volta à Nicarágua, Finley disse que os administradores e membros das igrejas locais se dedicaram à missão da igreja e seu entusiasmo contagiou as pessoas que compareceram às reuniões. “Quando o transporte público não funcionou na última sexta-feira à noite, muitos foram a pé até o local das reuniões”, disse ele. “Um dos nossos anciãos, assumindo as despesas, alugou seis táxis para transportar os interessados que estudam a Bíblia até o local das reuniões. Outros viajaram de ônibus a noite toda para assistir ao batismo. O mais importante para todos esses adventistas é a salvação de sua família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Eles demonstraram disposição até mesmo para fazer sacrifícios pessoais a fim de realizar seu sonho.” n
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N ot í cias do M u ndo
F
rancis Wernick, ex-vice-presidente da Associação Geral, passou a maior parte da vida proclamando às pessoas ao redor do mundo a mensagem do breve advento de Cristo Jesus. Atualmente, Wernick, que está muito doente, incentiva Mary Sue, sua esposa há 72 anos, a manter os olhos fixos na esperança, enquanto ele a prepara para sua morte. Wernick, 95, sofre de doença pulmonar, provavelmente devido à idade, e por várias vezes esteve bem perto da morte, disse Brenda Flemmer, 64, a filha mais velha. O próprio Wernick está pronto para ir, disse a filha. Mas ele também quer estar certo de que sua namoradinha do tempo de colégio, que completou 95 anos no dia 3 de fevereiro de 2015, dez dias mais nova que ele, está pronta para essa separação. “Meu pai está pronto para se encontrar com Jesus. Ele quer dormir e descansar”, disse seu filho Robert Wernick, 57. “Quando ele fala com minha mãe sobre isso, lembra que Jesus está voltando em breve e que eles não vão ficar separados por muito tempo e pede que ela permaneça fiel, pois há uma vida melhor adiante”, disse ele. “Minha mãe acredita nisso, mas após 72 anos juntos é muito difícil dizer adeus, mesmo que seja por pouco tempo.” Francis Wernick, adventista de berço, nasceu em Lake City, Iowa, conheceu Mary Sue na biblioteca do Union College, em Lincoln, Nebraska, onde ela trabalhava. Em poucos meses, os dois formandos ficaram noivos e se casaram na noite do dia 24 de maio de 1942, poucas horas depois da cerimônia de formatura. O casamento, realizado na igreja do Union College, foi simples, e a decoração feita por eles mesmos. O pastor
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Acima: Francis e Mary Sue Wernick no dia do casamento, em 24 de maio de 1942, horas após sua formatura no Union College. Direita: Os Wernick, em foto mais recente, tirada para o anuário da igreja. A s
f o t o s
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c o r t e s i a
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f a m í l i a
W e r n ic k
Líder da Igreja, casado há 72 anos,
prepara a esposa para a
morte dele Andrew Mc Chesney,
editor de notícias da Adventist World oficiante foi Jerry Pettis, que mais tarde se tornou deputado Republicano na Califórnia, de 1966 até sua morte, em 1975, num acidente aéreo, aos 58 anos de idade. Casada, com caixotes de laranja
Dois dias após o casamento, o casal seguiu para a Dakota do Norte onde iniciaram o ministério de Francis Wernick.
“Nunca tive a sensação de que eles gastaram muito tempo analisando se foram feitos um para o outro, mas ambos estavam orando para encontrar a pessoa certa, e creram que Deus dirigiria”, disse Robert Wernick, que se aposentou em 2012, após trabalhar 32 anos na indústria de energia e que assumiu o cuidado dos pais em sua casa, em Ooltewah, Tennessee, perto da
Southern Adventist University. Quando os Wernick se mudaram para Dakota do Norte, todos os pertences couberam em seu carro, e começaram a vida juntos usando caixas de laranja como móveis. Levou algum tempo para conseguirem adquirir cadeiras, mesa e cama. Eles também alugaram um quarto na casa de alguém pela maior parte dos quatro anos em Dakota do Norte e ainda por muito tempo não tiveram uma casa própria. “Acredito que a maneira de pensar deles era muito diferente de nosso pensamento hoje, pois viam a vida como um conjunto de responsabilidades de um para com o outro, de ambos para com Deus, e genuinamente queriam cumpri-las fielmente”, disse Robert Wernick. “Para eles, o que o mundo oferecia, nunca era importante.” Após Dakota do Norte, Francis Wernick dirigiu igrejas na Pensilvânia, Ohio e então aceitou o chamado para ser presidente da Associação da Igreja Adventista no Leste da Pensilvânia, em 1958. Mais tarde, Wernick serviu como presidente em associações de Ohio e Oregon e era o presidente da Associação da União do Lago, quando foi chamado para atuar como vice-presidente da Associação Geral, de 1975 até sua aposentadoria, em 1985. “A vida de serviço para a igreja às vezes apresentou desafios, mas o casal desenvolveu um relacionamento tão próximo, que as crises não os abalavam”, disse Robert Wernick. “Nunca presenciei uma grande crise no casamento deles, embora saiba que, às vezes, minha mãe preferia ter meu pai mais presente em casa, e não viajando a trabalho em seu território”, disse ele. Mary Sue Wernick nunca trabalhou fora de casa, decisão que lhe permitiu criar os filhos: Brenda, Robert e Carolyn Jimenez.
“Meus pais sempre creram que o casamento foi criado por Deus”, disse. “Eles acreditavam que o Senhor os manteria juntos e seu lar seria feliz. Fizeram sua parte e deixaram que Deus fizesse o restante.” Mas 72 anos de casamento é uma raridade, especialmente nos países ricos, onde a média dos casamentos, antes do divórcio, é de 13,6 anos, segundo dados publicados pela revista The Economist, no ano passado. O segredo para 72 anos de casamento
O estilo adventista de vida saudável certamente pode ser considerado uma contribuição para a longevidade dos Wernick – e, consequentemente, do seu casamento. Mas seu filho disse que o segredo para o sucesso do seu casamento é muito mais: altruísmo combinado com um comprometimento aos votos matrimoniais e às responsabilidades que Deus deu a eles nesta vida. “Não acho que meus pais viviam preocupados com satisfações pessoais ou com o que mereciam na vida”, disse ele. “Nunca viveram de maneira egoísta, mas sempre se esforçavam pelo bem um do outro. Nem sempre estavam de acordo, mas minha mãe tinha um espírito manso e tranquilo, um bom complemento para a energia do meu pai, sempre produtivo e fazendo as coisas acontecerem.” Os amigos da família elogiavam o modo pelo qual o casal era comprometido com Deus e um com o outro. “Eles sempre estavam juntos. Ele oferecendo o apoio de um braço forte quando ela se sentia insegura”, disse William A. Fagal, 68, diretor associado do Patrimônio Literário de Ellen G. White, onde Francis Wernick tem o cargo de curador vitalício. “Ela olhava para ele com admiração e amor. A devoção de um para com o outro era tão
palpável, quanto seu compromisso com o Senhor.” Um exemplo de sua bondade: Em setembro de 2003, Francis e Mary Sue Wernick deram as boas-vindas ao casal Fagal e Sylvia à área de Washington, D. C. O casal tinha 43 anos de casamento. Francis e Mary Sue bateram à porta de sua casa e entregaram uma caixa de vegetais e legumes produzidos em sua horta e fizeram um convite para o almoço de sábado. “Quando estava perto dos Wernick, podia perceber quão atenciosa ela era com ele, ouvia o que ele falava com uma expressão de interesse, às vezes um leve toque de admiração, orgulho e apoio”, disse Sylvia Fagal, 71, cujo relacionamento com os Wernick vem de longe, quando seu pai, Frank L. Marsh, lecionou biologia para o jovem Francis Wernick, no Union College. “É o costume sólido, à moda antiga, de o homem ser o cabeça da família, com o apoio incondicional da esposa, desempenhando seu tão importante papel”, diz Sylvia Fagal. “Eles eram tão unidos que muitos anos mais tarde ela ainda mencionava quanto sentia a falta dele quando viajava a trabalho e ela ficava em casa com os filhos.” Apesar da dor de acompanhar o esposo quase à morte, hoje a solidão parece não ser um problema para Mary Sue Wernick, que desfruta de boa saúde. O casal permanece junto, o tempo todo, no mesmo quarto. Frequentemente, estão de mãos dadas. Pelo fato de ambos já terem problemas de audição, se comunicam especialmente pelo toque. Quando ele fala, diz palavras de esperança sobre a ressurreição. “Minha mãe sempre quis que ele partisse primeiro”, disse a filha Brenda Flemmer, assistente administrativa do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral. “Ela disse que achava que o papai não sobreviveria sem ela.” n
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Ted N. C. Wilson
Ferir ou P
“
Curar
aus e pedras podem quebrar meus ossos, mas as palavras nunca vão me ferir”, diz um poema infantil. Porém, muitas crianças se desfazem em lágrimas diante de seus algozes. Como todos nós sabemos, esse ditado não expressa a verdade exatamente. As palavras podem machucar e machucam; muitas vezes por um longo período de tempo. Pare um momento e tente se lembrar: quantas vezes na sua infância, você foi ferido por algo que alguém disse a seu respeito? E quantas vezes você atacou, ferindo outros, sem querer, simplesmente porque queria se defender? À medida que alcançamos mais idade, ficamos mais maduros, aprendemos que é do Senhor que necessitamos para nos defender, não de nós mesmos. “Nunca procurem vingar-se”, lemos em Romanos 12:19, “mas dai lugar à ira; porque está escrito: A Mim me pertence a vingança; Eu é que retribuirei, diz o Senhor.”* A importância e o poder das palavras
As palavras são muito importantes para a comunicação. Alguma vez você
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já tentou ficar um dia inteiro sem falar? É muito difícil! Mas as palavras podem tanto curar como ferir, se não forem controladas pelo Espírito Santo. Um dos meus livros preferidos da Bíblia é Provérbios porque é muito prático e verdadeiro. Por exemplo, Provérbios 12 está repleto de gemas como: “Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura” (v. 18); “O Senhor odeia os lábios mentirosos, mas Se deleita com os que falam a verdade” (v. 22); “O homem prudente não alardeia o seu conhecimento, mas o coração dos tolos derrama insensatez” (v. 23). Essas não são apenas palavras de sabedoria, mas encerram promessas, como: “Aquele que cobre uma ofensa promove amor, mas quem a lança em rosto separa bons amigos” (Pv 17:9); “Quem tem conhecimento é comedido no falar, e quem tem entendimento é de espírito sereno. Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento” (Pv 17:27, 28). O livro de Provérbios frequentemente liga sabedoria à compaixão, e nos
O poder das palavras incentiva a não seguir nossa inclinação natural, como: “O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio domina-se” (Pv 29:11); “O homem paciente dá prova de grande entendimento, mas o precipitado revela insensatez” (Pv 14:29); “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e o Senhor recompensará você” (Pv 25:21, 22). Provérbios e o Sermão da Montanha
Nas bem-aventuranças, Jesus nos mostra que, se seguirmos a sabedoria celestial seremos abençoados, e nos incentiva a ter um relacionamento gentil com as pessoas: “Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança […] Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia […] Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus” (Mt 5: 5, 7, 9). Sabedoria e compaixão andam de mãos dadas. Conta-se a história de um homem que estava morrendo sozinho em um hospital do Brooklin, Nova
Iorque. Ele pediu que chamassem o filho que estava trabalhando no estado da Carolina do Norte, a mais de 800 quilômetros. O jovem foi e passou a noite toda sentado, segurando a mão do homem que morria. Aquele senhor idoso morreu em paz. Ele não soube que o hospital se enganou ao fazer o contato. Assim que o jovem entrou no quarto aquela noite, percebeu que a pessoa deitada na cama não era seu pai. No entanto, em vez de virar as costas e ir embora, ou dizer algo desagradável, ele teve compaixão, e quis confortar o velhinho nas suas últimas horas de vida. Como cristãos, somos chamados a ser como Jesus: tudo o que dizemos ou fazemos precisa ser suavizado pela orientação de Deus. É-nos dito que “a religião de Cristo abranda quanto há de duro e rude num temperamento, e suaviza tudo que é áspero e escabroso nas maneiras. Torna brandas as palavras e atraente a conduta. Aprendamos de Cristo a maneira de harmonizar o alto sentimento de pureza e integridade com a disposição feliz. O cristão bondoso, cortês, é o mais poderoso argumento que se pode apresentar em favor do cristianismo.”1 Filtro da graça de Deus
Na cultura de hoje, a mídia social é muito difundida em muitas regiões desenvolvidas, e quase instantaneamente. É tão fácil responder, imediatamente, a algo que nos incomodou no Tweeter, Facebook, algum site da Internet, blog, ou em um e-mail que recebemos. Você está longe da pessoa e tudo o que vê são apenas algumas letras na tela. Mas o Senhor nos pede que passemos tudo: todo pensamento, toda resposta, através do filtro da Sua graça. O fato de vivermos em uma época incrivelmente digital torna as conversas interpessoais ainda mais importantes, e é vital que peçamos a orientação de Deus ao falarmos. Às vezes, tenho que
O Senhor nos pede que passemos tudo – todo pensamento, toda resposta – através do filtro da Sua graça.
me policiar ao responder sobre algo, pois minha maneira de responder pode me parecer calma, mas para os outros pode soar alterada. Até a inflexão da voz, ou entonação, ou nossa maneira de falar, pode machucar as pessoas, ou torná-las reativas (veja Conselhos para a Igreja, p. 178). Paz celestial e tato cristão
Com a aproximação da sessão da Associação Geral, é muito importante que consideremos o sábio conselho para que oremos pelos cerca de 2.700 delegados que terão voz e voto. Essas vozes precisam ser usadas para glorificar a Deus, mesmo nas discussões em que houver diferenças. Estamos sinceramente pedindo que todos os membros da igreja orem para que Deus coloque a divina unção em nossos lábios, e em nossas atitudes haja a paz celestial. Que predomine a atitude cristã e respeitosa de uns pelos outros, mesmo quando não concordamos. Em preparação para o Concílio Anual de 2014, realizado em outubro passado, os líderes fizeram um apelo fervoroso para que todos falassem como Cristo falaria: “Nós, os líderes da Associação Geral e das Divisões, apelamos a todos os participantes do Concílio Anual a considerar uns aos outros como irmãos e irmãs em Cristo a despeito de algumas diferenças de opinião que possam ser evidentes em alguns assuntos. Pedimos respeito e humildade cristã entre nós, em nossas palavras e
atividades durante esse Concílio Anual e depois dele.”2 Louvamos a Deus, pois vimos o Espírito Santo Se movendo no coração das pessoas nos discursos e respostas no Concílio Anual de 2014. Damos glória a Deus por Sua presença, embora tivéssemos fortes diferenças de opinião. Os líderes da Associação Geral e das divisões farão um apelo semelhante para a assembleia da AG, pedindo ao Senhor esse mesmo espírito cristão. Independentemente do resultado, o processo pode ser o maior testemunho ao mundo sobre o poder do Espírito Santo controlando nossa vida, e de como podemos abordar questões divergentes com um espírito cristão. Não apenas cortesia política
Esse tato e graça cristãos não devem estar confinados simplesmente aos fóruns públicos: na verdade isso vem de casa. Com que tom de voz falamos com nosso cônjuge e nossos filhos? Somos insensíveis e exigentes, ou gentis e perdoadores? E em nosso local de trabalho, permitimos que as pressões provoquem respostas sucintas e desconectadas do recipiente humano? Ao telefone, estamos usando o tato cristão, e não apenas a cortesia política? Estamos realmente usando o tato cristão em nossa maneira de responder às pessoas em e-mails e outras formas de comunicação? É importante lembrar a nós mesmos que, no momento em que as palavras saem de nossa boca, ou da ponta de
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nossos dedos, elas se vão para sempre e é quase impossível trazê-las de volta. Vale a pena orar e pensar três vezes antes de escrever algo que possa magoar alguém, ou dizer palavras que possam ferir. Assim, quando estiver com seu discurso pronto, submeta sua mente e língua ao Senhor e deixe que Ele filtre o que você está prestes a dizer, dando respostas acuradas e importantes, mas de maneira cristã. “Jesus não suprimia sequer uma palavra da verdade, mas falava sempre com amor. Ele tinha tato e prestava bondosa atenção ao interagir com as pessoas. Nunca Se mostrava rude, jamais pronunciava uma palavra severa sem necessidade e evitava causar dor desnecessária a uma pessoa sensível.”3 Ao vermos os eventos do mundo se ajustando para criar o último cenário profético, é muito importante que todos nós representemos nosso Senhor, pública e particularmente, com a atitude correta e um espírito gentil e humilde. Isso só acontecerá se mantivermos uma comunhão diária com Ele, pedindo ao Seu Espírito um reavivamento e reforma. Ao atravessarmos os eventos finais da história da Terra, que esteja escrito nos livros do Céu que cada de um de nós falou com convicção, mas com o tato e a gentileza de Cristo, tudo pelo poder do Espírito Santo que vive em nós. n 1 Obreiros
Evangélicos, p. 122. do apelo votado pelos líderes da Associação Geral e Divisões, em outubro de 2014. 3 Caminho a Cristo, p. 10. 2 Extraído
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
Ted N.C. Wilson é
presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
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Histórias do GLOW: Levando Luz ao Nosso Mundo GLOW (inglês, BRILHO – Giving Light to Our World [Levando luz ao nosso mundo]) – É um projeto evangelístico que surgiu na Califórnia, Estados Unidos, no território da Divisão Norte-Americana, e agora se estendeu às outras Divisões do mundo. Tem por objetivo motivar os membros a ter sempre em mãos literatura – panfletos chamados GLOW – para ser distribuídos gratuitamente. Hoje, os panfletos estão sendo impressos em 45 idiomas. A seguir, duas pequenas histórias da Alemanha e África do Sul que retratam vidas tocadas pelo GLOW:
ALEMANHA: Enquanto viajava da Alemanha para a República Checa, um jovem membro da igreja se encontrou com uma ex-professora e teve uma agradável conversa no idioma checo. Ele deu de presente a ela um livro O Grande Conflito em checo e o folheto do GLOW “Passos para a Saúde” em alemão e checo. Ela agradeceu especialmente pelo folheto do GLOW, e disse que estando impresso nos dois idiomas, ela planejava usá-lo como material para suas aulas de tradução.
ÁFRICA DO SUL: Um casal residente na África do Sul saiu para fazer compras e o esposo entregou a um jovem senhor um folheto do GLOW intitulado “Falar com Deus”. Quando olhou o folheto ele disse: “Meu filho morreu hoje de manhã.” Após expressar seus sentimentos pela perda, o esposo entregou outro folheto (o último que ele tinha) intitulado “Há esperança após a morte?” Os dois folhetos estavam escritos em afrikaans, língua materna daquele jovem senhor. A esposa mais tarde definiu o episódio de “encontro marcado por Deus”. As histórias são compiladas por Nelson Ernst, diretor do GLOW na Associação do Pacífico, e Kamil Metz, coordenador Internacional do GLOW. Para saber mais sobre esse projeto, acesse sdaglow.org. Para assistir aos vídeos de testemunhos, acesse vimeo.com/user13970741
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Peter N. Landless e Allan R. Handysides
Tento ler o máximo que posso sobre saúde. Muito tem sido escrito sobre a vitamina D, e a impressão que fica é que ela seja a solução “milagrosa” para todas as doenças. Isso é verdade? Em alguns artigos recentes tenho visto informações conflitantes.
A
vitamina D, também conhecida como a “vitamina do sol”, desempenha um papel muito importante no metabolismo do cálcio e na formação e resistência dos ossos. Na verdade, é um hormônio produzido no corpo que depende da exposição da nossa pele aos raios ultravioletas do sol (daí o nome “vitamina do sol”). A princípio, a vitamina D foi considerada, principalmente, o nutriente que ajuda a prevenir uma doença infantil conhecida como raquitismo. É uma doença em que o amolecimento e enfraquecimento dos ossos ocorrem devido à deficiência de vitamina D, resultante de anormalidade no metabolismo do cálcio. Quando isso ocorre em adultos, os ossos se tornam descalcificados e menos densos (menos fortes). Essa doença é conhecida como osteomalacia, que precede a osteoporose. A vitamina D aumenta a absorção de cálcio no intestino delgado. Também ajuda as células ósseas a liberar e manter os níveis normais de cálcio no sangue, estimulando o crescimento. O osso é um tecido dinâmico que sofre mudanças e reforço o tempo todo. Esse processo é denominado «remodelação» e é especialmente importante para a cura e reparo de fraturas ósseas. Pesquisas têm mostrado que a maioria das células do corpo humano tem receptores para a vitamina D, onde ela anexa e desencadeia certos processos nas células. O metabolismo da vitamina D é muito complexo e numerosos componentes estão relacionados. A substância produzida na pele (que também está disponível em alimentos e suplementos
alimentares) é convertida no fígado em 25-hidroxivitamina D, ou calcidiol. Esse é convertido nos rins para a forma ativa da vitamina D a 1,25-di-hidroxivitamina D3. A vitamina D é solúvel em gordura, portanto requer gordura para absorção. Pode ser armazenada nos momentos em que não nos expomos ao sol (dependendo do clima, estações, vestimenta, uso de protetor solar). Obtemos a vitamina D, principalmente da luz solar e do metabolismo na pele. Apenas alguns alimentos, como o óleo de peixe, óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, e alguns tipos de cogumelos (shitake) contêm vitamina D naturalmente. Nossas principais fontes alimentares são os alimentos fortificados como o leite, alguns tipos de leite de soja, iogurte de soja, queijo, suco de laranja, margarina, cereais matinais e leite em pó para lactantes. Se seus exames revelarem baixos índices de vitamina D, após tomar boa dose de suplementos, uma dose típica de manutenção seria entre 800 e 200 IU (Unidades Internacionais), diárias. Mas isso só deve ser feito sob supervisão médica. Cada indivíduo pode responder de modo diferente a essas doses, e exames de acompanhamento são necessários para certificar-se da dosagem correta. A exposição ao sol varia em cada região do mundo e até entre comunidades. Há também o risco do câncer de pele relacionado à exposição à luz solar. As seguir estão alguns fatores que podem contribuir com os baixos níveis da vitamina D: n Pouca exposição em algumas regiões, especialmente no inverno.
n Peles mais escuras (reduzem a absorção de UV). n O envelhecimento diminui a habilidade da pele de produzir vitamina D. n Protetor solar (embora importante na prevenção do câncer de pele, o protetor solar pode reduzir a produção da vitamina D em até 99%). n Baixa ingestão de alimentos fortificados. n Obesidade (a vitamina D pode ficar presa no tecido adiposo). n Problemas ou cirurgia no intestino. n Certos medicamentos. n Problemas na função renal ou hepática. Além da saúde dos ossos, vários estudos observaram outras doenças relacionadas a baixos níveis da vitamina D. Essas doenças incluem a asma, artrite, vários tipos de câncer, demência, depressão, problemas nas artérias coronarianas, hipertensão, mal de Parkinson, e infecções. Diversas pesquisas clínicas controladas estão em curso, e o Instituto de Medicina está anunciando que teremos mais respostas definitivas em 2017. Enquanto isso, discuta sua situação e necessidades com seu médico. Que Deus o dirija a fazer escolhas sábias e saudáveis! n
Peter N. Landless, médico cardiologista nucle-
ar, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.
Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado, foi diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral. Maio 2015 | Adventist World
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D evocional
D
“
ez principais maneiras de destruir a Terra”, grita a manchete. “Os dez objetos mais estranhos da natureza.” “As dez principais maneiras de poupar para a aposentadoria.” Deixando os itens mais bem classificados para o final, as listas dos “dez mais” têm ficado cada vez mais populares nos jornais e programas de entretenimento. Por que você quer ir para o Céu? Aqui estão os meus dez principais motivos.
10.
Animais: Em uma visita recente à África, minha família e eu tivemos a oportunidade de observar na selva, leões, rinocerontes, elefantes, hipopótamos, um leopardo e uma chita. No Céu essas criaturas fabulosas vão viver livremente sem o temor da predação sanguinária. “O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi, […] Não se fará nem mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor” (Is 65:25).
9.
Plantação: Minha esposa e eu já fizemos várias tentativas corajosas na jardinagem, mas, infelizmente, nossa mão está mais para o marrom que para o verde. Almejo o dia em que vou plantar alguma coisa e realmente poder colher e comer dos resultados (verso 21).
8.
Aprender: Pesquisas acadêmicas com seus questionamentos e explorações constantes estimulam minha mente. O Céu oferecerá oportunidades ilimitadas nessa área, e nenhuma inquietação intelectual será muito difícil ou sem limites.
7.
“Ah, entendo!”: O Céu vai oferecer toda a compreensão e clareza a respeito de assuntos que em nossa vida terrena nos têm deixado tristes e perplexos. Aquelas experiências turvas e difíceis que nos confundiram e que escolhemos aceitar pela fé sem ver todas as peças do quebra-cabeças, Deus resolverá satisfatoriamente todas elas por nós. Vamos sorrir com expressão de espanto ao “recebê-las”, percebendo a sabedoria e o amor de Deus para conosco, em nossos momentos mais difíceis.
6. Evangelismo: Evangelismo no Céu? Bem, de certa
forma. Paulo escreveu em Efésios 3:10 que “a intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais”. Evidentemente, há algo que nós, seres humanos, podemos compartilhar com os seres celestiais; algo que eles não sabem sobre Deus. “Qual é o sentimento de ser perdoado?” eles perguntarão. “Como foi enfrentar uma tentação hereditária aguda e incorporada e conseguir superá-la”? Anseio pelo dia em que, com grande fervor, vou falar sobre o que meu Redentor fez por mim, e o sentimento de ter sido resgatado do pecado e deste planeta caído.
5.
Companheirismo: Vamos desfrutar do mais doce companheirismo, especialmente com os amigos com os quais compartilhamos várias experiências. Aprenderemos juntos o que significa enfrentar a máquina de perseguição do diabo,
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principais razões por que desejo ir para o Bill Krick
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Ceu
Evidentemente, há algo que nós, seres humanos, podemos compartilhar com os seres celestiais. no tempo do fim, passando por suas piores tentações, mas vencê-las pelo sangue do Cordeiro (Ap 14:3; 12:11).
4. Destruição do sofrimento/da injustiça/da morte:
Não mais biópsias malignas, debilitação nem “pele e osso”. Não mais abuso de poder ou opressão, o forte tirando vantagem sobre o fraco. Não mais divórcio, abuso, tráfico. Não mais guerras de conquistas nacionais. (E não mais noticiários sobre tudo isso). De fato, João declarou que viu que “a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo” (Ap 20:14). A morte e a sepultura (e toda a dor associada a elas), as realidades pelas quais devemos passar ou observar, não mais existirão, serão destruídas pelo decreto do Altíssimo.
3. Encontro com as pessoas que se entregaram a
Deus por minha influência: No momento em que encon-
trarmos essas pessoas, sentiremos uma onda de euforia. “Os remidos hão de encontrar e reconhecer aqueles cuja atenção foi despertada para o excelso Salvador. Que ditosas conversas terão eles!” “‘Eu era pecador’, alguém dirá, ‘sem Deus e sem esperança no mundo; e você de aproximou de mim e atraiu minha atenção para o precioso Salvador, como minha única esperança. E eu cri nEle. Arrependi-me de meus pecados, […] e agora vejo-O face a face. Estou salvo, eternamente salvo, para ver perpetuamente Aquele a quem amo.’”1 Quando eu cursava o fundamental, um colega estava se preparando para o batismo. Meu professor de química veio até mim e disse: “Você sabia que ele escolheu entregar a vida a Deus devido à sua influência?” Fiquei chocado. Para mim, eu não tinha feito nada. Mas fiquei feliz ao pensar que pude impactar a vida de alguém para Deus. No Céu, ao seguir as linhas da grande teia de influência, descobriremos como influenciamos outros para o reino. Vamos nos encontrar com aquelas pessoas que nos dirão: “Você não se lembra do que fez naquele dia, mas aconteceu o seguinte… Foi o ponto da virada na minha vida, e eu estou aqui!”
2. Não mais haverá serpentes nas árvores
fazendo propaganda quanto às razões pelas quais devemos comer o fruto proibido. Como
de todos os pecados que ocasionaram a morte do Filho de Deus,”2 sua ausência fará grande diferença. Mal posso esperar tê-lo fora do meu caminho. Muitas vezes só quero desfrutar a vida aqui na Terra, sem enfrentar seu assédio. Às vezes, digo a ele: “Vá embora e me deixe em paz! Dá um tempo, Satanás!” Mas ele não dá esse tempo. É especializado em ataques que atormentam, incomodam, tentam e ameaçam. Porém no Céu, não haverá lugar para ele. As batalhas que enfrentamos diariamente desaparecerão. O grande conflito terá terminado. Ele e seus seguidores rebeldes serão excluídos do Céu. Aqui na Terra, às vezes, passamos por períodos de paz. Às vezes, Satanás nos assedia, nos tenta e nos persegue. No Céu, finalmente, seremos capazes de baixar a guarda, não temendo nenhum truque, armadilha ou emboscada do inimigo. Nossos dias serão preenchidos com a paz pura e ininterrupta.
1.
Ver Deus face a face! A Bíblia apresenta seu clímax em Apocalipse 22:4: “Eles verão a Sua face, e o Seu nome estará em suas testas.” A história da redenção atingirá seu ápice quando encontrarmos nosso Deus e virmos Sua face. Foi para esse momento que fomos criados. Ele preenche nossa própria existência. Embora “ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1:18), e embora Ele habite “em luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver” (1Tm 6:16), Ele nos dará o privilégio de estar com Ele e viver com Ele (Ap 21:3). Os ministérios de oração vão deixar de existir. Não haverá mais correntes de oração, não mais dias de jejum e oração, não mais semanas de oração. Como o poeta escreveu: “Adeus, adeus, doce hora da oração.” Em vez disso, será “face a face com Cristo, meu Salvador”. “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho” (1Co 13:12). Quando escreveu, Paulo não tinha em mente os espelhos brilhosos de hoje, limpos com limpador de vidros, mas os espelhos da Palestina do primeiro século d.C. eram metal polido. As imagens incompletas e às vezes distorcidas que eles ofereciam ao observador são uma ilustração perfeita de quão pouco sabemos, de quão pouco vemos de Deus. “Mas então”, ele continuou, veremos “face a face”. No topo da lista, o principal motivo de eu querer ir para o Céu é ver Jesus face a face. Por que você quer ir para o Céu? n 1 Ellen 2 Ellen
G. White, Obreiros Evangélicos (Casa Publicadora Brasileira), p. 518. G. White, Patriarcas e Profetas (Casa Publicadora Brasileira), p. 255.
Bill Krick é diretor do Ministério de
Publicações na Associação da Califórnia Central, nos Estados Unidos.
Satanás é “o originador do pecado, o instigador direto
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C renças
F undamentais
Harold Alomía
“
N
o princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1:1). Esse é um dos textos mais famosos e queridos das Escrituras. Ele descreve com clareza enigmática a essência de nossa fé. Na verdade, todo o primeiro capítulo de João é um tratado cristológico profundo que sempre cativa os leitores. Ele descreve a Palavra em Seu estado divino e eterno. A Palavra divina agiu como o Criador, expresso pelo simples e profundo fato de que “sem Ele nada do que foi feito se fez” (verso 3). Mas o primeiro capítulo de João mergulha fundo na descrição da Palavra. Ele nos chama a atenção não apenas para contemplar a majestade de magnitude incompreensível, mas nos permite ver que a Palavra não é apenas transcendente; é também imanente. A Palavra é eterna; não é presa a uma natureza; a Palavra está além deste mundo, mas quebra essa barreira armando “Sua tenda” entre nós.1 A Palavra veio à Sua criação e é investida na vida de Suas criaturas de tal maneira que o Verbo vive entre nós. Ele não gosta de uma utopia isolada e segura, vestindo um traje de proteção a fim de evitar a contaminação, mas Se despoja de tudo a que podia legitimamente estar apegado, para poder viver entre aqueles que estão em rebelião contra Ele e, assim, levar-lhes a revelação de Deus. Em suma, o Verbo Se fez carne e habitou entre nós; o Eterno Se fez temporal e a divindade Se esvaziou dentro da humanidade.
Não houve recepção calorosa
A tragédia é que a missão da Palavra foi recebida com indiferença ou rejeição pura e simples. “Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam” (verso 11). Felizmente, houve os que O viram, pois João exclamou: “Vimos a Sua glória!” (verso 14). Aqueles que viram a Palavra nos deram, através da palavra e do tempo, a mensagem que revela o componente central de nossa fé, a razão principal de sermos chamados “cristãos”. Com nosso nome testemunhamos o porquê de nossa fé. Melhor ainda, testemunhamos de Quem seguimos. Jesus é a figura central do Adventismo. Se não fosse por Ele, Sua ressurreição, afirma o apóstolo inequivocamente, seria “inútil a nossa pregação”(1Co 15:14, NVI). Cristo vem ao mundo com um propósito, uma missão, descrita pelo apóstolo Paulo como o ministério da reconciliação. O fato surpreendente é que Deus é quem inicia a reconciliação
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O
Cristo Incomparável NÚmerO 4 com a humanidade, quando foi a humanidade que cortou seus laços com Deus.2 Jesus é o principal meio pelo qual a reconciliação ocorre. Sem Ele, a vida é feita apenas de boas intenções e sonhos impossíveis. Sem Jesus não temos nada! Nossa abordagem ao Sumo Sacerdote
Além disso, Jesus não é o centro apenas como Deus, Criador e Reconciliador. Ele leva ainda mais além a redenção da humanidade. Cristo não está tão distante de nós que Se assente em um pedestal como uma celebridade inacessível. Em Seu plano, Ele Se torna Aquele que nos fortalece em nossa fé. O livro de Hebreus revela a poderosa verdade de que Cristo não teve uma vida perfeita só para Sua vanglória, mas para nos ajudar a viver a nossa.3 Cristo é Criador, Redentor, Reconciliador e Salvador que nos dá poder. Não é de admirar, então, que o mesmo autor que escreveu sobre Cristo como a figura que nos capacita para nossa caminhada espiritual também descreveu Cristo como o “Consumador” da nossa fé (Hb 12:2).4
Do princípio ao fim, nossa fé está centrada em Jesus. O conceito de Consumador, em vez de indicar certo estado de cruzar uma linha de chegada específica, é um conceito de crescimento mais dinâmico. Ele destaca o processo de amadurecimento em Cristo. Aquele que inicia nossa fé é o mesmo que a leva à maturidade. Do princípio ao fim, nossa fé está centrada em Jesus. A centralidade de Cristo na nossa mensagem não se fundamenta apenas nas Escrituras. Veja a brilhante explicação de Ellen White de como devemos transmitir a mensagem da verdade para o mundo: “O sacrifício de Cristo como expiação pelo pecado é a grande verdade em torno da qual se agrupam as outras. A fim de ser devidamente compreendida e apreciada, toda verdade da Palavra de Deus, de Gênesis a Apocalipse, precisa ser estudada à luz que dimana da cruz do Calvário. Apresento perante vocês o grande, magno monumento de misericórdia e regeneração, salvação e redenção – o Filho de Deus erguido na cruz. Isso tem que ser o fundamento de todo discurso feito pelos nossos ministros.”5 Que declaração deslumbrante sobre a centralidade de Jesus em nossa mensagem e em nossa vida! Do Gênesis ao
Deus, Filho
Apocalipse, Ele é realmente tudo! E ao fazermos dessa afirmação teológica uma realidade viva e palpável que transcende o papel de nossos comentários para nossa experiência de vida, fazemos bem em lembrar que Jesus realmente é tudo. n 1 O
termo eskenosen pode ser traduzido literalmente como a ação de montar uma barraca, uma descrição clara de viver e caminhar entre e ao lado da raça humana. saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação” (2Co 5:19). 3 “Pois, naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2:18). 4teleio ¯te¯s: Aquele que torna possível a conclusão bem-sucedida de alguma coisa. Aquele que conclui, o consumador. Jesus é Aquele que inicia a nossa fé e, incidentalmente, o que também a leva até a maturidade, à forma completa. Com base no léxico grego-Inglês de JP Louw e E. A. Nida, da Teleiotes, 68, 24, Software de Concordância da Bíblia. 5 Ellen G. White, Obreiros Evangélicos (Casa Publicadora Brasileira), p. 315. 2 “A
Harold Alomía é o pastor titular da Igreja
Adventista do Sétimo Dia College View no campus do Union College, em Lincoln, Nebraska, E.U.A. É casado com Rosie, fotógrafa freelancer.
Deus, o Filho Eterno, encarnou-Se em Jesus Cristo. Por meio dEle foram criadas todas as coisas, foi revelado o caráter de Deus, efetuada a salvação da humanidade e julgado o
mundo. Sendo para sempre verdadeiramente Deus, Ele Se tornou também verdadeiramente homem, Jesus, o Cristo. Foi concebido do Espírito Santo e nasceu da virgem Maria. Viveu e experimentou a tentação como ser humano, mas exemplificou perfeitamente a justiça e o amor de Deus. Por Seus milagres, manifestou o poder de Deus e atestou ser o Messias prometido por Deus. Sofreu e morreu voluntariamente na cruz pelos nossos pecados e em nosso lugar. Foi ressuscitado dentre os mortos e ascendeu para ministrar no santuário celestial em nosso favor. Virá outra vez, em glória, para o livramento final de Seu povo e a restauração de todas as coisas. (Jo 1:1-3, 14; Cl 1:15-19; Jo 10:30; 14:9; Rm 6:23; 2Co 5:17-19; Jo 5:22; Lc 1:35; Fl 2:5-11; Hb 2:9-18; 1Co 15:3, 4; Hb 8:1, 2; Jo 14:1-3.);
– Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 4
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DEIXAI-OS VIR: Programa de reforço educacional, em Myanmar, ajuda estudantes a se sobressair.
James H. Park
Alimentando
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Servindo os quatro maiores grupos populacionais ainda não atingidos
I
magine o desafio de servir as refeições no maior centro de convenções da Terra! Dentro desse vasto edifício, milhares de diferentes grupos estão reunidos, e todos precisam ser alimentados. As pessoas estão com fome, você tem boa comida, mas há um problema enorme. Apesar de fazer o seu melhor para alimentar a multidão faminta, raramente alguém demonstra algum interesse pelas suas melhores receitas! Assim, um dia, sua pequena empresa de bufê1 recebeu uma mensagem da sede mundial2, que um recurso especial estaria disponível para selecionar e treinar 60 chefs em um período de cinco anos.3 Objetivo do treinamento: preparação de pratos saborosos para cada um dos quatro principais grupos que estão reunidos no centro de convenções.4 Criando uma cozinha local
A essa altura você já deve ter percebido que este artigo não é real-
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mente sobre uma empresa de bufê, nem treinamento de chefs. Ao contrário, narra uma iniciativa guiada por Deus para alcançar quatro grandes grupos: budistas, chineses, muçulmanos e os moradores urbanos localizados na Ásia. É também a história de uma pequena instituição de ensino, o Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados (AIIAS), localizada nas Filipinas, que sonhou alto em ser abençoada com recursos especiais do dízimo extraordinário recebido na assembleia da Associação, em 2007. Por um milagre da graça de Deus, a primeira aula começou na segunda-feira, 20 de setembro de 2010, com exatamente 60 pastores. Os melhores “chefs” (professores) de todo o mundo, foram convocados para ensinar aos alunos como preparar alimentos saborosos para cada um desses grupos religiosos. Cerca de um terço dos alunos escolheu distribuir delícias entre os budistas, outro terço preferiu tocar o sino da
cozinha chinesa e o terço final decidiu ir para a cidade tentar descobrir o que desperta o apetite dos muçulmanos. Embora tenham que passar três anos juntos no campus central, um dos encontros anuais dos “chefs” para budistas é em Bangkok, Tailândia. Os cozinheiros para os chineses em Hong Kong, e os que preparam os menus para muçulmanos em Jakarta, Indonésia. Eles passam seis semanas tentando descobrir o gosto dos moradores urbanos, e buscam aprimorar juntos suas habilidades na cozinha. Os “chefs” pastores foram divididos em pequenos grupos no centro de convenções, com a finalidade de criar receitas simples e fáceis de ser usadas pelos milhões de membros “chefs” que estão fazendo seu melhor para alimentar o grupo de mais de 2,5 bilhões (5.000 vezes 500.000)5 de pessoas famintas e não alcançadas. Muitos missionários de várias denominações já gastaram mais de cem anos tentando chamar a atenção f OTOS :
J a m e s
H.
Pa r k
ESPERANÇA SOBRE RODAS: Esse veículo é usado no ministério da saúde para alcançar os chineses que moram em Kuala Lumpur, Malásia.
de pessoas budistas para o alimento cristão, com pouco ou nenhum sucesso. Milhões de pessoas na China nunca na vida se encontraram com um cristão. Tais barreiras teológicas e sociológicas foram erigidas entre o cristianismo e o islamismo a tal ponto que até para oferecer caridade tem se tornado extremamente difícil. Além desses desafios, os limites de uma pequena presença adventista naquele vasto território fazem de nossa tentativa de oferecer uma refeição à janela 10/40 algo semelhante a colocar uma pequena mesa com alimentos num estacionamento, durante o segundo tempo de uma final de Copa do Mundo. Considere os seguintes números de uma tabela abreviada observada em 2012, no Relatório Estatístico Anual da Associação Geral, que mostra quanto é pequeno e extremamente diversificado nosso rastro nessa vasta área:6 Até poucos anos atrás, a única maneira de produzir folhetos e materiais atrativos e coloridos (apropriados
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para interessar a população local) era envolver uma editora com parque gráfico grande o suficiente para imprimir muitos milhares de exemplares. Com o advento do laptop e das impressoras a jato de tinta, bem acessíveis e já disponíveis na Ásia, os pastores locais podem criar e imprimir materiais pelo custo extremamente baixo de 500 cópias por um dólar. Portanto, essa revolução na impressão levou a uma dramática descentralização na produção de materiais. Os pastoreschefs locais, muitos deles com mestrado, devem ser encorajados a começar a fazer “pratos” para suas comunidades locais. Essa criação de materiais locais e contextualizados é exatamente o que Jesus fazia quando andava e ensinava em Israel. Segundo Ellen White, o “Príncipe dos mestres, buscava acesso ao povo por meio de suas mais familiares relações.”7 O grande projeto dos quatro melhores alunos
Como parte do processo criativo de se concentrar no desafio das quatro grandes comunidades dentro da janela 10/40, cada estudante precisava desenvolver um projeto, tanto individual como em grupo, de materiais
contextualizados especificamente para seu ministério. Em 2013, os professores do AIIAS visitaram todos os alunos em seu campo para avaliar os desafios e orientá-los na seleção e desenvolvimento de um projeto adequado. Cada aluno ou grupo devia escrever um trabalho acadêmico resumido que explicasse os princípios usados para desenvolver os materiais. Os professores avaliaram cada projeto (inclusive o trabalho acadêmico e os materiais criados) e assinaram uma folha de aprovação. Após a conclusão dos projetos, os quatro melhores alunos realizaram uma feira de ministério bem-sucedido no campus do AIIAS no dia 6 de março de 2014, oferecendo mais uma oportunidade de discutir sobre abordagens criativas de ministério e inspirando outros alunos a pensar criativamente sobre missão contextualizada. Alguns dos melhores projetos foram posteriormente apresentados aos líderes mundiais adventistas durante a ênfase do Concílio Anual no evangelismo, em 11 de outubro de 2014. Aqui está uma visão geral de alguns dos projetos desenvolvidos e que atualmente estão sendo usados para alcançar os povos da janela 10/40. Evangelismo entre os budistas
MONGÓLIA: Guia de Estudo Bíblico Arco-íris. É um material introdutório de estudo da Bíblia que foi desenvolvido
Pastores Ordenados
Igrejas
Membros de Igreja
Estimativa da Média de População População (2012) por Membro
Dentro da Janela 10/40
1.810
10.268
2.837.444
4.692.677.000
1.654
Fora da Janela 10/40
11.658
64.031
15.044.047
2.364.398.000
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A rtigo de C apa
por um pastor de Ulan Bator, Mongólia. É o primeiro conjunto de lições de estudo bíblico desenvolvido para o campo emergente da Mongólia, e baseia-se nas cores do arco-íris. O arco-íris tem um significado cultural profundo na Mongólia, e cada uma das cores ilustra uma verdade bíblica. TAILÂNDIA: Material de Treinamento para Pequeno Grupo. Esse treinamento de pequeno grupo foi desenvolvido por três pastores da Tailândia. Percebendo a necessidade de desenvolver pequenos grupos nos centros urbanos da Tailândia, esses pastores criaram materiais contextualizados dinâmicos, para treinar pastores e membros a iniciar e cultivar pequenos grupos.
riqueza, família e prosperidade e as apresentam sob um formato espiritual e mais genuinamente bíblico. Evangelismo entre muçulmanos
INDONÉSIA: Guias de Estudos Bíblicos. Quatro pastores da Indonésia desenvolveram uma série de estudos bíblicos contextualizada, com base em um herói folclórico de um povo minoritário da Java central. Eles também encheram um aparelho de MP3 barato com canções locais e materiais para ensinar analfabetos a ler. INDONÉSIA: Programa Folclórico de Marionetes Javanesas. Um pastor desenvolveu um evangelismo maravilhoso com fantoches tradicionais locais, que
Evangelismo entre os chineses
SHANGHAI: Estudo Bíblico Ano do Cavalo. É um livro encadernado de estudos bíblicos, criado e editado pela esposa do diretor da escola adventista de música em Shangai, China. Os estudos são fundamentados no ano do cavalo e são maravilhosamente ilustrados e impressos localmente. INDONÉSIA: Dispositivo cujo objetivo é aproximar famílias chinesas. O pastor de uma igreja chinesa em Macaçar, Indonésia, criou um dispositivo que tenta capitalizar as redes de parentesco dentro das comunidades chinesas. Por meio desse dispositivo, seus membros chineses são incentivados a listar todos os membros da sua família imediata e extensiva, orar e trabalhar pela conversão deles. MALÁSIA: Paraíso da China. Um estudante da Malásia criou um recurso interessante. Ele é formado pelo programa completo de uma Escola Cristã de Férias, tanto em chinês quanto em inglês, tendo por base os marcos famosos da China continental com um programa vibrante, cânticos, artesanato e guia para o professor. FILIPINAS: As Oito Grandes Bênçãos. Essas oito brochuras coloridas foram criadas por dois professores universitários e um funcionário da Frente Missionária Filipina. As brochuras usam as bênçãos tradicionais chinesas como
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VELHO E NOVO: Essa abordagem muito criativa utilizada por um pastor, na Indonésia, usa os conhecidos bonecos do folclore javanês e histórias tradicionais com novo enfoque, para plantar a semente da fé. f OTO :
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ainda são extremamente populares nos mercados ao ar livre. Tomando como ponto de partida histórias tradicionais bem conhecidas, ele as transformou, de modo que as pessoas pudessem começar a entender os conceitos básicos de fé. MALÁSIA: Famoso Estudo Bíblico dos Alimentos. Um funcionário da Missão Sarawak criou uma ferramenta de estudos muito criativa e colorida, destacando alimentos famosos da sua região. Há uma descrição do alimento, sua fotografia e uma receita. Em seguida são apresentadas lições espirituais sobre o alimento, numa forma interessante de envolver a população local. FILIPINAS: Evangelismo entre estudantes muçulmanos. Um pastor filipino associado a um administrador universitário criou uma série de palestras para estudantes de uma universidade muçulmana importante do sul das Filipinas, chamada Ayat Allah (“Versos de Allah”). Por meio dessas doze palestras, que incluem um folheto profissional
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DIVERSIDADE E CRIATIVIDADE: Quatro exemplos da Indonésia, Malásia, Mongólia e Filipinas do uso de abordagem contextualizada para contar da “velha e feliz história”.
com um teste, os estudantes muçulmanos são introduzidos à espiritualidade genuína através de versos do Corão. Esperança no futuro
O recurso inicial do Projeto Quatro Grandes (budistas, chineses, muçulmanos e moradores urbanos dentro da janela 10/40) possibilitou um orçamento para o desenvolvimento de todos esses projetos. O AIIAS tem trabalhado diligentemente com os alunos de vários departamentos da Igreja Adventista da região para se certificar de que tanto os alunos como os projetos estão sendo devidamente apoiados. O evangelismo Metro Manila 2014, com o presidente da Associação Geral Ted N. C. Wilson, foi fortemente apoiado pelo fornecimento de módulos de treinamento. Já começou uma pesquisa maior para compreender e ministrar aos budistas durante as cerimônias fúnebres. Será concedido um período de três anos para o desenvolvimento de um currículo específico para budistas chineses e para trabalhar com muçulmanos da janela 10/40. Foi desenvolvido um plano de partilha de custos entre o programa Quatro Grandes, a Divisão Ásia-Pacífico Sul, e o Centro para Religiões do Leste Asiático, localizado
em Bangkok, na Tailândia, a fim de que os recursos sejam mais eficazes. O projeto também prevê programas anuais para formação de pastores em Myanmar, China, Indonésia e Malásia. Na Indonésia, os pastores serão ensinados a entender melhor os muçulmanos e a apresentar o amor de Deus nesse contexto específico. Há muitos anos, no fim de um longo dia de ministério, Jesus pediu aos Seus discípulos que alimentassem cinco mil homens (mais mulheres e crianças) em um lugar remoto. Com o tempo se esgotando rapidamente, tudo o que foram capazes de encontrar foi o lanche de um garoto, contendo cinco pãezinhos de cevada e dois peixes. Mas quando as mãos humanas e humildes colocaram aquela pequena refeição nas poderosas e milagrosas mãos de Jesus, houve um lampejo brilhante do poder criativo do Gênesis, e o que era tão pouco foi multiplicado até que “todos comeram e ficaram satisfeitos” (Mt 14:20). O sol está quase se pondo no grande centro de convenções. Há bilhões para serem alimentados e nossos recursos são escassos. Com a mesma fé, vamos trazer tudo o que tivermos e colocar nas mãos perfuradas de Jesus, que podem multiplicar infinitamente um ínfimo
pedaço em pães quentes, frescos, para alimentar os 5 mil vezes 500 mil. n 1 O Instituto Internacional Adventista de Estudos Avançados (AIIAS) é uma instituição da Associação Geral localizado perto de Manila, nas Filipinas. Ele oferece pós-graduação em Administração, Educação, Saúde e Religião. 2 O AIIAS fez uma proposta em 2009 para receber recursos do “dízimo extraordinário” para treinar 60 pastores e desenvolver materiais para a Ásia. 3 Esse programa, que envolveu AIIAS dando um mestrado em ministério para 60 pastores, foi chamado de Projeto Quatro Grandes por oferecer instruções práticas de como evangelizar budistas, chineses, muçulmanos e moradores urbanos dentro da janela 10/40. 4 Leia o excelente artigo de Mark A. Kellner, sobre os imensos desafios que a IASD enfrenta na janela 10/40, “As estatísticas revelam o desafio maciço das missões adventistas, dizem os líderes”, na página nohttp://archives.adventistreview.org/article/ 6675/archives/issue-2013-1527/27-cn-statistics-reveal-massiveadventist-missions-challenge-leaders-say. http://archives.adventist review.org/article/6675/archives/issue-2013-1527/27-cn-statisticsreveal-massive-adventist-missions-challenge-leaders-say. 5 Embora atualmente existam cerca de cinco bilhões de pessoas vivendo na janela 10/40, a metade, ou 2,5 bilhões (5.000 vezes 500.000), são considerados “não alcançados”. Veja o “Projeto Josué” para uma excelente visão geral do número de pessoas a ser alcançadas, na página http://joshuaproject.net. 6 http://documents.adventistarchives.org/Statistics/ASR/ ASR2014.pdf. 7 Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 23.
James H. Park, Ph.D.,
é professor de missão no Departamento de Teologia Aplicada do AIIAS e também serve como diretor do projeto 4 Grandes. Foi pastor na área de Los Angeles por 25 anos antes de aceitar o chamado para lecionar no Seminário Teológico do AIIAS.
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V ida
A dventista
A
Maria Lombart
experiência da
dor
Lições aprendidas com os duros golpes da vida
À
s vezes, Deus nos permite passar por experiências dolorosas, não porque tenha prazer em nosso sofrimento, mas porque há lições que Ele só pode nos ensinar quando nos encontramos no meio das chamas. Lições dolorosas
Penso que me encontro mais perto do meu Pai quando estou sofrendo. Instintivamente, sei que, mesmo sem poder correr fisicamente para Deus e sentir Seus braços ao meu redor, posso derramar meu coração perante Ele. Em meio às lágrimas, palavras não ditas e até mesmo por questionamentos quando estou irritada, Ele é sempre meu porto seguro (veja Sl 62:8). Portanto, estar perto do meu Pai celestial é minha luta constante. Embora eu não aprecie sofrimento, dor e tristeza, reconheço que Ele os usa para me ajudar a desenvolver um relacionamento mais próximo com Ele. Nem sempre o que queremos
Deus não promete que atenderá a todos os nossos desejos se suportarmos as provações. Às vezes temos lições difíceis a aprender, que nem sempre incluem o resultado que esperávamos. Minha tendência é esperar uma recompensa após a prova. Posso ser paciente e suportar tempos difíceis, contanto
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que eu saiba que receberei o que quero quando tudo estiver no passado. Infelizmente, não funciona dessa maneira. Ou talvez, felizmente. Deus conhece nosso coração. Às vezes, nossos desejos se alinham com os planos que Ele tem para nós. Às vezes, não. Talvez tenhamos que aprender a viver um vazio por um tempo, até estarmos prontos para aceitar um presente muito mais bonito que Deus tem à nossa espera. Devemos andar pela fé, crendo que Deus quer o melhor para nós, e não tentar correr na frente para criar nosso próprio destino com base em nossos esforços para compreender a nós mesmos. Desenvolver empatia
Quando me encontro diante da dor, minha reação instintiva é afastar-me até que ela diminua. No entanto, estou aprendendo que devo passar pela dor, aceitando-a e permanecendo perto, em lugar de me esconder dela. A dor e o sofrimento pessoal podem sensibilizar nosso coração para a dor dos outros: uma mãe que perdeu um filho; uma mulher jovem que perdeu seu esposo; uma avó que perdeu seu esposo após 50 anos de casados. Ou talvez a dor não seja causada pela morte de um membro da família. Talvez ela venha pela perda de um animal de estimação muito querido, FOTO :
J i r i
H o d e n
Há lições que Deus só pode nos ensinar no meio das chamas. ou da cultura, da identidade, de um trabalho, da casa, de um amor. Cada uma dessas perdas cria um tipo de dor singular em sua experiência. Portanto, embora possamos ter empatia por alguém que sofreu uma perda, não podemos realmente caminhar emocionalmente a seu lado, a menos que também tenhamos experimentado uma dor semelhante. Há não muito tempo, certa mãe, conhecida minha, perdeu a filha. Eu a abracei, falei de minha tristeza e expressei palavras de conforto. Já sofri muito com várias perdas; algumas dessas pessoas me eram muito queridas. Eu sabia, entretanto, que não conseguiria imaginar quão profunda era a angústia dessa mãe. Toda vez que pensasse o que seria viver sem a filha, ou questionasse se ela poderia ter evitado a morte, e toda vez que a procurasse e se lembrasse de que a filha não mais estava lá, ela sofreria. Somente outra mãe que também perdeu um filho pode verdadeiramente se identificar com a dor que ela sente. Dor como dom?
Não creio que a dor em si mesma, seja um dom. Mas acredito que Deus transforma a dor em um dom quando usamos a compreensão que adquirimos pelo sofrimento para consolar outra pessoa em seu desespero. Minhas próprias experiências de sofrimento estão me preparando para algo que eu ainda não sei o que é. Todos passam por tristezas na vida e procuram compreensão e conforto no meio da dor. Portanto, estou aprendendo que a dor transforma rapidamente minha habilidade de julgar em compaixão e interesse. Depois de passada a dor, podemos experimentar alegria, paz, força e cura. Ao olhar para trás, para minha própria vida, reconheço que me tornei uma pessoa mais forte após lutas e sofrimentos. Pode não ter sido um crescimento perceptível, mas todas as vezes, meu coração partido foi restaurado com o tempo, e a compreensão e o conforto se tornaram um pouco
mais fortes. As experiências não são fáceis, mas podemos nos deixar vencer pela dor ou nos agarrar à força de Deus. A escolha é nossa. Jesus o Sofredor
Jesus sofreu o pior tipo de dor imaginável quando passou pela cruz. A dor física foi imensa, mas os humanos também tinham sido expostos àquele tipo de tortura. A dor que partiu Seu coração foi causada pela separação total dAquele a quem mais amava: Seu Pai celestial. Deus, o Pai, teve que retirar Sua presença, Seus raios de luz, um por um, a fim de cumprir as exigências da lei que Ele havia instaurado antes da criação do mundo. Mas graças a Deus, Jesus venceu o pecado, e agora Se identifica conosco, com nossas dores, de tal maneira que podemos compreender, pois jamais experimentaremos. Dor e sofrimento é uma experiência estranha à nossa natureza original. Fomos criados para a alegria, paz e plenitude. Fomos criados para viver em íntima comunhão com Deus e uns com os outros. A dor rouba as experiências boas e as substitui por quebrantamento. Devido à Sua maravilhosa graça, nosso Pai celestial, que anteviu os sofrimentos pelos quais passaríamos, ofereceu Seu único e amado Filho para que tivéssemos esperança de um dia ver a dor ser erradicada para sempre. Deus prometeu enxugar dos olhos toda lágrima (Ap 21:4). Enquanto Ele enxuga essas lágrimas, creio que também apagará a memória do sofrimento, substituindo-a por um amor indescritível, pois nunca mais experimentaremos a dor. n * Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Casa Publicadora Brasileira), p. 693.
Maria Lombart cresceu no campo missionário da África Ocidental, Egito e Líbano. Atualmente, trabalha no campo missionário da América do Norte. Maio 2015 | Adventist World
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PARTE 3: 1869–1881
Anos das Reuniões Campais
d e r s i d a U n iv e
Lo m a
Li n d a
Legado de LUZ
E
llen White foi reconhecida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, desde sua fundação, no início dos anos 1860, como mensageira de Deus. De que modo a vida dessa mensageira impactou a igreja durante os anos em que estava sendo estabelecida? Retrocesso temporário
Durante a assembleia da Associação Geral (AG) em maio de 1869, realizada em Battle Creek, Michigan (EUA), os delegados decidiram realizar uma “leitura mais cuidadosa e observância mais estrita dos Testemunhos para a Igreja.”1 Após a assembleia, a influência de Ellen White cresceu consistentemente. A influência de sua liderança continuou durante seu ministério intenso por meio de palestras públicas e publicações de seus artigos, panfletos e livros pela editora da igreja. No entanto, a ênfase na liderança da AG sobre a importância e significado atribuído ao ministério profético para a igreja, causou um recuo temporário. No início de 1871 a Igreja Adventista do Sétimo Dia registrou um decréscimo de 12,8% no número de membros, principalmente devido à atitude persistente contra a orientação profética em seu ministério. No entanto, Deus interveio. Em 30 de abril de 1871, o Senhor deu a Ellen White, em sonho, a definição da relação entre a Bíblia e os testemunhos. Ao relatar esse sonho impressionante, Ellen White escreveu: “Por meio dos testemunhos, o Senhor Se propõe a advertir, repreender e aconselhar Seus filhos, e impressionar-lhes a mente com a importância da verdade
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C e n t r o
A d v e n t i s ta
d e
P e s q ui s a
HORNELLSVILLE, Nova York: Em 1880, Ellen (frente, centro) e Tiago White (barba branca à esquerda dela) posam com alguns dos participantes das reuniões campais.
A Mensageira de Deus:
Liderança de
influência
Reuel U. Almocera
de Sua Palavra. Os testemunhos não estão destinados a comunicar nova luz; e sim a imprimir de maneira vívida na mente as verdades da inspiração já reveladas.”2 Sua visão em 10 de dezembro de 1871, em Bordoville, Vermont, promoveu um reavivamento espiritual, resultando em crescente confiança no ministério profético de Ellen White. Devido à publicação de sua obra, a influência de Ellen White continuou a florescer no período em que Tiago White, por questões de saúde, renunciou o cargo de presidente da AG, e G. I. Butler foi nomeado durante a assembleia da AG, em dezembro de 1871. Com a oportunidade de expandir seu ministério, e para que Ellen White escrevesse mais, a família se mudou para a Califórnia.
Revendo a vida e o legado de Ellen White
A “Mão Guiadora” e o reavivamento de 1873
No período em que morou tanto na Califórnia como no Colorado, em 1873, Ellen publicou mais de 20 artigos na Review and Herald, Health Reformer e Youth’s Instructor. A maioria enfatizava a vida de Cristo.3 Até o mês de agosto ela já havia publicado 23 Testemunhos, nos quais descrevia o estado da igreja de Laodiceia. Anexado a esse panfleto estava o “apelo sincero” de Tiago White relacionando uma importante agenda a ser considerada pela igreja para um programa agressivo de expansão. Em resposta à publicação, G. I. Butler convocou uma segunda assembleia da Conferência Geral (CG) no mesmo ano. Estava entusiasmado com
PARTE 4: 1881–1891
PARTE 5: 1891–1900
Década de 1880
Os Anos na Austrália
a “Mão Guiadora”.4 Tiago e Ellen White viajaram do Colorado, em novembro, para participar dessa assembleia. Em Battle Creek, durante o culto do sábado de manhã, Ellen pregou um sermão poderoso sobre a tentação de Cristo. Muitos corações foram tocados. A igreja experimentou um reavivamento; foram lançadas várias iniciativas importantes para o progresso e crescimento da igreja. Tiago White, que estava enfrentando problemas físicos e emocionais, sentiu que deveria ter mais influência sobre a obra da mensageira de Deus. Ellen White decidiu que seria melhor para eles se, às vezes, trabalhassem independentemente, para glorificar a Deus.5 Assim, no verão de 1874, Ellen viajou para o leste para participar de várias campais anuais, e Tiago, que estava trabalhando na primeira edição da Signs of the Times, ficou na Califórnia. Um dos objetivos de Ellen era angariar recursos para o crescimento da obra na costa do Pacífico. E foi muito bem-sucedida. Em 1874, Tiago se tornou presidente da AG, mais uma vez. O fato deu a Ellen uma oportunidade melhor de influenciar o progresso da igreja com um direcionamento estratégico. Seguem dois exemplos: A visão do dia 3 de janeiro de 1875 traçou algumas estratégias importantes para a missão mundial da igreja (o envio de missionários para outros países e o estabelecimento de casas publicadoras em vários países); e o sonho de 12 de setembro de 1875, em Roma, Nova York, mostrou a Ellen White o ministério da colportagem, que deu origem ao ministério da literatura evangelística – um dos programas missionários mais bem-sucedidos da igreja. Período de progresso
A ansiedade conjugal vivida em 1874 parecia ressurgir. Ellen White, na Califórnia para o inverno de 1876, não viajou de volta à costa leste junto com Tiago. Ela estava determinada a terminar de escrever um livro sobre a vida de Cristo, já em atraso. Entretanto, mais tarde, Ellen foi para o leste, ao encontro de Tiago, e ambos participaram de todas as 14 campais realizadas naquele ano. As reuniões
foram muito bem-sucedidas e o ministério de Ellen White foi ainda mais impactante. A campal mais notável de todas foi em Groveland (próxima a Haverhill), Massachusetts, com um público recorde, estimado em vinte mil pessoas. Um relatório daquela campal em particular declara que “vários trens especiais saíram das cidades de Lawrence, Newburyport, Haverhill, etc., e, às 9h o auditório estava repleto[...] Mesmo assim, muito mais pessoas vinham das cidades vizinhas e os trens chegavam lotados [...] A Sra. White subiu à plataforma, diante do profundo silêncio daquela vasta multidão, e falou ao povo sobre a temperança cristã. A maneira original e abrangente de abordar o assunto despertou os melhores comentários dos que a ouviram.”6 A influência de Ellen White se expandia a cada ano. Durante os anos de 1875 a 1878 ela publicou mais de 250 artigos nas revistas da igreja. Ela também organizou uma Associação em Oregon e participou ativamente na organização da Associação do Texas. Ali, ela conheceu A. G. Daniells, então com 21 anos de idade, e que mais tarde se tornou presidente da AG. Até hoje, ele foi o que mais tempo permaneceu na função (1901-1922). Durante o outono de 1878, Ellen White recebeu várias visões, inclusive a visão sobre o solene julgamento (23 de outubro) e outra em 23 de novembro. Em resposta a essas visões, foram tomadas resoluções importantes na assembleia da AG daquele ano. Tempos difíceis
Mas a “repreensão” e “disciplina” contidas nas visões de 1878 provocaram uma situação difícil. Os membros reagiram negativamente. Alguns líderes influentes abandonaram seus cargos. Vários foram à mídia popular para expressar sua insatisfação. Como resultado, em 1880, Ellen White foi enviada à Califórnia, com S. N. Haskell e W. C. White, para administrar a crise. Mais tarde ela declarou: “A situação aqui é complicada e angustiante.”7 Ela estava na Califórnia quando escreveu um testemunho destinado a Tiago, sobre seu estilo excêntrico de
julgamento e liderança autocrática.8 Ela até mencionou que talvez já fosse hora de Tiago se aposentar. Na assembleia da AG, em outubro de 1880, Tiago White entregou a presidência da AG para Butler. Em dezembro, os White se mudaram para sua casa da “aposentadoria”, em Battle Creek, perto do Lago Goguac. Mas o tumulto não diminuiu em Battle Creek. Ellen escreveu: “Não ouso dar conselho, nem aos meus irmãos. O momento é perigoso. Nunca houve situação semelhante em Battle Creek.”9 Felizmente, graças ao ministério pessoal de Ellen White, em julho de 1881, prevalecia uma atmosfera mais tranquila. Logo após as 17h do sábado, 6 de agosto de 1881, Tiago morreu no Sanatório de Battle Creek. Durante a cerimônia de seu funeral, em 13 de agosto, no Tabernáculo Dime, Ellen, após cerca de 35 anos de casamento, disse: “Vou ficar sozinha, mas não solitária, pois meu Salvador estará comigo.”10 Ficou claro para Ellen White que ela continuaria a ministrar à igreja, como “liderança influente” de Deus, tanto em tempos difíceis como de progresso. n 1 Ellen
G. White, na Review and Herald, 25 de maio de 1869. 2 Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja (Casa Publicadora Brasileira), v. 2, p. 605; a descrição do sonho encontra-se nas páginas 604-606. 3 Todos os artigos de Ellen White no Youth’s Instructor (Instrutor Jovem), e muitos na Review and Herald e Signs of the Times (1872-1874), foram sobre a vida de Cristo. 4 Tiago White mencionou a mão guiadora que influenciou a decisão dos White de comparecer à 12ª- Assembleia da AG (veja Review and Herald, 30 de dezembro de 1873). G. I. Butler também mencionou a mão guiadora como a influência por detrás do reavivamento de 1873 (veja Review and Herald, 25 de novembro de 1873). 5 Ellen G. White carta 38, 1874. Veja também, Arthur L. White, Ellen G. White: The Progressive Years (Washington, .C.: Review and Herald Pub. Assn., 1986), v. 2, p. 432-434. 6 Signs of the Times, 14 de setembro de 1876. Veja também Arthur L. White, Ellen G. White: The Lonely Years (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1984), v. 3, p. 45. 7 Ellen G. White, Manuscrito nº 7, 1880. Veja também A. L. White, v. 3, p. 133. 8 Ellen G. White, Carta nº 49, 1880. Veja também A. L. White, v. 3, p. 136, 137. 9 Ellen G. White, Carta nº 3b, 1881. Veja também A. L. White, v. 3, p. 156. 10 Ellen G. White, em In Memoriam: A Sketch of the Last Sickness and Death of Elder James White (Battle Creek, Mich.: Review and Herald Press, 1881), p. 41.
Reuel U. Almocera é diretor
do Patrimônio Literário de Ellen G. White, filial do Instituto Internacional Adventista de Estudos Avançados, nas Filipinas.
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serviço
Don W. McFarlane
Lugar de para
culto H
á trinta anos, a palavra “diversidade” não era muito usada nas comunidades Adventistas do Sétimo Dia das Ilhas Britânicas. A única diferença cultural, geralmente evidenciada, era a dos denominados anglos e os caribenhos. Sempre que esse assunto entrava em discussão, eram ressaltados vários comentários negativos atribuídos a um grupo por não querer participar junto da adoração. Muito do comportamento considerado como preconceito e intolerância era, principalmente, o resultado de preferências culturais. Alguns subestimavam a cultura, mantendo a opinião de que, se todos são filhos de Deus, devem cultuar juntos. Se escolherem não fazê-lo, a conclusão é clara: Não são realmente filhos de Deus. Mas a verdade pode ser mais complexa. A questão do culto e da adoração é mais significativa no contexto da própria cultura. E a relutância de parte dos membros de uma população em comungar com outra pode não ser nada mais que o desejo de cultuar em circunstâncias com as quais está familiarizada. Várias igrejas adventistas nas Ilhas Britânicas têm sido identificadas como igrejas caribenhas. No entanto, na maioria dos casos, essas igrejas são formadas por membros de um determinado país, de uma congregação em particular e até de uma aldeia específica. Portanto, assim como o povo caribenho se reúne segundo seus costumes e tradições, é razoável que as pessoas de outras culturas desejem fazer o mesmo, e cultuem com pessoas que cantem do mesmo modo que eles, que comam como eles, orem como eles, preguem como eles e compreendam seu modo de vida.
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todos
Equilíbrio cultural e étnico na vida congregacional O exemplo dos ganeses
Em 1992, um grupo de ganeses pediu à Associação do Sul da Inglaterra que reconhecesse uma congregação ganesa, e organizasse o grupo em igreja, com o objetivo de apoiar adventistas ganeses e evangelizar mais amplamente a comunidade ganesa. Assim nasceu a era do que comumente chamamos de “igrejas étnicas”. Depois que foi estabelecida a Igreja Adventista Ganesa de Londres, em 1992, começaram a surgir várias outras igrejas étnicas; entre elas, há congregações com culto em português, espanhol, russo, búlgaro e romeno, sem mencionar as congregações de vários países africanos e das Filipinas. A Associação reconheceu que, se a igreja chegasse a ser um pouco efetiva em Londres, deveria ser transformada de monocultural para multicultural. Seria necessário que ela ampliasse seu apelo e oferecesse diferentes tipos de culto para diferentes tipos de congregação e de pessoas. O ideal seria que as igrejas existentes se tornassem multiculturais, não meramente quanto aos membros, mas na maneira pela qual as coisas são feitas. Porém, isso é mais fácil dizer do que fazer. Na maioria das igrejas já estava estabelecido um padrão de culto e de testemunho. Mudar esse padrão para se acomodar às necessidades de várias culturas foi um grande desafio.
Além disso, forçar grupos culturais ou étnicos discretos a cultuar juntos, mesmo independentemente da cor, poderia resultar numa abordagem de culto frustrante para muitos. Outros tantos poderiam até deixar de ir à igreja, como aconteceu antes do advento das igrejas étnicas. Alguns podem dizer que ter igrejas étnicas é adotar o apartheid religioso, mas os fatos não apoiam essa ideia. Na União Britânica, as pessoas são livres para cultuar onde quiserem. As pessoas cultuam onde encontram o estilo de culto de sua preferência, onde são tratadas com amor e carinho. Na realidade, fiéis de todos os grupos étnicos podem ser encontrados em congregações de outros grupos culturais. As congregações étnicas oferecem maior variedade de opções para os membros e interessados. Elas oferecem uma plataforma maior por apresentar o evangelho em uma comunidade diversa e sofisticada. As igrejas étnicas estão entre as congregações que mais crescem na União Britânica. Terremoto demográfico
Desde o ano 2000, milhares de adventistas chegaram do sul da África e leste Europeu, aparentemente da noite para o dia. A chegada desses novos membros, a maioria oriunda do sul da África, trouxe vários e visíveis benefícios à União Britânica: as igrejas pequenas, já em dificuldade, foram reavivadas; a habilidade musical dos novos membros aprimorou o culto e seu compromisso com a missão da igreja foi renovado. Sua disposição calorosa e amigável também foi uma bênção. Quando comecei a trabalhar na administração da igreja, os líderes estavam principalmente preocupados em alimentar espiritualmente os membros da maioria populacional da igreja. Hoje se preocupam em ministrar para um amplo espectro de membros, sem ser parcial com nenhum grupo cultural, em particular. A igreja nunca mais será a mesma, nem deve ser. Ainda estamos muito preocupados em levar o evangelho à maioria da população que é composta de mais de 90% das pessoas que vivem nas Ilhas Britânicas. Observações gerais
As igrejas nas Ilhas Britânicas se tornaram muito mais conservadoras, particularmente com respeito a outras formas de diversidade. Um exemplo que vem facilmente à mente é a diversidade de sexo. A aceitação crescente de igualdade entre homens e mulheres no ministério, que havia antes, de alguma forma está regredindo. O desafio de levar o evangelho à maioria da população se tornou mais difícil. A União Britânica é um dos poucos
lugares do mundo em que a composição da igreja está em proporção reversa à composição da população em geral. Na maioria dos outros países, testemunhar acontece naturalmente. As pessoas simplesmente compartilham sua fé com seus semelhantes. Mas para compartilhar a fé na Grã-Bretanha é necessário mais envolvimento cultural. Além disso, a abordagem evangelística tradicional aparenta não ser o método ideal para alcançar a maioria da população. Para administrar a diversidade crescente é necessário que: nT odos os visitantes sejam calorosamente recebidos, e que todos se sintam parte da família. nO s líderes dos vários grupos culturais dialoguem entre si, para que se entendam. nS ejam contratados pastores que supram as necessidades dos diferentes grupos culturais – a maioria dos pastores contratados nos últimos dez anos são naturais da África, Leste Europeu, Índia e América do Sul. Foi solicitado às igrejas locais que envolvam os novos membros na vida da igreja para que eles se sintam parte do grupo. Maiores implicações
A Igreja Adventista nas Ilhas Britânicas se tornou irreversivelmente multicultural. Nesse novo contexto, todas as culturas representadas na igreja dividem a responsabilidade de cuidar de todas as outras culturas. Por exemplo, não mais de 20% dos adventistas do sétimo dia nas Ilhas Britânicas, são britânicos. Assim como portugueses, russos, búlgaros e ganeses agora podem ter seu culto, os britânicos também querem cultuar da maneira que acham confortável e apropriada à sua cultura. Para que a igreja exerça maior impacto na sociedade, deve enfatizar o evangelismo transcultural. Pastores e membros devem ser treinados e incentivados a testemunhar para os que não são da sua cultura. A igreja precisa ser sensível ao nomear seus líderes e garantir que a ampla composição cultural da igreja seja considerada, assim como a composição da sociedade. Ao celebrarmos a riqueza e variedade que as pessoas de quase todos os países do mundo trazem à nossa mesa espiritual, também podemos apreciar e explorar a complexa interação entre pessoas das diferentes culturas, nos maravilhando diante da sabedoria de Deus que nos fez tão diferentes, mas um nEle. n
Don W. McFarlane é pastor da administração da igreja Sligo, em Takoma Park, Maryland (EUA). Antes disso, foi presidente da União Britânica.
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R E S P O S T A S
A
P E R G U N T A S
B Í B L I C A S
A
verdade
Em Isaías 14:15 as palavras “mundo dos mortos” na frase “serás precipitado para o mundo dos mortos”(ARA) também são traduzidas como “inferno” As traduções mais recentes (ACR) e “Seol”(AA). da Bíblia tendem O que é Seol? a manter a palavra
sobre o
hebraica Seol em muitos dos versos em que ela é usada no Antigo Testamento, porque não há um termo que expresse exatamente seu sentido. “Inferno” não é a tradução ideal, porque tanto a palavra do hebraico (seol) como hades do grego, não se referem a um lugar de fogo eterno onde os maus, depois da morte, queimam para sempre. Em geral, ambos os termos (seol e hades) se referem ao lugar dos mortos e são utilizados para transmitir diferentes ideias, inter-relacionadas. 1. Sepultura: Como o reino dos mortos, seol indica a sepultura onde o cadáver é depositado. Algumas traduções da Bíblia usam “sepultura” (e.g., Gn 42:38; 44:29; 1Rs 2:9; Sl 49:14; 55:15, NVI). As pessoas boas e más descem ao seol – sepultura ou tumba – (e.g., Gn 44:31), embora a ênfase principal esteja na descida do ímpio (e.g., Jó 24:19; Sl 9:17; 31:17). É “o lugar (literalmente, “casa”) destinado a todos os viventes” (Jó 30:23, NVI; cf. 17:13). No Novo Testamento, o próprio Jesus foi para o hades ao ser colocado na sepultura (At 2:31). A associação natural entre sepultura e morte é indicada ao usar seol como sinônimo para “morte” (Is 28:15, 18), e de frases como “descem ao seol” (sepultura) (Gn 37:35; Jó 21:13) e “faz descer ao seol (sepultura) (1Sm 2:6) no sentido de “morrer”. Normalmente, uma pessoa morre e vai para o seol, mas, ocasionalmente, as pessoas “descem vivas” para a sepultura, ou seja, elas morrem de uma forma invulgar (Nm 16:30, 33; Sl 55:15). 2. A profundidade do Seol: Uma vez que a sepultura é subterrânea, sua profundidade é enfatizada (Sl 86:13; Pv 9:18). Seol é descrito como “o profundo do abismo” (Is 14:15) ou simplesmente como “sepultura” (Sl 16:10; 30:3, 9; Is 38:18), ao pó (Jó 17:16) e nas trevas (verso 13). Em linguagem poética, a Bíblia descreve Seol como uma prisão nas profundezas da terra da qual ninguém escapa.
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Adventist World | Maio 2015
inferno
Ela tem portas (Jó 38:17; Is 38:10; Mt 16:18) e é trancada com chave (Ap 1:18). Às vezes, Seol é personificado como uma fera insaciável que sai do abismo e faz sua presença ser sentida por meio de doenças que ameaçam a vida humana (Sl 18:4, 5; 116:3; Pv 30:16; cf. Ap 11:7). Seol é a negação ou o fim da vida (Pv 15:24; 23:14; 30:3). As referências ao seol como um lugar profundo dentro da terra não é uma questão geográfica, mas é em relação à sua distância do Céu como o lugar da vida. Ele destaca a morte como total alienação do Deus vivo; o lugar no cosmos que está mais distante do Céu (Sl 139:8; 88:5, 11). Os que estão no seol não podem louvar ao Senhor (Sl 88:3), e já não têm mais memória; estão mortos. Consequentemente, Israel não fazia culto para os mortos, e era proibido consultar os mortos (necromancia – Dt 18:11). 3. Deus e o Seol: Mas nem tudo é escuridão. Deus tem poder sobre o seol (sepultura-morte). O Senhor “faz descer à sepultura e faz subir” (1Sm 2:6). Os mortos não têm acesso a Deus, mas Deus tem acesso à sepultura. Ele tem poder para resgatar Seu povo “do poder da sepultura... da morte” (Os 13:14; cf. Sl 49:15). Ele é o Senhor soberano sobre o Céu e o seol (Am 9:2). “O inferno (morte, seol) está nu perante Ele” (Jó 26:6; Pv 15:11). A chave dessa prisão agora está nas mãos de Jesus, que esteve morto, mas agora vive, e abre o seol para todos os que se refugiam nEle (Ap 1:18). Ele esteve no seol, mas não foi deixado para Se decompor (Sl 16:10). A ressurreição porá um fim ao poder do seol, para sempre. Podemos dizer que o termo seol indica esperança de vitória sobre ele. n
Ángel Manuel Rodríguez se aposentou após anos de dedicação como pastor, pesquisador e teólogo.
E studo
B íblico
Mark A. Finley
Testemunhar no poder do
Espírito Santo
A
lguma vez você já desejou falar de Jesus a um amigo, mas não sabendo o que dizer? Você não queria ofendê-lo por falar inapropriadamente, mas se sentia culpado por não dizer nada. Talvez você já quisesse ser uma testemunha para Deus, mas se sentiu incapaz. Sua vida cristã está estagnada? Ou deseja algo mais, mas não sabe como encontrar? Há algo faltando em sua vida espiritual. Há uma sensação de vazio. Talvez você esteja pensando que deve haver mais no cristianismo do que o que você está experimentando atualmente. Talvez você tenha que se envolver ativamente para falar aos outros sobre o amor de Jesus por meio de suas palavras e atos. Falar de nossa fé é a “vitamina espiritual” que nos dá nova vida. A lição deste mês examina o papel do Espírito Santo em nossa capacitação para sermos testemunhas efetivas para Cristo.
1
Que promessa Cristo fez aos Seus seguidores no Novo Testamento? Que impacto essa promessa teve sobre a vida deles? Leia Atos 1:8. Testemunhar não é algo que fazemos memorizando um discurso enlatado ou uma fórmula mecânica. Testemunhar é o resultado de sermos capacitados por Cristo, por meio do Espírito Santo. Testemunhamos pela força dEle, não nossa; em Seu poder, não no nosso; pela Sua sabedoria, não pela nossa.
2 O que significa “testemunhar” para Jesus? O que fizeram os crentes do Novo Testamento? Compare os textos bíblicos a seguir: 1 João 1:1-3; Atos 4:20; 5:30-32. Os discípulos falavam da sua experiência pessoal com Cristo. Jesus havia transformado a vida deles, por isso não conseguiam ficar em silêncio. As testemunhas falam do que sabem; falam do que viram; testificam sobre o que Cristo fez em sua vida.
3 Leia a história da mulher samaritana que Jesus encontrou no poço de Jacó (Jo 4:5-42) e do homem que Jesus libertou dos demônios (Mc 5:2-20). Após se converterem, o que tinham em comum? Qual foi sua primeira resposta ao evangelho? Ellen White observou: “Tal espírito é o legítimo produto de alguém verdadeiramente convertido. Tão depressa uma pessoa se chegue para Cristo, nasce-lhe no coração o desejo
H a n s
B r a x m e i e r
de revelar aos outros que precioso Amigo encontrou em Jesus. A salvadora e santificadora verdade não lhe pode ficar encerrada no coração. Se nos achamos revestidos da justiça de Cristo, e cheios da alegria proveniente de ter o Espírito Santo habitando em nós, não nos será possível calar-nos.”*
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O que fez André quando encontrou o Messias? Leia João 1:40-42. Quando vamos a Jesus e nossa vida é transformada por Sua graça, não conseguimos deixar de compartilhar o que Jesus fez por nós. O Espírito Santo coloca em nosso coração o desejo de contar a história de Jesus para aqueles com quem entramos em contato.
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Quando estamos com medo receamos dizer coisas erradas, tropeçar nas palavras, ou não representar bem a Cristo por não termos nada significativo a dizer. Que certeza nos é dada pelo Espírito Santo? Leia 1 Coríntios 2:12, 13; Lucas 21:15; e Isaías 51:16.
6 Que palavras Jesus usou para descrever o ministério do Espírito Santo em nossa vida? Leia João 14:16; 15:26; e 16:7. O Espírito Santo é nosso “Ajudador”. Do Novo Testamento em grego temos a palavra paraclete, que significa “aquele que anda ao lado com o propósito de ajudar”. Quando, com coração sincero, compartilhamos nossa fé com outros, o Espírito Santo permanece ao nosso lado, inspirando nossas palavras, dirigindo nossas ações e nos capacitando como testemunhas.
7 Leia Mateus 28:18-20. Que promessa Jesus dá a todos os crentes do tempo do fim? Ao testemunharmos em nome de Jesus, falando aos outros o que Ele fez por nós e o que Ele pode fazer por eles, temos Sua promessa de que estará conosco. Ele permanece ao nosso lado por meio do Seu Espírito Santo. Cristo, por meio do Santo Espírito, flui por nosso intermédio para abençoar a vida de outros. Não há maior alegria, mais alto privilégio, maior chamado, do que ser transformado por Sua graça e testemunhar para outros a respeito da graça salvadora de nosso Senhor. n *Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 78.
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TROCA DE IDEIAS
Cartas Principais líderes adventistas constroem igrejas
Escrevo a respeito do artigo de Libna Stevens “Principais líderes adventistas constroem igrejas” (março de 2015). Gosto do trabalho em equipe, especialmente entre os líderes da igreja! Eles demonstraram o espírito de Neemias. Ted N. C. Wilson, ao longo dos anos, tem se mostrado humilde perante a igreja, porque Cristo vive nele. Robert Gichana Nyamori Nairóbi, Quênia Estou feliz pela construção da igreja na [República Dominicana]. Gostaria que o presidente da Divisão Sul-Asiática ajudasse a construir uma igreja em Calicut. J. C. Kitcha Bangalore, Índia Inspirador!
Li quase toda a Adventist World do mês de fevereiro de 2015, o que raramente acontece comigo em outras edições. Dou “A” na categoria inspiração. Obrigado pelas maravilhosas histórias de como Deus está agindo de maneira milagrosa em todo o mundo. Isso me estimula a imaginar o que Ele fará na minha região. Donovan Davis Kernersville, Carolina do Norte, Estados Unidos
Oraçãow
Gosto do trabalho em equipe, especialmente entre os líderes da igreja! Eles demonstraram o espírito de Neemias.
– Robert Gichana Nyamori, Nairóbi, Quênia Dinâmica de grupo
Acontecendo no Iraque
Escrevo a respeito da reportagem “No Iraque estão acontecendo coisas maravilhosas” (fevereiro de 2015). Louvado seja Deus! “Esta mensagem será pregada em todo o mundo, em testemunho a muita gente, então virá o fim”! O diabo está rugindo como um leão, procurando devorar os povos do Oriente Médio. Mas Deus está no controle e a mensagem dos três anjos não pode ser detida pelas forças do mal. Continuarei em oração por meus irmãos e irmãs do Iraque: que Deus fortaleça, proteja e mantenha os curdos! Jeannette Beverly por e-mail
Li o editorial de Bill Knott “O Caminho da Cruz” (janeiro de 2014). Ele diz: “Estamos nos aproximando dos conflitos decisivos dos últimos dias da Terra e, por mais que leiamos esse ensino fundamental de Jesus, sobre levar nossa cruz, isso não será suficiente. A menos que repitamos regularmente essas palavras uns aos outros – estudemos, oremos a esse respeito e construamos os processos desse movimento sobre elas –, inevitavelmente imitaremos as estruturas de poder, terríveis e más deste mundo, que machucam e oprimem a tantos.” Muito obrigado por esse artigo! Sampson Opare Mamprobi, Accra, Gana Há 99 anos
Quando vi a fotografia de W. A. Spicer no Troca de Ideias de dezembro de 2014 (veja “Há 99 anos”), as lembranças de sua bondade e amor cristão por uma
GRATIDÃO
Por favor, orem pela residência permanente da minha família na Austrália. Também necessitamos de oração em favor da educação cristã. Ekevati, Austrália
Estou estudando Teologia, mas está sendo difícil pagar pelos meus estudos. Orem para que o Senhor me ajude a prosseguir e alcançar meus ideais. Enock, Zâmbia
Minha fé está oscilando e eu me sinto longe de Deus. Por favor, orem por mim. Geoffrey, Quênia
Por favor, orem por meus avós; eles estão com sérios problemas de saúde e necessitam de alívio e cura. Orem tam-
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bém por mim, para que eu consiga um trabalho em uma instituição adventista. Katty, Peru Por favor, orem por minha esposa que em breve dará à luz. Precisamos de ajuda financeira. Obrigado! Win, Myanmar
adolescente, voltou rapidamente. Eu era a diretora da escola sabatina da Takoma Academy e morava do outro lado da mesma rua em que ele residia. Spicer foi muito bondoso e prestativo e abrilhantava meu programa com as histórias das missões. Ele percorria todos os lugares e, na época já passava dos 70 anos de idade. Spicer era o avô que não tive enquanto crescia. Ele realmente era um homem de Deus, um dos Seus santos! Jean S. Murphy F letcher, Carolina do Norte, Estados Unidos Um time, uma missão
Obrigado por publicar o artigo de Manuel A. Gómez “Um time, uma missão” (novembro de 2014). É um ótimo artigo! Como apreciador do futebol, me interessei pela matéria. A leitura me instruiu no que diz respeito ao tema da unidade. O artigo contém uma analogia maravilhosa. Isso nos ajuda a apreciar nossa missão na Terra, jogando no “time” de Deus. Roberto O. Villarreal San Martín, Argentina
Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.
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a- Assembleia
Neste ano, a assembleia da Associação Geral será realizada em San Antonio, Texas, Estados Unidos, de 2 a 11 de julho. Das primeiras 34 assembleias da Associação Geral, 27 foram realizadas em Battle Creek, Michigan (EUA). A assembleia foi realizada fora dos Estados Unidos apenas três vezes: Áustria (1975), Holanda (1995), e Canadá (2000). Os adventistas de todo o mundo poderão participar das reuniões em San Antonio, mas somente os delegados oficiais podem comentar e votar nas reuniões de negócios. Fonte: Southwestern Union Record
Reavivados por Sua Palavra Uma jornada de descobertas pela Bíblia Deus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros, em mais de 180 países, que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui: 1º- DE junho DE 2015 • Hebrews 8
Estou passando por dificuldade financeira e não estou conseguindo prover para minha família. Estou trabalhando em vários projetos para ajudar a aliviar a situação. Por favor, orem para que Deus me dê fé, coragem, força e sabedoria para superar essa situação, e que eu tenha êxito com meus projetos. Clint, Trinidade Tobago
Orem por mim e pelo meu ministério. Shiful, Bangladesh Orem para que nosso ministério tenha os recursos necessários para alcançar nosso alvo de levar o amor incondicional de Deus a todos. Bandao, Togo
Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.
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TROCA DE IDEIAS
Há
54
anos
Em 4 de maio de 1961, o Hospital Monument Valley, em Utah (EUA), foi inaugurado. Onze anos antes, a União do Pacífico pediu a Marvin Walter que viajasse pela Califórnia para arrecadar nove mil dólares necessários para iniciar uma missão médica entre os navajos que vivem em Monument Valley, cenário de muitos filmes. Em setembro de 1950, Walter, a esposa Gwen e os três filhos, chegaram ao Posto de Trocas de Harry Goulding para iniciar o projeto. Gwen Walter, enfermeira padrão, abriu uma clínica. Em 1952 foi terminada uma pequena clínica de pedra, à qual foi acrescentado um prédio maior. Ao longo dos anos, muitos médicos e dentistas adventistas serviram à população navajo. Em 1961, foi inaugurado um hospital com 20 leitos sob a supervisão da União do Pacífico, de propriedade e administração da Associação Nevada-Utah, com o apoio das Escolas de Medicina e Odontologia da Universidade Loma Linda. O hospital teve que ser fechado em 1996, quando o recurso de apoio do governo à população navajo não mais foi disponibilizado. Uma igreja adventista e uma escola fundamental ainda ocupam os sete hectares alugados da nação navajo para uso da missão.
Saúde do Coração Um coração saudável requer boa dose de potássio. Esse mineral essencial ajuda a regular a pressão arterial e o ritmo cardíaco. O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos recomenda 4.700 miligramas por dia. Felizmente, muitos alimentos contêm potássio. Aqui estão alguns deles: Lentilha
Batata-doce
Batata Vermelha
365 mg/118 ml (meia xícara)
460 mg/118 ml (meia xícara)
538 mg/118 ml (meia xícara)
Feijão carioquinha
Acelga
Abacate
373 mg/118 ml (meia xícara)
481 mg/118 ml (meia xícara)
728 mg/237 ml (1 xícara)
Abobrinha amarela
Feijão-de-lima
375 mg/118 ml (meia xícara)
485 mg/118 ml (meia xícara)
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Fonte: Instituto Nacional da Saúde/ Men’s Health
desarrumadas
O que sua mesa diz sobre você? De acordo com uma recente pesquisa de gestores de recursos humanos, os entrevistados disseram o seguinte a respeito de escrivaninhas bagunçadas:
59% Normal 32% Não é normal 9% Sinal de criatividade Fonte: USA Today
45
por hora As pessoas tocam o próprio rosto, em média, 45 vezes por hora (o que dá mais de 700 vezes por dia). Olhos, boca e nariz são portas de entrada para a infecção. Por isso, use um desinfetante para as mãos ou lave-as com frequência. Fonte: Universidade de New South Wales/Men’s Health
ATÉ
5O P A L A V R A S Minha
promessa bíblica preferida
n “Recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo” (At 1:8). Jesus prometeu o Espírito Santo à primeira igreja, e a mesma promessa se cumprirá com a sétima e última igreja, no tempo do fim. – John, Lilongwe, Malawi n “Fiel
é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1:15). – Heitor, Mogi das Cruzes, Brasil n “Porei
sobre o Seu ombro a chave da casa de Davi; Ele abrirá, e ninguém fechará, fechará, e ninguém abrirá” (Is 22:22). – Jonathan, Londres, Inglaterra
n João
16:27 é uma promessa surpreendente. Jesus disse que Ele não tem que interceder com o Pai, pois o próprio Pai nos ama. Isso me faz pensar em João 14:7-9: Se vimos Jesus, vimos o Pai. Esse é o evangelho eterno. – Jimmy, Portugal
No próximo mês, mencione em até 50 palavras seu pregador adventista ou professor de Bíblia preferido. Envie para letters@AdventistWorld.org. Na linha do assunto coloque: Até 50 Palavras.
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático. Editor Administrativo e Editor-Chefe Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Pyung Duk Chun Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal. Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, presidente; Akeri Suzuki, Kenneth Osborn, Guimo Sung, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Kimberly Luste Maran, Andrew McChesney Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim Editor On-line Carlos Medley Gerente de Operações Merle Poirier Colaboradores Mark A. Finley, John M. Fowler Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Rachel J. Child Assistente Administrativo Marvene Thorpe-Baptiste Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Raafat Kamal, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria, México e nos Estados Unidos.
V. 11, nº- 5
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