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ENTREVISTA

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ENFIM

ENFIM

NO CORAÇÃO DE GALÁPAGOS Ela nasceu em Recife (PE), mas cresceu em Londrina (PR), onde foi membro do núcleo da Sociedade Criacionista Brasileira. Maura Eduarda Lopes Brandão trabalhou sete anos como professora de Ciências e Biologia na rede adventista de educação e, neste ano, conclui o doutorado em Ciências, com foco em epidemiologia ambiental, pela Universidade de São Paulo (USP). Recentemente, a pesquisadora de 32 anos de idade aceitou o desafio de coordenar o Origins – Museum of Nature, projeto inaugurado pela igreja em 29 de fevereiro no coração do arquipélago de Galápagos (Equador). Foi justamente nesse lugar que faz os olhos de qualquer biólogo brilharem que ela concedeu a entrevista a seguir.

COORDENADORA DO MUSEU INAUGURADO PELA IGREJA FALA SOBRE OS OBJETIVOS E O PRIMEIRO IMPACTO DO PROJETO NO ARQUIPÉLAGO EQUATORIANO

Qual é o propósito do Origins – Museum of Nature?

O primeiro é apresentar aos visitantes e à comunidade uma visão alternativa àquela a que todos estão acostumados e ao mais conhecido modelo sobre as origens: a teoria da evolução. Muitas pessoas mantêm a ideia errônea de que só porque somos cristãos não sabemos fazer ciência de qualidade, ou que acreditamos cegamente na Bíblia sem evidências científicas. Queremos mostrar que há evidências observáveis na natureza de que somos frutos de um planejador inteligente, de um Designer. O segundo objetivo é contribuir com a comunidade

6 por meio da realização de projetos sociais e projetos voltados aos alunos das escolas do arquipélago e do país. Também temos o intuito de contribuir com a comunidade científica, executando projetos de pesquisa nas ilhas.

Galápagos é um arquipélago fortemente relacionado com a teoria da evolução. Por que estabelecer exatamente aí um museu criacionista?

A importância de ter um museu aqui é justamente para manter um contraponto à teoria da evolução: mostrar de maneira respeitosa e científica que há uma visão alternativa e que é possível, sim, harmonizar fé e ciência.

Você teve algum contato com os responsáveis pela Estação Científica Charles Darwin?

Sim. Conversei com a responsável pelos pesquisadores estrangeiros. Até porque um dos nossos objetivos é ser um ponto de apoio para aqueles que quiserem fazer pesquisas aqui. Então fui buscar informações sobre os passos necessários para que isso seja possível. Fui muito bem atendida. Foram-me fornecidas todas as informações necessárias. Expliquei que eu seria a coordenadora do museu que pertence ao colégio adventista, e ela me questionou: “Querem fazer pesquisas aqui, mesmo sendo criacionistas?” Eu disse: “Por que não?” Disse que estávamos na ilha para somar e compartilhar conhecimento, contribuir com a comunidade. Quatro dias antes da inauguração, ela quis ver o museu, supercuriosa e interessada. No dia da inauguração, um dos diretores do Instituto Charles Darwin esteve presente à cerimônia. Ser bem recebida num centro que preza pela teoria da evolução é um ótimo sinal.

Quais são as suas atribuições aí? Sou coordenadora do museu, responsável pelo funcionamento, pelas atividades, projetos com as escolas e a sociedade, e pelo atendimento ao público. Também sou responsável por dar apoio aos pesquisadores que se interessarem em vir para cá. As expectativas não poderiam ser melhores. A inauguração do museu foi incrível, com a presença de autoridades do arquipélago de Galápagos. Senti que teremos muito apoio, muito trabalho e, principalmente, as bênçãos de Deus. ]

Revista Adventista // Abril 2020 Foto: Michelson Borges

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