Adventist World Portuguese - February 2010

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A G Ê N C I A H U M A N I T Á R I A /// O D I L E M A D O A B O R T O /// A V A N T A G E M A D V E N T I S T A /// R E S G A T E D A J U V E N T U D E

Exemplar avulso: R$ 2,96 | Assinatura: R$ 35,50

FEVEREIRO 2020

S E G R E D O E S SINTONIA P I R COM I TDEUS UAL O QUE VOCÊ PODE APRENDER COM JESUS SOBRECERTA A ORAÇÃO EM MEIO A TANTOS RUÍDOS, ENCONTRE A FREQUÊNCIA

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Editor(a)

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EDITORIAL

A ORAÇÃO TEM QUE SER UMA EXPERIÊNCIA VIVA E NÃO UM HÁBITO FOSSILIZADO MARCOS DE BENEDICTO

Em todos os espaços do planeta, a oração tem sido o refúgio das pessoas em tempos de crise. Mas o fato de ela ser um fenômeno universal não significa que todas as pessoas oram da maneira correta. A oração verdadeira é feita ao Deus vivo, em nome de Jesus, no poder do Espírito. Ingrediente básico da espiritualidade, a oração tem sido descrita por meio de uma variedade de metáforas. No poema “Oração (I)”, o poeta e sacerdote anglo-galês George Herbert (1593-1633), por exemplo, a chamou de “banquete das igrejas”, “tempo de anjos”, “alma em paráfrase”, “coração em peregrinação”, “torre do pecador” e “terra de especiarias”. Ellen White usou linguagem convencional ao descrevê-la como “o abrir do coração a Deus como a um amigo” (Caminho a Cristo, p. 93), mas também apostou na figura de linguagem ao classificá-la de “a respiração da alma” (Mensagens aos Jovens, p. 249). A oração envolve aspectos não verbais, como local, tempo e gestos, mas, em essência, é um diálogo sincero com Deus, a fim de exaltá-Lo, expor-Lhe nossas necessidades e refazer nossa vida. A oração revela a teologia, o coração, o estado de espírito, a necessidade e o desejo de quem ora. E mostra o conceito que temos de Deus. Pronunciada numa catedral, no templo, na sinagoga, na rua ou no quarto, o Deus que ouve é o mesmo. No judaísmo, há dois tipos de oração: (1) informal, espontânea, improvisada, e (2) ritual, formal, fixa. Se o primeiro tipo tem que ver com as circunstâncias do momento, o segundo segue uma agenda predefinida e um programa litúrgico. As orações programadas eram coordenadas com o sacrifício diário. Em várias culturas antigas, o movimento dos luminares celestes também influenciava o ciclo de

SER CRISTÃO E NÃO ORAR É TÃO IMPOSSÍVEL COMO ESTAR VIVO E NÃO RESPIRAR

MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista

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R e v i s t a A d ve n t i s t a // Fevereiro 2020

No 1354

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Pu­bli­ca­çã

Órgão Ge­ral da Igre­j

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E­di­tor: Marcos De Bened

E­di­to­res As­so­cia­dos: Má

Conselho Consultivo: Te Kalbermatter, Marlon Lop Marlinton Lopes, Mauríci Alan Caxeta e Stanley Ar

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Adventist World é uma sede mundial da Igrej mensalmente na África Áustria, Brasil, Core

Editor: Bill Knott Editores associados: Lae

Editores-assistentes: Sa Jordache, Wilona Karima Chun, Jae Man Park, Hyo Tradutora: Sonete Costa

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Gerente Financeiro: Kim

Gerente Internacional de

Gerente de Operações: M

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Comissão Administrativa Chun, Karnik Doukmetzia Lust, Ray Wahlen, Juan P

CA­SA PU­BLI

Edi­to­ra da Igre

Ro­do­via Es­ta­dual SP 127 Cai­xa Pos­tal 34; CEP 1827 Fone (15) 3205-8800 – Fa

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Diretor-Ge­ral: José Carlos

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Não se devolvem origina

As versões bíblicas usad e a Nova Versão Internac

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Nú­me­ros atra­sa­dos: Pre Foto: Adobe Stock

OXIGÊNIO DA ALMA

oração. Orar é um ritual, mas não deve ser um hábito vazio, hipócrita nem autocentrado. A prática de três momentos diários de oração vem desde tempos antigos (Sl 55:17; Dn 6:10), mas não era o único padrão. “Um exame detalhado das evidências do período do segundo templo indica um quadro mais complexo”, explica Jeremy Penner em Patterns of Daily Prayer in Second Temple Period Judaism (Brill, 2012, p. 30). Além das três preces ao dia, os padrões fixos incluíam uma vez, duas vezes, quatro vezes e à noite. As orações das 9 e das 15h coincidiam com os sacrifícios da manhã e da tarde (Êx 30:6-8; At 3:1). Isso levanta a pergunta: qual é a relação da oração com o sacrifício, um tema já presente no Talmude (Berakhot 26b)? É claro que a eficácia da oração vem da qualidade do sacrifício. Por isso, oramos em nome de Jesus, o sacrifício perfeito. Intercedemos por causa do Intercessor. Sem o sacrifício correspondente, a oração é um discurso vazio, uma moeda virtual sem lastro. O próprio simbolismo da oração que sobe como incenso está ligado com o sacrifício (Sl 141:2; Ap 5:8; 8:3-4). Portanto, ao orar, precisamos confiar na graça e não em nosso desempenho, na perfeição divina e não em nossa imperfeição, no poder celestial e não em nossa fraqueza. Você realmente ora? No embalo do programa “10 Dias de Oração” (6 a 15 de fevereiro), você é convidado a renovar sua experiência de oração. Afinal, fomos feitos para “funcionar” em contato com Deus. C. S. Lewis ponderou que “Deus nos criou como um homem inventa uma máquina. Um carro é feito para ser movido a gasolina. Deus concebeu a máquina humana para ser movida por Ele mesmo” (Cristianismo Puro e Simples [Martins Fontes, 2005], p. 36). Ser cristão e não orar é tão prejudicial quanto um carro a gasolina querer rodar com outro tipo de combustível, ou tão impossível como estar vivo e não respirar. ]

Todos os direitos reserva ou parcial, por qualquer do autor e da Editora. Tiragem: 146.000


Fevereiro 2020

Ano 115

www.revistaadventista.com.br

Pu­bli­ca­ção Men­sal – ISSN 1981-1462 Órgão Ge­ral da Igre­ja Ad­ven­tis­ta do Sé­ti­mo Dia no Bra­sil

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“Aqui está a pa­ciên­cia dos san­tos: Aqui es­tão os que guar­dam os man­da­men­tos de Deus e a fé de Je­sus.” Apocalipse 14:12 E­di­tor: Marcos De Benedicto E­di­to­res As­so­cia­dos: Márcio Tonetti e Wendel Lima Conselho Consultivo: Ted Wilson, Erton Köhler, Hiram Kalbermatter, Marlon Lopes, Alijofran Brandão, Leonino Santiago, Marlinton Lopes, Maurício Lima, Moisés Moacir da Silva, Sérgio Alan Caxeta e Stanley Arco

Adventist World é uma publicação internacional produzida pela sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia e impressa mensalmente na África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Coreia do Sul, Estados Unidos e México v. 15, no 2 Editor: Bill Knott Editores associados: Lael Caesar, Gerald Klingbeil, Greg Scott Editores-assistentes: Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Costin Jordache, Wilona Karimabadi (Silver Spirng, EUA); Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo-Jun Kim (Seul, Coreia do Sul) Tradutora: Sonete Costa Arte e Design: Types & Symbols Gerente Financeiro: Kimberly Brown Gerente Internacional de Publicação: Pyung Duk Chun Gerente de Operações: Merle Poirier Conselheiros: Mark A. Finley, John M. Fowler, E. Edward Zinke Comissão Administrativa: Si Young Kim, Bill Knott, Pyung Duk Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Yutaka Inada, German Lust, Ray Wahlen, Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

CA­SA PU­BLI­C A­DO­R A BRA­SI­LEI­R A Edi­to­ra da Igreja Adventista do Sétimo Dia

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Ro­do­via Es­ta­dual SP 127 – km 106 Cai­xa Pos­tal 34; CEP 18270-970 – Ta­tuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900

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Mestre da oração

Em favor da vida

Presente de Deus

Reflexões pessoais sobre a problemática do aborto

Testemunhos de adventistas gratos pela própria existência

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Evangelismo no quintal

A festa de Denise

Garanta o futuro da igreja

Série de pregações cativa vizinhos de uma igreja em Cuba

A história de uma multiplicação de biscoitos e suco no México

Entenda por que os jovens estão abandonando a fé

2 EDITORIAL

30 DEVOCIONAL

40 INTERNACIONAL

4 CANAL ABERTO

33 BOA PERGUNTA

42 COMUNICAÇÃO

5 BÚSSOLA

34 BEM-ESTAR

43 EDUCAÇÃO

6 ENTREVISTA

35 NOVA GERAÇÃO

47 MEMÓRIA

36 PRIMEIROS PASSOS

48 EM FAMÍLIA

22 VISÃO GLOBAL

37 PERSPECTIVA

49 ESTANTE

24 DOM DE PROFECIA

39 RETRATOS

50 ENFIM

No tom certo

A opinião de quem lê

Diretor Financeiro: Uilson Garcia Re­da­tor-Che­fe: Marcos De Benedicto Ge­ren­te de Ven­das: João Vicente Pereyra

8 PAINEL

Chefe de Arte: Marcelo de Souza

Datas, números, fatos, gente, internacional

Não se devolvem originais, mesmo não publicados. As versões bíblicas usadas são a Nova Almeida Atualizada e a Nova Versão Internacional, salvo outra indicação. E­xem­plar avul­so: R$ 2,96 | Assinatura: R$ 35,50 Nú­me­ros atra­sa­dos: Pre­ço da úl­ti­ma edi­ção.

Tiragem: 146.000

Ministério do ensino Dormiram no Senhor

Sonhe alto com Deus

Bichos de estimação

Coração gentil

Vida plena

A arte e a ciência de amar

Projeto original

Em defesa da saúde

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

Algoritmos evangelísticos

Questão de fé

A face mais humana da igreja

Ge­ren­te de Produção: Reisner Martins

Catástrofes simultâneas

Vento ou Espírito?

Meu dízimo

Diretor-Ge­ral: José Carlos de Lima

Foto: Adobe Stock

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Oxigênio da alma

SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE LIGUE GRÁTIS: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h Sexta, das 8h às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h

SUMÁRIO

12 A oração foi um dos pilares da vida de Jesus

Projeto Gráfico: Eduardo Olszewski Foto da Capa: Adobe Stock

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o 2020

Fev. 2020

No 1354

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As pedras falam

Reconciliação em Papua-Nova Guiné

26 NISTO CREMOS As lentes de Deus

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CANAL ABERTO

BÚS

VIDA PRODUTIVA

Deus nos pedirá conta do tempo que está nos concedendo em 2020. Por isso, a matéria de capa e o editorial de janeiro foram muito oportunos. Gostei de ler a respeito dos sete aspectos do tempo, refletir que temos 1.440 minutos diários e saber a respeito do TDAH (Transtornos do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Procuro administrar meu tempo com sabedoria e disciplina, dividindo minhas atividades diárias entre trabalho, família, momentos devocionais, alimentação adequada, repouso, exercícios físicos e envolvimento na missão. Creio que o maior ladrão de tempo da vida moderna é o celular. Suas teclas escravizam crianças a adultos que, solitários e cabisbaixos, dispendem preciosas horas olhando para a tela. O pior é que muitos fazem isso na sala de aula, enquanto dirigem e até mesmo durante as solenidades religiosas.

radicalismo e tantos “ismos” imperam e em que multidões são levadas por diversos “ventos de doutrina” (Ef 4:14), filosofias e ideologias, é mais do que necessário termos uma visão equilibrada. Isso implica olhar de forma adequada nosso passado (p. 6), futuro (p. 24 e 25) e o presente (p. 5). Devemos também fugir das polarizações do tipo “Devemos celebrar o Natal?” (p. 26 e 27) e confiar no “Incomparável Cristo” (p. 19-21), que nos capacita a ver a complementariedade entre justiça e misericórdia (p. 22 e 23). Com base nesses parâmetros espirituais, teremos a atitude correta mesmo em relação aos “Jonas e Pedros” que conhecemos (p. 32). Por fi m, louvado seja Deus, pois não temos “Nada a temer” (p. 33).

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Paulo Roberto dos Santos / Hortolândia (SP)

Manuel Xavier de Lima / Engenheiro Coelho (SP)

A IDE UM P

70 ANOS Em seu editorial de janeiro, o pastor Marcos De Benedicto me fez pensar na relação entre tempo, vida, morte e eternidade. E aí três questões vieram à minha mente: (1) Em nossa agenda diária, quanto do nosso tempo é gasto com coisas que importam à luz da eternidade? (2) Qual é a missão que Deus nos deu para fazer enquanto estivermos na Terra? (3) De que forma vamos gastar nosso tempo para cumprir essa tarefa? “Mantenham os pensamentos nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas” (Cl 3:2). Adolfo Victor Tito Rojas / São Paulo (SP)

EDIÇÃO ESPETACULAR

É sempre um prazer receber e ler a Revista Adventista. Porém, a edição de janeiro estava espetacular. Todos os artigos são extremamente relevantes para que a igreja cresça de modo equilibrado. Minhas férias foram preenchidas com um recheio saboroso para a mente e o espírito. Parabéns à CPB por estar sempre à frente! Vanderlei Ricken / Taquara (RS)

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FUNDAMENTO SÓLIDO

Sempre leio os textos do pastor Ted Wilson, porque ele vai direto ao ponto e tem uma linguagem pastoral. Destaco o texto dele de janeiro, no qual citou o exemplo de fervor espiritual dos bereanos (At 17). Os irmãos de Bereia se diferenciaram por sua dedicação diária ao estudo da Palavra. Foi esse o legado que nos deixaram. No contexto adventista, temos a Lição da Escola Sabatina como um recurso de fomento para o estudo diário da Bíblia. É possível que alguém que estude regularmente esse material ao longo de dez anos se aproprie de uma cultura religiosa equivalente a uma graduação em Teologia. Portanto, faço coro ao pastor Ted Wilson para que se leve mais a sério o alimento sólido da Palavra de Deus, a fim de que nossas “pernas” sejam fortalecidas na caminhada para o Céu.

ERTO

Fiquei muito feliz pela publicação da reportagem “Templo pioneiro” na edição de dezembro, que contou a história de sete décadas da minha congregação, a Igreja Central de Lages (SC). Meu avô, Antônio Guimarães Goulart, esteve nas primeiras reuniões da Escola Sabatina que foram realizadas na casa da família Ranzolin, em 1949. O legado de fé deixado por ele ainda repercute em nossa família.

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Jônatas de Souza Goulart / Lages (SC)

CASAL IMPORTANTE

Destaco na edição de novembro a nota sobre as bodas de 70 anos do pastor Orlando Ritter e sua esposa, Edda. Eles são uma inspiração, porque ajudaram a formar milhares de servidores da igreja no Brasil. Léo Ranzolin / Estero, Flórida (EUA)

Samuel Kettle / Sumaré (SP)

CENTRO DE GRAVIDADE

Creio piamente que o título da matéria “Centro de gravidade” (p. 16-18) sintetizou a edição de dezembro. Numa época em que as palavras extremismo,

Expresse sua opinião. Escreva para ra@cpb.com.br. ou envie sua carta para Revista Adventista, caixa postal 34, CEP 18270-970, Tatuí, SP.

Os comentários publicados não representam necessariamente o pensamento da revista e podem ser editados por questão de clareza ou espaço.

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Foto: Adobe Stock

RECORTES DO TEMPO

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BÚSSOLA

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MEU DÍZIMO

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A IDEIA DE QUE OS RECURSOS DE DEUS SÃO NOSSOS REVELA UM PROBLEMA ESPIRITUAL MAIS PROFUNDO ERTON KÖHLER

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omprado com meu dízimo”. Essa foi a frase que encontrei escrita no vidro traseiro do meu carro num fim de sábado. Durante a manhã estive em um acampamento e à tarde fui participar em uma igreja. Cheguei com o carro tão empoeirado que nem estacionei em frente ao templo. No fim do programa, depois de atender várias pessoas, caminhei sozinho e cansado até o carro e me surpreendi com o que estava escrito. O carro, um dos primeiros que minha esposa e eu conseguimos comprar, era modesto. Pena que não pude explicar para o autor da frase como o automóvel fora comprado, quanto custara e de que maneira estava sendo pago! Já se passaram muitos anos desde que isso aconteceu, mas ainda me incomoda pensar que alguns insistem em chamar de “meu dízimo” recursos que pertencem exclusivamente ao Senhor. Quando isso acontece, permitem que o inimigo transforme um poderoso remédio em um perigoso veneno. Afinal, o dízimo foi estabelecido não apenas para sustentar a obra do Senhor, mas especialmente como uma vacina contra o egoísmo. E como sublinhou Ellen White, o egoísmo é “a essência da depravação” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 30). Por isso, encarado de forma possessiva,

O DÍZIMO FOI ESTABELECIDO NÃO APENAS PARA SUSTENTAR A OBRA DO SENHOR, MAS ESPECIALMENTE COMO UMA VACINA CONTRA O EGOÍSMO o dízimo alimenta o egoísmo que deveria combater. Dízimo não é recurso pessoal para ajudar a igreja ou sustentar pastores (Gn 14:18-20; 28:20-22; 2Cr 31:5, 6); é propriedade do Senhor para ser devolvido fiel e incondicionalmente a Ele (Nm 18:20, 21; Lv 27:32; Ml 3:8-10). Apesar desse conceito bíblico tão claro, alguns ainda encaram o dízimo apenas como um ato de generosidade pessoal. Por isso, perguntam “O que estão fazendo com meu dinheiro?”, insinuam que pastores e obreiros vivem às custas

do sacrifício de membros fiéis, criticam a igreja quando os recursos não são usados da maneira que aprovam e ameaçam reter “seu” dízimo como forma de protesto. Outras vezes, “meu dízimo” é usado para impor preferências particulares, tentando moldar nossa estrutura administrativa, líderes e pastores a uma visão pessoal. De um lado, alguns que têm uma situação financeira mais confortável buscam pastores e líderes que se identifiquem com seu nível social, financeiro e intelectual. De outro, irmãos que vivem com poucos recursos também querem pastores e líderes que tenham vida simples e experimentem as mesmas dificuldades. A igreja, porém, não é exclusividade dos mais pobres, nem propriedade dos mais ricos, mas um ambiente para todos. Líderes e pastores devem viver sem escandalizar os mais pobres, nem envergonhar os mais ricos, tornando-se sempre um ponto de equilíbrio. Por isso, a igreja oferece aos pastores um nível médio de vida, de modo que eles vivam com dignidade. O assunto é sensível e deve ser avaliado com oração e responsabilidade. Assim como Deus espera visão correta e sólida fidelidade de cada membro da igreja, os pastores e líderes também precisam ser cuidadosos no uso dos recursos que o Senhor lhes confia, aperfeiçoando criteriosamente seus controles e priorizando os investimentos na missão. Devem se lembrar de que, além de relatórios apresentados à igreja, prestarão contas diretamente a Deus. Dizimar não tem que ver com “o ato de deixar uma gorjeta sobre a mesa de Deus”, mas com “a confissão de uma dívida impagável contraída no Calvário”, como ilustrou o teólogo Paul S. Rees. ] ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

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ENTREVISTA

BILL KNOT T

Michael Kruger

Depois de liderar uma empresa do ramo financeiro por 25 anos, o sul-africano Michael Kruger foi convidado para ser o diretor financeiro do escritório mundial da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais em 2014. Cinco anos mais tarde, em outubro, ele foi escolhido para presidir a entidade no lugar de Jonathan Duffy, que esteve no cargo desde 2013 e pediu demissão por motivos pessoais. Kruger pretende tornar a liderança da agência mais diversa, com maior presença feminina e de profissionais de várias regiões do mundo, incluindo os países em desenvolvimento. Ele tem também o objetivo de continuar enfatizando algumas prioridades da gestão anterior, como a unificação global dos escritórios da agência, a visibilidade da ADRA na comuniNOVO PRESIDENTE DA ADRA FALA SOBRE A dade internacional e o alinhamento cada vez ABRANGÊNCIA E O IMPACTO DA AGÊNCIA maior do trabalho da entidade e o da igreja. Nesta entrevista, uma adaptação de uma conversa com Bill Knott, editor da Adventist Review, Kruger fala sobre a abrangência e o impacto da ADRA.

A FACE MAIS HUMANA DA IGREJA

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Até aqui nós conversamos a respeito da ajuda assistencial e resposta às emergências, mas a ADRA também trabalha com projetos de desenvolvimento. Como funciona isso? O trabalho de atendimento às emergências, que envolve o socorro imediato em caso de tragédias, é o que as pessoas mais conhecem sobre a ADRA. Porém, 85% dos nossos projetos têm que ver com desenvolvimento comunitário de longo prazo. Isso inclui, por exemplo, a construção de estradas de

acesso e de estruturas de irrigação, perfuração de poços e projetos de geração de renda. Ações que ajudam as comunidades a se tornarem autossustentáveis e a não depender de ajuda externa. A ADRA é uma agência grande e complexa. Como é liderar uma entidade global? Tudo se resume às pessoas. Por trás de sistemas, políticas e procedimentos de governança existem pessoas. Tenho aprendido que a solução para consertar algo que não está dando certo costuma estar nos próprios profissionais que já trabalham com você. Eles talvez só precisem de voz, espaço e da confiança de que serão ouvidos. Qualquer pessoa que acredite ter todas as respostas está terrivelmente equivocada. A solução está na força colaborativa do todo. E os jovens estão incluídos nesse processo. Geralmente eles são aqueles que desafiam “as coisas como sempre foram”, porque podem imaginar uma realidade diferente. As habilidades que eles têm podem ajudar a melhorar nossos ministérios. R e v i s t a A d ve n t i s t a // Fevereiro 2020

Foto: ADRA Internacional

Muitos adventistas têm uma vaga noção do trabalho da ADRA. Fale um pouco sobre o que é feito. Em 2018, realizamos 1.043 projetos em nove áreas de atuação, ao redor de 118 países, investindo 270,3 milhões de dólares e beneficiando mais de 16 milhões de pessoas. Temos cerca de 7 mil funcionários em período integral e outros 55 mil em meio período, incluindo voluntários. Muitos deles são jovens. As novas gerações têm se aproximado cada vez mais da ADRA porque elas querem fazer diferença no mundo. A boa notícia é que, nos últimos cinco anos, tanto o orçamento quanto o impacto da ADRA foram quadruplicados. Por isso, continuaremos recrutando jovens talentos apaixonados pela missão da agência.

A ADRA é o primeiro ponto de contato de muitas pessoas não cristãs com a Igreja Adventista. Como você enxerga a missão da agência? O ministério da ADRA é semelhante à atitude de Jesus na cura do leproso de Mateus 8. Cristo poderia apenas ter curado dizendo algo, mas Ele tocou o leproso. A ADRA é o braço humanitário da igreja que entra na vida das pessoas por meio das necessidades delas, mas que não se limita a dar o pão, pois deseja apresentar quem nos motiva a fazer o que fazemos.


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Foto: ADRA Internacional

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PAINEL O L H A R D I G I TA L

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ACERVOS ON-LINE

NOVO PRÉDIO

Fonte de pesquisa para acadêmicos e historiadores, o acervo da Revista Adventista também está à disposição da igreja (bit.ly/36eYno7). É possível acessar gratuitamente mais de 1,3 mil edições (desde a primeira, publicada em 1906) e efetuar buscas dentro de um universo de 32 milhões de palavras indexadas. Uma nova versão do site, lançada em janeiro, tornou ainda mais fácil navegar, pesquisar e fazer downloads de edições do periódico. Outra novidade é o acervo on-line da revista Vida e Saúde (bit.ly/37uuIbW), que reúne edições de um período de dez anos, e da Lição da Escola Sabatina (bit.ly/2GeAYcc), onde o leitor já pode acessar exemplares das duas últimas décadas.

A Rede Novo Tempo de Comunicação deu início a uma nova era de produção de conteúdo voltado às mídias digitais com a inauguração de novas instalações. Inaugurada no dia 4 de dezembro, a estrutura tem 18 mil m² de área construída. O projeto foi desenvolvido a partir de um novo conceito de ambiente corporativo com áreas integradas e espaços para a interação, reuniões de criação e desenvolvimento de produtos, incentivando a criatividade dos colaboradores.

Mate sand “Mão nha a bene São J (PR). tamb ment

Quero me envolver o máximo que puder, trabalhar da melhor maneira possível e ser o melhor parlamentar que puder ser.

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64% dos jovens

estão dando uma pausa nas mídias sociais e 59% querem excluir o perfil no Facebook, segundo uma pesquisa divulgada em março do ano passado pela Infobase Interativa, o que aponta para uma tendência de desconexão das redes entre as novas gerações. R e v i s t a A d ve n t i s t a // Fevereiro 2020

Fotos: Damáris Gonçalves / Adobe Stock

Resultado de um encontro de comunicadores realizado no ano passado em Miami, Estados Unidos, o projeto Uncertainty (Incerteza) irá envolver a produção de um documentário, livro e clipes para as mídias sociais. As produções, feitas por profissionais de vários países, incluindo o Brasil, serão colocadas à disposição da igreja em todo o mundo. Por meio do projeto, previsto para ser lançado em abril, na edição europeia do Global Adventist Internet Network (GAiN), a liderança da denominação pretende reafirmar a certeza da esperança bíblica.

1,5 Fotos: divulgação / Novo Tempo

PROJETO MULTIMÍDIA

Derek Nathaniel Sloan, em entrevista à revista Canadian Adventist Messenger, ao se tornar, em outubro, o primeiro adventista eleito para o Parlamento do Canadá

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KITS ESCOLARES As Uniões estão dizendo muito claramente que não querem a duplicação de ministérios e departamentos.

Glenn Townend, presidente da Divisão do Sul do Pacífico, por ocasião de um voto tomado pela igreja nessa região em favor de uma reorganização administrativa

Material escolar é um item que pesa no orçamento. Pensando nisso, voluntários de um projeto conhecido como “Mãos Ajudadoras” decidiram organizar uma campanha a fim de ajudar estudantes de baixa renda. A ação beneficiou cerca de cem alunos da rede municipal de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR). No dia da entrega dos kits (18 de janeiro), os pais também tiveram acesso à feira de saúde, aconselhamento familiar e consultoria jurídica.

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Bebida alcoólica, em breve, será coisa do passado, conforme publicou o jornal inglês The Economist em uma edição especial que apontou tendências para 2020. De acordo com a publicação, o principal motivo para a queda no consumo desse tipo de produto é a mudança no comportamento de jovens. O fato de um número cada vez maior de britânicos estarem aderindo ao Dry January (janeiro seco, em tradução livre), campanha promovida desde 2011 no Reino Unido que propõe 31 dias sem nenhum tipo de consumo de álcool, parece confirmar essa projeção.

é o ano em que o número de evangélicos poderá ultrapassar o de católicos no Brasil, segundo projeções da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE).

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Fotos: Damáris Gonçalves / Adobe Stock

1,5% Fotos: divulgação / Novo Tempo

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FORA DE MODA

2032

foi o percentual de crescimento dos dízimos no Brasil em 2019, apesar dos desafios econômicos enfrentados durante o ano.

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A probabilidade de um adventista de Loma Linda morrer prematuramente ou de câncer é até

30% menor

6 A 15 DE FEVEREIRO

Nesses dias será realizado o programa sul-americano 10 Dias de Oração, que neste ano dará ênfase no resgate de pessoas que se afastaram da igreja. Para baixar materiais da campanha, acesse: bit.ly/365em8e.

do que entre os norte-americanos em geral, de acordo com um novo estudo publicado na revista CANCER, periódico da American Cancer Society.

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Diante do desafio proposto por um professor do Colégio Adventista de Votuporanga (SP) para que cada aluno da classe lesse pelo menos 40 livros, Thiago Malavasi, decidiu ir além. O estudante do 3o ano do ensino fundamental encerrou 2019 com o total de 111 livros lidos. Por esse feito, ele foi premiado pela escola e o projeto foi tema de uma reportagem veiculada pela afiliada da TV Globo na região.

FIM DA JORNADA Morreu no dia 10 de janeiro, aos 85 anos, em Oslo, na Noruega, Kari Paulsen, esposa do pastor Jan Paulsen, que liderou a Igreja Adventista em nível mundial por 11 anos (1999-2010). Sua vida foi marcada pela compaixão, disposição para ouvir as pessoas e resiliência. Apesar das limitações impostas pelos problemas cardíacos crônicos que a acompanharam desde a infância, ela sempre procurou apoiar o ministério do esposo ao redor do mundo, incluindo vários países da África, Inglaterra e Estados Unidos. A norueguesa, que se converteu ao adventismo por influência do livro Caminho a Cristo, também deixou um legado escrito: a autobiografia Contra as Expectativas, lançada originalmente em inglês em 2015 pela Pacific Press e em português pela CPB no ano passado. Ela deixa o esposo e três filhos (Laila, Jan Rune e Rein Andre).

25 ANOS COMO EDITOR Foi o que comemorou, em dezembro, Marvin Moore, editor da revista Signs. No ocasião, ele também celebrou a 300a edição à frente do periódico, que está em circulação há 145 anos e hoje tem tiragem mensal de 100 mil exemplares. 10

De Nilberto Schmidt (80 anos) e Lucita Schmidt (77 anos), em cerimônia realizada no dia 17 de novembro na Igreja Adventista do Capão Redondo, bairro da capital paulista, pelo pastor Esmeraldo Alencar Alcântara. O casal tem três filhos e dois netos.

BODAS DE OURO (50 ANOS)

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De José Gregório de Castilho e Leolina Castilho, em cerimônia realizada no dia 28 de dezembro pelo pastor Pedro José Machado (irmão de Leolina) na Igreja Adventista do bairro Doutor Laurindo, em Tatuí (SP). O casal, que se aposentou como servidores da CPB, tem três filhos e cinco netos.

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De Cícero Holanda e Maria José Holanda, em cerimônia realizada no dia 15 de dezembro pelo pastor Zinaldo Santos na Igreja Adventista Central de Peruíbe (SP), onde ele atua como ancião e ela como diretora do Ministério da Mulher. O casal tem três filhos e seis netos. De Jair Zonemberg e Lenir Knoner Zonemberg, numa celebração em família no início de janeiro. Descendentes dos pioneiros do adventismo no município de Mamborê (PR), o casal frequenta a igreja rural que se tornou conhecida por promover anualmente a Festa das Primícias. Eles têm três filhos e netos.

Família (69%),

carreira (34%), dinheiro (23%), espiritualidade (20%) e amigos (19%) são os aspectos que mais conferem significado à vida dos norte-americanos, conforme revelou um levantamento do Pew Research Center. R e v i s t a A d ve n t i s t a // Fevereiro 2020

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INTERNACIONAL

Fotos: Colégio Adventista de Votuporanga / Jose Kissinger / arquivo pessoal

LIBERDADE DE CULTO

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o 2020

Em novembro, a Maranatha Volunteers International comemorou seus 25 anos de trabalho em Cuba. A festa de aniversário foi realizada no campus do seminário teológico adventista cubano, na cidade de Havana, em um ­edifício construído por voluntários do ministério de apoio entre 1995 e 1997. Desde que entrou no país, em 1994, a Maranatha já construiu e reformou mais de 200 igrejas na região. Recentemente, a organização concluiu uma igreja de 500 lugares na cidade de Cardenas e um projeto de reforma em San Antonio de los Baños, localizada no lado oeste da ilha.

Número de caminhões de lixo coletados por mais de 350 jovens, em um dia, no Nepal. O serviço comunitário fez parte das ações de um congresso que reuniu adventistas de 48 igrejas em Banepa, cidade próxima de Katmandu, capital do país asiático.

PARTICIPAÇÃO DOS MILLENNIALS AO REDOR DO MUNDO Quase toda semana Serviço da igreja

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CELEBRAÇÃO EM CUBA

Em novembro, a Corte Constitucional da Federação Russa divulgou sua decisão quanto ao caso de uma adventista do sétimo dia que foi multada por usar sua propriedade para propósitos considerados “inapropriados”, ao permitir que a residência fosse local de cultos. O tribunal superior entendeu que realizar serviços religiosos no ambiente doméstico é totalmente consistente com a lei. A decisão pode favorecer a liberdade de culto entre as minorias religiosas na Rússia.

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Reunião de oração

33%

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Reunião do clube de Desbravadores

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Fonte: General Conferece Global Membership Survey

Colaboradores: Alicia J. Adams, Barry W. Bussey, Cesar Gaglioni, Jornada Perdoncini, Lucas Rocha, Márcio Basso Gomes, Márcio Tonetti,

Mark A. Kellner, Suellen Timm, Wagner Cantori e Wendel Lima

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CAPA

MESTRE DA ORAÇÃO CONHEÇA O MÉTODO DE JESUS PARA MANTER INTIMIDADE COM DEUS

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o outono de 1999, Timothy ministrou um curso sobre os Salmos, o livro de hinos e preces da Bíblia, e ficou claro que ele “mal arranhava a superfície do que a Bíblia ordenava e prometia em relação à oração”. Depois, em 2001, eventos trágicos em seu país criaram uma “espécie de depressão clínica coletiva”. Para a família dele, os dias se tornaram ainda mais sombrios, pois a esposa, Kathy, teve que lidar com a doença de Crohn, e ele foi diagnosticado com câncer de tireoide. Em meio ao caos, a esposa fez uma proposta: orar todas as noites. E usou uma ilustração para convencer o esposo: “Imagine que você recebeu o diagnóstico de uma enfermidade tão letal que o médico lhe deu poucas horas de vida, a menos que tome determinado remédio – um comprimido toda noite antes de dormir. Imagine que ele lhe recomende não deixar de 12

tomar o remédio uma noite sequer, senão poderá morrer. Você acha que se esqueceria de tomá-lo?” Esse remédio era a oração. A sensação era que, se não orassem juntos, eles não sobreviveriam. Segundo Tim, “o fato é que de repente tudo ficou óbvio”. A partir daí, ele não se lembra de ter deixado de orar com a esposa uma noite sequer, mesmo que estejam em continentes diferentes. Essa é a história de Timothy Keller, um bemsucedido ministro presbiteriano que pastoreia uma igreja com mais de 5 mil pessoas em Nova York (EUA), conforme relatado em seu livro Oração (Vida Nova, 2016, p. 19, 20). A oração colocou o ministério deles em outro patamar. R e v i s t a A d ve n t i s t a // Fevereiro 2020

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Marcos De Benedicto

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O MODELO Entretanto, a oração foi ainda mais decisiva na vida de Jesus, apresentado no Novo Testamento como o grande Mestre da oração. Para começar, ao Se dirigir a Deus como Pai (Abba em aramaico), Ele apresentou uma inovação, já que no Antigo Testamento Deus é chamado assim apenas 15 vezes, enquanto só nos evangelhos há mais de 160 referências ao Pai. Esse termo pressupõe intimidade e confiança, o que redefine a oração. Afinal, se não houver acesso a Deus como um Ser amorável, a oração se torna uma aposta incerta, uma tentativa de manipular uma força desconhecida do Universo. Quando os evangelhos são lidos juntos, segundo Mathias Nygaard, autor de Prayer in the Gospels (Brill, 2012), surge o seguinte quadro relacionado à oração ideal: (1) o valor do ensino de Jesus como normativo; (2) aspectos singulares e paradigmáticos do caráter do Salvador em Sua comunhão com o Pai; (3) a matriz do Antigo Testamento como moldura para a oração; (4) elaboração sobre o pré-­conhecimento, que leva o leitor a perceber a resposta adequada ou inadequada em determinada situação, cria sentido para os símbolos e reforça sua vida de oração; (5) progressão na narrativa, uma dinâmica que desperta novas emoções e leva ao clímax da dependência de Deus nos eventos ligados à cruz; (6) caracterização, em que a atitude de diversos personagens mostra como orar ou não orar; e (7) escatologia, no sentido de se alinhar com o que Deus realizará no futuro (p. 24, 25, 210-220). Se todos os evangelhos são importantes para compor a biografia de Jesus, Lucas é por excelência o relato que enfatiza a oração. Na obra do médico, Jesus começa e termina Seu ministério com oração (Lc 3:21; 23:46). Os estudiosos têm destacado três funções básicas da oração em Lucas: (1) paradigmática (Jesus como modelo), (2) cristológica (Jesus e o Pai em contínua comunhão) e (3) histórico-salvífica (a oração como meio para a realização dos propósitos de Deus). A resposta de Deus à oração é também uma maneira de vindicar Seu povo no tempo do fim. De Lucas 1 até Atos 28, a “multiplicidade de referências à oração” é “parte integrante” do desenrolar da narrativa, comenta Geir Otto Holmås em Prayer and Vindication in LukeActs (T & T Clark, 2011, p. 262). Lucas pontua o relato com referências à oração para enfatizar a origem divina do movimento de Jesus, legitimar a comunidade cristã como autêntica representante da matriz judaica, fortalecer a identidade

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dos leitores, muitas vezes desacreditados em seu ambiente cultural, e servir de “antídoto para as distrações mundanas, a deslealdade e o desânimo”, riscos reais nos tempos difíceis e urgentes em que os cristãos viviam (p. 263, 265, 266). A oração dava sentido para a esperança escatológica. A vida de oração de Jesus era simplesmente espetacular e merece ser considerada. A seguir, com base nos escritos de Lucas, apresentaremos dez princípios que podem ajudar você a perceber melhor a natureza, o propósito e a eficácia da oração. Em termos de estrutura, eles são parecidos com os princípios apresentados por Rick Warren no artigo “12 Keys to a More Powerful Prayer Life” (bit.ly/39TewCI), mas o conteúdo é diferente. 1. Princípio da eficácia: a oração abre simbolicamente o Céu. Lucas (3:21, 22) informa que, estando Jesus a orar, “o céu se abriu”. A imagem do céu aberto, representando uma manifestação de Deus (teofania), é vinculada à oração. Assim como ao morrer Jesus citou em oração a primeira linha do Salmo 22 (“Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” [Mt 27:46; Mc 15:34]), é possível que no batismo (Lc 3:21, 22) Ele tenha citado a fórmula do Salmo 2:7 (“Tu és Meu Filho, Eu, hoje, Te gerei”), replicada pelo Pai em meio a um fenômeno sobrenatural. Por isso, é válido dizer que a oração no espírito de Cristo e com base nas Escrituras tem o poder de abrir o Céu. “A oração é a chave nas mãos da fé para abrir o celeiro do Céu”, como poetizou Ellen White em Caminho a Cristo (p. 95). Porém, para abrir o Céu, a oração precisa chegar lá. 2. Princípio do isolamento: a intimidade com Deus é maior no espaço secreto. Segundo Lucas (5:16), Jesus “Se retirava para lugares solitários e orava”. A oração tem um toque de intimidade e “cumplicidade” com Deus. “Em solidão, abra-se a alma às vistas perscrutadoras de Deus”, sugere Ellen White (Caminho a Cristo, p. 98). O isolamento é essencial para abrirmos o coração e revelar quem realmente somos, sem máscaras nem formalismo. A oração pública tem seu lugar, mas não substitui a oração em que apenas olhos invisíveis veem. Intimidade, seja na vida de um casal ou no relacionamento com Deus, pressupõe ficar a sós. Um momento com Deus se torna um evento na vida. 13

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totalidade das necessidades, relações e atitudes do ser humano. E essa oração-modelo é um eco das crenças e ações do próprio Cristo. Para os discípulos, a questão não era a técnica, mas a espiritualidade. O pedido não era “ensina-nos como orar”, mas “ensina-nos a orar”. Oração, assim como andar de bicicleta, jogar futebol e tocar piano, a gente aprende melhor fazendo do que ouvindo uma teoria. Porém, os modelos bíblicos, como os salmos e a oração de Jesus, mostram parâmetros para a ciência da oração. Assim, oramos de maneira aleatória e também de forma estruturada.

4. Princípio do aprendizado: você não é um aprendiz de si mesmo, mas do Mestre. Quando Jesus terminou uma oração, relata Lucas (11:1, 2), “um dos Seus discípulos Lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar”. Todos os grandes personagens da Bíblia descobriram o vazio da sua alma, reconheceram a aridez de seu coração e tiveram que aprender a lutar com Deus em oração. Vários profetas e escritores bíblicos deixaram um legado de belas orações, às vezes preces iluminadas e gloriosas, de outras vezes clamores agonizantes e sombrios. Porém, com exceção de João Batista (Lc 11:1, 2), nenhum se preocupou em transmitir sua “técnica” para os ouvintes. Portanto, Jesus fez algo sem precedente no judaísmo. Não por acaso, o “Pai Nosso”, oração que Ele ensinou (Mt 6:9-13), tornou-se o texto bíblico mais comentado na literatura cristã dos primeiros séculos. Os discípulos perceberam que Jesus orava de maneira apaixonada, constante e eficaz, e desejaram atingir o próximo nível. Andrew M ­ urray observou que Jesus não ensinou os discípulos a pregar, mas os ensinou a orar, porque “saber falar com Deus é mais vital do que saber falar para os homens” (Teach Me to Pray [Bethany, 2002, p. 15]). Como se estivesse abrindo a porta da Sua câmara secreta, Jesus apresentou a oração ideal, que engloba todas as ênfases importantes da religião e inclui a 14

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5. Princípio da prioridade: primeiro Deus e Seu reino, depois nós e nosso “reino”. Jesus, que personificava o reino, ensinou que ele deve estar em primeiro lugar em nosso coração, segundo Lucas (11:2-4; cf. Mt 6:10, 33). Em nossas orações, geralmente começamos com nossos interesses, mas Jesus inverteu a prioridade. A estrutura na oração do Mestre é clara: primeiro, a identidade, a jurisdição e os propósitos de Deus (Teu nome, Teu reino, Tua vontade); depois, a provisão, o perdão e a proteção de cada um (dá-nos, perdoa-nos, livra-nos); por fim, a doxologia (“Porque Teu é o reino, o poder e a glória...”) e o amém (o “sim” definitivo de alinhamento com Deus). 6. Princípio da persistência: a oração confiante não fica sem resposta. A promessa de Jesus, conforme o registro de Lucas (11:9, 10), é que “todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”. O contexto da afirmação é uma parábola sobre um homem que precisava oferecer algo para um amigo que tinha chegado de viagem tarde da noite. O anfitrião sente o cheiro de pão quente na casa do vizinho e logo vai pedir emprestado. Um pão talvez fosse suficiente, mas ele pede três. A lição é que podemos pedir as coisas a Deus, que sempre oferece mais do que pedimos. No antigo Oriente, hospedar um viajante era um dever sagrado. Segundo David Garland, autor do comentário Luke (Zondervan, 2011, p. 466), não atender o solicitante seria o equivalente hoje a deixar de emprestar o carro para um amigo que precisasse levar a esposa grávida ao hospital para dar à luz o bebê. Na história, Jesus enfatiza que, mesmo que o vizinho não quisesse atender o amigo, acabaria fazendo por causa da sua “importunação” (Lc 11:8). Existe um debate sobre o real significado da palavra “importunação” (anaideia), que aparece apenas essa vez na Bíblia. No grego R e v i s t a A d ve n t i s t a // Fevereiro 2020

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3. Princípio da transformação: enquanto oramos, Deus nos transforma. No monte, descreve Lucas (9:28, 29), enquanto Jesus orava, “a aparência do Seu rosto se transfigurou”. A “nota predominante” da prece Dele no monte da transfiguração, diz Ellen White, foi que Deus concedesse uma “manifestação da glória que Ele tinha com o Pai antes que o mundo existisse” a fim de fortalecer os três discípulos que acompanhavam a cena (O Desejado de Todas as Nações, p. 420, 421). E a oração foi atendida. A transfiguração de Jesus é um símbolo da transformação que pode ocorrer em nossa vida na presença de Deus. “É lei, tanto da natureza intelectual como da espiritual, que, pela contemplação, nos transformamos” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 555). Na oração, recebemos o impacto espiritual de contemplar a Deus como num espelho e enxergamos melhor a nós mesmos.

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secular da época, o termo não tem o sentido de “persistência”, mas está relacionado com “desonra”, “constrangimento” e “vergonha”. Aparentemente, o que moveu o vizinho a atender o amigo não foi a importunação dele, mas sua própria honra, que estava em jogo. Seja como for, quando oramos de maneira intencional, insistente e confiante, com o desejo sincero de receber, se o pedido for legítimo, Deus irá atendê-lo. A honra Dele está em jogo. 7. Princípio da preservação: você não deve orar apenas para remediar problemas, mas para evitar o pior.

De acordo com Lucas (22:31, 32), Jesus disse para Pedro que Satanás queria “peneirar” os discípulos como trigo, mas Ele rogou para que a fé dele (Pedro) não desfalecesse. Um dos grandes ensinos do Novo Testamento é que Cristo intercede por nós. A palavra hebraica para “oração” (tefillah) tem o sentido de algo oferecido com o coração, mas também significa a apresentação de um caso diante da corte, o que configura um ato judicial de intercessão. Orar não é apenas pedir socorro para resolver problemas, mas se alinhar com Deus para evitá-los. Estratégia espiritual para criar uma nova realidade, a oração pode também ajudar a manter o terreno já conquistado. Funcionando mais no nível vertical do que no horizontal, é uma defesa contra os ataques do inimigo. Por meio da intercessão, lutamos ao lado de Deus e predominamos sobre as forças do mal. A oração neutraliza a estratégia de Satanás.

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8. Princípio da submissão: para receber uma resposta completa, a oração exige entrega total. Na noite que antecedeu a cruz, diz Lucas (22:41, 42), Jesus orou: “Pai, se queres, passa de Mim este cálice; contudo, não se faça a Minha vontade, e sim a Tua.” O Salvador depositou a vida 100% nas mãos de Deus, numa entrega absoluta. Era a personificação da vontade do Pai. A palavra “vontade” (thelema), usada mais de 60 vezes no Novo Testamento, expressa o desejo do coração. A ênfase não é tanto no aspecto da volição, mas na disposição para levar a efeito aquilo que se quer. Ao contrário de boule, outra palavra grega para “vontade”, só que mais formal, thelema tem um toque de emoção. Isso mostra que a vontade de Deus para a nossa vida não é uma imposição fria e tirânica, mas um plano amoroso e ajustável. É preciso coragem para orar “seja feita a Tua vontade”, pois, nesse caso, abrimos mão dos nossos desejos e damos liberdade para Deus fazer o que Ele achar melhor. Devemos confiar que a vontade divina é a nossa máxima feliPOR MEIO DA ORAÇÃO, cidade no presente e no futuro.

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9. Princípio da intensidade: quanto maior a crise, maior a necessidade de oração. Na última batalha pela Terra, em estado de agonia, Cristo Se agarrou a Deus em oração cada vez mais intensa, até suar “gotas de sangue”, conforme Lucas (22:43, 44). Silencioso, semblante

DEUS PODE MUDAR AS CIRCUNSTÂNCIAS, MOLDAR SEUS PENSAMENTOS E RECONFIGURAR SUA VIDA

desfigurado, orvalho molhando o corpo curvado entre as oliveiras, Ele sentiu o peso do pecado da humanidade esmagar Sua alma e o Pai Se distanciar. Estava em um território sem “conexão” nem “sinal”. “Em Sua agonia, apega-Se ao solo frio, como a impedir de ser levado para longe de Deus”, descreve Ellen White (O Desejado de Todas as Nações, p. 687). Nós também estamos envolvidos em uma guerra espiritual invisível, com efeitos reais. Há circunstâncias em que a batalha é mais aguda e, por isso, devemos orar com mais intensidade. Reconhecer tal realidade não significa viver com medo, mas confiar na força divina e buscar refúgio no Infinito. Orar é cruzar limites, viver no território de Deus. 10. Princípio da elevação: a oração para abençoar os outros não faz Deus baixar à Terra, mas nos eleva ao Céu. É significativo que a última coisa que Jesus fez antes de ir para o Céu, no cenário do Monte das Oliveiras, foi estender as mãos para abençoar os discípulos, segundo Lucas (24:50, 51). E a visão que eles tiveram foi dos ferimentos nas palmas de Suas mãos. Como que em reflexo da vida de oração de Jesus e obedecendo à ordem para buscar o poder do alto, eles saíram imediatamente para dedicar dez dias à oração e abençoar o mundo. Assim como Jesus foi elevado fisicamente ao Céu, nós também podemos ser elevados espiritualmente. “A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele”, diz Ellen White (Caminho a Cristo, p. 93). Ao estender as mãos para abençoar, tocamos o Céu. MENTE E CORAÇÃO Concluindo, vale mencionar que Jesus não limitou a oração a um discurso frio. Na verdade, a oração inclui cérebro e coração, cognição e sentimento, conhecimento e experiência. A oração é parte essencial do evangelho e da vida intelectual, mas também da união com Deus. “Pela oração sincera somos postos em ligação com a mente do Infinito”, comenta Ellen White (Caminho a Cristo, p. 97). O que é a oração para você? Qual é a essência do seu diálogo com Deus? Por que você deve manter contato com a mente do Infinito? A oração é um pedido do fundo do coração para que as coisas voltem ao seu estado original, no nível pessoal e na esfera macro. É também o desejo de alinhar a vida com o Eterno. Por meio da oração, Deus pode mudar as circunstâncias, moldar seus pensamentos e reconfigurar sua vida. Agora feche os olhos e abra o coração! ] MARCOS DE BENEDICTO, pastor e jornalista, é doutor em Ministério pela Universidade Andrews (EUA)

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ÉTICA

EM FAVOR DA VIDA REFLEXÕES PESSOAIS SOBRE A PROBLEMÁTICA DO ABORTO CHANTAL J. KLINGBEIL

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e escondido há anos, um mal-estar persistente que o tempo não vai curar, um “e se” que deixou cicatrizes profundas na alma. EM TOM DE CONVERSA Neste mundo confuso e barulhento, em que pessoas irritadas gritam o tempo todo em busca de afirmação de sua identidade, eu prefiro ser diferente. Não quero defender uma causa ou um direito, nem quero ter razão. Quero defender a vida. Não quero avolumar o barulho, mas dizer, por experiência própria, que a vida pode ser difícil e extremamente complicada. Não quero condenar você nem tentar ser sua consciência, quero ser sua amiga. Quero que você saiba que acredito num Criador R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Fevereiro 2020

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q uase impossível ler qualquer notícia on-line ou navegar pelas mídias sociais sem tropeçar em comentários de pessoas indignadas. É claro que, de alguma forma, a indignação alimenta a lógica das mídias sociais: mais indignação significa mais cliques e mais compartilhamentos. Infelizmente, muitas vezes essa postura resulta num espiral de xingamentos e agressões de todo tipo. Contudo, quando intensificamos esse tipo de indignação, nos fechamos em nosso mundo à medida que ouvimos apenas nosso próprio eco. Todos nós aprendemos a falar uns dos outros e não uns com os outros. Embora isso reforce nossa percepção de que estamos certos, do lado do bem, o efeito colateral dessa atitude é perder a capacidade de raciocinar da causa para o efeito e de ver o panorama mais amplo da situação. Entre tantos assuntos que geram indignação, um especialmente explosivo é o do aborto. Para alguns, essa palavra é associada imediatamente a bebês, assassinatos, sistemas médicos gananciosos e pessoas egoístas que querem viver imoralmente se esquivando das consequências. Para outros, a mesma palavra evoca uma história triste de garotas, algumas que mal saíram da infância, sendo usadas e abusadas para logo depois arcarem sozinhas, e sem escolha, com a dor, a vergonha e a responsabilidade de cuidar de uma criança indesejada. Para outros ainda, o aborto suscita uma experiência que querem esquecer, um segredo desesperador

que vida bela cil, e algo Q fetos das hom sexo a op sobr vida que de S vida porq E cion sepa prefi espe

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QUERO DEFENDER A VIDA, NÃO POR ESTAR INDIGNADA COM ALGO, MAS PORQUE DESEJO ESPALHAR ESPERANÇA

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Foto: Bruno Nascimento

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que dividiu conosco o dom da vida. Que a existência pode ser bela, mesmo quando a vida é difícil, e vivenciar a eternidade será algo mais pleno e recompensador. Quero defender a vida. Dos fetos, dos nascidos, das meninas, das mulheres, dos garotos, dos homens e dos idosos de ambos os sexos. Quero que cada um tenha a oportunidade não apenas de sobreviver, mas de aproveitar a vida. Quero que cada um saiba que o plano de Deus é o bem-estar de Seus filhos. Quero defender a vida não por estar revoltada, mas porque desejo espalhar esperança. Em vez de dividir meus relacionamentos com base na ira, separando amigos de inimigos, prefiro pegar carona nas asas da esperança. Para tanto, precisamos

andar lado a lado, de modo que eu possa ouvir e aprender com você. Afinal, não importa quem você é nem onde esteja, quer por escolha ou pelas circunstâncias, desejo compartilhar com você o que sei e experimentei a respeito do Daquele que é o “caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6). Ao escolher defender a vida, percebo que essa é uma missão para toda a existência. E para mim isso não significa levantar um cartaz em algum lugar ou escrever meus comentários em letras garrafais no perfil de outras pessoas nas mídias sociais. Não significa investir em agendas políticas. Para mim, defender a vida tem que ver com começar todas as manhãs, por meio da oração e do estudo da Bíblia, me comunicando conscientemente com a Fonte da vida. Orando para estar disposta a aproveitar a oportunidade de vida abundante que Ele me oferece. Quero começar a defender a vida em casa, fazendo do meu casamento um reflexo tão claro de um amor comprometido que, com ou sem palavras, meus filhos compreendam a responsabilidade da vida. Quero que meus filhos cresçam com lembranças felizes e saudáveis e com exemplos inspiradores que os ajudem a fazer escolhas sábias. Oro para que eles decidam esperar por um casamento fundado no amor antes que exerçam o privilégio de participar da criação de outra vida. E, mesmo que façam escolhas erradas, ainda assim eu os amarei e serei uma i­ nfluência positiva na vida deles. ALÉM DO MEU LAR Acredito também que devo defender a vida além do conforto da minha casa, porque a desesperança está à minha volta. Não preciso negociar com a culpa. Imagino que muitas pessoas, na tentativa de lidar com o peso de sua consciência e com certo vazio existencial, procuram desesperadamente legitimar seus hábitos e estilo de vida, ainda que eles sejam destrutivos para si e para outros. Contudo, se for necessário que eu julgue alguém, que comece por mim. Devo avaliar se estou destruindo minha qualidade de vida e até encurtando meus dias quando faço escolhas não saudáveis: se estou viciado em alguma coisa à qual me recuso a abandonar; se estou usando minhas palavras de maneira a edificar ou desanimar; e se estou promovendo a vida ou destruindo a reputação e a esperança de outros. A postura de promoção da vida é como uma pedra jogada no lago: sua influência vai além do ponto em que é lançada. Tem que ver com teoria e prática que vão além da minha igreja e comunidade. Tem que ver também com fazer a mim mesma perguntas pertinentes. Como posso apoiar crianças e jovens que vêm de lares desestruturados? Que tipo de ajuda posso oferecer para as mães solteiras que conheço? E quanto aos garotos? Posso apoiar um programa eficiente de aconselhamento para que eles se tornem homens responsáveis? Tenho alguma parte em ajudar a conter a onda de pornografia que ameaça aniquilar os relacionamentos e a intimidade das pessoas? Não, ao pensar nesses aspectos, nem sempre sou uma boa defensora da vida. Às vezes prefiro me contentar com respostas prontas, que me poupam da complicação do envolvimento. No entanto, neste momento quero me comprometer mais uma vez a defender a vida, não apenas um período da vida, como seu início, por exemplo. Afinal, isso é o mínimo que posso fazer como uma seguidora Daquele que é o “caminho, a verdade e a vida”. ] CHANTAL J. KLINGBEIL é diretora associada do Patrimônio Literário de Ellen G. White e mora em Silver Spring, Maryland (EUA)

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TESTEMUNHO

Presente de Deus

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ADVENTISTAS REFLETEM A RESPEITO DE COMO A IGREJA E A FÉ SERVEM DE SUPORTE PARA A CAMINHADA DA VIDA

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or fazermos parte de um movimento de fé cuja mensagem está centrada no Doador da vida, Jesus Cristo, de que maneira podemos testemunhar Dele a todo o mundo? Talvez a opinião compartilhada por alguns adventistas possa inspirar você a compartilhar o modo especial com que Deus sustenta a vida que Ele nos deu.

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Minha declaração

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CARISSA-LOY ANDREWS

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R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Fevereiro 2020

Foto: Warren Wong

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ou adventista do sétimo dia e agora tenho certeza disso. Minha religião foi testada no mar da vida. Por meio de experiências adversas, testemunhei o agir de Deus, que tem o poder de trazer calma no auge da tempestade. Eu estava no útero da minha mãe quando meus pais escolheram Jesus e o adventismo. Na minha infância, as classes da Escola Sabatina me ensinaram a memorizar a Bíblia, compartilhar e aprender. O Clube de Desbravadores me ensinou a ser forte, inovadora, a ter um hino em meu coração e a incentivar outras pessoas. Por sua vez, a liderança do Ministério Jovem me ensinou a ir à frente, falar em público, planejar um grande programa e a motivar as pessoas à ação. Na rede educacional adventista, uniforme que vesti das séries iniciais à pós-graduação, aprendi muito sobre matemática, ganhei concursos de ortografia e ouvi a respeito dos pioneiros da igreja. Porém, o mais importante que aprendi ali é que a fé em Deus poderia me ajudar a superar qualquer coisa. Foi essa mesma rede educacional que me concedeu a possibilidade de, durante seis meses, servir como estudante missionária no exterior. Deixei meu pequeno país com 61 mil habitantes para conhecer comidas e pessoas maravilhosas na gigante Índia de 1,4 bilhão de habitantes. Na vida adulta, contudo, vieram os maiores desafios, quando nem o emprego na igreja nem o casamento duraram. O divórcio me manchou. Os membros da igreja não sabiam o que fazer comigo

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ou por mim, o que dizer ou não dizer. Esforcei-me para respirar, para crer, para encontrar apoio. Onde estavam meus amigos, a igreja e Deus, depois de eu ter dedicado tudo a Ele? Alguma coisa me sustentava nas manhãs de sábado, alguma esperança de que eu ouvisse uma palavra de ajuda. Era Deus, afinal. Foi sob a pressão do óleo quente abrasador da vida que minha pequena semente de fé de mostarda se abriu. Milagrosamente provei aromas de graça e misericórdia e senti o perfume do cuidado celestial que atraiu meu coração abatido e sem forças de volta para Deus. Agora, mais do que nunca, sou adventista por convicção. Minha igreja me ajudou a sustentar minha fé, me capacitando a encarar tempestades devastadoras. ]

de fé or da emos lvez stas spedeu.

CARISSA-LOY ANDREWS é uma jovem de Scarborough, na República de Trinidad e Tobago, que serviu à igreja na área da educação por mais de 10 anos

Identidade e afirmação

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Foto: Warren Wong

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mundo em que vivemos valoriza o trabalho e a educação. Passamos a maior parte do tempo estudando, a fim de conseguirmos o emprego dos sonhos, que serve para nós como símbolo de felicidade. Felicidade que usamos como base de nossa autoestima e métrica do sucesso. De modo geral, quando somos bemsucedidos, nos sentimos de bem com a vida; porém, se falhamos, questionamos a vida. É como se fazer algo nos tornasse alguém. Contudo, a definição bíblica é outra: quando nos tornamos alguém é que fazemos algo (Ef 2:10). Eu tinha um amigo que era jogador profissional de rúgbi na Austrália. Um acidente de carro pôs fim à sua carreira. Ele ficou deprimido e teve pensamentos suicidas porque sua identidade dependia da carreira que tinha acabado precocemente. À primeira vista, nosso anseio por autoafirmação pode parecer egoísta, mas se trata apenas de um desejo inerente de ser amado e apreciado. Isso dá sentido à nossa existência. Quando vamos para os evangelhos, vemos que a primeira vez que a palavra “amor” aparece em Mateus, Marcos e Lucas é no contexto do batismo de Jesus (Mt 3:17; Mc 1:11; Lc 3:22). Antes de Cristo começar Seu ministério público, Deus fez esta significativa afirmação: “Este é o Meu Filho amado.” Isso é identidade. Depois Ele fez uma afirmação ainda mais poderosa: “em quem Me comprazo”. A lógica do mundo é trabalhar para construir a própria identidade e então obter afirmação; na lógica bíblica, descobrimos nossa identidade por meio da Palavra e somos afirmados com base no que Deus diz que somos. Nesse sentido, a igreja é uma comunidade formada por pessoas que encontraram sua identidade em Cristo e foram afirmadas por meio do batismo. Se isso for interiorizado em nós, deixaremos de medir nosso valor pelo que fazemos, e o mediremos pelo que somos aos olhos de Deus. ]

A ASCENSÃO DA RESILIÊNCIA BILL KNOTT

Formatura, nascimento do primeiro filho (ou neto), casamento e novo emprego. Cada postagem que compartilha algo sobre esses momentos procura aumentar o círculo da alegria para além daqueles que a experimentaram primeiro. Sorrimos tanto da foto do 4º aniversário de um filho, com glacê no cabelo, como da imagem posada de um casal recém-casado à beira-mar. Essas experiências de felicidade alheia são contagiantes, e rápida e sutilmente nos geram alegria também. Elas são a parte fácil e simples da tapeçaria social que nos liga aos nossos queridos. Mas o que significa dizer que afirmamos a vida quando os dias são sombrios e as escolhas difíceis? Quando os casais lutam contra a infertilidade? Ou idosos lutam para não perder a memória? O que significa ser um povo de esperança quando as mesquitas são destruídas pelo ódio, quando a violência invade um mercado, quando as famílias sofrem uma perda inesperada e sem sentido? Esses são os momentos que testam a efetividade da nossa fé. É quando nós ou nossos vizinhos nos sentimos como “o povo que vivia nas trevas” (Mt 4:16). Contudo, somos os modernos “portadores de luz”, seguidores de Cristo que testemunham de que “Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens” (Jo 1:4, NVI). Se queremos ser um movimento de afirmação da vida, temos de definir bem nossas causas e compromissos. Somos a favor da vida dos que não nasceram; das crianças em toda parte, não apenas das nossas; dos adolescentes que buscam espaço num mundo competitivo e confuso; dos casamentos, antigos e novos; daqueles que envelhecem e lidam com sua saúde e memória. Não podemos nos contentar com o que nos alegra e entretém. Afirmar a vida e a luz será sempre um trabalho árduo neste mundo envolto em morte e escuridão. Nesse contexto, a vida de Cristo mais uma vez é nossa inspiração. “A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram” (Jo 1:5, NVI). Todas as forças da escuridão tentaram esmagar a Luz do mundo, mas Jesus emergiu ainda mais brilhante, radiante, cheio de graça e de verdade (v. 14). Por isso, “resiliência” deve ser nossa palavra de ordem e “ressurreição” o nosso lema. Nós pregamos o evangelho eterno: as boas-novas que ainda curam os quebrantados, consolam os aflitos, levantam os caídos e defendem os valores do reino até que esse reino chegue plena e finalmente. A igreja à qual desejo pertencer afirma a vida. ] BILL KNOTT, doutor em História, é pastor e editor da revista

ROME ULIA trabalha como pastor na Associação de Washington, nos Estados Unidos

Adventist World

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VIDA ADVENTISTA

A CURIOSA HISTÓRIA DE CONVERSÃO DE VIZINHOS DE UMA IGREJA QUE SE REÚNE NUMA CASA EM CUBA CHRISTOPHER L. BEASON

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Fotos: World Youth Group

E Evangelismo no quintal

smiarito e Dalkis ouviram dizer que haveria uma série de palestras apresentadas na igreja vizinha de sua casa. Ficaram preocupados, pois não gostariam de ser incomodados à noite. A pequena igreja no lar na cidade de Cifuentes, no centronorte de Cuba, parecia ganhar vida nas manhãs de sábado, quando os adventistas chegavam para o culto. Porém, durante uma semana as reuniões seriam noturnas. Esmiarito e Dalkis decidiram ficar tranquilos, mas em casa. Na primeira noite, o casal conseguiu ouvir a música. A igreja era muito pequena para o número de visitantes, de modo que os cultos eram realizados no quintal com bancos de madeira. As janelas de vidro da pequena residência do casal não isolavam os cânticos que vinham do outro lado da cerca. A impressão que eles tinham é que faziam parte do programa. Eles não se incomodaram com aquela circunstância, pois assim podiam ouvir o que

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Dezoito pessoas foram batizadas ao fim da série evangelística em Cifuentes, incluindo o casal Esmiarito e Dalkis (detalhe), vizinhos dessa igreja no lar

CERTA NOITE, ESMIARITO LIMPOU TRÊS VEZES A MESMA JANELA, ENQUANTO OUVIA A PREGAÇÃO DE ARLEEN. FOI A MANEIRA QUE ELE ENCONTROU PARA ACOMPANHAR UM PROGRAMA INTEIRO

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Fotos: World Youth Group

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era dito sem que outros soubessem do interesse deles pelas mensagens. Logo, eles conseguiram ouvir Henry e Arleen Stubbs falando. Esses oradores competentes, que haviam trabalhado por 23 anos em Cuba como diretores do World Youth Group, um dos ministérios apoiados pela ASI, federação de empreendedores adventistas dos Estados Unidos, se revezavam entre os sermões e as palestras de saúde. Quando o casal cubano ouviu falar a respeito de viver em Cristo, eles se interessaram mais ainda. Também ficaram curiosos a respeito das orientações sobre saúde. Nunca tinham ouvido acerca desses temas com aquela abordagem. INTERESSE CRESCENTE Em vez de considerá-las como simples ­reuniões barulhentas, aquela série evangelística começou a despertar em Esmiarito e Dalkis a esperança em algo melhor. Foi por isso que decidiram fazer pequenas tarefas domésticas no quintal de casa, a fim de que pudessem, disfarçadamente, ficar de olho nos acontecimentos da residência ao lado. Em uma das noites, Esmiarito limpou três vezes a mesma janela, enquanto ouvia a pregação de Arleen. Foi a maneira que ele encontrou para acompanhar um programa inteiro. Com apenas uma cerca de arame farpado separando os vizinhos daquela igreja adventista, Esmiarito e Dalkis perguntaram se não poderiam se juntar aos demais. Mais para o fim da série de pregação, o casal de vizinhos da igreja foi à frente respondendo a um apelo do evangelista. Esmiarito e Dalkis pediram o batismo. Henry respondeu: “Está bem, mas vamos estudar, e em poucas semanas, quando vocês entenderem todos os ensinamentos, poderão ser batizados.” Porém, o casal insistiu que desejava ser batizado no sábado seguinte. “Nós entendemos os

ensinamentos. Moramos aqui ao lado e ouvimos tudo, todas as noites. Nós cremos em Jesus Cristo. Ele é nosso Salvador, e não queremos nos perder quando Ele vier”, argumentaram. BENDITA ESPERANÇA No fim da série, Esmiarito, Dalkis e mais 16 pessoas foram batizadas num tanque que havia sido recém-construído no quintal da casa. Esse resultado evangelístico mais que duplicou o número de membros daquela pequena igreja. Esmiarito e Dalkis encontraram a esperança que faltava em sua casa. Sua nova família de fé compartilhou com eles as orientações da Bíblia, de como viver melhor. Hoje, eles são membros da Igreja de Cifuentes e compartilham com os vizinhos suas descobertas espirituais, fazendo com que a igreja cresça exponencialmente. E quanto à preocupação inicial deles em relação ao barulho da igreja ao lado do quintal de casa? Para Esmiarito e Dalkis é um som sempre bem-vindo, pois todos os sábados eles se unem aos demais adoradores daquela comunidade. ] CHRISTOPHER L. BEASON é apresentador da série de vídeos Missão SONlight e presidente do Centro de Mídia Network 7 da filial da ASI na União do Sul dos Estados Unidos

PARA SABER MAIS ▪ worldyouthgroup.org ▪ asiministries.org

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VISÃO GLOBAL

ISSO É POSSÍVEL PARA QUEM CRÊ E OBEDECE TED WILSON

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ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (Jo 10:10, NVI). O contexto dessa passagem tão conhecida são os capítulos 9 e 10 do evangelho de João. Jesus tinha acabado de curar um cego. Embora o homem estivesse exultando, os fariseus não estavam. Em vez disso, condenaram o ex-cego e o expulsaram da sinagoga. Porém, Cristo o encontrou e Se revelou a ele como o Filho de Deus. O homem acreditou Nele e O adorou. Em contrapartida, os fariseus não acreditaram Nele. Em vez disso, questionaram: “Acaso nós também somos cegos?” (Jo 9:40, NVI). E Jesus respondeu: “Se vocês fossem cegos, não seriam culpados de pecado; mas agora que dizem que podem ver, a culpa de vocês permanece” (v. 41, NVI).

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VALOR INESTIMÁVEL A Igreja Adventista do Sétimo Dia entende também que a vida humana, inclusive a dos que ainda não nasceram, é preciosa aos olhos de Deus. É o que diz o documento “Declaração sobre a Visão Bíblica da Vida Intrauterina e suas Implicações para o Aborto”, votado pela nossa denominação em outubro. O documento, disponível no site da Revista Adventista (revistaadventista.com.br) deixa claro que “a vida humana é de valor inestimável”, “independentemente das capacidades físicas, mentais e emocionais” e “sem distinção de sexo, etnia, condição social, religião e qualquer outra coisa que os diferencie”. Portanto, toda vida é uma dádiva de Deus e deve ser valorizada. Além disso, nós, adventistas, reconhecemos que uma vida abundante resulta de seguirmos as instruções divinamente inspiradas com relação ao cuidado do corpo, que não é nossa propriedade, mas “templo do Espírito Santo” (1Co 6:19, 20). E reconhecemos também a integralidade dos seres humanos, o que significa enxergar corpo, mente e espírito não como

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Vida plena

Na continuação da explicação, Cristo disse que os ladrões entram num aprisco de ovelhas escalando a parede ou de qualquer outra forma; porém, Aquele que “entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas” (Jo 10:2). Enfatizando Seu argumento, Jesus reforçou para aqueles falsos pastores: “Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de Mim eram ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; quem entra por Mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem. O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (v. 7-10, NVI). Por todos os lugares pelos quais andou, Jesus levou esperança e restauração, mas para receber o dom da vida abundante, as pessoas precisavam crer Nele e obedecer-Lhe. Por exemplo, o homem cego se lavou no tanque de Siloé (Jo 9:7); o paralítico do tanque de Betesda se levantou, pegou sua maca e andou (Jo 5:9); o homem com a mão atrofiada estendeu a mão (Mc 3:5). O fato é que Cristo continua a oferecer vida abundante por meio da Sua Palavra, Seu Espírito e Sua igreja. Especificamente por meio da Igreja Adventista do Sétimo Dia, isso se dá pela pregação de uma mensagem que contempla o ser humano por completo, em suas dimensões física, mental, social e espiritual.

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entidades separadas, mas integradas, formando o que a Bíblia chama de “alma vivente” (Gn 2:7).

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Foto: Pete Nowicki

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NOVO COMEÇO Muitos conselhos divinos nos foram dados por meio da Bíblia e dos escritos de Ellen White a respeito de como viver de modo pleno. É com base nessas orientações que o Ministério da Saúde da sede mundial adventista trabalha com a sigla em inglês NEWSTART (novo começo). Essa é uma forma criativa de lembrarmos dos princípios importantes dados por Deus para nossa qualidade de vida e longevidade. Vejamos quais são eles: Nutrição. O que comemos e bebemos afeta diretamente nosso corpo, mente e espírito. A Bíblia e os escritos de Ellen White incentivam uma dieta vegetariana, com base no que é mais natural, conforme foi oferecida ao ser humano no jardim do Éden (Gn 1:29, 30). O consumo da carne, com sua alta concentração de proteína, colesterol e gordura, está intimamente ligado à pressão alta, problemas cardíacos, câncer e muitas outras doenças. Já um cardápio saudável inclui frutas, grãos, vegetais, legumes e frutos secos. Além disso, limitar a ingestão de açúcar e alimentos refinados, não comer entre as refeições, e tomar um desjejum reforçado e um jantar leve podem ser muito benéficos (veja healthline. com/nutrition/seventh-day-adventist-diet). Exercício. Deus criou os seres humanos para serem ativos. O exercício físico regular proporciona mais energia, resistência e força ­muscular. Ele reduz o estresse, colesterol, pressão arterial e o risco de doenças. Melhora o sono e o humor e ajuda a manter um peso saudável (acesse tinyurl.com/thebenefits). Água. Mais da metade do nosso corpo é constituída por H2O. Beber pelo menos oito copos de água por dia melhora o metabolismo e ajuda a filtrar toxinas, tornando assim nossos pensamentos mais claros. Em contrapartida, vários estudos têm comprovado que algumas bebidas, em especial as alcoólicas e cafeinadas são prejudiciais à saúde (leia tinyurl.com/ caffeinedangers). Luz solar. Ela estimula a produção de vitamina D, deixa nossa pele mais saudável, melhora o sistema imunológico e o humor. Cuide apenas com a exposição excessiva e desprotegida ao sol (acesse tinyurl.com/sunlightblessings). Temperança. Autocontrole tem que ver com evitar o consumo de substâncias nocivas e usar com moderação o que é saudável. Pesquisas têm

mostrado que os adventistas norte-­americanos vivem mais tempo do que a população nacional, em grande parte porque se abstêm de álcool, fumo, cafeína e drogas ilegais (confira em tinyurl.com/AHStudies). Ar puro. Fundamental para a existência, a qualidade de vida em muito depende da qualidade do ar. Devemos abrir diariamente as janelas de casa para proprocionar ventilação, além de passar algum tempo ao ar livre a fim de respirar profundamente. Se você mora numa grande cidade, vá a um parque para respirar um ar mais limpo (leia em tinyurl.com/8lawsofhealth). Descanso. Dormir suficientemente e ter momentos de descontração e relaxamento são essenciais para a saúde física e mental. Ir cedo para a cama e levantar-se cedo produz um sono mais restaurador. Para tanto, é importante comer a última refeição várias horas antes de dormir, exercitarse regularmente, não tomar bebidas cafeinadas e evitar atividades estressantes à noite. Guardar o sábado a cada semana também é de grande ajuda (acesse tinyurl.com/ importantrest). Confiança em Deus. Exercitar a fé promove paz e saúde (Is 26:3). Seguir Jesus dá propósito para a vida. Se reconhecermos os ensinamentos bíblicos acerca do valor inestimável de toda vida humana e obedecermos aos princípios de saúde dados por Deus através dos escritos de Ellen White, de fato Sua igreja remanescente poderá ser uma promotora da vida plena que Ele oferece a todos, generosa e gratuitamente. Boa parte deste artigo é uma adaptação do Manual de Discipulado (Discipleship Handbook: A Resource of Seventh-day Adventist Church Members) lançado pela sede mundial da igreja em 2018. ]

DEUS ABENÇOOU A IGREJA

ADVENTISTA DO

SÉTIMO DIA COM

UMA MENSAGEM SINGULAR, QUE FALA DE VIDA PLENA NOS

ASPECTOS FÍSICO,

MENTAL, SOCIAL E ESPIRITUAL

TED WILSON é o presidente mundial da Igreja Adventista. Você pode acompanhar o líder por meio das redes sociais: Twitter (@pastortedwilson) e Facebook (fb.com.br/ pastortedwilson)

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DOM DE PROFECIA

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QUAL SERIA SUA POSIÇÃO SE FOSSE LEVADO A UM TRIBUNAL PARA DEFENDER O ESTILO DE VIDA ADVENTISTA? PETER N. L ANDLESS

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magine ser levado perante um tribunal para responder a acusações, não por guardar o sábado, mas por viver e ensinar a mensagem adventista de saúde. O que você diria se um juiz, olhando nos seus olhos, perguntasse: “Por que os adventistas do sétimo dia priorizam tanto a promoção da saúde?” E, batendo o martelo, o juiz exigisse: “Defenda-se!” Se eu estivesse nessa situação, responderia o seguinte: NOSSA FILOSOFIA Meritíssimo, se me permite, o trabalho de cuidado com a saúde e de cura é o cerne da Igreja Adventista. Nossa declaração de missão diz, entre outras coisas, que “defendemos os princípios bíblicos do bem-estar do ser humano como um todo, priorizamos a vida saudável e a cura dos doentes e, por meio do nosso ministério com os pobres e oprimidos, cooperamos com o Criador em Seu trabalho compassivo de restauração”. Além disso, meritíssimo, declaramos em nossas crenças fundamentais que, “sendo nosso corpo o templo do Espírito Santo, devemos cuidar dele de maneira inteligente. Junto com adequado exercício e repouso, devemos adotar a alimentação mais saudável possível e nos abster dos 24

alimentos imundos identificados nas Escrituras. Visto que as bebidas alcoólicas, o fumo e o consumo irresponsável de medicamentos e narcóticos são prejudiciais ao nosso corpo, também devemos nos abster dessas coisas. Em vez disso, devemos nos empenhar em tudo que submeta nossos pensamentos e nosso corpo à disciplina de Cristo, o qual deseja nossa integridade, alegria e bem-estar” (Nisto Cremos, CPB, 2018, p. 351). Por essa razão, senhor juiz, os adventistas não consomem fumo, álcool, drogas recreativas, nem narcóticos. Nossa denominação incentiva uma dieta vegetariana equilibrada, evitando alimentos impuros, conforme listados no Antigo Testamento. Desde o início, a promoção da saúde, integridade e bem-estar humanos fazem parte do DNA da organização. Em 1863, por exemplo, Ellen White, cofundadora da denominação, ajudou a moldar nossa filosofia de saúde. Muito antes de a R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Fevereiro 2020

Foto: Zolnierek

Em defesa da saúde

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evidência médica surgir, ela já falava com veemência sobre os perigos do fumo e do álcool e alertava a respeito dos riscos de medicamentos venenosos, que tinham como base o arsênico e o mercúrio. Ela também condenou fortemente o consumo de chá-preto, café e o uso de estimulantes, bem como a ingestão de alimentos cárneos. A pioneira adventista defendeu o cardápio vegetariano equilibrado como a melhor dieta. Além disso, incentivou o uso de água pura e limpa (por dentro e por fora), ar puro, exercícios físicos regulares, descanso, fé, exposição apropriada ao sol, integridade e apoio social. Até hoje esses princípios são a base da nossa educação e prática de saúde. PROMOÇÃO DA TEMPERANÇA Senhor juiz, no fim dos anos 1950 e início da década de 1960, a Igreja Adventista liderou, nos Estados Unidos, as iniciativas contra o tabagismo, desenvolvendo o famoso Plano de Como Deixar de Fumar em Cinco Dias. Esse programa foi posteriormente revisado duas vezes e agora é chamado de BreatheFree 2.0 (Respire Livre 2.0). Essa abordagem continua a ser usada pelos adventistas em várias partes do mundo. De fato, nossa denominação tem uma longa história de promoção da temperança. Realiza constantemente esse trabalho com o apoio de organismos como a Associação Internacional de Saúde e Temperança e da Comissão Internacional para a Prevenção do ­Alcoolismo e da Toxicodependência, entidade fundada em 1953 e que tem atuação em mais de 120 países.

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Foto: Zolnierek

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OS PRINCÍPIOS DE SAÚDE ENSINADOS E PRATICADOS PELA NOSSA DENOMINAÇÃO NÃO SERVEM SOMENTE PARA NOS PROPORCIONAR MAIS QUALIDADE DE VIDA E LONGEVIDADE, MAS TAMBÉM AMENIZAR O SOFRIMENTO DO MUNDO

A VANTAGEM ADVENTISTA Meritíssimo, se me permite, gostaria de acrescentar que outros já reconheceram as vantagens para a saúde que resultam do estilo de vida promovido pelos adventistas. Por exemplo, a revista Time (28 de outubro de 1966) relatou o resultado positivo do primeiro Estudo de Saúde Adventista, descrevendo os resultados como a “vantagem adventista”. Nessa pesquisa observou-se que os adventistas apresentaram redução significativa no índice de câncer e cirrose hepática. Estudos posteriores têm mostrado um aumento expressivo na longevidade entre os que vivem o estilo de vida adventista. Os resultados das meta-análises têm sido tão convincentes que o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos alocou 19 milhões de dólares para realizar o Estudo Adventista de Saúde II, com ênfase especial nas diferenças de doenças malignas entre os adventistas e a população em geral. Nossos princípios de saúde receberam maior visibilidade internacional após uma reportagem da revista National Geographic de novembro de 2005 classificar a comunidade adventista de Loma Linda, no sul da Califórnia (EUA), como uma das populações mais longevas e saudáveis do planeta. A matéria, que procurou investigar os segredos para se viver mais tempo, acabou resultando depois no livro Zonas Azuis: A Solução para Comer e Viver como os Povos Mais Saudáveis do Planeta (nVersos, 2018). Na obra, o jornalista Dan Buettner mostrou lugares em que as pessoas vivem saudavelmente aos 80, 90 e até 100 anos de idade. Em 20 de fevereiro de 2009, foi a vez do portal de notícias U.S. News and World Report publicar uma matéria sobre os onze hábitos que podem

levar as pessoas a viver até um século. O oitavo hábito apresentado na reportagem era: “Viva como os adventistas do sétimo dia. Os americanos que se definem como adventistas do sétimo dia têm uma expectativa média de vida de 89 anos, cerca de uma década acima da média dos americanos. [...] Os fiéis normalmente seguem uma dieta vegetariana com base em frutas, vegetais, feijões, nozes e praticam exercícios físicos diariamente.” MINISTÉRIO DE CURA Contudo, por melhor que tudo isso pareça, meritíssimo, mais importante do que viver alguns anos a mais é a decisão de realizar o trabalho Daquele que nos enviou (Jo 9:4). Nós, adventistas, acreditamos que Deus nos muniu de orientações importantes de como ser saudáveis, felizes e santos. E essa mesagem nos foi confiada para ser canalizada em benefício do próximo, a fim de aliviar o sofrimento do mundo. É por isso que nossa denominação mantém sete cursos de Medicina, mais de 70 de Enfermagem, além de 783 hospitais, clínicas e ambulatórios em todo o mundo. Mais de 250 mil funcionários trabalham nos sistemas de saúde adventistas, que operam sem fins lucrativos. Nessas unidades de saúde são atendidos anualmente mais de 22 milhões de pacientes ambulatoriais e 1,5 milhão de internos. Somente nos Estados Unidos, a rede hospitalar adventista oferece por ano mais de 1,1 bilhão de dólares em serviços médicos gratuitos. Por ta nto, estou d ia nte do senhor, acusado de ensinar, promover e me entusiasmar com a mensagem de saúde adventista, que tem como base a Bíblia, os escritos de Ellen White e pesquisas científicas sólidas. Logo, meritíssimo, declaro-me culpado! ] PETER LANDLESS é cardiologista e diretor do Ministério da Saúde da sede mundial adventista em Silver Spring, Maryland (EUA)

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NISTO CREMOS

As lentes de Deus

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NOSSA IDENTIDADE E O VALOR DE CADA PESSOA SÃO DEFINIDOS PELO FATO DE A HUMANIDADE TER SIDO CRIADA À IMAGEM E SEMELHANÇA DO CRIADOR KESSIA REYNE BENNETT

erta noite, quando setembro se transformou em outubro, minha filha n a s c e u, f eit a à minha imagem e semelhança. Uma menina com bochechas parecidas com as minhas, além de cabelos castanhos e olhos azuis como os meus. Agora, ainda vivendo sua infância, ela fala, carrega sua bolsa e coloca a louça na máquina de lavar igual a mãe. Imagino que, quando Adão e Eva se tornaram pais, ficaram maravilhados em ver parte das características deles reproduzida nos filhos. Detalhe: quais pais não são assim? A Bíblia afirma que Sete, o terceiro filho de Adão citado na narrativa bíblica, foi gerado à semelhança e conforme a imagem

Foto: Quentin Keller

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do primeiro casal (Gn 5:3). Essa descrição de Adão e seu filho apresenta um paralelo claro com o relato a respeito da criação do ser humano (compare Gn 1:26 com 5:1, 2).

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Foto: Quentin Keller

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À IMAGEM DE DEUS Ao longo dos séculos, muita gente tem se perguntado o que significa dizer que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. É fácil reconhecer que meus filhos se parecem comigo, seja quanto à cor dos cabelos, sotaque e outras manias. É fácil reconhecer também que há grande diversidade étnica, idiomática, cultural e de habilidades entre os seres humanos. Contudo, onde está a imagem de Deus em tudo isso? A partir da minha compreensão da Bíblia, consigo pensar em sete questões a respeito do significado da imagem e semelhança de Deus em nós: 1. Dignidade. Isso significa que temos um valor especial no contexto de toda a criação. Por isso, já no começo de nossa história, Deus avisou o ser humano que a vida era sagrada e que a pior pena seria aplicada a quem matasse alguém (Gn 9:6). 2. Preservação após a queda. Sem dúvida, o pecado corrompeu o coração e as sociedades humanas, mas a marca de Deus persiste individualmente nas pessoas. 3. Responsabilidade. No relato da criação, após ter mencionado que a humanidade foi feita à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26, 27), o Senhor deu tarefas ao ser humano: multiplicarse, encher a Terra, cultivar o solo e cuidar dos animais. Essa elevada função de ter o domínio sobre o planeta e de exercê-lo conforme Deus faria maravilhou autores bíblicos, como o rei Davi: “Que é o homem, para que com ele Te importes? E o filho do homem, para que com ele Te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das Tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste” (Sl 8:4-6, NVI). 4. Envolve homens e mulheres. Homem e mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus e para ambos foi dada a ordem para dominar e se multiplicarem. Isso significa que homens e mulheres têm o mesmo valor e que para ambos foram conferidas nobreza e responsabilidade. 5. Reflexo da natureza da divindade. Somente quando estão juntos é que os seres humanos, em cooperação e interdependência, podem expressar a imagem e semelhança com Deus. Isso nos lembra que não fomos chamados a

viver isoladamente, mas a formar uma unidade complexa, assim como a Trindade, que trabalha para abençoar o mundo. 6. A expressão perfeita é Cristo. A humanidade foi criada “à” imagem de Deus ou “segundo” a imagem Dele; porém, somente Cristo é a imagem de Deus, a expressão mais plena e verdadeira do Pai (2Co 4:4; Cl 1:15). 7. Destino glorioso. O propósito original e supremo de Deus para a humanidade é que sejamos semelhantes à imagem Dele. Por causa da queda de nossos primeiros pais, esse objetivo inicial só pode ser cumprido por meio da restauração dessa imagem viabilizada pela encarnação e morte do Filho (Rm 8:29; 2Co 3:18; Ef 4:24).

APRECIAR A BELEZA, NOBREZA E GLÓRIA DO PLANO DE DEUS PARA NÓS PODE NOS INSPIRAR A VALORIZAR E PROTEGER A VIDA E A DIGNIDADE HUMANAS

REENCONTRE SEU LUGAR Como órfãos num cosmos imenso, os seres humanos anseiam encontrar seu lugar neste Universo que parece tão imenso, frio e indiferente. Parte da humanidade acredita que o ser humano se originou de formas inferiores de vida, por meio de um processo de luta e sobrevivência violenta e egoísta dos mais fortes. Os que assim enxergam o mundo, se perguntam: “Qual é o significado de tudo isso?” É verdade que fomos formados do solo, como toda árvore, flor e capim. Compartilhamos dos elementos e do ambiente comum a todos os vegetais do planeta. Também, assim como os animais, viemos à vida por meio do sopro divino (Gn 1:30; 2:7). No entanto, a humanidade se destaca no contexto da criação como seres singulares. Deus nos deu uma dignidade, papel e destino especiais; Ele nos presenteou com o fato de termos sido feitos à Sua imagem. Por isso, precisamos entender Seu propósito para nós a fim de entendermos quem somos. Podemos ir mais alto e mais longe no que Ele sonhou para nós. Quando apreciamos a beleza, nobreza e glória do plano de Deus para nós, é possível compreender também o alto valor que cada ser humano tem para Ele. Enxergando a vida desse modo, temos mais condições de assumir uma postura de proteção da vida e da dignidade humana contra qualquer forma de abuso e exploração. Passamos a ver uns aos outros a partir das lentes de Deus. ] KESSIE REYNE BENNETT é pastora da área do discipulado da Igreja College View, em Lincoln, no Nebraska (EUA)

PARA SABER MAIS adventistas.org/pt/institucional/crencas/

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MINHA HISTÓRIA

A festa de Denise QUANDO DEUS MULTIPLICOU PACOTES DE BISCOITO E GARRAFAS DE SUCO NUMA CELEBRAÇÃO EVANGELÍSTICA NO MÉXICO

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enise e sua família frequentam uma pequena igreja que tem grandes sonhos e orações mais ousadas ainda. Todos os anos, essa congregação pede a Deus que a leve a algum lugar onde possa fazer a diferença. Às vezes, Deus envia esses adventistas para um lugar próximo; porém, na maioria das oportunidades, eles atendem o chamado para servir a uma comunidade carente num país vizinho, como o México. “Quando planejamos uma viagem missionária, a primeira coisa que fazemos é orar pela liderança de Deus”, explica Denise. “Depois que escolhemos um local no qual trabalhar, enviamos alguém para fazer uma visita e ouvir as pessoas a fim de descobrir como podemos ajudar. Então, começamos a levantar o dinheiro necessário para a viagem, alimentação, construção e uma centena de outras despesas que se mostram necessárias.” 28

*** Certa vez Deus levou a igreja de Denise para servir a uma pequena congregação adventista na cidade mexicana de Juarez. Eles enviaram antes um membro da igreja para ver exatamente o que aquela congregação precisava. O relatório foi triste. O prédio do templo de Juarez precisava ser pintado por dentro e por fora. O telhado necessitava ser reconstruído, pois havia vários pontos de vazamento. Os adventistas dali também precisavam de cadeiras novas, muitos materiais para o ministério infantil, reforma no jardim e “toneladas” de Bíblias em espanhol. R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Fevereiro 2020

Foto: lachris77

DICK DUERKSEN

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Foto: lachris77

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“Viagens missionárias como essa são a melhor coisa realizada pela nossa igreja”, explica Denise. “Elas nos unem no serviço. Claro que dão muito trabalho, mas, pelo fato de realizarmos o trabalho juntos e de precisarmos orar por todos os desafios, essas aventuras de fé tornam mais forte nossa congregação.” Os voluntários da igreja da Denise trabalharam arduamente em Juarez. O clima estava quente e logo todos ficaram com a roupa enxarcada de suor. Os homens reconstruíram o telhado e trabalharam em várias atividades de manutenção. Todos pintaram a igreja por dentro e por fora, até que ficou parecendo nova. Quando a equipe de Denise terminou tudo que estava na lista, decidiu realizar uma festa com todos os membros da igreja local para celebrar o que haviam realizado. “Imaginamos que talvez viessem 40 ou 50 pessoas à festa. Então fui ao supermercado e comprei 40 pacotes de biscoitos e rosquinhas, além de 95 litros de suco”, lembra Denise. “No início, chegaram cerca de 20 pessoas, depois 30, 45, 70, até que finalmente mais de 150 pessoas lotaram a pequena igreja. Todas as cadeiras estavam ocupadas e havia pessoas em pé, apertadas como sardinhas contra a parede.” O pastor local dirigiu o culto daquela noite e toda a congregação cantou, orou e celebrou o amor de Deus. No fim do programa, 35 pessoas foram à frente sinalizando que desejavam seguir a Cristo. Queria que você tivesse visto a festa! Eram 35 pessoas que nunca tinham colocado os pés numa igreja.” *** A noite prometia ser maravilhosa, mas estava claro que Denise não tinha comida nem suco suficientes para todos. E era tarde demais para voltar à cidade e comprar mais. Então Denise procurou o pastor e compartilhou seu desespero. “Não temos comida nem bebida para todos os convidados. Nós nos preparamos para receber 50 pessoas, mas vieram 150!” “Não, Denise, há mais de 150 pessoas. Você não contou as que estão lá fora esperando para entrar. Mas tudo bem. Vamos orar e servir o que temos”, tranquilizou o pastor. Denise e o pastor oraram pelo alimento e pediram que os convidados fizessem uma fila e se servissem nas mesas montadas numa sala nos fundos da igreja. “Servimos algumas bolachas, biscoitos e rosquinhas, e uma das irmãs encheu os copos com o suco”, conta Denise. “Quando as pessoas começaram a chegar, eu tinha certeza de que não teríamos nada nem próximo do suficiente, mas continuamos despejando o suco e repondo os pacotes. Quando as bolachas acabaram, peguei a caixa de papelão e tirei outra remessa. E fiz isso também com as rosquinhas. Quando todo o suco foi servido, peguei outra embalagem com três litros na geladeira. Tínhamos conseguido lotar a geladeira com 90 litros de suco, mas nem tive a ideia de contar quantos tiramos dali. Só sei que continuei pegando e servindo, sorrindo e celebrando com as pessoas! De alguma forma, por meio do poder de multiplicação de Deus, e muito trabalho dos anjos do ‘abastecimento’, todos se serviram uma, duas e até três vezes. As pessoas estavam realmente famintas!”

DENISE HAVIA SE PREPARADO PARA RECEBER 50 PESSOAS, MAS APARECERAM 150 CONVIDADOS NAQUELA NOITE NA IGREJA

Depois que as visitas saíram, Denise abriu a geladeira, que deveria estar vazia, e viu que lá ainda havia 31 litros de suco. Surpresa e impressionada, foi às latas de lixo e começou a contar as embalagens que haviam descartado. “Contei mais de 80 garrafas de plástico de suco e mais de 100 sacos de bolachas, biscoitos e rosquinhas nas latas de lixo”, confirma Denise. “A questão é que eu tinha comprado apenas 90 litros de suco e 40 caixas de lanches! Ainda mais impressionante é que a caixa de papelão grande estava cheia. Tinha 12 pacotes fechados de biscoitos, 12 de bolachas e 12 de rosquinhas.” A história de Denise me faz pensar no relato de Jesus alimentando mais de 5 mil pessoas numa colina às margens do Mar da Galileia. Ali, tudo começou com um menino que doou seu almoço de cinco pães e dois peixinhos e terminou com a sobra de 12 cestos de comida (Mt 14:13-21)! Numa outra oportunidade, Jesus alimentou mais de 4 mil pessoas e sobraram sete cestos de comida (Mt 15:32-39). “De onde vieram os biscoitos e como aquele suco todo coube na geladeira? Não sei. Vieram de Deus”, diz Denise. “Sempre que eu procurava mais, Deus me dava o que precisávamos. Isso tudo simplesmente apareceu! Vi a bênção da multiplicação do alimento quando Deus fez o pouco que tínhamos se transformar em abundância.” Ele não multiplica apenas pães ep ­ eixes, mas bolachas e suco. ] DICK DUERKSEN é pastor e mora em Portland, Oregon (EUA)

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DEVOCIONAL

NO TOM CERTO WILLIE E ELAINE OLIVER

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lguma vez você já tentou fazer suco de laranja sem laranjas ou torta de maçã sem maçãs? É o que acontece quando esperamos construir um casamento saudável e uma família estável sem bondade e compaixão. Embora seja verdade que a honestidade é um dos elementos mais importantes no relacionamento familiar, é igualmente relevante compreender como comunicar a verdade de maneira a obter resultados positivos. Qualquer comediante pode dizer a primeira coisa que lhe vem à mente; porém, pessoas emocionalmente inteligentes e responsáveis cuidam para se expressarem de modo a respeitar os sentimentos de quem amam. Precisamos considerar que todos chegam à idade adulta com uma bagagem emocional. Somos produto das interações positivas e negativas a que fomos expostos ou privados em nossa família de origem. Por causa disso, todos temos nossas feridas e pontos fracos que, quando são intencionalmente atacados, podem nos gerar muita dor. Logo, no contexto familiar, nossas palavras e atitudes devem promover o crescimento de todos, pois a Bíblia nos aconselha a não procurar somente nossos interesses, mas dos outros também (Fp 2:4). 30

Nem mulheres nem homens devem usar palavras ofensivas quando falam com seus cônjuges e filhos. Embora dizer a verdade seja importante e não deva ser evitado, é preciso ter cuidado para que ela seja dita com bondade e compaixão. Uma boa regra prática é, antes de falar algo, pensar em como gostaria que aquilo fosse dito para você (Lc 6:31). Falar a verdade significa muito mais do que simplesmente ser honesto. Significa praticar deliberadamente a bondade e compaixão em todas as nossas interações. É criar um ambiente amigável que sirva de terreno fértil para a construção de relacionamentos que resistirão ao teste do tempo. Afinal, não é nada sábio praticar a grosseria ou a ofensa. Ao contrário, o sábio Salomão aconselhou: “A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira” (Pv 15:1, NVI). Se você foi ferido por algo que seu cônjuge ou familiar lhe disse, em vez de nutrir raiva, ressentimento ou mágoa, peça a Deus que lhe dê o espírito certo para enfrentar a situação com bondade, compaixão e paciência. Em vez de acusar a outra pessoa, inicie a conversa expondo seus sentimentos,

PESSOAS EMOCIONALMENTE INTELIGENTES SE EXPRESSAM COM A PREOCUPAÇÃO DE RESPEITAR E PROTEGER O SENTIMENTO DO OUTRO falando como se sentiu em certo contexto. Nossa oração é para que todas as famílias levem esta mensagem no coração, praticando a bondade e a compaixão nos diálogos, a fim de construir casamentos e lares fortes para a expansão do reino de Deus. ] WILLIE E ELAINE OLIVER são diretores do Ministério da Família na sede mundial adventista, nos Estados Unidos, e autores do livro missionário Esperança Para as Famílias

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NÃO BASTA DIZER A VERDADE, É PRECISO FAZER ISSO COM BONDADE E COMPAIXÃO

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BÍBLIA DE ESTUDO

ANDREWS

1 Capa de couro preta 2 Capa dura azul

Formato: 17 x 23,5 cm Número de páginas: 1860

Versão Almeida Revista e Atualizada, 2a edição

1

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ÃO A Bíblia de Estudo Andrews foi desenvolvida para apresentar a Palavra de Deus de maneira prática, sistemática e profunda.

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Rico sistema de referências cruzadas.

Índice temático com sugestões para estudos bíblicos. Concordância bíblica abrangente em ordem alfabética. Introdução aos livros contendo informações: autor, data, local de escrita, temas principais, mensagem, teologia, etc. Quinze mapas originais e coloridos.

Mais de 12 mil notas de estudos produzidas por teólogos qualificados. TABELAS E ILUSTRAÇÕES Tabelas e ilustrações no corpo do texto e muito mais. Foto: Almos Bechtold

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VENTO OU ESPÍRITO? ENTENDA POR QUE EM ALGUMAS VERSÕES BÍBLICAS A EXPRESSÃO “ESPÍRITO DE DEUS” EM GÊNESIS 1:2 É TRADUZIDA COMO “VENTO PODEROSO” ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ

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lgumas passagens bíblicas podem ser traduzidas de diversas maneiras, requerendo um exame cuidadoso do seu contexto imediato e amplo. Nesses casos, devemos ser humildes o suficiente para reconhecer essa realidade. Porém, em Gênesis 1:2, as evidências linguísticas e contextuais favorecem uma leitura mais tradicional. Vejamos os argumentos para as duas traduções: 1. Vento poderoso. Em primeiro lugar, o verso anterior descreve as condições caóticas da Terra, o que faz com que os tradutores não descartem a ideia de “um vento poderoso soprando sobre as águas”. Em segundo lugar, existe o argumento correto de que ruach significa tanto “vento” como “espírito”. O terceiro ponto é que a palavra hebraica Elohim pode significar “Deus” ou “algo notável” ou “incomparável” (ver, por exemplo, Jn 3:3; Gn 23:6; 30:8; Êx 9:28). Em quarto lugar, em Gênesis 1:2 o verbo rakhap (“pairar”) foi associado a “vento”. Por fim, a ideia de “um vento poderoso” também é encontrada em algumas histórias míticas da Mesopotâmia sobre a criação.

2. Espírito de Deus. A tradução desse texto mais tradicional entre os cristãos tem sido “Espírito de Deus”, embora alguns pais da igreja e também certos escritos judaicos tenham mantido a palavra “vento”. A questão é que existem bons argumentos para essa tradução. Primeiro, em nenhum lugar do Antigo Testamento a frase “Espírito de Deus” significa “vento poderoso”. Segundo, o substantivo Elohim é usado 32 vezes em Gênesis 1, sempre significando “Deus”. Terceiro, em Gênesis 1:1, Elohim é identificado como o Criador, tornando praticamente impossível justificar o uso do mesmo termo para designar um poder caótico no versículo 2. Em quarto lugar, alguns argumentam que a utilização do termo Elohim seria até dispensável nesse texto, pois o contexto já é decisivo para indicar que a melhor tradução seria “Deus”. Quinto, embora o verso anterior descreva o estado de desordem do planeta, a referência ao “Espírito de Deus” não faz parte desse caos, mas sim faz a ligação com o poder criativo da Palavra de Deus que organiza tudo na sequência da narrativa. Sexto, essa ideia é expressa pelo próprio verbo rakhap (“pairava”), que, em suas duas outras ocorrências no Antigo Testamento, não se refere ao movimento de um vento forte. O melhor paralelo para o sentido desse verbo está em Deuteronômio 32:11, que descreve o movimento das asas de uma águia enquanto cuida de seus filhotes. O caráter pessoal do Espírito de Deus não está ausente do Antigo Testamento (Sl 104:30). Por fim, o significado de Gênesis 1:2 não tem que ver com os mitos orientais sobre a criação, e sim com a coerência interna da Bíblia. ] ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ, pastor, professor e teólogo aposentado, foi diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica

AS DUAS TRADUÇÕES SÃO TECNICAMENTE POSSÍVEIS, MAS AS EVIDÊNCIAS LINGUÍSTICAS E TEXTUAIS APONTAM PARA A COMPREENSÃO TRADICIONAL 33

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BEM-ESTAR

CUIDAR DA SAÚDE É UM DEVER PARA COM DEUS E O PRÓXIMO QUE EXIGE DE NÓS MUDANÇA DE COMPORTAMENTO E ABANDONO DE MAUS HÁBITOS

PETER N. LANDLESS E ZENO L. CHARLES-MARCEL

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o M i n istér io da Saúde da sede mundial adventista, a maioria de nossos programas para os membros adota as instruções dadas por Ellen White, cofundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Antes de a ciência ter abordado questões hoje consideradas fundamentais para a saúde, a pioneira adventista já havia escrito que todas as pessoas deveriam conhecer os oito remédios naturais e como aplicá-los: ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício físico, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino (A C ­ iência do Bom Viver, p. 127). 34

Nessa mesma página, Ellen White enfatizou também a importância de cuidar da saúde como um dom de Deus e escreveu que isso implica o desafio de mudar comportamentos e maus hábitos: “O uso dos remédios naturais requer certo cuidado e esforço que muitos não estão dispostos a exercer. [...] Aqueles que perseveram na obediência às suas leis colherão a recompensa na saúde do corpo e da alma.” De modo consistente, ela orientou sobre o bemestar integral do ser humano, que inclui as dimensões física, mental, espiritual, social e emocional. Além disso, a pioneira incentivou o aprendizado sobre o

PETER LANDLESS é cardiologista e diretor do Ministério da Saúde da sede mundial adventista em Silver Spring, Maryland (EUA); ZENO L. CHARLES-MARCEL é clínico geral e diretor associado desse ministério

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Foto: arquivo pessoal

NA TRADIÇÃO ADVENTISTA, O CUIDADO COM A SAÚDE NÃO É ASSUNTO SECUNDÁRIO

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Foto: SkyNext

QUESTÃO DE FÉ

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complexo e maravilhoso funcionamento do corpo humano. Esse conhecimento a respeito da nossa fisiologia deve ser obtido por meio de pesquisa em fontes confiáveis e cientificamente consistentes. Para testar a confiabilidade dessas fontes é preciso se certificar de que elas estejam alinhadas com a Bíblia, os escritos de Ellen White e com estudos científicos revisados por especialistas e com base em evidências. Conforme aconselhou a pioneira, “é incomparavelmente melhor evitar a doença do que saber tratá-la uma vez contraída”. Por isso, na visão dela, é dever de toda pessoa “instruir-se quanto às leis da vida, e a elas prestar conscienciosa obediência. Todos precisam familiarizar-se com esse organismo, o mais maravilhoso de todos, que é o corpo humano. […] Cumprelhes estudar a influência da mente sobre o corpo, e deste sobre aquela, e as leis pelas quais eles são regidos” (A Ciência do Bom Viver, p. 128). Esse é um conselho oportuno e necessário, dado por quem nos criou e que cuida de nós, por meio de quem Ele escolheu. A ciência moderna continua a confirmar a mensagem adventista de saúde, cujo caráter é incrivelmente prático. Comece hoje a seguir esses princípios, que funcionam como ferramentas dadas por Deus para que tenhamos vida plena (Jo 10:10). ]

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NOVA GERAÇÃO

ARA GE DE NTO

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Igreja Adventista sempre foi parte integrante da minha vida, especialmente porque sou filha de pastor. Nossa família se mudou muitas vezes, e frequentemente o único lugar em que me sentia confortável e acolhida era na família de Deus. Cada congregação pela qual passamos nos incentivou e supriu nossas necessidades de modo diferente. Minha família foi abençoada pela igreja e esperamos continuar a retribuir isso abençoando outras pessoas. Contudo, a congregação adventista de fala inglesa de Tambaram, em Chennai, na Índia, recentemente me ajudou no processo de resgate da minha paixão pela missão de Deus. Inicialmente, ouvi falar dessa igreja por meio da minha irmã, Suzanna, que decidiu se unir a esse pequeno grupo de pessoas que se reuniam na vizinhança da faculdade em que ela estudava. No começo, ela se preocupou com o fato de não ser fluente no idioma. Porém, com o passar do tempo e oração, ela conseguiu se desenvolver e colaborar para o crescimento daquela comunidade. Ela se entusiasmou nesse processo e me contagiou, mas eu só percebi mesmo o que Deus estava fazendo ali quando passei a frequentar aquele espaço no ano passado.

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Foto: SkyNext

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Foto: arquivo pessoal

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DEUS É VISIONÁRIO E PLANEJA COISAS GRANDES PARA SUA IGREJA

SONHE ALTO COM DEUS ELE NOS CHAMA A PARTICIPAR DO QUE ESTÁ FAZENDO BEERSHEBA JACOB

Quando conheci os membros e ouvi suas histórias, entendi melhor por que a igreja estava crescendo. Como ocorreu no plantio de muitas outras igrejas, um pequeno grupo de adventistas começou a se reunir numa sala de aula para realizar um culto em inglês. A iniciativa atraiu outros que tinham interesse no idioma e logo o espaço ficou pequeno. Então os membros passaram a sonhar com a realização dos cultos num prédio de igreja convencional, que acomodasse todos e atendesse as crescentes demandas do grupo. Foi feito um apelo para levantar doações para o novo projeto. Homens, mulheres e crianças doaram seu tempo, esforço, orações e dinheiro para a construção do espaço, que começou em setembro de 2016, no primeiro andar de uma Igreja Adventista já existente. O espaço foi inagurado e consagrado a Deus em 26 de março de 2017, num clima de muita gratidão dos adoradores. As pessoas daquela comunidade e os móveis daquele lugar tinham uma história para contar e isso me inspirou. A alegria deles pelo sonho realizado me fez lembrar que Deus continua atuando e nos chamando para participar com Ele de Sua missão. A igreja de língua inglesa de Tambaram não está apenas alojada num belo edifício. A paixão de seus membros por adorar o Deus vivo neste mundo agitado é uma bênção ainda maior. Ao fazer parte dessa igreja, minha família e eu fomos novamente abençoados e tenho certeza de que essa comunidade continuará a cumprir seu papel. Creio que somos chamados a sonhar com nosso grande Deus. Ele é visionário; por isso, podemos sonhar alto. ] BEERSHEBA JACOB foi recentemente contratada para coordenar a área de Recursos Humanos do Lowry Memorial College, em Bangalore, Índia

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PRIMEIROS PASSOS

WILONA KARIMABADI

ocê já ouviu sobre corações que conversam? Eles são uns doces pequenos em forma de coração que contêm mensagens para o Dia dos Namorados, data celebrada em 14 de fevereiro nos Estados Unidos e na Europa. O artesanato que vamos ensinar aqui é inspirado nesses corações e você pode utilizá-lo para espalhar palavras bondosas durante todo o ano. É uma boa opção de atividade manual para sua classe da Escola Sabatina, unidade do Clube de Aventureiros ou para fazer com sua família e amigos.

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PREPARAÇÃO Se você estiver numa sala de aula, escreva o nome de cada um dos seus colegas num pequeno pedaço de papel. Dobre os papéis ao meio para que os nomes fiquem escondidos e peça ao seu professor que os misture num recipiente grande. Sem dizer a ninguém, cada aluno vai pensar em alguém para quem deseja doar o artesanato. Esse é um passo importante.

“Seja o Senhor leal e fiel para com vocês. Também eu firmarei minha amizade com vocês, por terem feito essa boa ação” (2Sm 2:6, NVI) 36

MATERIAIS • Um prato de papel • Papelão fino (grande o suficiente para formar uma placa de papel) • Lápis • Tesoura • Moldes de coração • Papel para dobradura, nas cores que você mais gosta • Marcadores, giz de cera e canetas coloridas • Tubos de cola

WILONA KARIMABADI é editora da revista KidsView

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Foto: Kat J

APRENDA A FAZER UM ARTESANATO DIVERTIDO PARA COMPARTILHAR PALAVRAS BONDOSAS COM ALGUÉM

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Ilustração: Xuan Le

CORAÇÃO GENTIL

INSTRUÇÕES 1 Trace o prato de papel na folha de papelão. Em seguida, desenhe outro círculo dentro daquele, com cerca de 3 cm de espaço entre os dois. 2 Corte esse “anel” gigante que você desenhou. Ele será a base da sua guirlanda. 3 Dobre um pedaço de papel de dobradura ao meio e use o molde de coração para cortar e modelá-lo. Um adulto pode ajudar você nessa parte. 4 Desenhe vários corações dobrados ao meio nos papéis de dobradura. Você deve conseguir colocar três corações no papel. Repita isso quatro vezes com papéis de várias cores, a fi m de chegar num total de 12 corações. 5 Corte todos os corações de cores diferentes e marque os vincos. Agora pense na pessoa que você escolheu presentear e escreva palavras bondosas a respeito dela. 6 Orga n ize os corações na forma de uma guirlanda de flores. Quando estiver satisfeito com a aparência, cole os corações na guirlanda. 7 Depois que o artesanato estiver pronto e seco, cada aluno poderá se revezar na leitura das palavras amáveis da sua guirlanda e o restante da turma pode tentar adivinhar quem ele está mencionando. No fim, cada um presenteia sobre quem escolheu falar. ]

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PERSPECTIVA

PROJETO ORIGINAL

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A VIOLÊNCIA NÃO FAZ PARTE DO IDEAL DE DEUS PARA A HUMANIDADE

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Foto: Kat J

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Ilustração: Xuan Le

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violência destrói famílias e machuca de modo distinto os membros do mesmo lar. Infelizmente, porém, algumas pesquisas apontam que os índices de violência doméstica nos lares adventistas são semelhantes aos da população em geral. Segundo um estudo realizado com mais de mil adventistas pela socióloga René Drumm, professora da Universidade do Sul do Mississippi (EUA), 33% das pessoas entrevistadas relataram ter sofrido violência física, 44% passaram por abuso emocional e 23% foram vítimas de violência sexual. No estudo que realizei com mais de cem mulheres adventistas hispânicas, constatei que 42% delas se identificaram como sobreviventes de violência e 33% afirmaram que seu agressor era adventista. A violência doméstica inclui ameaças e abuso, tanto físico como espiritual, sexual, emocional ou financeiro. O fato é que todos esses tipos de violência são traumatizantes, e nosso Criador não nos projetou para perpetuar, experimentar nem testemunhar tudo isso. Somente em tempos recentes, a ciência começou a perceber como o abuso

ALGUMAS PESQUISAS NOS ESTADOS UNIDOS APONTAM QUE OS ÍNDICES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ENTRE OS ADVENTISTAS SÃO SEMELHANTES AOS DAS TAXAS DA POPULAÇÃO EM GERAL afeta nosso cérebro e corpo. Costumávamos pensar somente nas feridas físicas da violência, mas até mesmo as palavras afetam nossa mente e mudam sua maneira de funcionar. Portanto, quando há violência em casa, toda a família é ferida e a estabilidade do lar é comprometida. As vítimas de violência doméstica são mais propensas a desenvolver transtorno de estresse póstraumático, como acontece com os soldados que voltam da guerra. Essas pessoas também têm maior probabilidade de experimentar ansiedade, ataques de pânico, depressão, consumo de drogas lícitas e proibidas, além de comer em excesso e tentar suicídio. As crianças que crescem em lares abusivos sofrem consequências que vão variar conforme a idade, sexo, tipo de abuso sofrido

e/ou testemunhado. As vítimas mais novas podem apresentar problemas como urinar na cama, ansiedade, gagueira ou sono. Por sua vez, as de mais idade tendem a ter problemas de aprendizagem na escola e sofrer com dores de cabeça e de estômago. No caso dos adolescentes, os efeitos costumam ser a baixa autoestima, depressão e os comportamentos de risco, como o consumo de drogas e sexo desprotegido. Por fi m, mesmo as crianças que testemunham a violência também correm risco maior de desenvolver obesidade, diabetes e doenças cardíacas. Não existem muitas pesquisas sobre o impacto do abuso no próprio agressor, mas sabemos que eles também se machucam no processo. Alguns deles foram também vítimas de violência na infância. Por isso, Provérbios 3:31 nos diz que não devemos ter inveja de quem é violento. O que vale lembrar é que um Deus de amor não nos projetaria para ferir os outros e a nós mesmos. O abuso pode ser evitado e aqueles que foram feridos podem ser restaurados. Juntos podemos trabalhar para acabar com a violência e restaurar a paz na nossa família, como Deus planejou. ] MELISSA PONCE-RODAS, PhD, é professoraassistente de Psicologia na Universidade Andrews (EUA)

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Cré

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RETRATOS

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Pessoas da tribo Guna-Goreku, em Papua-Nova Guiné, entregam suas armas de fogo ilegais para serem queimadas. Adventistas e outros religiosos ajudaram no processo de reconciliação da comunidade, que estava em conflito havia 25 anos Crédito: revista Adventist Record

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INTERNACIONAL

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CATÁSTROFES SIMULTÂNEAS

DA AUSTRÁLIA AO BRASIL, ADVENTISTAS APOIAM COMUNIDADES QUE FORAM ABALADAS POR INCÊNDIOS, VULCÕES, TERREMOTOS, INUNDAÇÕES E OUTROS DESASTRES

ADVENTIST RECORD, ADVENTIST REVIEW, ADRA E PORTAL ADVENTISTA

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Além do apoio imediato às vítimas do incêndio na Austrália, fornecendo abrigo e água, a agência humanitária da igreja pretende ajudar famílias que perderam tudo e precisarão recomeçar a vida

deslocadas e voluntários foram encorajados tanto pelo clima de solidariedade quanto pelas orações dos fiéis. Por vários dias seguidos, Julie Nagle orou pelos bombeiros e voluntários que colocaram a própria vida em risco para salvar outras. Além disso, a líder de um ministério voltado aos aborígenes (nativos da Austrália) também trabalhou para que 40 comunidades indígenas do distrito de Wallaga Lakes e Cobargo recebessem assistência financeira enquanto aguardavam o pagamento do seguro. Em resposta à crise provocada pelos incêndios, a ADRA fez várias doações para famílias dessas e de outras comunidades no valor de 350 dólares e para igrejas no valor de 1,4 mil dólares. AMEAÇA VULCÂNICA Se na Austrália o problema foram os incêndios, nas Filipinas a ameaça veio do vulcão Taal, localizado numa região bastante povoada e frequentada por muitos turistas. Pelo fato de a atividade do vulcão

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Foto: Evan Oberholster

da comunidade, assim como fez o Avondale University College. Segundo Sarina Taituave, diretora da ADRA na Associação Sul de Nova Gales do Sul, tendo em vista que outros centros de evacuação não estavam recebendo animais de estimação, a igreja igualmente proveu um lugar seguro para eles. Diante da grave ameaça à fauna australiana, uma vez que perto de 1 bilhão de animais morreram e outros milhares ficaram feridos nos incêndios, alguns adventistas se dispuseram a confeccionar bolsas e cobertores voltados para a proteção dos bichos que foram resgatados com vida. Emma Wood, professora do Edinburgh College, montou uma sala de costura e, com a ajuda de familiares e amigos, fabricou mais de 50 peças. Ação semelhante foi realizada por alunos do Colégio Adventista de Hills, que fabricaram e doaram outras 30 ao Hospital Koala, organização sem fins lucrativos de proteção aos animais. Apesar do cenário sombrio e desolador, muitas pessoas

Foto: ADRA

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ano não começou bem para muitas pessoas ao redor do globo. Especialmente para os australianos, que, desde o dia 30 de dezembro, sofrem por causa dos incêndios florestais. Ao longo das primeiras semanas de janeiro, o fogo varreu imensas áreas nos estados de Nova Gales do Sul e Victoria. Casas viraram cinzas e vidas (humanas e de animais) foram ceifadas pelas chamas. Momentos de catástrofes como essa, de grande impacto social, econômico e ambiental, exigem respostas rápidas e também a mobilização de voluntários da igreja. Nesse caso, o desafio para os adventistas foi duplo: auxiliar outros enquanto administravam as próprias perdas. Em Cobargo, uma das áreas mais afetadas, sete famílias adventistas perderam suas casas, propriedades e negócios. Vários templos também foram danificados. Mas, apesar de também ter sido afetada, a igreja prestou assistência de muitas formas, a começar pelo fornecimento de água potável, alimento e kits de higiene, como ocorreu na região de Victoria, em parceria com a Cruz Vermelha e o Exército de Salvação. Além disso, um pastor aposentado obteve doações de membros da igreja na região leste de Melbourne para comprar oito geradores portáteis para quem ficou sem energia elétrica. A necessidade de acomodações temporárias também levou uma igreja de Bega a abrir as portas para 35 pessoas

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ter atingido o nível 4, ou seja, quando a possibilidade de ele começar a expelir lava é iminente, o governo deu ordem de evacuação a todos que moram num raio de 14 km. A medida de segurança não incluiu a região em que ficam algumas instituições adventistas, como o escritório da Divisão do Pacífico Sul-Asiático, o Centro de Evangelismo Digital da Rádio Mundial Adventista (AWR-CDE) e o Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados (AIIAS). Mesmo assim, por estarem situadas a aproximadamente 20 km da cratera, essas comunidades foram bastante afetadas pelo pó fino que se espalhou, deixando muita sujeira, matando boa parte da vegetação e fragilizando a saúde dos moradores. Devido à grande quantidade de dióxido de carbono (CO2) liberada na atmosfera e à cinza vulcânica, cuja principal substância tóxica é o dióxido de enxofre, algumas pessoas tiveram problemas respiratórios. Por conta disso, houve uma grande demanda por máscaras especiais. Diante da situação, a ADRA da Coreia do Sul doou três mil máscaras e a agência de seguros da igreja (Adventist Risk Management) sul-americana enviou outras trezentas, segundo Dioi Cruz, pastor brasileiro que trabalha e vive no campus da universidade adventista das Filipinas. Apesar de a instituição de ensino ter sido forçada a suspender temporariamente as atividades, alguns funcionários e alunos permaneceram e se mobilizaram para realizar mutirões de limpeza na comunidade. Através da ADRA, os adventistas também ajudaram a suprir necessidades básicas das famílias desalojadas, como a falta de água potável, roupas e alimentos. “Felizmente, estamos seguros, mas em sinal de alerta”, relatou Cruz, que é diretor do programa de doutorado em Ministério no seminário filipino.

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INUNDAÇÕES Apesar de a Indonésia, outra nação do sudeste asiático, também ser formada por milhares de ilhas vulcânicas, a catástrofe mais recente foi provocada não pelo magma, mas pela água que costuma atingir o arquipélago na estação chuvosa (dezembro a fevereiro).

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Foto: Evan Oberholster

Foto: ADRA

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A cinza tóxica expelida pelo vulcão Taal alcançou a universidade adventista das Filipinas. Professores, funcionários e alunos que permaneceram no campus se mobilizaram para fazer a limpeza do local e atender as necessidades da população

Pelo menos 60 pessoas morreram e milhares ficaram desalojadas por conta das inundações e os consequentes delizamentos de terra na região metropolitana de Jacarta. A equipe de resposta a emergências da ADRA realizou avaliações rápidas das necessidades e forneceu refeições para 300 famílias afetadas em Bekasi. A resposta imediata também envolveu distribuição de roupas de cama e medicamentos. ABALO SÍSMICO E DESASTRE AMBIENTAL A Agência humanitária, em parceria com membros da igreja, também entrou em ação em Porto Rico, país caribenho que ainda tenta se recuperar dos danos provocados pelos furacões Irma e Maria em 2017. Lá, no dia 28 de dezembro, um terremoto de magnitude 6,4 atingou a costa sul e foi seguido de vários tremores secundários em outras partes do país. Após as avaliações iniciais, a ADRA, em parceria com outras instituições de caridade, forneceu 200 tendas para famílias desabrigadas em Guayanilla, Yauco e Penuelas. Assim como ocorreu nessas regiões do mundo, a igreja no Brasil também se mobilizou para amenizar a situação de pessoas que

começaram 2020 sem boas perspectivas. É o caso de quem sobrevive da pesca nos lugares afetados por um dos maiores desastres marinhos já registrados no país. Após a retirada de mais de 5 mil toneladas de óleo do litoral brasileiro, a disposição da população em consumir peixes e outros alimentos de origem marinha diminuiu consideravelmente. O Comitê SOS Mar, ligado à Universidade Federal de Pernambuco, estima que as vendas de frutos do mar caíram 90%, enquanto o consumo de peixes regist rou diminuição de 70% no estado. Essa realidade levou a ADRA a ajudar 170 famílias, totalizando 80 mil reais em doações em dinheiro. O objetivo foi atender necessidades básicas das famílias de pescadores que, com o desastre ambiental, perderam a principal fonte de renda e ainda não receberam ajuda do governo. “Apesar do estresse e da devastação por todo lado, tem sido uma oportunidade de compartilhar Jesus com outros. Muitas pessoas, mesmo descrentes, estão pedindo nossas orações”, conclui Sharon Ford, membro da igreja na Austrália. ] Com informações de MARYELLEN FAIRFAX, BRENTON STACEY, LUCAS ROCHA e reportagem de MÁRCIO TONETTI

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COMUNICAÇÃO

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MAUREN FERNANDES E VANESSA ARBA

ssim como foi com a mídia impressa, a TV e o rádio, a internet também se tornou uma poderosa ferramenta evangelística. Especialmente quando o trabalho une a comunicação virtual e o contato pessoal, as possibilidades de alcance do evangelho se mostram ilimitadas. Isso tem se tornado bastante evidente nas ações que a Igreja Adventista na América do Sul tem praticado na rede. Atualmente, mais de 7,4 mil pessoas estão estudando a Bíblia por meio do WhatsApp e mais de 20 mil já completaram os estudos ­através do popular aplicativo de troca de mensagens instantâneas. Os esforços da denominação para se conectar com o público on-line se ampliaram com a parceria feita entre a sede sul-americana adventista e a Escola Bíblica Digital da Novo Tempo. Como resultado, foram formuladas novas estratégias, a exemplo da utilização de robôs virtuais para estudos bíblicos. Além de atender pelos canais tradicionais (telefone e site), a Escola Bíblica da Novo Tempo

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Atualmente, mais de 7,4 mil pessoas na América do Sul estudam a Bíblia por meio do WhatsApp

MAUREN FERNANDES e VANESSA ARBA são jornalistas e atuam na equipe da assessoria de comunicação da sede sul-americana da Igreja Adventista (com informações de Karolline Bianconi e reportagem de Márcio Tonetti)

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Novas estratégias digitais têm ampliado a influência da igreja no mundo virtual

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ALGORITMOS EVANGELÍSTICOS

tem interagido com três diferentes grupos de pessoas por meio do WhatsApp: 1. Quem deseja estudar a Bíblia de forma individual. Ao acessar o link adv.st/queroestudar, o interessado é direcionado para a conversa no aplicativo ou a versão web do “zap”. A partir desse momento, basta seguir os passos indicados pelo robô. 2. Quem deseja estudar a Bíblia com um interessado. Ao acessar o link adv.st/darestudobiblico, como no caso anterior, o usuário também só precisa seguir os passos indicados pelo algoritmo, que vai orientá-lo a criar um grupo. 3. Quem deseja receber atendimento, tirar dúvidas ou conversar com a equipe da Escola Bíblica Digital. Acessando o link adv.st/queroconversar e mandando um “Olá”, o interessado já está cadastrado na fila de espera para ser atendido. Porém, nesse caso, o atendimento é feito por uma pessoa e não pelo robô. Atualmente, três estudos estão disponíveis: “Entre família”, “Ensinos de Jesus” e “Apocalipse – Revelações de Esperança”, acessíveis inclusive às pessoas que se encontram em locais sem presença adventista, onde não há ninguém que possa tirar-lhes dúvidas presencialmente. Por meio de ferramentas digitais como essa, não apenas as barreiras do espaço e do tempo têm sido minimizadas, mas também as do preconceito. “Já atendemos pessoas que mudaram suas impressões negativas sobre a igreja a partir de uma simples conversa via WhatsApp”, relata o pastor William Timm, coordenador da Escola Bíblica Digital. No caso de Ivan Marchi foram especialmente a praticidade e a flexibilidade de horário que lhe chamaram a atenção. Depois de estudar a Bíblia pelo app, ele passou a congregar na Igreja Adventista do Botafogo, no Rio de Janeiro, onde foi batizado recentemente. Como reflexo de iniciativas como essa, igrejas locais também têm compartilhado as Escrituras pelo WhatsApp. É o caso de uma congregação de Votuporanga (SP), que diariamente envia estudos bíblicos por meio de uma lista de transmissão (recurso do WhatsApp que possibilita ao usuário enviar uma mensagem para vários contatos de uma só vez) para cerca de 230 contatos. Em uma esfera mais ampla, a igreja também tem investido no potencial evangelístico das novas tecnologias. Um exemplo é o sistema de inteligência artificial desenvolvido pela Rádio Mundial Adventista (AWR, na sigla em inglês) que pretende criar uma rede mundial de evangelistas virtuais. O algoritmo permite o compartilhamento automático de mensagens bíblicas em áudio. Mas a ideia é contar com a participação dos membros da igreja em todo o mundo para fazer com que esse conteúdo chegue às pessoas. Lançada há dois anos na África do Sul, a ferramenta já tem sido usada por adventistas da Europa e das Américas do Norte e Central. Em breve, o projeto também deve ser implantado na América do Sul. ]

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EDUCAÇÃO Já autorizada pelo MEC, o início da licenciatura em Teologia depende apenas que a aprovação seja publicada no Diário Oficial da União. A expectativa é de que o novo curso comece a ser oferecido ainda no primeiro semestre

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MINISTÉRIO DO ENSINO As possibilidades que se abrem com a licenciatura em Teologia que será oferecida a partir deste ano no seminário adventista do Paraná

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MÁRCIO TONETTI

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ensino religioso, como disciplina facultativa, “é parte integrante da formação básica do cidadão” na rede pública brasileira, conforme estabeleceu a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (art. 33), de 1996. Um reflexo óbvio da regulamentação dessa matéria no currículo escolar foi a necessidade de professores com formação teológica e pedagógica, já que isso se tornou um pré-­requisito para quem trabalha especificamente com o tema da religião em sala de aula.

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Até hoje, essa demanda ainda não foi completamente suprida em algumas regiões do país. No estado do Paraná, por exemplo, onde não há professores concursados para o ensino religioso, em sua maioria os docentes são temporários e têm formação na área de humanas, como filosofia ou sociologia. Hoje esses profissionais precisam passar por um curso de capacitação que é oferecido por uma organização conveniada à Secretaria Estadual de Educação. A carência de professores com formação teológica e pedagógica se tornou uma realidade tanto nas escolas públicas quanto nas confessionais, como é o caso da própria rede educacional adventista, onde o ensino religioso ocupa papel central. Apenas para se ter uma ideia da demanda atual, dependendo

da quantidade de turmas de uma escola, a carga horária de ensino religioso pode dispor de um, dois ou até três professores. Levando em conta que há mais de 500 unidades escolares adventistas ao redor do Brasil, o campo de trabalho realmente é bastante amplo. Pensando em preencher essa lacuna, a partir deste ano o seminário do Instituto Adventista Paranaense (IAP) pretende oferecer a licenciatura em Teologia, autorizada pelo MEC no fim do ano passado. “Queremos, portanto, atender uma necessidade, que é a vocação ministerial para a educação”, ressalta o pastor João Luiz Marcon, diretor da sede regional do Seminário Adventista LatinoAmericano de Teologia (SALT). Segundo Fabiano Mendes, coordenador da graduação em Teologia

na instituição localizada em Ivatuba, no interior do estado, 35 vagas devem ser oferecidas inicialmente. “O plano é que os alunos do bacharelado em Teologia também cursem a licenciatura”, ele informa. Ao optarem pela segunda graduação, eles terão condições de ampliar a bagagem pedagógica, já que a grade da licenciatura contempla 80 créditos em disciplinas da área educacional, enquanto no bacharelado são apenas 10. “É um tremendo ganho em capacitação pedagógica para o egresso. Isso vai se refletir na qualidade das aulas de ensino religioso nas unidades escolares da rede adventista”, acredita o pastor Fabiano. A expectativa também é que um curso dessa natureza incentive mais pessoas a seguir carreira na área, deixando talvez de ver a educação apenas como um ponto de passagem no ministério. “Estamos trabalhando para formar um perfil de pastor com vocação permanente para atuação na área educacional. Precisamos de excelência no pastorado escolar e investir na base formativa desse profissional é crucial”, ele ressalta. Embora o objetivo inicial seja suprir as demandas internas da educação adventista, o pastor Marcon observa que o curso também habilitará o egresso para atuar na rede pública como professor de religião. Por essa razão, além das disciplinas pedagógicas/didáticas e da visão institucional, o curso também proporcionará uma formação mais geral sobre religião, a fim de que esses profissionais atuem no contexto secular e plural da rede pública de ensino, o que inclui disciplinas como Panorama Religioso Brasileiro, Sociologia da Religião e Antropologia Bíblica. ] MÁRCIO TONETTI é editor associado da Revista Adventista (com informações de Gisele Ferri)

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DISCIPULADO

PASTORES, PAIS E LÍDERES PRECISAM ATENTAR PARA OS FATORES QUE MAIS LEVAM A JUVENTUDE A SE AFASTAR DE NOSSAS CONGREGAÇÕES IKECHUKWU MICHAEL OLUIKPE

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ophia cresceu como filha de pastor no leste da África, passando por todas as rotinas religiosas. Sua igreja não oferecia nenhuma atividade relevante para os jovens e isso a deixava desanimada com a própria fé. No entanto, com a ajuda de seus pais e de alguns líderes dedicados, ela teve a oportunidade de, com suas irmãs, organizar programas de sábado à tarde que envolvessem os jovens em conversa sincera a respeito da caminhada cristã. Pelo fato de ter que liderar esses encontros, Sophia passou a ler a Bíblia com seriedade e a levar a religião com compromisso. Hoje ele permanece fielmente na igreja com sua família na Jamaica. Como qualquer outra organização, a Igreja Adventista tem preocupações em relação a seu futuro. Teremos gente visionária para conduzir a tocha da fé quando os líderes atuais deixarem de estar à frente da igreja? A resposta está na prioridade que a liderança da igreja dá para a formação espiritual dos jovens.

BUSCA PELA IDENTIDADE A juventude pode ser simplesmente definida como a idade entre a infância e a vida adulta. O que vai variar é a compreensão sobre a idade em que ela começa e termina. A ONU, por exemplo, entende que os jovens sejam as pessoas entre 15 e 24 anos de idade. Neste artigo, porém, vou considerar como escopo a visão de que juventude inclui adolescentes e jovens adultos. Estudos têm apontado que cristãos dessa idade lidam com transições e mudanças críticas na espiritualidade, como mostrou Theresa Reiter no livro Nelson’s Youth Minister’s Manual (Thomas Nelson, 2011). Para ministrar de modo eficaz aos jovens, é preciso entender que cada etapa da vida envolve R e v i s t a A d ve n t i s t a // Fevereiro 2020

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Garanta o futuro da igreja

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jornada instável e cheia de desafios, mas que determinará o destino de seus mentoreados.

TEREMOS GENTE VISIONÁRIA PARA CONDUZIR A TOCHA DA FÉ QUANDO OS LÍDERES DE HOJE DEIXAREM DE ESTAR À FRENTE DA IGREJA?

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conflitos. Quando o bebê nasce, existe dor; quando um jovem se torna adulto, também. Jovens lidam com mudanças na aparência física, com o aumento da capacidade mental e com uma gama de novas emoções. Embora essas mudanças resultem também em mentes brilhantes cheias de ideias e de potencial, disposição física e a ampliação da rede de amigos, os jovens buscam respostas para a perguntachave: quem sou eu? Por isso, o conflito para definir a própria identidade é uma questão central nessa fase. E esse processo se dá por meio de escolhas, algumas com consequências de curto, médio ou longo prazo. Mesmo quando eles se mostram confiantes e seguros quanto ao que devem fazer, na verdade precisam urgentemente de orientação para navegar pelas alternativas confusas da vida. Para complicar essa situação, nos jovens a luta por equilibrar razão e a emoção é mais desafiadora. Isso porque, conforme pontuou o

pastor Barry Gane, no livro Caminho de Volta (CPB, 2013), o córtex pré-frontal, área do cérebro que responde pelas decisões, ainda está em desenvolvimento neles. Logo, os jovens podem até concordar racionalmente e com base em valores bíblicos que certo comportamento seja arriscado; porém, quando são induzidos por um grupo ou uma circunstância, tendem a ceder. Cercados por inúmeras opções e diferentes padrões e valores, mais do que nunca a juventude adventista precisa de mentores maduros e coerentes que possam ajudá-los a viver a fé no mundo real. Essa tarefa cabe especialmente aos pastores e líderes da igreja, que precisam entender que vão lidar com indivíduos envolvidos numa

POR QUE OS JOVENS ABANDONAM A IGREJA? O futuro é uma preocupação compartilhada por pessoas e organizações. Todos querem descobrir como enfrentar as tempestades das mudanças e sobreviver. Se os estrategistas do mercado já entenderam que conquistar a lealdade dos jovens é o que garante a continuidade de um negócio, a igreja precisa levar a sério isso também. O que inclui envolver intencionalmente os jovens na missão da igreja de ministrar ao mundo. Isso os preparará para segurar a tocha da fé e garantir que a fé de nossos pais não venha a se extinguir. As pesquisas mais recentes do Instituto Barna, nos Estados Unidos, têm apontado que a idade entre 18 e 29 anos é o “buraco negro” da frequência à igreja. Por sua vez, em livros como You Lost Me: Why Young Christians Are Leaving Church and Rethinking Faith (Baker, 2011), de David Kinnaman e Aly Hawkins, Eles Gostam de Jesus Mas Não da Igreja (Vida, 2011), de Dan Kimball, e Why Our Teenagers Leave the Church: Personal Stories From a 10-Year Study (Review and Herald, 2000), de Roger Dudley, são apresentados os principais fatores que levam os jovens a abandonar a igreja. São eles: (1) alienação, quando os jovens não se sentem amados na comunidade nem úteis para a igreja; (2) irrelevância, em que a participação na igreja não traz significado para eles; e (3) intolerância, quando os jovens se ressentem com o ambiente de crítica da igreja em relação aos que não se adequam aos códigos da comunidade. É importante saber dessas justificativas apresentadas, pois assim pastores e líderes de jovens podem intervir estrategicamente para tentar reverter esse quadro. 45

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MEM ENVOLVIMENTO E RELEVÂNCIA A solução para os dois primeiros motivos de desligamento da igreja passa por envolvimento e relevância. Curiosamente, esses dois fatores trabalham juntos e alimentam um ao outro. Quando é permitido aos jovens criar, planejar e implementar ideias e projetos que geram impacto na sua comunidade, isso traz significado para a fé das novas gerações. Roger Dudley cita, por exemplo, a história de Becky no livro Why Our Teenagers Leave the Church. Ela se lembra de como sua igreja a envolveu ativamente, juntamente com suas amigas, depois de serem batizadas. Elas estavam na oitava série e já haviam recebido as atribuições na secretaria da Escola Sabatina, na classe do Rol do Berço, no diaconato feminino e ainda eram membros da comissão de atividades sociais. Foi a partir dessas experiências de encorajamento promovidas pela liderança da igreja que ela entendeu que há um lugar para os jovens no trabalho de Deus. O senso de pertencimento, valorização e utilidade tem grande peso na permanência dos jovens. ACOLHIMENTO E ACEITAÇÃO A intolerância e as críticas dos membros adultos são a terceira principal razão pela qual os jovens deixam a igreja. A solução para isso é o amor genuíno e a aceitação. Estudos mostram que os jovens permanecem na igreja quando sentem amor, apoio e calorosa aceitação da parte dos adultos. Esse provavelmente seja o coração de um ministério jovem eficaz e a solução central para a apostasia. A atitude negativa e crítica dos adultos em relação aos mais jovens se manifesta muitas vezes quando padrões elevados de comportamento são mais valorizados do que as pessoas. Isso ocorre porque, mesmo na tentativa de fazer boas escolhas, os jovens cometem erros e 46

sofrem com as consequências. Por sua vez, outros acabam optando pelos caminhos contrários aos valores bíblicos e sofrem mais ainda. Em ambos os casos, porém, eles precisam ser acolhidos, ouvidos, amados, perdoados e, depois, orientados. Caso contrário, se forem objeto de crítica e estigma, ficarão ainda mais decepcionados. Depois de alguns anos de rebeldia, Barry acabou se afastando da igreja. Ele se lembra de um dia ter ido a um templo vestido com uma jaqueta de couro surrada e com os cabelos e mãos manchados de graxa. Depois de ter entrado no estacionamento da igreja fazendo muito barulho com sua motocicleta, ele esperava uma explosão de repreensões por parte dos diáconos. No entanto, no fim do culto, Barry foi calorosamente recebido de volta à comunidade e abraçado

com lágrimas por um homem que estivera orando por seu retorno à igreja. Essa experiência, contada no livro Caminho de Volta, juntamente com o amor incondicional de seus pais, fez com que o pastor Barry Gane voltasse para a igreja e dedicasse sua vida para ajudar outros jovens a se reconciliarem com Deus. Quando é criada uma atmosfera de amor na igreja, os jovens têm a oportunidade de falar a respeito de suas dúvidas, dilemas, derrotas e vitórias. Enfim, eles precisam de grupos e programas nos quais possam ouvir histórias reais de fé e compartilhar de modo autêntico seus altos e baixos espirituais, sem que sejam julgados por isso. É por meio do relacionamento intergeracional, principalmente com mentores, que os jovens podem encontrar de maneira mais segura seu caminho espiritual. Apoiado por esses discipuladores, eles podem experimentar comunhão real com Deus, algo que os capacite para fazer escolhas corretas, algumas delas com implicações eternas. De fato, ser amado e amar no contexto de uma comunidade religiosa é fator preponderante para que o jovem não abandone a fé. Se pastores e líderes ajudarem os jovens na definição da identidade deles e das boas escolhas que precisam fazer, se envolverem a juventude na missão da igreja e atuarem como mentores e modelos piedosos do verdadeiro cristianismo, poderão fazer grande diferença na salvação de uma geração e do futuro da fé adventista. Neste mundo em que nossos jovens estão sendo confundidos por inf luências pós-­ modernas, secularistas e pluralistas, permitiremos que a fé das novas gerações de adventistas desvaneça debaixo de nossos olhos? Oremos e trabalhemos para impedir que isso aconteça! ]

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IKECHUKWU MICHAEL OLUIKPE, PhD, é professor associado de Novo Testamento e Teologia Aplicada na Universidade Adventista do Norte do Caribe, na Jamaica

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MEMÓRIA

Arlete Afonso, aos 96 anos, no Rio de Janeiro (RJ), vítima de ataque cardíaco. Natural de Quixadá (CE), Arlete foi batizada na Igreja Adventista em 1959 pelo pastor Roberto Rabello. Ela conheceu seu esposo, Milton Afonso, empresário e filantropo com quem foi casada por quase 73 anos, em 1943, num bonde, quando ele havia acabado de chegar à capital fluminense. Quatro anos depois eles se casaram. Dona de casa, mãe e avó dedicada, ela apoiava sempre seu esposo na manutenção dos lares infantis e bolsas de estudo a milhares de alunos. Deixa o esposo, com 98 anos, três filhos e uma filha, 12 netos e quatro bisnetos. Eni Werlich Seemann, aos 83 anos, em Maringá (PR), vítima de infarto, enquanto louvava a Deus no culto de sábado de manhã, na Igreja do Jardim América. Natural de Bom Retiro (SC), residia no Paraná havia 61 anos. Destacou-se por ser uma pessoa de fé, hospitaleira, atuante na igreja, principalmente no Ministério da Mulher e de assistência social. Será lembrada por sua disposição em ajudar os necessitados. Deixa o esposo, Lenito, com quem foi casada por 63 anos, e três filhas, seis netos e quatro bisnetos. Erothildes Pereira Lopes, aos 79 anos, de morte natural. Ela foi a primeira adventista a ser batizada em São Gabriel (RS), em

1957, quando tinha 17 anos. Serviu à igreja como zeladora, diaconisa e auxiliar da Escola Sabatina. Nos últimos anos, já não exercia mais cargos, mas apreciava estar na igreja. Deixa um filho e um casal de netos. Euclides Giron, aos 91 anos, em São Paulo (SP), vítima de câncer no fígado. Batizado havia cerca de 70 anos, era membro da Igreja Central Paulistana. Serviu à igreja durante muitos anos como diácono, professor da Escola Sabatina e auxiliando na construção de dois templos. Deixa dois filhos, quatro netos e dois bisnetos. Georgete Cruz, aos 84 anos, no Rio de Janeiro, vítima de problemas cardíacos. Com muito amor e dedicação, ajudou a fundar as Igrejas de Olaria, Manguinhos, Teixeira Ribeiro e Vila Pinheiro, da qual era membro. Atuou intensamente no ministério de assistência social das congregações pelas quais passou. Deixa o esposo, Erasmo, e filhos e netos. Hélio Correa Prieto, aos 60 anos, em São Gabriel (RS), vítima de câncer. Liderou vários ministérios da igreja e serviu também como ancião. Chefe

de família dedicado, deixa a esposa, uma filha e um neto. João Antunes, aos 100 anos, em Passo Fundo (RS). Batizado aos 18 anos de idade, sua conversão ao adventismo se deu por influência de colportores. Foi professor alfabetizador, regente do coral no Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS) e serviu muitos anos como ancião. Era viúvo de Josefina Antunes. Deixa sete filhos, 24 netos, 36 bisnetos e um trineto. Josias Moreira de Castro, aos 80 anos, em Lincoln, Nebraska (EUA), vítima de câncer de pulmão. Natural do Ceará e nascido num lar pentecostal, conheceu a mensagem adventista numa série evangelística do pastor Enoch de Oliveira, e foi batizado na Igreja Central de Fortaleza, em 1962. Graduou-se em Teologia no extinto Educandário Nordestino Adventista, em 1968, e nos seus primeiros anos de ministério pastoral trabalhou no Ceará, Piauí e Maranhão. De 1977 a 2003, quando se aposentou, serviu à igreja em várias regiões do estado de São Paulo, em distritos pastorais e como líder de departamentos. Deixa a esposa de seu segundo casamento, Lídia Abrantes de Castro, cinco filhos e 13 netos. Lídia Rangel Pereira, aos 70 anos, em Magé (RJ), vítima de AVC hemorrágico. Destacou-se por ensinar aos filhos a importância

de servir a Deus, ajudar o próximo e fazer tudo com dedicação. Trabalhou em várias áreas da igreja, como Ministério da Mulher, da Criança, da Família e da Mordomia Cristã. Mas sua grande paixão era o Clube de Desbravadores. Fundou duas agremiações, os clubes Montanhês e Colinas, e ajudou a plantar a Igreja de Jardim Nazareno. Deixa o esposo, Gessi Pereira, com quem foi casada por 48 anos, quatro filhos, seis netos e uma bisneta. Pierina Araldi Stuani Lubitz, aos 96 anos, em Lages (SC), vítima de complicações de saúde decorrentes da idade. Batizada em 1960, era membro da igreja central da cidade. Trabalhou por muitos anos no ofício da costura. De seu ateliê saíram peças que vestiram noivas, debutantes e mulheres da alta sociedade local. Era viúva e não teve filhos. Zeneide Canário de Andrade, aos 71 anos, em Barreiras (BA), vítima de acidente automobilístico. Natural de Medina (MG) e nascida numa lar adventista, exerceu a Medicina por 40 anos. Colaborou com a construção de várias igrejas em Feira de Santana (BA) e região. Era membro da Igreja de Ipupiara (BA). Deixa dois filhos adotivos e quatro netos.

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BICHOS DE ESTIMAÇÃO

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ESTUDOS TÊM MOSTRADO OS BENEFÍCIOS AFETIVOS DE CUIDAR DE UM PET

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TALITA CASTELÃO

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CALCULA-SE QUE O BRASIL TENHA 106 MILHÕES DE ANIMAIS DOMÉSTICOS

melhora as condições físicas, sociais, emocionais e cognitivas dos pacientes. A TAA é aplicada em pessoas de qualquer idade, e o animal mais utilizado nesse tipo de tratamento é o cão. Mas vale salientar que todo procedimento deve respeitar o conforto do animal sem lhe causar estresse, conforme prevê a legislação específica. Para se ter ideia do tamanho da paixão dos brasileiros pelos pets, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) estimava em 2014 que o Brasil fosse o quarto país com a maior população de animais domésticos do mundo (106 milhões), perdendo apenas da China, Estados Unidos e Reino Unido. Não admira que o mercado brasileiro voltado para pets tenha crescido muito nos últimos anos, sendo superado apenas pelo norte-americano. Na relação com esses bichinhos também existem aspectos negativos, como custos com veterinário e alimentação, o risco de contrair alguma zoonose ou ter algum pertence estragado. Porém, o mais negativo de tudo isso é lidar com o desaparecimento, adoecimento e/ou morte desses companheiros. Ainda assim, mesmo nesses momentos é possível manter as lembranças do afeto que esse amigo proporcionou. ] TALITA CASTELÃO é psicóloga clínica, sexóloga e doutora em Ciências

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nquanto alguns amam seus pets, outros querem distância de animais. Mas uma coisa não dá para negar: os bichinhos de estimação alegram a casa e são terapêuticos para pessoas de qualquer idade. É comum as crianças pedirem um cachorro ou gato aos pais, mas a variedade de pets é muito maior. É verdade também que a decisão de ter um animalzinho em casa vem acompanhada de responsabilidades e gastos; porém, os benefícios podem valer a pena. Um estudo realizado pelas médicas veterinárias Lilian Tatibana e Adriane Costa-Val, da Universidade Federal de Minas Gerais, sobre a relação entre seres humanos e animais, publicado na Revista Veterinária e Zootecnia em Minas, em 2009, demonstrou que a convivência com bichinhos de estimação ajuda a tornar a criança mais afetiva, solidária, responsável e com maior compreensão do ciclo vida-morte. Esse estudo também destacou que os pets acabam incentivando pessoas sedentárias a realizar atividade física e melhoram a autoestima e convivência social de seus donos. Em sua dissertação de mestrado, defendida em 2006 na Universidade Estadual do Ceará, a também veterinária Edmara Costa constatou que os animais de estimação proporcionam alívio e conforto em situações de mudanças e perdas típicas da terceira idade. Outra pesquisa conduzida pelas psicólogas Raísa Giumelli e Marciane Santos, publicada na Revista Abordagem Gestal, em 2016, mostrou que, a interação com um bichinho de estimação tende a gerar amor, carinho e alegria nos donos e amenizar os sentimentos de solidão e angústia deles. É por isso que muitos pets são tratados como membros da família e seus proprietários não se imaginam sem eles. Foi por apostar na capacidade terapêutica do relacionamento com os animais domésticos que, na década de 1950, a doutora Nise da Silveira inovou no tratamento de pacientes num hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro. Contudo, foi somente nos anos 1990 que a Terapia Assistida por Animais (TAA) se tornou mais comum. Esse tipo de abordagem, quando realizada por um profissional da área da saúde que seja capacitado,

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ESTANTE

A ARTE E A CIÊNCIA DE AMAR

DOIS LIVROS RECÉM-LANÇADOS SERVEM DE GUIA PARA OS CASAIS QUE PLANEJAM DIZER “SIM” E PARA AQUELES QUE DESEJAM CUMPRIR OS VOTOS QUE FIZERAM JESSICA MANFRIM E ADRIANA SERATTO

É

possível ter um casamento significativo, que sirva para o crescimento de ambos os cônjuges e de testemunho do amor cristão. Essa é a convicção compartilhada pelos autores Arnulfo Chico Robles e Mario Pereyra. Eles assinam dois livros lançados no fim do ano passado pela CPB que tratam de casamento: o primeiro deles serve de guia pré-matrimonial e o segundo para orientar casais a manter viva a chama do amor. A obra Casamento à Vista (2019, 160 p., R$ 30,90), de Robles, mestre em terapia familiar, doutor em Psicologia e professor do curso de Teologia da Universidad Peruana Unión, oferece conselhos para jovens solteiros com base em décadas de experiência em aconselhamento familiar. Para ele, o bom namoro leva ao bom casamento. Por isso, escolher com quem se casar deve ter base não apenas nos sentimentos, mas também na razão. Muitos namorados constroem fantasias de como será a vida a dois, mas acabam se frustrando quando a realidade bate à porta. Alguns se divorciam na esperança de viver a vida que idealizaram com outra pessoa. No

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Foto: Adobe Stock

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AS DUAS OBRAS TOMAM COMO BASE PESQUISAS NA ÁREA DE PSICOLOGIA E A EXPERIÊNCIA DE DÉCADAS DE ACONSELHAMENTO

entanto, “a perspectiva de encontrar um casamento mais saudável e feliz diminui a cada novo casamento”, argumenta o autor. Robles explica que os casais mais felizes são os “que foram bons amigos e que compartilham a mesma fé religiosa”. Segundo ele, o namoro saudável é aquele que tem sinceridade de sentimentos; não afeta os estudos nem o trabalho, e, ao contrário, há incentivo de crescimento; há respeito pelo companheiro em sua ausência ou presença; busca informações confiáveis sobre namoro e casamento; demonstra afeto dentro dos limites; e não se apressa para o casamento. Essas orientações são discutidas ao longo de 14 capítulos e apresentadas de maneira prática, com base em estatísticas e pesquisas na área de psicologia. Além disso, os três apêndices trazem material extra, como pensamentos para o convite de casamento, uma planilha de orçamento e um modelo de programa para a cerimônia religiosa. Por sua vez, o livro A Química do Amor (2019, 136 p., R$ 29,30) é uma leitura para aprender a lidar com o que o psiquiatra espanhol Enrique Rojas denominou de “analfabetismo sentimental”, ou seja, desenvolver o autoconhecimento para gerenciar melhor as próprias emoções. O autor, Mario Pereyra, doutor em Psicologia e ex-professor da Universidade de Montemorelos, no México, aborda os elementos internos e externos

que podem determinar o sucesso ou o fracasso de um casamento. Por exemplo, Pereyra mostra como reconhecer os “gatilhos” do passado que podem afetar o relacionamento conjugal, diferencia queixa de crítica e explica como lidar com sentimentos negativos e destrutivos. Além disso, oferece um teste para verificar o nível de satisfação pessoal no casamento. Muito além do óbvio, leva o leitor a refletir sobre questões importantes, como fuga da realidade, ciúme, adultério, violência e abuso, distribuição de tarefas domésticas e educação dos filhos. Dividida em 12 capítulos, a obra tem como base testemunhos e estudos na área de psicologia clínica. Mario Pereyra é autor de mais de 400 artigos e de vários livros sobre relacionamentos e desenvolvimento da personalidade. Ele acredita que, mesmo no mundo conturbado de hoje, marcado pelas consequências do pecado, é possível desfrutar um pouco da felicidade que o primeiro casal experimentou no Éden. ] ADRIANA SERATTO é graduada em Letras e pósgraduada em Estudos Adventistas e JESSICA MANFRIM é graduada e mestre em História pela USP. Ambas são revisoras de livros na CPB

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ENFIM

O CILINDRO ENCONTRADO OFERECE CONTEXTO HISTÓRICO E EVIDÊNCIAS DOCUMENTAIS PARA OS ESTUDIOSOS DO ANTIGO TESTAMENTO

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BRUNO ALVES BARROS, graduado em História e Teologia, é mestre em Arqueologia pela Universidade Andrews (EUA) e leciona numa rede privada de ensino em Poços de Caldas (MG)

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m meados de 2010, o arqueólogo Chang-ho Ji, juntamente com outros estudantes da Universidade La Sierra, instituição adventista localizada no sul da Califórnia (EUA), lideravam uma expedição arqueológica no sítio de Khirbat Ataruz, na Jordânia. Ali eles realizaram uma grande descoberta: acharam um objeto cilíndrico de pedra contendo inscrições. O artefato foi encontrado nos limites de um templo que também havia sido descoberto pelo professor Ji em 2000. Apesar de Chang-ho Ji e seus alunos terem se deparado com o cilindro em 2010, o conteúdo da inscrição só foi divulgado no fim do ano passado. Um grupo de especialistas em línguas semíticas da Universidade George Washington (EUA), liderado pelo professor Christopher Rollston, precisou de 300 horas para analisar e traduzir as inscrições. O resultado da

JESUS, TU ÉS A MINHA VIDA

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CILINDRO ACHADO NA JORDÂNIA TRAZ MAIS INFORMAÇÕES A RESPEITO DO PERÍODO DE DOMÍNIO DE ISRAEL SOBRE OS MOABITAS

pesquisa foi publicado na revista científica Levant, no jornal The Times of Israel, além de ter sido noticiado no Oriente Médio e na comunidade acadêmica. No cilindro existem inscrições antigas que aparecem escritas horizontal e verticalmente no objeto, e fazem referência a uma batalha vencida pelo rei moabita Mesa numa revolta contra um rei de Israel. As inscrições também confirmam relatos de guerras citados na Pedra Moabita, um dos achados arqueológicos mais importantes relacionados com a Bíblia, que está no museu do Louvre, em Paris. Encontrada em Dibom, atual Jordânia, em 1868, e datada aproximadamente do ano 849 a.C., a Pedra Moabita tem sua inscrição no alfabeto hebraico, embora o idioma seja o moabita. Ela detalha o nome de cidades, pessoas e eventos que também são mencionados nas Escrituras. Por exemplo, é referido o rei moabita Mesa (2Rs 3:4) como alguém que estava subordinado a Israel durante o governo de Onri, pai de Acabe (1Rs 16:28). Segundo Alf red J. Hoerth, ­deve-se ressaltar que os autores bíblicos não se preocupavam em registrar as realizações de seus reis ímpios, como Onri, mas a arqueologia revela que o pai de

ara Jesus, você não é um número na estatística. Você é gente! Ele se preocupa com você, com seus sentimentos, seus sonhos, suas alegrias e suas tristezas. Ele chora com sua dor e se alegra com seu sorriso. Você é tão importante que um dia Ele deixou tudo e veio a este mundo para salvá-lo. Ele sabe seu nome, onde você mora e conhece suas ansiedades. Conhece sua solidão e sabe que você precisa dele. A grande maravilha, como este livro mostra, é que Ele pode ser seu Amigo ainda hoje.

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Foto: Christopher Rollston

AS PEDRAS FALAM

Acabe foi um governante mais poderoso do que se imaginava (Archaeology and the Old Testament, Baker, 2001, p. 308-310). A Pedra Moabita menciona também a cidade de Atarote, que é identificada atualmente como Khirbat Ataruz, o sítio arqueológico em questão. Atarote aparece na Bíblia como uma cidade ocupada pela tribo de Gade (Nm 32:1-4; 33-36). Portanto, a importância do cilindro descoberto pelos pesquisadores adventistas está em sua conexão com a Pedra Moabita e a Bíblia. As duas inscrições encontradas no cilindro foram feitas na língua moabita, algo raro. Além de citar as batalhas mencionadas por Mesa na Pedra Moabita, essas inscrições podem conter a forma escrita mais antiga da palavra “hebreus” e confirmar que Mesa ocupou e destruiu a cidade de Atarote. Com base nesse achado, estudos futuros podem confirmar também que os hebreus habitaram a terra de Moabe desde longa data. Sem dúvida, as incrições da Pedra Moabita e do cilindro encontrado em Khirbat Ataruz oferecem para os estudiosos da Bíblia, especialmente do Antigo Testamento, contexto histórico e evidências ­documentais, uma vez que foram feitas por dois diferentes autores em períodos distintos. ]

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á uma grande luta entre os exércitos do bem e do mal acontecendo neste momento, e todos nós estamos envolvidos. Como saber de que lado ficar? Escrito especialmente para o público infantil, o livro Guerra no Céu, uma adaptação do clássico O Grande Conflito, de Ellen G. White, revela detalhes imperdíveis desse combate milenar.

Livro de Bolso

Ao ler esta obra, você conhecerá as características dos dois exércitos, descobrirá o que o Grande General guarda em Seu cofre secreto e saberá onde fica a verdadeira Casa de Comando. Além disso, aprenderá sobre o grande desfecho da guerra e será convidado a se alistar no exército vencedor.

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A Paixão de Cristo

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ara Jesus, você não é um número na estatística. Você é gente! Ele se preocupa com você, com seus sentimentos, seus sonhos, suas alegrias e suas tristezas. Ele chora com sua dor e se alegra com seu sorriso.

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Você é tão importante que um dia Ele deixou tudo e veio a este mundo para salvá-lo. Ele sabe seu nome, onde você mora e conhece suas ansiedades. Conhece sua solidão e sabe que você precisa dele. A grande maravilha, como este livro mostra, é que Ele pode ser seu Amigo ainda hoje.

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JESUS, TU ÉS A MINHA VIDA

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s seres humanos, independentemente de sua cultura, língua ou nacionalidade, têm a necessidade de modelos. Como a menina que veste as roupas da mãe, todos nós buscamos modelos de vida que nos inspirem e nos mostrem o caminho correto a seguir. E quando o assunto é mordomia cristã, a realidade não é diferente. Ser um mordomo fiel consiste em seguir o exemplo de Cristo, nosso modelo. Em A Entrega Perfeita, o assunto da mordomia é abordado de maneira cristocêntrica. Como mordomo perfeito, Jesus nos mostrou que a verdadeira mordomia não se limita a devolução de dízimos e ofertas. Ao contrário, ela envolve a vida como um todo. Tudo o que temos e o que somos deve estar a serviço do reino de Deus e ser, simbolicamente, oferecido no altar. Escrita por Adenilton T. de Aguiar, esta obra foi elabora para ser útil tanto para a reflexão pessoal quanto para debates em grupo. Cada capítulo foi enriquecido com declarações de Ellen White, perguntas e atividades, o que traz dinamismo e interatividade. Mais do que falar sobre mordomia cristã, este livro trata da pessoa maravilhosa de Cristo e da gloriosa salvação que Ele nos oferece.

Adenilton T. de Aguiar é mestre em Ciências da Religião e doutorando em Novo Testamento. Atualmente trabalha como professor de Grego e Novo Testamento na Faculdade Adventista da Bahia (Fadba).

Mordomia Cristã

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ARIANE M. OLIVEIRA é formada em Pedagogia e atua como editora de livros infantojuvenis na Casa Publicadora Brasileira. Ama trabalhar com crianças e desenvolve um ministério infantil voluntário há mais de 20 anos. Casada com o Pr. Vinícius Mendes de Oliveira, é mãe da Ana Clara.

40547 – A Entrega Perfeita 7 November 2019 4:44 pm

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