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PÁGINAS DE ESPERANÇA
O DEFENSOR DA COLPORTAGEM
CAMPEÃO DE VENDAS, SEBASTIÃO MARQUES DEIXA UM LEGADO DE AMOR À FAMÍLIA, À OBRA EDUCACIONAL E À IGREJA
JOSÉ CARLOS DE LIMA
a madrugada do dia 17 de maio, N faleceu um grande nome da colportagem no Brasil: Sebastião Marques Carmo de Andrade, aos 80 anos, em Brasília (DF). Natural de Carmo do Cajuru (MG), Sebastião veio de uma família batalhadora, com muitos filhos, incluindo o doutor Belisário Marques, conceituado psicólogo e colunista da revista Vida e Saúde (veja a resenha do livro dele na página 49).
Sebastião vinha sofrendo do mal de Alzheimer e, finalmente, descansou no Senhor. Foi sepultado no Cemitério Jardim Metropolitano, em Brasília, na tarde do sábado 18 de maio, com a presença de familiares, amigos e vários líderes da igreja, entre eles o presidente da Divisão Sul-Americana, pastor Erton Köhler, genro do colportor e quem proferiu a reflexão bíblica.
Sebastião (centro), Therezinha e os três filhos: Harrison, Adriene e Daiene
Casado com Therezinha de Carvalho Marques, com quem teve uma feliz união durante 56 anos, Sebastião deixou a esposa, três filhos (Daiene Carvalho Marques Arco, Harrison Carvalho Marques e Adriene de Carvalho Marques Köhler) e quatro netos (Audrei, Alissa, Matheus e Mariana), entre outros familiares. Ele morava no Rio de Janeiro e foi membro atuante das Igrejas de Madureira e Central, tendo ajudado ainda a fundar a Igreja de Vila Valqueire.
Graduado em Direito e em Letras, formando-se simultaneamente em 1972 por duas universidades do Rio de Janeiro, Sebastião teve boas ofertas de trabalho em outros ramos, mas preferiu seguir na área de vendas de literatura religiosa. Tornou-se campeão sul-americano e mundial de colportagem, sua grande paixão profissional. Colportava por ideal. Habilidoso e preocupado com o bem-estar dos outros, era especializado em vendas nas empresas. No total, colportou durante 40 anos e se tornou um exemplo de dedicação e sucesso. Se hoje a colportagem passa por um momento de redefinição, a história vitoriosa de homens como o doutor Sebastião mostra que é possível se dedicar a esse ministério, ser grandemente abençoado e abençoar outros com a mensagem de saúde e salvação.
Além da colportagem, ele era apaixonado pela família e a educação adventista. Numa entrevista concedida à Revista Adventista em agosto de 1985, revelou que tinha o hábito de acordar de madrugada e orar no quarto dos filhos. No entanto, atribuía à esposa o crédito pelo maior investimento na educação deles. Sua maior realização, confessou, era ver os três filhos na igreja e inteiramente integrados a ela. Na visão dele, o segredo para conservar os filhos na fé era viver a religião. Defensor de tempo de qualidade com a família, ele dizia que sua filosofia era andar com os filhos na juventude para que pudessem andar com ele na velhice. Considerava uma “loucura” não colocar os filhos no colégio interno, que chamava de “cidade de refúgio”. Movido por seu amor à educação, dedicou vários anos à liderança da associação de ex-alunos do então IASP e ajudou muitos estudantes.
“Tudo posso Naquele que me fortalece” (Fp 4:13). Esse era o verso bíblico preferido de Sebastião, que um dia ressurgirá no esplendor da força. Ele semeou as sementes do evangelho e um dia verá os frutos. E ele mesmo será uma “semente” transformada, para usar a metáfora do apóstolo Paulo (1Co 15:42b-44a, NVI): “O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual.” ]
JOSÉ CARLOS DE LIMA é pastor e diretor-geral da Casa Publicadora Brasileira