Ano XII – Nº 50 – Agosto / Setembro / Outubro de 2013
A necessidade de qualificação de mão de obra no saneamento Atualmente o setor de saneamento no País pode até contar com recursos, mas carece de gestão, projetos eficientes, capacitação e qualificação de mão de obra.
Realização do curso internacional de redução de perdas da água, promovido pela Sabesp, JICA e ABC.
Mais uma edição de sucesso do 24º Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2013 As principais autoridades do setor marcaram presenças no Encontro Técnico AESabesp, que apresentou 8 mesas Redondas, 3 cursos de aperfeiçoamento, 100 palestras técnicas e 2 palestras magnas. Promovida pela AESabesp, o maior feira de negócios do setor, na América Latina, em 2013, contou com 223 investidores/expositores e uma visitação avaliada em 17 mil pessoas. Vários eventos, voltados às práticas sustentáveis, foram realizados no estande da AESabesp, com entusiasmo dos visitantes da feira e aprovação dos expositores.
Editorial Prezado(a)s Associados(a)s, É com muita alegria que a AESabesp faz chegar em suas mãos mais uma edição da Revista Saneas, especialmente depois de doze anos de vida, quando atingimos sua quinquagésima edição. Nesta publicação nosso Conselho Editorial buscou trazer a luz uma questão essencial para o setor de saneamento brasileiro que é a ampliação do atendimento da demanda de serviços e a melhoria da qualidade dos mesmos, questões estas que são de fundamental importância para as cidades brasileiras. Procurou destacar, também, algumas das muitas possibilidades de impulsão que estão disponíveis e ao alcance dos operadores, sejam públicos ou privados, sendo uma das mais importantes entre elas que são as iniciativas destinadas à capacitação dos profissionais da engenharia que trabalham no setor seja por meio de treinamentos, intercâmbios, convênios com universidades, etc. Ao ouvir a opinião de vários atores envolvidos neste universo, sejam professores universitários de escolas de engenharia, especialistas da área de treinamento e capacitação e autoridades no assunto, nossos editores verificaram que todos concordam que a realização de um esforço concentrado, muitas vezes envolvendo até parceiros de entidades internacionais, certamente obterá sucesso. Não menos importantes são as ações institucionais desenvolvidas por nossa entidade e que foram realizadas e estão detalhadamente descritas nesta edição no Encontro Técnico e a Fenasan 2013, bem como a última edição do Encontro de Fornecedores da Sabesp, a qual foi integralmente realizado pela AESabesp. É destaque também nesta edição as atividades desenvolvidas por nossa Diretoria de Projetos Socioambientais, que vem cumprindo com muito empenho suas atribuições, de modo a destacar ainda mais nossa condição estatutária de OSCIP com novos projetos em carteira, muitos deles já aprovados pela diretoria executiva para serem executados no próximo ano. Finalmente para resgatar momentos importantes de nossa vida associativa, trazemos ao contato dos novos associados, um momento atual de uma notável personalidade que ajudou a construir e fortalecer a AESabesp: o nosso ex-vice-presidente, Antônio Lívio Abraços Jorge, que nos explica como se dedica atualmente à engenharia de consultoria em saneamento e ao escotismo, como dirigente máximo deste segmento no estado de São Paulo. Tenho certeza que são temas bastante abrangentes e empolgantes cuja leitura completa lhes será muito proveitosa. Um grande abraço ! Reynaldo E. Young Ribeiro Presidente da AESabesp
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Índice
Expediente Saneas é uma publicação técnica da Associação dos Engenheiros da Sabesp Diretoria Executiva: Presidente – Reynaldo Eduardo Young Ribeiro Vice-presidente – Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges 1º Secretário – João Augusto Poeta 2º Secretário – Aram Kemechiam 1º Tesoureiro – Walter Antonio Orsatti 2º Tesoureiro – Nelson Cesar Menetti Diretoria Adjunta: Cultural – Sônia Maria Nogueira e Silva Esportes – Evandro Nunes de Oliveira Marketing – Paulo Ivan Morelli Franceschi Polos – Antônio Carlos Gianotti Projetos Socioambientais – Maria Aparecida Silva de Paula Social – Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges Técnica – Olavo Alberto Prates Sachs Conselho Deliberativo: Antonio Carlos Gianotti, Benemar Tarifa Movikawa, Carlos Alberto de Carvalho, Carlos Augusto Pleul, Cid Barbosa Lima Junior, Dejair José Zampieri, Evandro Nunes de Oliveira, Gilberto Alves Martins, Iara Regina Soares Chao, Ivan Norberto Borghi, Luciomar Santos Werneck, Maria Aparecida de Paula, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Rodrigo Pereira de Mendonça, Sônia Maria Nogueira e Silva
necessidade de 06 Aqualificação de mão de matéria Especial
obra no saneamento
artigo técnico 10 Qualificação e Certificação, Satisfação Garantida ou seu Dinheiro de Volta 13 Estruturação de uma Nova Cadeia de Valor para Empreendimentos da Sabesp: Estabelecendo um Canal de Relacionamento com Fornecedores de Serviços de Engenharia 19 Matéria Sabesp Realização do curso internacional de redução de perdas da água 21 entrevista A avaliação do Superintendente de RH da Sabesp, Walter Sigollo 26 ponto de vista A profissionalização dos profissionais de saneamento
Conselho Fiscal: Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Nelson Luiz Stabile Conselho Editorial: Coordenador: Luciomar Santos Werneck Fundo Editorial - revista saneas: Coordenador: Luciomar Santos Werneck Membros: Darcy Brega Filho, Luiz Yukishigue Narimatsu, Nivaldo Rodrigues da Costa Jr, Paula Rosolino CoordenadorA de Assuntos Tecnológicos: Marcia de Araújo Barbosa Nunes POlos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Polos da RMSP - Rodrigo Pereira de Mendonça Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro - Claudia Bittencourt Polo AESabesp Leste - Antonio Carlos Roda Menezes Polo AESabesp Norte - Eduardo Bronzatti Morelli Polo AESabesp Oeste - Francisco Marcelo Menezes Polo AESabesp Ponte Pequena - Alisson Gomes de Moraes Polo AESabesp Sul - Antonio Ramos Batagliotti POlos AESabesp Regionais Coordenador dos Polos Regionais - Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Baixada Santista - Zenivaldo Ascenção dos Santos Polo AESabesp Botucatu - Rogélio Costa Chrispim Polo AESabesp Caraguatatuba - Sidney Morgado da Costa Polo AESabesp Franca - Mizue Terada Polo AESabesp Itatiba - Carlos Alberto Miranda Silva Polo AESabesp Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto Polo AESabesp Vale do Paraíba - Sérgio Domingos Ferreira Coordenação do 24º Encontro Técnico AESABESP e Fenasan 2013: Presidente: Gilberto Alves Martins. Diretor/ Fenasan: Olavo Alberto Prates Sachs. Diretora/ Encontro Técnico: Sonia Maria Nogueira e Silva. Membros: João Augusto Poeta, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Maria Aparecida S. de Paula, Nélson César Menetti, Tarcisio Luis Nagatani e Walter Antonio Orsatti. Apoios: Maria Flávia S. Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro e Vanessa Hasson. Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp
27 Matéria Especial 24º Encontro Técnico aesabesp - Fenasan 2013 45 Projetos Socioambientais DPS com novidades em sua Carteira de Projetos 49 Vivências A realização profissional de um engenheiro e escoteiro
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Jornalista Responsável: Maria Lúcia da Silva Andrade – MTb. 16081 Colaboração: Marina Bahia Gonçalves – MTb. 00.68799 PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Neopix Design neopix@neopixdesign.com.br | www.neopixdesign.com.br Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 aesabesp@aesabesp.org.br www.aesabesp.org.br
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O R V I L E R
A H N cos i A n c P Té M
CAso de Livros Reu
AESabesp Rua Treze de Maio 1642 - casa 01 Bela Vista São Paulo-SP CEP 01327-002 www.aesabesp.org.br relivro@aesabesp.org.br f t l /aesabesp
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AESabesp, por meio de sua Diretoria Cultural, conduzida pela Eng. Sonia M. Nogueira e Silva, lança sua Campanha “Relivro”, destinada aos estudantes de engenharia do Estado de São Paulo que necessitam de livros técnicos para dar andamento aos seus cursos. O objetivo desta Ação é suprir a necessidade de uma demanda educacional, social e financeira, ao propor o reaproveitamento dos livros de engenharia, cujos preços não estão ao alcance da população estudantil desprovida de poder aquisitivo.
Como funCiona: Se você quiser ser um doador de livros, deve se cadastrar pelo e-mail relivro@aesabesp.org.br e enumerar os livros que dispõe (título da obra, autor, ano). Se preferir, você também poderá levar sua remessa à sede da AESabesp, na Rua 13 de Maio, 1642 - casa 1, em São Paulo-SP, ou nos polos regionais. Eventualmente, somente para grandes e significativas quantidades de livros, o doador poderá solicitar à AESabesp para que faça a retirada do material, ação esta que deve ser com data previamente solicitada e agendada pelo e-mail: relivro@aesabesp.org.br. Já os agentes receptores (Bibliotecas Públicas do Estado de São Paulo) devem adotar a forma mais conveniente para o recebimento, de acordo com suas prioridades. As alternativas para essa retirada são: •
Retirar pessoalmente na sede da AESabesp, situada na Rua 13 de Maio, 1642 - casa 1 - Bela Vista - São Paulo-SP;
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Retirar nos Polos Regionais da AESabesp no interior de São Paulo, situados nas Unidades da Baixada Santista, Botucatu, Caraguatatuba, Franca, Itatiba, Lins, São José dos Campos e Presidente Prudente;
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Solicitar a entrega pela Correio.
A AESabesp, se compromete a fazer os registros desses repasses, bem como incentivar doadores em todo o Estado, disseminando esta Campanha nas escolas de engenharia, nas empresas expositoras da FENASAN e nas bibliotecas públicas. Para a triagem do material, contamos com a bibliotecária Isabel Amato, que atuará especificamente para esta Campanha. Posteriormente à triagem e à catalogação do material recebido durante a Campanha, a bibliotecária fará uma pesquisa entre as Universidades Públicas, que, por e-mail, manifestarem o interesse em receber a doação dos livros, objeto dessa Campanha da AEsabesp. Cordialmente Eng. Sonia Maria Nogueira e Silva Diretora Cultural da AESabesp Eng. Reynaldo Young Ribeiro Presidente da AESabesp
matéria tema
(Gestão, capacitação e qualificação profissional são os fatores apontados como os grandes entraves para o desenvolvimento desse setor) De acordo com recente levantamento do Instituto Trata Brasil, referente aos serviços de distribuição de água e esgotamento sanitário nas 100 maiores cidades do país, a universalização do saneamento básico no Brasil ainda está distante, apesar dos avanços tecnológicos e do aumento de recursos repassados pelo Governo Federal. Então, o que estaria em falta? Gestão, capacitação e qualificação de mão de obra são os fatores apontados como os grandes entraves para o desenvolvimento desse setor.
matéria tema Com os investimentos liberados pelo PAC (Plano lizados pelo SNIS (Sistema Nacional de Informações de Aceleração do Crescimento), nos últimos anos, sobre Saneamento Básico), publicado pelo Ministépodemos verificar em estudos e matérias docurio das Cidades, as dez cidades com as melhores conmentadas, que até tem sobrado dinheiro destinado dições de saneamento básico pela ordem são: Uberàs obras de ampliação da rede de distribuição de lândia (MG), Jundiaí (SP), Maringá (PR), Limeira (SP), água e coleta de esgoto, especialmente para as reSorocaba (SP), Franca (SP), São José dos Campos (SP), Santos (SP), Ribeirão Preto (SP) e Curitiba (PR). giões Norte e Nordeste, que em grande parte não Outro apelo que procura justificar a falta de são executadas por deficiência de gerenciamento, preparo para gerir as necessidades que o setor escassez de bons projetos e de profissionais capaciprecisa é o “apagão da mão de obra da engenhatados e qualificados. O quadro em questão também demonstra que o ria para projetos de saneamento”. Em contraponBrasil carece de instrumentos adequados para formar profissionais com um nível de conhecimento desejável sobre esse setor que, diga-se de passagem, não é de fácil entendimento. Qualquer bom técnico em saneamento é humilde para reconhecer suas complexidades, pois uma simples obra envolve uma série de aspectos, como engenharia, arquitetura, economia, administração, gestão ambiental, planejamento urbano, planejamento social, saúde pública, entre os mais relevantes. É suposto que parte dos problemas enfrentados no setor de saneamento se deve ao histórico raciocínio político populista “obra debaixo da terra não dá voto”, que agora parece estar, de fato, “entrando pelo cano”, para termos O apagão da mão de obra da engenharia justifica investir um jargão mais próximo de nossa ter- para atender as necessidades do setor. minologia. Um exemplo recente que a população está, sim, de olhos bem voltados para to, atualmente o saneamento é um dos setores a questão foi uma grande mobilização popular em do mercado produtivo que se faz presente em Belém do Pará, no início de outubro. A população todos os locais; portanto, de grande abrangênempunhou bandeiras e saiu às ruas por um sanecia e diversificações em suas atividades, além de apresentar um crescimento da área em função da amento básico decente para os seus moradores. grande necessidade de sua aplicação, o que clama Esta capital amarga a vexatória classificação de por profissionais capazes de interagir em situa96ª num ranking de 100 principais cidades do País. É claramente visível que algo está mudando, pois ções novas e constantes desafios. A Fenasan 2013, tanto em cidades menores, como em grandes cen(Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), promovida pela Associação dos Engenheiros da tros urbanos, até a bem pouco tempo essa bandeira Sabesp, com 220 investidores-expositores, que em estava restrita aos movimentos de sindicalistas. caráter praticamente unânime ficaram entusiasAinda segundo o levantamento divulgado em 1º de outubro, pelo Instituto Trata Brasil, com base nos mados com o alto volume de negociações, é uma dados de 2011, que são os mais recentes disponibiprova real dessa pujança.
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matéria tema
Iniciativas de otimização profissional em São Paulo O estado de São Paulo, que concentra 7 municípios dos 10 que estão na estreita pirâmide do saneamento de ponta, tem procurado caminhos para corresponder a necessidade de capacitação e qualificação de mão de obra no setor. Dentro da Sabesp, concessionária responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 363 municípios do Estado, o processo de capacitação de profissionais técnicos tem sido atribuído à Superintendência de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (TX), liderada pelo eng. Américo de Oliveira Sampaio, que discorreu sobre as ações dentro da empresa. O superintendente Américo Sampaio avalia que o saneamento não é um setor de altas mudanças tecnológicas, ao contrário, é operado com tecnologias já consagradas, mas que requerem altos investimentos em sua estrutura, que leva de 20 a 30 anos, tempo aproximado da edificação de uma obra, para serem amortizados. Em sua concepção, atualmente há uma escassez de profissionais para atender a demanda exigida, principalmente por que houve uma descontinuidade de incentivos, formando um cenário em que a maioria dos técnicos com conheci-
Cursos considerados para atuação no Setor de Saneamento
Equipe da Superintendência de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, liderada pelo superintendente, Américo de Oliveira Sampaio.
mentos sólidos, para assimilar e atender a demanda de cada período, já está na faixa etária acima dos 50 anos, prestes a se aposentar, quando o ideal seria novas contratações constantes de profissionais mais jovens para uma continuidade de bons serviços. Contudo, Sampaio ainda aponta um cenário otimista ao assegurar que a Sabesp é uma das empresas que mais possibilita a capacitação, seja por meio de cursos e treinamentos internos dentro de sua Universidade e de suas Unidades de negócios, como de incentivos a cursos externos de aperfeiçoamento e de extensão universitária, tanto que ainda é a empresa que agrega os melhores profissionais técnicos do País. “Dessa forma,
Nível Superior Engenharia: Duração média de 5 anos. O curso de Engenharia Sanitária oferece uma grade curricular básica de engenharia para os dois primeiros anos, com disciplinas como matemática, cálculo, álgebra, química e física. As disciplinas específicas como biologia, hidráulica, técnicas de tratamento de água e esgoto, tecnologia de controle ambiental, tecnologia de coleta e compostagem, deposição e tratamento de lixo urbano, industrial e hospitalar, surgem a partir do terceiro ano e complementam a formação desse profissional. O engenheiro também recebe formação em administração, gestão e planejamento ambiental. O Estágio é obrigatório.
Nível Superior – Tecnológico: Duração média de 4 anos. Existem cursos de habilitação específica como Tecnologia de Saneamento Ambiental e Hi-
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matéria tema um jovem estudioso e interessado consegue crescer na Companhia e experimentar a grande satisfação pessoal de ser um sanitarista, um agente que efetivamente contribui para o desenvolvimento de nossa população” enfatiza. Quanto ao reconhecimento, em termos de carreira, ele particularmente avalia que poderia se estudar melhor um modelo “Y” de valorização equiparada nas vertentes da habilidade profissional, que atenderia tanto aos profissionais com excelência dentro de um perfil técnico, quanto para quem tem um perfil gerencial. A ABES-SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - seção São Paulo) também investe na preparação dos profissionais do setor. Em 2010, a entidade criou o ProHélio Nazareno Padula Filho, grama Jovens ProfisABES-SP, durante o 24º Encontro sionais do SaneamenTécnico da AESabesp to Ambiental, com o objetivo de despertar habilidades e lideranças entre os jovens que começam a atuar na área do saneamento ambiental, prevendo a capacitação em ações como gestão de projetos, projeto de saneamento, licitações e contratos de obras, avaliação e licenciamento am-
dráulica e Saneamento Ambiental. As disciplinas básicas são matemática, química, física, português, biologia e saneamento. As disciplinas específicas variam conforme a habilitação do curso. O estágio é obrigatório.
Nível Médio – Curso Técnico: Duração média de 2 anos. Existem cursos com vocação específica como Técnico em Saneamento Básico e Técnico em Saneamento Ambiental. Basicamente formam profissionais para trabalhar no planejamento e supervisão de trabalho de construção de obras de infra-estrutura, auxilia os engenheiros sanitários em seus projetos, fazem levantamento e tabulação de dados e vistorias técnicas. Os cursos oferecem disciplinas básicas
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biental de obras hidráulicas e de saneamento; análise técnica e econômica de projetos de engenharia sanitária e ambiental; elaboração de orçamento para obras de saneamento, fiscalização de obras de saneamento; gestão ambiental - conceitos e ferramentas; família de normas ISO 24511, 24512, 24513; regulação no saneamento ambiental; entre outras. Durante a realização do 24º Encontro Técnico da AESabesp, em caráter paralelo à Fenasan, o seu representante, Hélio Nazareno Padula Filho, que também é gerente do Unidade de Gerenciamento Regional Jardins, da Diretoria Metropolitana da Sabesp, participou da mesa redonda “Um novo desafio: profissionais qualificados no setor de saneamento”, e adiantou que a partir de 2014, no mínimo 3000 profissionais técnicos serão qualificados pela ABES-SP para atuarem num dos gargalos mais vulneráveis dos serviços de saneamento: o emprego da tecnologia para redução de perdas, de modo que se evite desperdícios, retrabalhos e que os reparos a serem feitos tenham perenidade. Este público profissional será formado pelos empregados de empresas contratadas pela Sabesp, que assumiu um compromisso com a JICA (Japan International Cooperation Agency), órgão de financiamento do governo japonês, em contrapartida a investimentos destinados à Companhia. A certificação será feita pela Abendi - Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção.
de química, física, matemática e biologia, e as específicas variam conforme a habilitação.
Cursos Livres: Existem diversos cursos que podem complementar os conhecimentos do profissional, ou então oferecer uma orientação sobre procedimentos importantes para o saneamento como Segurança para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, Serviço de Higiene e Limpeza Hospitalar, Técnicas de Processamento da Roupa Hospitalar, Gestão de Resíduos Industriais, Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Poluição das Águas, Tratamento de Efluentes.
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artigo técnico
Tecnólogo na Sabesp desde 1974, Adilson Menegatte de Mello Campos é tecnólogo mecânico graduado pela Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), com especialização em ensaios não destrutivos. Também é professor na Faculdade de Tecnologia de São Paulo desde 1988, nas disciplinas de Construção soldada I e II e Construção de Máquinas I . Na Sabesp, atua no CSQ (Departamento de Qualificação e Inspeção de Materiais, integrado à Superintendência de Licitações e Contratações da Sabesp), na qualificação de empresas e na inspeção de materiais e equipamentos.
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QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO, SATISFAÇÃO GARANTIDA OU SEU DINHEIRO DE VOLTA por Adilson Menegatte de Mello Campos 1- Introdução Não é impossível imaginar que no início dos tempos, os primeiros humanos, lutando pela sobrevivência, fabricavam toscos instrumentos cortantes para abater suas presas e alimentar sua prole. Em pouco tempo surgem alguns artesãos capazes de fazer instrumentos muito eficientes, que podiam ser trocados por uma grande quantidade de bens de consumo (peixes, carnes, conchas, etc) iniciando um processo de atendimento mútuo de necessidades. Posteriormente surge a concorrência de outros produtores, oriundos das terras distantes do oriente que ofertavam esses instrumentos bem baratinhos (embora não tão eficazes). E chegamos aos dias de hoje, onde o marketing nos convence que precisamos adquirir produtos que jamais usaremos.
2- Qualificação O avanço do conhecimento e da tecnologia, foi elevando cada vez mais os critérios de exigência sobre a qualidade dos produtos e serviços, deixando claro que o conceito de qualidade tinha na sua raiz dois ramos inseparáveis, num primeiro plano temos o produto ao qual podemos atribuir características que consideramos necessárias para usá-lo satisfatoriamente e num segundo plano, o homem envolvido nesse processo, tanto na fabricação, como no uso do mesmo. No caso dos produtos, o esforço em se desenvolver normas e especificações podiam ser insuficientes, se os fabricantes não praticassem o uso de processos produtivos necessários à fabricação de bons produtos, o emprego de matérias prima adequadas e o uso de mão de obra capacitada.
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Para o homem, a tentativa de garantir a qualidade dos produtos e serviços foi obrigando que as instituições de ensino fossem tornando sua grade curricular cada vez mais especializada e, os profissionais foram impelidos a aprofundar seus conhecimentos tanto pela frequência aos meios acadêmicos (especializações, mestrados, etc), quanto pela vivencia de trabalhos realizados, onde a lida do dia a dia acrescenta fatos e verdades, nem sempre claramente discutidos em salas de aula. O velho ditado “Mais vale a prática que muita gramática” imperou por anos a fio, sendo os serviços supervisionados por “mestres” e “feitores” que foram forjados na escola da vida, trazendo como consequência um risco elevado de se ter resultados variáveis, conforme o conhecimento do profissional, além de impedir o avanço tecnológico pelo receio do novo. Quem nunca ouviu alguém dizer “Pra que mudar, eu faço assim há 40 anos”. Provavelmente, o fator “homem” seja o componente mais complexo do processo, pois se há instituições de ensino (tradicionais ou cursos livres) que buscam adequar o profissional às exigências do mercado, por outro lado há instituições dispostas a fornecer um atestado qualquer a pessoas despreparadas, que se disponham a pagar regularmente por este documento. Outra questão importante é que as novas gerações estão se desinteressando pelas tarefas que requerem o “fazer”. Existem vários cursos de “gestão de transporte” ou “gestão de obras” que só fariam sentido se ofertados a profissionais que já militam no mercado há alguns anos. Corre-se o risco de formar gestores de algo que nem eles sabem o que é. Nos Estados Unidos, a AWS (American Wel-
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artigo técnico ding Society) detectou esse problema e oferece vários cursos de qualificação na área da soldagem que abrangem desde a formação de “vendedores” de insumos até a de “engenheiro de solda” sendo que este curso só é disponível para profissionais com longo histórico no ramo (ver revista AWS – agosto 2013). Porém, será que a qualificação dos produtos e dos profissionais por si só resolvem todos os problemas? Como já vimos anteriormente, há agentes qualificadores que não conseguem (ou não querem) formar pessoas ou avaliar materiais que efetivamente tragam tranquilidade aos que se utilizam deles, traduzindo em satisfação do usuário final todo o investimento dispendido na formação de pessoal e no estabelecimento de critérios de qualidade. A adequação ao uso como critério de qualidade vale tanto para materiais como para profissionais, pois em ambos os casos, algo que pode ser excelente para alguns, pode não ser interessante para outros. Por exemplo, podemos tomar as normas de fabricação para tubos e válvulas. No mercado de óleo e gás, a norma definida é a API, enquanto no mercado da água usa-se a norma AWWA. Geralmente os materiais fabricados pela norma API são mais delgados se comparados a robustez dos fabricados conforme AWWA. Isso não significa que um é melhor que o outro, mas sim que a filosofia de projeto de um e de outro são diferentes, no caso da API os materiais têm previsão de vida útil definida em normas, de forma que após esse prazo o produto deve ser substituído ou avaliado por caros sistemas de inspeção “in loco”, lançando-se os custos de manutenção para uma fase da vida do material no qual ele já esta operando e, consequentemente gerando recursos. No caso da norma AWWA o objetivo principal é que o produto apresente desempenho adequado durante todo o horizonte de projeto numa instalação de saneamento (em média 50 anos). De forma similar, os soldadores da “boca da água” se diferenciam dos soldadores para óleo e gás, pois, em função das elevadas espessuras e diâmetros dos tubos utilizados na linha de água, pode-se introduzir
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técnicas e metodologias de soldagem mais simples e que utilizam materiais mais baratos, sem dispensar um processo de qualificação dessa mão de obra. Logo, os agentes de qualificação devem ter uma visão bastante ampla das necessidades do mercado, atuando especificamente em cada caso. Provavelmente as escolas de medicina são o melhor exemplo dessa linha de ação, pois temos especialistas em pé, em dedo do pé e assim sucessivamente. Pena que desta forma desapareceram os médicos generalistas, o que exige que o paciente saiba antecipadamente qual é a sua doença para poder procurar o profissional adequado. Todos nós, como consumidores, somos grandes agentes qualificadores, pois utilizamos nossos próprios critérios para considerar o que vamos trazer para nossa casa. Conheço pessoas que têm restrição a certas marcas de automóvel, por exemplo, mesmo sem ter possuído um único exemplar desse fabricante. Essa pessoa provavelmente não terá qualquer argumento razoável para tal atitude, mas ele é o dono do seu dinheiro e poderá usá-lo livremente, sem dar satisfações a ninguém, o que não ocorre com empresas públicas. Estas se submetem a leis, por vezes draconianas, que sob a filosofia de possibilitar ampla concorrência, por vezes acaba gerando distorções gravíssimas ao dificultar que se adote processos de qualificação de fornecedores que permitiriam ao agente público adquirir produtos mais vantajosos do ponto de vista custo x benefício, ao invés de ser obrigado a comprar o que é mais barato.
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artigo técnico 3- Certificação Pois bem, a qualificação pode não ser a solução para todos os males. Nesta hora, é importante que o processo de qualificação seja complementado com a certificação desse material ou desse profissional. Essa certificação atesta que foram aplicados critérios de avaliação específicos e que todos os parâmetros desejados foram atendidos, logo, se esses parâmetros são aderentes às minhas necessidades e o orgão certificador goza de confiabilidade no meio, eu posso considerar a possibilidade de uso. No campo profissional, um dos primeiros sistemas organizados de certificação foi estabelecido pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) onde os profissionais egressos das escolas de Direito (agentes qualificadores) se submetem a um exame de conhecimento específico, sem o qual lhes é proibido o exercício da profissão. Este fato se impôs pela constatação de um sem número de instituições de ensino que não preparavam adequadamente os profissionais. Pelo que se sabe, outras categorias profissionais se movimentam para ter um sistema semelhante, como forma de evitar o descrédito generalizado nos profissionais recém formados. No campo de materiais e equipamentos, a iniciativa do INMETRO também vai nesse sentido, ao certificar alguns produtos, aplicando-lhe um selo de conformidade, atestam que esses produtos podem ser usados pela população, pois os critério mínimos de qualidade foram atingidos.
4- A Sabesp e o sistema de qualificação e certificação A Sabesp tem, há vários anos, um sistema organizado de qualificação de fornecedores de produtos e de mão de obra, que recebe periodicamente reclamações de associações de fornecedores, agentes de ministério público e outros interessados. A alegação de sempre é que o sistema exclui possíveis fornecedores dos processos de compra da empresa. Na maioria dos casos, trata-se de reclamação infundada, originadas por empresas que não teriam condições técnicas de fornecer com a qualidade desejada, e que buscam de qualquer forma criar problemas. Porém, todo o processo é aberto ao pú-
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blico, possibilitando que qualquer empresa solicite a qualificação a qualquer tempo. Por esse motivo e em função dos riscos à saúde pública, o sistema de qualificação tem se mantido da forma que foi idealizado, cumprindo com sua função de possibilitar concorrências entre iguais, sem que aventureiros possam vir a prejudicar nossas aquisições. No futuro, é possível crer que a Sabesp acabe assumindo uma posição de órgão certificador, dado o longo histórico e o profundo conhecimento em qualificar empresas e produtos, o que possibilita definir critérios de avaliação objetivos e aplicáveis a instalações de saneamento, colaborando desta forma para a melhoria da qualidade dos produtos e profissionais envolvidos, reduzindo custos e viabilizando soluções de engenharia, numa área onde o Brasil ainda apresenta índices vergonhosos de atendimento a população.
5- Conclusão A seguir apresentamos alguns exemplos de casos, onde boa parte do processo esteve sob controle (fabricação dos tubos e emprego de soldadores qualificados), mas as demais ações envolvidas tornaram todo o esforço em vão. Claro que isto parece impossível de acontecer, parece que são exemplos inventados para justificar o assunto, porém as fotos são reais e o ocorreram de fato. E nestes casos, a pergunta que não se cala: será que todo o cuidado, investimento e atenção não serão desperdiçados enquanto não se cuidar de qualificar e certificar também a mão de obra operacional, dos almoxarifados e, enfim de todos os profissionais de todos os níveis envolvidos num empreendimento?
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artigo técnico
Arisnandes Antônio da Silva (foto, durante a exibição do trabalho no 24º Encontro Técnico AESabesp) Licenciado em Física pela Universidade de São Paulo - USP; MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Projetos pela Fundação Getulio Vargas – FGV/SP; Profissional de Gestão de Projetos (PMP) certificado pelo Project Management Institute – PMI; Mestrando em Ambiente, Saúde e Sustentabilidade pela Faculdade de Saúde Pública – FSP/USP; Analista do Depto. de Desenvolvimento da Gestão de Empreendimentos da Sabesp Jobert Alexandre Policarpo Formado em Administração de Empresas; Analista do Depto. de Desenvolvimento da Gestão de Empreendimentos da Sabesp José Jairo Varoli Economista pela PUCSP; Pós-graduado em Ciências Econômicas pela PUC-SP; Gerente de Departamento de Desenvolvimento da Gestão de Empreendimentos da Sabesp Silvio Leifert Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia Universidade Mackenzie; MBA em Gestão de Projetos na Fundação Vanzolini pela USP; Superintendente da Superintendência de Gestão de Empreendimentos da Sabesp
ESTRUTURAÇÃO DE UMA NOVA CADEIA DE VALOR PARA EMPREENDIMENTOS DA SABESP: ESTABELECENDO UM CANAL DE RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES DE SERVIÇOS DE ENGENHARIA por Arisnandes Antônio da Silva, Jobert Alexandre Policarpo, José Jairo Varoli, Silvio Leifert Assim como para as pessoas, para as empresas também é muito importante o entendimento do meio que as cercam. Isso é fundamental para seu crescimento e até para sua sobrevivência. Há até quem compare as empresas a organismos vivos, como faz Arie De Geus em seu livro “A empresa viva”. Estudo do SEBRAE realizado em novembro de 2011, fala em “mortalidade” de empresas ou ainda em “mortalidade infantil” para aquelas que não sobrevivem ao seu segundo ano. Ainda no livro de De Geus, são apontados os quatro fatores diferenciadores de uma empresa viva: “sua capacidade de adaptação ao mundo exterior (aprendizado), seu caráter e identidade (persona), suas relações com pessoas e instituições dentro e entorno de si mesma (ecologia) e a forma como se desenvolveu no decorrer do tempo (evolução)”. Levando em consideração esse conceito, especialmente o terceiro fator (ecologia), e os conceitos relativos a Gestão do Conhecimento, como apresentados por Nonaka e Takeuchi em seu livro “Criação de conhecimento na Empresa”, desenvolvemos um trabalho que possibilitou o estabelecimento de um canal de relacionamento com os fornecedores de produtos e serviços de engenharia para os empreendimentos da Sabesp. Entendemos produtos e serviços de engenharia como sendo os Estudos e Projetos, o Gerenciamento e a execução da Obras. São três, então, os tipos de fornecedores aqui abordados: as Projetistas, as Gerenciadoras e as Empreiteiras.
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O estabelecimento do canal de relacionamento se deu com a criação de Grupos de Trabalho para discussão de temas relevantes para a qualidade dos empreendimentos e contou com a participação de profissionais da Sabesp e dos fornecedores em questão. O conhecimento gerado, multiplicado e compartilhado por esses grupos foi consolidado em seis documentos intitulados Diretrizes para Elaboração de Termos de Referência e Planos de Gestão a serem aplicados aos empreendimentos e seus fornecedores. Estes documentos visam auxiliar tanto o profissional da Sabesp que elabora Termos de Referência, quanto as empresas contratadas para fornecimento de produtos e serviços, uma vez que estabelecem o conjunto de requisitos mínimos que deverão ser atendidos durante a execução do contrato. Essas diretrizes nasceram com o aval dos profissionais da Sabesp e das entidades que representam seus fornecedores. São produto de consenso entre Sabesp e Mercado. A realização desse trabalho foi um bom exemplo de atitude proativa da empresa para com outras partes interessadas (stakeholders) e nos levou a pensar sobre a importância de se fazer algo parecido com outros atores, mas quem seriam eles? A identificação desses outros atores e o relacionamento das áreas de empreendimentos com eles nos levou a estudar um modelo de Cadeia de Valor para os empreendimentos da Sabesp, que apresentamos na seção seguinte.
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artigo técnico Há vários modelos de cadeia de valor sendo utilizados atualmente, mas em sua maioria tratam da produção industrial e são aplicáveis apenas em parte à realidade da Sabesp. Outra limitação que verificamos foi a de não incorporarem todos os atores que compõem uma realidade tão complexa como a nossa. Somos uma empresa de capital misto, com ações na Bolsa, respondemos ao governo do estado, aos acionistas, a uma agência reguladora e ainda temos que realizar investimentos a fundo perdido. É salutar entendermos nosso posicionamento frente a esses atores para que comecemos a planejar nossa forma de atuação, em parceria, com vistas a garantir uma vida longa e próspera à empresa. Apesar das indicações de necessidade de estabelecermos o relacionamento com outros atores em novos patamares, o exemplo concreto apresentado por este trabalho limita-se ao relacionamento das áreas de empreendimentos com os três tipos de fornecedores citados.
MODELO DE CADEIA DE VALOR PARA ÁREAS DE EMPREENDIMENTOS DA SABESP O modelo de cadeia de valor que será abordado neste texto tem origem nos conceitos de cadeia de valor e vantagem competitiva apresentados pelo guru da gestão empresarial Michael Porter a partir de meados da década de 1980. Apesar da grande aceitação do modelo de Porter, não foram poucas as críticas, muitas vezes pertinentes, dirigidas a ele. Além disso, a própria tentativa de transpor o modelo, essencialmente voltado para a indústria, para outros segmentos da economia resultou em propostas de alteração e revisão do modelo conceitual. O modelo tradicional de cadeia de valor estabelece que há um fluxo unidirecional de agregação de valor – partindo dos insumos e terminando no produto final – onde, a cada etapa da cadeia, o valor vai sendo adicionado ao produto. Estabelecer o posicionamento adequado da empresa nessa cadeia faz toda a diferença quando ela se encontra em um ambiente competitivo. Porter diz, acertadamente, que relacionar a empresa com seu meio ambiente consiste na essência da estratégia empresarial voltada para a aquisição de vantagem competitiva. É, contudo,
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um modelo que não alcança a complexidade e os relacionamentos próprios dos segmentos voltados a serviços. Devido a isso, vários outros modelos foram desenvolvidos para levar em consideração a criação, a coprodução e os fluxos multidirecionais de agregação de valor. A adoção de um modelo de agregação de valor adequado à realidade de uma empresa, ou segmento de mercado, é um passo importante para, através de sua análise, estabelecer papéis, identificar canais de comunicação, levantar interdependências e, consequentemente, definir as estratégias para aperfeiçoar essa agregação de valor. Esse passo é primordial para a aquisição de vantagem competitiva. Há uma questão anterior, entretanto, que precisa ser resolvida. Faz sentido falar em competitividade para uma empresa como a Sabesp? A resposta a essa questão seria diferente há alguns anos. Hoje, levando em consideração o ambiente regulado e o surgimento de novos concorrentes, não há dúvida de que a resposta é sim. A grande diferença entre a competitividade na indústria e esse caso específico de concessionárias de serviços públicos é a questão do tempo em que as ações ocorrem. Estamos falando de um tempo dilatado onde os contratos duram décadas. A base de municípios atendidos pela Sabesp, com 363 concessões, faz com que em espaços de tempo relativamente curtos, tenhamos que realizar novas negociações. Nesse momento é que se nota a mudança de postura do poder concedente, principalmente devido ao estabelecimento do marco regulatório e da criação da ARSESP, fortalecido pela figura dos contratos de programa. Sempre houve alternativas, que não a Sabesp, para os municípios. A concessão poderia ser dada à iniciativa privada ou assumida por um órgão ou empresa municipal. Esta última alternativa é bastante custosa e nem todos os municípios tem condições de realizá-la. A primeira alternativa, concessão a uma empresa privada, era difícil devido à escassez de concorrentes nesse segmento de mercado. Esse panorama está mudando rapidamente. Há novos concorrentes entrando no setor que, apesar de pequenos, estão ancorados em grandes empresas do ramo da construção civil, com larga experiência
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artigo técnico em execução e implantação de infraestrutura e que agora partem para adquirir experiência na operação de serviços de saneamento. Esses dois fatores combinados tornam o ambiente do saneamento mais hostil às empresas estaduais de saneamento. Com a Sabesp não é diferente. Mesmo que o fato de ser uma empresa de capital aberto seja um fator que impele naturalmente a Sabesp no sentido de ser mais ágil e mais preparada para as disputas que se afiguram, ainda assim, não podemos desconsiderar essa nova situação. Isto posto, devemos considerar que a gestão do fluxo de recursos dentro da cadeia de valor é fundamental para colocar a empresa em um novo patamar, ao menos no que concerne às áreas de empreendimentos – objeto deste trabalho. Os recursos aqui citados são os tradicionais recursos humanos e financeiros, acrescidos de outro recurso não menos importante que é o conhecimento. Estes recursos são os responsáveis por, ao longo da cadeia, agregar valor ao produto propriamente dito – as instalações operacionais – ou ainda à imagem e à marca da empresa. Esse fluxo de recursos ocorre dentro de um caminho, a cadeia de valor, que parte da Origem dos Recursos e vai até a Realização dos Benefícios Planejados, como podemos ver na figura 1.
Figura 1: Início e fim da Cadeia de Valor para Empreendimentos
Dentro desse percurso ocorre todo o ciclo de vida de um empreendimento somado a uma etapa importantíssima que é a Gestão dos Benefícios Planejados. Trata-se de medição e acompanhamento da realização dos benefícios que foram identificados, durante o planejamento, como resultado da execução dos empreendimentos da Sabesp. Seria algo análogo ao que se chama de Ciclo de Produto, onde não só as fases de projeto e produção são consideradas, mas também as de comercialização, pós-venda e evolução do produto até a sua obsolescência. No caso dos
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empreendimentos, de forma resumida, são as fases de partida, concepção, detalhamento, implantação, operação e gestão de benefícios. Quando colocada sob a perspectiva dos Empreendimentos da Sabesp, o ponto central dessa cadeia de valor é a relação indissociável entre as áreas de Empreendimentos e as áreas Operacionais, representadas na figura 2 pelo logotipo da empresa.
Figura 2: Principais atores da Cadeia de Valor para Empreendimentos
Neste modelo os Fornecedores são todos aqueles responsáveis pelo fornecimento de recursos que irão compor, como valor agregado tangível ou intangível, o valor final do empreendimento. Já os Clientes são todos aqueles que se beneficiarão dos resultados advindos da realização do empreendimento e de sua operação dentro dos patamares estipulados em seu planejamento ou que neles tem interesse. Cabe ressaltar que estamos tratando de uma visão ampliada de Fornecedores e Clientes. Como exemplo de fornecedores podemos citar, não só aqueles mais óbvios como Projetistas, Empreiteira e Gerenciadoras, mas também as Instituições Financeiras e de Fomento, as Universidades e Instituições de Pesquisa, entre outras fontes de recursos. Para Clientes, em última instancia, podemos citar o conjunto da sociedade e seus múltiplos e diversos interesses. Esse modelo não poderia deixar de considerar os atores que agem nas interfaces Fornecedores x Sabesp, Sabesp x Clientes e Fornecedores x Sabesp x Clientes. Essas relações são, muitas vezes, mediadas por entidades que não estão diretamente na Cadeia do Produto, mas que reduzem ou aceleram o fluxo de recursos, de forma a permitir que os objetivos iniciais sejam alcançados com o mínimo de perdas e com benefícios para todos os envolvidos. Esses atores estão colocados na figura 3.
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Figura 3: Atores das interfaces da Cadeia de Valor para Empreendimentos
Figura 4: Modelo completa da Cadeia de Valor para Empreendimentos
As Associações agem na interface Fornecedores x Sabesp com o intuito de possibilitar um relacionamento mais equilibrado entre a empresa e seus fornecedores diretos. Seu papel é importantíssimo como auditora informal dos processos de licitação e como balizadora dos requisitos estabelecidos para contratações de produtos e serviços para empreendimentos, de forma que acaba por validar ou invalidar ações pretendidas pela Sabesp. As entidades representativas de Fornecedores são exemplos dessas associações. Os Reguladores são aqueles que agem na interface Sabesp x Clientes e que procuram disciplinar o relacionamento da empresa com seus clientes, seja o município ou usuário final. Como exemplo, podemos citar a própria ARSESP, no nível do poder concedente, e o PROCON no nível do usuário final. A Fiscalização, por sua vez, tem a função de garantir que o fluxo dos recursos esteja fluindo da forma como foi estabelecido contratualmente entre Sabesp e fornecedores e que esse fluxo, por conseguinte, gerará os benefícios esperados pelos clientes. Temos como exemplo aqui o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público e organizações do Terceiro Setor (ONGs). Para completar o modelo de Cadeia de Valor, precisamos considerar outra dimensão muito importante que inclui dois atores importantíssimos. Um por seu interesse nos dividendos e no lucro oriundo de seus investimentos na empresa – o Investidor (Acionista). E outro por ter interesse em participar do mesmo mercado, dividindo-o ou mesmo conquistando-o – o Concorrente. O Acionista tem interesse direto que o fluxo de recursos estabelecido nessa cadeia seja otimizado, maximizando seu retorno. Mesmo o Concorrente pode participar do fluxo como parceiro, as atuais Sociedades de Propósito Específico – SPE com participação da Sabesp, são casos desse tipo. A figura 4 mostra o modelo completo da Cadeia de Valor para Empreendimentos da Sabesp.
A realização dos benefícios planejados para cada empreendimento deve ser o objetivo final de cada um dos atores que participam, direta ou indiretamente, dessa cadeia de valor. A Sabesp como ponto central dessa cadeia deve trabalhar no sentido de estabelecer canais de comunicação com os demais atores, de forma a construir relacionamentos do tipo ganha-ganha. Ouvir as associações, negociar com os reguladores e conversar com os fiscalizadores, sempre de forma proativa, são atitudes que estão dentro do campo de ação da empresa e sempre que realizado produz bons frutos, como foi o caso que será apresentado a seguir.
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RELACIONAMENTO SABESP (EMPREENDIMENTOS) X FORNECEDORES Em dezembro de 2010 estabeleceu-se, com o apoio de três diretorias da Sabesp (M, R e T), a constituição de Grupos de Trabalho (GTs) formados por profissionais da empresa e por indicados pelas entidades representativas dos fornecedores de serviços de engenharia para empreendimentos, com a finalidade de avaliar e propor ações que, tomadas em conjunto por Sabesp e pelo Mercado, pudessem melhorar a qualidade da Gestão da empresa e a qualidade dos serviços prestados pelas contratadas. Foram constituídos três GTs: Grupo de Trabalho para Obras – GTO, composto com profissionais da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (APEOP); Grupo de Trabalho de Projetos – GTP, composto com profissionais do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (SINAENCO) e Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente (APECS); Grupo de Trabalho de Gerenciamento – GTG, também composto por SINAENCO e APECS. Durante os oito primeiros meses de 2011 foram realizadas 60 reuniões distribuídas pelos três GTs, envolvendo cerca de 30 profissionais, tanto da Sa-
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artigo técnico besp quanto do Mercado, perfazendo mais de 200 horas de análises, debates, críticas e propostas. Nesse primeiro ciclo de discussões, foram abordados dois tópicos de extrema relevância para a qualidade dos nossos empreendimentos. O primeiro tópico foi a qualidade dos Termos Referências e Especificações Técnicas que compõem nossos editais de licitação, pois é consenso que estes documentos apresentam, com frequência, carências que prejudicam não só a contratação do produto/serviço, como por vezes inviabilizam a sua realização dentro das características esperadas pela unidade contratante. O segundo tópico dizia respeito à qualidade das próprias contratadas e a abordagem adotada foi a de estabelecer critérios mínimos para a qualidade dos produtos e serviços fornecidos, fomentando a evolução dos segmentos de mercado, de forma a ter cada vez mais empresas bem qualificadas participando de nossas licitações. Essa possibilidade de conversar com o Mercado e permitir que, de modo sincero, os dois lados se expressassem, demonstrando expectativas e frustrações de lado a lado, foi o ponto primordial do trabalho que foi desenvolvido. É preciso que o Mercado entenda as necessidades da Sabesp para que possa atendê-la a contento. Por outro lado, a Sabesp deve conhecer os segmentos de mercado onde busca produtos e serviços, de maneira a entender suas limitações e suas possibilidades, adequando seus instrumentos de contratação à realidade dos fatos. Não é possível estabelecer de forma arbitrária o patamar de qualidade que queremos, sem saber se o mercado está apto a dar a resposta que queremos. O conhecimento das realidades de lado a lado permite que se possa construir um ambiente de confiança onde os objetivos a serem alcançados passam a ser partilhado por todos. É a forma de instituir o modelo de Cadeia de Valor apresentado no tópico anterior. Como fruto direto desse trabalho foram aprovadas através da Deliberação de Diretoria 101/2012, em abril de 2012, as Diretrizes para Elaboração de Termos de Referência (DTR) e Planos de Gestão (DPG). Essas Diretrizes são compostas por um conjunto de seis documentos. Três diretrizes para elaboração de Termos de Referência e três para Planos de Gestão (Obras, Gerenciamento e Estudos e Projetos), cuja função principal é auxiliar na elaboração de Termos de Referência para Empreendimentos e no estabele-
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cimento de padrões mínimos de qualidade a serem seguidos pelas contratadas. A melhoria nos dados de entrada de uma licitação, ou seja, na elaboração dos Termos de Referência, deve possibilitar uma melhora significativa na qualidade das contratações efetivadas e, consequentemente na aquisição dos produtos e serviços desejados pelas áreas de empreendimentos. Haverá reflexos dessa melhoria também na administração dos respectivos contratos. O Plano de Gestão, por sua vez, tem como objetivo melhorar a qualidade das empresas contratadas via licitação, através do estabelecimento dos itens que serão atendidos pela Contratada na execução dos serviços. Para orientar a elaboração do Plano de Gestão, a Sabesp põe à disposição das Contratadas as Diretrizes para elaboração dos Planos de Gestão. Já houve experiências na Sabesp com a adoção de Planos de Gestão para grandes obras, como aqueles aplicados no Programa Onda Limpa e no Projeto Tietê. A realização do trabalho de desenvolvimento das Diretrizes aqui citadas teve como norteadora a intenção de tornar os documentos aplicáveis a empreendimentos de portes menores e que também pudessem ser utilizados em outros tipos de fornecimento de serviços de engenharia – não só para obras. Obtivemos como resultado documentos que são flexíveis, atendendo às especificidades de cada área da empresa e que podem ser tão complexos ou tão simples quanto o porte do próprio empreendimento. Alguns subprodutos dessas Diretrizes também foram bastante interessantes. Foram criados modelos em branco, apenas com a estrutura mínima necessária, para os três tipos de Termos de Referência e foi definido um procedimento para elaboração de Termos de Referência, composto por cinco etapas: 1 – entendimento do objeto; 2 – coleta de requisitos; 3 – estruturação do TR; 4 – revisão e 5 – aprovação. Todos os documentos gerados estão disponíveis para download no Portal Sabesp, na página da Superintendência de Gestão de Empreendimentos – TE.
RESULTADOS ALCANÇADOS A abertura desse canal de relacionamento com os fornecedores de produtos e serviços para Empreendimentos possibilitou a consolidação do conhecimento dos profissionais, tanto da Sabesp quanto do
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artigo técnico Mercado, através da troca de informações e experiências, discussão de conceitos e estudos de caso. Como bem sabemos, através dos conceitos de Gestão do Conhecimento, o conhecimento tácito – que está na cabeça das pessoas, pode ser compartilhado através do contato entre elas, sendo multiplicado e passando a estar em mais cabeças. Parte desse conhecimento materializou-se, foi explicitado, através das Diretrizes aqui citadas, mas não há dúvida que outra parte significativa do ganho com esse trabalho foi a possibilidade de colocar as pessoas em contato para discussão de temas muito importantes para a empresa. O passo seguinte seria, necessariamente, a disseminação do conhecimento gerado por este trabalho com os demais profissionais da Sabesp. Isto foi conseguido através da formação de 14 turmas de profissionais da capital e do interior, para os quais foram apresentados os documentos gerados e se permitiu a discussão dos conceitos abordados e as possibilidades de sua aplicação. Esse período de disseminação ocorreu de setembro a dezembro de 2012. A fotografia 1 mostra uma dessas turmas de disseminação, realizada em Botucatu. No processo de disseminação do conhecimento agregado nas Diretrizes foram envolvidos 239 profissionais de 4 diretorias da empresa (C, M, R e T). Dentre os demais documentos, o procedimento para elaboração de Termos de Referência, está em fase final de desenvolvimento para tornar-se um Procedimento Empresarial, devendo ser utilizado por todas as áreas de Empreendimentos da Sabesp. Apesar dessa obrigatoriedade para empreendimentos, o procedimento poderá ser utilizado por qualquer área. Dois dos GTs iniciais continuam na ativa, o de Projetos e o de Gerenciamento. Atualmente estão sendo discutidos nesses grupos itens tais como: quantitativos para composição de preços para Estudos e Projetos; Assessoria Técnica aos Empreendimentos; critérios objetivos para julgamentos de propostas técnicas, entre outros.
CONCLUSÕES Apesar de toda a energia empregada na elaboração das diretrizes e na disseminação do conhecimento gerado, a utilização desse conhecimento, além da adoção dos conceitos abordados nos documentos,
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Fotografia 1: Disseminação das DTR e DPG em Botucatu
depende da vontade de cada profissional da empresa. É imprescindível a continuidade do trabalho, transformando o que for possível em ativos organizacionais, tais como procedimentos empresariais ou operacionais, dependendo de cada caso. Mas, não é só isso. O debate tem que continuar sendo estimulado, com a realização de encontros, seminários e bate-papos, presenciais ou não. A tecnologia deve ser usada sempre a nosso favor. O canal de relacionamento estabelecido com os fornecedores precisa ser fortalecido e institucionalizado. Não há possibilidade de, uma vez tendo realizado esse trabalho, esquecê-lo e continuar fazendo as coisas como sempre. É um caminho sem volta. Mais distante e mais desafiador ainda é a necessária mudança cultural que a Gestão de Empreendimentos na empresa demanda. O ambiente regulado e o surgimento de concorrentes demanda a busca pela agilidade, eficácia e estabelecimento de uma Cadeia de Valor ampla e voltada para os benefícios finais de nossos investimentos. Nossas metas são ambiciosas. Pretendemos universalizar o saneamento até o final dessa década, hoje falamos em municípios 300% - 100% de abastecimento de água, 100% de esgoto coletado e 100% de esgoto tratado. Tudo isso passa pelas áreas de empreendimentos e temos que estar preparados para isso. Esse não é um desafio que será cumprido somente pela Sabesp. Toda sua Cadeia de Valor deve estar voltada para este fim. O relacionamento que estabelecemos com aqueles segmentos de fornecedores precisa ser reproduzido com os outros membros da cadeia, respeitando suas especificidades, sua posição na cadeia e suas possibilidades de interação e interlocução. Os ganhos certamente serão proporcionais ao esforço que fizermos na direção de otimizar o fluxo dos recursos através dessa Cadeia de Valor. Não depende apenas de nós, mas depende em grande parte de nós. Esse é o nosso maior desafio.
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Realização do curso internacional de redução de perdas da água Durante o mês o de setembro, foi realizada a quarta edição do Curso Internacional de Boas Práticas Operacionais para Prevenção, Redução e Controle de Perdas em Sistemas de Distribuição de Água, promovido pela Sabesp, JICA – Japan International Cooperation Agency e ABC – Agência Brasileira de Cooperação, órgão do Ministério das Relações Exteriores. A organização e o desenvolvimento do curso foram realizados pelo Departamento de Engenharia da Operação da superintendência de Desenvolvimento Operacional da Sabesp. Em 2013, o grupo de estudo foi composto por representantes de empresas de saneamento de Honduras, Colômbia, Chile, Cabo Verde, Equador, Angola e Brasil. Durante um mês, os alunos conheceram as práticas exercidas pelos técnicos e especialistas da Sabesp para o controle e perdas de água, além de terem acesso e conhecerem as instalações técnicas da empresa. Como parte do curso, os alunos foram capacitados em atividades como detecção de vazamentos não visíveis, operações de sistemas de abastecimento, escolha de materiais paras as tubulações, controle de pressão e medição de consumo e participaram de visitas técnicas em que acompanharam atividades como troca de trechos de rede.
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O trabalho realizado pela Sabesp tornou-se um execício de referência. Seus últimos investimentos reduziram em 3,8 pontos percentuais o seu índice de perdas de faturamento, passando de 29,5% em 2007 para 25,7% em 2012. O volume total de água que deixou de ser perdido no período é de aproximadamente 45 bilhões de litros. Desse total, cerca de 65% se refere à recuperação de volume decorrente de vazamentos, o que é suficiente para abastecer 440 mil habitantes – o equivalente à população de Santos, no Estado de São Paulo. A redução foi possível graças aos investimentos da empresa. Em 2012, foram investidos cerca de R$ 320 milhões no combate às perdas. Para a representante do governo federal, a analista Juliana Martins Basso, a cooperação entre os países é fundamental para a preservação dos recursos naturais. Além das grandes instalações da região metropolitana, os técnicos estrangeiros também conheceram as estruturas de atendimento das cidades do interior do estado: Lins, Jales e Fernandópolis. Os alunos participaram de palestras, conheceram as boas práticas do combate e controle de recursos hídricos, assistiram apresentação sobre atuação das áreas comerciais, sistema de micromedição de consumo de água e de uma atividade prática de execução de exames prediais para detectar vazamentos.
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matéria sabesp A prefeita da cidade de Fernandópolis Ana Bim acompanhou uma manhã de apresentações dos trabalhos realizados pela Sabesp regional de Lins e considerou: “fico feliz em saber que tantos países têm essa preocupação com o bem natural mais precioso que temos que é a água. Espero que levem esse conhecimento, para que nossas ações sejam somadas”. O grupo também foi recepcionado pelo presidente da Câmara de Fernandópolis, o vereador Chico Arouca que reafirmou as boas vindas desejados pela chefe do executivo além de estimar os votos de bons aprendizados para o grupo.
Cerimônia de encerramento do curso, no Auditório do Complexo Pinheiros, com os hinos do Japão e do Brasil.
Segundo a técnica em saneamento e representante da Colômbia, Catalina Casteñeda, as atividades desenvolvidas e as aulas práticas realizadas ao longo do curso farão diferença e agregam novos valores na metodologia de trabalho para retenção de recursos hídricos, “recebemos esse presente generosamente oferecido pela Sabesp em parceria com a JICA, vamos sem dúvida, aplicar os conhecimentos e disseminá-los em nossos países”. Em 2014, o curso chegará em sua quinta e última edição. Para o coordenador de projetos da JICA no Brasil, Vicente Murakami, neste período em que o curso esteve presente no calendário de eventos da Sabesp, mais do que conhecimento técnico previstos nas aulas, um dos aspectos mais relevantes foi a troca de experiências entre os alunos: “espero que as informações que eles tiveram acesso aqui, assim como os outros grupos de edições anteriores, contribuam para a melhoria do abastecimento e fornecimento em seus países”.
TOG e Universidade Empresarial capacitarão 620 profissionais Teve inicio em 16 de setembro, nas dependências da Universidade Empresarial Sabesp, no Complexo Ponte Pequena, o curso Gestão Energética, promovido pelo Departamento de Gestão de Energia (TOG), da Superintendência de Desenvolvimento Operacional (TO) e realizado pela Universidade Empresarial Sabesp, em parceria com o Senai. O curso possui dois formatos de programação: programa compacto, com duração total de 8 horas e programa completo, com duração total de 24 horas. O primeiro é voltado a gerentes e gestores, já o segundo, direciona-se a engenheiros, encarregados, líderes, técnicos e profissionais da área operacional. Além da carga horária, o que diferencia o curso compacto do completo é o conteúdo. No caso de gerentes e gestores, o foco está na gestão da energia e na eficiência energética. Para os demais profissionais, o conteúdo inclui os temas: operação e manutenção e noções de hidráulica e eletricidade, além de exercícios. Todo o conteúdo do curso foi desenvolvido pelo TOG em parceria com o Senai. Cerca de 620 profissionais das diretorias R e M da Sabesp deverão participar do treinamento que conta com um cronograma extenso e acontece em dois ciclos. O primeiro de setembro a novembro de 2013 e o segundo, de março a agosto de 2014. Além de São Paulo, serão realizados cursos em Botucatu, Franca, Itapetininga, Itatiba, Lins, Presidente Prudente, Registro e São José dos Campos. O eng. Celso Haguiuda (TOG) coordenador do projeto pela Sabesp, explicou a importância de se capacitar os profissionais: “A conta de energia elétrica da Sabesp é a terceira maior despesa operacional da companhia. A redução da despesa está atrelada a redução no consumo e à gestão eficiente no uso desse insumo. É importante que os profissionais conheçam as condições que influenciam os parâmetros da conta de energia. Só assim é possível gerir de forma efetiva”. O técnico de ensino e especialista em eficiência energética, Edson Pereira dos Santos, coordenador do curso pelo Senai, definiu o que se espera dos profissionais após o curso: “É importante que o profissional saiba identificar oportunidades para melhorar o desempenho das instalações, ou seja, maximizar a utilização com menor consumo e, consequentemente, menor custo” e enfatizou a questão da sustentabilidade: “Quando reduzimos o consumo de energia estamos contribuindo com o meio ambiente, tendo em vista que a expansão do parque de geração de energia gera impactos ambientais negativos ”.
(*) Colaboração: Ednaldo Carvalho Sandim/ Comunicação - TO
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entrevista
A avaliação do Superintendente de RH da Sabesp, Walter Sigollo Superintendente de Recursos Humanos da SABESP; Administrador de Empresas. Especializações em Recursos Humanos; Gestão de Negócios e Sistemas e Organizações; Atuou como Diretor, Vice-Presidente e Presidente da ABRH/SP - Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional São Paulo; Foi Diretor e VicePresidente da ABRH/ Nacional - Associação Brasileira de Recursos Humanos Nacional e atualmente é membro do Conselho de Administração; Foi Presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Sabesp de Seguridade Social – Sabesprev; É presidente do Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA/SP, tendo já ocupado posição de Conselheiro e Vice-Presidente.
Para discorrer sobre a necessidade de qualificação de mão de obra no setor de saneamento, entrevistamos o Superintendente de RH da Sabesp, Walter Sigollo, que avaliou as demandas do mercado de trabalho, a estrutura dos planos de gestão e as atividades de treinamentos e eventos incentivados pela Sabesp, inclusive com referência aos Encontros Técnicos e à Fenasan, realizados pela AESabesp, e enalteceu o capital humano, como fator responsável pelos altos índices de competência alcançados pela Companhia.
Saneas: Como o mercado de mão de obra qualificada para o saneamento está respondendo aos anseios da Sabesp? Ele está sendo suficiente para suprir as necessidades? Que cenário pode ser vislumbrado para os próximos anos? Walter Sigollo: Considerando o período de aquecimento do mercado de trabalho, houve um aumento natural na rotatividade de empregados nas empresas. Porém ao olharmos a evolução das oportunidades de qualificação, observamos um aumento na oferta de cursos voltados aos setores de infraestrutura e não diferentemente ao setor de saneamento. Há uma atenção especial à formação em engenharia, cuja quantidade de profissionais formados nos últimos anos não tem sido suficiente para suprir o mercado. Além disso, muitos dos que estão formados têm migrado para instituições financeiras que perceberam nessa classe profissional uma competência relevante para o setor financeiro e oferecem remunerações e benefícios mais atrativos que os demais setores. Para os próximos anos, se levarmos em conta a inserção das novas gerações no ambiente de trabalho, em geral esses profissionais trazem consigo uma bagagem maior de qualificação. No entanto duas situações continuarão existindo: primeiramente a necessidade de investimento das organizações na maturidade profissional desses novatos, que demoram mais para iniciarem sua vida profissional em prol da formação acadêmica. Em segundo lugar, a ma-
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nutenção da alta rotatividade nas empresas por ocasião do perfil dessas novas gerações, que em geral não criam vínculos facilmente e mudam frequentemente de emprego em busca da melhor situação aos seus anseios. Saneas: Que dificuldades a Sabesp tem enfrentado na contratação de novos profissionais, como estão sendo preenchidas as vagas de concursados e quais estratégias estão sendo adotadas para a retenção desses novos talentos? Walter Sigollo: Concurso Público não é um mecanismo que gera dificuldades para contratação de novos profissionais. Tem critérios claros e objetivos e transparece credibilidade ao participante. A dificuldade é posterior à contratação. Primeiro pelo fato de que o concurso público não possibilita a inclusão de fatores comportamentais no processo seletivo, o que deixa uma lacuna entre o perfil da vaga e o perfil do candidato. Faz-se necessário uma adequação já no ambiente de trabalho. Segundo fato é a necessidade de retenção dos novos talentos. Para reter novos talentos a Sabesp busca atuar com um modelo de gestão de pessoas integrado, onde a política de remuneração e benefícios considera o equilíbrio interno e externo, para manter atratividade; onde a carreira profissional é claramente acompanhada e estimulada pelo corpo gerencial com apoio de instrumentos de gestão como Avaliação de Competências, Meritocracia, Qualidade de Vida,
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entrevista pelo seu desempenho individual e diferenciado. O Programa de Participação nos Resultados - PPR, é um instrumento empresarial e motivacional que estabelece desafios atrelados ao processo de planejaSaneas: Como a Sabesp avalia a relação entre a mento e reconhece o esforço agregado pelo emprequalificação dos seus profissionais e o atendimengado no cumprimento ou superação de metas. Para o estabelecimento de planos de desento satisfatório à sociedade? Walter Sigollo: É fator primordial. A Sabesp tem volvimento e para o reconhecimento por mérito, como missão “prestar serviços de saneamento, cona Sabesp adota um Sistema de Avaliação de Comtribuindo para a melhoria da qualidade de vida e petências e Desempenho cujos resultados permido meio ambiente” e procura viabilizar sua missão tem verificar se o empregado realiza suas tarefas pelas competências dos empregados. Para que isso de forma satisfatória, se apresenta comportamento seja fato, tanto o estabelecimento dos requisitos adequado para fazer frente aos novos desafios. A de cargos, quanto o planejamento de capacitação Avaliação de Competências e Desempenho ocorre e aperfeiçoamento profissional, é realizado a partir anualmente com a mobilização de todos os emda estratégia organizacional para viabilizar os depregados e gerentes, como um momento valioso para que todos identifiquem seus pontos fortes e safios empresariais e as necessidades da sociedade. as oportunidades de melhoria. O resultado da AvaSaneas: Como são estruturados liação é fundamental para o esos planos de gestão de RH, as tabelecimento do Plano IndiviPara reter novos atividades de treinamentos e o dual de Desenvolvimento - PID, talentos a Sabesp desenvolvimento de lideranças, em que serão considerados asbusca atuar com um dentro da Empresa? pectos que podem ser aperfeimodelo de gestão de Walter Sigollo: A Sabesp invesçoados nas Competências e no pessoas integrado, Desempenho, além de tornar-se te fortemente em seus emprefundamental para a perspectiva gados para que exerçam com onde a política de um plano de carreira profiscompetências seus papéis na de remuneração e prestação de serviços para a sional. Ao longo do ciclo anual, benefícios considera sociedade. O Modelo de Gestão cabe ao Gerente acompanhar o o equilíbrio interno e por Competências, adotado descrescimento e as metas estabeexterno, para manter de 2000, alinha as ações intelecidas com sua equipe, identiatratividade. gradas de gestão de pessoas à ficando empregados elegíveis à missão, visão, valores e estratépromoção e outras ações comgias do negócio e às estratégias do capital humano. plementares quanto a gestão de pessoas. Como ferFrente aos inúmeros desafios e buscando avanços ramenta de gestão, as avaliações propiciam: contínuos, na revisão do Planejamento Estratégico para ■■ Identificar os pontos fortes e fracos e as oportuo período 2011-2020 foi estabelecida a diretriz: “Capinidades de melhoria; ■■ Motivar a melhoria da capacidade produtiva; tal Humano como Força Competitiva”, reconhecendo ■■ Feedback aos empregados, ajudando-os a medefinitivamente a importância que o fator humano desempenha na gestão estratégica da Companhia. lhorar seu desempenho e desenvolvimento; O Plano de Cargos e Salários, considerado peça ■■ Conhecer o grau de satisfação do empregado; fundamental na gestão de Recursos Humanos para ■■ Acompanhar e avaliar se as metas são cumpridas e garantir, por um lado, flexibilidade de gestão e por se estão compatíveis com os objetivos estratégicos; outro, atratividade em relação ao mercado de tra■■ Evidenciar as competências e desempenho do potencial humano, oportunizando condições de balho, além de proporcionar a retenção de talentos, capacitação/qualificação; permite desenvolver e recompensar os empregados Responsabilidade Social; onde há o estímulo contínuo ao desenvolvimento profissional por meio de uma Universidade Corporativa.
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entrevista ■■ Certificar as condições ambientais de trabalho; ■■ Subsidiar os Programas de Gestão de Pessoas; ■■ Oferecer ferramentas para as tomadas de decisões gerenciais. A educação de todos os empregados sempre mereceu especial atenção. A Sabesp é uma das pioneiras em ações de Educação Corporativa no Brasil com sua Universidade Empresarial, inaugurada em 2001 e idealizada como uma forma de alavancar os planos estratégicos da companhia, por meio da capacitação das lideranças e profissionais de todos os níveis. O modelo da Universidade prevê que as demandas de capacitação e desenvolvimento sejam identificadas a partir do Planejamento Estratégico Empresarial, que contempla as diretrizes provenientes dos direcionamentos do Governo do Estado e acionistas, agregadas aos valores da organização. Essa somatória define as reais necessidades de cada segmento de trabalho. Os líderes, em sua função de gestão de pessoas, são os responsáveis pelo estabelecimento de compromissos de desenvolvimento de suas equipes. Esses são compromissos que dão base para a realização e efetivação de cada processo de trabalho e, seu desenvolvimento é acompanhado por meio do procedimento de Avaliação de Competências e Desempenho. O diferencial da Universidade é sua grade curricular, onde se destacam os programas presenciais e de e-learning, sempre com forte estímulo ao autodesenvolvimento, a retenção e compartilhamento de conhecimento. Em relação às Lideranças, dois programas são fundamentais e percebidos pela Organização, como iniciativas que contribuem com a elevação das suas competências para a condução das pessoas e do negócio: 1. Programa Excelência Gerencial, destinado aos gerentes atuais que, considerando as competências de liderança a serem desenvolvidas para a construção da nova etapa da empresa, tem como objetivo contribuir para a implantação de uma cultura empreendedora, focada na gestão por resultados, na valorização e desenvolvimento de pessoas e no incentivo à criatividade e inovação nos processos de trabalho. Conduzido em parceria com a FUNDAP, o programa contempla atividades
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de desenvolvimento articuladas pelo fio condutor da gestão orientada a resultados: curso presencial com grade curricular voltada aos diversos segmentos da gestão empresarial, Oficina Amana Key “Busca da Excelência” e Oficina Design Thinking de Inovação. O conteúdo das disciplinas do curso é complementado por palestras proferidas por profissionais de destaque, tais como, Mário Sérgio Cortella, Carlos Alberto Julio, Oscar Motomura, Felipe Miguel Cassapo e Cesar Souza, além de avaliação psicológica do perfil gerencial para subsidiar o desenvolvimento de carreira. 2. Programa de Sucessão e Carreira, instituído com o objetivo de desenvolver profissionais com perfil e potencial para a gestão do negócio e assim, atender às necessidades de renovação da Empresa, nas posições-chave de liderança. É dirigido aos empregados da categoria universitária, os quais foram escolhidos por meio de processo de seleção e assessment, considerando dados curriculares, avaliação de apreensão de conteúdo (raciocínio lógico, matemático e português), avaliação de perfil e de potencial (capacidade potencial e competências de liderança). O Programa compreende diversas atividades de desenvolvimento como: MBA; apresentação do trabalho de conclusão de curso em tema relacionado à realidade da empresa; Idiomas; Coaching; Capacitação em Módulo Internacional. O processo é complementado por outra importante ferramenta de desenvolvimento, o feedback 360°, pelo qual cada participante tem a oportunidade de receber um material que estrutura informações de múltiplas fontes (pares, equipes, gerentes), com relação a forma como as competências têm sido percebidas nas interações de trabalho e, também aos efeitos de suas ações. Tal “feedback” permite ajustar os projetos de crescimento profissional de cada um e contribui significativamente com a finalização do processo de coaching. Saneas: Como está a aceitação pelo público interno do Plano de Cargos e Salários vigente? Que perspectivas podem ser vislumbradas no curto e médio prazo? Existem estudos contratados para análise dessa adesão ao público interno?
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entrevista Walter Sigollo: A Sabesp evolui continuamente em seu modelo de gestão de pessoas. As pessoas reconhecem a necessidade de um plano de carreira objetivo e transparente para a explicitação das expectativas da empresa em conciliação com as expectativas profissionais dos empregados. O plano vigente da Sabesp é alinhado às boas práticas de mercado e atribui ao gerente autonomia e flexibilidade para decisões em relação à gestão das pessoas de sua equipe. Expectativas por parte dos empregados continuam existindo, porém o gerente tem os instrumentos necessários para sua gestão no sentido de equalizar os interesses de maneira alinhada aos objetivos organizacionais. A atuação das Lideranças na Gestão de Pessoas pode ser avaliada pela Sabesp pela Pesquisa de Clima Organizacional, que afere indicadores sobre a percepção do empregado quanto a fatores como equidade, valorização, ambiente de trabalho e outros. Necessidades de adequações e reivindicações dos empregados também podem ser observadas pela empresa por meio de Comissões Paritárias constituídas por representantes da Sabesp e dos Sindicatos. Grupos Internos de estudos técnicos também são constituídos a cada ciclo de avaliação para averiguar as oportunidades de melhoria no processo.
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Saneas: Como são incentivados os profissionais que tem perfil técnico, de gestor e operacional, no quesito aperfeiçoamento profissional? Walter Sigollo: A Universidade Empresarial Sabesp investe na participação dos empregados em eventos externos, que são relacionados num Calendário Anual que contempla os principais eventos relacionados ao setor de saneamento. Dentre esses eventos é possível destacar a Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente (Fenasan), reconhecida como uma das mais importantes feiras do setor de saneamento realizada no Brasil e no exterior, bem como o Encontro Técnico AESabesp - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, considerado como o maior evento do setor na América Latina. Para as necessidades específicas de qualificação técnica, as Unidades de Negócio possuem orçamento para viabilizar participações em cursos desta natureza com base em diretrizes estabelecidas em Procedimento Empresarial. A UES concede ainda subsídios para realização de cursos técnicos de nível médio em temáticas relacionadas principalmente a Meio Ambiente e Saneamento Básico, contribuindo dessa maneira, para o alcance de diferenciação em sua profissionalização e consequentemente, no aprimoramento da prestação de serviços aos clientes.
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entrevista Há também disponível a todos os empregados um ambiente virtual com aproximadamente 450 cursos à distância com conteúdo externo ou interno, que em 2013 já gerou cerca de 28 mil participações. Saneas: E quanto aos profissionais que atuam, pela Sabesp, fora de São Paulo e do Brasil? Existe algum tipo de treinamento ou incentivo para essa atuação? Walter Sigollo: Considerando que o Plano Individual de Desenvolvimento é estabelecido com base no planejamento organizacional e nas atribuições profissionais na organização, os profissionais que atuam fora do Estado de São Paulo têm as necessidades de desenvolvimento específicas em função desta atuação apontadas e priorizadas no seu plano. São envolvidos nestas necessidades capacitação para qualificação técnica; ambientação ao novo local; bem como subsídios a cursos de idiomas. Quanto a incentivos, é aplicado adicional previsto por Lei. Saneas: Os profissionais que atuam fora de São Paulo estão sujeitos às normas específicas do local onde exercem suas funções? E aqueles com atuação off shore?? (fora do país) Walter Sigollo: Os profissionais que atuam fora do Estado de São Paulo no Brasil continuam sujeitos às políticas e procedimentos da empresa e recebem adicional à remuneração, previsto por Lei. Os que atuam fora do país têm contrato com a Sabesp suspenso e são sujeitos aos procedimentos e normas locais relativas à contratação do serviço prestado. Saneas: Considerando a tendência de terceirização de serviços dentro da Sabesp, quais são as prerrogativas em termos de capacitação para essas contratações externas? E como se faz o acompanhamento do desenvolvimento dessa mão de obra? Walter Sigollo: Existem compromissos e garantias firmados em contrato em relação à responsabilidade da contratada pelo desenvolvimento dos seus profissionais com base nas necessidades da Sabesp. Seja em relação às atividades técnicas ou à segurança do trabalho.
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Alguns programas de desenvolvimento de maior relevância são promovidos pela própria Sabesp como, por exemplo, “Aspectos sobre segurança do trabalho na fiscalização de contratos”. Outras iniciativas são promovidas e acompanhadas pelas Unidades de Negócio. Essas ações são sistematicamente acompanhadas uma vez que seus resultados são objetos de Fiscalização da Agência Reguladora do Setor (ARSESP); de Auditorias da Qualidade; de práticas de Governança Corporativa, com impacto nas ações da empresa; dentre outras. Saneas: Que destaque na sociedade o RH da Sabesp pode ser comemorado? A Sabesp é uma referência no saneamento mundial, que espécie de benchmark recebe de outras concessionárias, na área de RH? Há algum grupo de estudos, no campo do RH, entre as diversas companhias de saneamento? Walter Sigollo: A Sabesp é a maior empresa de saneamento da América Latina por número de clientes e a quinta maior no mundo. A Companhia é responsável pelos serviços de saneamento básico de água e esgoto em mais de 360 dos 645 municípios do Estado de São Paulo. Opera também no Estado concessões em parceria com a iniciativa privada. Além disso, fornece água no atacado para outros municípios no Estado e trata esgotos de alguns deles, atendendo, no total, mais de 27,6 milhões de pessoas, o que representa aproximadamente 70% da população urbana do Estado. Essa amplitude de atuação é, em reflexo da competência do seu Capital Humano, o que gera constantemente o interesse de empresas, não só do setor como também de outros segmentos, pelo conhecimento do modelo de gestão de pessoas da empresa. Não só para compartilhar seu conhecimento e suas práticas, mas principalmente com o objetivo de evoluir continuamente, a Sabesp participa em grupos de estudos, comunidades de práticas e outras iniciativas organizadas por associações com propósito específico, sejam ligadas diretamente ao negócio ou ao segmento de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas.
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ponto de vista
A profissionalização dos profissionais de saneamento Fabiana Fiore é graduada em Engenharia Civil (UFMG - 2001); mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (UFMG 2004); doutora em Saneamento e Meio Ambiente (FEC/ UNICAMP - 2013), coordenadora e professora do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro e pesquisadora do Centro Universitário Senac e do Laboratório de Sustentabilidade e redes Técnicas FLUXUS (FEC/UNICAMP).
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Por Fabiana Fiore Historicamente os serviços de Saneamento Ambiental estão relacionados com a manutenção da saúde pública. Dentro das inúmeras ações de saneamento ambiental estão as que, no Brasil, são denominadas básicas. São elas: os serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. Diferentes autores retrataram a evolução histórica do saneamento no Brasil, a partir da identificação dos modelos de gestão, dos mecanismos de financiamento e desenvolvimento institucional, do contexto econômico e da relação entre os setores público e privado para a prestação dos serviços. Moreira (2006) sintetiza estas informações em sete diferentes períodos,
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iniciando, em meados do século XIX, com a implantação dos primeiros sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgotos em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Santos; e o seu auge com a formulação do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) na década de 1970. A partir dos anos 2000 as questões de saneamento voltaram a ser destacadas no país com a criação de diferentes instrumentos legais, tais como: a Lei 10.257, que em 2001 garantiu o direito ao saneamento; a Lei 11.445/2007 que instituiu a Política Nacional de Saneamento e a Lei 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O pacto Nacional pelo saneamento firmado em 2008, o compromisso interministerial pelo “Saneamento Básico, Meio Ambiente e Saúde” em 2009, assim como o Plano Nacional de Saneamento, cujo texto final foi entregue em 2011, são avanços técnico-administrativos fundamentais para o setor. Os novos modelos e ferramentas de gestão e gerenciamento das atividades, abordadas a partir dos anos 2000, demandam um novo perfil profissional para o setor de saneamento no Brasil. O respeito às características locais passam pela necessidade de adaptação das técnicas e tecnologias preponderantes, para que os requisitos legais de não contaminação sejam atendidos. Neste contexto, o incentivo ao desenvolvimento de pesquisas para a minimização de custos, com garantia de segurança e eficiência dos sistemas passa a ser o norteador das atividades profissionais. Dessa forma, a capacitação descrita como um dos objetivos das políticas específicas do setor passará pela apropriação das novas tecnologias computacionais de geração e armazenamento de dados, a rastreabilidade da informação, a otimização dos processos, a minimização de uso de recursos e, sobretudo, a compreensão dos requisitos legais aplicáveis que determinam as condições de qualidade dos serviços prestados, para que o déficit de saneamento no Brasil seja minimizado.
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Fenasan 2013 - feira nacional dE saneamento e meio ambiente 24º encontro técnico aesabesp - congresso nacional de saneamento e meio ambiente
Conheça os números do maior evento em saneamento da AL A edição do 24º Encontro Técnico AESabesp – Fenasan 2013, realizada em 30 e 31.07 e 01.08, pela Associação dos Engenheiros da Sabesp, no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, foi um sucesso de público e de crítica, em termos de visitação, otimização de áreas de circulação e exposição, qualidade de público, disseminação de tecnologias e projeção de imagem, consolidando a sua posição como o maior evento técnico-mercadológico da América Latina no setor de saneamento ambiental.
Participantes do evento: cerca de 17 mil Empresas investidoras-expositoras na Feira: 223 Visitantes da Feira (não congressistas): cerca de 15 mil Participantes do congresso, que também visitaram a Feira: 2 mil Mesas Redondas: 08 Cursos: 03 Apresentações técnicas (trabalhos, palestras técnicas e institucionais): 100 Palestras magnas de encerramento: 2 (Oscar Schmidt e Rogério Martins)
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Fonte:Portal Mundo Sustentável 27 Saneas
matéria especial
Congresso Técnico Com foco no tema “Energia para o Saneamento Ambiental”, o 24º Congresso Técnico AESabesp foi realizado nos três dias consecutivos, no período 9 às 18:30 horas. O evento contou com as participações de vários expoentes da esfera pública do saneamento, dos dirigentes da Sabesp, além de agregar 8 mesas redondas, 3 cursos de aprimoramento e 100 palestras técnicas, de autorias de docentes de universidades, de técnicos de Companhias de Saneamento de todo o País e de grupos privados, em sua maioria voltadas para eficiência operacional, recuperação de áreas degradadas, novas tecnologias, preservação ambiental e políticas públicas do setor. No encerramento dos dias 30 e 31, ainda foram realizadas duas palestras magnas e abertas de encerramento, proferidas por Oscar Schmidt e Rogério Martins.
Fenasan Já a Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), com horário de visitação gratuita das 13 às 20 horas, reuniu 223 investidores/expositores, empresas fabricantes de equipamentos para o setor, criadoras de programas de desenvolvimento
Realização
da área, prestadoras de serviços e de demais segmentos complementares à esfera do saneamento e meio ambiente. Pela primeira vez no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, a Fenasan recebeu cerca de 17.000 pessoas. Empresas e visitantes de todas as regiões do País marcaram presenças na edição de 2013, que também contou com significativa participação internacional, com presenças registradas de participantes vindos do Chile, Colômbia, Estados Unidos, Uruguai, Portugal, Suécia, República Tcheca, Suiça, Reino Unido, Israel, China e do Continente Africano. Motivada pelos bons resultados de 2013, a AESabesp já definiu a data do próximo 25º Encontro Técnico e Fenasan 2014, para 30, 31 de julho e 01 de agosto de 2014, no mesmo Pavilhão Azul do Expo Center Norte. Essa definição antecipada provocou o interesse dos congressistas em preparar os seus trabalhos para próximo ano, em que se comemora os 25 anos de Congresso Técnico, bem como mobilizou os expositores em garantir o seu espaço na Feira, com a comercialização inicial de mais de 40% área disponível, sinalizando mais uma realização de sucesso.
apoio
Organização
apoio institucional
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA E AMBIENTAL
Logo
COOPERATIVA DE CRÉDITO BEJE C= 11 M= 16 Y= 18 K= 32
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CINZA K = 90%
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Fenasan 2013 - feira nacional dE saneamento e meio ambiente 24º encontro técnico aesabesp - congresso nacional de saneamento e meio ambiente
Solenidade de abertura Os três dias oficiais do evento foram reservados exclusivamente para as atividades do Encontro Técnico e da Fenasan. Dessa forma, a solenidade abertura do evento, foi realizada na noite do dia 29, com a presença de vários expoentes do setor de saneamento ambiental, líderes de entidades de classe, de expositores e de associados da AESabesp, cuja maioria integra o corpo técnico da Sabesp. A composição da mesa do evento contou com o presidente da AESabesp, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro; o diretor técnico da AESabesp, Olavo Alberto Prates Sachs; o presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori; o diretor de Tecnologia e Meio Ambiente da Sabesp, João Paulo Tavares Papa (representando a diretora presidente da Sabesp Dilma Seli Pena) e o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Edson Giriboni.
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Ainda marcaram presenças na cerimônia os diretores da Sabesp Luiz Paulo de Almeida Neto (Sistemas Regionais) e Paulo Massato (Metropolitano); os assistentes executivos da Sabesp, Dante Ragazzi Pauli e José Aurélio Boranga; o presidente da ABES-SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária), Alceu Bittencourt; o presidente da Sindesam (Sindicato Nacional das Indústrias para Saneamento Básico Ambiental), Valdir Folgosi; o presidente da APECS (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente), Luiz Roberto Gravina Pladeval; a presidente da ABEA (Associação Brasileira das Engenheiras e Arquitetas), Keiko Kurimori; o vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, João Carlos Gonçalves Bibbo; o vice presidente da ABRATT (Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva), Hé-
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matéria especial
lio Rosas, o diretor da AAPS (Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp), Valdemar Venâncio, o diretor da Associação Sabesp, Hélio Nazareno Padula e demais representatividades. A solenidade foi aberta pelo pronunciamento do presidente da AESabesp Reynaldo Young Ribeiro, que saudou a todos presentes e lembrou que o Encontro Técnico e Fenasan é o resultado de um trabalho desenvolvido pela AESabesp há 24 anos, sendo que a cada gestão é aprimorado e ganha um alcance cada vez mais abrangente na esfera do saneamento nacional e internacional. Citou o congresso técnico como um grande referencial de intercâmbio de conhecimento. E ainda aludiu o tema de 2013: “Energia para o Saneamento Ambiental”, como uma das discussões prioritárias no País. Em relação à Fenasan, Young a definiu como um modelo de profissionalismo, disseminação de tecnologia e otimização de mercado, de forma pujante dentro do setor. Finalizando seu pronunciamento, o presidente afirmou que a AESabesp tem um compromisso selado com o setor de saneamento no Brasil, que se estende além de uma difusão de tecnologia, traduzido em uma verdadeira missão de vida. Responsável pela condução do evento, o diretor técnico da AESabesp, Olavo Alberto Prates Sachs, apresentou os dados estimados como resultados da Feira e do Congresso e evidenciou que a AESabesp se prepara para celebrar, em 2014, os 25 anos desse evento. Na sequência, o presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori, definiu a AESabesp como uma entidade motivadora de orgulho para os engenheiros e técnicos de São Paulo, destacou os bons serviços da Sabesp, principalmente em relação aos municípios universalizados, e criticou um movimento de dissidência de entidades dos profissionais arquitetos do Conselho, colocando-se desfavoravelmente à reserva de mercado, principalmente na operação de setores básicos para a comunidade como o saneamento. Em nome da diretoria da Sabesp, o diretor de Tecnologia e Meio Ambiente da empresa, João Paulo Tavares Papa, elogiou a AESabesp e o trabalho do
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Autoridades participam da cerimônia de abertura
Reynaldo Young Ribeiro, presidente da AESabesp
Olavo Alberto Prates Sachs, diretor técnico da AESabesp
Francisco Kurimori, presidente João Paulo Tavares Papa, do CREA-SP diretor da Sabesp
Edson Giriboni, secretário de Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo
presidente Reynaldo na condução desse importante evento, “que impressiona pela qualidade e capacidade de atuação dentro dos temas abordados, principalmente com foco na valorização dos recursos naturais”. Na oportunidade, Papa também falou do “momento de incerteza em todo cenário nacional, no qual a Sabesp se preocupa em garantir a qualidade do seu atendimento, mas requer o apoio da união, principalmente sem uma tributação tão excessiva para a operação de um serviço essencial à sociedade, como o tratamento de água e o esgotamento sanitário”.
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Orquestra Paulistana de Viola Caipira - OPVC
O secretário de Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo, Edson Giriboni, encerrou os pronunciamentos, endossou as palavras do representante da Sabesp e afirmou que a população tem consciência da necessidade de um saneamento de qualidade. Na oportunidade, citou as dificuldades de muitos municípios não operados pela Sabesp, ao enfrentarem sérios problemas relacionados às condições de saúde e a qualidade de vida de suas populações. Em relação ao Congresso Técnico e Fenasan, promovidos pela AESabesp, afirmou ser uma das ações mais importantes do presente para a base de um futuro digno para o setor de saneamento ambiental e as demais ações que giram em seu entorno. A Orquestra Paulistana de Viola Caipira OPVC, regida pelo maestro Rui Torneze, deu o tom artístico à solenidade, com uma elogiada apresentação do Hino Nacional Brasileiro. Trata-se de um projeto social, desenvolvido na cidade de São Paulo, que arregimenta trabalhadores e estudantes, com incentivo à participação de componentes da terceira idade, para orientação musical e aprimoramento gratuito de suas habilidades como violonistas. Suas apresentações são notoriamente reconhecidas em todo o País. Após a solenidade de abertura, os presentes foram convidados a participarem de um coquetel de abertura, oferecido pela AESabesp, onde a Orquestra Paulistana de Viola Caipira continuou a sua apresentação com apreciadas canções regionais e populares.
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Coquetel de abertura
COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente Gilberto Alves Martins
DIRETOR / Fenasan Olavo Alberto Prates Sachs
DIRETORA / Encontro técnico Sonia Maria Nogueira e Silva
Membros João Augusto Poeta Paulo Ivan Morelli Franceschi Maria Aparecida S. de Paula Nélson César Menetti Tarcisio Luis Nagatani Walter Antonio Orsatti
apoios Maria Flávia S. Baroni Maria Lúcia da Silva Andrade Monique Funke Paulo Oliveira Rodrigo Cordeiro Vanessa Hasson
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matéria especial
Primeiro dia do 24º Encontro Técnico AESabesp Na manhã de terça-feira, 30.07, o Encontro Técnico foi oficialmente iniciado. No Congresso, foram apresentados 28 trabalhos técnicos, o curso “Introdução às execuções de obras, de redes de água e esgotos por métodos não destrutivos (MND)”, coordenado pelo especialista Sérgio Augusto Palazzo (foto), quatro mesas redondas e a palestra magna do atleta Oscar Schmidt. Na mesa redonda “Energias alternativas e aplicações no saneamento”, coordenada pelo diretor de Sistema Regionais da Sabesp, Luiz Paulo de Almeida Neto, e formada pelo deputado federal, Arnaldo Jardim e o presidente da Abeama (Associação Brasileira de Energia Alternativa e Meio Ambiente), Ruberval Baldini, foram discutidas medidas alternativas de geração de energia e suas funcionalidades. Na mesa redonda a “Recomposição de pavimentação em serviços de saneamento ambiental”, sob a coordenação do presidente da ABES nacional, Dante Ragazzi Pauli, e composta pelo gerente do setor técnico de engenharia da Sabesp, Joaquim Marins Neto, e pela especialista e professora da Escola de Engenharia do Mackenzie, Rita Moura Fortes, foram
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“Introdução às execuções de obras, de redes de água e esgotos por métodos não destrutivos (MND)” foi o curso coordenado pelo especialista Sérgio Augusto Palazzo.
Mesa redonda “Energias alternativas e aplicações no saneamento”
Mesa redonda “Recomposição de pavimentação em serviços de saneamento ambiental”,
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discutidas a aplicação e manutenção de serviços operacionais de qualidade.
Mesa redonda “Aproveitamento energético do biogás de estações de tratamento de esgotos”
Na mesa redonda “Aproveitamento energético do biogás de estações de tratamento de esgotos”, coordenada pelo superintendente de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Sabesp, Américo Sampaio, contou com a apresentação do especialista e representante da GIZ - Agência de Cooperação Alemã, Vitor Bustani.
Mesa redonda “Plano de contingência operacional do sistema de abastecimento de água”
Na mesa redonda “Plano de contingência operacional do sistema de abastecimento de água”, coordenada pelo superintendente da Metropolitana Norte da Sabesp, José Júlio Sanches, composta pelo representante do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), Giuliano Deliberador e os profissionais técnicos da Sabesp, Alexandre Tassoni e José Francisco Proença, foram levantadas as necessidades e manutenção para um eficiente abastecimento de água.
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Público atento à Palestra de Oscar Schmidt Os auditórios do Congresso foram todos abertos, para formar um espaço magno para comportar o grande público da palestra aberta de encerramento do primeiro dia do Congresso, denominada “Obstinação”, ministrada, com muita propriedade, pelo atleta mundialmente consagrado Oscar Schmidt. Com uma apresentação vibrante que caracteriza sua personalidade, Oscar abordou suas conquistas e mostrou cenários de sua trajetória no esporte, para exemplificar valores de vida pautados em ações, como: Visão, Decisão, Obstinação e Paixão. O ponto alto foi a exibição de um vídeo do jogo histórico entre o Brasil e os EUA, no qual a seleção brasileira reverteu um placar com 20 pontos de diferença e ganhou o título de campeão panamericano. Ao encerrar sua palestra, Oscar abordou a preocupação presente com o seu quadro de saúde, em referência ao seu tratamento de um tumor no cérebro. Com muita segurança abordou sua atual condição física e psicológica, o apoio familiar, a emoção de ter sido abençoado pelo papa Francisco e com o seu carisma, literalmente, encantou o público presente, que longamente o aplaudiu em pé.
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matéria especial
Primeiro dia da Fenasan 2013 Na parte da tarde do dia 30.07, também teve início o primeiro dia da Fenasan 2013, que reuniu 220 expositores na área de exposição do Pavilhão Branco do Expo Center Norte. Os expositores elogiaram tanto a quantidade de visitação como o alto nível técnico do público visitante, que por sua vez também se mostrou interessado nas novidades tecnológicas apresentadas nos equipamentos, produtos e serviços em exposição. No estande da AESabesp foram iniciadas várias ações voltadas aos associados e participantes da Feira. A Comissão do evento fez uma placa de participação em homenagem a cada expositor, iniciando a entrega logo no primeiro dia, o que estabeleceu um clima de congraçamento entre todos.
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Estande da AESabesp (alto); chegada dos participantes na Fenasan (acima); visitantes participam de coffee break em estande durante feira.
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Segundo dia do 24º Encontro Técnico AESabesp O segundo dia do 24º Encontro Técnico AESabesp, em 31.07, deu continuidade à sua programação, na parte da manhã, com apresentações de 32 trabalhos técnicos, quatro mesas redondas e o curso “MASP_E: aprendendo a solucionar problemas em sistemas de esgotamento sanitário”, coordenado pelo especialista Mário Augusto Bággio. Na mesa redonda “Um novo desafio: profissionais qualificados no setor de saneamento”, coordenada pelo engenheiro da Sabesp, João Batista Comparini, e composta pelo engenheiro sanitarista e professor da USP, José Rodolfo Scarati Martins, e pelo representante da ABES-SP, eng. Hélio Padula, foi discutida a necessidade de capacitação técnica dos profissionais de saneamento e a necessidade de uma educação continuada a fim de se manter a qualidade e conhecimento do trabalhador. Na mesa “Gestão integrada de recursos hídricos - o uso da água”, coordenada pelo responsável pelo Programa de Mananciais da Sabesp, Ricardo Guilherme Araujo, e composta pela especialista da Universidade de São Paulo, prof. Mônica Ferreira do Amaral Porto, e do presidente do Consórcio PCJ (Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jun-
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Mesa redonda “Um novo desafio: profissionais qualificados no setor de saneamento”
diaí), Francisco Lahóz, foi aludida a renovação das outorgas de sistemas de distribuição de águas e os gargalos do abastecimento, principalmente na macrometrópole paulistana. Na mesa “Água de reuso e sustentabilidade hídrica”, coordenada pelo superintendente de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Sabesp, Américo Sampaio, e composta por Rodolfo Costa e Silva e Pedro Mancuso (Sabesp), pelo professor da Universidade de São Paulo, Ivanildo Espanhol, e pelo presidente do Sindesam, Valdir Folgosi, foram amplamente discutidos o destino e utilização da água de reuso. A mesa “A participação da sociedade civil na promoção do saneamento ambiental”, coordenada pela consultora jurídica da AESabesp, Vanessa Hasson, teve a participação do membro da diretoria regional da Abong- SP (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais), Marcos José Pereira da Silva, e do secretário executivo da ABAS (Associação Brasileira de Águas Subterrâneas), Everton de Oliveira, que na ocasião também representou a AIDIS (Asociación Interamericana de Ingeniería Sanitaria y Ambiental).
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matéria especial
Mesa redonda “Gestão integrada de recursos hídricos - o uso da água”
Mesa redonda “Água de reuso e sustentabilidade hídrica”
Mesa redonda “A participação da sociedade civil na promoção do saneamento ambiental”
Segundo dia da Fenasan 2013 O segundo dia da Fenasan 2013 recebeu um grande público interessado nas novidades tecnológicas apresentadas na Feira, fato que entusiasmou bastante os expositores de todo o Brasil e muitos internacionais. Visitantes vindos de vários estados brasileiros e até mesmo de outros de países vieram conferir de perto o que o estava sendo mostrado nesse setor vital para a sociedade.
Descontração na Palestra de Rogério Martins A palestra de encerramento do segundo dia do Congresso foi realizada pelo especialista em RH, Rogério Martins, que abordou o tema “O Poder Feminino”. Na oportunidade, discorreu sobre a importância que as instituições e o mercado estão dando às características femininas, para os profissionais de ambos os sexos, no ambiente profissional, como facilidade de relacionamento, senso de equipe, uso de motivação ao invés de emissão de ordens, entre outras. Martins também propôs várias dinâmicas interativas com a platéia, sempre com o foco na “celebração” de cada momento. A descontração foi a tônica dessa palestra, que sugeriu uma postura humana e bem humorada, em meio a tantas atribuições sérias das vidas dos nossos Congressistas.
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Fenasan 2013 - feira nacional dE saneamento e meio ambiente 24º encontro técnico aesabesp - congresso nacional de saneamento e meio ambiente
Terceiro dia do 24º Encontro Técnico AESabesp No último dia da edição de 2013 ficou evidenciado que este evento é uma das maiores concentrações de profissionais do setor. Os trabalhos apresentados no terceiro dia abordaram, em sua maioria, assuntos relacionados a tratamentos biológicos de efluentes, tratamentos aplicados em aterros sanitários, gestão de perdas, saúde ambiental com apresentações de cases de sucesso. Além das palestras, os congressistas tiveram vários momentos de integração e fortalecimento de sua rede de relacionamentos, como nos “coffee breaks” oferecidos pela AESabesp nos 3 dias do Congresso. Nesse dia 01 de agosto, ainda foi realizado o curso “Formulando e executando estratégia de redução de controle de perdas em sistema de abastecimento de água”, coordenado por Mário Augusto Bággio (foto), tendo como instrutores Ary Maóski e Carolina de Barros Bággio.
Curso “Formulando e executando estratégia de redução de controle de perdas em sistema de abastecimento de água”
terceiro dia da Fenasan 2013
Contabilizando todos os resultados positivos, os expositores também mostravam-se satisfeitos com o alcance da Feira, inclusive no volume de negócios gerados em seus três dias de realização e com o alto nível técnico dos participantes. Era comum se ver aglomerações em estandes, o que denotou a participação tanto de quem foi para a Feira, cuja entrada era aberta ao público, quanto dos próprios Congressistas, principalmente no período das 18 às 20 horas. O diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp, João Paulo Tavares Papa, acompanhado pelo presidente da AESabesp, Reynaldo Young, percorreu os corredores da Fenasan e afirmou estar surpreendido com o seu tamanho e o grande volume de visitação.
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Reynaldo Young, presidente da AESabesp, e João Paulo Tavares Papa, diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp
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matéria especial
V Encontro de Fornecedores da Sabesp Pela segunda vez consecutiva, foi promovido pela Sabesp o seu “Encontro de Fornecedores”, em realização simultânea com o Congresso Técnico AESabesp. Essa quinta edição desse evento lotou o 2º andar do Pavilhão Azul do Expo Center Norte, com vários representantes das empresas do setor, cuja expressiva maioria era expositora da Fenasan. Na mesa da solenidade de abertura estavam a diretora presidente da Sabesp, Dilma Seli Pena; o diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp, João Paulo Tavares Papa; o diretor de Gestão Corporativa da Sabesp, Manuelito Pereira Magalhães Junior; o diretor de Sistemas Regionais, Luiz Paulo de Almeida Neto; o diretor Metropolitano, Paulo Massato Yoshimoto, e o superintendente de Captação de Recursos e Relacionamento com Fornecedores, Mário Sampaio, representando a diretoria financeira da Companhia. Antes de dar início às atividades do dia, a diretora presidente ressaltou a satisfação em participar de um dos eventos mais relevantes do calendário do saneamento, referindo-se à Fenasan e parabenizou a equipe da AESabesp por essa realização. Na sequência, apresentou os atuais dados referentes à univer-
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Diretora presidente da Sabesp, Dilma Seli Pena, ressaltou importância dos eventos da AESabesp.
salização do saneamento no estado de São Paulo, no ano de 2012, com destaque para as 47 cidades já tinham a alcançado esta condição e os demais municípios prestes a alcançá-la. “A obtenção destas conquistas resulta do trabalho contínuo e do alto nível de comprometimento técnico dos profissionais da Companhia juntamente com o empenho de seus fornecedores ao disponibilizar equipamentos com alto nível de funcionamento e tecnologia avançada”, afirmou a presidente da Sabesp, que ainda ressaltou que a Companhia se atualizou na área operacional e criou novas metodologias de trabalho com relação à gestão de investimento e governança responsável, tornando-se uma multiplicadora de conhecimento tecnológico. Em seguida, o superintendente de Captação de Recursos e Relacionamento com Fornecedores, Mário Sampaio, apresentou o histórico da Sabesp e sua atual situação como empresa de economia mista. Após a solenidade de abertura e considerações realizadas pela mesa e pelo público, esse fórum foi distribuído em diferentes salas auditórios, cada qual coordenada por uma diretoria da empresa.
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Solenidade de encerramento Como ocorre em todos os anos, o encerramento do Congresso Técnico é um dos momentos mais esperados do evento e de total congraçamento entre o Encontro Técnico e a Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, com a entrega do Prêmio AESabesp aos grandes destaques da edição. Na oportunidade, o diretor técnico, Olavo Alberto Prates Sachs, apresentou os índices de excelência alcançados neste ano, com a realização de 100 palestras, 3 minicursos, 8 mesas redondas, no Congresso, além de 223 expositores nacionais e também vindos de diversos países entre eles: Chile, Colômbia, Uruguai, Portugal, Suécia, República Tcheca, Suiça, Reino Unido, Israel, China e do Continente Africano. Na sequencia, a diretora de Projetos Socioambientais da AESabesp, Maria Aparecida Silva de Paula, anunciou que a AESabesp lançará o prêmio Jovem Profissional, destinado aos técnicos até 30 anos. Esta ação de incentivo aos novos talentos terá sua premiação na edição de 2014. A solenidade foi prestigiada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, representada pelo Ten.Cel. Edson Teixeira da Costa, pelo Cap. Carlos Henrique Former e pelo Major Luiz César Freire, que, em nome
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da corporação, elogiou a realização, sobretudo a preocupação da Fenasan com a preservação e a sustentabilidade, aludiu a importância da água para o Planeta e agradeceu o convite da AESabesp para que esta instituição participasse como avaliadora da premiação aos destaques do evento. Concluindo a cerimônia, o presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, fez um agradecimento a todos que participaram da edição de 2013 e da própria história desse evento que em 2014 completará 25 anos. Sua realização já está marcada para o período de 30 de julho a 01 de agosto de 2014, no mesmo Pavilhão Azul do Expo Center Norte.
Major da PM de São Paulo, Luiz César Freire
Presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro
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matéria especial
Os vencedores do Prêmio AESabesp 2013 Melhor Estande
(Escolhidos sob os critérios de ações sustentáveis durante a Feira)
Atlas Copco
B&F Dias
Pieralisi
Inovação Tecnológica
Hexis Científica
Helibombas
Schwing Equipamentos
Atendimento a Cliente
Bombas Leão
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Cassio Lima
Sulzer
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Categorias Especiais Destaque AESabesp - Encontro Técnico A Unidade de Negócio RMSP Leste da Sabesp foi a que apresentou o maior número de trabalhos técnicos no Encontro Técnico. A entrega do Troféu foi feita pela diretora cultural da AESabesp, Sonia Maria Nogueira e Silva, ao eng. Nivaldo Rodrigues da Costa Jr., do Departamento de Engenharia da UN Leste, que representou o superintendente da ML, Márcio Gonçalves de Oliveira.
Destaque AESabesp – Fenasan 2013 A premiação máxima da Fenasan 2013 foi para a Higra Industrial, empresa nacional fabricante de bombas anfíbias e aeradores submersos, localizada em São Leopoldo - RS, por apresentar excelência em todos os critérios da premiação: melhor estande, com foco em ações sustentáveis, inovação tecnológica e atendimento a cliente.
Comissão do Prêmio AESabesp 2013 Sob a condução da diretoria de Projetos Socioambientais, liderada pela química Maria Aparecida Silva de Paula, a comissão de avaliação de 2013 foi composta por especialistas em Gestão de Sistemas de Qualidade, que utilizaram padrões de avaliação, voltados às práticas sustentáveis, de acordo com o porte das empresas.
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matéria especial
AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DESENVOLVIDAS PELA AESABESP, DURANTE A FENASAN A AESabesp, instituição qualificada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), por meio de sua Diretoria de Projetos Socioambientais, idealizou a Fenasan como um evento voltado às práticas de valorização do meio ambiente e das relações humanas. Logo no início de 2013, foi realizado, na sede da AESabesp, um workshop entre expositores, fornecedores e avaliadores dessas ações, com uma palestra de sensibilização e conscientização ministrada pela química e diretoria de Projetos Socioambientais, Maria Aparecida Silva de Paula, que foi intensificada no primeiro dia do Congresso Técnico, quando em parceria com a engenheira e coordenadora do polo AEsabesp Costa Carvalho, Cláudia Bittencourt, conduziu a apresentação “Ações Socioambientais em Feira de Negócios” (foto), com o intuito de apresentar ao público as ações que estavam sendo desenvolvidas durante os três dias dessa realização. Da parceria firmada entre a Diretoria Técnica e Di-
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Maria Aparecida Silva de Paula, diretoria de Projetos Socioambientais da AESabesp, e Cláudia Bittencourt, coordenadora do Pólo AEsabesp Costa Carvalho
retoria de Projetos Socioambientais, com intuito de reduzir os impactos causados pelo evento foram adotadas práticas sustentáveis a partir da sua 1ª edição por meio do Projeto Ecoeventus. Nesta 4ª edição foram definidas ações para provocar mudanças nas apresentações dos estandes dentro de conceitos de práticas sustentáveis nas empresas expositoras. Desde 2010, quando este projeto foi implantado, obteve-se mudanças de comportamento e hábitos na montagem dos estandes. A AESabesp também incrementou sua concepção sustentável na elaboração do próprio estande, servindo de exemplo para as demais empresas. Dentre as ações planejadas destacaram-se:
Comunicação (sensibilização / conscientização)
Transportes coletivos ou carona solidária
Redução do uso desnecessário de energia
Redução de resíduos (contratante)
Reduzir o consumo de água
Reciclagem (contratante ou contratado)
Alimentação saudável
No print
Reciclagem de óleo
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Fenasan 2013 - feira nacional dE saneamento e meio ambiente 24º encontro técnico aesabesp - congresso nacional de saneamento e meio ambiente
a atenção para a minimização de uma prática que é uma das maiores fontes de poluição do meio ambiente, o uso individual de veículos automotores. Foram realizadas pesquisas de deslocamento sobre o tipo de transporte utilizado. O resultado nestes dois últimos anos foi um aumento de mais de 50% do público participante. Ao final foram sorteadas duas bicicletas entre todos que responderam o questionário (internautas e visitantes).
No estande da AESabesp, a Diretoria de Projetos Socioambientais também apresentou os trabalhos de estudantes premiados pela FEBRACE – Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, no quesito Criatividade e Inovação nos critérios: Saneamento (Água, Esgoto, Drenagem e Lixo Urbano) - Michel Ferreira de Oliveira, Maria Filomena de S. C. Hitomi (Orientadora) Fernanda Gonçalves Furtado (Coorientadora) da Escola Estadual Amaral Wagner, Santo André – SP, com o trabalho “Uso do chorume doméstico como adubo para plantas” e Meio Ambiente, Recursos Hídricos, 3º Setor ou Sustentabilidade - Cassio Tasso Cabos Ribeiro, Mariana M. D. Cordeiro, Natália de Oliveira Azevedo, Marta Silva (Orientadora) da Etec Getúlio Vargas, São Paulo, com o trabalho “Biossorção de Íons Pb 2+ pela Casca de Eucalyptus grandis”.
A ação inclusiva é uma das vertentes da Diretoria de Projetos Socioambientais, que iniciou em 2012, o incentivo à participação de voluntários para efetuarem atividades que permitem contato com o público por meio de divulgação de ações socioambientais e demais informações das diretorias da AESabesp, além da inclusão digital na inserção de dados em planilhas eletrônicas e, em alguns casos, tratamento de dados. Nesta edição de 2013, houve uma ampliação no quadro de 09 para 12 voluntários.
Durante o evento foram fornecidas vans para o transporte do público do evento até a estação de Metrô mais próxima. Com isso, a AESabesp chamou
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matéria especial
Destaque para a Reciclagem Durante os três dias de evento foram distribuídos em nosso estande o sabão ecológico, confeccionado através do reaproveitamento de óleo de cozinha, fornecido pelo nosso parceiro de ações sustentáveis José Maximiano da Silva, do Polo AESabesp Franca, também conhecido como “Mineiro”. A parceria realizada entre a AESabesp e a Cooperativa Filadelphia, teve como objetivo fazer a triagem dos resíduos gerados, com a destinação ambientalmente adequada. É uma cooperativa composta apenas por mulheres, presidida pela Nanci Darcolete Mesquita. Destacamos as que trabalharam na feira: Elaine Cristina Garbin, Kelly Cristina Lima e Maria Aparecida Constantino, que mantêm suas famílias com a renda obtida a partir dos materiais coletados e fazem questão de serem chamadas de catadoras. Esta instituição é totalmente independente e não possui o apoio do Poder Público, ou seja, utilizam veículo próprio para a remoção dos resíduos gerados no evento, o qual é conduzido pelo colaborador Carlos Antonio dos Reis (o Carlão). Durante os três dias do evento todo o resíduo produzido foi acondicionado adequadamente em caçambas, após coleta seletiva dos resíduos em sacos plásticos. Poderemos ampliar a quantidade de resíduos reciclados a cada edição da feira na medida em aumentar a conscientização do público em geral. Independente das melhorias que poderemos aplicar foi um sucesso nesta edição conseguimos segregar e dar destinação final dos resíduos, conforme figura abaixo: Material
Quantidades
Rejeito
800 kg
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70 kg
00
Aparas plásticas
120 kg
00
Papel misto
360 kg
00
Pet
110 kg
00
55 kg
00
Papelão Latinha de alumínio
Plásticos diversos
Fonte: Relatório Ecoeventus – Coleta Seletiva 24° Encontro Técnico AESabesp e Fenasan / Autora: Engª Cláudia Bittencourt
Neste evento foi coletado aproximadamente meia tonelada de resíduos, conforme tabela acima, e convertidos em renda familiar.
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Projetos Socioambientais
Novidades na carteira de projetos Socioambientais A Diretoria de Projetos Socioambientais aprovou, junto à Diretoria Executiva, mais 5 projetos para compor sua carteira. Com a ampliação, inserindo de novos temas, esperamos atender melhor os anseios dos nossos associados e da nossa sociedade. São eles: “Projeto Doar”, “Pequenos Botânicos”, “Biblioteca Aprendiz”, “Núcleo Associativo de Pais e Amigos de Pessoas com Deficiência Intelectual” e “Oficina de Expressão Natural em Vídeo”. Saiba um pouco mais sobre o objetivo de cada um deles.
Projeto Doar Uma parceria entre as diretorias Social, Projetos Socioambientais e Marketing Trata-se de um projeto de fomento, no qual a AESabesp intermediará na ajuda financeira à execução do projeto desenvolvido por meio de uma instituição escolhida. Principais desafios: Captar recursos em empresas privadas ou em possíveis parceiros potenciais, suprindo a necessidade de pedidos de auxílio financeiro de ONGs para patrocínio de projetos; Assegurar ao doador segurança, confiabilidade e a certeza de que a sua doação irá para uma ONG confiável e estará ajudando um projeto sério e viável. A AESabesp escolheu nove áreas temáticas estratégicas para as quais dirigirá seu apoio: Cultura, Informática, Recursos Florestais, Recursos Hídricos, Resíduos Sólidos, Saneamento, Saúde e Segurança do Trabalho e Uso e Ocupação do Solo. Este projeto é de extrema relevância, pois ajudará instituições a executarem seus próprios projetos e transformarem o Brasil em um país com melhores condições sociais e qualidade de vida, através da inclusão social e desenvolvimento de práticas sustentáveis.
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Projetos Socioambientais
Pequenos Botânicos
Biblioteca Aprendiz
Gestor: Silvano da Silva
Gestoras: Luciana Fleury Prado Rosana Formigoni Telles
Trata-se de um projeto que traz um novo conceito em educação ambiental para as escolas públicas. Os alunos são envolvidos em atividades dentro e fora do ambiente escolar, com práticas pedagógicas de conhecimento e valorização do bioma Mata Atlântica. A metodologia adotada “vai na contramão” do método de ensino usual, pois favorece o “aprender fazendo”, promovendo uma completa interação com o meio em que o aluno está inserido, valorizando e evidenciando sua realidade, seu conhecimento pessoal, ampliando na prática o conceito da sustentabilidade e preservação dos recursos naturais. Trazendo a Mata Atlântica para dentro da escola: As práticas se iniciam com oficinas e atividades de laboratório nas dependências da escola. Práticas de viveirismo, produção de mudas de árvores, tratamento de embriões de sementes, análises de materiais botânicos, produção de exsicatas (biblioteca de plantas), experiências de quebra de dormência, capilaridade das raízes, phototropismo das plantas, entre outros. Essas atividades ampliam o interesse no tema e reforçam o aprendizado. Levando os alunos pra campo: As disputadas saídas de campo, levam o aluno a um novo universo, onde podem constatar na prática o aprendizado conquistado em sala. Incursões em maciços vegetais são organizadas para colheita de sementes, coleta de material botânico, conhecimento de espécies, formação florestal, sucessão vegetal, competição natural, espécies nativas, espécies exóticas e muito mais. Acreditamos nesse modelo de aprendizado pela constatação natural de que não é possível preservar sem conhecer. Com esta metodologia, o aprendizado é garantido, a interação é necessária e o resultado principal dessa prática é a formação de uma geração mais consciente do seu papel preservacionista, replicador de conhecimentos adquiridos, contribuindo com uma sociedade de práticas e atitudes ecologicamente sustentáveis.
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O Projeto tem a finalidade de organizar uma biblioteca e treinar aprendizes (jovens de 16 a 18 anos de idade) para auxiliar na gestão e disseminar o conhecimento adquirido, imprimindo um caráter de transformação social e sustentabilidade à proposta. Objetivos específicos: ■■ Para viabilizar a implantação é necessário fazer um diagnóstico preliminar da instituição onde será realizado o projeto, com levantamento das necessidades e/ou adaptações físicas, assim como o nível de interesse dos beneficiários. ■■ Os aprendizes envolvidos no projeto devem fazer parte de uma população em risco social que necessitam começar a trabalhar antes de atingir a maioridade para contribuir no orçamento familiar. A aplicação e disseminação do conhecimento adquirido possibilitarão a criação e o fortalecimento de um núcleo de treinamento e prestação de serviços que atenda o usuário de forma consistente, além de facilitar a sua futura inserção no mercado de trabalho. ■■ Ao participarem do projeto, os aprendizes serão sensibilizados para a importância da informação, da organização e da disseminação da mesma. Aprenderão noções básicas sobre organização de bibliotecas, atendimento ao público, catalogação de materiais com supervisão de um profissional bibliotecário responsável, além da alimentação e manutenção de um banco de dados que formará o catálogo eletrônico que agregará valor aos serviços prestados à comunidade do entorno.
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Projetos Socioambientais
NÚCLEO ASSOCIATIVO DE PAIS E AMIGOS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Gestora: Maria Lúcia da Silva Andrade O projeto tem por objetivo principal a formação de um núcleo de apoio e atividades para pessoas com deficiência intelectual (excepcionais), formado por pais, parentes, cuidadores e amigos dos cidadão que se encontram nestas condições, associados ou não à AESabesp. Principais desafios: ■■ Captação de pessoas engajadas com esse propósito, em assembléia; ■■ Formalizar o referido núcleo para captação de benefícios; ■■ Elaborar palestras de acolhimento aos deficientes intelectuais na sociedade; com pais e profissionais interessados em expor suas experiências. Ex: psicólogos, psiquiatras, professores, e preparadores físicos; ■■ Estruturar eventos adequados para participação dos deficientes intelectuais; ■■ Criação de uma agenda de atividades que envolvam a participação dos portadores de deficiência intelectual, como momentos de lazer e cursos de capacitação profissional; ■■ Desenvolver jogos paralímpicos, com a participação conjunta de pessoas especiais e pessoas comuns, dentro de um Torneio Esportivo; ■■ Futuramente formar um centro de convivência diária, com monitores especializados na capacitação da pessoa com deficiência intelectual e transformar esta ação num verdadeiro marco filantrópico na história da OSCIP AESabesp.
Lembrete: A AESabesp irá participar da ONG Brasil 2013, no período de 28 a 30 de novembro, no Expo Center Norte, Pavilhão Azul, estande nº 82 na área de Meio Ambiente, onde apresentará os seus projetos, bem como as demais ações e campanhas das diretorias, sendo representada pelas diretorias de Projetos Socioambientais e Marketing.
Oficina de Expressão Natural em Vídeo Gestor: Flávio Paschoal Trata-se de um projeto que proporciona o conhecimento teórico e prático na área de pesquisa, produção de linguagem e produção operacional, além de capacitar o público da oficina a produzirem seus próprios vídeos ou participarem de outros processos similares, com maior conhecimento e, consecutivamente, com melhor envolvimento e qualificação à função. Objetivo Específico: (Encantar – Comover – Informar) A clara compreensão do objetivo definirá algumas palavras, citações ou obrigará destaques para algumas informações que irão compor o vídeo. Por exemplo, se o objetivo é de “alertar” o público, nós iremos citar os problemas, mas se o objetivo for “chocar” as pessoas, precisaremos trabalhar as mesmas informações de forma mais agressivas e detalhadas. Utilizaremos um narrador com mais veemência ao texto, imagens de suporte à informação, música apropriada e intervalo entre as imagens para que o público entenda a informação.
Mais informações sobre os projetos disponibilizados no site: www.aesabesp.org.br/projetos-socioambientais ou Tel: 11 3263 0484 com Alessandra Buke.
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A realização profissional de um engenheiro e escoteiro Nesta edição, criamos este espaço para mostrar que muitos dos nossos amigos técnicos, também se voltam para o cultivo dos valores que lhe trazem grande realização pessoal, como é o caso do professor e engenheiro Antonio Livio Abraços Jorge, uma verdadeira referência dentro da Sabesp, onde atuou no período de 1973 a 1998, tendo sido vice-presidente da AESabesp na Gestão 2005/2007,e que atualmente exerce a função de diretor técnico na AA Projetos de Engenharia Ltda. Contudo, a sua grande bagagem e liderança também são aplicadas no universo do Escotismo, cujos valores beneficiam toda a sociedade. Atualmente, Antonio Livio Abraços Jorge é presidente da União dos Escoteiros do Brasil - região São Paulo. E para falar sobre tão rica vivência, ele concedeu essa entrevista à Saneas: Saneas: Como o senhor conseguiu unir uma dedicação conjunta ao Escotismo e à Engenharia em sua vida? O Escotismo e a Engenharia têm uma relação de proximidade e de identidade de propósitos. Tal como a Engenharia o Escotismo busca oferecer à sociedade melhores condições para o exercício pleno dos direitos dos cidadãos, ou seja, para a Engenharia de Saneamento melhores condições de vida e para o Escotismo o exercício pleno da vida em todas as suas potencialidades. Saneas: Mesmo quando era funcionário da Sabesp, o senhor também se dedicava à prática do Escotismo? Sim, e de um modo apaixonante. Trabalhei como engenheiro concursado na Sabesp de 1973 à 1998 e em nenhum momento de minha vida profissional na empresa senti que uma das minhas paixões me roubavam o estímulo para se dedicar a ou-
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tra. Eram momentos bem distintos – de segunda à sexta, e muitas vezes aos sábados à tarde e nos domingos pela manhã me dedicava à Sabesp e, nas manhãs de sábado e nas noites dos demais dias da semana me dedicava a preparar atividades para o meu grupo escoteiro de coração (G.E. Ebenézer-44) e colaborar com a gestão institucional do Escotismo no nosso Estado. Saneas: Qual é a importância pessoal que essas duas escolhas tiveram em seu desenvolvimento humano? A Engenharia me mostrou um lado muito triste das cidades: o descuido na preservação de nossos cursos d’água, a falta de recursos para oferecer à população mais necessitada condições sanitárias, os prejuízos da falta de um planejamento de mais longo prazo e ao mesmo tempo o empenho de algumas pessoas para a superação de tais restrições para a nossa sociedade. Pessoas iluminadas para as
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- o aprender fazendo. Tudo se aprende assim, desde a prática dos nós, das amarras, da montagem de uma barraca, da comida mateira, dos jogos, das brincadeiras, da conquista de especialidades e dos méritos. Tudo faz parte de um programa educativo onde as nossas crianças e jovens são avaliados pelas ações, pela colaboração, pela disciplina, por sua crença, pela vida com seus pares, pelos seus conhecimentos e principalmente respeito. No Escotismo aprendemos a cumprimentar os vencedores e os vencedores aprendem a agradecer os vencidos. No escotismo somos todos irmãos e amigos da natureza. Aprendemos a valorizar a nossa vida “O Escotismo me espiritual.
quais a vida digna de seu próximo era o norte de sua existência. E isto eu vi na Sabesp! O Escotismo me mostrou que as crianças e os jovens podem desenvolver uma postura de respeito ao meio ambiente, oferecendo a expectativa de um futuro melhor onde ele, como cidadão consciente e bem formado de princípios e valores, construirá para si e para os seus próximos uma vida mais justa onde as diferenças, a falta de oportunidades e injustiças serão substituídas por uma filosofia de fraternidade, lealdade, tolerância e companheirismo.
Saneas: Em sua concepção, existem pontos comuns nas trajetórias de um Escoteiro e mostrou que as crianças de um Engenheiro? e os jovens podem Engenheiro vem de “engeSaneas: Qual é o atual propódesenvolver uma postura nhosidade”, que decorre da sito da União dos Escoteiros de respeito ao meio curiosidade, da experiência, de Brasil/Região São Paulo, ambiente, oferecendo a do bom senso, da habilidade entidade que o senhor pree do desejo de buscar melhoside? expectativa de Nosso principal propósito é res soluções para a superação um futuro melhor contribuirmos através de um dos problemas do nosso cotionde ele, como cidadão Método Escoteiro para que diano. Escoteiro vem de “exconsciente e bem formado nossos jovens através de um plorador”, de “descobridor”, de princípios e valores, sistema de valores baseados em de “observador”, aquele que construirá para si e para uma Promessa e Lei Escoteira, e busca evoluir dia a dia e que os seus próximos uma orientados por adultos capacipara tal são exigidas as mesvida mais justa.” mas qualidades. Ambos são tados e comprometidos, colaconstrutores de um mundo borem para a construção de um melhor, mais humanizado e harmônico, em que mundo melhor, de uma sociedade mais justa, onde prevalece o respeito entre as pessoas e delas para as pessoas se realizem como indivíduos e desempecom o ambiente. nhem um papel construtivo na sociedade. Buscamos orientar os jovens para irem além do mundo Saneas: Gostaríamos que o senhor falasse espematerial, incentivamos a descoberta dos princípios espirituais e a busca de Deus, presente em todos os cialmente aos mais jovens sobre a importância de nossos dias. valores transmitidos pelo Escotismo, como coletividade, disciplina, resiliência, entre outros. No Escotismo existe uma prática que conduz e apaixona uma criança de 6,5 anos que entra como um Lobinho até um jovem Pioneiro de 21 anos e que sai como um associado beneficiário para se tornar um escotista ou um dirigente institucional
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