Saneas ed. 51

Ano XII – Nº 51 – Novembro / Dezembro / Janeiro de 2014

EAD - Ensino à Distância no Universo da Engenharia

Universidades de renomes estão aderindo ao processo do ensino de engenharia à distância, que traz bastante polêmica entre os profissionais da área, com defesas e críticas a essa nova realidade.

25 Anos de Encontro Técnico AESabesp e Fenasan Uma edição especial de 25 anos do maior evento técnico-mercadológico da América Latina recebe preparos especiais da AESabesp, que espera mais de 17 mil visitantes para a Fenasan 2014.

AESabesp levará o saneamento brasileiro para a Alemanha

A homenagem que lotou o Instituto de Engenharia

A AESabesp fará uma missão técnica na “IFAT Entsorga 2014”. Essa feira internacional de Água, Resíduos Líquidos e Sólidos e Reciclagem chega a ter 3 mil expositores e 100 mil visitantes.

A celebração da AESabesp alusiva ao Dia do Engenheiro, juntamente com a Cerimônia de Homenagem aos Destaques Profissionais do Ano de 2013, lotou o Instituto de Engenharia de São Paulo.

BAumiNAs Química.

Da riqueza da terra à pureza da água.

Transformar minérios em matérias-primas de alta qualidade, e estas em produtos inovadores para o tratamento de água e efluentes: há mais de 50 anos, esse é o nosso foco. Com 12 unidades fabris estrategicamente localizadas e sólidas relações de parceria, estamos ao lado das principais empresas de saneamento e processos industriais do Brasil. A segurança e eficácia dos nossos produtos são comprovadas através do uso em mais de 3.500 municípios. Nossa liderança é resultado de uma estrutura única, aliada a diferenciais estratégicos que garantem a mais completa solução para os clientes:

• • • •

Produção vertical de matérias-primas Tecnologia de última geração e inovação constante Logística estruturada e inteligente Suporte técnico altamente capacitado

www.bauminas.com.br

comercial@bauminas.com.br

Editorial Prezado(a)s Associado(a)s É com grande satisfação que a AESabesp faz chegar a suas mãos mais uma edição da Revista SANEAS. Neste exemplar dedicaremos uma especial atenção ao ensino de engenharia no Brasil, particularmente no que se refere à modalidade EAD – Educação à Distância, descrevendo experiências exitosas, como a em utilização na UFSCar – Universidade Federal de São Carlos.

Também, com especial destaque, para os eventos em homenagem aos Profissionais do Ano e Dia do Engenheiro 2013, em São Paulo e em Franca, com o merecido reconhecimento aos associados escolhidos por nosso Conselho Deliberativo.

A FENASAN 2014 e a nossa participação na IFAT ASTORGA 2014 – reconhecidamente a maior feira de saneamento e meio ambiente do mundo em Munique, na Alemanha – também são descritas com destaque por nossos diretores que nelas representarão a AESabesp à convite dos organizadores.

Finalmente para destacar os artigos técnicos, sempre com um ótimo conteúdo, que lhes proporcionarão momentos de aperfeiçoamento técnico e profissional de forma bastante completa.

Desejo-lhes uma ótima leitura !

Reynaldo Eduardo Young Ribeiro Presidente da AESabesp (Gestão 2013-2015)

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Saneas

3

Índice

Expediente Saneas é uma publicação técnica da Associação dos Engenheiros da Sabesp Diretoria Executiva Presidente: Reynaldo Eduardo Young Ribeiro Vice-presidente: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges 1º Secretário: João Augusto Poeta 2º Secretário: Aram Kemechiam 1º Tesoureiro: Walter Antonio Orsatti 2º Tesoureiro: Nelson Cesar Menetti Diretoria Adjunta Cultural: Sonia Maria Nogueira e Silva Esportes: Evandro Nunes de Oliveira Marketing: Paulo Ivan Morelli Franceschi Polos: Antônio Carlos Gianotti Projetos Socioambientais: Maria Aparecida Silva de Paula Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges Técnica: Olavo Alberto Prates Sachs

06

matéria Especial

EAD - Ensino à Distância no Universo da Engenharia

11 Entrevista Professor do IFSP exalta o profissional que consegue se graduar à distância 13 Ponto de vista O Ead e a Formação Profissional 15 Especial Fenasan Fenasan 2014 - Congresso Técnico AESabesp 25 Anos de Tecnologia a Serviço do Saneamento Ambiental 17 IFAT 2014 AESabesp levará o saneamento brasileiro para a Alemanha 21 Projetos Socioambientais Plantio de 1.000 mudas de árvores uma das ações do Projeto Ecoeventus AESabesp® 23 Prêmio Jovem Profissional no 25º Encontro Técnico AESabesp AESabesp firma Convênio de Cooperação Técnica com Fundação de Energia e Saneamento 24 Acontece no setor Artigos técnicos 28 Alternativas para Tratamento e Disposição do Lodo e Estações de Tratamento de Água e Seus Impactos na Qualidade das Águas 37 A Contribuição de Novos Sistemas de Informática para os Estudos Hidrológicos 43 Matéria Sabesp Capacitação da 1ª turma em instalação e manutenção de redes e ramais de água 45 Dia do Engenheiro AESabesp celebra o Dia do Engenheiro e homenageia os Profissionais do Ano 48 Vivências Torrezan: um gênio vindo do interior passou por São Paulo

4

Saneas

Conselho Deliberativo Antonio Carlos Gianotti, Benemar Movikawa Tarifa, Carlos Alberto de Carvalho, Carlos Augusto Pleul, Cid Barbosa Lima Junior, Dejair José Zampieri, Evandro Nunes de Oliveira, Gilberto Alves Martins, Iara Regina Soares Chao, Ivan Norberto Borghi, Luciomar Santos Werneck, Maria Aparecida Silva de Paula, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Rodrigo Pereira de Mendonça, Sonia Maria Nogueira e Silva Conselho Fiscal Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Nelson Luiz Stabile Conselho Editorial - Jornal AESabesp e Revista Saneas Coordenador: Luciomar Santos Werneck Colaboradores: Luiz Yukishigue Narimatsu, Nivaldo Rodrigues da Costa Jr e Paula Rosolino CoordenadorA de Assuntos Tecnológicos Marcia de Araújo Barbosa Nunes Comissão Organizadora do 25º Encontro Técnico AESabesp Fenasan 2014 Presidente da Comissão: Gilberto Alves Martins Coordenadora do Encontro Técnico AESabesp: Sonia Maria Nogueira e Silva Coordenador da Fenasan: Olavo Alberto Prates Sachs Membros da Comissão: João Augusto Poeta, Maria Aparecida Silva de Paula, Nélson César Menetti, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e Silva, Tarcisio Luis Nagatani, Walter Antonio Orsatti Equipe de apoio: Maria Flávia S. Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro, Vanessa Hasson POlos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Polos da RMSP: Rodrigo Pereira de Mendonça Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro: Claudia Bittencourt Polo AESabesp Leste: Antonio Carlos Roda Menezes Polo AESabesp Norte: Eduardo Bronzatti Morelli Polo AESabesp Oeste: Aurelindo Rosa dos Santos Polo AESabesp Ponte Pequena: Alisson Gomes de Moraes Polo AESabesp Sul: Antonio Ramos Batagliotti POlos AESabesp Regionais Diretor de Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Baixada Santista: Zenivaldo Ascenção dos Santos Polo AESabesp Botucatu: Leandro Cesar Bizelli Polo AESabesp Caraguatatuba: Sidney Morgado da Costa Polo AESabesp Franca: Mizue Terada Polo AESabesp Itatiba: Carlos Alberto Miranda Silva Polo AESabesp Lins: Marco Aurélio Saraiva Chakur Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto Polo AESabesp Vale do Paraíba: Sérgio Domingos Ferreira Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp Jornalista Responsável Maria Lúcia da Silva Andrade – MTb. 16081 PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Neopix Design neopix@neopixdesign.com.br | www.neopixdesign.com.br Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 aesabesp@aesabesp.org.br www.aesabesp.org.br

novembro / dezembro / janeiro | 2014

O R V I L E R

A H N cos i A n c P Té M

CAso de Livros Reu

AESabesp Rua Treze de Maio 1642 - casa 01 Bela Vista São Paulo-SP CEP 01327-002 www.aesabesp.org.br relivro@aesabesp.org.br f t l /aesabesp

A

primeira remessa de livros técnicos da Campanha Relivro, destinada aos estudantes de engenharia do Estado de São Paulo que necessitam de livros técnicos para dar andamento aos seus cursos, foi realizada na FCA - Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp de Limeira. Essa iniciativa de sucesso terá sequencia, em 2014.

O objetivo desta Ação é suprir a necessidade de uma demanda educacional, social e financeira, ao propor o reaproveitamento dos livros de engenharia, cujos preços não estão ao alcance da população estudantil desprovida de poder aquisitivo.

Como funCiona: Se você quiser ser um doador de livros, deve se cadastrar pelo e-mail relivro@aesabesp.org.br e enumerar os livros que dispõe (título da obra, autor, ano). Se preferir, você também poderá levar sua remessa à sede da AESabesp, na Rua 13 de Maio, 1642 - casa 1, em São Paulo-SP, ou nos polos regionais.

Eventualmente, somente para grandes e significativas quantidades de livros, o doador poderá solicitar à AESabesp para que faça a retirada do material, ação esta que deve ser com data previamente solicitada e agendada pelo e-mail: relivro@aesabesp.org.br.

Já os agentes receptores (Bibliotecas Públicas do Estado de São Paulo) devem adotar a forma mais conveniente para o recebimento, de acordo com suas prioridades. As alternativas para essa retirada são: •

Retirar pessoalmente na sede da AESabesp, situada na Rua 13 de Maio, 1642 - casa 1 - Bela Vista - São Paulo-SP;

•

Retirar nos Polos Regionais da AESabesp no interior de São Paulo, situados nas Unidades da Baixada Santista, Botucatu, Caraguatatuba, Franca, Itatiba, Lins, São José dos Campos e Presidente Prudente;

•

Solicitar a entrega pela Correio.

A AESabesp, se compromete a fazer os registros desses repasses, bem como incentivar doadores em todo o Estado, disseminando esta Campanha nas escolas de engenharia, nas empresas expositoras da FENASAN e nas bibliotecas públicas.

Para a triagem do material, contamos com a bibliotecária Isabel Amato, que atuará especificamente para esta Campanha.

Posteriormente à triagem e à catalogação do material recebido durante a Campanha, a bibliotecária fará uma pesquisa entre as Universidades Públicas, que, por e-mail, manifestarem o interesse em receber a doação dos livros, objeto dessa Campanha da AEsabesp.

Cordialmente Eng. Sonia Maria Nogueira e Silva Diretora Cultural da AESabesp Eng. Reynaldo Young Ribeiro Presidente da AESabesp

matĂŠria tema

EAD Ensino a Distancia no universo da Engenharia

matéria tema Implantada para ampliar a possibilidade de formação para pessoas que tenham o tempo ou dificuldades para presenciar um curso, a modalidade de cursos a distância é legal e reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).

Tais cursos têm grande parte da carga horária cumprida à distância, mas requerem aulas e avaliações presenciais com determinada frequência. Várias universidades, inclusive públicas, têm buscado desenvolver metodologias que supram as carências verificadas comparativamente aos cursos presenciais, tais como acesso a bibliotecas e laboratórios, orientações diretas dos professores, troca frequente de informações com colegas, produção coletiva de trabalhos, entre outras.

Porém, mesmo com esse reconhecimento, o ensino à distância ainda é uma modalidade que recebe críticas por parte da população graduada em nível superior. Tanto que o aconselhamento de grande parte do mundo acadêmico é que, à medida do possível, o estudante sempre deve ter como primeira opção um curso presencial, inclusive por que terá que despender quase o mesmo tempo para seus estudos, já que deseja ter o mesmo grau de qualificação dentro da carreira escolhida. Mas, se optar pelo curso a distância, é imprescindível procurar informações junto ao MEC sobre a qualidade do curso escolhido.

Vejam abaixo depoimentos de estudantes e profissionais, pinçados em discussões on lines, os quais omitiremos as autorias, por respeito à privacidade.

“Que profissional é este que será formado, pois aulas de laboratório não terão quase nenhuma. Pior, vai aprender a fazer cálculo estrutural a distância ? Pior, poderá fazer um curso de pós e ser um Engenheiro de Segurança do Trabalho, sendo que aprendeu toda a Engenharia por correspondência? Não sou contra cursos a distância mas engenharia, medicina são cursos que não podem ser feitos dessa forma...”

“Sou aluno do CEIT e tenho a dizer que o EAD não é tão simples assim, pois o nosso curso tem aulas virtuais durante a semana, práticas em laboratório, com entrega de trabalhos e outras atividades, alem disto a maioria dos alunos já atua na área e não tem mais a necessidade de ficar 5 anos diariamente sentado em uma sala de aula” “Não acredito na viabilidade de certos cursos operacionalizados à distância. Certamente, estão “à distância” do tecnicamente aceitável. Entretanto, se a razão é a falta de tempo, não estrague o pouco do que têm. Fiquem com seus bons conhecimentos práticos que - creio - devem ser muitos e bons e abandonem a vaidade de ostentar um diploma vazio - verdadeiro estelionato intelectual.”

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Saneas

7

matéria tema

Veja como escolher um curso superior de qualidade Até o fechamento desta matéria, em janeiro de 2014, dados do MEC apontavam para o registro de 1.207 cursos de graduação à distância. Eles são classificados nos índices de CPC (Conceito Preliminar do Curso).

O sistema de pontuação é em ordem decrescente e dividido em cinco classificações: excelente (5), muito bom (4), suficiente (3). Cursos com nota abaixo de 3 são reprovados pelo MEC. Veja os melhores cursos de graduação EAD do país ■■ Administração - UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) ■■ Administração - UnB (Universidade de Brasília) ■■ Ciências - USP (Universidade de São Paulo) ■■ Gestão Comercial - Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense) ■■ Gestão de Micro e Pequenas Empresas - UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina) ■■ Gestão da Tecnologia da Informação - UPF (Universidade de Passo Fundo) ■■ História - PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) ■■ Letras - UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) ■■ Música - UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

■■ Pedagogia - UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) ■■ Processos Gerenciais - Ebape (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas) ■■ Sistemas de Computação - UFF (Universidade Federal Fluminense) ■■ Teologia - Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) Os critérios de avaliação levam em conta a proposta educacional de ensino e aprendizagem, os sistemas de comunicação, material didático, avaliação, equipe multidisciplinar, infraestrutura de apoio, gestão acadêmico-administrativa e sustentabilidade financeira.

O Enade (Exame Nacional dos Estudantes) também é considerado na avaliação do governo.

A maioria dos cursos de graduação a distância autorizados pelo MEC ainda não têm suas notas divulgadas: 885. De acordo com o ministério, a falta de notas pode ter origem pelo processo de reconhecimento do curso (ou sua renovação) estar tramitando ou interposição e recurso pelas instituições de ensino.

A regulação dos cursos superiores a distância segue dinâmica semelhante àquela dos cursos presenciais.

Para iniciar a oferta de um curso superior na modalidade a distância, a instituição precisa ser credenciada pelo MEC para essa finalidade e ter seu curso autorizado (no caso das faculdades, já que universidades e centros universitários têm autonomia).

Diplomas válidos O diploma universitário só terá validade no Brasil se o curso for reconhecido pelo MEC. O reconhecimento só é dado após o resultado da avaliação feita quando a primeira turma do novo curso completa entre 50% e 75% de sua carga horária.

8

Saneas

novembro / dezembro / janeiro | 2014

matéria tema

“Os cursos EAD foram criados para auxiliarem alunos que trabalham o dia todo, que tem limitações físicas de locomoção ou que residem muito longe das Universidades, ou seja, uma opção pra aqueles que não tem como estudar numa faculdade normalmente. Não é a faculdade ou a forma que alguém estuda que vai garantir que seja um bom profissional e sim o seu empenho e desempenho. Existem ótimos diplomas na praça e péssimos profissionais os apresentando.”

Inicialmente restrita aos cursos de formação de professores e administração, a educação a distância começa a ser oferecida no Brasil em áreas em que sua aplicação não era comum é está longe de ser consenso, como engenharia, enfermagem, ciências aeronáuticas e até disciplinas de medicina.

A Universidade de Uberaba (MG), por exemplo, oferece graduação a distância para as engenharias civil, ambiental, de computação, elétrica e de produção, além de um curso de ciências aeronáuticas.

Em Santa Catarina, o centro universitário Leonardo da Vinci tem curso de engenharia de produção a distância. A PUC-RS já adotou o de engenharia química e uma das escolas mais conceituadas do Brasil: a Universidade Federal de São Carlos iniciou, 2013, o seu curso de engenharia ambiental nesse formato.

No ano passado, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, em seu 6º Congresso Nacional, aprovou uma resolução de “não apoiar a graduação à distância para formação em qualquer nível”.

Nesta edição, trazemos uma entrevista do prof. dr. Nelson Villela, coordenador do IFSP- Instituto Federal de São Paulo, em defesa dessa modalidade.

Outros docentes fazem coro a essa postura, como o prof.dr. Pedro Ferreira, do ESTBarreiro/IPS, que atesta que a CAE (Comissão de Avaliação Externa) da AES (Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino

novembro / dezembro / janeiro | 2014

“Para quem acha que será impossível fazer engenharia, medicina ou qualquer outro curso a distância, está bem desatualizado em relação ao avanço tecnológico, há alguns tempos atrás realmente era muito difícil isto acontecer mas ainda não impossível, mas hoje com grande avanço na informática, sistema de comunicação e transporte, é possível fazer qualquer curso a distância com a mesma qualidade do presencial, dependendo das ferramentas que a faculdade disponibilizar para o aluno é possível ter até uma melhor qualidade neste sistema de ensino.”

“Acho muito relativo o fato de um curso ser presencial ou à distância ser ou não eficiente. Por exemplo, vi minha ex-esposa ralando horas a fio por muitas madrugadas estudando e preparando trabalhos para um curso de engenharia em EAD. Em comparação, passei por uma universidade Federal e outra particular, ambas tradicionalmente presenciais e vi muitos colegas serem aprovados às custas de favores de colegas de equipes e “piedade” de professores...”

Saneas

9

matéria tema a educação a distância começa a ser oferecida no Brasil em áreas em que sua aplicação não era comum é está longe de ser consenso, como engenharia, enfermagem, ciências aeronáuticas e até disciplinas de medicina.

Superior) recomenda a acredita o seu curso de Engenharia Civil, com a seguinte fundamentação: “O plano de estudo é bem planeado e equilibrado; As Unidades são ministradas por professores com formação e perfil adequado; O corpo docente é estável, qualificado, e com formação e experiência em diversas áreas da engenharia civil; As instalações são boas e têm os laboratórios necessários para desenvolver as atividades de ensino correspondentes; A biblioteca é bem equipada e tem um conjunto significativo de referências adequadas para os estudantes e investigadores em Engenharia Civil”.

Em linhas gerais, a formação de um engenheiro civil consiste em elaboração, gestão, orçamentação, assessoria técnica, acompanhamento e análise de projetos e obras. É possível angariar esta bagagem técnica e cultural à distância? Grande parte dos profissionais acham que não e expressa insatisfação com o MEC por autorizar o funcionamento de Faculdades que oferecem cursos de Engenharia nessa modalidade. E por outro lado, outros acham que esta nova realidade veio para ficar e quem se dispõem a fazer uma curso com seriedade pode fazelo perfeitamente por esse processo.

Reconhecimento do MEC ao curso de Engenharia Ambiental a distância da UFSCar O Ministério da Educação (MEC) divulgou em 03 de junho de 2013, no Diário Oficial da União, a Portaria Nº 244, de 31 de maio de 2013, que reconheceu o curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental oferecido pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) na modalidade de Educação a Distância (EaD).

De acordo com a universidade, “os resultados positivos dos processos de avaliação necessários para o reconhecimento dos cursos pelo MEC vêm confirmar a qualidade da formação que a UFSCar tem oferecido aos seus alunos na modalidade a distância. “A finalização desse processo reitera que estamos fazendo um excelente trabalho, tanto na gestão da EaD quanto na parte pedagógica”, afirmou o professor Daniel Mill, Coordenador da Universidade Aberta do Brasil (UAB), na UFSCar. A professora Aline Reali, Secretária Geral de Edu-

10

Saneas

cação a Distância da UFSCar, também comemorou o reconhecimento dos cursos pelo MEC e reforçou a importância desse momento para a Universidade e para os alunos. “O nosso modelo de EaD tem servido de referência para outras instituições do país e, agora, o MEC comprova que estamos mesmo no caminho certo”.

No que se refere ao curso de Engenharia Ambiental, é o primeiro na área de Engenharia ofertado por uma Instituição Pública de Ensino Superior na modalidade a distância, no Brasil, e tem o objetivo principal de formar profissionais para atuar na conservação, preservação e manejo dos recursos ambientais conforme a legislação específica, desenvolver projetos de controle aos impactos ambientais, auxiliar na recuperação de áreas degradadas e em projetos de reflorestamento e desenvolver estratégias de educação ambiental.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

entrevista

Professor do IFSP exalta o profissional que consegue se graduar à distância Nelson Villela é Professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP, além de Mestre em Educação; Pós-Graduado em Metodologia e Didática do Ensino Superior; Especialista em Análise de Sistemas; Bacharel em Comunicação Social (Propaganda e Marketing) e Químico Industrial.

Atuou na área de informática em empresas de médio e grande porte, tanto na indústria como em empresas de prestação de serviços, como analista de sistemas, coordenador e gerente em atividades ligadas a gestão de projetos e metodologias de desenvolvimento de sistemas de Informação.

Defensor do Ensino à Distância, o professor Nelson Villela, do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo) evidencia que um aluno que se dispõe a fazer e consegue concluir esse tipo de curso, possui as qualidades que o mercado de trabalho exige: iniciativa, disciplina, organização, conhecimento de tecnologias e planejamento. O IFSP, além dos cursos presenciais, oferece os cursos técnicos em administração e em informática para internet e, a partir de 2012, o superior de formação de professores na modalidade de Ensino a Distância (EaD).

Saneas: Em sua concepção, existe um público de perfil diferenciado para o qual o curso a distância seria de melhor utilidade do que um presencial?

Prof. Villela: Sim, existe. Pessoas que tem a necessidade do aprendizado e, por vários fatores está impossibilitada de frequentar um curso presencial, seja pela distância ou pelos horários disponíveis, então um curso a distância seria mais indicado para ela.

Entretanto, independentemente da necessidade, as pessoas que mais se adaptam aos cursos a distância são aquelas que têm autodisciplina, tem o hábito da leitura e a vontade de aprender. Familiaridade com o uso do computador e saber utilizar os recursos disponíveis atualmente na internet também são fatores importantes.

Saneas: Um curso à distância tem equivalente carga horária de um presencial?

Prof. Villela: Sim. Um curso a distância, a despeito do tipo, se pós-graduação ou de graduação, deve ter o seu reconhecimento pelo MEC e deve estar em consonância com as diretrizes curriculares da área de formação, portanto com sua equivalência em carga horária.

Saneas: Como são feitas as avaliações dos alunos que cursam a distância? Além de aulas virtuais, tem práticas em laboratório, cobrança de entrega de trabalhos e outras atividades?

Prof. Villela: Existem vários modelos de avaliação, isso depende do tipo de curso. As avaliações podem ser totalmente on-line, com

novembro / dezembro / janeiro | 2014

controle de tempo de acesso durante o desenvolvimento do curso e existem também avaliações presenciais periódicas. Se o curso tem o reconhecimento do MEC, na conclusão do mesmo ou de suas etapas, existe a avaliação final obrigatória que é presencial.

As aulas práticas são normalmente realizadas nos Polos de EAD, locais indicados pela mantenedora do curso usados para esta finalidade e também para as avaliações.

Saneas: Por ser à distância, o curso é mais fácil de entrar e de se concluir? Como é feito o vestibular?

Prof. Villela: A maioria das instituições de ensino adota o processo de vestibular normal, inclusive com a utilização do resultado da nota do ENEM. Em relação à conclusão do curso, uma das grandes dificuldades dos nossos alunos de cursos à distância é a disciplina exigida em seus estudos. Não é porque se trata de um curso à distância que os trabalhos e pesquisas podem ser entregues a qualquer tempo. Muito pelo contrário os sistemas hoje monitoram essas entregas com mais rigor que um professor em sala de aula. Talvez esteja aí o motivo do grande índice de desistência nos cursos à distância que ainda presenciamos.

Saneas: Como é feita a integração dos alunos com o corpo docente, em um sistema EAD? Prof. Villela: Quando se trata de um curso à distância, normalmente é marcada a aula inaugural do curso, onde os docentes se apresentam

Saneas

11

entrevista

aos alunos e vice versa. As faculdades que oferecem esse tipo de curso criam o que é denominado Polos de EAD, onde ocorrem as reuniões, palestras, orientações e avaliações, que são agendadas ao longo do curso.

Saneas: Um curso de engenharia pode ser bem administrado à distância?

Prof. Villela: Sim, pode. Isso vai depender da seriedade da instituição de ensino mantenedora desse curso, dos recursos disponíveis, da infraestrutura, da exigência e do controle da frequência às atividades presenciais. Mas a administração também deve ser feita pelo próprio aluno através de sua agenda pessoal de estudos.

Saneas: Pelo sistema EAD, as notas são divulgadas, os diplomas são reconhecidos?

Prof. Villela: Os sistemas atuais divulgam as notas para os alunos, como em qualquer outro curso, valendo-se das tecnologias de comunicação disponíveis. Quanto ao reconhecimento do diploma não há problemas desde que o curso seja reconhecido pelo MEC.

cida, mas felizmente está cada vez menor. Esse preconceito não se justifica se levarmos em conta a grande quantidade de profissionais que realizaram cursos presenciais e apresentam sérias deficiências em sua formação.

Vale lembrar que por força da lei, o diploma de um curso a distância tem o mesmo valor legal daquele obtido em aulas presenciais, não pode existir nada nesse documento que o diferencie de um curso presencial.

Portanto essa informação: se o diploma é de um curso presencial ou a distância, sequer deveria ser discutida em um processo seletivo. Não é o tipo de curso que irá determinar a competência do profissional e sim a sua dedicação aos estudos e o desenvolvimento da sua prática.

Outro aspecto interessante é que um aluno de um curso a distância possui ou desenvolveu, ao longo do mesmo, algumas características que o mercado de trabalho avalia como essenciais, tais como: iniciativa, disciplina, organização, conhecimento de tecnologias e o seu próprio planejamento, e isso deveria ser considerado como um conjunto de diferenciais positivos na seleção de um candidato.

Saneas: O senhor tem conhecimento de bons profissionais de engenharia graduados pelo sistema EAD? Prof. Villela: Conheço alguns ex-alunos que ainda estão cursando Engenharia Ambiental à distância, e acredito que pelos seus históricos acadêmicos nos cursos técnicos que realizaram, serão excelentes profissionais ao se graduarem.

Saneas: Quais os cuidados que o senhor recomenda para os proNão é o tipo de curso fissionais que querem buscar que irá determinar um bom curso à distância? a competência do Prof. Villela: Em primeiro lugar profissional e sim verificar se o curso tem o recoa sua dedicação nhecimento do MEC e isso é muiaos estudos e o to fácil, basta consultar a página do Ministério da Educação - Sisdesenvolvimento da tema e-MEC. Acesso em: http:// sua prática. emec.mec.gov.br.

No site é possível obter muitas informações sobre os cursos, as instituições assim Saneas: Esses profissionais podem encontrar uma como as avaliações dos mesmos. visão preconceituosa em relação à sua formação É de suma importância conhecer também o Proà distância, na hora da disputa de uma vaga no jeto Pedagógico do Curso, pesquisar a grade curricumercado? lar, assim como a infraestrutura e recursos ofereciProf. Villela: Isso ainda é uma barreira a ser vendos aos alunos pela instituição de ensino.

12

Saneas

novembro / dezembro / janeiro | 2014

ponto de vista

O EAD E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL Suely Bacchereti Bueno é formada em Engenharia Civil pela EPUSP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).

Iniciou seu desenvolvimento na área de estrutura, em 1973, na empresa Roberto Rossi Zuccolo Engenharia Civil e Estrutural Ltda., atuando em projetos de Edificações e Obras de Arte. Em 1980, começou a trabalhar no Escritório Técnico Julio Kassoy e Mario Franco Engenheiros Civis Ltda., onde, a partir de 1986, passou a integrar esta sociedade, desenvolvendo inúmeros projetos de Edifícios Altos e Obras Especiais. É presidente da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e coordenadora da CE 02:124.15 - Comissão de Estudo de Estruturas de Concreto - Projeto e Execução, constituída pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para revisar a NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto – Procedimento.

Por Suely Bacchereti Bueno - Presidente da ABECE – Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural Muito se tem discutido sobre o Ensino à Distância (EAD), principalmente quanto aos seus benefícios. Hoje, já é possível encontrar diversas escolas de nível superior, oferecendo estes cursos, nas mais diversas áreas de conhecimento.

A ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural), como uma entidade que reúne profissionais da engenharia, vem acompanhando esse movimento e discutindo o assunto sob o aspecto que interessa ao setor: como será o profissional de engenharia egresso dos cursos de EAD? Essa é uma questão que deve ter sua resposta construída com racionalidade, afastando-se, tanto quanto possível, conceitos pré-estabelecidos. É inegável que o EAD possui apelos indiscutíveis: a universalização do ensino, atingindo

novembro / dezembro / janeiro | 2014

os estudantes onde estiverem. A flexibilização dos períodos de estudo, possibilitando que as pessoas possam adequar seu tempo de estudos com suas demais atividades (trabalho, lazer etc). A redução de despesas com deslocamento, alimentação fora de casa, moradia, entre outras, ampliando as oportunidades para aqueles que possuem uma situação financeira familiar mais apertada. Os motivos citados, parece claro, justificam totalmente a inclusão do EAD dentre as discussões prioritárias para o país.

Diante dessa perspectiva, para nossa entidade, parece claro que o caminho do EAD não oferece retorno. Assim, ao invés de apontar os pontos negativos do EAD, parece-nos mais produtivo discutir os cuidados a serem tomados na sua implantação, buscando-se a minimização

Saneas

13

ponto de vista dos problemas e uma formação profissional adequada às exigências da sociedade. Seguem os pontos de discussão, mapeados pela entidade até o momento: I. Necessidade de legislação com requisitos claros para o EAD e exigência de reconhecimento e acompanhamento dos cursos: as escolas físicas existentes no país têm sido objeto de avaliação (ENADE, ENEM etc), sendo que seus resultados têm trazido preocupações para governos, educadores, pais e alunos. Se cursos em escolas físicas possuem problemas, pode-se esperar que cursos virtuais, que exigem investimentos muito menores, potencializem esses problemas de infraestrutura. Dessa forma, é importantíssimo que uma estrutura de avaliação e validação desses cursos seja criada, em virtude do seu potencial de multiplicação; II. Necessidade de maior maturidade do educando: o menor controle sobre as atividades exigidas durante o curso, bem como sobre o horário de “frequência”, exige do aluno uma maior consciência sobre a importância daquela formação para a sua vida. Estabelecer rotinas de estudo é de fundamental importância para que se obtenha sucesso nessa iniciativa, mas nem sempre o aluno tem essa determinação. Este é um tema de discussão mais difícil, pois envolve as diferentes personalidades. O estabelecimento de uma idade mínima para a frequência de cursos de EAD ou a discussão sobre o oferecimento de cursos de EAD apenas para pós-graduação e formação profissional complementar são matérias de difícil consenso; III. Material de apoio: talvez o ponto em que ainda estejamos mais atrasados seja quanto às características do material de apoio a ser oferecido nos cursos de EAD. O ambiente virtual oferece inúmeras possibilidades, desde textos, passando pelas apresentações, vídeo aulas, consultas de Internet, chegando a exercícios e avaliações com a utilização de softwares específicos para esse fim. Uma grande discussão é como fazer a combinação dessas possibilidades e, principalmente, como se medir a efetividade do ensino com sua utilização. Saliente-se que a preparação de material para ensino em EAD é totalmente diversa

14

Saneas

daquela exigida para as aulas físicas. A preparação desse material exige tempo e recursos, o que não tem sido regra em muitos cursos oferecidos, em que o EAD se resume a disponibilizar as mesmas apostilas utilizadas nas aulas físicas; IV. Visitas e Laboratórios: nos cursos aplicados (engenharia, medicina etc.), o contato com a prática profissional, através da elaboração de experiências em laboratório, simulação de casos reais, apresentação de seminários, visitas técnicas etc., são parte importante da formação profissional.

Deve-se discutir se a validade de se assistir experiências em vídeo, ou ainda, realizar visitas isoladas, sem o acompanhamento de professores que expliquem e justifiquem os procedimentos aplicados. No caso específico da Engenharia, nos parece vital o complemento das aulas virtuais com aulas de laboratórios e um programa de visitas e seminários, para que esse importante conteúdo não seja perdido, o que prejudicaria a formação do profissional; V. Convivência acadêmica: talvez esse seja o ponto em que a perda seja mais notável e difícil de recuperar. O ambiente acadêmico oferece uma série de experiências difíceis de reproduzir no ambiente virtual e que serão importantes para a formação técnica e também da personalidade do profissional. As trocas de experiências, as discussões técnicas e de situações do dia a dia, os estudos e trabalhos em grupo e, principalmente, a formação de uma rede de contatos profissionais que serão importantes ao longo da carreira.

Como se pode notar, existem vários pontos que estão sendo objeto de discussão, não só no meio acadêmico, mas também no nível de governos, entidades e empresas. Como dissemos anteriormente, não se trata de resistir às novas possibilidades que nos oferecem os ambientes virtuais, mas de se fazer uma discussão séria sobre como minimizar as deficiências decorrentes dessa mudança. Estamos apenas no início de um longo caminho. É importante a participação de todos os intervenientes, a fim de extrairmos o melhor resultado possível dessa nova realidade.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

especial fenasan

Fenasan 2014 - Congresso Técnico AESabesp 25 Anos de Tecnologia a Serviço do Saneamento Ambiental A Associação dos Engenheiros da Sabesp promoverá Até o fechamento desta edição, a Fenasan 2014 a Fenasan 2014, em caráter simultâneo com seu 25º já contava com reserva de mais de 200 expositores Congresso Técnico, nos dias 30, 31 de julho e 01 de nacionais e internacionais, com a estimativa de púagosto, no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em blico de cerca de 17.000 visitantes, índice atingido São Paulo – SP. Sua realização é considerada como o na edição de 2013. maior evento em saneamento ambiental da América Já o Congresso Técnico concentrará mesas redonLatina, que completará os seus 25 anos de existêndas, cursos de especialização e diversas palestras téccia, com uma edição especial. nicas, de autorias de docentes de universidades, de Em 2014, o tema do evento será “25 Anos de Tectécnicos de Companhias de Saneamento de todo o País e de grupos privados, geralmente voltadas para nologia a Serviço do Saneamento Ambiental”. Aberta eficiência operacional, recuperação de à visitação gratuita, a Fenasan - Feira áreas degradadas, novas tecnologias, Nacional de Saneamento e Meio AmPrazo para envio preservação ambiental e políticas púbiente - apresentará o panorama de um dos setores mais importantes da econoblicas do setor. No final do primeiro e de trabalhos: segundo dia, respectivamente 30 e 31 mia nacional, num cenário de Bombas, 31 / março / 2014 de julho, haverá palestras magnas de Hidrômetros, Filtros, Tubos, Válvulas, encerramento, de cunho motivacional, Estações Compactas de Tratamento de com Rolando Boldrin e Lars Grael. E, no encerramento, Água e de Esgotos de demais equipamentos, produtos, dia 01 de agosto, será realizada a entrega do troféu serviços e tecnologias desenvolvidas para o setor.

AESabesp aos destaques de 2014.

Está previsto um aporte federal de R$ 508 biO envio de trabalhos técnicos para o Congresso lhões, a serem aplicados até 2033, com a implanTécnico deverá ser feito pelo site oficial do eventação do Plano Nacional de Saneamento Básico. O setor de saneamento interfere diretamente nas poto: www.fenasan.com.br, até 31 de março de 2014, para que a comunicação de aceite ou recusa aos líticas públicas de habitação e saúde, onde a cada autores seja feita a partir de 01 de maio, com uma 1dólar investido são economizados 4 dólares na prevenção de doenças de veiculação hídrica, uma das data-limite para alteração ou atualização dos traprincipais causas mundiais da mortalidade infantil. balhos aprovados com ressalvas, até 12 de maio.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Saneas

15

18m²

Confira planta atualizada e relação de expositores no site: www.fenasan.com.br

novembro / dezembro / janeiro | 2014

25m²

SANITÁRIO MASCULINO

TELEFONES

Quimis 18m²

A04

C01

50m²

C03

50m²

C07 C05

25m²

Alpax

XCMG

Xylem

25m² 25m²

Robuschi D07

60m²

D09

50m²

25m²

A08

25m²

E07

25m²

E05

E03

40m²

E01

20m²

F19

20m²

Hagplan

F21

25m²

F13

20m²

VCW

F15

B&F

25m²

F07

60m²

F09

50m²

E02

Grundfos 50m²

F01

50m²

F03

50m²

F05

25m²

G21

25m²

25m²

G01

50m²

G03

Hexis

25m²

Coester

A16

H01

H03

ESTANDES RESERVADOS

25m²

Gratt

A18

50m²

50m²

Brasworld

50m²

H05

25m²

Asperbrás

25m²

RUA A

G02

G04

G06

H07

60m²

H09

50m²

H11

50m²

SIKA

Sulzer

Vaz Flux

Pentair

H13

40m²

H15

20m²

H17

25m²

A.R.I.

Hidro Solo

SSI

Caetano

G08

G10

G12

G14

G16

20m²

Agru

G18

25m²

EXTINTOR PÓ QUÍMICO SECO 4KG

25m²

GO ASSOCIADOS

A14

25m²

Apecs

AVK

50m²

G05

KOCH

60m²

G07 25m²

Bermad

25m²

Enmac

F02

F04

F06

Nivetec

F08

H23

ESA I07

60m²

I09

50m²

I11

25m²

Poly Easy

25m²

C.R.I.

25m²

I03

50m²

I05

25m²

A22

20m²

J15

Parkson

Talis

J01

50m²

J03

50m²

J05

25m²

J07

60m²

J09

50m²

J11

25m²

A24

25m²

50m²

AESABESP

25m²

Tanks BR Hidrogeron

I02

I04

I08 I06

25m²

Bugatti

Ebara

25m²

WEIR MINERALS

I08

I10

I12

J13

Cassio Lima Italy Valves

I14

20m²

Unitubos Gehaka

I16

40m²

J17

25m²

Franklin Eletric

I18

25m²

K23

RUA M

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

Sappel

J02

J04

J06

50m²

K01

50m²

K03

50m²

K05

25m²

25m²

15m²

Benny Tours

A32

18m²

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

21m²

Bongas

18m²

L02

Invel

L04

21m²

L06

21m²

EURO TANKS

L08

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

15m²

Alfacomp

L10

15m²

L12

Empretec

15m²

L14

L16

Ecofirma

350m²

Montad

Exp P

30 de ju

projeto e consultoria: arqta. Renata Pita / arqto. Getulio Tamada data: 18/04/2012 - atualização 10: 12/07/2013(II)

SANITÁRIO MASCULINO

25m²

L01

25m²

SANITÁRIO FEMININO

TELEFONES

L05 25m²

25m²

L07

60m²

L09

L11

25m²

18m²

CECRES A30

25m²

Fast ADI

K02

25m²

Holland

K04

25m²

L03

FGS

Grupo Bauminas

25m²

Linde Gases

K06

K08

K10

K12

50m²

L13 L13

Conexx Válvulas

L15

PH Ambiental Spencer

K14

K16 40m²

20m²

L17 20m²

Kanaflex

Imagem

RESTAURANTE

K18

COLUNA DO PAVILHÃO

50m²

A28

Digimed

Fibrav

Leão

25m²

K07

60m²

K09

50m²

K11

25m²

K13 K13

20m²

ADI Acqua

K15

40m²

K17

50m²

K19

Permastore Higra

MERCK

J08

J10

25m²

J12

WIKA

J14

20m²

Emec

ETA

20m²

20m²

K21

25m²

25m²

Haarslev

J16

J18

J20

J22

Danfoss Gaiatec

J24

18m²

SCHWING

M35

SANITÁRIO FEMININO

A26

Power Prominas Eletronics

18m²

ESCADA TÉCNICA H 3,10m

25m²

25m²

Bray Controls

J23

I22 45m² J21 45m² I20 J19

Politejo

I24

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

M33

ESTANDES CONFIRMADOS

25m²

I01

Emak

Glass Petrofisa Bombas

A20

25m²

Imperveg

H02

50m²

Schneider Eletric

H04

H06

Metrohm TSA

H08

H10

H12

I13

60m²

I17

50m²

I19

20m²

Nunes Sampla Oliveira

H14

20m² I15

Tigre

SABESP

20m²

Maxiagua

H16

H18

H20

I21

50m²

I23

M31

18m²

Zebron

Yamatec

Vermeer

Imap

H22

H24

M29 15m²

VICTOR Analítica

M25 M27 15m² 15m²

BBL Engenharia

15m²

M23

G22 45m² H21 45m² G20 H19

Otek

KSB

G24

Promar

M21 15m²

(PAVILHÃO AZUL - 30 de julho a 01 de agosto de 2013)

ESTANDES DISPONÍVEIS

G09

50m²

G11

25m²

Seko

G13

20m²

Itron

Hidroductil Interativa

25m²

G17 40m²

Saint-Gobain

F10

F12

VAG Armaturen

F14

Job Engenharia

Conaut

F16 20m² G15

F18

G19

50m²

Helibombas

F20

ACESSO EXPOSIÇÃO

25m²

Eaux

F11

25m²

Bentley

Guarujá

Wilo

25m²

Electrosteel

E04

E06

E08

E10

E12

25m²

G23

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

18m²

Stúdio 20m² Biotecs 20m² Monitora

F22

Rehau

F24

M17 M19 30m²

EXTINTOR GÁS CARBÔNICO (CO2) 5KG

MultHidro

F17

20m²

McFluid Restor

E14

20m²

Prominent

E16

20m²

25m²

Sigma Etatron

E18

25m²

Wasserlink Huesker

E20

A10 25m² A12

RUA A

50m²

Kaeser

D02

40m²

Tetralon

D04

WKL

D06

25m²

Sondeq

D08

25m²

E09

Andritz

D10

468m²

EXTINTOR ÁGUA PRESSURIZADA 10 LITROS

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

D01

Rothenberger

Tecniplas Britefil

A06

C02 25m²

Produquimica

50m²

D03

25m²

Nicsa

D05

25m²

Bombas Beto

C04

25m²

Dinatécnica

C06

Gardner Gardner Denver Denver Nash

C08

C10

Polierg

25m²

D11

Policontrol

C12

25m²

D13

ILHA SINDESAM

25m²

Ag. Solve

E22

F23

Digitrol

Stringal Netzsch

E24

15m² M13 15m² M15 Vogelsang

Isoil Lamon

E11

Serv Técnica

18m² M09 15m² M11

KRIEGER

C14

C16

M07

IMPLANTAÇÃO GERAL

SANITÁRIO FEMININO

JWC

A02

C09

50m²

C11

25m²

Corr Plastik

Shinge

B02

B04

B06

B08

C13

Paques

Tree-Bio

25m²

85m²

B10

B12

Solar

B14

C17

Hydro Z

20m² 40m² C15

IBRAM

B16

B18

20m²

25m²

25m²

C19

Aerzen

B20

Bishen

GEA

C21

25m²

20m²

25m²

Toray

C23

20m²

B22

B24

RUA M

PROJEÇÃO DO MEZANINO

B01

30m²

Marte Científica

B03

18m²

Tecnal

B05

15m²

Polimate

B07

18m²

Novus

B09

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

15m²

WS Controles

B11

15m²

B13

15m²

Bruker

B15

15m²

ANALYSER

B17

45m²

WEF

B23 B21 B19

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

RUA C

RUA C

45m²

RUA E RUA E

M05

RUA F RUA F

M03

RUA G RUA G

WEF

RUA H RUA H

M01

RUA I RUA I

SANITÁRIO MASCULINO

RUA J RUA J

Área de Montagem - 6952,5m²

RUA D

RUA B

RUA B

RUA K RUA K

Saneas

RUA L

16 Borges & Katayama

RUA L

NOTA: PLANTA SUJEITA A ALTERAÇÕES A CRITÉRIO DA COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO

Fenasan 2014 - planta da exposição

IFAT 2014

AESabesp levará o saneamento brasileiro para a Alemanha Rumo à projeção internacional, a AESabesp fará uma missão técnica na “IFAT ENTSORGA 2014”, com uma comissão inicialmente formada pelo diretor técnico da entidade, Olavo Alberto Prates Sachs; pela vice-presidente e representante da diretoria executiva, Viviana Aquino Borges; pelo gerente de marketing e coordenador do estande da AESabesp na Feira, Paulo Oliveira e mais dois membros sorteados durante a reunião do Conselho Deliberativo: os engenheiros Carlos Alberto de Carvalho (conselheiro) e Sonia Maria Nogueira e Silva (diretora cultural).

Essa Feira Internacional de Água, Resíduos Líquidos e Sólidos e Reciclagem, a ser realizada em Munique, Alemanha, entre os dias 05 e 09 de maio

novembro / dezembro / janeiro | 2014

de 2014 chega a contar com cerca de 3 mil expositores e mais de 100 mil visitantes por edição.

A apresentação da Fenasan, pela AESabesp, será realizada no dia 07 de maio, das 13h00 às 13h30, no Fórum do Pavilhão A5 – Setor de água. E no estande da AESabesp, a comunidade internacional poderá ver um pedaço do Brasil na Alemanha, por meio dos produtos e serviços do nosso setor de saneamento.

Para discorrer sobre a importância da AESabesp estar presente nesse evento, o diretor técnico da AESabesp e responsável técnico pela Fenasan 2014, eng. Olavo Alberto Prates Sachs, concedeu a seguinte entrevista à Revista Saneas:

Saneas

17

IFAT 2014 Saneas: Quais são as principais características da IFAT e por que é importante para a AESabesp estar presente nesse evento?

Olavo Sachs: A IFAT Entsorga é a maior feira de saneamento e meio ambiente da atualidade e se realiza bianualmente na cidade de Munique na Alemanha. A AESabesp foi convidada pela diretoria da IFAT a participar da mesma, devido ao sucesso da Fenasan no Brasil, sendo para nós uma oportunidade única de mantermos contato com potenciais futuros parceiros do nosso evento. além de termos a oportunidade de nos inteirarmos das novas tecnologias existentes na área.

mento com técnicos de todas as partes do mundo vivenciando as suas experiências, além da questão de tomarmos contato com equipamentos e serviços que com certeza seriam muito úteis para nós aqui no Brasil, pois temos muito ainda para fazer até conseguirmos a tão pretendida universalização do saneamento.

Saneas: Num evento de porte mundial como esse, é possível que o saneamento desenvolvido em São Paulo seja destacado?

Olavo Sachs: São Paulo, todos nós sabemos, destoa bastante da realidade brasileira, pois atingimos índices que estão Saneas: Quando o senhor esteve na mais próximos dos países que fazem Feira Internacional Watec, em Tel parte do chamado “primeiro munAviv- Israel, sentiu que a represendo”, mas ainda temos um caminho muito árduo a percorrer para que tatividade brasileira está reconhepossamos ajudar ao resto do país cida em nível mundial? pois temos profissionais competenOlavo Sachs: Sim, deu orgulho de ser brasileiro e fazer parte da AESates e utilizamos o que há de melhor em tecnologia existente no mundo, besp/Fenasan, tendo uma agradável “A AESabesp foi restando para isto vontade política e surpresa pois não esperávamos que convidada pela uma melhor consciência ambiental a nossa feira fosse tão bem elogiadiretoria da IFAT, do nosso povo, mas acho que estada em Israel pela sua qualidade e devido ao sucesso da Fenasan, sendo organização. mos no caminho certo. para nós uma oportunidade única Saneas: Em linhas gerais, quais são Saneas: E a Fenasan, como Feira de mantermos os principais focos da palestra sosul-americana e brasileira, também contato com já está mundialmente reconhecida bre a Fenasan na IFAT? potenciais futuros na globalização do setor?

Olavo Sachs: A princípio deverão parceiros.”

Olavo Sachs: Com certeza já somos ser apresentados os números do sao maior evento latino americano neamento no Brasil e em São Pauno setor e não podemos parar de crescer, só que lo, a atuação da AESabesp e a extensão do nosso necessitamos manter a qualidade do evento graças Congresso Técnico e da Fenasan (Feira Nacional de ao empenho dos nossos colaboradores, sejam eles Saneamento e meio Ambiente), com os seus princiassociados ou fornecedores que são a chave do pais produtos, equipamentos e serviços, sem deixar nosso sucesso. de perder a oportunidade de mencionar o momento que estaremos vivendo, com a realização da Copa do Saneas: Como se deu os primeiros contatos e traMundo de Futebol em nosso País. tativas entre a Fenasan e a IFAT? Saneas: Como profissional técnico do saneamento, Olavo Sachs: Começou no ano passado quando requais são os pontos desse evento que mais trazem cebemos uma missão da IFAT na Fenasan 2013 e inibenefícios e projeção para o corpo técnico sanitaciamos uma parceria (IFAT/Fenasan) que viabilizou uma permuta de espaços tanto na Feira como no rista de São Paulo, especialmente da Sabesp? próprio Congresso.

Olavo Sachs: Acho muito importante o relaciona-

18

Saneas

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Bem-vindos ao futuro das tecnologias ambientais

Registre-se online a partir de Janeiro de 2014 e usufrua de descontos até 30%! www.ifat.de/tickets/en

5 a 8 de Maio de 2014 Feira líder mundial para gerenciamento de água, esgoto, lixo e resíduos sólidos.

Participe do evento que reúne todo o setor de tecnologias ambientais em Munique, a IFAT 2014. Conheça os produtos inovadores e as estratégias do futuro. Aproveite o nosso programa exclusivo paralelo e a oportunidade de networking internacional.

Visite também as nossas feiras IFAT fora da Alemanha

presented by IFAT CHINA | EPTEE | CWS

20 a 22 de Maio de 2014 www.ie-expo.com

9 a 11 de Outubro de 2014 www.ifat-india.com

www.ifat.de Informações: NürnbergMesse Brasil Ltda. | São Paulo Tel. 11 3205 5025 | andrezza.perri@mmi-brasil.com

IFAT 2014

Saneas: Qual é a sua expectativa e a da delegação da AESabesp em relação à participação nessa Feira?

Olavo Sachs: Vamos nos deparar com uma feira dez vezes maior que a nossa em tudo: em área de exposição, em público visitante em um local que era um antigo aeroporto e foi adaptado para ser um local de eventos, sendo servido inclusive por duas estações de metrô. Acho que necessitamos em São Paulo de um local como este, pois há uma carência muito grande de áreas para eventos o que de certa forma dificulta o nosso crescimento e por consequência o crescimento da nossa Fenasan.

Saneas: Haverá posterior relatório de atividades, avaliações e resultados a serem passados para os associados da AESabesp?

Olavo Sachs: Pretendemos fazer uma apresentação prevista na grade do nosso do 25º Encontro Técnico da AESabesp, onde estaremos comemorando nosso jubileu de prata, com tudo que vivenciamos nesta nossa participação, na “maior feira internacional de água, resíduos líquidos, sólidos e reciclagem” da atualidade.

Demais participações da AESabesp em eventos nacionais e internacionais 8º ENCUENTRO TECNICO INTERAMERICANO DE ALTO NIVEL “Gestión del Agua con Responsabilidad Socio Ambiental” Realização no período de 20 a 22 de março de 2014, em Trujillo – Perú, No dia 21 de março, das 15h10 às 15h45, na sala de exposição 7, o presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, apresentará a palestra “Nuevas Oportunidades y Mejoramiento Profesional en el Área Tecnológica de la Ingeniería Sanitaria”.

Site do evento: http://www.aidisnet.org/html/ esp/not_8encontro.html 12.º Congresso da Água; 16.º Encontro de Engenharia Sanitária e Ambiental e XVI Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Realização no período de 05 a 08 de março de 2014, em Lisboa – Portugal A conselheira da AESabesp, Iara Chao, fará apresentação de trabalho técnico, “Avaliação e

20

Saneas

Quantificação do Lodo da Estação de Tratamento de Água do Guaraú”, que será apresentado na categoria “poster”.

FIEMA Brasil (Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente) Realização no período de 22 a 25 de abril de 2014, em Bento Gonçalves – RS A AESabesp será expositora e terá uma delegação representativa.

SEA - Semana da Engenharia Ambiental (SEA) Realização no período de 19 a 23 de abril de 2014, em São Carlos – SP A AESabesp participará do evento como entidade expositora e a Diretoria de Projetos Socioambientais apresentará a palestra: ecoeventus AESabesp®.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Projetos Socioambientais

Plantio de 1.000 mudas de árvores: uma das ações do Projeto Ecoeventus AESabesp ®

Visando compensar a emissão dos gases de efeito estufa, emitidos durante o 24º Encontro Técnico e 24º edição FENASAN, a AESabesp, em parceria com diversos colaboradores, implantou na Estação de Tratamento de Esgotos de Rubião Junior, município de Botucatu o “projeto de reflorestamento” através do plantio de 1.000 mudas de espécies arbóreas nativas regionais.

Construída em outubro de 1.997, possuindo aproximadamente 25.000 m2 de área construida, a Estação de Tratamento de Esgotos de Rubião Junior está inserida em uma área de aproximadamente 90.000 m2 e trata o esgoto de aproximadamente 4.700 habitantes.

Dentro dessa área, além da Estação de Tratamento, encontram-se diversos fragmentos florestais, dois cursos d’água, além de uma vegetação arbórea diversa que se encontra de forma isolada por toda

novembro / dezembro / janeiro | 2014

área, o que transforma o local numa grande área verde, onde é possivel observar a presença intensa de uma fauna diversa que frequenta o local, advinda dos fragmentos florestais existentes na área e de outras formações florestais que circunda o local.

A implantação desse reflorestamento visou incrementar as potencialidades naturais da área, através da introdução de 1.000 espécies arbóreas nativas, que além da função paisagística contribuirão para o sequestro de carbono, unindo e incrementando os diversos florestais existentes na área, fornecendo abrigo, local de nidação, reprodução e alimento para fauna, visto que o projeto contemplou o plantio de diversas espécies frutíferas nativas, como a goiabeira, uvaia, pitanga, gabiroba, ingá, coqueiro jerivá, canela amarela, cerejeira do mato, figueira branca, grumixama,

Saneas

21

Projetos Socioambientais lobeira, leiteiro, dentre outras.

Os procedimentos técnicos básicos utilizados para implantação desse projeto envolveram operações como: combate as formigas, limpeza prévia da área incluindo roçadas e aplicação de herbicida, coroamento, abertura e fertilização das covas, aplicação de gel hidroponico, plantio propriamente dito e tutoramento das mudas, além de outras operações características dessa etapa de implantação.

Importante salientar que na fertilização das covas, além do tradicional adubo químico N:P:K: 04-14-08, foi utilizado um composto orgânico produzido através da compostagem do lodo de esgotos da Estação de Tratamento de Esgotos “Lageado”, do município de Botucatu.

Atualmente o plantio está em fase de manutenção que envolve serviços como: combate as formigas, coroamento, roçadas e aplicação de herbicida, adubações de cobertura e replantios das mudas que vierem a perecer e das com baixo desenvolvimento.

Observa-se que aproximadamente 3 meses da sua implantação as mudas encontram-se em pleno desenvolvimento, atingindo na média aproximadamente 1,30 metros, sendo que podemos encontrar algumas espécies que já ultrapassaram 2,00 metros.

Neste período apenas 2 mudas não sobreviveram e serão substituídas.

Concluindo, espera-se que após 01 (um) ano de implantação a área reflorestada apresente fechamento de dossel e encontro de copas, e dessa forma adquira condições que a tornem “auto-sustentável”, ou seja, terá plena condição de avançar no seu desenvolvimento através da continuidade do processo de regeneração natural.

O projeto Ecoeventus não tem a finalidade de plantar para compensar a emissão de gases, mas atuar na fonte da sua emissão evitando desperdício por meio de ações de conscientização e sensibilização dos atores (visitantes, palestrantes, equipe de montagem entre outros, durante a FENASAN) a planejarem suas atividades de forma evitar desperdício de água e energia, gerando menor quantidade de resíduo, dando destino ambientalmente correto do material com potencial para ser reciclado, gerando renda por meio do trabalho dos catadores de resíduos. Além disso, o projeto também promove

22

Saneas

Avaliação e monitoramento do plantio após aproximadamente 3 meses, realizada por Leandro Cesar Bizelli, engenherio agrônomo da Coordenadoria de Empreendimentos Centro - REE e Coordenador, recém-empossado, do Pólo AEsabesp de Botucatu. Na foto, Bizelli e dois doadores das 1.000 mudas, Guto e Sidney, que deram todo o apoio e instruções para que os voluntários plantassem e cuidassem das mudas, de maneira adequada.

a inclusão no mercado de trabalho por intermédio das atividades desenvolvidas por estagiários e pessoas com deficiência.

Destaca-se como ação de sensibilização e conscientização por meio do convite feito a cada participante em ser o padrinho ou madrinha da muda plantada em Botucatu e, desta forma, contribuiu-se com a disseminação dos valores de sustentabilidade, junto ao público do evento, tornando-o agente multiplicador quanto ao cuidado e a importância do reflorestamento.

Desta forma, pode-se afirmar que a cada edição da FENASAN mobilizam-se cada vez mais os participantes dos eventos a contribuírem de forma efetiva na melhoria da qualidade de vida local e consequentemente com o meio ambiente.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Projetos Socioambientais

Prêmio Jovem Profissional no 25º Encontro Técnico AESabesp Lançado durante a cerimônia de encerramento da edição de 2013, o Prêmio Jovem Profissional promete ampliar as emoções do dia 01 de agosto de 2014, no encerramento da edição de 25 anos de Encontro Técnico AESabesp.

O Prêmio tem por objetivo identificar jovens profissionais dando oportunidade para mostrarem sua capacidade intelectual e produtiva na avaliação do cenário ambiental produzindo trabalhos técnicos que possibilitem contribuir para mudança no cenário atual.

Realizada por duas diretorias da AESabesp: Técnica e Projetos Socioambientais, a ação se propõe a ajudar a formar futuros profissionais transformadores das condições socioambientais do país que poderão empreender, gerar emprego, inovar e promover a transformação do Brasil no cenário econômico, fazendo pequenas mudanças no dia a dia.

A AESabesp destacará líderes com potencial para desenvolverem e implantarem projetos preparando-os para serem inseridos no mercado de trabalho. Este prêmio é um instrumento para identificar, incentivar e destacar jovens com potenciais para empreenderem que estejam no meio universitário e/ou profissional já graduado e/ou

pós-graduado com até 30 anos de idade.

Haverá apenas 1 (um) vencedor nesta edição, que será destacado como JOVEM PROFISSIONAL 2014, portanto, os trabalhos técnicos deverão ser submetidos até 21/03/2014 por meio do site: www.fenasan. com.br/br/congresso/envio-trabalhos, Uma equipe de professores das Universidades de São Paulo analisarão os trabalhos escritos e a apresentação oral. O vencedor será o que obtiver a maior nota nas duas etapas (escrita e apresentação oral).

O prêmio será um troféu e subsídio de uma bolsa de estudo. O vencedor poderá escolher o curso e a instituição educacional que pretende estudar.

Além disso, caso tenha interesse, poderá contar com orientação profissional (mentoring) para desenvolver e implantar o produto do trabalho, tornando-o um projeto, de acordo com o regimento interno da AESabesp, sendo incorporado na carteira de projetos da Diretoria de Projetos Socioambientais.

Maiores informações visite o site: www.fenasan.com.br ou telefone: 3284-6420.

AESabesp firma Convênio de Cooperação Técnica com Fundação de Energia e Saneamento A AESabesp, visando à ampliação do acesso da sociedade ao conhecimento e informações sobre a importância do saneamento ambiental, inclusive através da educação ambiental, firmou um Convênio de Cooperação Técnica com Fundação de Energia e Saneamento. Dessa forma, as duas entidades resolveram somar suas competências.

O objetivo desse convênio é conjugar esforços para desenvolver e executar projetos que atendam às finalidades estatutárias das partícipes. O convênio deverá fornecer conhecimento e informações recíprocas à sociedade por intermédio da ação conjunta da AESABESP e da FUNDAÇÃO, tendo como base de conteúdo os programas, projetos, acervos e os materiais publicados, bem como os cursos de formação, capacitação e certificação, já existentes e aqueles que vierem a ser desenvolvidos e incorporados pelas entidades.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Este convênio é mais um passo para que a Diretoria de Projetos Socioambientais atinja seus objetivos de aprimorar os projetos da sua carteira para ampliar sua participação nos editais e implantá-los no mercado.

Colaboração: Dra. Vanessa Hasson (Consultora Jurídica da AESabesp).

Saneas

23

Acontece no setor Tigre-ADS inaugura fábrica em Alagoas

A Tigre-ADS inaugurou, no início de fevereiro, sua fábrica em Marechal Deodoro, região metropolitana de Maceió (AL). Esta é a primeira planta da empresa no Nordeste e a segunda no País. A unidade produzirá tubos corrugados e terá, de acordo com a empresa, capacidade de produção até o final do ano e até 450 toneladas/mês, quando estiver em pleno funcionamento. A Tigre-ADS investiu cerca de R$ 20 milhões na planta, que ocupará um terreno de 40 mil metros quadrados, sendo 3,8 mil de área coberta.

A unidade está voltada para atendimento às necessidades de infraestrutura, mineração e agricultura, com soluções para saneamento, aterros sani-

tários, detenção e retenção, infiltração, drenagem, e drenagem esportiva, tendo em vista uma grande oportunidade de negócios na região. “O Brasil passa por um momento muito importante no que se refere a obras de infraestrutura, principalmente com a proximidade de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo, que terá um impacto especial sobre a região Nordeste. Desta maneira, a Tigre-ADS poderá atender com mais agilidade a um mercado que tem registrado forte demanda”, afirma José Antonio Cattani, gerente-geral da Tigre-ADS. O constante desenvolvimento da economia local também foi outro importante fator para a instalação da segunda unidade da Tigre-ADS. “Temos observado grandes oportunidades de atender esta região, que em 2013 representou 50% do faturamento da empresa. Diferentes estudos apontam que Norte e Nordeste crescerão acima da média do Brasil em 2014”, observa Cattani. “Assim, estaremos em um local estratégico para o desenvolvimento do país, com o fornecimento da mais avançada tecnologia para grandes obras”, concluiu o executivo.

Elipse Mobile: o controle na palma da mão Atenta ao fato que os celulares se tornaram novos microcomputadores, a Elipse Software desenvolveu uma nova ferramenta destinada a aparelhos móveis. Compatível a qualquer sistema operacional móvel (Android, Web ou Windows Phone), a tecnologia é capaz de monitorar todos os equipamentos e também enviar comandos para abrir ou fechar uma válvula, um disjuntor, uma comporta, enfim, pode controlar uma aplicação, independente de sua localização.

O Elipse Mobile também permite registrar uma foto de um determinado vazamento em um duto, por exemplo, enviando-a ao setor de manutenção com a inclusão de alguns comentários a respeito. Antes de enviar a imagem, o usuário pode ainda inserí-la em um mapa, indicando a precisa localização da ocorrência em questão. Pela razão de estar associada a um aparelho mobile, a solução também permite baixar um aplicativo leitor de QR Codes. Uma vez baixado este aplicativo, o Elipse Mobile consegue atuar como uma verdadeira IHM, agilizando o acesso à tela correspondente àquele QR Code. Por fim, o usuário pode integrar o software com outras tecnologias capazes de aprimorar ainda mais o controle de sua aplicação.

24

Saneas

novembro / dezembro / janeiro | 2014

ACONTECE NO SETOR Espaço Mizumo de Educação Ambiental

Para a Mizumo, a conscientização é fundamental para a preservação do meio ambiente. Por isso, a empresa apoia o projeto designado “Espaço Mizumo de Educação Ambiental”, organizado pela Flor do Vale - Alambique e Parque Ecológico, complexo turístico e ecológico instalado em Canela (RS).

O espaço, que entrou em operação em outubro de 2013, conta com a exposição de banners informativos fornecidos pela Mizumo, que explicam, por meio de ilustrações, o funcionamento da ETE instalada no local e a sua importância para a preservação do meio ambiente. A expectativa é que a Flor do Vale receba mais de 10 mil alunos de escolas e universidades ao ano. “Trata-se de uma ação importante para apresentar o sistema como solução segura e eficiente no tratamento do esgoto e despertar a conscientização nas novas gerações e visitantes do local”, afirma o gerente de mercado da Mizumo, Giovani Toledo.

O acesso ao espaço é gratuito para quem visita o parque. As pessoas que fazem o Percurso da Cachaça – uma das atrações do local - recebem visitas guiadas. Para estudantes, são formatadas apresentações de acordo com o nível de escolaridade. A Flor do Vale - Alambique e Parque Ecológico foi criada em 2007 e conta com 5 mil m² de área, das quais 70% são de mata preservada. Recebe 45 mil visitantes anualmente e tem como atrações, além da natureza exuberante, produção de cachaça artesanal e gastronomia.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Capacitação da 1ª turma em instalação e manutenção de redes e ramais de água Entre os dias 14 e 16 de janeiro foi realizada na sede da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, ABES, a capacitação da 1ª turma de Instalação e Manutenção de Redes, Ramais e Unidades de Medição de Água, destinada aos profissionais da Sabesp e de terceirizadas, responsáveis pela execução e fiscalização de serviços de instalação e manutenção no sistema de abastecimento de água. A capacitação atende a recomendação da Agência Japonesa de Cooperação Internacional - JICA que por ocasião do financiamento do Programa Corporativo de Redução de Perdas, embasada pelos diagnósticos realizados ao longo do desenvolvimento do Projeto Eficaz (cooperação técnica entre Sabesp e JICA ocorrida entre 2007 a 2009). Desde então, o Departamento de Engenharia da Operação (TOE) se dedicou a viabilizar a estruturação do processo.

B&F Dias promete inovações para 2014 Para 2014, a B&F Dias planeja atingir um crescimento superior a 20%. Além do crescimento no mercado interno, a empresa pretende alavancar as vendas no exterior, com novos projetos e parcerias que já estão em desenvolvimento.

Assim a empresa pode completar a linha de equipamentos com dois lançamentos inéditos e inovadores, o B&F Cleartec e o B&F Strip Diffusers, que “permitem a otimização do custo-benefício nos sistemas de tratamento de efluentes”, atesta a empresa.

Ainda de acordo com a sua assessoria, “os investimentos na melhoria dos processos levaram, em 2013, à redução em 30% no tempo de entrega, mantendo a qualidade, pontualidade e confiança da marca. Por isso, para 2014, a expectativa é dar continuidade aos resultados positivos com o lançamento de novidades”.

Saneas

25

ACONTECE NO SETOR Sopradores de parafuso Atlas Copco para tratamento com economia Muitas indústrias que usam sopradores de ar para seus processos podem se beneficiar da eficiência energética dos sopradores de ar rotativos de parafuso, especialmente aquelas que operam estações de tratamento de águas residuais, onde sopradores de ar utilizados para aeração geralmente representam até 70% do total dos custos de energia elétrica.

No processo de tratamento, milhões de bactérias se alimentam de resíduos orgânicos, quebrando-se em dióxido de carbono, gás de azoto e água e, porque as bactérias necessitam de oxigênio, é necessário que uma grande quantidade de ar seja soprada para dentro dos tanques de aeração.

A linha de sopradores ZS da Atlas Copco também é isenta de óleo. De acordo com a assessoria da empresa: “os sopradores que fazem parte dessa linha apresentam, em média, 30% mais eficiência de energia, quando comparados aos sopradores de ar convencionais, do tipo lóbulo”.

Veolia aposta na recuperação de sólidos em efluentes

A Veolia Water apresenta o processo HPD® de evaporação e cristalização para tratamento de águas residuais e efluentes, com base num sistema de câmaras no qual o efluente entra para ser aquecido.

De acordo com a empresa, “por meio do processo de evaporação da água retiram-se as impurezas e, também, os cristais de sais que se formam e se concentram. Após essa etapa, a água gerada está reciclada e os sais prontos para reuso”.

26

Saneas

Na tecnologia VSD (Variable Speed Drive) ou motor de acionamento de velocidade variável, o conversor de frequência integrado varia a velocidade do motor de acionamento, para coincidir com as mudanças na demanda de ar do soprador. Dessa forma, o equipamento consome apenas a quantidade mínima de energia necessária e é capaz de proporcionar uma economia de até 35%.

Sanepar investe em tecnologia de geração de cloro De acordo com a empresa Hidrogeron, a Sanepar Companhia de Saneamento do estado do Paraná, alinhada com sua missão de “prestar serviços de saneamento ambiental de forma sustentável, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do paranaense”, substituirá, em 2014, todo o sistema de cloração das maiores estações de tratamento de água do Estado, com exceção da capital – Curitiba. Serão instalados sistemas de geradores de cloro Hidrogeron, “com o objetivo de eliminar os riscos civil, patrimonial e trabalhista decorrente do método anterior”.

A Hidrogeron informa que implantará equipamentos, de acordo com a necessidade de cada ETA, geradores com capacidade de produzir a partir de 24 até 300 quilos de cloro ativo por dia.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

ACONTECE NO SETOR Tanques hidroneumáticos da Conexx Os acumuladores hidroneumáticos são indicados para instalações de abastecimento de água potável, assim como em captações de água em poços, depósitos e mananciais, formando parte do grupo de pressão, com a finalidade de garantir um abastecimento de água ótimo em vivendas, propriedades, cultivos, etc.

De acordo com a Conexx, que apresenta no mercado os seus Tanques Anti ariete Modelo ARG-CX , para manter uma reserva de água à pressão, os acumuladores hidroneumáticos permitem uma maior duração do grupo de bombeio, já que se reduz sensivelmente em número de manobras de arranque-parada da bomba, assim como uma importante economia de energia.

Como exemplo de seu funcionamento, a empresa descreve: “a água potável que se capta da rede, de um depósito etc., é impulsionada para o acumulador, pelo grupo de bombeio. A medida que entra no depósito, se armazena no interior da be-

xiga ou membrana, a qual separa hermeticamente as câmaras de ar e de água. Isso implica em uma diminuição do volume inicial de ar cativo no depósito e por conseguinte um aumento da pressão.

Quando se alcança a pressão máxima desejada (pressão parada bomba), o pressostato corta a corrente e se interrompe neste momento de circulação de água entre a bomba e o depósito. Em função das necessidades dos usuários, a energia armazenada através do ar cativo no depósito, impulsionará a água contida no interior da bexiga para os pontos de consumo. A medida que a água flui e a bexiga se esvazia, a pressão do ar diminui, até alcançar a mínima estabelecida (pressão de arranque da bomba), momento o qual se restabelece novamente a corrente de alimentação de água desde o grupo de bombeio ao depósito. Este ciclo se executa automáticamente, tantas vezes como se alcancem as pressões mínimas e máximas”.

MAIS QUE UMA REVISTA, UM PROJETO SOCIOAMBIENTAL. CONHEÇA AS OPORTUNIDADES DE PARTICIPAÇÃO NA REVISTA! ANUNCIE NA SANEAS! GARANTA SEU ESPAÇO PUBLICITÁRIO: 11 3263 0484 - 11 97515 4627 | paulo.oliveira@aesabesp.org.br

artigo técnico Cynthia Franco Andrade Engenheira ambiental pela Fundação Mineira de Educação e Cultura (Universidade Fumec) e Mestranda em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Cristina Mendes Silva Engenheira civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Especialista em Gestão da Construção Civil pela UNA, Mestranda em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos na UFMG e Analista técnica da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel).

Fernanda de Cássia Oliveira Bióloga pela Universidade de Itaúna, Gestora Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Especialista em Tratamento de Água de Abastecimento e Residuária pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

ALTERNATIVAS PARA TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DO LODO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E SEUS IMPACTOS NA QUALIDADE DAS ÁGUAS por Cynthia Franco Andrade, Cristina Mendes Silva, Fernanda de Cássia Oliveira RESUMO A potabilização da água é uma necessidade, contudo esse processo gera resíduos que precisam ser gerenciados de maneira apropriada.

Buscando soluções economicamente viáveis e ambientalmente aceitáveis, estudos têm sido desenvolvidos a fim de propiciar a escolha da melhor alternativa para tratamento e disposição final do lodo de ETAs. Assim, como resultado do trabalho, baseado na revisão da literatura, foi verificado a necessidade de análises de laboratório ou em escala-piloto para seleção da melhor técnica de tratamento do lodo e a importância da análise conjunta de todas as etapas do processo para o seu adequado gerenciamento. Além disso, apuradas as formas de disposição de lodo adotadas no Brasil, foi averiguado que a maior parte do lodo gerado em ETAs é lançada em corpos d’água, e que essa prática causa impactos ao meio ambiente e à saúde humana.

INTRODUÇÃO O controle da poluição das águas é essencial para a saúde da população humana, assim como para o meio em que essa se insere. Uma importante questão ambiental que vem sendo pesquisada atualmente, e um dos principais problemas enfrentados pelos grandes centros urbanos, é o processo de disposição final para o lodo gerado nas estações de tratamento de água (ETA).

Com o incremento populacional vem aumentando o consumo de água potável, sendo necessário o tratamento de uma maior vazão de água para suprir toda a demanda da população. Com a deterioração da qualidade da água,

28

Saneas

torna-se necessário o uso de coagulantes para garantir que a água tratada atenda aos padrões de potabilidade da Portaria nº 2.914/2011, levando a um aumento da geração de lodo dentro da estação.

De acordo Fontana (2004), o lodo é gerado de duas maneiras: primeira devido à sedimentação dos flocos que ocorre nos decantadores, onde ficam retidos por dias ou até meses, de acordo com o sistema de descarga. E a outra forma de produção de lodo é devido à parte dos flocos que não se sedimentaram nos decantadores, e que seguem para a etapa de filtração, onde são retidos. Durante a limpeza dos decantadores, por processos mecanizados ou manuais, e dos filtros por lavagem, o lodo é removido e encaminhado para o processo de desidratação e disposição. Assim, a geração do lodo ocorre nos decantadores e na lavagem dos filtros.

Os lodos possuem características variadas, dependendo fundamentalmente das condições apresentadas pela água bruta, da dose e tipo de produtos químicos utilizados, e da forma de limpeza dos decantadores. Com a produção de uma grande quantidade de resíduos, as ETAs precisam dispor de forma correta todo o lodo para atender a legislação ambiental.

No Brasil, a maior parte das estações lançam seus resíduos sem nenhuma forma de tratamento, diretamente no corpo d’água mais próximo à estação, ocasionando assoreamento e deterioração da qualidade da água dos rios e lagos.

Atualmente é necessário fazer novas buscas por tecnologias de tratamento do lodo e determinar formas diferenciadas de disposição, de maneira a causar o menor impacto

novembro / dezembro / janeiro | 2014

artigo técnico possível no meio ambiente e atender as legislações ambientais.

A procura por soluções para minimizar os impactos e viabilizar a disposição adequada dos resíduos da ETA, levou ao desenvolvimento de várias tecnologias. No entanto, a escolha da melhor tecnologia depende das características qualitativa e quantitativa do lodo, e das condições climáticas, sendo que cada estação terá um lodo com características distintas (FONTANA, 2004). Pode-se acrescentar a estes fatores, segundo Reali (1999), a área necessária para implantação, custo da área, distância da estação até o destino final, custo dos equipamentos, operação, preparo de recursos humanos para preparação e a necessidade de condicionamento do lodo.

De acordo com Fontes (2008), a grande preocupação em dispor corretamente o lodo das ETA está na presença de metais na composição desse resíduo e no aumento do volume de chorume gerado durante o processo de degradação quando o lodo é disposto em aterros sanitários, contribuindo para a geração de impactos adversos ao meio ambiente (água, solo, flora e fauna) e à saúde da população, quando depositados de forma inadequada.

Muito se tem estudado sobre as alternativas de disposição do lodo de ETA, como: insumo na agricultura, disposição em aterro sanitário, incineração, uso na fabricação de cerâmica, recuperação de área degradada e recuperação do coagulante. No entanto, ainda existem lacunas sobre a melhor maneira de dispor estes resíduos, de forma que cause o menor impacto ambiental possível, devido às diversas características do lodo gerado.

OBJETIVO O objetivo principal desse artigo é fazer uma revisão bibliográfica concernente ao tema lodo de ETA, de forma a reunir os principais dados de pesquisas realizadas de maneira concisa em um único documento, e assim contribuir para uma gestão mais adequada desse resíduo. Como objetivos específicos têm-se: ■■ Levantar a situação brasileira em relação à disposição final do lodo de ETA; ■■ Identificar as possíveis formas de tratamento do lodo de ETAs e sua adequabilidade à diferentes circunstâncias;

novembro / dezembro / janeiro | 2014

■■ Levantar os diferentes tipos de disposição de lodos de ETAs e seus aspectos positivos e negativos; ■■ Apresentar os principais impactos causados pelo lançamento do lodo de ETAs in natura no meio ambiente.

METODOLOGIA Para a realização deste estudo foi enfatizada a geração do lodo de ETA no Brasil e para mensurar a atual conjuntura, foram levantados dados secundários em relação à disposição final do lodo de ETAs. Após a revisão da literatura, foram selecionadas algumas das diversas formas de tratamento e disposição final do lodo de ETA para serem explicitadas quanto à viabilidade técnica, econômica e ambiental.

Além disso, foi realizado um apanhado quanto aos impactos ao meio ambiente e a saúde humana que podem ser ocasionados pela gestão inadequada do lodo de ETA.

RESULTADOS E DISCUSSÕES TRATAMENTO DO LODO DE ETA Os resíduos gerados em ETAs, segundo Cordeiro (1999), caracterizam-se por possuírem grande umidade, geralmente maior que 95%, estando, de maneira geral, sob forma fluida. O autor chama a atenção para o fato de que a redução do seu volume propicia uma disposição mais adequada, a redução do custo de transporte e de disposição final, e minimiza os riscos de poluição do meio ambiente.

Reali (1999) observa que as estratégias de tratamento e disposição final de lodos de ETAs envolvem diversas opções e técnicas cujas pertinências são grandemente influenciadas, dentre outros fatores, pelas características do lodo, área disponível, clima local; e condições socioeconômicas, culturais e ambientais da região onde se pretende implantar o sistema de tratamento de lodo.

Normalmente, a primeira etapa dos sistemas de tratamento de lodo gerados em ETAs convencionais é o seu espessamento ou adensamento, que é um processo preparatório para o seu posterior condicionamento e desidratação final. Reali (1999) relata que essa etapa objetiva a separação de parte da água mais facilmente removível do lodo com vistas à diminuição do volume desse lodo e, con-

Saneas

29

artigo técnico sequentemente, possibilita a redução no tamanho dos equipamentos utilizados na etapa subsequente de desidratação final do lodo, cujos custos de implantação e de operação (energia, manutenção, etc.) dependem do volume e das características do lodo a ser desidratado.

Para Ferreira Filho (1997), o adensamento é uma das mais importantes operações unitárias do processamento de tratamento da fase sólida, pois, de modo geral, os equipamentos de desidratação mecânica existentes no mercado recomendam uma concentração de ST no lodo de entrada na ordem de 2% para que o seu funcionamento ocorra de forma adequada.

O espessamento pode ser efetuado em unidades de sedimentação (espessamento por gravidade), em unidade de flotação por ar dissolvido (espessamento por flotação) ou em espessadores mecânicos de esteira.

Reali & Patrizzi (1999) informam que, embora o uso de adensadores por gravidade seja mais antigo e disseminado em vários países do mundo, a alternativa de espessamento por flotação vem conquistando a simpatia dos projetistas. Tal fato ocorre devido a algumas vantagens inerentes ao espessamento de alguns tipos de lodo por flotação em relação ao procedimento de sedimentação, podendo-se citar: maiores taxas de aplicação de sólidos e de clarificação (unidades mais compactas), maiores concentrações de sólidos no lodo espessado por flotação e maior versatilidade operacional da instalação devido à possibilidade de controle da qualidade de ar fornecida para flotação. Contudo, enfatizam que a escolha do tipo de unidade de espessamento de lodos de ETAs deve sempre se pautar em resultados de ensaios de laboratórios, ou escala-piloto, pois o desempenho de qualquer processo de espessamento dependerá das características do lodo considerado, as quais podem variar significativamente de uma ETA para outra.

Guimarães (2007), ao realizar experimentos de desidratação em centrífuga de lodos das ETAs Brasília e Descoberto, obtidos em adensamento por flotação e sedimentação, observou que, embora esses lodos apresentassem características distintas, essas diferenças não refletiram na maior ou menor desi-

30

Saneas

dratabilidade de um lodo de mesma origem durante o processo de centrifugação.

Como espessadores são utilizados tanto em ETAs quanto em estações de tratamento de esgoto (ETE), uma opção que pode ser avaliada para uma ETA que não possua esse tipo de unidade implantada é o direcionamento e tratamento do seu lodo em uma ETE. Peixoto (2008) estudou o espessamento de um lodo de ETA através de sua aplicação no adensador por gravidade de uma ETE piloto, e demonstrou que com adoção de uma carga de 200 mg.L-1 esse procedimento pôde ser realizado sem causar problemas. Contudo, Tsutiya & Hirata (2001) alertam que os sólidos dissolvidos presentes nos lodos de ETAs, em determinadas concentrações podem inibir o processo biológico de tratamento de esgoto e recomendam a equalização da descarga de acordo com as vazões afluentes à ETE, para que as concentrações de compostos potencialmente tóxicos permaneçam constantes.

Para proporcionar uma melhoria na desidratabilidade do lodo podem ser empregados diferentes tipos de produtos químicos em distintas dosagens.

Ferranti (2005) estudou o condicionamento químico do lodo de ETAs com resíduo de cal antes do seu lançamento em leitos de secagem e verificou que esse resíduo favoreceu uma rápida desidratação. No seu experimento um dos resultados que esse autor obteve foi o de que para leitos com 10% de resíduo de cal o tempo gasto para drenar 90% do total de água coletada (1,5 horas) foi 40 vezes menor se comparado ao tempo gasto pelos leitos que não continham cal (60 horas).

Di Bernardo et al. (1999) avaliaram a tratabilidade de resíduos produzidos na ETA Descalvado, situada na cidade de Descalvado em São Paulo, e verificaram que com uso de polímero foi obtido um lodo com maior facilidade de desaguamento por centrifugação.

Ferreira Filho (1997) investigou as características do pré-condicionamento de lodo de ETAs visando seu posterior adensamento por gravidade e desidratação e concluiu que a escolha do polímero mais adequado para fins de adensamento é algo extremamente específico, devendo a sua seleção e dosagem serem definidas com base em ensaios experimentais.

ASCE & AWWA (1996) apud Sabogal & Di Ber-

novembro / dezembro / janeiro | 2014

artigo técnico nardo (2005) relataram que o tratamento do lodo realizado unicamente por adensamento, inviabiliza sua disposição em aterro, dada a dificuldade na sustentação dos equipamentos e taludes, devido à baixa concentração de sólidos ≤ 8%. Sabogal & Di Bernardo (2005) acrescentam ainda que este fato também limita sua utilização como matéria-prima na fabricação de cerâmica e na incorporação em matriz de concreto, embora essa baixa concentração de sólidos possa ser recomendável para disposição desses resíduos em ETEs ou recuperação de solos agrícolas, dependendo das características qualitativas e quantitativas dos resíduos. Logo, dependendo da disposição final que se pretende dar ao lodo de ETAs, pode ser necessária, após o adensamento, a aplicação de outra tecnologia de desaguamento, a fim de aumentar a concentração de sólidos totais e, consequentemente, reduzir de forma mais significativa o volume de lodo.

Achon et al. (2008) relatam que as tecnologias para redução do volume de lodo produzido nas ETAs, mediante remoção da água livre e nos interstícios dos sólidos, podem ser classificadas como: sistemas mecânicos (centrífugas, filtros-prensa, prensa desaguadora, filtros a vácuo) e sistemas naturais (lagoas de lodo e os leitos de secagem). Esses autores destacam o grande potencial de aplicação de sistemas naturais no Brasil, devido à disponibilidade de área e às condições climáticas favoráveis. Entretanto, enfatizam que no caso de adoção de lagoas de lodo o tempo necessário ao desaguamento pode ser de meses, sendo com relação a esse aspecto, os leitos de secagem mais atrativos.

Objetivando melhorar ainda mais o desempenho do leito de secagem, Cordeiro (2001) propôs uma alteração da sua estrutura convencional (camada filtrante de areia e camada suporte de brita), sendo que o leito modificado, denominado leito de drenagem, é constituído por uma camada de 5 cm de brita 1, coberta por uma manta geotêxtil. Com esse novo arranjo, o autor verificou que o tempo de drenagem de água livre diminui bruscamente.

Achon et al. (2008) utilizaram o protótipo do leito de drenagem desenvolvido por Cordeiro (2001) para o desaguamento do lodo de ETAs que empregavam sulfato de alumínio e cloreto de polialumínio como coagulantes, e obtiveram redução de volume da or-

novembro / dezembro / janeiro | 2014

dem de 83 e 87%, respectivamente, no sétimo dia de aplicação, sem consumo de energia e adição de produtos químicos.

Os sistemas mecânicos para redução do volume do lodo são alternativas atraentes a serem adotadas, em detrimento de sistemas naturais, principalmente quando não se tem grande disponibilidade de área para tratamento e o clima local não favorece a perda de água do lodo pelo processo natural de evaporação.

Richter (2001) apud Tartari (2008) fez um levantamento de generalidades práticas, aplicações, limitações e custo relativo de tecnologias de desidratação mecânica do lodo. Dentre os aspectos mencionados por esse autor, destacam-se os seguintes pontos: i) a prensa desaguadora é apropriada para secagem de lodos provenientes de coagulação de água, sua eficiência é sensível às características da suspensão e essa tecnologia apresenta um baixo custo relativo; ii) a centrifuga de tambor funciona paralelamente com o uso de polímeros no condicionamento, o tambor está sujeito a abrasão e trata-se de uma técnica de custo relativo médio; iii) o filtro prensa é utilizado para desidratar sedimentos finos, a técnica necessita da aplicação de cinza de cal e apresenta custo elevado e; iv) o filtro rotativo a vácuo não funciona bem com lodos leves, é mais indicado para desidratar sedimentos finos granulares, é o método menos eficaz de filtração e possui um custo relativo muito alto.

Sobogal-Paz & Di Bernardo (2005) concluíram em sua pesquisa que a escolha da técnica de tratamento deve ser analisada do ponto de vista sistêmico, considerando que o grau de tratamento do lodo da estação depende, diretamente, do método de aproveitamento e de disposição do resíduo, junto com a qualidade desejada para a parcela líquida a ser recirculada no início da ETA (se esta possibilidade for considerada).

DISPOSIÇÃO DO LODO DE ETA As ETAs que utilizam o tratamento convencional (coagulação, floculação, decantação e filtração), transformam a água inadequada ao consumo humano em um produto em acordo com o padrão de potabilidade, para isso são necessários processos e operações que geram resíduos (REALI, 1999).

Saneas

31

artigo técnico No Brasil, a maior preocupação tem sido em relação aos resíduos gerados em estações de tratamento de esgoto (ETEs), enquanto pouco tem sido discutido em relação aos rejeitos gerados em ETAs, como o lodo (CORDEIRO, 2001).

De acordo com a NBR 10.004, o lodo é classificado como resíduo sólido, não sendo permitido seu lançamento in natura em águas superficiais. No entanto, no Brasil essa prática é realizada pela maioria

dos sistemas de tratamento de água, promovendo impactos ambientais diversos.

Segundo IBGE (2010), dos 5.564 municípios brasileiros, 2.098 produzem lodo no processo de tratamento da água. As destinações desse lodo gerado são apresentadas na Figura 1. É importante ressaltar que um município pode dar mais de um destino ao lodo gerado.

Figura 1: Destinação do lodo gerado nos municípios brasileiros em percentual

Fonte: Adaptado de IBGE, 2010

Observa-se que o percentual de municípios brasileiros que destinam o lodo em rios corresponde a 62,44%. Esse percentual mostra que um grande volume de lodo vem sendo lançado nos rios brasileiros, o que interfere na qualidade das águas, podendo causar diversos impactos.

Dentre os municípios que destinam o lodo gerado em rios, a região sudeste é a que contribui com o maior número de municípios, seguida da região sul, conforme a Tabela 1. Essas duas regiões são as que possuem a maior demanda por água e consequentemente as que produzem a maior quantidade de água tratada e lodo.

Tabela 1: Municípios que destinam o lodo gerado no tratamento de água em rios

Região

N° de municípios que geram lodo

N° de municípios que destinam o lodo em rios

Brasil

2.098

1.415

Norte

84

46

Nordeste

537

231

Sudeste

896

703

Sul

442

330

Centro-Oeste

139

105

Fonte: Adaptado de IBGE, 2010

32

Saneas

novembro / dezembro / janeiro | 2014

artigo técnico Segundo Achon et al. (2012), em um estudo realizado sobre as 23 ETAs da sub-bacia do rio Piracicaba em São Paulo, que é pioneira na gestão de recursos hídricos, a forma de destinação que prevalece é a disposição in natura do lodo nos corpos d’água, sendo que 73% do lodo é lançado nos corpos receptores sem tratamento prévio, 23% das ETAs não disponibilizaram esta informação e somente 4% enviam o lodo para aterro, após desaguamento.

Ainda de acordo com Achon et al. (2012), as informações sobre o lodo gerado na maioria das ETAs não é, sequer, efetivamente medido e quantificado, o que dificulta ações de melhoria da gestão deste resíduos e a avaliação de impactos ambientais advindos da disposição inadequada.

Segundo Owen (2002), as principais características que distinguem o lodo de outros resíduos são: a capacidade de suportar a vida vegetal, a capacidade de retenção de água e o conteúdo de ferro e alumínio.

Com base nesses aspectos, podem ser citadas algumas técnicas de disposição final: aplicação em solos agrícolas, recuperação de áreas degradadas, material de construção, materiais cerâmicos, recuperação do coagulante, disposição em ETE, disposição em aterro, dentre outras. No Brasil, tais alternativas ainda são pouco empregadas.

Aplicação em solos agrícolas A aplicação em solos agrícolas é umas das possíveis formas de disposição do lodo de ETA. Como o sulfato de alumínio é bastante utilizado como coagulante nas ETAs, os possíveis efeitos que ele pode causar têm sido um ponto central nas pesquisas sobre a aplicação do lodo em solos agrícolas.

Segundo Malavolta (1980) é muito antiga a literatura que apresenta os efeitos tóxicos do alumínio nas plantas e atribuindo, em parte, o efeito benéfico da calagem à neutralização desse elemento. O aumento da concentração desse elemento no substrato reconhecidamente provoca diminuição na absorção do fósforo.

A toxicidade do alumínio é um dos mais importantes fatores que limitam a produtividade das culturas em solos ácidos, os quais compreendem mais de 40% das terras aráveis do mundo. No Brasil, aproximadamente 1,8 milhão de km² de solos, sob

novembro / dezembro / janeiro | 2014

vegetação de cerrado, caracteriza-se por apresentar forte acidez, deficiência extrema de fósforo, cálcio, magnésio e níveis elevados de alumínio e manganês.

A baixa produtividade e a baixa resposta de muitos desses solos à fertilização têm sido, em grande parte, atribuídas à presença de alumínio em concentrações tóxicas (BONATO, 2000).

Diante dos possíveis efeitos causados pelo alumínio, para a aplicação de lodos de ETAs em solos agrícolas é necessária a realização de análises, principalmente quando o coagulante utilizado no tratamento for o sulfato de alumínio.

Recuperação de áreas degradadas A utilização do lodo de ETA para a recuperação de áreas degradadas é uma alternativa viável, desde que sejam realizadas análises para identificar os efeitos causados ao solo e as plantas.

Segundo Teixeira (2005), o lodo de ETA pode ser disposto em áreas degradadas, pois eleva os teores de macronutrientes e o valor do pH do solo. Em altas doses pode causar a salinidade do solo. Para fins de recuperação, sua aplicação deve estar associada a um resíduo orgânico, como composto de serragem e esterco bovino, entre outros.

Silva (2005), utilizando lodo de ETA em estudos de recuperação de área degradada por mineradora de cassiterita, verificou aumento do pH do solo e dos teores de Ca e Fe. O autor relata que o uso do lodo de ETA como fertilizante pode ser viável porque contém determinados nutrientes às plantas. No entanto o nitrogênio não deve ser utilizado como critério para definir as doses de aplicação, já que este se encontra em pequena quantidade neste tipo de resíduo.

Material de construção A construção civil é um setor que apresenta um consumo elevado de recursos naturais e a utilização do lodo de ETA pode ser uma alternativa benéfica para mitigar tal consumo. Pesquisas têm sido realizadas a fim de verificar a adequabilidade dos produtos para construção gerados com adição de lodo de ETAs em relação às normas pertinentes.

Sartori & Nunes (1999) procederam à caracterização do lodo da ETA do Rio das Velhas, verificando que as características possibilitam que se enqua-

Saneas

33

artigo técnico drem na categoria de siltes e argilas. Os lodos apresentaram características de materiais plásticos, com pesos específicos entre 27 e 28 kN/m³, altos valores de umidade ótima e valores de peso específico aparente seco de 1,33 g/cm³ e 1,28 g/cm³, para o ensaio de compactação Proctor Normal. Em virtude de suas características, esses lodos podem servir para a fabricação de solo-cimento, materiais cerâmicos, pigmentos para argamassas e revestimentos ou como aditivo para agregados.

Sales & Cordeiro (2001) reuniram os rejeitos advindos do lodo de ETAs em conjunto com os resíduos de construção, no intuito de estudar formas de utilização dos mesmos. Em função dos resultados das análises e ensaios realizados, pode-se afirmar a possibilidade de aproveitamento da reciclagem conjunta dos resíduos em aplicações como o concreto para contrapiso, argamassa de assentamento não estrutural e blocos de concreto não estrutural.

Em estudo semelhante, incorporando lodo de ETA a concretos, em substituição parcial do agregado miúdo, Hoppen et al. (2006) mencionou a possibilidade de uso desse material também como concreto estrutural, entretanto destacaram o não conhecimento do seu desempenho ao longo do tempo, e desta forma direcionaram a sua utilização apenas a concretos não estruturais. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de outras pesquisas nesta linha para verificar se é possível a utilização desse material também com função estrutural, o que agregaria maior valor ao mesmo.

Silva (2009) analisou a incorporação de lodo de ETA na fabricação de tijolos de solo-cimento, e nos tijolos nos quais incorporou 3 e 5% de lodo obteve características construtivas dentro da NBR 10.836/1994.

Material cerâmico Segundo Raupp-Pereira et al. (2005) apud Vitorino et al. (2009), a agregação de resíduos de diversas atividades em produtos cerâmicos argilosos é uma alternativa tecnológica que pode contribuir para a redução do impacto ambiental causado por estes.

Durante a queima da cerâmica pode ocorrer a inertização de materiais potencialmente tóxicos por volatilização, transformação química e estabilização na fase vítrea que se forma pela participação

34

Saneas

de alumino silicatos e fundentes na massa cerâmica.

Dependendo da quantidade e da característica do resíduo, essa incorporação pode, inclusive, melhorar o processamento cerâmico, a qualidade da cerâmica e ainda, contribuir para a redução do gasto energético na etapa de queima e na redução do consumo de argilas, recurso natural utilizado como matéria prima na confecção de cerâmica (RAUPP-PEREIRA et al. 2005 apud VITORINO et al. 2009).

Aléssio & Teixeira (2005) afirmam que o lodo gerado em ETAs, principalmente o proveniente de água de superfície, pode ser incorporado à massa cerâmica devido a sua composição mineralógica sem alterar de forma significativa as propriedades físicas das peças produzidas.

A incorporação do lodo gerado em ETAs na massa cerâmica pode reduzir a temperatura de queima, devido à fração orgânica, e consequentemente reduzir a energia total requerida durante o processo. Além disso, os hidróxidos metálicos presentes no lodo reduzem a porosidade e, no caso dos lodos férricos, aumentam a intensidade da cor vermelha dos tijolos e telhas (OWEN, 2002).

Couto (2011) demonstrou que há possibilidade da utilização do lodo na fabricação de materiais cerâmicos desde que o teor máximo de lodo não ultrapasse 10%, pois observou que com concentrações maiores houve comprometimento das propriedades físicas e mecânica do material.

Recuperação do coagulante De acordo com Gonçalves et al. (1999), a alternativa de recuperação do coagulantes permite minimizar os custos e os problemas associados à disposição final do lodo, pois além de diminuir o volume a ser descartado, promove a reciclagem dos produtos químicos dosados no tratamento. A redução dos custos pode chegar a valores próximos de 45%.

Entorno de 35 a 45% dos sólidos presentes no lodo são hidróxidos e qualquer que seja o tipo de regeneração, a etapa inicial será a solubilização dos hidróxidos precipitados. Os processos se diferenciam na forma pela qual os compostos solúveis serão separados dos materiais inertes (GONÇALVES et al., 1999).

As opções tecnológicas que se encontram disponíveis para a realização da recuperação de coagu-

novembro / dezembro / janeiro | 2014

artigo técnico lantes de lodos de ETAs são: recuperação pela via ácida, recuperação pela via alcalina, extração com solventes orgânicos e extração com quelantes. Dentre as quatro, a que alcançou o maior desenvolvimento industrial foi a recuperação pela via ácida (GONÇALVES et al., 1999).

Disposição em ETEs Segundo Di Bernardo et al. (1999), um método de disposição do lodo gerado nas ETAs, que tem sido observado em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, é o seu lançamento nas estações de tratamento de esgoto (ETEs), via rede coletora de esgoto ou por meio de transporte em caminhão. Tal alternativa torna-se atraente, pois elimina a implantação de um sistema de tratamento nas próprias ETAs. No entanto, o que ocorre é a transferência do gerenciamento para a administração das ETEs. Para a realização de tal procedimento são necessárias análises criteriosas para avaliar as possíveis interferências que podem ocorrer nas unidades da ETE devido às características do lodo gerado e do incremento da vazão (DI BERNARDO et al., 1999).

Rosário (2007) em seu trabalho, no qual analisou em escala piloto o impacto do lançamento dos resíduos de uma ETA em uma ETE operando com reator UASB, constatou que a disposição do lodo em um reator UASB não interfere prejudicialmente no desempenho operacional do mesmo.

Disposição em aterro A alternativa de disposição dos lodos de ETAs em aterros é sempre recomendada por ser comprovadamente viável tecnicamente e possuir regulamentação pelas legislações ambientais vigentes.

Mesmo adotando-se outras formas de disposição, propõe-se sempre prever a utilização de aterros sanitários como opção de armazenamento dos lodos, pois pode haver necessidade de sua utilização nos casos de variações bruscas na quantidade ou qualidade dos lodos (JANUÁRIO & FERREIRA FILHO, 2007).

Para a disposição do lodo de ETA em aterros é necessária a análise da interação das substâncias químicas presentes na composição do lodo de ETA com os resíduos de origem predominantemente doméstica (POHLAND & GOULD, 1986).

novembro / dezembro / janeiro | 2014

IMPACTOS DO LODO DE ETA No Brasil, a maior parte das estações lançam seus resíduos sem nenhuma forma de tratamento diretamente no corpo d’água mais próximo à estação, ocasionando assoreamento e deterioração da qualidade da água dos rios e lagos.

De acordo com Reali (1999) a toxidade potencial dos lodos de ETA, para plantas, seres humanos e organismos aquáticos, depende de fatores tais como: características da água bruta, produtos químicos utilizados no tratamento, possíveis contaminantes contidos nesses produtos, reações químicas ocorridas durante o processo, forma de remoção e tempo de retenção dos resíduos dos decantadores, características hidráulicas, físicas, químicas e biológicas do corpo receptor.

As águas naturais utilizadas como mananciais estão sujeitas à contaminação por formas naturais decorrente da ação da água sobre as rochas e também sobre o meio, tais como: aplicação de fertilizantes e pesticidas e disposição de resíduos sanitários e industriais. Esse aspecto é de grande importância, pois esses podem estar presentes nos resíduos gerados (CORDEIRO & CAMPOS, s/d).

A grande preocupação em dispor corretamente o lodo das ETAs, está na presença de metais na composição desse resíduo e no aumento do volume de chorume gerado durante o processo de degradação quando o lodo é disposto em aterros sanitários, contribuindo para a geração de impactos adversos ao meio ambiente (água, solo, flora e fauna) e à saúde da população, quando depositados de forma inadequada (FONTES, 2008).

O lançamento do lodo em corpos receptores, devido a sua concentração, ao tamanho das partículas dispostas e a baixas velocidades de escoamento do rio a jusante do lançamento, pode levar a sedimentação das partículas sobre a camada bentônica, inibindo o crescimento de várias espécies de peixes e outros organismos aquáticos (CORDEIRO, 2002).

Estudos realizados por Achon et al. (2005), sobre o descarte do lodo in natura da ETA São Carlos – SP, no rio Monjolinho, mostraram que a grande concentração de metais (Al e Fe) comprometeu a camada bentônica.

Saneas

35

artigo técnico A elevada quantidade de sólidos, a alta turbidez, as altas concentrações de metais, a alta DQO são classificados por Achon et al. (2005) como os principais parâmetros que comprometem o lançamento de lodo nos corpos receptores. Com base nisto, outros impactos relevantes sofridos pelo rio Monjolinho foram: depleção da concentração de oxigênio dissolvido, alteração da biota aquática, mortandade da comunidade bentônica de invertebrados, mortandade de peixes e redução do volume útil do rio.

Estudos realizados por Machado et al. (2005) chegaram as mesmas conclusões, a descarga de lodo com altos teores de alumínio no corpo receptor causa toxicidade do meio aquático. A carga orgânica contida no lodo pode contribuir para o consumo de oxigênio no corpo d’água, levando a condições anaeróbias, produção de maus odores e mortandade de peixes e algas, além de afetar a camada bentônica.

Assim, os lançamentos destes efluentes contribuem para aumentar a degradação dos corpos d’água e desrespeitam a DN conjunta COPAM/CERH nº 01 (MINAS GERAIS, 2008) e a Lei de Crimes Ambientais nº 9.605 (BRASIL, 1998). Sendo necessário o conhecimento dos aspectos legais para definição de estratégias gerenciais que objetivem a minimização de resíduos gerados e o aproveitamento e disposição dos resíduos, sem o detrimento da qualidade dos corpos receptores.

CONCLUSÕES Nas ETAs, assim como em outras indústrias, as responsabilidades deixaram de estar relacionadas exclusivamente à produção do produto final, no caso, água potável, e passou-se a dar uma maior atenção aos resíduos gerados, dadas as atuais restrições legais do lançamento in natura dos lodos de ETAs em corpos d’água, embora esta ainda seja a alternativa mais adotada em território nacional.

Assim, vários estudos estão sendo realizados com o objetivo de propiciar tratamento e destinação adequada a esse resíduo, de maneira a até mesmo reaproveitá-lo, portanto, transformá-lo de rejeito em recurso, sendo para isso, considerados aspectos técnicos, econômicos, ambientais, legais, sociais e culturais.

Dada a grande variabilidade das características do lodo e das situações nas quais ele pode ser ge-

36

Saneas

rado, diversas pesquisas demonstraram que, em se tratando da seleção da técnica de tratamento, cada caso deve ser analisado individualmente, por meio de ensaios de laboratório ou em escala-piloto.

Além disso, não se deve pensar na etapa de tratamento do lodo isoladamente, um dos motivos é devido ao fato que o nível de tratamento necessário vai depender do tipo de disposição final escolhido. Logo, é imprescindível uma análise sistêmica da situação levando em consideração todos os aspectos pertinentes.

Dentre as alternativas de disposição final, algumas ainda exigem muita cautela e análises mais criteriosas para sua adoção, como é caso do uso do lodo na recuperação de áreas degradadas para qual é recomendada análise dos efeitos causados no solo e nas plantas; do uso do lodo em solos agrícolas em que há de se verificar os possíveis efeitos do alumínio; da destinação do lodo das ETAs às ETEs, em que deve-se analisar um possível comprometimento do desempenho operacional da ETE e; no caso de disposição em aterros, para qual recomenda-se a análise da interação das substâncias químicas presentes na composição do lodo com resíduos domésticos.

Outras opções de disposição têm se mostrado além de ambientalmente corretas, tecnicamente viáveis, podendo-se citar a incorporação do lodo na fabricação de materiais da construção civil e cerâmicos. Algumas se apresentam atraentes também do ponto de vista econômico, como no caso da recuperação do coagulante. Contudo, a busca de soluções, economicamente viáveis e ambientalmente vantajosas, para o tratamento e disposição final de lodos de ETAs, continua sendo um grande desafio em todos os países, principalmente no Brasil, onde esse assunto ainda está no seu início.

Na realidade, essas alternativas de disposição ainda não são, efetivamente, muito empregadas no Brasil, onde a maior parte do lodo gerado é lançada nos rios. E, conforme já comprovado essa prática acarreta impactos ambientais nos corpos receptores e a legislação em vigor a proíbe. Logo deve-se evitar tal prática e continuar investindo em estudos sobre tratamento, disposição e impactos do lodo de ETAs em corpos d’água a fim de se propiciar a uma gestão cada vez mais adequada desses resíduos e proteger o meio ambiente.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

artigo técnico Alisson Gomes de Moraes Doutor e Mestre em engenharia civil, modalidade obras hidráulicas, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Graduado em Engenharia Civil e em Tecnologia em Engenharia Civil, modalidade obras hidráulicas, pela Universidade Estadual “Julio de Mesquita Filho” (UNESP). Atuou como professor da Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e atualmente é engenheiro na Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).

Vania Lucia Rodrigues Doutora e Mestre em engenharia civil, modalidade engenharia hidráulica, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Graduada em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia Civil de Itajubá. Atuou como professora na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).

Atualmente é engenheira na Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).

A CONTRIBUIÇÃO DE NOVOS SISTEMAS DE INFORMÁTICA PARA OS ESTUDOS HIDROLÓGICOS Por Alisson Gomes de Moraes e Vania Lucia Rodrigues RESUMO A determinação das características físicas das bacias hidrográficas pode ser feita através de cartas topográficas publicadas na internet pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Muitas vezes torna-se necessário formar um mosaico de cartas para abranger a área da bacia em questão. Sistemas computacionais como o GeoFTP, Sig IBGE, Google Eearth, Regionalização Hidrológica, ABC6, Atlas digital das águas de Minas, Spring, e o Hidro Web são muito úteis para estes trabalhos. Este artigo destaca o uso destes softwares para aplicação em um trabalho de engenharia e apresenta um exemplo.

OBJETIVO Este trabalho apresenta um método para a realização de estudos hidrológicos, baseado em ferramentas disponibilizadas na Internet, que reduz o tempo gasto na execução dos trabalhos. Não tem como objetivo apresentar os métodos de cálculo, mas sim, as ferramentas computacionais disponíveis para facilitar o trabalho dos projetistas.

INTRODUÇÃO Estudos hidrológicos são frequentes no campo de saneamento básico. Embora os temas saneamento básico e recursos hídricos sejam tratados, em termos institucionais, cada um por uma política pública própria, os recursos hídricos constituem-se como uma envoltória dos processos de saneamento, visto que a água captada, após percorrer um ciclo urbano nos processos de abastecimento e de coleta e tratamento de esgotos, retorna a natureza, muitas vezes no mesmo corpo hídrico. Em consequência, qualquer estudo de engenharia sanitária que tenha correlação com um corpo hídrico deve estar fundamentado em um estudo hidrológico.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Recentemente, com o uso de tecnologia digital, o engenheiro dispõe de informações com mais facilidade que em anos passados. Cálculos hidrológicos são comumente baseados em informações geográficas e séries históricas de observações pluviométricas e fluviométricas. O entendimento matemático dos processos hidrológicos tornou-se mais rápido e simples na era digital.

Por exemplo, o levantamento das características físicas das bacias hidrográficas, pode ser obtido das cartas topográficas disponibilizadas gratuitamente na internet pelo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A definição em planta da área da bacia hidrográfica é o primeiro passo dos estudos hidrológicos. Cada seção de controle, mesmo dentro de uma mesma bacia hidrográfica, determina uma bacia de esgotamento diferente. A bacia de esgotamento obtida para uma determinada seção é única, ou seja, para cada estudo é necessário executar novamente o procedimento de definição de área. Dependendo do tamanho da bacia de esgotamento, este procedimento pode envolver uma ou mais cartas ou topográficas em escala. Para a determinação dos limites de bacias que ocupam mais de uma carta topográfica, é necessário juntar as cartas - este procedimento é conhecido como mosaico ou “balão”. Além da dificuldade de se trabalhar com várias cartas ao mesmo tempo, as medições de área e distância apresentam-se como barreiras a serem vencidas.

As tecnologias descritas neste, combinadas, tornam fácil e ágil o levantamento dos dados físicos das bacias hidrográficas.

MÉTODO Considere a solicitação para a realização do estudo hidrológico para determinação de vazão onde estejam disponíveis apenas os dados de localização da barragem e as coordenadas UTM

Saneas

37

artigo técnico do empreendimento. Com isto, os trabalhos a serem realizados devem obedecer a seguinte sequência: 1. Verificar a consistência das coordenadas apresentadas; 2. Determinar as cartas geográficas a serem utilizadas; 3. Baixar as cartas geográficas do IBGE para o computador de trabalho; 4. Criar um mosaico com as cartas utilizando um sistema CAD ou SIG;

5. Determinar os dados da bacia com a carta elaborada; 6. Obter as áreas homogêneas da seção através de sobreposição de fotos; 7. Determinar a vazão mínima; 8. Determinar a vazão máxima.

SISTEMAS DISPONÍVEIS Os sistemas listados abaixo são alguns dos sistemas que se encontram disponíveis, contando com licença total ou parcialmente livre.

Tabela 1: Programas utilizados na elaboração de estudos hidrológicos

Software

Fonte

Uso indicado

Licença

GeoFTP

IBGE

- Obtenção de cartas topográficas

On-line

Livre

Sig IBGE

IBGE

- SIG - Determinação de cartas topográficas

On-line

Livre

Instalado / On-line

Uso Licenciado

On-line

Livre

Instalado

Livre

On-line

Livre

- Localização de pontos - Obtenção de fotos de satélite

Google Eearth

Google

Regionalização Hidrológica

DAEE

- Determinação de vazões mínimas - Determinação volumes de regularização

ABC6

EPUSP

- Cálculo de vazões máximas - Estudos cota-vazão

Atlas digital das águas de Minas

UFV

- Determinação vazões mínimas - Determinação vazões centenárias

Spring

INPE

- SIG

Instalado

Livre

Hidro Web

ANA

- Informações Hidrológicas - Cálculos Hidrológicos

Instalado

Livre

EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO Com o objetivo de facilitar a compreensão do leitor, foi tomado como exemplo um estudo hidrológico de vazões máxima e mínima, realizado para a verificação da segurança de um pequeno barramento em Campo Limpo Paulista – SP. O estudo hidrológico buscou determinar a vazão máxima, com período de retorno de 100 anos, e a vazão mínima Q7,10 da bacia hidrográfica.

A verificação das coordenadas é necessária, tendo em vista que um erro grosseiro de posição pode comprometer todo o estudo. Tais erros podem ocorrer, por isto as coordenadas preferencialmente devem ser conferidas em campo através de equipamento de posicionamento global (GPS, Galileo, Glossnass).

Na impossibilidade da conferência “in loco” devem-se verificar as coordenadas em sistemas de

38

Tipo

Saneas

Geo-referenciamento. Comparam-se as coordenadas obtidas com as fotos aéreas do empreendimento.

Após a conferência das coordenadas, tem início a busca dos cartas topográficas necessárias para a determinação da bacia de escoamento para a seção de controle. A principal fonte constitui-se das cartas 1:50.000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Para encontrar as cartas correspondentes, IBGE (2013-1), disponibiliza o SIG IBGE através da internet. Nesta ferramenta é possível determinar aproximadamente quais são as cartas em que ser vai trabalhar, no caso 1:50.000, e que cartas contêm a bacia em estudo.

Os mapas podem ser baixados pela internet através do “link downloads” da página do IBGE (20132). Os dados estão dispostos em página do tipo FTP,

novembro / dezembro / janeiro | 2014

artigo tĂŠcnico

Figura 1. Mosaico do mapeamento 1:50.000. Fonte: IBGE (2013-1).

Figura 2. PĂĄgina de Downloads do IBGE. Fonte: IBGE (2013-2).

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Saneas

39

artigo técnico onde é possível encontrar um diretório relativo ao mapa procurado contendo todos seus arquivos de camadas em formato CAD. Os arquivos de camadas são do formato DGN, formato este utilizado pelo software Workstation. Porém, tal fato não impede de serem utilizados em outros softwares CAD similares, como por exemplo o AutoCad. No estudo em questão foi utilizado como programa CAD o AutoCad 2012. Os arquivos foram importados para este programa.

As camadas, em função de estarem geo-referenciadas, se sobrepõem perfeitamente. Os mapas também se encaixam perfeitamente, formando assim um “balão” ou “mosaico”, quando juntadas todas as cartas necessárias. No desenho já montado, determina-se a seção de controle através das coordenadas do ponto onde o empreendimento vai intervir nos recursos hídricos. Este ponto deve cair aproximadamente em cima do talvegue.

Com o ponto determinado foi traçado o limite da bacia de contribuição. De posse da área da delimitada, foi possível determinar: ■■ A área e o perímetro de bacia hidrográfica; ■■ O talvegue do curso de água principal e determinar também qual o seu maior comprimento; ■■ A declividade do rio principal.

Segundo DAEE (2005), esta declividade não deve ser a efetiva da bacia, mas sim a equivalente. Este recomenda fórmula harmônica (eq. 1) para a determinação da declividade equivalente.

A determinação das áreas homogêneas é necessária para a obtenção do coeficiente de escoamento superficial coeficiente de “run off”. Para esta determinação foram importadas para o desenho fotos de satélite geo-referenciadas.

Os mapas foram sobrepostos sobre a foto, com isto foi possível traçar o limite dos núcleos, obtendo assim cada valor de área homogênea.

40

Saneas

Com as seções homogêneas, área da bacia e declividade equivalente do talvegue, a vazão centenária foi calculada pelo método I-PAI-WO, conforme critério apresentado por DAEE (2005). Para apoiar a utilização deste método, também foi determinada a chuva de projeto através de equação de chuvas intensas.

Utilizando o método I-PAI-WO, juntamente com o hidrograma unitário do SCS, foram determinados os hidrogramas unitários para a seção de controle.

Esta determinação utilizou como ferramenta o software MS-Excel 2010.

Para a determinação da vazão mínima, que no caso do Estado de São Paulo adota-se a vazão Q7,10, foi utilizado um sistema disponibilizado pelo DAEE na internet. DAEE (2011) utiliza o método da regionalização hidrológica como ferramenta de cálculo.

ATLAS DIGITAL DAS ÁGUAS DE MINAS O Atlas Digital das Águas de Minas é um sistema que foi desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa - UFV, em Minas Gerais. Este Atlas disponibiliza dados hidrológicos espacializados por meio de um sistema SIG. Os dados distribuídos, ao contrário dos demais sistemas, nos quais são disponibilizadas apenas informações coletadas em campo, este sistema disponibiliza informações já tratadas. Tais dados vêm facilitar o trabalho do usuário, tendo em vista que o sistema já fornece as informações hidrológicas necessárias o uso.

Segundo Euclides (2011) as informações são distribuídas em seções. Estas seções são equidistantes 90 m, totalizando 3.470.000 seções abrangidas pelo Atlas. Além dos dados de posicionamento geográfico, são atributos de cada ponto (seção) neste atlas as vazões: Q7,10, Q95, e as vazões máximas de 10, 50 e 100 anos de período de retorno.

Os dados são tratados e armazenados em um servidor, segundo Euclides (2011). Com isto, não há operação de cálculo quando usuário acessa uma determinada seção, pois a informação já foi tratada com antecedência. Isto garante-se uma velocidade de acesso maior e redução na quantidade de transmissão de dados.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

artigo técnico

Figura 3. Desenho da bacia discriminando as áreas homogêneas

Figura 4. Hidrogramas unitários para a seção determinada

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Saneas

41

artigo técnico

Figura 5. Consulta à uma seção qualquer da bacia do PCJ ao Atlas Digital das Águas de Minas. Fonte: UFV (2013).

CONCLUSÃO A maior dificuldade encontrada no trabalho foi o tempo de download das cartas topográficas, associada com a montagem de mosaico e a obtenção dos dados da bacia em sistema CAD. Porém o cálculo hidrológico, principalmente no caso da vazão máxima, o procedimento até se chegar aos valores foi amplamente facilitado, dispensando o uso de grandes mapas em papel, planímetro para medição de áreas e curvímetro para medição dos comprimentos lineares.

O método de trabalho empregado permite a aplicação dos métodos clássicos da hidrologia, de maneira ágil e com mais precisão. Além disso, o uso de sistemas digitais como os citados neste artigo traz economia de tempo, de recursos e praticidade aos estudos hidrológicos.

Desta maneira, o atendimento à solicitações de estudos hidrológicos de pequeno porte, como aqueles necessários para apoiar o licenciamento ambiental, obtenção de outorga de direito de uso de recursos hídricos, cálculos de pequenas interferências nos recursos hídricos para barramentos ou drenagem podem ser prontamente atendidas.

Apesar disto, faz-se necessário continuar o de-

42

Saneas

senvolvimento de sistemas que façam a integração dos dados existentes numa plataforma única. Neste sentido, “Atlas Digital das Águas de Minas” está mais evoluído que as demais ferramentas citadas. O Atlas é uma ferramenta poderosa para o gerenciamento da bacia. Porém, ainda é limitado espacialmente, permitindo o uso apenas para alguma determinada região, no caso, Minas Gerais.

OPORTUNIDADES DE MELHORIAS Diante do exposto, são apontadas as seguintes necessidades: ■■ Integração dos sistemas existentes; ■■ Utilização mais efetiva dos sistemas “on-line” via internet; ■■ Automatização dos algoritmos para a determinação dos dados hidrológicos mais utilizados; ■■ Integração de diversas fontes de dados sobre uma plataforma única; ■■ Utilização de sistemas GIS como interface para espacialização dos dados hidrológicos; ■■ Desenvolvimento dos sistemas mais modernos, que permitam acesso mais simplificado às informações hidrológicas.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Matéria Sabesp

A diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, e o deputado Samuel Moreira, presidente da ALESP.

Sabesp comemora 40 anos de atuação Em sessão solene, realizada em 16 de dezembro, no Plenário “Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira” da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), autoridades, ex-diretores, funcionários da companhia e a diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, reuniram-se para prestar homenagem a uma história de conquistas, que tornaram São Paulo exemplo no saneamento nacional. O evento ainda contou com a presença do secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, que nesse ato representou o governador Geraldo Alckmin.

A abertura do evento contou com honras militares da banda da Polícia Militar de São Paulo, se-

novembro / dezembro / janeiro | 2014

guidas pelo pronunciamento do deputado Samuel Moreira, ex-sabespiano e presidente da ALESP, além da execução do hino nacional, pelo Coral da Associação Sabesp, que ainda entoou mais três canções, obtendo longos aplausos da platéia que se emocionou com a apresentação.

Na sequência, foi feita a transmissão de um vídeo institucional da Sabesp, para o qual a diretora-presidente Dilma Pena ressaltou que os grandes números exibidos na tela tinham um significado especial: “Na Sabesp, grandes números representam vidas transformadas pelo acesso à água de qualidade, rios limpos e um ambiente cada vez

Saneas

43

matéria sabesp

mais saudável, principalmente para nossas crianças de hoje e futuras gerações”.

Entre os destaques da cerimônia, quinze funcionários com mais de 40 anos de serviços prestados à Sabesp foram contemplados com medalhas de agradecimento: ■■ Iaci Coelho – 45 anos ■■ Gilmar Felippe de Oliveira – 42 anos ■■ Marcos Antonio dos Santos – 42 anos ■■ Calixto Simões de Freitas – 41 anos ■■ Jair Mendes Rodrigues – 41 anos ■■ Pérsio Faulim de Menezes – 41 anos ■■ Walter Sigollo – 40 anos ■■ João Mitsunori Tuboni – 40 anos ■■ Maria Aparecida Fatima Gazza – 40 anos ■■ Edgard Nardini de Lima – 40 anos ■■ Pedro Hiroshi Suemasu – 40 anos ■■ Luiz Carlos Floriano – 40 anos ■■ João Batista Meinberg Porto – 40 anos ■■ Ailson Pedro de Melo – 40 anos ■■ Jose Natanael Dias Chaves – 40 anos

44

Saneas

“A Sabesp é um orgulho para São Paulo, conseguiu atingir patamares invejáveis nesses anos da sua existência”, destacou Edson Giriboni, que ainda concluiu: “esses 40 anos refletem competência, honestidade e dignidade.” O deputado encerrou seu discurso convidando todos a participar do coquetel de confraternização realizado no Hall Monumental, onde também estava disponível a exposição dos 40 anos da empresa.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Dia do Engenheiro

AESabesp celebra o Dia do Engenheiro e homenageia os Profissionais do Ano Com o Instituto de Engenharia de São Paulo, completamente lotado, a AESabesp antecipou, em 10 de dezembro, uma celebração alusiva ao “Dia do Engenheiro”, cuja data oficial é 11 de dezembro. Nessa Cerimônia também foi feita a entrega do Troféu AESabesp aos profissionais que se destacaram em 2013: os associados e engenheiros da Sabesp Luiz Paulo de Almeida Neto (diretor de Sistemas Regionais) e Paulo Massato Yoshimoto (diretor Metropolitano).

Organizado pela diretoria social da AESabesp, conduzida pela eng. Viviana Aquino Borges, o evento contou com presença dos profissionais da Sabesp, com a presença praticamente unânime dos seus superintendentes. Também levaram o seu prestígio a essa homenagem o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Edson Giriboni, nesse ato representando o governador Geraldo Alckmin; a diretora presidente da Sabesp, Dilma Seli Pena; o diretor de Tecnologia e Meio Ambiente da Sabesp, João Paulo Tavares Papa; o presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori; o ouvidor do CREA-SP, Ivo Nicolielo Antunes Junior; o presidente da ABES nacional, Dante Ragazzi Pauli; o presidente da ABES-SP, Alceu Guérios Bittencourt; o presidente da APECS, Luiz Roberto Gravina Pladeval; o vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros do Est. de São Paulo, João Carlos Gonçalves Bibbo; o presidente da Associação Sabesp, Pérsio Faulim de Menezes; o presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp, José

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Luiz de Melo Pereira; a presidente da APU, Francisa Adalgiza da Silva e demais representatividades.

A cerimônia foi aberta com a execução do Hino Nacional, seguida por um vídeo com efeitos especiais, evidenciando realizações da Sabesp e da AESabesp, que estimulou a interatividade com o público presente. Após a exibição, o presidente da AESabesp gestão 2013-2015, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, enalteceu a importância do Dia do Engenheiro, bem como dos profissionais que dedicam a sua vida ao setor de saneamento, além de exemplificar ações fundamentais do setor para o desenvolvimento nacional, destacar o perfil dos homenageados da noite e fundamentar que “a maior riqueza da AESabesp é o seu patrimônio humano”.

Após a entrega dos troféus aos destaques de 2013, o presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori, felicitou os homenageados, as autoridades e o público presente, discorreu sobre a universalização do saneamento, destacou a personalidade de ambos, que sempre colocaram seus ideais acima de tudo, e que a Sabesp é uma grande família, feita de princípios e companheirismo.

Convidada a prestigiar a cerimônia com o seu pronunciamento, a diretora presidente da Sabesp, Dilma Pena, cumprimentou a AESabesp pela cerimônia e elogiou a iniciativa e toda a condução da mesma, saudou os presentes e também elogiou a trajetória e a dedicação profissional dos diretores homenageados, na atual gestão de ponta que a Sabesp se propõe a prestar para seus clientes.

Saneas

45

Dia do Engenheiro Encerrando os pronunciamentos, o deputado e secretário da SSRH, Edson Giriboni, avaliou o evento como prova da competência e da união de São Paulo, em torno do setor de saneamento, concluindo que a Sabesp é um dos maiores orgulhos do Estado. Na sequência, todos foram convidados a participarem de um coquetel oferecido pela AESabesp no salão de festas do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Polo AESabesp de Franca e RG homenagearam seus profissionais Em 16 de dezembro, foi realizada, no Auditório da Estação de Tratamento de Esgotos de Franca, a 9ª edição da solenidade de entrega do “Troféu Eng. Armando Fonzari Pêra” aos engenheiros José Chozem Kochi (Gerente do Setor de Produção e na Sabesp há 33 anos) e Genesci Vieira (Gestor de Empreendimentos e na Sabesp há 31 anos).

O troféu é batizado com o nome do Eng. Armando Fonzari Pêra (falecido em 2007), por ele ter sido um dos mais respeitados profissionais da área de saneamento ambiental e ser reconhecido como o responsável pela interiorização da Sabesp no Estado de São Paulo.

Os convidados foram recebidos pela coordenadora do Polo da AESabesp na RG, Eng. Mizuê Terada, e pelo presidente da AESabesp, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, o qual, naquele momento, proferiu o discurso alusivo ao Dia do Engenheiro. A representação da entidade ainda foi reforçada com a presença do seu diretor de Polos, Antonio Carlos Gianotti, dos seus conselheiros Gilberto Margarido e Helieder Rosa Zanelli, além dos engenheiros João Comparini e José Everaldo Vanzo, que também já presidiram a entidade . Também foram destacadas as presenças dos engenheiros Rui Engrácia Garcia Caluz, José Marcio Carioca e Nathanael Silva Junior, que fizeram uso da palavra para homenagear os escolhidos.

Durante seu pronunciamento, Mizue Terada refletiu que “a missão do engenheiro é contínua, ininterrupta e eterna. Assim, o bem estar das futuras gerações estará intrinsecamente vinculada à sensibilidade, percepção, empenho e comprometimento dos profissionais Eng. Kochi e Eng. Genesci na universalização do saneamento no Estado de São Paulo”. Na sequencia, ela ainda reforçou o papel da AESabesp em reconhecer, valorizar e incentivar talentos.

46

Saneas

Após a leitura do currículo de Paulo Massato Yoshimoto, conduzida pela diretora social e vice-presidente da AESabesp, eng. Vivina Aquino Borges, o homenageado foi convidado a subir ao palco para receber o Troféu AESabesp, entregue pelo secretário Edson Giriboni e um certificado de Destaque Profissional 2013, entregue pelo diretor técnico da AESabesp, Olavo Prates Sachs. Em seu discurso de agradecimento, ele evidenciou a importância do apoio da sua família em sua trajetória profissional, citou parceiros que estiveram ao seu lado em momentos importantes de sua vida na Sabesp e a emoção de ser reconhecido dentro da esfera do saneamento para a qual se dedicou em tempo integral e inteiramente. E emoção ainda ficou maior com a apresentação de um vídeo musical de sua vida, elaborado por seus amigos, com a ajuda de seus familiares.

Em seguida, após a leitura do currículo de Luiz Paulo de Almeida Neto, conduzida pela ex-presidente da AESabesp, eng. Eliana Kitahara, o homenageado também foi chamado ao palco para receber o seu troféu das mãos presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori e um certificado de Destaque Profissional 2013, entregue pelo ex-presidente da AESabesp, João Baptista Comparini. Da mesma forma, Almeida Neto fez um pronunciamento com muita emoção, no qual destacou o esforço de seus pais lavradores do interior de São Paulo, o apoio da sua família e os valores aprendidos com vários companheiros da Sabesp, sempre com dedicação e respeito ao trabalho voltado à qual idade de vida da sociedade, pelo exercício do saneamento. Também foi apresentado um vídeo musical de sua vida, elaborado por seus amigos, com a ajuda de seus familiares.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Dia do Engenheiro

Panorama geral do coquetel oferecido pela AESabesp no salão de festas do Instituto de Engenharia de São Paulo, onde se reuniu vários expoentes do setor, na maioria funcionários da Sabesp, tanto da Metropolitana quanto das Regionais.

O presidente Reynaldo Young e a diretora social e vice-presidente, Viviana Borges, receberam os convidados. Na foto, estão com o presidente da Associação Sabesp, Pérsio Faulim de Menezes e o presidente da APECS, Luiz Pladeval.

A diretora presidente da Sabesp, Dilma Pena, cumprimentou a AESabesp pela iniciativa da valorização do corpo técnico da Empresa, em prestar esta homenagem ao Dia dos Engenheiros e também à dedicação profissional dos diretores homenageados.

O homenageado, Luiz Paulo de Almeida Neto, ladeado por alguns de seus amigos que fizeram parte de sua longa trajetória dentro das Unidades de Sistemas Regionais da Sabesp. Profissionais de todo o interior compareceram à cerimônia.

O homenageado, Paulo Massato Yoshimoto, junto ao presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, ao diretor técnico Olavo Prates Sachs e às diretoras Maria Aparecida de Paula (socioambiental), Sonia Nogueira e Silva (cultural) e Viviana Borges (social e vice-presidência).

Representatividades da engenharia com Reynaldo Young: Luiz Pladeval (presidente da APECS), Alceu Guérios Bittencourt (presidente da ABES-SP), Francisco Kurimori (presidente do CREA-SP) e Dalton Thadeu de Mello - Engenheiro do RET.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Saneas

47

Vivências

Torrezan: um gênio vindo do interior passou por São Paulo Em 10 de dezembro, foi realizada, no Instituto de Engenharia de São Paulo, a celebração da AESabesp alusiva ao Dia do Engenheiro, oficializado em 11 de dezembro, juntamente com a Cerimônia de Homenagem aos Destaques Profissionais do Ano, na qual foi feita a entrega do Troféu AESabesp aos profissionais que se destacaram em 2013: os associados e engenheiros da Sabesp Luiz Paulo de Almeida Neto (diretor de Sistemas Regionais) e Paulo Massato Yoshimoto (diretor Metropolitano). Foi um evento que lotou o Instituto de Engenharia do Estado de São Paulo.

Na ocasião, tanto os homenageados, como os convidados, como o presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori, citaram que ali estava um profissional da engenharia que fez a diferença dentro da Sabesp, cuja inteligência e desprendimento em passar seus conhecimentos foram fundamentais para realização de várias obras essenciais para a comunidade. O seu nome: José Carlos Torrezan. E o adjetivo mais usado para identificá-lo: um gênio!

No dia seguinte, o presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, incumbiu a Revista Saneas de fazer uma entrevista com “o gênio” tão falado na véspera, uma vez que ele estaria na Capital, em visita à Diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp, antes de ir para o interior de São Paulo.

Saneas: Ontem o senhor foi muito citado, inclusive por mexer nas ondas de rádio de Aramina, fazendo o povo acreditar que lá existia um fantasma, há mais de 50 anos, quando ninguém entendia do assunto. Como era a sua vida, nessa época?

Torrezan: Eu morava num sítio e era encantado por mexer em aparelhos eletrônicos, tanto que falava que queria fazer engenharia, mas só se fosse eletrônica. Então, meu pai, que era lavrador, disse que não tinha condição de me mandar para cidades distantes e que se eu quisesse fazer engenharia, tinha que ser civil, em Uberaba, que era perto. Não topei

48

Saneas

Em visita à Sabesp, José Carlos Torrezan com o diretor de Sistemas Regionais, Luiz Paulo de Almeida Neto.

Quando a reportagem deparou com uma pessoa tão modesta, de modos gentis e sotaque do interior, a preocupação de se entrevistar um gênio ficou um pouco mais branda. À medida em que Torrezan foi expondo fatos, tanto da sua vida, como de sistemas complexos do setor, com uma explicação tão simples e clara, deixando o clima parecido com um sofá de sala recebendo um amigo para um café, não restou a menor dúvida: tratava-se de um autêntico gênio, mesmo. Não seria de espantar, se tivesse saído de uma garrafa...

e preferi trabalhar na roça, com plantação de feijão, mas quem conhece esse tipo de lavoura sabe que ela precisa de água e na época não choveu e nada nasceu... Costumo dizer que já fui até homenageado pela AESabesp, em 1996, como engenheiro do ano, por causa de um feijão que não nasceu.

Saneas: Daí o senhor decidiu fazer engenharia civil em Uberaba?

Torrezan: É, fui tentar se eu dava jeito pra outra coisa. Isso foi em 1963. Lembro que o médico de Uberaba, quando tive de fazer um exame, olhou bem pra

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Vivências mim e falou que eu tinha pinta de roceiro e levava mais jeito para tratorista do que para engenheiro.

Mas fui insistente e consegui me formar em 68.

das, desenvolver uma consciência na companhia na relação custo/tarifa, enfim foi uma experiência maravilhosa, um período muito gratificante na minha vida.

Saneas: Quando o senhor começou a trabalhar na Sabesp e como o setor de saneamento foi acolhido em sua vida?

Torrezan: Em 1970, ano da Copa, e logo fiquei encantado com o saneamento, da mesma forma que era com a eletrônica, quando moleque. Procurei estudar, fiz pós USP em 1971, e me dedicar ao que o saneamento tem de mais rico: melhorar a qualidade de vida das pessoas, principalmente nas comunidades que mais necessitam de condições básicas para uma vida digna.

Saneas: Então por que o senhor saiu da empresa?

Recebeu uma oferta melhor?

Torrezan: Que nada, saí da Sabesp em 1984, triste, desempregado e com seis filhos pra criar. Foi uma época dura, mas o que me deixa feliz é que até hoje não fui esquecido.

Saneas: Sua trajetória na empresa foi satisfatória?

Torrezan: Muito! Eu adorava a Sabesp e trabalhava com entusiasmo. Em 3 anos consegui, na Superintendência de Obras Especiais, implantar um modelo padrão de ETA. Mais à frente, em 82, conseguimos criar modelos de indicadores de desempenho, ferramentas de gestão, projetos padrões para cidades, de acordo com o seu tamanho, um sistema de redução de per-

Saneas: Mas, embora realizado na empresa, a opção de sair foi sua. Qual foi o motivo?

Torrezan: Ah, tiveram uns acidentes de percurso... (...desconversou, mas mediante a persistência da reportagem, desabafou...). Quer saber mesmo? Foi por causa de ciúme (e ciúme de homem... rs). Quando a criança é linda e começa a fazer sucesso, todo mundo quer ser o pai, não é? Eu nunca escondi os dados das coisas que fiz, mas também não dei falsa autoria para quem não participava dos projetos e isso incomodou algumas pessoas, que começaram a inventar fatos e comportamentos que nunca tive. Mas você não vai escrever isso, né? (Desculpe, gênio, mas é

Implantação em Ferreira das Almas – C. Bonito.

novembro / dezembro / janeiro | 2014

Saneas

49

Vivências muito difícil para qualquer jornalista cumprir este tipo de promessa...).

Saneas: E como foi a sua vida a partir de então?

Torrezan: Continuei a atuar naquilo que acreditava e comecei a desenvolver tecnologias para os excluídos. A partir de 2004, eu e meu filho Junior pesquisamos, desenvolvemos e patenteamos uma miniplanta modular para tratamento de água doce, a qual tínhamos certeza que atenderia os desafios de abastecimento, com uma logística eficaz, não uso de energia elétrica (sómente hidráulica), muito indicada para o saneamento rural, que acabou sendo aproveitada pela própria Sabesp.

Saneas: O senhor chegou a trabalhar fora do Brasil?

Torrezan: Sim, estive em alguns países, dentre os quais o Equador, local onde o meu trabalho, voltado aos sistemas de potabilização de água, foi bastante reconhecido, gerando matérias em jornal, homenagem de órgãos públicos. Me senti até meio famoso por lá.

Saneas: Naturalmente, o seu projeto teve uma boa expansão e o senhor virou então um empresário bem-sucedido?

Torrezan: Fui bem sucedido em termos ideológicos, mas todo o dinheiro que ganhei, investi em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para este projeto da miniplanta modular. Ainda tenho que trabalhar para viver e para comprar remédio.

Saneas: Como está estruturada a sua vida pessoal, hoje?

Torrezan: Os meus filhos cresceram e moram em grandes cidades e eu voltei a morar no sítio, em Aramina-SP, com a minha mãe, que já está velhinha e precisa ter alguém por perto.

Saneas: E a sua vida profissional?

Torrezan: Esta anda a mil por hora (no dia da entrevista o próprio diretor de Sistemas Regionais da Sabesp, Luiz Paulo de Almeida Neto confirmou o interesse da Sabesp em seus projetos). Nesse sítio onde moro, também montei a base do meu Projeto, que é uma Estação de Tratamento de Água Modular, denominada DSL TRATO. Trata-se de uma miniplanta de unidade de potabilização em ciclo completo, fechada, não

50

Saneas

Iporanga 3 – Juquiá - Sabesp

pressurizada, de concepção inovadora na estrutura e de tecnologias de alto desempenho nos processos operacionais. Vale destacar ainda que as tecnologias da ETA Modular DSL TRATO são empregadas em câmaras fechadas não pressurizadas, isto é, abertas para a atmosfera através de câmaras de carga. Portanto, nada tem a ver com as chamadas “ETAs Compactas Pressurizadas”, que tantos dissabores deram e ainda dão aos profissionais sérios voltados à potabilização da água de abastecimento às pequenas comunidades, em harmonização com o meio ambiente.

Saneas: Como o senhor se autodefine hoje?

Torrezan: Como um técnico, com uma visão administrativa e com uma experiência e conhecimentos no setor, que coloco totalmente a serviço da inclusão social.

Saneas: Com essa bagagem toda, como o senhor vislumbra a universalização do saneamento?

Torrezan: Como um objetivo real e possível, desde que haja vontade política.

Saneas: Uma última curiosidade: por que sua miniplanta modular se chama DSL Trato?

Torrezan: Esta sigla “DSL” quer dizer “Deus Seja Louvado”, pois agradeço a cada dia as oportunidades e os instrumentos que Deus colocou em minhas mãos.

Nota da redação: quem quiser conhecer o trabalho da DSL Trato, consulte o site: www.tratoaguas.com.br

novembro / dezembro / janeiro | 2014

FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA PARA O MEIO AMBIENTE

RECICLE SEUS NEGÓCIOS

Sbera

www.fiema.com.br

PA R C EI R O

22 a 25 de abril de 2014 Fundaparque Bento Gonçalves - RS

APOIO

PAT R O CÍ N I O

R E A LI Z AÇ ÃO

Novos comportamentos.

Novos conhecimentos.

Novos negócios.