Revista Saneas ed 65

Ano XI. Edição 65. Abril a Julho de 2018

- VEÍCULO -

FENASAN 2018

- OFICIAL -

O LEGADO DOS 21 ANOS DA LEI DAS ÁGUAS O que trouxe esta maioridade plena para o desenvolvimento dos recursos hídricos no País

29º Encontro Técnico AESabesp / Fenasan 2018 Participe do maior evento técnico-mercadológico em saneamento na América Latina, de 18 a 20 de setembro, no Expo Center Norte.

AESabesp e Messe Munchen Brasil estudam parceria entre a Fenasan e a IFAT

O sucesso do 8º Fórum Mundial da Água

A IFAT - maior Feira de Soluções Ambientais do mundo - terá a Fenasan como a sua porta de entrada da América e trará toda sua expertise.

A edição brasileira foi a maior da história desse evento que move o mundo em torno da água e da consciência ambiental.

EXPEDIENTE Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 aesabesp@aesabesp.org.br www.aesabesp.org.br Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp Tiragem: 6.000 exemplares

EDITORIAL Prezados associados, amigos e parceiros da AESabesp, Com muita satisfação, lançamos a edição da Revista Saneas 65, que circulará em nosso 29º Encontro Técnico AESabesp/ Fenasan 2018, a qual traz temas referenciais para a consolidação do saneamento em todo território brasileiro: os 21 anos da Lei nº 9.433,

Diretoria Executiva Presidente: Olavo Alberto Prates Sachs Diretor Administrativo: Nizar Qbar Diretor Financeiro: Evandro Nunes Oliveira Diretora Socioambiental: Márcia de Araújo Barbosa Nunes Diretor de Comunicação e Marketing: Paulo Ivan Morelli Franceschi

conhecida como a Lei das Águas, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos

Diretoria Adjunta Cultural: Maria Aparecida Silva de Paula Santos Esportes e Lazer: Zito José Cardoso Polos Regionais: Antônio Carlos Gianotti Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges Técnica: Gilberto Alves Martins

Em consonância com essas bandeiras, também promovemos, em São Paulo, o maior

Conselho Deliberativo Presidente: Ivan Norberto Borghi Membros: Abiatar Castro de Oliveira, Agostinho de Jesus Gonçalves Geraldes, Benemar Movikawa Tarifa, Choji Ohara, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Ivo Nicolielo Antunes Junior, Luis Américo Magri, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Nelson Stábile, Richard Welch, Rogélio Costa Chrispim, Sônia Regina Rodrigues Conselho Fiscal Aurelindo Rosa dos Santos, João Augusto Poeta e Yazid Naked Coordenadores Conselho Editorial e Fundo Editorial: Luciomar Santos Werneck Polos da RMSP: Antonio Carlos Gianotti Assuntos Institucionais: Fátima Valéria de Carvalho Contratos Terceirizados: Walter Antonio Orsatti Comissão Organizadora do 28º Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2017 Presidente da Comissão: Walter Antonio Orsatti Coordenador do Encontro Técnico AESabesp: Maria Aparecida Silva de Paula Coordenador da Fenasan: Gilberto Alves Martins Membros: Alzira Amâncio Garcia, Antônio Carlos Roda Menezes, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido Bonifácio, Iara Regina Soares Chao, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Rosângela Cássia M. de Carvalho, Sonia Maria Nogueira e Silva Equipe de apoio: Maria Flávia da Silva Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro, Vanessa Hasson Polos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro: Ednaldo Sandim Polo AESabesp Leste: Eduardo Alves Pereira Polo AESabesp Norte: Eduardo Bronzatti Morelli Polo AESabesp Oeste: Claudia Caroline Buffa Polo AESabesp Ponte Pequena: Samuel Francisco de Souza Polo AESabesp Sul: Antonio Ramos Batagliotti Polos AESabesp Regionais Diretor de Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Baixada Santista: Zenivaldo Ascenção dos Santos Polo AESabesp Botucatu: Leandro Cesar Bizelli Polo AESabesp Caraguatatuba: Felipe Noboru Matsuda Kondo Polo AESabesp Franca: José Chozem Kochi Polo AESabesp Itatiba: Carlos Alberto Miranda Silva Polo AESabesp Itapetininga: Jorge Luis Rabelo Polo AESabesp Lins: João Luiz de Andrade Areias Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto Polo AESabesp Vale do Paraíba: Sérgio Domingos Ferreira Polo AESabesp Vale do Ribeira: Jiro Hiroi Editora e Jornalista Responsável Maria Lúcia da Silva Andrade - MTb. 16081 Textoscom - luciatextos@terra.com.br www.site.com.br/textoscom facebook.com/textoscom Redação Ednaldo Sandim, Lúcia Andrade e Thiago Nobre Projeto visual gráfico e diagramação Neopix DMI contato@neopixdmi.com.br www.neopixdmi.com.br A AESabesp não se responsabiliza pela veracidade de conteúdo de anúncios e de artigos assinados.

(PNRH), e a realização do Fórum Mundial das Águas, realizado em Brasília-DF, consagrado como o maior de sua história.

evento do setor na América Latina, sob o tema: “É chegada a hora de alavancar o saneamento ambiental no Brasil”. Estimamos receber, no 29º Encontro Técnico AESabesp/ Fenasan 2018, mais de 20.000 participantes, vindos de todos os países, dada a grande presença de expoentes internacionais, principalmente em função da parceria com a IFAT. Nesta Revista, os leitores poderão verificar que uma missão brasileira, composta por representantes da AESabesp, esteve na IFAT, em Munique - AL, para prospectar a nossa Fenasan e Congresso Técnico, bem como trazer para o nosso universo a expertise dessa grande Feira européia, considerada a maior do mundo em soluções ambientais.

Além das contundentes participações da AESabesp nos grandes acontecimentos do setor, esta edição ainda traz interessantes artigos que evidenciam profissionais que atuam de forma admirável na seara do saneamento ambiental.

Dessa forma, nossa gestão em 2016-2018, que neste ano conclui o seu mandato, se empenha em apresentar o melhor resultado dos seus esforços de forma planejada e profissional, visando a excelência da AESabesp, no atendimento ao setor, à sociedade e principalmente aos seus associados.

De antemão, já agradecemos pela sua atenção, pela sua presença no 29º Encontro Técnico AESabesp/ Fenasan 2018 que ocorrerá no Expo Center Norte – Pavilhão Branco, nos dias 18, 19 e 20 de setembro, e desejamos-lhe boa leitura!

Eng. Olavo Alberto Prates Sachs Presidente da AESabesp Gestão 2016-2018

ÍNDICE

Matéria Tema

06 13

21 Anos da Lei das Águas Fórum Mundial da Água

05

Fenasan & IFAT

20

Ponto de vista

22

AESabesp em grande destaque na IFAT 2018, em Munique - AL

Legado do Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília, é excelente

Visão de futuro Programa cinturão verde dos mananciais metropolitanos: um cinturão verde para proteger, preservar e cuidar dos preciosos recursos hídricos

25 34 40

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SANEAS

Abril a Julho de 2018

Artigo técnico Aumento da segurança hídrica para os sistemas de abastecimento público de água na RMSP no pós crise hídrica

Encontro Técnico AESABESP - Fenasan 2018 Será em São Paulo o maior evento em saneamento da América Latina

Cultural

Recorde em inscrições de trabalhos para o 29º Encontro Técnico AESabesp

42 45 49

Socioambiental

AESabesp no Fórum Internacional pelos Direitos da Natureza

Acontece no setor As novidades em produtos, serviços e tecnologias no setor de saneamento e meio ambiente

Vivências A música sempre presente na vida de Josué Tadeu Leite França

FENASAN & IFAT

AESabesp em grande destaque na IFAT 2018, em Munique - AL

D

iretores e associados da AESabesp estiveram no maior evento de soluções ambientais do Planeta: a IFAT - Feira Mundial de Gestão de Água, Esgoto, Resíduos e Matérias-Primas

(14 a 18 de maio de 2018), que tornou-se parceira da Fenasan 2018. Dessa forma, sua estrutura estará no Brasil entre 18 e 20 de setembro, em nosso evento.

Na ocasião, foi assinado um termo de compromisso de verdadeira intenção de se estabelecer um contrato de cooperação técnica por 30 anos com a AESabesp, o qual esta passando por uns ajustes finais para que possamos assinar o contrato definitivo tão logo seja possível.

Isso significa vários benefícios em prol dos técnicos brasileiros, como intercâmbio de estágios e cursos de aprimoramento; extensão de rede de relacionamentos e reconhecimento internacional dos trabalhos aplicados no Brasil.

Os números superlativos e propostas ambientais da IFAT Reconhecida como a principal Feira Mundial de Gestão de Água, Esgoto, Resíduos e Matérias-Primas, a IFAT tradicionalmente conta com mais de 3.000 expositores vindos de países de todo o mundo, em uma área de mais de 230.000 metros quadrados. Nossa delegação apresentará um balanço dos números alcançados nessa edição de 2018, bem como as prospecções alcançadas para a Fenasan, durante sua permanência no evento.

A abertura oficial da IFAT 2018 contou com a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, que também

Abril a Julho de 2018

SANEAS

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FENASAN & IFAT

participou de um painel de discussão intitulado: “Repensar - reduzir - reciclar plástico: soluções inovadoras para proteger nossos rios e oceanos”, liderado por Stefan Rummel, diretor administrativo da Messe München. A indústria de reciclagem na Alemanha tem um faturamento de 70 bilhões de euros por ano, que otimiza a economia do País. No âmbito de recursos hídricos, as inovações tecnológicas e a preocupação com a destinação de recursos para todos os povos, rumo à universalização foram as principais vertentes.

Simbolizando o laço entre o Brasil e Alemanha, o presidente da AESabesp, Olavo Sachs, foi presenteado com a “Camisa 9”, em alusão ao craque brasileiro Giovane, grande ídolo da torcida do Bayern de Munique. Durante os seis anos em que jogou pelo clube, de 1997 a 2003, venceu quatro vezes o Campeonato Alemão e foi artilheiro da competição na temporada 2003-2004. De volta ao Brasil, Giovane continua como embaixador do Bayern e está regularmente em Munique. No ano passado, recebeu o Prêmio Personalidade de 2017. A honraria foi concedida por sua atuação em projetos sociais para jovens carentes em Londrina (PR), sua cidade natal.

Nossa diretora cultural, Maria Aparecida Silva de Paula, também trocou ideias com Auma Obama, irmã do ex-presidente dos EUA, Barack Obama, que recebeu o prêmio “Liderança Ambiental”, na abertura da IFAT 2018, pelo seu trabalho à frente da Fundação Sauti Kuu, que atua em países como o Quênia, para se obter recursos locais confiáveis para condições estruturais de vida, como a obtenção de água. Em seu contato foram pontuados os projetos brasileiros para o saneamento, como o Prêmio Jovem Profissional, participação na IFAT e captação de fomentos na parceria entre Brasil e Alemanha. No dia 17 de maio, Maria Aparecida, que é gestora do Prêmio “Jovem Profissional” também apresentou esse Projeto ao público do evento.

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SANEAS

Abril a Julho de 2018

MATÉRIA TEMA

MAIORIDADE DA LEI DAS ÁGUAS NO

E

BRASIL

m janeiro de 2018, foram completados 21

Apesar da abundância de água no território brasileiro, a

anos da Lei das Águas, a Lei nº 9.433, que

água não chega para todos na mesma quantidade e regu-

instituiu a Política Nacional de Recursos Hí-

laridade, também pelas características geográficas de cada

dricos (PNRH). Na época em que foi sancio-

região e mudanças de vazão dos rios, que ocorrem devido

nada, em 1997, como um instrumento contemporâneo

às variações climáticas ao longo do ano e, assim, afetam

da gestão dos recursos hídricos, essa Lei evidenciou

a distribuição e também o uso indiscriminado tanto dos

conceitos de sustentabilidade, propôs gestão descen-

mananciais superficiais quanto dos subterrâneos.

tralizada, atribuiu valor econômico à água e promoveu a participação da sociedade.

A adoção de um planejamento e do manejo integrado dos recursos hídricos surgiu exatamente pela ameaça de

Esse fatores tinham como objetivo a promoção da dispo-

escassez e de degradação da qualidade da água no Brasil,

nibilidade de água e a utilização racional e integrada dos

reconhecido como “País das Águas”. A partir dos anos 80,

recursos hídricos para o período atual, bem como para ge-

três fatores já eram foco dessa gestão: a sustentabilidade

rações futuras.

ambiental, social e econômica; a busca de leis mais ade-

O Brasil possui a maior reserva hidrológica do mundo,

quadas e a formulação de políticas públicas que integras-

equivalente a 12 % de toda a água doce do Planeta. Há,

sem toda a sociedade. Dessa forma em 1997 foi criada a

hipoteticamente, 34 milhões de litros de água para cada

Lei das Águas, que além de estabelecer a Política Nacional

brasileiro, mas grande parte da população não dispõe de

de Recursos Hídricos (PNRH), também criou o Sistema Na-

rede de água e esgoto e cerca de 65% das internações

cional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh).

pediátricas hospitalares ainda são causadas por doenças de

A lei tem como fundamento a compreensão de que a

veiculação hídrica, razão que fortalece o argumento mun-

água é um bem público (não pode ser privatizada), sen-

dial dos sanitaristas de que “1 dólar investido em sanea-

do sua gestão baseada em usos múltiplos (abastecimento,

mento rende uma economia de 4 dólares em tratamentos

energia, irrigação, indústria etc.) e descentralizada, com

de saúde”

participação de usuários, da sociedade civil e do governo.

O consumo de água no País, multiplicou-se por mais de dez vezes ao longo do século 20. Contudo, o acesso à

O consumo humano e de animais é prioritário em situações de escassez.

água de qualidade é precário em regiões menos abastadas,

Para assegurar o acesso à água conforme previsto na

principalmente em cidades do Norte e Nordeste, com ab-

Lei 9.433, compete à União e aos Estados legislar sobre as

soluta falta de condições sanitárias que se configuram em

águas e organizar, a partir das bacias hidrográficas, um sis-

um verdadeiro caos social. Para se levar uma qualidade de

tema de administração de recursos hídricos que atenda às

vida sumariamente digna a esses rincões, é necessário um

necessidades regionais. O Poder Público, a sociedade civil

investimento significativo por parte das políticas públicas,

organizada e os usuários da água integram os Comitês e

em favor da universalização do saneamento, com um ge-

atuam, em conjunto, na busca de melhores soluções para

renciamento sério e efetivo dos recursos disponíveis.

sua realidade.

Abril a Julho de 2018

SANEAS

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MATÉRIA TEMA

Lupercio Ziroldo Antonio é engenheiro civil; presidente da Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas - REBOB; secretário técnico permanente da Rede Latino Americana de Organismos de Bacias Hidrográficas RELOB; governador do Conselho Mundial da Água; diretor da Bacia do Baixo Tietê do DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica, Autarquia da Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos do Governo do Estado de São Paulo.

Para o presidente da REBOB, Lupercio Ziroldo Antonio, os avanços promovidos pela Lei das Águas são irreversíveis Para discorrer sobre a importância e funcionalidade

duais em casos de bacias hidrográficas que percorrem

da Lei das Águas, entrevistamos o especialista, con-

mais de um Estado da Federação, e

sultor e autor de projetos na área de saneamento

c) um aumento, mesmo que ainda não o desejável, de

básico e ambiental com ênfase em gestão integrada

investimentos em ações de gerenciamento dos recur-

e planejamento de recursos hídricos, eng. Lupercio

sos hídricos em nosso território brasileiro.

Ziroldo Antonio, que também é presidente da Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas - REBOB,

Saneas: Construída, na época, como um instrumen-

entre outras representatividades. A REBOB é entidade

to contemporâneo da gestão dos recursos hídricos,

apoiadora do 29º Encontro Técnico AESabesp/ Fena-

a lei evidenciou conceitos de sustentabilidade, pro-

san 2018.

pôs gestão descentralizada, atribuiu valor econômico à água e promoveu a participação da socie-

8

SANEAS

Saneas: Em janeiro de 2018, foram comple-

dade. Tudo foi seguido ao longo desses 21 anos?

tados 21 anos da sanção da Lei nº 9.433, que

Lupercio Z. Antonio: Podemos considerar que estes

instituiu a Política Nacional de Recursos Hídri-

indicativos são sempre a nossa meta e permeiam nossos

cos (PNRH), conhecida como Lei das Águas. Em

objetivos na gestão de nossos recursos hídricos. Porém

seu parecer, o que essa ação trouxe, em termos

para termos o cumprimento efetivo destes princípios,

de desenvolvimento dos Recursos Hídricos?

ainda muita coisa precisa ser planejada, construída e

Lupercio Z. Antonio: Em minha opinião, foi justa-

monitorada. Estamos atravessando um período onde

mente a partir do marco da aprovação da Lei 9433

muitas crises hídricas acontecidas em várias partes de

que nosso país acelerou na gestão dos recursos hídri-

nosso país estão evidenciando a importância da água no

cos possibilitando grandes avanços.

cenário da vida e do desenvolvimento. Este fato, apesar

Destaco alguns deles de suma importância:

de negativo, tem alavancado o setor para o patamar de

a) o fortalecimento da gestão participativa que incluiu

importância que ele deve ter dentro da agenda política

os Comitês de Bacia no cenário decisório da gover-

do país e isto por si só já é um avanço substancial para

nança e gestão das águas,

podermos dizer que estamos no caminho de conseguir

b) a integração das políticas de recursos hídricos esta-

alcançar estes objetivos em pouco tempo no Brasil.

Abril a Julho de 2018

Saneas: Por conta da instituição dessa Lei, também foi criado

do território paulista. Nestes 27 anos, estes Colegiados já hierar-

o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

quizaram mais de 5000 empreendimentos, ou seja, projetos, ser-

(Singreh). Como é o funcionamento atual desse Sistema?

viços e obras, na área de recursos hídricos, com investimento pró-

Lupercio Z. Antonio: Devemos entender o SINGREH, que inte-

ximo de 1 bilhão de reais, trazendo grandes resultados nas áreas

gra os órgãos e colegiados de recursos hídricos em nosso país,

de saneamento, de recomposição de matas ciliares, de educação

como um sistema destinado a implementar a política nacional

ambiental, etc. Temos no Estado de São Paulo em todas as regi-

de recursos hídricos de forma fundamentalmente participativa e

ões hidrográficas, praticamente todos os instrumentos de gestão

compartilhada em nosso território. Dado que nosso país é conti-

implementados, destacando que até o final de 2019, a cobrança

nental com regiões extremamente distintas seja no clima ou no

pelo uso da água estará ocorrendo em todo o território paulista.

relevo, este trabalho de coordenar a gestão integrada das águas

Isto graças ao trabalho dedicado de todos os Comitês de Bacia.

é extremamente complexo. No entanto, enxergo grandes avanços neste cenário face ao trabalho desenvolvido pelos órgãos de

Saneas: Existem novos planos de gestão para a Bacia do Rio

Governo ligados ao Ministério do Meio Ambiente, com destaque

Tietê, considerada a mais importante do estado e respon-

à Agencia Nacional de Águas, em integração com os órgãos es-

sável pelo abastecimento de água potável para a Região

taduais e os Comitês de Bacias Hidrográficas. Muito ainda temos

Metropolitana de São Paulo?

que construir no planejamento macro de nossos recursos hídri-

Lupercio Z. Antonio: Temos seis regiões hidrográficas definidas

cos, mas estamos no caminho certo.

na Lei, constituídas no Rio Tietê. A crise hídrica ocorrida na região metropolitana de São Paulo evidenciou a necessidade de um me-

Saneas: Como a Rede Brasil de Organismos de Bacias (RE-

lhor planejamento futuro para esta Bacia como um todo, desde

BOB) desenvolve as diretrizes trazidas por estas ações.

a nascente até a foz. Trata-se de um rio eminentemente paulista

Quais são as suas atuações e resultados?

que deve ter um planejamento abrangente e consolidado ao lon-

Lupercio Z. Antonio: A REBOB - Rede Brasil de Organismos de

go de todo o seu leito. Neste contexto, os Comitês envolvidos

Bacias Hidrográficas, fundada em 1998, é uma Associação Civil

nesta Bacia já estão conversando, dialogando, visando estabele-

sem fins lucrativos, formada por Consórcios de Municípios, Co-

cer um planejamento em longo prazo, de metas e parâmetros de

mitês de Bacias Hidrográficas, Associações de Usuários, Agências

gestão, em especial para garantir quantidade e qualidade. Por se

de Bacias e outros Organismos de Bacia. Desde a sua funda-

tratar de uma bacia que envolve milhões de pessoas e um PIB sig-

ção, vem desenvolvendo serviços e atividades dentro da área de

nificativo, consideramos de fundamental importância um diálogo

gestão de recursos hídricos no território brasileiro e nas regiões

permanente neste sentido.

transfronteiriças, primordialmente através de parcerias e acordos de cooperação, da promoção de capacitação e do envolvimento

Saneas: De que forma é feita a participação comunitária

em programas e projetos que efetivamente provoquem a melho-

e implementação dos instrumentos de gestão da água em

ria das águas superficiais e subterrâneas. Neste contexto, nossas

bacias hidrográficas, em São Paulo?

metas, essencialmente nos aspectos participativo, compartilhado

Lupercio Z. Antonio: Os Comitês de Bacia no Estado de São Paulo

e da informação, se coadunam com as metas de planejamento

são constituídos na forma tripartite, com envolvimento do Poder

do SINGREH. Atualmente, estamos dando foco maior às ques-

Público municipal com representação pelos prefeitos, Poder Público

tões de capacitação e qualificação visando ampliar o número de

Estadual com representação pelos órgãos e secretarias de Governo

pessoas que possam participar do Sistema de forma colaborativa

e Sociedade Civil representado pelos seus vários segmentos. Desta

e decisória nas questões de governança da água.

forma, estes Colegiados desde sua constituição, já trabalham de forma integrada, participativa e compartilhada. Temos praticamen-

Saneas: No estado de São Paulo, onde é operado um sanea-

te todos os instrumentos de gestão implementados, mas devemos

mento de referência para o Brasil, existem quantos Comitês

destacar que a cobrança pelo uso da água somente estará na totali-

de Bacias Hidrográficas e como funcionam?

dade do Estado no final de 2019 e o enquadramento, mesmo exis-

Lupercio Z. Antonio: O Brasil conta hoje com mais de 220 Co-

tente, deve passar por alterações ao longo destes próximos anos.

mitês de Bacias Hidrográficas implementados e em funcionamento. No Estado de São Paulo, a partir da Lei 7663/91, foram

Saneas: A AESabesp tem representatividade como en-

implantados todos os 21 Comitês de Bacias na abrangência total

tidade de classe nos Comitês de Bacia, além de ser uma Abril a Julho de 2018

SANEAS

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MATÉRIA TEMA

OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Pú-

Lupercio Z. Antonio: Considero irreversível atualmente os avan-

blico). O senhor vê na entidade a possibilidade de trazer

ços no reconhecimento de que a água é insumo essencial à vida

uma maior participação social na gestão de bacias, por

humana e ao desenvolvimento que traz emprego e renda. Assim,

meio de projetos técnicos sustentáveis e, por consequên-

as ações em benefício dos recursos hídricos devem se ampliar ao

cia, a otimização dos recursos hídricos para a população?

longo dos próximos anos de tal forma a produzir mais qualidade, mas também devem se fortalecer os estudos para os aspectos da

Lupercio Z. Antonio: Tivemos uma evolução que considero fan-

segurança hídrica, ou seja, do estabelecimento das quantidades

tástica ao longo destes anos de implementação da Lei, no que

necessárias hoje e no futuro.

se refere à participação da Sociedade Civil no processo de gestão das águas dentro dos Comitês de Bacia. A representatividade

Saneas: Qual é sua visão de futuro sobre a representativi-

deste segmento hoje é essencial nas decisões e nas metas de go-

dade do Brasil no cenário mundial dos Recursos Hídricos?

vernança de nossas águas, assim como nas decisões macro ocor-

Lupercio Z. Antonio: Gostaria de destacar que com a realização

ridas no Conselho Estadual de Recursos Hídricos. E isto se deve ao

em março de 2018 do 8º Fórum Mundial da Água em Brasília,

aumento e efetividade na representatividade. No caso específico

onde tivemos mais de 120 mil participantes com representação

da AESabesp, considero de extrema importância a participação

de mais de 170 países de praticamente todos os segmentos da

de seus representantes dentro dos Comitês em função funda-

sociedade, o Brasil se colocou como grande liderança neste ce-

mentalmente da expertise nas questões de saneamento, assunto

nário dos recursos hídricos, em especial na América do Sul onde

amplamente discutido dentro de nossas regiões hidrográficas.

hoje temos 5% da população mundial e praticamente 1/4 da água doce do planeta. Isto é fabuloso, mas também nos aponta

Saneas: O senhor idealiza ações que convergem para me-

para os grandes desafios que enfrentaremos nas questões futuras

lhorar a qualidade da água?

de continuar dando bons exemplos no setor.

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SANEAS

Abril a Julho de 2018

MATÉRIA TEMA

AESabesp em debate sobre MP que pode alterar a Universalização do Saneamento Com o auditório do Complexo Pinheiros da Sabesp total-

Também participaram do Seminário dois deputados

mente lotado, foi realizado, em 16 de abril, o Seminário

federais que atuam na seara do saneamento: João Pau-

sobre Mudança na Política de Saneamento Básico - Lei

lo Tavares Papa/ PSDB; Nilto Tatto/PT, além de Rober-

11445/07, com foco no impedimento de que uma MP

val Tavares de Souza (presidente da ABES - Associação

(Medida Provisória) do atual governo provoque a parali-

Brasileira de Engenharia Sanitária); Dante Ragazzi Pauli

sação geral da atuação pública, pela universalização do

(Superintendente de Planejamento Integrado da Sabesp)

saneamento, permitindo que a iniciativa privada assuma

e Victor Pagani (assessor do Dieese Departamento In-

sua gestão, indistintamente.

tersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ).

O evento foi promovido pela Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESabesp) e Associação dos Profis-

O mediador foi o coordenador Nacional da Frente pelo Saneamento Ambiental, Edson Aparecido.

sionais Universitários da Sabesp (APU), mobilizando os

Mesmo em vertentes políticas diferenciadas, to-

profissionais de saneamento, devido ao impacto que o

dos os componentes se manifestaram preocupados

andamento dessa MP poderá causar em toda a popula-

e contrários à edição da Medida Provisória da Pri-

ção brasileira.

vatização da Água e do Saneamento, sem a devida

O presidente da AESabesp, Olavo Sachs, anunciou

discussão entre os diversos atores sociais envolvidos,

que levará essa discussão para o 29º Encontro Técnico

que altera a Lei Nacional de Saneamento Básico (Lei

AESabesp/ Fenasan 2018, o maior evento técnico-mer-

n° 11.445, de 05 de janeiro de 2007) que tem como

cadológico da América Latina, a ser realizado entre 18 e

princípio fundamental a universalização dos servi-

20 de setembro, no Expo Center Norte, em parceria com

ços. Os presentes foram unânimes em advertir que

a alemã IFAT, o maior evento mundial do setor. Portanto,

a referida MP atende prioritariamente aos interesses

o Brasil terá protagonismo mundial.

do setor privado, com o objetivo de implementar o

A presidente da APU, Francisca Adalgisa da Silva,

Programa Nacional de Desestatização das Empresas

ponderou que essa mobilização é um chamamento

Estaduais de Água e Esgoto e agilizar a privatização

para que a sociedade não fique sem a garantia de qua-

das empresas estaduais de água e esgoto e dos ser-

lidade de vida, prestada obrigatoriamente pelos servi-

viços públicos.

ços públicos, conforme preceitua a Legislação em vigor

As argumentações até evidenciaram a importância

e a Constituição Federal, e submetida prioritariamente

dos investimentos privados e do PPI (Programa de Par-

aos interesses dos setores privados.

ceria de Investimentos) para avanços no setor, porém Abril a Julho de 2018

SANEAS

11

MATÉRIA TEMA

repudiaram que o mesmo fique sob a integral condução do BN-

de é referência nacional, tem um papel fundamental para traçar

DES e sem a participação dos poderes públicos concedentes do

novos caminhos, impedir a privatização geral e levar propostas à

setor (os municípios). “Dessa forma, o interesse do setor privado

esfera federal.

ficará centralizado nas cidades de grande porte com lucrativi-

O deputado Nilton Tato afirmou não haver perspectiva de melho-

dade, deixando as populações mais pobres prejudicadas, com

ras dentro do atual governo, que “essa gestão não vê a universaliza-

intervenções em benefícios cruzados e tarifas sociais. Trata-se

ção como obrigatória e um bem social e sim como um impedimento

de um embuste Robin Hood às avessas: roubar dos pobres para

para viabilizar a lucratividade, sem critérios, do setor privado”. Na

dar aos ricos”, citou o presidente da ABES Nacional, Roberval

oportunidade pediu para conscientizar a população no acompanha-

Tavares de Souza.

mento das gestões executivas e legislativas e aproveitar o momento

O superintendente da Sabesp, Dante Ragazzi, lembrou que a

político de pleito eleitoral para escolher novos representantes.

sociedade está à deriva na postura de apoio a essa questão, principalmente pelo desgaste do poder público. E para conter o processo de privatização, que se intenciona implantar com tal MP, seria necessária uma regulação de ordem federal, uma reestruturação total do setor, com empresas estaduais bem estruturadas, com planos completos dos estados e municípios, além de participação social.

Após as explanações, o debate foi aberto ao público, que junto à mesa de trabalhos, concordaram com as seguintes propostas:

O assessor do Dieese, Victor Pagani, apontou a crise econômica do sistema capitalista, em nível mundial, como pano de fundo

1 - A extinção da Medida Provisória no formato apresentado,

para que os governos criem meios de avançar sobre os orçamen-

que ela se transforme num Projeto de Lei, que permita

tos dos serviços públicos, assim fragilizando os controles estatais,

as discussões com todos os entes da sociedade, permita

o que tem gerado em vários países o aumento de desemprego e

negociações, recursos e extensão de tempo, para

diminuição de qualidade de vida. No caso de serviços de sanea-

implantação com os ajustes que forem definidos por

mento, especificou: “água não pode ser considerada mercadoria,

consenso;

com oferta e preço em concorrência no mercado”.

2 - Que as maiores concessionárias do País (Sabesp/ SP, Sanepar/

O deputado João Papa atentou para um cenário desfavorável

PR, Copasa/ MG e Embasa/BA) se mobilizem no auxílio

ao saneamento no Brasil, com baixa representatividade nas es-

às demais, principalmente na estruturação de Planos de

feras executiva e legislativa. “Temos no País poucas concessioná-

Saneamento e negociem com os governos dos seus estados;

rias que funcionam adequadamente. A grande maioria tem um desempenho sofrível, em razão da não priorização dos recursos públicos na área de saneamento. Os municípios não têm acesso a financiamentos e à capacitação técnica. Por isso o governo enxerga a oportunidade de inserir a privatização”. O parlamentar ainda defendeu a criação de um Ministério do Saneamento e uma legislação federal para a questão tarifária. Lembrou ainda que São Paulo, por ter uma concessionária como a Sabesp, cuja capacida-

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3 - Que o mote principal de uma campanha de conscientização coloque o saneamento como elemento de base para o desenvolvimento da saúde; 4 - Que haja conscientização da sociedade, através de participação nas decisões pela representatividade na esfera das discussões.

Brasil foi sede do maior Fórum Mundial da Água

N

unca se falou tanto em água em território brasileiro e provavelmente no mundo, como na semana de 17 a 23 de março de 2018, quando nosso País sediou o 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília - DF, apontada como a maior edição da história desse

evento. As edições anteriores foram realizadas em Marrakesh, no Marrocos (1997); Haia, Holanda (2000); Quioto, Shiga e Osaka, Japão (2003); Cidade do México, México (2006); Istambul, Turquia (2009); Marselha, França (2012); e Daegu e Gyeongbuk, Coreia do Sul (2015).

De acordo com a assessoria da World Water Forum, durante a semana do evento, houve quase 16 mil menções na imprensa escrita e uma ampla cobertura de rádios e TVs, levando o assunto água para a casa das pessoas.

E após os sete dias de sua realização, o Fórum havia computado a presença de mais de 120 mil pessoas vindas de 172 países diferentes. Desse contingente - equivalente à população de uma cidade brasileira de porte médio - 109,6 mil visitaram

Fotos: Jorge Cardoso/ Sérgio Dutti (disponibilizadas no Portal do World Water Forum)

a Vila Cidadã e a Feira, onde a AESabesp foi expositora. Já no Congresso do Fórum foram inscritos 10,6 mil participantes, que frequentaram mais de 300 apresentações no Centro de Convenções Ulysses Guimarães

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MATÉRIA TEMA

A cerimônia de abertura contou com a presença de 12 chefes de Estado, governo e a participação de representantes de importantes organismo ou organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas e suas agências, União Europeia, Banco Mundial, BID, CPLP, OCDE, entre outros.

Nessa 8ª edição do Fórum Mundial da Água também se destacou a participação do Poder Judiciário, instância a que cabe a decisão final sobre disputas envolvendo os recursos hídricos. A Conferência de Juízes e Promotores teve a presença de 83 juízes, promotores e especialistas de 57 países e emitiu como documento final a “Carta de Brasília”, registro de alcance global, redigido em inglês, que concentra as discussões e opiniões dos participantes das discussões do Fórum e a Conferência de Juízes e Promotores Públicos sobre Justiça da Água.

enfrentar os desafios relacionados ao

O Instituto Global do Ministério Público, que reúne membros

acesso à água e ao saneamento. Tam-

de ministérios públicos de diversas nações do mundo em torno de

bém tiveram registros oficiais de pre-

temas ligados à proteção dos recursos naturais, também elaborou

feitos para ações regionais, com vistas

a “Declaração do Ministério Público sobre o Direito à Água”, que

à adoção de uma visão compartilhada

foi assinada por nove países, cujo conteúdo original está destaca-

para um futuro, no qual todas as pessoas

do no final desta matéria.

terão acesso à água e saneamento, para que

Ainda no âmbito das formalizações documentadas, 134 parlamentares de 20 nações produziram um “Manifesto dos Parlamentares”, em que reconhecem a importância do esforço dos mesmos para se garantir segurança hídrica, universalização do acesso à água potável, eliminação das desigualdades e promoção do desenvolvimento sustentável. Da mesma forma, na Conferência de Ministros, que contou com 56 ministros e 14 vice-ministros de 56 países, foi aprovada a declaração de ações prioritárias para

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a água seja usada e gerida de forma a assegurar um ambiente saudável e sustentável para as gerações futuras.

Os debates do Processo Temático contaram com 95 sessões, coordenadas por 430 organizações.

Foram discutidos objetivos para serem levados para a próxima edição do Fórum, a ser realizada no Senegal em 2021, e metas

Outro legado interessante desse Fórum, no Bra-

até 2030 envolvendo os temas Clima, Pessoas, Desenvolvimento

sil, foi a elaboração do documento intitulado “10

Urbano, Ecossistemas, Finanças, Compartilhamento, Capacitação

Princípios”, que passam a fazer parte de todos os

e Governança. Foram destacados, entre outros aspectos, a água

debates relacionados às edições do Fórum Cida-

como um direito humano para a vida, a necessidade de inves-

dão, a partir da edição brasileira. São eles:

timentos em tecnologia e em segurança hídrica, bem como as ações de adaptação tendo em vista as mudanças do clima, uso da

PRINCÍPIO 1: Água é um bem comunitário e um

água na agricultura e o consumo de energia.

direito de todos os seres e é essencial para a garantia da vida em todas as suas formas.

PRINCÍPIO 2: A gestão da água deve ser comprometida com a erradicação das doenças hídricas, dos conflitos e da pobreza, prevalecendo a supremacia para a vida das pessoas e da natureza sobre quaisquer outros interesses desenvolvimentistas.

PRINCÍPIO 3: A água deve ser assegurada em qualidade e quantidade por meio de gestão compartilhada.

PRINCÍPIO 4: A tomada de decisão na gestão da água deve se basear no paradigma ecossistêmico e na gestão preventiva de desastres e de poluição.

PRINCÍPIO 5: A efetiva participação da sociedade na gestão das águas depende do acesso à informação, à educação de qualidade e poder nos espaços de decisão e devem incluir então a criação de ambientes facilitadores que a estimulem.

PRINCÍPIO 6: Os países devem fortalecer e garantir uma efetiva participação e o controle social na gestão das águas, desenvolvendo mecanismos, procedimentos e políticas com inclusão das comunidades tradicionais.

PRINCÍPIO 7: A governança da água deve ser cooperativa, transparente e integrar a gestão das águas subterrâneas e superficiais nas bacias hidrográficas.

PRINCÍPIO 8: A gestão compartilhada da água deve ser fortalecida com a realização de articulação constante na relação entre os setores público, privado e a sociedade civil.

PRINCÍPIO 9: A cultura da água deve ser preservada por todos e deve se harmonizar com a economia a partir dos diferentes contextos socioambientais.

PRINCÍPIO 10: Como semente para o futuro, a gestão da água em todos os seus aspectos deve considerar as mulheres e os jovens em toda sua plenitude

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MATÉRIA TEMA

A Exposição e a Feira do 8º Fórum Mundial da Água Além do envolvimento de agentes da esfera pública, o setor privado também marcou expressiva atuação no 8º Forum Mundial da Água, documentando inclusive um “Compromisso Empresarial Brasileiro para a Segurança Hídrica”, focado nas boas práticas no desenvolvimento socioeconômico do país, com a ampliação de ações sustentáveis nos processos produtivos.

A Exposição e a Feira do evento contaram com 87 expositores que representaram diferentes setores sociais: pavilhões nacionais, empresas públicas e privadas, organizações e associações da sociedade civil.

A AESabesp esteve com estande na Feira do evento, na localização F18B, para propagar o seu Encontro Técnico - Fenasan 2018, bem como divulgar a sua carteira de projetos e benefícios oferecidos pela entidade. E já trouxe expressivos resultados, como comercialização de cota de patrocínio ao livro de 30 anos e de novos estandes na Fenasan 2018, como o do grupo internacional Aperam S.A., com bases em Amsterdam, Bruxelas, Paris, Madri e Luxemburgo. A delegação de profissionais técnicos da entidade foi formada pelo presidente Olavo Sachs, Jiro Hiroi , João Augusto Poeta e Walter Orsatti.

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O sucesso da Vila Cidadã Um espaço para educar, conscientizar e divertir foi acoplado ao Fórum, com o nome de Vila Cidadã, com um sucesso absoluto de público, atingindo a marca de 100 mil visitantes. O cenário ofereceu uma ampla agenda de ações para escolares de todo o Distrito Federal, além de crianças, jovens e famílias de todo o Brasil, que se encantaram com as atividades interativas, as experiências de realidade virtual, oficinas e filmes.

A Vila Cidadã também foi palco de importantes debates sobre crise hídrica, saneamento e gestão participativa de águas, e abriu sua arena para a participação de grupos de jovens, mulheres, indígenas, organizações não governamentais e comunidades rurais. O alto engajamento dos participantes e visitantes realmente fez da cidade de Brasília a capital mundial da água no mês de março.

Comemorações no encerramento

Eu tenho a convicção de que ninguém será o mesmo depois de ter participado do 8º Fórum Mundial da Água”, declarou.

O presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga,

A cerimônia de encerramento do 8º Fórum mundial da Água, re-

destacou que o Fórum atingiu plenamente o seu objetivo: “tive-

alizada em 23 de março, no Centro de Convenções Ulysses Gui-

mos não só um número muito grande de pessoas participando,

marães, foi marcada pela comemoração e pelo sucesso da edição

como uma qualidade de trabalhos fantástica”, revelou. Na opor-

brasileira do evento. Na ocasião, foi feita a passagem da bandeira

tunidade, Braga anunciou que a “Carta de Brasília” documento

do Fórum Mundial da Água para a comitiva do Senegal, onde

resultante da Conferência de Juízes, seria levada ao Papa Francis-

será a edição de 2021. Sendo assim, daqui a três anos, o Fórum

co, que demonstra muito interesse no assunto.

Mundial da Água voltará ao continente africano, no qual teve sua origem, no Marrocos, em 1997.

O 8º Fórum Mundial da Água também ajudou a movimentar a economia local, gerando, de acordo com a organização, cerca de

Na cerimônia, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rol-

2500 empregos diretos e outros 5500 indiretos. O evento foi or-

lemberg, agradeceu ao Conselho Mundial da Água pela confiança

ganizado, no Brasil, pelo Conselho Mundial da Água (WWC), pelo

depositada na cidade de Brasília para a realização da oitava edição

Ministério do Meio Ambiente (MMA), representado pela Agência

do Fórum Mundial da Água e a todos os envolvidos na realização

Nacional de Águas (ANA), e pelo Governo do Distrito Federal, re-

do evento. “Aqui cientistas, autoridades, sociedade civil, de forma

presentado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Sanea-

franca, fraterna e aberta, compartilharam experiências e visões.

mento Básico do Distrito Federal (Adasa).

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MATÉRIA TEMA

Declaração do Ministério Público sobre o Direito à Água (10 princípios da Declaração) 8° Fórum Mundial da Água Brasília (Brasil) 21 de Março de 2018 Nós, os membros do Ministério Público ou instituições correspondentes que zelam pela justiça da Água, investigam os crimes e os ilícitos buscando a responsabilização dos infratores, praticam ações para a prevenção das más condutas e a busca da completa reparação dos danos praticados, participam dos debates em todas as esferas buscando as melhores e mais eficazes ações dos diversos atores públicos e privados, a construção de normas adequadas e condizentes com o objetivo de assegurar a correta utilização, gestão e proteção da Água, o acesso equitativo e justo e o controle do impacto das atividades humanas no meio ambiente, Considerando que a escassez de Água doce é um problema do tempo presente, no campo e nas cidades, com trajetória de agravamento para o futuro, sendo que, no planeta Terra, 884 milhões de pessoas encontram-se privadas de água potável, cerca de 2,6 bilhões (40% da população mundial) não usufruem de saneamento básico e 10 milhões de pessoas – das quais 1,5 milhão de crianças de até cinco anos – morrem, por ano, em decorrência de problemas com a Água, Certos de que a Água não limpa e as más condições de saneamento constituem a segunda maior causa de mortalidade infantil do mundo, e que 443 milhões de dias de aulas são perdidos todos os anos devido a doenças relacionadas com a Água (PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano 2006.

A água para lá da escassez: Poder, pobreza e a crise mundial da água. 2006), Vislumbrando que os efeitos do aquecimento global – reconhecidos pela Ciência e agravados pelo incremento da emissão de gases do efeito estufa – têm acelerado a diminuição da oferta da Água, com severa escassez em inúmeras regiões do mundo e consequente ocorrência de graves danos à vida e à saúde dos seres humanos, suas relações e ambientes, rurais e urbanos, bem como à fauna e à flora, trazendo, ainda, prejuízos diretos à economia, à agricultura, ao desenvolvimento social e ao ordenamento dos territórios, Afirmando que desenvolver mecanismos de proteção do Direito Humano à Água e ao Saneamento constitui imperativo legal e moral tanto para os Governos Nacionais quanto para a Comunidade Internacional, Asseverando que o Direito Humano à Água e ao saneamento é condição necessária para a promoção de outros Direitos Humanos individuais, sociais e culturais, e um pressuposto necessário para o respeito da dignidade das pessoas, do direito de se ter um nível de vida adequado e da garantia de acesso ao grau de saúde mais elevado possível, Ressaltando que a concretização do Direito Humano à Água e ao saneamento passa por seu fornecimento e disponibilidade de maneira contínua, suficiente, segura, com qualidade aceitável, utilização de instalações fisicamente acessíveis e preços razoáveis para todos, com regras e mecanismos para a integral inclusão dos mais pobres, Reconhecendo a necessidade de que as comunidades e grupos vulneráveis sejam capacitados para participarem dos processos decisórios sobre o uso da Água mediante uma visão transdisciplinar, aberta e inclusiva, capaz de valorizar o conhecimento das populações tradicionais e povos indígenas, Reforçando que a qualidade de vida na Terra depende da preservação e da regeneração dos ecossistemas aquáticos marinhos, costeiros e continentais, águas superficiais e subterrânea com a necessidade de uma atenção especial para os Oceanos – que detêm 97% da água do planeta, uma biodiversidade rica e ainda não totalmente conhecida –, constituindo fonte de alimentação para milhões de pessoas,

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Ressaltando a necessidade de preservação das florestas, que desempenham papel primordial na produção da Água e na manutenção dos serviços ecológicos e de manutenção do correto ciclo hidrológico, Percebendo a necessidade de modernização da governança da Água, com investimento em novas tecnologias e melhoria das atuais infraestruturas, bem como a promoção de ações de gestão que corrijam as atuais estruturas monopolísticas e as falhas de mercado, Notando que o correto equacionamento dos desafios atuais e futuros demanda o fortalecimento das políticas públicas, com o estabelecimento de objetivos mensuráveis e calendário previamente definido, baseadas numa transparente divisão de competências entre todas as autoridades responsáveis, que devem sujeitar-se a monitoramento, mensuração e avaliações periódicas, Reafirmando os valores e princípios consagrados na Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano (1972), a Carta Mundial da Natureza (1982), a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e o Capítulo 18 da Agenda 21 (1992), o Protocolo de Londres (WHO) (1999) a Carta da Terra (2002), os Princípios de Joanesburgo sobre o Papel do Direito e Desenvolvimento Sustentável adotados no Simpósio dos Juizados Globais (2002), o documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável “O futuro que queremos” (2012), a Declaração Rio + 20 sobre Justiça, Governança e Direito para a Sustentabilidade Ambiental (2012), o Projeto de Pacto Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (2015), os Princípios da OCDE sobre Governança da Água (2015), os Princípios de Oslo sobre as Obrigações Globais para as Alterações Climáticas (2015), o Projeto de Pacto Internacional sobre o Direito Humano ao Meio Ambiente (2016) e a Declaração Mundial da UICN sobre o Estado de Direito Ambiental (2016), Considerando o Plano de Ação da Conferência da ONU sobre a água, Mar da Prata (Março de 1977), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Dezembro de 1979), a Convenção sobre os Direitos da Criança (Novembro de 1989), a Conferência de Dublin sobre a Água e o Desenvolvimento sustentável (Janeiro de 1992), a Convenção de Helsinque para a proteção e utilização dos cursos de água transfronteiriços e dos lagos internacionais (Convenção da Água Edições de 1966 e 1992), a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento (Junho de 1992), o Programa de Ação da Conferência Internacional da ONU sobre População e Desenvolvimento (Setembro de 1994), a Convenção sobre a utilização dos cursos de Águas Internacionais para fins diversos dos da navegação (1997), a Resolução da Assembleia Geral da ONU A/RES/54/175: “O Direito ao Desenvolvimento” (Dezembro de 1999), a Declaração política da Conferência mundial sobre Desenvolvimento sustentável (Setembro de 2002), o Comentário Geral n° 15 sobre o Pacto Internacional de 1966 sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Novembro de 2002), a Conferência do Clima em Berlim (Setembro de 2004), o Projeto de Diretrizes para a concretização do Direito a Água potável e Saneamento do Conselho Econômico e Social da ONU (Julho de 2005), a Decisão 2/104 do Conselho dos Direitos Humanos (Novembro de 2006), a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Dezembro de 2006) e a Resolução da Assembleia Geral da ONU A/RES/64/292 (Julho de 2010), Congratulando-se com a criação do Instituto Global do Ministério Público

para o Ambiente e o seu papel no apoio ao cumprimento das normas ambientais, em especial as que protegem o Direito Humano à Água, I - ACORDAMOS em Dez princípios fundamentais, como guia para a atuação dos Membros do Ministério Público: Princípio 1 – Água como Direito Humano O Direito Humano à Água e ao saneamento deve ser reconhecido e aplicado em sua máxima efetividade por todas as esferas públicas e privadas de Poder, sendo, inclusive, condição necessária para a promoção de outros Direitos Humanos individuais, sociais e culturais, e um pressuposto lógico para o respeito da dignidade das pessoas.

Princípio 2 – Água e o cumprimento da função ecológica das propriedades A correta utilização da terra tem interferência direta e determinante em todo o ciclo hidrológico, sendo obrigação dos atores públicos e privados a preservação das florestas e o estrito cumprimento das normas socioambientais que regulam o uso e a fruição das propriedades.

Princípio 3 – Água e os Direitos dos Povos Indígenas e das Populações Tradicionais Os direitos, costumes e relacionamentos dos Povos Indígenas e das Populações Tradicionais com os recursos hídricos são fundamentais para a preservação da qualidade da Água, devendo os entes públicos e privados respeitá-los e protegê-los com o fortalecimento dos instrumentos existentes, entre eles a exigência de consentimento livre, prévio e informado.

Princípio 4 – Água e inclusão social A disponibilidade da Água deve ser contínua, suficiente, segura, com qualidade aceitável, utilização de instalações físicas acessíveis e preços razoáveis para todos, com regras e mecanismos para a integral inclusão dos mais pobres, devendo as autoridades públicas promover a capacitação das comunidades e grupos vulneráveis para sua participação ativa nos processos decisórios.

Princípio 5 – Água e Governança A melhoria da governança da água, promovendo o acesso público e transparente às informações, bem como intensificando parcerias e trabalhos e rede de cooperação com os setores público, privado, sociedade civil organizada e comunidade em geral com foco na bacia hidrográfica, observando o princípio da participação social na tomada de decisão e fomentando o desenvolvimento harmônico e sustentável.

Deve-se aprimorar as formas de mensuração e valorização da atuação transdisciplinar, intersetorial e resolutiva.

Princípio 6 – Água, Prevenção e Precaução Os atores públicos e privados devem utilizar todos os instrumentos necessários para a efetiva gestão de risco, e prevenção de qualquer dano aos recursos hídricos, na medida em que a reparação – embora também necessária e importante – é insuficiente, devendo todos, nos casos de incerteza, optar pelas medidas que melhor protejam a Água dentro das evidências científicas disponíveis.

Princípio 7 – In Dubio Pro Água Em consonância com o princípio In Dubio Pro Natura, a incerteza sobre fatos, provas ou interpretação da norma deve ocasionar a solução da controvérsia que mais proteja e garanta a conservação dos recursos hídricos e ecossistemas relacionados.

Princípio 8 – Água, Poluidor-Pagador e Usuário-Pagador Na mensuração do impacto da atividade humana nos recursos hídricos e ecossistemas, devem ser considerados os seguintes conceitos: Poluidor-Pagador – aqueles que causam a poluição da água e a degradação no ecossistema devem suportar todos os custos que abrangem, de forma independente, a indenização integral pelos

danos causados, a compensação pelos prejuízos gerados e ganhos eventualmente auferidos com a prática ilícita, e o pagamento do dano moral coletivo pela lesão causada à coletividade.

Usuário-Pagador – os usuários dos recursos hídricos devem pagar taxas considerando o ciclo completo de geração da água e a proporcionalidade do benefício gerado pelo uso desse bem escasso e de natureza coletiva, ressalvando-se a necessidade de mecanismos de inclusão integral dos mais pobres.

Princípio 9 – Água e Integração Ambiental A gestão pública e privada da água e a atuação do Ministério Público devem dar-se a partir da análise completa e transversal de múltiplos setores e lugares, devendo haver a organização por bacias hidrográficas como ponto de partida para as diversas interações, evitando-se a busca de soluções individuais e atomizadas.

Princípio 10 – Água e acesso à Justiça Deve o Ministério Público zelar pela efetiva participação das pessoas no âmbito dos seus processos decisórios, mediante a transparência, a divulgação das ações, a promoção de audiências públicas, reuniões e demais instrumentos que permitam o pleno acesso aos procedimentos em curso, inclusive quando conduzidos por outras autoridades, bem como pela prioridade e celeridade no andamento dos processos judiciais que envolvam discussões sobre Água.

II – RECONHECEMOS a importância de assegurar que o Direito Humano à Água e o Direito Ambiental ocupem um lugar proeminente nas legislações domésticas, nos currículos acadêmicos, estudos jurídicos e treinamento em todos os níveis, em particular entre Membros do Ministério Público, juízes e outros envolvidos no processo judicial.

III – ASSEVERAMOS que existe uma necessidade de atuação prioritária e de fortalecimento da capacidade dos Membros do Ministério Público, além de juízes, advogados e todas as pessoas que desempenham um papel crítico nos níveis internacional, regional, nacional e subnacional no processo de desenvolvimento, implementação e execução das leis que protegem a Água e o meio ambiente, destacadamente mediante a atuação extrajudicial e o processo judicial.

IV – ENCORAJAMOS a colaboração entre os membros do Ministério Público, do Poder Judiciário e outros envolvidos no processo judicial e entre jurisdições, como essencial para uma melhoria significativa no cumprimento e na execução da lei da Água e do direito ambiental.

V – RECONHECEMOS a necessidade de leis domésticas que fortaleçam o sistema de proteção do Direito Humano à Água, para conservar e usar de maneira sustentável os recursos hídricos e ecossistemas relacionados, com base nas mais recentes pesquisas científicas, e de não regredir, impedindo ações que tenham como efeito diminuir a proteção legal dos recursos hídricos e dos ecossistemas relacionados.

Esta Declaração foi apresentada no Subprocesso de Juízes e Procuradores do Processo Político para o 8º Fórum Mundial da Água em Brasília (Brasil) de 18 a 23 de março de 2018 e reflete e encapsula as discussões sobre os pontos de vista de participantes da Reuniões Preparatórias de Alto Nível ocorridas no Rio de Janeiro (Brasil), em 8 de dezembro de 2017, e do Subprocesso de Juízes e Procuradores, de 19 a 21 de março de 2018. Não representa um resultado negociado formalmente e não reflete necessariamente os pontos de vista de qualquer indivíduo, instituição, Estado ou país representado no Fórum, ou suas posições institucionais em todas as questões, e nem necessariamente as opiniões de qualquer membro do Ministério Público ou do Instituto Global do Ministério Público para o Ambiente e do Comitê Diretor do WCEL.

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PONTO DE VISTA

Legado do Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília, é excelente Por André Trigueiro

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O que fazer a partir disso no futuro é o grande desafio

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N

ão se mede o resultado de um evento pelo seu tama-

fórum gerou novas disposições para enfrentar velhos problemas.

nho ou custo, mas pela capacidade de gerar reflexão

Os exemplos de Israel, Austrália e Cingapura foram inspirado-

e atitude, transformando informação em nutriente

res. A gravíssima crise da Cidade do Cabo — primeira metrópole

para a mudança. Foi o que aconteceu na maior edi-

dos tempos modernos a enfrentar o risco real de deixar sem água

ção da história do Fórum Mundial da Água, que reuniu mais de

4 milhões de pessoas — serve de

100 mil pessoas em Brasília.

alerta para os incautos. Grandes em-

Em pleno racionamento de água, o governo do Distrito Federal

presas como Coca-Cola e Nestlé (que

foi obrigado a admitir que, além da falta de chuva, houve desleixo

utilizam gigantescas quantidades de

na proteção das nascentes e mananciais e na contenção das inva-

água em seus processos e entendem

sões que ocuparam as margens dos reservatórios, algo recorrente

esse bem público como um produto)

em outras partes do país.

parecem hoje mais preocupadas em

O IBGE divulgou no fórum o mais completo estudo já feito sobre a importância da água para o PIB.

se livrar da mira de ONGs e personalidades influentes que denunciam o

Maior demandante dentre os setores, a agropecuária foi apon-

risco dos seus negócios ameaçarem

tada como o menos eficiente no uso do recurso, gerando R$ 11 a

o abastecimento de comunidades

cada mil litros consumidos (na média, para cada mil litros consu-

inteiras.Em resumo: o país campeão

midos pela economia nacional, o retorno é de R$ 169).

de água doce parece ter percebido o

Sem priorizar o uso sustentável de água nas lavouras, a Confe-

ridículo que é ostentar a abundância

deração da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou no even-

(concentrada na região Norte, onde

to a Comissão Nacional de Irrigação, com o objetivo de dobrar a

reside apenas 8% da população)

área irrigada num futuro próximo. O problema é que não haverá

quando os cenários de escassez por

futuro se as técnicas de irrigação prevalentes (pivô central, asper-

omissão, leniência e imperícia se avi-

sores, inundação) não forem modernizadas, ajustando a oferta à

zinham perigosamente. O legado do

demanda de cada planta.

fórum é excelente. O que realizar a

Num país onde as águas são castigadas pelos resíduos de fertilizantes e agrotóxicos, pelos esgotos sem tratamento de quase 100 milhões de pessoas, pelos metais pesados despejados por garimpeiros ilegais, entre outros impactos, o senso de urgência trazido pelo

partir disso é o grande desafio.

Fonte: artigo extraído do site da AESBE (Associação Brasileira de Empresas Estaduais de Saneamento), com citação à Folha de SP.

AS ÁGUAS TAMBÉM SÃO CASTIGADAS POR:

Esgotos sem tratamento de quase 100 milhões de pessoas

Metais pesados despejados por garimpeiros ilegais

Resíduos de fertilizantes e agrotóxicos

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SANEAS

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VISÃO DE FUTURO

Por Anelise Briganó Luzio, Sérgio Antonio da Silva, Suely Matsuguma e Mara Ramos

Anelise Briganó Luzio Geógrafa, Gerente da Divisão de Gestão e Desenvolvimento Operacional de Recursos Hídricos Metropolitanos da Sabesp. Especialista em Engenharia de Saneamento Básico (FSP/USP 2001). MBA em Gestão Estratégica Socioambiental em InfraEstrutura (ABDIB/FIA/ USP 2007).

Sérgio Antonio vda Silva Engenheiro Agrônomo, Divisão de Gestão e Desenvolvimento Operacional de Recursos Hídricos Metropolitanos da Sabesp. Especialista em Saúde Pública e Saneamento Ambiental e em Gestão Estratégica em Meio Ambiente (FSP/ USP 1992) com MBA em Gestão Estratégica em Meio Ambiente (IMT 2008).

Suely Matsuguma Engenheira Civil, Divisão de Gestão e Desenvolvimento Operacional de Recursos Hídricos Metropolitanos da Sabesp. Especialista em Engenharia de Controle da Poluição Ambiental (FSP/USP) com MBA em Administração (Instituto Mauá).

Mara Ramos Engenheira Civil, Gerente do Departamento de Recursos Hídricos Metropolitanos da Sabesp. Especialista em Gestão Ambiental (FSP/ USP 2002). Mestre em Gestão de Recursos Hídricos (UNESCO/UHE 2005).

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SANEAS

Programa cinturão verde dos mananciais metropolitanos: um cinturão verde para proteger, preservar e cuidar dos preciosos recursos hídricos Essa prática foi a grande vencedora entre as experiências que se destacaram nas Américas, sendo premiada no 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília - DF

A

ssegurar a disponibilidade e gestão

as de sua propriedade em Unidades de Conservação

sustentável da água e saneamento

(UCs). Essas áreas protegem os Mananciais: Sistema

para todos é um dos Objetivos de

Rio Claro, Sistema Alto Cotia, Sistema Cantareira e

Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Fazenda Capivari do Sistema Guarapiranga. Grande

da Organização das Nações Unidas (ONU) e uma

parte dessas áreas é tomada pela vegetação nativa e

das prioridades da Sabesp, incluída em sua Política

abriga uma enorme diversidade de espécies de flora e

Ambiental e nas ações estabelecidas no seu Plane-

fauna, muitas delas ameaçadas de extinção.

jamento Estratégico. Neste contexto está inserida

Se preservados, o entorno dos mananciais são re-

a ação de restauração florestal no entorno dos Ma-

dutos da biodiversidade, conectam fragmentos de flo-

nanciais Urbanos: o Programa Cinturão Verde dos

restas, um oásis para o cinza da metrópole e, muitas

Mananciais Metropolitanos.

vezes, o último bastião de resistência para a pressão

Com diretriz de atuação sustentável e multidisci-

da ocupação urbana. Juntas essas áreas da Sabesp

plinar, visando a qualidade da água e no sentido de

cobertas vegetalmente representam 1,4% de todo

seguir e atender tendências globais para gestão dos

o remanscente da Mata Atlântica do Estado de São

recursos hídricos por meio de Soluções Baseadas na

Paulo. A prática de conservação representa um valor

Natureza – NBS, o Programa Cinturão Verde estrutura

ecossistêmico difícil de mensurar, com benefícios para

e fortalece as ações de proteção aos recursos hídricos,

as atuais e futuras gerações.

de forma sustentável e persistente. A Sabesp acredita

Desde a década de 1990 a Sabesp já plantou mais

que a participação e contribuição da sociedade, apoio

de 1,6 milhão de mudas de espécies nativas no en-

de instituições, órgãos ambientais e governamentais,

torno de suas represas com recursos próprios e por

universidades, institutos de pesquisa, entre outros,

meio de estabelecimento de parcerias. Só no Sistema

são fundamentais para subsidiar estratégias e ações

Cantareira, a cobertura vegetal passou de 61% para

de conservação dos mananciais e da Mata Atlântica,

75% em 30 anos. A meta da Diretoria Metropolitana

bioma no qual os recursos hídricos que abastecem a

é plantar mais de 350.000 mudas até 2020 em áreas

RMSP estão inseridos.

de sua propriedade, elevando o indicador para 78%.

A Sabesp conserva mais de 44 mil ha ou mais de

Os plantios estão sendo alavancados pelo aprimo-

35 mil ha, desconsiderando o espelho d´água de áre-

ramento com a adoção de procedimentos técnicos e

Abril a Julho de 2018

SISTEMA CANTAREIRA

RECURSOS HÍDRICOS PROTEGIDOS

Dentro de: APA Cantareira e Parques Estaduais Itapetinga, Itaberaba, Juqueri e Cantareira Represas: Jaguari, Jacarei, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras Área (incluindo mananciais): 17,17 mil hectares Índice de cobertura vegetal (2017): 75%

Inseridas no bioma da Mata Atlântica, as quatro propriedades da Sabesp destacadas aqui refletem a essência ambiental da companhia

SISTEMA RIO CLARO Dentro de: Parque Estadual da Serra do Mar Represa: Ribeirão do Campo Área (incluindo mananciais): 16 mil hectares Índice de cobertura vegetal (2017): 100%

SISTEMA ALTO COTIA Dentro de: Reserva florestal Morro Grande Represas: Pedro Beicht e Cachoeira da Graça Área (incluindo mananciais): 11,1 mil hectares Índice de cobertura vegetal (2017): 100%

SISTEMA GUARAPIRANGA/ FAZENDA CAPIVARI

TOTAL DE ÁREA DA SABESP

Dentro de: APA Capivari-Monos Represas: Capivari Área (incluindo mananciais): 262 hectares Índice de cobertura vegetal (2017): 100%

44,53 MIL HECTARES Figura 1 – Áreas protegidas em propriedades da Sabesp

operacionais baseados nas melhores práticas; utilização de novas tec-

pações irregulares, impede que lixo, pesticidas e agrotóxicos sejam

nologias; maior integração com a comunidade do entorno dos reser-

arrastados para dentro das represas, reduz o risco de enchentes,

vatórios; ações integradas de gestão de áreas patrimoniais da Sabesp

protege a biodiversidade, contribuindo para garantir a segurança

e mapeamento das áreas disponíveis para plantio que poderão ser ob-

hídrica para mais de 20 milhões de pessoas na RMSP.

jeto de Termos de Cooperação firmados com instituições e empresas.

A mensuração desta ação é percebida no Índice de Qualida-

Além das ações de conservação, preservação e restauração florestal,

de das Águas (IQA) da Companhia Ambiental do Estado de São

a empresa também mantém 2 viveiros de espécies nativas, implanta-

Paulo (Cetesb). Em 2000, para as águas do Sistema Cantareira,

dos na década de 1990 e que já produziram cerca de 1 milhão de mu-

este índice apresentava valor 70, indicando uma boa qualidade da

das de mais de 120 espécies nativas dos biomas Mata Atlântica e Cer-

água, porém durante o período de 2010 a 2017, o índice subiu

rado. E a partir de 2018, a Sabesp inovou com a adoção de um novo

10 pontos e as água do Cantareira apresentaram ótima qualidade.

modelo de gestão para a operação dos viveiros: o estabelecimento de

Conheça mais sobre as iniciativas de preservação ambiental em uma

parceria com a ONG Mata Ciliar, que trará maior agilidade e eficácia

das maiores áreas urbanas do mundo, acessando o relatório digital:

para os projetos de restauração da Companhia bem como para o for-

Muito Além da Água, http://site.sabesp.com.br/site/muitoalemdaagua/

necimento de mudas para outros projetos a serem realizados em parVista do plantio no Sistema Cantareira – Represa Cachoeira, 2017

ceria com Prefeituras

e

outras instituições locais.

Os

bene-

fícios

são

muitos.

Vista do Sistema Rio Claro, no Parque Estadual da Serra do Mar

O

plantio e a manutenção das florestas dificulta ocuAbril a Julho de 2018

SANEAS

23

VISÃO DE FUTURO

O BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento - promoveu a seleção de boas práticas e experiências que se destacaram nas Américas. Dentre as mais de 300 propostas enviadas, em uma primeira etapa o BID selecionou 4 práticas da Sabesp para figurar entre as 20 finalistas, que relatam as experiências exitosas de práticas adotadas pelas equipes da MA frente aos desafios inerentes à gestão dos recursos hídricos metropolitanos. E a prática de “Ações de Restauração Florestal como Prática de Conservação e Preservação de Recursos Hídricos na RMSP”, parte do Programa Cinturão Verde foi consagrada como grande vencedora.

Receber este prêmio é a coroação e o reconhecimento de um trabalho que a Sabesp faz há muitos anos e que está muito alinhado com o que discutimos no Fórum Mundial, sobre as soluções baseadas na natureza”.

(No Fórum Mundial da Água 2018) Mara Ramos Gerente do Departamento de Recursos Hídricos Metropolitanos da Sabesp

O prêmio é uma grande honra. Nós termos nosso trabalho reconhecido dentro de uma premiação na América Latina é extremamente importante. Mostra o trabalho da nossa equipe, mostra que estamos trabalhando no caminho certo e que o reconhecimento acaba vindo. A busca do reconhecimento é consequência do trabalho muito bem feito. Então isso é uma grande honra, enche a equipe de alegria, nos dá muita motivação e nos faz trabalhar cada vez mais adiante”.

(No Fórum Mundial da Água 2018) Marco Antonio L. Barros Superintendente da Unidade de Negócio de Produção de Água da Metropolitana da Sabesp

Uma forma de preservar os Mananciais é fazer a recuperação com Parques, preservação da mata ciliar, e assim evitar que a poluição indireta ou poluição difusa chegue diretamente aos Mananciais. É uma melhoria ao meio ambiente esse processo de reflorestamento e preservação dos Parques. A Sabesp se insere assim nas metas do Milênio da ONU buscando manter a universalização do abastecimento de água, levando água de qualidade para a população, e para isso é fundamental que os Mananciais estejam preservados.

Que cada vez mais a Sabesp atue junto com a sociedade na preservação dos Mananciais.”(Reveillon Hidrológico 2017) Paulo M. Yoshimoto Diretor da Metropolitana da Sabesp

24

SANEAS

Abril a Julho de 2018

ARTIGO TÉCNICO Silene Cristina Baptistelli Engenheira Civil pela Faculdade de Engenharia da Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP. Mestre e Doutora em Engenharia Hidráulica pela Escola Politécnica de São Paulo - POLI/ USP. Colaboradora na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP. Professora do Centro Universitário SENAC no curso de Engenharia Ambiental e Sanitária.

Gladys Fernandes Januario Engenheira Civil pela Escola Politécnica de São Paulo - POLI/USP. Mestre em Engenharia Hidráulica pela Escola Politécnica de São Paulo - POLI/USP. Colaboradora na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SABESP.

Aumento da segurança hídrica para os sistemas de abastecimento público de água na RMSP no pós crise hídrica Resumo

hídrica foi corroborada com os resultados dos estudos

Este trabalho tem o objetivo de apresentar os resul-

de mudanças climáticas. Estes estudos concluíram que

tados dos estudos de disponibilidade hídrica e de

é necessária a elevação da garantia de disponibilida-

mudanças climáticas, elaborados no âmbito do tra-

de hídrica para o patamar mínimo de 98% em toda

balho de Atualização e Revisão do Plano Diretor de

RMSP, visando o aumento da segurança hídrica. Em

Abastecimento de Água da Região Metropolitana de

vista dos diversos episódios de eventos extremos que

São Paulo – RMSP. Estes estudos foram efetuados em

vem ocorrendo no Brasil e no mundo, é imperativo

meio à crise hídrica e apresentam uma mudança de

que os planejadores e tomadores de decisão conside-

paradigma no que tange à garantia de disponibili-

rem como assunto estratégico os impactos das mu-

dade hídrica, e consequente aumento da segurança

danças climáticas sobre os recursos hídricos.

hídrica. Trata-se de uma pesquisa teórica documental onde são apresentados e discutidos estudos que utilizaram ferramentas de modelagem matemática.

Palavras-chave: Segurança hídrica, abastecimento público, crise hídrica, mudanças climáticas.

Fabiana Rorato L. Prado

No estudo de disponibilidade hídrica foram realizadas simulações matemáticas com o Modelo AcquaNet

Introdução

Engenheira Civil pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP. Mestre em Engenharia Hidráulica pela Escola Politécnica da USP, Engenheira na Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo - SABESP.

2013, desenvolvido pelo LabSid – Laboratório de Sis-

Um Plano Diretor de Abastecimento de Água é o

temas de Suporte a Decisões da Escola Politécnica da

principal instrumento de referência de planejamen-

USP. O estudo de mudanças climáticas, desenvolvido

to e gestão da água de abastecimento e tem como

por pesquisadores do CCST/INPE, teve o objetivo de

objetivo compor diretrizes de planejamento para o

avaliar os possíveis impactos das mudanças climáticas

aproveitamento dos Recursos Hídricos sob a forma de

nos regimes de precipitação e vazão, e principalmente

mananciais, bem como para os sistemas de tratamen-

estimar estes impactos nas vazões futuras nos corpos

to, adução e reservação. Para tanto, os estudos que

hídricos de interesse para o abastecimento de água da

compõem o Plano Diretor de Abastecimento de Água

RMSP, utilizando projeções dos cenários de mudanças

devem identificar a necessidade de novos aportes de

climáticas. O modelo climático global utilizado foi o

água e a necessidade de ampliação de estações de

HadGEM2-ES desenvolvido pelo Met Office Hadley

tratamento de água existentes, com avaliação de suas

Centre do Reino Unido. O modelo climático regional

unidades e processos de tratamento e, se for o caso,

utilizado foi o Eta-INPE, que é um modelo atmosféri-

a implantação de novos sistemas produtores. Assim,

Maria Regina Ferraz Campos Engenheira pela Escola de Engenharia de Lins - EEL. Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP, Engenheira na Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo - SABESP.

co regional completo usado pelo CPTEC/INPE, desde

os estudos de disponibilidade hídrica dos mananciais

Dante Ragazzi Pauli

1997, para as previsões do tempo e clima operacio-

atualmente explorados e dos mananciais que se con-

Engenheiro Civil pela Universidade Mackenzie.

Especialista em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Mestre em Saneamento Ambiental pela Universidade Mackenzie. Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e da Faculdade de Engenharia do Mackenzie.

Superintendente de Planejamento Integrado na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP.

nais. O uso de garantia de disponibilidade hídrica de

figuram em alternativas de uso futuro para abasteci-

95%, que representa uma vazão com permanência de

mento de água são importantíssimos na elaboração

95%, era o valor comumente utilizado nos estudos

de Planos Diretores de Abastecimento de Água.

de disponibilidade hídrica, mas em virtude da crise hí-

Neste contexto, no ano de 2014, durante a atua-

drica os estudos foram ampliados para a verificação

lização e revisão do Plano Diretor de Abastecimento

de disponibilidades hídricas com garantias de 95% a

de Água da RMSP, deparou-se com um evento extre-

100%. Esta necessidade de aumento da segurança

mo, uma crise hídrica sem precedentes. Esta situação

hídrica, com aumento da garantia da disponibilidade

desencadeou uma série de novos estudos no intuito

Abril a Julho de 2018

SANEAS

25

ARTIGO TÉCNICO

de avaliar as ações emergências que estavam sendo apresentadas

as definições das ações para o aumento da segurança hídrica para

e implementadas nos mananciais que atendem a população da

a região.

RMSP. A necessidade de aprofundar os estudos de disponibilidades hídricas e de avaliar os possíveis impactos das mudanças cli-

Metodologia utilizada

máticas nos regimes de precipitação e vazão na RMSP, nortearam

Trata-se de uma pesquisa teórica documental onde são apresenta-

os estudos hidrológicos na Revisão e Atualização do Plano Diretor

dos e discutidos trabalhos nos quais foram utilizadas ferramentas

de Abastecimento de Água da RMSP.

de modelagem matemática para os estudos de disponibilidade

No tocante às mudanças climáticas, anteriormente à Revolução

hídrica e para as mudanças climáticas.

Industrial as alterações climáticas podem ser explicadas por causas

No estudo de disponibilidade hídrica foram realizadas simula-

naturais, tais como alterações na energia solar, erupções vulcâni-

ções matemáticas com o Modelo AcquaNet 2013, desenvolvido

cas, e as mudanças naturais nas concentrações dos gases de efeito

pelo LabSid – Laboratório de Sistemas de Suporte a Decisões da

estufa. No entanto, os recentes eventos climáticos podem não ser

Escola Politécnica da USP. Através da representação do sistema

totalmente explicados somente pela ocorrência de causas natu-

real por meio da topologia em rede de fluxo, o LabSid AcquaNet

rais. Através de pesquisas e simulações avançadas, grande parte

simula mensalmente a transferência de água através dos links,

da comunidade científica tem associado às mudanças climáticas

respeitando uma sequência de prioridades. O programa LabSid

ao aumento da temperatura média global, devido ao intensivo

AcquaNet que foi originalmente desenvolvido por John W. Laba-

uso de combustíveis fósseis, intensificando o efeito estufa natural.

die, com a denominação de MODSIM, para a resolução de pro-

De acordo com o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate

blemas de alocação de águas em bacias complexas, utilizando

Change) uma das consequências das mudanças climáticas é a in-

um algoritmo de balanço de massa para simulação e o algoritmo

tensificação dos extremos de precipitação (eventos de cheias e se-

Out-of-Kilter para otimização (ALBANO, 2004).

cas). Extremos climáticos podem gerar significativos impactos so-

O estudo da disponibilidade hídrica dos mananciais foi baseado

bre o regime hidrológico de uma região. Estudar a vulnerabilidade

em geração/atualização de séries mensais de vazões naturais com

e os impactos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos,

o período de cobertura de outubro de 1930 a setembro 2015, ou

tendo como base a unidade da bacia hidrográfica, é certamente

seja, já considerando o período de escassez hídrica na série histórica.

um assunto estratégico, que permite planejar potenciais medidas

O estudo de mudanças climáticas, desenvolvido por pesqui-

de adaptação em associação às ações existentes de gerenciamen-

sadores do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto

to dos recursos hídricos.

Nacional de Pesquisas Espaciais - CCST/INPE teve o objetivo de

Assim, torna-se plenamente justificável a elaboração de estudo

avaliar os possíveis impactos das mudanças climáticas nos regimes

para avaliar os impactos das mudanças climáticas nos regimes de

de precipitação e vazão, e principalmente estimar estes impactos

precipitação e vazão em sub-bacias das principais Unidades de

nas vazões futuras nos corpos hídricos de interesse para o abas-

Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) do estado de São

tecimento de água da RMSP, utilizando projeções dos cenários de

Paulo. Entende-se que os efeitos das mudanças climáticas, como

mudanças climáticas. A análise do impacto das mudanças climá-

as alterações de temperatura e precipitação, se farão sentir direta-

ticas se deu a partir dos cenários de emissões RCP 4.5 (cenário

mente na disponibilidade hídrica dos corpos de água.

mediano que assume algumas ações para conter as emissões) e

Tanto os estudos de disponibilidade hídrica, quanto os de mu-

RCP 8.5 (cenário catastrófico que considera grandes concentra-

danças climáticas, foram efetuados em meio à crise hídrica e

ções atmosféricas de CO2), até o ano de 2100. O modelo cli-

apontaram para uma mudança de paradigma no que tange à ga-

mático global utilizado foi o HadGEM2-ES desenvolvido pelo Met

rantia de disponibilidade hídrica, e consequente ao aumento da

Office Hadley Centre do Reino Unido. O modelo climático regional

segurança hídrica.

utilizado foi o Eta-INPE, que é um modelo atmosférico regional completo usado pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Cli-

OBJETIVOS

máticos - CPTEC/INPE, desde 1997, para as previsões do tempo e

O principal objetivo deste trabalho é apresentar os resultados dos

clima operacionais. O modelo foi adaptado a fim de ser capaz de

estudos efetuados sobre disponibilidade hídrica e mudanças cli-

gerar cenários de mudanças climáticas e foi validado como tal.

máticas, no âmbito do trabalho de Atualização e Revisão do Plano

O INPE tem avaliado os diferentes cenários de mudança do cli-

Diretor de Abastecimento de Água RMSP, e suas conclusões para

ma baseados nos resultados do Quarto e Quinto Relatórios de

26

SANEAS

Abril a Julho de 2018

Avaliação do IPCC e aplicado métodos de downscaling para o

que se conheça, em linhas gerais, o sistema de abastecimento de

Brasil, nos quais são utilizadas projeções de mudanças climáti-

água da RMSP e o retrato do evento de extrema escassez hídrica

cas provenientes de modelos climáticos globais para obtenção de

ocorrido em 2014-2015.

projeções climáticas mais detalhadas, com uma melhor resolução

A RMSP abrange uma área de 7.944 km², subdividida em 39 mu-

espacial. Essas projeções são passíveis de uso em estudos dos im-

nicípios, com uma população total estimada em 19,9 milhões de

pactos da mudança do clima em diversos setores socioeconômi-

habitantes para 2010. Ela representa cerca de 10,4% da população

cos (agrícola, energético, saúde, recursos hídricos etc.). Para esti-

do País e 48% do Estado de São Paulo, distribuída em apenas 2,4%

mar os impactos das mudanças climáticas nas vazões foi utilizado

da área do estado. A produção média de água no ano de 2013 foi

o conceito de elasticidade climática da descarga líquida, ou seja,

de 69 m3/s. Destaca-se a importância fundamental do Sistema Can-

o modelo conceitual da elasticidade da vazão. A elasticidade hi-

tareira no abastecimento da RMSP, pois, em condições normais de

drológica ou sensibilidade de vazão é definida como a razão entre

operação, ele é responsável por 47% da água consumida nos mu-

a mudança proporcional da descarga líquida (vazão) e a mudança

nicípios abastecidos por meio do Sistema Integrado Metropolitano.

O Sistema Integrado Metropolitano - SIM era constituído , em

proporcional na precipitação (variável climática).

Estes estudos se desenvolveram em plena crise hídrica, e a aná-

2017, por nove sistemas produtores de água tratada, interligados

lise dos resultados fez com que fosse imprescindível a ampliação

por um robusto sistema de adução de água tratada, o Sistema Adu-

dos estudos com novas hipóteses e considerações.

tor Metropolitano – SAM. Esses sistemas são operados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP. A

Área de estudo

produção média total dos nove sistemas produtores em operação

Para entender os motivos pelos quais as mudanças climáticas e a

no ano de 2013 foi da ordem de 69 m3/s. A Tabela 1 apresenta as

preocupação com o aumento da segurança hídrica começaram a

vazões de disponibilidade hídrica e capacidades produtivas, com as

ser consideradas no planejamento das ações e investimentos em

características atualizadas do sistema SIM – Sabesp.

recursos hídricos, focados ao abastecimento público, é necessário

Tabela 1: Sistema Integrado Metropolitano – SIM - Disponibilidades Hídricas e Capacidades Produtivas – Características em 2017 - SABESP.

CAPACIDADE NOMINAL (M³/S)

SISTEMA PRODUTOR

DISPONIBILIDADE HÍDRICA – 2015(1) (M³/S)

Cantareira

31,3

33,0

Guarapiranga

14,3(1) / 16,7(2)

16,0

Alto Tietê

15,0

15,0

Rio Grande

5,5

5,5

Rio Claro Alto Cotia Baixo Cotia Ribeirão da Estiva

4,0 1,1 0,8 0,1

4,0 1,2 0,9 0,1

Capivari-Embu Guaçu

(3)

0,13

Total

72,1(1) / 74,5(2)

75,83

OBSERVAÇÕES Disponibilidade Hídrica de acordo com a Outorga de 2004, considerando a represa Paiva Castro.

ETA ampliada de 14 para 16 m³/s em 2014-2015 – 2 módulos de ultrafiltração Mananciais e Sistema Produtor ampliados de 10 para 15 m³/s (PPP) ETA ampliada de 4,5 para 5,5 m³/s: 0,5 m³/s processo convencional e 0,5 m³/s com módulo de ultrafiltração.

Implantado em 2013-2014 na região de Embu Guaçú, com captação em afluente da represa Guarapiranga; integrado ao SIM, via SAM.

(1) Não considera as condições do período da Crise Hídrica, mas a garantia de 95% nas condições do período pré-crise (base 2013); (2) Considerando a autorização para ampliação da transferência do Taquacetuba (4,6 m³/s), em caso de necessidade de priorização do abastecimento na exploração da represa Billings; (3) Disponibilizada Hídrica no contexto da represa Guarapiranga (4) Não considera a Interligação Jaquari-Atibainha e o Sistema Produtor São Lourenço, ambos inaugurados em 2018.

Abril a Julho de 2018

SANEAS

27

ARTIGO TÉCNICO

Crise hídrica 2014/ 2015

cidade instalada para abastecimento da RMSP e aumentar a ga-

A estiagem de 2014 foi um evento excepcional, sem prece-

rantia da segurança hídrica do Sistema Cantareira, em razão do

dentes na longa série histórica de observações. A vazão mé-

período hidrológico 2014/2015, foi construída (inaugurada em

dia afluente aos reservatórios do Sistema Cantareira no ano de

março de 2018) a interligação das represas Jaguari (bacia do Para-

2014 foi a menor da série de 85 anos, como mostra a Figura

íba do Sul) e Atibainha (sistema Cantareira). Essa obra possibilitará

1 (SABESP, 2015). As vazões afluentes ao Cantareira em 2014-

a transferência de 5,13 m³/s para o Sistema Cantareira.

2015 foram bastante inferiores à anterior mínima histórica de lho (mês típico de seca), a média histórica é de 28,8 m3/s, em

Resultados do estudo de disponibilidade hídrica

1954 foi de 17,6 m3/s, e em 2014 de apenas 6,4 m3/s (22%

A avaliação das disponibilidades hídricas dos sistemas produto-

da média histórica). Esta situação levou o manancial ao máximo

res da RMSP foi conduzida, em um primeiro momento, com base

de seu estresse hídrico, incorrendo num aumento do risco sis-

na configuração operacional dos sistemas produtores em 2013,

têmico para o abastecimento de água e demais usos na RMSP.

“cenário atual”. Este foi o ano escolhido para que a avaliação de

1953-54, em todos os 12 meses considerados. No mês de Ju-

diagnóstico não fosse contaminada pela crise hídrica que estava em curso (2014-2015). Para o “carregamento” do modelo hidráulico, as demandas setoriais consideradas (abastecimento e demais usos dos recursos hídricos) foram as de 2013 (com base nas outorgas existentes - DAEE), e as disponibilidades hídricas verificadas/ estabelecidas para a garantia de 95%. Na sequência, face à grave crise hídrica deflagrada em 2014, os estudos foram ampliados, passando-se a considerar os novos aportes de água bruta anunciados para o curtíssimo e curto prazo (2015 a 2017).

Entenda-se que a garantia de 95% representa dizer que a disponibilidade hídrica foi considerada como sendo a vazão com permanência de 95%, e este é o valor comumente utilizado nos estudos de disponibilidade hídrica, até então. Em virtude da crise Figura 1: Vazões anuais afluentes ao Sistema Cantareira (m³/s) – 1930 a 2014.

hídrica que estava em curso, quando esta garantia de 95% supostamente foi superada, os estudos foram ampliados para a verifica-

Neste período, pode-se observar que mesmo mantendo as ca-

ção de disponibilidades hídricas com garantias de 95% a 100%.

pacidades de produção, sob o aspecto de instalações físicas, dois

Esta necessidade de aumento da segurança hídrica, com au-

dos principais sistemas produtores de água tratada que abaste-

mento da garantia da disponibilidade hídrica foi corroborada com

cem a região, os Sistemas Produtores Cantareira e Alto Tietê, fo-

os resultados dos estudos de mudanças climáticas, elaborado em

ram fortemente impactados, reduzindo de forma drástica, suas

paralelo aos estudos de disponibilidade hídrica.

capacidades de disponibilizar água tratada à população.

A seguir são apresentados os resultados de disponibilidade hídri-

Para enfrentar a crise 2014-2015, o Governo do Estado e a Sa-

ca, para o Sistema Cantareira, no cenário que inclui a interligação

besp adotaram uma série de medidas que permitiram a redução

Jaguari–Atibainha, variando-se as garantias de 95 a 100%. A Figura

da dependência do Sistema Cantareira (principal manancial afe-

2 mostra a curva de permanência das vazões fornecidas à ETA Gua-

tado pela estiagem) e o consequente melhor aproveitamento da

raú com 95% de garantia, e a Figura 3 mostra a curva de perma-

reserva disponível nos mananciais dos demais sistemas produtores

nência das vazões fornecidas à ETA Guaraú com 98% de garantia.

de água da RMSP. Tais medidas, como a implementação de bô-

Analisando os resultados é possível observar que, com a inter-

nus, ampliação da capacidade de produção de água, interligação

ligação do reservatório Jaguari-bacia do rio Paraíba do Sul com o

de sistemas produtores por meio de adutoras do Sistema Adutor

reservatório Atibainha-Sistema Cantareira, a ETA Guaraú consegue

Metropolitano - SAM, entre outras, permitiram reduzir a menos

fornecer 35,50 m3/s com 95% de garantia e 34,70 m3/s com 98%

da metade a vazão média mensal retirada do Cantareira.

de garantia. Na Tabela 2, a seguir, são apresentadas as vazões pro-

Com vistas a assegurar o pleno aproveitamento da sua capa-

28

SANEAS

Abril a Julho de 2018

duzidas pela ETA Guaraú para as garantias entre 95% e 100%.

Figura 2 - Curva de permanência das vazões fornecidas à ETA Guaraú com 95% de garantia

Figura 3 - Curva de permanência das vazões fornecidas à ETA Guaraú com 98% de garantia

Tabela 2 - Resultados obtidos da modelagem LabSid - Sistema Cantareira

SISTEMA PRODUTOR Cantareira

2013 + Interligação Jaguari-Atibainha

Vazões disponíveis (m3/s) em função das garantias 95%

96%

97%

98%

99%

100%

35,500

35,330

35,200

34,700

32,110

26,350

Abril a Julho de 2018

SANEAS

29

ARTIGO TÉCNICO

Resultados do estudo de mudanças climáticas

cional de Meteorologia – INMET. As informações sobre as estações

Durante o desenvolvimento dos estudos de disponibilidade hídrica

respondente às vazões naturais em postos da base de dados do

foi conduzido, em paralelo, um estudo sobre mudanças climáticas

Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS. Ambos os dados

que teve por objetivo estimar os impactos relacionados às mudan-

são trabalhados em séries médias anuais de 1960 a 2012.

fluviométricas das bacias foram disponibilizadas pelo LabSid, cor-

ças climáticas, nas vazões futuras nos complexos hídricos de inte-

O modelo climático global utilizado foi o HadGEM2-ES desen-

resse para o abastecimento de água da RMSP, utilizando projeções

volvido pelo Met Office Hadley Centre do Reino Unido. O modelo

dos cenários de mudanças climáticas. Para esta avaliação foram

climático regional utilizado foi o Eta-INPE, que é um modelo at-

utilizados modelos climáticos, global e regional, além de modelos

mosférico regional completo usado pelo INPE/CPTEC, desde 1997,

hidrológicos de simulação. O estudo desenvolvido por pesquisado-

para as previsões do tempo e clima operacionais. O modelo foi

res do CCST/INPE e a análise do impacto das mudanças climáticas

adaptado a fim de ser capaz de gerar cenários de mudanças cli-

se deu a partir dos cenários de emissões RCP 4.5 (cenário mediano

máticas e foi validado como tal. O INPE tem avaliado os diferentes

que assume algumas ações para conter as emissões) e RCP 8.5

cenários de mudança do clima baseados nos resultados do Quarto

(cenário catastrófico que considera grandes concentrações atmos-

e Quinto Relatórios de Avaliação do IPCC e aplicado métodos de

féricas de dióxido de carbono, CO2), até o ano de 2100.

downscaling para o Brasil, nos quais são utilizadas projeções de

A área de interesse do trabalho abrangeu 16 áreas de estu-

mudanças climáticas provenientes de modelos climáticos globais

dos (sub-bacias) distribuídas em sete das principais Unidades de

para obtenção de projeções climáticas mais detalhadas, com uma

Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) do estado de São

melhor resolução espacial. Essas projeções são passíveis de uso em

Paulo, como apresentado na Figura 4.

estudos dos impactos da mudança do clima em diversos setores socioeconômicos (agrícola, energético, saúde, recursos hídricos etc.).

Os dados de precipitação foram obtidos da base de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE e do Instituto Na-

Represa de Ibitinga/ Rio Tietê

Represa Bom Retiro

Usina A.S. Lima Represa de Bariri ou Alvaro S. lima/ Rio Tietê

Represa do Lobo

Represa Jacaré Pepira Barragem Hidrelétrica de Barra Bonita Represa de Paramirim

Represa do Funil

Represa do Tatu Usina Hidrelétrica de Salto Grande Represa de Salto Grande 10

Represa de Barra Bonita

Usina Hidrelétrica de Jaguari

15

Barragem Hidrelétrica de Jurumim

Represa Juqueri Represa de Pirapora/ Rio Tietê Represa do Rio do Cabuçu de Cima

Represa de Jurumim

2

Represa Atibainha 3 Represa do Rio Jaguari

11

Barragem Hidrelétrica de Xavantes

9

Represa de Xavantes

6

Represa Jaguari Represa Cachoeira Barragem Cachoeira

Represa do Rio Novo

1

Represa Santa Branca Barragem do Rio Paraitinga Barragem do Rio Paraibuna

Represa do Rio Paraibuna 8 Represa Tataçupeba4 Represa de Ponte Nova Represa Ribeirão do Campo Represa Itupararanga Represa Jundiai Represa Pedro Belcht Áreas de Estudo Represa Guarapiranga Represa Jorda Flor Número Denominação 7 Represa Billings Represa das Plameiras Represa Rio das Pedras 13 1 Paraíba do Sul - Montante Santa Branca Represa Cachoeira do França 5 Represa de Jurupara Barragem Hidrelétrica Cachoeira do França 2 Paraíba do Sul - Região Paulista do Vale Represa São José 3 Paraíba do Sul - Montante Jaguari Represa Alecrim/ Rio Juquia-Guaçu 4 Tietê - Região das Cabeceiras 14 Represa Serraria/ Rio Juquia-Guaçu 5 Valente Marítima 6 Piracicaba - Montante Represas do Cantareira 7 Tietê - Billings/ Guarapiranga 8 Tietê - Região Urbana de São Paulo 9 Tietê - Cotia/ Juqueri 10 Piracicaba - Montante do Rio Corumbataí 11 Tietê - Jundiaí/ Capivari 12 Sorocaba - Bacia Integral 13 Juquiá - Montante do Cachoeira do França 14 Juquiá - jusante do Cachoeira do França 15 Tietê / Piracicaba - Região de Barra Bonita 16 Paranapanema - Montante Jurumirim

12

16

Represa Santa Maria/ Rio Apiaí-Guaçu Represa da Barra/ Rio Apiaí-Guaçu

Total

30

SANEAS

Abril a Julho de 2018

Área (km2) 4.880 6.711 1.298 1.351 996 2.075 1.288 1.775 1.437 6.938 5.093 5.236 1.098 4.331 7.900 17.977 64.607

• Resultados das projeções de modificações de precipitação e temperatura

• Classificação dos períodos chuvosos e histogramas de

Numa primeira etapa do estudo, a partir do uso do modelo cli-

A partir das projeções das precipitações, os totais pluviométricos

mático regional Eta-INPE, o qual foi alimentado com os resulta-

sazonais foram classificados pela técnica estatística do Quantis.

dos do modelo climático global HadGEM2, foi possível projetar

Uma interpretação para o Quantil Q(p) é a seguinte: supondo a

as modificações esperadas nas precipitações e temperaturas da

“probabilidade” ou “ordem quantílica” p expressa em percen-

área de estudo para dois trimestres do ano (chuvoso e seco) e na

tuais; espera-se que em p% dos anos a precipitação x não deve

temperatura média anual, para cada um dos dois cenários, nos

ultrapassar o valor desse Quantil Q(p), em milímetros, enquanto

períodos futuros de 2011 a 2040 e 2041 a 2070. Destacam-se os

para (100 − p)% dos anos tal valor será excedido.

seguintes resultados: - Verão (jan., fev. e março): diminuição bem significativa da precipitação pluviométrica para os dois cenários (RCP4.5 e RCP8.5), com valores de até 30% em quase toda a área estudada.

frequências projetadas

Após a classificação dos totais pluviométricos sazonais, foram elaborados histogramas da frequência relativa, em percentagem, para cada área. Destaca-se o seguinte resultado: - Comparando o período histórico (1976 a 2005) com o período

- Inverno (junho, julho e agosto): para o cenário RCP4.5, perí-

futuro (2011 a 2050) foi possível verificar um aumento significa-

odo 2011-2040, a projeção e de diminuição entre 10 e 30% da

tivo de números de anos Muito Secos e Secos, no futuro, com

precipitação média. Para o cenário RCP4.5, período 2041 a 2070

frequência em torno de 50%.

e cenário RCP8.5 para os dois períodos, projeta-se uma tendência de manutenção ou aumento da precipitação na área de estudo.

A Figura 6 ilustra o histograma das frequências relativas (%) para a Área 6 – Piracicaba – Montante Represas do Cantareira:

No caso específico da Área 14 – Jusante da Cachoeira do França (UGRHI 11) é esperado um aumento de 20% nas precipitações no período de 2041 a 2070, no cenário RCP8.5 (Figura 5).

- Quanto à variável temperatura observa-se aumento de 2ºC a 3ºC, em ambos cenários de emissão para o período 2011-2040, e para o período 2041-2070, no cenário RCP 4.5. Para o cenário RCP 8.5 no período 2041-2070, as projeções do modelo mostram um aumento significativo da temperatura média anual chegando a valores acima dos 4ºC.

Figura 6 - Frequência relativa (%) – Área 6 – Piracicaba – Montante Represas do Cantareira

• Estimativa de impacto nas vazões Para estimar os impactos das mudanças climáticas nas vazões foi utilizado o conceito de elasticidade climática da descarga líquida, ou seja, o modelo conceitual da elasticidade da vazão. A elasticidade hidrológica ou sensibilidade de vazão é definida como a razão entre a mudança proporcional da descarga líquida (vazão) e a mudança proporcional na precipitação (variável climática).

Destacam-se os seguintes resultados: - A sensibilidade das vazões às precipitações apresentou uma Figura 5 - Projeções do Eta-HadGEM2 ES para mudanças na precipitação (diminuição em porcentagens negativas e aumento em porcentagens positivas) %, cenários RCP 4.5 e 8.5, para junho-julhoagosto e períodos 2011-2040 e 2041-2070

grande variação entre as diferentes regiões. A menor elasticidade foi registrada na Estação Barragem Pedras, na UGRHI 07 – Baixada Santista, enquanto que e a máxima elasticidade ocorreu na Estação Fazenda Itapeva, na UGRHI 05 – Piracicaba/Jundiaí/Capivari (Figura 7).

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ARTIGO TÉCNICO

- As maiores diminuições das vazões médias podem ser vistas nas UGRHIs Piracicaba/ Jundiaí/Capivari (Área 6), Alto Tietê (Áreas 4, 7, 8 e 9). (Figura 8)

de ocorrência das vazões naturais de 20132014. Deve ser notado que as vazões de 2013-2014 não representam estiagens severas em todas as estações analisadas e os resultados expostos servem como uma referência quando considerados os pressupostos assumidos nos cenários estudados.

Destacam-se os seguintes resultados: - Os resultados sugerem uma maior frequência de ocorrência de estiagens estatisticamente similares às registradas durante 2013-2014.

- Na área montante represas do Cantareira, onde a estiagem 2013-2014 foi mais severa, as probabilidades de ocorrência deste evento, em cada período de 30 anos, variam entre 5% e 20%, dependendo do cenário e do período estudado.

No caso da probabilidade de ocorrência de pelo menos um evento deste tipo em cinco anos consecutivos, a mesma varia entre

Figura 7 – Valores de Elasticidade das Vazões às Precipitações

20% e 50%, com uma ampla dispersão nos diferentes períodos e cenários.

• Resumo dos resultados do estudo

de mudanças climáticas: Resumindo, de acordo com SABESP (2016a), os principais resultados apresentados pelo estudo de mudanças climáticas foram: - As análises dos regimes de precipitação projetados pelo modelo Eta-INPE, para o período 2015-2050 mostram mudanças, sendo que para o Verão se projeta uma diminuição da precipitação pluviométrica para os dois cenários (RCP4.5 e RCP8.5), com valores de até 30% em quase toda a Figura 8 - Mudanças na vazão média nos períodos futuros em relação à vazão no período de 1960 a 1990 no cenário de mudanças climáticas RCP 4.5 - 2015-2039

área estudada. Além disso, quanto a variável temperatura observa-se aumento de 2ºC a 3ºC, em ambos cenários de emissão para o período 2011-2040, e para o período 2041-2070, no cenário RCP 4.5;

• Probabilidade de ocorrência de estiagens severas (2013-2014) nas vazões

- Quanto à classificação dos períodos

Para avaliar a probabilidade de ocorrência de estiagens severas, como a ocorrida em 2013-

chuvosos, comparando o período histórico

2014, foram obtidas vazões equivalentes, a partir da série de vazões simuladas em 1960-

(1976 a 2005) com o período futuro (2011

1990 (dentro da série de 1930 e 2013), período esse que possui a mesma probabilidade

a 2050) foi possível verificar um aumento

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significativo de números de anos Muito Secos e Secos, no futuro,

ciais medidas de adaptação em associação às ações existentes de

com frequência em torno de 50%;

gerenciamento dos recursos hídricos.

- Quanto às estimativas de impacto nas vazões, em geral, ambos cenários apresentam uma diminuição das vazões médias anu-

Conclusões e recomendações

ais de longo termo nas regiões estudadas;

Os resultados mostram que a partir da crise hídrica verificada nos

- Quanto à probabilidade de ocorrência de estiagens como as

períodos de 2014-2015 é necessária uma mudança no planeja-

ocorridas em 2013-2014, os resultados sugerem uma maior frequ-

mento de disponibilidade hídrica para atendimento ao abasteci-

ência de ocorrência de estiagens estatisticamente similares às regis-

mento da população na RMSP. Concluiu-se que é necessária a ele-

tradas nestes anos. Na área montante das represas do Cantareira,

vação da garantia de disponibilidade hídrica para patamar mínimo

onde a estiagem 2013-2014 foi mais severa, as probabilidades de

de 98% em toda RMSP.

ocorrência deste evento, em cada período de 30 anos, variam entre 5% e 20%, dependendo do cenário e do período estudado.

Recomendamos que para estudos de disponibilidade hídrica em Regiões Metropolitanas e em bacias hidrográficas importantes e

- Deve ser notado que as vazões de 2013-2014 não represen-

complexas, sejam estudados outros valores de garantias, e que

tam estiagens severas em todas as estações analisadas e os resul-

sejam avaliados os níveis de atendimento às demandas existentes

tados expostos servem como uma referência quando considera-

e futuras, conciliando riscos aceitáveis com capacidade de finan-

dos os pressupostos assumidos nos cenários estudados.

ciamentos e gestão dos recursos hídricos.

Em suma, o Estudo de Avaliação das Mudanças Climáticas

Em vista dos diversos episódios de eventos extremos que vem

projetou uma diminuição nas precipitações e a elevação da tem-

ocorrendo no Brasil e no mundo, os planejadores e tomadores de

peratura na área estudada, que causariam impactos nas vazões

decisão devem considerar como assunto estratégico os impactos

dos recursos hídricos em sub-bacias das UGRHs de São Paulo. O

das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos.

estudo mostrou também que existe a probabilidade de ocorrer um cenário de estiagem semelhante ao ocorrido em 2014-2015.

Análise dos resultados As garantias da disponibilidade hídrica de 95% para o setor de Saneamento sempre foram consideradas adequadas, porém com a crise hídrica, este patamar mostrou-se limitante para abastecer de forma adequada uma região com cerca de 20 milhões de pessoas.

Este fato gerou a necessidade de se ampliar a segurança hídrica dos principais sistemas produtores da RMSP, provocando uma mudança de paradigma nos estudos de disponibilidade hídrica.

Assim, a avaliação foi estendida para diferentes níveis de garantia de disponibilidade hídrica, diferentemente dos planos anteriores, optando-se por verificar o que ocorreria com as disponibilidades hídricas considerando garantias de 95% a 100%, e não

Referências bibliográficas ALBANO, Gustavo Doratioto. 2004. Integração de um Modelo Matemático de Quantidade de Água em Rede de Fluxo (ACQUANET) com um Modelo de Qualidade de Água em Represas (CE-QUAL-R1).

Estudo de Caso: Represa Jaguari-Jacareí - Sistema Cantareira. São Paulo: Dissertação de Mestrado - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2004.

SABESP. Termo de Referência – Concorrência SABESP n.º 42.424/12 Revisão e Atualização do Plano Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP (PDAA). 2012.

SABESP. CHESS - Crise hídrica, estratégia e soluções da Sabesp para a Região Metropolitana de São Paulo. Sabesp. 2015.

SABESP. Avaliação da Disponibilidade Hídrica de Mananciais para utilização na RMSP. Revisão e Atualização do Plano Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP (PDAA). Relatório Parcial RP02. Rev. 05. 2016.

SABESP. Análise dos impactos das mudanças climáticas nos regimes de precipitação e vazão nas UGRHIs Paraíba do Sul, Piracicaba/Jundiaí/ Capivari, Alto Tietê, Baixada Santista, Tietê/Sorocaba, Ribeira do Iguape e Alto Paranapanema. Revisão e Atualização do Plano Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP (PDAA). Relatório Parcial RP01. Rev. 01. 2016a

somente avaliar a garantia de 95%. Desta forma, com os estudos desenvolvidos entendeu-se que existe a necessidade da elevação da garantia de disponibilidade hídrica para um patamar mínimo de 98% em toda RMSP. Além disso, os sistemas foram avaliados de forma “isolada” e de forma “integrada”, justamente para se avaliar o nível de garantia que se imprime aos sistemas na condição destes sistemas serem interligados através do Sistema Adutor Metropolitano - SAM. Quanto à vulnerabilidade e aos impactos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos, entendeu-se que se trata, certamente, de um assunto estratégico, e que permite planejar poten-

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Encontro Técnico AESABESP Fenasan 2018: Será em São Paulo o maior evento em saneamento da América Latina

S

erá na cidade de São Paulo-SP, a realização do maior evento técnico-mercadológico em saneamento ambiental, promovido, há 29 anos consecutivos, pela Associação dos Engenheiros da Sabesp - AESabesp.

Trata-se do 29º Encontro Técnico AESabesp / Fenasan 2018, nos dias 18, 19 e 20 de setembro de 2018, no Pavilhão Branco do Expo Center Norte.

A visitação na Fenasan será gratuita e aberta ao público maior de 16 anos. Estima-se a presença de mais de 20.000 visitantes vindos de todos os países, dada a grande presença de expositores internacionais. É chegada a hora de alavancar o saneamento ambiental no Brasil Este será o tema central do 29º Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2018 que irá guiar os debates acerca dos desafios e oportunidades para o futuro do saneamento nacional e global.

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O Encontro Técnico AESabesp reunirá os principais nomes do setor para discussões integradas ao seguinte temário: ■■ Desenvolvimento tecnológico e inovação ■■ Educação ambiental ■■ Saneamento

■■ Eficiência energética ■■ Gestão empresarial e empreendimentos ■■ Legislação e regulação ■■ Manutenção eletromecânica ■■ Meio ambiente ■■ Mudanças climáticas ■■ Produtos, materiais e serviços ■■ Recursos hídricos ■■ Redução de perdas de água ■■ Resíduos sólidos e reciclagem ■■ Saneamento e saúde pública ■■ Saneamento rural ■■ Sistemas de abastecimento de água / tratamento de águas superficiais e subterrâneas ■■ Sistemas de coleta de esgoto / tratamento de esgotos e efluentes ■■ Softwares e automação de sistemas.

Conheça os serviços que estarão disponíveis no evento: ■■ Os participantes e visitantes do 29º Congresso Técnico/ Fenasan 2018 poderão utilizar as Vans oferecidas pela AESabesp, das 8h às 21h, em trajeto de ida e volta, da Estação Tietê do Metrô, com destino à entrada do Pavilhão Branco do Expo Center Norte.

■■ No transporte e no pavilhão estarão disponíveis questionários de pesquisa da condução utilizada para compor o relatório do Projeto Ecoeventus quanto a emissão de Gases de Efeito Estufa proveniente do deslocamento. Os participantes que responderem à pesquisa concorrerão ao sorteio de uma bicicleta.

■■ Na entrada da Feira, será disponibilizado um Balcão de informação trilingue, com recepcionistas que atendem em português, inglês e espanhol.

■■ Estarão disponíveis os serviços de Wi-Fi (gratuito) onde estiver essa sinalização em espaços do Congresso e da Feira.

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Sob a gestão da diretora cultural, Maria Aparecida de Paula, o Projeto Ecoeventus, voltado às práticas sustentáveis, realizará: ■■ Avaliação dos estandes para a premiação do Troféu AESabesp, em parceria com a Polícia Militar de São Paulo, além de outros profissionais e empresas especialistas no mercado ; ■■ Reciclagem de resíduos gerados em todos os dias do evento; ■■ Inclusão de pessoas com deficiência em prestação de serviços ao evento; ■■ Pesquisa de emissões de Gases de Efeito Estufa GEEs, com sorteio de uma bicicleta, para quem responder qual veículo utilizou para chegar ao evento (os formulários estarão disponíveis no estande da AESabesp e nas dependências do Encontro Técnico) , ■■ Utilização da equipe de voluntários treinada para atuar nas atividades do Ecoeventus.

■■ Posterior plantio de mudas como compensação dos recursos consumidos.

Dentro do propósito de inclusão e qualidade de vida, também haverá atendimento de massagem, com massoterapeutas (na maioria com deficiência visual) do Instituto Oniki.

A diretoria socioambiental, sob a condução de Márcia Nunes, procederá o cadastramento de Projetos e de profissionais especialistas, que poderão ser ativados e subsidiados pela entidade, no estande da AESabesp, por meio de sua qualificação como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

O pavilhão Branco do Expo Center Norte , local de realização do evento, está localizado na Vila Guilherme, na cidade de São Paulo, próximo à Marginal Tietê a ao Shopping Center Norte, na Rua José Bernardo Pinto, 333. Possui estacionamento com 3.400 vagas exclusivas + 12 mil vagas da Cidade Center Norte (complexo que conta com hotel executivo com instalações completas para atender a todas as necessidades dos participantes – salas de reunião, acesso à internet, fitness center e restaurante e shopping center que dispõe de todos os tipos de serviços comerciais e bancários. Os pavilhões, o hotel e o shopping center são interligados por um serviço de transfer).

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Campeonato Interno de Operadores será completo na Fenasan 2018 Nesse 29° Encontro Técnico - Fenasan 2018 será realizada mais uma edição do Campeonato de Operadores da Sabesp, um tradicional evento que ocorre dentro da área do maior evento técnico da América Latina. Mas só que dessa vez, será completo e aberto à participação de todas as unidades Metropolitanas e Regionais.

Com o objetivo final de aprimoramento técnico, melhoria do desempenho operacional e troca de experiências entre as equipes, o campeonato será realizado em uma arena de provas montada especialmente para a competição, para performances em equipes e individuais, dependendo da prova em disputa.

Os participantes terão que executar as tarefas indicadas no menor tempo possível, obedecendo às regras que serão entregues antes da competição, sendo que haverá debate e discussão das mesmas, próximo ao início das provas, para sanar dúvidas e tornar a disputa mais nivelada. As provas terão avaliação por menor tempo de execução, considerando as possíveis penalidades descritas nos regulamentos de cada uma, que serão distribuídos a todos participantes.

Poderão participar os profissionais da Sabesp que exerçam funções técnico-operacionais. O conhecimento aplicado no dia a dia será colocado à prova e a disputa espera encontrar serviços de alto nível.

Provas do Campeonato de Operadores Sabesp ■■ Manutenção em Conjuntos Eletromecânicos; ■■ Montagem de Padrão e Ligação de Água; ■■ Leitura e Entrega de Contas; ■■ Instalação de Kit de Cilindro de Cloro; ■■ Automação; ■■ Ensaio Metrológico Portátil; ■■ Jar Test; ■■ Atendimento ao Cliente; e ■■ Instalação e Ajuste de VRP Todas as provas serão avaliadas por jurados selecionados e haverá premiação com troféus para os três primeiros colocados em cada uma.

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GRANDES EXPOSITORES ESTARÃO NA FENASAN 2018 Até o fechamento desta edição, a Fenasan conta com os seguintes expositores:

■■ A.R.I. Brasil Comércio, Importação e Exportação ■■ ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ■■ Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos ■■ Aegea Saneamento ■■ Aerzen do Brasil ■■ AESabesp - Associação dos Engenheiros da Sabesp ■■ AGRU ■■ Andritz Separation Ind. e Com. de Equipamentos de Filtração ■■ Aperam ■■ Aquamec Indústria e Comércio de Equipamentos ■■ Aquífero ■■ Associação Brasileira de Tubos Poliolefínicos e Sistemas - ABPE Brasil ■■ Asvotec Termoindustrial Ltda ■■ Atlas Copco Brasil ■■ AVK Válvulas do Brasil ■■ B & F Dias Indústria e Comércio ■■ Bauminas Química Ltda.

■■ Bavarian Participation / NuernbergMesse GmbH ■■ Beijing World Voyage International Exhibition Co., Ltd. ■■ Bentley Systems Brasil ■■ Bermad Brasil Importação e Exportação ■■ Brasworld Engenharia e Comércio ■■ Busch dp Brasil ■■ C.R.I. Bombas ■■ Caetano Comércio e Serviço de Engenharia Ltda.

■■ Centerval Industrial Ltda.

■■ Clarimex do Brasil Comercial – ■■ Coester Automação ■■ Cogesan ■■ Compta Emerging Business ■■ Conaut Controles Automáticos ■■ Conselho Regional de Química - IV Região (SP) ■■ Consulado Geral do Canadá ■■ Corr Plastik Industrial Ltda.

■■ Dalttax Sistema de Decantação ■■ De Nora do Brasil ■■ Deerfos Membranes ■■ Digitrol Indústria e Comércio ■■ Dopp Sistemas Construtivos de Tanques e Silos Ltda ■■ Dositec Bombas Equipamentos e Acessórios ■■ Dosivac ■■ Ebara Indústrias e Comércio ■■ Editora Grappa – Revista Ares ■■ Emec Brasil Sist. Tratamento de Água

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■■ Enmac Engenharia Materiais Compostos ■■ ESA Eletrotécnica Santo Amaro ■■ Estruagua ■■ EV Escoramento de Vala ME Eireli ■■ Fast Indústria e Comércio ■■ FGS Brasil Indústria e Comércio ■■ Fibratec Engenharia - Chapecó Ind. e Com. de Fibras Ltda.

■■ Fluence Corporation ■■ Fluid Feeder ■■ Franklin Electric / Schneider Motobombas ■■ Gardner Denver ■■ Georevest ■■ Georg Fischer Sistemas de Tubulações Ltda.

■■ Gratt Indústria de Máquinas ■■ Helibombas Indústria e Comércio de Equipamentos Hidráulicos ■■ Hexis Científica ■■ Hidro Solo Indústria e Comércio ■■ Hidrogeron ■■ Idexx ■■ Idromeccanica Bertolini ■■ Imag ■■ Imbil - Ind e Manut. de Bombas ITA Ltda.

■■ Inapi - Ind. Nordestina de Acessórios para Irrigação Ltda.

■■ Isoil Lamon Ind. de Equipamentos e Serviços de Instrumentação Ltda.

■■ Italy Válvulas e Metais ■■ Itubombas Locação, Comércio, Importação e Exportação ■■ Iwaki do Brasil Ltda.

■■ Jindal ■■ Job Engenharia e Serviços Ltda.

■■ Joplas Industrial ■■ Kaeser Compressores do Brasil ■■ KELVION Intercambiadores Ltda.

■■ KSB Bombas Hidráulicas ■■ Lanxess Indústria de Produtos Químicos e Plásticos Ltda ■■ Leica Geosystems ■■ Loksan Comércio de Válvulas e Equipamentos Ltda.

■■ Marte Cientifica ■■ Membrane Solutions ■■ Merck Millipore ■■ N. Mello Comércio Máquinas Hidráulicas – Stanley ■■ Netzsch do Brasil Indústria e Comércio ■■ Nivetec Instrumentação e Controle ■■ Nordic ■■ Paques Brasil Sistemas para Tratamento de Efluentes ■■ PCI Gases ■■ Permastore Ltd. – ■■ Petranova Mineração e Construções

■■ Petro Tanque ■■ Pieralisi ■■ Polierg Industria e Comercio ■■ Politejo Brasil Indústria de Plásticos ■■ Portal Saneamento Básico ■■ Portal Tratamento de Água ■■ ProMinent Brasil ■■ Revista Hydro ■■ Revista Meio Filtrante ■■ Revista Química e Derivados ■■ Revista TAE ■■ Rightleder ■■ Rothenberger do Brasil ■■ RTS Indústria e Comércio de Válvulas ■■ Sabesp ■■ Saertex multiCom GmbH ■■ Saint-Gobain Canalização ■■ Sampla do Brasil Ind. Com. Correias ■■ Sateli ■■ Schneider Electric do Brasil ■■ Schwing Equipamentos Industriais ■■ SFA Brasil Equipamentos Sanitários – Sanitrit ■■ Shandong Zhangqiu Blower Co., Ltd ■■ Shanxi Solid Industrial Co.,LTD ■■ Shenzen Friendcom ■■ Sicoob Cecres ■■ Sidrasul Sistemas Hidráulicos ■■ Sigma Tratamento de Águas ■■ Sondeq Indústria de Sondas e Equipamentos ■■ Suez - Degrémont Tratamento de Águas Ltda.

■■ Sulzer Pumps Wastewater brasil Ltda.

■■ Tanks BR - SM7 ■■ Tecnipar Ambiental ■■ Tecniplas Tubos e Conexões ■■ Toray do Brasil Ltda.

■■ Unidelta ■■ VAG-Armaturen ■■ VCW Válvulas Indústria, Comércio e Representações ■■ Vectora ■■ Vedasystem Ind. Com. Produtos Inst.

Prediais Ltda.

■■ Vibropac Indústria e Comércio de Equipamentos Ltda.

■■ Viridis Energy ■■ Vontron Membrane Technology Co. Ltd ■■ Wam do Brasil Equipamentos Industriais Ltda.

■■ WesTech Equipamentos Industriais ■■ WKL Comercial de Bombas e Equipamentos Ltda.

■■ Yokogawa América do Sul ■■ Zebron

Palestra Magna de Abertura Está confirmada a presença da presidente da Sabesp, Dra Karla Bertocco Trindade (foto), na abertura do evento, que ministrará a Palestra Magna: “Inovação Tecnológica e Novos Negócios”, no dia 18 de setembro, às 9h00.

Karla Bertocco Trindade é Graduada em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com pós-graduação em Direito Administrativo pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas. Foi Subsecretária de Parcerias e Inovação na Secretaria de Governo do Estado de São Paulo, responsável pela coordenação dos diferentes projetos de concessões e Parcerias Público Privadas no Estado de São Paulo, entre 2015 e 2018. Foi Diretora Geral da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo – ARTESP entre 2011 e 2015. Foi Diretora de Relações Institucionais da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo – ARSESP entre 2008 e 2010. Foi Assessora da Presidência da Companhia

Karla Bertocco

de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp entre os anos de 2003 e 2006.

Palestras Motivacionais No encerramento do 1º dia do Encontro Técnico da AESabesp, 18 de setembro, será realizada, às 17h30m, uma palestra motivacional com Luciano Pires, considerado, no cenário atual, como um dos melhores palestrantes do Brasil, dono de um perfil crítico e bem-humorado, mesmo na abordagem de temas provocativos.

Luciano Pires tinha o objetivo profissional ser um cartunista. Mas, paralelamente, foi por 26 anos executivo de marketing de uma grande multinacional de autopeças, com experiência de trabalho no Brasil, América do Sul e Estados Unidos. Estudou na Universidade Mackenzie, FGV e Universidade de Michigan e mergulhou fundo no universo corporativo, obtendo uma visão privilegiada da dinâmica do mundo dos negócios e do comportamento das pessoas que desempenham papéis de liderança. É autor de oito livros, entre os quais se destacam “O Meu Everest, Brasileiros Pocotó, Nóis…qui invertemo as coisa, o Diário de Um Líder e Me Engana Que Eu Gosto”. Cartunista premiado, tornou-se colunista de vários sites, revistas e

Luciano Pires

jornais, além de estar à frente do programa Café Brasil que vai ao ar em 30 rádios do território nacional.

Com larga de experiência como executivo de multinacional e depois empreendedor, Luciano mergulhou fundo no estudo dos atributos voltados à liderança, ao empreendedorismo, à inovação e à gestão de mudanças.

Em uma autodefinição, Luciano Pires conclui: – Se me perguntarem quem sou e o que faço, digo que sou um cartunista interessado na provocAÇÃO, inspirAÇÃO, inovAÇÃO e na transformAÇÃO das pessoas.

No encerramento do 2º dia do Encontro Técnico da AESabesp, 19 de setembro, será realizada, às 17h30m, uma palestra motivacional com o nadador brasileiro e medalhista olímpico, Gustavo Borges, com foco em conceitos como disciplina, planejamento, trabalho em equipe, desafio da concorrência e superação de derrotas e equilíbrio nos momentos de vitórias.

Gustavo Borges, considerado um dos principais atletas da história da natação brasileira, foi o porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e é o atleta com o maior número de medalhas em Jogos Panamericanos, totalizando 19, sendo 12 de ouro.

Nascido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, aos dez anos de idade, Gustavo descobriu seu sonho: ganhar uma medalha olímpica. Dentro desse contexto, o atleta reforça a importância do sonho na vida de qualquer profissional e explica sua receita de realização, por meio de objetivos e metas, desde aquelas mais imediatas até as de longo prazo.

Sua palestra é composta por atividades de interação com o público, que além de motivarem, criam um clima de inti-

Gustavo Borges

midade e descontração com os expectadores, com exemplos do que, segundo sua ótica, devem ou não serem seguidos dentro de uma empresa quando o objetivo é o sucesso e a conquista de resultados.

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CULTURAL

Recorde em inscrições de trabalhos para o 29º Encontro Técnico AESabesp

N 40

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o dia 30 de maio, foi encerrada a

pôster (inovação da AESabesp iniciada em 2017) e 59

prorrogação do prazo para envio de

trabalhos para a premiação “Jovens Profissionais”, to-

trabalhos técnicos para o 29º Encon-

talizando 286 inscritos.

tro Técnico AESabesp, a ser promovi-

A Diretoria Cultural, responsável pela coordenação

do entre 18 e 20 de setembro, junto com a Fena-

do Encontro Técnico, sob a liderança de Maria Apare-

san 2018.

cida Silva de Paula, informa que a quantidade foi bem

Neste ano a AESabesp bateu recorde nas inscrições

maior do que em Encontros Técnicos anteriores. “A

para o seu Encontro Técnico. Foram enviados para a

mobilização dos técnicos da Sabesp foi intensa. Assim

submissão da comissão técnica avaliadora 191 tra-

que a nossa diretoria de marketing acelerou uma cam-

balhos para apresentação oral ; 95 para modalidade

panha nas mídias sociais, que em 11 de maio se extin-

Abril a Julho de 2018

guiria o prazo, já recebemos, na mesma semana, um expressivo número de trabalhos, que daria até para lotar uma programação só com inscritos da empresa”, avaliou.

Vale ressaltar que a Superintendência da Sabesp com o maior número de trabalhos inscritos será a ganhadora do “Troféu AESabesp Encontro Técnico 2018”, outorga feita desde 2010 que já contemplou por três vezes (2011, 2012 e 2013) a Unidade Metropolitana Leste (ML); também por três vezes (2014, 2015 e 2016) a Unidade de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico, Inovação e Novos Negócios (TX) , e por duas vezes (2010 e 2017) a Unidade Metropolitana de Produção de Água (MA), Contudo, a AESabesp considerou atender a inúmeros pedidos de prorrogação, tanto por parte de sabespianos quanto de profis-

Prêmio Jovem Profissional:

sionais de outras empresas e estados, quando foi estipulada uma

A novidade deste ano em relação ao Prêmio Jovem Profissional

nova data limite até 30 de maio. Essa extensão permitiu o recebi-

é que será aberto a todo o público (associado ou não), com até

mento de uma grande demanda de trabalhos, que com certeza só

30 anos de idade, estudantes ou profissionais de todos os seg-

enriquecerá o Encontro, pois todos , de acordo com a Comissão

mentos da carreira universitária, graduados, pós-graduados

Avaliadora, estão muito bem elaborados.

ou que tenham sido diplomados em até 5 anos.

Este Prêmio é entregue todos os anos na cerimônia de

191 95 59 TRABALHOS PARA APRESENTAÇÃO ORAL

PARA MODALIDADE PÔSTER

TRABALHOS PARA A PREMIAÇÃO “JOVENS PROFISSIONAIS”

encerramento do Congresso Técnico AESabesp/ Fenasan.

Em 2018, será oferecido ao vencedor um subsídio de 10 (dez) salários mínimos, para o seu aperfeiçoamento profissional. Ao segundo lugar, um tablet e uma inscrição do evento do próximo ano. E ao terceiro lugar, uma inscrição do evento do próximo ano.

Profissionais técnicos da Sabesp presentes ao Congresso e Feira de 2017.

Abril a Julho de 2018

SANEAS

41

SOCIOAMBIENTAL

Por Thiago Nobre

AESabesp no Fórum Internacional pelos Direitos da Natureza

A

42

SANEAS

AESabesp, por meio de sua Dire-

buco, no Município de Bonito e os municípios de

toria Socioambiental, liderada pela

São Paulo/ SP; Florianópolis/ SC, Palmas e Casea-

eng. Márcia Nunes, marcou pre-

ra/ TO, já estão tramitando discussões para a ado-

sença no Fórum Internacional pelos

ção de legislação correlata.

Direitos da Mãe Terra, em evento aberto ao pú-

Participaram da cerimônia de abertura do Fórum

blico, realizado no Parque Villa Lobos, em São

e ao longo do evento Vanessa Hasson (presiden-

Paulo - SP, no domingo de 3 de junho, iniciado

te da ONG Mapas), Gilberto Natalini (vereador da

com um emblemático tocar de tambores.

cidade de São Paulo), Maria Mercedes Sanchez

Organizado pela ONG MAPAS (Métodos de

(representante da Harmony with Nature – ONU),

Apoio à Práticas Ambientais e Sociais), presidida

Alberto Coyote (representante Casa Latina e Cara-

pela advogada da AESabesp, Vanessa Hasson,

vana Arco Íris), além de lideranças de etnias e mili-

com apoio da ONU (Organização das Nações Uni-

tantes pela preservação da natureza e um público

das), o evento entrou no calendário oficial da Se-

apoiador da causa.

mana Estadual do Meio Ambiente de São Paulo

Nas saudações de Vanessa Hasson e Gilberto

em parceria com a Câmara dos Vereadores de São

Natalini foi destacado o propósito de defender a

Paulo e Governo do Estado por meio da Secreta-

natureza, a mãe terra, a vida humana e dos demais

ria do Meio Ambiente. No Brasil, a MAPAS e seus

seres que coabitam conosco no Planeta. Coube à

parceiros vêm atuando fortemente na construção

representante da ONU, vinda diretamente de Nova

de políticas públicas em respeito aos Direitos da

Iorque, explanar plataforma Harmony With Nature

Natureza. Por meio de sua atuação, já foi promul-

que congrega todas as pessoas que trabalham por

gada a lei que reconhece tais direitos em Pernam-

essa causa: são 127 especialistas espalhados pelo

Abril a Julho de 2018

mundo todo com o objetivo da promulgação da declaração uni-

México, ao terminar seu depoimento, junto a sua esposa Ve-

versal da mãe terra, onde voluntários coletam assinaturas (deve-

rónica Sacta Campos, entregou a Vanessa Hasson um bastão

-se chegar a 1 milhão), para serem entregues na assembléia ge-

como símbolo de liderança na transferência dessa luta. Ela será

ral da ONU. “Este é um momento muito importante e grandioso

responsável pela causa e repassará o bastão no próximo fórum

para o Brasil”, declarou Maria Mercedes Sanchez.

que acontecerá no ano que vem na Colômbia.

Já o representante da Casa Latina, Alberto Coyote, afirmou

Concluindo a cerimônia, Vanessa Hasson chamou o Padre Bi-

que todos que estavam naquele local sentiam o crescer da hu-

zon para fazer uma ciranda inter-religiosa para celebrar a união

manidade para lutar pelo o que os povos indígenas sempre

de todos. No decorrer do dia teve várias ações como teatro

lutaram: os direitos da mãe terra. Como idealizador do 1º Fó-

playback, palestras, relatos de casos, tribunal ético e festival

rum Internacional pelos direitos da mãe terra, dois anos atrás,

voltado à natureza, entre outras.

Mais que uma revista, um projeto socioambiental.

Conheça as oportunidades de participação.

Anuncie na Saneas!

Ano XI. Edição 65. Abril a Julho de 2018

- VEÍCULO -

FENASAN 2018

- OFICIAL -

O LEGADO DOS 21 ANOS DA LEI DAS ÁGUAS O que trouxe esta maioridade plena para o desenvolvimento dos recursos hídricos no País

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29º Encontro Técnico AESabesp / Fenasan 2018

AESabesp e Messe Munchen Brasil estudam parceria entre a Fenasan e a IFAT

O sucesso do 8º Fórum Mundial da Água

A IFAT - maior Feira de Soluções Ambientais do mundo - terá a Fenasan como a sua porta de entrada da América e trará toda sua expertise.

A edição brasileira foi a maior da história desse evento que move o mundo em torno da água e da consciência ambiental.

Abril a Julho de 2018 Participe do maior evento técnico-mercadológico em saneamento na América Latina, de 18 a 20 de setembro, no Expo Center Norte.

SANEAS

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SOCIOAMBIENTAL

Na oportunidade, Vanessa Hasson e Gilberto Natalini deram en-

esse (evento realizado de 4 a 6 de junho em São Paulo - SP). E resolvemos somar com essa iniciativa que vem da ONU, por que

trevistas à Revista Saneas:

esta parceria com a ONG Mapas e a participação de várias orgaSaneas: Como está a situação da crise ecológica no Planeta

nizações, inclusive de um braço das Nações Unidas, que aqui está

e a militância ambiental ao redor do mundo?

representada pela Sra. Maria Mercedes, que veio diretamente de

Vanessa Hasson: Chegamos em uma situação de crise ecológica que já passou da reversibilidade, dobrou a curva da pegada ecológica e a legislação que protege o meio ambiente não deu conta disso, apesar de ela ser muito boa.

Face a esse quadro, nossa base filosófica para gerenciar o uso da natureza é a perspectiva para pensar em como é que a gente se relaciona com os outros membros da natureza, de forma que todos os elementos estejam em harmonia.

Gilberto Natalini: São as ações locais que formam uma base global de conscientização. Eu faço a militância ambiental há décadas na Câmara em meu mandato como vereador. A Sabesp inclusive é uma parceira importante, que

Nova York participar conosco aqui,

Se nós não mudarmos a nossa conduta, a nossa forma de explorar os recursos naturais e de conviver com o planeta, nós poderemos daqui um certo tempo não termos mais planeta para viver”

dá muita credibilidade à ação.

Eu acho que isso ajuda a abrir a cabeça das pessoas, a mente das pessoas de que nós seres humanos estamos com a nossa maneira destrutiva e agressiva, destruindo os recursos naturais e na verdade inviabilizando o planeta. Se nós não mudarmos a nossa conduta, a nossa forma de explorar os recursos naturais e de conviver com o planeta, nós poderemos daqui um certo tempo não termos mais planeta para viver. Esse é o nosso objetivo e a gente espera contar com o apoio das pessoas e ganhar a consciência das pessoas para mudança de conduta, para mudança de paradigma.

incentiva os seus funcionários a partici-

Eu entrei com um projeto de

parem dessas ações?

lei para que São Paulo reconheça Saneas: Qual é a importância desse

os direitos da natureza, como um

movimento no Brasil?

movimento internacional, capita-

Vanessa Hasson: É de fundamental im-

neado pela ONU. Creio que sua

portância, uma vez que o Brasil marca o

aprovação será num prazo relati-

ingresso nesse movimento institucional-

vamente rápido, para que a gen-

mente com a aprovação da primeira lei

te possa incluir na lei orgânica do

que reconhece os direitos da natureza

município esse novo paradigma

na cidade de Bonito – PE. Além do reconhecimento legal, também existem as

Vanessa Hasson e Gilberto Natalini

que está sendo desenvolvido em vários países e várias cidades do mundo inteiro.

práticas que contextualizam o ser humano num relacionamento em harmonia

Vanessa Hasson: Gilberto Natali-

consigo mesmo, com os demais seres da terra e com a própria terra. E este contexto como um todo traz

ni é o cara! Ele é médico e como médico ele tem essa aproxima-

uma transformação social. Não é a lei pensando na contenda e no

ção do humano, das relações humanas e das necessidades am-

litígio, mas é a lei como base transformadora da sociedade.

bientais. Então, quando o apresentamos a nossa proposta, ele abraçou integralmente, porque compreendeu imediatamente a

Gilberto Natalini: Nós vamos fazer a 17ª Conferência de Pro-

crise individual que cada ser humano está vivendo em função

dução Mais Limpa e mudanças climáticas que fazemos todo ano,

dessa desconexão.

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SANEAS

Abril a Julho de 2018

Acontece no setor

As novidades em produtos, serviços e tecnologias no setor de saneamento e meio ambiente

Sabesp abastece carros em Franca com os gases do tratamento de esgoto A Sabesp começou a usar, em abril, o biogás gerado no tratamento do esgoto para movimentar a frota de veículos da empresa em Franca. Atualmente, não se tem conhecimento de outro projeto desta magnitude para produção de biometano para uso veicular, gerado a partir do tratamento de biogás resultante do tratamento de esgotos na América Latina.

De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia, o investimento total no projeto é de R$ 7,4 milhões e foi feito pela Sabesp em parceria com o Instituto Fraunhofer IGB, da Alemanha. O Instituto fez a doação de equipamentos de armazenamento, beneficiamento e compressão de biogás para a Sabesp, presta assistência técnica e acompanha a fase de pesquisas. À Sabesp coube a realização das obras para a instalação do equipamento, da linha de biogás, do sistema elétrico e a adaptação dos veículos para o biometano, além do pagamento de taxas, licenças e impostos.

No processo, o biogás gerado no tratamento do esgoto passa por um sistema de remoção das impurezas, umidade e aumento da concentração de metano. O resultado é um combustível, o biometano, usado no lugar da gasolina, do álcool e do GNV (gás natural veicular). A Estação de Tratamento de Esgotos - ETE trata em média 500 litros por segundo e produz em torno de 2.500 Nm³ de biogás por dia, suficiente para substituir 1.500 litros de gasolina comum diariamente.

Bauminas é pioneira no programa da ABNT de rotulagem ambiental O Grupo Bauminas, de capital 100% nacional, se tornou a primeira empresa do Brasil com produtos certificados pela ABNT, em conformidade com o procedimento “PE-390 Rótulo Ecológico para Produtos Químicos Utilizados no Setor de Papel e Celulose”.

Devido a sua credibilidade, o Rótulo Ecológico da ABNT, que leva em consideração a minimização dos impactos ambientais em todas as etapas do ciclo de vida, foi selecionado como uma das formas de se evidenciar o atendimento a requisitos de sustentabilidade.

Como produtora em coagulantes para o tratamento de água e efluentes, a Bauminas expressa sua preocupação com o seu papel de incentivar o maior acesso dos brasileiros à água tratada e de qualidade. Sua presença está garantida na Fenasan 2018.

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ACONTECE NO SETOR

Tecniplas apresenta seus Megatanques no mercado A Tecniplas, empresa nacional fabricante de tanques e equipamentos especiais em compósitos de PRFV (Plástico Reforçado de Fibras de Vidro), sediada em Cabreúva-SP, lancou no Congresso Catarinense de Saneamento (Concasan) tanques de compósitos levando em conta os sucessivos aumentos nas cargas de vento na Região Sul do país. Isso porque as rajadas de quase 200 km/h, comuns em determinadas épocas, podem danificar ou até mesmo arrancar os reservatórios das bases, caso não tenham sido construídos de forma adequada.

Na oportunidade também foram apresentados os tanques de processo e armazenamento indicados para o trabalho com água, efluentes e produtos químicos, com impermeáveis e imunes à corrosão. Os seus megatanques oblatados chegam ao diâmetro de 15 m e capacidade para armazenar até 4,5 milhões de litros. A empresa deverá reforçar essa apresentação em seu estande na Fenasan 2018.

Dosivac investe R$ 2 milhões em unidade fabril A empresa argentina Dosivac – do setor de bombas dosadoras, bombas de anel líquido, bombas de vácuo e sopradores – fez um aporte de R$ 2 milhões em investimentos no parque produtivo de 1.200 m², na cidade de Mauá, no Grande ABC paulista, onde fabrica localmente bombas dosadoras de diafragma e pistão e bombas de anel líquido, bem como, disponibiliza bombas de vácuo e sopradores tipo Roots. tura e prospectando frentes nas regiões Sul e Nor-

Bentley Systems adquire a Synchro Software para modelagem de Construção 4D

deste e nos Estados do Rio de Janeiro e Goiás”, assi-

A Bentley Systems Incorporated, empresa de fornecimento global de so-

nala a executiva Paula Nery, recém-nomeada diretora

luções abrangentes de softwares para o avanço de infraestruturas, anun-

geral da unidade brasileira. A Dosivac possui matriz

ciou, em 05. 07, a aquisição da Synchro Software, com sede em Londres,

na cidade de San Martin, região metropolitana de

criadora de software de modelagem da construção 4D, para gerencia-

Buenos Aires, e unidades fabris no Brasil e na China.

mento de prazos e projetos.

“Estamos nos posicionando, ganhando muscula-

Sua presença está confirmada na Fenasan 2018

De acordo com informações da assessoria da Bentley, a Synchro, apontada como “a máquina do tempo da construção”, foi globalmente adotada, especialmente para projetos civis e de construção de infraestruturas. “A aquisição expande as ofertas de construção do ProjectWise da Bentley, que já inclui o ConstructSim, o líder em modelagem da construção 4D para entrega de projetos de instalações industriais. Com o gerenciamento de projetos de construção em 4D, as vantagens do BIM podem abranger a entrega de projetos de infraestruturas e ciclos de vida dos ativos, à medida que os fluxos de trabalho anteriormente desconectados se tornam fluxos de trabalho digitais” atesta a direção da empresa, que estará com estande na Fenasan 2018.

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SANEAS

Abril a Julho de 2018

2018

26a28denovembro RIOCENTRO-RJ O Rio de Janeiro se transformará na capital mundial da água! ~ INSCRICOES ABERTAS!

9

TEMAS

Reunindo os principais especialistas mundiais em água

23

TÓPICOS

45

Vários topicos separados por tema

SESSÕES

Mais de 100 entidades parceiras integradas

Este evento, que já acontece em outros países, como a Suécia e Singapura, reunirá profissionais e empresas do Brasil e de outros países, envolverá também a comunidade acadêmica, especialistas e organizações internacionais para discutir a água em sua concepção mais ampla, pública políticas e soluções e tecnologias no Brasil e em todo o mundo, com foco no Objetivo 6 do Desenvolvimento Sustentável da ONU: ÁGUA E ÁGUA PARA TODOS ATÉ 2030!

Para mais informações acesse o site www.riowaterweek.com.br PATROCINADOR MASTER

PATROCINADOR PRATA

PATROCINADORES

PARCEIRO DE NEGÓCIOS

PARCEIROS DE MÍDIA

REALIZAÇÃO

PROMOÇÃO E ORGANIZAÇÃO

APOIO INSTITUCIONAL

PARCEIROS ESTRATÉGICOS

ACONTECE NO SETOR

Combate a incêndios: WEDA 90 para o resgate

Inovações da aLBriggs e aQuamec

“Quando as lascas de madeira em uma

Juntas, aLBriggs e aQuamec, especializadas em soluções para descontaminação e tra-

usina no Alabama, nos Estados Unidos,

tamento de águas e solos, levarão para a Fenasan 2018 uma série de oferta de serviços

pegaram fogo em janeiro de 2016, a

e equipamentos de alta performance. Entre as tecnologias disponíveis para contrata-

bomba de água submersível elétrica

ção estão as unidades móveis (foto), para diversas finalidades, como tratamento de

WEDA 90 da Atlas Copco ajudou a sal-

água, desidratação de lodo, tratamento de chorume, bombeamento, entre outros.

var a operação do desastre”, afirma a

“Outros destaques serão os equipamentos, produtos e serviços advindos de parcerias

assessoria da empresa, que descreve o

com os maiores fabricantes internacionais, muitas vezes com licenciamento tecnológico

processo: “muita água do rio próximo

para fabricação de seus produtos no Brasil, permitindo assim o fornecimento das mais avan-

seria necessária para apagar o fogo.

çadas tecnologias disponíveis no mundo”, frisa o diretor das empresas, Marco Formicola.

Como o rio e seus arredores são am-

A aLBriggs e aQuamec contam com uma unidade fabril localizada em Itu-SP, além de

bientalmente protegidos, uma bomba

mais de 70 centros de vendas, manutenção, distribuição e assistência técnica 24 horas. Seu

hidráulica movida a diesel não era uma

amplo estande promete inovar na Fenasan 2018.

solução viável. Os efeitos prejudiciais de um vazamento hidráulico ou derramamento de combustível contaminariam

Pieralisi lança seu “TeleControle”, para inovar a indústria 4.0

a água, colocariam a vida selvagem em risco e incorreriam em pesadas multas.

Tripp Brown, gerente de filial da United Rentals Pump Solutions, diz: “Sabíamos que uma bomba submersível elétrica era a saída.” Foi quando ele entrou em contato com a Atlas Copco, que recomendou sua WEDA 90, eficiente energeticamente, para o trabalho”.

Hrishikesh Kulkarni, gerente de Marketing de Produtos Submersíveis da

O Grupo Pieralisi lançou no mercado nacional o seu “Tele Controle” de máquinas.

Atlas Copco, atesta que “a linha de

“Trata-se de um sistema que monitora os componentes mecânicos e elétricos possibi-

bombas submersíveis WEDA é projeta-

litando o acompanhamento e ajustes à distância. O cliente pode monitorar e controlar

da para ser rápida, fácil de operar, confi-

os parâmetros de operação, em diferentes lugares e em qualquer processo que utilize o

ável e eficiente”. A Atlas Copco oferece

extrator centrífugo, inclusive recebendo alertas de tempo para manutenção e possíveis

compressores inovadores, soluções de

sinais de anomalias”, explica Estela Testa, CEO do Grupo Pieralisi.

vácuo e sistemas de tratamento de ar,

De acordo com a executiva, “o Tele Controle melhora a vida útil do Decanter, colabora

equipamentos para construção e mine-

com a redução e planejamento de custos de manutenção, bem como aumenta a disponi-

ração, ferramentas elétricas e sistemas

bilidade da máquina. Isso tudo deve ser feito, porém, em combinação com o Programa de

de montagem. Sua participação está

Manutenção da empresa”. Essa inovação e demais produtos e serviços do Grupo Pieralisi

confirmada na Fenasan 2018.

estarão disponíveis em seu estande na Fenasan 2018.

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SANEAS

Abril a Julho de 2018

VIVÊNCIAS

A música sempre presente na vida de

Josué Tadeu Leite França

E

mbora tenha sido indicado para fazer parte de nossa

petininga, para atuar na mesma área de controle sanitário, po-

sessão “Vivências” (que revela os talentos dos nossos

rém com o cargo de engenheiro de Apoio. Em 1993 passei a

associados fora da Sabesp) por sua apreciada perfor-

ocupar a função de Gerente de Divisão do Controle Sanitário

mance ao violão, com foco em MPB, o eng. Josué

da Unidade de Negócio do Alto Paranapanema – RA, na mes-

Tadeu Leite França, que atua como Gerente de Divisão do Con-

ma área onde iniciei minha carreira e estou até a data atual.

trole Sanitário, em Itapetininga, rejeita o título de “violonista”. É categórico em afirmar que é apenas um músico amador. Porém,

Saneas: Como e por que o setor de saneamento foi escolhi-

quem já o ouviu tocar, garante que ele faria sucesso nos palcos

do para fazer parte da sua vida profissional?

musicais, razão pela qual contamos um pouco sua história iniciada

Tadeu França: Não foi propriamente uma escolha trabalhar no

em singelas cidades do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo.

setor de saneamento e sim um feliz acaso, uma vez que no 5º ano de engenharia, eu também dava aulas em um curso técnico de

Saneas: Onde o senhor nasceu e cresceu e se graduou em

química e conheci vários profissionais da Sabesp que estudavam

engenharia?

nessa escola e me incentivaram a entregar um currículo na Sabesp.

Tadeu França: Nasci em Pariquera-Açu - SP e morei em Eldorado

Eu estava prestes a me formar e a iniciativa acabou dando certo.

- SP até os 17 anos, quando sai para estudar em Curitiba - PR e depois na cidade de São Paulo. Na capital paulista, me graduei em

Saneas: Da mesma forma, como e por que música tornou-se

Engenharia Química, pela Fundação Armando Alvares Penteado,

uma parte importante da sua vida?

FAAP em 1979. Em 2002, conclui especialização em Saneamento

Tadeu França: A música e a vontade de aprender um instrumento

Básico pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Em 2010 conclui

afloraram em mim desde muito cedo, quando acompanhava meu

mestrado em Engenharia Civil , na área de Saneamento e Am-

saudoso pai que era músico e tocava instrumento de sopro na Ban-

biente pela UNICAMP. E em 2012, conclui doutorado em Enge-

da Municipal de Eldorado. E em casa, ele também tocava violão,

nharia Civil, na área de Saneamento e Ambiente, pela UNICAMP

o que me deixava completamente atento às posições dos acordes,

em Campinas.

aos dedilhados e à bela sonoridade daquele instrumento.

Saneas: Quando foi sua entrada na Sabesp e qual é a sua

Saneas: O que o motivou escolher o violão como seu instru-

atual função na Companhia?

mento de preferência?

Tadeu França: Entrei na Sabesp em 1981, como Analista de

Tadeu França: Não sei bem ao certo qual o motivo, porém acredi-

Controle Sanitário ( cargo técnico) em Presidente Prudente

to que foi a facilidade de acesso ao instrumento e a possibilidade,

-SP, onde atuei até 1983. Nesse ano, fui transferido para Ita-

na época, de aprender com meu pai os primeiros acordes e de

Abril a Julho de 2018

SANEAS

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VIVÊNCIAS

tocar em tempo curto algumas músicas populares, com certa faci-

aprendi o suficiente para tocar junto com os amigos quando possível.

lidade, o que me entusiasmava.

Saneas: A convivência entre a música e a engenharia em sua Saneas: O senhor habitualmente é convidado a fazer apre-

vida é pacífica?

sentações? Onde?

Tadeu França: Sim! A música é um hobby, eu sou profissional

Tadeu França: Sou um músico amador que toco apenas por ho-

da Engenharia.

bby e, atualmente, apenas de ouvido. Não me sinto em condições de fazer apresentações. Apenas toco com os amigos e com

Saneas: Além de engenheiro e músico, o senhor também é

familiares, em festinhas e churrascos, normalmente em finais de

professor. Discorra um pouco sobre esta atividade.

semana, mais para renovar as energias e aliviar algum tipo de es-

Tadeu França: Não sou professor de carreira, mas, já tive boas experiências acadêmicas dando aula quando

tresse, porém sem qualquer compromisso. Definitivamente, não sou um profissional da música.

Saneas: Quais estudos o senhor fez para ter maior domínio do violão? E como o senhor mantém a sua performance no instrumento? É preciso treinar todos os dias?

Tadeu França: No início, eu era bem autodidata, aprendendo acordes com amigos e revistas da época. Depois, já adulto, entrei no Conservatório Municipal de Itapetininga, onde permaneci no curso de violão durante alguns anos, para aprender alguma coisa de teoria musical.

Tento pegar no violão quase todos os dias, mas

Eu não ando só, só ando em boa companhia com meu violão minha canção e a poesia...”

convidado.

Saneas: Atualmente o senhor se considera mais músico, um professor ou um engenheiro?

Tadeu França: Sem sombra de dúvidas, mais um engenheiro. Porém, às vezes, me torno um professor e, nas horas vagas de lazer, um músico.

Saneas: Voltando para a área do saneamento, o que o senhor destacaria ao jovem profissional que pretende trilhar neste setor?

insisto em dizer que para ser um músico profis-

Tadeu França: No Brasil, o saneamento é um

sional precisa estudar muito, mas muito mesmo.

Em minha opinião é preciso ter dedicação exclusiva e não dá para

campo bastante promissor até por conta da demanda existente,

fazer outra coisa. Por isso me considero somente um amador.

que deverá necessitar de muita mão de obra especializada e assim gerando várias oportunidades. Mas para que isso seja consolidado,

Saneas: No segmento musical, quais são as suas maiores in-

é necessária a implantação de uma política pública séria e contínua

fluências?

no País, voltada à necessidade desse setor tão fundamental para a

Tadeu França: Os estilos musicais que eu mais me identifico são

qualidade de vida da sociedade.

Samba, MPB e Bossa Nova. E dentro desse universo musical, tenho admiração por alguns músicos, compositores, bandas e interpre-

Saneas: Como o senhor qualifica a atuação da AESabesp no

tes, como João Bosco, Djavan, Tom Jobim, Gilberto Gil. Caetano

suporte aos profissionais técnicos da Sabesp e, como OSCIP,

Veloso, Emílio Santiago, Tim Maia, Rita Lee, Zeca Pagodinho, Paula

para a sociedade?

Toller, Toquinho, Vinícius, João Gilberto, Cazuza, Vanessa da Mata,

Tadeu França: Como uma atuação bem importante, por que fo-

Marisa Monte, Diogo Nogueira, Zé Ramalho, Alceu Valença, Elba

menta a discussão sobre problemas e soluções com foco no setor

Ramalho, Gonzaguinha, Luiz Gonzaga, Cidade Negra, Raça Negra,

de saneamento e meio ambiente.

Nenhum de Nós, Skank, Titãs, Casuarina, entre outros.

Saneas: O senhor ou membros da sua equipe participarão Saneas: O senhor já considerou a possibilidade de se tornar

do 29º Encontro Técnico AESabesp / Fenasan 2018, em São

um profissional da música, ao invés de seguir a engenharia?

Paulo, de 18 a 20.09.2018?

Tadeu França: Não! Nunca passou pela minha cabeça tal hipótese,

Tadeu França: Pretendo participar, como faço em todos os anos.

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