Revista Saneas 66

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Ano XI. Edição 66. Agosto a Outubro de 2018

- VEÍCULO -

FENASAN 2019

- OFICIAL -

A Unidade Metropolitana de Produção de Água da Sabesp foi a ganhadora do Troféu Encontro Técnico 2018.

A empresa B&F Dias Indústria e Comércio foi a ganhadora do Troféu Destaque Fenasan 2018.

Muitos entraves atrapalham a gestão de resíduos sólidos no Brasil, sem diretrizes técnicas e administrativas.


Momentos de Tecnologia AESabesp

Apresente sua empresa aos associados da AESabesp

Os Momentos de Tecnologia são palestras técnicas realizadas nas unidades da Sabesp, promovidas por empresas que desejam apresentar seus produtos e serviços aos nossos associados. Concorridas, estas apresentações contam com expressivo comparecimento de associados, técnicos da Sabesp e convidados do setor de saneamento ambiental. O número de palestras realizadas e de profissionais já treinados confirmam o sucesso dos Momentos de Tecnologia AESabesp.

7.200

288

25

participantes durante 8 anos

momentos de tecnologia realizados em 8 anos

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EXPEDIENTE Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 aesabesp@aesabesp.org.br www.aesabesp.org.br Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp Tiragem: 6.000 exemplares Diretoria Executiva Presidente: Olavo Alberto Prates Sachs Diretor Administrativo: Nizar Qbar Diretor Financeiro: Evandro Nunes Oliveira Diretora Socioambiental: Márcia de Araújo Barbosa Nunes Diretor de Comunicação e Marketing: Paulo Ivan Morelli Franceschi Diretoria Adjunta Cultural: Maria Aparecida Silva de Paula Santos Esportes e Lazer: Zito José Cardoso Polos Regionais: Antônio Carlos Gianotti Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges Técnica: Gilberto Alves Martins Conselho Deliberativo Presidente: Ivan Norberto Borghi Membros: Abiatar Castro de Oliveira, Agostinho de Jesus Gonçalves Geraldes, Benemar Movikawa Tarifa, Choji Ohara, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Ivo Nicolielo Antunes Junior, Luis Américo Magri, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Nelson Stábile, Richard Welch, Rogélio Costa Chrispim, Sônia Regina Rodrigues Conselho Fiscal Aurelindo Rosa dos Santos, João Augusto Poeta e Yazid Naked Coordenadores Conselho Editorial e Fundo Editorial: Luciomar Santos Werneck Polos da RMSP: Antonio Carlos Gianotti Assuntos Institucionais: Fátima Valéria de Carvalho Contratos Terceirizados: Walter Antonio Orsatti Comissão Organizadora do 28º Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2017 Presidente da Comissão: Walter Antonio Orsatti Coordenador do Encontro Técnico AESabesp: Maria Aparecida Silva de Paula Coordenador da Fenasan: Gilberto Alves Martins Membros: Alzira Amâncio Garcia, Antônio Carlos Roda Menezes, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido Bonifácio, Iara Regina Soares Chao, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Rosângela Cássia M. de Carvalho, Sonia Maria Nogueira e Silva Equipe de apoio: Maria Flávia da Silva Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro, Vanessa Hasson Polos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro: Ednaldo Sandim Polo AESabesp Leste: Eduardo Alves Pereira Polo AESabesp Norte: Eduardo Bronzatti Morelli Polo AESabesp Oeste: Claudia Caroline Buffa Polo AESabesp Ponte Pequena: Samuel Francisco de Souza Polo AESabesp Sul: Antonio Ramos Batagliotti Polos AESabesp Regionais Diretor de Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Baixada Santista: Zenivaldo Ascenção dos Santos Polo AESabesp Botucatu: Leandro Cesar Bizelli Polo AESabesp Caraguatatuba: Felipe Noboru Matsuda Kondo Polo AESabesp Franca: José Chozem Kochi Polo AESabesp Itatiba: Carlos Alberto Miranda Silva Polo AESabesp Itapetininga: Jorge Luis Rabelo Polo AESabesp Lins: João Luiz de Andrade Areias Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto Polo AESabesp Vale do Paraíba: Sérgio Domingos Ferreira Polo AESabesp Vale do Ribeira: Jiro Hiroi Editora e Jornalista Responsável Maria Lúcia da Silva Andrade - MTb. 16081 Textoscom - luciatextos@terra.com.br www.site.com.br/textoscom facebook.com/textoscom Redação Amauri Bernal e Lúcia Andrade Projeto visual gráfico e diagramação Neopix DMI contato@neopixdmi.com.br www.neopixdmi.com.br A AESabesp não se responsabiliza pela veracidade de conteúdo de anúncios e de artigos assinados.

EDITORIAL Prezados associados, conselheiros, diretores e coordenadores, amigos e parceiros da AESabesp, Esta é a última edição da revista Saneas da nossa gestão 2016 – 2018 a qual trás um balanço do 29º Encontro Técnico e FENASAN 2018, evento este que é o principal projeto da AESabesp e por isso me permitam fazer um paralelo desta edição com o aprendizado e conquistas da nossa associação nestes últimos três anos. Sempre procuramos o melhor para os nossos associados e fazer uma edição superar outra em novidades, sem perder a qualidade dos serviços, passou a ser uma obsessão dentro da casa. Não tivemos medo de errar, ousamos, inovamos e principalmente transformamos nossas idéias em projetos que viraram obras que, com maestria, cumpriram seus objetivos o que todos vocês poderão constatar nesta primorosa publicação. Estamos certos que a bola da vez é a questão dos resíduos sólidos e por isso iniciamos a pauta fazendo uma correlação entre gestão e eficiência dos resíduos sólidos com a impressionante visão que “há uma estimativa alarmante que aponta que até o ano 2025 nossos oceanos terão mais plásticos do que vida marinha”. Em seguida falamos sobre oportunidades de negócios para a AESabesp com a parceria que está sendo tratada entre a maior feira de água, esgotos, resíduos sólidos e meio ambiente da atualidade: a IFAT de Munique, cujos organizadores tiveram a oportunidade de constatar o sucesso da nossa Feira e Encontro Técnico no mercado latino americano. Segundo o depoimento da CEO da Messe Munchen Brasil, Monica Araujo, “Os temas são extremamente relevantes e muito conectados com algo tão presente no nossos dias, tão importante e tratado com tanta seriedade, que nos tornam orgulhosos de sermos parceiros por meio de nossa marca IFAT da Alemanha, que tem o mesmo objetivo de fomentar idéias e inovações assim como a Fenasan a diretoria e os membros da AESabesp”. Discorremos nas páginas subsequentes da revista momentos preciosos dos autores, que fizeram parte deste espetáculo entre eles a diretora presidente da Sabesp Karla Bertocco, a qual com seu carisma e capacidade de simplificação, conseguiu expor durante sua palestra magna conceitos complexos em total interatividade com a plateia. Boa leitura a todos e meu agradecimento aos associados, expositores, colaboradores e principalmente a equipe da atual gestão que com seu comprometimento e profissionalismo procuram fazer de tudo para termos uma sociedade melhor.

Eng. Olavo Alberto Prates Sachs Presidente da AESabesp Gestão 2016-2018


ÍNDICE

06 Matéria Tema Gestão de resíduos sólidos

10 12 14

Entrevista

23

Uma abordagem sobre gestão de resíduo com a superintendência MT da Sabesp

Ponto de vista Oportunidade de negócios, conteúdo técnico e consciência ambiental num só evento

Case de Sucesso Projeto de beneficiamento de biogás para uso veicular na ETE Franca da Sabesp

17

SANEAS

Agosto a Outubro de 2018

Aplicação do conceito 3Rs no gerenciamento de resíduos com ênfase em educação ambiental para o consumo responsável

47

Cultural

49

Acontece no setor

53 4

Artigo Técnico

O sucesso Prêmio Jovem Profissional 2018 e demais premiações AESabesp

Vivências “Quem canta os males espanta”

Especial Fenasan 2018

23 26 30

Abertura da Fenasan 2018

31

Segundo dia

36

Na Feira, grandes participações e perspectivas de negócios

37

Lançamento do Livro “AESabesp 30 Anos; Três décadas de história e grande legado”

38

Terceiro dia

41

O maior e melhor dia da Fenasan 2018

43

Encerramento e premiações

Primeiro dia Lançamento de Livros no estande da AESabesp


Mais que uma revista, um projeto socioambiental. Conheça as oportunidades de participação. Anuncie na Saneas!

Ano XI. Edição 65. Abril a Julho de 2018

- VEÍCULO -

FENASAN 2018

- OFICIAL -

O LEGADO DOS 21 ANOS DA LEI DAS ÁGUAS O que trouxe esta maioridade plena para o desenvolvimento dos recursos hídricos no País

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29º Encontro Técnico AESabesp / Fenasan 2018 Participe do maior evento técnico-mercadológico em saneamento na América Latina, de 18 a 20 de setembro, no Expo Center Norte.

AESabesp e Messe Munchen Brasil estudam parceria entre a Fenasan e a IFAT

O sucesso do 8º Fórum Mundial da Água

A IFAT - maior Feira de Soluções Ambientais do mundo - terá a Fenasan como a sua porta de entrada da América e trará toda sua expertise.

A edição brasileira foi a maior da história desse evento que move o mundo em torno da água e da consciência ambiental.


MATÉRIA TEMA

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS AINDA ESTÁ BEM LONGE DA EFICIÊNCIA

O

s resíduos sólidos, por vezes denominado lixo, é tudo o que resulta da atividade humana e que tem grande potencial de reciclagem ou reaproveitamento, mas que geralmente é rotulado como inútil e então descartado quase sempre de maneira inadequada, na maioria das vezes

em lixões ou aterros irregulares. Para fazer o enquadramento adequado a cada tipo de resíduo, foi feita uma classificação que facilita a coleta seletiva e tratamento, conforme tabela:

6

SANEAS

Agosto a Outubro de 2018

CLASSIFICAÇÃO

AGENTE PRODUTOR

TIPO DE RESÍDUO

DOMÉSTICO

Residências

Materiais orgânicos, geralmente sobra de alimentos e resíduos de artigos de higiene pessoal

PÚBLICO

Áreas de acesso público e comum.

Material recolhido em varrição urbana como material vegetal, galhos, folhas, lixo de córregos e praças.

ESPECIAL

Comércio e Indústria

Todo material residual das atividades comerciais e industriais (entulho, insumos hospitalares, plásticos, etc).


Até o início de 2010 os resíduos sólidos careciam de órgão ou

ocupação de autoridades e estudiosos que já estimavam danos

legislação que dispusesse de ferramentas de gestão mais eficien-

inestimáveis caso nenhuma medida por parte do poder público

tes, e então ficavam às margens das políticas que cerceiam o sa-

fosse tomada com prioridade.

neamento básico.

A intensificação das atividades econômicas, sobretudo nos gran-

Não se sabia com clareza a quem cabia responsabilidade de des-

des centros urbanos, traz consequências devastadoras de duplo

tinação final dos resíduos sólidos e sua devida gestão, se era do

efeito: por um lado, a demanda por materiais transformados para

produtor, se era do poder público municipal ou se essa responsabi-

uso na vida moderna exige cada vez mais a extração de recursos na-

lidade cabia a alguma esfera pública administrativa de poder maior.

turais, que já não ocorre de maneira equilibrada, mas predatória e

O cenário atual dos resíduos sólidos no Brasil revela que aproxi-

desenfreada, não dando o tempo necessário para que as áreas de-

madamente 80 milhões de toneladas de lixo são produzidas todos

vastadas se recuperem plenamente. Por outro lado, tudo o que so-

os anos pelas mais de 5000 cidades do país, somos o maior pro-

bra das transformações de materiais extraídos já não é desejado ou

dutor de resíduos da América Latina.

reaproveitado, já que quase sempre o custo de novas extrações são

De todo resíduo sólido produzido pela nação, mais de 30% tem

significativamente menores do que o custo de reaproveitamento

potencial para ser reciclado ou reaproveitado e poderia ser fonte

ou reciclagem, gerando assim uma quantidade inestimável de resí-

de renda para milhares de famílias.

duos sólidos descartados em maior volume em locais inadequados,

Estima-se que, se reciclado, os resíduos brasileiros poderiam

trazendo consequências devastadoras ao ambiente e, por conse-

trazer uma receita da ordem de 8 bilhões de reais, evidenciando

quência, reduzindo os níveis dos indicadores de qualidade de vida.

o montante de dinheiro que vai parar indiscriminadamente nos quase 3 mil lixões e aterros irregulares distribuídos pelo país. Esse abismo entre a necessidade de gestão desses resíduos e uma política própria de administração eficiente despertou a pre-

Há estimativas de que 90% de todo resíduo sólido produzido no Brasil é disposto diretamente no solo e sem o mínimo de reaproveitamento. Dos resíduos gerados 10% não são nem mesmo coletados e têm como destino final o leito de rios e oceanos.

Agosto a Outubro de 2018

SANEAS

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https://bit.ly/2KK5bjJ

MATÉRIA TEMA

Há uma outra estimativa alarmante que aponta que até o ano 2025 nossos oceanos terão mais plásticos do que vida marinha.

As atividades da construção civil não podem ser interrompidas, uma vez que estão diretamente ligadas ao desenvolvimento eco-

O descarte inadequado dos resíduos sólidos provoca a contami-

nômico e social do Brasil. Contudo, uma trilha deve ser aberta

nação do solo, da água subterrânea, do ar e da superfície, causa

para encaminhar o setor rumo ao equilíbrio, fazendo uso de con-

poluição visual, além de atrair animais e insetos, como mosquitos

sumo consciente e reaproveitamento de materiais sem abrir mão

e roedores, que atuam como veículos de transmissão de doenças,

do crescimento econômico.

como dengue, leptospirose, entre outras.

A vilania da construção civil Quando o assunto é a destinação de resíduos sólidos, um exemplo nada positivo é a indústria da construção civil, responsável pela metade dos resíduos sólidos produzidos no país. É uma atividade de comportamento altamente predatório, pois modifica a paisagem natural para a extração de recursos e é também altamente

Material a ser aproveitado – Aterro de materiais de construção em Campo Grande - MS

poluidora, já que a produção de materiais, como o cimento, figura entre as maiores vilãs que contribuem para o aumento dos gases do efeito estufa e redução da camada de ozônio.

Na tentativa de trazer equilíbrio e regulamentar todos os aspectos que envolvem os resíduos sólidos, foi criada a Lei 12.305/10 de

O pré-tratamento dos resíduos sólidos proveniente das ativida-

Política de Resíduos Sólidos que tem como objetivo tirar da mar-

des da construção civil assemelha-se ao tratamento de resíduo

gem esse grupo de materiais que até então não se enquadrava

domiciliar, começando com a coleta seletiva, por exemplo.

em nenhum grupo específico de tratamento, ou pelo menos era

A construção civil pode ser beneficiada diretamente com a separação de seu material residual, como materiais metálicos do

ignorado e dirigido ao acaso e irregularidades, condenando sua destinação final quase sempre a aterros irregulares.

tipo alumínio, ferro e madeira, que possuem valor comercial para demais materiais cerâmicos podem ser triturados e reincorporados

Os entraves para a integração dos resíduos ao saneamento

em uma nova construção, substituindo materiais como areia e bri-

Ao falar da incorporação dos resíduos sólidos nas políticas de sa-

ta, mas esses exemplos de reaproveitamento são pouco executa-

neamento ambiental, fica difícil entender como será possível que

dos e ainda estão longe de se tornarem um hábito entre empresas

esses resíduos recebam de fato o tratamento e destinação ade-

e profissionais do ramo, já que esses materiais são descartados de

quados, já que mais da metade dos municípios, sendo o detentor

forma inapropriada em aterros clandestinos, onde entra em con-

do poder administrativo dos assuntos de saneamento, não possui

tato com matéria orgânica, tornando seu custo de coleta e trata-

sequer políticas que definem diretrizes para conduzir os rumos

mento muito alto, inviabilizando sua venda ou reaproveitamento.

dos dois elementos que já formavam o saneamento básico na-

revenda mesmo após sua utilização primária; restos de blocos e

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SANEAS

Agosto a Outubro de 2018


cional: abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. Foto: Agência O Globo/Márcia Foletto. https://glo.bo/2PdIx9E

Todos os artigos que compõem a Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos atuam de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei. Um dos artigos da Lei 12.305/10 aborda uma ferramenta mais que importante: trata-se da Logística Reversa, que nada mais é que instrumento caracterizado por um conjunto de ações que viabilizam a coleta e restituição de resíduos sólidos e os destinam aos setores empresariais que podem usar esse material em seu ciclo produtivo, dando uma finalidade adequada para parte dos resíduos produzidos.

Senhora separa o material reciclado que foi recolhido após a passagem da Banda de Ipanema

A Lei dos Resíduos Sólidos prevê também o reconhecimento dos

Com o crescimento demográfico acentuado e desordenado,

resíduos sólidos de caráter reciclável como um bem de valor eco-

em especial nas grandes metrópoles, aumenta também a indispo-

nômico e social com potencial para gerar trabalho, renda e pro-

nibilidade de grandes terrenos para a construção dos aterros, já

mover a cidadania. Além disso, prevê também a cooperação entre

que, por segurança,esses aterros sanitários devem ser construídos

todas as esferas de poder público, empresarial e todos os outros

a uma distância regulamentada de conglomerados urbanos, afas-

segmentos da sociedade empregados na gestão dos resíduos pro-

tando as possibilidades de doenças decorrentes da proximidade

duzidos no país. Um exemplo disso, dessa vez na contramão de

humana com resíduos contaminados.

todos os fatores negativos citados, são as latas de alumínio.

Vale salientar também que, uma vez que uma área é destina-

Encontrar pilhas de resíduos sólidos jogadas em campos abertos

da a um aterro sanitário, ela está condenada permanentemente

e sarjetas não é cena rara, sobretudo nas periferias de grandes

e, em caso de desativação, o espaço terá limitações quanto a

cidades, mas encontrar uma lata de alumínio em uma dessas pi-

um novo uso ou até mesmo restrição à presença humana, daí a

lhas já não é tarefa fácil, uma vez que o alumínio é matéria de

importância de diminuir a necessidade de aterros, mesmo que

estimado valor comercial.

sejam regulamentados.

Esse material é caro porque exige uma grande quantidade de energia para sua produção, tornando o reaproveitamento de latas usadas mais viável do que a produção de novas unidades do referido material, sendo esse o caminho mais curto entre o processo produtivo e a otimização de recursos com maximização de lucros. Com o incentivo adequado e o devido investimento, o que é um http://bit.ly/2JIuQK2

problema pode tornar-se uma solução mais que rentável. Até o momento, os aterros sanitários regulamentados são a destinação mais apropriada para o descarte dos resíduos que, por alguma razão, não puderam ser reaproveitados e não há mais nenhuma possibilidade de reciclagem, caracterizando o material como inutilizável, salvo casos de materiais de alta toxicidade e poder patogênico, que devem ser incinerados, não descartados.

Aterro sanitário em Maceió – AL

Pode parecer utópico, mas a expectativa é que a Lei dos Resídu-

Aterros sanitários são obras de engenharia muito bem elabora-

os Sólidos possa exercer de forma rigorosa o controle e gestão de

das que, com o emprego de tecnologias de impermeabilização e

tudo o que sobra de nossa produção e consumo, sempre com o

vedação, impedem que o solo abaixo receba o chorume elimina-

objetivo de reduzir significativamente o montante de material resi-

do pelos resíduos, dessa forma protegendo o solo e mantendo a

dual sem aproveitamento. Também é possível esperar que reduza

qualidade da água armazenada em lençóis freáticos e aquíferos.

as demandas por áreas designadas a aterros sanitários regulamen-

Contudo, a construção de aterros sanitários além de onerosa, demanda grandes áreas, espaço físico, que precisarão ser desma-

tados, assim como a supressão de criação de novos lixões e aterros irregulares ou até mesmo a extinção deles.

tados ou modificados para que o projeto seja implantado.

Agosto a Outubro de 2018

SANEAS

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ENTREVISTA

Uma abordagem sobre gestão de resíduo com a superintendência MT da Sabesp

N Nivaldo Rodrigues da Costa Jr. Engenheiro Civil, graduado pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie e com Especialização em Engenharia de Saneamento Básico pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

esta edição, que comporta uma visão so-

Atualmente é superintendente da Unidade de Ne-

bre a gestão de resíduos no cenário na-

gócio de Tratamento de Esgotos da Diretoria Metro-

cional, entrevistamos o Superintendente

politana da Sabesp, tendo como principais sistemas e

da Unidade de Negócio de Tratamento

plantas operadas ABC, Barueri, Parque Novo Mundo,

de Esgotos da Metropolitana (MT) da Sabesp, Nivaldo

São Miguel e Suzano, além de 30 estações de siste-

Rodrigues da Costa Jr.

mas isolados, que tratam mais de 18 mil litros/ segun-

Engenheiro Civil, graduado pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie e com Especialização em

A unidade da qual é líder também tem como de-

Engenharia de Saneamento Básico pela Faculdade de

safios produzir água de reúso e buscar soluções para

Saúde Pública da Universidade de São Paulo, ele acumu-

aproveitamento energético do lodo e biogás gerados

la 26 anos de experiência na Sabesp, com uma atuação

nas estações.

pautada na gestão operacional, com destaque para a utilização de modelos hidráulicos e controle de perdas.

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SANEAS

do de esgotos.

Agosto a Outubro de 2018

NIvaldo ainda é professor convidado do Curso de Especialização de Engenharia de Saneamento Básico


da Universidade Mackenzie e é Conselheiro da ABES - Associação

este lixo retirado na entrada das estações é encaminhado para

Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - Seção São Paulo.

aterro sanitário. Quanto ao tratamento de lodo, hoje trabalhamos no desaguamento e encaminhamos para aterro sanitário,

Saneas: Em sua opinião, existe uma atenção maior atual-

mas estamos buscando fortemente outras soluções, mais sus-

mente, no setor de saneamento, voltada à gestão dos resí-

tentáveis, dos pontos de vista econômico e ambiental, como por

duos sólidos?

exemplo o projeto Waste to Energy, desenvolvido na Unidade

Nivaldo RCJ: Sim, a gestão de resíduos sólidos está cada vez mais

com a interface de diversas áreas da Sabesp e que busca uma so-

na pauta da sociedade, de uma forma geral, tanto pelo incremento

lução tecnológica para tratamento e destinação ambientalmente

da quantidade produzida como pela necessi-

adequada para o lodo, associado ao

dade de soluções tecnológicas que busquem

seu aproveitamento energético.

um melhor aproveitamento e destinação fiSaneas: As operações em gestão

nal destes resíduos.

de resíduos são feitas dentro da Saneas: Que ações a Unidade de Negócio de Tratamento de Esgotos (MT) desenvolve para atender a Sabesp, em relação a esse segmento? Nivaldo RCJ: Um dos subprodutos do tratamento de esgoto é o lodo, resultante da remoção de matéria orgânica presente nos esgotos. Com o crescimento contínuo dos índices de tratamento de esgotos na região metropolitana, temos o consequente aumento no volume de lodo gerado nas nossas estações. Neste sentido, a nossa Unidade tem trabalhado no desenvolvimento e prospecção tecnológica que busquem viabilizar esta questão, seja no processo de tratamento de esgoto ou também no tratamento e aproveitamento energético do lodo propriamente dito.

São coletados nas entradas das estações de tratamento da região metropolitana, cerca de 17 mil kg de lixo por dia”

empresa ou em outras unidades, em parceria com outras empresas, por meio de SPEs? Nivaldo RCJ - Atualmente nossas operações são realizadas pela empresa, mas no futuro, face ao incremento de volume, estamos idealizando novas formas de contratação. Saneas: Quais são as tecnologias que mais contribuem para pré-tratamento de esgoto, água de reúso, disposição de lodos, entre outras vertentes da gestão de resíduos. Nivaldo RCJ: Existem várias tecnologias que potencializam o tratamento de esgoto, com possíveis reduções da geração de resíduos entre outros be-

Saneas: O senhor poderia discorrer so-

nefícios. Nossa equipe, em conjunto

bre as diferenças nas operações de re-

com as áreas de pesquisa e desenvol-

síduos sólidos de Estações de Tratamento de Esgotos, tra-

vimento da companhia, tem analisado com detalhes cada uma

tamento de lodo e resíduos despejados na rede coletora de

delas, verificando sua respectiva adaptabilidade à nossa realidade,

esgoto? A Sabesp atua em todas essas frentes?

buscando cada vez mais estações de tratamento sustentáveis e

Nivaldo RCJ: Infelizmente hoje ainda temos uma parcela da po-

eficientes operacionalmente.

pulação que utiliza as redes coletoras de esgoto de forma equivocada, com despejo de lixo em vasos sanitários ou diretamente

Saneas: Em sua concepção, é possível desenvolver melhores

nos poços de visitas da rede coletora, para se ter uma ideia,

tecnologias com menores custos para este tipo de gestão?

atualmente são coletados nas entradas das estações de trata-

Nivaldo RCJ: Muitas tecnologias já desenvolvidas em outros pa-

mento da região metropolitana, cerca de 17 mil kg de lixo por

íses têm total aplicabilidade nos nossos processos, cabe é claro

dia. Isto é muito ruim pois apesar de conseguirmos evitar que

uma avaliação criteriosa para adaptarmos ao nosso cenário e

este lixo interfira diretamente no nosso processo, ele acarreta

acredito que a ampla utilização faz com que os custos sejam cada

grandes problemas de entupimento das redes coletoras. Todo

vez menores.

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SANEAS

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PONTO DE VISTA

Oportunidade de negócios, conteúdo técnico e consciência ambiental num só evento Por Monica Araujo

Monica Araujo é graduada em Tecnologia pela Universidade Mackenzie, pós-graduada em Administração pela FGV e com especializações em Negócios e Marketing pela FIA e pela Fundação Dom Cabral. Trabalhou em grandes multinacionais onde acumulou experiência nas áreas de Produtos, Comercial, Marketing, CRM e Business Intelligence. Atuou no mercado de soluções e produtos para o mercado de cartões e pagamentos eletrônicos em empresas como Cielo e Diebold, participou da criação da Multiplus, empresa do grupo LATAM, o maior player brasileiro no segmento de fidelização. Está há 6 anos no mercado de feiras e eventos tendo iniciado na UBM, lider britânica do setor de eventos e tem experiência no lançamento e realização de grandes feiras e congressos como a Hospitalar, da qual foi diretora geral. Atualmente dirige a filial brasileira da Messe Munchen, empresa alemã organizadora de eventos lideres internacionais como a Bauma e a IFAT.

12

SANEAS

Agosto a Outubro de 2018


C

Como profissional do setor de feiras, congressos

É impressionante também o número de participação de em-

e eventos, sempre penso como podemos fazer

presas internacionais e os projetos de troca de know how com

para gerar cada vez mais oportunidades para to-

os novos profissionais do setor e os possíveis intercâmbios para o

dos os nossos clientes durante esses dias em que

desenvolvimento desses profissionais.

nos reunimos para o desenvolvimento de ideias que movimentarão o setor de atuação da feira.

A Fenasan e a AESabesp têm desenvolvido um excelente trabalho e um evento cada vez mais qualificado e importante para

Claro que sempre é importante gerarmos bons negócios para

o mercado latino americano e esperamos poder fazer parte desse

os expositores e visitantes dos eventos e trazermos um público

sucesso e apoiar o crescimento de tão relevante evento e congres-

comprador altamente qualificado faz parte do coração de uma

so técnico por meio de nossas experiências nos mercados em que

feira. Uma feira de negócios tem como principal objetivo sempre

atuamos na Europa, Ásia e África.

conectar compradores e vendedores.

A preocupação com as atrações da feira bem como o cuida-

Contudo, como fazer os profissionais envolvidos em um evento

do com os temas relevantes também são notáveis como a com-

perceber que aqueles 3 ou 4 dias são muito importantes não só

petição entre os operadores e o prêmio para os jovens talentos,

do ponto de vista de futura receita, mas também do ponto de

apoiando o desenvolvimento de futuros profissionais para o setor.

vista de desenvolvimento de ideias, oportunidades de parcerias e

Sempre conectados com as demais associações do mercado e as

alianças, além de todo o conhecimento que pode ser adquirido

tendências mundiais.

num curto período de tempo? Atualmente não temos tanto tempo para investir em conhecimento.

Achei muito interessante também o Troféu AESabesp, principalmente quando os temas focam em reduzir desperdício de resídu-

A Fenasan tem exatamente essa cara, o foco é no conhecimen-

os, especialmente embalagens que hoje consumimos em grande

to e no conteúdo técnico que faz com que ideias sejam implemen-

quantidade, por meio dos produtos em prateleiras pelo mundo. E

tadas e melhorem a vida da população com as melhores práticas

o foco em reutilizar essas embalagens e reciclar.

para o tratamento de água, esgoto e dos resíduos. É muito grati-

Ter uma premiação no evento faz com que os expositores se en-

ficante ver empresas de todos os portes e de diferentes países dis-

gajem ainda mais para apresentar suas soluções tecnológicas que

cutindo cases e soluções que podem gerar muitas oportunidades

apoiam a mudança no mundo do tratamento de água e esgoto bem

a todos e principalmente apoiar o desenvolvimento do mercado

como no tratamento de resíduos sólidos. Tenho certeza que o pla-

brasileiro e da América Latina.

neta tem a Fenasan e a AESabesp em sua lista de agradecimento.

A abertura contou com uma plateia bem cheia e interessada na

Muito legal nesse prêmio também é o fato de incluir pequenas,

palestra de importantes profissionais do segmento e já mostrou

médias e grandes empresas, dando oportunidades às pequenas e

que o evento seria muito bem visitado logo no primeiro momento.

médias em apresentar suas soluções, pois elas não têm geralmen-

É preciso lembrar que estamos passando por um momento desa-

te grandes áreas de pesquisa e desenvolvimento.

fiador no Brasil e que o País precisa de discussões relevantes para o seu desenvolvimento. A área de conteúdo técnico onde as palestras aconteciam possibilitava que o visitante se conectasse em conferências diferentes no

O incentivo ao lançamento de livros e publicações técnicas do setor durante o evento nos estandes da associação e de parceiros é muito importante porque o visitante aproveita ainda mais a sua visita para ter contato com novos conteúdos.

mesmo espaço e assim ele podia otimizar mais ainda sua visita e ad-

Tivemos o prazer de receber os membros da AESabesp junta-

quirir informações sobre projetos e cases nacionais e internacionais.

mente com o grupo de visitantes na IFAT no último Maio e muito

O congresso tem palestrantes de renome que trazem cases in-

felizes em saber que estamos contribuindo para o crescimento e

ternacionais e outros brasileiros que nos fazem refletir ainda o quanto falta para o desenvolvimento do setor no Brasil.

valorização de tão importante setor no Brasil. A feira e o congresso estiveram cheios durante todos os dias e era

Os temas são extremamente relevantes e muito conectados

possível ver a integração e o interesse dos visitantes e dos expositores.

com algo tão presente no nosso dia e tão importante e tratado

Um evento que está a caminho de completar seus 30 anos em

com tanta seriedade pela AESabesp que nos torna orgulhosos de

2019 e já reconhecido no mercado nacional com uma vontade de

sermos parceiros por meio de nossa marca IFAT na Alemanha que

sempre entregar mais valor é o que quem visita a Fenasan encon-

tem o mesmo objetivo de fomentar ideias e inovações assim como

tra e nos deixa como parceiros do evento muito orgulhosos em

a Fenasan e a diretoria e membros da AESabesp.

fazer parte!

Agosto a Outubro de 2018

SANEAS

13


CASE DE SUCESSO

Projeto de beneficiamento de biogás para uso veicular na ETE Franca da Sabesp Por Rosane Ebert Miki e Luciano Reami

Rosane Ebert Miki Engenheira Civil pela Universidade Federal de Santa Maria – RS em 1988. Mestre em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos – USP / São Paulo / SP em 1992. Engenheira da Sabesp desde 1994. Coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento, de 1997 a 1999. Gerente de Operação e Manutenção de ETEs de 1999 a 2006. Atualmente, Engenheira do Deptº de Prospecção Tecnológica e Propriedade IntelectualTXP, da Superintendência de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e InovaçãoTX. Luciano Reami Tecnólogo em Saneamento pela Unicamp - 1995, Engenheiro civil pela Universidade de Franca - 2004, Mestre e Doutor pela FEC-Unicamp - 2011. Atualmente, Gerente do setor de tratamento de esgotos da Sabesp de Franca.

14

SANEAS

O

projeto de beneficiamento (purificação)

No croqui da Figura 1 observa-se que a unidade de

do biogás gerado nos digestores anae-

beneficiamento acondicionada em contêiner constru-

róbios da Estação de Tratamento de Es-

ído, interligada aos biodigestores de biogás, através

goto (ETE) de Franca para produção do

nova linha de biogás e do reservatório de biogás e os

biometano para uso veicular é resultado de acordo de

sistemas de compressão e abastecimento (bomba de

cooperação entre Sabesp e Instituto Fraunhofer da Ale-

combustível) do biometano, bem como os flares exis-

manha assinado em 2015. Os equipamentos foram do-

tentes para queima do biogás não tratado. O biogás

ados pela Fraunhofer e a infraestrutura e demais custos,

que sai dos biodigestores é armazenado no reservatório

ficaram sob a responsabilidade da Sabesp. Foram de-

de 1.040 m3 de biogás, com compressão de saída de

senvolvidos em conjunto os projetos para implantação

28 mbar, e tem como funções garantir que a vazão,

da infraestrutura, os trâmites para nacionalização dos

pressão e composição constantes do biogás de entrada

equipamentos doados e o atendimento às exigências

no sistema de beneficiamento.

dos órgãos anuentes, bem como o comissionamento

No croqui da figura 2, estão representadas as uni-

dos equipamentos e partida do sistema em 2017, com

dades instaladas dentro do contêiner, que são: as

a operação efetiva do sistema e abastecimento de parte

unidades de compressão, condicionamento e desumi-

da frota de veículos da Sabesp de Franca, a partir de

dificação do biogás, a coluna de carvão ativado para

maio de 2018.

remoção de H2S do biogás, os pré-filtros de carvão

A ETE Franca atende uma população de aproxima-

ativado para remoção de siloxanos e as unidades de

damente 284.000 habitantes e trata uma vazão atual

enriquecimento do metano, responsáveis pela remoção

de 470 L/s, com produção de 60 a 90 m / dia de lodo

de dióxido de carbono e produção do biometano, que

e em torno de 3.000 Nm3/dia de biogás. O sistema de

empregam a tecnologia PSA (Pressure Swing Adsorp-

beneficiamento de biogás implantado tem capacidade

tion). Esta tecnologia, o PSA, trabalha dentro do prin-

de tratar 2.880 Nm3/dia de biogás (120 Nm3/h) e de

cípio da adsorção por oscilação de pressão adsorvendo

produzir até 1.700 Nm /dia de biometano.

preferencialmente o CO2 em relação ao CH4, em meio

3

3

Foi proposto um sistema de beneficiamento de bio-

adsorvente, quando submetido à pressão.

gás para remoção de impurezas como umidade, H2S e

O biogás do reservatório é aspirado à pressão atmos-

impurezas como siloxanos, que são compostos à base

férica (28 mbar) e dentro do contêiner comprimido a

de sílica, que estão presentes no biogás de ETEs e a

uma pressão em torno de 4 bar, resfriado para a tempe-

remoção de dióxido e carbono, de forma a aumentar

ratura em torno 5 a 10oC. e após removida a água con-

o teor de metano no biogás, produzindo o biometano,

densada, o biogás é reaquecido para que ocorra sua

que para uso como combustível veicular e/ou injeção

secagem. Este biogás seco é encaminhado para sistema

na rede de gás natural, de atender às exigências de ór-

de remoção de sulfeto de hidrogênio, que utiliza um

gão reguladores como ANP- Agência Nacional de Pe-

filtro preenchido com carvão ativado, para formação

tróleo e Biocombustíveis, em termos de qualidade do

de enxofre elementar. A água segue para a fase gaso-

produto, além de exigências da Agência Reguladora de

sa e o enxofreelementar adere de forma irreversível na

cada Estado.

superfície do carvão ativado, que necessita ser trocado

Agosto a Outubro de 2018


Figura 1: Sistema de Beneficiamento de Biogás Fonte: Adaptado de WaelkensandSternad, 2011.

Figura 2 - Sistema de beneficiamento de biogás, instalado dentro do contêiner (adaptada de Schulte-SchulzeBerndt, 2006).

Agosto a Outubro de 2018

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CASE DE SUCESSO

Figura 3 – Vista da área de implantação do Sistema de beneficiamento

Figura 4 – Vista da área de implantação do Sistema de beneficiamento.

em intervalos definidos. Na etapa seguinte o biogás passa pelos

adaptados, o que representa 10 % da capacidade de produção.

pré-filtros de carvão ativado para a remoção de substâncias indese-

Na figura 3, uma vista panorâmica do sistema e na figura 4, de-

jadas, como siloxanos e posteriormente, para unidade de remoção

talhes do posto de abastecimento e do abasticmento de parte da

de CO2, que ocorre na unidade de PSA.

frota com biometano.

No sistema de Franca a unidade de PSA é composta de qua-

O investimento total é da ordem de R$ 7.377.639,46, sendo R$

tro colunas de adsorção preenchidas com peneiras moleculares

4.116.690,00 recurso do Fraunhofer e R$ 3.260.949,46 da SABESP.

de carbono (PMC), onde o CO2 é adsorvido neste material, de

No projeto estiveram diretamente envolvidas as seguintes áreas

forma que um gás muito rico em metano (em torno 97%) saia da

da Sabesp: Superintendência de Pesquisa, Desenvolvimento Tecno-

unidade de PSA. As colunas de adsorção estão arranjadas em série

lógico e Inovação - TX, Unidade de Negócio Pardo e Grande - RG

para garantir a produção contínua de metano e em condições

e Superintendência de Finanças – FF, e assim o projeto contou com

normais de operação, cada coluna passa por um ciclo alternante

apoio dos diretores da T e R, pois a coordenação do projeto foi

de adsorção-regeneração.

conduzida por representantes da TX e RG e envolvimento do diretor

A planta foi concebida para operar em automático e a qualidade

da F, devido ao processo de importação dos equipamentos, bem

do biometano é continuamente monitorada quanto aos compo-

tributárias e de seguro do projeto. Também estiveram envolvidas a

nentes: metano, dióxido de carbono e oxigênio. Além disso, em

CJE para elaboração do acordo em conjunto com TX e a TA para

intervalos constantes são medidos H2S e H2. A calibração das gran-

em conjunto com RG e TX elaborar análise de risco. O projeto tam-

dezas CH4, CO2, O2 e H2S ocorre de forma automática a partir

bém foi discutido/compartilhado com fornecedores de tecnologia

de três cilindros com concentrações conhecidas destes gases. Em

de biogás, concessionários de distribuição de gás canalizado, repre-

termos de qualidade do biometano, vale ressaltar que os resultados

sentantes da academia, representantes da ANP.

do monitoramento contínuo foram de 96-97,7% de CH4, dentro

Atualmente, estão sendo contratados os monitoramentos para

do esperado, que é superior a 95% e confirmado por análises labo-

coleta e caracterização de biogás e de biometano e o Estudo de

ratoriais, com concentração de CH4 de 96,8%.

análise de risco exigido pela ANP (Agência Nacional de Petróleo

O sistema de beneficiamento foi comissionado e testado em

e biocombustíveis) para obtenção do certificado de qualidade do

2017 e opera desde maio de 2018. Ainda está operando como

produto biometano, bem como os testes para avaliação do desem-

projeto de pesquisa, para atendimento de uma frota de 19 veículos

penho dos veículos, usando biometano e das emissões destes.

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ARTIGO TÉCNICO Alzira Amâncio Garcia

Bacharel em química, com especializações: Sócio Psicologia – FESPSP (2009), em Gestão Ambiental FSP/USP (2002), em Limnologia e Manejo de Recursos Hídricos - IIE (2001), em Tratamento de Águas Residuárias - UNG (1995), em Microbiologia Básica - UNG (1993) e aperfeiçoamento em Política Social e Organizações do 3º Setor – Fac. Renascença (2002). Atualmente é química da Superintendência de Gestão Ambiental/Sabesp e Diretora Secretária de Responsabilidade Socioambiental do SINQUISP. Contatos: azagarcia@ sabesp.com.br

Aplicação do conceito 3Rs no gerenciamento de resíduos com ênfase em educação ambiental para o consumo responsável Por Alzira Amâncio Garcia Resumo

Introdução

A busca por soluções que sejam economicamente viá-

Nos primórdios da humanidade os seres humanos

veis e ambientalmente adequadas para destinação final

eram a espécie minoritária sobre a superfície da ter-

de resíduos sólidos é um desafio para todos os setores

ra, constituída por indivíduos errantes em busca de

da sociedade, demandando dos responsáveis pela cole-

alimentos e abrigos, que quando se mudavam dei-

ta de resíduos urbanos, o desenvolvimento de progra-

xavam para trás os “restos” de suas atividades. Com

mas e ações de educação ambiental que promovam a

o passar dos tempos se fixaram às margens dos rios,

não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem

dominando a natureza passando a produzir seus pró-

dos resíduos sólidos. Neste contexto, emerge a neces-

prios alimentos. Os resíduos gerados eram descarta-

sidade do estabelecimento de atividades de educação

dos nos rios, por se tratar de uma alternativa cômoda

ambiental que tenham como premissa a promoção do

para o afastamento. Dadas as características biológi-

conhecimento e a conscientização dos cidadãos quan-

cas, físico-químicas e a quantidade, esses resíduos não

to aos aspectos sociais e ambientais relacionados a

propiciavam impactos significativos na capacidade re-

geração de resíduos e as consequências para o meio

generativa do meio ambiente, pois eram facilmente

ambiente. Estas medidas propiciam mudanças no pa-

assimilados pelos sistemas ecológicos.

drão de consumo contribuindo para a redução do fluxo

Dando um salto histórico, chegamos ao século

de resíduos aos aterros sanitários. A partir dessas con-

XVIII, na Inglaterra, no advento da Revolução Indus-

siderações, o presente trabalho se propõe a discutir a

trial quando a mecanização da produção, que pro-

aplicação do conceito 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar)

moveu uma significativa evolução tecnológica, trans-

no gerenciamento de resíduos sólidos, por se tratar de

formando os meios de produção de bens materiais.

uma ferramenta que atende as diretrizes estabelecidas

Desde então, inúmeras mudanças vem ocorrendo

pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, em destaque

devido ao aumento da circulação de mercadorias,

seu artigo 9º, que estabelece a Ordem de Prioridade

em destaque a intensificação da exploração preda-

assegurando padrões de produções sustentáveis e de

tória dos recursos naturais e o aumento da migração

consumo de bens, que não comprometam a qualidade

da população rural para os centros urbanos, o que

ambiental e o atendimento das necessidades das gera-

impacta de sobremaneira na economia, no equilíbrio

ções futuras. Conclui-se que as práticas de educação

ambiental e na vida social.

ambiental realizadas com base no conceito 3Rs auxi-

Ao longo do tempo, a concentração populacio-

liam na solução dos problemas relacionados com a ge-

nal e as constantes mudanças dos padrões de con-

ração de resíduos favorecendo as mudanças no padrão

sumo têm determinado um aumento no volume

de consumo, na perspectiva de poupar os recursos na-

de resíduos sólidos gerados no dia-a-dia, tanto na

turais e contribuir para o desenvolvimento sustentável

etapa de pós-consumo como no decorrer do pro-

da sociedade.

cesso produtivo. Por interesses mercadológicos, o setor industrial vem desenvolvendo bens materiais

Palavras-Chave: Resíduos sólidos, 3Rs, Educação Ambiental, Reciclar, Consumo Responsável.

reduzindo-se a vida útil (obsolescência programada), o que determina um aumento na frequência de lan-

Agosto a Outubro de 2018

SANEAS

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ARTIGO TÉCNICO

tas novas versões, investe-se em fortes campanhas publicitárias

Gerenciamento de Resíduos Sólidos – Marco Legal

que interferem no comportamento e nos hábitos de consumo

A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, Lei Federal

das pessoas. A todo tempo e em todos os lugares, todos são

12.305/2010 foi sancionada em 02 de agosto de 2010, como re-

estimulados a consumir, induzidos a adotarem novos padrões

sultado de uma ampla discussão, ao longo dos últimos 20 anos,

de consumo. BAUMAN (1.999) alerta que: “Para aumentar a

com os órgãos de governo, instituições privadas, organizações

capacidade de consumo, os consumidores não devem nunca ter

não governamentais e com a sociedade civil. Esta Lei Federal es-

descanso. Precisam ser mantidos acordados e em alerta sempre,

tabelece princípios, objetivos, e instrumentos, dentre os quais se

continuamente expostos a novas tentações num estado de exci-

destaca a diretriz que orienta por meio do Artigo 9º que “Na ges-

tação incessante – e também, com efeito, em estado de perpé-

tão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a

tua suspeita e pronta insatisfação.”

seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização,

çamento de novos produtos. A fim de garantir o consumo des-

É necessário que no desenvolvimento dos novos produtos, se-

reciclagem, tratamento”.

jam aplicadas soluções sustentáveis que atribuam não só uma

A PNRS determina que as empresas devem constituir programas

maior durabilidade aos bens de consumo mas que também viabi-

de gerenciamento de resíduos sólidos e desenvolver processos que

lizem a reutilização, a reciclagem dos resíduos gerados, a logística

propiciem a minimização dos resíduos nas fontes geradoras, fa-

reversa e consequentemente, a reintrodução dos resíduos gerados

vorecendo a integração dos catadores de materiais reutilizáveis e

na cadeia produtiva. Uma outra medida importante é buscar mo-

recicláveis nesses programas.

tivar os consumidores a atuarem de forma responsável na prática

Neste sentido, o conceito de gerenciamento de resíduos sóli-

do consumo e no descarte adequado dos resíduos gerados, o que

dos 3Rs determina basicamente estas mesmas práticas e segue a

também contribui para minimizar o fluxo de resíduos aos aterros,

mesma orientação, ou seja, alerta quanto à necessidade do desen-

reduzindo os impactos socioambientais. TACHIZAWA (2011) afir-

volvimento de ações que viabilizem a redução, a reutilização e a

ma que:

reciclagem dos resíduos gerados.

“Dados obtidos no dia-a-dia evidenciam que a tendência de preservação ambiental e ecológica por parte das organizações

Sociedade do Consumo

deve continuar de forma permanente e definitiva, os resultados

O ser humano esta vivenciando uma epóca de constantes mu-

econômicos passam a depender cada vez mais de decisões em-

danças e é inegável que esta situação produza diversas formas de

presariais que levem em conta que: (a) não há conflito entre a

insatisfações pessoais que refletem no social, estabelecendo um

lucratividade e a questão ambiental...”.

novo padrão comportamental e cosequentemente de consumo. Neste sentido, CALLIGARIS (2000) nos alerta que “cada época

Objetivo

organiza seus gozos e tem as patologias que merece”, o consumi-

Apresentar o conceito 3Rs como ferramenta auxiliar na estrutu-

dor na sociedade contemporânea apresenta um comportamento

ração de sistemas de gerenciamento de resíduos estabelecendo

característico, de consumir além daquilo do que precisa, na busca

práticas para reduzir os resíduos, reutilizar os materiais usados e

da satisfação não só de suas necessidades básicas mas criando

para reciclagem dos resíduos gerados.

outras necessidades supérfluas. Além do que, ele é incapaz de

Ressaltar a importância da promoção de atividades de Educação Ambiental na perspectiva de propiciar a mudança de comportamento quanto aos hábitos de consumo.

entender a correlação que existe entre a sua atitude de consumo e a degradação do meio ambiente. BOFF (1996) adverte que: “... o ser humano nas sociedades atuais se colocou como centro de tudo. Tudo deve partir dele e retornar a ele. Tudo deve estar

Materiais e Métodos

a seu serviço. Sente-se como Prometeu, capaz de debelar com

Para a elaboração do presente trabalho foi desenvolvida pes-

seu ingênio e força todos os obstáculos quem se opõem ao seu

quisa por meio de levantamento bibliográfico, considerando

propósito.”

aspectos técnicos específicos e as principais leis incidentes, pon-

Na atualidade, o consumo é motivado a todo instante por meio

deradas com base na experiência do autor na implantação de

de diferentes meios de comunicação, notadamente nos centros

iniciativas de coleta seletiva e atividades educativas voltadas ao

urbanos onde é mantido em ritmo acelerado a fim de movimentar

consumo responsável.

a economia, sustentado por um conjunto de facilidades para aqui-

18

SANEAS

Agosto a Outubro de 2018


sições dos novos lançamentos, BAUMAN (1999) considera que: “Nossa sociedade é uma sociedade de consumo (...). A maneira

determinados bens materiais, frente os impactos que geram estes produtos no decorrer de todo o seu ciclo de vida.

como a sociedade atual molda seus membros é ditada primeiro e

Somente por meio de um esforço que integre todos os setores

acima de tudo pelo dever de desempenhar o papel de consumi-

da sociedade, com o estabelecimento de valores e ações que pro-

dor. A norma que nossa sociedade coloca para seus membros é a

porcione um padrão de consumo responsável, será possível contri-

da capacidade e vontade de desempenhar esse papel.”

buir para o desenvolvimento sustentável da sociedade e assegurar

Como consequência do aumento do consumo, há também o

que a qualidade de vida das futuras gerações não seja ameaçada.

aumento da geração e da diversidade de resíduos que ocorre principalmente em função da quantidade de embalagens. De acordo

Resíduos Sólidos

com GUNTHER (2008):

Comumente os materiais são nomeados com lixo, quando são

“... o adensamento populacional aumenta também a produção

considerados como algo indesejável, que não apresenta nenhu-

de resíduos sólidos e traz a reboque a questão de como gerenciar

ma utilidade e que deve ser eliminado. A partir da promulgação

o volume gerado diariamente, como proceder a sua recuperação

da PNRS (Lei Federal 12.305/2010) a palavra resíduo passou a

e tratamento para minimizar a quantidade e como solucionar a

ser aplicada para caracterizar: “material, substância, objeto ou

necessidade de espaço para sua disposição final.”

bem descartado resultante de atividades humanas em socieda-

Consumir é inerente aos processos vitais de qualquer ser vivo e

de, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se

isto não se configura como um problema, o que gera impacto am-

está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem

biental é o consumo exacerbado de bens materiais e a consequen-

como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularida-

te exploração excessiva dos recursos naturais para abastecimento

des tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos

do setor produtivo. De acordo com os dados tabulados para o

ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou eco-

estabelecimento da Pegada Ecológica, o consumo dos recursos

nomicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;”.

naturais é em média 2,7 hectares globais por habitante, que signi-

A destinação dos resíduos de forma inadequada altera a quali-

fica que a população da Terra consome 1,5 planeta, ou seja 50%

dade do meio ambiente, provocando mudanças significativas que

a mais dos recursos naturais, da capacidade de renovação anual.

transformam as características dos solos, dos recursos hídricos e

O consumo exacerbado é um reflexo de estímulos do capitalis-

da atmosfera. Descartados nos passeios públicos causam impactos

mo globalizado, que se utiliza de diferentes peças de comunica-

no sistema de drenagem urbana e com as chuvas são carreados

ção, para manter bem acima o grau de necessidade dos indivíduos

para corpos hídricos causando sua poluição. A Figura 01 ilustra os

globalizados com uma ampla oferta de bens e serviços, para quais

impactos que ocorrem em decorrência do descarte inadequado.

o acesso além de ser sempre motivado e também facilidado por meio de uma variedade de opções financeiras, comitantemente apresentadas. Considerando esta dinâmica globalizada é necessário que sejam estabelecidos novos direcionadores de conduta frente às questões ambientais relacionadas ao consumismo, para tanto a educação ambiental se caracteriza como uma importante ferramenta indutora e promotora de um novo padrão de consumo responsável. A educação ambiental é uma atividade cujos os atributos educativos induz a prática que conduz a formação de indivíduos críticos capazes de transformar o mundo e de atuarem como multiplicadores, pelo entendimento dos impactos gerados pelos seus hábitos de consumo e sobre a responsabilidade que cada um deve

Figura 01: Geração de resíduos e o impacto no meio ambiente.

ter no dia a dia, não só em benefício próprio mas sobretudo pelo coletivo. Praticar o consumo responsável é antes de tudo uma ati-

A PNRS (Artigo 6º) estabelece como princípio o reconhecimento

tude cidadã, reflexo de uma consciência socioambiental respon-

do “resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econô-

sável e atuante, que questiona a real necessidade de “consumir”

mico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de

Agosto a Outubro de 2018

SANEAS

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ARTIGO TÉCNICO

cidadania;” assim sendo, a destinação final ambientalmente ade-

12 recomenda: “Assegurar padrões de produção e de consumo

quada deve garantir os ganhos advindos do reúso e da reciclagem

sustentáveis” espera-se que “Até 2030, reduzir substancialmente

para que sejam preservados, assegurando que apenas os rejeitos,

a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, recicla-

sejam dispostos em aterros sanitários.

gem e reúso” ONU/BR (2016).

Quando o manejo dos resíduos é realizado de forma irresponsá-

Ao longo tempo, ocorreram inovações do conceito 3Rs, somando

vel e inadequadamente todos sofrem pelas consequências, atual-

a este outros “Rs”, que configuram novos conceitos como 4 Rs,

mente o volume de resíduos gerados está exigindo áreas cada vez

5Rs, 7Rs, no entanto, nota-se que são apenas derivações que não

mais extensas para a disposição final, o que onera espaços e os

proporcionam acréscimo de ações e tão pouco outros ganhos que

recursos naturais. Quando materiais recicláveis são encaminhados

venham interferir na gestão final dos resultados almejados. Indepen-

misturados com os rejeitos, impede a reinserção destes recicláveis

dentemente da quantidade de “Rs” o importante é que as práticas

no ciclo produtivo, inviabilizando a reciclagem, todavia, a disposi-

de redução do consumo e de geração de resíduos na fonte sejam

ção destes resíduos em aterros reduz apenas parte dos impactos.

priorizadas, antecedendo o desenvolvimento das demais atividades de reutilização de materiais e reciclagem dos resíduos. A Figura 02

A Prática dos 3Rs Reduzir, Reutilizar e Reciclar

apresenta a evolução do conceito dos 3Rs conforme BESEN (2015).

A prática de ações que promovam a redução, a reutilização e reciclagem dos resíduos, quando aplicada para auxiliar no processo de estruturação do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos, propicia o desenvolvimento de um plano de ação economicamente viável, ambientalmente adequado e socialmente justo. Os 3Rs é um conceito que estabelece ações para reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos e quando utilizado no gerenciamento de resíduos contribui para uma reflexão profunda e permanente sobre os padrões de consumo, desperdício e destinação adequada dos resíduos gerados. Pode ser aplicado em todos os ambientes de convívio social, está pautado no desenvolvimento de atividades

Figura 02: Evolução “Rs” ao longo do tempo – Fonte: BESEN (2015)

com base nas seguintes práticas: ■■ Reduzir na fonte geradora o desperdício de materiais e o consumo de bens matérias e serviços. ■■ Reutilizar é viabilizar o reúso de produtos que poderiam ser considerados inúteis. ■■ Reciclar é garantir a destinação adequada dos resíduos recicláveis para que sejam reintroduzidos no ciclo produtivo.

As práticas estabelecidas pelo conceito 3Rs propiciam o atendimento das normas internacionais de produção e da Legislação vigente, em especial a Política Nacional de Resíduos Sólidos, quanto as diretrizes estabelecidas pela Ordem de Prioridade. De acordo com BESEN (2015); “Quando conhecemos melhor todos os “Rs”, observamos as

Historicamente, o conceito 3Rs foi apresentado na Eco 92 no

inúmeras ações que podem se praticadas para diminuir a quan-

decorrer da Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambien-

tidade de resíduos produzida e descartada. Algumas ações são

te no Rio de Janeiro por meio da Agenda 21/Capitulo 21- Manejo

bem simples e dependem exclusivamente de cada um de nós no

ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacio-

cotidiano, enquanto outras nos levam a buscar conhecimentos

nadas com esgotos, estabelecendo dentre outros princípios:

científicos e jurídicos, e a nos integrar a organizações, grupos,

(a) Redução ao mínimo dos resíduos; (b) Aumento ao máximo da reutilização e reciclagem ambientalmente saudáveis dos resíduos; Em 2015, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi-

equipes e associações de cidadãos.” Para o sucesso da aplicação do conceito 3Rs em iniciativas de gerenciamento de resíduos realizadas por organizações, grupos, equipes e associações de cidadãos, é recomendável:

mento (PNUD) concebeu a Agenda 2030 para Desenvolvimento

■■ Constituir um grupo gestor, para que seja elaborado o diagnós-

Sustentável e estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento Sus-

tico prévio para a definição das estruturas de descarte, armaze-

tentável (ODS). No que se refere aos resíduos sólidos, o objetivo

namento temporário e destinação final;

20

SANEAS

Agosto a Outubro de 2018


■■ Adequar o fluxo e a destinação dos resíduos da área de abrangência do projeto, de acordo com seus diferentes tipos, buscando alternativas ambientalmente adequadas e economicamente viáveis; ■■ Desenvolver atividades de educação ambiental que objetivem a preservação e a conservação do meio ambiente com foco no uso racional dos materiais, da água e da energia elétrica; ■■ Elaborar campanhas orientativas para consumo responsável dos materiais de uso para redução do desperdícios; ■■ Estabelecer metas de redução; e ■■ Promover atividades e campanhas educativas relativas ao tema “consumo responsável” integrando os públicos interno e externo. É importante que o processo de comunicação referente as ações de implantação de um sistema de gerenciamento de resíduos seja pautado em conteúdo ambiental para o despertar de uma nova

Figura 03: Representação gráfica da inversão da pirâmide dos 3Rs

consciência responsável. Considerando que as pessoas uma vez sensibilizadas e envolvidas, passam a multiplicar as “lições aprendidas” em outros ambientes de convívio social.

Educação Ambiental

Promover e facilitar a reciclagem contribui para poupar os recur-

A Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Federal 9795/99)

sos naturais que são finitos e confere ao resíduo valor, quando é

estabelece que educação ambiental são “os processos por meio

viabilizado o seu retorno ao processo produtivo ou quando passa

dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

a ser reutilizado como matéria-prima ou fonte de energia em ou-

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas

tros processos. Para a realização da reciclagem dos resíduos ge-

para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do

rados após o consumo de bens materiais é necessário que sejam

povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”

observados os seguintes aspectos:

(Artigo 1º).

■■ Segregar os resíduos na fonte geradora, ■■ Implantar a coleta seletiva para os resíduos recicláveis com demanda de mercado,

Quando a educação ambiental é aplicada no gerenciamento de resíduos desenvolvida com base no conceito 3Rs, promove o despertar de uma nova consciência de cuidado com o meio ambiente

■■ Totalizar uma quantidade mínima de 01 tonelada de resíduos

e estimula a mudança do padrão de consumo de bens materiais

para os quais exista tecnologia econômica e ambientalmente

e serviços, que traz como resultado a redução da geração de resí-

viável para reciclagem.

duos e os impactos respectivos no meio ambiente decorrentes. De

Ainda que a reciclagem proporcione a reintrodução dos resídu-

acordo com HAMMES (2004):

os no ciclo produtivo, reduzindo a exploração dos recursos natu-

“A educação ambiental é um instrumento de gestão, na me-

rais, o importante é que a principal ação seja direcionada para a

dida em que auxilia o cidadão a fazer observação crítica da pai-

redução da geração de resíduos, ou seja, minimizar quantidade

sagem. O desenvolvimento da percepção visual sobre a situação

dos resíduos gerados antes do descarte. As práticas de educação

atual do entorno é um forma simples de diagnóstico ambiental.”

ambiental estimulam a mudança de cultura quanto aos hábitos de

A sociedade precisa ser devidamente informada e esclarecida

consumo, priorizando a redução da geração dos resíduos, diferen-

que sua relação com os resíduos gerados no dia a dia não termi-

ciando do passado em que se elegia o desenvolvimento de ativi-

na com o seu descarte, simplesmente. A PNRS estabelece que a

dades que favoreciam a reciclagem como base do gerenciamento

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos,

de resíduos, de acordo com a figura 03.

deve abranger todos os setores da sociedade e inclusive os consumidores a fim de garantir o aproveitamento dos resíduos em sua cadeia produtiva ou em outras cadeias produtivas, conforme ilustrado na figura 04.

Agosto a Outubro de 2018

SANEAS

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ARTIGO TÉCNICO

Considerações O desenvolvimento de novas tecnologias favoreceu a produção de uma diversidade de bens e serviços a fim de atender os desejos dos ávidos consumidores da sociedade contemporânea, o que vem provocando ao longo do tempo a extinção de recursos naturais e consequentemente acarretando a geração de grandes quantidades de resíduos. Todavia, todo avanço tecnológico não contribuí na mesma proporção para a melhoria da qualidade da vida, muito pelo contrário, o cenário atual é devastador, grandes áreas estão sendo utilizadas como depósitos dos resíduos resultantes das atividades da Figura 04 - Ciclo de vida do Produto

sociedade e dos processos produti-

vos, contaminando recursos hídricos, solo e promovendo o aumento

iniciativas simples que não exigem recursos financeiros. As práti-

das emissões de gases de efeito estufa.

cas de reutilização e reciclagem por sua vez exigem um orçamento

A fim de contribuir com o desenvolvimento sustentável da sociedade, a produção de bens materiais e serviços deve associar cada vez

para a implementação, considerando os custos operacionais. Para a utilização do conceito 3Rs, como ferramenta auxiliar nos

mais, componentes ambientais à suas estratégias de planejamento

sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos importante;

estratégico e comercialização, por meio de um modelo de gestão am-

■■ Desenvolver atividades de educação ambiental para uma mu-

biental, que incorpore mudanças no processo produtivo empresarial, adotando medidas de gerenciamento que priorizem o uso racional dos recursos naturais e uso de matérias-primas de fontes renováveis. De acordo com o Ministério de Meio Ambiente, produção sustentável “pode ser entendida como sendo a incorporação, ao longo de todo o ciclo de vida de bens e serviços, das melhores alternativas possíveis para minimizar impactos ambientais e sociais. Acredita-se

dança de cultura quanto aos hábitos de consumo; ■■ Privilegiar a compra de materiais que sejam produzidos a partir de matéria-prima reciclada e/ou que gerem resíduos recicláveis; ■■ Adotar bens duráveis e estimular o reúso dos materiais; ■■ Implantar a coleta seletiva para a destinação de forma social e ambiental adequada; e ■■ Segregar os resíduos gerados garantindo que a forma de acon-

que esta abordagem reduz, prevenindo mais do que mitigando, im-

dicionamento não inviabilize o reúso ou a reciclagem.

pactos ambientais e minimiza riscos à saúde humana, gerando efei-

No âmbito industrial, a adoção de estratégias na estruturação

tos econômicos e sociais positivos”. As normas internacionais ISO

dos sistemas de gerenciamento de resíduos, a redução também

(International Organization for Standardization) também instituem

deve ser a principal diretriz, preferencialmente implantada nas

diretrizes para a adequação dos requisitos ambientais nas empresas,

etapas de produção dos produtos, quando da geração de resídu-

estabelecendo normas para a implantação de um Sistema de Gestão

os sólidos, sempre que possível, promover o reaproveitamento no

Ambiental - SGA, em que sejam adotados procedimentos para a pre-

ciclo produtivo.

venção da poluição, com a melhoria contínua e conformidade legal.

A educação ambiental com ênfase no conceito de gerenciamento 3Rs é um componente fundamental para a estruturação de

Conclusões

sistema, gerenciamento de resíduos e de coleta seletiva, por esta-

O conceito 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) é um princípio de

belecer ações educativas voltadas a sensibilização de todo público

domínio público e de fácil aplicação, tanto no plano individual

envolvido com o tema, com objetivo de propiciar uma mudança dos

quanto no coletivo. As ações de redução, na maioria das vezes são

hábitos de consumo e de geração de resíduos.

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29º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente

29ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente parceiro

2018

World’s Leading Trade Fair for Water, Sewage, Waste and Raw Materials Management

ESPECIAL:

29º Encontro Técnico AESabesp Fenasan 2018

Abertura: um novo tempo, uma nova realidade

E

m anos anteriores, a abertura do maior evento técnico-mercadológico da América Latina foi feita com solenidade na noite da véspera dos dias oficiais do evento. Dessa vez não foi assim, pois estamos em uma época de urgências, em que cada segundo significa otimização de tempo.

Agosto Abril a Outubro a Julho de 2018

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Com essa percepção, a AESabesp inovou 2018, com sua cerimônia de abertura realizada às 9h00 da manhã, do seu primeiro dia de trabalhos, em atendimento ao público circulante no evento que correspondeu à essa medida, com participação maciça, além da presença dos mais influentes expoentes do setor, com destaque para a diretoria da Sabesp e integrantes do seu corpo técnico. Sob o tema "É chegada a hora de alavancar o saneamento ambiental no Brasil", a solenidade foi aberta com a apresentação do Hino Nacional pela Camerata da Polícia Militar de São Paulo, de um vídeo institucional dos benefícios sociais da OSCIP AESabesp (investimentos em projetos socioambientais, bolsas de estudos e promoção de grandes eventos do setor, entre outros) e de outro vídeo de saudação do Governador de São Paulo, Márcio França, que ressaltou o saneamento ambiental

Olavo Sachs, presidente da AESabesp

como prioridade e afirmou que “a Sabesp pertence à sociedade paulista”, em alusão a sua postura questionadora em relação à privatização do setor. Na sequência, o presidente da AESabesp, Olavo Sachs, fez seu pronunciamento de abertura, no qual discorreu sobre a preocupação da entidade com as questões sociais, ambientais, de políticas públicas e de fomento tecnológico, a serem mostradas durante os 3 dias de Congresso Técnico e na Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente - Fenasan, que hoje se constitui no maior evento técnico mercadológico da América Latina. Em 2018, a realização contou com a parceria da IFAT (Feira realizada na Alemanha e reconhecida como o maior cenário de soluções ambientais, em nível global), que vê em São Paulo/Brasil o grande Polo de difusão tecnológica na AL.

Banda da Polícia Militar de SP

João Papa, deputado federal

Ricardo Borsari, secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de SP

Posteriormente, o deputado federal, João Papa fez suas saudações, com a consideração de que é saudável uma aliança construtiva entre os setores público e privado e de que a Fenasan era um grande exemplo dessa ação. Já o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de SP, Ricardo Borsari, mostrou clara preocupação com o risco do setor ficar desestruturado, em função da MP 844, do Governo Federal, que abre o saneamento para a privatização. Falou da necessidade de se ouvir todos os agentes e segmentos do setor, sobre a importância dos ativos da Sabesp, aludindo a competência do seu quadro funcional. O secretário nacional de Saneamento, Adailton Ferreira Trindade, também se manifestou destacando que o evento prima pela inovação tecnológica, condição necessária para o futuro do setor no País e destacou que a Sabesp é exemplo de empresa a ser seguida por todo o Brasil.

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Agosto Abril a Julho a Outubro de 2018 de 2018

Adailton Ferreira Trindade, secretário nacional de Saneamento


Destaque para Palestra de Karla Bertocco - Presidente da Sabesp A AESabesp inovou no horário de abertura e seguiu a Inovação como palavra de ordem, com a apresentação da palestra de Karla Bertocco, cujo inegável carisma, capacidade de simplificação ao expor conceitos complexos e total interatividade com a platéia, fez desse momento uma das ações mais destacadas desse Encontro. Em seu primeiro ano como presidente da Sabesp, Karla Bertocco, com maestria, discorreu sua palestra com foco na Inovação. Mostrou gráficos de transformação da Sabesp, por meio da gestão das prioridades, cuja configuração final mostrou números concretos de demanda por água e tratamento de esgoto, agilidade em atendimento aos clientes consumidores, implantação de canais de comunicação por dispositivos entre outros. Para a atual presidente, a obrigação da Sabesp é sempre se manter na ponta e se antecipar na solução de problemas. Discorreu sobre a rica experiência de superação da crise hídrica há três anos, aliada à capacidade da empresa de lidar com desafios, constituindo-se num dos maiores cases de sucesso. Porém, as cobranças de toda ordem continuam, atestou. Quanto à questão da privatização do setor, Karla Bertocco avalia a concorrência como bem-vinda, desde que não seja desleal, por meio de uma medida impositiva. Defendeu o direito à propriedade dos ativos da Sabesp, que não podem ser subtraídos; ao contrário, as parcerias da empresa (contou com a participação privada no novo sistema de abastecimento São Lourenço, que desafogou o Cantareira) representam somatório para o atendimento à sociedade. A cobrança dos clientes, que são os cidadãos de São Paulo, hoje é muito mais intensa, feita por APPs e demais recursos tecnológicos, exigindo respostas imediatas. “O nosso maior fiscal é a população”, considerou Karla Bertocco, que mostrou os programas inovadores da empresa, como geração de energia por biogás, uso de drones para mapeamentos, aplicação de membranas ultrafiltrantes em tratamento de água, uso de plataformas digitais de atendimento e busca de soluções inovadoras como o programa “Pitch Sabesp” - focado em 27 desafios - que pode ser solucionados por estudantes ou startups (está disponibilizado no site da empresa). Ao final de sua palestra, as autoridades presentes fizeram o desenlace da fita inaugural do 29º Encontro Técnico - Fenasan 2018.

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PRIMEIRO DIA - 18/09/2018

As boas expectativas se confirmaram logo no início Após o sucesso da abertura com a inovadora palestra da presidente da Sabesp, Karla Bertocco; o evento correspondeu sua expectativa de concentração dos maiores expertises do setor e público qualificado, para o seu Encontro Técnico, com a apresentação das seguintes mesas redondas, em seu primeiro dia de trabalhos oficiais.

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Desafios da Implantação dos Planos de Segurança da Água (PSA) em sistemas de pequeno, médio e grande porte, com os componentes Roseane Maria Garcia Lopes de Souza - ABES SP e Centro de Referência de Segurança da Água - Saúde/ José Carlos Mierzwa - USP/ André Luis Góis Rodrigues - TOQ/Sabesp. Na foto os integrantes estão com a representante da AESabesp, Mariza Prota. Os participantes destacaram modelos realistas de aplicação das definições que caracterizam os padrões de potabilidade da água. “O PSA deve ser um sistema de gestão de risco”, concordaram os debatedores, em relação à questão da possível necessidade de Desafios da Implantação dos Planos de Segurança da Água (PSA) em sistemas de pequeno, médio e grande porte

sua implantação em sistemas de pequeno porte, como poços, e qual seria o órgão responsável por fazer a regulamentação e controle, até mesmo para julgar se o PSA será necessário. Ainda se destacou uma avaliação constante dos insumos fornecidos para tratamento da água e uma padronização de medidas de controle para minimizar riscos. Saneamento Rural: Exemplos de Parcerias no Planejamento e na Gestão dos Sistemas de Saneamento, com os componentes Ana Lúcia Brasil - ABES - SP/ Rodrigo Sanches Garcia - Promotor Público/ Helder Cortez - ASSEMAE/ Igor Laércio Rusch - SANEPAR. Na foto, os integrantes estão com a representante da AESabesp, Sônia Nogueira. Inserir os planos de saneamento rural juntamente com os urbanos para cada município, retirando a responsabilidade do sistema que recai unicamente sobre o dono da propriedade rural foi uma discussão dessa mesa, que citou os exemplos de instalações sanitárias que foram impantadas e por carência de programas de

Saneamento Rural: Exemplos de Parcerias no Planejamento e na Gestão dos Sistemas de Saneamento

conservação/manutenção, quase entraram em colapso, podendo causar prejuízo humano e ambiental. “Situações como essa poderiam ser evitadas com visitas semestrais de gestão e controle, além da necessidade de investir em treinamento técnico direcionado aos proprietários rurais”, avaliaram os debatedores. MR - Novas Tecnologias Aplicadas a Coleta Seletiva de Resíduos Urbanos, com os componentes Delaine Romano - Fórum Lixo e Cidadania da ABES/ Francisco Luiz Biazini - Bolsa COOP - Bolsa Cooperativa de Resíduos/ Henrique Luiz - Aplicativo “Comunidades que Reciclam”/ Adriano Ipaves - Coleta Seletiva em Condomínios. Na foto, os integrantes estão com a representante da AESabesp, Alzira Amâncio. Foram sugeridas formas de conscientização quanto ao destino dos resíduos, nessa mesa. Entre os tópicos mais discutidos, os debatedores levantaram a preocupação com a falta de informação para

Novas Tecnologias Aplicadas a Coleta Seletiva de Resíduos Urbanos

os munícipes, que não sabem diferenciar visualmente um veículo

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(caminhão) de coleta de lixo comum e um veículo especial, que faz a coleta somente de resíduos já selecionados. Isso provoca o descarte inadequado de resíduos gerais dentro desses caminhões especiais, impactando no resultado final. Necessidade de implantação de meios de popularizar a importância de realizar a seleção dos resíduos na origem (residências) foi um consenso. MR - Inovações Tecnológicas em Grandes Empreendimentos, com os componentes Rui de Brito Alvares Affonso - diretor financeiro da Sabesp/ Ricardo Darviz Borsari - Secretário de Recursos Hídricos de SP e Edison Airoldi - diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp. Na foto, os integrantes

Inovações Tecnológicas em Grandes Empreendimentos

estão com os representantes da Sabesp, Carlos Carrela e Silvio Leifert. Na ocasião, foi ressaltada a importância de meios de gestão de recursos hídricos não apenas para as bacias que funcionam como reservatório, mas que essa gestão se estenda também para as bacias doadoras, reduzindo e se antecipando aos possíveis riscos trazidos por uma nova crise hídrica. MR - Governança Corporativa e Conformidade - Avanços na Gestão Empresarial Brasileira com os componentes Michael Breslin - superintendente de Gestão de Riscos e Conformidade da Sabesp/ Alexandre da Cunha Serpa - Allergan/ Jerônimo Antunes - USP. Na foto, os integrantes estão com o representante da AESabesp, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro. Na oportunidade, foi discutida como a utilização de ferramentas

Governança Corporativa e Conformidade - Avanços na Gestão Empresarial Brasileira

de Compliance (Conformidade) é capaz de promover excelência à gestão do corpo operacional, reduzindo e evitando possíveis casos de fraudes e irregularidades e, assim, otimizar empresas e aumentar a sua credibilidade no mercado e para a sociedade.

Palestra Motivacional de Encerramento com Luciano Pires Após mesas redondas e palestras técnicas, o evento foi encerrado com a palestra motivacional do ex-executivo, cartunista, escritor e orador, Luciano Pires, que trocou uma sólida carreira em uma multinacional, para seguir seus sonhos, entre eles uma experiência inusitada de escalar o Monte Everest, no Nepal. Sua palestra associou os desafios dessa viagem com as emoções enfrentadas pelas pessoas no dia a dia, na busca de seus objetivos, em meio a cenários íngremes, mas esplendorosos. O público teve bastante identificação com o conteúdo.

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Abertura da FENASAN 2018 A 29ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente - Fenasan 2018 foi aberta em grande estilo e com uma estrutura de atendimento aos seus visitantes comparável aos grandes eventos técnicos internacionais. Recepcionado pelos mascotes da AESabesp, o qualificado público da Fenasan, geralmente formado por técnicos e gestores em saneamento, contou com transporte gratuito de vans até a estação do Metrô e Unidades da Sabesp, balcão de informação trilingue, aplicativo personalizado com todas as informações do evento, espaço com Wi Fi, além de experiência de conhecer os equipamentos, produtos e serviços das mais importantes empresas desse mercado. Em seu 1º dia, a Fenasan mostrou que apesar dos impactos políticos e socioeconômicos do País, o setor tem embasamento técnico para se manter sólido e competitivo. Cerca de 200 expositores - fabricantes de equipamentos, desenvolvedores de softwares, de tecnologias e prestadores de serviços - promoveram um cenário todo voltado para atender às demandas de todos os segmentos do setor que atendem o saneamento ambiental.

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Lançamento de Livros no estande da AESabesp No primeiro dia da Fenasan, foram lançados três livros no Estande da AESabesp:

Eficiência Energética e Hidráulica no Saneamento O projeto é de autoria do eng. José Francisco de Carvalho, tendo por objetivo discorrer atividades dependentes de energia e o seu oneroso custo, além dos impactos ambientais e socioeconômicos.

A Fenasan 2018 ainda trouxe para a

Manual para Projeto de Drenagem Urbana

América Latina, por meio da parceria

e Esgoto

entre a AESabesp e a organização ale-

De autoria do eng. Marco Palermo, que analisa as com-

mã Messe München, o know how da

plexidades dos sistemas de drenagens e técnicas de di-

IFAT- Feira Internacional para Gestão de

mensionamento de obras de reservação.

Água, Esgoto, Lixo e Resíduos, notoriamente conhecida como o maior evento mundial em soluções ambientais.

Tratamento de esgotos domésticos em

De acordo com os seus promotores: “o

comunidades isoladas: Referencial para a

Brasil é a grande referência na América

escolha de soluções

Latina, para a expansão de tecnologia

De autoria de Adriano Luiz Tonetti, Ana Lúcia Brasi,

e soluções para saneamento e meio

Francisco José Peña y Lillo Madrid, Isabel Campos Sal-

ambiente, em escala global”.

les Figueiredo, Luana Mattos de Oliveira Cruz, Natália Cangussu Duarte, Patrícia Moreno Fernandes, Raúl Lima Coasaca, Rodrigo Sanches Garcia, Taína Martins e Jerusa Schneider, que ainda contou com os colaboradores: Daniel Bueno, Daniel Kuchida, Felipe Pivetta, Guilherme Castagna, Leonardo Adler, Raí Neves, Renato Fenerich de Moraes e Sonia Nogueira. Trata-se de uma realização da Universidade Estadual de Campinas / Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo Departamento de Saneamento e Ambiente - DAS Grupo de Pesquisa Tratamento de Efluentes e Recuperação de Recursos; junto à Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Seção São Paulo/ Câmara Técnica Saneamento e Saúde em Comunidades Isoladas, com o apoio institucional da AESabesp - Associação dos Engenheiros da Sabesp.

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SEGUNDO DIA - 19/09/2018

Prioridades, movimentos e projeção internacional Em continuidade das discussões de temas significativos e essenciais para o setor, bem como sua consolidação no cenário nacional e expansão no exterior, o segundo dia do Encontro Técnico AESabesp foi constituído pelas apresentações de vários trabalhos técnicos, na sessão oral e pôster, e com as seguintes mesas redondas

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German - Brazil Cooperation in the light of future “Envi-

Essa mesa destacou a cooperação técnica entre o Brasil e Alema-

ronmental Challenges”, com os componentes Olavo Sachs

nha, com ênfase para a gestão de conhecimento e incentivos a

(presidente da AESabesp), Gilberto Martins (diretor técnico da

jovens profissionais, intercâmbio de desenvolvimento de tecno-

AESabesp), Maria Aparecida Silva de Paula (diretora cultural da

logias e formas de capacitação técnica para os agentes do setor.

AESabesp), Rüdger Heidebrecht, Sebastian Rosentfeldt, Rodrigo

A Messe Munchen, promotora da IFAT, a maior feira de soluções

Augusto Zawadzki e Philipe Hahn (representantes da Messe Mu-

ambientais em nível mundial objetiva disseminar sua estrutura da

chen/ IFAT).

América Latina, por meio da parceria com a AESabesp. O Futuro do Saneamento: Momento de Mudanças, mediada por Estela Testa, presidente do Sindesam, com os componentes Roberval Tavares de Souza (presidente da ABES) e Percy Soares Neto - diretor de Relações Institucionais da ABCON. Essa mesa discutiu sobre o cenário atual do setor na infraestrutura do País, a sua importância para a coletividade, sua vulnerabilidade em relação a MP que pode levá-lo à privatização. Dentro do contexto, também foram destacadas as diferenças regionais, os modelos de negócios, as formas de atendimento, as garantias das prestações de serviços e a cobrança de tarifas, inclusive com subsíGerman - Brazil Cooperation in the light of future “Environmental Challenges

dios cruzados, para a garantia de universalização do saneamento. Resultados da aplicação dos recursos da cobrança de uso da água: necessidade de indicadores para sua gestão, com os componentes Wanderlei da Silva Paganini (superintendente de Gestão Ambiental Corporativa da Sabesp), Alexandre Luiz Almeida Villela (FIESP), Eduardo Dantas (Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul), Elaine Franco de Campos (Agência das Bacias PCJ) e Rui Brasil (Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de SP). Na foto os integrantes estão com a representante da AESabesp, Mariza Prota.

O Futuro do Saneamento: Momento de Mudanças

Essa mesa trouxe a proposta de debater a real necessidade de reajustes nas tarifas do setor, com análise de redistribuição. E se os mesmos forem implementados, tem que se adotar transparência e esclarecimentos de todos os itens inclusos. Entre os tópicos a merecerem maior divulgação, foram destacados arrecadação de recursos, adimplência e inadimplência; através de plataforma disponível para usuários, bem como a extensão da aplicação de recursos, tornando-a de conhecimento público. Também se discutiu o reconhecimento da água como bem público e de valor, propiciando o financiamento de projetos que conservam e recuperam as bacias doadoras. Biogás de ETE’s: Possibilidade de uso como fonte de energia

Resultados da aplicação dos recursos da cobrança de uso da água: necessidade de indicadores para sua gestão

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renovável, com os componentes: João Baptista Comparini (Sabesp/ Franca e ex-presidente da AESabesp), Carlos Roberto Ferrei-


ra - Ambient, Camila Agner D’aquino - Abiogás, Luciano Reami - Sabesp e Rosane Ebert - Sabesp. Nessa mesa, foram discutidas as questões relativas ao uso de biogás produzido em decorrência do funcionamento de ETE. Após avaliação minuciosa, concluiu-se que o biogás produzido poderia alimentar o sistema de energia da ETE, reduzindo em 50% a energia elétrica captada na rede. Ainda foram mencionadas as dificuldades que surgem no processo, como o alto custo financeiro para implementar o sistema. Entre os destaques da importância da utilização do biogás está a redução de problemas como picos e quedas de energia, passando o fornecimento então a ser linear.

Biogás de ETE’s: Possibilidade de uso como fonte de energia renovável

Recursos Hídricos, Saneamento e Saúde: integração dos setores para o bem estar social, com os componentes: Paulo Massato (diretor Metropolitano da Sabesp ), Ana Lúcia Brasil (ABES - SP), Hélio Cesar Suleiman (FABHAT), Telma Nery - Grupo Técnico de Saúde do Fórum Paulista de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos e Eliana Kitahara (ex-presidente da AESabesp). Nessa mesa se exibiu mapas com pontos de ocorrência de focos de epidemias decorrentes da ausência ou baixos índices de saneamento. Foram mostradas ainda tabelas indicativas de microorganismos agentes transmissores de patologias com ciclo de vida e tratamento que os eliminam da água, tornando-a segura. Na ocasião, foram destacadas as iniciativas tomadas em SP e estados do Sul do Brasil que tornaram essas unidades federativas referên-

Recursos Hídricos, Saneamento e Saúde: integração dos setores para o bem estar social

cia para o resto do país em relação ao saneamento, relacionado à disparidade econômica e social da população, onde os mais desfavorecidos são os que mais carecem de serviço de abastecimento de água e coleta de esgoto. Também foi discutido o impacto dos agrotóxicos na água, índices de doenças causadas por veiculação hídri-

Água: um bem social ou uma commodity?

ca e apresentado o programa Água Legal da Sabesp, que leva

Água: um bem social ou uma commodity?, com os compo-

favorá-

nentes: Edson Aparecido da Silva (Federação Nacional dos Urba-

veis de saneamento

nitários), Samuel Roiphe Barreto (The Nature Conservancy Brasil),

às famílias que estão à

Vincent Menu (Companhia Ituana de Saneamento) e Rüdger Hei-

condições

margem desse serviço.

debrecht (Messe Muchen/ Ifat).

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Nessa mesa foram expostos exemplos de várias regiões na Europa,

tendente de Gestão Ambiental

onde não se trata a água como commodity, mas como um bem

Corporativa da Sabesp), Hélio

público que deve ser entregue à população com elevado padrão

Rubens Gonçalves Figueiredo

de qualidade. Foi aventado que numa gestão exclusiva de empre-

(Sabesp) e o consultor, Rena-

sas privadas, as prioridades podem ser modelagem, construção

to Arnaldo Tagnin. Na foto,

e lucro. Explanou-se ainda o processo de Berlim/Alemanha, que

os integrantes estão com

remunicipalizou (após privatização discutível) o serviço de sane-

a representante da AESa-

amento, reforçando que o poder governamental deve cuidar e

besp, Alzira Amâncio.

investir em melhorias da gestão do saneamento. Ainda foram ex-

Nessa mesa, foi discutida a

postos os apontamentos de órgãos internacionais sobre o futuro

necessidade de regulariza-

da água e risco de escassez, voltado à necessidade de conscienti-

ção fundiária por parte do

zação na gestão dos recursos hídricos.

governo para evitar colapsos futuros, como a migração pas-

Política Nacional de Saneamento: Impactos da Proposta de

to/criação de gado em áreas no

Reforma para o Setor de Saneamento e a Sociedade, com os

meio à Amazônia, por ser uma ter-

componentes: Roberval Tavares de Souza (presidente da ABES),

ra mais barata, tomada de modo

Francisca Adalgisa (presidente da APU), Percy Soares Neto (diretor

irregular e que após a conces-

da ABCON), Marcel Costa Sanches (Sabesp) e Eliana Kitahara (ex-

são, vai buscar regularidade,

-presidente da AESabesp)..

reduzindo a área da flores-

Nessa mesa, se discutiu os pontos positivos de parcerias com o setor

ta. Constatou-se que o uso

privado; porém se destacou a preocupação com a Medida Provisó-

indevido do solo está dese-

ria 844, do Governo Federal, que entrega o setor para a iniciativa

quilibrando os biomas brasi-

privada, sem discussão prévia com as entidades e demais agentes

leiros e pondo em risco nossa

do setor. Na Sabesp o processo virou pauta de discussão em deba-

segurança hídrica. Também fo-

tes regionais, trazendo visibilidade para a empresa para a causa.

ram abordados assuntos sociais como

Dentro desse contexto foram aventadas as temeridades de colocar

as famílias que insistem em manter sua sobrevivência no campo

a lucratividade em primeiro plano e se acabar com subsídios cru-

e estão sujeitas ao trabalho escravo para grandes proprietários de

zados, assim prejudicar municípios mais pobres, piorar o acesso ao

terras, bem como a falta de reforma agrária coloca o Brasil em

saneamento no país e onerar ainda mais os serviços já existentes.

terceiro lugar no mapa dos países em conflitos por terra.

Uso e Ocupação do Solo e o envolvimento da sociedade,

Redução do custo operacional no Saneamento com aplica-

com os superintendentes Wanderlei da Silva Paganini (superin-

ção de inovação tecnológica, com os componentes Ricardo Da-

Política Nacional de Saneamento: Impactos da Proposta de Reforma para o Setor de Saneamento e a Sociedade

Uso e Ocupação do Solo e o envolvimento da sociedade

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ruiz Borsari (secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de SP), João César Queiroz Prado (diretor de Sistemas Regionais da Sabesp) e Paulo Massato (diretor Metropolitano da Sabesp). Na foto os integrantes estão com os representantes da AESabesp, Nelson César Menetti e Olavo Sachs. Redução do custo operacional no Saneamento com aplicação de inovação tecnológica

Nessa mesa, foram explanadas as tecnologias usadas pela Sabesp, principalmente na Baixada Santista e RMSP, para elevar

mais modernos tornou o custo operacional mais eficiente e deu

a eficiência na produção do sanea-

exemplo da modernidade do sistema de cobrança, que antes ge-

mento das regiões. Esses processos são

rava uma fatura ao cliente por consumo médio e agora é por con-

utilizados para reduzir perdas no sistema,

sumo exato. Os participantes destacaram que o investimento em

obras de rebaixamento de lençol freático, en-

conscientização do uso racional da água foi fundamental e trouxe

tre outras favorabilidades. A troca por equipamentos

o retorno esperado.

Palestra Motivacional com Gustavo Borges Intitulada “Atitude de Campeão”, a palestra do nadador e medalhista olímpico, Gustavo Borges, foi iniciada com um retrato de sua infância em Ituverava, quando sonhava em participar das Olimpíadas. Esse ícone do nosso esporte acredita que o trabalho em equipe é parte do caminho para o sucesso, mas que essa atitude só é eficiente se for oferecido de modo voluntário, não obrigatório. O palestrante exemplificou que muitas vezes centésimos de segundo numa competição determinam se um nadador vai ou não participar das olimpíadas e esse ínfimo espaço de tempo também existe na vida de todos, onde se pode ter uma ação que faça grande diferença por toda sua existência. Borges ainda fez brincadeiras interativas levando alguns voluntários ao palco para participarem de uma atividade que chamou de Ação e Reação, criando uma empatia com a plateia.

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Na Feira, grandes participações e perspectivas de negócios Em seu segundo dia, a Fenasan 2018 deixou seus expositores satisfeitos, tanto com o grande volume do seu público, quanto pelo conhecimento técnico dos visitantes, gerando muitas perspectivas de negociações e ampliação de rede de contatos.

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Nossos diretores percorreram estandes nos quais colheram depoimentos e sugestões para as próximas edições do evento. Mas no geral as perspectivas do mercado foram muito favoráveis, mesmo o País estando sob um forte impacto financeiro, político e social. De acordo

Lançamento do Livro “AESabesp 30 Anos; Três décadas de história e grande legado”

com os participantes, a pujança do setor de saneamento tem base para superar esses desafios.

A tarde do dia 19.09 também foi marcada pelo lançamento do livro alusivo aos 30 anos da AESabesp. Na ocasião, o presidente da entidade, Olavo Sachs,

Os estandes comemoraram muito o bom retorno trazido pela Feira, dentre os quais destaca-

junto ao coordenador do Fundo Editorial, Luciomar Werneck, agradeceram o trabalho de todos que construiu a rica trajetória dessa Associação.

mos a Bentley Systems, que apresentou simula-

Luciomar Werneck discorreu sobre esse projeto, que começou há muitos

ções hidráulicas e hidrológicas 3D, voltadas para

anos, por iniciativa do eng. Mário Saito, cuja contribuição para levantamento

avaliação de costas, rios e enchen-

de histórico das primeiras gestões foi fundamental. O trabalho foi comple-

tes em sistemas de dre-

mentado pela BB Editora, representada por Baroni Neto.

nagem urbanos, bem

Um grande momento de emoção foi a entrega de um exemplar feita pelo

como soluções para

presidente Olavo Sachs, com dedicatória especial, à sra. Luiza de Souza, com

a gestão de ati-

os seus dois filhos: Geórgia e Alexandre. Ela é viúva de Gilberto Souza, Da

vos. E também

empresa expositora Sigma, uma das patrocinadoras do projeto.

o Grupo Suez,

Essa obra contou com os imprescindíveis patrocínios das empresas: Aliter,

que promoveu

Allsan, Aperam, Aquarium, Ativa Soluções, Bauminas, BBL Eng. Construção e

um evento de

Com./MIWA, Biosis, Bonomi, Caetano, Cobrape, Conaut / Krohne, Constru-

seus 80 anos

tora Augusto Velloso, Construtora Rezende, DT Engenharia / Floftflux, Enge-

no Brasil. O

form, Enorsul, Enotec, Ercon, Geraforte, Globalsan Saneamento e Constru-

seu CEO, Char-

ções, GMF Gestão de Medição e Faturamento, Gratt, Gushiken, Hidroconsult

les Chami, veio

Consultoria, Infinium, Itron, Itubombas, JHE, JNS, KSB Bombas, LAO Industria,

da França para

Merck, Passarelli, Proficenter, Sabesp, Sampla do Brasil, Siglasul, Sigma, Suez

a Feira no Brasil e disse estar impressionado com o nível técnico

Brasil_Restor, Tecipar/ Tirreno, Tecnofusion, Vectora, Vizca e WKL. Todos os associados da AESabesp receberão o Livro em seus endereços de cadastro, junto com a agenda de 2019.

da Feira. Qualidade de atendimento e inovações tecnológicas atraíram muito o público, dentre as quais notamos visitação intensa aos estandes da Petranova (atendido por José Atonio Mello Junior), Saint Gobain (atendido por Nivaldo Bruni), Conaut (atendido por Andrés Forghieri), entre outros.

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SANEAS

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TERCEIRO DIA - 20/09/2018

Soluções para superação de desafios Para concluir seus três dias de trabalho, o Encontro Técnico AESabesp trouxe discussões fundamentais para o enfrentamento dos desafios do setor, por meio de uma diversidade de explanação de trabalhos técnicos, de forma oral e no painel de pôsteres, como também pelas respectivas mesas redondas:

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Impacto da Lei 13.303 no empreendimento, com os componentes Guilherme Machado Paixão (superintendente da ME da Sabesp), Silvio Leifert (superintendente de Empreendimentos da Sabesp/ TE), Thais Rey Grandizoli (Sabesp) e Carlos Roberto Soares Mingione (SINA). Na foto, os integrantes estão com Ednaldo Sandim (Polo AESabesp Costa Carvalho). Essa mesa abordou as possíveis formas de junção das Leis 866/93 e 13.303/2016, nova lei das estatais. Tanto foram discutidos os empreendimentos do setor, como também maneiras de unificar as diretrizes das duas Leis de forma a atender prazos e respeitar contratos estabelecidos. Definição de sobrepreço, superfaturamento em obras, planejamento, execução e possíveis transtornos também foram focos de discussão. A facilitação de gestão de contraImpacto da Lei 13.303 no empreendimento

tos pela definição dos documentos que irão descrever o produto a ser adquirido também ganhou destaque. Drenagem Urbana: manejo de águas pluviais, conciliando as gestões estadual e municipal, com os componentes Luiz Fernando Orsini de Lima Yazaki (ABRH), Celso Minoro Aoki - (DAEE) e Pedro Algodoal (Prefeitura de São Paulo). Na foto com José Luiz Lorenzzi, Silvio Siqueira, José Carlos Ribeiro Leite (Sabesp) e Sônia Nogueira (AESabesp). Com a exibição de um gráfico representativo do diagnóstico de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas, a mesa revelou dados por pesquisa feita em 46% dos municípios brasileiros para trazer a realidade do setor em cada um deles. Nos últimos 5 anos 57% das cidades brasileiras passaram a registrar casos de alagamentos, enxurradas e inundações, o que revela que um plano de implementação de sistemas de drenagem não deve ser pensado unicamente para grandes e médios centros urbanos e

Drenagem: manejo de águas pluviais, conciliando gestões estadual e municipal

apenas 15% das cidades possuem plano diretor de drenagem. Os debatedores atestaram que dos 4 componentes do saneamento, os serviços de drenagem e manejo de águas pluviais é o que encontra maior espaço para desenvolvimento. Resíduos Sólidos: Problemas e Soluções, com os componentes Marcos Seidemberg (Sabesp), Virgílio Tiezzi (Sabesp) e Sérgio Vidoto (CS Bioenergia). Na foto, os integrantes estão com Antônio Roda Menezes (AESabesp). A mesa foi iniciada com a abordagem dos desafios encontrados na trajetória de uma destinação adequada para resíduos sólidos. Apresentou-se tópicos de impacto positivo para o ambiente proposto por empresas do setor, como: Redução da destinação de resíduos sólidos para aterros sanitários em quase sua totalidade/ Redução de custos diretos com disposição e geração de energia/ Geração de energia elétrica a partir dos resíduos sólidos. Ainda foi

Resíduos Sólidos: Problemas e Soluções

apresentada tabela de resultados evolutivos relacionando dados da primeira fase de implantação de projeto que trata lodo em comparação com a segunda fase. Agosto a Outubro de 2018

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Uso de lodo de esgotos no solo: segurança sanitária e pro-

estabelecidas que estejam dispostas a testar novas tecnologias. A

dução agrícola, com os componentes Marcelo Miki (Sabesp),

FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP) está

Maria Inês Sato (Cetesb), Milton Cerqueira Pucci (engenheiro

em análise de propostas elaboradas por atuantes de diversos ra-

agrônomo) e Roberto Lyra Villas Boas (UNESP). Na foto, os inte-

mos da engenharia. Também se discutiu a nova e forte tendência

grantes estão com Bruno Silva (Sabesp).

de investimentos de impacto social antes direcionados apenas às

A apresentação dessa mesa foi iniciada com abordagem da com-

ONGs, mas que agora podem ser investidos em áreas como sane-

posição do lodo de esgoto, incluindo agentes patológicos. Tam-

amento, conservação da natureza e desenvolvimento social.

bém foi exibida uma tabela que quantifica a presença de microorganismos no lodo de esgoto e sua possível ameaça à saúde. E,

Saneamento nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e Bai-

na sequência, explicados os riscos existentes em casos de descarte

xada Santista, com os componentes: Edison Airoldi (diretor de

inapropriado do lodo de esgoto, como por exemplo, no solo, in-

Tecnologia e Empreendimentos da Sabesp), Silvio Leifert (superinten-

fectando a população exposta e também o meio agrícola. As leis

dente de Empreendimentos da Sabesp/ TE), Paulo Ronaldo Barreto

que regulam o uso agrícola de lodo em alguns países também

(Sabesp), José Luiz Salvador Lorenzi (Superintendente da TB/ Sabesp),

ganharam destaque.

Carlos Eduardo Carrela (Superintendente da TG Sabesp) e Dante Ragazzi Pauli (Assessor da P - Sabesp). Na foto, os integrantes estão

Como fomentar parcerias para inovação - Desafio Startup,

com Wanderlei da Silva Paganini (superintendente da TA Sabesp).

com os componentes Cristina Zuffo (Superintendente de Pesqui-

Nessa mesa foi aventada a necessidade do governo brasileiro ado-

sa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Sabesp/ TX), Mar-

tar o planejamento como ferramenta de estratégia. Considerou-se

co de Biasi (Founder Institute), Daniela Coimbra Swiatek (Mobilab)

que um bom planejamento foi fundamental para a crise hídrica e

e Horácio Aragonés Forjaz (ITA). Na foto, os integrantes estão com

trouxe questões objetivas no tratamento de redução de perdas,

Iara Chao (Sabesp).

que podem servir de referências.

A mesa abordou os desafios das startups, que buscam encon-

Foram destacados as atuações nos grandes mercados da Sabesp

trar profissionais que precisam de fundos para desenvolver seus

e como a Companhia vem superando desafios, para conseguir

projetos inovadores e posteriormente encontrar empresas já bem

entregar um serviço de alta qualidade.

Da esquerda para direita: Uso de lodo de esgotos no solo: segurança sanitária e produção agrícola Como fomentar parcerias para inovação - Desafio Startup Ao lado: Saneamento nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e Baixada Santista

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O maior e melhor dia da Fenasan 2018 O terceiro e último dia da Fenasan 2018 foi apontado como

serviços no mercado geral do saneamento e nos segmentos

um dos mais satisfatórios dos últimos tempos, dado ao grande

complementares.

número de visitação e o alto nível técnico do público.

Sempre lotados, os corredores da Fenasan 2018 comprova-

Após a consolidação de três dias de intenso trabalho, os

ram que esse evento é a grande vitrine do setor, seja para

expositores destacaram que houve um expressivo volume de

pequenas, médias ou grandes empresas e também representa-

negociação e expansão de seus produtos, equipamentos e

ções internacionais.

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Trabalho operacional reconhecido e festejado na Fenasan 2018 O sucesso comercial da Fenasan, deve-se sobretudo aos profissionais que trabalham diuturnamente neste setor tão fundamental para a infraestrutura do País. Por isso, se constituiu num dos grandes destaques da Feira, o grande Campeonato de Operadores, com técnicos operacionais de toda a Sabesp, tanto da Região metropolitana quanto do Interior. Foi um verdadeiro show de competência e habilidade. Veja a classificação final:

CONJUNTO ELETROMECÂNICO OURO

PRATA

BRONZE

Lucas Nunes - MMOE Robson Durães dos Santos - MMOM Rodolfo Rodrigues Geller - MMOM

Adeildo Cardoso S. Junior - MOEL Márcio Yukio Watanabe - MOEL Reinaldo Cristiano S. Carvalho - MOEL

Allan Alex Amorim - RJOS Luiz Fernando Rodrigues - RJOS Paulo Sérgio A de Oliveira - RJOS

KIT CLORO OURO

PRATA

BRONZE

Luciano Geronimo Amaral - M Jozinildo Emidio Silva - M

Leandro da Silva Bertollai - R Marcio dos Santos - R

Ednei de Oliveira Freitas - M Joaquim Alves Oliveira - M

JAR TEST OURO

PRATA

BRONZE

Priscilla de Azevedo Rocha - RSTA

Francieli de Oliveira Lima Colman - MATC01

Wesley da Cunha Gripp - MATL01

ENSAIO METROLÓGICO OURO

PRATA

BRONZE

Agnaldo Pereira Ranzan - MPOM

Luiz Marcelo Palombarini - RMDR1

Felipe Eduardo de Siqueira - MOIC

ATENDIMENTO AO CLIENTE OURO

PRATA

BRONZE

Denílson Severino Bezerra Danilo de Souza Regiane Batista da Silva Moulin - RJ

Ewerton Robeiro Fonseca Raquel Santiago de Araújo Giovanna Marques M. dos Santos - MPCJ

Emi Kato Prado de Souza José Renato de Almeida Caetano Renato Teixeira Fogaça - RA

AUTOMAÇÃO OURO

PRATA

BRONZE

Celso Martins - RG

Leandro Gonçalves Lourenço - RRON

Marcelo Andrade de Araújo - RS

VRP - CLASSIFICAÇÃO GERAL OURO

PRATA

BRONZE

Anderson Kleber da Costa - RBDS2

Satiro Kondo - RVO

Adauto Pedro Barreto - RNO

LEITURA E ENTREGA DE FATURAS - CLASSIFICAÇÃO GERAL OURO

PRATA

BRONZE

Paulo Henrique M. Medrado - RADT3

Rogério da Silva Cabral - RSSG1

Paulo César de Souza - RGFF1

LIGAÇÃO DE ÁGUA

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OURO

PRATA

BRONZE

José Carlos de Castro - MC

André da Silva - RS

Odair Lídio dos Santos - RR

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ENCERRAMENTO E PREMIAÇÕES - 20/09/2018

O esperado momento da premiação aos melhores de 2018 Após três dias de sucesso conferido nessa 29ª edição do maior evento em saneamento da América Latina, às 17h30 do dia 20 de setembro, foi realizada a cerimônia de encerramento, com a entrega do Troféu AESabesp aos melhores de 2018.

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Prêmiação Jovem Profissional AESabesp Primeiro lugar: Bruno Eduardo dos Santos Silva / Trabalho enviado: Potencial de Economia por Meio de Eficiência Energética em Sistemas de Abastecimento de Água e os Recursos Necessários – Uma Análise a Nível Nacional. Segundo lugar: Antônio Ramos Soares Júnior / Trabalho enviado: Tijolos Ecológicos de Solo Cimento: Alternativa Sustentável à Destinação do Lodo Gerado em Estações de Tratamento de Esgotos. Terceiro lugar: Bianca Alves Góis/ Trabalho enviado: Mapeamento de Soluções Individuais de Esgotamento Sanitário no Município de Jundiaí – SP. Destaque Jovem Profissional 2018: Manoel Felipe Araújo Pereira / Trabalho enviado: Modelagem hidráulica computacional como ferramenta de gestão para sistemas de abastecimento de água.

Troféu AESabesp Encontro Técnico Destinado à Unidade da Sabesp com o maior número de trabalhos inscritos. A vencedora de 2018 foi a Unidade Metropolitana de Produção de Água (MA), representada, na entrega, pelo seu superintendente, Marco Antônio Lopes Barros, junto a sua equipe.

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TROFÉU AESABESP FENASAN/ MELHOR ESTANDE

Aerzen do Brasil

KSB Bombas

Saint Gobain

TROFÉU AESABESP FENASAN/ INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Aquamec Albriggs

Emec Brasil

Schneider Electric

TROFÉU AESABESP FENASAN / ATENDIMENTO AO CLIENTE

Conaut Controles Automáticos

Georg Fischer Sistemas de Tubulações

Prominent Brasil

PLACAS VALOR SUSTENTÁVEL Entregues pela diretora socioambiental da AESabesp, Márcia Nunes, às empresas qualificadas por práticas sustentáveis na avaliação do Projeto Ecoeventus AESabesp, que tem por objetivo a conscientização e disseminação das práticas sociombientais, bem como a redução da emissão de Gases de Efeito Estufa. Os expositores qualificados foram: - Aperam, Consulado Americano, Daltax, Fibratec, Paques Brasil, Petranova, Sanitrit, Sigma Tratamento de Água, Tecnipar Ambiental e Vedasystem.

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Troféu AESabesp: o Grande Destaque da Fenasan/2018 A B&F Dias Indústria e Comércio foi a grande vencedora a empresa que reuniu excelência em todos os quesitos acima. Ladeados pelos mascotes da AESabesp, a ocasião da entrega do maior Troféu da edição, se encontram o presidente da AESabesp, Olavo Sachs; o diretor da BF&Dias, Bruno Dinamarco; a diretora cultural da AESabesp, Maria Aparecida de Paula, e o diretor técnico da AESabesp, Gilberto Martins.

Convite para a Fenasan 2019 edição de 30 Anos A avaliação da Comissão Organizadora do evento, presidida pelo eng. Walter Orsatti, considera que os resultados atingidos foram índices muito expressivos para um ano como 2018, considerando os impactos políticos, econômicos e sociais do País, nesse

Resultados alcançados em 2018

período. Mas, felizmente, o saneamento conta com pro-

O 29º Encontro Técnico / Fenasan 2018 alcançou os seguintes

fissionais competentes, tradição, experiência, aliada

resultados:

à inovação, ousadia, determinação e muito fôlego

■■ 13.380 mil visitantes na Feira,

para superar tempos adversos.

■■ 1059 congressistas no Encontro Técnico

A AESabesp faz votos de que no ano vem, em

■■ 191 trabalhos técnicos inscritos para apresentação oral

2019, quando esse evento completará os seus 30

■■ 95 trabalhos técnicos inscritos para apresentação em pôster

anos de realização consecutivas, comemoremos

■■ 59 trabalhos para a premiação “Jovens Profissionais”

com uma Nação mais fortalecida nos princípios da

■■ 02 minicursos: Cases de combate às perdas / O desafio trazido pela

boa governança e da cidadania.

Lei das Estatais.

Para tanto, já conta com o gás do setor de sanea-

■■ Países participantes, além do Brasil: Alemanha, Argentina, Áustria,

mento, posto que já durante a Feira de 2018 foram

Botsuana, Brunei, Canadá, Chile, China, Colômbia, Escócia, Espa-

feitas 67 reservas para 2019, totalizando 2.950 m2,

nha, Estados Unidos, Holanda, Índia, Itália, México, Paraguai, Peru,

que sinaliza uma boa perspectiva de realização.

República Tcheca, Suíça, Togo, Turquia e Uruguai.

Data da edição de 2019: 17, 18 e 19 de setembro, no Pavilhão Branco do Expo Center Norte.

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CULTURAL

Por Maria Aparecida Silva de Paula

O sucesso Prêmio Jovem Profissional 2018 e demais premiações AESabesp

A

Maria Aparecida Silva de Paula Diretora Cultural da AESabesp

5ª edição do Prêmio “Jovem Profis-

vencedores, cursos de MBA, Cursos em Universida-

sional AESabesp” foi extremamen-

de no Exterior e Intercâmbio Cultural.

te concorrida e teve a expressiva

Durante a apresentação dos trabalhos finalistas

adesão de autores, com artigos

em 2018, a vencedora da edição de 2016, eng.

técnicos enviados de diversos estados brasileiros:

Carolina Gemelli Carneiro, apresentou o resultado

Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Sul, Pará,

do curso que fez na EPAL- Empresa Portuguesa das

Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo.

Águas Livres SA, AAL – Academia das Águas Livres

Lançado em 2014, durante o 25º Encontro Téc-

em Lisboa - Portugal.

nico, a outorga é destinada a universitários ou

Esta troca de informações está alavancando a dis-

graduados com até 30 anos de idade. Por meio da

cussão no âmbito de políticas públicas, desenvolvi-

apresentação de trabalhos técnicos no Encontro Téc-

mento tecnológico, além da possibilidade de ter, nos

nico AESabesp, o Prêmio tem por objetivo oferecer

trabalhos apresentados, a aplicação de produtos e

uma oportunidade para que jovens que atuam ou

serviços empregados nas soluções de problemas nas

desejam atuar no mercado do saneamento e meio

diferentes situações do saneamento e meio ambien-

ambiente contribuam com as necessidades do mer-

te, no Brasil e no exterior.

cado de trabalho e, dessa forma, colaborem com a

A configuração do prêmio tem causado bastante

formação de jovens profissionais, oferecendo opor-

interesse em profissionais participativos e em entida-

tunidades de divulgarem seus trabalhos no setor.

des para serem apoiadoras, bem como inscreverem

Com o valor do prêmio, hoje definido em dez salários mínimos, a AESabesp já proporcionou, a cinco

seus funcionários e estudantes a participarem das suas edições.

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CULTURAL

Demais categorias do Prêmio AESabesp O prêmio AESabesp para expositores da Fenasan, já em sua 8ª edição, é composto por quatro categorias: Melhor Estande; Inovação Tecnológica; Atendimento ao Cliente e Destaque Fenasan, cujo objetivo é fazer repensar o expositor a forma com que seus produtos serão apresentados durante os três dias de feira – FENASAN – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente. Os nomes dos vencedores de 2018 constam na matéria de encerramento, inserida nesta Revista. Para a categoria Melhor Estande são contabilizados para premiação as fases de planejamento, execução e pós evento, bem como o perfil das empresas expositoras. É essencial, na avaliação, a forma como são transportados seus produtos: a utilização de proteção, tais como embalagens, pallets, entre outros. Também são identificadas a forma como são feitos os descartes, transporte dos funcionários, alimentação (evitam o desperdício tendo como Na avaliação dos trabalhos de 2018, que contou com dez finalistas, a AESabesp contou com avaliadores de notório gabarito técnico-cultural nas duas fases: escrita e oral (banca avaliadora). Vejam os depoimentos dos avaliadores da Fase Oral – 2ª fase do Prêmio Jovem Profissional - durante o Encontro Técnico AESabesp/ 2018:

base a pegada hídrica), entre outros itens. Para o critério “Inovação Tecnológica”, são consideradas as empresas que apresentam produtos e serviços com lançamentos de alta tenologia na FENASAN. Para o critério Atendimento ao Cliente, são considerados a qualidade na apresentação de produtos e serviços no estande. E para a premiação máxima, o grande Destaque Fenasan, é considerada a empresa que obtiver a maior pontuação em todos

Me senti muito satisfeito em participar da avaliação desse Prêmio, o qual é uma excelente oportunidade de expansão, que a AEsabesp oferece para os jovens profissionais do setor”

Dante Ragazzi Professor universitário e assistente executivo da Presidência da Sabesp

Foi uma alegria participar e ouvir as ideias dos Jovens Profissionais AESabesp que muito contribuem com o setor, principalmente nas bases da tecnologia, sustentabilidade e inclusão social.”

Nercy Bonato

Gerente de Departamento da Sabesp

Parabéns à Diretoria Cultural da AESabesp pela iniciativa! Sem dúvida, estamos sinalizando à sociedade o quanto valorizamos a ciência para o necessário avanço dos nossos serviços. Agradeço a oportunidade de participar do time de avaliadores e desta relevante contribuição para o setor.”

Ana Lucia F. R. Szajubok Professora e especialista em gestão ambiental/ Sabesp.

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os critérios. Para a avaliação desse prêmio contamos a equipe de especialistas reconhecida no mercado com padrões internacionais de acreditação e certificação incluindo parceiros da 6º Comando do Estado Maior da Policia Militar, da Costha Paranhos Consultoria e da Parthners Consultoria.


Acontece no setor

As novidades em produtos, serviços e tecnologias no setor de saneamento e meio ambiente

Prominent Brasil desinfecção de água e dosagem A ProMinent Brasil, especializada em tratamento, desinfecção de água e dosagem de químicos, apresentou, na Fenasan 2018, sua linha de equipamentos adaptáveis, para prevenção contra sobre ou sub dosagem, operados com variações no fluxo de água ou abaixo de sua capacidade máxima. Sua equipe técnica afirmou obter “resultados bem favoráveis na Feira, com soluções que corresponderam às necessidades do mercado, em termos de funcionalidade, eficiência e economia”. Em seu estande, foram expostos equipamentos de sua gama de produtos, que é subdividida em: Bombas Dosadoras Solenoides; Bombas Do-

Petranova trouxe tecnologias internacionais para saneamento e construções

sadoras de Motores e Processos; Sistemas de Medição e Controle e, também, Sistemas de Tratamento e Desinfecção de Água.

Fabricantes de materiais filtrantes, blocos universais para fundos de filtros e módulos de decantação, a Petranova apresentou, na Fenasan 2018, novas tecnologias de ponta desenvolvidas nos EUA e Europa e adpatadas ao mercado brasileiro, segundo o seu diretor, José Atonio Mello Junior (na foto com diretores e coordenadores da AESabesp). Entre os produtos oferecidos pela empresa, ganharam destaque: Carvão antracito para filtros; Areias e seixos rolados para filtros; Blocos universais para fundos de filtros; Bocais (crepinas) para fundos de filtros; Sistema monolítico de laje de fundo falso para filtros e, também, Módulos laminares e tubulares para decantadores. Já entre os serviços, a Petranova oferece: Remoção e instalação de materiais filtrantes; Regeneração e recuperação de materiais filtrantes; Recuperação e modernização de fundos de filtros; Instalação de blocos universais e crepinas para fundos de filtros; Instalação de sistema monolítico de laje de fundo falso para filtros; Instalação de módulos de decantação; Recuperação estrutural e impermeabilização de ETAS; Construção, reforma, ampliação, modernização, automação e otimização de ETASs; Monitoramento ultrassônico de filtração e retrolavagem de filtros e, também, Execução de serviços de dragagem não turbulenta em lagoas de resíduos.

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ACONTECE NO SETOR

Centerval exibiu seus tubos helicoidais Em participação na Fenasan 2018, a empresa mostrou sua tecnologia na produção de tubos com costura helicoidal. Fabricados a partir de bobinas de aço, são conformados por meio de uma operação contínua em máquina automática, tornando-as em forma espiral. “Este processo estrutura

Membranas ultrafiltrantes da Toray

o tubo deixando-o perfeitamente redondo, sem desvio longitudinal, com mais

A Toray, fabricante japonesa de membranas, apresentou, na Fenasan 2018, sua linha de

resistência mecânica e sem deformações”

produtos voltada para tratamento de água e efluentes. Os principais produtos são as mem-

atestaram os técnicos.

branas para sistema MBR (membrane bio reactor) para tratamento de efluentes e reúso

O sistema de solda utilizado é o de arco

chamada Membray, que compreende membranas de ultrafiltração do tipo placa plana, fei-

submerso, aplicados simultameamente in-

tas de PVDF com poros de 0,08 mícrons, que operam submersas, nas versões TMR140 e

terna e externamente. Com os investimen-

TMR090, esta última indicada para sistemas compactos em contêineres e aplicações com

tos focados na tecnologia e qualidade final

limitações de altura.

do produto, a Centerval afirma produzir, em

Outra linha apresentada foi a Romembra, membranas de osmose reversa (OR), largamente

modernos equipamentos, tubos com diâme-

utilizadas em projetos de dessalinização seja para a água oriunda do mar, salobra ou efluentes,

tros que variam de 24 a 90 polegadas, espes-

que, segundo sua equipe técnica, “é capaz de gerar água potável ou de alta qualidade para

suras de 1/4 a 3/4 de polegada e fornecidos

processos industriais a partir de qualquer das fontes citadas”.

em comprimentos de 6 e 12 metros.

Maleta de pitometria da Conaut A Conaut Controles Automáticos chamou bastante atenção com um equipamento pequeno, na Fenasan 2018, porém, funcional. Trata-se da maleta de pitometria SMART π 3966, a qual foi desenvolvida para a medição de vazão em condutos fechados circulares utilizando tubos de Pitot Cole e em conformidade com a norma ABNT NBR ISO 3966:2013. Entre outras características, ela possui células de pressão manométrica e diferenciais com faixa de medição otimizada e compensação térmica; mapeamento do perfil de velocidade pelo método Log-Linear e em 11 posições na seção de medição, baterias internas recarregáveis e fonte externa para alimentação do equipamento.

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Paques apresentou ETEs compactas com tratamento biológico A Paques Brasil levou para a Fenasan 2018 suas tecnologias para tratamento de esgotos. com destaque para o sistema Miracell® (foto) - uma Estação de Tratamento de Esgoto compacta modular (possibilitando adição ou recolocação de módulos de acordo com a demanda de tratamento), que utiliza biodisco (reator biológico de contato) e processo aeróbio. Outro destaque da empresa foi o sistema BIOPAQ®UBOX, também uma ETE compacta modular, que oferece um tratamento de

Soluções Hoffman & Lamson para tratamento de efluentes

esgotos de quatro etapas: tratamento anaeróbio, tratamento aeróbio complementar,clarificação secundária e purificação do biogás.

Respaldada por certificações ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, a Hoffman & Lamson é fabricante mundial de Sopradores e Exaustores Centrífugos de Múltiplos Estágios, sendo uma das muitas tecnologias fabricadas pela Gardner Denver, Divisão Nash. A empresa oferece uma ampla linha de produtos como sopradores, exaustores, sistemas centrais de vácuo e sistemas para aplicação em ar e gás. No total são 22 modelos sopradores de alto desempenho com capacidades de 90 a 41.000 cfm (150 a 70.000 m³/h); pressões de 22 psig (1,52 bar); e vácuo de 17,6 “Hg (596 mbar). Durante a Fenasan 2018, seus técnicos mostraram soluções para recuperação dos Gases de Aterro Sanitário, bem como recuperação de Enxofre, Ar de combustão, Negro de fumo, Células de flotação, Transporte Pneumático e Sistemas de Vácuo para limpeza.

Sanitrit apresentou ETEs Compactas Para Regiões Com Soleira Negativa A Sanitrit, filial brasileira do Grupo francês SFA, apresentou, na Fenasan 2018, duas linhas de estações elevatórias de esgoto compactas: a linha SANICUBIC para instalação sobre o piso (com capacidade para 32, 45 ou 120 litros já com painel de comando e sistema de alarme integrado) e a linha SANIFOS para instalação subterrânea (com capacidade para 110, 250 ou 500 litros). De acordo com Xavier Desrousseaux, diretor da SFA, “tratam-se de estações de bombeamento de esgoto de qualidade com instala-

Andritz apresentou tecnologias voltadas para a indústria 4.0

ção rápida, limpa, sem odor e de fácil manutenção para aplicações em residências localizadas em regiões de soleira negativa. As bombas

Durante a Fenasan 2018, a Andritz apresentou produtos que, além

trituradoras de alto rendimento evitam o risco de entupimentos e

de possibilitarem o tratamento de lodo com baixos custos operacio-

chegam a bombear o esgoto em até 14 metros no sentido vertical”.

nais, terão seu foco na indústria 4.0 e IoT (Internet ofThings) com automação e controle do processo. De acordo com os seus executivos, “a expectativa em relação a novas tecnologias é cada vez maior e a Fenasan é uma percursora de desenvolvimento e negócios no segmento, trazendo inovações que viabilizam investimentos em cenários desafiadores”.

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ACONTECE NO SETOR

Equipamentos MND da Sondeq para inspeção, detecção e controle A Sondeq apresentou, na Fenasan 2018, toda a sua linha para instalação não-destrutiva de tubulações (MND), equipamentos para vídeo-inspeção de tubulações, bem como para localização e detecção de redes enterradas e equipamentos para controle de perdas. Destacaram-se os equipamentos de pipe-bursting Grundoburst, o novo modelo de perfuratriz pneumática (tatuzinho) Grundomat série N, os robotizados Rovver X e os novos modelos de câmeras de inspeção de redes V-CAM e P340. E na linha de equipamentos

Itubombas se destaca com cabines silenciadas

para localização e detecção de tubulações enterradas, o georadar RD-1500 e os novos modelos de localizadores de tubos e cabos enterrados, além dos utilizados para detecção e controle de perdas e

A Itubombas, empresa do grupo Atlas Copco especializada na loca-

também de fraudes: o novo Geofone HL-7000 e o correlacionador

ção e instalação de conjuntos motobombas, apresentou, durante a

C-3 da SEBAKMT, LUNAR, MAG e MINI MAG, que, segundo a em-

Fenasan, suas novas cabines silenciadas, equipadas com sistema de

presa, são exclusividades no mercado brasileiro.

monitoramento à distância. O modelo ITU-44S10 com a nova versão da cabine acoplada, se destacou por ser mais leve e compacta em relação aos similares. Segundo o diretor da empresa, Rodrigo Law, a cabine tem a finalidade de atenuar o barulho proveniente do bombeamento. “Pesando 2.400 kg e com uma capacidade de tanque de 300 litros, a motobomba acompanhada da cabine silenciada é indicada para projetos realizados em regiões urbanas”. O executivo ainda destacou que “além das motobombas a diesel e elétricas e das cabines silenciadas, a empresa também disponibiliza a locação de vários acessórios, como mangueiras, acoplamento e flutuadores, além do suporte técnico para dimensionamento hidráulico de cada aplicação e operação ”.

Aquarum estreou seus projetos na Fenasan 2018 Participando pela primeira vez da 29° edição da Fenasan, a Aquarum Saneamento Ambiental estava em comemoração, pois acabava de vencer a licitação para a construção de uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto – no município de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo e destacou vários cases de sucesso, como os projetos de ETEs compactas. O estande da Aquarum foi bastante visitado, o que motivou o seu presidente Francisco José Vela (foto) a afirmar: “acreditamos no crescimento do investimento em saneamento básico em 2019, o setor não pode esperar mais por recursos e precisa se modernizar. Por isso viemos aqui, pela primeira vez, para mostrar as novidades e nossos projetos bem-sucedidos em operação, que alinham eficiência, sustentabilidade e economia”.

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SANEAS

Agosto a Outubro de 2018


VIVÊNCIAS

“Quem canta os males espanta”

N

esta edição, trazemos uma das personalidades

Saneas: Como e por que o setor de saneamento foi esco-

mais prestigiadas da Sabesp, por cultivar, com

lhido para fazer parte da sua vida profissional?

aquela sabedoria oriental, uma legião de amigos,

Narimatsu: Desde o tempo de estagiário, tive um apoio muito

além de promover a aproximação entre as pesso-

grande dos meus superiores e dos demais colegas de trabalho.

as, em seus famosos e disputados encontros de Karaokê.

Me identifiquei muito com a empresa e conquistei muitos ami-

Trata-se de Luiz Narimatsu, que também tem uma consisten-

gos. Em 1990 concorri em um concurso interno, para o cargo

te atuação como engenheiro e participante ativo em entidades

de coordenador de projetos na então Diretoria de Engenharia e a

de classe, inclusive já foi presidente da AESabesp, na gestão de

partir daí me identifiquei com os problemas que a população tem,

2007 a 2009, e está sempre presente em seus principais acon-

com a falta de sistemas de abastecimento de água e tratamento

tecimentos. Conheça um pouco da sua história:

dos esgotos, e me dediquei na elaboração de estudos e projetos de saneamento básico. Tenho que agradecer vários colegas desta

Saneas: Onde o senhor nasceu e cresceu e se graduou em

época, principalmente o eng. Paulo Ferreira (1º presidente da AE-

engenharia?

Sabesp) que foi meu chefe e me incentivou muito. Por todas essas

Narimatsu: Nasci no interior do Estado de São Paulo, na cidade

razões, considero a Sabesp como minha segunda família.

de Pereira Barreto e me mudei para a capital do estado aos 5 anos de idade. Me graduei em engenharia civil em 1977 pela

Saneas: O senhor também se dedicou às entidades de

Faculdade de Engenharia da Universidade de Mogi das Cruzes,

classe da engenharia e do setor de saneamento? Cite pe-

com curso de pós-graduação em “Engenharia em Saneamento

las quais atuou.

Básico“ (período de agosto/1992 a junho/1993) pela Faculdade

Narimatsu: Sim. Fui Diretor do Sindicato dos Engenheiros do Es-

de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e MBA de Admi-

tado de São Paulo (Agosto/1989 a Agosto/1992), Conselheiro no

nistração para Engenheiros pelo Instituto Mauá de Tecnologia

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Es-

(Agosto/2002 a Junho/2003).

tado de São Paulo - CREA / SP (Novembro/1988 a Outubro/1991),

Saneas: Quando foi sua entrada na Sabesp e qual é a sua

Conselheiro na Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e

trajetória na Companhia?

Ambiental - ABES (1997 a 2003), Presidente da Associação dos

Narimatsu: Entrei na Companhia como estágiário em 1976 e

Engenheiros da Sabesp - AESabesp (2007 a 2009) e Coordenador

fui ficando até me formar em 1977 e ser contratado como En-

da Comissão de Meio Ambiente do CREA /SP (2013 a 2014).

genheiro em 1978. Passei por diversas funções, dentre as quais destaco Engenheiro do Departamento de Controle Tecnológico

Saneas: Conte-nos um pouco como foi a experiência na

(Agosto/1978 a Março/1984), Engenheiro do Grupo de Licita-

liderança na AESabesp, especialmente em relação ao seu

ções (Março/1984 a Dezembro/1991 ), Coordenador de Proje-

maior evento: os Encontros Técnicos/ Fenasan.

tos (Dezembro/1991 a Março/1995), Superintendente de Con-

Narimatsu: Minha história na AESabesp é longa mas gratifi-

trole de Empreendimentos (Março/1995 a Junho/2000), Chefe

cante. Na gestão do eng. João Comparini, fui nomeado Diretor

do Departamento de Qualificação de Fornecedores e Materiais

Técnico e com o apoio da diretoria mudei o local dos Encontros

(Julho/2000 a Julho/2007), Engenheiro de Projetos no Departa-

Técnicos / Fenasan: do Instituto de Engenharia para o Pavilhão

mento de Projetos e Estudos Ambientais da Diretoria de Sistemas

da Bienal no Ibirapuera e depois para o Expo Center Norte. Foi

Regionais (agosto/2007 a fevereiro/2015). Atualmente trabalho

uma mudança audaciosa mas necessária, pois os espaços para

como gerente de contratos na empresa Estática Engenharia Ltda.

realização dos nossos eventos já estavam limitados e precisáva-

e sou consultor técnico no mercado de saneamento.

mos crescer.

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VIVÊNCIAS Na época da minha gestão, como presidente da AESabesp, o setor do saneamento, inclusive a Sabesp, passava por uma crise financeira muito grande e discutia-se um novo modelo de gestão da empresa. Soubemos que o Chile tinha implantado um sistema de gestão muito eficiente e tivemos a felicidade de convidar e trazer a superintendente nacional de Serviços Sanitários do Governo do Chile, eng. Magaly Espinosa, que apresentou o sistema de gestão implantado em seu País. Essa experiência despertou o interesse de muitos profissionais do setor, não só do Brasil mas de argentinos, paraguaios, peruanos e mexicanos que estiveram em nosso Encontro Técnico, participando dos debates. Foi nessa minha gestão que também conseguimos, com o apoio de toda a diretoria, reformar e inaugurar as novas instalações da sede da AESabesp. Saneas: O senhor é conhecido como agregador de pessoas, especialmente por um grupo de sabespianos que frequentam karaokê. Como surgiu esta ideia e há quanto tempo cultiva esta prática? Narimatsu: Na verdade este grupo se iniciou na Sabesp da Rua Amauri, onde no final do dia, íamos fazer uma “happy hour” num barzinho que era um Karaokê. Depois mudamos para a Rua Padre João Manoel e descobrimos outro bar de Karaokê, na proximidade. E aí a notícia se espalhou e a turma foi crescendo, com pessoas não só da Sabesp, mas amigos de amigos que gostaram do ambiente e começaram a participar. Hoje, nos encontramos a cada dois meses, com a desculpa de comemorarmos os aniversários do período, é uma grande alegria. Saneas: A música é uma parte importante da sua vida? Quais são os seus estilos principais prediletos? Narimatsu: Sim, gosto muito de música, pois ajuda a relaxar. Quanto ao estilos, sou eclético, contanto que a música seja boa: MPB, samba, rock, pop e também jazz instrumental. Saneas: É verdade que nos Karaokês sob o seu comando ninguém tem a preocupação de cantar bem? O que vale é a integração e o importante é ser feliz? Narimatsu: Com certeza. Eu inclusive me considerava um cantor tímido e medíocre, mas como foram aparecendo outros piores, acho que hoje, depois de 20 anos, já engano bem. É verdade que também apareceram ótimos cantores no grupo e muitos dos cantores que eram ruins hoje estão dando um show no palco. Saneas: O que esses encontros significam em aspectos gerais em sua vida? Narimatsu: Acho que num primeiro momento, serviu para integrar as pessoas. Hoje estas reuniões servem para reencontrar velhos amigos e desestressar nossa vida tão agitada do dia a dia. Se o canto é libertador, o nosso grupo é totalmente voltado para a liberdade: não tem mensalidade, nem cobrança pela ausência, vai quem quer e sem obrigação nenhuma de se justificar. Saneas: O senhor já considerou a possibilidade de se tornar um profissional do Karaokê, em paralelo à engenharia? Narimatsu: De jeito nenhum. Prefiro assistir a um belo show dos profissionais que gosto. Já viajei até para o exterior para assistir a vários espetáculos. Quanto ao nosso Karaokê, quanto mais amador, melhor fica... Risos...

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Ano XIII . Ediç ão 55 . Abri l a Julho de

2015

Ano XI

II . Ed ição 56 . Ag osto a Nove mbro de

Ano

IX . Ediç

ão

2015

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2015 deve a cob r rá receber cer Vivê ertura da Amé ca de 20 mi ricaQu ncias comp l visitantes leta. dá aando o engenheiro de todas as vez ao pal nações. haço Projetos Soc ioambientais Troféu AES abesp aos melhores de 2015

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