Ano XIII . Edição 56 . Agosto a Novembro de 2015
- VEÍCULO -
FENASAN 2016
- OFICIAL -
O sucesso do 26º Congresso Técnico AESabesp Fenasan 2015 Promovida pela AESabesp, essa realização superou todos os seus índices, em 2015, consolidando-se como a maior evento técnico-mercadológico do setor da América Latina. Saneas traz a cobertura completa.
Matéria tema O saneamento na América Latina
Artigo técnico Gestão do PURA na penitenciária
Matéria Especial Jerson Kelman na abertura da Fenasan
BAUMINAS Química. Tecnologia e inovação ao seu lado. Desenvolver produtos químicos inovadores e de alta performance para o tratamento de água e efluentes: há mais de 50 anos, esse é o nosso foco. Com 12 unidades fabris estrategicamente localizadas e sólidas relações de parceria, estamos ao lado das principais empresas de saneamento e processos industriais do Brasil. A segurança e eficácia dos nossos produtos são comprovadas através do uso em mais de 3.500 municípios. Nossa liderança é resultado de uma estrutura única, aliada a diferenciais estratégicos que garantem a mais completa solução para os clientes:
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Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 aesabesp@aesabesp.org.br www.aesabesp.org.br Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp Tiragem: 10.000 exemplares Diretoria Executiva Presidente: Reynaldo Eduardo Young Ribeiro Vice-presidente: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges 1º Secretário: João Augusto Poeta 2º Secretário: Aram Kemechiam 1º Diretor Financeiro: Walter Antonio Orsatti 2º Diretor Financeiro: Nelson Cesar Menetti Diretoria Adjunta Cultural: Sonia Maria Nogueira e Silva Esportes: Evandro Nunes de Oliveira Marketing: Paulo Ivan Morelli Franceschi Polos: Antônio Carlos Gianotti Projetos Socioambientais: Maria Aparecida Silva de Paula Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges Técnica: Olavo Alberto Prates Sachs Conselho Deliberativo Antonio Carlos Gianotti, Benemar Movikawa Tarifa, Carlos Alberto de Carvalho, Cid Barbosa Lima Junior, Dejair José Zampieri, Evandro Nunes de Oliveira, Gilberto Alves Martins, Iara Regina Soares Chao, Ivan Norberto Borghi, Luciomar Santos Werneck, Maria Aparecida Silva de Paula, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Rodrigo Pereira de Mendonça, Rogélio Costa Chrispim e Sonia Maria Nogueira e Silva Conselho Fiscal Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Nelson Luiz Stabile Conselho Editorial - Jornal AESabesp e Revista Saneas Coordenador: Luciomar Santos Werneck Colaboradores: Benemar Movikawa Tarifa, Luiz Yukishigue Narimatsu e Nivaldo Rodrigues da Costa Jr. Coordenadora de Assuntos Tecnológicos Marcia de Araújo Barbosa Nunes Comissão Organizadora do 26º Encontro Técnico AESabesp Fenasan 2015 Presidente da Comissão: Gilberto Alves Martins Coordenador da Fenasan: Olavo Alberto Prates Sachs Coordenadora do Encontro Técnico AESabesp: Sonia Maria Nogueira e Silva Membros: Antonio Carlos Roda Menezes, Iara Regina Chao, Ivan Norberto Borghi, João Augusto Poeta, Maria Aparecida S. Paula, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Rodrigo Pereira de Mendonça, Tarcisio Luiz Nagatani, Walter Antonio Orsatti Equipe de Apoio: Maria Flávia da Silva Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro, Vanessa Hasson Polos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Polos: Rodrigo Pereira de Mendonça Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro: Sérgio Luiz Caveagna Polo AESabesp Leste: Antonio Carlos Roda Menezes Polo AESabesp Norte: Eduardo Bronzatti Morelli Polo AESabesp Oeste: Claudia Caroline Buffa Polo AESabesp Ponte Pequena: Fernandes Hayashi da Silva Polo AESabesp Sul: Antonio Ramos Batagliotti Polos AESabesp Regionais Diretor de Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Baixada Santista: Zenivaldo Ascenção dos Santos Polo AESabesp Botucatu: Leandro Cesar Bizelli Polo AESabesp Caraguatatuba: Felipe Noboru Matsuda Kondo Polo AESabesp Franca: Mizue Terada Polo AESabesp Itatiba: Carlos Alberto Miranda Silva Polo AESabesp Itapetininga: Jorge Luis Rabelo Polo AESabesp Lins: João Luiz de Andrade Areias Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto Polo AESabesp Vale do Paraíba: Sérgio Domingos Ferreira Polo AESabesp Vale do Ribeira: Jiro Hiroi
Editorial
Prezado(a)s Associado(a)s,
É
com imensa satisfação que trazemos nesta última edição da Revista Saneas da Diretoria da AESabesp Gestão 2013/2015 os principais registros do 26 º Encontro Técnico AESabesp e da Fenasan 2015. Estes evidenciam a importância de estarmos unidos em torno de uma causa
essencial para a sociedade brasileira: “A crise da água e suas consequências no séc. XXI” tendo sido, inclusive, foco da palestra de abertura proferida pelo presidente da Sabesp, Eng. Jerson Kelman, que lotou o auditório magno do evento. Com público recorde, o evento técnico-mercadológico mais importante da América Latina em saneamento ambiental trouxe profissionais de todos os estados brasileiros que, somados aos vindos de diversos países da América Latina, Caribe e União Européia, consagraram essa realização como o grande dínamo do conhecimento e de desenvolvimento tecnológico do setor, pois, tanto nos auditórios das dez mesas redondas, com temas pertinentes ao enfrentamento da crise hídrica, quanto nos corredores da feira, onde estavam os mais significativos produtos, serviços e projetos, apresentaram lotação máxima. Os resultados nos levam a uma promissora expectativa para a próxima edição do evento, em 2016, prevista para os dias 16, 17 e 18 de agosto, no Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte. Esta certamente encontrará nossa entidade mais fortalecida e nosso setor mais amadurecido, com disposição redobrada para buscar, debater e apresentar novas alternativas e diretrizes para a nossa tão sonhada universalização do saneamento. E dentro deste contexto de caminhos além fronteiras, trazemos em nossa matéria tema uma abordagem sobre o setor de saneamento na América Latina, com uma entrevista com o presidente da AIDIS, Dr. Luiz Augusto de Lima Pontes, uma personalidade com referência técnica e diplomática internacional, que se interessa pelo desenvolvimento social, pelas bases do saneamento, da engenharia sanitária, da saúde e do meio-ambiente. Da mesma forma, também relatamos a visita de um grupo de especialistas brasileiros à Califórnia, nos Estados Unidos, que apresentaram no Espaço Vida da Sabesp Ponte Pequena várias experiências dessa região, notadamente sobre o reúso de água. E finalizando esta edição, tratamos de um tema esportivo na sessão “Vivências”, sempre carregado de muita velocidade e adrenalina: o kartismo, atividade esportiva praticada por muitos de nossos associados.
Jornalista Responsável Maria Lúcia da Silva Andrade – MTb. 16081 Redação Ednaldo Sandim e Lúcia Andrade Projeto visual gráfico e diagramação Neopix DMI contato@neopixdmi.com.br www.neopixdmi.com.br
Uma boa leitura a todos! Eng. Reynaldo E. Young Ribeiro Presidente da AESabesp
Índice
06 Matéria Tema A projeção internacional do saneamento na América Latina
10 Entrevista
28
AIDIS: a grande conexão pelo saneamento da AL
12 Ponto de vista
29 32 34 38 41
AESabesp apresentou experiências na administração de secas na Califórnia
14
Crise gera trabalho e gera oportunidades! Por Viviana Borges
16 Artigos técnicos 24 4
saneas
Agosto a Novembro de 2015
Especial 26º Encontro Técnico Fenasan 2015 Solenidade de abertura Primeiro dia Segundo dia Terceiro dia Premiação e Encerramento
Programa de uso racional da água, estratégia bem sucedida da Sabesp na gestão do consumo em prédios públicos: o caso da penitenciária de Santana
45 Diretoria de Projetos Socioambientais
Direitos da natureza dignidade do planeta Terra
48 Vivências
Ações da DPS
Pilotos de kart
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matéria tema
A
proximadamente 97,5% de toda a água do planeta Terra encontram-se nos oceanos, ou seja, é água salgada. Dos 2,5% de água doce existente, 2,493% estão em locais praticamente inacessíveis. Apenas
0,007% é encontrada em locais de fácil acesso. A América Latina, uma área majoritariamente subdesenvolvida, é ironicamente a região mais rica do mundo em termos de disponibilidade de água doce por pessoa. Estima-se que 31% dos recursos hídricos do mundo estejam neste continente. Mesmo assim, em toda a região, a irregularidade no abastecimento de água e no saneamento básico faz com que esses serviços não cheguem a quem precisa. Cerca de 100 milhões de pessoas na AL são desprovidas de acesso ao saneamento básico. E, com mais de 80% dos latino-americanos vivendo em cidades, essa desigualdade é mais sentida nas áreas rurais da região, onde a falta de água e saneamento é comum. A falta de saneamento básico tem impactos na saúde, na educação, no turismo e em outras áreas e pode diminuir o Produto Interno Bruto (PIB) de 2% a 3%. Com a contínua expansão das megacidades da América Latina a tendência é que as políticas públicas priorizem as necessidades da crescente população urbana. Mas, embora o investimento em água e saneamento aumente as diferenças entre as zonas urbanas e rurais, em muitos países isso não necessariamente significa falta de recursos financeiros. O que falta são políticas mais eficientes, treinamento profissional para fazer a manutenção das redes e destinação correta de investimentos.
América Latina: Uma região rica em água e de contrastes em qualidade de vida
Reservatório Mundial Segundo dados do Banco Mundial, até 2050, mais de um bilhão de pessoas viverão em cidades sem água suficiente. À medida que a população aumenta, também cresce a necessidade de abastecimento. O principal problema é que a quantidade de água no mundo não aumenta. A América Latina, nesse cenário, tem um papel fundamental, porque possui a maior quantidade de água doce do mundo. Segundo a Global Water Partnership (GWP), quase um terço dos recursos hídricos renováveis estão na América do Sul. Entre os países do mundo que contam com a maior quantidade de água, três estão na América Latina e figuram entre os dez primeiros: Brasil (primeiro), Colômbia (terceiro) e Peru (oitavo). O ranking de abundância, no entanto, não significa água para todos. Em cidades como Lima, São Paulo e Cidade do México, onde a demanda por esse recurso é muito elevada, grande parte da água potável é desperdiçada devido ao uso ineficiente e às instalações precárias, agravando assim a crise futura.
Pela hora da morte Água é vida, certo? Certo. Mas seu custo em alguns lugares da
pelo aquecimento global. Buscar novas fontes pode parecer a
AL está pela hora da morte. De acordo com informações do Pro-
solução mais adequada, no entanto, es-
grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mais
pecialistas alertam que a melhor saída
de 15% da população, distribuída em 31 países da AL, não têm
seria investir na conservação e recu-
acesso à água potável.
peração de mananciais existentes,
Um bom exemplo é o Peru, onde uma grande região do país
além, é claro, do reaproveitamento
é um enorme deserto, os que estão mais afastados obtêm água
da água. É mais ou menos parecido
através de caminhões-pipa, poços artesianos, rios, valas ou nas-
com nosso orçamento doméstico:
centes. Não raras vezes a qualidade dessa água é inadequada e
se gastamos mais do que ganha-
seu abastecimento não é contínuo. A cobertura de água e sane-
mos ou temos, teremos de tomar
amento no país já supera 90%, mas são justamente os que não
emprestado. O problema é que, no
têm acesso à rede que pagam mais pelo serviço. Um metro cúbico
caso da água, o recurso é esgotável.
de água para um usuário conectado à rede pública custa aproximadamente 30 centavos de dólar, enquanto que a compra de água de caminhões-pipa pode chegar a custar mais de 4 dólares (12 reais) por metro cúbico, ou seja, 12 vezes mais.
Sem energia não há água e sem água não há energia
A reciclagem da água, especialmente no setor agrícola, é uma
Na América Latina e no Caribe
das principais soluções para enfrentar a crise. Desafortunadamen-
existe uma pressão crescente dos
te, cerca de 90% da água residual de países em desenvolvimento
recursos hídricos por fatores climá-
escoa sem tratamento até os rios, lagos e zonas costeiras. De acor-
ticos como as secas e as inundações
do com especialistas do Banco Mundial, na América Latina, três
e por atividades econômicas que precisam de muita água, como
quartos dos esgotos líquidos ou água residual volta para os rios
a mineração e a agricultura. Apesar de ser uma região rica em
e outras fontes hídricas, criando graves problemas para a saúde
recursos energéticos como hidrocarbonetos, energia hidrelétrica
pública e para o meio ambiente.
e biocombustíveis, esta riqueza está igualmente má distribuída:
Mas há exemplos positivos. É o caso, por exemplo, da usina Taboada, uma estação de tratamento de água em Lima, que se
aproximadamente 34 milhões de pessoas carecem de acesso aos serviços modernos de eletricidade.
transformou em uma peça importante para a solução do pro-
A água precisa de energia para ser purificada, transportada,
blema. Os resíduos sólidos, ao invés de serem lançados ao mar,
pressurizada e depurada, enquanto a maior parte dos processos
podem ser reutilizados para fins comerciais como combustível,
de produção de energia necessitam de água para a refrigeração,
fertilizantes e até material de construção.
extração, entre outros. Trata-se de dois recursos intimamente liga-
Finalmente, já que 71% dos glaciares tropicais - situados entre
dos e que impactam os sistemas alimentares.
o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio - do mundo se
A FAO (Foodand Agriculture Organization of the United
encontram no país, um projeto busca aproveitar a água dos An-
Nations) orienta que os governos devem criar políticas energéti-
des, cerca de 7.240 quilômetros de picos cobertos de neve que
cas que levem em consideração os nexos existentes entre a produ-
desempenham um papel vital no abastecimento de água da re-
ção de alimentos, a geração de energia e a sustentabilidade dos
gião, e que se vêem ameaçados devido ao derretimento causado
recursos hídricos.
Disparidades entre o campo e a cidade Os níveis de cobertura de água potável e saneamento refletem as assimetrias que prevalecem entre as áreas rurais e urbanas da região. Dos 77 milhões de pessoas que não têm água potável, 51 milhões vivem em áreas rurais, enquanto os restantes 26 milhões estão em áreas urbanas. No que se refere ao saneamento, constatou-se que mais de 100 milhões de pessoas não têm qualquer tipo
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matéria tema
de serviço. Essa população soma-se a 256 milhões de habitantes da região que fazem uso de latrinas e de fossas sépticas.
El Salvador, com 21,040 km², é um dos países mais desmatados e densamente povoados da América Latina, com 333 habitantes/ km². Conta com uma cobertura florestal original de apenas 3%
Gestão inadequada dos recursos hídricos
de todo o território, com uma população estimada em 6,9 milhões
Aproximadamente 86% das águas residuais são despejadas em
de habitantes. Este pequeno país depende de uma grande bacia
corpos d’água na região, sem qualquer tratamento. Apesar de
que abrange 50% do seu território a bacia tri nacional do Rio
grandes camadas da população serem abastecidas por água po-
Lempa (compartilhado com Honduras e Guatemala).
tável e possuírem saneamento, deve-se salientar que a utilização
O alto nível de erosão das encostas existentes na bacia deste rio,
de água para as necessidades básicas não é a principal destinação
como resultado da alta taxa de desmatamento e conversão do uso
dada aos recursos hídricos. O agronegócio, com 70% e a indústria
do solo (para pasto, por exemplo) influenciou decisivamente no
com 20% configuram-se como os principais setores sócio econó-
estresse hídrico que este país vem sofrendo. San Salvador, onde
micos que fazem maior uso da água, totalizando 90% da água
um terço da população do país se concentra, importa 25% da
extraída e utilizado para tais fins.
água que consome do rio Lempaque.
A região está experimentando uma crescente dependência do
Vale a pena mencionar a crise de água que aflige o Haiti. A
uso de suas fontes de água subterrânea: América do Sul utiliza
situação deste país do Caribe é classificada como “catastrófica”,
entre 40 e 60% de sua água de aquíferos, enquanto a América
semelhante à da África subsaariana. De acordo com Rothfeder
Central e México dependem de 65% dessas fontes. No México,
(2001) em seu livro: “EveryDrop for Sale”, as populações deste
por exemplo, 102 dos 653 aquíferos são sobre-explorados.
país sobrevivem, em média, com 3 ou 4 litros de água por dia.
Somado a isso, há a inadequada gestão na conservação e na
pulação em crescimento, com demandas crescentes por serviços
Consequências para a saúde associados com a deterioração da água
básicos e modelo de desenvolvimento baseado na exploração de
A Organização Mun-
matérias-primas, a América Latina está caminhando em direção a
dial de Saúde tem dito
uma piora na exploração das suas fontes de água.
repetidamente
distribuição da água, e em média, 40% da água é perdida em vazamentos e em sistemas de esgoto inadequados. Com uma po-
que
85% das causas de
O “estresse”da água
doenças e mortes no
Apesar de ser o continente mais rico em termos de disponibili-
mundo são associadas
dade per capita de água, isso não significa que as populações
a água contaminada e
não sofram com uma escassez, e grave, da água. Países como
falta de acesso a ela.
o Peru, El Salvador e México já experimentam o chamado “es-
Anualmente, disente-
tresse hídrico”.
ria, diarréia e outras
Cada um desses países merece uma análise diferenciada: o Peru
doenças
transmitidas
é um país rico na disponibilidade de água, mas, tendo em conta
pela água tiram a vida
que os seus principais núcleos urbanos e suas atividades económi-
de 3 milhões de pesso-
cas estão no litoral em áreas desérticas, a acessibilidade do recurso
as. A América Latina
se torna difícil e caro.
não é uma exceção a
No caso do México, há a crescente migração campo/cidade, em
esta realidade: todos
particular, em direção a Cidade do México, um dos principais aglo-
os anos, 150.000 mor-
merados urbanos do mundo.Este centro urbano abriga um quinto
tes são relatados por
da população (mais de 20 milhões de pessoas) e as principais ativi-
doenças de veiculação
dades socioeconômicas do país. Como mencionado anteriormen-
hídrica, 85% das quais
te, cerca de 1/6 dos aquíferos mexicanos já está sobre-explorado,
ocorrem em crianças
portanto a crescente procura de centros urbanos envolve a impor-
com menos de 5 anos de idade.
tação de água de outras regiões. A Cidade do México já importa 45% da água que consome do interior do país.
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85%
Causas de doenças e mortes no mundo são associadas a água contaminada e falta de acesso a ela
3
milhões de mortes
Disenteria, diarréia e outras doenças transmitidas pela água
Brasil ocupa a 112ª posição em ranking de saneamento básico No contexto mundial, o Brasil ocupa a 112.ª posição num ranking de saneamento entre 200 países, segundo aponta um estudo divulgado, em 2014, pelo Instituto Trata Brasil e pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, durante o fórum Água: Gestão Estratégica no Setor Empresarial. A finalidade dessa amostragem foi apontar o que poderia ser obtido com mais investimentos em saneamento básico, melhorando a qualidade de vida do brasileiro e elevando a economia do país. De acordo com esse trabalho, o Índice de Desenvolvimento do Saneamento atingiu 0,581, indicador que está abaixo não só do apurado em países ricos da América do Norte e da Europa como também de algumas nações do Norte da África, do Oriente Médio e da América Latina em que a renda média é inferior ao da população brasileira. Entre eles estão o Equador
rando às re-
(0,707); o Chile (0,686) e a Argentina (0,667).
gistradas
O índice é mensurado com base no Índice de Desenvolvi-
em
Cuba (4,3%), no
mento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o
Chile
(7,8%)
e
na
Desenvolvimento (Pnud). Na última década, o acesso de mora-
Costa Rica (8,6%).O estudo destacou ainda que, se houves-
dias à coleta de esgoto aumentou 4,1%, nível abaixo da média
se cobertura ampla do saneamento básico, as internações por
histórica (4,6%). Em 2010, 31,5 milhões de residências tinham
infecções gastrintestinais que, segundo dados do Ministério
coleta de esgoto.
da Saúde atingem 340 mil brasileiros, baixariam para 266 mil.
A região Norte foi a que apresentou a melhor evolução, ape-
Além da melhoria na qualidade da saúde isso representaria re-
sar de ter as piores condições no país com 4,4 milhões de casas
dução de custo, já que as internações levaram a um gasto de
sem coleta. Somente o estado do Tocantins conseguiu ampliar
R$ 121 milhões, em 2013.
o atendimento em quase 21%. No Nordeste, um universo de
Pelos cálculos desse trabalho, a universalização traria uma eco-
13,5 milhões não contavam com esses serviços e em mais de
nomia das despesas públicas em torno de R$ 27,3 milhões ao ano
6 milhões de lares não havia água tratada. O maior número de
e mais da metade (52,3%) no Nordeste. Outros 27,2% no Norte
residências sem coleta foi registrado no estado da Bahia (3,3
e o restante diluído nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Con-
milhões), seguido pelo Ceará (1,9 milhão). No Sul, mais 6,4 mi-
forme os dados, em 2013, 2.135 vítimas de infecções gastrintesti-
lhões de residências também não contavam com os serviços de
nais perderam a vida - número que poderia cair 15,5%.
coleta e os estados com os maiores déficits foram: Rio Grande
A universalização do saneamento também diminuiria os afasta-
do Sul (2,8 milhões) e Santa Catarina (1,9 milhão). Já no Sudes-
mentos do trabalho ou da escola em 23% , o que poderia implicar
te, com os melhores índices de cobertura, ainda existiam 8,2
em queda de R$ 258 milhões por ano. Outro benefício apontado
milhões de moradias sem coleta.
pelo estudo seria a dinamização do turismo com a criação de quase
Segundo advertem os organizadores do estudo, “a situação
500 postos de trabalho e renda anual de R$ 7,2 bilhões em salários,
do saneamento tem reflexos imediatos nos indicadores de saú-
além de incremento na formação do Produto Interno Bruto (PIB), que
de”. Eles citam que, em 2011, a taxa de mortalidade infantil
é a soma da riqueza gerada no país, da ordem de R$ 12 bilhões.
no Brasil chegou a 12,9 mortes por 1.000 nascidos vivos, supe-
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entrevista
AIDIS: a grande conexão pelo saneamento da América Latina
E
m complementação a nossa abordagem
entidade, o que garante reconhecimento e represen-
sobre o saneamento na América Latina,
tações nas assembléias e comitês executivos tanto na
entrevistamos o Eng. Dr. Luiz Augus-
OMS como também na Organização Panamericana
to de Lima Pontes, presidente da AIDIS
da Saúde (OPS).
(Associação Interamericana de Engenharia Sanitária
Eng. Dr. Luiz Augusto de Lima Pontes Presidente da AIDIS
10
saneas
e Ambiental), entidade que congrega as principais
Saneas: O senhor poderia discorrer sobre as atuações
instituições de profissionais e estudantes das três
da AIDIS e de que forma ela tem promovido o sanea-
Américas, com focos voltados à preservação am-
mento e a engenharia sanitária na América Latina?
biental, à saúde e ao saneamento. Fundada em 14
Lima Pontes: A Associação representa o setor em 32
de abril de 1948, a AIDIS foi criada 7 dias após a
países das Américas e do Caribe e atualmente possui 35
fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
mil associados. A cada 2 anos, nos anos pares, promove-
Desde então, mantém estreita colaboração com essa
mos o Congresso Interamericano de Engenharia Sanitá-
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ria e Ambiental com a participação de todos os países representados;
cenário mundial e esbarra em interesses de países mais desen-
em 2016 será realizado em agosto Cartagena - Colômbia. E nos anos
volvidos, principalmente no continente europeu, onde existem
ímpares realizamos congressos regionais (nessa gestão já foram rea-
organizações não governamentais que pleiteiam a sua interna-
lizados em Miami, Nicaragua, Bolívia e Chile) e também realizamos
cionalização. Mas, de fato, trata-se de um patrimônio mundial e
encontros nas 24 seções nacionais além de eventos temáticos a cargo
o que precisamos é nos preocupar com a boa condução dos seus
das nossas divisões técnicas.
recursos para a sociedade de uma maneira geral, a despeito de interesses políticos e mesmo econômicos.
Saneas: Como estão sendo estabelecidas parcerias com instituições que permitam consolidar essas ações de interesse mútuo?
Saneas: A falta de água pode travar o progresso da tecnologia na
Lima Pontes: No sentido de incrementar a atuação da AIDIS te-
gestão dos Recursos Hídricos em condições de indefinição e risco,
mos firmado convênios com outras instituições congêneres como
caso a escassez perdure?
a AESABESP, AWWA, WEF, IWA, ISWA, OPS/OMS, BID, Banco
Lima Pontes: Pode sim, se continuarmos a utilizar processos que não
Mundial e outras.
se preocupam com o uso racional da água. O lado positivo dessa escassez hídrica foi justamente o de despertar uma nova consciência,
Saneas: De que maneira o crescimento da população urbana na
tanto nos hábitos de consumo, como no desenvolvimento de novas
América Latina e a falta de recursos nas zonas rurais aumentaram as
práticas, sejam voltadas à hidroenergia ou a demais setores de alto
desigualdades no acesso ao saneamento?
consumo hídrico, como por exemplo, a agricultura, que hoje conta
Lima Pontes: A América Latina e o Caribe apresentaram um bom
com novos processos de irrigação como gotejamento nas lavouras.
desempenho no cumprimeno das Metas de Desenvolvimento do Mi-
Um conceito moderno que tem ganhado evidência é a pegada hídri-
lênio (MDMs) atingindo 85% de cobertura de água potável previstos,
ca, que relaciona o quanto de água está sendo empregado em cada
o que não significa que essa água tenha a qualidade requerida e con-
ação de consumo. Todos esses fatores trazem um certo otimismo no
tinuidade no abastecimento. Porém os 15% não cobertos significam
futuro, mas ainda se tem muito o que fazer para chegarmos a um
muita gente sem água. O desafio de se combater a escassez hídrica
nível ideal de relacionamento equilibrado o uso da água.
recai tanto sobre as áreas urbanas quanto as rurais, cujas populações padecem de problemas referentes à saúde e ao saneamento.
Saneas: A questão dos rios transfronteiriços é discutida regularmente nos fóruns internacionais. O senhor aventa a possibilidade da água vir
Saneas: Mais de 30% da água doce do mundo está na América
a ser motivo de disputa de divisas dentro da América Latina?
Latina, o que a torna a região mais rica do planeta em termos de
Lima Pontes: Há disputas pela água em todo o mundo e na América
recursos hídricos. Isto poderia significar que os problemas e abas-
Latina não é diferente, mas elas tem sido ajustadas de forma diplomá-
tecimentos estão mais concentrados nas gestões de abastecimento
tica, como por exemplo no episódio da construção da usina de Itaipu,
do que nos recursos naturais?
uma hidrelétrica binacional, localizada na fronteira entre Brasil e Para-
Lima Pontes: Creio que os empecilhos para um melhor abaste-
guai, a segunda maior hidrelétrica do mundo em extensão perdendo
cimento estão nestes dois pontos. Com exceção de Buenos Aires,
apenas para a Hidrelétrica de Três Gargantas na China.
que está às margens do Rio da Prata, as demais metrópoles da América Latina estão encravadas em locais de difícil captação de
Saneas: Em sua concepção, por ser um direito humano, é possível
água (a RMSP é um bom exemplo). Mas é pertinente também que
a água ser defendida por uma governança global, desvinculada dos
se houver investimentos em obras bem projetadas e vontade políti-
interesses econômicos e geopolíticos? Ou isso ainda é uma utopia?
ca para reconhecer a importância desse setor na infra-estrutura das
Lima Pontes: De fato, a Assembléia Geral da Organização das
cidades, todo o processo tende a melhorar.
Nações Unidas (ONU) declarou que o acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial, inclusive por
Saneas: Com previsões climáticas que atestam ainda pelo me-
estar intrinsecamente ligado aos direitos à vida, à saúde, à ali-
nos mais dois anos de escassez hídrica, o senhor crê que a Amé-
mentação e à habitação. Então, uma governança global da água
rica Latina, por concentrar o maior bioma mundial:a Floresta
deverá ocorrer em algum momento, mas não vejo isso muito pró-
Amazônica, consiga mais investimentos de países ricos, sem por
ximo. Dessa forma, temos que intensificar nossas ações regionais
em risco a liderança de seus governos?
para atender as necessidades dos cidadãos, dentro ou fora de
Lima Pontes: A vulnerabilidade da Amazônia é evidente no
suas fronteiras.
Agosto a Novembro de 2015
saneas
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ponto de vista
AESabesp apresentou experiências vivenciadas em visita técnica à Califórnia
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Promovido pela AESabesp, por meio de seu Pólo
Ambiente), ABIMAQ (Associação Brasileira da Indús-
Ponte Pequena, foi realizado, na manhã de 23.09, o
tria de Máquinas e Equipamentos), Arcadis-Logos,
Momento de Tecnologia: “ Experiências na adminis-
CH2M Hill e Tetratech Brasil, em evento que lotou
tração de secas na Califórnia”. A abertura foi feita
por completo o auditório do “Espaço Vida”.
pelo presidente da entidade, Reynaldo Young Ribei-
Nessa ação foram apresentadas as experiências vi-
ro, que destacou a importância de se trazer informa-
venciadas na Califórnia pelo grupo formado por Vi-
ções relacionadas ao enfrentamento da crise hídrica
viana Aquino Borges (diretora social e vice-presidente
de outros países, para uma possível aplicabilidade em
da AESabesp, cuja participação nessa missão técnica
nossa região.
teve seu custeio autorizado a partir de uma decisão
Essa ação ainda contou com a participação da
do Conselho Deliberativo da entidade); Dante Raga-
ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
zzi Pauli (presidente da ABES nacional); Luiz Roberto
e Ambiental), APECS (Associação Paulista de Empre-
Pladevall (presidente da APECS); Valdir Folgosi (vice-
sas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio
-presidente do Sindesam/Abimaq); Rolando Gaal Va-
Agosto a Novembro de 2015
das (presidente da Sociedade Americana de Engenheiros Civis);
A primeira parte desse Momento de Tecnologia foi conduzida pe-
Antonio Eduardo Giansante (consultor e professor do Mackenzie e
las palestras do presidente da ABES, Dante Ragazzi Pauli, e da
da Universidade de Metz); Carlos Alberto Rosito (conselheiro da GO
vice-presidente da AESabesp, Viviana Borges, que discorreram e
Associados); Gesualdo Saraiva Pallerosi (diretor da APECS), Helio
expuseram em slides tudo o que foi visto nas visitas, os índices
Nazareno Padula Filho (diretor da ABES) e Lineu Andrade de Almei-
atingidos pelos programas de uso e de reúso de água, os investi-
da (consultor e professor do Mackenzie).
mentos requeridos, as tecnologias utilizadas, as legislações segui-
Esse grupo teve a iniciativa de ir à Califórnia, no período de 27 a
das e as campanhas de conscientização propagadas na sociedade
31 julho de 2015, para conhecer as ações adotadas para o uso ra-
local, conferindo um panorama bem vasto de alternativas para o
cional da água nesse estado que é o mais populoso dos EUA, cujas
enfrentamento de uma crise hídrica.
regiões tem acentuadas semelhanças com a RMSP, principalmente no enfrentamento da crise de escassez hídrica. Na oportunidade, foram visitadas as grandes estações de reúso de água: Michelson Water Recycling Plant e Groundwater Replenishment System, além de empresas e departamentos públicos responsáveis por alguns condados da Califórnia, como o Department of Water & Power, a Prefeitura de Los Angeles, a La Sanitation, o West Basin Service Area e a Tillman Water Reclamation Plant. Na segunda parte, lideranças de conceituadas empresas do setor apresentaram seus recursos utilizados no desenvolvimento de projetos e de instalações de água reciclada, com as palestras de Jack Bryck (Arcadis-Logos); Alexander Fortin e Helena Kubler (CH2M Hill do Brasil) e Eduardo Yassuda (Tetratech Brasil). Na conclusão das apresentações a AESabesp sorteou guarda-chuPresidente da ABES, Dante Ragazzi Pauli e a vice-presidente da AESabesp, Viviana Borges
vas personalizados entre os espectadores do auditório e agradeceu todos os parceiros presentes que dividiram esta rica experiência.
Viviana Aquino Borges, Dante Ragazzi Pauli,Luiz Roberto Pladevall, Valdir Folgosi, Rolando Gaal Vadas,Antonio Eduardo Giansante,Carlos Alberto Rosito, Gesualdo Saraiva Pallerosi,Helio Nazareno Padula Filho e Lineu Andrade de Almeida
Agosto a Novembro de 2015
saneas
13
ponto de vista
Crise gera trabalho e gera oportunidades! Por Viviana Borges
Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges Possui graduação em engenharia civil pela Universidade Mackenzie (1992), mestrado pela USP - Escola Politécnica (2003), especialização em engenharia de saneamento básico pela USP - Faculdade de Sáude Pública (1999) e em gestão pública pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (2010). Atualmente é gerente da Divisão de Planejamento, Gestao, Desevolvimento Operacional e produção da Diretoria Metropolitana da Sabesp, e também diretora social e vice-presidente da AESabesp.
É preciso discutir, entender e aproveitar as oportuni-
nheiros americanos, no início do século passado,
dades que surgem em decorrência de uma crise!
projetaram e construíram uma infraestrutura com
A questão da pouca oferta de água é muito dis-
dimensionamento coerente às estiagens extremas
cutida por especialistas, por ser motivo de disputas
que a cada década ocorria e ocorre na Califórnia. Da
regionais e até de guerras, quando muitas vezes se
mesma forma, os engenheiros brasileiros projetaram,
afirma ser a água o petróleo do futuro. Será que este
no meio do século passado, a sequência de repre-
tempo já começou?
sas que compõem o sistema Cantareira, coerentes
A AESabesp se uniu a uma delegação brasileira do
com a projeção do histórico da RMSP. Similares,
setor de saneamento e foi a Califórnia para conhecer
tanto a Califórnia, mais concentrada no sul da Ca-
as tecnologias aplicadas, seus
lifórnia, quanto a RMSP relata
resultados e, principalmente, a
um crescimento populacional
administração da estiagem hídri-
acentuado nos últimos anos
ca extrema que se estabelece por
e atravessam uma escassez
lá, há cerca de 4 anos. Tudo isto
hídrica associada a altas tem-
para trazer experiências ao setor
peraturas. Entretanto, a dispo-
de saneamento brasileiro e, especificamente ao de São Paulo. Inicialmente podemos pensar que os californianos estão numa crise há mais tempo que nós na RMSP - Sabesp, mas não é bem assim. A seca na Califórnia é recorrente, eles já passaram por estiagens extremas cerca de 10 vezes no último século. Ou seja, as condições de recursos hídricos da Califórnia são críticas historicamente! Muito diferente da
No ambiente técnico, adoramos novas técnicas, novas metodologias, inovações aplicadas, mas o povo pode pagar esta conta?
saneas
de, aproximadamente metade da sua mínima histórica mensal durante sucessivos meses de 2014, ao passo que, a Califórnia registra uma seca próxima da mínima histórica da década de 70. Assim, apesar da escassez hídrica na Califórnia desde 2012, esta não é tão assustadora quanto à enfrentada pelo Brasil na RMSP. Outro exemplo é a dificul-
crise hídrica que se abateu na
dade de se reduzir o consumo
RMSP - Sabesp, com ênfase no
quando se gasta pouco. Para
Sistema Cantareira em 2014, que apresentou uma sequ-
os californianos que consomem atualmente cerca
ência de poucas chuvas num período de três anos, nunca
de 450 l/hab.dia e utilizam cerca de 40% do con-
antes registrada na nossa história. Entretanto, mesmo
sumo em rega de jardim, pode-se economizar o
conhecendo o preparo para o enfrentamento das secas
consumo abrindo mão da rega do jardim sem se
extremas na Califórnia há de se ponderar sobre a aplica-
apertar com outros usos domiciliares. No entanto,
ção destes recursos no nosso país.
para os brasileiros, o que significa reduzir o consu-
Tomemos como exemplo, o dimensionamento da
14
nibilidade hídrica da RMSP foi
mo em 20% ou 40%?
infraestrutura que é planejada e se baseia na proje-
O sistema de abastecimento de água americano
ção de um longo histórico. Sendo assim, os enge-
é público. Apesar da escassez hídrica, a Califórnia é
Agosto a Novembro de 2015
percebida como uma região importante para o país. Há repasse de
Isto posto, começam aqui nossas discussões: Até que ponto
recursos públicos para o enfrentamento dessa escassez que não
estas experiências poderiam ser utilizadas no Brasil? Se até mes-
são necessariamente repassadas para as contas de água dos con-
mo para o padrão norte americano seus custos são elevados! Até
sumidores. Há programas de governos que perduram por déca-
quanto se pode pagar pela água? No Brasil temos conhecimento
das, com alocação de recursos públicos contínuos de importação
e condições técnicas de implantação de novas tecnologias, mas
de água para a região e mais recentemente em ampliação da ofer-
o custo de vida brasileiro comporta a implantação destas novas e
ta de água local (reúso, dessalinização, poços, piscinões etc.). Algo
caras tecnologias?
que pode ser comparado à reversão do Rio São Francisco para o equacionamento da escassez hídrica no Nordeste brasileiro.
No ambiente técnico, adoramos novas técnicas, novas metodologias, inovações aplicadas, mas o povo pode pagar esta conta?
No início do século 21, o governo norte americano deu início a
Mesmo considerando que o Brasil e o estado de São Paulo, per-
um programa para mudar o portfólio de recurso hídrico na Cali-
cebam o setor de saneamento como uma infraestrutura básica de
fórnia. Nesta época, iniciou-se fortemente a implantação de esta-
saúde pública, na RMSP – Sabesp que, garante cerca de 20% do
ções de tratamento de água reciclada, rede exclusiva de água re-
PIB brasileiro, o setor de saneamento seria ou deveria ser prioriza-
ciclada (reuso) e de dessalinização, já que a maioria da população
do em um programa de governos com recursos de longo prazo? O
está concentrada próxima ao nível do mar.
povo brasileiro pode e deve pagar mais impostos por isto?
Os custos de implantação e operação, destas novas formas de
Estas questões precisam ser debatidas e compreendidas para
se obter água, foram extremamente altos e, por isto, o programa
que decisões adequadas sejam tomadas. A crise abre espaço para
é longo, iniciado há quase uma década, continuam em adequado
esta discussão. A hora pode ser agora!
funcionamento e, hoje se fala nos planos para 2035.
Agosto a Novembro de 2015
saneas
15
artigo técnico Ramon Velloso de Oliveira(1)
Engenheiro Civil pela Faculdade de Engenharia de São Paulo (FESP), Tecnólogo de Obras Hidráulicas pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), trabalha há 26 anos na Cobrape - Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos, e desde 1996 coordena equipes de trabalho em pesquisas de vazamentos em sistemas de abastecimento de água e na implantação do Programa de Uso Racional da Água - PURA da Sabesp em edifícios públicos da Região Metropolitana de São Paulo. Endereço (1): Rua Capitão Antonio Rosa, 406 - Jardim Paulistano - São Paulo - SP - CEP 01443-010 - Brasil - Tel: (11) 3897-8000 - e-mail: ramonvelloso@cobrape. com.br
Programa de uso racional da água, estratégia bem sucedida da Sabesp na gestão do consumo em prédios públicos: o caso da penitenciária de Santana Por Ramon Velloso de Oliveira e Sônia Maria Nogueira e Silva
A
té agosto de 2012, a conta de água
Introdução
da Penitenciária Feminina de Santana,
Iniciativa pioneira no Brasil, o Programa de Uso
na capital paulista, sob responsabilida-
Racional da Água – PURA, da Companhia de Sa-
de do governo estadual, oscilava em
neamento Básico do Estado de São Paulo, con-
torno de R$ 1.300 milhão, com uma média de con-
cebido com o suporte do Instituto de Pesquisas
sumo mensal de 56.424 m . No mês de dezembro
Tecnológicas – IPT e da Escola Politécnica da USP,
de 2014, para o mesmo número de usuários e com
foi uma resposta à necessidade latente já nos
maior regularidade e segurança no abastecimento, o
anos 1980 de políticas públicas de conservação
volume faturado foi de R$ 585 mil e o volume con-
da água disponível, em face das dificuldades e dos
sumido de 29.040 m – com uma economia acumu-
custos crescentes de exploração de novas fontes
lada, ao longo do período, de 420.406 m3, suficiente
de abastecimento.
3
3
Sônia Maria Nogueira e Silva
Engenheira Civil pela Escola de Engenharia Federal do Pará, foi coordenadora do Programa de Uso Racional da Água – PURA da Sabesp de 1995 a 2004, e atualmente é consultora do Uso Racional da Água.
1
16
saneas
para abastecer uma população de 100 mil habitan-
O PURA começou a ser idealizado na Sabesp em
tes. Os resultados foram obtidos com a implantação
1985 e institucionalizado em 1986, inspirado em
do Programa de Uso Racional da Água – PURA, uma
experiências de outros países trazidas pelo Sim-
das principais ações da Companhia de Saneamen-
pósio Internacional sobre Economia de Água de
to Básico do Estado de São Paulo – Sabesp dentre
Abastecimento Público, promovido pelo IPT1, em
as diretrizes de gestão sustentável dos recursos hí-
São Paulo. Entre outras contribuições relevantes do
dricos. Institucionalizado em 1996, com foco em
evento, demonstrou-se que a quantidade de água
edifícios da administração pública, o PURA explora
consumida no País poderia ser reduzida de forma
as possibilidades de otimizar o uso da água, com-
expressiva com a adoção de componentes de baixo
binando reparos em instalações hidráulicas, adoção
consumo de água, reparos em instalações hidráuli-
de equipamentos economizadores, ações educativas
cas e incentivo à mudança de hábitos de consumo
de sensibilização e conscientização dos usuários para
da população.
a necessidade de mudança de hábitos de consumo.
Inicialmente, foi montada a estrutura do Progra-
O retorno de investimento é rápido e em alguns casos
ma e em 1995 foram desenvolvidos projetos-piloto
imediato. Na Penitenciária de Santana, os R$ 10 milhões
em hospitais, escolas, cozinhas industriais, prédios
investidos foram recuperados em menos de 2 anos. O
comerciais e condomínios para criação da metodo-
Programa já foi implantado em 8.160 mil imóveis em
logia. Ao mesmo tempo, um levantamento realiza-
todo o Estado por meio de parcerias com órgãos públi-
do em diversos tipos de edifícios serviu de amostra-
cos estaduais e municipais. Para uma redução do consu-
gem para determinar o consumo por pessoa nesses
mo de pelo menos 10%, é oferecido um desconto de
locais de grande circulação e estabelecer metas de
25% na conta. Em média, a economia chega a 33%.
redução do volume de água utilizado (Tabela 1).
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ECONOMIA DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO. SÃO PAULO, 1986. Anais... São Paulo: IPT, 1987. 324 p.
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Tabela 1: Consumo de água por pessoa em edifícios públicos e comerciais. Ano 1995
Natureza
Consumo por pessoa
Escolas Estaduais 1º e 2º Grau
25 litros/aluno/dia
Escolas Internatos
150 litros/aluno/dia
Escolas Semi-Internatos
100 litros/aluno/dia
Prédios Públicos e Comerciais
50 litros/funcionário/dia
Prédios Hospitalares sem lavanderia
500 litros/leito/dia
Prédios Hospitalares com lavanderia
750 litros/leito/dia
Prédios com alojamentos provisórios/cozinha/lavanderia
120 litros/pessoa/dia
Quartéis
150 litros/militar/dia
Prédios Penitenciários
200 litros/preso/dia
Restaurantes – Prédios Públicos
25 litros/refeição/dia
Creches – Prédios Públicos
50 litros/pessoa/dia
Fonte: Sabesp
Ao mesmo tempo, a Sabesp estabeleceu negociações com fabricantes para a aquisição de equipamentos economizadores. Dados apurados pela Escola Politécnica da USP comprovaram as vantagens da substituição de equipamentos (Tabela 2). Tabela 2: Comparação no consumo entre equipamentos convencionais e equipamentos economizadores
Equipamento Convencional
Consumo
Equipamento Economizador
Consumo
Economia
Bacia com caixa acoplada
12 litros/descarga
Bacia VDR
6 litros/descarga
50%
Bacia com válvula bem regulada
10 litros/descarga
Bacia VDR
6 litros/descarga
40%
Ducha (água quente/fria) - até 6 mca
0,19 litros/seg
Restritor de vazão 8 litros/min
0,13 litros/seg
32%
Ducha (água quente/fria) - 15 a 20 mca
0,34 litros/seg
Restritor de vazão 8 litros/min
0,13 litros/seg
62%
Ducha (água quente/fria) - 15 a 20 mca
0,34 litros/seg
Restritor de vazão 12 litros/min
0,20 litros/seg
41%
Torneira de pia - até 6 mca
0,23 litros/seg
Arejador vazão cte (6 litros/min)
0,10 litros/seg
57%
Torneira de pia - 15 a 20 mca
0,42 litros/seg
Arejador vazão cte (6 litros/min)
0,10 litros/seg
76%
Torneira uso geral/tanque - até 6 mca
0,26 litros/seg
Regulador de vazão
0,13 litros/seg
50%
Torneira uso geral/tanque - 15 a 20 mca
0,42 litros/seg
Regulador de vazão
0,21 litros/seg
50%
Torneira uso geral/tanque - até 6 mca
0,26 litros/seg
Restritor de vazão
0,10 litros/seg
62%
Torneira uso geral/tanque - 15 a 20 mca
0,42 litros/seg
Restritor de vazão
0,10 litros/seg
76%
Torneira de jardim - 40 a 50 mca
0,66 litros/seg
Regulador de vazão
0,33 litros/seg
50%
Mictório
2 litros/uso
Válvula automática
1 litro/seg
50%
Fonte: Relatório Mensal 3 Projeto de Pesquisa Escola Politécnica da USP/SABESP, junho 1996.
A implantação efetiva do PURA teve início em 1996 mediante a assinatura de contratos com tarifa reduzida para entidades públicas estaduais e municipais da Região Metropolitana de São Paulo, além de alguns edifícios comerciais “ Contrato de Tarifação Pública” – garantindo-se aos participantes um desconto de 25% na tarifa de água desde que cumprida uma meta de redução mensal de consumo de no mínimo 10%. Entre outros exemplos bastante significativos, a Escola Estadual Fernão Dias, no bairro de Pinheiros, apresentou uma redução de 93% no consumo; e nas próprias instalações da Sabesp a economia superou os 70%, como mostra a Tabela 3.
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artigo técnico Tabela 3: Economia no consumo de água em locais onde inicialmente foi implantado o PURA
Local
Economia no Consumo
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
16%
Complexo Hospital das Clínicas de São Paulo
25%
Condomínio Comercial São Luís
16%
Condomínio Jardim Cidade
28,5%
Cozinha Industrial da Ford
52%
Cozinha Industrial da Sede Sabesp
65%
Edifício de Administração Sabesp
72%
Ceagesp
32%
Escola de Engenharia Mauá
19%
Escola Estadual Fernão Dias Paes
94%
50 Escolas Estaduais da Região Metropolitana de São Paulo
40%
Instituto de Pesquisa Tecnológica – IPT
53%
Lar Batista de Criança
21%
Palácio dos Bandeirantes
31%
Poupatempo Sé
10%
USP Fases I e II
26%
USP Fase III
37%
Fonte: Sabesp
A iniciativa da empresa paulista antecedeu em um ano a criação do
Na maioria dos casos, a meta de economia 10% é superada em
Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA
poucos meses, mantendo-se, na média, em 33%, e os valores in-
pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e Secretaria de Política
vestidos são recuperados em períodos muito curtos, quase sempre
Urbana, constituído de orientações para o planejamento, gestão e
antes do final da implantação do Programa.
articulação institucional de ações de conservação e uso racional da água, conservação da água nos sistemas públicos de abastecimento
Metodologia do PURA
e conservação da água nos sistemas prediais.2 Desde então, o PURA
A metodologia para implementação do PURA compreende três
vem servindo de base para outras companhias estaduais de sanea-
etapas. Primeiramente é realizado um diagnóstico técnico: uma
mento que começam a vislumbrar o potencial de retorno econômico
equipe designada pela Sabesp vai à instalação, faz o levantamen-
e ambiental de programas de uso racional da água.
to de todo o processo de consumo e utilização de água, detecta
3
Dados mais recentes da Sabesp indicam que, até o final de
pontos críticos e aponta a margem de economia possível. Em se-
2014, o Programa foi implantado em 8.160 mil imóveis em todo
guida, é elaborado o projeto técnico: uma equipe especializada
o Estado, dos quais 2.903 na Região Metropolitana de São Pau-
apresenta soluções para os pontos críticos identificados na etapa
lo. Até dezembro de 2015, será implantado em 240 escolas es-
anterior e estabelece ações, investimento, prazo necessário para
taduais, e a expectativa é chegar a uma economia anual de R$
a execução de obras, treinamento de pessoal e mudança dos pro-
13,9 milhões e de, no mínimo, 216 milhões de litros de água,
cessos. A última etapa, de suporte operacional, consiste na execu-
deixando de utilizar água suficiente para abastecer uma cidade
ção das obras necessárias e na manutenção dos sistemas críticos,
com 36 mil habitantes.4
aplicando a tecnologia selecionada. Ao mesmo tempo, são reali-
2 3 4
http://www.pmss.gov.br/index.php/biblioteca-virtual/programa-nacional-combate-ao-desperdicio-agua-pncda http://www.revistas.sp.senac.br/index.php/ITF/article/viewFile/453/408 Balanço Sabesp 2014. Disponível em <http://site.sabesp.com.br/uploads/file/sociedade_meioamb/rs_2014.pdf>
18
saneas
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zados seminários, palestras para sensibilização e conscientização
Implantação do Programa
dos funcionários e usuários, buscando a mudança da cultura e dos
A Sabesp, através da Superintendência de Gestão de Empreen-
hábitos de utilização da água.
dimentos – ME – Diretoria Metropolitana, contratou o Consórcio
As ações educativas são uma peça-chave do PURA. Para que
Água – Usar sem Desperdiçar, liderado pela Companhia Brasileira
os efeitos da redução do desperdício perdurem, é necessário que
de Projetos e Empreendimentos – Cobrape para a implantação
as pessoas que usufruem dos espaços reformados se conscienti-
do PURA na Penitenciária de Santana. A empresa já contava com
zem do valor econômico e social da água e incorporem essa nova
a experiência acumulada na implantação do Programa em mais
consciência aos hábitos cotidianos. As ações envolvem a formação
de 900 edifícios das mais diversas tipologias e funcionalidades,
de gestores, controladores e multiplicadores, e são desenvolvidas
como a USP, escolas, hospitais e prontos-socorros, o Palácio dos
nos próprios locais de intervenção e através de ciclos de cursos e
Bandeirantes e prédios da Prefeitura de São Paulo, entre os quais
palestras promovidos pela Sabesp por equipe especializada para
os edifícios históricos Matarazzo, Martinelli e São Joaquim e o
grupos específicos.
Teatro Municipal.
As soluções adotadas, tanto do ponto de vista técnico quanto
As características peculiares da Penitenciária exigiram um cui-
das ações de conscientização e responsabilização dos usuários,
dadoso trabalho de preparação, tendo em vista as questões de
devem se adequar às condições específicas de cada ambiente.
segurança envolvidas. Antes de tudo era necessário definir os pro-
As situações com que se deparam as equipes técnicas vão desde
cedimentos a serem seguidos pela equipe técnica na execução
restrições a intervenções físicas em edifícios tombados pelo patri-
das atividades. Para isso, foram realizadas várias reuniões entre
mônio histórico até a persistência de atos de vandalismo após as
representantes do Consórcio, Sabesp, Administração Penitenciária
reformas, como ocorre em instituições escolares.
e Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo. Foram estabelecidas as seguintes medidas:
Estudo de caso: penitenciária feminina de Santana
■■ Adoção de um esquema especial de vistoria que permitisse o
A implantação do PURA na Penitenciária Feminina de Santana,
■■ Liberação da frente de serviço de um pavilhão por etapa, de
considerado o maior complexo feminino da América Latina, lo-
modo que as intervenções fossem realizadas em todas as celas
acesso rápido dos funcionários às frentes de serviços (celas).
calizado na zona norte da capital paulista, foi um dos casos mais
de uma só vez, reduzindo as etapas dos serviços de implantação.
desafiadores já enfrentados pela Sabesp, dadas as características
■■ Criação de corredores de passagens no piso térreo para não
peculiares de tipologia e de uso do imóvel. Mas foi também um dos mais bem sucedidos, resultando em uma redução de 49%
haver contato da equipe de trabalho com as detentas. ■■ Orientações à equipe sobre o Regimento e Procedimento Inter-
no volume consumido e de 55% do volume faturado ao final da
no e de Segurança da Penitenciária.
implantação do Programa, em dezembro de 2014, comparativa-
Os trabalhos tiveram início com um levantamento preliminar
mente aos valores de outubro de 2012, quando teve início.
em todas as unidades do complexo, compreendendo informações
Antes das intervenções do PURA, apesar da elevada conta de
sobre o consumo total de água e população usuária, caracteri-
consumo, que oscilava em torno de R$ 1.300 milhão ao mês, as
zação física da edificação, informações externas à edificação e
crises de falta d’água eram constantes, seja devido a vazamentos
informações sobre os pontos de consumo. Com base nesse levan-
nas instalações hidráulicas e problemas nos reservatórios, seja por
tamento, foi elaborado o plano de trabalho e o cronograma de
atos de vandalismo, facilitados pela obsolescência e a fragilidade
intervenções para os 24 meses do contrato.
dos equipamentos.
Foram definidas sete atividades, assim distribuídas:
O edifício onde está instalada a Penitenciária foi inaugurado em 1920 para abrigar a antiga Penitenciária do Estado. É composto
1. Pesquisa e correção de vazamentos
de 3 pavilhões divididos em 2 alas com 5 andares cada, além das
Os trabalhos de pesquisa e correção de vazamentos visíveis e não
áreas administrativas. No total, são 1.500 celas distribuídas en-
visíveis começaram já no mês de outubro de 2012. Com o suporte
tre os pavilhões (1.368 celas) e áreas administrativas (132 celas).
de equipamentos eletrônicos de alta precisão, foram pesquisados
Ocupam esses espaços mais de 3 mil pessoas – cerca de 2.600
os trechos compreendidos entre os hidrômetros e os reservatórios
detentas e 500 funcionários ativos que trabalham em 3 turnos.
dos prédios bem como as demais derivações de tubulações de
Nos dias de visita, esse número chega a 4 mil.
água existentes e a rede de distribuição predial, totalizando 10
Agosto a Novembro de 2015
saneas
19
artigo técnico
pesquisas em 3.300 m. Foram localizados e reparados 26 vaza-
3. Gestão do consumo de água
mentos. Outras 9 pesquisas foram realizadas para verificar possí-
Já em novembro de 2012 foi implantado o sistema de gestão do
veis vazamentos dos ramais prediais alimentados por reservatórios
consumo de água por telemedição para os três hidrômetros exis-
até os pontos de consumo de água (aparelhos sanitários).
tentes na Penitenciária e posteriormente 1 hidrômetro para medir o consumo de água da cozinha. Foram instalados os equipamentos de comunicação GPRS (General Packet Radio Services), uma tecnologia que tem o objetivo de aumentar as taxas de transferência de dados entre celulares. O sistema permite o monitoramento do consumo de água a distância, em tempo real, com a transmissão de dados via celular para os servidores da Sabesp e da Secretaria de Administração Penitenciária. Os hidrômetros são equipados com comunicação pulsada ou Mbus. Foram instalados também 2 sensores de pressão nas ligações de água da Penitenciária. Ainda em novembro, foram iniciados os estudos para o aprimoramento do modelo de telemedição desenvolvido pela Sabesp com a setorização das áreas funcionais. O objetivo dos técnicos da Cobrape era poder identificar com precisão locais com suspeita
2. Obras de adequação predial
de vazamentos ou desperdício de água. A novidade consistiu na
Essa atividade, iniciada também em outubro de 2012, consistiu
instalação de hidrômetros individuais a cada três celas e em ou-
na substituição de equipamentos convencionais por equipamen-
tros pontos estratégicos, para que, registrados picos de consumo
tos economizadores de água, além de reformas de pisos, pintura
pontos específicos, se proceda ao fechamento das tubulações de
e instalação de azulejos e reparos em geral. A lista de 42 itens
água via rádio frequência. Em 17 meses, foram instalados 160
correspondentes a obras de adequação predial inclui, entre ou-
hidrômetros, 161 transmissores de radiofrequência, 155 válvulas
tros: troca de 1.565 bacias sanitárias por bacias do tipo volume
esféricas, repetidores e concentradores de dados.
de descarga reduzido, instalação de 1.511 caixas de descarga de embutir, troca de 1.529 torneiras de lavatório por torneiras de fechamento automático antivandalismo e instalação de 1.316 unidades de duchas com vazão de 8 litros/min.
20
saneas
Agosto a Novembro de 2015
4. Adequação do sistema de água quente nos pontos de chuveiro (recirculação)
quência foi realizada a impermeabilização da torre principal, com 45
O sistema de água quente nos pontos de chuveiro nos 3 pavilhões
da cozinha, com 17 m e capacidade de 20 m3; e finalmente da torre
era insuficiente para atender à demanda nos horários de maior
da portaria, com 26 m com capacidade de 100 m3, que abastece o
consumo. O novo sistema de recirculação tornou possível o abas-
prédio da administração. As obras foram executadas em 4 meses.
m de altura e capacidade de reservação de 1.200 m3; depois da torre
tecimento simultâneo em todos os pontos, evitando o desperdício e proporcionando mais conforto às detentas. Para a implantação do sistema foram instalados 21 metros de tubulação de cobre, 280 metros de tubulação aquatherm, 24 válvulas de controle operadas remotamente, com alimentação 24 Vcc, através de um painel de comando das bombas na Central de Aquecimento.
7. Programa de educação ambiental O Programa consistiu de duas modalidades de treinamento: PURA na Cozinha e Formação de Gestores. O primeiro, realizado em maio de 2013, envolveu 100 pessoas – 30 funcionários e 70 detentas – responsáveis pela cozinha da Penitenciária. Foram realizados três cursos com duração de 4 horas sobre o tema “Controle higiênico-sanitário
5. Execução de rede de água para interligação dos 3 reservatórios
de alimentos, visando o uso racional da Água”, com aulas expositivas
A Penitenciária possui 3 reservatórios de água, o primeiro na Ave-
processo de higienização dos alimentos e ambientes. As orientações se
nida Zaki Nachi; o segundo na área interna, abastecido por uma
basearam em um diagnóstico preliminar do consumo de água e das
ligação de água existente da Avenida Ataliba Leonel; e o terceiro
condições higiênico-sanitárias da cozinha, incluídas análises microbioló-
próximo à entrada principal, que se encontrava desativado. Para
gicas em alimentos e utensílios para avaliar os riscos de contaminação.
a melhoria do sistema de abastecimento e distribuição de rede de
Os cursos para formação de gestores envolveu 135 pessoas, entre
água, procedeu-se à interligação dos reservatórios com a implan-
diretores, coordenadores e funcionários, através de aulas expositivas e
tação de 820,60 metros de tubulação em PVC.
práticas, com o objetivo de subsidiá-los com informações sobre as jus-
e práticas a fim de disseminar as boas práticas de consumo de água no
tificativas das ações do PURA e os resultados esperados, e seu papel na mobilização dos usuários para garantir a permanência dos resultados obtidos com a implantação do Programa.
6. Recuperação eletromecânica e estrutural dos reservatórios Os trabalhos foram iniciados em agosto de 2013, mês em que o consumo de água é menor. Primeiramente foi construída a casa de bombas para a recuperação eletromecânica dos reservatórios. Na se-
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artigo técnico
Resultados O Contrato de Tarifação para Entidades Públicas formalizado
em março de 2013. No final do contrato, a média registrada era
entre a Sabesp e a Administração da Penitenciária Feminina de
de 40.854 m3/mês.
Santana, em agosto de 2012, estabeleceu como meta de consu-
Para o cálculo de redução de consumo, foi utilizada a média
mo de água 49.000 m /mês após a conclusão das intervenções
de consumo de água dos 12 últimos meses anteriores ao início
do PURA, em dezembro de 2014. Esse resultado foi alcançado já
das atividades do Programa, que era de 56.424 m3.
3
Gráfico 1: Volume Consumido em m3
Gráfico 2: Redução do Consumo em %
No último mês de validade do contrato, foi registrada uma redução de 49% no volume de água consumido, e desde o início a economia foi de 420.406 m³.
22
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GRÁFICO 3: Faturamento em R$
GRÁFICO 4: Redução do Faturamento em %
O gasto médio mensal no período anterior à implantação do PURA era de R$ 1.306.043,54. Ao final do contrato, era de R$ 803.190,44 – uma redução de 55%, perfazendo uma economia de
R$ 14.582.739,80 em dezembro de 2014. Até junho de 2014, a economia obtida foi suficiente para cobrir o investimento de R$ 10 milhões no Programa.
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artigo técnico Vanessa Hasson de Oliveira
Direitos da natureza dignidade do planeta Terra Vanessa Hasson de Oliveira é advogada, graduada pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (1992). Especialista em Direito Ambiental pela Faculdade de Saúde Pùblica da Universidade de São Paulo (2003). Doutora em Direitos Difusos e Coletivos e Mestre em Direito das Relações Econômicas Internacionais, com ênfase em Meio Ambiente, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). Atua na gestão e desenvolvimento de projetos socioambientais junto ao primeiro e terceiro setor. Professora Titular da Faculdade de Direito da Universidade Estácio. Diretora da OSCIP MAPAS - Métodos de Apoio à Práticas Ambientais e Sociais e líder do Movimento Direitos da Natureza no Brasil.
Por Vanessa Hasson de Oliveira
A
dignidade do planeta Terra é assunto
tituída pela representação de todos os 193 países
da comunidade planetária, assim con-
que constituem as Nações Unidas e farão reuniões
siderados todos os membros que em
anuais, diferentemente da governança anterior, onde
sua universalidade constituem o pla-
a representação era de apenas 58 países e suas reu-
neta Terra, e deve ser remetido à toda comunidade
niões bianuais. No âmbito da reunião inaugural da
humana internacional. Desde 1972, com a realização
UNEA, realizada no final de junho de 2014, foram
da Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio
discutidos os encaminhamentos para o fortalecimen-
Ambiente, em Estocolmo, seguindo-se das reuniões
to das políticas públicas internacionais de meio am-
realizadas no Rio de Janeiro nos anos de 1992, 2002
biente - Environmental Rule of Law.
e mais recentemente a Rio+20 em 2012, a comunida-
Ainda com referência à Rio+20, a comunidade
de internacional tem se prestado ao debate com ano-
internacional reconheceu o acolhimento do Plane-
tações de princípios relevantes à tomada de decisões
ta como suporte da vida; considerou o afetuoso e
internas de cada um dos Estados-parte, notadamente
visceral relacionamento que algumas comunidades
a internalização da proteção ambiental às legislações,
humanas mantém com ele, denominando-o de Mãe
a exemplo do Brasil em sua Constituição Federal, pro-
Terra e percebeu a necessidade de restaurar a saúde
mulgada em 1988.
e a integridade dos ecossistemas do Planeta de forma
A Organização das Nações Unidas vem marcando
24
saneas
holística e integrada, ou seja, sistêmica.
o passo da humanidade e caminhando com proposi-
Apesar da força dessas afirmações, as lideranças
ções de relevância à consecução da mudança para-
mundiais diretamente envolvidas com a problemá-
digmática de que o Planeta necessita para permane-
tica ambiental não puderam romper, ainda, com o
cer como suporte da vida e para que o ser humano
paradigma antropocêntrico e finalmente reconhecer
alcance os níveis de paz suficientes ao seu aprovei-
que não há um objeto apropriável nesta relação.
tamento. Entretanto, a marcha das negociações da
Mas estamos a caminho, nossa percepção é de que
comunidade internacional é lenta, ou por outra, a
se trata de uma questão de mais ousadia e ação,
velocidade da destruição avassaladora imposta pela
cuja contribuição espera-se realizar com o esforço
humanidade à qual responde reflexivamente o meio
empregado no presente trabalho e seus possíveis
ambiente, é maior.
desdobramentos para fazer coro com o que de me-
Alertada sobre o cenário apocalíptico da crise am-
lhor tem sido produzido, em termos de avanço na
biental retratado pela ciência, a ONU deu reposta
mudança do paradigma antropocêntrico, em dire-
às diretrizes emanadas da Rio+20 para fortalecer a
ção à paz da humanidade.
governança para o meio ambiente e resolveu imple-
Seguimos, assim, os passos da doutrina do Capita-
mentar direcionamento mais eficaz na governança
lismo Humanista, pretendendo dar ênfase à questão
ambiental mundial, regida pela UNEP - United Na-
planetária, alinhando-se com as águas frescas jorra-
tions of Environment Program, instituindo a UNEA
das das novas, e cada vez mais fortes, falas da co-
- United Nations Environment Assembly, que é cons-
munidade ambiental internacional a respeito de um
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trinsecamente dependente de uma nova abordagem do próprio conceito de desenvolvimento sustentável, que preconiza o desenvolvimento com o adjetivo de ser sustentável apenas de maneira adjacente; isto quer dizer que a pauta da economia de mercado continuará no centro das políticas, caso não haja uma real mudança de paradigma para entender que não se trata da lida com recursos econômicos, sejam os recursos naturais ou mesmo os recursos humanos, como são tratados os trabalhadores no meio corporativo. As teorias jurídicas sobre os direitos da natureza vêm sendo construídas a longos de décadas, com referência especial ao “Contrato Natural” de Michel Serres. A primeira defesa de que se tem notícia sobre o valor intrínseco da natureza se deu ainda no final do século XIX com a célebre carta do chefe das tribos Suquamish e Duwamish quando, em 1854, o governo dos Estados Unidos tentava convencê-los a vender suas terras para dar direito da natureza, sob a condução de uma biopolítica afirma-
prosseguimento à ocupação do território norte-americano com
tiva policêntrica que foi nominada de perspectiva Earth-centered
populações estrangeiras que chegavam ao país; ao que o grande
no âmbito das conversações da Harmony with Nature, sobre um
chefe sioux respondeu: “Somos parte da terra e ela é parte de nós.
novo modo de se relacionar com a Terra. A Harmony with Nature
As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande
são conversações que vêm acontecendo desde 2009 com a cria-
águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos das campi-
ção do dia mundial da Mãe-Terra – dia 22 de abril – e sendo recep-
nas, o calor que emana do corpo de um mustang, o homem - todos
cionadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas em algumas
pertencem à mesma família.
resoluções, com destaque para a de número 67, que reconheceu
Então surge o marco teórico do Capitalismo Humanista pro-
as diretrizes antes apontadas pela Rio+20 de que a Terra é nossa
pondo, diante da necessidade urgente da dignificação planetária,
casa; da necessidade de se estabelecer uma relação de harmonia
reconhecendo que somos todos, os membros da comunidade da
com a natureza; e que para tanto, é necessária uma abordagem
Terra, irmãos, que seja inaugurado um Planeta Humanista de Di-
holística e integrada.
reito em evolução ao Estado Democrático de Direito, a partir do
Esse importante movimento das Nações Unidas abre um espaço
qual o planeta se torna titular de direitos e destinatário de iure
fundamental para o reconhecimento pela comunidade mundial,
próprio [...] considerando-se o homem no meio difuso de todas as
da comunidade maior planetária enquanto sujeito de direitos, es-
coisas, e o planeta como a universalidade delas, há que atribuir-
pecialmente quando alguns de seus membros já fizeram promul-
-se a este último a indispensável titularidade jurídica por meio da
gar leis que reconhecem tais direitos, como é o caso do Equador e
qual adjudicará para si a paz, com a inclusão e a emancipação de
da Bolívia, além de algumas legislações esparsas e jurisprudências
todos, o que significa democracia em seu sentido mais amplo.
que fazem referência aos direitos da natureza, da Nova Zelândia,
Para que essas teorias sejam legitimadas e tenham a eficácia
da Índia, Estados Unidos, Cidade do México e de outras comuni-
necessária e pretendida, com a proposta do Capitalismo Huma-
dades locais de vários países do mundo.
nista de que o capitalismo de mercado seja “insuflado de hu-
Toda essa conversação, já de modo um tanto amplificada, fa-
manismo em todas as suas dimensões, disposto a reconhecer
zendo parte da agenda da Assembleia Geral das Nações Unidas, se
este direito objetivo inato da dignidade do homem e de todos
fortalece com a aprovação do importante documento que propõe
os homens, como a planetária”, os direitos humanos e ao nível
a Declaração Universal dos Direitos da Mãe Natureza – aprovado
pátrio os direitos fundamentais, precisam estar harmonizados
por ocasião da World People’s Conference on Climate Change and
com os valores intrínsecos da natureza sob o viés do ben vivir da
the Rights of Mother Earth em abril de 2010, na Bolívia e poste-
constituição equatoriana, que no presente estudo conceituamos
riormente levado à Rio +20 – contudo, ainda não foi suficiente ao
como prosperidade.
devido reconhecimento destes direitos de forma universal. A questão do reconhecimento dos direitos da natureza está in-
O marco teórico do Capitalismo Humanista precisa adentrar na esfera das conversações sobre os direitos humanos, doando
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25
artigo tĂŠcnico
toda sua proposta holĂstica que envolve o espĂrito do homem por
Sociais AutopoiĂŠticos, ĂŠ um meio privilegiado por sua caracte-
meio do culturalismo cristĂŁo â&#x20AC;&#x201C; do amor poiĂŠtico, portanto â&#x20AC;&#x201C; para
rĂstica multidimensional, que inclui todas as dimensĂľes dos sis-
promover uma mudança paradigmåtica na compreensão destes
temas ditos parciais sociais, todos dotados de seus respectivos
direitos e, assim, uma nova concepção do modo de vida e, via
centros gravitacionais em torno da vida, e envolvidos pelo meio
de consequência, na mudança comportamental do ser humano,
que rege a vida, e, assim, ĂŠ capaz de articular, inclusive com os
que leve em conta, sobretudo, o respeito aos direitos da natu-
sistemas naturais, tudo aquilo que diga respeito à manutenção
reza, como forma determinante para o ser humano amar a si
da vida planetĂĄria. Esse novo acoplamento estrutural, joga luz
mesmo e ao outro.
sobre um neojushumanismo, no qual novos saberes sĂŁo produzi-
Somente assim, o fundamento da teoria do Capitalismo Hu-
dos como resultado das conversaçþes entre os direitos humanos
manista de â&#x20AC;&#x153;que o direito humano corresponde naturalmente Ă
e os direitos universais da natureza, na regĂŞncia da Lei Universal
dignidade da pessoa humana e, por desdobramento, Ă dignida-
da Fraternidade. Para nĂłs, meio ambien-
direitos subjetivos inatos
te e Planeta sĂŁo sinĂ´nimos
da liberdade e fraternida-
na concepção do artigo
de do homem todo e de
225 da Constituição Fe-
de planetĂĄria â&#x20AC;&#x201C; sĂntese dos
todos os homens, imanentes ao planeta â&#x20AC;&#x201C; terĂĄ
deral, com a ressalva de que
o
meio
ambiente
validade suficiente, de tal
pode ainda extrapolar as
forma que a dignidade do
interaçþes fĂsicas do pla-
Planeta serĂĄ juridicamente
neta Terra para todo o
considerada a prĂłpria dig-
Universo, como no caso
nidade humana.
da problemĂĄtica do lixo
A dignidade da coletivi-
espacial. O reconhecimen-
dade maior, a planetĂĄria,
to da dignidade PlanetĂĄria
reconhecida juridicamen-
inaugura um novo enten-
te, serĂĄ o fundamento de
dimento da episteme do
um Planeta Humanista de
referido artigo, no qual a
Direito em evolução a um
expressĂŁo â&#x20AC;&#x2DC;todosâ&#x20AC;&#x2122; inclui to-
Estado DemocrĂĄtico de Di-
das as coisas que em sua
reito que reconhece ape-
universalidade constituem
nas a dignidade de uma
o Planeta, assim como o
parte da coletividade pla-
prĂłprio planeta Terra e a â&#x20AC;&#x2DC;sadia qualidade de vidaâ&#x20AC;&#x2122;
netĂĄria, a humana. Para tanto o direito natural deve ser revisitado, em consideração Ă
se refere Ă vida planetĂĄria.
interdependĂŞncia da vida de todos os viventes da comunidade
Os direitos da natureza, e assim, a dignidade planetĂĄria, con-
planetĂĄria, que remete ao direito-dever comum do homem em
tudo, não se restringem ao texto positivado pela Declaração dos
preservar a vida digna no Planeta.
Direitos Humanos, pela Constituição brasileira ou pela legisla-
Assim, ĂŠ imperioso estabelecer o Planeta Humanista de Direito, que deve ter uma ordem jurĂdica, monista, planetĂĄria, regendo
ção, posto que considera a intralinguagem, relevada na categoria estruturante do direito natural à dignidade.
harmoniosamente uma economia de mercado que pense na pros-
Sem perder de vista este entendimento e o fato de que a huma-
peridade em detrimento ao desenvolvimento per se e, na concreti-
nidade precisa fazer o giro suficiente ao resgate de sua condição
zação multidimensional dos direitos humanos, em prol do homem
natural originåria do amor poiÊtico e, assim, permear suas açþes
e de todos os homens, bem como de todas as coisas que consti-
da ação de amar, tudo para que a adoção de mecanismos imuni-
tuem o Planeta, assim como tambĂŠm da prĂłpria Terra.
tĂĄrios seja cada vez menor atĂŠ o momento em que possa a comu-
Os direitos humanos, sob a perspectiva da Teoria de Sistemas
26
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Agosto a Novembro de 2015
nidade planetĂĄria reestabelecer seus processos de cura naturais, o
direito, com a adoção do mesmo vetor do amor pela aplicação da
Planeta, assim como o próprio planeta Terra e a ‘sadia qualidade
Lei Universal da Fraternidade, através do Judiciário, pode suprir a
de vida’ passa a se referir à vida planetária:
negação do direito planetário à vida digna.
“Art. 225. Todos os membros da comunidade da Terra têm di-
Postulamos, ainda, a criação de uma Corte Constitucional, que
reito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
esteja devidamente inserida no acoplamento estrutural desse neo-
comum do povo e essencial à manutenção da sadia qualidade da
jushumanismo, atuando na perspectiva do biocentrismo afirmati-
vida e dos processos ecossistêmicos, impondo-se ao Poder Públi-
vo policêntrico e, assim, capaz de dar respostas efetivas aos recla-
co e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
mos de todos, na nova acepção que se propugna para o artigo
presentes e futuras gerações.”
225, restabelecendo o respeito à dignidade da pessoa humana a partir do reconhecimento da dignidade da Terra.
A proposta é objeto da campanha pelo reconhecimento dos Direitos da Natureza no Brasil, liderada pela OSCIP MAPAS – Mé-
Propomos, assim, o reconhecimento dos Direitos da Natureza
todos de Apoio à Práticas Ambientais e Sociais em articulação
e traçando um apanhado das atividades que vêm sendo intenta-
com diversas organizações nacionais e internacionais, que está
das na comunidade mundial e nas Nações Unidas em direção à
coletando assinaturas de apoio e já teve sua primeira conquista
harmonização dos Direitos Humanos com aqueles direitos – o re-
com o acatamento da proposta de alteração da Lei Orgânica do
conhecimento da dignidade planetária, e o respectivo reconheci-
Município de São Paulo, com o protocolo do PLO 5/2015.
mento do Planeta e todos os membros da comunidade planetária enquanto sujeito de direitos – como vetor da Constituição brasileira, por meio da qual a própria dignidade humana será garantida, estabelecendo-se, assim, o Planeta Humanista de Direito, regido pela Lei Universal da Fraternidade, sendo esta a expressão jurídica
Participe você também! Acesse: http://www.direitosdanatureza.blogspot.com.br
do amor poiético originário. Como desdobramento desse reconhecimento a concepção da expressão ‘todos’ do artigo 225 da Constituição Federal passa a incluir todas as coisas que em sua universalidade constituem o
Em tempo: essa campanha foi recentemente reconhecida pela ONU com a proposta de lei impulsionada por este movimento. Confira no link: www.harmonywithnatureun.org/rightsofnature.html
Mais que uma revista, um projeto socioambiental. conheça as oportunidades de participação. anuncie na saneas! garanta seu espaço publicitário: 11 3263 0484 - 11 97515 4627 | paulo.oliveira@aesabesp.org.br
Ano XIII . Edição 55 . Abril a Julho de 2015
26º Congresso Técnico AESabesp Fenasan 2015
O maiOr eventO dO setOr da américa latina. Promovido pela AESabesp, o evento em 2015 deverá receber cerca de 20 mil visitantes de todas as nações.
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Matéria tema A necessidade de se reduzir perdas Vivências Quando o engenheiro dá a vez ao palhaço Projetos Socioambientais Troféu AESabesp aos melhores de 2015
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Especial Fenasan 2015
26º Encontro Técnico AESabesp Fenasan 2015 Nossos números em 2015:
20 mil
250 Visitantes do evento
Empresas investidoras-expositoras na Feira
A edição de 2015 do 26º Encontro Técnico AESabesp – Fenasan 2015, realizada em 4, 5 e 6 de agosto, pela Associação dos Engenheiros da Sabesp, superou as suas próprias expectativas, em termos de otimização de áreas, presença de público e projeção
Apresentações no congresso
10
de imagem, consolidando mais uma vez a sua posição como o maior evento técnico-mercadológico da América Latina, no setor
Mesas Redondas
de saneamento ambiental. Com foco no tema “A crise da água e suas consequências no
04
Cursos
século XXI”, o Congresso Técnico do evento abordou ações previstas em políticas públicas, apresentou novas formas de condutas sociais e
02 105 01 152
Visitas Técnicas: Projeto Aquapolo e em obra de
Método Não Destrutivo em tubulação de esgotos que faz parte do Projeto Tietê
Apresentações técnicas (trabalhos, palestras técnicas e institucionais) Palestra magnas de encerramento: (David Schurman)
Registros de jornalistas na Feira:
(frequência da sala de Imprensa)
resultados significativos explanados por meio dos trabalhos selecionados. Já a Feira deu visibilidade a produtos, sistemas e serviços voltados à otimização de tecnologias para o setor. Motivada pelos bons resultados de 2015, a AESabesp já definiu a data do próximo 27º Encontro Técnico e Fenasan 2016, para 16, 17 e 18 de agosto de 2016, no Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte. E tal iniciativa tanto provocou o interesse dos congressistas em preparar os seus trabalhos para próximo ano, como dos expositores em garantir o seu espaço na Feira, sinalizando mais uma realização de sucesso.
Especial Fenasan 2015 Visita prévia no espaço da Feira, com o diretor de marketing da AESabesp, Paulo Ivan Morelli; o ex-presidente da AESabesp, Luiz Narimatsu, o diretor secretário da AESabesp, João Augusto Poeta, o diretor de Sistemas Regionais da Sabesp, Luiz Paulo de Almeida Neto; o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, o presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, o diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp, Edison Airoldi; o diretor técnico da AESabesp, Olavo Alberto Prates Sachs e o diretor financeiro da AESabesp, Walter Orsatti.
Solenidade de abertura do 26º Encontro Técnico AESabesp Fenasan 2015
Sabesp; pelo presidente da Sabesp, Jerson Kelman; pelo coordenador de Recursos Hídricos da Secretaria de Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rui Brasil Assis; pelo presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro e pelo diretor técnico da AESabesp, Olavo Prates Sachs. A cerimônia teve início com a exibição de um vídeo institucional de 26 anos da realização desse evento, seguido pela entonação do Hino Nacional, interpretado pelo músico, ator e engenheiro da Sabesp José Aparecido, conhecido como Dou Valor. O diretor da AESabesp, Olavo Sachs, abriu os pronunciamentos, discorrendo sobre os números atingidos por esta realização, cuja expectativa em 2015 era de receber 20.000 participantes, entre
A solenidade de abertura do 26º Encontro Técnico AESabesp-
congressistas e visitantes de todos os estados brasileiros e de vá-
Fenasan 2015 foi realizada na noite de 03 de agosto, para que
rios países, a qual foi alcançada, constituindo-se no maior evento
os três dias funcionais do evento (4, 5 e 6 de agosto) ficassem
técnico-mercadológico do setor de saneamento na América Latina.
integralmente reservados para a programação do Congresso e a
Na sequência, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, discorreu
realização da Feira.
sobre a forte crise hídrica no Estado de São Paulo, como consequ-
A cerimônia contou com a presença de vários expoentes do
ência de intempéries climáticas globais, e destacou que o corpo
setor de saneamento ambiental, gestores da esfera pública, de
técnico da Sabesp deu uma resposta imediata gerando condições
expositores e de associados da AESabesp, cuja maioria integra o
de abastecimento de água, tanto pelo Sistema Cantareira, o mais
corpo técnico da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do
afetado, como soluções de integração dos reservatórios, parabe-
Estado de São Paulo), oportunidade em que integrantes da direto-
nizando a AESabesp pela sua representatividade e essa realização,
ria da AESabesp e da Sabesp, junto aos presidentes da AESabesp,
que superou suas expectativas: “me surpreendi com a dimensão
Reynaldo Young Ribeiro, e da Sabesp, Jerson Kelman, visitaram as
desse evento”.
instalações da Feira, que seria oficialmente aberta no dia seguinte.
Rui Assis Brasil (SSRH SP), da mesma forma, elogiou o corpo
A mesa de abertura foi composta pelo secretário nacional de
técnico da Sabesp, por dar uma resposta à crise no tempo e na
saneamento, Paulo Ferreira, que foi o primeiro presidente da AE-
medida certa, para atender à população de São Paulo, com apli-
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Especial Fenasan 2015
Reynaldo Young Ribeiro, Presidente da AESabesp
Olavo Sachs, Diretor da AESabesp
Da esq. para dir.: Diretor técnico da AESabesp, Olavo Prates Sachs; Coordenador de Recursos Hídricos da Secretaria de Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rui Brasil Assis; Presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro; Secretário nacional de saneamento, Paulo Ferreira
cação de conhecimento e tecnologia apropriada, “sem dar ouvidos aos recém-especialistas
Jerson Kelman, Presidente da Sabesp
em distribuição de água que surgiram em profusão com sugestões instantâneas que não resolveriam a questão de forma adequada”. O secretario nacional de saneamento, Paulo Ferreira, falou da impor-
Rui Assis Brasil (SSRH SP)
tância de estar nesse ambiente fraterno, pois ele foi o 1º presidente da AESabesp, em 1986, e o orgulho de constatar o crescimento da entidade. Em abordagem à crise hídrica em São Paulo, afirmou que a situação não o assusta, por que conhece a competência dos técnicos que enfrentam esta ação e sabe da devoção que eles tem ao saneamento. Concluindo os pronunciamentos, o presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro saudou a todos, destacou as parcerias com a Sabesp e empresas expositoras e prospectou uma edição promissora em 2015, fruto de um trabalho conjunto da atual gestão da entidade e desejou sucesso a todos os participantes. Registramos ainda, nessa cerimônia, as presenças do diretor de Sistemas Regionais da Sabesp,
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Paulo Ferreira, Secretario nacional de saneamento
Luiz Paulo de Almeida Neto; do diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp, Edison Airoldi; dos presidentes da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária), Dante Ragazzi Pauli ; do presidente da Associação Sabesp, Persio Faulim de Menezes; do presidente da AAPS- Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp, Maximiano Bizzato, da presidente da APU- Associação dos Profissionais Universitários, Francisca Adalagisa da Silva; do presidente da APECS, Luiz Pladeval; da superintendente da Fundação de Energia e saneamento do Estado de São Paulo, Rita Martins, entre as demais personalidades do setor que prestigiaram essa noite de abertura.
Coquetel com apresentação das Irmãs Galvão Após a solenidade, todos foram convidados a participarem de um coquetel de abertura, oferecido pela AESabesp, com uma elogiada apresentação das Irmãs Galvão, pioneira dupla sertaneja feminina, de uma importância histórica para a cultura nacional, que entusiasmou todos os fãs presentes.
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Especial Fenasan 2015
Primeiro dia do 26º Encontro Técnico AESabesp Fenasan
Presidente da AESabesp Reynaldo Young Ribeiro presenteou o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, com um guarda-chuva azul, símbolo do evento.
Na manhã de terça-feira (04/08), foi promovida a abertura oficial do 26 º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente/ Fenasan (Feira Nacional de Saneamento Ambiental), com a conferência de abertura do tema do evento em 2015: “A crise da água e suas consequências no séc. XXI”. Com o auditório totalmente lotado, a palestra tema foi ministrada pelo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, que abordou a necessidade de se constituir um capital cívico, pautado pela confiança da sociedade nos poderes públicos e pelo exercício da cidadania. Em sua abordagem, Kelman atribuiu a crise hídrica às intempéries climáticas, com a maior seca em mais de oito décadas e o enfren-
Em âmbito interno, informou que a Sabesp estrutura um plane-
tamento com as medidas adotadas pela Sabesp, como a concessão
jamento estratégico, focado na detecção de problemas de abas-
de bônus e campanhas de conscientização para a sociedade, bem
tecimento, gestão de perdas, destinação de recursos e contratos
como ações trabalhadas pelo corpo técnico da empresa, como as
de programas, que priorizam o tratamento de água e esgoto para
obras de interligação de sistemas de distribuição de água; as am-
a população, além de uma revisão com a agência reguladora de
pliações de estações de tratamento e construção de adutoras.
saneamento e questões tarifárias. Para o presidente da Sabesp, a inovação tecnológica é uma base fundamental para o desenvolvimento do setor, e isso ele tem visto de forma evidente no corpo técnico da Sabesp. Com referência ao evento, avaliou “fiquei impressionado com a dimensão deste Congresso e Feira organizados pela AESabesp, principalmente pelos novos conceitos e tecnologias apresentadas, que comprovam que o saneamento não é um setor estático. Essa realização é uma prova que ele pode ser a cada dia mais inovador”. No encerramento de sua palestra, o presidente da AESabesp
Cursos ministrados pelo Eng. Sérgio Palazzo e David Schurmann, em palestra.
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Reynaldo Young Ribeiro presenteou o presidente da Sabesp,
Jerson Kelman, com um guarda-chuva símbolo do evento, o qual
No encerramento do preimeiro dia do Encontro Técnico, ain-
ambos desejaram que o brinde fosse bastante usado nos próxi-
da foi realizada a palestra magna motivacional “Navegando com
mos períodos. A repercussão deste momento foi registrada nos
o sucesso”, ministrada por David Schurmann, com relatos das
principais jornais, revistas e sites da imprensa nacional.Nesse pri-
expedições da Família Schurmann, desde quando navegar pelos
meiro dia de Congresso também foram realizadas 40 palestras
mares que interligam os continentes era um mero sonho de seus
técnicas e o curso de “Introdução às execuções de obras de redes
pais. Em seu relato, recheado de imagens dessas aventuras, ele
de águas e esgotos por Método Não Destrutivo”, ministrado pelo
discorreu sobre a necessidade de um planejamento funcional; do
Eng. Sérgio Palazzo, com diversos “cases” de imagens de obras
tratamento da água, com técnicas de reúso e de dessanilização;
e relatos e apresentação de alternativas que podem ser usadas
da formação de estoque de suprimentos nas embarcações e do
em cada projeto, como microtúneis, planejamento específico de
uso da energia eólica e hídrica, em uma analogia de que a dire-
obras, projetos para novas instalações e obras de reabilitações,
ção de uma empresa voltada ao tratamento de água é compará-
sondagens/inspeção local, entre outras informações, com intuito,
vel a um barco em alto mar.
segundo o instrutor, de se estruturar “uma cidade sem valas”.
Abertura da Feira A Feira deste ano alcançou a estimativa de recebimento de 20 mil visitantes e contou com cerca de 250 estandes. Os expositores mostram-se satisfeitos com bons volumes de negociação de seus equipamentos, produtos e serviços. Entre os expositores dos mais diversos segmentos, ouvimos o representante da Digitrol, Cássio Prado, que enfatizou sua empresa com a exposição dos mais variados equipamentos de processo, como medidores de vazão e de nível, transmissores de pressão, entre outros voltados para tratamento de água e esgoto, afirmou que “a Fenasan tem grande potencial para agregar as empresas de engenharia e os profissionais do setor, gerando sempre bons resultados”. Já o representante da WEG, Alessandro Fernandes, observou
Logo após realizar a conferência de abertura, o presidente da Sabesp
que essa feira esteve bastante movimentada, desde o seu 1º dia,
Jerson Kelman, junto ao presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro,
atestando que uma cartela de clientes compareceu em seu estan-
e o diretor técnico da entidade, responsável pela estruturação do evento, Olavo Alberto Prates Sachs, conduziu o descerramento da fita inaugural da
de, que apresentou uma diversa linha de produtos, como inver-
Fenasan 2015. Na sequência, o Pavilhão Vermelho logo foi tomado por um
sores de frequência, corretor do fator de potência, soft starters
número expressivo de visitantes, que também aprovaram e se divertiram
(partidas e paradas suaves para motores de bombas), control, motores elétricos e redutores.
com a condução do “Engenhoso”, um personagem animado da entidade, caracterizado em todos os seus eventos. Na Fenasan, estava com um uniforme de técnico operacional com o necessário capacete branco
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Segundo dia do 26º Encontro Técnico AESabesp-Fenasan Na quarta feira, 05.08, foi realizado o segundo dia do 26º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente/ Fenasan, com forte participação de congressistas e volumosa visitação nos estandes, principalmente ao do promotor do evento AESabesp, que prestava informações sobre todas as ações dessa realização. No Encontro Técnico, seis mesas redondas foram apresentadas ao público, conduzidas por seletos especialistas. Na sala Vila Maria, o coordenador da Secretaria de Recursos Hídricos de São Paulo, Américo de Oliveira Sampaio, coordenou a mesa redonda composta pelos palestrantes e professores da USP (Universidade de São Paulo) Augusto José Pereira Filho e Paulo Eduardo Artaxo Neto, sobre “Mudanças climáticas e planejamento de sistemas de saneamento”, cuja abordagem foi voltada aos im-
Participantes da mesa redonda “Mudanças climáticas e planejamento de sistemas de saneamento” recebem lembrança e cumprimentos da AESabesp, representada pela conselheira Iara Chao.
pactos no clima, na maioria das situações provocados pela emissão de gases e pela degradação à natureza, e sua interferência no setor
de Emílio Gabbrielli - Toray Mambranes / IDA - International Desa-
de saneamento, que deve estruturar seu planejamento com base
lination Association - e de Renato Saraiva Ferreira – Ministério do
em previsões climáticas, utilizando-se de dados históricos para se
Meio Ambiente - que compartilharam experiências com o proces-
basear e analisar riscos.
so, mostrando que a dessalinização pode ser uma ótima alternativa
Com um grande público, constituído especialmente por técni-
para a falta de água, mas que seu custo ainda elevado pode ser uma barreira.
cos das Unidades Regionais da Sabesp, do Litoral e Interior de
Os instrumentos do setor
São Paulo, na sala Santana 1,
foram alçados às ferramen-
o diretor de Sistemas Regio-
tas sociais na sala Santana
nais da Sabesp, Luiz Paulo de
2, onde a ex-presidente da
Almeida Neto, intermediou a
AESabesp, Eliana Kitahara,
mesa “Dessalinização como
coordenou a mesa “Univer-
alternativa para abastecimen-
salização do saneamento e
to”, contando com a palestra
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Mesa “Dessalinização como alternativa para abastecimento”
mobilização social em comu-
nidades de baixa renda”, voltada à total interação da comunidade com apresentação de processos de transformação de bairros que, em conjunto com prefeituras e governos, criaram um planejamento aplicável de saneamento. Os palestrantes João Cesar Queiroz Prado, superintendente da Sabesp na Baixada Santista; Marcelo de Paula Neves Lélis, da Secretária Nacional de Saneamento Ambiental, e Thais Poliodoro, do Instituto Elos, trouxeram bastante exemplos de como é possível a interação entre comunidade e o governo para que os interesses da população sejam atendidos. A junção dos setores de energia e de saneamento é um dos horizontes mais discutidos dentro dos padrões sociais e ambientais, sendo também discutido na sala Santana 3, onde o também
Mesa “Universalização do saneamento e mobilização social em comunidades de baixa renda” coordenada pela ex-presidente da AESabesp, Eliana Kitahara
ex-presidente da AESabesp, João Batista Comparini, coordenou a mesa “Água e energia: o desafio da sustentabilidade”, com as pa-
ção Brasileira de Águas Subterrâneas), na foto com o presiden-
lestras do então superintendente da Sabesp na Unidade do Vale do
te da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro. Sua abordagem tanto
Paraíba, Otto Elias Pinto e Eduardo Mario Mediondo – Cemaden
apresentou o uso da água subterrânea como alternativa para o
(Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Na-
abastecimento, quanto os riscos de aplicabilidade sem tecnologia
turais), as quais abordaram a necessidade de se rever os hábitos
de extração e tratamento.
de consumo para uma melhor sustentabilidade, a destinação das
Dando continuidade aos cursos realizados no Encontro Técnico,
reservas hídricas e os custos de produção, com compromisso e
o Prof. José Carlos Mierzwa (USP-SP) ministro “Curso sobre Con-
discernimento na gestão de recursos e ações. Na foto os compo-
servação e Reúso de Água”, com abordagem voltada ao enfren-
nentes da mesa estão com o coordenador desta ação, Antonio
tamento da escassez e a necessidade de se conservar mananciais,
Roda Martins.
Prof. José Carlos Mierzwa (USP-SP)
fontes de água potável e gerar água de reúso, com maior aplica-
A mesa “As consequências da explo-
bilidade pelas empresas de saneamento. Esse tipo de método no
ração desordenada das águas subterrâ-
Brasil é obtido para fins industriais, tendo como exemplo o Projeto
neas em tempos de escassez de água”
Aquapolo na ETE do ABC Paulista, que atende todo o abasteci-
foi coordenada pelo assessor da Dire-
mento do Polo Petroquímico de Capuava. A exemplo de outros
toria de Tecnologia, Empreendimentos
países, principalmente do continente europeu, gerar água de reú-
e Meio Ambiente da Sabesp, Wady
so potável para consumo humano parece ser a melhor opção em
Roberto Bon, e integrada com os pales-
tempos de crise, mas o gasto gerado para chegar a purificação é
trantes Reginaldo Bertolo – USP / Cen-
alto e pode acarretar outro problema, o volume exacerbado de
tro de Pesquisa de Águas Subterrâneas
esgoto, que dependerá de uma melhor e maior estrutura de cap-
e Cláudio de Oliveira – ABAS (Associa-
tação e tratamento.
Mesa “Água e energia: o desafio da sustentabilidade” coordenada pelo ex-presidente da AESabesp, João Batista Comparini
Mesa “As consequências da exploração desordenada das águas subterrâneas em tempos de escassez de água”
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Nossa mesa internacional:
“Efeitos das mudanças climáticas na América Latina e Caribe” Na tarde de 05.08, durante o 26º Encontro Técnico AESabesp, sala Vila Maria, foi realizada a mesa redonda de base internacional: “Efeitos das mudanças climáticas na América Latina e Caribe”, coordenada pelo presidente da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental - AIDIS, Luiz Augusto de Lima Pontes, com as presenças de Rolando Chamy – AIDIS (Chile) e de Leonor Patricia Guereca Hernandez - Division de Coordinacion de Cambio Climatico (México), que trataram do tema de forma preocupante com o apontamento dos principais problemas para a crise hídrica em 19 países da região, número que poderá dobrar até 2025. • Os palestrantes foram unânimes em apontar os gases nocivos ao meio ambiente como os maiores responsáveis pela mudança climática no planeta, destacando inclusive que o presidente norte-americano, Barack Obama, assinou um acordo que promete reduzir 32% da emissão de gases nos EUA para conseguir combater o efeito estufa, salientan-
do que os benefícios financeiros não justificam o tanto de emissões de gases. • No contexto, destacaram que as empresas de saneamento tem um grande papel no combate às emissões de gases nocivos, pois com o tratamento de água se terá menos gases presentes em esgotos. Também alardearam que não se prevê somente seca, mas nos registros históricos há períodos de seca e de muitas chuvas, que igualmente causam danos ambientais. • Lembraram que os mais afetados pelas intempéries climáticas e ação do homem na degradação do meio ambiente são o países pobres. A falta de recursos para adaptação, incrementos e falta de saneamento básico que geram problemas na saúde humana, além dos impactos no clima e na qualidade de vida, como moradia, mobilidade, entre outras. • E ainda exemplificaram que o desaparecimento de zonas de bosques gera o fim de espécies e promove crises hídricas, com o surgimento de novos ecossistemas, resultando em índices alarmantes: • 1,3 milhões de pessoas não tem água potável; • 19 países sofrem crise hídrica e será o dobro em 2025; • O efeito climático irá aumentar o período de seca em diversos lugares; • Ficará cada vez mais caro o tratamento de águas e resíduos; • Como exemplo dessas propensões, foi citado o sistema Cutzamala que abastece a cidade do México, mas fica a 240km da cidade e a 1.700 metros abaixo do nível da mesma. Os problemas com a perda de água por furos na tubulação e outros tipos de perda chegam a 40%, praticamente o total que recebe esse sistema. • As estratégias propostas foram: eficiência hídrica; políticas agrícolas eficientes e dar preponderância da gestão hídrica, concluindo-se que se utilizando as bacias como unidade de gestão, ainda se permitiria um uso menor de eletricidade.
Segundo dia da Fenasan 2015 No segundo dia de Feira, os expositores comentavam que os negócios estavam mais aquecidos em relação ao primeiro, mais forte em visibilidade. Nesse dia, a cônsul geral da Dinamarca, Eva Pedersen, compareceu na Feira, para prestigiar cinco empresas de seu País expositoras da Fenasan 2015: a AVK, a Danfoss, a Grundfos, a Kamstrup e a Haarslev. Em conversa com o presidente da AESabesp, Reynaldo Young, no estande da Conaut Controles Automáticos, representante da Kamstrup, que dispôs uma sala de atendimento para o consulado da Dinamarca, Pedersen se mostrou interessada nas possibilidades de parceria com empresas de saneamento do Brasil: “a Fenasan é uma excelente oportunidade para prospecção de negócios, pois reúne as principais empresas do setor e nosso interesse é justamente na cooperação entre Dinamarca e Brasil”, comentou. Na Fenasan também aconteceu uma prova de Trekking, uma modalidade esportiva que reúne o contato com a natureza, com uma ati-
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Cônsul geral da Dinamarca, Eva Pedersen e Reynaldo Young Ribeiro, presidente da AESabesp.
Prova de Trekking na Fenasan.
vidade física moderada e trabalho em equipe. O esporte consiste em caminhar por um percurso subdividido em trechos, seguindo uma planilha elaborada pela organização e onde são inseridas técnicas básicas de navegação e cálculos. Na adaptação para essa Feira, as equipes foram formadas por grupos de duas a quatro pessoas, com as funções de navegador, contador de distância e cronometrista distribuídas entre os participantes. Após um breve treinamento, os competidores saíram para um percurso. As equipes vencedoras foram: “Efluentes”, primeiro lugar (os participantes receberam guarda-chuvas temáticos); “Os incríveis”, segundo lugar (os participantes receberam carregadores portáteis de celular) e “É nóis”, terceiro lugar (os participantes receberam pen drives).
No encerramento do 2º dia de trabalhos, a AESabesp ofereceu um coquetel aos seus associados, com música ao vivo, caracterizado como um momento de congregação entre os presentes.
Início do Campeonato dos Operadores O V Campeonato de Operadores da Diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp, Izaias Storch, em parceria com a AESabesp, teve sua abertura conduzida pelo diretor Luiz Paulo de Almeida Neto. No dia 05.08, foram realizadas as provas de montagem e ajuste de VRP (válvula redutora de pressão) e de controle de malha fechada (automação). Sob a coordenação geral do eng. Gilberto Azevedo (RO), os operadores regionais efetuaram os seus trabalhos, classificando como vencedores:
Automação
1º
lugar
Josinei da Silva Valim (RJ)
2º
lugar
Roberto Paes da Silva (RB)
3º
lugar
Joel Leopoldo Costa (RV)
VRP
1º lugar Satiro Kondo (RV)
2º
lugar
3º
lugar Rogelio Costa Chrispim (RM) Leandro Costa Testi (RB)
Ao final da prova, o presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, junto ao superintendente de Franca Gilson Mendonça (representando o diretor Luiz Paulo de Almeida Neto) saudaram todos os participantes.
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Terceiro dia do 26º Encontro Técnico AESabesp-Fenasan Na quinta-feira (06/08), foi realizado o terceiro e conclusivo dia do 26 º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, com discussões acirradas em convergência com o tema “A crise da água e suas consequências no séc. XXI”. Logo pela manhã, um grupo de congressistas, coordenado pela eng. Iara Chao, foi levado para uma visita técnica ao Projeto Aquapolo Industrial, sediado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) ABC, da Sabesp, e considerado o maior projeto de água de reúso, a partir do esgoto tratado, para fins industriais do Brasil e do Hemisfério Sul. No decorrer do Congresso, na sala Santana 1, a mesa “Água de Reúso para fins potáveis e recarga de aquíferos e mananciais”, coordenada pelo diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato,
Mesa “Água de Reúso para fins potáveis e recarga de aqüíferos e mananciais”, coordenada pelo diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato
reuniu os palestrantes Samy Menasce (Brazilozônio); Leonardo de Almeida (Agência Nacional de Águas-ANA) e o professor da USP,
Ivanildo Hespanhol, conceituado estudioso dos processos de reúso. Na oportunidade, foram apresentados os cenários de vários países que adotaram o reúso, por meio de aplicação de várias técnicas, como carvão ativado, osmose reversa, entre outras debatidas pelos presentes. Na sala Santana 2 foi apresentada a mesa “Importância da Gestão de Projetos nos resultados dos empreendimentos”, coordenada pelo presidente da ABES-SP, Alceu Guérios Bittencourt, e composta pelo superintendente de Empreendimentos da Sabesp, Silvio Leifert, e presidente da APECS, Luiz Roberto Pladevall, com a mediação do jornalista Sérgio Lapastina. Na platéia, vários agentes da iniciativa pública e privada debateram a necessidade de capacitação técnica e o planejamento de toda a cadeia de prestação
Eng. Iara Chao com um grupo de congressistas.
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de serviços para o setor.
Já na sala Santana 3, a mesa “Melhorias nas Estações de Tratamento de Água e Esgoto como ferramenta para enfrentamento do estresse hídrico”, mediada pelo presidente da ABES nacional, Dante Ragazzi Pauli, reuniu os debatedores Edes Fernandes de Oliveira (diretor da CEDAE - Cia. de Águas e Esgotos do RJ) e Sylvio Andraus, vice presidente do Sindesam (Sistema Na-
Mesa “Água de Reúso para fins potáveis e recarga de aqüíferos e mananciais”, coordenada pelo diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato
cional das Indústrias de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental). Na oportunidade foram homenageados dois renomados profissionais do setor: Orlando Zuliani Cassetari e Walter Eugênio Greco. E na sala Vila Maria, a mesa “Impactos dos eventos climáticos nos recursos hídricos para o desenvolvimento econômico” teve como coordenadora a eng. Tânia Gasi (Cetesb), além dos palestrantes José Antônio Marengo Orsini - CEMADEN -, Humberto Ribeiro Rocha - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosférica - IGA - USP - e Eduardo Mario Mediondo - CEMADEN - que trataram sobre o tema proposto, com destaque para a questão da crise hídrica, apontando as previsibilidades hidrológicas como fator importante para dar um norte ao rumo hídrico e econômico em tempos de escassez. Na foto os integrantes estão com a madrinha da mesa, eng. Mariza Guimarães Prota. Na sala Parada Inglesa foi realizado o curso “Cases de combate às perdas: erros e acertos”, ministrado pelos engenheiros Mário
Mesa “Melhorias nas Estações de Tratamento de Água e Esgoto como ferramenta para enfrentamento do estresse hídrico”, mediada pelo presidente da ABES nacional, Dante Ragazzi Pauli, reuniu os debatedores Edes Fernandes de Oliveira (diretor da CEDAE - Cia. de Águas e Esgotos do RJ) e Sylvio Andraus, vice presidente do Sindesam (Sistema Nacional das Indústrias de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental)
Augusto Baggio e Ary Maóski, da empresa Hoperações, que abordou modelos de gestão de perdas, com destaque para a prevenção, com diretrizes para avaliar o valor e qualidade dos serviços. No período da tarde, na Sala Vila Maria, o curso sobre “Regulação e Planejamento Metropolitano”, ministrado pelos professores e palestrantes: Eridane Furlan - Sabesp; Ester Feche Guimarães - USP/Sabesp; Fernando Garcia - Sabesp; Hugo de Oliveira - Consultor BID; Leonardo Campos - Siglasul Consultoria e Tadeu Malheiros - EESC/USP, apresentou de temas tarifários aplicados em São Paulo e Brasília, além de apresentar possibilidades frente aos desafios e dilemas trazidos pelas Mudanças Climáticas, o conceito do Plano de Negócio Inclusivo e harmonização Eng. Mário Augusto Baggio, da empresa Hoperações.
Mesa “Impactos dos eventos climáticos nos recursos hídricos para o desenvolvimento econômico” coordenada pela eng. Tânia Gasi (Cetesb)
contratual com o Estatuto da Cidade.
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Especial Fenasan 2015
Terceiro dia da Fenasan 2015 No terceiro e conclusivo dia de Feira, os expositores estavam em clima de comemoração por prospectarem em níveis nacional e internacional os seus produtos e serviços no maior evento da América Latina, tanto que mais da metade das empresas que estiveram em 2015 fizeram suas reservas para 2016. No dia 06.08, também foi lançado, no estande da AESabesp, o livro da eng. Ana Paula Pereira da Silveira, “Dessalinização de águas”, incentivado pela diretoria cultural da AESabesp e publicado pela editora Oficina de Textos. De acordo com a autora, “A idéia surgiu da paixão do co-produtor do livro, prof. Ariovaldo Nuvolari pela pesquisa sobre a dessalinização, que também contou com a colaboração dos professores Francisco Tadeu Degasperi e Wladimir Firssof: no Brasil, não existia um livro que abordasse exclusivamente e especificamente este tema, só podíamos encontrar alguns estudos e livros em outros idiomas”. Na foto estão o nosso diretor de marketing, Paulo Ivan Morelli (PIM), a autora Ana Paula Pereira da Silveira, a nossa diretora cultural, Sonia Maria Nogueira e Silva, nosso presidente Reynaldo Young Ribeiro, nosso 2º diretor financeiro, Nelson César Menetti e nossa bibliotecária Isabel Amato.
Diretor de marketing da AESabesp, Paulo Ivan Morelli (PIM), a autora Ana Paula Pereira da Silveira, a diretora cultural da AESabesp, Sonia Maria Nogueira e Silva, presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, 2º diretor financeiro da AESabesp, Nelson César Menetti e a bibliotecária Isabel Amato.
Continuação do Campeonato dos Operadores O V Campeonato de Operadores da Diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp, Izaias Storch, em parceria com a AESabesp, iniciado dia anterior continuou a fazer sucesso no dia 06.08, despertando grande interesse no público, com a realização das provas de montagem de padrão e ramal de ligação de água e de leitura e entrega de conta. Conheça os hábeis ganhadores: Prova de montagem de padrão e ramal de ligação de água:
40
Prova de leitura e entrega de conta:
1º
Marco Antônio de Lima – RR
4m25s
1º
Rafael Teles – RJ
2º
Leandro Cezar Del Alamo – RT
3m48s
2º
Márcio Souza - RG
3º
Airton de Moraes – RR
3m45s
3º
Charles Nogueira - RM
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Especial Fenasan 2015
Premiação e encerramento do 26º Encontro Técnico AESabesp Fenasan
Olavo Alberto Prates Sachs, que mostrou os resultados atingidos nessa edição: “O nosso 26º Congresso Técnico foi composto por 105 palestras incluindo palestras técnicas, institucionais e comerciais, 10 Mesas redondas, 4 minicursos, uma palestra Motivacional:
Navegando
com Sucesso de David Schurman e duas visitas técnicas: ao Projeto Aquapolo e à obra de
A cerimônia solene de encerramento do 26º Encontro Técnico e
MND-Método Não Destrutivo
da 26ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente foi reali-
em tubulação de esgotos que
zada no final do dia 06.08, com comemoração do sucesso alcan-
faz parte do Projeto Tietê.”
Diretor da AESabesp Olavo Sachs
çado em 2015. Tamanha foi a sua repercussão que, além do alto
“E na Fenasan 2015, tivemos a presença de 250 expositores,
nível de visitação de técnicos de todos os países e alguns mesmo
20.000 visitantes, num total da área de 8.000 m2., com as respecti-
do exterior, a AESabesp registrou a presença de 117 profissionais
vas atividades incorporadas: Balcão de Informações Trilingue, dispo-
da imprensa, entre os principais veículos de comunicação do País:
nibilidade de Aplicativo Fenasan 2015, coleta seletiva (uma segre-
TVs Globo, Bandeirantes, Record e RIT; Rádios CBN, Jovem Pan e
gação de 2,3 toneladas de materiais recicláveis com a parceira da
Bandeirantes; Revista Época e as especializadas do setor, além dos
Cooperativa Filadélfia e seis containers com um total de 30 toneladas
jornais: Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e Valor Econô-
de resíduos não recicláveis); parceria da ABRATT (Associação Brasi-
mico, com matérias replicadas em mídias de todo o País.
leira de Tecnologias Não Destrutivas) com a realização da exposição
Após o registro das autoridades presentes e entonação do
“NO DIG e V Congresso Brasileiro de MND - Métodos Não Destruti-
Hino Nacional, os pronunciamentos foram abertos com o dire-
vos”; prova de Trekking e o Campeonato de Operadores Isaías Stor-
tor técnico da AESabesp e responsável pela estrutura do evento,
ch, em parceria com a diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp”.
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Especial Fenasan 2015
Na sequência foram homenageados os membros da Comissão
mesma forma foi agraciada com um brinde a equipe de colabo-
Organizadora do evento, presidida pelo eng. Gilberto Alves Mar-
radores do evento, composta por Antonio Carlos Gianotti, Aram
tins e composta por Antonio Carlos Roda Meneses, Iara Regina
Kemechiam, Camila Barros, Choji Ohara, Diego Borges, Evan-
Chao, Ivan Norberto Borghi, João Augusto Poeta, Maria Apare-
dro Nunes Oliveira, Ednaldo Sandim, Eduardo Bronzatti Morelli,
cida Silva de Paula Santos, Maria Flávia Baroni, Maria Lúcia An-
Eliana Guarda, Estefano C. Memmo, Gilberto Azevedo, Gilberto
drade, Marisa Guimarães Prota, Monique Funke, Nelson Cesar
Margarido Bonifácio, Isabel Amato, Kaíke de Masi, Lyris Porto,
Menetti, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Ivan Morelli, Paulo
Nizar Qbar, Rodrigo de Oliveira Catanho, Sérgio Caveagna, Tami-
Oliveira, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Rodrigo Carneiro, Ro-
res Guilherme, Viviane Andrade, Viviana Marli Aquino Borges e
drigo Pereira de Mendonça, Tarcisio Luis Nagatani, Sonia Maria
Nicolas Negreiros, que deu vida ao nosso Mascote “Engenhoso”
Nogueira e Silva, Vanessa Hasson e Walter Antonio Orsatti. Da
e encantou os participantes.
Entrega do Troféu AESabesp 2015 Ao final da solenidade de encerramento foi a vez do momento mais esperado da noite: a entrega do Prêmio AESabesp 2015
A Unidade da Sabesp, ganhadora do Troféu “Encontro Técnico”, com maior número de apresentações de trabalhos técnicos foi a TX, representada na ocasião pela superintendente da TX, Cristina Zuffo e pelo gerente, Marcelo Miki. A premiação foi feita pelo presidente da AESabesp, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro.
Na sequência, foi a realizada a premiação da 2ª edição do prêmio “Jovem Profissional AESabesp”, destinado a universitários ou graduados com até 30 anos de idade. Em 2015, o vencedor foi Allan Saddi Arnesen (Sabesp-TX). A premiação foi feita pela diretora cultural da AESabersp, Sonia Maria Nogueira e Silva.
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Empresas campeãs de 2015:
Analisadas pela comissão de especialistas em sustentabilidade, mercado, gestão e patrimônio ambiental formada por, Alexandre Cassiano, Cacilda Costa Paranhos, Cristina da Silva, Dário da Silva Campos, Diana Karla Soares, Edmar dos Santos Costa, Edson Silva Júnior, Emerson Anderson Di Francesco, Frank Itinoce, Gilberto, Santos de Oliveira, Hilton Silva dos Santos, Ivan Freitas, Jailson Motta, José Augusto Bravo, Julio Cesar Araujo da Silva, Marcos Roberto Silva das Dores, Mateus da Costa Nogueira, Monica Fujimoto, Nilander de Siqueira Pintor, Rogério Bispo da Silva, Sandra Cristiane Sant’Anna Campelo, Solange Pessoa Meira, Valeska Koch Moreira e William Thomaz, com a colaboraçao da Polícia Militar de São Paulo, as empresas detentoras do Troféu AESabesp 2015 foram:
Categoria “Melhor Estande”
Higra Industrial
Imap Indústria e Comércio
Schneider Electric
Categoria “Inovação Tecnológica”
Ensitec Tecnologia de Prod. Elétricos Eletrônicos e Automotivos
FGS Brasil Indústria e Comércio
Tecno Control Tecnologia e Sistemas
Categoria “Atendimento a Cliente”
AVK Válvulas do Brasil
Fibratec Engenharia ou Hidro K
Saint-Gobain Canalização
Destaque Fenasan 2015
ESA Eletrotécnica Santo Amaro Foi a empresa que alcançou excelência em todos os quesitos de premiação: Melhor Estande, Inovação Tecnológica e Atendimento ao Cliente. Seus diretores receberam o prêmio entregue pela Diretora de Projetos Socioambientais, gestora do Projeto Ecoeventus e coordenadora da Comissão Avaliadora, Maria Aparecida Silva de Paula.
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Especial Fenasan 2015
No estande da AESabesp, promotora do evento, os visitantes tiveram conhecimento de todos os benefícios oferecidos por esta entidade, em sua condição de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), aberta a toda a comunidade para cadastramento e apoio de projetos. Veja mais informações no site www.aesabesp.org.br.
Foi bastante frequentado e solicitado o balcão de informações trilingue (português/ inglês/espanhol), disponibilizado pela AESabesp, face à ampliação de visitantes internacionais na feira. Nos três dias do Congresso, a AESabesp sorteou um tablet entre os autores dos trabalhos inscritos. Registramos uma dessas entregas, feita pelo nosso diretor de esportes. Evandro Nunes Oliveira, ao engenheiro da Sabesp, Osvaldo Niida, autor do trabalho “Ar na rede – tema de processo de comunicação, desenvolvimento de conceitos e soluções alternativas e funcionais para problemas localizados apresentados no controle de consumo”.
Além da AESabesp, muitas associações e publicações do setor marcaram presença no evento. Dentre as quais, destacamos a AESBE (Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento), que também edita a Revista “Sanear”.
Um dos pontos mais visitados da Feira é a tradicional ilha da Abimaq/ Sindesam (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos/ Sistema Nacional das Indústrias de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental), que neste ano reuniu as empresas: Abimaq, Atlas Copco, Degremont, Imap, Veolia, Vibropc, Waw e Wica.
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Um momento de relaxamento em uma acelerada feira de negócios foi o atendimento de massagem, com massoterapeutas (na maioria com deficiência visual) do Instituto Oniki.
Diretoria de Projetos Socioambientais
Ações da DPS durante do 26º Encontro Técnico - Fenasan 2015
D
urante a realização do Congresso Técnico e Fenasan 2015, a diretoria de
Projetos
Socioam-
bientais, liderada pela química Maria Aparecida Silva de Paula, promoveu uma série de ações do projeto Ecoeventus®, principalmente por meio da qualificação da AESabesp como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Confira:
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Diretoria de Projetos Socioambientais
Projeto Ecoeventus®
um trabalho impecável, tendo à frente a presidente Vanessa de Souza e as cooperadas Tatiane de Jesus, Michele de Souza e
Este Projeto, sob a gestão da própria diretora da Pasta, repetiu
Miriam Silva. Na execução das atividades ainda contou-se com
seu sucesso em sua 5ª edição, com o propósito de motivar os
o apoio da Limpadora Victoria e da eng. Juliane Galindo, que
expositores da feira e o público em geral a contabilizarem a sua
supervisionou a contabilização dos resíduos.
“pegada ecológica”, metodologia de contabilidade ambien-
O total de resíduos produzido na feira foi de 78.743 kg, que,
tal que avalia o consumo de recursos naturais de acordo com
por contarmos com as parcerias citadas, significou uma redução
cada ação operada. As empresas expositoras foram convidadas a
em 27%. Para os próximos anos estes números serão trabalhos
calcularem“Qual é o tamanho da sua pegada organizacional” e
para serem reduzidos e desta forma evitarmos desperdício de
desta forma quantificar a emissão de Gases de Efeitos Estufa - GEEs.
matéria prima e otimizarmos a sua destinação, disposição adequada e consequentemente diminuir a necessidade de espaço dos aterros sanitários. A distribuição do sabão ecológico a partir do óleo de cozinha é uma ação a ser destacada nesta edição foram produzidos 450 peças de sabão evitando que 50 litros de óleo fossem descartados na tubulação causando entupimento e mau funcionamento das estações de tratamento de esgotos, além da contaminação de milhares de litros de água. Nos 5 anos do projeto, temos os seguintes resultados obtidos: cerca de 2 toneladas de resíduos reciclados, mais de 2.000 pedaços de sabão ecológico distribuídos, a partir da reciclagem de óleo de fritura, o plantio de 1784 mudas de árvores, a partir das parcerias firmadas com o poder público, setor privado e terceiro setor, envolvendo estudantes do ensino fundamental, médio e as universidades.
Durante o evento a AESabesp disponibilizou vans para o deslocamento dos participantes e lixeiras para segregação com balança para pesar o resíduo (reciclável e rejeito). Para viabilizar as ações do projeto, a DPS contou com um time formado por 14 voluntários estagiários e aprendizes do ensino médio e universidades, além de dois profissionais com deficiência (remunerados). Essa equipe recebeu treinamento no pavilhão, visitando a feira durante a sua montagem e recebendo informações de como poderiam ser otimizados os recursos utilizados na montagem da feira, os seus principais impactos e a restrição de reciclagem dos resíduos, quando não manuseados adequadamente. O objetivo de contar com o apoio desses jovens é desenvolver competências para os mesmos se preparem para o mercado de trabalho. O resíduo neste ano foi contabilizado desde o primeiro dia da montagem da feira para que fosse possível identificar e quantifi-
Em matéria especial nesta edição, está a premiação “Tro-
car os materiais utilizados numa feira de negócios. Na realização
féu AESabesp”, que é uma ação transversal do Projeto Eco-
dessa ação, a DPS contou com a parceria da Cooperativa de
eventus®, norteada pelas ações sustentáveis dos expositores.
Catadores de Materiais Recicláveis Filadelphia. Em seu terceiro
Neste ano devido ao sucesso de inscrições para as empresas
ano consecutivo, essa cooperativa, formada por mulheres que
expositoras concorrerem ao critério Destaque Fenasan, prê-
mantem o sustento de suas famílias segregando, acondicionan-
mio AESabesp as empresas classificadas receberam uma placa
do e dando destino adequado aos resíduos coletados, concluiu
como homenagem.
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Projeto Doar - lançamento no estande da AESabesp O Projeto Doar, estruturado pela parceria da DPS com as diretorias de marketing, social, financeira e a secretaria da AESabesp, foi lançado no segundo dia da Fenasan, com as presenças do presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro; da diretora social e vice-presidente, Viviana Aquino Borges; do diretor de marketing, Paulo Ivan Morelli (Pim); da diretora de projetos socioambientais, Maria Aparecida Silva de Paula; da assessora jurídica, Vanessa Hasson; além do gestor de projeto, Rogério Barroso, e da representante da instituição Lar Emanuel, Renata Monte.Este projeto tem como objetivo captar recursos que viabilizam a execução de projetos com beneficência utilitária. Para busca de fomento conta-se as doações dos associados e todos os cidadãos que tenham a preocupação de melhorar a qualidade de vida. A entidade “Lar Emmanuel”, situada na Estrada Balthazar Manoel de Oliveira, nº 1.305 – Capelinha – Caucaia do Alto – Cotia/ SP – telefone 4611-0265, foi a primeira instituição aprovada para receber a doação. Os recursos obtidos serão direcionados para a elaboração do Projeto-Executivo do AVCB - Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros do prédio. As doações poderão ser feitas através da conta: Banco do Brasil – agência 6986-8 – c/c 1556-7. Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos que acolhe crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade. O serviço de acolhimento funciona em regime de internato e conta com 37 crianças e adolescentes de ambos os sexos provenientes do Conselho Tutelar e Fórum do Município de Cotia.
Prêmio Jovem Profissional 2015 A segunda edição do prêmio Jovem Profissional foi um sucesso de adesão. A organização recebeu artigos técnicos de diversos estados do Brasil: Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Sul, Pará, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Ao todo, 32 trabalhos foram inscritos para a primeira fase e destes, seis foram classificados para a segunda fase e concorreram ao prêmio. A disputa foi acirrada e, além dos seis finalistas, dezessete trabalhos alcançaram do projeto Ecoeventus® boas pontuações que permitiram que fossem apresentados durante o 26º Encontro Técnico. Na opinião dos avaliadores, os trabalhos superaram em qualidade os trabalhos apresentados em 2014, estabelecendo um novo patamar de julgamento e rendendo elogios aos participantes. Os vencedores da 2ª edição foram: A diretora da DPS, Maria Aparecida, regis-
1º lugar:
2º lugar:
3º lugar:
Allan Saddi Arnesen
Dalton Cardozo Bracarense
Marcelo Wictholf Pessoa
dores especialistas da Sabesp: Ana Lúcia
Autor do trabalho “Sistema de tratamento e de aproveitamento de resíduos gerados em estação de tratamento de água”. Além de um tablet, no valor de R$ 1.000,00, foi ainda contemplado com uma inscrição gratuita para o próximo Encontro Técnico e certificado de reconhecimento.
Autor do trabalho “Solução de telemetria para saneamento”, foi contemplado com uma inscrição para o próximo Encontro Técnico e certificado de reconhecimento.
Zuffo, Eloísa Helena Cherbakian, Iara Chao,
Autor do trabalho “Desinfecção de esgoto tratado pela técnica de ultravioleta: testes na ETE de reúso Jesus Neto”. Foi homenageado com um troféu e certificado de reconhecimento, entregue pela diretora cultural Sonia Nogueira, além de uma bolsa de R$ 10.000,00.
tra um agradecimento especial aos avaliaSilva, Ana Lucia Szajubok, Cristina Knorich James Shiromoto, Marcelo Kenji Miki, Rosane Ebert Miki, além de Angela Di Bernardo Dantas (UNAERP/ Hidrosan Engenharia), Ronan Cleber Contrera (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo-USP) e Rodrigo de Melo Porto (USP/ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
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Associados que gostam de velocidade e adrenalina
E
spírito de velocidade, técnica e gostar de adrena-
de trabalho, mas com o passar do tempo foi ganhando vulto
lina. Essas são três das características que alguém
e, atualmente, conta com 58 pilotos. Nas competições, são
que decida pilotar um kart deve possuir ou desen-
premiados os três primeiros colocados, que recebem troféus
volver. Como todo esporte, o kartismo trás consigo
e miniaturas.
não só a competitividade, mas, também, o espírito de equipe,
O esporte, como outros, oferece alguns riscos. Durante os 17
o qual pretendemos mostrar nesta sessão, onde destacamos o
anos de existência do campeonato apenas um acidente mais gra-
KartSabesp, uma ação que há 17 anos é encerrada com uma
ve foi registrado: um piloto quebrou o braço durante uma prova.
grande confraternização anual entre os corredores.
A infraestrutura de segurança é mantida pelo próprio kartódromo
O KartSabesp foi criado em 1998. Trata-se de um campeo-
(atualmente é disputado no Kartódromo da Granja Viana), que
nato interno de corrida de karts entre funcionários da Compa-
mantém enfermeiros e uma ambulância pronta para qualquer
nhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp.
ocorrência. Os pilotos também recebem instruções de segurança
No início, tratava-se de uma atividade recreativa entre colegas
em todas as etapas do evento.
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KartSabesp Atualmente seis sócios da AESabesp participam do KartSabesp e são entusiastas dessa modalidade. São eles:
Alex Orellana (TOE)
Benemar Movikawa Tarifa (MPO)
George Chao Neto (sócio convidado)
Ricardo Camellini de Castro (R)
O kart é a maior porta de entrada para o automobilismo
Luiz Alberto Neves (TB)
Ricardo Camellini de Castro (R)
Correr na chuva ainda é a maior dificuldade relatada pelos pilotos, inclusive para os veteranos. Como não se trata de um campeonato profissional, em que os karts competem com pneus apropriados de acordo com o clima (chuva ou tempo seco), no KartSabesp os pilotos correm sempre com pneus lisos, o que torna a dirigibilidade muito mais difícil. Devido ao crescimento deste esporte, em 2009, também foi criada uma cate-
Robion Bergamasco (REQ)
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Por dentro do kart O Kart é um veículo terrestre, normalmente com capacidade para apenas uma pessoa, que não possui suspensão e que pode ou não possuir elementos de carroceria (carenagem). As duas rodas dianteiras exercem o controle de direção, enquanto as rodas traseiras são as responsáveis pela tração. Veículos que correm em pistas não profissionais (espaços cobertos), normalmente têm motores mais fracos, entre 4,5 e 5,5 hps de potência. Já os veículos que correm em pistas profissionais (kartódromos a céu aberto), normalmente possuem motores de 13 hps, podendo chegar até 18 hps. Dependendo do traçado da pista, esses motores podem facilmente alcançar a velocidade de 100 km/h.
Benemar Movikawa Tarifa (MPO)
Robion Bergamasco (REQ)
Motores mais fracos, entre 4,5 e 5,5 hps de potência Velocidade até 100 km/h
Motores mais fortes de 13 hps, podendo chegar até 18 hps de potência
Alex Orellana (TOE)
goria especial intitulada “Amigos do KartSabesp”, destinada a filhos, parentes e amigos, com participação independente. O desporto começou nos Estados Unidos nos anos 50, logo após a Segunda Guerra Mundial, quando pilotos de aviões resolveram inventar uma atividade para os tempos de folga. Conhecido internacionalmente como o pai do kart, o norte-americano Art Ingels foi quem construiu o primeiro kartódromo no sul da Califórnia no ano de 1956. Rapidamente o kartismo se espalhou para outros países, incluindo a Europa, onde é muito praticado. No Brasil, o kart começou a tomar forma na década de 60. Atualmente, a corrida de maior destaque do kart nacional é o Campeonato Brasileiro, seguido pela Copa Brasil, GP Brasil, e os campeonatos inter-estaduais como Sul-Brasileiro, Centro-Oeste e, mais recentemente, Sudeste.O kart é a maior porta de entrada para o automobilismo e muitos pilotos campeões em categorias maiores começaram a acelerar em uma dessas máquinas.
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LEMBRETE: Trata-se de um esporte que exige investimentos. Um kart novo pode custar entre treze e dezenove mil reais. Além disso, há a necessidade de equipamentos como luvas, balaclava (máscara), capacete, combustível, etc. Há, ainda, o aluguel do kartódromo.Mas para quem está disposto a “encarar” este desafio, pode entrar em contato com o pessoal do kartSabesp, por meio do site: www.kartsabesp.com.br/contato
O ponto de encontro dos
profissionais da
sustentabilidade
XVII FIMAI
Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade
Data: 11,12 e 13 de novembro de 2015 | Horário 13h às 20h Visitação gratuita | Expo Center Norte - São Paulo | Pavilhão Azul Reservas, inscrições e informações: Tel. +55 11 3917-2878 / 5095 0096 site: www.fimai.com.br | e-mail: rmai2@rmai.com.br