Revista Saneas ed. 63

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Ano XI – Nº 63 – Outubro a Dezembro de 2017

CONGRESSO ABES/ FENASAN 2017 O MAIOR ENCONTRO DE SANEAMENTO AMBIENTAL DAS AMÉRICAS Veja a cobertura dessa realização conjunta entre a ABES e a AESabesp, que superou todos os índices das Feiras e Congressos realizado no setor.

A AESabesp firmou parceria com a IFAT para a Fenasan 2018

Para Alckmin, é fundamental a vinda de recursos para o saneamento

Futuro do saneamento: ações tecnológicas, empresariais, sociais e legais


Ano XIII . Ediçã o 55 . Abril

a Julho de

2015

Ano XII

I . Ed ição 56 . Ag osto a Nove mbro de

Ano

2015

IX . Ed

ição

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57 . Ja

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FENA SA N 20 2 01 16 6

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26º Congr esso TéCn OiC SsÃu oOcAeesAbes Ps Fen2 A6 sOºA Bc dOp n 2Sn0A1Us5LOO RA : O APO o mTAéAio g Pn ArT r RiIec cCn STA Reo SvEOeHA AsEsNO do Fseen EM To eR ÍD r s F A A b s An 20 ICAeRsEpNTA nA AmériC 1 A R 5 lATinA.

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201 6

- OF ICIA L-

Me smo em oe nfr co Con entam ndiçõ e heç a a ento d s melh da S Promabesp s ações a crise ores d oq ovid para e as híd ue a pesu supe obra rica oa la na pA ro n s de conso u todos eráE-lSoa. besp sen RMSP o pass a os se , evss li olv aidasa ainda é do, us ín técnic dando-s dices, re e com pli m déria tema o-me eza ouMat e o Latin esa rcad m 20 lo cçã a ma Promovid fiodad ológ a. Sa 15,orpA o necessi io . e de o pel r ico d a AES neabe cnuzir seté red as tr ico perdas sp, o evento em o seto evento az

2015 deverá a cob r receber cer Vivê ertura da Amé ca de 20 mil ricaQuancias comp visitantes leta. dá ando o engenheiro de todas as vez ao palh nações. aço Projetos Soci oambientais Troféu AES abesp aos melhores de 2015

ANUNCIE NA REVISTA SANEAS Mat O sane éria tema amen Amér to na ica La tina

Cam pan Cam ha pa ado Fratern nha da ta sa ida com neamde o te ento ma

Artig Gestã o técnico o na pe do PURA nitenc iária

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Nov a ge stão Co dir m um AES eção e a nova os seabesp cgestão us 3 eleb , 0 an ra os.

Revista Saneas: mais que uma Revista, um Projeto Socioambiental.

Em 2018, conte com a Saneas. Inclua a revista na sua programação de mídia. JANEIRO / FEVEREIRO / MARÇO Tema central: Gestão de Riscos em Saneamento/ Compliance

JULHO/ AGOSTO/SETEMBRO Tema central: Lixo, Mercado, Meio Ambiente e Saneamento

Com destaque para: Segurança das barragens e estruturas

Com destaque para a implantação da Política Nacional de Resíduos

hidráulicas e os Efeitos da nova Lei das Estatais sobre as empresas

Sólidos, a sedimentação deste segmento ao setor de saneamento e o

públicas do setor do saneamento. Também fará um levantamento da

desdobramento da Sabesp em investir nessa área.

questão da holding/ empresa controladora da Sabesp.

(*) Essa edição trará a cobertura completa do 29º Congresso

Circulação: Março de 2018 Anúncios até: 28/02/2018

Técnico AESabesp - Fenasan 2018. Circulação: início de outubro de setembro de 2018, logo após ao

ABRIL/ MAIO/ JUNHO Tema central: 20 Anos da Lei das Águas/ Fórum Mundial da Água

evento máster da AESabesp. Anúncios até: 30/09/2018

realizações do 29º Congresso Técnico AESabesp - Fenasan 2018.

OUTUBRO/ NOVEMBRO/ DEZEMBRO Tema central: A modernidade exigida no saneamento e seu contraponto

(*) Nessa edição também haverá uma apresentação do evento da

Com destaque a automação, a Indústria 4.0, a “Super-Internet das

AESabesp, em parceria com a IFAT

Coisas”, a Segurança Cibernética, com a implementação de vários

Circulação: Junho de 2018 Anúncios até: 30/05/2018

sistemas de ponta. E como contraponto, uma mostra da água que

Com destaque para esses dois eventos, que antecederão a

ainda ameaça nas regiões de vulnerabilidade, com doenças de veiculação hídrica e habitação em áreas de enchentes. Circulação: dezembro de 2018 Anúncios até: 30/11/2018

CONTATO DE PUBLICIDADE:

AESABESP - PAULO OLIVEIRA TEL: 11 3263 0484 - 11 97515 4627 paulo.oliveira@aesabesp.org.br

A Revista Saneas é uma publicação da:


EXPEDIENTE Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 aesabesp@aesabesp.org.br www.aesabesp.org.br Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp Tiragem: 6.000 exemplares

EDITORIAL

Prezados associados, amigos e parceiros da AESabesp, Esta edição da Revista Saneas, no encerramento de 2017, traz a cobertura

Diretoria Executiva Presidente: Olavo Alberto Prates Sachs Diretor Administrativo: Nizar Qbar Diretor Financeiro: Evandro Nunes Oliveira Diretora Socioambiental: Márcia de Araújo Barbosa Nunes Diretor de Comunicação e Marketing: Paulo Ivan Morelli Franceschi

completa do maior evento em saneamento ambiental do ano, não só da Amé-

Diretoria Adjunta Cultural: Maria Aparecida Silva de Paula Santos Esportes e Lazer: Zito José Cardoso Pólos Regionais: Antônio Carlos Gianotti Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges Técnica: Gilberto Alves Martins

Com foco em seu tema central: Saneamento Ambiental: Desenvolvimento e

Conselho Deliberativo Presidente: Ivan Norberto Borghi Membros: Abiatar Castro de Oliveira, Agostinho de Jesus Gonçalves Geraldes, Benemar Movikawa Tarifa, Choji Ohara, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Iara Regina Soares Chao, Ivo Nicolielo Antunes Junior, Luis Américo Magri, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Nelson Stábile, Richard Welch, Rogélio Costa Chrispim, Sônia Regina Rodrigues Conselho Fiscal Aurelindo Rosa dos Santos, João Augusto Poeta e Yazid Naked Coordenadores Conselho Editorial e Fundo Editorial: Luciomar Santos Werneck Pólos da RMSP: Antonio Carlos Gianotti Assuntos Institucionais: Fátima Valéria de Carvalho Contratos Terceirizados: Walter Antonio Orsatti Comissão Organizadora do 28º Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2017 Presidente da Comissão: Walter Antonio Orsatti Coordenador do Encontro Técnico AESabesp: Maria Aparecida Silva de Paula Coordenador da Fenasan: Gilberto Alves Martins Membros: Alzira Amâncio Garcia, Antonio Carlos Roda Menezes, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido Bonifácio, Iara Regina Soares Chao, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Rosângela Cássia M. de Carvalho, Sonia Maria Nogueira e Silva Equipe de apoio: Maria Flávia da Silva Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro, Vanessa Hasson Polos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro: Ednaldo Sandim Polo AESabesp Leste: Sílvio Caraça Polo AESabesp Norte: Eduardo Bronzatti Morelli Polo AESabesp Oeste: Claudia Caroline Buffa Polo AESabesp Ponte Pequena: Samuel Francisco de Souza Polo AESabesp Sul: Antonio Ramos Batagliotti Polos AESabesp Regionais Diretor de Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Baixada Santista: Zenivaldo Ascenção dos Santos Polo AESabesp Botucatu: Leandro Cesar Bizelli Polo AESabesp Caraguatatuba: Felipe Noboru Matsuda Kondo Polo AESabesp Franca: José Chozem Kochi Polo AESabesp Itatiba: Carlos Alberto Miranda Silva Polo AESabesp Itapetininga: Jorge Luis Rabelo Polo AESabesp Lins: João Luiz de Andrade Areias Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto Polo AESabesp Vale do Paraíba: Sérgio Domingos Ferreira Polo AESabesp Vale do Ribeira: Jiro Hiroi

rica Latina mas como também do Hemisfério Sul: o nosso Congresso ABES/ FENASAN 2017, realizado no período de 02 e 06 de outubro, numa proativa parceria entre a ABES e AESabesp. Qualidade de Vida na Retomada do Crescimento, esse evento reuniu autoridades do mundo político, técnico, científico e empresarial, gerando um novo fôlego para um Brasil mais comprometido com as necessidades reais de sua sociedade, onde o saneamento ambiental tem um protagonismo inquestionável. E esse horizonte acena para 2018, ano em que a AESabesp realizará, no período de 19 a 21 de setembro, o seu 29º Congresso Técnico-FENASAN em mais uma promissora parceria. No próximo ano estaremos juntos à IFAT (a maior feira mundial de soluções ambientais), com base no tema “”É chegada a hora de alavancar o saneamento ambiental no Brasil”. Essa ação nos trará novas experiências e cooperações sobre o mundo da tecnologia para o mercado brasileiro, pois com a experiência mundial da IFAT, notadamente conhecida na Alemanha, China, Índia, África do Sul e Turquia, o Brasil ganhará uma maior evidência em extensão global. A edição 63 da Saneas ainda traz uma abordagem para qual não podemos fechar os olhos: a tecnologia que muda o futuro de todos os processos e também impacta na vida de quem atua no saneamento. Dentro deste contexto, tivemos o privilégio de contarmos com a entrevista do diretor de Gestão Corporativa da Sabesp, Manoelito Magalhães Júnior, com abordagem sobre a implantação do Projeto SiiS- Sistema Integrado de Informações, que tem revolucionado o dia a dia da maior empresa de saneamento do Brasil. Os novos processos legais, o surgimento de novas modelagens de empresas e serviços, como as startups, também ganharam destaque nessa publicação, que ainda foi concluída com a valorização de caráter humanitário, registrando a importância social do nosso Torneio Interpolos, marcado para 16,17 e 18 de março e já batizado com o nome de “Silvio Ribeiro Leite”, em homenagem a esse grande amigo, associado e esportista, além da sessão Vivência, que ressalta as atividades de cidadania de um grande colaborador do Polo AESabesp Lins. Que a nossa união seja ainda maior em 2018!

Editora e Jornalista Responsável Maria Lúcia da Silva Andrade - MTb. 16081 Textoscom - luciatextos@terra.com.br www.site.com.br/textoscom facebook.com/textoscom

Eng. Olavo Alberto Prates Sachs

Redação Lúcia Andrade e Thiago Nobre

Gestão 2016-2018

Projeto visual gráfico e diagramação Neopix DMI contato@neopixdmi.com.br www.neopixdmi.com.br

Presidente da AESabesp


ÍNDICE

06

Cobertura Especial Congresso ABES Fenasan 2017 31

26 28 31

45

33 4

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

Matéria tema Qual é o futuro do saneamento do Brasil?

Entrevista Manuelito Magalhães aborda os impactos do Projeto SiiS - Sistema Integrado de Informações Sabesp

39

Ponto de vista As licitações e seus contratos no estatuto das estatais uma visão aérea

Startups e saneamento: inovação para qualidade de vida

41

Case de sucesso Duas frentes apresentadas pela Aegea: Combate às perdas e Eficiência no esgotamento sanitário

Visão de futuro

45 48

Artigo técnico A Resolução CONAMA 375/2006, a densidade de agentes patogênicos no lodo de esgoto sanitário e os solos agrícolas: uma relação produtiva ou restritiva?

Interpolos XIV Torneio Interpolos de Futebol Society AESabesp 2018

Vivências O polivalente de Lins: Carlos Alberto de Toledo


Momentos de Tecnologia AESabesp

Apresente sua empresa aos associados da AESabesp

Os Momentos de Tecnologia são palestras técnicas realizadas nas unidades da Sabesp, promovidas por empresas que desejam apresentar seus produtos e serviços aos nossos associados. Concorridas, estas apresentações contam com expressivo comparecimento de associados, técnicos da Sabesp e convidados do setor de saneamento ambiental. O número de palestras realizadas e de profissionais já treinados confirmam o sucesso dos Momentos de Tecnologia AESabesp.

7.200

288

25

participantes durante 8 anos

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aesabesp

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

5


A abertura do maior evento em saneamento das Américas Com um público estimado em 2 mil pessoas, o Congresso ABES-Fenasan 2017 teve a sua Cerimônia de Abertura, na noite de 02 de outubro, sob o tema "Saneamento Ambiental: Desenvolvimento e Qualidade de Vida na Retomada do Crescimento”. Tanto no palco, quanto na platéia, se destacava a presença maciça de congressistas, expositores e expoentes do setor de saneamento.

6

SANEAS

Outubro a aDezembro Dezembro Fevereiro de de 2017 2017

Fotos: Estevão Buzato


Início com apresentação do maestro João Carlos Martins

Saudações da ABES e da AESabesp, os anfitriões do evento

No início da solenidade, a emoção este-

Pela ABES, o pronunciamento de seu presi-

Pela AESabesp, o pronunciamento do seu

ve presente com o solo de piano do Hino

dente, Roberval Tavares de Souza, abordou

presidente, Olavo Alberto Prates Sachs, foi

Nacional Brasileiro, na apresentação única

os índices do saneamento nacional, com

voltado à importância de se reunir o que

do maestro João Carlos Martins, enquanto

ênfase em um novo ranking lançado pela

há de mais funcional, sustentável e inova-

num grande telão eram mostrados os ce-

entidade, durante o Congresso, e a neces-

dor no saneamento, principalmente levado

nários de todas as capitais brasileiras.

sidade urgente de mudanças para gestões

pelos grandes expoentes do Congresso e

O maestro João Carlos Martins é reco-

de excelência. Ele citou como exemplos o

pelos visitantes e expositores da Fenasan,

nhecido mundialmente, especialmente pe-

desenvolvimento do setor nos estados de

que em 2018 também será parceira da IFAT

las suas virtuosas interpretações das obras

São Paulo, Paraná e Minas Gerais, mas fez

(a maior Feira de saneamento do mundo,

de Bach, que também foram apresentadas

contrapontos com algumas regiões de pre-

que está buscando no Brasil a sua represen-

ao público da abertura, entremeando os

cariedades alarmantes.

tatividade no continente americano).

pronunciamentos, com a participação dos jovens de sua Camerata Bachiana, A Fundação Bachiana, da qual é idealizador, é uma entidade sem fins lucrativos cuja finalidade é apoiar, incentivar, assistir e promover o desenvolvimento de atividades voltadas à formação musical e cultural. Aplaudido mundialmente em diversos concertos internacionais, abdicou dos palcos como pianista no ano de 2002 por problemas físicos, em decorrência de um acidente. Mas ainda assim, o entusiasmo de sua regência é reconhecido como único. Atualmente, aos 77 anos, é possuidor de inúmeros admiradores por todo o mundo. Sua apresentação foi um dos momentos mais emocionantes de todo o evento.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

7


As vozes do saneamento de São Paulo Na sequência, foi exibido um

dente da República, entre 1995

vídeo institucional da Sabesp,

e 2003, Fernando Henrique

empresa anfitriã do evento, e as

Cardoso, que com toda a re-

boas vindas de seu presidente

tórica que o caracteriza como

Jerson Kelman, que convidou

professor da USP (Universidade

para um esforço nacional de se

de São Paulo), discorreu so-

fazer mais pelo saneamento e

bre o emblemático ano de 68,

durante o Congresso essa fina-

quando também era professor

lidade seria um objetivo.

em Paris e acompanhou uma

Em prosseguimento, o secre-

mudança social que impactou

tário de Saneamento e Recursos

a geração da época, pela ne-

Hídricos do Estado de São Pau-

cessidade de transparência nas

lo, Benedito Braga, reforçou o

atitudes, até se chegar no siste-

quanto o setor está vinculado à

ma atual de sociedade em rede,

saúde da população. Discorreu,

considerando a crescente ten-

ainda, sobre a superação da cri-

dência de se querer mais.

se hídrica em São Paulo, atuação

FHC, como é nacionalmente

da Sabesp que ser tornou uma

conhecido, enfatizou que even-

grande referência para o País.

tos como o Congresso ABES

Também marcou presença

Fenasan 2017 são valiosos para

Marcos Penido, secretário de

retratar a consciência de um mo-

Serviços e Obras da Prefeitura

mento no qual se clama por uma

de São Paulo, que na oportu-

forma de governo mais decente

nidade citou as parcerias com

e fez uma consideração positiva

PMSP com o Governo do Estado

para a recuperação do País:

e com a Sabesp, nas operações

"Existe motivação para no-

Córrego Limpo e Recuperação

vos caminhos, sem medo de

da Guarapiranga.

apontarmos o que queremos,

Presente na abertura, o gover-

para olharmos um futuro com

nador do Estado de São Paulo,

mais otimismo, porque há

Geraldo Alckmin, atribuiu ao

pontes, como a valorização da

saneamento, às vacinas e aos

capacidade, da ética, do méri-

antibióticos, a redução do índice

to e das tecnologias".

do e a responsabilidade pelo au-

as

mento da expectativa de vida da

citadas nos pronunciamentos

população, principalmente em

desta matéria e ainda os depu-

regiões que tem bons profissio-

tados Alberto Goldman e João

nais que se dedicam ao desen-

Paulo Papa, fizeram descerra-

volvimento dessas bases vitais,

mento simbólico da fita para a

como São Paulo.

inauguração do Congresso ABES

abertura do evento foi o presi-

8

SANEAS

Jerson Kelman Presidente da Sabesp

Benedito Braga Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo,

Marcos Penido Secretário de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo

Fernando Henrique Cardoso Ex-Presidente do Brasil

Após a apresentação de FHC,

de mortalidade infantil no Esta-

O convidado de honra da

Personalidades fazem o descerramento simbólico da fita para a inauguração do Congresso ABES Fenasan 2017

personalidades

presentes,

Fenasan 2017 e foi oferecido um coquetel aos presentes.

Outubro a Dezembro de 2017


PRIMEIRO DIA

Presença maciça de público para discussões da retomada do crescimento do País A partir de 8h00 do dia 03 de outubro, foi aberto o credenciamento presencial e distribuição de material do Congresso ABES-Fenasan, que já contava com um público bem maior que nos anos anteriores.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

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Palestra de Geraldo Alckmin Com o auditório completa-

em São Paulo, o governador

mente lotado, o governador

ainda aludiu ao convênio com

de São Paulo, Geraldo Alck-

a JICA (Agência de Cooperação

min, ministrou a palestra de

Internacional do Japão) para

abertura do Congresso ABES/

um programa de redução de

Fenasan 2017, focada princi-

perdas, que no estado chega a

palmente na necessidade de

um índice de 30%, que, entre

uma nova estrutura tarifária,

outras medidas, possibilitará a

para tributar menos o setor

substituição de redes antigas e

de saneamento e mais ou-

melhorias na distribuição.

tros setores, assim garantindo

Após sua palestra, o Go-

o acesso à água e esgoto de

vernador Alckmin participou

toda a sociedade.

de um bate-papo com os pre-

Alckmin também abordou a

sidentes da ABES, Roberval

crise hídrica de São Paulo, que

Tavares de Souza, e da AE-

teve início em 2014, se alon-

Sabesp, Olavo Alberto Prates

gou por 2015 e resultou em

Sachs, que indagaram o go-

grandes investimentos para

vernador sobre como melhorar

garantir o abastecimento - so-

a eficiência e a gestão do sa-

bretudo da região metropolita-

neamento. “O grande desafio

na onde vivem 22 milhões de

em todas as áreas é a gestão,

pessoas - frente ao baixo nível

porque o dinheiro é curto, só

das represas. “Em 1953 tive-

tem uma maneira de melhorar

mos a maior seca da história

isso: dando eficiência, garan-

do século passado e em 2014

tindo água de qualidade, afas-

choveu a metade daquele ano,

tar o esgoto e destinação aos

um episódio que acontece a

resíduos sólidos. Saneamento

cada 250 anos. A primeira me-

é saúde e também uma forma

dida foi evitar o desperdício,

de gerar empregos rapidamen-

depois veio bônus para quem

te”, sintetizou o governador.

economizasse e ônus para

Alckmin foi bastante asse-

quem gastasse mais. O mais

diado pela imprensa presente

importante é que a cultura de

no evento e ainda percorreu

evitar o desperdício ficou. O

os estandes da Fenasan. Na

segundo ponto foi integrar os

foto ao lado, em visita à Fei-

sistemas da região, com um re-

ra, o governador está com o

servatório socorrendo o outro

presidente da AESabesp, Ola-

e o aproveitamento do volume

vo Alberto Prates Sachs, e os

morto, com bombas de capta-

diretores Márcia Nunes (Proje-

ção. Passamos toda a crise sem

tos Socioambientais), Evandro

racionamento”, constatou.

Oliveira (Financeiro) e Viviana

Para otimizar o saneamento

10

SANEAS

Borges (Social).

Outubro a Dezembro de 2017

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ministrou a palestra de abertura do Congresso ABES/Fenasan 2017

Alckmin atende a imprensa após sua palestra


Painel de Abertura “Saneamento Ambiental: Desenvolvimento e Qualidade de Vida na Retomada do Crescimento” Após a palestra do governador Alckmin, com um público de participantes de todos os estados brasileiros, o painel “Saneamento Ambiental: Desenvolvimento e Qualidade de Vida na Retomada do Crescimento”, tema do evento em 2017, trouxe para discussão questões bem pertinentes, respondidas pelo senador da República, Roberto de Oliveira Muniz, pelo deputado federal, João Paulo Papa; pelo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Benedito Braga, e pelo presidente da Sabesp, Jerson Kelman. Os coordenadores foram os presidentes da AESabesp, Olavo Alberto Prates Sachse da ABES Roberval Tavares de Souza.

A Universalização do Saneamento sa forma, muito além de aportes financeiros, é preciso de vontade política, com ações responsáveis e realistas, para se reconhecer o setor numa condição especial de infraestrutura. Para ele, a intervenção do setor privado não é grande solução, que seria uma governança com mais lógica, citando a titularidade de regiões específicas, que prejudicam a consolidação de Deputado federal João Paulo Papa

ações coletivas. “O saneamento precisa

Secretário Benedito Braga

ocupar o local de política pública, para A questão inicial foi feita pelo presidente

a civilização do País e não pode oferecer

maneira de se responder isso é mostrar

da ABES, Roberval Tavares de Souza: “o

recursos ostensivos a uns e precários a

resultados. O recurso do setor privado

que é preciso ser feito para se atingir a

outros”.

também passa por esse crivo”, destacou.

universalização do saneamento, face aos

Concordando com Papa, o secretário

“Temos um país em que o saneamento é

baixos índices de cobertura do saneamen-

Benedito Braga afirmou que “quando

administrado por diferentes instâncias e

to na maior parte do País”, que começou

houver reconhecimento da classe política

desdobramentos. Temos alguns prefeitos

a ser respondida pelo senador Muniz, com

que o setor é importante, será muito mais

que até podem passar saneamento para

ênfase nas necessidades de recursos para

fácil captar investimentos privados e sub-

uma empresa sem comprometimento, em

o setor “que vem caindo ano a ano. Ainda

sídios públicos. Jerson Kelman, presidente

que o tratamento de água e esgoto, por

temos que acabar com o ambiente hostil

da Sabesp, abordou que é preciso refletir

exemplo, é só mais um custo. É preciso

com o setor privado e ampliar as parce-

de onde vem esses recursos, principalmen-

haver um pacto que atenda o desafio da

rias”, argumentou.

te em relação ao cidadão contribuinte que

regulação, uma tarifa real, uma hierarquia

Na contrapartida, o deputado Papa ex-

paga uma tarifa e nem sempre conta com

do que é necessário e um planejamento

planou que o Brasil é um país muito com-

um atendimento adequado. “O contri-

do percurso a ser desenvolvido. Dentro

plexo, no qual a metade da população é

buinte precisa ter certeza e confiança do

desse cenário, é possível a universalização

excluída do sistema de saneamento. Des-

ressarcimento do que está pagando. E a

com plano prazo”, concluiu.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

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A Crise Econômica

Perguntas do público “Quando sairemos do discurso para a prática?” Francisca Adalgiza da Silva, de SãoPaulo

“Quem atende melhor: as companhias públicas ou privadas?“

O senador Muniz respon-

Danilo Assunção, da Bahia

deu: Quando elegermos

O secretário Benedito

uma pessoa íntegra para

Braga respondeu: Tanto

presidente e ter mais

faz, depende da seriedade

A segunda abordagem do Painel foi colocada pelo presi-

representantes de

e eficiência da empresa e

dente da AESabesp, Olavo Sachs, dirigida para a crise eco-

relevância no setor.

também da implantação de tarifas corretas.

nômica no País e seus impactos no saneamento. Em resposta, o senador Roberto Muniz disse que o setor precisa de um debate mais claro. Benedito Braga ainda trouxe para o debate, a preocupação com a crise fiscal, o desemprego e em atividades indispensáveis à sociedade. Nesse contexto,

“A Sabesp entrará no mercado de resíduos sólidos? Como será essa gestão?”

Kelman (foto) apontou a falta de renda do cidadão como o

Marisa Costa, de Goiás

principal agravante da crise. Sobre o subsídio cruzado ad-

O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, respondeu: O projeto é de

mitiu que é essencial para algumas cidades, mas deve ser

se criar uma empresa estatal da qual a Sabesp poderá fazer parte.

desestimulado para a administração de agências regulado-

Há um espaço para isso em atendimento à Lei Nacional de Resíduos

ras municipais. “Existe uma sensação de insegurança para

Sólidos que determina que o destino final dos resíduos não seja em

os investidores, sejam eles públicos ou privados, quando

aterros. Muitos municípios não têm condição para, sozinhos, plane-

os sistemas de gestão de recursos são interdependentes.

jar e administrar essa demanda”.

o quanto o saneamento é importante para gerar emprego

É preciso uma gestão hídrica coerente para todos. Outro entrave é a interpretação da questão ambiental, que a rigor deve ser instituída para defender a sociedade de interesses que agridem o meio ambiente, mas tem se adaptado mau ao saneamento, fazendo impedimentos equivocados em soluções nas quais o beneficiaria a sociedade e não poderia serem tratadas como empresas poluidoras”.

12

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


PRIMEIRO DIA

Fenasan abre suas portas com grande adesão do público

N

o dia 03 de outubro, às 12h00, foi aberta para o público a Fenasan 2017, até às 21h00, com grande circulação de visitantes de todo o Brasil e de outros países, pelos seus corredores, onde

se encontravam, como expositoras, as maiores empresas de equipamentos, produtos e serviços para o saneamento, meio ambiente e segmentos correlatos. Dentre os estandes que se destacaram, esteve o da empresa anfitriã, Sabesp, com a apresentação de maquetes de inovações tecnológicas, mostras virtuais e atividades de ponta no setor. Outras concessionárias também marcaram presenças em São Paulo e registraram suas impressões sobre o evento: “A junção da ABES com a Fenasan traz mais conhececimento e agrega um público maior. A Sanepar busca, com as inovações e informações desta feira avançar na área de resíduos sólidos, trata-

Governador Geraldo Alckmin e o presidente da Sabesp Jerson Kelman visitam a Fenasan

mento e coleta de esgoto e em tecnologia” (Ney Martins da Silva - assistente diretoria da Sanepar/ PR).

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

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“A Fenasan está servindo para acompanhar o desenvolvimento das tecnologias, ver novas soluções apresentadas e oxigenar o conhececimento, além de fazer contato com empresas e a partir das demadas solicitar a fabricação de produtos. É uma oportunidade de desenvolver soluções e um importante encontro entre pessoas do setor! Um encontro de gigantes num espaço físico e formato simultâneo muito conveniente e oportuna” (Sinara Inácio Meireles Chenna- presidente da Copasa/ MG). “Temos um histórico de participação no evento que é de grande representatividade para a empresa e funcionários. Vieram 80 pessoas para representar

AESabesp assina parceria com a IFAT para a Fenasan 2018

o RS no ano passado e nesse ano esperamos mais visitação com um maior estante.” (equipe de assessoria de comunicação da Corsan/RS) No Pavilhão da Feira, foi iniciado o Cam-

A AESabesp assinou no primeiro dia de Fenasan 2017, 03.10, uma parceria com a IFAT – Messe Munchen (a maior feira global de soluções ambientais), para a edição de 2018. Essa ação trará novas experiências e cooperações sobre

peonato de Operadores com participantes de

o mundo da tecnologia para o mercado brasileiro, pois sua experiência é co-

todo o Brasil e também da Diretoria de Siste-

nhecida mundialmente em países pelo mundo, como: Alemanha, China, Índia,

mas Regionais da Sabesp, que contou com o

África do Sul, Turquia e agora no Brasil.

seguinte resultado:

Na assinatura da parceria,o presidente da AESabesp, Olavo Sachs, divulgou a data da Fenasan 2018 que será realizada no Expo Center Norte – Pavilhão Bran-

PROVA DE MONTAGEM DE PADRÃO E RAMAL DE LIGAÇÃO DE ÁGUA

tian Rocke e Collin Davis - diretor executivo de bens de capital e feiras, que tam-

1º - Cleber do Prado Diniz (RG) 2º - João Neves Silveira Filho (RG) 3º - Carlos Benedito da Silva (RV)

bém agradeceram e deram as boas vindas a essa nova parceria com a AESabesp.

PROVA DE AUTOMAÇÃO, LEITURA E ENTREGA DE FATURA

portante com a maior feira de saneamento e meio ambiente da América Latina.

1º - José Roberto Ferreira do Carmo (RT) 2º - Osvair Garcia Vais (RB)/ 3º - Benedito de Carmargo Junior (RM)

14

co, de 18 à 21 de setembro. Participaram do ato os representantes da IFAT, Chris-

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

Em seu pronunciamento Christian Rocke disse ser um prazer e uma honra trazer novas cooperações onde todos saem ganhando, pois será uma junção imAinda ressaltou que o papel da IFAT será o de trazer uma experiência de longo prazo em tecnologia de saneamento.


SEGUNDO DIA

Destaque para o volume da Feira e questões ambientais no Congresso

A

pós a um excelente começo, os expositores da Fenasan 2017, no segundo dia, eram unânimes em reconhecer que nessa edição estava havendo mais fluxo de público que nas anteriores, inclusive com a maior participação

Para a AEGEA, está sendo muito bom ter a oportunidade de expor em uma feira desse nível, poder estreitar os laços com outras empresas e parceiros, conhecer e testar novas tecnologias e apresentar o que temos de melhor em saneamento hoje no Brasil.”

Essa feira está um pouco diferente do que participamos nos outros anos, com certeza bem maior. Após uma grande crise financeira que atingiu o Brasil e a crise hídrica que atingiu o estado de São Paulo, vemos que está acontecendo uma retomada da economia, mesmo que de forma modesta, mas que não deixa de ser importante, principalmente para os empresários que estão tendo que refazer o caixa de suas empresas, mas cremos que 2018 será um ano de crescimento.”

Felipe Bastos Responsável pela Gestão do Controle de Perdas da AEGEA

Adriano Meireles Cunha Diretor Vice Presidente Comercial da FGS

dos Congressistas, devido à posição dos auditórios de palestras magnas e

painéis estarem no mesmo piso que a Feira. Veja os depoimentos de alguns expositores, que fizeram questão de expressar o seu entusiasmo com a Feira:

O ambiente da Fenasan 2017 é de grande expectativa para prospecção de negócios e buscas de soluções para consolidar o crescimento do País. Nossa expectativa é de grande evolução técnica, por meio da apresentação de nossos projetos tecnológicos de ponta” Luiz Narimatsu Consultor Técnico da Improv

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

15


Continuação do Campeonato de Operadores na Arena Fenasan Novamente o Campeonato de Operadores do setor agitou a arena da Fenasan, com torcidas de todo o País. Representantes de Concessionárias Estaduais participaram do Campeonato promovido pela ABES. Já os participantes do interior de São Paulo participaram do Campeonato promovido pela Diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp, que sagrou o seguinte resultado:

PROVA: MONTAGEM E REGULAGEM DE VRP 1° Josuel Pinto da Silva - RM; 2° Zelino Vieira - RR 3° Satiro Kondo - RV.

PROVA: AUTOMAÇÃO 1° Josinei Valim – RJ 2° Luís Eduardo - RG 3° Alex D’Angelo de Oliveira – RN

16

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


SEGUNDO DIA

Meio ambiente e infraestrutura ganharam destaque no Congresso Técnico Palestra com Rodrigo Rollemberg

O

s trabalhos no Congresso técnico foram ini-

“céu de brigadeiro”, conforme descreveu Rollemberg. “Esse pro-

ciados pela manhã, com a palestra magna do

cesso tem sofrido algumas tensões, pois o lixão tem também ati-

governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollem-

vidades irregulares como desmanche de carros, tráfico de drogas,

berg, que anunciou que há um plano de tra-

entre outras coisas. Também temos dificuldades com os próprios

balho para a recuperação da área do Lixão da Estrutural, o

catadores, mas estamos investindo muito no diálogo, pois quere-

segundo maior lixão do mundo.

mos fazer isso da forma mais harmônica possível, inserindo esses

O governador do DF informou que com o fechamento do lixão,

catadores no processo produtivo da forma mais adequada”. Com

o terreno passará a receber apenas dejetos da construção civil e

o fechamento do lixão, os dejetos do Distrito vão ser depositados

terá início o plano de recuperação da área. Além disso programas

no aterro sanitário que foi inaugurado há um ano e hoje já recebe

sociais atendem as famílias que vivem do lixão. Até o momento

1/3 do que é coletado.

o governo tem 9 cooperativas de catadores contratadas com o

O presidente da AESabesp, Olavo Sachs, indagou Rollemberg

Distrito Federal, realizando o pagamento por tonelada de resíduo

sobre a demora no início deste trabalho de fechamento e a recu-

reciclável. O governo tem planos de contratar mais 20 cooperati-

peração da área do lixão. Segundo o governador, o problema foi

vas. Há ainda a implantação de locais para separação e triagem de

encarado como uma de suas prioridades de governo desde o início

materiais. “Estamos construindo 4 centros de triagem, reforman-

de sua gestão. “Esse lixão existe há 57 anos e está na bacia do rio

do outro e mais cinco galpões serão alugados”, destacou.

Paranoá, o que de alguma forma afeta a produção de água, por

No entanto o processo de fechamento do lixão não tem sido um

isso entendemos o assunto como projeto prioritário”, finalizou.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

17


Painel com o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e lideranças do setor

Também no segundo dia do evento, foi re-

“Aqui se pensa o saneamento como um

alizado o “Diálogo Setorial 4 – Painel dos

todo, as inovações, governança, juntan-

Presidentes”, que reuniu o ministro das Ci-

do tudo que há de mais importante desde

dades, Bruno Araújo, e presidentes de em-

o mais relevante, que é o impacto social

presas e associações para debater temas

na vida dos brasileiros, a uma atividade

como regulação, eficiência operacional e

que movimenta emprego e renda no país,

a busca da universalização. Coordenada

conciliar viabilidade de negócio com o

pelo presidente da ABES -SP, Márcio Gon-

mais importante que é a entrega dos ser-

çalves de Oliveira, a mesa foi composta

viços sociais, que propiciam saúde e qua-

por Jerson Kelman/ Sabesp; Mounir Chao-

lidade de vida aos brasileiros”, afirmou.

wiche/Sanepar, Aparecido Hojaij/Assemae;

“Como chegar na universalização desses

Jalles Fontoura Siqueira/Saneago; e Tereza

serviços é o grande desafio de todos nós,

Vernaglia/ BRK Ambiental.

governo, iniciativa privada, profissionais

Na ocasião, o ministro Bruno Araújo destacou que “não se pode pensar em desen-

do setor e toda a sociedade. Parabéns à entidades organizadoras”.

volvimento no Brasil, sem melhorar o setor

Ao final do painel, foi entregue ao mi-

de saneamento, que impacta a vida das

nistro Bruno Araújo e aos demais compo-

pessoas, estabelece status político. Esse é

nentes do Painel a “Carta dos Sanitaristas

o grande desafio que temos pela frente”.

do Brasil”, um documento que reúne pro-

E ainda ressaltou o significado do evento:

postas para o setor avançar.

18

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

Aqui se pensa o saneamento como um todo, as inovações, governança, juntando tudo que há de mais importante desde o mais relevante, que é o impacto social na vida dos brasileiros”


SEGUNDO DIA

Espaço para trabalhos Posteres, com plantão de dúvidas

U

Lançamento de Manual Técnico para profissionais de ETA e Distribuição

ma das inovações do Congresso ABES FENASAN 2017

Foi realizado no estande da AESabesp, o lançamento do livro

foi a modelagem de apresentação dos trabalhos Pos-

“Manual Técnico para Profissionais de Estação de Tratamento de

teres, expostos no espaço mezanino do evento. Para a

Água e Distribuição”, de autoria dos especialistas Jarbas Calhei-

AESabesp é a primeira vez que esta ação é desenvolvi-

ro, Regina Mei e Niza Qbar – diretor administrativo da AESabesp.

da. De acordo com a diretora cultural da entidade, Maria Aparecida

O lançamento foi feito pelo presidente da entidade, Olavo Sa-

Silva de Paula, o modelo foi trazido da visita à IFAT (maior feira de

chs, que agradeceu a presença de todos e afirmou ter um prazer

soluções e tecnologias sustentáveis do mundo e que será parceira

e um orgulho ao lançar este livro, durante a Fenasan 2017, com

da Fenasan em 2018), na edição de 2016. Participam também da

um conteúdo técnico de primeira linha, direcionado aos profis-

coordenação da estrutura desse espaço, a conselheira da ABES e AE-

sionais de saneamento. “Isso é mais que um livro, isso é o fruto

Sabesp, Mariza Prota e a assessora da ABES nacional, Katia Bella.

de um trabalho feito com amor, conhecimento e dedicação. Esse

A ABES já apresentava esta formatação em congressos anteriores,

eu recomendo!”, ressaltou Olavo.

mas também foi a primeira vez que compartilham a implantação de

Nizar Qbar presenteou o presidente com um livro e uma dedi-

um plantão de dúvidas, o que alcançou uma grande receptividade

catória o nomeando padrinho desse sonho e em seguida teceu

por parte dos autores, que tem a chance de explanar seus projetos e

algumas palavras de gratidão: “Agradeço aos aqui presentes,

reforçar suas redes de relacionamentos.

principalmente aos meus familiares, à Sabesp, ao amigo Olavo, à

O presidente da AESabesp, Olavo Prates Sachs, na foto com uma

AESabesp e todos os seus funcionários por estarem comigo sem-

equipe de autores de trabalhos do Litoral Norte de São Paulo, Sabesp/

pre. Demorei dois anos e meio para concluir esse livro, que foi o

RN, afirma que essa experiência foi gratificante e promete prospectar

meu segundo livro, porém o mais difícil para se produzir. Mas foi

para a próxima edição. Na oportunidade, ele fez menção a imprescin-

concluído, graças à experiência vivenciada na Sabesp, em vários

dível colaboração da Sabesp, que neste ano promoveu a inscrição de

setores da empresa e, principalmente, na diretoria Metropolita-

todos os autores e co-autores dos trabalhos aprovados enviados pela

na. Meu muito obrigado a todos!”.

Companhia, tanto em apresentação oral como em poster.

Ao término do lançamento, os autores iniciaram uma tarde de autógrafos. Este manual está estruturado em 4 capítulos: Corrosão, Saneamento e processo de oxidação e desinfecção, Atendimento a acidentes e Técnicas de contenção de vazamentos. Se você se interessar pela aquisição, o investimento é de R$ 60,00 p/ associados da AESabesp e R$80,00 para não associados. Mais informações podem ser obtidos pelos e-mails: nizarqbar@aesabesp.org.br e katia.freitas@aesabesp.org.br.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

19


3

TERCEIRO DIA

Apoio da Sabesp e fé no futuro foram as tônicas do dia 20

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

A

Sabesp, na condição de concessionária paulista anfitriã do congresso nacional, montou dois estandes na Fenasan, muito bem estruturados, funcionais e sempre muito visitados. Durante os

três dias foi apresentada uma exposição histórica da Companhia, onde os visitantes eram convidados a colocarem óculos de dimensão ampliada, para ver detalhes minuciosos das grandes ações. Em seu último dia, a Fenasan 2017 novamente deixou os seus 213 expositores bastante satisfeitos, tanto com o grande volume do seu público, quanto pelo conhecimento técnico dos visitantes, gerando muitas perspectivas de negociações e ampliação de rede de contatos. A Feira foi fechada com chave de ouro, atingindo a marca de 25 mil visitantes, um índice bastante celebrado pelos expositores, que expandiram os seus produtos, sistemas e serviços no mercado do setor. O otimismo e o voto de confiança na recuperação do País foram as tônicas do momento.


Palestra com o senador Jorge Viana Na palestra magna do último dia de pai-

política em torno dos temas saneamento

néis do Congresso, o senador Jorge Viana

e mudanças climáticas não está deficitá-

afirmou que as discussões sobre sanea-

ria só no Brasil. “Se o acordo de Paris for

mento e resíduos sólidos não têm a mesma

cumprido haverá reflexos no saneamento.

importância que é dada ao tema no resto

Esse acordo prevê investimento de US$

do mundo. O parlamentar acreano, que

100 bilhões, mas como fazer isso sem a

já foi prefeito de Rio Branco e governador

maior economia do mundo, já que o presi-

do estado por dois mandatos, disse que o

dente americano Donald Trump anunciou

preparo que falta aos gestores em cargos

a saída do acordo?”, indagou.

administrativos sobra nos integrantes de

O parlamentar contabiliza que cerca

órgãos reguladores. “Isso atrapalha a ges-

de 4 bilhões de pessoas no mundo mo-

tão quando se estabelecem regras e tetos

ram nas cidades e é delas que sai mais de

de gastos, antes de se estabelecer critérios

50% das emissões de gases que afetam o

para as obras públicas”.

clima. Dois graus a mais de temperatura

Viana disse ainda que a oportunidade

trarão uma reação da natureza mais forte

do país começar a agir para se precaver

nas cidades. E também observou: “ainda

de colapsos de abastecimento e de tragé-

não tomamos a decisão de despoluir de-

dias causadas pelas mudanças climáticas é

finitivamente os rios e junto com as mu-

agora com o Fórum Mundial da Água (que

danças climáticas, essas coisas trarão mais

acontece em março, em Brasília). “Vamos

problemas para as cidades que vão ter que

convidar os parlamentares para a discus-

se adaptar e é caro fazer isso, os prejuízos

são porque antes de tudo é uma ques-

vão se acelerar e a resposta para desastres

tão legislativa. Tem lobby para tudo no

naturais custa 7 vezes mais cara que a pre-

Congresso, menos para saneamento am-

venção”, concluiu

biental”, destaca. Para ele a mobilização

213 expositores 25 mil visitantes Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

21


Grande final do Prêmio Jovem Profissional AESabesp A AESabesp, por meio de sua diretoria cutural, realizou no decorrer do dia 05.10, a etapa final de classificação do Prêmio Jovem Profissional AESabesp, que elegeu o trabalho da concorrente de Ouro Preto-MG, Luisa Cardoso Maia, contemplada com um subsídio para bolsa de estudo no valor de R$ 10.000,00. Os segundos e terceiros colocados: Renato Augusto Costa dos Santos (São Paulo - SP) e Lucas Covre Chiari (Uberlândia - MG) também foram contemplados com um tablet e uma inscrição para o evento na edição de 2018. Essa ação é direcionada aos jovens profissionais técnicos, com até 35 anos de idade. Nesse ano, concorreram 1011 inscritos e dez trabalhos foram escolhidos para a etapa final, de apresentação oral à banca examinadora, formada por conceituados

Olavo Alberto Prates Sachs, presidente da AESabesp, Maria Aparecida Silva de Paula, diretora cultural da AESabesp, e Luisa Cardoso Maia

acadêmicos de universidades brasileiras: Prof. Dr. Ronan Contrera (EPUSP- Escola Politécnica da USP); Prof. Dr. Flávio Lapolli (UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina); Prof. Dr. Luciano Mato Queiroz (UFBA – Universidade Federal da Bahia) Na abertura dos trabalhos, a diretora cultural da AESabesp, Maria Aparecida Silva de Paula, falou da grande satisfação da entidade em promover esse Prêmio, que é sobretudo um incentivo à pesquisa no setor de saneamento ambiental: “se todo o Brasil investisse um pouco mais no potencial de nossos jovens técnicos, aumentaria a confiança no futuro para toda sociedade”, avaliou. Da mesma forma, o presidente da AESabesp, Olavo Alberto Prates Sachs, falou sobre a importância e o orgulho da entidade em promover essa ação e trouxe mais uma grande novidade para os jovens profissionais: a edição do 29º Encontro Técnico AESabesp/ Fenasan 2018 será em parceria com a IFAT (a maior Feira de soluções ambientais, administrada pela Messe München, em Munique – Alemanha), o que possibilitará um intercâmbio maior entre os

OS TRABALHOS VENCEDORES DE 2017 FORAM REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA MINERAÇÃO DE FERRO E DA SIDERURGIA PARA OBTENÇÃO DE SAIS DE FERRO: SULFATO E/OU CLORETO Autoria: Luisa Cardoso Maia 24 anos - Ouro Preto/MG

TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO EM CARGA APLICADA EM SERVIÇOS PARA AUMENTO DE CONFIABILIDADE DE ADUTORAS Autoria: Renato Augusto Costa dos Santos 28 anos - São Paulo /SP

VARIABILIDADE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE AEROSSÓIS ATMOSFÉRICOS FINOS NA ESTAÇÃO SECA DA BACIA CENTRAL DA AMAZÔNIA, ATTO Autoria: Lucas Covre Chiari 26 anos - Uberlândia/MG

nossos profissionais técnicos e estudantes no continente europeu.

1.011

trabalhos inscritos

22

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

10

selecionados para a banca examinadora

03

vencedores


CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO

Superação de resultados e entrega do Troféu AESabesp

N

o final da tarde de 05.10,

Fenasan 2017, que atingiu índices que

evento. A comissão organizadora na

foi realizada a cerimônia

superaram todas as edições anteriores,

foto acima, comemora os surpreenden-

de encerramento dos três

tanto das realizações da ABES, quanto

tes resultados, que você pode verificar

dias do Congresso ABES

da AESabesp, entidades promotoras do

nas páginas seguintes.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

23


Resultados e premiações

1.160

49

2

6

4mil

inscrições de trabalhos técnicos

painéis

Cursos

Visitas Técnicas

congressistas

213

25mil

Recepção de visitantes e expositores de

Recepção de visitantes e expositores de

Credenciamento de

expositores

visitantes na Fenasan

25 países

24

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

todos os Estados brasileiros

180

profissionais da imprensa das principais mídias do País


Troféu AESabesp Destaque Encontro Técnico

Troféu AESabesp Destaque Fenasan

UNIDADE METROPOLITANA DE PRODUÇÃO DE ÁGUA (MA)

HIGRA INDUSTRIAL

Destinado à Unidade da Sabesp com o maior número de

A empresa que reuniu a excelência em todas

trabalhos inscritos.

as categorias

Premiação AESabesp Fenasan: Melhor Estande

Inovação Tecnológica

Atendimento ao Cliente

ESA - ELETROTÉCNICA SANTO AMARO

AQUAMEC INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS

CONAUT CONTROLES AUTOMÁTICOS

JOPLAS INDUSTRIAL

BF & DIAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO

EMEC BRASIL - SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUA

PAQUES BRASIL SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

IWAKI DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE BOMBAS

FGS BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

25


MATÉRIA TEMA

ONDE ESTARÁ O FUTURO

DO SANEAMENTO NO BRASIL? 26

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


H

á mais de uma década, em

O que é SAP?

janeiro de 2007, o gover-

SAP – Software Applications and Products

no federal sancionou a Lei

(aplicativos de softwares e produtos, em

11.445,

conhecida

tradução livre) – é uma das maiores em-

como a Lei do Saneamento Básico. O ob-

mais

presas fornecedoras de sistemas ERP do

jetivo era estabelecer as diretrizes nacio-

mundo. A organização foi criada em 1972,

nais e a política nacional do setor, univer-

em uma cidade chamada Walldorf, na Ale-

salizando o serviço no Brasil.

manha, com o nome de Systeme, Anwen-

Mas apesar de sensível melhora nos indi-

dungen und Produkte in der Datenverar-

cadores nesse últimos 10 anos, a situação

beitung.

ainda é preocupante. Enquanto em algumas regiões, como São Paulo, já se fala

O que é ERP?

uma linguagem globalizada, com suas

A SAP desenvolveu o conceito original do

ERPs e SAPs (*), como veremos a seguir, em

ERP, que é a sigla para Enterprise Resource

regiões vulneráveis crescem os óbitos de-

Planning (ou Sistema Integrado de Gestão

rivados de doenças de veiculação hídrica.

Empresarial, em português) para que hou-

Para citar um exemplo, destacamos uma

vesse uma solução única que fosse total-

máxima do educador e economista Eduar-

mente integrada e pudesse automatizar

do Giannetti, a qual afirma que “ grande

todos os processos ligados a uma empre-

parte dos principais problemas da educa-

sa. Portanto não se trata de um produto e

ção básica brasileira tem mais a ver com a

sim de uma metodologia e um conjunto

má formação neurológica de crianças por

de normas sobre aplicativos em uma única

conta de doenças adquiridas nos primei-

arquitetura. Podemos dizer que é um siste-

ros anos de vida do que a própria qualida-

ma de gestão de negócios, que compreen-

de de ensino”.

de um conjunto integrado de módulos de

É muito provável que essas doenças, as

software. A principal característica do ERP

quais se refere o educador, são causadas

é que todos os aplicativos compartilham a

pelo contato com esgoto a céu aberto,

mesma base de dados, capaz de executar

corpos d’água poluídos, falta de coleta de

múltiplas funções.

lixo e falta de acesso à água potável, causando deficiência na aprendizagem. Contudo, novas propostas se abrem para atender a sociedade com eficiência, como o Projeto SiiS da Sabesp; a informatização intensificada da gestão de combate às perdas e eficiência no esgotamento sanitário, como o case da Aegea; uma nova lei das estatais que impacta nas Companhias de Saneamento de todo o País e a força tecnológica das startups.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

27


ENTREVISTA ENTREVISTA

Manuelito Magalhães aborda os

impactos do Projeto SiiSSistema Integrado de Informações Sabesp

E Manuelito P. Magalhães Júnior É diretor de Gestão Corporativa da Sabesp desde 2011. Formou-se em Ciências Econômicas pelo Instituto de Economia da Unicamp; de 2007 a 2009, foi secretário de Planejamento do município de São Paulo; também foi presidente da Emplasa (Empresa de Planejamento Metropolitano do Estado de São Paulo), em 2010; entre 2007 e 2011, foi membro do Conselho de Administração da Sabesp.

28

SANEAS

m 2017, com 44 anos de atuação e aten-

M.Magalhães: Primeiro, eu gostaria de esclarecer

dimento de 367 municípios, a Sabesp se

que o Projeto SiiS (Sistema Integrado de Informações

constitui numa referência nacional e é

Sabesp) foi criado para a implantação de um ERP

uma das maiores Companhias de Sane-

ou um sistema integrado de informações. No nosso

amento do Mundo. Para que seus processos e pro-

caso mais recente, desde abril deste ano, o SAP inte-

cedimentos atendesse as exigências da sociedade

gra as informações administrativas e financeiras da

contemporânea, com eficiência e rapidez, foi imple-

Sabesp.O projeto foi iniciado em 2013, e cerca de

mentado um sistema integrado de informações. Veja

500 profissionais, entre sabespianos e consultores,

os impactos que o mesmo dimensionou na Empresa,

trabalharam no projeto para tornar o SAP uma rea-

nessa entrevista concedida pelo seu Diretor de Gestão

lidade na empresa.

Corporativa, Manuelito Magalhães Jr.

Naquela ocasião, foi realizado um amplo estudo para o diagnóstico da situação dos sistemas corporativos

Saneas: Quando e de que forma a Sabesp detec-

da Sabesp. Entre as constatações, posso citar que ha-

tou a necessidade de se implantar um Sistema

via uma grande defasagem tecnológica e um ambien-

Integrado de Informações? E a partir de quando

te de risco operacional, pois havia escassez de mão-

começou a ser implantado?

-de-obra capacitada nas tecnologias obsoletas; havia

Outubro a Dezembro de 2017


dificuldade de integração e de adaptação

Saneas: Que impacto a implantação

dos sistemas daquela época, que eram

do Siis causou na maneira de se con-

baseados em tecnologia mainframe, às

ceber e executar as demandas dentro

novas tecnologias, particularmente web

da Companhia?

e de dispositivos móveis, como celula-

M.Magalhães: Quando se implementa

res, tablets; o custo de propriedade e de

uma solução como o SAP, que integra os

suporte/manutenção de equipamentos

principais processos empresariais, as de-

e sistemas corporativos era crescente;

mandas devem ser avaliadas com mais

e também havia riscos para a gestão da

rigor, uma vez que qualquer alteração

Segurança da Informação. A partir desse

pode impactar mais de um processo. Essa

estudo, concluímos que os modelos dos

avaliação tem um envolvimento maior das

sistemas corporativos não eram adequa-

áreas funcionais que detêm esse conhe-

dos para sustentar o porte, os objetivos

cimento. Outro ponto importante é que

empresariais e o crescimento da Sabesp e,

a implantação trouxe um mapeamento

então, decidimos que era a hora de ter-

mais detalhado dos processos de negócio,

mos um ERP.

difundindo o conhecimento sobre eles, trazendo mais segurança para a avaliação

Saneas: Como as informações eram

e a execução das demandas. A equipe do

trabalhadas antes do SiiS?

projeto mapeou mais de 24 processos e

M.Magalhães: Antes da implantação do

100 subprocessos para construir o mapa

SAP, cada unidade e seus respectivos de-

integrado de processos administrativos,

partamentos utilizavam sistemas próprios,

financeiros e comerciais, um instrumento

desenvolvidos internamente para atender

que norteia os processos e mostra todas

as suas necessidades. Um levantamento

as suas etapas até que sejam concluídas.

identificou riscos e deficiências dos am-

Para validá-lo, a equipe realizou direto no

bientes dos sistemas corporativos da Sa-

sistema cerca de cinco mil testes.

besp, se fossem mantidos. Os processos

Resumindo, o SAP trouxe padronização

não eram totalmente integrados e havia

de processos, agilidade para a tomada

dificuldade para administrá-los, portanto,

de decisões, segurança para o armazena-

os erros de operação eram constantes;

mento e gerenciamento de informações,

as alterações dos processos de negócios

mais integração e comunicabilidade en-

eram ineficientes e complexas. Se os sis-

tre as áreas da empresa. Entretanto, os

temas antigos continuassem, teríamos

ganhos não terminam com sua implan-

mais ocorrências de falhas nos processos

tação. Uma solução tecnológica mais

e dificuldades de integração com outros

atualizada facilita a conexão com outros

sistemas; sofreríamos com os custos ele-

produtos de mercado e auxiliará a im-

vados para a aquisição e manutenção de

plantação de novos modelos de gestão

hardwares e softwares e estaríamos sus-

na Sabesp, como o MEG (Modelo de Ex-

cetíveis a perdas financeiras por causa

celência de Gestão). Já para o emprega-

das falhas de operação. Esses são alguns

do, significa ganhar autonomia – no caso

exemplos das “ameaças que nos assom-

do módulo de Recursos Humanos, am-

bravam”, caso a plataforma tecnológica

pliação de conhecimento e atualização,

da Sabesp não fosse atualizada. O SAP

pois ele passa a operar um dos sistemas

substituiu mais de 30 sistemas que eram

mais utilizados no mercado.

A implantação do sistema provocou ansiedade em todos nós. Tivemos resistências no começo, o que é normal em todo processo de mudança de grande porte”

usados na empresa desde a década de 70.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

29


ENTREVISTA

que é normal em todo processo de mu-

cessos de negócio e a sua execução são os

dança de grande porte, mas, à medida

principais benefícios desta implantação.

que os empregados utilizam a nova ferra-

500 PROFISSIONAIS DA SABESP E CONSULTORES EXTERNOS

menta, entendem melhor como funciona

Saneas: De que forma a experiência,

e já compreendem os ganhos que vieram

capacitação e conhecimento dos téc-

como consequência de sua implantação.

nicos da Sabesp são absorvidos nos

O processo de treinamento desses usu-

resultados desejados pelo Siis? É pos-

ários, que eram cerca de 10 mil, durou

sível se ter uma noção de destaque

dois meses e meio. Houve um período

individual e de meritocracia dos ope-

de adaptação aos novos processos, após

radores da Empresa?

sua implantação, que ocorreu de forma

M.Magalhães: A implantação do SAP só

muito rápida, o que pôde ser constatado

foi realizada graças ao trabalho de um gru-

pelo tempo de estabilização do sistema,

po de quase 500 profissionais da Sabesp e

que ocorreu em, aproximadamente, dois

de consultores externos. Portanto, não é

meses após o golive. Aqui na Sabesp, a

possível falar em destaques individuais.

diretoria acompanhou cada passo da im-

IMPLANTAÇÃO DO

SAP

plantação e do pós- golive e em todo mo-

Saneas: Em que etapa o Sistema se

mento esteve ciente das mudanças que o

encontra atualmente?Ele já entrou na

SAP traria, das dificuldades e dos resul-

estrutura “Golive”, tornando-se dis-

tados positivos – sempre tivemos certeza

ponível ao público? Já existe algum

disso – e por isso apoiou o projeto, prin-

acesso como consulta de dúvidas e

cipalmente, o presidente Jerson Kelman.

atualização de dados? M.Magalhães: O sistema teve seu go-

PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS, AGILIDADE PARA A TOMADA DE DECISÕES, SEGURANÇA PARA O ARMAZENAMENTO E GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, MAIS INTEGRAÇÃO E COMUNICABILIDADE ENTRE AS ÁREAS DA EMPRESA.

Saneas: Pode-se afirmar que atual-

live em 10 de abril deste ano. Ele está

mente a simplificação, otimização e

bastante estável e em plena utilização, e

informatização dos processos trazem

os processos administrativos e financei-

soluções plenamente confiáveis?

ros, que foram o objeto desta fase, estão

M.Magalhães: Sim, os processos ficaram

disponíveis. Para consultas, os usuários

mais transparentes e mais rastreáveis, tor-

e todos os empregados da Sabesp têm

nando sua execução muito mais segura.

acesso a um vasto material concentrado

O produto implantado, um SAP versão

no portal corporativo. Para os casos mais

6.0, é amplamente conhecido no mer-

complexos, eles podem contar com a

cado, principalmente pelas grandes em-

ajuda dos especialistas que contribuíram

presas de auditoria, que veem com bons

com o desenvolvimento e implantação

olhos a sua implementação.

do sistema.

Saneas: Pelo fato da Sabesp operar

Saneas: Quais são os próximos passos

Saneas: Considerando um corpo fun-

em 367 municípios e considerando

para o desenvolvimento do SiiS?

cional com muitos anos de casa, por-

suas singularidades regionais, é ple-

M.Magalhães: O próximo passo é a im-

tanto de vida, houve resistência dos

namente possível integrar seus dados

plantação da fase de processos comerciais

funcionários da Sabesp em relação a

operacionais, técnicos, administrati-

e de operação. Trata-se de uma etapa im-

essa mudança?

vos, financeiros e comerciais e, assim,

portante, porém, a mais delicada, uma

M.Magalhães: Obviamente, a implanta-

determinar um padrão de conduta no

vez que envolve os clientes da Sabesp, ou

ção do SAP provocou ansiedade em todos

gerenciamento dos mesmos?

seja, uma base de mais de 28 milhões de

nós. Tivemos resistências no começo, o

M.Magalhães: A padronização dos pro-

consumidores.

30

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


CASE DE SUCESSO

Colaboração Laís Zuttion

Duas frentes apresentadas pela Aegea: Combate às perdas e Eficiência no esgotamento sanitário

O

combate às perdas de água nas redes

Brasil, de acordo com o Sistema Nacional de Infor-

de distribuição é um dos principais

mações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das

desafios do setor de saneamento e a

Cidades, o índice de perdas na distribuição de água

Aegea vem investindo fortemente em

é de 36,7%. Os números variam, chegando a atingir

inovações tecnológicas para realizar mudanças signi-

70% em alguns Estados do País. Com o intuito de

ficativas nesse quesito, nos municípios onde atua. No

reduzir os indicadores deste problema em suas con-

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

31


CASE DE SUCESSO

cessionárias e levar mais eficiência às suas operações, a companhia criou a central de Gestão e Controle de Perdas (GCP), que fica localizada no Estado de São Paulo, em Santa Bárbara d’Oeste. A iniciativa viabiliza o estreito acompanhamento de toda a rede de distribuição, concentrado em um único ponto de monitoramento, permitindo que a holding centralize a supervisão do fornecimento de água de todas as suas 48 concessionárias e analise, de forma crítica, os dados e informações coletados das redes de distribuição dos municípios onde opera. Assim, o novo centro de perdas pode corrigir possíveis falhas em tempo real. A energia

Reconhecimento internacional: Aegea é vencedora do “Be Inspired Award 2017”

é outro fator relevante supervisionado pela nova área da Aegea, que conta com o núcleo de Gestão de Eficiência Energética(GEE),

sistema ecológico da Lagoa de Araruama, com impacto direto na

e tem foco no gerenciamento do consumo de eletricidade nos

economia da região. Nas concessionárias de Serra e Vila Velha,

sistemas de distribuição. A central permite a otimização do gasto

no Espírito Santo, de Piracicaba, em São Paulo, e de Teresina, no

de energia elétrica e a padronização de processos.

Piauí, a companhia também tem apostado no desenvolvimento

Antes de criar a GCP, a Aegea já desenvolvia um Programa de Redução de Perdas, que obteve resultados relevantes. Em Campo

de planos diretores de água e esgoto utilizando a tecnologia BIM, com vistas a garantir a eficiência das operações.

Grande, capital do Mato Grosso do Sul, a concessionária Águas

Nos municípios onde atua, a Aegea vem investindo fortemen-

Guariroba (foto) saiu de um patamar de 52% de desperdício de

te em novas tecnologias para realizar mudanças significativas no

água,em 2006, para 19%, em 2015. Atualmente, a companhia

setor. A inovação, capacidade técnica e compromisso da Aegea

também está desenvolvendo outras iniciativas voltadas para a

com padrões rígidos de compliance favorecem o desenvolvimento

resolução do problema, como o Projeto Geia, que será testado

de soluções de saneamento sob medida, que contribuem para a

primeiramente em Sinop (MT) e visa reduzir, significativamente, as

melhoraria de indicadores sociais.

perdas, por meio do gerenciamento adequado da pressão da água que circula pelas redes, diminuindo vazamentos e necessidade de reparos. O sistema propõe um controle de pressão integrado e automático por meio de três recursos: georreferenciamento, modelagem hidráulica e sensoriamento.

Eficiência no esgotamento sanitário Em outubro deste ano, a Aegea foi, mais uma vez, a vencedora do prêmio “Be Inspired” na categoria “Avanços BIM - BuildingInformationModeling (modelagem da informação da construção) - em redes de água, esgoto e drenagem”. Dessa vez, o projeto premiado foi o Prolagos Sewage Master Plan 2041 (Plano Diretor de Esgoto da Prolagos, 2041), executado pela concessionária situada na região dos lagos, no Estado do Rio de Janeiro. O projeto oferece o planejamento da companhia para a expansão da rede coletora até o ano de 2041. A modelagem usada para projetar a expansão da rede permitirá garantir a eficiência da operação do sistema de esgotos, a efetividade dos investimentos e, sobretudo, contribuirá para a melhoria da qualidade de vida da população local, pela diminuição do número de hospitalizações por doenças diarreicas e recuperação do

32

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

Centralizar o sistema e padronizar as análises faz com que as concessionárias trabalhem interligadas, servindo como um setor de inteligência para toda a companhia”,explica Hamilton Amadeo, CEO da Aegea Saneamento.


PONTO DE VISTA

Por Maryberg Braga Neto

Maryberg Braga Neto é Engenheira Civil pela Escola de Engenharia Mauá, com especializações em Direito Administrativo - SBDP e MBA em Gestão de Negócios para Executivos - FGV-SP. Pregoeira Oficial. Integrante do grupo de serviços terceirizados do Governo do Estado de São Paulo. Consultora em Licitações para governo e iniciativa privada, especializada em soluções para licitações, contratações e gestão, elaboração de modelagens avançadas na área de licitações e financiamento internacionais como BIRD, BID, JICA (JBIC). É docente do Instituto Licitar e foi Gerente de Licitações da Sabesp por mais de 30 anos. Contatos: marybergb@gmail.

As licitações e seus contratos no estatuto das estatais uma visão aérea Em compasso com as inovações tecnológicas, a leis também avançaram para buscar uma identidade, principalmente nos setores de infraestrutura, impactando diretamente o saneamento ambiental. No ponto de vista abaixo descrito, de autoria da professora Maryberg Braga Neto, traz uma projeção bem clara da nova Lei de Responsabilidade das Estatais.

É

fato que as Estatais - empresas públi-

presa pública, da sociedade de economia mista e de

cas, sociedades de economia mista e

suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do

subsidiárias - detém participação rele-

DF e dos Municípios, chamada de LRE - Lei de Respon-

vante na vida e na economia nacional.

sabilidade das Estatais.

São milhares e, em seu conjunto, possuem alta di-

A LRE foi editada via competência legislativa pri-

versidade em porte, em técnica, negocial e jurídica.

vativa da União nos termos do art. 22, inc. XXVII.

Desde 1998 com a Emenda Constitucional nº 19 es-

Disciplina de forma igual as condutas de todas as

peramos por uma lei voltada a atender a realidade das

Estatais brasileiras e suas subsidiárias. Não desiguala

Estatais. A Constituição Federal/88 em seu Art. 22, inc.

quando desenvolvem atividade em concorrência ou

XXVII estabeleceu dois regimes diversos para licitações

em monopólio. Estão todas abrangidas pela mesma

e contratações, um para a administração direta, autar-

LRE. Estabelece tratamento homogêneo para Estatais

quias e fundações e outro para as Estatais.

não homogêneas.

A operação lava jato, que mostrou desvios de condu-

Como é sabido as entidades que tem como inte-

ta, crimes e fraudes de servidores, políticos e empreitei-

resse a área de saneamento básico no país (exceto

ros, no âmbito das contratações públicas da Petrobrás,

as autarquias) são sociedades de economia mista e,

exigiu novas normas sobre licitação e contratos. E veio

portanto, são Estatais e estão sujeitas a LRE que vem

a Lei nº 13.303/2016 aguardada pela EC19/98.

disciplinar um tratamento próprio às licitações e aos

Enfim em 30 de junho de 2016 foi aprovada a Lei nº 13.303, que dispõe sobre o estatuto jurídico da em-

contratos das Estatais que não mais será pela Lei nº 8.666/93 ou outras.

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

33


PONTO DE VISTA

É um assunto de ordem prática, portanto necessário seu enfrentamento. Apesar de estabelecer regras para o aperfeiçoamento da governança e do controle das Estatais, sua atenção está voltada fortemente às disposições sobre o regime diferenciado de licitação e contratação, ampliando a capacidade de resposta de tais Estatais aos desafios do cenário social (de sua vocação), econômico e negocial. A quantidade de artigos que tratam sobre licitação e contrato confirma a relevância dada ao assunto pela LRE. O núcleo da lei sobre o assunto licitações e contratos abarcaos artigos 28 a 91; sem desprezar os demais artigos (são 97 no total) que de forma direta ou indireta também se aplicam às licitações e contratações. Submetidas a um regime jurídico híbrido, moldado pelo direito privado e pelo direito público, as Estatais são desafiadas a enfrentar controles públicos e ao mesmo tempo implementar processos mais ousa-

A nova lei corresponde a um dos maiores avanços da legislação na contratação de obras pela administração pública pois trouxe a lógica de operação prevista para o pregão para as obras e serviços de engenharia não comuns”

romper com o velho modelo naquilo que não agregou valor positivo. Cada Estatal precisa elaborar o seu próprio Regulamento, adequado às suas especificidades, estrutura e área de atuação, relacionados à implementação da nova lei, cuidando de aspectos jurídicos, gerenciais e econômicos diretamente relevantes para as Estatais, instrumentos indispensáveis ao cumprimento de seus fins. A cada processo precisaremos ousar. Tarefa árdua elaborar um Regulamento que resulte em uma adequada aplicação e que traga benefícios a Estatal sem se afastar de sua veia pública e que atenda sua veia privada. Harmonia e equilíbrio são importantes aspectos a serem perseguidos. Difícil traçar um Regulamento que resulte em absoluto respeito aos direitos do parceiro privado Contratado. Este também é o desafio. Não entendo ser indicada a terceirização de tal bíblia. Santo de casa faz milagres para esse caso. Regulamento “enco-

dos de trabalho, ágeis e eficientes.

mendado”, como constatado em alguns

A LRE torna clara e separa de forma didática os dois conceitos a serem cumpridos

nio, bem como à implementação de ônus

casos sob esta nova LRE, não consegue

pela Estatal, divide as contratações em dois

real sobre tais bens.

ser aplicado adequadamente em sua in-

grupos que receberão tratamento diverso,

Esse segundo grupo explica de uma

teireza pelo simples desconhecimento de

e cada Estatal deve traduzir tais necessida-

vez por todas a desnecessidade de pro-

seus aplicadores de certos motivos que le-

des na medida de sua realidade:

cedimento licitatório para as contratações

varam seu elaborador a decidir sobre essa

■■ 1º contratações de bens, obras e serviços

que visem a comercialização, prestação ou

ou aquela previsão. Nem sempre conven-

cujo escopo busca solucionar necessida-

execução, de forma direta, pelas Estatais

ce. Nem sempre se ajusta a cultura de

des materiais e/ou jurídicas para assegu-

de produtos, serviços ou obras especifica-

uma Estatal.

rar a existência e o desenvolvimento das

mente relacionados com seus respectivos

Mas a elaboração de tal Regulamento

atividades empresarias;

objetos sociais; ou ainda para a escolha

representa para a Estatal oportunidades

de parceiro comercial, associada às carac-

e desafios. O papel da Diretoria na ela-

vidade para a qual foram criadas.

terísticas do parceiro e às oportunidades

boração do Regulamento é decisivo na

■■ 2º contratações que são inerentes à atiPara o primeiro grupo impõem-se um

de negócios vislumbradas (art. 28 §3º). A

medida em que se pode obter um Regu-

conjunto de normas, princípios e regras,

regra certamente trará maior segurança

lamento “morno” para somente cumprir

aplicados à contratação de prestação de

jurídica a essas contratações que devem

a obrigação de tê-lo ou podemos ousar

serviços, inclusive de engenharia e de pu-

acontecer em um ambiente do negócio,

na medida permitida.

blicidade, à aquisição e à locação de bens,

da vocação da Estatal.

É uma oportunidade na busca da segu-

à alienação de bens e ativos integrantes do

A LRE precisa ser regulamentada para

rança jurídica. Há espaço para contribui-

respectivo patrimônio ou à execução de

que se reconheça a realidade de cada uma

ções e ajustes; é oportunidade de adap-

obras a serem integradas a esse patrimô-

das Estatais. É uma oportunidade para se

tação da lei a realidade de uma Estatal, é

34

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


oportunidade de solucionar gaps da pró-

controvérsias mais ágil, falar sobre convê-

Há um incremento na discricionarieda-

pria LRE como por exemplo as regras sobre

nios. Enfim, o Regulamento deve estar livre

de e como contraponto um maior dever

a aprovação do edital e minuta de contrato

do velho modelo.

motivador. Você constrói a sua modela-

pela assessoria jurídica.

A estatal, de forma urgente, precisará do-

gem, a mais adequada para atingir seus

Dentre muitas matérias o Regulamento

minar a LRE para organizar a casa e tornar

objetivos, mas por isso mesmo, precisa-

deve cuidar de pontos de interesse e que

possível a elaboração de um Regulamento

mos de maior transparência como prote-

permitam escolhas – tratar as melhores

interno adequado e sua aprovação; desen-

ção aos envolvidos.

modelagens vis a vis os objetos de certa

volvimento/adaptação de suas soluções de

A nova lei corresponde a um dos maio-

frequência; customizar as licitações que

TI; desenvolvimento de padrões de editais

res avanços da legislação na contratação

permitam remuneração variável vinculada

e minutas de contrato; quebrando pa-

de obras pela administração pública pois

ao desempenho do Contratado, com base

radigmas; adaptando-se a novel cultura.

trouxe a lógica de operação prevista para

em metas, padrões de qualidadee outros;

(mudança de cultura é duro); realizando

o pregão para as obras e serviços de enge-

tratar na medida que garante eficiência à

treinamento interno para todos os envol-

nharia não comuns. Outro avanço: prestí-

Estatal de contratos que possibilitem maior

vidos no processo de contratação. Reali-

gio a fase preparatória, pasmem, se preo-

retorno econômico praticando contratos

zando treinamento simplificado para prin-

cupa com o planejamento.

de eficiência sendo o Contratado remune-

cipais segmentos (fornecedores).

Tem por objetivos centrais (Art. 32) (i)

rado pela mensuração da economia gera-

E o fornecedor/ prestador/ consultor/

selecionar a proposta mais vantajosa, inclu-

da que é a base de cálculo da remunera-

projetista/ empreiteiro também precisam

sive no que se refere ao ciclo de vida do ob-

ção; entender os benefícios e os entraves

urgentemente dominar a LRE para se po-

jeto, e a (ii) evitar operações em que se ca-

da adoção do orçamento sigiloso (regra)

sicionar nesse mercado.

racterize sobrepreço ou superfaturamento.

definindo em que momento poderá ser

O fornecedor/ prestador/ consultor/

A seleção da proposta mais vantajosa

informado esse valor; e em quais licitações

projetista/ empreiteiro trabalham bastan-

tomando em conta o ciclo de vida (maior

deixo de adotar o sigilo para adotar orça-

te junto a Estatal na fase preparatória e

qualidade e menor manutenção) e efici-

mento divulgado via edital; como melhorar

também via proposta. Precisam continuar

ência são um desafio para as Estatais. O

o orçamento dos regimes de contratação

a identificar e aproveitar oportunidades de

maior desafio: desenvolver parâmetros

integrada e semi-integrada por meio de

negócio; saber usar a lei em seu favor. Co-

efetivos para aferir custos indiretos como:

orçamento sintético ou metodologia expe-

nhecer Regulamento de cada Estatal com

menor desembolso ao longo do ciclo de

dita ou paramétrica vis a vis o Banco de

quem desejar trabalhar. E são muitos e

vida: deve ser considerado além do custo

Preços correspondente que se traduz pela

cada um com suas especificidades. E tal ce-

econômico imediato, os custos econô-

disponibilização de um orçamento deta-

nário dificulta a participação desse parcei-

mico e ambiental ao longo de toda sua

lhado ou analítico; pensar no cadastro de

ro. Sistemas de TI e Regulamentos distintos

vida útil até a disposição final. Isto é: a

fornecedores porque a habilitação na LRE

para cada caso. O fornecedor/prestador/

mais vantajosa é a proposta de menor

está mais simples; lembrar das licitações in-

consultor/projetista/empreiteiro

precisa

preço considerando o preço econômico

ternacionais e órgãos de fomento; prever o

estar sintonizado e capacitado para tanto.

considerando menores custos econômico

instituto do credenciamento; tratar desse

Em síntese, a LRE é uma jovem lei que

e ambiental ao longo do ciclo de vida de

assunto basilar que é a matriz de risco; a

representa as melhores práticas em lici-

seu objeto, custos de manutenção; custos

LRE não trata de fiscalização contratual e

tações no país. Teve por base a Lei do

de desfazimento dos bens e resíduos; eco-

das pessoas do gestor e do fiscal, recebi-

RDC12462/2011. A novel Lei tem o intuito

nomia com energia elétrica. Os princípios

mento provisório e definitivo dos objetos,

de simplificar o processo licitatório e ga-

da eficiência e economicidade estão lar-

pagamentos e casos de rescisão; possibili-

rantir celeridade das contratações das Es-

gamente prestigiados.

dade de aumento dos valores de Dispensa

tatais. Para as Estatais é uma lei mais leve,

Assim a Estatal tem o dever de incor-

de Licitação por valor, admitindo-se valo-

mais célere. Para o aplicador da lei, é mais

porar à sua rotina as melhores práticas de

res diferenciados para cada sociedade (art.

complexa que antes porque possui muitos

sustentabilidade, e à sua política de licita-

29 § 3º); prever arbitragem que se traduz

mecanismos para modelar as contratações

ções e de contratações. O privado pode

por um sistema extrajudicial de solução de

que mais atendam o interesse público.

ajudar. O cálculo dos custos do ciclo de

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

35


PONTO DE VISTA

vida abrange custos relevantes que ocor-

tratação, dos editais e das minutas de

riedade com responsabilidade, possibilida-

rem ao longo do ciclo de vida de um pro-

contratos, de acordo com normas in-

de do procedimento de manifestação de

ternas específicas;

interesse privado MIP; estabelece recurso

duto, serviço ou obra. Diretiva

■■ D II - busca da maior vantagem compe-

único (no final); reduz prazos entre a publi-

2014/24 da União Européia, artigo 68

titiva para a Estatal considerando custos

cidade e a sessão pública; prevê o regime

(Life Cycle Costing adotado União Euro-

e benefícios, diretos e indiretos, de na-

de execução para obras e serviços de en-

péia) podem estar divididos:

tureza econômica, social ou ambiental,

genharia da contratação integrada permi-

■■ Custos suportados pelo contratante:i)

inclusive os relativos à manutenção, ao

tindo a licitação somente com anteprojeto

custos relacionados com a aquisição,

desfazimento de bens e resíduos, ao ín-

de engenharia no lugar do projeto básico e

ii) custos de utilização, tais como con-

dice de depreciação econômica e a ou-

de consequência, orçamentos (da Estatal)

tros fatores de igual relevância;

simplificados porque não há uma solução

Esses

custos

segundo

a

sumo de energia e de outros recursos, iii) custos de manutenção, iv) custos

■■ D III - parcelamento do objeto, visando a

pré definida; contratação semi-integrada,

de destinação dos resíduos ao final da

ampliar a participação de Licitantes, sem

igual a integrada contudo a Estatal oferece

vida;

perda de economia de escala, e desde

o Projeto Básico que pode ser melhorado/

que não atinja valores inferiores aos limi-

alterado/modernizado pelo Licitante; per-

bientais ligadas ao produto, serviço ou

tes estabelecidos no art. 29, incisos I e II;

mite a previsão de remuneração variável;

obra durante o seu ciclo de vida, desde

■■ D IV – adoção do rito da modalidade pre-

permite expressamente negociação entre

que seja possível determinar e confir-

gão, utilizando-se as demais condições

Licitante e Estatal, em preço e vantagens

mar o seu valor monetário; estes custos

conforme a LRE. Prazos, publicidade, ha-

e até ajustes na minuta de contrato; esta-

podem incluir o custo das emissões de

bilitação, sigilo de orçamento e outros.

belece normas sobre sustentabilidade; faz

gases com efeito de estufa e de outras

■■ D V - observação da política de integrida-

obrigatória a matriz de risco (obras e servi-

emissões poluentes, assim como outros

de nas transações com partes interessa-

ços de engenharia); abre para saneamen-

custos de atenuação das alterações cli-

das. (Código de Conduta e Integridade)

to de falhas; se preocupa em muito para

máticas.

Citamos, dentre muitas inovações, as

atender obras e serviços de engenharia,

Essas regras devem compor o edital e a

disposições da LRE que pretendem conferir

apesar de tratar sobre compras e serviços;

minuta de contrato e devem se basear em

maior celeridade e eficiência nos proces-

permite definir marcas, solicitar amostras e

critérios objetivamente verificáveis e não

sos licitatórios: o sigilo do orçamento das

certificação de qualidade para bens; per-

discriminatórios.

licitações (art. 34); a inversão de fases em

mite contratações simultâneas; prestigia

■■ Custos imputados a externalidades am-

A LRE enfrenta o impacto ao erário

relação ao procedimento previsto pela Lei

adoção de práticas de sustentabilidade

combatendo as práticas de sobre preço

n.º 8.666/93, com a habilitação e recurso

ambiental e de responsabilidade social

e de superfaturamento, mas não evolui

apenas ao final do certame (art. 51)(racio-

corporativa compatíveis com o mercado

trazendo soluções concretas, permanece

nal do pregão para obras); os procedimen-

em que atuam.

na mesmice. A LRE inclui a necessidade

tos de pré-qualificação permanente, ca-

Destacamos que a contratação semi-in-

de existência de dano ao patrimônio das

dastramento, registro de preços e catálogo

tegrada é a regra para licitar obras e ser-

Estatais como elemento conceitual do su-

eletrônico de padronização, auxiliares à li-

viços de engenharia. Neste caso o projeto

perfaturamento.

citação (art. 63); a possibilidade de escolha

básico poderá ser alterado por sugestão da

Outro aspecto fundamental é o estabe-

entre modos de disputa (modos de disputa

Licitante em sua proposta, desde que de-

lecimento pela LRE (Art. 32.) de 5 diretri-

aberto, fechado e combinado); (art. 52); a

monstrada a superioridade das inovações

zes. Permito-me relembrar que diretriz é

preferência pelo uso da forma eletrônica

em termos de redução de custos, de au-

um conjunto de normas que orienta (nor-

(art. 51, §2º).

mento da qualidade, de redução do prazo de execução e de facilidade de manuten-

te, inspiração) a conduta do profissional

E ainda, como já dissemos, o prestígio

da Estatal quando da modelagem da li-

a fase preparatória voltada para o alcance

citação/contratação. São normas maiores

do melhor resultado por meio de soluções

Neste caso, a LRE permite alterar a me-

que as simples regras. São elas:

eficazes a serem adotadas pela Estatal ou

todologia executiva do “como fazer”.

■■ D I - padronização do objeto da con-

seu Contratado, permite maior discriciona-

Permite mudar o projeto básico “o que fa-

36

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

ção ou operação.


zer”, desde que justificada e demonstrada

LRE listou inúmeras hipóteses de impedi-

empresa que tenha sócio ou administrador

a superioridade das inovações. Há limites

mento de participação de licitações, que

que faça parte do quadro societário de

estabelecidos pela Estatal para frações do

ampliam as restrições já praticadas até en-

uma outra empresa impedida de participar

empreendimento em que haverá liberdade

tão, de contratação de empresas suspen-

de licitação. O impedimento alcança outra

de inovação em soluções metodológicas

sas ou declaradas inidôneas.

pessoa jurídica que não a penalizada.

ou tecnológicas, ou seja, em termos de

O art. 38 da LREfixou as penas de sus-

A LRE também restringe, na participa-

modificação das soluções previamente de-

pensão e declaração de inidoneidade que

ção das licitações/contratações situações

lineadas no projeto básico da licitação.

passam a também afetar outras socieda-

de proximidade, parentesco e relação so-

A modelagem eleita toma em conta o

des com participação acionária da empresa

cietária entre funcionários da empresa Es-

caso concreto, a eficiência e os resultados

punida ou cuja administração se dê por

tatal e a empresa a ser contratada. (art.

pretendidos, grau de tecnicidade e as di-

ex administrador da empresa suspensa ou

38, I e parágrafo único).

retrizes estabelecidas pelo Art. 32 da LRE.

declarada inidônea. Muito elástico o im-

Alguns controles vigentes à estrutura

pedimento de participação da licitação de

pública são incompatíveis com a atuação

Melhor impossível. A LRE trouxe a pos-

das Estatais em posição de superioridade

sibilidade da pré-qualificação permanente que é procedimento anterior à licitação destinado a identificar fornecedores que reúnam condições de habilitação exigidas e bens que atendam às exigências técnicas. Como vantagem listamos a otimização dos procedimentos licitatórios. A análise dos requisitos ocorre sem a pressão da licitação, eliminando decisões contraditórias. Como desvantagem óbvia o sistema pode favorecer os “acordos” entre empreiteiras/fornecedores já que o universo de concorrentes fica conhecido e reduzido às pré-qualificadas. As Estatais poderão restringir a participação em suas licitações a fornecedores ou produtos pré-qualificados, nas condições estabelecidas em Regulamento (o de pré-qualificação). Fantástico para a agilidade e segurança de bons resultados. Vislumbro três possibilidades: (i) participação restrita a fornecedores pré-qualificados: (foco: exame da habilitação técnica de um sujeito) esfera discricionária da Estatal. Pré-qualificação parcial ou habilitação; (jurídica, qualificação econômico-financeira e qualificação técnica; (ii) participação restrita a produtos pré-qualificados: (foco: exame de todos os atributos técnicos de um bem). Prova de suficiência da qualidade do bem; (iii) Ambos (sujeito e bem). Confirmando o cenário onde nasceu, a

A LRE enfrenta o impacto ao erário combatendo as práticas de sobre preço e de superfaturamento, mas não evolui trazendo soluções concretas, permanece na mesmice, e inclui a necessidade de existência de dano ao patrimônio das Estatais como elemento conceitual do superfaturamento”

ou mediante a aplicação de poderes jurídicos não assegurados aos privados de sua relação. Ambos Estatal e Privado precisam entender e saber se portar diante dos contratos, que estão em equilíbrio. são regidos pela lei, por suas cláusulas e pelos preceitos de direito privado. Os contratos doravante serão contratos de direito privado. A partir de agora os contratos cuja parte seja uma Estatal não se subordinam ao regime de direito público. Aplicam-se as regras de direito privado com as modificações trazidas pela LRE. O que significa? Reduz o poder da Estatal na gestão do contrato. Não há superpoderes. A LRE traz pontos de inovação. Não autoriza: (i) rescisão unilateral. (o que resta: amigável e judicial); (ii) alterações contratuais de forma unilateral; (iii) aplicação de penalidades cujos efeitos ultrapassem e criem restrições de direitos perante terceiros; O art. 81 prevê que os contratos possuirão cláusula que estabeleça a possibilidade de alteração, por acordo entre as partes, tanto nos casos de eventuais alterações de natureza qualitativa, quando se pretende a modificação do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica a seus objetivos, quanto nas situações em que a alteração tiver natureza quantitati-

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

37


PONTO DE VISTA

va, quando necessária a modificação do

pensão temporária de participação em li-

aplicar a LRE somente em algumas partes.

valor contratual em decorrência de acrés-

citação e impedimento de contratar com

Não há coexistência das leis anterior e a

cimo ou diminuição da quantidade do ob-

a entidade sancionadora (a Estatal que

nova. Mas podemos aplicar o Titulo I: par-

jeto Contratado.

aplicou a sanção), por prazo não supe-

te societária, de governança e compliance

rior a 2 (dois) anos. Tomemos tento que

apartado do Título II: licitações e contratos.

tal sanção não contamina e não alcança

Em conclusão, se a LRE for bem enten-

as licitações e contratações de outros ór-

dida, bem acolhida e bem aplicada pela

gãos ou entidades.

Estatal produzirá licitações mais céleres e

Não há possibilidade de alterações unilaterais determinadas pela Estatal. Lembrando que somente os regimes de execução de empreitada por preço unitário, de empreitada por preço global, de contratação por tarefa e de empreitada

Não há previsão para que as Estatais apliquem a declaração de inidoneidade.

integral, admitem alterações contratuais,

Por derradeiro e ainda nada foi dito.

contudo quando adotado o regime de

Quais os prazos para que nossa LRE te-

execução de contratação integrada e ain-

nha eficácia. Vale uma explicação. A LRE

da no regime de execução semi-integrada

foi publicada em 01 de julho de 2016. Isto

(para modificações no projeto básico) em

é vigência relacionada à sua publicidade.

função da matriz de risco não há o que se

Portanto a LRE encontra-se em vigor desde

falar em alterações contratuais. O risco é

01 julho de 2016.

absorvido pelo Contratado.

A eficácia da lei está relacionada à pos-

O § 8º de seu art. 81 da LRE veda a

sibilidade de a lei, uma vez válida e devida-

celebração de aditivos decorrentes de

mente publicada, vir a surtir efeitos junto

eventos supervenientes alocados na ma-

aos seus destinatários. Produção de efei-

triz de riscos.

tos. E quando isto ocorrerá?

A duração dos contratos não excederá

O Art. 91 estabelece que a Estatal cons-

a 5 anos, contados a partir de sua cele-

tituída anteriormente à vigência da LRE-

bração. Evolução patente para liberdade

dispõe de 24 meses, para promover as

de fixação de prazos mais longos em ob-

adaptações necessárias à adequação ao

jetos que o requeiram.

disposto na LRE.

É de se notar as exceções que autori-

E mais. O § 3o do mesmo artigo reza que

zam prazo além dos 5 anos: (i) para pro-

permanecem regidos pela legislação ante-

jetos contemplados no plano de negócios

rior procedimentos licitatórios e contratos

e investimentos da empresa pública ou

iniciados ou celebrados até o final do pra-

da sociedade de economia mista; e (ii)

zo de 24 meses - direito intertemporal que

nos casos em que a pactuação por pra-

assegura uma regra de transição.

zo superior a 5 (cinco) anos seja prática

Assim, a Estatal deverá editar Regula-

rotineira de mercado e a imposição desse

mento interno de licitações e contratos

prazo inviabilize ou onere excessivamente

no máximo e impreterivelmente até o dia

a realização do negócio. Exemplo são os

30 de junho de 2018, quando seu Regula-

contratos que exijam prazo longo para

mento deverá estar aprovado e publicado.

amortização do investimento, situação

Está permitida a utilização da legisla-

cada vez mais presente nas contratações

ção anterior para os procedimentos licita-

no âmbito do saneamento básico para

tórios e contratos iniciados ou celebrados

objetos que envolvam eficiência.

até a edição do Regulamento interno ou

Entre as regras para aplicação de sanções (Art. 83) pela inexecução total ou parcial do contrato destacam-se a sus-

38

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

até o dia 30 de junho de 2018, o que ocorrer primeiro. Mais uma última regra. Não se pode

contratações mais eficientes, apoiando/ sustentando a atuação das Estatais, de fato e de direito.


VISÃO DE FUTURO

Por Pierre Ribeiro de Siqueira e Silvio Rocha da Silva

Startups e saneamento: Pierre Ribeiro de Siqueira trabalha na Sabesp como engenheiro mecânico desde 1992. Mestre em Administração com concentração em Internacionalização de Empresas; MBA para engenheiros; pós-graduado em administração industrial, gestão de projetos e hidromecânica. Especialista em controle ativo de vazamentos, plásticos e polímeros . É membro do Conselho Diretor da ABES.

Inovação para qualidade de vida

A

Silvio Rocha da Silva é Mestre em Engenharia da Computação pelo IPT/ USP. Pós-graduação em Administração Estratégica Empresarial. Pós-graduação em Ciência da Computação. Graduação em Tecnologia em Processamento. Professor universitário, Instrutor, Palestrante, Empreendedor e atualmente Gestor na área de Tecnologia da Informação da Sabesp – Unidade de Negócio Leste com uma jornada profissional de mais de 15 anos de aprendizado.

mudança é inevi-

gam à obsolescência cada vez

operando com modelos de ges-

tável. O choque

mais rápido. As boas práticas de

tão simplificados.

de

gestão e governança são impor-

São modelos de negócios to-

ocorrendo.

tantes, no entanto, não aceleram

talmente adaptados com inova-

As ‘startups’ não param de

ou transformam os modelos de

ções, como: Internet das Coisas

ampliar e evoluir. As empresas

negócios tradicionais na mesma

e Sensores, Impressão 3D, Inteli-

de Saneamento devem apostar

velocidade que empreendedores

gência Artificial, Nanotecnologia,

nesta inovação, que certamen-

de “garagem” estão fazendo por

Biotecnologia, Realidade Virtual

te contribuirá para que o Brasil

meio das ‘startups’.

e Aumentada, ‘Blockchain’ (‘Bi-

está

culturas

tenha mais saneamento, mais

As empresas nunca estiveram

tcoin’), Robótica Avançada, Car-

saúde e mais qualidade de vida.

tão ameaçadas por novas ten-

ros Autônomos, ‘Drones’ para

Crescer e se manter competiti-

dências e novos competidores

transporte de pessoas, Internet

vo nunca foi tão complexo como

que nascem a custos muito bai-

Global e Quântica, entre outras.

nos dias de hoje, tanto para as

xos, com escalabilidade de cres-

Ciclos de inovações cada vez

empresas como para qualquer

cimento, utilizando tecnologia

mais curtos e rápidos criam e

profissional. As tecnologias che-

exponencial

ao

disponibilizada

e

mesmo

tempo

Outubro a Dezembro de 2017

derrubam

SANEAS

39


VISÃO DE FUTURO

do mercado organizações consagradas.

empresas perceberam que inovações não

Exemplo famoso que vale relembrar foi da

surgem mais somente das ideias da sua

Blockbuster, que já foi a maior locadora

força de trabalho ou mesmo de algum tipo

de vídeos do mundo. Chegou a ter 70 mil

de trabalho isolado em laboratórios e cen-

funcionários e 9 mil lojas em todo o pla-

tros de pesquisas. A inovação nos dias atu-

neta em 2004. Em 1997, surgiu a Netflix

ais surge em qualquer lugar, por qualquer

que chegou a ser oferecida por 50 milhões

pessoa, em muitas condições, a qualquer

de dólares para a Blockbuster em 2000,

momento. Isso leva as empresas tradicio-

que recusou a compra por não ver valor

nais a compreenderem que se elas não ino-

no negócio. Anos depois, a Blockbuster

varem, alguma ‘startup’ no mundo inovará.

está insolvente, por obsolescência e sendo

Existem aspectos inibidores que difi-

substituída pelos serviços de ‘streaming’ da

cultam as grandes organizações alcançar

Netflix, em escala global.

a mesma velocidade das ‘startups’ para

Este e outros exemplos retratam uma

inovar. Devem ser destacadas as inovações

nova maneira de criar empresa, são as

disruptivas, que em regra não são compe-

‘startups’, idealizadas e planejadas para

tências essenciais dos planos estratégicos

crescer rápido e impactar o maior número

corporativos; a tolerância a riscos; o foco

de pessoas. São centradas no emocional

na otimização e modelo de negócio conso-

do usuário e com isso criam comunida-

lidado; as regulamentações e procedimen-

des gigantes no seu entorno; tecnologia

tos que fomentam aspectos burocráticos.

é ‘commodity’, então inovam em expo-

Assim, tanto no Brasil, como no mun-

nencial. Dessa forma, as soluções geradas

do, os ecossistemas de ‘startups’ ganham

miram a qualidade de vida e maneiras mais

visibilidade e a atenção de grandes orga-

eficientes de fazer as coisas do dia-a-dia.

nizações tradicionais, e elas buscam inte-

As ‘startups’ inspiram novos modelos de

ragir com esse ecossistema por meio de

negócios que exigem muito menos recur-

algumas alternativas, como por exemplo:

sos e criam soluções revolucionárias e ino-

ser Anjo em Capital de Risco, Incubadoras,

vadoras, no início mais que apenas geração

Aceleradoras e Centros de Inovação.

de caixa e lucros. Esse é o dito ecossistema

E como isso se aplica ao Saneamento

que está caracterizado por uma integração

Ambiental? O setor requer indispensavel-

de diversas formas de conhecimento e que

mente regulamentações e consequente-

exige equipes multidisciplinares.

mente atrai modelos mais tradicionais de

As ‘startups’ inspiram novos modelos de negócios que exigem muito menos recursos e criam soluções revolucionárias e inovadoras, no início mais que apenas geração de caixa e lucros. Esse é o dito ecossistema que está caracterizado por uma integração de diversas formas de conhecimento e que exige equipes multidisciplinares.

Trata-se do uso de metodologias que

gestão da inovação. A cultura de inovação

possibilitem decisões mais rápidas e princi-

foca melhorias incrementais, buscando

palmente um modelo de negócio definido

prolongar a vida de produtos e serviços

O Espaço Startup foi um sucesso de rea-

com base nos conceitos de escalabilidade,

porque possuem necessidade de altos e

lização no maior encontro de saneamento

exponencialidade, repetitividade, empreen-

intensivos investimentos. Mesmo nesse

ambiental das Américas, reunindo organi-

dedorismo e impacto social. As ‘startups’

ambiente descrito, o setor tem dado sinais

zações líderes no Brasil na área de Tecno-

têm desafiado modelos de negócios esta-

de abertura ao ecossistema das ‘startups’.

logia e dando espaço às ideias inovadoras

belecidos e conquistado cada vez mais re-

Exemplo mais recente foi o Congresso

para o Saneamento e o Meio Ambiente.

levância, porém, para isso acontecer, é ne-

ABES-Fenasan 2017, promovido pela As-

Contou com parcerias importantes com

cessário solo fértil a partir das corporações.

sociação Brasileira de Engenharia Sanitária

a FIAP – Faculdade de Tecnologia, Grupo

As empresas tradicionais reconhecem a

e Ambiental - ABES em parceria com a As-

Cimcorp, ANPEI – Associação Nacional de

importância da atividade empreendedora e

sociação dos Engenheiros da Sabesp - AE-

P&D das Empresas Inovadoras e da Liga

da cultura de inovação nas ‘startups’. Essas

Sabesp de 2 a 6 de outubro.

Ventures/Pitch´n Pizza.

40

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


ARTIGO TÉCNICO Elayse Maria Hachich

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

Maria Inês Zanoli Sato

A Resolução CONAMA 375/2006, a densidade de agentes patogênicos no lodo de esgoto sanitário e os solos agrícolas: uma relação produtiva ou restritiva? Por Elayse Maria Hachich, Fernando Carvalho Oliveira, Iraê Amaral Guerrini, Maria Inês Zanoli Sato, Marianne Fidalgo de Faria, Robert Boyd Harrison

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

Marianne Fidalgo de Faria

Faculdade de Ciências Agronômicas –FCA, UNESP/Botucatu

Robert Boyd Harrison

University of Washington

Seattle/WA, USA

Fernando Carvalho Oliveira Biossolo Agricultura & Ambiente Ltda.

Iraê Amaral Guerrini Faculdade de Ciências Agronômicas –FCA, UNESP/Botucatu

Desde que foi publicada, em 2006, a Resolução nº

produtos derivados Classe A, a não ser que os critérios

375 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-

da Classe B fossem revisados e fossem criadas propos-

NAMA) vem gerando inúmeros debates e discussões

tas baseadas em estudos de avaliação de risco e dados

dentro da comunidade técnico-científica acerca do ri-

epidemiológicos nacionais que demonstrassem a se-

gor estabelecido para aplicação do lodo de esgoto na

gurança do uso dessa classe de lodo (BRASIL, 2006).

agricultura. O objetivo principal desta norma foi defi-

Sendo assim, após o estabelecimento de critérios

nir “critérios e procedimentos para o uso agrícola de

para o uso agrícola do lodo em conjunto com o sur-

lodos gerados em estações de tratamento de esgoto

gimento de políticas estaduais específicas e também

sanitário e seus produtos derivados” (BRASIL, 2006).

restritivas, o uso do lodo de esgoto Classe B como

Em que pese os avanços regulatórios trazidos pela

fertilizante foi desencorajado, uma vez que este não

citada Resolução, é necessário ponderar que, na épo-

poderia ser aplicado no solo sem antes passar pela

ca de sua elaboração ainda não haviam dados cien-

caracterização quanto a densidade de agentes pato-

tíficos suficientes, obtidos nas condições climáticas e

gênicos, bem como ser submetido a um prévio trata-

socio ambientais do Brasil, que subsidiassem estudos

mento, o que agregaria maiores custos. É importante

de avaliação dos riscos da aplicação do lodo de es-

ressaltar que as legislações internacionais não estabe-

goto em nossos solos agrícolas. Desta forma, foram

lecem limites para ovos viáveis de helmintos em lodos

adotados os critérios estabelecidos por legislações in-

de classe B, sendo essa uma medida preventiva ado-

ternacionais, principalmente dos EUA e europeias, e

tada na legislação brasileira, considerando na época

para alguns critérios as discussões e definições foram

o número elevado de parasitoses no país e também

influenciadas pelo princípio da precaução.

pela falta sistemática de dados sobre a densidade e a

Em seu Art. 11 foram estabelecidos limites máxi-

persistênciados ovos desses parasitas no esgoto.

mos de concentração de Salmonella spp., coliformes

Visando contribuir para uma maior compreensão

termotolerantes, vírus entéricos e ovos viáveis de hel-

dos reais riscos à saúde pública oferecidos pelo uso

mintos para classificação como Classe A e coliformes

agrícola do lodo de esgoto sanitário Classe B, co-

termotolerantes e ovos viáveis de helmintos para clas-

nhecer a concentração e persistência de agentes pa-

sificação como Classe B. É importante ressaltar que,

togênicos em lodo de esgoto e levantar uma maior

frente aos poucos dados disponíveis sobre a ocorrên-

discussão acerca do assunto na comunidade técnico-

cia e a virulência desses organismos em lodo de es-

-científica, uma equipe de pesquisadores da Faculda-

goto para a realidade brasileira, a Resolução em seu

de de Ciências Agronômicas da UNESP de Botucatu

§ 1º do Art. 11 estabeleceu que após cinco anos de

(SP), em parceria com outros pesquisadores da CE-

sua data de publicação, ou seja, 2011, passaria a ser

TESB -Companhia Ambiental do Estado de São Paulo,

permitido apenas o uso agrícola de lodos de esgoto e

da Universityof Washington/EUA, além de profissio-

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

41


ARTIGO TÉCNICO

nais da iniciativa privada como a Biossolo Agricultura & Ambien-

de organismos patogênicos; e o outro foi fornecido pela Estação

te Ltda e a Suzano Papel e Celulose S/A, resolveram investigar o

de Tratamento de Esgotos de Taubaté/Tremembé, pertencente à

tempo de sobrevivênciados agentes patogênicos regulamentados

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SA-

pela Resolução brasileira,em solos cultivados e para as condições

BESP), sendo um lodo não estabilizado, contendo maior teor de

ambientais do Estado de São Paulo.

sólidos voláteis que o anterior e portanto, com maior densidade

O experimento foi instalado no interior de São Paulo, no mu-

de organismos patogênicos.

nicípio de Avaré, em solo arenoso sob plantio de eucalipto con-

Amostras desses lodos foram acondicionadas em sacos (bags)

comitante com o plantio das mudas, durante o início do verão.

confeccionados em tecido “vazado” do tipo tule, para permitir

A região possui clima classificado como temperado úmido com

a interação do lodo com o meio ambiente e, ao mesmo tempo,

verões quentes (KÖPPEN E GEIGER, 1928), pluviosidade significa-

não permitir sua diluição no solo de forma com que os patógenos

tiva ao longo do ano (1282 mm) e temperatura média anual de

não pudessem ser detectados. Assim, cada bag contendo lodo foi

20,3ºC (BRASIL, 2015).

disposto na superfície do solo (Figura 1a) de acordo com a quan-

Uma vez que as concepções de engenharia aplicadas aos Sistemas de Tratamento de Esgoto do Brasil não apresentam uma uni-

tidade de lodo distribuída por metro linear da faixa de aplicação, definida de acordo com técnicas silviculturais de adubação.

formidade que permita similaridade microbiológica entre si,foram

Durante o período de um ano,os bags contendo lodo foram

utilizados dois diferentes lodos de esgotos sanitários “brutos”,

sendo retirados do campo (Figura 1b), periodicamente, e enviados

sem tratamento para controle de patógenos. O primeiro foi for-

para determinações analíticas da densidade de Salmonella spp.,

necido pela Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ), que tem

coliformes termotolerantes, enterovírus e ovos viáveis de Ascaris

sua carga orgânica relativamente estabilizada por permanecer por

spp., no Laboratório de Microbiologia e Parasitologia daCETESB.

um longo período depositado em lagoas de sedimentação antes

As metodologias empregadas foram as propostas pelaUSEPA

de ser desaguado, e, portanto, conter uma densidade reduzida

(2007, 2006, 2003a, 2003b) e pela APHA(2012).

Figura 1 - Disposição dosbags contendo lodo na superfície do solo, entre as mudas, nas linhas de plantio (a) e a coleta de amostras com a retirada integral dobag (b).

42

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


Os resultados analíticos mostraram um tempo de persistência de

presentes no lodo de esgoto, os enterovírus são os menores e

viabilidade de apenas 6,7 semanas para os ovos de Ascaris spp. no

menos complexos, sendo, assim, mais sensíveis, tendo geralmente

lodo proveniente de Taubaté/Tremembé e nenhum ovo viável foi

um curto tempo de sobrevivência.

encontrado no lodo proveniente da ETE Jundiaí, contrariando os

Este fato levanta o questionamento acerca da real necessidade

resultados obtidos por diversos estudos no exterior, em países de

de estabelecimento de um parâmetro para este grupo de micror-

clima frio ou temperado, que citam tempos de persistência varian-

ganismos pela referida Resolução, para lodo Classe A, uma vez

do de 15 meses (CARRINGTON, 2001) a vários anos ou décadas

que, estando ausentes ou apresentando um curto tempo de so-

(WEISCHER; BROWN, 2001).

brevivência quando aplicados no solo, não apresentariam riscos

Outro grupo de microrganismos que foi estudado, e mostrou

significativos. Porém, considerando a fácil dispersão destes micror-

correlação com a temperatura, foi o grupo dos coliformes ter-

ganismos, mesmo em pequenas quantidades por um curto perío-

motolerantes, indicadores de contaminação fecal e, portanto, da

do de tempo, não só o solo deve ser considerado. Fatores como o

possível presença de patógenos entéricos. Foi possível estimar um

grau de exposição do indivíduo que realiza a aplicação e a possi-

tempo médio de 54 semanas para a sobrevivência de coliformes

bilidade de dispersão por meio da água superficial ou subterrânea

termotolerantes no lodo de esgoto proveniente da ETE Jundiaí e

em caso de ocorrência de chuvas logo após a aplicação merecem

de 93 semanas no lodo de esgoto de Taubaté/Tremembé, tempos

atenção. Por isso estudos e debates são importantes para abranger

bem maiores do que os observados até então em outros estudos,

todos os aspectos de cada grupo de microrganismos avaliados. No

que apontaram um tempo de até 90 dias (NGOLE et al., 2006).

caso específico dos vírus, ainda que não comprovada a sua real

Edmonds (1976) em seu estudo realizado no norte dos Estados

necessidade de controle analítico, não podem ficar de fora dos

Unidos, em diferentes estações durante o ano, concluiu que as ta-

debates as dificuldades analíticas envolvidas em sua determinação

xas de mortalidade destes microrganismos estão diretamente rela-

e também a escassez de laboratórios aptos a atender a demanda

cionadas com condições como temperatura, pH, composição física

de mercado em regime de rotina.

tanto do lodo quanto do solo e também competição microbiana.

Considerando-se a escassa pesquisa brasileira acerca da resis-

Os resultados analíticos para Salmonella spp. mostraram-se atí-

tência destes agentes patogênicos no meio ambiente, o aumento

picos uma vez que não apresentaram, para nenhum dos lodos,

constante da produção de lodo de esgoto no país e sua conse-

curvas de decaimento, mas sim picos de acréscimo e decréscimo

quente necessidade de destinação adequada, as peculiaridades

na contagem ao longo do tempo.

climáticas das diferentes regiões do Brasil, a concorrência com

Uma possível hipótese seria a mudança de comportamento do

o mercado de fertilizantes comerciais e as normas e legislações

gênero quando exposto aos fatores ambientais impostos pela apli-

consideradas rígidas em alguns pontos, nos deparamos com um

cação no solo, o que necessitaria maiores estudos em ambientes

cenário complexo epolêmico, onde as partes interessadas devem

controlados, como estufas ou casas de vegetação, para melhor

manter diálogo constante de modo que o cenário e as necessida-

esclarecimento da relação entre a Salmonella spp. e fatores am-

des reais sejam devidamente debatidos e compreendidos para que

bientais como temperatura, umidade e radiação solar.

a revisão da Resolução seja justa e,sobretudo, adequada para a

Zaleskiet al. (2005) afirmam ser possível o recrescimento de Sal-

realidade brasileira.

monella no solo e em compostos de biossólidos, o que tornaria

Julga-se necessário que as entidades e os profissionais da área

o lodo uma espécie de meio de cultura para este gênero. Porém,

aumentem seu empenho em pesquisas que comprovem a segu-

como ainda não existem estudos publicados sobre o assunto para

rança do uso agrícola do lodo e discutam estratégias visando a

as condições ambientais brasileiras, a sobrevivência do gênero Sal-

reduzir eventuais barreiras para o avanço e incentivo desta prática

monella em solos brasileiros fertilizados com lodo de esgoto ainda

no Brasil de modo incrementar o cumprimento das diretrizes da

é um fenômeno a ser esclarecido.

Politica Nacional de Resíduos Sólidos, evitando que se ocupe um

O parágrafo 5˚ do artigo 7˚ da Resolução CONAMA 375/2006

valioso espaço nos aterros sanitários.

determina que para a caracterização do lodo de esgoto, a presen-

Por fim, pode-se dizer que a Resolução CONAMA 375/2006 foi es-

ça de agentes patogênicos, dentre eles vírus entéricos, deve ser

tabelecida com o objetivo de orientar e disciplinar o reaproveitamen-

analisada e determinada. No caso deste estudo, não foi detectada

to de lodo de esgoto na agricultura e representa um grande avanço.

a presença de enterovírus desde a aplicação do lodo no solo. Pe-

Porém, no Estado de São Paulo essa prática ainda é insipiente, assim

pper et al. (2006) afirmam que dentre todos os microrganismos

como as pesquisas e práticas no setor, com vários pontos ainda a

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

43


ARTIGO TÉCNICO

serem discutidos, ajustados, complementados e flexibilizados. No que se diz respeito aos parâmetros estabelecidos pela le-

desert soil amended with sewage sludge. Journal of Environmental Science and Health, Part A, v. 28., p. 1287-1302, 1993.

gislação para as diferentes classes de lodo de esgoto e seus respectivos tipos de aplicação agrícola, fica o questionamento: Quais

USEPA

-

UNITED

STATES

ENVIRONMENTAL

PROTECTION

seriam os limites entre a precaução e a objeção?

AGENCY 2007. Preliminary comparative study of methods to extract virus from raw and processed sewage sludge.

Referências

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APHA - AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Section

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USEPA

esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sani-

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tário e seus produtos derivados, e dá outras providências.

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Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.167, p. 141-146, 30 ago.

EPA/625/r-92/013. Cincinnati, 2003b.

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ENVIRONMENTAL

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soil, and land applied biosolids. Journal of Residuals Science &

mission Directorate-general Environment, 2001. Disponívelem:

Technology, v. 2, p. 49-63, 2005.

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WEISCHER, B.; BROWN, D. J. F. Conhecendo os Nematóides:

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NematologiaGeral. Sofia - Bulgária: Pensoft, 2001. 209 p.

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44

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

Envie seus trabalhos para o nosso Banco de Artigos Técnicos Os trabalhos devem ser redigidos em português e formatados em arquivo “word”, contendo até 17.000 caracteres, incluindo as notas finais. É permitido o envio de até 8 imagens (figuras ou gráficos) para ilustração, em boa definição, preferencialmente acima de 1 Mb. Esses artigos técnicos deverão ser acompanhados de currículos e fotos dos autores e enviados aos cuidados do coordenador do Fundo Editorial AESabesp, eng. Luciomar Werneck, para o e-mail lwerneck@sabesp.com.br


INTERPOLOS INTERPOLOS

Interpolos de Futebol Society AESABESP 2018

O

Interpolos de Futebol Society é uma atividade espor-

Sol, em Serra Negra, nos dias 16, 17 e 18 de março, com o nome

tiva que teve sua primeira edição nos dias 2 e 3 de

de “Silvio Ribeiro Leite”, em homenagem a esse grande amigo,

abril, de 2004, na cidade de Botucatu, região central

associado e esportista.

do estado. A partir de então, o Interpolos tornou-

A proposta do evento é a integração dos associados, aliada à prá-

-se uma tradição e passou a ser realizado anualmente no período

tica esportiva privilegiando a saúde e o bem-estar dos participantes.

entre abril e junho nas diversas regiões do Estado de São Paulo. O Interpolos cumpriu a sua XIII edição, realizada em maio de 2017 na região da Serra Negra, que contou com a participação de 350 associados. Dessa forma, a AESabesp já se mobiliza para a próxima edição.

XIV Torneio Interpolos

Realização:

de Futebol Society Data: 16 a 18 de Março de 2018 Local: Serra Negra “Hotel Vale do Sol”

Em 2018, iremos realizar o XIV TORNEIO INTERPOLOS DE FUTEBOL SOCIETY DA AESABESP novamente no Hotel Fazenda Vale do

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

45


INTERPOLOS

365

Participação no Interpólos de Futebol Society de 2004 a 2017

350 298 278 261 230

223

I

II

III

IV

V

VI

VII

VIII

IX

X

XI

Polo R-Botucatu

Polo M-Leste

Polo R-Prudente

Polo R-Franca

Polo R-Vale Paraiba

Polo M-Sul/ Oeste

Polo R-Caragua

Polo R-Lins

Polo M-Norte

Polo R-Baixada

Polo M-Ponte

Local Camposdo Jordão

Local Embu/ Cotia

Local Caraguatatuba

Local Lins

Local Bragança Paulista

Local Local Itanhaém Guararema

Local Botucatu

Local Local Salesópolis Presidente Epitácio

Local SerraNegra

Comissão Organizadora AESabesp Diretoria de Esportes Diretoria de Marketing Diretoria de Polos Conselho Deliberativo Administrativo/Financeiro Jurídico

46

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017

Maio • 2017

Junho • 2016

Maio • 2015

Abril • 2014

Maio • 2013

Junho • 2012

125

Março • 2011

Maio • 2010

143

178 Maio • 2009

135

Maio • 2008

120

Maio • 2006

Abril • 2005

Abril • 2004

188

XII

XIII

Polo AESabesp R-Itatiba Comissão doInterpolos Local Jarinu Local Serra Negra


Ações Socioambientais / Projeto Ecoeventus A Diretoria Socioambiental AESabesp também realiza diversas ações sustentáveis durante o evento, por meio do seu Projeto Ecoeventus, tais como o Plantio de mudas nativas no local do evento, Oficina de Sabão Ecológico aproveitando o óleo comestível utilizado, arrecadação de agasalho e mantimentos para ser distribuído nas Entidades Beneficentes da região, apresentação de palestra sobre a preservação dos recursos naturais, passeios, dentre outras.

AGASALHO No Interpólos - Doe um agasalho, aqueça uma pessoa e contribua com o meio ambiente. Para produzir uma camiseta são consumidos em média 2.700 litros de água. Plantio de árvores

SABÃO Segregar o óleo de cozinha utilizando em frituras é essencial para evitar a contaminação das águas, pois se sabe que 1 litro de óleo descartado pode poluir 2.000 litros de água. Confecção de sabão

PLANTIO Reflexão sobre os cuidados que temos que ter com a natureza, assegurando sombra e água fresca.

Doação a entidades de caridade

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

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VIVÊNCIAS Carlos Alberto de Toledo

Engenheiro Civil SABESP

O polivalente de Lins: Carlos Alberto de Toledo

E

le nasceu em Itapuí - SP, ini-

Saneas: Além da Sabesp, quais são seus

vação aberta e de inteligência coletiva como

ciou a Escola de Engenharia de

núcleos de atuação na cidade de Lins?

estratégia para maior participação da socie-

Lins, se transferiu e se formou

Carlos A. Toledo: Sou Presidente da Comis-

dade; incentivar a expansão dos empreendi-

pela Faculdade de Engenharia

são Municipal de Águas (COMAG) da cidade

mentos existentes no Município de Lins, bem

São Paulo, fez vários cursos de capacitação,

de Lins, Presidente do Conselho de Meio Am-

como a criação e atração de novos; utilizar

especialização, dois MBAs e dentro desses

biente (CONDEMA) da cidade de Lins, Diretor

mecanismos financeiros e tributários como

caminhos, aportou na Sabesp, em 1991.

de Esportes da SENAG (Associaçãode Enge-

estratégia de desenvolvimento da inovação,

Nas unidades metropolitanas coordenou

nheiros, Agrônomos e Arquitetos da Região

da ciência e da tecnologia; estruturar ações

vários planos de ação em saneamento, ur-

Administrativa de Lins) , Diretor de Eventos da

mobilizadoras do desenvolvimento econômi-

banização de submoradias, inclusive para

Assenap (Associação de Engenheiros e Arqui-

co, social e ambiental do Município; e encora-

grandes eventos, como o Grande Prêmio

tetos de Promissão) e Inspetor Chefe da UOP

jar a formação e qualificação de mão de obra

de Fórmula 1 – Autódromo de Interlagos.

(Unidade Operacional do CREA na Região Ad-

especializada, para as gerações futuras.

Porém, ao concluir sua especialização

ministrativa de Lins), e Conselheiro do GADE

em Engenharia de Saneamento Básico,

- Grupo de Apoio ao Desenvolvimento Eco-

Saneas: Com suas reconhecidas habili-

conseguiu ser transferido novamente para

nômico da cidade de Lins que viabiliza suas

dades sociais, por que o senhor decidiu

a cidade de Lins, para trabalhar no Depar-

ações por intermédio da ADETEC Agência de

se graduar em engenharia?

tamento de Empreendimentos da Unida-

Desenvolvimento Econômico e Tecnológico

Carlos A. Toledo: A opção pelo curso de

de de Negócios do Baixo Tietê e Grande,

de Lins, representando a Sociedade Civil.

Engenharia está internalizada no meu DNA,

como engenheiro Fiscal de Obras na área

Gostaria de ressaltar que o GADE foi criado

visto que a minha família paterna tem a sua

de construção de Estações de Tratamen-

para promover a inovação de base tecnoló-

vida profissional embasada em obras de en-

to de Esgotos e Execução de Emissários,

gica como fator de desenvolvimento autos-

genharia tanto na área administrativa como

Coletores, Elevatórias de Esgoto, Linhas

sustentável no Município, geração de renda

na área operacional voltada a execução de

de Recalque Captações e Tratamento de

e de novas oportunidades de trabalho para

obras. Desde a mais tenra idade sempre me

Água. Atuou ainda na área de gestão de

aprendizes, estudantes, profissionais liberais,

preocupei em conhecer os processos cons-

empreendimentos, elaborando projetos

professores, pesquisadores, empreendedores

trutivos dos equipamentos e das obras civis

e fiscalizando obras e emitindo Pareceres

e cidadãos em geral; incrementar o desen-

de infraestrutura e construção civil com sus-

de Viabilidade Técnica, Cartas de Diretri-

volvimento de ciência e tecnologia social eco-

tentabilidade e respeito pelo meio ambiente.

zes, Especificações Técnicas de materiais

nomicamente viável, socialmente justa e am-

e equipamentos para Empreendimentos,

bientalmente sustentável, a partir de inciativas

Saneas: Nos conte também como foi

entre outras atividades.

governamentais ou em parcerias com agen-

sua trajetória dentro da Sabesp, por

Carlos Alberto de Toledo é ainda carinho-

tes privados preservando, sempre, o interesse

quais unidades passou?

samente conhecido como Carlinhos, com

público; viabilizar articulação estratégica das

Carlos A. Toledo: Comecei como estagiário

elogiadas atuações na organização e apre-

atividades dos diversos organismos públicos

na região da Lapa, na cidade de São Paulo, em

sentação dos Encontros Técnicos de Lins e

e privados que atuam direta ou indiretamen-

01de maio de 1991. Mas entrei oficialmente

em outras corporações dessa cidade. Em en-

te no desenvolvimento de Inovação, visando

na Sabesp, após passar no 1º Concurso Públi-

trevista à Saneas, ele mostra que faz jus ao

ampliar a sinergia das atividades de desenvol-

co e tomei posse em 1 outubro de 1992, na

que dizem ao seu respeito.

vimento da inovação; adotar práticas de ino-

área operacional da Capela do Socorro (São

48

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


Paulo), onde exerci minhas atividades até ir

contínua e continuamos a realizar o Encontro

Relações Públicas, mas sim um amigo falan-

para a Célula de Sinistro, no complexo da

Técnico impondo a cultura de receber bem a

do a outros amigos, trocando experiências

Ponte Pequena (MP) e posteriormente para a

todos os participantes, promovendo para os

com racionalidade e clareza; disposto a ouvir

ME, na Rua Coronel Diogo. Em 2004 após

expositores a cultura do chão de fábrica, pos-

o próximo, colocando-se em seu lugar, bus-

a conclusão do MBA em Engenharia de Sa-

sibilitando aos expositores a pesquisa junto ao

cando fundamentalmente a compreensão e

neamento Básico e me mudei para a Cidade

usuário final dos equipamentos disponibiza-

o diálogo para construção do senso comum

de Lins para trabalhar na Unidade de Negó-

dos para a operação; viabilizando melhorias e

e das práticas sustentáveis. Tudo começou

cios Baixo Tietê e Grande – RT, onde este ano

inovações tecnológicas, e fundamentalmente

com a necessidade que todos temos de ven-

completei 25 anos de prestação de serviços.

promover um “net working” entre as empre-

der as nossas idéias, não pela imposição,

sas expositoras e o público, tendo por objeti-

mas sim pela conscientização da apresenta-

Saneas: O senhor também tem uma

vo principal a união para se garantir o acesso

ção e visualização do que estamos contextu-

participação na AESabesp? Como ela é

à Universalização do Saneamento. Cabe tam-

alizando e da perspectiva do que está sendo

desenvolvida?

bém lembrar que desses Encontros Técnicos

contextualizado pelo público alvo.

Carlos A. Toledo: A minha aproximação

saiu o primeiro modelo de Parceria Público

com aAESabesp antecedeu a efetivação na

Privada do Brasil, saliento que, ainda este mo-

Saneas: O senhor se utiliza de alguma

Sabesp, pois começou já no seu 1º Encontro

delo de evento foi o único que se perpetuou

técnica para falar em público e esse

Técnico, em 1990, realizado no auditório da

na AESabesp no interior.

dom já faz parte da sua personalidade? Carlos A. Toledo: A técnica que eu utilizo

Cetesb em São Paulo. Mas a minha participação mais efetiva ocorreu no 1º Encontro

Saneas: O Encontro Técnico de Lins foi

para falar em público é muito simples, pro-

Técnico da Metropolitana Sul, no Shopping

um marco da AESabesp dentro de suas

curo sempre falar de forma clara e pausada,

SP Market, onde um grupo de profissionais

realizações regionais?

não me prendo a anotações, mas na experi-

assumiu o compromisso junto a Superin-

Carlos A. Toledo: Evidente, pois extrapola-

ência e no conhecimento técnico e em atua-

tendência da MS de planejar e executar um

va as fronteiras do Estado e atendia a todo o

lizações constantes de informações técnicas,

evento digno de uma Fenasan, sem custos

centro oeste do Brasil. Agradeço a oportuni-

que talvez seja uma falha minha, mas as ve-

para a Sabesp e para a AESabesp. A realiza-

dade de ter podido ser parte da organização

zes deixo transparecer o emocional, mas de

ção compreendia a apresentação de equipa-

desse evento ao meu Amigo Marco Aurélio

maneira geral não comprometo o diálogo.

mentos, treinamentos e inovações tecnológi-

Saraiva Chakur e a todos os amigos que pro-

cas a um público alvo que não tinha acesso

piciaram a sua realização. Devido à crise hídri-

Saneas: Como o senhor visualiza a

ao Encontro Técnico da AESabesp.

ca ocorrida na região metropolitana de São

união da comunicação com a enge-

Nesse período, a minha experiência com

Paulo, esse evento deixou de ser realizado,

nharia em sua história de vida?

eventos estava intimamente ligadaà realiza-

sendo que estamos constantemente sendo

Carlos A. Toledo: Eu vejo da seguinte

ção e organização da SIPAT Sul da MS, onde,

indagados sobre a sua retomada, por expo-

forma: não existe comunicação sem en-

juntamente com uma equipe motivada e

sitores e técnicos do interior do Estado, da

genharia e nem engenharia sem comu-

de um profissionalismo e comprometimen-

Sabesp e de outras concessionárias públicas.

nicação, haja vista que para elaborarmos

to extremos, promovíamos um evento de

Ressalto, ainda, que o Encontro Técnico de

ou executarmos um projeto, temos que

conscientização e disseminação de práticas

Lins, promovia a integração dos participantes

nos conectar a outras pessoas cada qual

prevencionistas e de preservação da vida.

do evento, buscando a conscientização e o

com suas competências, para podermos

Nessas ocasiões, tínhamos a oportunidade

comprometimento das pessoas nas práticas

analisar as viabilidades técnicas, econô-

de aprender e visualizar a grandiosidade do

sustentáveis e de melhoria e preservação do

micas, bem como os detalhes técnicos de

capital humano da Sabesp.

meio ambiente

viabilização de um projeto e sua exiqui-

Ao chegar em Lins, após a reestruturação das

bilidade. A comunicação é fundamental

pessoas que faziam parte da AESabesp Pólo

Saneas: O senhor é considerado um Re-

para o sucesso de qualquer projeto, visto

Lins, fui convidado a participar da eleição para

lações Públicas dentro da RT, por fazer

que ela nos propicia a contextualização

composição dos novos integrantes do Pólo e

cerimoniais e estar a frente de eventos,

do mesmo, o esclarecimento dos pontos

fui eleito. Na organização do evento implan-

principalmente os Encontros Técnicos

que necessitam de maiores informações,

tamos a filosofia da participação dos exposito-

de Lins. Como começou isso?

sendo muitas vezes o fator fundamental

res e colaboradores no processo de melhoria

Carlos A. Toledo: Eu não diria que sou um

para que se incorra em ruídos e falhas

Outubro a Dezembro de 2017

SANEAS

49


VIVÊNCIAS

de comunicação, que podem inviabilizar

Saneas: Em sua concepção existem

Carlos A. Toledo: Fundamentalmente, o que

o processo de comunicação e de sucesso

pontos comuns entre um RP (profissio-

realmente é importante para mim é agrade-

do projeto.

nal das ciências humanas) e engenhei-

cer a todas as pessoas que tornaram possível

ro (profissional das ciências exatas)?

a realização de todos os eventos em que esti-

Saneas: Qual é a importância pessoal

Carlos A. Toledo: Sim existem pontos em

ve envolvido, pois a cada evento aprendemos

dessas duas performances?

comum, pois ambos buscam sanar, escla-

mais, o que possibilita implantarmos a cultu-

Carlos A. Toledo: A importância pessoaldas

recer e gerenciar os pontos conflitantes

ra de melhoria contínua e a formatação de

duas performances está condicionada ao fato

do processo de comunicação, contribuin-

um sistema de gerenciamento da qualidade

de que para sabermos falar, devemos saber

do significativamente para o sucesso dos

para execução dos eventos, embasados no

ouvir, justamente para não incorrermos em fa-

processos de negociação e esclarecimento

aprendizado através dos acertos e dos erros

lhas de comunicação, que são as maiores cau-

junto à Sociedade Cívil.

em que incorremos. Este processo de aprendizado é uma ferramenta de motivação, de

sas dos fracassos dos projetos de engenharia. Saneas: Qual o seu atual e futuro pro-

comprometimento e de crescimento do gru-

Saneas:Quais foram suas principais

pósito profissional?

po que organiza cada evento. Também é ex-

participações nos eventos de Lins?

Carlos A. Toledo: Continuar atuando na

tremamente importante agradecer a minha

Carlos A. Toledo: A realização dos En-

área de engenharia, para contribuir com a

esposa Cleunice e ao meu filho Carlos Vitor,

contros Técnicos da AESabesp Polo Lins,

promoção da sustentabilidade, dignidade,

que me dão força e motivação para continu-

juntamente com a realização de cursos e

saúde e da preservação do meio ambiente

ar sempre melhorando a minha condição de

treinamentos, pela AESabesp Polo Lins, e

com qualidade e responsabilidade social, re-

ser humano, apesar da minha ausência para

a indicação para participação da Comissão

presentando a Sociedade Cívil.

o atendimento dos compromissos assumidos junto à Sociedade Cívil. Aproveito também

Municipal de Águas – COMAGLINS, a participação nas associações de engenharia,

Saneas: Em sua avaliação, qual é o

para desejar a todos um Bom Natal e um Ano

no CREA – SP, no CONDEMA, no GADE,

maior significado de suas participações

Novo repleto de realizações de seus projetos

todos representando a Sociedade Cívil.

nos eventos dentro e fora da Sabesp?

e de crescimento profissional e espiritual.

Lançamento do Projeto do Livro de 30 Anos da AESabesp

D

urante o Congresso ABES/Fenasan 2017, foi lançado o projeto do livro de “30 Anos da AESabesp”, o qual será editado pela

BB Editora. Na ocasião, o conselheiro do Fundo Editorial da AESabesp, Luciomar Werneck, e diretores da AESabesp assistiram a apresentação do portfólio das obras da BB, apresentado pelo seu diretor, Baroni Neto.

50

SANEAS

Outubro a Dezembro de 2017


Ano XIII . Ediç ão 55 . Abri l a Julho de

2015

Ano XI

II . Ed ição 56 . Ag osto a Nove mbro de

Ano

IX . Ediç

ão

2015

- VE VEÍCU LO -

57 . Ja

neir

oa

Ma

FENA SAN 20 2 01 16 16 d

rço

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26º Congr esso TéCn OiSC sÃu oOcAeesAbes PAsUsO p Fen2 A6 sOºA Bc n 2 R 0g 15LO A :d O Sn AO o mTAéAio POS P r C e A r R cniIec Ro nT TA E SvEOeHA AsEsNO do Fseen To eR M ÍD r s F A R A b s e ICA sEpNTA nA AmériA n 2 0 CA 15 R lATinA.

Me smo em oe nf co Con rentam ndiçõ e heç a as ento d s melh da S Promabesp ações a crise ores d oq ovid par e as híd u r a paesla supe upA obras ica na e o an ro o de RM á-lSa conso u todos erE SP a passa os se o. besps,eenvss do, lidan o ind lv aidre us ín aé técnic do-se asapliza d ices, m déria tema o-me elo çãouMat como e L esa rc m a a adoló 2015corpA Promovidtina. maio fio. de de ess o tnec o pelaSa , g r écnuziida ic ne even AE se red o do Sa abe icor perdas sp, s tr o evento em to seto az

2015 deve a cob r rá receber cer Vivê ertura da Amé ca de 20 mi ricaQu ncias comp l visitantes leta. dá aando o engenheiro de todas as vez ao pal nações. haço Projetos Soc ioambientais Troféu AES abesp aos melhores de 2015

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Mat O san éria tema ea Amér mento n a ica La tina

Cam pan Cam ha pa ado Fratern nha da ta s ida com aneamde o te ento ma

Artig Gestã o técnico o na pen do PURA itenci ária

Entr evis ta S P ecre abo aulo Fetário rda da c sup rreira rise eraç hídri ão ca

Matér Jerso ia Especial abertu n Kelman na ra da Fenas an

Nov a ge stão Co dir m um AES eção e a nova a b os s esp cgestão eus eleb , 30 a ra nos .

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FEN

- VE ÍCUL O-

ASA N

201 6

- OF ICIA L-



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