Ano X . Edição 64 . Março a Maio de 2018
COMPLIANCE GESTÃO DE RISCOS EM SANEAMENTO
Em tempos de lutas anticorrupção, o conceito de Compliance (conformidade) e uma prudente gestão de risco acenam como base de sustentação para as empresas de saneamento.
RUMO AO MAIOR EVENTO Integre-se ao maior evento técnicomercadológico em saneamento na América Latina: 29º Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2018.
BOM, RUIM OU DISCUTÍVEL? Holding Sabesp: a privatização é um desenvolvimento ou uma ameaça para a sociedade?
DESAFIO EM DUAS RODAS Confira na sessão “Vivências”, a experiência de uma técnica sabespiana no emblemático caminho de Santiago de Compostela.
Ano XIII . Ediçã
o 55 . Abril
Ano XII
I . Ed
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2015 deverá a cob r receber cer Vivê ertura da Amé ca de 20 mil ricaQuancias comp visitantes leta. dá ando o engenheiro de todas as vez ao palh nações. aço Projetos Soci oambientais Troféu AES abesp aos melhores de 2015
ANUNCIE NA REVISTA SANEAS Mat O sane éria tema amen Amér to na ica La tina
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Revista Saneas: mais que uma Revista, um Projeto Socioambiental.
Em 2018, conte com a Saneas. Inclua a revista na sua programação de mídia. JANEIRO / FEVEREIRO / MARÇO Tema central: Gestão de Riscos em Saneamento/ Compliance
JULHO/ AGOSTO/SETEMBRO Tema central: Lixo, Mercado, Meio Ambiente e Saneamento
Com destaque para: Segurança das barragens e estruturas
Com destaque para a implantação da Política Nacional de Resíduos
hidráulicas e os Efeitos da nova Lei das Estatais sobre as empresas
Sólidos, a sedimentação deste segmento ao setor de saneamento e o
públicas do setor do saneamento. Também fará um levantamento da
desdobramento da Sabesp em investir nessa área.
questão da holding/ empresa controladora da Sabesp.
(*) Essa edição trará a cobertura completa do 29º Congresso
Circulação: Março de 2018 Anúncios até: 28/02/2018
Técnico AESabesp - Fenasan 2018. Circulação: Outubro de 2018, logo após ao
ABRIL/ MAIO/ JUNHO Tema central: 20 Anos da Lei das Águas/ Fórum Mundial da Água
evento máster da AESabesp. Anúncios até: 30/09/2018
realizações do 29º Congresso Técnico AESabesp - Fenasan 2018.
OUTUBRO/ NOVEMBRO/ DEZEMBRO Tema central: A modernidade exigida no saneamento e seu contraponto
(*) Nessa edição também haverá uma apresentação do evento da
Com destaque a automação, a Indústria 4.0, a “Super-Internet das
AESabesp, em parceria com a IFAT
Coisas”, a Segurança Cibernética, com a implementação de vários
Circulação: Junho de 2018 Anúncios até: 30/05/2018
sistemas de ponta. E como contraponto, uma mostra da água que
Com destaque para esses dois eventos, que antecederão a
ainda ameaça nas regiões de vulnerabilidade, com doenças de veiculação hídrica e habitação em áreas de enchentes. Circulação: dezembro de 2018 Anúncios até: 30/11/2018
CONTATO DE PUBLICIDADE:
AESABESP - PAULO OLIVEIRA TEL: 11 3263 0484 - 11 97515 4627 paulo.oliveira@aesabesp.org.br
A Revista Saneas é uma publicação da:
EXPEDIENTE Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 aesabesp@aesabesp.org.br www.aesabesp.org.br Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp Tiragem: 6.000 exemplares
EDITORIAL Prezados associados, amigos e parceiros da AESabesp, Sob o tema central “Gestão de Riscos em Saneamento/ Compliance (Conformidade)”, esta edição da Revista Saneas destaca a necessidade de gestões transparentes e com a maior credibilidade possível, com base nas práticas de governança corporativa.
Diretoria Executiva Presidente: Olavo Alberto Prates Sachs Diretor Administrativo: Nizar Qbar Diretor Financeiro: Evandro Nunes Oliveira Diretora Socioambiental: Márcia de Araújo Barbosa Nunes Diretor de Comunicação e Marketing: Paulo Ivan Morelli Franceschi
E dentro desse contexto, uma série de procedimentos são necessários. Na Companhia
Diretoria Adjunta Cultural: Maria Aparecida Silva de Paula Santos Esportes e Lazer: Zito José Cardoso Pólos Regionais: Antônio Carlos Gianotti Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges Técnica: Gilberto Alves Martins
centrada na sua Superintendência de Gestão de Riscos e Conformidade (PK), liderada,
Conselho Deliberativo Presidente: Ivan Norberto Borghi Membros: Abiatar Castro de Oliveira, Agostinho de Jesus Gonçalves Geraldes, Benemar Movikawa Tarifa, Choji Ohara, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Ivo Nicolielo Antunes Junior, Luis Américo Magri, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Nelson Stábile, Richard Welch, Rogélio Costa Chrispim, Sônia Regina Rodrigues Conselho Fiscal Aurelindo Rosa dos Santos, João Augusto Poeta e Yazid Naked Coordenadores Conselho Editorial e Fundo Editorial: Luciomar Santos Werneck Pólos da RMSP: Antonio Carlos Gianotti Assuntos Institucionais: Fátima Valéria de Carvalho Contratos Terceirizados: Walter Antonio Orsatti Comissão Organizadora do 28º Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2017 Presidente da Comissão: Walter Antonio Orsatti Coordenador do Encontro Técnico AESabesp: Maria Aparecida Silva de Paula Coordenador da Fenasan: Gilberto Alves Martins Membros: Alzira Amâncio Garcia, Antonio Carlos Roda Menezes, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido Bonifácio, Iara Regina Soares Chao, Mariza Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Rosângela Cássia M. de Carvalho, Sonia Maria Nogueira e Silva Equipe de apoio: Maria Flávia da Silva Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro, Vanessa Hasson Polos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro: Ednaldo Sandim Polo AESabesp Leste: Sílvio Caraça Polo AESabesp Norte: Eduardo Bronzatti Morelli Polo AESabesp Oeste: Claudia Caroline Buffa Polo AESabesp Ponte Pequena: Samuel Francisco de Souza Polo AESabesp Sul: Antonio Ramos Batagliotti Polos AESabesp Regionais Diretor de Polos: Antonio Carlos Gianotti Polo AESabesp Baixada Santista: Zenivaldo Ascenção dos Santos Polo AESabesp Botucatu: Leandro Cesar Bizelli Polo AESabesp Caraguatatuba: Felipe Noboru Matsuda Kondo Polo AESabesp Franca: José Chozem Kochi Polo AESabesp Itatiba: Carlos Alberto Miranda Silva Polo AESabesp Itapetininga: Jorge Luis Rabelo Polo AESabesp Lins: João Luiz de Andrade Areias Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto Polo AESabesp Vale do Paraíba: Sérgio Domingos Ferreira Polo AESabesp Vale do Ribeira: Jiro Hiroi Editora e Jornalista Responsável Maria Lúcia da Silva Andrade - MTb. 16081 Textoscom - luciatextos@terra.com.br www.site.com.br/textoscom facebook.com/textoscom Redação Ednaldo Sandim, Lúcia Andrade e Thiago Nobre Projeto visual gráfico e diagramação Neopix DMI contato@neopixdmi.com.br www.neopixdmi.com.br
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo-Sabesp, a implantação das exigidas normas de governança corporativa, incluídas na nova “Lei das Estatais”, já se tornou um modelo procurado pelas instituições públicas e privadas. Sua condução está condesde outubro de 2017, pelo especialista Michael Breslin, que concedeu uma esclarecedora entrevista sobre o atual desempenho da empresa nessa ordem. Também integra a equipe da PK, o ex-presidente da AESabesp, na gestão 2012-2015, eng. Reynaldo Young Ribeiro, que expõe um rico Ponto de Vista sobre a inclusão de novas funções organizacionais que as empresas do setor de saneamento passaram a adotar recentemente. Com base nos conceitos de cidadania e sustentabilidade, também apresentamos OSD 16, declarada na Assembleia Geral das Nações Unidas, que tem como tema “Paz, Justiça e Instituições Fortes”, cuja bandeira é a luta contra a corrupção, não permitindo que esta prática nociva seja impedimento para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. E no âmbito dos nossos Projetos Socioambientais, veja como a AESabesp conseguiu, nesta gestão, por meio de sua Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), contar com os recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO) e empregá-los num exitoso Projeto de Educação Ambiental na Baixada Santista. Da mesma forma, estamos trabalhando com afinco para a grade realização: o 29º Encontro Técnico AESabesp/ Fenasan 2018. Trata-se do maior evento técnico-mercadológico do setor de saneamento e meio ambiente da América Latina, marcado para 18, 19 e 20 de setembro de 2018, no Expo Center Norte, em São Paulo - SP. Ainda trazemos nessa edição um retrato da discussão sobre a aprovação da lei que cria holding para Sabesp, com o posicionamento da Companhia e um artigo assinado pelo ex-presidente do Sindicato dos Engenheiros e da AESabesp, eng. Cid Barbosa Lima. E, como sempre, nas descontraídas páginas finais da Saneas, mostramos o Torneio Interpolos, a nossa grande festa do Esporte e Lazer, realizada em março de 2018, além da sessão Vivências, que traz o sensacional percurso de emblemático Caminho de Santiago de Compostela, feito pela nossa associada Renata Sacristán Ferrari. Uma boa leitura a todos! Eng. Olavo Alberto Prates Sachs Presidente da AESabesp Gestão 2016-2018
ÍNDICE
06 Matéria Tema
Compliance Gestão de Riscos em Saneamento
11 16 20 23
Ponto de vista Riscos, Conformidade e Melhoria da Governança Novos Caminhos para o Saneamento
Visão de futuro Paz, Justiça e Instituições Eficazes
Holding da Sabesp Aprovação da lei que cria holding para Sabesp
Artigo técnico Programa de monitoramento e segurança de barragens do sistema produtor do alto tietê - SPAT
33 36 39
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SANEAS
Março a Maio de 2018
Especial Em 2018, a AESabesp contará com a parceria da IFAT
Socioambiental
O êxito da parceria entre AESabesp e Sabesp na utilização dos recursos do Fehidro
Cultural
A AESabesp aumentará seus benefícios culturais
41 45 48
Acontece no setor
Interpolos Vale do Paraíba é o grande campeão do Interpolos AESabesp 2018
Vivências Renata e sua experiência de ir a Santiago de Compostela, sobre duas rodas
Momentos de Tecnologia AESabesp
Apresente sua empresa aos associados da AESabesp
Os Momentos de Tecnologia são palestras técnicas realizadas nas unidades da Sabesp, promovidas por empresas que desejam apresentar seus produtos e serviços aos nossos associados. Concorridas, estas apresentações contam com expressivo comparecimento de associados, técnicos da Sabesp e convidados do setor de saneamento ambiental. O número de palestras realizadas e de profissionais já treinados confirmam o sucesso dos Momentos de Tecnologia AESabesp.
7.200
288
25
participantes durante 8 anos
momentos de tecnologia realizados em 8 anos
média de participantes por palestra
Garanta a participação da sua empresa! Entre em contato: paulo.oliveira@aesabesp.org.br 11 3263 0484 ou 11 3284 6420
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aesabesp
Março a Maio de 2018
SANEAS
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MATÉRIA TEMA
COMPLIANCE
GESTÃO DE RISCOS EM SANEAMENTO 6
SANEAS
Março a Maio de 2018
A
termo
vidade, a regra hoje é ter uma gestão o
na frente dentre as opções confiáveis para
inglês para “conformidade”,
mais transparente possível, tendo como
atração de novos investimentos. Mas o
palavra“Compliance”,
vem ganhando familiaridade
recurso as práticas de Governança Cor-
resultado não é só um benefício externo,
nos ambientes corporativos, tornando-se
porativa que incorpore normas de Com-
posto que o planejamento de riscos au-
cada vez mais pronunciada à medida em
pliance. Embora “anticorrupção” também
menta a chance de prevenir situações des-
que cresce a necessidade por ações pre-
seja uma das palavras de ordem no atual
favoráveis, melhorar a cultura e criar, in-
ventivas que respaldem uma estrutura de
cenário sócio-político e econômico do Bra-
ternamente, um leque de oportunidades.
governança eficiente e com credibilidade.
sil, não é só aqui que reina a instabilidade
Nesse contexto, é imprescindível a sub-
O permanente mapeamento de riscos
causada por práticas lesivas à empresas e
missão aos requisitos legais e aos princí-
operacionais, financeiros e ambientais têm
entidades, levando à falta de confiança e
pios éticos, que pontuam um relaciona-
sido uma lição de casa diária na gestão
má reputação da marca.
mento transparente com investidores,
das grandes empresas. A identificação de
De acordo com pesquisa de 2010 da IFC
fornecedores, cidadãos e consumidores.
fragilidades permite, desta forma, a redefi-
(International Finance Corporation), 55%
Trata-se de um movimento iniciado em
nição de estratégias tendo em vista o cum-
dos investidores aceitariam pagar um prê-
2002, nos Estados Unidos, em resposta a
primento de metas e a melhoria contínua
mio de 10% pelas ações de uma empre-
fraudes contábeis cometidas em grandes
da gestão.
sa com alto nível de governança, elevado
empresas, que resultaram em criação de
Além disso, a atuação em um mundo
grau de transparência, composta por con-
Lei e sanções drásticas.
globalizado sujeita as companhias a crises
selhos independentes e bem relacionada
Após uma década, no Brasil, também
financeiras, tensões geopolíticas, turbu-
com seus acionistas. Este é um exemplo
houve mudanças na legislação, para apri-
lências internas e externas. Cenário este
claro de que tais práticas compensam para
morar os controles das empresas. Entre
que impulsiona o aperfeiçoamento dos
garantir credibilidade no ambiente interno
as premissas mais severas, ficou estabe-
sistemas de controle de riscos, tendo em
e externo, sobretudo quando partem da
lecido que representantes dos conselhos
vista a manutenção da competitividade e
Alta Administração.
das companhias passam a responder civil
Companhias com política de Complian-
do interesse dos investidores. Na busca por credibilidade e competiti-
Dirigentes
Relações com cidadãos
ce e Gestão de Riscos estruturadas estão
e criminalmente por eventuais descumprimentos da lei.
Funcionários
Compliance abrange
Relações com investidores
Compliance pode ser traduzido como conformidade Faz com que os diversos processos da companhia sejam realizados de acordo com todos os requisitos legais, e em sintonia com os princípios éticos, missão e valores
Relações com fornecedores
Relações com consumidores
da empresa.
Relações com autoridades
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SANEAS
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MATÉRIA TEMA
O SANEAMENTO E A
LEI DAS ESTATAIS
Alinhada com a necessidade de aprimoramento das medidas pre-
micas de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
ventivas de compliance, a “Lei de Responsabilidade das Estatais”,
serviços, passa por diversos processos destacados pela especialista:
também conhecida como Lei das Estatais (13.303/2016), estabelece uma série de mecanismos de transparência e governança
• O cenário que recepciona a nova lei
a serem observados pelas companhias controladas pelo Estado.
• A quem alcança
Dentre as obrigações estão a ampla divulgação de informações,
• Disposições aplicáveis às empresas públicas, às sociedades de
práticas de gestão de risco, códigos de conduta, formas de fiscali-
economia mista e às suas subsidiárias que explorem atividade
zação pelo Estado e pela sociedade, constituição, funcionamento
econômica de produção ou comercialização de bens ou de
dos conselhos e nomeação de dirigentes.
prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja
Sancionada em 30/06/2016, a Lei dispõe sobre o estatuto jurí-
sujeita ao regime de monopólio da união ou seja de prestação
dico da empresa pública, das sociedades de economia mista e de
de serviços públicos.
suas subsidiárias, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e
• Os objetivos da licitação
Municípios, para disciplinar a exploração direta de atividade eco-
• Diretrizes a serem observadas nas licitações e contratos.
nômica pelo Estado por intermédio de suas empresas.
• Impedimentos na Participação
A rigor, a partir de sua vigência, as estatais passaram a ter um
• Orçamento Sigiloso
prazo de 24 meses para se adequarem às novas regras instituídas
• Publicidade e prazos
pela Lei, que substitui a 8.666/93 no tocante à realização de licita-
• Normas específicas para obras e serviços - arts.42 a 46
ções e contratos no âmbito das empresas públicas.
• Normas específicas para aquisição de bens
A AESabesp, em atendimento ao grande interesse de associados
• Procedimento de licitação
e demais profissionais do saneamento, tem realizado, por meio de
• Procedimentos auxiliares das licitações
sua Diretoria Cultural, várias edições do curso “Lei Das Estatais -
• Formalização dos contratos
Novo Regime Licitatório e de Contratação”, sempre com turmas
• Alteração dos contratos
lotadas. É ministrado pela prof.Maryberg Braga Neto (engenheira
• Sanções administrativas
civil pela Escola de Engenharia Mauá, com especializações em Di-
• Fiscalização pelo estado e pela sociedade
reito Administrativo - SBDP e MBA em Gestão de Negócios para
• Vigência
Executivos - FGV-SP; consultora em licitações para governo e iniciativa privada, especializada em soluções para licitações, contra-
Mediante espectro tão vasto de procedimentos para se cumprir
tações e gestão, elaboração de modelagens avançadas na área de
o novo Regime, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de
licitações e contratações, incluindo contratos de performance; na
São Paulo-Sabesp concentrou a condução das normas de gover-
modelagem Parceria Público-Privada; na modelagem Locação de
nança corporativa na sua Superintendência de Gestão de Riscos e
Ativos para saneamento básico).
Conformidade (PK), liderada, desde outubro de 2017, pelo espe-
Saber como aplicar a Lei 13.303, nas diversas atividades econô-
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SANEAS
Março a Maio de 2018
cialista em Governança Corporativa, Michael Breslin (*).
Entrevista com superintendente da PK,
MICHAEL BRESLIN Michael Breslin É graduado em processamento de dados pela Faculdade de Tecnologia da Universidade Mackenzie., pós graduado em Análise de Sistemas pela mesma instituição e MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela Faculdade Getúlio Vargas. Participou de projetos de implantação de estruturas de gestão corporativa empresas de variados portes e setores e desde outubro de 2017 foi nomeado superintendente de Gestão de Riscos e Conformidade da Sabesp.
Saneas: A necessidade das empresas, principal-
de Administração, Comitê de Auditoria, Conselho
mente das estatais, de mensurar riscos e apre-
Fiscal, Comitê de Ética e Integridade, Auditoria Inter-
sentar uma administração confiável parece ser
na, Gestão de Riscos e Conformidade, entre outros,
uma prática óbvia de toda gestão, mas não é. Em
necessitando apenas ajustes. No entanto, essa não é
sua concepção por que isso ocorre?
uma realidade do setor. Companhias que não tinham
Breslin: Sim, a rigor teria que ser uma conduta nor-
o mesmo nível de exigência irão sofrer um pouco mais
mal e pertinente nas corporações, mas para se seguir
agora para atender à esses requerimentos. O segredo
normas e procedimentos, é necessário, primeiramen-
é estruturar o trabalho, definir a estrutura responsável
te, uma comunicação voltada ao conhecimento das
pelo acompanhamento e cobranças internas e dar um
condutas e à conscientização de sua eficácia e, de-
passo de cada vez rumo à excelência.
pois, um acompanhamento sistemático. Para poder cobrar certos comportamentos, temos que informar o
Saneas: A Sabesp pode ser considerada uma re-
comportamento esperado, por mais óbvio que possa
ferência em governança corporativa, gestão de
parecer. Em várias situações de transgressão às regras,
risco e conformidade?
fica evidente que os envolvidos não o fizeram por mal,
Breslin: Sim. Notadamente em todos os fóruns de
mas sim por desconhecimento das regras.
discussão de governança a Sabesp tem se destacado e muitas empresas de todo o Brasil querem conhecer
Saneas: O senhor acha que, no Brasil, foram as
como ela está estruturada, não se restringindo apenas
estatais que começaram a dar exemplos dessa
a empresas de Saneamento.
nova e necessária conduta? Breslin: Não. Vejo que no ranking da conformidade, as mudanças começaram a ocorrer nos grandes bancos e depois nas grandes empresas, antes de começarem a ser desenvolvidas nas estatais, que ainda tem uma longa trajetória pela frente. Saneas: Mas já em junho de 2018 termina o prazo dado pela Lei das Estatais, que estabelece que todas sigam padrões de transparência a confiabilidade em sua gestões. Breslin: De fato, a Lei 13.303 obriga as empresas a terem elevados padrões de Governança Corporativa, comparados aos das empresas com ações negociadas em bolsas de valores. Esse é um movimento excelente para o mercado e sociedade civil como um todo. A Sabesp, por ser uma companhia de economia mista, com ações negociadas nas bolsas de São Paulo e Nova Iorque, já atendia a muitos dos requerimentos da Lei
Temos tido gratificantes retornos de Unidades que atestam estar seguindo os padrões estabelecidos e com isso vivenciarem uma maior segurança em suas atividades e resultados”
13.303, como por exemplo, estruturas de Conselho
Março a Maio de 2018
SANEAS
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MATÉRIA TEMA Saneas: E internamente, como está
dependência. Sem o apoio e patrocínio da
de Administração, constituído por membros
sendo passar os padrões de governan-
Alta Administração e o conhecimento téc-
independentes. Um Comitê de Auditoria,
ça e gestão de risco às unidades da
nico de altíssima qualidade das unidades
com membros de profundos conhecimentos
própria Companhia?
operacionais não seria possível avançar
financeiros, para assistência ao conselho de
Breslin: Essa é uma atividade que deman-
nesses assuntos.
administração em questões que envolvem contabilidade, controles internos, relatórios
da tempo e repetição, mas é fundamental no processo de aculturamento, pois o risco
Saneas: A ruptura de uma barragem
e a não conformidade está mais presente
seria um caso extremo, porém possí-
nas pontas. Essa realização está ocorrendo
vel. Como a empresa agiria face a esse
Saneas: E com relação aos procedi-
de maneira bem satisfatória. Temos tido
tipo de acidente?
mentos internos para difundir a cultu-
gratificantes retornos de Unidades que
Breslin: Esse tipo de risco ganhou muita no-
ra de conformidade?
atestam estar seguindo os padrões estabe-
toriedade após o evento ocorrido com a Sa-
Breslin: Contamos com o forte apoio das
lecidos e com isso vivenciarem uma maior
marco em Mariana. Depois do fato, é muito
Unidades da Companhia, tanto que temos
segurança em suas atividades e resultados.
fácil apontar falhas e culpados. Mas, o papel
uma Comissão de Gestão de Riscos Cor-
É muito gratificante ouvir as unidades de
da Gestão de Riscos não é ser “comentaris-
porativos, da qual sou coordenador pela
negócio dizerem que utilizaram os riscos
ta de vídeo tape”. A Gestão de Riscos tem
Superintendência de Gestão de Riscos e
mensurados e respectivos indicadores de
que olhar para frente, identificar e monitorar
Conformidade /PK, composta por um re-
riscos no planejamento da unidade. De
o nível de risco futuro, apontando possíveis
presentante de cada Diretoria da Sabesp,
nada adianta o trabalho, se as unidades
falhas que possam afetar a capacidade da
com os seguintes membros:
não enxergarem valor agregado às rotinas
Companhia de atingir os seus objetivos de
• João Paulo Noscetti Tonello - Presidência
do dia-a-dia. Esse é o melhor indicador de
negócio. Nesse sentido, existe uma série de
• Francisco Cavalcanti - Diretoria de Ges-
desempenho para a superintendência de
acompanhamentos técnicos, regidos por le-
Gestão de Riscos e Conformidade.
gislação específica que devem ser atendidos.
• Celina Ozawa - Diretoria Econômica Fi-
Nesse ponto, a Conformidade e Gestão de
nanceiro e de Relação com Investidores
Saneas: Segurança envolve uma outra
Riscos caminham juntas. O nosso trabalho é
• Márcio Gonçalves - Diretoria Metropoli-
questão no âmbito de gestão de risco,
fortemente preventivo, lançando de mão de
voltada à Segurança de Barragens e
todas as condutas e referências para se man-
às Estruturas Hidráulicas. Como a PK
ter os riscos em níveis aceitáveis. Mas, caso
atua nessas duas frentes?
algo catastrófico fugir ao nosso controle, ain-
• Wady Roberto Bon - Diretoria de Tecnolo-
Breslin: A PK atua como uma superinten-
da temos como comprovar que todos os pro-
gia, Empreendimentos e Meio Ambiente
dência de consultoria, definindo a meto-
cedimentos técnicos e de responsabilização
dologia de identificação, avaliação e men-
foram cumpridos à risca pela Companhia.
financeiros e compliance.
tão Corporativa
tana • Irineu Yamashiro - Diretoria de Sistemas Regionais
Essa comissão se reúne bimestralmente para revisar os riscos corporativos e mapa
suração dos riscos. Para tal, é necessário definir métricas de impacto, probabilidade
Saneas: Quais são os fatores que pro-
de ocorrência, níveis de alçada e reporte
movem a boa posição da Sabesp den-
das situações de risco. Definidos esses pi-
tro dos padrões de conformidade?
da Sabesp/ PC também nos tem prestado
lares, são feitas avaliações periódicas em
Breslin: Essa conduta não é algo novo na
um importante apoio, em relação à divul-
conjunto com os responsáveis para que os
companhia, pois ela é estimulada desde
gação maciça das regras e atividades re-
riscos sejam minimizados e estejam den-
2006; portanto com dez anos de antece-
lacionadas aos temas de gestão de riscos
tro de níveis aceitáveis. É claro que para se
dência à própria Lei 13.303. A Sabesp foi
e conformidade. De forma muito criativa,
chegar nesse patamar, existe a cooperação
obrigada a se adequar, para entrar no mer-
propagam os nossos conceitos por meio
técnica das demais unidades da empresa
cado de capitais. As práticas de governan-
de vídeos leves e de fácil compreensão.
e principalmente o engajamento de toda
ça da Sabesp seguem os requerimentos da
Em outras peças de comunicação, passam
a Diretoria da Sabesp na Gestão de Ris-
NYSE (Normas de Governança Corporativa
um apelo de quanto essas práticas são
cos e Conformidade, oferecendo todo o
da New York Stock Exchange), aplicáveis ao
importantes para a consolidação de boa
aporte para que a PK possa constituir seus
emissor estrangeiro privado e também da
imagem e da boa atuação da empresa, no
padrões, com total apoio, autonomia e in-
B3. Nessa condição ela tem um Conselho
atendimento de toda a sociedade.
10
SANEAS
Março a Maio de 2018
de riscos da Sabesp. A superintendência de Comunicação
PONTO DE VISTA
Riscos, conformidade e melhoria da governança novos caminhos para o saneamento Por Reynaldo Eduardo Young Ribeiro
Reynaldo Eduardo Young Ribeiro é Mestre em Engenharia Urbana - UFSCar - São Carlos/SP; com MBA - Engenharia Saneamento Básico - FSP/USP - São Pulo/ BR; MBA - Water Pollution Controll - ICETT - Yokkaichi /JP. Atua há mais de trinta anos em práticas de gestão operacional e empresarial na Sabesp onde iniciou sua carreira em 1981. Possui experiência no setor público estadual e municipal, tendo atuado nas áreas operacionais de tratamento de água e esgotos, controle do abastecimento público, sistemas de gestão da qualidade e projetos de riscos operacionais e ambientais. Atualmente trabalha na área de Gestão de Riscos e Conformidade da Sabesp.
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SANEAS
11
PONTO DE VISTA
N
os últimos anos as abordagens em torno da presta-
Avaliação de Riscos
ção dos serviços de saneamento passaram por signi-
Diante da complexidade do atual ambiente de negócio de nosso
ficativas alterações no que diz respeito à Governança
país, existe a necessidade de que nossas empresas identifiquem os
Corporativa. Sendo assim, o presente Ponto de Vista
principais riscos aos quais estão expostas por meio das chamadas
se volta à atenção para a inclusão de novas funções organizacionais que as empresas do setor passaram a adotar recentemente.
avaliações de risco. Tal análise pode ser realizada por meio de processos de avalia-
A incorporação da Governança Corporativas nas empresas e
ção amplos e contínuos que podem vir a se materializar na forma
saneamento básico é motivada, sobretudo, pela identificação de
de prejuízos financeiros quando são descumpridas leis, normas,
baixos índices de eficiência operacional. Dentro deste contexto, a
códigos de conduta ou políticas internas.
utilização destes novos conceitos e seus instrumentos visam po-
A execução de avaliações de riscos periódicas ajuda a empresa
tencializar o desempenho destas empresas independente de seu
a identificar suas vulnerabilidades, bem como as áreas mais susce-
porte ou natureza.
tíveis a desvios, fraudes e corrupção, dando a ela a oportunidade
Neste sentido vale ressaltar que a melhoria da governança in-
de atuar de maneira preventiva e direcionada.
centiva a integração entre a identidade da organização e demais
Nos casos específicos dos riscos corporativos estes deverão ser
elementos de conformidade. Além disso, propõe uma compreen-
atualizados constantemente sempre que houver, por exemplo, al-
são mais avançada das funções e responsabilidades da empresa
teração na estrutura ou na estratégia da organização, mudanças
ao preconizar uma visão sistêmica da organização, que possibilita
externas significativas (incluindo as de legislação), alterações em
novos arranjos em seus sistemas de gestão, ao considerar a in-
obrigações de conformidade, entre outros fatores, com a con-
serção de novas metodologias, ferramentas de gestão de riscos e
sequente identificação de responsáveis e dos planos de ação já
conformidade, também conhecida como “compliance”.
estabelecidos.
Em nossa opinião princípios básicos de Governança Corporati-
Em relação especificamente aos riscos de conformidade mere-
va relacionam-se diretamente com a identidade da organização,
cem destaque: corrupção e suborno; práticas anti-concorrenciais;
influenciando a conduta ética, norteando a atuação dos agentes
assédio (moral, sexual e abuso de autoridade); discriminação;
de governança e o funcionamento do sistema de conformidade,
vulnerabilidades cibernéticas; desrespeito a direitos humanos e
sendo composto por um conjunto de elementos que atendem três
trabalhistas; conflito de interesses; roubos e desfalques; fraudes
finalidades básicas: prevenir, detectar e responder a eventos de
contábeis; lavagem de dinheiro; impactos socioambientais; e eva-
materialização dos riscos e não conformidades organizacionais.
sões fiscal e tributária.
Tendo em vista a importância atual da incorporação da Gover-
Desta forma as empresas devem estar sempre cientes dos riscos
nança Corporativa nas empresas do setor, ao longo deste texto
de conformidade em seus relacionamentos com as diversas partes
propomos perpassar pelos principais aspectos desta nova aborda-
denominadas “interessadas”, sendo as principais:
gem organizacional tratando de elementos, como: (a) avaliação de riscos; (b) adequação da estrutura organizacional da empresa; (c) treinamento; (d) monitoramento; (e) canais de denúncia; (f) resposta aos riscos e; (g) comunicação.
• Órgãos governamentais que fiscalizam a execução de contratos, compras, obrigações tributárias e fiscais; • Clientes e fornecedores relacionados a terceiros e conflitos de interesse; • Clientes finais que podem se manifestar por meio de sistemas de defesa do consumidor e qualidade dos produtos; • Colaboradores por meio de leis trabalhistas, de saúde e de segurança do trabalho, decoro e respeito; • Na organização societária, quando se tratar de transparência, equidade, prestação de contas, proteção e divulgação de informações confidenciais, proteção de ativos e propriedade intelectual, impactos sociais e ambientais.
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SANEAS
Março a Maio de 2018
Adequação da estrutura organizacional da empresa Julgamos imprescindível para as empresas de saneamento de nos-
de nosso país e propõe uma estrutura organizacional que integra
so país que desejam incorporar tais atividades de governança que
e harmoniza processos e pessoas no sistema de conformidade no
tornem adequadas a sua estrutura organizacional, integrando e
âmbito da gestão de riscos, atribuindo responsabilidades essen-
harmonizando processos e pessoas no sistema de conformidade,
ciais para cada um de seus atores.
atribuindo responsabilidades essenciais para cada um destes atores.
Neste modelo, os gestores operacionais, responsáveis pelas
Atualmente, um modelo predominante entre as empresas de-
áreas de negócios, constituem a primeira linha de defesa. Já as
nomina-se “Modelo de três linhas de defesa” que foi concebido
funções de conformidade e de gestão de riscos formam a segunda
pelo IIA -Institute of Internal Auditors. Vale destacar que este mo-
linha de defesa, enquanto a auditoria interna representa a terceira
delo vem sendo adotado por algumas empresas de saneamento
linha, conforme ilustrado na figura a seguir.
Órgão de Governança / Conselho / Comitê de Auditoria
Alta Administração
3a Linha de Defesa
Controle Financeiro
Segurança
Controles de Gerência
Medidas de
Gerenciamento de Riscos
Controle Interno
Regulador
2a Linha de Defesa
Auditoria Externa
1a Linha de Defesa
Auditoria Interna Qualidade
Inspeção
Conformidade
Figura 1. Modelo de Três Linhas de Defesa. Fonte: adaptado deInstituteofInternalAuditors (IIA) da Guidanceonthe 8th EU Company Law Directive da ECIIA/FERMA (2013).
Nesta configuração é recomendável que a função de conformidade seja dotada com autonomia, independência, imparcialidade, recursos materiais, financeiros e humanos próprios para o adequado desempenho de suas atribuições. Outro aspecto importante é o acesso ao mais alto nível hierárquico da organização para reportar suas atividades.
Março a Maio de 2018
SANEAS
13
PONTO DE VISTA
Comunicação e Treinamento
Monitoramento
Outro elemento igualmente importante é o investimento em comu-
O monitoramento é essencial para garantir a efetividade e a me-
nicação e treinamento, a fim de educar e conscientizar toda a cadeia
lhoria contínua do sistema de conformidade. Ele poderá envolver
de valor da organização.
a avaliação da adequação e do cumprimento das políticas e pro-
Neste sentido, informar as linhas gerais sobre as principais políticas
cedimentos instituídos, buscando a identificação e a análise de
de conformidade definidas pela organização é essencial. Destaca-se
desvios tanto pelo público interno quanto pelo externo sempre
ainda que elas devem ser acessíveis a todos os interessados, estarem
levando em conta que nem todo parceiro de negócios terá capaci-
em linguagem clara e serem amplamente divulgadas.
dade de manter um sistema robusto de conformidade.
De acordo com o os conceitos atuais disseminados pelo IBGC -
As empresas também poderão submeter suas políticas e proce-
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o comprometimento
dimentos de conformidade a um processo de avaliação indepen-
e o apoio da administração, também deve ser explicitado de forma
dente, realizado por terceiros, pelo Conselho de Administração,
inequívoca desde o início e são condições indispensáveis e perma-
área de Auditoria Interna ou, ainda, outros órgãos de fiscalização e
nentes para a criação e o funcionamento de um sistema de confor-
controle, a fim de assegurar que as medidas estabelecidas estejam
midade, que busca fomentar uma cultura ética e uma conduta de
em funcionamento e apresentando os resultados desejados.
respeito aos valores e à legislação. Desta forma, aos administradores
Caso sejam identificadas deficiências no sistema de conformida-
das empresas de saneamento e demais gestores, por ocuparem fun-
de, o plano de remediação deverá ser proposto por meio de ações
ções de destaque em relação aos colaboradores, compete dar exem-
concretas para correções e melhorias necessárias para evitar a re-
plos acerca da importância destas ações por meio de:
petição dos relacionamentos indevidos e acordos com terceiros.
• Manifestação verbal em ocasiões de reuniões com seus colabora-
Canais de Denúncias
dores, em treinamentos, etc.;
A criação e operacionalização de um Canal de Denúncias é es-
• Incentivo ao envolvimento e ao apoio de colaboradores e terceiri-
sencial para conter desvios de conduta que, na maioria dos ca-
zados para a implementação das várias ações do sistema de con-
sos, podem envolver violação dos procedimentos da organização
formidade;
e/ou, de alguma forma, a deturpação ou negação de sua finalidade.
• Liderança pelo exemplo, com atuação ética no dia a dia; • Incentivo à adoção de boas práticas de governança corporativa.
Dentro deste quadro é importante aumentar as chances dos dirigentes da empresa tomarem ciência de irregularidades através de um sistema de conformidade bem estruturado como, por
Esta divulgação também pode ser feita por intermédio dos canais
exemplo, por meio de canais para receber denúncias.
internos disponíveis na organização, como jornais, cartazes, e-mail
Eles precisam estar bem estruturados, voltados para o público
e portal de notícias. Para garantir a ciência de todos sobre o código
interno e externo para receber as informações e dar a elas o tra-
de conduta e as políticas de conformidade, a organização deve, por
tamento adequado. É essencial que os registros tenham avaliação
exemplo, solicitar que os funcionários assinem documento atestan-
criteriosa e simetria condizente, protegendo o denunciante de
do conhecimento.
boa-fé e impedindo ações de retaliação.
Também poderão ser realizados treinamentos específicos para as
Deve-se sempre destacar que o bom cumprimento dessas re-
atividades mais expostas aos riscos de conformidade, conforme a
gras é um fator essencial para conquistar a confiança daqueles
“geografia” e o público-alvo que se pretende atingir na mesma.
que tenham algo a reportar.
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SANEAS
Março a Maio de 2018
Resposta aos Riscos
Comunicação
Como forma de resposta aos riscos, merece destaque o fato das
Sempre que possível dever-se formalizar um processo de comu-
empresas, atualmente, poderem estabelecer políticas para con-
nicação eficaz para o Conselho de Administração que possibilite
dução de investigações internas de irregularidades por meio de
o monitoramento e a avaliação do sistema de conformidade por
equipes independentes e habilitadas, sob a liderança de um co-
meio de indicadores-chave, integrando as informações oriundas
mitê de conduta e, sempre que possível e necessário, com apoio
tanto da primeira quanto da segunda linha de defesa, sendo con-
de agentes externos. Dependendo do porte da organização e da
sideradas importantes algumas necessidades operacionais básicas,
“materialidade” envolvida no assunto, poderá ser formada uma
quais sejam:
comissão específica de investigação. Importantíssimo destacar que estas apurações tenham sempre
• Dispor de infraestrutura de tecnologia da informação que permi-
o foco nas chamadas “causas-raízes”, bem como nas vulnerabi-
ta identificar, medir e reportar os riscos de toda a organização;
lidades do sistema, prevendo sempre remediação adequada para
• Requisitar da empresa a disponibilidade dos recursos necessá-
os assuntos avaliados.
rios;
Nos casos específicos de ocorrências envolvendo o chamado
• Formalizar canais de comunicação interna com o Conselho de
“alto escalão da organização”, como algum membro da diretoria
Administração, Comitês de Riscos e/ou de Auditoria, Diretorias
ou do conselho de administração, as melhores práticas vigentes
e Gerências envolvidas;
atualmente recomendam a condução dos processos de apuração
• Formalizar um processo devidamente documentado para acom-
de responsabilidade por parte de organizações especializadas, in-
panhamento do andamento e de eventuais demandas surgidas
dependentes e isentas de conflito de interesses com os envolvidos.
durante estas comunicações;
Caso isso não seja possível, a auditoria interna deve estar à
• Preservar os relatórios e informações classificadas como críticas,
frente desse processo, utilizando como premissa, e a título de
devendo estas permanecerem íntegras e disponíveis para even-
sugestão, as recomendações do Código de Melhores Práticas de
tual solicitação dos órgãos de controle.
Governança Corporativa do IBGC, conforme segue: Os conselheiros, assim como os executivos, têm dever de leal-
Finalmente, tendo apresentado os principais aspectos que com-
dade com a organização e não apenas com o sócio ou grupo de
põem esta proposta de uma nova Governança Corporativa dentro
sócios que os indicaram ou elegeram. Há conflito de interesses
do setor de saneamento, esperamos estar contribuindo para a
quando alguém não é independente em relação à matéria em
melhoria dos processos de tomada de decisões e aperfeiçoamento
discussão e pode influenciar ou tomar decisões motivadas por in-
das atividades de controle interno dessas empresas.
teresses distintos daqueles da organização (IBGC, 2015 p. 97) .
Entretanto, é importante destacar que ela não se limita ao que foi dito aqui, pois no contexto atual e futuro ela será uma demanda inevitável que as empresas de saneamento deverão atender, principalmente frente a um contexto em que atos de corrupção e comportamentos antiéticos não serão mais tolerados.
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VISÃO DE FUTURO
Conheça o ODS 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes Agora não basta só votar e esperar passivamente que o seu representante cumpra, ao menos 20%, o que você idealizou sobre o seu mandato. Os novos tempos exigem que fiscalizemos, ininterruptamente, se o nosso voto está sendo honrado. Essa será a grande diferença entre um mero eleitor e um cidadão.
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SANEAS
Março a Maio de 2018
S
egundo o Programa das Nações Unidas para o De-
Como exemplos de ações há os programas voltados para
senvolvimento (Pnud), todos os anos se paga US$
ampliar o acesso à Justiça e reduzir a violência, do Conselho
1 bilhão em subornos e se calcula que US$ 2,6 bi-
Nacional de Justiça (CNJ). Já a Estratégia Nacional de Justiça e
lhões são desviados para a corrupção, o equivalente
Segurança Pública (Enasp), da qual o CNJ também é parte, tem
a mais de 5 % do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Diante
como objetivos planejar e implementar a coordenação de ações
disso, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou a data 9
e metas nas áreas de justiça e segurança pública, em âmbito
de dezembro como o Dia Internacional contra a Corrupção.
nacional, que exijam esforços articulados.
A campanha foi iniciada no ano de 2016, que teve como tema
Já o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública
“A corrupção: um impedimento para os Objetivos do Desenvol-
(Sinesp) oferece dados integrados de segurança e violência para
vimento Sustentável (ODS). E assim se constituiu a ODS de nú-
todo o país. Há possibilidade de consultas estatísticas sobre dro-
mero 16, que tem como tema Paz, Justiça e Instituições Fortes.
gas, segurança pública, justiça criminal, sistema prisional, entre
Entre as metas, estão: reduzir significativamente todas as formas
outras. O Sinesp pretende subsidiar diagnósticos de criminalida-
de violência e as taxas de mortalidade relacionadas; acabar com
de, formulação e avaliação de políticas de segurança pública e
abuso, exploração, tráfico e formas de violência contra cidadãos,
promover a integração nacional de informações de forma pa-
principalmente crianças; promover o Estado de Direito e garantir
dronizada.
a igualdade de acesso à justiça; reduzir fluxos financeiros e de
Por fim, assegurando o debate democrático, há o decreto que
armas ilegais; reforçar a recuperação e a devolução de recursos
institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Siste-
roubados; e combater todas as formas de crime organizado.
ma Nacional de Participação Social (SNPS).
Ainda estabelece que se deve reduzir substancialmente a cortuições eficazes, responsáveis e transparentes; garantir a tomada
Competências Municipais frente à Corrupção
de decisão responsiva, inclusiva, participativa e representativa;
O tema de combate à corrupção está em discussão em todos os
ampliar e fortalecer a participação dos países em desenvolvimen-
níveis de governo. Na situação em que vive o país e em decorrên-
to nas instituições de governança global; e fornecer identidade
cia da proximidade entre gestor municipal e população, é previs-
legal para todos, incluindo o registro de nascimento.
to que haja o questionamento e o maior interesse das pessoas
rupção e o suborno em todas as suas formas; desenvolver insti-
Além disso, busca-se assegurar o acesso público à informação
por discutir a corrupção nos governos municipais.
e proteger as liberdades fundamentais; fortalecer as instituições
A Confederação destaca que é papel dos prefeitos participa-
nacionais relevantes, inclusive por meio da cooperação interna-
rem desse debate e tomar medidas em seus Municípios. Cabe ao
cional, para a construção de capacidades para a prevenção da
gestor tomar as medidas necessárias para cumprir a legislação
violência e o combate ao terrorismo e ao crime; e promover e
vigente, bem como dialogar com sua população. Nesse sentido,
fazer cumprir leis e políticas não discriminatórias para o desen-
a CNM tem buscado orientar os gestores. A cartilha “Jurídico
volvimento sustentável.
- Ponto de Partida para uma gestão de qualidade” apresenta noções fundamentais da área jurídica, falhas mais comuns co-
Panorama Brasileiro
metidas pelas administrações municipais e outros temas bases,
No Brasil, o assunto também tem ganhado destaque diante das
como ação direta de inconstitucionalidade, precatórios e endivi-
diversas crises devido à corrupção. A Lei da Transparência do
damento previdenciário.
Brasil foi reconhecida em estudo internacional como uma im-
Uma gestão bem-sucedida passa necessariamente pelo cum-
portante ferramenta contra a corrupção e para participação da
primento dos princípios constitucionais, e o primeiro deles é o
população. Estabelece que todos os Municípios brasileiros pos-
da legalidade, que precisa ser observado em todas as práticas
suam um Portal da Transparência, onde devem divulgar: dados
administrativas, já que ao gestor público somente é permitido
de receitas e despesas, fornecedores, programas, ações e proje-
fazer aquilo que a lei expressamente autoriza.
tos. A CNM (Confederação Nacional de Municípios) possui uma
Criado pela CNM, o portal Lei da Transparência traz toda a
página direcionada a orientar os gestores municipais nas ações
legislação relacionada ao tema, assim como as perguntas mais
dentro da lei.
frequentes e as publicações relacionadas.
Agosto a Outubro de 2016
SANEAS
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VISÃO DE FUTURO
Colaboração Karen Pegorari Silveira (FIESP)
N
Desafios e benefícios da transparência para as empresas com Bruno Quick
esta entrevista o geren-
é sustentável, não é desenvolvimento, é
responsáveis pela dinamização da econo-
te da unidade de Políticas
crescimento, e em um pais não basta o
mia, exigir que a burocracia diminua, que
Públicas do Sebrae, Bruno
crescimento; o crescimento não implica
as regras sejam claras e estáveis e que a
Quick, comenta sobre a im-
necessariamente em bem-estar, nem em
concorrência justa. Então a participação
portância das organizações responsáveis
democratização de oportunidades. Então
política das empresas em exigir um bom
e transparentes para o Desenvolvimento
o setor empresarial tem um papel muito
ambiente de negócios é essencial. Elas
Sustentável de um País.
importante, porque ele atua na sociedade
devem participar das suas entidades, ter
Para ele, a falta de integridade traz ris-
através de emprego, através de serviços e
relação justa a transparente com seus
cos, o risco da sonegação, o risco da cor-
produtos que oferece, ele tem um papel
funcionários, fornecedores, clientes e ter
rupção e da penalização, o risco da perda
preponderante na economia porque gera
clareza no que entrega. Não admitir o as-
de valor de marca, entre outros proble-
oportunidade, gera riqueza, agrega valor,
sédio e oferecer igualdade de oportunida-
mas sérios.
recolhe tributos. O setor empresarial e a
des entre gênero, raça, de religião. Então a
sociedade são quem sustenta o Estado.
empresa é um espaço de cidadania muito intenso, e pode fazer valer um padrão éti-
Saneas: Por que organizações eficazes, responsáveis e transparentes são
Saneas: Quais os principais desafios e
co na sua cadeia. A empresa deve enten-
importantes para alcançarmos os Ob-
que tipos de ações podem ajudar as
der que ela é engrenagem fundamental
jetivos de Desenvolvimento Sustentá-
empresas a implantarem a meta 16
para o seu setor, para a sua comunidade
vel (ODS)?
dos ODS?
e ela precisa fazer com que esse conjunto
Bruno Quick: Porque são essas institui-
Bruno Quick: Vamos começar pelo tema
de engrenagens gire para o lado correto.
ções que praticam um padrão de ética e
mais crítico na atualidade - a corrupção.
Obviamente empresa sem lucro não exis-
de integridade que equilibra as relações
Não podemos transigir com o que é cer-
te, mas esse lucro há de se entender que,
com o setor econômico, com a socieda-
to, não devemos fugir ao que pode ser
para além de remunerar o capital e recom-
de e com o próprio Estado. Então cada
tornado público e que ao final das contas
pensar ou empreendedores, está a serviço
empresa que pratica um padrão de in-
é de interesse público, é de interesse do
das pessoas, no que elas consomem, onde
tegridade, de ética, de justiça nas suas
país. É preciso firmar contratos equilibra-
elas trabalham, e elas são os motivo de ser
relações ajuda a firmar no país um novo
dos, respeitar os contratos firmados, exi-
das empresas.
padrão e esse padrão é que é capaz de
gir do Estado as condições necessárias a
gerar o que se chama de sustentabilidade
estar na formalidade, entre outras ações.
Saneas: Pode nos dar exemplos de in-
do desenvolvimento. Aliás quando se fala
O empreendedor tem que fazer política,
ciativas de sucesso já realizadas por
em desenvolvimento, devíamos dispen-
tem que fazer defesa de interesses, de um
algumas organizações relacionadas a
sar o adjetivo sustentável, porque se não
interesse legitimo das empresas enquanto
este ODS?
18
SANEAS
Março a Maio de 2018
Bruno Quick: Estamos com movimentos consistentes de fomento à cultura de integridade. Em parceira com a CGU, o Sebrae lançou o programa Empresa Íntegra que traduz conceitos e estimula o empreendedor a se diferenciar no mercado elaborando seu plano de integridade. Em 2017 fizemos eventos em todo país para disseminar o tema juntamente com os eventos FOMENTA que alcançaram cerca de 3 mil empresários, além de nosso portal http://sebrae.com.br/empresaintegra que traz uma séria de conteúdos sobre o tema. Há também uma iniciativa global presente no Brasil, denominada Alliance for Integrity que reúne empresas, governo e terceiro setor para capacitar e oferecer instrumentos a pequenos e médios negócios na implementação de programas de integridade, da qual a CGU também faz parte. Na outra ponta podemos citar a ação do Estado: Além da conhecida da Lei Anticorrupção, neste mês de novembro o executivo lançou decreto de governança que determina que práticas de integridade sejam adotadas na administração pública federal, bem como no estado Rio de Janeiro e no GDF surgem normas que já determinam que licitações públicas de determinado valor só poderão ter participantes empresas com seus programas de integridade. Uma boa resposta a esse fomento é o prêmio Pró-Ética da CGU que atrai centenas de empresa que querem ser reconhecidas e valorizadas por seus programas de integridade. É um caminho sem volta, o Compliance ou a adoção de programas de integridade estão se tornando tão presentes que em breve estará incorporado à cultura dos empreendedores e Estado. Saneas: A implementação bem-sucedida do ODS 16 resulta em quais benefícios para as empresas e sociedade? Bruno Quick: Cada vez mais a sociedade se preocupa e quer saber o que ele está comprando, e hoje há uma maior preocupação em, por exemplo, de não comprar produto de empresas envolvida em trabalho escravo ou trabalho infantil, que pratiquem atos de corrupção, usem materiais que tragam riscos ou danifiquem o meio ambiente ou a saúde pública. O que se trata por valor agregado. A empresa precisa ser clara quanto ao que está oferecendo ao consumidor, sem filtros e sem distorções. Outra questão também é a transparência para os investidores. A não integridade traz riscos, o risco da sonegação, o risco da corrupção e da penalização, o risco da perda de valor de marca, então são inúmeros riscos que você afasta ao dar transparência. É preciso mitigar os riscos e construir empresas para durar. Não há nada mais satisfatório para
Cada empresa que pratica um padrão de ética, de justiça nas suas relações ajuda a firmar no país um novo padrão capaz de gerar o que se chama de sustentabilidade do desenvolvimento. Quando se fala em desenvolvimento, devíamos dispensar o adjetivo sustentável, porque se não é sustentável, não é desenvolvimento, é crescimento”
o empresário do que deixar um legado.
Março a Maio de 2018
SANEAS
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ENTREVISTA HOLDING SABESP
Aprovação da lei que cria holding para Sabesp A Assembleia Legislativa de São Paulo - ALESP autorizou a criação de uma holding que será comandada pela Sabesp, a companhia responsável pelo saneamento no estado. Holding é uma empresa que detém a posse majoritária de ações de outras empresas. Com a nova medida, empresas privadas poderão se juntar à Sabesp. Porém, o temor de ambientalistas e de uma faixa de empregados da Companhia é de que o estado possa perder o poder de decisão.
20
SANEAS
Março a Maio de 2018
E
m setembro de 2017, o governador de São Paulo, Ge-
litar a capitalização da Sabesp e, com isto, elevar a sua capacidade de
raldo Alckmin sancionou a lei que autoriza o Executivo a
investimentos em obras de ampliação dos seus serviços à população, pois
criar uma holding de saneamento básico que deverá reu-
que prevê a admissão de acionistas privados na sociedade controladora
nir a Sabesp e outras empresas subsidiárias, que poderão
para fornecer capital, agregar valor aos negócios e fortalecer a governan-
cuidar dos resíduos sólidos, da drenagem, da água de reúso. Com a
ça corporativa da controladora e da Sabesp, desde que não restrinjam a
assinatura do governador, a lei já entrou em vigor em 15.09.2017.
capacidade do Governo do Estado de orientá-las para o interesse público.
A proposta autoriza o Governo a integralizar participação no ca-
No início de fevereiro, a Revista Saneas consultou a direção da em-
pital da sociedade controladora mediante a transferência das ações
presa quanto à estruturação dessa nova holding, obtendo a informa-
de que é titular na Sabesp, além de permitir que o Estado amplie
ção de que o processo não contava com nenhuma novidade e em
capital da Sabesp para integralização em dinheiro ou bens, inclusive
março poderia se ter novas informações.
mediante oferta pública de ações.
Contudo, mesmo com a veiculação na imprensa, no próprio mês de
A justificativa dessa ação foi voltada para ampliação dos investi-
março, de que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
mentos em saneamento e dar fluidez ao processo de universaliza-
Paulo recebeu um grupo de investidores que teria apresentado, ao go-
ção dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento
verno do Estado de São Paulo, uma carta para potencial aquisição de
de esgoto. Com a nova lei ficou permitida a participação de outros
parte das ações do governo a serem emitidas pela nova controladora
acionistas minoritários na controladora.
da Sabesp, a assessoria de comunicação manteve a afirmação de que
Na oportunidade, foi delineado que a empresa derivada dessa
nenhum fato novo foi concretizado até o fechamento desta edição.
reorganização, tida como uma holding, auxiliará o Governo na im-
Existem rumores que a evolução dessa conjuntura só se dará após
plementação de políticas públicas de saneamento básico e pretende
às eleições gerais, em outubro de 2018. Mas, por outro lado, grupos
reunir ativos da área e outros serviços, cuja exploração guarde relação
formados por ambientalistas parte do quadro de empregados da Sa-
com seu objetivo, como água de reúso, drenagem e resíduos sólidos.
besp apresentam grande resistência a essa questão e pedem espaço
Foi admitido pela esfera estadual que o objetivo do Estado é possibi-
para colocarem suas argumentações.
Março a Maio de 2018
SANEAS
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HOLDING SABESP
Privatização em “Dos Pacitos” Por Cid Barbosa Lima A Sabesp é uma empresa monopolista em 367 municípios e atende 61% da população do estado no fornecimento de água tratada e 47% da população na coleta de esgotos. O restante da população ou é atendida pelos municípios, através de autarquias ou por empresas privadas. É uma empresa de capital misto, altamente lucrativa. Estima-se para 2017 um lucro líquido de aproximadamente 3,5 bilhões de reais. Só por isso não podemos aceitar as justificativas para a promulgação da Lei nº 16.525 de 15 de setembro de 2017. É preciso entender um pouco mais dessa lei. O objeto precípuo da Lei 16.525/17 é a criação de uma empresa controladora. Mas controlar o quê ? Ora, a Sabesp ! No artigo 2º afirma“ A sociedade controladora terá por objeto: “inciso ll “ deter a titularidade, administrar e explorar ativos de qualquer natureza, visando precipuamente a universalização e a eficiência dos serviços de saneamento básico.” Como podemos ver, até a gestão da Sabesp passa para a empresa controladora. No artigo 7º fica bem clara essa intenção. Neste artigo fala-se em contrato de gestão entre a Sabesp, empresa controladora e o poder executivo. Já no inciso Vl do mesmo artigo fica estabelecida a possibilidade de entrega do monopólio para outras empresas. Com esta lei o Governo do Estado dá o segundo passo no processo de privatização da Sabesp. Hoje a Sabesp possui 50,3 % das ações ordinárias. No artigo 4º da Lei o estado é autorizado a transferir as ações de que é titular na Sabesp para a empresa controladora. Entendendo que as ações ordinárias dão o poder de voto, fica evidente que, senão emitirem novas ações, a Sabesp ficará com a minoria das ações atuais. Todavia a Lei ressalta que será respeitada a Lei Federal nº 6.404 de 15 de agosto de 1976. No artigo 6º é mencionado que o Conse-
22
SANEAS
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lho Diretor do Programa Estadual de Desestatização é que estabelecerá as condições para admissão de acionistas privados na sociedade controladora. Vale lembrar que o Programa Estadual de Desestatização (sofisma para evitar falar em privatização) foi instituído pelo governador Covas e seu primeiro presidente foi o Vice Governador Geraldo Alckmin. Este é um adepto fervoroso das privatizações, alegando que o estado é ineficiente. Uma empresa ineficiente que lucra 3,5 bilhões no último ano ! É preciso dizer que a privatização da Sabesp vai ao encontro do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), instituído em setembro de 2016 pelo governo Temer, que normatiza o processo de concessões e privatizações para os próximos dois anos. Este programa é sustentado pelo Banco Econômico de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, que procederá empréstimos à chamada iniciativa privada. Em março de 2017 foram anunciados 55 projetos do PPI, dentre os quais a desestatização de 14 empresas estaduais de saneamento. As consequências da privatização todos conhecem, porém no caso da água, um bem essencial à saúde humana, são terríveis. Não se pode tratar a água como uma simples mercadoria. Ela não pode faltar, pois a vida depende dela. As consequências já começamos a sentir. A Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp - AAPS foi pressionada pela diretoria da Sabesp a fazer um acordo com sérios prejuízos àqueles que optaram pelo plano previdenciário (Benefício Definido). Para conseguir uma melhor precificação das ações era imperioso para a empresa eliminar passivos trabalhistas e previdenciários. E as ações interpostas na justiça pela AAPS eram sérios empecilhos. A engenharia, de uma forma ou outra, também sofrerá as consequências.
Cid Barbosa Lima Junior Engenheiro civil trabalhou no Metrô, na Logos engenharia e na Sabesp, por 22 anos em projetos de água e esgotos. Participou do PROSEGE, do Programa Metropolitano de Água e do Projeto Tietê. Foi Presidente do SEESP, Conselheiro e Presidente da AEsabesp e hoje é Conselheiro da AAPS. As pequenas empresas de projeto sucumbirão com a privatização da Sabesp, pois os projetos virão prontos do exterior. Vale lembrar que os fundos de pensão americanos possuem muitas ações da Sabesp. Os salários dos funcionários tenderão a cair e os benefícios a desaparecer. A qualidade da água piorará. Os investimentos, ao contrário do texto da lei, serão minimizados. E além disso a controladora será mais uma empresa, para colocar políticos em cargos de confiança. O lucro é a principal meta da iniciativa privada. O primeiro passo na direção da privatização da empresa foi dado em 2003 com a venda de ações na bolsa de Nova York e na Bovespa. O resultado da venda de praticamente metade das ações da companhia foi, dentre outros, a grave e histórica crise hídrica que culminou em 2013 e 2014. Isso ocorreu por conta das diretorias da empresa terem priorizado a distribuição de dividendos aos acionistas, em vez de realizar investimentos em captação, tratamento e reservação. Já o segundo passo foi dado com a Lei 16.525 de 2.017, cujo resultado será desastroso pois os aumentos das contas de água vão onerar enormemente a população. Esse aumento será natural, uma vez que diminuirão os lucros da Sabesp, que terá que dividi-los com a empresa controladora. A essência do neoliberalismo é o laissezfaire -laissezpasser e sua prática é a diminuição dos Estados, com a privatização massiva. Toda privatização da água tem sido revertida no mundo e nossos governantes não se apercebem ou não querem perceber. Vários e importantes são os exemplos: Paris, Buenos Aires, Berlim, dentre outros. Como diz o lema do Fórum Alternativo Mundial da Água - FAMA 2018: “Água é direito ! Não é mercadoria!”
ARTIGO TÉCNICO Habib Georges Jarrouge Neto Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Paraná, Pós Graduado em Engenharia de Túneis. Gerente de Projetos da GeoCompany e Diretor do Instituto de Engenharia Roberto Kochen Professor Doutor em Engenharia Civil na Universidade de São Paulo - USP. Diretor Técnico da GeoCompany e Diretor do Departamento de Infraestrutura do Instituto de Engenharia Carla Aparecida Souza Di Liberato Engenheira Civil pela Universidade Nove de Julho. Tecnóloga em Obras Hidráulicas pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo - FATEC/SP. Pós Graduada em Botânica e plantas ornamentais na Universidade Federal de Lavras - UFLA Leandro da Silva Batista Engenheiro Civil pela Universidade Nove de Julho. Tecnólogo em Edifícios pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo - FATEC/SP Michelle Gonçalves Sebata
Programa de monitoramento e segurança de barragens do sistema produtor do alto tietê SPAT Por Francisco Habib Georges Jarrouge Neto, Roberto Kochen, Carla Aparecida Souza Di Liberato, Leandro da Silva Batista e Michelle Gonçalves Sebata Resumo
Proposto dentro dos estudos do Plano HIBRACE -
O presente trabalho tem por objetivo apresentar os mé-
numa época em que o problema de enchentes na RMSP
todos e procedimentos do Programa de Monitoramento
não era agravado pelo uso e ocupação cada vez mais
e Segurança das 5 barragens do Sistema Produtor do
indevida do solo; pela impermeabilização acentuada do
Alto Tietê (SPAT). Será apresentado e caracterizado o
solo; e grande quantidade de lixo jogado no Tietê -, teve
SPAT e em seguida apresentada a rotina e metodologias
sua implantação iniciada pela barragem de Ponte Nova,
das equipes responsáveis pelo monitoramento, manu-
localizada no rio Tietê, no município de Salesópolis. A
tenção, conservação e segurança das barragens.
conclusão das obras ocorreu no início da década de 70. De uma forma global, os cinco reservatórios (Ponte
Palavras-chave: Barragens, Monitoramento, Segurança, Alto Tietê, Sistema Produtor.
Nova, no rio Tietê, na divisa dos municípios de Salesópolis e Biritiba Mirim; Paraitinga, no rio Paraitinga, em Salesópolis; Biritiba, no rio Biritiba, na divisa dos municí-
Sistema produtor alto tietê - SPAT
pios de Biritiba Mirim e Mogi das Cruzes; Jundiaí, no rio
O SPAT (Sistema Produtor Alto Tietê) é um conjunto
Jundiaí, em Mogi das Cruzes; e barragem de Taiaçupe-
de cinco reservatórios (ou barragens) localizados entre
ba, no rio Taiaçupeba, na divisa de Mogi e Suzano), dão
Suzano e Salesópolis, concebidos visando o aproveita-
auxílio importante para a redução nas vazões do Tietê e
mento múltiplo de recursos hídricos, com ênfase para
afluentes próximos à barragem da Penha, somando-se
o controle de enchentes, abastecimento público, irri-
as obras de ampliação da calha do rio, especialmente no
gação, diluição de esgotos e lazer.
trecho Penha-Edgard de Souza.
Engenheira Civil pela Universidade Mogi das Cruzes - UMC. Pós graduada em Gerenciamento de Projetos pela Faculdade Getúlio Vargas - FGV
Figura 1 - Desenho esquemático do Sistema Produtor Alto Tietê.
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ARTIGO TÉCNICO
Metodologia de monitoramento e manutenção
feita a reanálise do estudo de ruptura de uma das 5 barragens.
O monitoramento das barragens, túneis e canais é realizado atra-
jusante de uma possível ruptura de cada barragem. Esse mapa
vés de uma rotina de inspeções e estudos técnicos que visam per-
de alagamento é utilizado para a elaboração dos Estudos Só-
mitir aos gestores terem as informações atualizadas e sistemáticas do comportamento das estruturas. São eles:
Nesse estudo foi elaborado o mapa de alagamento da área de
cio Econômico Ambiental e Plano de Ação de Emergência. • Reanálise Sócio Econômica Ambiental - A reanálise do Levan-
• Inspeção Rotineira nas barragens - São executadas por equipe
tamento Sócio Econômico Ambiental é executada por equipe
especializada, como parte regular de suas atividades. A frequ-
de sociólogos onde são verificados os aspectos sociais, eco-
ência dessas inspeções é mensal. Geram relatórios específicos,
nômicos e ambientais da área identificada no mapa de alaga-
e comunicações de eventuais anomalias detectadas.
mento elaborado no Estudo Dam Break. A frequência dessa
• Leitura e análise da instrumentação - As leituras são execu-
reanálise é quinquenal para todas as barragens do SPAT, sendo
tadas com a mesma frequência das inspeções rotineiras por
que anualmente é feita a atualização do Levantamento Sócio
equipe específica. E a análise destes dados é executada por
Econômico Ambiental de uma das 5 barragens. Esse estudo
equipe especializada.
apresenta uma estimativa de impactos em uma possível ruptu-
• Inspeção Rotineira em túneis e canais - São executadas por
ra de uma das barragens do SPAT.
equipe especializada como parte regular de suas atividades. A
• Reanálise do Plano de Ação de Emergência - PAE - A reaná-
frequência dessas inspeções é trimestral. Geram relatórios es-
lise do Plano de Ação de Emergência é elaborado pela equi-
pecíficos, e comunicações de eventuais anomalias detectadas.
pe técnica da GeoCompany/CabSpat/SABESP, onde estão
• Análises de fluxo - São executadas por equipe especializada,
estabelecidas as ações a serem executadas em uma situação
com frequência semestral. Nessas análises é feito o comparati-
de emergência, bem como identificados os agentes a serem
vo do resultado obtido da modelagem numérica do fluxo pelo
notificados desta ocorrência. A frequência dessa reanálise é
interior da barragem através de um programa bidimensional
quinquenal para todas as barragens do SPAT, sendo que anu-
de elementos finitos com as leituras da instrumentação execu-
almente é feita a reanálise do PAE de uma das 5 barragens.
tada mensalmente.
Após toda a metodologia de monitoramento informado são
• Inspeção formal - São executadas por equipe especializada,
desenvolvidos planos de trabalho de manutenção e conservação
diferente da equipe que executa a Inspeção Rotineira. A fre-
com base nos apontamentos ou anomalias encontradas. Estes
quência dessas inspeções é anual. Geram relatórios específi-
planos são estabelecidos tendo como base a respectiva disciplina
cos que dão base para a equipe da inspeção rotineira fazer
de atuação. São eles:
o acompanhamento da evolução e tratamento das anomalias
• Conservação de Áreas Verdes - São executadas por equipe técnica especializada da CabSpat, como parte regular de suas
identificadas. • Inspeção multidisciplinar - São executadas por equipe multi-
atividades. A frequência estabelecida para essa conservação
disciplinar que englobam especialistas em cada disciplina de
tem como premissa manter a coberta vegetal com excelente
interesse das barragens, túneis e canais. Para as barragens a
aspecto e adequado para a sua função.
equipe multidisciplinar é composta por especialistas das disci-
• Manutenção Civil - São executadas por equipe técnica espe-
plinas de estruturas, geotecnia, hidráulica, elétrica e mecâni-
cializada da CabSpat, como parte regular de suas atividades.
ca. A frequência dessas inspeções é bianual. Geram relatórios
Existe uma equipe dedicada e focada exclusivamente para a
específicos que dão base para a equipe da inspeção rotineira
execução das manutenções necessárias com objetivo de man-
fazer o acompanhamento da evolução e tratamento das ano-
ter o bom funcionamento de todas as estruturas civis das bar-
malias identificadas.
ragens.
• Reanálise e validação do estudo Dam Break - A reanálise do
• Manutenção Eletromecânica - São executadas por equipe téc-
Estudo Dam Break é executado pela equipe técnica da Geo-
nica especializada da CabSpat, como parte regular de suas
Company/CabSpat/SABESP, onde é realizado a verificação do
atividades. As equipes desenvolvem as manutenções com base
estudo de Ruptura das Barragens do Sistema Alto Tietê reva-
nos planos de manutenção de cada equipamento ou instala-
lidando o mesmo. A frequência dessa reanálise é quinquenal
ção com objetivo de manter o bom funcionamento de todas
para todas as barragens do SPAT, sendo que anualmente é
as estruturas e equipamentos das barragens.
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• Segurança Patrimonial - São executadas por equipe técnica
cializado em segurança de barragens e um auxiliar caminha por
especializada da CabSpat, como parte regular de suas ativida-
todo o corpo das barragens, subindo e descendo os taludes e
des. As equipes são responsáveis por fazer o controle de aces-
atravessando a crista a partir de uma ombreira até a extremida-
so assim como realizar rondas motorizadas nas localidades.
de oposta da barragem, cobrindo todo o seu corpo. Durante o trajeto são realizadas anotações e fotografias pertinentes, classi-
Inspeção rotineira nas barragens
ficando as anomalias conforme apresentado a seguir:
As inspeções rotineiras são executadas para se determinar as
• VERDE: Anomalias que devem apenas ser monitoradas
condições das partes integrantes das estruturas de barramento
• AMARELO: Anomalias de baixo potencial de risco, que devem
d’água.
ser corrigidas na manutenção de rotina
É realizada, mensalmente em cada uma das barragens do SPAT
• VERMELHO: Anomalias de maior potencial de risco, que po-
a inspeção rotineira, que avalia a presença de anomalias nas bar-
dem afetar a estabilidade e segurança e, portanto, devem ser
ragens que possam afetar a sua segurança e/ou estabilidade,
corrigidas em curto prazo de tempo.
tais como trincas, umidades, focos de insetos e/ou pragas como
Os dados da Inspeção rotineira são apresentados em formato
cupins, formigueiros e etc. A frequência desta inspeção pode ser reduzida em função de restrições sazonais. A equipe de inspeção composta por um engenheiro civil espe-
de uma planilha com o acompanhamento das evoluções/tratamento das anomalias e em formato de relatório onde as anomalias são detalhadas e apresentadas junto ao memorial fotográfico da inspeção.
Figura 2 - Imagem aérea da Barragem de Taiaçupeba
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ARTIGO TÉCNICO
Leitura e análise de instrumentação
de análise dos dados de piezômetros e marcos superficiais presentes
O objetivo da leitura e análise da instrumentação é monitorar os
desde a execução da barragem ou ainda cujo instalação foi solicitada
principais modos de falhas para as barragens de terra do SPAT.
dentro do programa de monitoramento e segurança de barragens.
Os principais modos de falha de uma barragem de terra são: Gal-
A leitura é realizada em todos os instrumentos instaladas nas bar-
gamento; Instabilização Global; Instabilização Localizada; Erosão In-
ragens e além dos dados de leitura propriamente dito, são analisa-
terna e Liquefação.
das as condições dos instrumentos, sua funcionalidade, identifica-
Para um acompanhamento efetivo, é feito o monitoramento da percolação, monitoramento das deformações e monitoramento das tensões totais.
ção e acessibilidade. O relatório apresenta mensalmente as leituras dos instrumentos, sua variação no tempo, a análise de comportamento da bar-
É realizada, mensalmente em cada uma das barragens do SPAT
ragem, além de indicar as ações que devem ser realizadas em
a leitura e análise de instrumentação, que avalia a variação de linha
cada instrumentação presente para garantir seu funcionamento
piezométrica no maciço, bem como a sua movimentação, através
ao longo do tempo.
Figura 3 - Apresentação típica de leitura de piezômetros em uma das barragens do SPAT.
Inspeção em túneis e canais Os objetivos dos trabalhos de inspeção e monitoramento são: Prolongar a vida útil das estruturas subterrâneas e manter a segurança das mesmas. Os principais objetivos do processo de inspeção são: • Recriar um ambiente dentro do túnel apropriado para o seu uso; • Preservar a capacidade estrutural do túnel e resguardar o ambiente externo. Os componentes básicos para a manutenção e gerenciamento de estruturas subterrâneas são a inspeção e o diagnóstico. Inspeção significa um exame das condições do suporte do túnel, identificando e mapeando e cadastrando as anomalias existentes. O diagnóstico é a avaliação da investigação, da observação e dos
Figura 4 - Vista do emboque do túnel de transferência Jundiaí - Taiaçupeba.
resultados obtidos identificando as possíveis causas responsáveis pela ocorrência das anomalias, sua ligação com a deterioração do
to original e da construção do túnel. Ressalta-se que esta etapa
concreto e a recomendação de eventuais medidas corretivas que
é importante para se conhecer as condições do maciço em que o
garantam a integridade e a durabilidade de suporte do túnel.
túnel se encontra, suas características geológicas e geotécnicas,
Inicialmente coletou-se informações disponíveis sobre o proje-
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e as condições hidrológicas do local. O histórico dos eventos
atípicos ocorridos durante a operação do túnel também deve
Análises de fluxo
ser consultado.
As análises de fluxo apresentam a modelagem numérica de fluxo
Também se fez uma avaliação das condições de segurança dos
pelo interior das barragens do SPAT. O objetivo das análises é de-
túneis a serem inspecionados, uma vez que os mesmos poderiam
monstrar como ocorre o fluxo no interior da barragem, e fazer o
apresentar gases perigosos, desplacamentos de concreto entre ou-
comparativo dos dados da modelagem com os dados verificados
tras condições operacionais que podem causar acidentes.
em campo durante as leituras dos instrumentos instalados em cada
A técnica utilizada para a inspeção dos túneis e canais, é a inspe-
barragem, e verificar se o fluxo se comporta dentro da normalidade.
ção visual, que consiste no levantamento quantitativo e qualitativo
Estas análises são executadas pela equipe técnica da GeoCom-
das anomalias existentes nos elementos estruturais dos túneis em questão. Essas informações visam primeiramente fornecer subsídios para a análise da necessidade de ensaios complementares.
pany, com frequência semestral para cada uma das barragens. De forma complementar as informações de campo permitem que ao longo do tempo e acumulo de leituras sejam refinados os parâ-
Os ensaios complementares, se necessários, formam o conjunto
metros adotados para as análises de estabilidade e fluxo do maciço.
de informações necessárias para a análise do estado de conservação
Os dados dessas análises, da normalidade ou anormalidade do
da estrutura. O resultado da análise deste conjunto de informações
comportamento do fluxo no interior da barragem, bem como medi-
são a base para a elaboração do diagnóstico final da estrutura.
das que sejam necessárias são apresentados em relatórios específi-
A inspeção é realizada por equipe técnica especializada, com frequência trimestral nos túneis e canais do SPAT.
cos para esse fim, com todos os dados considerados para a análise. Para a modelagem é utilizado o programa RS2 (Phase2), da em-
Como existe um calendário prévio para a rotina de inspeções, as
presa canadense Rocscience, um programa bidimensional de ele-
inspeções costumam ser realizadas nos túneis e canais em níveis
mentos finitos para análise do comportamento de solos e rochas,
mais baixos possível, permitindo uma melhor visualização da equipe
que permite a avaliação de diversos problemas geotécnicos, como
técnica que em algumas estruturas estará utilizando um barco para
a análise de fluxo.
a realização da inspeção.
O programa modela o fluxo subterrâneo através de sólidos per-
Os dados da inspeção em túneis e canais é apresentado em rela-
meáveis, como o corpo da barragem. O modelo de fluxo pode ser
tório específico que segue a mesma metodologia apresentada ante-
implementado sozinho, independentemente de cálculo mecânico
riormente para a inspeção rotineira nas barragens.
usual, ou pode ser feito em paralelo com um modelo mecânico para calcular os efeitos da interação fluído/solo.
Figura 5 - Apresentação típica de pressões hidrostáticas no interior de uma das barragens do SPAT.
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ARTIGO TÉCNICO
A Figura 3 apresenta a seção típica de pressões hidrostáticas no interior de uma das barragens do SPAT. A Figura 4 apresenta a seção típica comparativa entre linha freática e leitura de piezômetro de uma das barragens do SPAT.
nhamento da evolução e tratamento das anomalias identificadas, ampliando assim o nível de detalhes, de debate técnico e por consequência a confiabilidade dos dados de inspeção, além de manter todos os interessados familiarizados com as condições e metodologias aplicadas na rotina de inspeções.
Inspeção formal nas barragens As inspeções formais são executadas para se determinar as condi-
Inspeção multidisciplinar nas barragens
ções das partes integrantes das estruturas de barramento d’água.
As inspeções multidisciplinares, também chamadas de inspeções
É realizada, anualmente em cada uma das barragens do SPAT,
especiais são executadas por equipe composta de especialistas
por equipe própria, porém deve impreterivelmente ser uma equi-
das áreas de hidráulica, geotecnia, geologia, estrutural tecnologia
pe diferente da equipe de inspeção rotineira. Assim como na ins-
do concreto, elétrica e mecânica, além de contar também com o
peção rotineira, se avalia a presença de anomalias nas barragens
acompanhamento do operador e proprietário das barragens.
que possam afetar a sua segurança e/ou estabilidade, tais como trincas, umidades, focos de insetos e/ou pragas como cupins, formigueiros e etc.
A inspeção é realizada, com frequência bianual em cada uma das barragens do SPAT, intercalando com a inspeção formal. A inspeção multidisciplinar, que além de abordar e incluir a ins-
A equipe de inspeção é composta por um engenheiro civil especializado, com a participação da equipe de inspeção rotineira. A
peção formal das barragens, amplia o escopo de análise para todas as estruturas e disciplinas presentes na barragem.
metodologia adotada é a mesma da inspeção rotineira. Também
Como a inspeção multidisciplinar segue um cronograma apre-
participam desta inspeção as equipes técnicas do operador e do
sentado de forma antecipada e estruturado, as avaliações podem
proprietário das barragens.
ser realizadas com o máximo rigor, que inclui o teste de equipa-
Os dados da Inspeção formal são apresentados em relatório es-
mentos e acesso total as estruturas.
pecífico com o acompanhamento das evoluções/tratamento das
Os dados da inspeção multidisciplinar são apresentados em
anomalias, são detalhadas, e apresentadas junto com o memorial
relatório que segue a mesma metodologia apresentada anterior-
fotográfico da inspeção. Os relatórios específicos desta inspeção
mente para a inspeção rotineira e formal nas barragens, porém
dão base para a equipe da inspeção rotineira fazer o acompa-
adaptado a cada uma das especialidades abordadas.
Figura 6 - Estruturas inspecionadas na Barragem de Taiaçupeba.
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Reanálise e validação dos estudos Dam Break
Company/CabSpat/SABESP, com frequência quinquenal, porém a
O objetivo principal do estudo de ruptura de barragens “Dam Bre-
cada ano é apresentado o estudo referente a uma das barragens.
ak” é a caracterização das diferentes hipóteses de ruptura de barragens analisadas, e os efeitos dessa ruptura, em termos da inundação resultante, nas cidades localizadas a jusante das estruturas. Para as barragens do SPAT a simulação foi executada baseando-se em dois cenários pré-estabelecidos para barragens de terra. Os mecanismos de rompimento adotados foram o Overtopping e pipping levando a falência estrutural das barragens. O estudo de reanálise e validação dos estudos de Dam Break de cada uma das barragens é realizado pela equipe técnica da Geo-
O estudo visa analisar a validade e a atualidade dos parâmetros adotadas para o estudo de ruptura da barragem. Visando garantir a precisão das informações e tomadas de decisão para o caso da ocorrência de uma situação extrema com a barragem. Nesse estudo foi elaborado o mapa de alagamento da área de jusante de uma possível ruptura de cada barragem. Esse mapa de alagamento é utilizado para a elaboração dos Estudos Sócio Econômico Ambiental e Plano de Ação de Emergência.
Figura 7 - Imagem da Área de Alagamento do Dam Break da Barragem de Jundiaí.
Reanálise sócio econômica ambiental
buscando mensurar esse impacto.
O relatório de pesquisa sócio econômico ambiental tem como
O estudo para a revisão do relatório de análise sócio econômica
objetivo apresentar a identificação do impacto socioeconômico e
ambiental é realizado pela equipe técnica da GeoCompany/Ca-
ambiental que seria causado aos municípios atingidos pela onda
bSpat/SABESP, com frequência quinquenal, porém a cada ano é
de cheia em um possível rompimento das barragens do SPAT.
apresentado o estudo referente a uma das barragens.
Os dados são levantados de diversas fontes, com o objetivo de
As áreas pesquisadas na elaboração deste estudo são definidas
melhor descrever as atividades sociais, comerciais, industriais eco-
em função do mapa de alagamento apresentado no estudo de
nômicas, educacionais, culturais e de saúde de cada município,
ruptura “Dam Break”.
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ARTIGO TÉCNICO
MUNICÍPIO
EXTENSÃO TERRITORIAL (KM²)
PORÇÃO TERRITORIAL ATINGIDA (%)
ÁREA TERRITORIAL ATINGIDA (KM²)
ÁREA DE IMPACTO
Guarulhos
317,85
1,29
4,11
Exclusivamente urbano
Itaquaquecetuba
82,59
12,26
10,12
Maior parte urbana e APA
Mogi das Cruzes
713,30
0,24
1,75
Maior parte urbana e APA
Poá
17,48
2,53
0,44
Maior parte APA
São Paulo
1.523,20
0,28
4,25
Maior parte urbana e APA
Suzano
205,28
4,61
9,46
Maior parte APA
Tabela 1 - Área territorial municipal atingida em uma possível ruptura da barragem de Jundiaí.
Reanálise do plano de ação emergencial - PAE
atuar em relação aos dois objetivos citados acima com atuação
O Plano de Ação Emergencial “PAE” das barragens do SPAT apre-
preventiva e atuação em resposta a uma emergência real.
sentam ações e procedimentos com um duplo objetivo: (1) Asse-
O estudo para a revisão do PAE - Plano de Ação Emergencial é
gurar a estabilidade da barragem, de forma a preservar a popu-
realizado pela equipe técnica da GeoCompany/CabSpat/SABESP,
lação e as construções a jusante, e (2) minimizar os impactos, em
com frequência quinquenal, porém a cada ano é apresentado o
intensidade e tempo de recuperação em eventuais situações de
estudo referente a uma das barragens. O estudo visa manter atua-
emergência que ponham em risco a estabilidade das barragens,
lizado e preciso o fluxo de informações e as medidas de ação que
podendo inclusive ocasionar a sua ruptura.
devem ser tomadas em situações de emergência, além de definir
O PAE define responsabilidades e indica procedimentos para
Figura 8 - Modelo de Gerenciamento de Crise apresentado nos PAE’s.
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SANEAS
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quais as situações de emergência e como devem ser trabalhadas.
Conservação de áreas verdes
to de um relatório mensal com o acompanhamento dos serviços
As rotinas de conservação de áreas verdes em barragens são ne-
executados onde são detalhados através de memorial fotográfico.
cessárias para garantir as manutenções das estruturas. A frequência destas atividades é definida através de um plano de manutenção inteligente no qual estabelece um intervalo menor nos períodos chuvosos e maior durante o período de estiagem. Além dos serviços de roçada realizados em toda a cobertura vegetal das superfícies, também é feito um controle efetivo de combate as pragas que são prejudiciais para as estruturas. Os dados da Conservação de Áreas Verdes são apresentados em formato de um relatório mensal com o acompanhamento dos serviços executados onde são detalhados através de memorial fotográfico.
Figura 10 - Limpeza na Casa de Válvulas da Barragem Jundiaí.
Manutenção eletromecânica As atividades de manutenção eletromecânica nas instalações, abrangem a atuação das especialidades de elétrica e mecânica e são estabelecidas com base nas características dos equipamentos inseridos na estrutura de cada barragem, de modo a garantir a confiabilidade operacional do sistema SPAT. Dentro da estratégia de atuação de cada instalação, foram desenvolvidos planos específicos de manutenção preventiva, além Figura 9 - Área de jusante da Barragem Taiaçupeba após a conservação de áreas verdes.
da implementação de práticas de manutenção preditiva, que propiciam um melhor acompanhamento e permitem maior assertividade na avaliação quanto a real condição operacional dos equipa-
Manutenção civil
mentos. Além das práticas mencionadas, também se definiu um
Os respectivos serviços de manutenção civil em barragens são
Mapa de 52 semanas, que assegura a execução das manutenções
identificados através dos monitoramentos realizados e são feitos
e testes em todos os equipamentos de forma sistêmica.
apontamentos através dos relatórios. Com base nestes apontamentos são estabelecidos planos de manutenção preventiva.
Para atender a esta estrutura e as demais instalações do sistema SPAT, a equipe de manutenção eletromecânica é composta
A manutenção civil é realizada através de uma equipe exclusiva
por uma equipe 11 oficiais de manutenção, 14 técnicos, 02
e capacitada, sendo que sua atuação é executada com base nos
encarregados e 01 Engenheiro, além de contar com o apoio
planos.
da estrutura do departamento de Engenharia de Manutenção,
A equipe de manutenção é composta por um engenheiro civil, um técnico em edificações, um encarregado e uma equipe de manutenção com 4 oficiais e 4 ajudantes.
formado por 03 assistentes administrativos, 01 analista e 01 Engenheiro. Os dados das manutenções eletromecânicas realizadas, são
Além das manutenções realizadas também é feita a limpeza e
apresentados mensalmente em relatório, onde são demonstra-
asseio das estruturas com a utilização de 5 auxiliares de limpeza.
dos todos os detalhamentos das atividades através de memorial
Os dados da Manutenção Civil são apresentados em forma-
fotográfico.
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ARTIGO TÉCNICO
trabalho de inspeção e análise rotineira das barragens, túneis e canais que compõem o sistema, de forma que além de permitir as devidas intervenções no tempo correto, foi possível acumular conhecimento do comportamento dos maciços, refinar os dados de análise, conhecer e melhorar os ciclos de manutenção área de influência ao longo do tempo. Recomenda-se que o Programa seja continuamente realizado, com as periodicidades já apresentadas e os dados continuem a ser colhidos, armazenados e utilizados na continua melhoria do sistema de monitoramento e manutenção. Figura 11 - Instalação de Válvulas Dispersoras na Barragem Ponte Nova
Referências bibliográficas 1. Manual de Instrumentação de Barragens, SABESP; 2. Manual de Reparos de Deficiências em Maciços de Terra e
Segurança patrimonial
Enrocamento, SABESP;
Os serviços de segurança patrimonial nas barragens no SPAT são
3. Metodologia de Inspeção e Manutenção de Barragens,
serviços de extrema relevância para as estruturas, pois além de
SABESP;
realizar o controle de acesso nas localidades também executam
4. Manual de Inspeção de Barragens de Terra e Enrocamen-
rondas especificas e motorizadas nas áreas operacionais.
to, SABESP;
Estas atividades contribuem para a segurança das estruturas, pois inibem o acesso de pessoas nas áreas operacionais.
5. Barragens de Terra e Enrocamento - Estabilidade e Deficiências, SABESP; 6. Cálculo dos Índices e Classificação das Prioridades, SA-
Resultados obtidos e análise dos resultados
BESP;
Ao longo de 8 anos da implantação desse Programa de Monito-
7. Manual de Inspeção das Fundações e Ombreiras de Bar-
ramento e Segurança das Barragens do SPAT, iniciado em 2009 e
ragens, SABESP;
que segue até os dias atuais foi possível obter uma série de dados
8. Manual de Segurança e Inspeção de Barragens, Ministé-
de comportamento das barragens ao longo do tempo e ciclos de
rio da Integração Nacional, SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA
surgimento de anomalias e manutenção das barragens, túneis e
HÍDRICA;
canais do sistema.
9. Lei 12.334 - POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA DE BAR-
Esses dados permitiram a correta manutenção sistemática e
RAGENs.
programada desse importante sistema de abastecimento de água
10. SILVEIRA ALVES, JOÃO FRANCISCO Instrumentação e Segu-
da região metropolitana de São Paulo, além de permitir interven-
rança de Barragens de Terra e Enrocamento.
ções pontuais no tempo certo de forma que ao longo de todo o período do programa de monitoramento e segurança de barragens, mesmo com variações bruscas de volume que foram de vertimento em cheias recordes em 2010 até a mais dura seca da história paulista em 2015 o SPAT não teve nenhuma situação de emergência que tenha colocado em risco a estrutura das barragens, canais e túneis, em função de erros de manutenção. Preservando assim o patrimônio, as vidas e o abastecimento nas áreas de influência do SPAT.
Conclusões e recomendações O Programa de Monitoramento e Segurança de Barragens do Sistema Produtor do Alto Tietê vem realizando desde 2009 o
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SANEAS
Março a Maio de 2018
Envie seus trabalhos para o nosso Banco de Artigos Técnicos Os trabalhos devem ser redigidos em português e formatados em arquivo “word”, contendo até 17.000 caracteres, incluindo as notas finais. É permitido o envio de até 8 imagens (figuras ou gráficos) para ilustração, em boa definição, preferencialmente acima de 1 Mb. Esses artigos técnicos deverão ser acompanhados de currículos e fotos dos autores e enviados aos cuidados do coordenador do Fundo Editorial AESabesp, eng. Luciomar Werneck, para o e-mail lwerneck@sabesp.com.br
29º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
29ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
O maior evento de saneamento Ambiental da América Latina! 29º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
29ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
Março a Maio de 2018
SANEAS
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29º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
29ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
Em 2018, a AESabesp contará com a parceria da IFAT
E
m 2018, todo o know-how da IFAT - Feira Inter-
Esse evento, tido como a maior realização técnica-mercadoló-
nacional para Gestão de Água, Esgoto, Lixo e
gica do setor de saneamento e meio ambiente da América Latina,
Resíduos, concebida na Alemanha e considerada
está marcado para 18, 19 e 20 de setembro de 2018, no Expo
como o maior evento mundial de soluções am-
Center Norte, em São Paulo - SP.
bientais, será investido no Brasil, por meio da parceria com a
A parceria com a IFAT foi celebrada durante a Fenasan 2017. Na
AESabesp, na realização do seu 29º Encontro Técnico/ Fena-
ocasião, os representantes da organizadora alemã Messe Mun-
san 2018.
chen , Christian Rocke e Collin Davis, destacaram que o papel da IFAT será o de trazer uma experiência de longo prazo em tecnologia de saneamento para a América Latina, tendo o Brasil como principal referência, iniciada com a vinculação à Associação dos Engenheiros da Sabesp. Para os visitantes e expositores da Fenasan 2018 - Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, o evento desde já se mostra como um promissor cenário de negócios, no qual equipamentos, produtos e serviços de todas as empresas expositoras ganharão uma visibilidade mundial. A entrada na Feira é gratuita.
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SANEAS
Março a Maio de 2018
O Congresso ABES / FENASAN 2017 reuniu:
213
expositores
25mil
visitantes na Fenasan
Envie o seu trabalho técnico até 11 de maio
4mil
congressistas
A exemplo das edições anteriores, o qualificado público do Encon-
É chegada a hora de alavancar o saneamento ambiental no Brasil
tro Técnico AESabesp - Fenasan 2018 será formado por técnicos,
Este será o tema central do 29º Encontro Técnico AESabesp - Fe-
acadêmicos, gestores, empresários e membros da comunidade do
nasan 2018 que irá guiar os debates acerca dos desafios e opor-
saneamento ambiental de todos os estados brasileiros e de países
tunidades para o futuro do saneamento nacional e global. Chame
que já participaram de edições anteriores, como Alemanha, Ar-
seus parceiros, fornecedores, colegas, professores e amigos para o
gentina, Áustria, Bolívia, China, Colômbia, Costa Rica, Dinamarca,
maior evento de saneamento ambiental das Américas!
Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Israel, Itália, México, Peru, Portugal, Reino Unido, Uruguai e Venezuela, além de
Site Fenasan 2018 e vídeo da edição de 2017
nações estreantes nesse consolidado evento do setor.
Já está disponível para navegação na web o novo site do 29º Con-
Envie o seu trabalho técnico para o processo de Submissão
gresso Técnico AESabesp - Fenasan 2018: www.fenasan.com.br.
de Trabalhos até o dia 11 de maio de 2018. O comunicado de
No seu conteúdo inicial, o internauta já poderá ter informações sobre
aceite dos qualificados ocorrerá em 02 de julho de 2018. Os
a estrutura da Planta da Feira, as datas principais de envio e aceite de
interessados deverão encaminhar os seus trabalhos pelo link:
trabalhos e demais notícias sobre a preparação desse evento.
www.fenasan.com.br/chamada-trabalhos, onde consta toda a orientação de envio.
Veja também o vídeo da ABESFENASAN 2017, em português e legendado em inglês, disponível nos Portais da AESabesp, FENASAN 2018 e ABESFENASAN 2017. Para acessá-lo diretamente clique neste link: www.aesabesp.org.br/quemsomos/webtv.html O seu rico conteúdo traz imagens gerais do maior e o mais importante evento de saneamento ambiental das Américas, realizado pela ABES e AESabesp, entre os dias 02 e 06 de outubro de 2017, que reuniu 25.000 visitantes, 4.000 congressistas e 213 expositores. E você também pode ficar por dentro das atividades, novidades e atualizações do maior evento de saneamento da América Latina, bem como integragir nas suas redes sociais. Aproveite para aumentar a sua Networking no setor de saneamento, compartilhando as informações da web e de seus Posts no Facebook.
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#EncontroTecnicoAE #Fenasan2018
Março a Maio de 2018
SANEAS
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HISTÓRIA SOCIO AMBIENTAL
Por Márcia Nunes
O êxito da parceria entre AESabesp e Sabesp na utilização dos recursos do Fehidro
P
or meio desse aporte foi possível um
jurídicas, na área de saneamento, quer seja com re-
impactante trabalho de conscientiza-
cursos do Fehidro ou outras fontes, conforme citado
ção do uso da água, com aquisições
na entrevista com a Diretora Socioambiental da enti-
dos equipamentos Puramóveis, revis-
dade, eng. Márcia Nunes.
tas, folders e os redutores de vazão, ferramen-
Márcia Nunes Diretora Socioambiental da AESabesp
36
SANEAS
tas essenciais para o desenvolvimento de ações
Saneas: O que motivou a AESabesp a se integrar
educacionais previstas pelo Projeto de Educação
na utilização dos recursos disponibilizados pelo
Ambiental da Baixada Santista.
Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro)?
A AESabesp continua de portas abertas para
Márcia: A AESabesp é uma OSCIP - Organização da
prestar consultoria especializada a pessoas físicas e
Sociedade Civil de Interesse Público que é um títu-
Março a Maio de 2018
lo fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, que tem como
- CBH-BS a disponibilidade financeira, para o tipo de ação que que-
promover parcerias e convênios com todos os níveis de governo
ríamos desenvolver e, através de um Termo de Cooperação Técnica
e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que
entre AESabesp e a Sabesp, apresentamos um projeto, segundo as
possam receber doações para a realização de projetos, dentro da
normas ditadas pelo Fehidro, onde estabelecemos as aquisições -
sua área de atuação como OSCIP.
equipamentos PURAMÓVEL, revista, folheto e redutor de vazão, ela-
O Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) é a instância
boramos a proposta de atividades e em que tempo seriam realizadas.
econômico financeira do Sistema Integrado de Gerenciamento de
Foi-nos solicitado alguns ajustes, que atendidos resultaram na
Recursos Hídricos (SIGRH). Os recursos do Fundo destinam-se a
aprovação do projeto, liberando os recursos ao agente financeiro.
dar suporte financeiroà Política Estadual de Recursos Hídricos. O Fehidro conta com agentes técnicos que analisam e avaliam a
A seguir providenciamos os processos de aquisição e iniciamos os trabalhos junto a RS.
viabilidade técnica e os custos dos empreendimentos e fiscalizam
Desde a primeira solicitação ao CBH-BS, acertos, processos de
sua execução dentro da esfera de sua competência, ou seja, no
aquisição e recebimento dos equipamentos, transcorreram 18 meses.
campo de suas atribuições. Sem a aprovação do Agente Técnico o financiamento não se efetiva. Os recursos do Fehidro são pro-
Saneas: Como a AESabesp administrou a versação desses
venientes da compensação financeira pelo uso dos recursos hídri-
recursos?
cos, e podem ser utilizados para Investimentos (90%) e despesas
Márcia: Para a solicitação do recurso ao Fehidro é necessário uma
(10%) e é administrado pelo Agente Financeiro, no nosso caso o
pesquisa de preços prévia e definição dos valores para custearem
Banco do Brasil.
as ações que serão implementadas, o dinheiro liberado é carimba-
Deve haver a disponibilização de recursos no Comitê ou Agên-
do para cada uma das aquisições. Assim, realizamos os processos
cia de Bacia Hidrográfica, onde se quer implantar o projeto, para
de pregão e aquisição de 4 bancadas Puramóvel e para as 10.000
o tipo de empreendimento que se quer obter o recurso.
Revistas lúdicas sobre o tema de uso racional de água, para a faixa
Nosso esforço, para a obtenção dos recursos, foi com o objeti-
etária de 06 a 14 anos e, para os 3.000 folhetos para jovens acima
vo de cumprirmos nosso papel social, como promotores de ações
de 14 anos e 3.000 redutores de pressão, para serem entregues
efetivas em saneamento e através de parceria, juntarmos esforços
aos participantes dos treinamentos, realizamos consulta a forne-
para trabalharmos o combate às perdas, em uma das áreas que
cedores, em razão dos valores envolvidos.
tem índices altos - a Baixada Santista, através de ações educativas e sensibilizantes ao uso racional da água.
Saneas: Quais foram os resultados obtidos com o emprego desses recursos?
Saneas: Para a AESabesp, qual foi a importância desse pri-
Márcia: As aquisições dos Puramóveis, revistas, folders e os re-
meiro Convênio estabelecido entre a AESabesp e a Sabesp,
dutores de vazão, são ferramentas essenciais para o desenvolvi-
com recursos a fundo perdido do Fehidro.
mento de ações educacionais previstas pelo Projeto de Educação
Márcia: Foi uma experiência enriquecedora e exitosa, podemos
Ambiental da Baixada Santista, que contempla a realização de
dizer que abre uma nova forma de prestarmos serviços à socie-
palestras e atividades lúdicas, em escolas, empresas e associações,
dade, apoiando a Sabesp ou a outras companhias de Saneamen-
objetivando treinamentos e sensibilização de jovens e adultos dos
to pois, para a modalidade de co-participação, que foi o tipo de
municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá,
convênio que firmamos, somente através de uma OSCIP pode-se
Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. Foram treinados mais
obter tais recursos junto ao Fehidro, a co-participação da Sabesp,
de 10.000 pessoas, entre jovens e adultos no intervalo de 1 ano,
neste caso, foi a disponibilização de funcionários para darem os
e os treinamentos continuam, bem como a exposição dos equipa-
treinamentos e palestras.
mentos puramóveis em ocasiões onde o tema economia de água
E, principalmente, foi um exercício de consciência social em que
é apresentado, quer sejam escolas, clubes, associações, feiras de
juntamos esforços para um bem comum.
saneamento, etc..
Saneas: Como se consolidou a liberaçãodesses recursos, a
Saneas: Ossimuladores móveis para demonstração de con-
designação de onde ele deveria ser usado e em que prazo?
sumo de água conhecidos como “Puramóveis” impactou de
Márcia: Havia no Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista
que maneira na sociedade?
Março a Maio de 2018
SANEAS
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SOCIO AMBIENTAL
cios e cuidados com o equipamento em implantação. Outros abrem recursos para Programas Educacionais, como o que nós realizamos. O mais importante é acompanhar as Deliberações do Comitê ou Agência, para saber em que frentes haverá recursos que possam ser acessados, e as condicionantes para se candidatar a eles. Saneas: Existe a perspectiva de continuidade ou renovação desse Convênio? Márcia: Sim, com essa experiência, estamos confiantes que, podemos juntar esforços com algum órgão público, para buscarmos os recursos necessários para projetos da área de saneamento báAs palestras, ministradas pelo representante do PURA em Santos, Claudio Luiz Neves (Sabesp), foram realizadas no auditório da Secretaria da Educação, no Centro de Santos.
sico junto ao Fehidro ou a outras fontes de empréstimos, fomen-
Márcia: Cada Puramóvel é capaz de simular situações reais de
Saneas: Os associados podem continuar o registro de seus
consumo de água em uma residência, comparar a eficiência de
interesses em desenvolvimento de seus projetos, com os
tos e cessão de recursos.
torneiras com e sem dispositivos economizadores, além de de-
recursos do Fehidro?
monstrar com precisão de mililitros, o tamanho do desperdício que
Márcia: Sim, devem, nossa carteira de especialistas é nossa prin-
pode ser provocado por um simples gotejamento, pela falta de
cipal fonte de consulta a profissionais que queiram trabalhar co-
manutenção adequada em chuveiros ou torneiras, por exemplo.
nosco. Nosso desejo é estarmos prestando consultoria especiali-
Então, é possível medir esses desperdícios, dada a precisão da
zada a quem necessite, na área de saneamento, quer seja com
medição de vazão do equipamento, o que tem despertado, em
recursos do Fehidro ou outras fontes, e o Brasil tem muita gente
quem vivência uma apresentação, a preocupação de reduzir essa
com essa necessidade.
água perdida que é preciosa. O objetivo de sensibilizar para o uso
Quem tiver interesse em solicitar nossa cooperação para ter
racional e diminuição de perdas é obtido, pois a platéia tem se
acesso a recursos do Fehidro entre em contato conosco, teremos
manifestado impressionada com as informações que recebem.
muita honra em sermos parceiros nessa luta pelas melhorias do
Os impactos sobre a redução do consumo ainda estão sendo
saneamento básico.
analisados, mas temos certeza que com a continuidade das ações teremos uma população mais consciente da importância de se reduzirem o consumo e usar melhor a água que recebem. Saneas: A senhora poderia discorrer sobre alcance das demais ações educacionais e sociais, possibilitadas por meio desses recursos? Márcia: Os Comitês de Bacias Hidrográficas definem recursos para diversas ações, priorizadas dentro de suas necessidades no cumprimento da Política Estadual de Recursos Hídricos. Esses recursos podem ser reembolsáveis ou não. Para qualquer deles, os alcances sociais são abrangentes, pois atenderiam a toda sociedade, direta ou indiretamente. Alguns Comitês ou Agência de Bacia, fazem exigência de treinamentos, sensibilização, prontidão ou palestras para projetos que envolvam mudanças de comportamento na população atingida por uma obra, com o objetivo de esclarecerem sobre os benefí-
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SANEAS
Março a Maio de 2018
As demonstrações do funcionamento do PURAMÓVEL mobilizou o interesse do público no estande da AESabesp durante a Fenasan 2017.
CULTURAL
AESabesp ampliará seus benefícios culturais Março a Maio de 2018
SANEAS
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CULTURAL
N
a Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo, realizada no dia 27 de fevereiro , na sede da AESabesp, aberta aos associados, foi
aprovada a proposta da Diretoria Cultural, liderada por Maria Aparecida Silva de Paula, voltada à revisão dos seguintes benefícios:
Concessão de Bolsas de Estudos: Será aumentado o padrão de reembolso, atualmente em 25%, para até 75% do valor do curso escolhido pelo sorteado ou até 5 (cinco) salários mínimos , estabelecido como teto de concessão. As alterações começam entrar em vigor para os bolsistas sorteados durante a Festa de Confraternização de 2018.
25% 75%
Prêmio Jovem Profissional: Será aberto a todo o público (associado ou não), com até 30 anos de idade, estudantes ou profissionais de todos os segmentos da carreira universitária, graduados, pós-graduados ou que tenham sido diplomados em até 5 anos.
Patrocínio de Projeto:
Este Prêmio é entregue todos os anos na cerimônia de
Também foi aprovado a exten-
encerramento do Congresso Técnico AESabesp/ Fenasan.
são do investimento de 50%
Será oferecido ao vencedor um subsídio de 10 (dez) salários
ou 5 salários mínimos, para até
mínimos, em cobertura de despesas de curso, como teto.
75% do valor do projeto ou
Ao segundo lugar, um tablet e uma inscrição do evento do
até 7 (sete) salários mínimos,
próximo ano. E ao terceiro lugar, uma inscrição do evento
como teto. Este benefício po-
do próximo ano. Mais informações estão disponíveis no site
derá ser requerido pelos parti-
www.fenasan.com.br
cipantes do próximos sorteios.
De acordo com a diretora cultural da AESabesp, Maria Aparecida Silva de Paula, essa alteração de benefício nos
50% 75%
processos de concessão de bolsas de estudos atende às reivindicações de associados, bem como ao objetivo da entidade em investir na capacidade de novas gerações, para a prospecção dos setores de saneamento e meio ambiente.
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SANEAS
Março a Maio de 2018
Acontece no setor
As novidades em produtos, serviços e tecnologias no setor de saneamento e meio ambiente
Clássico da hidrogeologia traduzido para o português O livro “Groundwater”, de Allan Freeze e John Cherry, foi escrito em 1979 em inglês e vendeu mais de 500 mil cópias. É usado até hoje e é considerado como a referência para todos os interessados em águas subterrâneas, é um clássico. Sua tradução para o português foi coordenada pelo Professor Everton de Oliveira (do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp de Rio Claro - UNESP/ IGCE e Associação Brasileira de Águas Subterrâneas ABAS) e contou com uma equipe de quase 300 voluntários. O autor John Cherry entrou em contato com o professor do IGCE para coordenar o projeto de tradu-
Huesker promoveu 5ª edição do Georreforços
ção do livro para o português e para outras línguas,
A HUESKER, empresa alemã de fabricação de geossintéticos e tecidos
ção nacional e internacional.
pois pretende-se traduzi-lo para francês, espanhol e mandarim, entre outras línguas, e fazer uma divulga-
técnicos, celebrou, em março, os seus 20 anos de atuação no Brasil,
O livro na versão português foi traduzido em dois
estabelecida na cidade de São José dos Campos-SP, com a quinta edi-
meses e está acessível para download gratuito no site
ção do Georreforços - Workshop de Geossintéticos, considerado um
do Instituto Água Sustentável (www.aguasustentavel.
dos mais tradicionais eventos do setor.
org.br). De acordo, com a entidade, “o projeto é gran-
Com mais de 300 participantes, entre engenheiros, projetistas, consultores, pesquisadores e acadêmicos, o workshop teve uma pro-
dioso e contribuirá muito para pesquisas, estudos e serviços na área ambiental nacional e internacional”.
gramação técnica, com destaques para a participação de Luiz Guilherme de Mello, da Vecttor Projetos, que discorreu sobre a “Duplicação do Trecho Inicial da Rodovia dos Tamoios - Introdução Pioneira do Ringtrac® no Brasil”; Regis Eduardo Geroto, da Engecorps Engenharia, que abordou o “Projeto de Muro em Solo Reforçado com 25m de altura - Implantação da Praça de Pedágio do km 60 da Rodovia dos Tamoios”; além de palestras ministradas por Rafael Lopez, da Geosistemas Ltda, do Chile; Luis Eduardo Russo, da Huesker Itália; Prof. Dr. Ennio Marques Palmeira, da Universidade de Brasília (DF); Paulo José Brugger, da Brugger Engenharia; entre outros especialistas, que apresentaram relatos de obras, como a de interligação das Rodovias Presidente Dutra e Governador Carvalho Pinto, casos históricos, pesquisas científicas, discussões sobre métodos de análise e dimensionamento, monitoramento de campo, entre outros temas.
Março a Maio de 2018
SANEAS
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ACONTECE NO SETOR
Simpósio Ranking ABES debateu a realidade do saneamento no País No dia 5 de fevereiro, expoentes do setor estiveram reunidos no
cial e a ABES tem se voltado para todos esses focos.
auditório do CRQ-Conselho Regional de Química, em São Paulo,
Arrancou aplausos do público presente o pronunciamento do
no Simpósio Ranking ABES da Universalização do Saneamento. O
patologista, pesquisador, comentarista da rádio Estadão e do Jor-
evento trouxe explanações, debates e premiações de municípios
nal da Cultura e professor da Faculdade de Medicina da Universi-
que se destacaram na categoria máxima desse ranking: “Rumo à
dade de São Paulo (FMUSP), Paulo Saldiva, que afirmou ter aca-
universalização”.
bado de atestar óbito de um cidadão que contraiu febre amarela,
No início dos trabalhos, o presidente nacional da ABES, Rober-
antes de vir para o evento, e que por meio das epidemias consegue
val Tavares de Souza, discorreu sobre a estrutura do ranking da
ter uma leitura das vulnerabilidades e desigualdades sociais. O seu
entidade, dos dados fornecidos pelo SNIS (Sistema Nacional de In-
discurso foi voltado à vinculação do saneamento à saúde e a falta
formações sobre Saneamento) e enfatizou a necessidade de mobi-
de seriedade política para a condução do que necessita ser feito.
lização do setor contra a alteração proposta pelo Governo Federal no Marco Legal do Saneamento, que propõe a exclusão da lógica
Premiação pelo Ranking da ABES
do subsídio cruzado.
Após os pronunciamentos e debates com o público, houve a pre-
Na sequência, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, coor-
miação das cidades que se destacaram no Ranking da ABES, cujo
denou as apresentações dos componentes da mesa de debates,
lançamento se deu durante o Congresso ABES/FENASAN, em ou-
ressaltando a necessidade de se olhar o saneamento de forma in-
tubro de 2017. A metodologia utiliza dados do SNIS, cruzando-
tegrada: água, esgoto e resíduos - um segmento que foi absorvido
-os com informações disponíveis sobre as doenças relacionadas ao
na estrutura do setor , cujo manejo e destinação deverá ganhar
saneamento ambiental inadequado (DRSAI), que constam no Sis-
maior implementação já em 2018.
tema de Informação em Saúde do Ministério da Saúde, DATASUS.
Posteriormente, Ernani Ciríaco de Miranda, diretor de Planeja-
De acordo com a ABES, foram avaliados 231 municípios com
mento e Regulação da secretaria Nacional de Saneamento Am-
mais de 100.000 habitantes. O estudo classificou as cidades em
biental do Ministério das Cidades, admitiu que é preciso reparo
três categorias: Rumo à universalização (com apenas 6% dos mu-
nas avaliações do SNIS e que ainda não há cadastro comercial
nicípios avaliados); Compromisso com a universalização (18%) e
para mensuração de resíduos; portanto estamos num momento
Primeiros passos para a universalização (o índice preocupante de
adequado para aperfeiçoamento do Sistema.
76%). A classificação está disponível no Portal da ABES.
O coordenador de Comunicação do Instituto Trata Brasil, que também elabora um ranking divulgado anualmente, Rubens Filho, discorreu sobre os sistemas de medições do mesmo, com base nos dados do SNIS, e o quanto ele tem contribuído para mostrar um retrato do saneamento no Brasil. Dante Ragazzi Pauli, superintendente de Planejamento Integrado da Sabesp e coordenador da Câmara Temática de Comunicação no Saneamento da ABES, reconheceu que o SNIS tem sido a única ferramenta base de indicadores, mas que a introdução de novos elementos, como tratamento e destinação de resíduos, incidência de doenças de veiculação hídrica, entre outras ações para a qualidade de vida da sociedade, requerem uma atenção espe-
42
SANEAS
Março a Maio de 2018
Ecosan lança novo serviço de manutenção para ETE’s e ETA’s A Ecosan lançou no mercado o seu serviço de manutenção preventiva e corretiva das suas estações de tratamento de água e esgoto. André Telles (foto), diretor executivo da empresa afirma que se trata de uma ação pioneira no mercado e comenta seus benefícios: “claro que em termos práticos é muito mais fácil tratar
Energia solar para diversas aplicações dentro das ETES
com uma manutenção preventiva, para
Para utilização da energia solar dentro das estações de tratamento de água e esgo-
leira de Manutenção e Gestão de Ativos
to, a BF&Dias desenvolveu um sistema de energia misto, denominado B&F Energy
indica que aproximadamente 4,5% do PIB
(https://bfdias.com.br/produtos/bf-energy/). O produto conta com um kit especial
nacional é gasto no Brasil pelas empresas
formado por placas fotovoltaicas, sistema de controle e suportes para as placas.
em manutenção.
evitar equipamentos parados, mas uma pesquisa realizada pela Associação Brasi-
De acordo com a empresa, “a geração de energia é obtida através da irradiação
“Se tivéssemos mais preocupação com
solar em contato com as placas fotovoltaicas, que a captam e transformam em
a
energia elétrica. Com o uso da energia solar, há grande redução do consumo da
grande parte desses gastos, afirma Telles,
eletricidade paga, e conforme o tamanho da planta geradora instalada, e do perí-
que informa que a nova unidade de ne-
odo de insolação, é possível suprir integralmente o seu custo”.
gócios da Ecosan na área de serviços se
manutenção
preditiva,
evitaríamos
“A utilização da energia solar não só reduz o gasto com energia elétrica, mas
refere a venda de serviços de Manutenção
também oferece fontes renováveis e proporciona segurança às estações de trata-
Preventiva e Corretiva para seus clientes
mento, ao garantir mais uma alternativa de abastecimento de energia. Além disso,
mesmo que o equipamento ou o sistema
a ausência de manutenção, o custo zero de operação e o rápido retorno de investi-
de Tratamento de Água ou Efluente não
mento garantem a eficiência, a efetividade e a produtividade de todo o processo”,
seja de sua fabricação ou instalação”, as-
atestam os consultores da empresa.
segura o executivo.
Março a Maio de 2018
SANEAS
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ACONTECE NO SETOR
USP oferece MBA em Gestão de Áreas Contaminadas, Desenvolvimento Urbano e Revitalização de Brownfields A Universidade de São Paulo (USP) está oferecendo o MBA em
mentando sua possibilidade de inserção no mercado de trabalho.
Gestão de Áreas Contaminadas, Desenvolvimento Urbano Sus-
O MBA terá início no dia 06 de agosto de 2018 e é destinado
tentável e Revitalização de Brownfields. O curso é a distância.
a profissionais com formação superior e interesse na área am-
De acordo com a organização: “a abordagem será de forma
biental. O processo seletivo será realizado pela ordem de inten-
muito atual, permitindo uma sólida formação profissional. Os
ção de participação, que pode ser feita via formulário disponível
participantes terão a oportunidade de ter contato com grandes
na página do curso, e pela análise do currículo. Mais informa-
nomes da área no país, ampliando sua rede de contatos e au-
ções estão disponíveis no link: http://mbagac2018.larc.usp.br
Bauminas em lançamento e exposição do livro “Águas Brasileiras” O Grupo Bauminas, a Editora Brasileira, a Produtora Brasileira e o World Observatory, com apoio da Rede Brasil do Pacto Global da ONU e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lançaram no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, o livro “Águas Brasileiras”. De acordo com a assessoria da Bauminas, a obra apresenta um duplo enfoque para a questão das águas no Brasil. As imagens nela contidas ilustram as nossas belezas naturais e o potencial hídrico existente. Os textos, por sua vez, apresentam um diagnóstico das restrições hídricas do país e caminhos e soluções para enfrentá-las. Também foi inaugurada, em 10 de março, a exposição do Livro “Águas Brasileiras” na Estação república do Metrô de São Paulo, programada para percorrer diversas estações por 90 dias.
44
SANEAS
Março a Maio de 2018
INTERPOLOS
Vale do Paraíba o grande campeão do Interpolos AESabesp 2018
R
ealizado pelas diretorias de Polo (liderada por Antonio Carlos Gianotti) e de Esporte (liderada por Zito José Cardoso), com os apoios logísticos das diretorias de comunicação e MKT (liderada por Paulo Ivan Morelli/PIM) e administrava (liderada por Nizar Qbar), o XIV
Torneio Interpolos AESabesp foi realizado, nos dias 16, 17 e 18 de março de 2018, no Hotel Vale do Sol, na charmosa Estância Turística de Serra Negra, o mesmo local de 2017, com cerca de 400 participantes, obtendo uma aprovação unânime. Sob o lema “14 anos de companheirismo”, nesse ano, o Torneio foi batizado com o nome do Eng. Sylvio Ribeiro Leite (na foto junto a sua esposa, Marlene), um Eng. Sylvio Ribeiro Leite e a sua esposa, Marlene
dos associados mais fiéis aos eventos da AESabesp e muito apreciado pelos demais colegas, pelo seu espírito de companheirismo. O evento teve início com a recepção aos atletas, familiares e demais participantes
Março a Maio de 2018
SANEAS
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INTERPOLOS
e as boas vindas da comissão organizadora. Na sequência, os convidados assistiram as palestras técnicas, as quais teve o apoio da Sabesp para serem especialmente apresentadas nesse evento. Foram elas: Macromedição - A fotografia do sistema de abastecimento de água - ministrada pelo presidente da AESabesp, Eng. Olavo Alberto Prates Sachs (Divisão de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Operacional da Produção - MAGG)
Eng. Olavo Alberto Prates Sachs
Projeto de Compartilhamento do Conhecimento da AESabesp - ministrada pela diretora cultural da AESabesp, Quim. Maria Aparecida Silva de Paula (Departamento de
Quim. Maria Aparecida Silva de Paula
Gestão de Qualidade da Sabesp - PKQ).
No sábado começaram as partidas de fu-
1º LUGAR Polo AESabesp Vale do Paraíba
tebol, esporte carro chefe do certame, e a edição de 2018 sagrou o Polo AESabesp Vale do Paraíba como o grande campeão, deixando o Polo AESabesp Sul como vice-campeão e o Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro, em 3º lugar, em acirradas disputas em campo.
2º LUGAR Polo AESabesp Sul
O “Goleiro menos vazado” foi Mauro Godoy e o jogador “Destaque dos jogos” foi Lucas da Silva, ambos do vitorioso time do Vale do Paraíba. Já o título de “Artilheiro do Campeonato” ficou para Gabriel de Andrade Oliveira, da Ponte Pequena.
3º LUGAR Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro
No Futebol Master , o time capitaneado pelo nosso diretor de Esporte, Zito Cardoso (Metropolitana) levou o título de campeão, deixando o de vice-campeão para o time liderado por Gilberto Margarido.
FUTEBOL MASTER liderados por Zito Cardoso e Gilberto Margarido
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Polo Feminino, coordenado pela eng. Iara Chao
O Polo Feminino, coordenado pela eng. Iara Chao, formou um expressivo time de voleibol, formado pela própria, com Ana Lúcia Yanaze, Lana dos Santos Cordeiro, Marcia Nunes, Maria de Fatima Oliveira Welsel, Roseli Santos Lemos, Selma de Oliveira Gonzaga, Sulamita França Santos, Suzana Reis de Valdirene de Brito Barbosa. Nas disputas de Tênis de Mesa do Polo Feminino, Magali Scarpelini de Menezes, sagrou-se campeã, deixando o título de vice, para Iara Regina Soares Chao. Ambas são da Costa Carvalho (Complexo Pinheiros). Nas demais disputas, se destacaram: Tênis de Mesa Masculino: Campeão - Jose Romero (Ponte Pequena); Vice-Campeão - Ricardo Alves (Norte). Dominó Masculino: Campeões - Sergio Luiz Caveagna (Costa Carvalho) e Aurelindo Rosa dos Santos (Aposentado). Vice-Campeões - Sergio Ramires (Leste) e Claudia Ramires (Leste). Truco Masculino: Campeões - Arley Ribeiro Duarte e Carlos Roberto Ramos (ambos de Franca). Vice-Campeões - Sergio Marques e Gabriel Marques (ambos da Leste).
Plantio de Mudas de Árvores e demais ações socioambientais De olho na conscientização da nova geração, a diretoria Socioambiental, liderada por Márcia Nunes, e o Projeto Ecoeventus, coordenado por Maria Aparecida Silva de Paula, fizeram um convite especial para as crianças presentes participarem do plantio de 10 mudas de árvores, representando os Polo da AESabesp, em uma área reservada que o Hotel já deixou preparada para esta atividade. Na oportunidade, os presentes também puderam verificar o crescimento das mudas já plantadas no Interpolos de 2017. Agasalhos e alimentos não perecíveis foram arrecadados e destinados a um asilo da região. E os presentes também puderam participar da confecção de sabão ecológico, 100% não poluente, preparado com a reutilização do óleo de cozinha. Posteriormente, a produção foi distribuída aos participantes e aos funcionários do Hotel.
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Saneas: Só para lhe apresentarmos a todos os leitores, gostaríamos de saber quando foi sua entrada na Sabesp, qual é a sua atual função e como o setor de saneamento foi escolhido para fazer parte da sua vida profissional? Renata: Neste ano, completo 30 anos de Sabesp. Minha contratação ocorreu em 01/09/1988, aos 17 anos de idade, e optar por uma carreira dentro da área de saneamento foi natural. Atualmente trabalho na Divisão de Cadastro Técnico Norte. Saneas: Onde a você nasceu e cresceu e quando e onde se graduou? Renata: Nasci e cresci na capital paulista. Formei-me Tecnóloga em Construção Civil - Obras Hidráulicas, pela Fatec, em 1994 e fiz Especialização em Engenharia de Saneamento Básico, pela Faculdade de Saúde Pública da USP, em 1997.
Renata e sua experiência de ir a
Santiago de Compostela, sobre duas rodas
C
se dedicou às práticas esportivas? Renata: Iniciei no esporte aos 5 anos de idade. Entre 1979 e 1986 fiz parte da equipe de natação do Clube Espéria, participando de competições oficiais. Entre 1989 e 2002 fiz parte da equipe de natação da Associação Sabesp, participando dos Jogos Operários do Sesi. Em 2003 meu esporte principal passou a ser mãe do Lucca. Saneas: O que a motivou escolher o ci-
las “suas estradas da vida”, a tec-
clismo como seu esporte de referência?
nóloga Renata Sacristán Ferrari,
Renata: Meu irmão Ricardo, em um do-
associada da AESabesp e gerente
Sabesp, discorre sobre a sua paixão pelo ciclismo, que contempla fatos e dados inusitados. Em outubro de 2017, ela concluiu, de bicicleta, o percurso do emblemático Caminho de Santiago de Compostela. Confira sua experiência nesta entrevista:
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volvimento profissional, você sempre
om muita história para contar pe-
da Divisão de Cadastro Técnico Norte - MNED/
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Saneas: Paralelamente ao seu desen-
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800 km pedalados durante 15 dias.”
mingo qualquer, teve a idéia de comprar uma bicicleta. Fomos até a Decathlon e saímos de lá com duas bicicletas, uma para ele e outra para mim. A intenção era fazer passeios pela cidade aos domingos. Aos poucos fui aumentando a frequência de pedaladas, as distâncias, conhecendo grupos de ciclismo e não parei mais.
Saneas: Como é feito o seu treinamen-
cio, quantos dias serão necessários, o que
to em termos de horas de exercício,
levar, prever os custos e elaborar o roteiro.
dieta, preparo físico e mental, etc?
Decidi fazer o Caminho Francês, saindo
Você integra alguma entidade ou gru-
de Saint Jean Pied Port. O roteiro foi dividido
po de ciclismo?
em 16 dias, 15 de pedal e 1 de descanso. O
Renata: Quando possível, dedico em
quanto eu pedalaria em cada etapa foi defi-
média 12 horas semanais para os treina-
nido em função da altimetria do terreno.
mentos, que são divididas entre natação,
E assim parti rumo à Madrid no dia
ciclismo, corrida e musculação. Tenho
01/10/17 junto com mais 4 amigas para
acompanhamento de profissional de
a realização de um desejo que nasceu na
Educação Física e de Nutrição Esportiva.
adolescência.
Não faço parte de grupos de ciclismo. Saneas: Daria para a você discorrer so-
Saneas: Na cidade de São Paulo, ao
bre como é este percurso. Onde come-
seu ver, quais são as melhores alterna-
ça e termina? Qual é a distância? Qual
tivas para treino?
é o grau de dificuldade? Exige que
Renata: Atualmente, a USP e a Ciclovia
tipo de preparo?
da Marginal Pinheiros são os lugares mais
Renata: O Caminho de Santiago é for-
frequentados por ciclistas como alterna-
mado por um conjunto de rotas que che-
tiva para treinamento. Saindo um pouco
gam em Santiago de Compostela. Não há
da cidade, temos a Estrada dos Romeiros
um ponto de partida único.
e as Rodovias Anhanguera, Bandeirantes
A rota mais popular e mais estruturada é
e Carvalho Pinto como alternativa para
a do Caminho Francês, que inicia em Saint
treinos de longa distância.
Jean Pied Port, na França. Essa foi a rota escolhida. Foram 800 km pedalando até
Saneas: Como foi planejado fazer percurso de Santiago de Compostela?
Santiago de Compostela, durante 15 dias. Há trechos de alta dificuldade, com su-
Renata: O planejamento envolve definir
bidas e descidas íngremes e o solo com pe-
qual rota fazer, onde iniciar, qual a melhor
dras que foram lâminas finas, como há tam-
época do ano, como chegar ao local de iní-
bém trechos bem tranquilos de atravessar.
É necessário preparo físico para vencer longas distâncias diárias, subidas e descidas íngremes, terrenos irregulares e pedalar carregando sua própria bagagem na bicicleta
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cerimônia do Botafumeiro na Catedral de Santiago também é emocionante. Saneas: Alguma coisa mudou em sua
concepção de vida, após encarar esse desafio? Renata: O Caminho de Santiago é transformador. Você passa a apreciar as coisas
simples da vida e te faz compreender que, para viver, só precisamos do essencial. Saneas: Na condição de ciclista, como você
avalia a implantação de pistas de ciclovia na cidade de São Paulo? Sugeriria alguma medida para essa política pública? Renata: A implantação de ciclovias pre-
serva vidas e o número de ciclistas aumentou significativamente com a expansão da malha cicloviária. É preciso dar continuidaPara fazer o Caminho de Santiago é
de a essa expansão de forma mais plane-
necessário preparo físico para vencer
jada e estruturada. Há muitos trechos que
longas distâncias diárias, subidas e desci-
precisam ser melhorados e ampliados.
das íngremes, terrenos irregulares e pedalar carregando sua própria bagagem
Saneas: Como associada da AESabesp,
na bicicleta.
qual é sua avaliação da representatividade dessa entidade no setor de sa-
Saneas: Houve alguma passagem, nes-
neamento?
se percurso, que foi peculiar, fora de
Renata: A AESabesp tem um papel mui-
plano, que sempre será relembrada?
to importante dentro do setor de sane-
Renata: Logroño faz parte da rota do
amento promovendo o desenvolvimento
Caminho Francês e também é a cidade
de atividades socioambientais, cursos de
onde nasceu minha mãe. Chegar ali foi
especialização e capacitação, congressos
muito emocionante. Além disso tive a
técnicos e da Feira Nacional de Sanea-
oportunidade de encontrar-me com um
mento realizada anualmente.
primo que me levou até Baños de Rio Tobia, um “Pueblo” onde viveram meus
Saneas: Se quiser acrescentar algo que
avós e minha mãe passou sua infância
seja pertinente a esta entrevista, mes-
antes de virem para o Brasil.
mo que não tenha sido perguntado,
Outro momento inesquecível é a che-
fique à vontade.
gada à Catedral de Santiago. Você pas-
Renata: Quero agradecer ao meu ami-
sa pelo arco de entrada para a Praça do
go Marcelo Neves Lopes, também da
Obradoiro ao som de uma gaita de fole
Sabesp, que fez o caminho em 2014.
tocando música celta-grega. É um mo-
As informações que recebi dele foram
mento único.
fundamentais para o planejamento e o
A missa dedicada aos peregrinos e a
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sucesso da minha viagem.
Ano XIII . Ediç ão 55 . Abri l a Julho de
2015
Ano XI
II . Ed ição 56 . Ag osto a Nove mbro de
Ano
IX . Ediç
ão
2015
- VE VEÍCU LO -
57 . Ja
neir
oa
Ma
FENA SAN 20 2 01 16 16 d
rço
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26º Congr esso TéCn OiSC sÃu oOcAeesAbes PAsUsO p Fen2 A6 sOºA Bc n 2 R 0g 15LO A :d O Sn AO o mTAéAio POS P r C e A r R cniIec Ro nT TA E SvEOeHA AsEsNO do Fseen To eR M ÍD r s F A R A b s e ICA sEpNTA nA AmériA n 2 0 CA 15 R lATinA.
Me smo em oe nf co Con rentam ndiçõ e heç a as ento d s melh da S Promabesp ações a crise ores d oq ovid par e as híd u r a paesla supe upA obras ica na e o an ro o de RM á-lSa conso u todos erE SP a passa os se o. besps,eenvss do, lidan o ind lv aidre us ín aé técnic do-se asapliza d ices, m déria tema o-me elo çãouMat como e L esa rc m a a adoló 2015corpA Promovidtina. maio fio. de de ess o tnec o pelaSa , g r écnuziida ic ne even AE se red o do Sa abe icor perdas sp, s tr o evento em to seto az
2015 deve a cob r rá receber cer Vivê ertura da Amé ca de 20 mi ricaQu ncias comp l visitantes leta. dá aando o engenheiro de todas as vez ao pal nações. haço Projetos Soc ioambientais Troféu AES abesp aos melhores de 2015
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Cam pan Cam ha pa ado Fratern nha da ta s ida com aneamde o te ento ma
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