AFFONSO MOLEZINI MALAGUTTI
EXPOGRAFIA PARA O CENTRO CULTURAL PALACE UM OLHAR SOBRE A OBRA DE LINA BO BARDI
Pesquisa apresentada como requisito para aprovação na disciplina de Trabalho Final do Curso sob orientação da prof.ª Dr.ª Dariane Bertoni no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda.
RIBEIRÃO PRETO 2015
Agradeço aos meus pais, sem os quais grande parte das minhas realizações e conquistas não seriam possíveis. Agradeço ao corpo docente da instituição Moura Lacerda e aos amigos que fiz pelos cinco anos transformadores que vivi. Agradeço a Renan Procópio, pelo suporte e apoio. Agradeço a Rodrigo Borges, por sempre ter acreditado em mim. 4
Dedico este trabalho aos meus pais. 5
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PALAVRAS-CHAVE Expografia Centro Cultural Palace Lina Bo Bardi
A presente pesquisa tem como objetivo fundamentar teoricamente uma expografia que proporcione visibilidade ao acervo do Centro Cultural Palace. O Centro Cultural está localizado em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e a proposta desenvolvida para a edificação é fundamentada no trabalho desenvolvido pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi, com ênfase em seus projetos expositivos para as pinacotecas do MASP 7 de Abril e do Museu Assis Chateaubriand (MASP da Av. Paulista) e para a exposição Bahia, realizada sob a marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo, em 1959. A fim de conceder uma base sólida para o desenvolvimento deste projeto foram adotadas as metodologias de levantamento iconográfico do material desenvolvido por Lina, além de pesquisas bibliográficas, leituras projetuais, levantamento quantitativo e estudo de campo. 7
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11 13 INTRODUÇÃO
CONSTRUÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS EXPOSITIVAS NO BRASIL: GIANCARLO PALANTI E O STUDIO DE ARTE PALMA
UMA ITALIANA NO BRASIL: LINA BO BARDI E SUA OBRA SEM FRONTEIRAS
CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 1
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INTENÇÕES E ESTUDOS PROJETUAIS
REFERÊNCIAS PROJETUAIS: MANEIRAS DE EXPOR DE LINA BO BARDI
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 3
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O CENTRO CULTURAL PALACE
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INTENÇÕES PROJETUAIS
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O ACERVO
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PROJETO EXPOGRÁFICO: PASSADO PRESENTE DO PALACE CAPÍTULO 5 O SALÃO MÁRMORE
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PROGRAMA DE NECESSIDADES
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CONDICIONANTES DE PROJETO
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PROJETO EXPOGRÁFICO
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REFERÊNCIAS DE IMAGENS
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REFERÊNCIAS
CONSIDERAÇÕES
CAPÍTULO 6
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as pinacotecas do MASP 7 de Abril e para o Museu Assis Chateaubriand (MASP da Av. Paulista), além da exposição Bahia, realizada em São Paulo, em 1959. O estudo desses grandes momentos da carreira de Lina embasará a montagem da exposição para o Palace, devido à proximidade dos conceitos tratados nesses trabalhos da arquiteta em relação ao edifício escolhido para implantação do projeto.
Podemos acompanhar a evolução dos modos de apreciar a arte através do desenvolvimento dos espaços expositivos. A conexão desses espaços com o espectador progrediu para um âmbito mais próximo e até mesmo palpável. Uma das figuras que contribui para essa inovação na apreciação da arte através da maneira de expor foi Lina Bo Bardi, uma arquiteta que gerou soluções ímpares no projeto de espaços de exposição por meio da observação das relações humanas.
O Centro Cultural Palace, antigo Palace Hotel, é um importante edifício para a história de Ribeirão Preto. O prédio foi escolhido para a instalação deste projeto com a intenção de dar visibilidade ao seu acervo e, ainda, promover o uso desse espaço que atua como centro cultural desde 2011.
O principal ponto a ser explorado neste artigo é a forma de expor. Para tanto, a pesquisa reúne referências iconográficas da obra da arquiteta Lina Bo Bardi, que externou em seus trabalhos seu olhar sobre o homem, compreendendo seu caráter em várias esferas.
A relação entre arquitetura, expografia e história é a questão que será explorada na elaboração da montagem expositiva para o Centro Cultural, exibindo os objetos que fizeram parte da história do Palace aliados os conceitos estudados na obra da arquiteta italiana Lina Bo Bardi.
Passaremos por um breve histórico sobre Lina e suas incursões iniciais no Brasil e, a seguir, faremos uma leitura iconográfica das composições expositivas da arquiteta, a fim de propor uma montagem que tem o intuito de exibir o acervo do Centro Cultural Palace. Poderemos observar a pluralidade projetual da parceria de Lina com o arquiteto Giancarlo Palanti, realizada nas décadas de 1940/1950, dentro do Studio de Arte Palma, baseada nos traços do movimento Moderno. Estudaremos mais proximamente o trabalho de Lina no âmbito do equipamento expositivo desenvolvido para 11
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UMA ITALIANA NO BRASIL: LINA BO BARDI E SUA OBRA SEM FRONTEIRAS
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comercialização da arte no Brasil, tendo em vista sua pequena participação no conflito mundial.
O envolvimento da arquiteta Lina Bo Bardi com a arte, a editoração e o movimento Moderno teve grande influência no seu trabalho na Itália e, posteriormente, pautaram suas incursões iniciais no Brasil.
Sanches (2001) destaca que após a Segunda Guerra uma série de imigrantes europeus desembarcaram no Brasil, muitos deles arquitetos, músicos e artistas plásticos que já tinham contato com os ideais do movimento Moderno. Dentre esses imigrantes estavam Lina Bo e Pietro Maria Bardi, um jovem casal vindo da Itália em 1946, ela envolvida com a produção editorial e ele com a promoção das artes. Já em terras brasileiras:
Lina Bo, formada em Roma em 1939, [...] passa, em 1943, a trabalhar na revista Domus, preocupada com a futura reconstrução italiana e com os temas do debate arquitetônico do segundo pós-guerra. (SANCHES, 2001, p.28)
A discussão entre a produção artesanal e a produção industrial, que já vinha tomando grandes proporções na Europa, viria mais tarde pautar o trabalho de Lina no universo dos seus objetos e exposições no Brasil.
Lina queria que o Brasil tivesse uma indústria a partir das habilidades que estão na mão do povo, do olhar da gente com originalidade. (BARDI, 1994, 4ª capa apud PAULA, 2008, p.3776)
Vários arquitetos italianos do pós-guerra procurariam as bases para a reconstrução por intermédio de uma aproximação com o universo popular autopreservado, por meio da apropriação de seu saber construtivo-tecnológico e de seus valores morais, contrapondo-se à crença na máquina e na tecnologia. (SANCHES, 2001, p. 28)
Em meio aos combates mundiais, tanto Lina quanto Pietro Maria Bardi demonstram insatisfação e desilusão com o que estava acontecendo na Itália, levando-os à procura de novos rumos.
A arquiteta foi uma das grandes responsáveis pela criação de uma identidade verdadeiramente nacional através de seus projetos que abrangem desde móveis até joias e expografia, utilizando matéria-prima corriqueiramente encontrada no Brasil. Apesar de não ter nascido país, foi nele que a arquiteta concebeu grande parte de seus projetos expositivos, iniciados através da criação da pinacoteca para o Museu de Arte de São Paulo, conhecido como MASP 7 de Abril. Posteriormente, expandidos na atuação dentro do Studio de Arte Palma, fundado em parceria com Giancarlo Palanti, em 1948.
Bertoni (2001) complementa que, ainda na Itália nos anos 40, o casal Bardi conheceu Pedro Moraes de Barros, atual embaixador do Brasil no país. Através deste embaixador o casal obteve informações acerca das grandes oportunidades de
Bertoni (2001) destaca ao vários campos de atuação de Lina no Brasil, partindo da arquitetura e do urbanismo até o design, a comunicação visual, a produção de cenários, de interiores, exposições, o desenho de joias, de roupas e de elementos 14
urbanos. “Lina entendia que todas essas atividades pertenciam à arquitetura e revelavam-se como sua extensão” (BERTONI, 2001, p.02).
da interação da linguagem formal e conceitual que há entre estes. Deste diálogo erguem-se as contribuições de Lina Bo Bardi para os estudos, pesquisas e práticas profissionais de designers e arquitetos.
Tendo desenvolvido grande parte da sua produção entre as décadas de 1940 e 1950, a obra de Lina é marcada, em todas as suas facetas, pelo uso do que é estritamente essencial; uma das características advindas do Movimento Moderno.
Figueiredo (2012, não paginado) define expografia como “a colocação em exposição de tudo aquilo que diz respeito à ambientação”. A composição do espaço expositivo pretendido leva em conta a valorização da história e do local de implantação, conceito muito explorado por Lina ao longo de sua trajetória. Além disso, os objetos exibidos não seguem uma organização cronológica, com a intenção de que o público se sinta livre para apreciar os objetos que mais o atraem. Sobre o espaço expositivo de arte, Lima e Oliveira (2010) discorrem
O intuito modernista de tornar a arquitetura altamente funcional também é transferido à expografia que Lina desenvolve. Ortega (2008, p.16) destaca A retrospectiva histórica das relações sócio-culturais, políticas, econômicas e dos avanços científicos [...] que promoveram o desenvolvimento dos conceitos modernos, indicarão ferramentas para que se possa compreender a atitude dos arquitetos na repetição dos gestos em diferentes níveis ergonômicos, associando formas, no intuito de harmonizar elementos destinados ao mesmo fim: a fruição humana, na perspectiva da funcionalidade que os modernos tanto defenderam.
O ambiente característico de um espaço expositivo de arte resulta do uso de estratégias arquitetônicas e técnicas que estruturam e organizam a percepção. A apresentação de obras de artes visuais e a constituição de espaços expositivos adequados para fruição da arte é a tarefa que envolve uma organização interna, [...] proporcionando determinados efeitos de sentido.
Tão importante quanto o espaço, o móvel, - que aqui trataremos como equipamento expositivo -, tem a função de criar o vínculo que une o homem ao espaço. Ambos devem interagir a fim de criar um ambiente cujas atividades humanas possam ser exercidas. Sobre essa interação, Ortega (2008, p. 15) ressalta que
Historicamente, percebemos que os primórdios da organização desses espaços podem ser vinculados às grandes exposições universais. As origens dos espaços expositivos, concordam vários autores, vem, entre outras ocorrências, das exposições universais do século XIX. Um espaço abrigando um ou uma série de objetos,
A identidade entre o objeto de design, os ambientes e a arquitetura edifica-se, sobretudo, a partir
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uma ou uma série de imagens, uma ou uma série de performances, formando composições – seja aberto ou fechado – pode ser descrito como um espaço expositivo provocador de estímulos para a imaginação de quem vê, ou experimenta. Essencialmente, espaços de comunicação pressupõem a existência de uma composição que, por sua vez, prescinde de suportes ou sistemas expositivos, de um frequentador, além do ato de fruir.” (BRAGA e TEDESCO BERTASO, ca. 2010, s.p.)
de repouso, de sentar, de guardar, nada mais é que um elemento do ‘organismo’ da casa, um objeto que responde às necessidades de uso para determinadas funções. (MELO, 2008, p.216).
São os surgidos a partir do trabalho de Lina no campo da ambientação expositiva, que serão analisados e tomados como base para o desenvolvimento do projeto de ambiente expositivo que valorize os aspectos históricos e arquitetônicos do Centro Cultural Palace. Além disso, a montagem visa convidar o público a visitá-lo, reforçando seu caráter de equipamento público.
O equipamento expositivo é o objeto que define o uso e intermedia a relação do homem com o espaço. Essa analogia é usada por Melo (2008) para interpretar a relação entre a casa e o móvel: A casa sem um móvel não é casa; é um abrigo, é um espaço efêmero para a vida, [...] já que não é possível estabelecer um meio que vincule sua relação, a experiência pessoal, com o espaço. (MELO, 2008, p.215).
Melo (2008) ainda ressalta que, se existe ao menos um móvel no espaço, já é possível fazer uma leitura da relação estabelecida nesse interior, prevendo-se a dinâmica interna e as afinidades entre objeto, corpo e espaço. O próprio móvel, por si só, é um elemento que compõe o ambiente construído de qualquer tipo de moradia. É o móvel que – por não ser imóvel, a casa, o invólucro, a propriedade – constitui a dinâmica do espaço habitado. O móvel [...] tratado como objeto
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CONSTRUÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS EXPOSITIVAS NO BRASIL: GIANCARLO PALANTI E O STUDIO DE ARTE PALMA
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Tendo em vista os predicados dos dois arquitetos recémchegados ao Brasil, é possível identificar uma série de pontos comuns entre a obra de Giancarlo Palanti e Lina Bo Bardi.
comercial projetado por Lucjan Korngold, cujo espaço estava setorizado, com divisórias móveis, em: arquitetura de interiores, ocupados por Lina e Palanti, antiquário, sob a coordenação de Valéria Cirell Piacentini, além da seção de exposições periódicas de arte antiga e contemporânea e comercialização das obras. (SANCHES, 2001, p. 30).
Sanches (2001) salienta que desde a Itália os arquitetos trabalhavam o tema do mobiliário moderno, tendo ambos atuado na Revista Domus na década de 1930, chefiada por Gio Ponti, considerado o líder do movimento de valorização do artesanato italiano em oposição à produção em série.
O Studio Palma passa a produzir uma série de móveis e projetos de interiores com ênfase ao estudo das matérias-primas brasileiras, empregando materiais até então inexplorados como a madeira compensada, por exemplo, visando sempre uma adaptação do mobiliário ao clima e ao homem regional.
A autora observa que obra do arquiteto italiano Giancarlo Palanti, formado em 1929 no Politécnico de Milão, contempla desde o design de objetos até projetos urbanísticos. O uso de materiais industriais como o aço reforça o caráter racionalista do trabalho de Palanti que, inclusive, realizou vários projetos para exposições - com destaque para as Trienais, momentos importantes na discussão da produção industrial em detrimento da produção artesanal.
Ao projetá-los, a atenção e inspiração não estavam voltadas ao mobiliário colonial como era comum, mas para influências indígenas, africanas, sertanejas... o uso do couro, do sisal, fibras e tecidos naturais. (CASULICH, ca. 2000, p.5)
O trabalho de Palanti no Brasil tem destaque nas décadas de 1950 e 1960, quando o italiano dedica grande parte da sua obra à arquitetura de Interiores, sobretudo em espaços comerciais, onde
Palanti, um profissional já experiente em desenho industrial, associa-se a Lina e Pietro M. Bardi na criação do Studio de Arte Palma, com intuito de iniciar uma produção de mobiliário com caráter modernista no Brasil.
[...] ele envolvia inovações na elaboração do espaço interno, no projeto do mobiliário, numa integração especial entre arquitetura, artes plásticas e objetos industriais e, especialmente, na maneira de expor os produtos [...]. (SANCHES, 2004, p.279)
Em atividade entre os anos de 1948 e 1950, o Palma dedica-se ao desenho industrial. Sanches (2001) discorre sobre a organização interna do espaço dentro da estrutura que dispunha o Studio de Arte. A setorização era administrada a partir das atividades exercidas em cada espaço.
Sanches (2004) comenta que e organização dos espaços era pensada em alusão aos métodos utilizados na arquitetura,
O Studio ocupava uma grande sala, em um edifício
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“tendo em vista o zoneamento das funções, a definição das circulações [...], o jogo de linhas, planos e cores, a fluidez [...], entre outros procedimentos” (SANCHES, 2004, p.279), criando um ambiente com espacialidade inovadora em harmonia entre a arquitetura e os objetos relacionados. A autora complementa que, já tendo trabalhado na área expográfica na Itália, Palanti incorpora a essa questão os temas regionais, a vegetação e os materiais nativos no planejamento de móveis no Brasil, destacando o fascínio que esses materiais despertavam no arquiteto, sendo este outro ponto em comum com Lina Bo Bardi. E foi a partir do trabalho conjunto com Lina, no Studio Palma, que ele passou a desenvolver projetos de arquitetura de interiores comerciais e corporativos. Dentre essas concepções destacaram-se os trabalhos para as lojas Mapa Importadora, o estande de vendas da Plásticos Plavinil, o escritório para o editorial Domus e a loja Tecnogeral, então representante das marcas de máquinas de datilografia Olivetti e Insubra no no Brasil.
Estudos de expositores para os plásticos do estante da Plavinil, 1948-1951.
Nos projetos para espaços comerciais do Studio de Arte Palma a pesquisa apareceu bastante concentrada no próprio mobiliário das lojas e na inovação dos dispositivos de exposição, colocados nos limites das paredes, resultando em alguns projetos quase cenográficos, atribuídos frequentemente a Lina Bo Bardi. (SANCHES, 2004, p.282)
As experiência cenográfica de Lina e Giancarlo Palanti era aplicada nos projetos dos interiores comerciais gerando soluções inovadoras para estes espaços.
Editorial Domus pelo Studio de Arte Palma, 1948-1951.
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A qualidade que se atribuía ao espaço arquitetônico era uma grande característica dos projetos comerciais do Palma, que se destacavam pela relação entre o interior e o exterior das lojas, como no caso da Insubra, com o uso do vidro e aproveitamento do seu caráter translúcido na integração entre a rua e o interior da loja, fncionando como um convite a quem circula pelo lado externo. Sanches (2004) apresenta os espaços que Palanti projetou em 1951, já fora do Palma, para a confeitaria Procope, onde exibia os doces em caixas de vidro, objeto frequentemente utilizado em seus projetos. Ele ilustrava a produção dos doces através de um painel com caráter lúdico, cujo o desenho foi estudado pelo próprio arquiteto.
Interior da loja Insubra, projetado pelo Studio Palma, 1948-1951.
[...] é interessante observar que esta é uma das poucas ocasiões em que o próprio arquiteto desenha no espaço por ele projetado, sem lançar mão da criação de outro artista. (SANCHES, 2004, p.282)
A autora ainda acrescenta a vasta experiência que Palanti adquiriu na concepção dos interiores comerciais para a empresa de máquinas de escrever Olivetti, em parceria com Henrique Mindlin. Os projetos das lojas e estandes de vendas promoveram um grande avanço no campo da exposição de produtos industriais. A empresa demonstrava preocupação em desenvolver sua identidade através de seu design e de sua publicidade. Palanti explorou nos interiores da Olivetti a experimentação do espaço interno e das maneiras de expor utilizando recursos cênicos de
Loja Olivetti Tatuapé, São Paulo, por Mindlin e Palanti, 1958.
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iluminação. A integração entre arquitetura e artes plásticas por meio da inserção de painéis elaborados pelo pintor e desenhista italiano Bramante Buffoni nos espaços é mais uma influência modernista nos trabalhos desenvolvidos por Palanti. Cosulich (ca. 2000) ressalta que os móveis projetados por Lina e Giancarlo no Palma se baseavam sobre traços puros e simples, aliados ao ideal da forma que segue a função. A leitura dos objetos regionais e dos hábitos do homem brasileiro é que embasavam a criação dos móveis, como as redes de balanço que, apoiadas sobre alguns pontos, criavam uma forma de total aderência ao corpo, ou os assentos baixos, incomuns para a época, inspirados no sentar do homem do campo. Os móveis eram, portanto, criados “com o uso dos materiais nativos e com uma atenção aos modos de vida e de produção tradicional de objetos no Brasil”. (SANCHES, 2003, p.33) Sanches (2003) complementa: Os projetos do Studio Palma visavam, sem dúvida, à produção em série, tendo em vista a técnica de produção por intermédio do recorte de chapas de compensado fornecidas pela indústria, de peças encaixáveis e desmontáveis, dos perfis laterais, recortados como uma só peça, de estruturação de cadeiras e poltronas, ou das estantes formadas a partir da repetição de poucos elementos básicos.
Mesmo com poucos anos de atuação, o Studio de Arte Palma exerceu um papel fundamental de conscientização da fabricação do mobiliário.
Painéis de Buffoni na loja Olivetti Tatuapé, 1958.
O Studio Palma tem breve duração por ser precoce ao meio, mas conquista lugar na história do mobiliário pela qualidade da produção liderada
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por Lina e Palanti. (LOURENÇO, 1995, p.202 apud BERTONI, 2001, p.54)
A qualidade técnica espacial empregada nas soluções do Palma o tornaram uma referência sobre o design de móveis e interiores, sobretudo para a Olivetti, e assessoraram a propagação dos ideais modernos nessas esferas, apresentando ambientes permeados de linguagem modernista, expondo os materiais com distinção clara entre eles, atendendo a questões funcionais, introduzindo a arte em um ambiente comercial, uma iluminação clara e definidora de espaço, indicando um caminho novo que seria exaustivamente explorado pelos anos seguintes.
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS: MANEIRAS DE EXPOR DE LINA BO BARDI
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Lima e Oliveira (2010) salientam que a ambientação de uma exposição é dada segundo as preferências do curador, segundo o tema exibido ou ainda, pela relação que se quer estabelecer entre obra e o público. Essa última é a mais explorada por Lina na criação do sistema de apoio das obras para a pinacoteca do Museu de Arte de São Paulo. “O conceito expositivo da arquiteta explora a relação entre o espectador, o espaço, o objeto e a arquitetura.” (LIMA E OLIVEIRA, 2010, p. 27)
Dedicamos este capítulo à análise projetual e conceitual dos resultados obtidos por Lina na construção do equipamento expositivo para as pinacotecas do MASP 7 de Abril e do MASP instalado na Av. Paulista, e na exposição Bahia, realizada na marquise do Parque Ibirapuera, na cidade de São Paulo, em 1959. O destaque desses projetos na obra da arquiteta se alinham com o equipamento que motivaram a análise, e demonstram preocupações equivalentes entre o que é exposto e o local de implantação. A ambientação que é criada nos acervos das duas sedes do MASP seguem conceitos que aproximam as obras ao leitor, criam diferentes perspectivas visuais e ainda reforçam a circulação dos visitantes no espaço. Na exposição Bahia, percebemos uma série de recursos que são utilizados com o intuito de transportar o expectador ao universo nordestino, em uma total desconstrução do ambiente real, levando-o a um ambiente muito próximo ao tema da exposição.
Os autores ainda destacam que, além do sistema de fixação das obras, Lina projetou as exposições e as cadeiras que complementavam o programa do museu. O espaço era dividido em quatro seções: a pinacoteca, onde ficavam expostas as obras do acervo; a sala de exposições didáticas sobre a história da arte; a sala de exposições temporárias e um auditório. A adaptação das obras ao espaço foi a premissa que a arquiteta respondeu com uma solução diferente da adotada pela maioria dos espaços de exposições naquele período. Os tirantes de aço sustentados por tubos de alumínios desprendiam as obras das paredes, mas as mantinham ainda nas periferias do espaço e no centro, ocupado por pilares, liberando a circulação que evidenciava as obras de diferentes ângulos e perspectivas. Segundo Lima e Oliveira (2010, p. 28)
Vejamos como esses espaços concebidos por Lina contribuíram com a evolução dos conceitos de expor e com a valorização da cultura local. A primeira experiência prática no âmbito das exposições desenvolvida por Lina no Brasil foi a elaboração do equipamento que exporia a mais importante coleção de arte europeia na América Latina. Inaugurado em 02 de Outubro de 1947, a Pinacoteca do Museu de Arte de São Paulo, conhecida como MASP 7 de Abril, funcionou em uma sala de 1.000m² no edifício Guilherme Guinle, sede do Diários Associados, na região central da cidade de São Paulo.
A temática na apresentação das obras “segue os motivos de transparência, da leveza, deslocamento e suspensão da obra de arte, através dos suportes e no impacto destes motivos na instalação e na visão.
Os tirantes que destacam os quadros das paredes aproximam 28
as obras do público como se as mesmas estivessem flutuando. Além disso, os cabos de aço conferem flexibilidade ímpar ao ambiente, característica muito importante visando o espaço limitado que Lina dispunha para a instalação das obras. Percebemos a racionalidade empregada na concepção do espaço como um todo. Os tubos de alumínio seguem minuciosamente o motivo geométrico do teto, que auxilia no posicionamento das hastes. O espaço entre pilares recebe vegetação que, aglomerada no espaço, se torna um elemento definidor do espaço onde o espectador pode circular, valorizando a permanência onde se pode ter uma visão melhor das obras. A iluminação é artificial e indireta. Não há foco nas obras, o que ressalta o caráter de apreciação da arte como um todo, sem a valorização de um elemento ou outro. Dessa maneira, o público se sente livre para apreciar as obras que mais chamarem sua atenção, sem pré-direcionamentos nesse sentido.
Pinacoteca do MASP 7 de Abril.
Lima e Oliveira (2010, p. 26) atribuem ao MASP 7 de Abril o título de “um importante precursor da instalação de exposições realizadas por um arquiteto no Brasil”. A contribuição desse projeto para a elaboração do equipamento expositivo pretendido é a possibilidade do uso de sustentação desprendida das paredes, criando maior proximidade entre obra e espectador. A facilidade de relocação do sistema expositivo também é um ponto importante a ser explorado na concepção da expografia pretendida. Já na concepção do sistema expositivo do acervo do MASP instalado na Av. Paulista, Lina adota o vidro como matéria-
Estudo de Lina para fixação de obras do MASP na rua 7 de Abril, 1947.
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prima, constituindo um dos seus mais famosos equipamentos expositivos: Os cavaletes de vidro.
qual é expressa, moldeada (sic) e amadurecida, se desejarmos que ela revele todo o mundo que encerra. [...] Não há solução de continuidade; não existem saltos na história do desenvolvimento humano. Cada acontecimento, fato ou gesto tem sua razão, que o liga ao passado numa espécie de ressonância viva. (BARDI, 1947:1 apud POLITANO, 2008, p. 929)
O ato de não impor uma ordem cronológica na exibição de obras é um partido adotado pela arquiteta na criação dos cavaletes de vidro para expor as peças de arte sem ordem cronológica, estilo ou autoria. Isso permite a fruição das relações entre os quadros ou esculturas para o público absorver o conteúdo a partir de sua percepção, e seu entendimento sobre arte. Essa liberdade que o espectador tem ao visitar o acervo do museu é citada por Politano (2008, p. 926) no trecho
Ao contrário do procedimento que adota na exposição das obras no MASP 7 de Abril, locando-as nas periferias do espaço expositivo, Lina ocupa toda a área central da pinacoteca do Museu Assis Chateaubriand, onde “um mar de obras convive juntas nos cavaletes de vidro” (POLITANO, 2008, p. 927), estendendo a característica de transparência dos fechamentos do museu ao equipamento expositivo. Canas (2010, p. 150) explica sobre a fixação das obras nos cavaletes de vidro
[...] Lina Bo distribuiu as obras nacionais e estrangeiras do acervo do museu sobre cavaletes de vidro, que ela mesma desenhou; o resultado foi uma profusão de obras de artes que pulsam sem hierarquias que não se pode acessar mais. Lina pensava no público leitor, na forma como este estaria ‘livre’ para interpretações [...]. Os cavaletes de vidro, que afastaram as obras da parede e as colocaram como ‘iguais’ no centro do espaço, tornaram-se o ponto de honra do MASP, o seu diferencial e marca no campo da museologia.
A disposição das pinturas [...] são fixadas em suportes de vidro, que por sua vez são ajustados e fixados por pressão a uma cunha de madeira junto à base em concreto. Utilizase a parte posterior para informações didáticas a respeito da obra e do respectivo autor. A intenção é apresentar as pinturas em seu estado primitivo, de cavalete, resultando numa total transparência do espaço do museu.
Politano (2008) ressalta que o vidro é o grande possibilitador desse convívio entre as artes. Essa nova perspectiva na ambientação expositiva resulta num espaço difusor de conhecimento para todos os tipos de público, salientando a individualidade da compreensão da arte.
Os cavaletes de vidro constituem um dos marcos da carreira museográfica de Lina Bo Bardi. A inovação trazida na exibição da arte sem intenções cronológicas transfere ao espectador a possibilidade de deixar a arte correr aos seus olhos livre de qualquer imposição. Os apoios das obras livres de interferências na estrutura do edifício e a possibilidade de alteração dos mesmos
[...] Cada obra que enriquece o Museu não pode ser abandonada em seu isolamento visual, mas deve ser situada no conjunto do processo histórico, pelo
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As placas de vidro são fixadas no concreto por uma cunha de madeira através de aparafusamento. A parte posterior recebe informações sobre a obra exibida.
Exposição Bahia no Ibirapuera realizada durante a V Bienal de São Paulo em 1959.
são a contribuição que os cavaletes dão ao desenvolvimento projetual da presente pesquisa.
Ao organizar esta Exposição procuramos ter em mira todo fato, ainda que mínimo, que, na vida cotidiana, exprima poesia. Neste sentido apresentamos toda uma série de objetos comuns, carinhosamente cuidados, exemplo importante para o moderno desenho industrial [...]. Este carinhoso amor pelos objetos de todos os dias [...] é uma necessidade vital que se acha nos primórdios da vida humana.
A exposição “Bahia”, ao contrário dos exemplos anteriores, corresponde a uma montagem efêmera que compreendeu vários elementos que possibilitassem a percepção da cultura baiana. A mostra ocorreu no ano de 1959, durante a V Bienal Internacional de Artes de São Paulo. Ela foi montada em um espaço externo, sob a marquise do Parque Ibirapuera, ao lado do edifício da Bienal. O objetivo era exibir os objetos do artesanato nordestino, como Bardi (1993, p. 134) explica
Cosulich (Ca. 2000, p.15) explana que a exposição trouxe uma amostragem muito fiel do artesanato do Nordeste. 31
Ex-votos, colchas, roupas, utensílios de cozinha, cata-ventos. O espaço expositivo era uma enorme sala com cenografia de Lina. O espaço era dividido por paredes onde eram penduradas as colchas e os ex-votos, nos espaços livres totens com roupas de couro ou cubos de vidro apresentando objetos mais delicados. Compondo o espaço, ouvia-se música regional, que era tocada o tempo todo e também a arte da capoeira, que foi apresentada constantemente. Para completar o ambiente, o piso foi coberto com folhas secas para que os visitantes sentissem nos pés a sensação de estarem em um espaço livre, aberto, seco; como as peças que estavam vendo. As folhas eram tão importantes que eram trocadas cotidianamente.
A autora também salienta que a substituição frequente da folhagem, além de transportar o espectador a um ambiente externo, provocava barulhos e sons característicos dos espaços naturais. E, ainda, havia um sistema de som que executava músicas regionais, valorizando a qualidade das sensações oferecidas ao público que visitava a mostra.
Folhagem espalhada pelo chão na exposição Bahia.
pintada de branco para exibir os ex-votos, que são objetos variados oferecidos às divindades em agradecimento a pedidos alcançados. Mais uma vez, o contraste com o plano de fundo em tijolos valoriza os itens apoiados nele. Esse bloco de tijolos, por sua vez, se estabelece desde o chão como uma verdadeira parede, reforçando a sensação visual de um volume pesado e denso.
Alguns expositores eram compostos por grandes blocos de madeira, afastados do chão através de apoios ou da fixação junto aos pilares da marquise do Ibirapuera. Esses grandes painéis apresentavam a produção regional das colchas de retalhos. Os itens exibidos recebiam destaque no plano neutro, que se contrapunha ao material rico em padronagens.
Na ambientação criada, podemos ainda observar o uso do tecido nas periferias do espaço, cobrindo o fechamento lateral da marquise do Ibirapuera, e na cobertura. A leveza do tecido se contrapõe com o peso que geralmente tinham as paredes
Valorizando o produto regional na concepção do próprio equipamento expositivo, Lina utiliza uma parede de tijolos 32
Painéis de madeira expunham as colchas de retalhos.
Plano de tijolos na exposição de ex-votos.
dos espaços expositivos. Esse resultado também é alcançado no teto, na iluminação que difusa reforça a ideia de um espaço aberto, onde o céu se faz presente através de leveza e luz. As cores escolhidas valorizam a verticalidade e neutralizam o espaço interno. O tom escuro apaga os limites laterais, que são relativamente baixos, ressaltando o plano superior na cor clara, que toma conta do espaço e causa a sensação de amplitude.
Podemos traçar um paralelo entre um dos equipamentos de exibição utilizado na exposição Bahia com a solução alcançada para abrigar as obras do acervo fixo do MASP 7 de Abril. O perfil de alumínio usado no 7 de Abril é substituído por praticáveis de madeira, segundo Pinto (2013). Mas ao contrário do MASP, a estrutura criada por Lina para a mostra no Ibirapuera é autoportante, e não depende da fixação no piso e no teto. Os suportes são constituídos por concreto e conchas marítimas, que não ocultam nada e retratam cruamente as bases da cultura baiana.
Mas o tecido não faz parte somente da ambientação. Cosulich (Ca. 2000) evidencia que, assim como acontece com as colchas de retalhos, as tapeçarias são objetos em exposição. Suas estampas remetem às xilogravuras dos cordéis e aos motivos africanos.
Pinto (2013, p.115) ainda ressalta que todos os elementos 33
que compõe o espaço e que são exibidos estão em extrema harmonia.
ambientação altamente sensorial.
Uma mostra da arte do povo, e também da sua vida. Os materiais utilizados nesta mostra, como papéis, coloridos, composições de panos, matérias plásticas e folhas de metal prensado, objetos e vestimentas religiosas afro-brasileiras [...]. Todo material utilizado na composição cenográfica, experimenta uma linguagem em que os elementos construtivos são expostos e propõe outra compreensão de espaço de exposição, utilizando uma nova reorganização espacial que busca uma nova forma de ver.
Sem dúvida o conhecimento arquitetônico de Lina Bo submeteu o espaço da exposição a uma visão crítica e como resultado elegeu o chão de folhas secas como elemento principal de sua concepção cenográfica.” (PINTO, 2013, p. 115)
Outro grande exemplo dessa valorização dos objetos cotidianos é a exibição dos cata-ventos comercializados por vendedores ambulantes e o artesanato em cerâmica. Esses elementos têm seu status elevado. Lina atrai o olhar do espectador às coisas mais simples através de uma nova composição, que gera uma nova qualidade estética nova no agrupamento desses elementos. O tratamento que Lina dá às peças expostas não é a de objetos intocáveis de um museu, mas sim de uma representação da realidade baiana para ser apreciada com um novo olhar. Cosulich (Ca. 2000, p. 16) confirma essa intenção no trecho O que movia Lina a lutar pelo artesanato, transportálo e apresenta-lo de forma tão brilhante e cuidadosa não era a intenção de conservação e estagnação das obras, mas encontrar nelas uma revolução. À direita na imagem vemos o equipamento constituído por madeira e apoios de concreto e conchas.
Lina utiliza uma série de recursos na exposição com a intenção de transportar o espectador à atmosfera nordestina, em uma 34
Os visitantes da mostra puderam acompanhar os vários aspectos da cultura do maior estado nordestino: A exposição organizada por Martim Gonçalves, nas palavras de Lina Bo, procurava revelar, com meios estéticos de uma apresentação ‘teatral’, as raízes populares da cultura baiana [...]. (PINTO, 2013, p. 114)
A grande contribuição da exposição Bahia para o desenvolvimento do projeto dessa pesquisa se dá através da valorização que Lina deu aos objetos populares. Isso, através dos suportes expositivos, que em todo momento se desprendem de estruturas préexistentes, sendo em sua grande maioria autoportantes. Além disso, a qualidade sensorial trazida pela projeção dos sons é outra grande referência.
Cata-ventos e pássaros em cerâmica cuidadosamente arranjados em uma nova montagem.
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ESTUDOS E INTENÇÕES PROJETUAIS
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A escolha do Centro Cultural Palace, também conhecido pela sigla C.C.P., para a aplicação dos conceitos estudados nas composições expositivas de Lina Bo Bardi advém da intenção de valorizar a cultura local e incentivar o uso desse equipamento. O Palace Hotel pertence a um conjunto de prédios históricos. A composição dos edifícios Palace Hotel, Meira Júnior e o Teatro Pedro II formam o que chamamos de Quarteirão Paulista. Gleria (2013) explica que a obra do conjunto previa a construção dos edifícios Meira Júnior e do Teatro Pedro II e a reforma do Central Hotel, nome dado ao Palace Hotel antes das modificações terminadas em 1930 para adequação da fachada às construções vizinhas, construindo uma identidade harmônica entre as três edificações. A autora ainda ressalta que o espaço funcionou até o ano de 1992, quando encerrou suas atividades. No ano de 1982 foi determinado o tombamento do Palace Hotel e do Teatro Pedro II. Em 1996 iniciou-se o processo de recuperação do hotel, que reabriu no ano de 2011 como espaço cultural, permitindo o acesso de toda a população ao bem arquitetônico. A partir de então, o Palace se tornou um espaço de exposições e oferecimento de oficinas, workshops, palestras, debates, apresentações e visitas monitoradas. O Centro Cultural Palace está localizado no Centro da cidade de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo. Ele está entre as esquinas das ruas Duque de Caxias e Álvares Cabral.
Planta pavimento térreo Centro Cultural Palace. Sem escala.
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Planta segundo pavimento Centro Cultural Palace. Sem escala.
Planta primeiro pavimento Centro Cultural Palace. Sem escala.
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Corte A-A. Sem escala. Corte C-C. Sem escala.
O espaço conta com dez salas para os usos das oficinas, aulas de dança, exposições, auditório e anfiteatro. A capacidade das salas varia de 20 até 90 pessoas, de acordo com seu dimensionamento. Ele conta com bebedouros e um total de doze sanitários, sendo dois acessíveis. E também conta com um elevador que garante a acessibilidade a todos os pavimentos do Centro Cultural. O edifício também abriga atualmente a Secretaria da Cultura Municipal e o Museu da Imagem e do Som (MIS) de Ribeirão Preto, e está aberto a visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h e aos sábados das 10h às 12h.
Corte B-B. Sem escala.
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Dentre as dez salas utilizadas para eventos no edifício, algumas oferecem usos fixos e as demais oferecem usos mais flexíveis. As salas com uso fixo são o anfiteatro, batizado de Anfiteatro Pedro Paulo da Silva, que se encontra no nível térreo do edifício, o auditório e a galeria que são localizados no primeiro pavimento, e a sala dos espelhos, que em geral recebe oficinas de dança. As demais salas, apesar de destinadas geralmente a exposições, também podem receber eventos como feiras temporárias, oficinas, palestras e eventos de lançamentos ou promoções de livros e afins. Anfiteatro Pedro Paulo da Silva (16 x 9m). Capacidade:90 pessoas.
Sala dos Espelhos (5 x 15m). Capacidade: 20 pessoas.
Auditório Palace (7.5 x 10m). Capacidade: 30 pessoas.
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Sala para exposições ou oficinas (24 x 9m). Capacidade: 50 pessoas.
Salão Mármore (9 x 11m). Capacidade: 50 pessoas.
Auditório - cinema, vídeos, palestras (20 x 8m). Capacidade: 30 pessoas.
Galeria para exposições (9 x 11m). Capacidade: 50 pessoas.
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“Vagões Culturais” (9 x 11m). Capacidade: 50 pessoas.
Salão para eventos e intervenções artísticas (16 x 12m). Capacidade: 80 pessoas.
Sala de oficinas (7.5 x 10m). Capacidade: 30 pessoas.
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A seguir vemos a planta do pavimento térreo do Palace. Em azul, notamos o Salão Mármore, local de implantação da expografia pretendida. Em vermelho está destacada a circulação vertical, em roxo vemos a projeção das passagens suspensas criadas durante a reforma de 2011. Em amarelo estão destacados os acessos. A circulação horizontal no edifício se dá através de passagens elevadas, criadas durante a reforma, cujo projeto rearranjou a circulação entre pavimentos pelo pátio do edifício, que também recebeu uma cobertura parcial em estrutura metálica.
Planta pavimento térreo Centro Cultural Palace. Sem escala
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Passagens suspensas instaladas sob o pátio do edifício durante reforma em 2011.
Escada de circulação interna e elevador vistos do nível térreo do edifício.
Escada de incêndio localizada no pátio central.
A circulação vertical é oferecida pelas escadas internas e pelo elevador. O prédio conta também com escada de incêndio, também localizada no pátio central.
O acesso aos pedestres é feito pela entrada principal, localizada na esquina das ruas Duque de Caxias e Álvares Cabral, e pelas seis aberturas que podem ser diretamente acessadas da explanada 45
do Teatro Pedro II. Atualmente somente dois dos acessos feitos pela explanada fica aberto ao público, para realização das oficinas de artes plásticas. As demais aberturas que dão acesso direto ao Salão Mármore permanecem fechadas, sendo possível a entrada somente pelos dois acessos que ficam abertos ou pela entrada principal.
térreo possuem aberturas para iluminação logo acima das mesmas. Essa tipologia também é seguida no Salão Mármore, local de implantação da montagem expositiva pretendida. A entrada de iluminação natural, todavia, não é abundante, sendo necessário o uso de iluminação artificial mesmo durante o dia. A iluminação artificial se dá através dos pendentes que descem do teto e das arandelas localizadas nas paredes do térreo do edifício. O prédio não dispõe de instalações elétricas exclusivas para exposições e eventos que necessitem de um sistema de iluminação específico.
Existe também um acesso de serviços ao edifício, que inclusive comporta a entrada individual de veículos através da Rua Duque de Caxias. Em sua maioria, as aberturas de passagem localizadas no nível
Passagens de acesso pela explanada do Teatro Pedro II. Somente duas permanecem abertas para acesso do público.
Acesso principal para pedestres ao Centro Cultural Palace.
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Acesso de serviços feito pela Rua Duque de Caxias.
A iluminação superior é feita através de pendentes.
As aberturas acima dos vãos de passagem e as arandelas iluminam o Salão Mármore perifericamente.
Os pontos de elétrica do Salão Mármore estão localizados nas periferias do espaço, próximos ao rodapé.
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Espaço para exposições no primeiro pavimento. As salas do primeiro e segundo pavimentos seguem a mesma tipologia: Pilares são locados ao centro e as periferias são espaços livres.
Chamado de “Vagões Culturais”, o terceiro pavimento é iluminado através de sistema de iluminação artificial.
O primeiro e segundo pavimentos recebem iluminação natural abundante durante o dia. Existem, em maioria, aberturas de janelas e algumas aberturas de passagem, que dão acesso às passagens elevadas acima do pátio central.
Percebemos, em geral, que as exposições exibidas no Centro Cultural Palace dispõem de poucos recursos para sua realização. Os equipamentos que o espaço oferece seguem duas tipologias básicas, e ambos servem para exibição vertical.
O terceiro pavimento possui como principal característica a presença dos arcos que estruturam a cobertura do edifício. Em virtude disso, este nível é o que possui menor incidência de luz natural, que é compensada através de iluminação artificial localizada nas periferias do espaço.
Na imagem a seguir, à esquerda, percebemos a tipologia que suporta os painéis presentes no térreo e na “Sala dos Arcos”, no terceiro pavimento. São cavaletes de madeira em geral utilizados para pintura dos quadros com apoio fixo. 48
À direita, vemos os painéis brancos que expõe as obras no pavimento térreo e no primeiro e segundo andares, atualmente. São compostos por placas de madeira, apoiadas por rodízios que oferecem mobilidade na disposição do equipamento.
dispor de um sistema que valorize as obras e objetos exibidos. O acervo fixo do Palace, com objetos que pertenceram ao Hotel também não dispõe de muitos recursos. As peças com valor histórico não possuem fichas de identificação, assim como a maioria das obras presentes no local, o que dificulta o entendimento pelo expectador. Além disso, também não dispõe de sistema de iluminação específico, prejudicando a visualização das mesmas (como veremos no capítulo 04).
Analisando a atual situação do Centro Cultural Palace em relação ao apoio de exposições e eventos, o que se vê é muita precariedade. Os equipamentos verificados in loco demonstram uma estrutura muito simples, que se limita no cumprimento da função de expor, sem grandes pretensões. A ausência de suporte para iluminação expográfica também é um fator que demonstra o despreparo do espaço, uma vez que todas as mostras deveriam
O fato do acesso ao público ficar restrito às duas das seis passagens que o edifício dispõe para a explanada do Teatro Pedro II também é um fator negativo na recepção dos visitantes do Centro Cultural, pois limitam o uso desse equipamento que já é pouco utilizado pela população (como veremos no cap. 5.3). O ponto positivo sobre a estrutura do Palace para o recebimento de visitantes é o sistema de segurança. Verifica-se que o Centro Cultural dispõe de um sistema de monitoria através de câmeras de segurança e também de pessoas responsáveis pela segurança patrimonial. A recepção também conta com funcionários para esclarecer dúvidas e receber o público. De maneira geral, os aspectos negativos na estrutura para receber exposições superam os pontos positivos. A despreocupação em oferecer suportes mais elaborados, assim como sistemas de iluminação adequados são os principais pontos que deveriam ser melhorados a fim de tornar o espaço mais preparado para receber as mostras. O fato da maior parte dos acessos aos pedestres permanecerem fechados também é um fator talvez diminua as visitas e façam com que este bem arquitetônico tão importante pra Ribeirão Preto não seja aproveitado como poderia.
Equipamentos expositivos oferecidos pelo Centro Cultural Palace para exposições.
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Tendo como base esse estudo realizado no local, estabeleceremos as bases para a elaboração da expografia para os objetos do acervo do hotel. Os pontos considerados negativos serão trabalhados com o intuito de recuperar a história e, ainda, mostrar que o Palace continua vivo e apto a receber toda a população.
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O espaço expositivo, objeto central a ser desenvolvido nessa pesquisa, tem dois intuitos: O primeiro é o de expor o acervo fixo do Centro Cultural Palace, que conta com os objetos que fizeram parte da história do local. O segundo é expandir o uso do equipamento pelo público.
ambiente externo através do equipamento de divulgação tem o intuito de apresentar aquele local às pessoas que circulam pelo centro histórico de Ribeirão Preto, em uma valorização dessas edificações que fazem parte do município.
A intenção de expor os objetos históricos do Palace visa contar um pouco sobre o passado do hotel, em uma importante valorização da história desse bem ribeirão-pretano. E ainda, chamar a atenção da população para as novas possibilidades do espaço, como as oficinas ministradas atualmente no local.
O agrupamento de objetos com o intuito de dar ênfase aos mesmos é outra intenção dessa expografia. Este recurso é adotado por Lina na exposição Bahia, e aqui pretende chamar a atenção aos pequenos papéis que fazem parte do acervo do Palace, através da reprodução deles e do agrupamento nos pilares do Salão Mármore.
O espaço também contará com um móvel para o recolhimento de objetos que fizeram parte da história do Palace e que poderão ser doados pelos visitantes da mostra. O intuito é aumentar o acervo fixo com objetos como fotografias, documentos e outros mais que a população possa doar para recuperar memórias do hotel.
O uso de vegetação no ambiente interno e o uso das estruturas unifilares também se faz presente. Esse legado do acervo composto para o MASP 7 de Abril ajudará a organizar o espaço através do uso de vasos com espécies vegetais nativas e irá atrair o público com a criação de estruturas com tubos metálicos que servirão como equipamento de divulgação da mostra.
Pretende-se que o Salão Mármore, espaço de instalação desta expografia, seja um local fixo para a exposição do acervo. Os objetos expostos podem variar de acordo com as arrecadações, mas pretende-se que eles estejam sempre o mais próximo possível do público, como acontece nesta sala de implantação.
A recuperação do café que já existe no pavimento térreo também é uma manobra que visa atrair o uso das pessoas que circulam pelo entorno do Palace, criando uma espacialidade que integre esse equipamento com o espaço de exposições. A valorização da história local através do equipamento é outro importante fator a ser considerado no projeto que conta com inspiração do trabalho de Lina. Assim como esse conceito usado na obra da arquiteta será preconizado, a materialidade apresentará afinidades com os trabalhos elencados como referências projetuais, oferecendo qualidades observadas no estudo de seus projetos ao ambiente.
A disposição do acervo carrega o conceito de Lina sobre a liberdade da fruição da arte, característica tão presente no equipamento desenvolvido para o acervo do MASP da Av. Paulista. A comunicação do ambiente interno de exposição com o 51
O acervo a ser exposto contempla os objetos que foram reunidos ao longo da história do Central Hotel e, posteriormente, no Palace Hotel. São objetos com temas e usos variados, e em sua maioria são utensílios que pertenceram ao restaurante do hotel, como pratarias, conjuntos de taças e xícaras, entre outros. Além dos objetos pertencentes ao Palace, existe também um acervo dedicado a Choperia Pinguim, instalada no Edifício Meira Júnior. Os objetos são bastante representativos deste outro edifício que faz parte do conjunto do Quarteirão Paulista, e que divide juntamente com o Palace e com o Teatro Pedro II a importância desta arquitetura para a história e cultura da cidade de Ribeirão Preto.
Expositor que suporta horizontalmente os objetos do acervo do Palace Hotel.
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A seguir estão discriminados todos os objetos que pertenceram ao Palace e que terão exposição reconfigurada, além dos objetos selecionados que fazem referência à Choperia Pinguim:
O equipamento que exibe atualmente os itens de menor escala com a memória do Hotel consiste em um armário com prateleiras e planos de fechamento em vidro. As prateleiras são suportadas por cabos de aço e a estrutura principal é constituída por madeira.
• 1 moedor de carne; • 1 ferro de passar elétrico; • 1 máquina de escrever; • 1 lamparina; • 1 campainha de mesa; • 1 conjunto com 3 pratos e 1 xícara; • 1 chave de dormitório c/ chaveiro; • 1 bloco de recibos de pagamento; • 1 bloco de comprovantes de uso cofre individual; • 1 caderno de anotações; • 1 conjunto de prataria com 1 bandeja, 3 bules e outros 3 recipientes; • 1 cardápio restaurante Palace; • 1 prancheta; • 1 panfleto divulgação hotel; • 2 xícaras para cappuccino; • 4 xícaras cristal; • 1 conjunto com 6 taças de prata; • 2 garrafas de vidro; • 1 conjunto com bandeja de prata e 4 utensílios; • 2 taças cristal; • 6 taças pequenas de cristal.
Os objetos não contam com sistema de iluminação específico para as peças, e a diferença de luminosidade entre o interior do equipamento e o ambiente externo dificulta a visualização dos mesmos. A altura da prateleira mais alta também é um fator que dificulta a visualização dos objetos.
Hall dedicado à Choperia Pinguim localizado no segundo pavimento do Centro Cultural Palace.
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As peças referentes à Choperia Pinguim estão expostas no segundo pavimento do Palace, e estão dispostas de maneira que o público possa até mesmo usufruir dos objetos como é o caso das mesas e cadeiras. As peças expostas não possuem fichas de identificação, o que dificulta o entendimento do expectador sobre os objetos expostos. Tendo em vista a pouca qualidade na exposição dos objetos que tem significativa relevância para a história do Palace Hotel e da Choperia Pinguim, decidiu-se dar destaque a essas peças em uma montagem que ressalte o valor histórico-cultural do espaço, aliados à sua conexão com a arquitetura, em uma exposição que valorize ambos os temas com um olhar resultante do estudo das ambientações expográficas de Lina Bo Bardi.
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PROJETO EXPOGRテ:ICO: PASSADO PRESENTE NO PALACE
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Percebe-se que o Palace é um edifício com proporções suficientes para a realização de muitos eventos e exposições. Todavia, a percepção que se tem é que esse bem arquitetônico não possui uma estrutura eficiente para esses fins. Esse questionamento gerou a análise que veremos a seguir, a fim de oferecer subsídios para a elaboração do projeto expográfico que será produzido posteriormente.
de pessoas que frequentam ou que estão presentes no bairro Centro, e o uso que essas pessoas fazem do Centro Cultural Palace, foi feita uma análise das assinaturas coletadas através de três cadernos de exposições, presentes no Centro Cultural. Os registros são do ano de 2013 a 2015, e a análise abrangeu a duração das mostras e a quantidade de assinaturas recolhidas, a fim de medir quantitativamente os visitantes das mostras exibidas no edifício.
O espaço pretendido para a instalação do equipamento expositivo projetado é a sala de atividades coletivas e exposições temporárias, conhecida como “Salão do Mármore”. Ela está localizada no térreo do edifício, com aberturas diretas para o passeio público. Tendo em vista o número de pessoas que circulam pelo Centro de Ribeirão Preto, e a parcela das pessoas que usufruem do espaço do Centro Cultural, identificou-se uma das premissas de projeto: A priorização do acesso ao público. Segundo Guimarães (2012), a previsão da ACIRP, (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) para o ano de 2013, estimava que o Centro de Ribeirão Preto contemplasse um público cativo de 66.717 pessoas. Dentre esse número, somente 24.000 se refere aos moradores do bairro Centro, enquanto o restante configura os trabalhadores do comércio, de bancos, financeiras e outros segmentos, que somados dão o total de 39.050 pessoas. Nesse índice também foi considerada a quantidade de usuários de vagas de estacionamento de rua, além dos mensalistas dos estacionamentos particulares do Centro de Ribeirão Preto, que formam um total de 3.667 usuários. Para estabelecer, portanto, uma relação entre a quantidade 58
Os registros de assinaturas presentes nos cadernos assinalam as presenças em 20 exposições. Considerando as visitas totais das exposições analisadas, obtemos o número de 3.244 espectadores, o que resulta em uma média de 162,2 assinaturas a cada mostra. Ponderando que ocorram simultaneamente em torno de três exposições no Palace, e que elas fiquem expostas durante 19 dias em média, a quantidade de visitas será de 486,6 a cada 19 dias. Dividindo o número total de visitas pela duração média de 19 dias de exibição, podemos chegar a uma média de 25,61 visitantes por dia. Devemos esclarecer, contanto, que usamos como referência somente as assinaturas contidas nos três cadernos de exposição, sem considerar as possíveis visitas que não registraram sua presença no caderno. Também não foi acrescentado nesse índice o número de pessoas que frequentam o Palace por outras
Gráfico indica os usuários do Centro Ribeirão Preto.
Infográfico visitas diárias ao Centro Cultural Palace.
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razões como motivos profissionais ou para palestras, workshops, aulas e demais eventos que ocorrem no espaço. Por esse motivo, acredita-se que o número de pessoas que visitam as mostras realizadas no local possa ser maior do que conseguiuse quantificar através das assinaturas. Todavia, a relação desse número com a quantidade de pessoas que estão ativamente no Centro de Ribeirão Preto ainda é discrepante. A ligação direta com a circulação externa ao edifício motivou a instalação da exposição no térreo, ponto de maior proximidade entre o espaço externo da calçada e o espaço interno de exposições, cuja intenção é atrair o espectador para o interior do edifício, onde ele pode explorar o espaço interno de outras exposições, conhecer oficinas e demais eventos que são oferecidos no local.
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Tendo em vista a variedade de escalas dos objetos a serem expostos, de pequena a média, estima-se que para exibi-los são necessários apoios horizontais, em alturas relativamente próximas ao olhar, sobretudo quando se trata dos itens de menor tamanho. Apesar dos objetos necessitarem de apoios predominantemente horizontais, um plano vertical será utilizado para exibir de maneira mais particular os itens do restaurante do Palace, como pratos e bandejas. Para a divulgação externa serão necessários planos verticais que levem a mensagem sobre a exposição que ocorre no interior do edifício. Para o recebimento dos objetos doados pelos visitantes da mostra, em relação a história do Palace, será necessário um móvel que se adapte aos diferentes tipos de objetos e que também possa servir como expositor enquanto eles, os objetos, não são catalogados. Um espaço para apoio de cadernos de registros de visitas é importante para avaliar a visitação ao longo do tempo. É necessário também um sistema de iluminação autosuficiente, pois encontram-se poucos pontos de elétrica no espaço escolhido para a implantação da mostra.
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Verificadas as condições atuais do Centro Cultural Palace e a partir do estudo realizado in loco, foram estabelecidas algumas diretrizes para comportar a expografia pretendida no local. A principal intenção da expografia é dar ênfase aos objetos do acervo do Palace, verificadas as atuais condições de exposição dos mesmos. O equipamento também deve atrair o público para o interior do edifício, tendo em vista o uso atual, que é muito abaixo da capacidade que o Centro Cultural comporta. Além de atrair o expectador, a expografia pretende chamar a atenção para as novas possibilidades do Palace, como as oficinas, por exemplo. Integrar o Café com o restante do espaço como recurso de atração do público para as exposições.
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VÃO LIVRE
As tipologias dos equipamentos pretendidas para a exposição intitulada “Passado Presente no Palace” se dividem em cinco. Cada equipamento recebeu um nome relacionado a Lina em homenagem à norteadora dessa pesquisa. O primeiro deles foi nomeado “Vão Livre”, e apoia as taças e xícaras que pertenciam ao restaurante do Palace. É constituído por uma caixa transparente que promove a ilusão de que o piso está sendo suspenso para exibir as peças de vidro do acervo. O equipamento é constituído por placas de material acrílico com 15 mm de espessura. Os planos laterais e o plano superior são transparentes incolores, enquanto o plano inferior recebe a cor preta opaca.
O croqui demonstra o conceito do equipamento que exibe as taças e xícaras.
A caixa formada pelos seis planos é colada, e a junção das peças é feita com recortes a 45º. O único plano que não é colado com os demais é o superior, para que os objetos sejam colocados em seu interior. Dois dos planos laterais possuem furos para encaixe de uma peça metálica que sustenta uma pedra de mármore, com dimensão de 0.37 x 0.37 x 0.02m. Ela pode ser posicionada em cinco alturas diferentes, de acordo com o objeto que será exposto em seu interior. Os furos estão espaçados a cada 0.10m a partir do plano superior do equipamento. A dimensão final do equipamento é de 0.40 x 0.40 x 1.30m. As alturas das prateleiras internas constituídas pelas placas de mármore podem ser posicionadas a 0.80, 0.90, 1.00, 1.10 e 1.20m do chão.
Detalhe do encaixe da prateleira nas laterais.
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Serão produzidas cinco unidades deste equipamento para suprir a necessidade dos objetos da cozinha. Eles serão posicionados lado a lado e receberão uma iluminação superior, através de pendentes que têm altura ajustável, se adaptando a cada item exposto.
Pendentes com altura regulável iluminam as peças expostas.
Modelo em 3 dimensões do equipamento que exibe as taças e xícaras.
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palma
A próxima tipologia de equipamento criada foi chamada de “Palma”, e é composta por planos de acrílico que exibem as demais peças que pertenceram ao restaurante do Palace Hotel. São pratos, peças em prata, garrafas de vidro e um moedor de carne que serão exibidos nesse expositor.
barras de rosca em suas extremidades. As lâminas são espaçadas por tubos com comprimento de 0.10m e diâmetro de 1”, fixados através da barra de rosca. A barra, por fim, é presa por porcas do tipo borboleta nas duas extremidades. Tubos espaçadores também são usados no cabo de aço que prende o equipamento ao teto, para que seja estabilizado.
Serão confeccionados dois expositores como o que será apresentado a seguir, e eles serão posicionados lado a lado, em frente a uma das paredes do Salão Mármore.
A dimensão externa total do equipamento é de 2.50 x 1.28 x 0.67m.
A forma desse equipamento segue as molduras presentes nas paredes do espaço. Além de expor o restante das peças do restaurante, o equipamento transforma-se em uma moldura para as arandelas presentes nas paredes, ressaltando a arquitetura do local. A valorização da arquitetura é um dos pontos elencados como importantes para o desenvolvimento dessa expografia. Além disso, os planos sugerem um desprendimento do detalhe das paredes, em uma aproximação entre a arquitetura e os objetos expostos com o público, conceito trabalhado por Lina na concepção da expografia para a pinacoteca do MASP 7 de Abril. As peças expostas dão a sensação de leveza ao serem presas nos planos de material acrílico transparente incolor. A fixação é feita por fios elásticos, parafusos ou por suportes específicos para pratos. Existem furações nas lâminas de acrílico para auxiliar na amarração dos elementos expostos. As lâminas de acrílico podem seguir quatro variações de desenhos. Elas se repetem num total de sete planos unidos por
Estudo à mão do equipamento “Palma”.
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A iluminação é feita através de uma fita com sistema LED, fixada atrás da segunda lâmina com adesivo de alta aderência. O expositor é sustentado por cabos de aço que são fixados no teto. Espaçadores tubulares mantem o equipamento em equilíbrio, já que seu peso não se distribui uniformemente.
A iluminação é feita através de uma fita com sistema LED, fixada atrás da segunda lâmina com adesivo de alta aderência. O expositor é sustentado por cabos de aço que são fixados no teto. Espaçadores tubulares mantem o equipamento em equilíbrio, já que seu peso não se distribui uniformemente.
Perspectiva do equipamento “Palma” em exposição.
Detalhe da junção dos perfis.
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ROMA
A tipologia seguinte recebe o nome do local onde nasceu Lina, a cidade de Roma. Ela é composta pelo mobiliário de depósito de doações de objetos referentes a história do Palace, e que também serve para exibir esses objetos enquanto eles aguardam o processo de catalogação. O recebimento de objetos que fizeram parte da história do Palace será de responsabilidade desse equipamento. O público que visitar a exposição poderá doar itens que tenham guardado dessa época e que tenham uma ligação direta com o Hotel. O intuito é recolher esse material e contribuir com o resgate histórico desse equipamento público. O ponto mais interessante deste móvel é o fato dele interagir com os objetos apoiados em sua superfície. A presença de espuma em seu interior faz com que os cubos de madeira se movimentem de acordo com o peso do objeto que é depositado nele, criando hierarquias que acolhem e expõe o objeto enquanto ele não é catalogado. A surpresa e até o questionamento que se faz para entender esse objeto é uma alusão aos cavaletes de vidro do MASP. A curiosidade que o expositor gera dá ênfase à expografia montada. A materialidade é basicamente madeira de reflorestamento, pintada na cor cinza médio com o intuito de valorizar os objetos expostos. São perfis quadrados de 0.05 x 0.05m com diferentes alturas que criam um movimento em sua base e uma superfície que se
Estudos iniciais equipamento para receber doações.
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movimenta com o peso dos objetos. As dimensões totais são 3.60 x 1.00 x 1.30m. A regularidade da superfície contrasta com as “ondas” que a madeira forma em sua base, e esse contraste pretende gerar diferentes reações no público. A montagem do objeto é feita com cola de madeira e prensa. Os perfis são passados por uma retífica para garantir as dimensões corretas e os perfis inferiores são colados em uma placa de madeira. Logo após, os conjuntos laterais também compostos por perfis unidos com cola são fixados para formar o espaço que a espuma ocupará no interior do equipamento.
O equipamento se adapta ao peso do objeto depositado.
Perspectiva em 3 dimensões do equipamento “Roma”.
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LINA
A próxima tipologia de equipamento é utilizada na divulgação da exposição do acervo e demais exposições do Palace, com o intuito de atrair o público para o interior do edifício. Esse equipamento que divulga e traz o público pro interior do centro cultural foi chamado de “Lina”. Este equipamento é constituído por uma base em concreto, e hastes que suportam verticalmente a comunicação textual e visual, a respeito das atividades e eventos que ocorrem no Palace. As hastes também estão ligadas ao princípio de descolamento das obras das paredes, partido adotado por Lina Bo Bardi na expografia do MASP 7 de Abril. Estudo de estabilidade equipamento.
Croqui em planta do espaço interno de exposição e do equipamento de divulgação.
Funcionamento do mobiliário expográfico na integração entre espaços interno e externo.
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Além de divulgação, esse equipamento tem o papel de trazer o público que circula pela explanada do Teatro Pedro II para o interior do Palace, em uma conexão entre o espaço público e privado.
O material usado para a impressão da comunicação externa é a lona ou tecido. São utilizados rolos de 1.15m de largura, apoiados em uma das hastes e estendido para as demais, criando uma espacialidade na área externa ao edifício.
Este equipamento que intermedia os espaços externo e interno possui uma base cônica de 0.50m de altura executada em concreto. A haste metálica é comporta por um tubo com diâmetro de 1 1/2”. A altura total é de 1.80m.
O travamento da lona ou do tecido é feito a partir de uma segunda haste cortada ao meio e fechada por um tampo na parte superior. Essas duas meias-hastes são presas ao equipamento por meio de rosca e porca do tipo borboleta.
Perspectiva do móvel aberto.
Detalhe do sistema de encaixe.
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BARDI
O último equipamento projetado tem a intenção de se apropriar de elementos existentes no Palace e que também tenham teor histórico para exibir algumas peças da exposição. Ele foi chamado de “Bardi”.
Essas bases são utilizadas atualmente no Centro Cultural para suportar diferentes tampos de mesas, com diferentes funções, e não se destacam de outra maneira que não seja como apoio.
Para criá-lo, elencamos as bases de mesas da Choperia Pinguim, (facilmente encontradas no Centro Cultural Palace), para apoiar os ítens de pequena escala do acervo.
Atualmente, existem em torno de dez bases como esta no Centro Cultural. Serão necessárias sete bases para expor os objetos de papelaria que pertenceram ao Hotel.
Essa intenção vem da leitura do projeto de Lina Bo Bardi para a exposição Bahia, onde cada objeto que revela a cultura baiana é destacado, mesmo no equipamento. A intenção aqui é destacar esses objetos tão emblemáticos na composição da expografia para o acervo fixo do Centro Cultural.
Para trazer um novo olhar a essas bases que passam quase despercebidas no local, iremos apoiá-las em placas verticais e também no teto, através de cabos de aço.
O apoio para mesa com pés de ave faz referência à Choperia Pinguim, instalada no Ed. Meira Junior.
À esquerda, a base suporta uma mesa de apoio no piano bar, no piso térreo. À direita, ela apoia o caderno de visitação, no terceiro pavimento.
71
No lugar do tampo de mesa serão parafusados cubos de material acrílico transparente. A regularidade do formato cúbico foi escolhida por estar em acordo com a simetria presente da arquitetura do interior do Palace. A transparência do cubo revela não somente os objetos expostos, mas também a estrutura da base, elemento emblemático na história do Conjunto Arquitetônico Quarteirão Paulista, do qual o Palace faz parte. As bases possuem uma altura de 0.70m, e são constituídas por material metálico leve. O formato do cubo obedece uma medida de 0.40m x 0.40 x 0.40m. Ele é constituído por material acrílico transparente incolor. Cinco dos seis planos que o constituem são colados em um ângulo de 45º. O sexto lado recebe duas dobradiças do mesmo material, permitindo que a caixa seja aberta para receber os objetos em seu interior.
Estudo de fixação vertical do equipamento.
Estudo de fixação horizontal do equipamento.
72
O cubo é fixado na base através de aparafusamento, e ela, por sua vez, é fixada nos planos verticais através de grampos metálicos em formato “U”. A outra face do plano que fica direcionada para as entradas do Palace recebe informações sobre a exposição do acervo. Para a fixação no teto, a base é presa por quatro cabos de aço ligados a um “olhal” metálico, preso no forro do Salão Mármore. Os três cubos de acrílico, que ficarão fixados no teto do Salão Mármore, diferenciam-se dos demais que serão presos ao painel vertical. Os cubos do teto terão a face inferior moldada através de jato de ar quente industrial, para adaptar-se melhor aos objetos que ficarão em seu interior. Estudo de forma in loco.
Estudo em 3D de fixação horizontal do equipamento.
Estudo em 3D de fixação vertical do equipamento com base moldada.
73
Como os cubos que se fixarão no plano vertical exibirão somente materiais de papelaria, a característica de moldagem do acrílico ficará restrita somente aos cubos fixados no teto. A iluminação desse equipamento será feita a partir de luminárias com sistema LED, que funcionam através de pilhas. Optamos pelo uso do sistema que não é ligado diretamente na rede de energia elétrica por conta da quantidade inexpressiva de pontos de energia e verificados in loco. As luminárias, com nove lâmpadas LED, são fixadas por grampos em cada uma das bases, evidenciando os itens expostos.
Estudo em 3D com equipamento que conecta espaço interno e externo do edifício.
74
Para definir o posicionamento dos equipamentos e a circulação das pessoas no espaço, foram feitos estudos considerando aspectos como os pontos de incidência de luz natural e elétrica na sala de implantação da exposição. A ideia de retirar uma das paredes para a instalação da expografia e acervo do Palace veio da intenção de integrar o espaço expositivo ao Café que já existe no térreo do edifício. Croquis considerando circulação, luz natural e pontos de elétrica.
A outra parede, entre pilares, foi parcialmente removida. O intuito de retirar somente as partes que a ligavam ao piso e ao teto, cria a ilusão de vermos um plano suspenso entre paredes. Este plano foi furado estrategicamente de modo que os recortes, quando olhados de perto, deem ênfase visual a algum elemento marcante da arquitetura do local. Este artifício uniu os espaços e fez com que o Café se tornasse outro atrativo para a visita das pessoas que circulam pelo Centro de Ribeirão Preto. Apesar de estar separado por temas, o acervo não pretende seguir uma ordem cronológica de exibição, deixando o expectador livre para ver o que mais interessar a seus olhos. A circulação também não pretende impor um percurso único, favorecendo o mesmo princípio de liberdade na fruição da arte. Este é mais um princípio adotado após leitura da expografia projetada por Lina para a pinacoteca do MASP, instalado na Avenida Paulista. A presença da vegetação no local auxilia na delimitação do espaço, auxiliando na organização interna, assim como Lina faz no seu trabalho para o MASP 7 de Abril.
Perspectiva da parede parcialmente removida com furos que focam em detalhes arquitetônicos e pilares recobertos por réplicas de papéis do acervo.
75
Um pé de café será colocado ao lado dos balcões que receberão os cadernos de visitas. Ele representa o período áureo de Ribeirão, contextualizado com as edificações do Conjunto Quarteirão Paulista.
Para os equipamentos que recebem os utensílios de cozinha, as taças e os objetos de doações, propõe-se uma iluminação dependente do sistema elétrico, por meio de pendentes de altura ajustável e fitaS de LED. Vemos que este projeto não se preocupou em esconder as estruturas da cenografia criada, onde parafusos, roscas e demais elementos são revelados como referência ao trabalho de Lina, que, como um todo, sempre se mostrou aberto a novos materiais e livre para desfrutar de suas formas.
Os pilares que permeiam o Salão Mármore serão cobertos por reproduções dos talões que fazem parte do acervo. Eles não possuem grandes elementos arquitetônicos e, portanto, a decisão de cobri-los com os papéis visa trazer leveza ao espaço tão marcado por essas estruturas.
Pendentes iluminam os equipamentos “Vão Livre” (acima) e “Roma”.
Na perspectiva observamos a presença marcante da vegetação, o sistema independente de iluminação fixado nas caixas de acrílico suspensas e os cadernos de visitas nos balcões.
76
O equipamento “Bardi” é o único que utiliza um sistema independente de iluminação, que conta com nove lâmpadas de LED e funcionam com três pilhas tipo “AA”. As luminárias possuem grampos que se fixam na estrutura da base e iluminam os itens expostos.
Abaixo vemos uma proposta para a diagramação do tecido ou lona que será exibido pelo equpamento “Lina”, nessa forte intenção de atração do público. Existe ainda a possibilidade de projetar digitalmente imagens do interior do edifício nesses planos como forma de atrair a curiosidade dos expectadores.
A arquitetura do Salão Mármore auxilia no apoio dos cadernos de assinaturas, que se apoiam nos balcões da recepção que se abrem para o espaço. Eles ainda recebem uma placa em vidro para chamar a atenção sobre a importância de registrar a presença dos visitantes.
O projeto dos equipamentos e da montagem expositiva responde aos conceitos verificados no trabalho da italiana Lina Bo Bardi e ao partido elencado anteriormente, de maneira que traga mais qualidade na percepção do espaço do Palace e do seu acervo. Além de atrair o público para o uso desse patrimônio, que tem tantas passagens importantes para nos lembrar sobre a história de Ribeirão Preto.
Sugestão de diagramação para o equipamento “Lina”.
77
0,07
0,26
0,4
0,07 A
0,1
Colagem emenda a 45º
0,04
0,02 0,02 0,035 0,015 0,02
PEÇA P/ ENCAIXE vistas frontal, laterais, superior e inferior ESC. 5:1
Pedra mármore Siena branco 20 mm B
B
FURO P/ ENCAIXE ESC. 5:1
0,8
Acrílico transparente 15 mm
1,3
0,04 0,04
0,10 0,1 0,1
0,1
0,07
Acrílico opaco cor preta 1.5 mm A
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE"
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE"
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE"
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE"
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE"
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE"
VISTA LATERAL ESQUERDA MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
VISTA SUPERIOR ESC. 1:13
VISTA FRONTAL ESC. 1:13
VISTA INFERIOR ESC. 1:13
CORTE A-A LONGITUDINAL MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
CORTE B-B TRANSVERSAL ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUC
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE"
DETALHE ENCAIXE PEDRA MÁRMORE ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE" DETALHE SISTEMA ABERTURA ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "VÃO LIVRE" PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
Cabo de aço preso por braçadeira metálica
VISTA SUPERIOR ESC. 1:13
A
A
EQUIPAMENTO "PALMA"
VISTA FRONTAL ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "PALMA"
Perfis de acrílico transparente 10mm
Projeção fita LED transparente cor branca fixada no segundo perfil acrílico
Tubo alumínio 1.10m Ø 1''
Olhal de elevação giratório
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
1
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
0,67
VISTA LATERAL ESQUERDA MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "PALMA"
0,1
CORTE A-A LONGITUDINAL ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "PALMA"
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
1,30
0,1
1,10
0,1
0,1
0,1
0,3
0,2
0,15
0,1
0,15
1,10
0,15
0,2
0,90
EQUIPAMENTO "PALMA"
VISTA FRONTAL TIPOLOGIA PERFIL 1 MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
0,2
1,9 0,3
2,5
2,3 0,1
0,1
0,2
2,3
2,1
0,15
2,5
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
0,1
1,30
0,3
0,70
EQUIPAMENTO "PALMA"
VISTA FRONTAL TIPOLOGIA PERFIL 2 MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
0,3
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATI
1,30
1,10
0,1
0,1
1,10
0,1
0,1
0,5
0,1
0,15
0,15
0,1
1,30
0,1
0,9
0,15
0,93
0,15
0,3
0,1
0,7
0,1
2,3
2,5
1,5
2,3
0,1 0,18
1,34
0,56
0,30
EQUIPAMENTO "PALMA"
VISTA FRONTAL TIPOLOGIA PERFIL 3 MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
0,5
0,1
0,37 0,5
0,54
0,53 0,5
0,11 0,11
0,7
0,9
0,71
0,1
2,5
0,45
0,7
0,30
0,45
0,40
EQUIPAMENTO "PALMA"
VISTA FRONTAL TIPOLOGIA PERFIL 4 MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
0,45
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
Tubo alumínio 0.10m Ø 1''
Projeção fita LED
EQUIPAMENTO "PALMA" Barra de rosca 0.70m Ø 12"
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA EXPLODIDA ESC. 1:20
Rosca borboleta e porca Ø 21''
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
A
1,3
Perfis de madeira 0.05 x 0.05 m Madeira pintada com tinta p/ madeira na cor cinza médio
A
B
EQUIPAMENTO "ROMA"
EQUIPAMENTO "ROMA"
VISTA LATERAL ESQUERDA MEDIDAS EM METROS ESC. 1:15
VISTA FRONTAL ESC. 1:15
0,1
1
Perfis superiores madeira reflorestamento 0.10 x 0.05 x 0.05 m
0,21
Placa de espuma 0.90 X 3.50 X 0.21m D 21
0,03
Placa de madeira reflorestamento p/ fixação dos perfis inferiores
Perfis laterais madeira reflorestamento fixados com cola madeira e prensa
Perfis inferiores unidos com cola madeira e prensa
0,96
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
B
EQUIPAMENTO "ROMA" CORTE A-A TRANSVERSAL MEDIDAS EM METROS ESC. 1:15
EQUIPAMENTO "ROMA" VISTA POSTERIOR ESC. 1:15
1 3,6
EQUIPAMENTO "ROMA" VISTA SUPERIOR / INFERIOR MEDIDAS EM METROS ESC. 1:15
EQUIPAMENTO "ROMA" CORTE B-B LONGITUDINAL ESC. 1:15
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
0,05
0,05
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
EQUIPAMENTO "ROMA" PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ESC. 1:15
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
21
aD
um
sp
ee
d ca
Pla
ão
aç
fix p/ ira de ixo ma aba a c is Pla perf s do
EQUIPAMENTO "ROMA"
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA EXPLODIDA ESC. 1:20
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONA
0,4 A
Dobradiça de acrílico colada
0,4
Acrílico transparente 10 mm
Cubo de acrílico fixado na base por parafusos B
0,70
B
Base metálica
A
EQUIPAMENTO "BARDI"
EQUIPAMENTO "BARDI"
EQUIPAMENTO "BARDI"
EQUIPAMENTO "BARDI"
EQUIPAMENTO "BARDI"
EQUIPAMENTO "BARDI"
VISTA LATERAL ESQUERDA ESC. 1:13
VISTA SUPERIOR ESC. 1:13
VISTA FRONTAL ESC. 1:13
VISTA INFERIOR ESC. 1:13
CORTE A-A LONGITUDINAL ESC. 1:13
CORTE B-B TRANSVERSAL ESC. 1:13
Dobradiça de acrílico 0.40 x 0.038m
Pino para dobradiça 40 cm
EQUIPAMENTO "BARDI"
SISTEMA DE ABERTURA LATERAL ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "BARDI" PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUC
Olhal de elevação giratório
Tubo alumínio 0.95m Ø 1''
Cabo de aço preso por braçadeira metálica
Luminária 9 lâmpadas LED haste flexível fixação por grampo Opera com 3 pilhas AA
EQUIPAMENTO "BARDI" PERSPECTIVA SISTEMA INSTALAÇÃO HORIZONTAL ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
Perfis "U" para fixação dos painéis na estrutura
Luminária 9 lâmpadas LED haste flexível fixação por grampo Opera com 3 pilhas AA
Estrutura metálica para fixação entre pilares
Painel madeira pinus pintado de branco 4.0 x 1.10 x 0.02 m
EQUIPAMENTO "BARDI"
PERSPECTIVA SISTEMA INSTALAÇÃO VERTICAL ESC. 1:13
Grampo de fixação com rosca tipo "U"
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
0,05
B
0,15
Meio tubo alumínio Ø 1 17/32''
EQUIPAMENTO "LINA"
1,8
1,25
VISTA SUPERIOR MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
Meio tubo alumínio Ø 1 17/32''
EQUIPAMENTO "LINA" VISTA INFERIOR ESC. 1:13
0,5
0,12 A
0,06
A
B
VISTA LATERAL ESQUERDA MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "LINA" VISTA FRONTAL ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "LINA" CORTE A-A LONGITUDINAL ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "LINA" CORTE A-A TRANSVERSAL MEDIDAS EM METROS ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
EQUIPAMENTO "LINA"
EQUIPAMENTO "LINA"
VISTA FRONTAL EQUIPTO. ABERTO ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
0,3
Tubo alumínio Ø 1 21''
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
EQUIPAMENTO "LINA" PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "LINA"
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA EQUIPTO. ABERTO ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUC
B
0,53
Fecho aplicado c/ solda 76 x 55 mm A
A
Dobradiรงa aรงo aplicada c/ solda 36 x 50.5 mm B
FORMA DA BASE EQUIPAMENTO "LINA"
FORMA DA BASE EQUIPAMENTO "LINA"
FORMA DA BASE EQUIPAMENTO "LINA" CORTE A-A LONGITUDINAL ESC. 1:13
0,21
VISTA FRONTAL ESC. 1:13
FORMA DA BASE EQUIPAMENTO "LINA" VISTA SUPERIOR MEDIDAS EM METRO ESC. 1:13
FORMA DA BASE EQUIPAMENTO "LINA" VISTA INFERIOR ESC. 1:13
FORMA DA BASE EQUIPAMENTO "LINA" CORTE B-B TRANSVERSAL ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
0,37
VISTA LATERAL ESQUERDA MEDIDAS EM METRO ESC. 1:13
0,04
0,24
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
DIRECIONADOR DA BARRA METÁLICA VISTA SUPERIOR MEDIDAS EM METRO ESC. 1:13
Direcionador metálico p/ centralizar a barra redonda Ø 2.3 mm
A
A
DIRECIONADOR DA BARRA METÁLICA VISTA FRONTAL ESC. 1:13
DIRECIONADOR DA BARRA METÁLICA VISTA INFERIOR ESC. 1:13
FORMA DA BASE EQUIPAMENTO "LINA" DIRECIONADOR DA BARRA METÁLICA CORTE A-A LONGITUDINAL ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ESC. 1:13
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PR
EQUIPAMENTO "LINA"
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA EQUIPTO. MONTADO ESC. 1:13
EQUIPAMENTO "LINA"
ESC. 1:75
PLANTA-BAIXA IMPLANTAÇÃO EXPOGRAFIA
0,36
0,38
1,03
2,75
0,42
3,56
1,82 1,43 0,63 3,97 2,34
0,4 4,36 2,05
0,4
3,03
0,55
1,7
0,41
0,45
0,3
0,53
2,86
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
5,07
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
2,98
2,76
0,83
0,51
N
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT 0,76
1,39
0,68
1
0,53
1,1
0,53
0,89
0,66
1,29
0,4
0,16 0,89
0,78
1,27
0,4
0,16 0,89
0,78
0,37 1,24
3,22
0,52
1,27
1,31
1,23
0,56
2,5 0,98
0,31
0,83
1,42
0,48
0,15
0,42
1
4,85
CORTE A-A
MEDIDAS EM METROS ESC. 1:75
0,51
1,3
0,92
2,11
0,78
1,05
0,5
1,07
0,12
0,4
1
0,680,12
0,33
0,4
CORTE B-B
MEDIDAS EM METROS ESC. 1:75
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
2,61
0,47
1
0,8
0,31
2,21
0,76
0,31
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT 1,1
2,22
1,44
0,37
0,66
0,99
0,97
1,2
0,78
0,53
0,67
0,81
0,59
0,54
0,46
0,38
0,32
0,4
1,5
2,15
1,07
0,46
0,79
0,9
1,3
0,92
3,48
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
2,26
0,48
0,66
0,82
1,59
0,57
0,42
0,3
0,4
3,57
0,42
0,38
1,37
0,30
0,4
0,30
1,39
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
0,3
5,16
0,48
0,3
2,61 0,16 0,41 1,3
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
0,31
0,28
2,7
0,4
0,3
0,4
0,3
0,4
0,3
0,4
0,3
0,4
1,07
0,49
1,46
0,4
4,84
112
6
CONSIDERAÇÕES
113
A experiência com a pesquisa sobre a multidisciplinaridade do trabalho de Lina e sua aplicação no espaço expositivo revelou a importância que a arquiteta teve não somente na arquitetura, área pela qual ela é mais conhecida, mas também nas demais esferas de suas criações, trabalhadas por ela de maneira muito particular.
A mudança de caminhos na elaboração do projeto revelou novas possibilidades que engrandeceram a expografia que, com elementos simples, estabelece uma relação com seu entorno e com sua arquitetura, reavivando o Palace em seu caráter de equipamento público. Além de gerar um projeto expográfico, a experiência com a pesquisa expandiu o olhar para a própria arquitetura, partindo do entendimento de que qualquer espaço está diretamente ligado aos objetos que o compõe, e que essa relação diz muito sobre um lugar.
Lina, a figura central desse artigo, foi o principal nome cogitado para embasar este projeto devido a sua produção expográfica. O aprofundamento de sua obra, todavia, expôs ainda mais facetas da arquiteta, revelando-se uma escolha extremamente próxima do que se pretendia no início da pesquisa.
Sem dúvida a presente pesquisa serviu como um importante direcionador profissional e, ainda, serviu para aprofundar os conhecimentos sobre essa mulher que, com um olhar sutil e atento, conseguiu levar seu potencial e sua “brasilidade italiana” a uma escala infinita.
O desafio de criar um equipamento expositivo se torna mais satisfatório ao estudarmos o olhar de Lina. Ela capta com muita sensibilidade as ações humanas e, em resposta, projeta espaços, móveis e expografias com caracteres muito próximos de suas inspirações. A valorização da nossa cultura e dos fazeres populares é o principal legado dessa ítalo-brasileira, que mesmo após cem anos de seu nascimento – comemorado em 2014 – continua sendo uma referência, expandindo o olhar que enxergamos a arquitetura, os interiores, a cenografia, os móveis e demais elementos que configuram o espaço. A intenção inicial de criar um equipamento expositivo único evoluiu através dos estudos de seus espaços, estendendo essa experiência ao espaço expositivo como um todo, gerando as soluções obtidas para o acervo do Palace. 114
115
116
REFERÊNCIAS DE IMAGENS
117
1948-1951. Aline Coelho Sanches. A obra e a trajetória do arquiteto Giancarlo Palanti: Itália e Brasil. Dissertação de mestrado. São Carlos: USP, 2004. p.281.
Imagem folha de rosto. Affonso Malagutti. Fotografia. Editado pelo autor. 2015. Imagem folha resumo. IMA-RP. Fotografia. Editado pelo autor. Disponível em: <http://www.imarp.com.br/onde>. Acesso em: 30 Out. 2015.
Pág. 22 - Loja Olivetti Tatuapé, São Paulo, por Mindlin e Palanti, 1958. Aline Coelho Sanches. A obra e a trajetória do arquiteto Giancarlo Palanti: Itália e Brasil. Dissertação de mestrado. São Carlos: USP, 2004. p.286.
Imagem capa capítulo 1. Anual Design. Fotografia. Editado pelo autor. Disponível em: <http://www.anualdesign.com.br/ saopaulo/profissionais/lina-bo-bardi/>. Acesso em: 30 Out. 2015.
Pág. 23- Painéis de Buffoni na loja Olivetti Tatuapé, 1958. Aline Coelho Sanches. A obra e a trajetória do arquiteto Giancarlo Palanti: Itália e Brasil. Dissertação de mestrado. São Carlos: USP, 2004. p.287.
Imagem capa capítulo 2. Diário de São Paulo. Fotografia. Editado pelo autor. Disponível em: <http://textosdetherezapires. blogspot.com.br/2014/10/centenario-de-nascimemnto-delina-bo.html>. Acesso em: 30 Out. 2015.
Pág. 29 – Pinacoteca do MASP 7 de Abril. Fotografia: Marcelo Ferraz. 1993. Instituto Lina Bo e P. M. Bardi.
Imagem capa capítulo 3. Marcelo Ferraz. Fotografia. 1993. Instituto Lina Bo e P. M. Bardi. Editado pelo autor.
Pág. 29 - Estudo de Lina para fixação de obras do MASP na rua 7 de Abril, 1947. Redação. A faceta de curadora de Lina Bo Bardi. 2014. Disponível em: <http://casavogue.globo.com/MostrasExpos/ Arquitetura/noticia/2014/08/faceta-de-curadora-de-lina-bobardi.html>. Acesso em: 06 mai. 2015.
Pág. 21 – Estudos de expositores para os plásticos do estante da Plavinil, 1948-1951. Aline Coelho Sanches. A obra e a trajetória do arquiteto Giancarlo Palanti: Itália e Brasil. Dissertação de mestrado. São Carlos: USP, 2004. p.281. Pág. 21 - Editorial Domus pelo Studio de Arte Palma, 19481951. Aline Coelho Sanches. A obra e a trajetória do arquiteto Giancarlo Palanti: Itália e Brasil. Dissertação de mestrado. São Carlos: USP, 2004. p.280.
Pág. 31 – As placas de vidro são fixadas no concreto por uma cunha de madeira através de aparafusamento. A parte posterior recebe informações sobre a obra exibida. Adriano Tomitão Canas. MASP: Museu laboratório. Projeto de museu para a cidade: 1947–1957. Tese doutorado. São Paulo: FAU-USP, 2010, p. 150.
Pág. 22 - Interior da loja Insubra, projetado pelo Studio Palma,
Pág. 31 – Exposição Bahia no Ibirapuera realizada durante a 118
V Bienal de São Paulo em 1959. Vânia Goy. O museu da casa brasileira prepara retrospectiva sobre a forma democrática de organizar exposições criada por Lina Bo Bardi. 2014. Fotografia. Disponível em: <http://www.bamboonet.com.br/posts/omuseu-da-casa-brasileira-prepara-retrospectiva-sobre-aforma-democratica-de-organizar-exposicoes-criada-por-linabo-bardi>. Acesso em: 28 Abr. 2015.
Presbiteriano Mackenzie. Ca. 2000.
Pág. 32 – Folhagem espalhada pelo chão na exposição Bahia. Roberta de Marchis Cosulich. Lina Bo Bardi. Do pré-artesanato ao design. Instituto Presbiteriano Mackenzie. Ca. 2000.
Pág. 39 – Planta segundo pavimento Centro Cultural Palace. Sem escala. Desenho técnico. Janaina Rombaldi Genaro. 2006.
Pág. 38 – Planta pavimento térreo Centro Cultural Palace. Sem escala. Desenho técnico. Janaina Rombaldi Genaro. 2006. Pág. 39 – Planta primeiro pavimento Centro Cultural Palace. Sem escala. Desenho técnico. Janaina Rombaldi Genaro. 2006.
Pág. 40 – Corte A-A. Sem escala. Desenho técnico. Janaina Rombaldi Genaro. 2006.
Pág. 33 – Painéis de madeira expunham as colchas de retalhos. Roberta de Marchis Cosulich. Lina Bo Bardi. Do pré-artesanato ao design. Instituto Presbiteriano Mackenzie. Ca. 2000. Figura 12 – Plano de tijolos na exposição de ex-votos. Roberta de Marchis Cosulich. Lina Bo Bardi. Do pré-artesanato ao design. Instituto Presbiteriano Mackenzie. Ca. 2000.
Pág. 40 – Corte B-B. Sem escala. Desenho técnico. Janaina Rombaldi Genaro. 2006. Pág. 40– Corte C-C. Sem escala. Desenho técnico. Janaina Rombaldi Genaro. 2006.
Pág. 33 – Tapeçaria estampada em exposição. Roberta de Marchis Cosulich. Lina Bo Bardi. Do pré-artesanato ao design. Instituto Presbiteriano Mackenzie. Ca. 2000.
Pág. 41 – Sala dos espelhos. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto. sp.gov.br/scultura/palace/i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
Pág. 34 – À direita na imagem vemos o equipamento constituído por madeira e apoios de concreto e conchas. Roberta de Marchis Cosulich. Lina Bo Bardi. Do pré-artesanato ao design. Instituto Presbiteriano Mackenzie. Ca. 2000.
Pág. 41 – Anfiteatro Pedro Paulo da Silva. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http:// www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/palace/i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
Pág. 35 – Cata-ventos e pássaros em cerâmica cuidadosamente arranjados em uma nova montagem. Roberta de Marchis Cosulich. Lina Bo Bardi. Do pré-artesanato ao design. Instituto
Pág. 41 – Auditório Palace. Fotografia. Prefeitura Municipal de 119
Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto. sp.gov.br/scultura/palace/i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
sp.gov.br/scultura/palace/i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015. Pág. 43 – Salão para eventos e intervenções artísticas. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/palace/ i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
Pág. 42 – Sala para exposições ou oficinas. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http:// www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/palace/i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
Pág. 44 – Planta do pavimento térreo Centro Cultural Palace. Sem escala. Desenho técnico editado. Affonso Malagutti. 2015.
Pág. 42 – Auditório - cinema, vídeos, palestras. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/palace/ i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
Pág. 45 – Passagens suspensas inseridas sob o pátio do edifício durante a reforma em 2011. Affonso Malagutti. Fotografia. 2013.
Pág. 42 – “Salão Mármore”. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto. sp.gov.br/scultura/palace/i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
Pág. 45 - Escada de circulação interna e elevador vistos do nível térreo do edifício. Suélen Ferrante. Fotografia. 2015. Pág. 45 - Escada de incêndio localizada no pátio central. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 42 – Galeria para exposições. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http:// www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/palace/i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
Pág. 46 - Acesso principal para pedestres ao Centro Cultural Palace. Fotografia: Carlos Natal. 2014. Disponível em: <http://www. vaievemdavida.com.br/noticia/instituto-do-livro-participa-da3-mostra-do-livro-do-escritor-de-ribeirao-preto/>. Acesso em: 10 set. 2015.
Pág. 43 – “Vagões Culturais”. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto. sp.gov.br/scultura/palace/i14espacos.php>. Acesso em 09 set. 2015.
Pág. 46 – Passagens de acesso pela explanada do Teatro Pedro II. Somente duas permanecem abertas para acesso do público. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 43 – Sala de oficinas. Fotografia. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. 2015. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.
Pág. 47 - Acesso de serviços feito pela Rua Duque de Caxias. 120
Suélen Ferrante. Fotografia. 2015.
Pág. 53 – Hall dedicado à Choperia Pinguim localizado no segundo pavimento do Centro Cultural Palace. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 47 – As aberturas acima dos vãos de passagem e as arandelas iluminam o Salão Mármore perifericamente. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 58 – Gráfico indica os usuários do Centro de Ribeirão Preto. Affonso Malagutti. Gráfico elaborado em software Microsoft Office Excel. 2015.
Pág. 47 – A iluminação superior é feita através de pendentes. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 58 – Infográfico visitas diárias ao Centro Cultural Palace. Affonso Malagutti. Infográfico elaborado em software CorelDraw X4. 2015.
Pág. 47 – Os pontos de elétrica do Salão Mármore estão localizados nas periferias do espaço, próximos ao rodapé. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 62 - O croqui demonstra o conceito do equipamento que exibe as taças e xícaras. Affonso Malagutti. Croqui. 2015.
Pág. 48 – Espaços para exposições no primeiro pavimento. As salas do primeiro e segundo pavimentos seguem a mesma tipologia: Pilares são locados ao centro e as periferias são espaços livres. Affonso Malagutti. Fotografia. 2013.
Pág. 62 - Detalhe do encaixe da prateleira nas laterais. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 48 - Chamado de “Vagões Culturais”, o terceiro pavimento é iluminado através de sistema de iluminação artificial. Fotografia. Josiane Santos. 2014. Disponível em: < http://www. farofaculturalribeirao.com.br/categoria/colunas/pagina/4>. Acesso em: 10 set. 2015.
Pág. 63 - Modelo em 3 dimensões do equipamento que exibe as taças e xícaras. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015. Pág. 63 - Pendentes com altura regulável iluminam as peças expostas. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 49 – Equipamentos expositivos oferecidos pelo Centro Cultural Palace para exposições. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 64 - Estudo à mão do equipamento “Palma”. Affonso Malagutti. Croqui. 2015.
Pág. 52 – Expositor que suporta horizontalmente os objetos do acervo do Palace Hotel. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 65 - Detalhe da junção dos perfis. Affonso Malagutti. 121
Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
de apoio no piano bar, no piso térreo. À direita, ela apoia o caderno de visitação, no terceiro pavimento. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 66 - Estudos iniciais equipamento para receber doações. Affonso Malagutti. Croqui. 2015.
Pág. 71 - Estudo de fixação horizontal do equipamento. Affonso Malagutti. Croqui. 2015.
Pág. 67 - O equipamento se adapta ao peso do objeto depositado. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 71 - Estudo de fixação vertical do equipamento. Affonso Malagutti. Croqui. 2015.
Pág. 67 - Perspectiva em 3 dimensões do equipamento “Roma”. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 72 - Estudo de forma in loco. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 68 - Perspectiva em planta do espaço interno de exposição e do equipamento de divulgação. Affonso Malagutti. Croqui. 2015.
Pág. 72 - Estudo em 3D de fixação horizontal do equipamento. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 68 - Funcionamento do mobiliário expográfico na integração entre espaços interno e externo. Affonso Malagutti. Croqui. 2015.
Pág. 72 - Estudo em 3D de fixação vertical do equipamento com base moldada. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 69 - Perspectiva do equipamento aberto. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 73 - Estudo em 3D com equipamento que conecta espaço interno e externo do edifício. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 69 - Detalhe do sistema de encaixe. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015.
Pág. 74 - Croquis considerando circulação, luz natural e pontos de elétrica. Affonso Malagutti. Croqui. 2015.
Figura 70 – O apoio para mesa com pés de ave faz referência à Choperia Pinguim, instalada no Ed. Meira Junior. Affonso Malagutti. Fotografia. 2015.
Pág. 74 - Perspectiva da parede parcialmente removida com furos que focam em detalhes arquitetônicos e pilares recobertos por réplicas de papéis do acervo. Affonso Malagutti. Renderização
Figura 70 – À esquerda, vemos a base suportando uma mesa 122
digital produzida em software PCon Planner. 2015. Pág. 75 - Pendentes iluminam os equipamentos “Vão Livre” (acima e “Roma”. - Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015. Pág. 75 - na perspectiva observamos a presença marcante da vegetação, o sistema independente de iluminação fixado nas caixas de acrílico suspensas e os cadernos de visitas nos balcões. Affonso Malagutti. Renderização digital produzida em software PCon Planner. 2015. Pág. 76 - Sugestão de diagramação para o equipamento “Lina”. Affonso Malagutti. Gráfico elaborado em software CorelDraw X4. 2015.
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REFERÊNCIAS
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