"Tecendo Palavras"

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FICHA TÉCNICA

Título: Tecendo Palavras Tipo: Publicação digital de interesse educativo Autoria dos Textos: Turmas 8.º2, 8.º3 e 8.6 - Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva que frequentaram a Oficina de Línguas - Português Autoria das Ilustrações: Alunos da turma do 8.º3 sob orientação da professora de Educação Visual, Graça Gil (poemas “Brincando com as palavras” e “Esta palavra é isto”) e Maria Beatriz Malho, 8.º6 (“Tempestade”) Produção: Equipa de Divulgação e Comunicação do AE Afonso de Paiva Ano: 2018


Introdução

A Oficina de Línguas insere-se no Plano de Ação Estratégico do Agrupamento Afonso de Paiva tendo em conta o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, destinando-se aos alunos do 3.º ciclo, disciplinas de Português e Inglês. Duas docentes foram responsáveis pela Oficina de Línguas - Português, uma destinada aos alunos do sétimo ano e outra destinada aos alunos do oitavo ano. Em cada um destes anos funcionaram três sessões de noventa minutos cada. Nestas sessões, desenvolveram-se atividades que permitiram trabalhar os vários domínios da disciplina: oralidade, leitura, educação literária, gramática e escrita. O livro digital que apresentamos resultou das atividades desenvolvidas no âmbito da escrita pelos alunos das turmas do 8.º2, 8.º3 e 8.º6 inscritos na Oficina de Línguas – Português, 8.º ano, sob orientação da docente Alexandra Lima. Uma palavra final de agradecimento à professora Graça Gil, docente de Educação Visual e a todos os alunos da turma do 8.º3 que colaboraram neste Tecendo Palavras com belíssimas ilustrações para o poema “Esta palavra é isto”. Como as ilustrações, pela sua qualidade, constituem outro texto, optamos por não selecionar apenas uma e apresentar-vos os vários trabalhos produzidos.

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Alunos que frequentaram a Oficina de Línguas – Português 8.º ano Turma do 8.º2

Carolina Fazenda Eduardo Sousa Francisco Ladeira Laura Fonseca Matilde Gonçalves Miguel Saraiva Rita Duarte

Turma do 8.º3

Ana Pires Gonçalo Dias Inês Neves Maria João Martins Marta Soutinho Matilde Sousa

Turma do 8.º6

Beatriz André Beatriz Dias Beatriz Teixeira Bernardo Martins Dinis Gonçalves Joana Esteves José Pedro Baptista Mª Beatriz Malho Sofia Varão Tecendo

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Carta ao Diretor-geral da UNESCO sobre o direito à Educação.

Excelentíssimo Senhor Diretor-geral de UNESCO Venho por este meio falar-lhe sobre um tema muito importante: o direito à educação. Dados de junho de 2016 afirmam que 124 milhões de crianças não podem ir à escola em todo o mundo. Considero esta situação revoltante e frustrante. Atualmente, cerca de 29 milhões de crianças estão afastadas da escola devido a conflitos armados e às consequentes deslocações, incluindo toda uma “geração perdida” de crianças sírias. A guerra destrói a sociedade, deixando as crianças sem escola, sem casa, muitas vezes sem família, assim juntam-se a grupos armados. Nestes participam em todos os aspetos de uma guerra: disparam armas na frente de combate, servem de detetores humanos de minas, além de participarem em missões suicidas. Logo o futuro destas crianças encontra-se destruído. Como é que um jovem de um país ocidental onde reina a paz pode conviver com estas situações? Penso que, já basta de ignorar a realidade. Ela é cruel, injusta e trágica. Então cabe-me a mim dar um passo para que algo seja feito. Este foi o motivo, em conclusão, que me levou a escrever-lhe. É urgente que intervenha junto dos governos destes países, dos decisores políticos globais e dos agentes económicos para que se adotem medidas efetivas que terminem com estas guerras. Com os melhores cumprimentos Um jovem

Oficina de Línguas, grupo de alunos do 8º2 Esta atividade de escrita partiu de uma proposta apresentada no exame nacional de Língua Portuguesa, 3.º ciclo do ensino básico, 2006, 1.ª fase. Para esta atividade, a docente responsável pela oficina forneceu aos alunos textos de imprensa sobre a temática do direito à educação. Os alunos tomaram as suas notas, de seguida realizaram a planificação do texto e posteriormente fizeram a textualização. A carta que aqui se apresenta foi elaborada por todo o grupo que apresentava sugestões partindo do trabalho realizado individualmente.

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Tempestade

Chamo-me Carlos e sou pescador há vários anos. O Atlântico é como uma segunda casa para mim. A minha esposa, Catarina, não gosta desta minha paixão pelo mar e vive sempre com o coração apertado. A aventura que vos vou contar decorreu num dia de tempestade. Saímos do porto de Peniche para mais um dia de pesca da sardinha. Apesar de alguns indícios, o capitão considerou que deveríamos fazer-nos ao mar. No entanto, como pescador experiente, desconfiei das névoas estranhas que vinham de sul. Tudo correu normalmente e pescámos muito peixe, pareceu uma pesca miraculosa. Todos, do capitão ao piloto, estavam impressionados. Quando nos preparávamos para regressar, o mar ficou encapelado, as águas tornaram-se verdes e cinzentas, os rolos de espuma rebramiam ao longe. O capitão chamou-me à cabine para conversar. -Carlos, a situação parece-me complicada. Que sugestão me dás? – Perguntou o capitão. -Capitão, as Berlengas estão próximas, uma vez aí estaremos perto de Peniche e poderemos salvar-nos. Tentaria ir até lá. – Respondi eu. -Concordo contigo, vamos continuar. – Concluiu o capitão. O mar tornou-se cada vez mais alteroso e, para piorar a situação, caiu sobre nós um nevoeiro espesso. Temi pela minha vida e julguei nunca mais ver os meus filhos e esposa. Felizmente, avistámos a luz do farol das Berlengas. Estávamos alvos. Aportámos nesta ilha. O faroleiro comunicou com Peniche e as nossas famílias souberam que estávamos bem. Só no dia seguinte, o mar acalmou e pudemos regressar. Oficina de Línguas, grupo de alunos da turma do 8.º6

Este texto narrativo nasceu do aperfeiçoamento do texto que uma das alunas da oficina produziu num dos testes de avaliação. Os alunos possuíam o texto original, onde estavam assinalados os vários tipos de erros; seguidamente fizeram o seu aperfeiçoamento. Foi uma atividade muito positiva que lhes permitiu tomar consciência dos erros que cometem e apresentar sugestões para os ultrapassar. Nesta atividade foi trabalhado não só o domínio da escrita, mas também o da gramática.

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Brincando com palavras

O sonho é uma nuvem azul. As palavras são lâminas, outras vezes beijos. Um amigo é uma flor. A família e um ninho quentinho. O amor é um arco-íris num dia de chuva. Uma canção é um coração a pulsar. A solidão é um buraco negro. A noite é um poeta sonhador. A infância é andar eternamente de baloiço.

Oficina de Línguas, grupo de alunos do 8º3

Partindo do reforço do estudo dos recursos expressivos, foi proposto aos alunos que construíssem comparações poéticas, depois transformadas em metáforas, dando a docente o mote. O resultado é este «brincando com palavras» que vos apresentamos.

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Esta palavra é isto

Esta palavra é uma nuvem porque voa na tarde calma, aquela palavra é uma pétala porque perfuma a minha vida.

Esta palavra é um cântaro quando estou só, aquela palavra é uma chama quando me apaixono.

Esta palavra é um pássaro se me levar Terra fora, aquela palavra é um peixe se colorir a vida.

Esta palavra é um rosto porque me alegra o dia, aquela palavra é uma pedra porque me desiludiu.

Esta palavra é um sino quando alegra o meu lar, aquela palavra é um gesto quando me abraças.

Esta palavra é um anjo se me iluminar o caminho, aquela palavra é um segredo se fores meu amigo.

Esta palavra é isto, esta palavra é o que eu quero, coisa que toco e registo.

Oficina de Línguas, grupo de alunos do 8º2 A propósito de uma proposta do manual Novo Plural 8, da Raiz Editora foi proposto aos alunos que brincassem com as palavras, pois cada palavra é aquilo que queremos. Assim, inserido no reforço do estudo da subordinação, os alunos expandiram o poema ”Esta palavra é isto” de João Pedro Mésseder e criaram o “seu” poema.

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O sonho de Vanessa

(Sala de estar da casa de Vanessa e de Rodrigo; os brinquedos estão espalhados por todo o lado. Rodrigo está sentado a ver televisão, muito quieto. Está a ver o TV Shop, que anuncia permanentemente aparelhos de ginástica e novas dietas milagrosos. Vanessa brinca sozinha, sentada no chão. Tem na mão esquerda um Action Man e na direita uma Barbie e sonha com um diálogo entre os seus brinquedos). Action Man – Anda cá, anda cá, és tão linda, dá-me um beijinho. Barbie - (zangada) Ai, que bruto! Action Man – Ai sou bruto, parvalhona, és tão parva, ó minha estúpida, mas és tão linda! Barbie – Tu também és muito bonito. Olha para estes músculos! És muito forte! (Action Man beija a Barbie) Action Man – Mmmmh, anda cá, anda cá! Olha que levas. Chega-te cá mais, dá-me um abraço, dá-me outro beijinho se não, não gosto de ti. Barbie – (ri-se) Tira a mão, monga. Action Man – Ai que parva. No entanto, tens um cabelo tão lindo, todo aos caracóis, tão amarelinho! É mesmo amarelinho da cor do sol, parece um ovo estrelado. (Dão beijinhos e entra o Ken) Ken – Que é isso?! A mexer na minha mulher! Tira já as patas de cima da minha Barbie. Action Man – Ai que medo! Vê lá se te despenteias. Onde é que deixaste a teu carrinho encarnado descapotável? Ou vieste a pé se calhar, ó meu maricas? (Ken e Action Man agridem-se) Ken – Toma, toma. Dou-te um murro que vais até à Irlanda. Action Man – Tu é que ficas de cara à banda com um pontapé no… Barbie – Toma, seu monga que ninguém te chamou cá! (Ouve-se a mãe a chamar a Vanessa) – Vanessa! Vanessa! (Vanessa volta à realidade, pousando os seus brinquedos).

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Oficina de Línguas, grupo de alunos da turma do 8.º6

Vanessa é uma rapariga de sete anos que luta contra os estereótipos da sociedade na divertida peça de teatro de Luísa Costa Gomes, Vanessa vai à luta. Este texto dramático constitui uma das propostas das metas curriculares para o 8.ºano e cativou os alunos, pois está escrito numa linguagem jovem e atual. Para reforçar o estudo das características do texto dramático, foi pedido aos alunos que reescrevessem a primeira fala de Vanessa, dando-lhe o formato de um texto dramático com falas das personagens e didascálias. O resultado aqui está.

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