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Um exemplo prático: recuperação de nascente em Gramado Xavier
Um exemplo de que o material genético coletado pela Bolsa de Sementes retorna em favor do planeta é a recuperação da nascente do arroio dos Francos, na localidade de Três Léguas, em Gramado Xavier/RS, onde foram plantadas 200 mudas de 15 espécies nativas originárias de sementes coletadas. O plantio das mudas foi feito na propriedade de Nilson e Vera Jandrey e de Mara Rodrigues, em ação desenvolvida em parceria entre o Verde é Vida e a Escola Municipal João Moré.
Essa foi a primeira etapa do Projeto Herdeiros das Águas, que prevê a recuperação de quatro nascentes do município até 2024. As próximas duas nascentes são dos arroios Lajeado Simões e Palmeiras e a quarta nascente é a do arroio Manjolo. A ação está aliada ao trabalho de educação ambiental do Verde é Vida, pois o Grupo Ambiental Camboatá, sob a coordenação da professora Eliane Jandrey, criou um viveiro florestal na escola para aliar as aulas teóricas à prática e, a partir daí, surgiu
Recuperação da nascente do arroio dos Francos, na localidade de Três Léguas, em Gramado Xavier/RS a ideia da recuperação das nascentes. O plantio na nascente do arroio dos Francos foi coordenado pelo engenheiro florestal Juarez Iensen Pedroso Filho. Conforme ele, iniciativas como a realizada pela comunidade escolar em Gramado Xavier são importantes porque são mudas de espécies nativas sendo plantadas em áreas onde é possível revegetar e propiciar a proteção de nascente, além de expandir a vegetação e reconectar fragmentos. Para o engenheiro florestal, um aspecto importante é a sensibilização da comunidade em prol das questões relacionadas ao meio ambiente e preservação. “A região já possui considerável cobertura florestal nativa e em bom estado de conservação e, mesmo assim ocorreu engajamento, identificação do local e ação convergente para contribuir ainda mais”, destaca.
Outro ponto considerado fundamental por Juarez Pedroso é que todas as partes envolvidas conseguiram progredir nos objetivos propostos que focam na educação ambiental. “Extrapolam a sala de aula ou quaisquer ‘quatro paredes’ e vão diretamente para o ambiente ‘real’, propiciando a experiência prática que auxilia na fixação do aprendizado pela vivência: o aprender fazendo”, relata. “A restauração ambiental de áreas de preservação permanente quando nascem do interesse coletivo, espontâneo e verdadeiro da comunidade tende a ser muito eficiente”, salienta.
Na opinião de Pedroso, a mobilização que ocorreu em torno da nascente através do plantio de mudas florestais nativas certamente marcou cada uma das pessoas e, principalmente, as crianças. “A expectativa é que o ambiente potencialize os serviços ecossistêmicos associados a uma das nascentes do arroio Lajeado, que contribuem para a bacia hidrográfica do Rio Pardo, e se multipliquem em dezenas de pessoas adultas e jovens engajadas, conscientes e fazendo ações concretas para compatibilizar produção agropecuária com a conservação dos recursos naturais” acrescenta.
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