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Quando a escolha é o agro
Com perspectivas de boa renda e qualidade de vida, jovem casal opta por permanecer no campo
Tiago Rutz Krolow e Josiane Bierhals Krolow, 31 e 29 anos, são um jovem casal que vê na atividade rural a melhor perspectiva de vida confortável e feliz. A lida na propriedade da família é realizada junto com Romiro e Marilda Sell Bierhals e Josiel Bierhals, pais e irmão de Josiane. Unida, a família gerencia diversas atividades, tendo na produção de tabaco, soja e milho três fontes de renda, além de outros grãos, legumes, hortaliças, frutas, gado de corte, suínos, aves e peixes para consumo da família.
Para Tiago e Josiane, casados há seis anos, o sossego e a autonomia sobre a forma como conduzem o trabalho são fatores importantes para a qualidade de vida deles e dos filhos que virão a ter. “Não trocamos isso por nenhum lugar no mundo”, salienta Tiago, referindo-se à propriedade na localidade de Santa Augusta, em São Lourenço do Sul (RS). E, atualmente, ele está fazendo curso superior em Gestão do Agronegócio visando a administração e atualização tecnológica dos negócios da propriedade.
Por ser exemplo de empreendedorismo, tecnologias e diversificação rural, a propriedade da família Bierhals foi escolhida para sediar a Abertura da Colheita do Tabaco da safra 2022/23, evento do calendário oficial do Governo do Rio Grande do Sul. Eles cultivam 70 mil pés de fumo em 4,3 hectares, sendo 15% da área de lavouras da propriedade, de 29 hectares, destinada ao tabaco, produção que representa 48% da renda. Além disso, há o cultivo de soja e milho (12,5 hectares mais 7,5 arrendados), açude, horta, pomar e benfeitorias, tudo organizado priorizando a funcionalidade e o bom aproveitamento da terra.
A história deles tem base na propriedade, pois é herança da família de Marilda. Ao casar-se com Romiro, 33 anos atrás, foram adquiridas as porções que pertenceriam por herança aos três irmãos dela e foi mantida a unidade produtiva. Na reorganização da produção, inseriram o cultivo do tabaco, produto que os pais de Romiro já cultivavam há 10 anos. O casal teve três filhos (Josiel, Josiane e Juliane) e dois deles decidiram seguir na atividade rural e já estão com o planejamento de sucessão encaminhado. “Sempre fomos diversificados e procuramos modernizar a propriedade com tudo o que melhora a produção e diminui o trabalho”, conta o patriarca.
Nessa modernização, ao longo do tempo foram implantadas estufas elétrica e o sistema de energia solar e adquiridos tratores, máquinas e implementos. A cada substituição de equipamento ou técnica de cultivo, a avaliação da família levava para opções mais modernas. Os cuidados com o meio ambiente também são levados a sério e a lenha para a cura do tabaco sempre foi cultivada pela família, que mantém três hectares de eucaliptos em diversos estágios de crescimento para ter a disponibilidade necessária a cada safra. Além disso, é feita rotação de culturas há cada três anos entre as lavouras de tabaco, soja e milho. E, sempre que possível, a opção tem sido por plantio direto na palha. “Mas isso nem sempre dá certo, pois dependemos do clima para a semeadura das plantas de cobertura e às vezes não dá tempo para a formação da palhada”, conta Romiro.
A família Bierhals também contribui com as pesquisas do setor do tabaco. Na safra 2022/23, estão sendo cultivados 2 mil pés como experimentos acompanhados pelas indústrias para a verificação de quais espécies, manejos e tratos culturais são mais apropriados para a região Sul do Rio Grande do Sul. “O tabaco sempre foi a nossa principal renda. Eu trabalho com fumo há 40 anos, sendo 10 anos antes de me casar mais 30 agora, e sigo porque é a cultura que dá boa renda quando a gente tem pouca área de terra”, conta. “Anos atrás o trabalho era manual e difícil, mas hoje a gente tem implementos que facilitam muito”, ressalta. Com 70 mil pés de tabaco, a família espera produzir 15 toneladas de folhas nesta safra.
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