Brotherhood Report

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confraria SETEMBRO 2017 • R$ 25,00

Flávio Rocha Presidente da Riachuelo

Um Novo

legado Os empresários podem contribuir para tirar o Brasil da crise?

A análise do mercado da comunicação pela visão de João carlos Saad Jorge Paulo Lemman fala sobre as perspectivas para o país nos próximos anos

João Doria Jr. Prefeito de são Paulo








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empreendedorismo

Sérgio Zimmerman fala sobre como a Petz mostrou resistência aos períodos de crise econômica no Brasil

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capa

Como o interesse dos empresários pela política, como João Doria Jr. , pode contribuir para tirar o Brasil do impasse dos últimos anos

wish

A beleza dos detalhes

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lifestyle

O Iate Clube de Santos chega aos 70 anos com história e beleza invejáveis.

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líderes

A análise da comunicação no país pelo grande Jhony Saad

Contato: contato@brotherhoodreport.com.br www.brotherhoodreport.com.br

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Jornalista e Editor Ramy Moscovic (ramy@brotherhoodreport.com.br) Conselho Editorial Sérgio Comolatti, Roberto Korall e Ramy Moscovic Diretora de Conteúdo Graziela Costa | Agência Impacto Reportagem Graziela Costa Paulo Talarico Gláucia Arboleya Diretor de Arte Anderson Novais Comercial Zeca Nunes (comercial@brotherhoodreport.com.br) Impressão Mar Mar Gráfica

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Entre nós A REVISTA BROTHERHOOD REPORT é resultado de network construído nos 25 anos de atividade profissional deste jornalista. Nesse período presenciei o que há de mais avançado no mundo dos negócios, empreendedorismo, bons exemplos de sustentabilidade. Uma revista que publica a opinião dos melhores “players” do mercado, grandes pensadores deste país. Esse projeto editorial é resultado de um antigo sonho de criar uma plataforma de relacionamento e negócios. A capacidade de empreender, enaltecer o empresário que trabalha com responsabilidade social e com respeito ao meio ambiente será a nossa linha editorial. Nesta revista, vamos apresentar a força do empreendedorismo, através de diversas matérias que irão fazer o leitor refletir sobre o momento que o Brasil atravessa. E, nada mais oportuno também, discutir a participação dos empresários brasileiros na política. Essa atuação empresarial resultaria na substituição do atual modelo de representação político partidária, considerada atrasada, ineficiente e corrupta? O que viria depois, seriam os denominados “gestores”? Esta é uma tendência que têm crescido no Brasil, que busca por um novo formato de Estado, mais vocacionado para as atividades fins, como segurança, educação e saúde. Para entender melhor este cenário, faz-se necessário analisar a vitória do prefeito João Dória Júnior. Nesta edição, também temos um bate-papo pra lá de interessante com João Carlos Saad, à frente de um dos maiores grupos de comunicação do Brasil. Imperdível a matéria com Sérgio Zimerman, que após vários revezes, construiu um negócio de 1 bilhão por ano, a Rede Petz e um resgate de nossa memória afetiva, com o aniversário de 70 anos do Iate Club de Santos, além de Guia de Compras, Turismo e Entretenimento. Temos um time de articulistas que muito nos orgulha: Prof. Ives Gandra Martins, o jurista Modesto Carvalhosa, o empresário Flávio Rocha, Nelson Luiz Pereira, Geovana Quadros, o chef José Maria, o médico Rogério Tuma, entre outros. Seja bem-vindo à Brotherhood Report! Você, agora, faz parte dessa confraria! Ramy Moscovic Editor-Jornalista

“Quando você vê um negócio bem-sucedido é porque alguém, algum dia, tomou uma decisão corajosa” (Peter Drucker)

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Negocios

FLÁVIO ROCHA

Moda - uma poderosa ferramenta de inclusão Presidente da Riachuelo e um dos fundadores do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo).

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Ao longo dos séculos, era preciso que a roupa produzisse a sensação de se sentir socialmente diferente da massa idade adulta o que já fazia desde a infância A moda sempre foi, por natureza e voem sua Itabuna natal: apropriava-se de matecação, um instrumento de exclusão social. riais à mão para criar peças que não apenas Ao longo dos séculos, não bastava vestir-se eram bonitas, mas emprestavam uma belebem. Era preciso que a roupa produzisse a za adicional às mulheres que as portavam. sensação de se sentir socialmente diferenFoi com esse espírito que Ney Galvão te da massa sem acesso aos estilistas. lançou uma coleção pioneira para a RiaFoi assim com a aristocracia europeia chuelo, estendendo uma passarela virtual e, mais tarde, quando ela caiu, com a burpelo país afora. A parceria deu certo porguesia que a substituiu no poder. A ascenque traduziu à perfeição a filosofia da rede são da classe média, a partir do século XX, varejista de democratizar a moda. não se refletiu na ampla democratização Com essa iniciativa, a Riachuelo se anda moda. O prêt-à-porter dos anos 50 pode tecipou em mais de duas décadas à fester sido uma boa iniciativa nessa direção, tejada contratação do estilista da Chanel, mas os resultados ficaram circunscritos à Karl Lagerfeld, pela H&M, a popular cadeia classe média alta, com condições financeide varejo sueca, em 2004. ras de frequentar os chiques magazines. No Brasil, desde os anos 70, muitos outros Esse paradigma só viria a ser quebrado estilistas criaram coleções exclusivas e de no Brasil pela Riachuelo nos já longínquos baixo custo para a Riachuelo, entre eles anos 70. Com o varejo no DNA, a rede não Marcelo Sommer, via nenhum sentido Fause Haten, Cris em seguir a tradição Barros, Marta Medeide encarar a moda “A moda ros, Pedro Lourenço como sinal de riquerevela e Oskar Metsavaht, za. Afinal, ela revela aspirações dono da grife carioca aspirações e fortalece Osklen e um dos noa autoestima, predicae fortalece mes mais badalados dos que não podem a autoestima” do mundo fashion. ser limitados a pesAntigamente, rensoas de determinada da e informação deposição social. terminavam a posição social. Quem as tiO primeiro passo da Riachuelo foi unir nha, estava no topo da pirâmide; quem não as duas pontas da indústria da moda: o as tinha, estava na base. Hoje, no entanto, produtor, de um lado, e o consumidor, de com a democratização da informação, suroutro. giu uma nova classe — sem renda alta, mas O consumidor estava lá, pronto para com informação. É para essas pessoas que entrar no universo da moda. Mas quem sea Riachuelo trabalha. ria o estilista, prestigiado e de mente aberO grande escritor americano do sécuta, que toparia o desafio de confrontar seus lo XIX, Mark Twain, autor do clássico “As pares de nariz empinado? aventuras de Tom Sawyer”, disse que os Foi fazendo essa pergunta que chegamos dois dias mais importantes das nossas viao nome de Ney Galvão. O estilista baiano, das são o dia em que nascemos e o dia em que morreu precocemente aos 39 anos, em que descobrimos o porquê. Se o concei1991, tornou-se conhecido do grande públito pode ser aplicado às pessoas jurídicas, co nos anos 80, devido à sua participação no digo, para concluir, que um dos dois dias programa matinal “TV Mulher”, da Globo, mais importantes da Riachuelo foi o dia em com Marília Gabriela e Marta Suplicy. Mas anque a empresa descobriu seu propósito, ao tes disso ele já era um ícone da moda. optar pela democratização da moda. Com seu jeito radiante, Ney Galvão fez na


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lideres

Um novo

legado | 12 |


Como o interesse dos empresários pela política pode contribuir para tirar o Brasil do impasse dos últimos anos e formar uma nova geração de lideranças ramy moscovic/ Fotos: Divulgação

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Para uma nação avançar, a participação de empresários nas decisões políticas pode ser decisiva. Essa atuação empresarial resultaria na substituição do atual modelo de representação político partidário, considerado atrasado, ineficiente e corrupto. O que viria depois seriam os denominados “gestores”? Esta é uma das apostas que têm crescido no Brasil, na busca por um novo formato de ação do Estado, para atender melhor os interesses da população. Trata-se de um outro legado que a iniciativa privada pode oferecer. Além do desenvolvimento do mercado e de impulsionar a economia, as ideias e as soluções utilizadas no meio empresarial seriam importante para desburocratizar a máquina pública e avançar. Cenário que ganhou ainda mais força, após a vitória do prefeito de São Paulo, João Doria Jr., o tema ainda não é consenso nem mesmo no mundo empresarial, onde há quem discorde da solução. Uma das mais importantes vozes do empresariado brasileiro, Roberto Setúbal, mostrou resistência recentemente. “Não acredito que um gestor vai resolver os problemas do Brasil”, afirmou. “Haverá espaço para aquele que gosta do assunto como uma nova carreira, mas no fim do dia, política é para político”, resumiu. O raciocínio de Setúbal representa parcela do empresariado que considera que haverá algumas participações individuais na política partidária brasileira, mas nada expressivo. O grupo mais resignado indica que a política é para políticos. Mas é uma resistência que não atinge a maioria dos representantes das grandes empresas brasileiras, que busca ao menos de forma indireta, atuar e opinar sobre os temas relevantes da administração pública. Um dos fatores é o poder de uma gestão que busque a eficiência. Os fatos recentes de Brasília e da política internacional têm demonstrado a força midiática que os chamados “gestores” exercem no imaginário dos eleitores, especialmente nos paulistanos. O período é de análise se a onda que clama por empresários na política se sustenta no mundo real dos governos do país. A questão agora é única: os prefeitos que foram eleitos com a bandeira de uma “gestão”, apresentando um novo modo de administrar, podem se consolidar? Por outro lado, a desconfiança é se esse tipo de político não pode se render às “regras” tradicionais da política partidária. | 13 |


lideres

Doria Indiscutivelmente, o maior símbolo desta nova onda é o atual prefeito de São Paulo, João Doria Jr., que sempre fez questão de intitular-se gestor, até durante a campanha eleitoral de 2016. “Farei gestão à frente de São Paulo, respeitando os políticos como respeito a memória do meu pai, que foi deputado federal”, comentou assim que tomou posse. Desde que assumiu, Doria impôs uma rotina de trabalho intensa, com viagens internacionais, dezenas de reuniões com empresários, parcerias com a iniciativa privada e outras medidas que fogem da forma de comportamento usual dos políticos tradicionais. Inspirado no seu talento como empresário, seu governo tem sido assim considerado como uma forma diferente de administração e que tem agradado boa parte dos moradores da capital. Essas características colocaram o nome de Doria, involuntariamente, no hall de possíveis candidatos à presidência, onde também se carece de uma nova forma de gerir a coisa pública e algo que possa transformar a nação pela efetividade. Valores Um dos fatores que motivam a ideia de que os empresários devem contribuir mais com as decisões políticas do país vem dos valores que são

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praticados dentro das empresas: competência, honestidade, capacidade técnica e coragem sempre são colocados no universo empresarial como de vital importância para o sucesso de um empreendimento. No lado da política brasileira, os temas aparecem nos discursos das campanhas eleitorais, mas são superados nos bastidores, onde o pragmatismo e o paternalismo, por vezes, acabam sendo o norte dos governantes. Também é verdade que diversos empresários brasileiros tentaram contribuir, por meio das suas participações diretas na política partidária, como o empresário Flávio Rocha, presidente da Riachuelo e que já foi deputado federal. Hoje, fora da política partidária, ele tem contribuído com suas opiniões no universo empresarial, sendo neste meio uma das vozes mais importantes em favor de uma gestão mais eficiente da máquina pública. Rocha é um dos fundadores do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), onde os empresários têm buscado melhores condições para fomentar o mercado. “O empresariado estava muito encolhido, na sua zona de conforto”, afirmou no ano passado. Ele aponta que o cenário de pouca participação da iniciativa privada foi motivado pelo cenário político dos últimos anos,


À esquerda, João Doria Jr., prefeito da Capital e o empresário Flávio Rocha

quando o estado foi inchado, o que comprometeu a competitividade e o crescimento. “O estado estendeu seus tentáculos a todos os estágios da vida pública e levou a saída de cena de vários agentes importantes. Vejo com muita alegria empresários e entidades empresariais se manifestando”. Entraves Apesar do avanço da onda de um novo tipo de política, alguns entraves também são responsáveis por deixar grandes líderes de fora do jogo eleitoral. Um dos pontos apontados para a resistência é a atual situação partidária do país, com 35 partidos políticos e poucos programas para o país. Um dos modelos defendidos seria uma mudança na Legislação Eleitoral, como a possibilidade de candidaturas avulsas, sem amarras partidárias. A alteração ajudaria a estimular uma participação mais efetiva, além das reclamações do setor produtivo. Hoje, toda a candidatura depende da aprovação de alguma das atuais legendas, comandadas por caciques na maioria dos casos. Além disso, a reforma do sistema partidário, parada em Brasília, também poderia alterar o modelo em que os cargos públicos se tornaram um privilégio, ao invés de uma oportunidade de servir o público.

Apesar do avanço da onda de um novo tipo de política, alguns entraves também são responsáveis por deixar grandes líderes de fora do jogo eleitoral

Porém, a mudança passa por alterar a postura de apenas criticar, mas também participar ativamente. Captar empresários honestos, capazes e bem-intencionados pode ser a chave para de fato redefinir a forma de gerir a coisa pública e implementar na gestão deste país um programa de compliance. Ou como disse Doria: “Sermos eficientes, sermos inovadores para sermos transformadores”.

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direito

Modesto carvalhosa

A Arbitragem e os Riscos de sua Imposição Indiscriminada aos Conflitos Societários Ph.D em Direito da Universidade de São Paulo. Ex-professor de Direito Empresarial na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo; Consultar Jurídico da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA); Presidente do Tribunal de Ética dos Advogados do Brasil em São Paulo; Relator do projeto de Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil, Membro da International Faculty for for Corporate and Capital Market Law and Securities Regulation da Universidade de Filadélfia; Árbitro em vários centros de arbitragem; Sócio de Modesto Carvalhosa Advogados.

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imposta por uma a outra – diante de uma Como se sabe, a arbitragem consiste relação jurídica concreta. basicamente em método de solução de É nesse aspecto que chamamos a controvérsias, por meio do qual um ou atenção para a imposição derrogatória mais árbitros são escolhidos pelas partes do direito essencial de qualquer acionista para proferir decisão com mesma eficácia que a reforma da lei de arbitragem troude uma sentença judicial sobre determixe ao acrescentar, por meio do seu artigo nada questão. Trata-se a arbitragem de 3º, o artigo 136-A à Lei Societária (Lei nº jurisdição privada com força obrigatória 6.404/76). para as partes que a convencionaram, Como se vê, referido artigo declara, tendo por objeto determinado negócio juabsurdamente, a renúncia implícita a dirídico celebrado entre as mesmas. reito essencial do acionista de, na qualidaO que se tem visto ao longo dos últimos de de jurisdicionado, socorrer-se sempre anos, principalmente por meio de dados da jurisdição estatal, com o fim de submelevantados pelas principais câmaras de arter todos os acionistas à jurisdição privada bitragem do País, é que a procura por esse na hipótese de a companhia colocar em método alternativo ao Poder Judiciário é seu estatuto uma cláusula arbitral. crescente, sobretudo em relação aos conOu seja, o texto flitos societários. Os normativo determimotivos que levam O que se tem visto ao na a imposição do a escolha da arbipacto compromistragem ao invés do longo dos últimos sório arbitral a todos Judiciário já são coanos é a crescente os acionistas por nhecidos e comprodeliberação majorivados pela prática: procura por esse tária tomada em as(i) a maior celerimétodo alternativo sembleia geral. Vale dade e flexibilidade ao poder judiciário dizer: imposição do procedimento; pelos controladores (ii) a qualidade e o aos acionistas micaráter técnico das noritários, aos quais não resta, nas comdecisões; (iii) a possibilidade de indicar panhias fechadas, alternativa senão retiraou participar da escolha de um árbitro; rem-se da companhia. Já nas companhias e (iv) o caráter definitivo da decisão, ou abertas, por força dos atributos de liquidez seja, não cabe recurso à Justiça, exceto e dispersão das ações negociadas no amem casos de vícios previstos em lei. biente regulado da bolsa, nem esse direito Entretanto, em que pese todas as nohaveria para os minoritários. táveis e conhecidas vantagens da arbitraOs reflexos que referido dispositivo gem, não se pode admitir renúncia unitraz são graves e abalam direito essencial versal da jurisdição estatal para todos os dos acionistas. Tal norma é absolutamenconflitos que possam surgir em negócios te inconstitucional por ferir regra de natujurídicos ainda desconhecidos quanto ao reza pétrea da Constituição Federal , ou seu objeto, nem sequer ser imposto a uma seja, regra que está devidamente consolidas partes que eventualmente não tenha dada e não pode ser inovada ou mudada manifestado seu interesse na eleição de por qualquer norma infraconstitucional. tal método de resolução de controvérsias. Não pode um dispositivo de natureza A opção pela arbitragem deve, portanto, eminentemente privada, inserido num sempre ser negociada pelas partes – e não


fere ao acionista para assegurar os seus estatuto social, revogar o direito pleno do direitos não podem ser elididos pelo estaacionista de socorrer-se do Poder Judicituto ou pela assembleia geral. Remete o ário nos seus conflitos de natureza sociereferido dispositivo aos preceitos constitutária, a não ser que, dentro de seus direicionais ora invocados (arts. 5º, XXXV e 60, tos disponíveis, expressa e pontualmente, §4º, IV, da CF). no caso concreto, tenha manifestado sua Ou seja, é absolutamente inconstituvontade nesse sentido. cional uma norma que faculte ao estatuto Trata-se o pacto compromissório arbide uma companhia imtral de um direito persopor tal renúncia aos seus nalíssimo que não pode acionistas minoritários ser imposto pela outra Embora seja um face à inarredável jurisparte. Não se deve esexcelente método dição estatal. Não pode quecer que a sociedade o estatuto social privar e seus controladores sede resolução de seus acionistas de um rão partes nos eventuais controvérsias, tem direito que lhes é asseguconflitos com seus aciode ser escolhida de rado constitucionalmente nistas e, como tais, não como cláusula pétrea. podem impingir a estes forma consensual Portanto, como sabeos acionistas minoritários mos, embora a arbitragem presentes e futuros - uma seja um excelente método cláusula compromissória de resolução de controvérsias, esta tem de estatutária unilateral, válida erga omnes, necessariamente ser escolhida de forma independentemente da manifestação exconsensual, não podendo se admitir que pressa e cabal de cada um deles, individuseja imposta por ato unilateral contra a vonalmente, em cada caso concreto. tade expressa da parte sujeita à arbitragem, A propósito, a própria Lei Societária, sob pena do instituto cair no contrassenso no seu artigo 109, § 2º , determina que os de causar mais litígios do que resolver. meios, processos ou ações que a lei con-

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lideres

A tV nĂŁo vai

Morrer

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por Paulo Talarico | Fotos: Divulgação e Carol Gherardi/Band

À frente de um dos maiores grupos de comunicação do Brasil, Johnny Saad defende a importância da TV perante outros meios NA INTERNET

João Carlos Saad é enfático sobre o desafio da TV perante o avanço da internet e dos novos meios de comunicação. “Não precisamos ficar tão assustados com esse fenômeno e achar que é o fim do mundo”, afirma. “Não acredito nesse raciocínio de que uma coisa mata a outra”. Presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação, que engloba TV aberta e fechada, uma série de rádios e jornais pelo país, o empresário aponta que a Band tem se preparado para enfrentar a avalanche imposta pelo mundo tecnológico, enfatiza que a TV tem seu lugar garantido e defende que o meio oferece mais credibilidade e alcance ao mercado. Em um momento onde os negócios de streaming, como o Netflix e anúncios na internet, se proliferam, João Nesta entrevista à Brotherhood considera que os meios irão Report Confraria, Johnny Saad, como conviver e que a TV tem uma também é conhecido, aponta que a vantagem diferenciada para criação será cada vez mais coletiva os demais. Ela é gratuita e nos meios de comunicação e não estabelece um pacto para o nega a importância de usar os novos consumidor que aceita ver mecanismos de informação. A Band os intervalos comerciais. tem adotado a internet para massifi“Quando você está navegancar o conteúdo e apostando sempre do na internet, põe um coem ter ferramentas multimídia. mercial. O internauta pula, Por outro lado, considera que ainele vê a propaganda com raida falta regulamentação no país sobre va. Será que isso soma?”. estes meios. “A Europa está brigando com esses conglomerados. Multando. Porque ele drena os comerciais da Europa, drena os conteúdos que os europeus produziram e não paga nada. Aqui ainda estamos na fase de bater palmas”.

Emissora aposta em jornalismo e entretenimento

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lideres

Como avalia o momento vivido pelos meios de comunicação tendo em vista os desafios impostos pela internet? São meios completamente diferentes. Você tem caminhos, histórias diferenciadas. Eu não acredito nesse raciocínio de que uma coisa mata a outra. Já assisti, li, ouvi, que o cinema ia morrer, que o rádio ia morrer, que a TV ia acabar. E estão aí o cinema, o rádio, a TV e a internet. A internet é um grande elo de comunicação que liga todos nós, mas ela em si, é só uma rodovia, não é uma geradora de conteúdo. E como as TVs entram nisso? Você tem do lado da televisão uma fragmentação entre a TV paga e a gratuita. A TV paga nos meios clássicos que nós conhecemos ainda tem um bocado a crescer, apesar de você ficar lendo pelos jornais que ela está morrendo. Ainda somos um filme branco e preto, estamos atrasados numa série de coisas. Então a gente quer apressar a história e ela ainda não aconteceu, ela tem para onde avançar. E você tem uma parte do público que quer consumir este conteúdo da TV paga em um outro formato, que é o formato do Netflix, você assiste na hora que você quer do jeito que você quer, vê dez capítulos. Como analisa esse jeito novo de consumo? É um jeito diferente de consumir, mas o mesmo conteúdo. Trata-se de um conteúdo produzido, muito caro, pago, e você paga para consumir. Um está indo pelos meios clássicos e outro indo pela internet. Veio pela internet sem pagar por essa infraestrutura. Agora que estão começando a tributar a Netflix. Na verdade, ela foi um grande pirata,

como são o Google, Facebook, Youtube. A gente vê que eles criam algumas crianças famintas na África e fica achando que são bons rapazes, mas é tudo pirata. Qual a situação da audiência? No Brasil, a TV gratuita tem uma posição bastante forte, porque produz um conteúdo importante, exclusivo. Você vê uma queda suave na TV paga e a TV aberta volta a crescer. Com prestação de serviço, produção local e ela é gratuita. Não vamos esquecer que você tem um empobrecimento e o fato dela ser grátis é vital. É o único entretenimento e informação que você tem sem custo. Todos os outros sistemas que estamos falando são muito agradáveis, mas para te dar bom dia, ele cobra. Ninguém te dá bom dia sem te cobrar. Essas são as grandes diferenças. Com relação aos comerciais há alguma influência ou a TV enfrenta uma concorrência? Se quiser comparar como funciona a comercialização de uma coisa ou de outra elas são completamente diferentes. Temos visto muitos clientes fazer essas apostas e voltarem. Porque não tem funcionado, dá certo para algumas coisas, funciona se você se adaptar aquele meio. Não estou dizendo que é para sair da internet, nem para recusar o novo. A Band não está fugindo do novo, estamos produzindo para tudo isso que vem de novo, trabalhando para isso. Mas não adianta você achar que tem um milagre ali, que tudo dá certo. Não é verdade. Tenho visto uma série de clientes que fazem essas apostas desaparecem. Pode exemplificar?

“No Brasil, a TV gratuita tem uma posição bastante forte, porque produz um conteúdo importante, exclusivo” | 20 |


Num outro dia, almoçou comigo o presidente de uma das marcas mais famosas do planeta, disse que tinham adotado uma estratégia mundial de fazer comerciais só no digital. Eu falei: ‘Interessante, seu diretor de marketing é coreano?’, ele falou que não sabia. Respondi: ‘Mas deve ser, porque sua TV nunca mais vi, não vende em nenhum lugar do mundo e li que fecharam a fábrica. E as coreanas que anunciam não param de crescer. Seu diretor é coreano, não é não?’ A gente tem que tomar um pouco de cuidado com essa radicalização. Diante disso, qual seria a vantagem da TV? No fundo existe um pacto na TV, não é um contrato formal, mas é um pacto. Eu estou te dando de graça o conteúdo, porém, você vai assistir aqui os comerciais que o estão patrocinando. Está vendo gratuitamente só por esses anunciantes. E esse acordo está estabelecido há muitos e muitos anos, tanto em rádio quanto em televisão. Está no subconsciente. Quando você está navegando, põe um comercial na frente. O internauta pula, ele vê a propaganda com raiva. Será que isso soma? Não é um tratamento igual, não pode ser tratado assim, vou tirar minha verba daqui e investir ali. Você é capaz de estar fazendo um duplo desserviço: não está massificando aqui e pode estar causando raiva ali. Muito se fala de que os jovens não estão acostumados com a TV, por conta de terem crescido com essas novas ferramentas. O que fazer para captá-lo? O jovem sempre esteve distante da televisão. A gente está achando que isso é um fenômeno de agora, mas ele sempre esteve longe. Porque o jovem é um bicho absolutamente irrequieto. Está estudando, trabalhando, namorando, tem 150 mil atividades. Ele não se concentra muito em quase nada, possivelmente na menina que está ao lado e ela no menino que está a frente. Se você fizer um gráfico histórico dos últimos 40 anos, você

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lideres

não verá um grande público jovem na televisão e é natural. Quais ferramentas a Band tem usado para interagir? A gente tem feito muita coisa para promover de ter respostas e participação. Cada vez mais você vai compartilhar. É só ver os telejornais, a quantidade de vídeos e de filmes amadores que você tem. A realidade está sendo replicada e isso vai migrar para o entretenimento também. Não vai ficar só no jornalismo. Está mudando a forma de produzir, de fazer as coisas, é uma criação coletiva. Um fenômeno por conta da internet e com essa centralização que o telefone celular impõe. Esse dispositivo móvel faz um trilhão de coisas e inclusive telefona. Isso mudou a forma, é uma realidade que veio para ficar. Qual a dificuldade em conseguir avançar nesses meios? Estamos competindo com um duopólio planetário, então, é difícil. Nós ainda estamos na fase de bater palma, a Europa está brigando com esses conglomerados. Está xingando e multando e não são multas baixas. Porque a Europa já viu que ele invade o território europeu, não gera emprego na Europa, drena os comerciais, drena os conteúdos que os europeus produziram, distribui para o cidadão desses países, leva para um paraíso fiscal e tributário e não paga nada. O que deveria ser feito? Não enxergamos o perigo, mas ele existe e é uma maravilha ao mesmo tempo. Quer dizer que vai acabar? Não. Quer dizer que vamos normatizar isso. Vamos pegar o Whatsapp. Ela é uma ferramenta ótima. Mas ela não paga pelo satélite, nem pelo poste, pelo fio, pela fibra ótica, pelo com-

putador, pelo microondas, pelo aparelho e pelo número de telefone. Não tem funcionário nenhum por aqui. O serviço é maravilhoso? É. Mas está chupando toda infraestrutura que o Brasil levou 50, 70 anos para construir. A gente precisa ter um tempo para discutir, conversar sobre essas coisas sem paixões, analisá-las, os prós e contras, porque muitas vezes são o médico e o monstro ao mesmo tempo. Como você analisa a situação econômica do Brasil e os impactos para a Band? Afetou economicamente como todos os outros veículos e até as televisões pagas. perdeu-se a base de assinantes. O Brasil passa por uma crise forte. E o que aconteceu com a audiência? A audiência aumentou, porque as pessoas estão saindo menos. Acho que aí tem a ver um pouco com a crise e outro com o aumento da violência, que vem crescendo constantemente. Qual a importância do caráter multimídia do grupo? Se a gente não fosse multimídia seria muito mais difícil hoje a nossa vida. A gente é maior, é mais diversificado. E ficou claro conforme a crise foi aumentando que peças isoladas nossas não conseguiram sobreviver. A única unidade do Metro, ao longo de sua história, que eu tive que fechar foi a de Santos. Não tinha TV nem rádio, era uma peça isolada, deu prejuízo do primeiro dia ao último. Estando compartilhado, ele vai usar o mesmo prédio, a mesma contabilidade, a mesma portaria, as informações nacionais recebem diretamente do Metro nacional, as internacionais recebem do Metro internacional. Atrás de uma lógica de comunicação, tem uma lógica econômica também.

“Se a gente não fosse multimídia seria muito mais difícil hoje a nossa vida. A gente é maior, é mais diversificado” | 22 |



harmonizacao

Nelson Pereira

Charuto acompanha o quê?... Diretor de Degustação da ABS-SP Autor do blog www. vinhosemsegredo. wordpress.com

Cafés e chás, bebidas não alcóolicas, vinhos E destilados, todos Boas pedidas Cada vez mais, as pessoas buscam momentos de prazer, relaxamento, em boa companhia, ou mesmo sozinhas. Boas conversas, uma boa leitura, uma boa música, e por que não um bom charuto. A frequência e o tempo para este prazer ficam inteiramente por conta do apreciador. É bom lembrar que charuto não se traga. Portanto, você não precisa e nem deve ser um fumante profissional e preso ao vício. E talvez aqui, esteja a grande diferença dos charutos. Eles levam em conta unicamente o prazer e seu estado de espírito. Eu por exemplo, sou adepto do charuto gourmet. Aquele só acendido após uma bela refeição e evidentemente, fora da mesa. Chega a hora do cafezinho e, inevitavelmente, a chamada fumaça azul. Neste contexto, vamos divagar sobre algumas opções de bebidas como acompanhamento.

estão emblematizados pelas marcas Partagas, Bolivar e Cohiba. Nada como apreciá -los após lautos jantares com tempo e boa conversa.

Bebidas ... Além de cafés e chás, bebidas não alcoólicas, vinhos e destilados são acompanhamentos clássicos. O importante é hidratar-se e umedecer o palato, pois o charuto resseca a boca. Os vinhos secos, mesmo os tintos, não caem bem, sobretudo se forem ricos em taninos, outro elemento que seca a boca. Se a opção for pelos vinhos, os chamados fortificados como Porto e Madeira, são ideais. Eles costumam ter potência aromática, maciez e o tão bem-vindo açúcar residual, minimizando o ressecamento natural. No caso de Portos, prefira aqueles de estilo Tawny. Esses aromas mais oxi“sem ser dativos vão de encontro aos sabores A escolha preconceituoso... dos charutos. Para Sem ser preconnão perca tempo os Madeiras, as caceituoso e já sendo, tegorias Boal e Malnão perca tempo com com os charutos msey são as mais outros charutos que que não são indicadas. não sejam cubanos, cubanos” Tomando como os chamados Puros. exemplo o Hoyo de É claro que existem Monterrey Double aqueles charutos que Corona já citado, um Puro para uma podem passar por um Puro. Contudo, o tralonga conversa de duas horas, as primeiras balho é tão desgastante que é melhor não baforadas começam após um bom Nesse arriscar. presso, Arpeggio, por exemplo. No primeiDentre os Puros, existem aqueles mais ro e segundo terços do charuto, um Porto leves, mais suaves. Um bom exemplo desColheita (Porto estilo Tawny datado) acomte tipo são os da marca Hoyo de Monterrey. panha bem a suavidade desta maravilha. Seu ícone está no formato Double Corona Que tal um Taylor´s Colheita 1966 edição licom 19 centímetros de comprimento. Se mitada? Complexidade e sabores sutis para você dispuser de duas horas, estará diante as notas deste Puro. No terço final, como de um grande Bourgogne, fazendo um paninguém é de ferro, os traços mais potenralelo com os vinhos. tes dele pedem um Cognac envelhecido, Para oss de fortaleza média, caminhe acompanhando a sutileza do conjunto. pelas marcas Montecristo e Romeu & JuNada melhor que um Louis XIII Hennessy, lieta. O formato Churchill consagrou a seo topo de gama desta requintada Casa com gunda. Já o Montecristo nº2, é um clássico Cognacs de mais de 60 anos em seu blend. dos Habanos. O prazer acima de tudo. Por fim, os Puros de grande fortaleza

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E por falar em prazer, vamos ao capítulo dos vinhos espetaculares A clássica indagação sobre aqueles vinhos espetaculares, os melhores, os seus preferidos. Evidentemente, vinhos de sonhos, que você já bebeu e nunca mais esqueceu. Aqueles que você ainda não bebeu, mas que tem enorme expectativa em prová-los. Enfim, não são vinhos que nos deparamos rotineiramente. Se você ainda tem dúvidas e faltam sugestões, seguem a seguir três exemplos nota 100, exaustivamente avaliados e consistentemente soberbos. E não são aqueles vinhos que temos que esperar décadas para estarem prontos, embora possam evoluir ainda por anos a fio. Então, vamos a eles.

inumeráveis 100 pontos. Exemplifiquei este La Turque desta safra por questões pessoais, mas poderia ser outros La, La, Las, de outras sublimes safras. O vinho é de uma delicadeza ímpar. Ao mesmo tempo, tem profundidade e expansão em boca, amplificando aromas e sabores, o que chamamos de “cauda de pavão”. Parece até ser frágil, mas sua longevidade costuma ser enorme, rompendo décadas. Sua composição, majoritariamente Syrah, tem uma pitada de Viognier, uva branca que confere frescor e graciosidade ao conjunto. O alto teor de óxido de ferro na composição do solo de suas vinhas transmite uma cor intensa ao vinho, além de imprimir um estilo mais viril, mais masculino ao mesmo. Enfim, um dos Tesouros de Guigal.

Chateau Haut Brion 1989 Domaine de É difícil descrever esse vinho com seus quaLa Romanée-Conti se 30 anos de evolução. Haut Brion por si só, La Tâche 1999 já é maravilhoso, e disMuita gente sonha pensa apresentações. “Não são vinhos com o RomanéeSó que 89 trata-se de Conti, astro maior da uma safra histórica que nos deparamos constelação de seu para este Bordeaux. A rotineiramente, mas Domaine homônimo. concentração, o equilíContudo, La Tâche, brio, a elegância, e seu que você tem um Monopofinal de boca intermienorme expectativa também le do Domaine, merenável, nos faz silenciar em prová-los” ce toda a reverência, e apenas flutuar por alinclusive com vantaguns momentos. A magens. Além da produciez de seus taninos e ção ser comparativamente maior, o vinho seus aromas multifacetados sublimam toda costuma ser muito mais abordável, mesmo a finesse deste Chateau. em tenra idade. Portanto, numa sintonia fina Haut Brion, entre os cinco primeiros e falando de cifras altas, La Tâche costuma classificados do Médoc, costuma ser o mais ser mais prazeroso e mais em conta. prazeroso quando consumido relativamenFalando agora da safra em questão, te jovem. Entretanto, por trás desta aparente além de já estar num momento lindo de delicadeza e precocidade, existe um vinho evolução com quase 20 anos, a concentrade estrutura grandiosa, capaz de transpor ção de sabores e aromas é impressionandécadas nas melhores adegas mundo afora. te. Consegue aliar potência e delicadeza com rara felicidade, componentes dificíEtienne Guigal Côte-Rôtie La Turque 1988 limos em se tratando de Vosne-Romanée, Outro trintinha de tirar o fôlego. É inexplicácomuna da mais alta distinção da chamada vel como Guigal consegue tanta finesse nos Côte de Nuits. aromas em seus La, La, Las (La Turque, La Como se não bastasse tudo isso, ainda Landonne, La Mouline), amadurecendo esaquele céu e mar azuis naquela ilha deserta, ses vinhos por mais de 40 meses em carvaou quase deserta ... lho novo. Todos eles são colecionadores de

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SÓ O

MELHOR

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da redação | Fotos: Divulgação / Marco Yamin / Maurício Cassano

O Iate clube de santos celebra 7o anos cheio de histórias para contar. Tudo começou com um grupo de cerca de trinta homens de famílias tradicionais da Sociedade Paulistana. Em comum, o gosto pela vida no mar. E a paixão por barcos

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Quando o tempo é a commodity mais valiosa, o lazer se torna cada vez mais um artigo de luxo. Então, vamos aproveitar esses momentos da melhor maneira possível. Ao completar 70 anos de fundação, o Iate Clube de Santos é especialista no assunto. Tudo começou com um grupo de cerca de trinta homens de famílias tradicionais da sociedade paulistana: industriais, banqueiros, empresários. Em comum, o gosto pela vida no mar. E a paixão por barcos. Juntos, ergueram as primeiras instalações do que viria a ser o maior clube náutico do país. Em um terreno no Guarujá, às margens do Rio Santo Amaro, encontraram as condições para que seus barcos – em geral veleiros – pudessem descansar em águas pacíficas e protegidas. Com uma diretoria formada por homens de ação, empreendedores, era previsível que o clube seguisse uma trajetória firme de crescimento, com a ampliação de estruturas náuticas e o aprimoramento dos serviços. Hoje, o espaço conta com três sedes náuticas – Guarujá, Angra dos Reis e Ilhabela – e uma em São Paulo, palacete construído pela matriarca da família Prado, Veridiana, em

1884 e onde, em 1947, foi realizada a própria assembleia que criou o Iate Clube de Santos. Um charme a mais para uma história plena de vitórias. Os hangares e vagas molhadas da principal sede, no Guarujá, poderiam facilmente formar o pano de fundo para a história do mercado náutico brasileiro nas últimas sete décadas. As centenas de pequenos barcos, veleiros na sua maioria, que preenchiam lado a lado todos os espaços das bacias criadas para recebê-los, foram sendo substituídos ao longo dos anos por diferentes modelos. Lanchas esportivas, offshores, cabinadas e até algumas embarcações que os menos rigorosos chamam de iates. A expansão das instalações náuticas e a capacitação técnica do pessoal que movimenta as embarcações acompanharam naturalmente essa mudança. Ao mesmo tempo, era preciso garantir bom tempo também a quem permanecia em terra, criar uma rede de serviços voltada ao proprietário da embarcação e suas famílias. Flats, supermercado, restaurante e bar, sauna, academia, cabeleireiro. Eventos de pesca, de vela, jantares

“As sedes em Ilha bela, angra dos reis e São Paulo são excelentes antídotos ao estresse” | 28 |


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Manuela e Berardino Fanganiello em frente aos flats, na sede Guarujá

Albert II, em Mônaco, a bandeira e o brasão do clube-irmão

dançantes, festas. E tudo isso com segurança. O lazer com qualidade está, portanto, no DNA do clube; e a conjunção entre os dois fatores – náutico e social – tem sido sua principal característica e seu grande trunfo. No momento em que a sede adquiriu uma estrutura sólida de frequência e funcionamento, uma fase de | 30 |

expansão trouxe duas novas unidades náuticas, em Angra dos Reis, no Condomínio do Frade , em 1986, e em Ilhabela, na Ponta do Barreiro, em 2005. Três clubes em um só: está com pouco tempo? Guarujá é a solução. Em cerca de 60 minutos, você atravessa os portões do clube, e só precisa sair de lá quando for a hora de voltar. Para aproveitar Ilha-


bela é melhor ter um pouco mais de tempo... Demora-se mais para chegar, mas a recompensa – em forma de mergulhos, passeios, pesca, vela, esportes náuticos – é imensa. Nada de bate- e- volta para Angra... só se for de helicóptero (a sede tem um heliponto) ou de avião – o clube tem serviço confortável de traslado. Na sede, as construções são localizadas de forma a tirar o maior proveito da topografia do terreno, oferecendo a cada residência uma vista toda particular. Em comum, o envidraçado prédio do restaurante, a piscina cujas águas se confundem com as do mar, as centenas de bromélias e pássaros coloridos, o píer a perder de vista. E, sobretudo, os amigos. Em Ilhabela, a vista também é protagonista; e como a área de convívio é menor, tudo se torna mais familiar, cozy. O barco fica no píer como se estivesse no quintal de casa, a área de piscina e bar é logo ali, bastam alguns passos. E se quiser ir até a vila, a menos de um quilômetro dali, o plano inclinado chega em em um minuto até o nível da rua. “Excelentes antídotos ao estresse, ao sedentarismo e ao tédio, todas essas sedes”, diz o comodoro Berardino Fanganiello. Em São Paulo, a sede no bairro de Higienópolis proporciona, desde 2008, mais uma chance de trocar de ares. Oásis no concreto, os jardins, os cisnes, a amplidão... nem parece que estamos no centro da cidade. Um lugar sob medida para encontrar os amigos... e programar as saídas de fim de semana e férias. Essenciais como nunca nesses tempos.

“Em são paulo, a sede proporciona um oásis no concreto e nem parece que estamos no centro da cidade” | 31 |


maquina

da redação | Fotos: Divulgação

mODELO TRAZ OPÇÕES DE PERSONALIZAÇÃO

O luxo da 8ª geração do

Rolls-Royce Phantom | 32 |


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m Mais luxuoso e com novidades, o Rolls-Royce Phantom chega à sua 8ª geração, que ganha estrutura em alumínio que lhe dará 30% a mais de rigidez do que a versão anterior, além de isolamento acústico 10% mais silencioso a 100 km/h. Quando à motorização o novo Phantom tem motor V12 biturbo de 6,75 litros e o mesmo câmbio automático de 8 marchas da ZF que é usado em quase todos os modelos de luxo de tração traseira no mundo, além de o modelo ter 571 cv e 91,8 kgfm desde os 1.700 rpm002E. Criado para dar mais conforto, o sistema eletrônico de fechamento de portas do Phantom é acionado com um simples toque de botão para que elas fechem automaticamente, com a velocidade e força certos para

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não tirar a tranquilidade dos ocupantes. Por isso, o sistema recebeu o nome de “o abraço”. Outra beleza de design, o painel do sedã, chamado “A Galeria”, é feito em TFT e acompanhado por uma tela central de 12,3, além de uma série de opções de personalização, que inclui relógios, mapa 3D em ouro do DNA do proprietário ou um display de rosas em alto relevo feito de porcelana. O veículo tem mimos como armário de bebidas, decantador de vinhos e telas TFT de 12,3 polegadas com retroiluminação em LED. O novo Rolls-Royce Phantom tem preço estimado em 400 mil libras, cerca de R$ 1,65 milhão, para a primeira versão. Se houver personalizações, o luxo sairá ainda mais caro.

Criado para dar mais conforto, o sistema eletrônico de fechamento de portas do Phantom é acionado com um simples toque de botão


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analise

Boas

perspectivas

o

O Brasil viverá um momento diferente nos próximos anos

por Ramy Moscovic | Fotos: divulgação

Os anos de dificuldade passados pelo Brasil não devem desanimar quem acredita em ver um país melhor nos próximos anos. Esta é a opinião de Jorge Paulo Lemman, que atualmente lidera a lista como o homem mais rico do Brasil, com R$ 29 bilhões em sua fortuna. Sem comentar a situação vivida pela política nacional e os problemas econômicos, Lemman declarou em um evento aos participantes da Fundação Estudar o que espera de 2018. “Continuo animado com o Brasil. O país vai passar por grandes transformações a partir do ano que vem e nos anos seguintes. Eu desejo que os jovens aqui presentes participem dessas mudanças”, comentou. O empresário é sócio do 3G Capital, AB Inbev, Kraft Heinz, entre outros negócios. A afirmação nas últimas semanas reflete o cenário de expectativa e esperança que começa a tomar conta do empresariado brasileiro. Com as reformas em andamento no Congresso Nacional, como a tributária e a da previdência, que ainda será votada, além da cada vez mais clara necessidade de que os gestores públicos busquem mais eficiência nos gastos públicos, os investidores começam a ver perspectivas para voltar a apostar no Brasil. Também indica para o momento em que o país decidirá quem será o novo presidente e quando novas práticas de gestão, focadas na eficiência, podem fazer a diferença.

Continuo animado com o Brasil. O País vai passar por grandes transformações

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Apesar disso, Lemman não entrou nesta seara ao falar sobre o futuro brasileiro e preferiu enfatizar a esperança nas novas gerações nos rumos do país. “Espero que algum bolsista da Fundação Estudar venha a ser um dia presidente do Brasil e arraste vários outros talentos com ele”. Fundação Lemman criou a fundação que atualmente atua com jovens e a missão de “criar oportunidades para gente boa sonhar grande e transformar o Brasil”. Ele falou sobre a expectativa sobre o Brasil após abordar alguns números sobre a entidade. A Fundação é uma organização sem fins lucrativos que aposta que é necessário mais jovens determinados a seguir uma trajetória de impacto. Atualmente, a entidade atua com 15 milhões que acompanham cursos na internet, 26 mil que fazem cursos presenciais e outros 617 que participam do chamado “Líderes Estudar”. Mais de 84 mil se inscreveram no ano passado. “Trinta anos atrás, eu resolvi que ia dar bolsas de estudo para alguns jovens de alto impacto. Quando eu perdi o controle de para quem estava dando essas bolsas, criei, junto com o Beto [Sicupira] e o Marcel [Telles], a Fundação, para sistematizar o processo todo”, disse Lemann. “E foi uma coisa ótima, porque hoje é uma instituição que caminha sozinha e deve continuar existindo mesmo quando eu, o Beto e o Marcel já não estivermos mais aqui.”



brasil

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Nas mãos de quem sabe Graziela Costa | Fotos: Divulgação

Como as concessões de serviços públicos à iniciativa privada podem tirar o Brasil do nó em que foi colocado nos últimos anos

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P brasil

Prestar um bom serviço público é a missão de qualquer governo que tenha responsabilidade. Porém, garantir que os recursos serão utilizados da forma correta em todos os setores e manter um alto nível de qualidade para a população não é uma tarefa simples para a gestão pública e costuma passar longe do Brasil. Exceto, na maioria dos casos, quando as parcerias com empresas especializadas são estimuladas. Este é o cenário que levou o governo federal a voltar novamente às atenções para a iniciativa privada, em especial nos setores que exigem uma alta complexidade para o seu atendimento. Além disso, as privatizações podem ser o caminho para garantir o recomeço do crescimento, pois estimula os investimentos e tem potencial para reduzir o desemprego. A receita ganhou peso nos últimos dias, quando com a intenção de estimular a retomada do avanço econômico, o governo federal anunciou a entrada de 57 novos projetos no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). São aeroportos, rodovias, portos, empresas estatais e linhas de transmissão, entre outros, que terão seu capital desestatizado. A medida causa polêmica e tem sido um dos temas que dificultam o debate no campo ideológico entre partidos políticos que governam ou governaram o país. No entanto, pode ter um importante papel caso sejam feitas com eficiência, além do fato de evitar o loteamento político, quando lideranças do Congresso e do Planalto, ao invés de buscarem profissionais com capacidade técnica,

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usam as funções para colocar apadrinhados. Com a atualização dos projetos do PPI, a expectativa é de arrecadar R$ 44 bilhões com os novos contratos. “O programa tem contribuído de maneira efetiva para a economia brasileira. Significa a criação de novos empregos, investimentos. Um negócio capaz de restabelecer o desenvolvimento sustentável do País”, promete o ministro da secretaria-geral da presidência, Moreira Franco. O PPI foi elaborado para melhorar a infraestrutura brasileira, em parceria com a iniciativa privada. Ele prevê regras mais claras, seguras, transparentes e com menor intervenção estatal. Desde então, dos 89 empreendimentos listados no programa, 49 já tiveram certames realizados ou fecharam contratos, 28 estão em execução e 12 negócios serão concedidos ou renovados até o final do ano. “Temos aqui uma evidência de recuperação. A ideia é fazermos agora todo um processo de trabalho garantindo não só um crescimento sustentável, mas o mais robusto possível”, completou Franco. Entre os novos projetos estão o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e a Casa da Moeda. Também foram incluídas a privatização da Eletrobras, além das concessões dos aeroportos de Cuiabá (MT) e Recife (PE). Ainda no setor aeroportuário, está em discussão a redução da participação da Infraero nos aeroportos de Brasília (DF), Galeão (RJ), Confins (BH) e Guarulhos (SP). No caso da Eletrobras, o simples anúncio da concessão já fez com que as ações subissem em um único dia 50%,


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brasil em uma demonstração de como o setor privado está atento as mudanças e preparado para contribuir com os serviços públicos. OUTRAS CONCESSÕES Braço de loteria instantânea da Caixa Econômica, a Lotex também está no novo pacote de desestatizações. O projeto estava em estudo pelo Ministério da Fazenda e com a expectativa de resultar em importante arrecadação aos cofres públicos. Além disso, foram incluídos no cronograma a Companhia de Docas de Espírito Santo, 11 lotes de linhas de transmissão, leilões na área do pré-sal, entre outros projetos. A corrida agora é também para que o mercado internacional se sinta estimulado para apostar no país. Essa situação tem levado o governo a dar prioridade a uma agenda externa e enfatizar que há um cenário de

“Quero levar a ele [presidente da China] a notícia dos 57 setores que vamos conceder à iniciativa privada e esperamos que a China possa se interessar desses eventos concessões”, disse Temer ao canal estatal do país. CASA DA MOEDA Uma das principais novidades no pacote de concessões divulgado pelo governo federal foi a Casa da Moeda. Fundada no período colonial, a estatal é responsável pela produção do dinheiro e de alguns documentos como as folhas do passaporte. Apesar disso, a empresa não decide a política monetária. A medida causou surpresa, por ceder à iniciativa privada a fabricação dos nossos próprios recursos, porém deve ser enfatizado que a concessão não tirará do governo a capacidade de verificar o que está

Um negócio capaz de restabelecer o desenvolvimento sustentável do País estabilidade não só econômica, mas política, o que não tem sido simples em meio aos escândalos de corrupção escancarados na Operação Lava Jato. Porém, uma agenda econômica ativa pode fazer com que esse empresariado saiba compreender que o momento de transição após as investigações irá melhorar inclusive as práticas do governo. Um dos pontos mais importantes para o sucesso das concessões está na China. Um dos países com o maior crescimento nos últimos anos, as parcerias com os chineses foram importantes nos anos 2000, quando o Brasil viveu anos de ascensão econômica. Ciente disso, o presidente Michel Temer realizou ao menos duas viagens ao país asiático. As duas nações são parcerias no Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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sendo feito. “A separação entre o Estado e as suas empresas públicas no Brasil não existe. Os estados e os governos usam as suas empresas para fazer o que querem. Então, acabam sendo empresas, mal gerenciadas, que não perseguem metas, que não buscam eficiência e isso se traduz para a sociedade em serviços de pior qualidade e preços mais altos”, disse a professora Margarida Gutierrez Segundo ela, na hora de definir o contrato o governo terá que incluir o tipo de controle que fará na sua relação com o fornecedor, que poderia ser uma gráfica estrangeira, como americanas e britânicas, que já atendem a outros países nas demandas por moedas. “A gente está falando de uma mercadoria apenas e o fornecedor tem que garantir ao governo as condições que ele exigir”, afirmou. Com Agência Brasil

CONCESSÕES EM NÚMEROS 14 aeroportos 11 lotes de linhas de transmissão 15 terminais portuários


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empreendedorismo

crescer Como a Petz mostrou resistência aos períodos de crise econômica no Brasil e busca a expansão no número de lojas em quase 100% até 2020

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com crise por Ramy Moscovic | Fotos: divulgação

Há 15 anos, o empresário Sérgio Zimerman passou por uma fase em que considera ter sido um privilegiado pelo difícil momento que teve de superar. Após ver seu negócio de varejo e perfumaria crescer, uma crise tomou conta do setor até que sua empresa “virasse pó”. Porém, o que ele viveu naquele momento deu forças para a sua próxima empreitada em um dos poucos segmentos que conseguiu manter o crescimento den-

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tro da crise econômica do país. “Tive um privilégio de ter um negócio mal-sucedido, porque o ensinamento que tem quando não dá certo é muito intenso e serve de matéria-prima para um novo negócio”, conta Zimerman, fundador e presidente da Petz, uma das maiores e mais importantes lojas do Brasil. “Eu tive que começar do zero e isso me deu um aprendizado muito grande, muito utilizado nes-


“Os anos de maior crescimento estão se dando justamente nesse período de crise” ses 15 anos de Petz para não cometer os mesmos erros”. Não por acaso, Zimerman considera, apesar dos problemas enfrentados, que o Brasil oferece diversas oportunidades. “Os anos de maior crescimento nosso estão se dando justamente nesse período de crise”, afirma. E foi com isso que ele contou para ampliar seus projetos e chegar ao expressivo número de 55 lojas no país. A meta é concluir mais sete neste ano e chegar até o ano de 2020 com 100 pontos de venda, atuando com o conceito de mega-loja. Depois de consolidar o mercado interno, os planos devem se estender para a América Latina. A aposta vem do fato de que o varejo brasileiro ainda está pulverizado, enquanto os hiper pontos para fazer compras ainda apresentam uma boa oportunidade de crescimento. Atualmente, o comércio ainda é composto de 90% de pequenos negócios. Apostar em lojas de grande extensão, de até 3 mil metros², foi um dos fatores que levou a Petz a manter o crescimento, ao oferecer uma série de oportunidades para os consumidores e a realização de eventos que ofereçam, além dos produtos, uma experiência. “A Petz sempre se preocupou em fidelizar”, comenta Zimerman. “Recentemente passamos por um novo aprimoramento em que oferecemos parte do desconto na hora para o cliente cadastrado e outra parte para você gastar no mês seguinte”. O plano de expansão projetado em 2013 esbarrava no desafio de encontrar bons pontos de venda nas principais capitais brasileiras. Foi nesse sentido que o cenário adverso da economia contribuiu. “Onde é que vamos arrumar campo se todos estão procurando os bons pontos comerciais? Tudo estava caro e não disponível. E a crise abriu uma oportunidade sem precedentes para que a gente conseguisse implantar as lojas. Que em tempos normais a gente não ia conseguir”. Além disso, a guinada em prol da nacionalização da marca Petz passou por um episódio importante nos últimos anos. Ao chegar no Rio de Janeiro, a loja ainda se denominava Pet Center Marginal. “A gente já tinha expandido para Brasília. Mas no Rio a loja não ia bem, a gente fez uma pesquisa e o consumidor lia petz center marginal, como petz center bandido. Imaginava um cachorro com uma venda nos olhos, uma arma em punho, pronto para assaltá -lo. Naquele momento vi que a marca não poderia continuar sendo essa para ter uma nacionalização”.

brasileiras. Este avanço vem ocorrendo ano a ano numa espécie de humanização do pet. “A humanização do pet é bastante crescente e faz um contrapeso a questão da renda”, diz Zimerman. Ele considera que em um primeiro momento, por exemplo, cães e gatos ficavam da porta para a fora. Houve uma segunda fase até 2010, em que os pets ficavam dentro de casa. “A partir dos últimos anos ele foi para cima da cama”. “O setor é mais resiliente à crise, mas não é imune. O fato de não sofrer como tantos outros não significa que não sofra nada, porque a renda está contraída”, comentou o proprietário. Um dos principais problemas enfrentados pela Petz e outras empresas do setor é o fato de que há um impasse com relação a licença dos produtos com a presença da informalidade em uma série de objetos utilizados para dar conforto aos animais de estimação. Quanto às rações a situação é diferente. Além de haver um número baixo de produtos não legalizados, os clientes tendem a ampliar a compra de alimentos de melhor qualidade e mais caros, por um motivo lógico. Quanto melhor o produto, maior a longevidade. Ou seja, mesmo com a retração econômica, a tendência é o avanço dos tipos premium de ração, pois eles contribuem para a saúde dos animais de estimação. “O esclarecimento do consumidor mostra que rações de melhor qualidade aumentam a qualidade e a longevidade da vida do pet. E quem quer dar uma ração para o seu pet para viver menos ou viver pior?”. Enquanto amplia a quantidade de lojas pelo país, Zimerman foca em oferecer serviços multiuso. Uma loja completa possui cerca de 20 mil itens para as compras, a empresa começou a apostar também na área de Garden, e já realizava ações como banho e tosa, além do atendimento veterinário. Por sinal, este é um dos outros nichos que devem avançar nos próximos anos, na avaliação do empresário. “O brasileiro no geral faz muito pouco o preventivo. Quando aparece um problema, aí leva no veterinário, ainda tem espaço para conscientizar as pessoas de fazer um trabalho de prevenção”, comenta, citando que a ideia é ampliar pontos que também ofereçam a internação. É por conta disso que as apostas de Zimerman não param. Ele seguirá investindo, assim como o carinho entre o dono e o animal deve avançar ainda mais no país. “É totalmente correlato. Se ele cada vez mais faz parte da família, é natural que os cuidados com a saúde cresça na mesma proporção que o afeto”.

Setor resiliente

O setor de pets fatura R$ 19 bilhões por ano no mundo, com uma estimativa de avançar de 6% a 7% neste ano. Da mesma forma, o mercado de produtos para os animais de estimação segue em um bom momento no Brasil, mesmo com a retração em diversos setores da economia. A avaliação é de que o segmento foi mais resistente pelo fato dos pets estarem cada vez mais integrados junto às famílias | 45 |


imprensa

Sérgio de Azevedo Redó

Advogado, Jornalista, Administrador de Empresas, Professor e Escritor Presidente da Associação Paulista de Imprensa

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QUE PAÍS ESTAMOS CONSTRUINDO COM ESSA LIBERDADE DE IMPRENSA? que não cumprem com suas promessas de Vivemos e assistimos um momento hiscampanha e após assumirem seus mandatos, tórico em nosso país, com a retirada do popreocupam-se em alimentar de favores e beder de dois Presidentes da República eleitos nesses seus apaniguados, se esquecendo do democraticamente, dentro das regras constipovo nas filas dos hospitais, as precárias contucionais, que perderam seus legítimos mandições que se encontra a educação em todo datos sem que houvesse nenhuma ruptura o território nacional, na absoluta insegurança institucional ou anormalidade governamental. com o medo vivido diariamente pela socieO Brasil segue a sua trajetória como nação dade, os mais de sessenta mil assassinatos desenvolvida e com pleno funcionamento anuais ocorridos em face dos latrocínios, redos poderes constituídos. beliões, confrontos entre policiais e bandidos, É um exemplar passaporte de acesso aos vivendo um clima de guerra civil disfarçada, grandes fatos históricos que servem de modealém da má administração pública na segulo às democracias vividas nas maiores potênrança que ainda coloca a culpa na pobreza cias mundiais (EUA, França e Inglaterra), para que vivem as comunidades sociais nas pecitar os exemplos mais perenes. riferias das grandes capiA nossa imprensa, tais. tem publicado diariaSe a pobreza fosse simente matérias extreÉ imprescindível nônimo de insegurança, mamente negativas, equilibrar os a Índia seria o país mais sem contar, os escândalos diários de corrup- noticiários com uma inseguro do mundo. É incontrolável o apeção e a má gestão com agenda positiva, tite dos nossos colegas os gastos públicos, que abarrotam os telejornais assunto é o que não jornalistas em denunciar e condenar sem dar o no Brasil a fora. falta,... legítimo e constitucional É imprescindível direito do contraditório ao equilibrar os noticiários acusado. Quem tem o dever de processar é o com uma agenda positiva, assunto é o que poder judiciário que por meio do devido pronão falta, não esqueçamos: somos a oitava cesso legal, com a presunção da inocência e maior economia do mundo. o direito ao contraditório irá analisar profundaAssistimos atônitos, uma das melhores mente os fatos e condenar ou absolver o acuemissoras de televisão do país, promover uma sado, fora isso, é exceção, ditadura disfarçada campanha de ataques diários ao governo, de de governo bolivariano. forma a enfraquecer a credibilidade do povo O Brasil que todos desejamos é uma soaos seus governantes e as instituições, por ciedade livre e empreendedora, cuidando de meio de informações com fontes de baixístodas as atividades sociais com objetivo de gesima credibilidade, o que nos preocupa por rar trabalho digno para todos, implantarmos tratar-se de um dos mais fortes grupo de coo imposto único com uma boa estratégia da municação do mundo. nossa economia, vez que, possuímos a maior Longe deste articulista, assistindo todos os rede bancária altamente vascularizada, tudo métodos que estão sendo utilizados há mais em busca de constituirmos uma sociedade de três décadas, pelos vários governantes em em harmonia, com qualidade de vida e paz todo o nosso País, querer defender nossos desocial. sastrosos gestores da administração pública, com pontuais exceções. VAMOS JUNTOS PLANTAR Onde desejamos chegar com esse famiESTA SEMENTE ! gerado sistema de governantes desonestos,


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mulheres inspiradoras

Geovana Quadros

Se inspirando em quem faz a diferença em nosso país: Nadir Moreno e Sonia Hess Geovana Quadros Consultora em internacionalização de negócios

Como enxerga o cenário atual brasileiro como oportunidade e o que tem feito diferente? Desta maneira a empresa consegue De longe até parece frágil, de baixa esse subsegmentar, trazendo soluções muitatura e muito vaidosa. A primeira executito mais próximas da real necessidade do va a ocupar a presidência da UPS no Brasil, cliente de forma mais inteligente. Nadir Moreno, comanda mais de 3 mil funNadir nos mostra uma visão estratégica cionários da empresa que, globalmente, é de adaptação ao novo cenário, trabalhana maior de entregas expressas e líder em do com planejamento para que o impacto serviços para a cadeia de suprimentos. seja menor para seus clientes e todos enSendo também profissional do comérvolvidos na cadeia. cio internacional, entendo que a situação Sonia Hess, que foi presidente da Dupolítico econômica do Brasil atingiu todos dalina e uma das mulheres mais influentes os setores, como a movimentação do coem nosso país segundo a Forbes, também mércio exterior. tem uma visão clara do momento atual e “Mesmo passando por várias situações sempre me inspira muito em suas palavras. desafiadoras ao longo dos meus 25 anos Recentemente nós duas participamos, de UPS, o cenário atual brasileiro é um dos juntamente com Luiza Helena Trajano, mais impactantes em minha carreira, o Chieko Aoki, Viviane que me faz parar para Senna e outras lídepensar fora da caixa, res multissetoriais, de redesenhando e otiNadir moreno um encontro que famizando estratégias, comanda lava justamente sobre tendo sempre a visão a UPS no Brasil e isso, um Brasil melhor macro do negócio.” para todos. É neste momenSonia Hess preside “Vimos o depoito que Nadir enxera dudalina mento da Viviane ga oportunidade em Senna sobre o cenário entregar um serviço crítico da educação mais customizado e em nosso país. A Luiza Helena também qualificado para seus clientes dos diferenexpressou sua opinião em relação aos nostes nichos. sos políticos – Que eles mesmos usassem A indústria manufatureira continua seno SUS e que seus filhos pudessem estudar do o principal target da companhia, porém em escolas públicas. Será que assim o ceas indústrias que tem se mantido e mostranário não modificaria um pouco?” do tração em meio à crise, também estão Sonia acredita no protagonismo, em recebendo investimentos, que é o caso da discussões abertas com todos, na construindústria de Healthcare, Automotiva e de ção de um diálogo que conecte e acabe Tecnologia. com a polarização. Na união da população A UPS está expandindo suas operações e dos vários grupos que hoje fazem a difepróprias em locais mais estratégicos, como rença em nosso país. o interior de São Paulo, que hoje represen“Nós mulheres somos 50% da poputa parte significativa do PIB. lação e mãe dos demais 50%. Temos que “Temos investido bastante em Market fazer acontecer, sermos apartidárias, mas Intelligence para entender cada vez mais também sermos o maior partido político do o mercado, os concorrentes, os clientes e Brasil” suas necessidades.”


NADIR MORENO

Após dois anos na UPS, Nadir foi promovida à coordenadora de importação e Exportação, em 1994. No ano seguinte, foi transferida para o departamento F&A, responsável pelas áreas de Compras, Contas a Pagar, a Receber, Tesouraria, Manutenção, Departamento de Pessoal e Jurídico. Em 1999, foi convidada a participar de um curso de liderança no México, voltado a supervisores, o Supervisor Leadership School. Em seu retorno Nadir foi novamente promovida ao cargo de Supervisora do RH e Departamento Jurídico. Já em 2001 foi a Atlanta – GA, convidada desta vez a participar de um curso para gerentes, o Manager Leadership School. Ao voltar para o Brasil, assumiu então a posição de Gerente de RH e Jurídico e, em 2005, Nadir ganhou experiência adicional ao aceitar uma atividade especial no escritório regional em Miami. A tarefa era de ajudar a desenvolver projetos corporativos e fornecer apoio internacional aos países de toda a América Latina. Em dezembro de 2005, tornou-se responsável pela região Mercosul (Brasil, Argentina e Chile), responsável por planejar, desenvolver e controlar todos os processos de Recursos Humanos e atividades jurídicas da empresa. No RH ela gerenciava o planejamento de gestão de pessoas (Workforce), comunicações, compensações e benefícios, relações com funcionários, saúde e segurança e ações comunitárias. Além disso, era responsável em preparar todo o plano estratégico das duas áreas e a revisão de orçamentos. Em maio de 2007, Nadir Moreno assumiu o posto de presidente da UPS no Brasil, e com o seu papel ativo no universo de mulheres executivas, foi reconhecida no mesmo ano, pelo jornal Gazeta Mercantil, com o Prêmio As Mulheres mais Influentes do Brasil. Nadir ganhou o prêmio na categoria de infraestrutura, transporte e logística. Ela também concorreu a três importantes prêmios em 2008 e 2009: Personalidade Empresarial do Ano, concedido pelo LIDE (Dória Associados); e o Prêmio Cláudia, em agosto de 2008, concedido pela Revista Cláudia. Atuante no setor e no mundo corporativo, Nadir é presidente da ABRAEC - Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas; e vice-presidente do LIDEM - Grupo de Mulheres Líderes Empresariais -, cuja missão é a de promover e ampliar a inserção da mulher nas lideranças privadas e públicas da sociedade brasileira.

Ela diz que não se trata apenas de reforma política, mas de como se faz políticos em nosso país, na melhor utilização dos nossos recursos, em cargos políticos por competência. Sonia tem expressado sua opinião por onde passa e enxerga que a grande maioria da população almeja esta mudança e que este, mais do que nunca, é o momento da mudança acontecer. A empresária nos dá o exemplo em seu trabalho para sociedade, instrui centenas de empresários que estão querendo fazer a diferença. É conselheira da Endevor, FDC e do Instituto Milenium, também mentora da Winning Women da EY. Acredita e luta por um país melhor para si, seus netos e bisnetos

SONIA HESS Sônia Regina Hess de Souza é catarinense e a sexta filha de uma família de 16 irmãos. Estudou administração de empresas e especializou-se em confecção. Iniciou sua vida profissional muito cedo, nos negócios de família. Na Dudalina, empresa fundada pelos seus pais empreendedores – Rodolfo (Duda) e Adelina - especializada em moda masculina e feminina, trabalhou durante 35 anos, sendo 12 como presidente (de 2003 a 2015). Atualmente é Vice-Presidente do grupo Mulheres do Brasil, mentora do programa Winning Women Brasil, da EY; mentora e conselheira da Endeavor; jurada do prêmio Cartier Women´s Initiative; presidente do Lide Mulher; mentora do programa IBGC para mulheres em conselho; conselheira do Instituto Ayrton Senna; membro do Conselho Curador da Fundação Dom Cabral; conselheira do grupo Sequóia, da PETZ e da Warburg Pincus do Brasil.

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direito

raimundo taraskevicius SAlles

NOVA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA Professor e advogado

CLT tem mais de cem pontos alterados e entra em vigor dia 11 de novembro de 2017 trabalhista que possa ficar submetido. Os empresários esperaram com muita Qual empresário que não passou por expectativa a chamada reforma trabalhisuma situação, na qual um funcionário dista promulgada em julho deste ano. Ela altribuía uma ação com valor estimado e terou muitos pontos da Consolidação das o reclamado não sabia se esta condenaLeis de Trabalho. ção poderia extrapolar o limite inicial do O texto da lei 13.497/2017 apresentou pedido, porque tudo ficava na máxima “a em alguns pontos nova redação, introduapurar”. ção, revogação de artigos, parágrafos e Outro aspecto que gerava revolta no incisos, na mais profunda reforma da CLT empresário era o aspecto de que o acesso desde sua criação. à justiça trabalhista, de forma gratuita poÉ certo que de todas as mudanças a deria gerar uma certa irresponsabilidade que terá maior repercussão na relação no ato de distribuir ações temerárias, ende entre empregador e empregado será tretanto, estas pelo simples fato de ter no a aplicação de uma nova prática onde irã polo passivo este empresário trazia despeprevalecer o chamados acordos coletivos sas com advogados para a formulação da individuais de trabalho sobre a legislação sua defesa. trabalhista até o limite dos direitos garanO pior era que, caso não fosse protidos no artigo 7º da Constituição Federal. cedente a ação do Desta forma, fica empregado, este assegurado sem o “A judicialização não pagava absomenor risco de altelutamente nada de ração quanto a sua das relações custas e honorários aplicação a protesociais e política advocatícios. ção contra a demisAgora, nesta são injustificada; o em geral é modificação da 13º salario; a remuum fenônemo CLT restou previsto neração adicional relativamente novo” a condenação de mínima de 50% em funcionários em hohoras extraordinánorários de sucumrias; FGTS; e outras bências. garantias consolidadas na Constituição Perceba que a alteração foi substanFederal. cial. Assim caso um empregado não conPor outro lado, as mudanças que irão siga realizar a prova que está alegando, vigorar a partir de novembro terão impacserá condenado ao pagamento de custas to direto na forma de atuação dos advoe honorários de sucumbência. gados trabalhistas, bem como em relação Outro aspecto importante desta nova as ações interpostas pelo reclamante delegislação informa que não será considenominadas de temerárias. rada revelia, admitindo assim a contestaVamos relacionar algumas mudanças ção da ação trabalhista e os documentos que entendo serem importantes e que apresentados com a presença do advogamerecem destaque, entre as quais, a obrido na audiência, o que poderá dispensar gação do reclamante sempre através de os empresários de um dos maiores aborseu advogado constituído já no pedido recimentos de uma ação trabalhista, ou inicial fazer constar o valor exato do peseja, o seu comparecimento à audiência, dido, isto sem dúvida nenhuma irá trazer dispensando inclusive gerente ou preposao empresário uma previsibilidade em reto na referida fase do julgamento. lação ao pedido e eventual condenação

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CORRUPÇÃO INTANGÍVEL | 54 |


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“Quanto custa a corrupção? Se falam em alguns valores, mas a corrupção é intangível”, a afirmação do promotor Roberto Livianu evidencia o tamanho do problema que o Brasil enfrenta, mas que, ao menos, está cada vez mais na consciência da população. Doutor em direito pela USP e presidente do Instituto Não Aceito a Corrupção, Livianu avalia que houve avanços nos últimos anos para coibir atos de improbidade e, ao mesmo tempo, um longo caminho a percorrer. “O custo é incalculável”, prossegue. “Não é possível saber quantos são os casos de estupro, pois nem todas as mulheres denunciam. Assim como os roubos nem sempre são informados, o que dificulta uma política de segurança. Da mesma forma é a corrupção. A gente sabe apenas dos casos que são apontados”, completa, em entrevista à Brotherhood Report. Apesar dessas advertências, o promotor vê mudanças importantes no pensamento de parte da sociedade quanto ao tema e sinaliza como divisor de águas processos como o do mensalão, pelo peso simbólico de mostrar que ninguém está acima da justiça. Com uma maior atenção da imprensa para os casos, também houve um crescimento de brasileiros que acompanham o tema, o que pode trazer maturidade para os próximos anos. “A mídia está mostrando muito esse tipo de problema e tem sido importante para que as pessoas não vejam a corrupção como algo natural e aceitável”, explica. Além disso, o trabalho conjunto do Ministério Público,

Presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, o promotor Roberto Livianu fala sobre a mudança na percepção do brasileiro sobre a corrupção, defende o fim do foro privilegiado, aponta dificuldades no avanço da legislação e a importância do voto em 2018 que será decisivo por Ramy Moscovic | Fotos: divulgação

Polícia Federal e Receita Federal tem sido fundamental na descoberta e solução de casos complexos. “As instituições têm tido um papel importante, tem mostrado um trabalho extenso, de promover a responsabilização de pessoas que estão em fatias importantes do poder. Esse movimento tem como marco o processo do mensalão, quando gente que tinha certeza de que não seria alcançada pela lei foi julgada”. A época em que Ayres Brito e Joaquim Barbosa foram presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) é considerada por ele um divisor de águas e na sequência a Operação Lava Jato cumpre uma sequência para coibir ainda mais os atos de políticos poderosos. Mas ainda há dificuldades no avanço de medidas efetivas, principalmente no sentido de alterar a legislação. Apesar de 3 milhões de assinaturas conseguidas pelo projeto das chamadas 10 medidas de combate a corrupção, o texto foi alterado. “Em 29 de novembro destroçaram o projeto de madrugada, depois da população chorar o luto da queda do avião do time da Chapecoense”, relembra. “Para acabar com a impunidade precisam ser feitos ajustes na lei. Um ponto fundamental é resolver a questão do foro privilegiado. Tem que tirar e dar tratamento justo e isonômico. O STF é o Guardião da Constituição e não cumpre seu papel por conta do excesso dessas ações. O foro é uma indústria da impunidade”. Enquanto esse tipo de medida

O foro é uma indústria da impunidade | 55 |


politica

BLOCO

Na página do Instituto Não Aceito a Corrupção está o Bloco (Blog contra a Corrupção). São cerca de 40 colaboradores que atuam para disseminar o conhecimento sobre o tema. Entre os participantes estão o ex-ministro Ayres Brito, o juiz Sérgio Moro, o filósofo Luiz Felipe Pondé, o cientista político Roberto Romano, entre outros. O Bloco pode ser acessado em www.naoaceitoacorrupcao.org.br

passa longe dos debates em Brasília, deputados e senadores têm discutido a chamada reforma política, que, na verdade, tem tratado sobretudo de como financiar os grupos políticos que disputarão a eleição do próximo ano. “Querem pegar R$ 4 bilhões num país com problemas graves em educação, saúde, saneamento, e investir em partido político. Partidos que dão legenda para ficha sujas disputarem a eleição”. SOCIEDADE Uma das situações preocupantes é a tentativa de minimizar os atos de corrupção. Livianu cita o discurso de que “a sociedade é corrupta”, o qual deve ser ouvido com cautela. Casos do cotidiano como alteração de documentos ou a instalação de TV a cabo irregular, são irregularidades, mas não corrupção. “Os que abusam de poder dizem isso para minimizar os casos de corrupção, disseminam essa ideia. Tem que tomar cuidado que há essas intenções ocultas de diminuir o peso da corrupção”. Mas qual o papel da sociedade? Exemplos recentes mostram que apenas a conscientização e protestos têm tido voz em Brasília, para impedir algumas medidas retrógradas. Além disso, Livianu considera que o cidadão precisa se informar cada vez mais do que acontece, criar valores éticos e, por fim, levar a sério o instrumento da eleição. “A pessoa deve denunciar para as instituições casos veja irregularidades e ter extrema consciência no exercício do voto”, frisa. “Muita gente vende o voto e

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Roberto Livianu, promotor de justiça de São Paulo e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção

os efeitos são devastadores. Ninguém pode vender o futuro do país”, sinaliza. Por fim, ele enfatiza que a receita para a transformação e melhora na sociedade está na educação. “É preciso escolher gente que de verdade aposte na grande transformação que é a educação. A educação emancipa e permite o verdadeiro controle. Gera consciência e promove justiça”.

ESTUDO

Mais de 6.806 casos julgados Entre as ações do Instituto Não Aceito a Corrupção está uma radiografia sobre os casos de improbidade administrativa no Brasil. O objetivo foi quantificar as ações realizadas nos últimos 20 anos e com os dados, colaborar no planejamento de novas ações. O levantamento com base no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontou 11.607 condenações definitivas, sem direito a recurso, em 6.806 processos judiciais de 1995 a 2016. Houve, em média, 903 condenações desse tipo por ano no Brasil. As ações também resultaram em pagamentos de multas e ressarcimento ao poder público. Foram R$ 3,208 bilhões se somadas as principais punições aplicadas: R$ 1,525 bilhão de ressarcimento, R$ 1,557 bilhão em multas e R$ 126,7 milhões em bens confiscados. Entre o total de 11.607 condenações definitivas no período, 93,3% (10.829 casos) são de pessoas físicas e 6,7% (778 casos) de pessoas jurídicas. A maioria das pessoas físicas condenadas são funcionários públicos – 76,7% (8.308 casos). O tempo médio das ações foi seis anos e um mês. As pessoas jurídicas foram condenadas definitivamente, em média, depois de 6 anos e 8 meses de processo. Para pessoas físicas, a média foi de 6 anos e 1 mês.


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iVES GANDRA DA SILVA MARTINS

Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIP, UNIFIEO, UNIFMU, do CIEE/O ESTADO DE SÃO PAULO, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME, Superior de Guerra ESG e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região.

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A ditadura dos burocratas ­ para não patinar mais, país precisa acabar com privilégios 31,0 e o Brasil 32,6, sem contar as penaliA máquina estatal brasileira é gigandades, que, nas execuções fiscais, “refies” tesca. Uma federação é sempre mais e parcelamentos variados, elevam-na cononerosa para os cidadãos que o Estado sideravelmente, por força das multas acoUnitário, por necessitar, na autonomia dos pladas aos tributos, no país. É interessante entes federados, uma escala intermediáque, na faixa entre os 32,42 do Brasil e os ria de poder, que são os Estados, Provín36,1 da Alemanha (diferencial de 3,68%), cias, Cantões ou unidades semelhantes. encontram-se países como Reino Unido O custo maior da federação deveria ser (33,26) e Espanha (33,2), todos eles com compensado por uma maior eficiência serviços públicos incomensuravelmente administrativa. melhores que os do Brasil. No Brasil, este custo é consideravelEm comparação, por outro lado, com mente superior ao da maioria das Federapaíses da América Latina, o Brasil vence ções, pois os Municípios, desde 1988, são a Argentina (32,2), a entidades federatiColômbia (20,3), o vas, com plena autoChile (19,8), o Ménomia administrativa, O Brasil, para xico (19,1), o Peru política e financeira. crescer, precisa de (18,0) nada obstante Infelizmente, a eficio gasto das empresas ência pretendida –o seis reformas para brasileiras para pagar princípio da eficiênque a adiposidade os tributos seja, em cia é um dos cinco média, de 2.600 horas princípios fundamenda Federação anuais de trabalho; a tais da Administração encolha segunda colocada Pública plasmados no mundo, em horas no artigo 37 da Lei Sutrabalhadas, é a Bolíprema— não existe, via (1.080), nenhum grande país estando na esclerosada, amorfa e aparelhada máentre os 10 primeiros colocados. quina administrativa da maior parte das Quando Roberto Campos dizia que o entidades federativas, inclusive na União país não corria o risco de melhorar, apeFederal, onde a autonomia financeira do nas diagnosticava que gerar empregos Poder Judiciário, Legislativo e Ministério produtivos e úteis para a comunidade não Público, ao lado da adiposidade daquela é a especialidade de burocratas e políticos do Executivo, tornam a carga tributária - pelo menos no Século XXI, em que os brasileira insuficiente, apesar de elevagovernos dos últimos 13 anos atolaram o díssima, para pagar o custo burocrático e país na mediocridade administrativa, na político do Brasil. corrupção burocrática, na incompetência Com efeito, segundo a carga tributária política, na ineficiência empresarial, emmedida pela OCDE em 2014, Chile ostenbarcando em projetos ideológicos fracastava 19,8% do PIB, Coréia 24,6, Estados sados desde o início do Século XX, e faUnidos 26,0, Suiça 26,8, Canadá 30,8, Israel


dos aposentados de segunda classe, os zendo as opções erradas, que fulminaram “não governamentais”, mensalmente é de o prestígio que o Brasil, a duras penas, 1.900 reais e dos enquistados nos 3 Podeadquirira, nos fins do Século XX. E o pior é res, de 15.800 reais!!! O próprio carro cheque, apesar de os governos de Lula e Dilfe da propaganda ideológica dos governos ma terem afundado a economia nacional, anteriores, o programa bolsa família, foi gerando novamente inflação de dois dígitransformado em sistema de aposentadotos, provocando o sucateamento do parria precoce, pois quem recebe o benefício que industrial, a perda de competitividade não procura emprego para não perdê-lo, internacional e o aumento do desemprepassando a ser mais um estímulo a ociogo - algo que só agora, no Governo Temer, sidade do que um verdadeiro e provisório começa a ser recuperado -, além de ter auxílio a necessitadado total apoio aos didos. tadores Chávez, Maduro O Brasil, para e irmãos Castro, imploA carga tributária crescer, precisa dindo o prestígio do Itano Brasil é elevada, de seis reformas maraty, que fora sempre (trabalhista, já em elevado, a nível mundial, porque a carga parte feita, previcontinuam seus áulicos burocrática e denciária, tributáde costas para a realiria, administrativa, dade, afirmando que política é enorme, Judiciário e querem voltar ao poder. pagando o brasileiro do Política) para que Para isto combatem tocom seus tributos a adiposidade da das as reformas necesFederação encosárias para que o país lha, a burocracia saia da crise, das quais diminua, os privilégios sejam reduzidos, a previdenciária é a mais relevante, pois permitindo que a sociedade possa desencapaz de gerar, só neste ano, um déficit volver-se. Enquanto todos desejarem ser programado de 270 bilhões de reais, em burocratas ou políticos, para alcançar prisua grande parte por força dos privilégios vilégios que o comum dos cidadãos não de burocratas e políticos dos 3 Poderes. tem, o Brasil continuará patinando. Basta dizer que a média de proventos

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jornalismo

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UMA HISTÓRIA DE AMOR COM A IMPRENSA DESDE 1933

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No final de 1933, realizava-se em São Paulo importante congresso de Imprensa. O conclave detalhadamente elaborado durante meses teve brilhante repercussão e como consequência nascia a Associação Paulista de Imprensa. O primeiro presidente eleito da API foi o Jornalista Alberto Siqueira Reis, liderando uma diretoria composta por nomes como Sud Mennucci, Assis Chateaubriand, Galeão Coutinho, Ruy Nogueira Martins, Pedro de Souza, Julio Cosi, Thiers Ferraz Lopes, Hernani Coelho e Julio Francfort, Manuel Carlos

No final de 1933, realizavase em São Paulo importante Congresso de Imprensa. O conclave detalhadamente elaborado durante meses teve brilhante repercussão e como consequência nascia a Associação Paulista de Imprensa por Ramy Moscovic | Fotos: divulgação

Figueiredo Ferras, Candido Mota Filho, Horácio de Andrade e Pedro Ferraz do Amaral entre outros. A primeira sede da entidade situava-se em duas salas grandes, contiguas num prédio da Rua Xavier de Toledo, onde tomou posse e se instalou a diretoria. Começavam a partir de então as grandes batalhas lideradas pelas sucessivas diretorias da entidade. Em novembro de 1936 o jornalista Spencer Vampré ao visitar a sede da Associação e constatar o trabalho ali desenvolvido grafou: “Se o jornal é o livro cotidiano do povo,

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jornalismo

cada redação é uma pequena universidade, e esta Associação Paulista de Imprensa é uma forja viva da Nação, que aqui se edifica dia a dia.” Essa máxima foi aplicada pela administração da entidade presidida pelos jornalista Honório de Silos (1935 à 1938) que iniciando sua luta por benefícios para os jornalistas paulistas instituiu o programa de Casa Própria por meio da Carteira Predial, Seguro de Vida, Assistência Médica com desconto para os associados, inscrição dos associados na Caixa de Previdência Social (hoje INSS). Em 7 de abril de 1935 os associados da API fundaram o então Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo que, por mais de 20 anos, funcionou abrigado na sede da Casa do Jornalista de São Paulo. Os associados e dirigentes do sindicato eram em sua esmagadora maioria oriundos dos quadros associativos da Associação Paulista de Imprensa.

Lisboa do “Diário Popular”, tendo como vice -presidente Eduardo Pelegrini 1º. Secretario Pedro Cunha um dos fundadores da “Folha da Manhã” em cuja redação trabalhava. Enquanto a API seguia sua trajetória vitoriosa, o mundo foi sacudido pela eclosão da 2ª. guerra mundial, quando as tropas de Hitler, numa investida de surpresa, invadiram a Bélgica, Holanda e a Polônia sem a menor resistência. No campo nacional encontrava-se em pleno vigor a linha dura do Estado Novo, totalitário, estabelecido a partir de 1937. A API se contrapunha como entidade dos jornalistas ao DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) e aos DEIPS (Departamentos Estaduais de Imprensa e Propaganda), organismos ligados diretamente ao gabinete. A Imprensa da época, Jornais, Revistas e Rádios, viviam sob o regime da mais severa censura. O único jornal que tentou protestar contra tal estado de coisas foi “O Estado

A Imprensa da época, Jornais, Revistas e Rádios, viviam sob o regime da mais severa censura API - A CASA DO JORNALISTA Em fins de abril de 1938 num pleito muito animado e concorrido, conforme noticiava a imprensa da época, verificou-se a vitória da chapa encabeçada pelo conhecido jornalista , advogado, heraldista, poeta e escritor Guilherme de Almeida, membro da Academia Paulista e Brasileira de Letras e redator do “ O Estado de São Paulo”. Já na época, radialistas, jornalistas, propagandistas (hoje publicitários) trabalhavam junto na API e as Rádios Cruzeiro do Sul e Tupi , semanalmente transmitiam programas e sessões da API com aparelhagem instalada na então sede da entidade situada à Rua XV de Novembro no centro de São Paulo. Enquanto isso a Radio Difusora – antiga PRF-3 – em comemoração ao 5º. Ano da entidade passou a transmitir um programa radiofônico semanal de uma hora para discutir as necessidades dos jornalistas de São Paulo. Em fins de 1939 realizava-se nova eleição saindo vencedora a chapa presidida pelo jornalista José Maria

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de São Paulo”, principalmente por que o jornalista Julio de Mesquita Filho, seu diretor, e seu cunhado Armando Salles de Oliveira (ex-governador, preso e exilado pelas forças de Getulio) eram os mais autênticos representantes das forças democráticas. O resultado foi que o grande matutino foi invadido por forças militares que o ocuparam por ordem do então governador Adhemar de Barros. Naquela ocasião, a API presidida por José Maria Lisboa, já havia conseguido junto ao governo do estado a doação do imóvel situado então na Rua Livre (hoje Álvares Machado), onde existiam duas casas pequenas que foram demolidas, permitindo que ali pudesse ser mais tarde levantado o edifício de 11 andares – sede própria da API – “A Casa do Jornalista”. De forma heróica, defendendo a posição de São Paulo e do Brasil, a API promoveu enorme revolução nos meios sociais e da imprensa da época, em combater a ditadura Vargas.


Ícones da comunicação brasileira que foram dirigentes da api Menoti Del Pichia Assis Chateaubriand

Monteiro Lobato

Freitas Nobre

Hermes Lima

José Maria Lisboa

Guilherme de Almeida

Goulart de Andrade Casper Líbero Cassiano Ricardo

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turismo

Um mergulho na

NovaZelândia | 64 |


por Ramy Moscovic | Fotos: divulgação

roteiro para conhecer cidades cinematográficas e belezas naturais pode ser feito em apenas dez dias em uma rota que mistura história, mistica e um paraíso em um dos mais impactantes pontos turísticos do mundo

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P turismo

Para gravar a nova temporada de seu programa de viagem, Didi Wagner e sua equipe fizeram uma viagem pelas ilhas Norte e Sul da Nova Zelândia, visitando locais como Auckland, Waikato, Rotorua, Wellington, Christchurch e Queenstown. “O povo neozelandês é muito simpático e acolhedor, e como o turismo é uma das mais importantes economias do país, eles recebem muito bem os visitantes. As paisagens são muito variadas e de uma beleza indescritível”, disse. Do bungy jumping a uma imersão na cultura Maori, passando por atividades geotermais, ela conferiu as melhores experiências que o país tem para oferecer. Inspirado nessa experiência, a traveltrade.newzealand.com criou um top 10 das melhores atividades de seu roteiro. O itinerário Auckland – Queenstown, de 10 dias, inclui todo tipo de atração, levando os visitantes do topo da Ilha Norte até a região de the Southern Lakes. Ele leva os visitantes a todos os destinos relevantes da Terra Média, mas em um ritmo tranquilo. Com tanto para ver, a última coisa de que se quer é ter pressa durante as férias. Começando em Auckland, o itinerário inclui a casa de Bilbo em Hobbiton, assim como as misteriosas piscinas de lama de Rotorua, onde os viajantes se sentirão como na terra de Tolkien. Os visitantes chegarão a Wellington no quarto dia de viagem, onde terão a chance de visitar os estúdios cinematográficos do diretor da trilogia O Hobbit, Sir Peter Jackson, onde tudo ganhou vida. É possível atravessar o Estreito de Cook de balsa e chegarão à Ilha Sul, onde, depois de passar um tempo curtindo o sol de Nelson, seguirão para Que-

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enstown. Além de ser a capital mundial da aventura, Queenstown e Southern Lakes abrigam muitos dos cenários das trilogias O Senhor dos Anéis e O Hobbit. Para que seus clientes possam descansar depois do voo, recomendamos estadia de uma ou duas noites na cidade de chegada, antes de alugar um carro. Dirigir em um novo país pode ser complicado, especialmente se o motorista estiver cansado. Os condutores devem estar sempre descansados, fazer pausar regulares durante a jornada e dirigir apenas por uma ou duas horas seguidas. A Nova Zelândia tem normas de trânsito e condições de direção particu-

As paisagens são muito variadas e de uma beleza indescritível lares, às quais os visitantes podem não estar acostumados. Para que a viagem seja segura e agradável, certifique-se que seus clientes saibam onde encontrar informações sobre as normas de trânsito antes de iniciarem sua jornada. A Nova Zelândia tem normas de trânsito e condições de direção particulares, às quais os visitantes podem não estar acostumados. Para que a viagem seja segura e agradável, certifique-se que seus clientes saibam onde encontrar informações sobre as normas de trânsito antes de iniciarem sua jornada.


1º Dia

Cercada por dois portos animados, a vibrante e multicultural Auckland é a maior cidade e o principal centro comercial do país. Com 1,5 milhão de habitantes, oferece hospedagem de nível internacional, culinária e vinhos extraordinários, além de ótimas opções de compras e atrações.

2º dia: Auckland Hobbiton - Rotorua

Na bela zona rural de Waikato, a região leiteira mais produtiva da Nova Zelândia, há um pedaço de terra que ficou mundialmente famoso em razão de algo com que os proprietários haviam se acostumado há gerações. A fazenda da família Alexander, situada na região montanhosa nos arredores da cidade de Matamata, foi avistada pelo diretor da Trilogia O Hobbit, Sir Peter Jackson, e pelo estúdio cinematográfico New Line Cinema, em 1998, durante uma busca aérea de locações para a Trilogia O Senhor dos Anéis. Antigos pinheiros (especialmente um deles, renomeado posteriormente de Party Tree - "Árvore da Festa"), localizados em frente a um lago pitoresco rodeado de paisagens intocadas pela bagunça do século 20, eram muito parecidos com O Condado descrito pelo autor J. R. R. Tolkien. A área então se tornou o famoso cenário de Hobbiton, sendo reconstruída em 2011 para a Trilogia O Hobbit e se tornando atração turística permanente.

3º Dia: Rotorua

A cidade de Rotorua é cercada por uma paisagem fascinante constituída de atividade geotérmica, lagos de água doce e mata nativa majestosa. Terra da tribo Te Arawa, a região é imersa na lenda maori. Rotorua é o lugar ideal para quem quer curtir piscinas de lama e fumarolas incríveis, relaxar em piscinas naturais aquecidas ou pescar truta.

"Nunca esquecerei a sensação de ver Hobbiton pela primeira vez… É tanta história e nostalgia." - Elijah Wood (Frodo) A apenas 45 minutos de viagem de Hamilton, o set de filmagem HobbitonTM, das trilogias O Senhor dos Anéis e O Hobbit pode ser visitado em uma fascinante visita guiada de duas horas. As colinas verdejantes do set de filmagem proporcionam vistas espetaculares das Kaimai Ranges. O local ainda funciona como fazenda de ovelha e gado e existe a possibilidade de afagar e dar mamadeira aos cordeiros de estimação. Os visitantes podem almoçar no The Green Dragon antes de seguir para Rotorua. A viagem de Matamata a Rotorua leva 45 minutos. | 67 |


turismo

4º dia: Rotorua - Wellington Há duas formas de ir de Rotorua a Wellington: por terra e por ar. A viagem de carro leva aproximadamente 6 horas, e o voo direto, 1 hora e 10 minutos. “Sei que falo em nome de um grupo de hobbits, anões, elfos e orcs quando digo que esta cidade tem um lugar especial em nosso coração. Não dá para imaginar uma maneira mais perfeita de lançar O Hobbit para o mundo do que celebrando com uma grande festa aqui em Wellington, onde a jornada começou."- Sir Peter Jackson. Em novembro de 2012, os holofotes se voltaram para a capital cinematográfica mais bacana do mundo, Wellington, em razão da première mundial de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. O diretor da trilogia O Hobbit, Sir Peter Jackson, trouxe Hollywood para a Nova Zelândia, criando seu império cinematográfico na Miramar Peninsula, na cidade, composto pelo Stone St Studios (estúdio cinematográfico), Park Road Post (instalações para pós-produção) e Weta Workshop/ Digital (efeitos especiais e maquiagem). Embora em Wellington o foco será conhecer os estúdios de produção, efeitos digitais e magia criativa por trás da trilogia O Hobbit, a cidade e seu entorno também proporcionam muitas outras experiências memoráveis aos visitantes, como sua costa recortada habitada por vida selvagem nativa, além de cafés de sucesso, restaurantes, e uma cena diversificada de arte e cultura.

5º dia: Wellignton

Excursões são a melhor forma de desvendar os segredos de filmagem em Wellington. A Wellington Rover Tours e A Flat Earth Tours organizam visitas aos lugares onde foram feitas as primeiras filmagens da trilogia O Senhor dos Anéis. As paradas incluem Hutt River (Anduin) e Harcourt Park (Isengard), Kaitoke Regional Park (Rivendell/Valfenda), Minas Tirith e Helms Deep (Abismo de Helm), em uma pedreira antiga fechada para os visitantes em geral. Seus clientes também verão a cidade de Wellington do topo do Mount Victoria, e poderão percorrer o mesmo caminho em que os hobbits correram em direção à balsa e na famosa cena “Saiam da estrada”.

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6º Dia: Wellington Marlborough - Nelson Saindo de Wellington, os visitantes atravessarão o Estreito de Cook em um cruzeiro impressionante de 3,5 horas até Picton. Então, seguirão de carro até Nelson, em uma viagem de 2 horas. “Não posso acreditar que os moradores de Nelson acordam todos os dias neste paraíso maravilhoso."- Sir Ian McKellen (Gandalf). A região de Nelson Tasman abriga algumas das locações mais extraordinárias da Trilogia O Hobbit, sendo conhecida pelo clima ensolarado, as aventuras ao ar livre, sua fascinante comunidade de artistas e artesãos e seus vinhos e gastronomia de qualidade. Muitos dos adereços utilizados na trilogia épica O Senhor dos Anéis foram produzidos na região de Nelson, e diversos dos designers responsáveis pelo figurino e cenografia do Weta Workshop vieram dessa região.


7º Dia: Nelson

Nelson é o lugar mais ensolarado da Nova Zelândia, com mais de 2.500 horas de sol por ano. A cidade é famosa por suas lindas praias e seus vinhos e cervejas artesanais de qualidade, produtos do clima ensolarado. Vale passar dois dias curtindo esse paraíso.

8º Dia: Nelson Queenstown

Tenho a sensação de conhecer Queenstown muito bem… Já estive em outros lugares pelo mundo com o mesmo espírito, mas nenhum deles com um cenário tão lindo." - Sir Ian McKellen (Gandalf). Será necessário pegar um voo doméstico para ir de Nelson a Queenstown. Queenstown é a principal estância alpina e à beira de um lago do Hemisfério Sul, adequada a todas as estações. Cercada de montanhas majestosas e situada à beira do cristalino Lake Wakatipu, a cidade é uma das mecas do cinema. Filmes, programas de televisão e centenas de comerciais importantes são gravados nesta região todos os anos.

9º Dia: Queenstown

Além de paisagens espetaculares, Queenstown oferece praticamente todo tipo de aventura leve e extrema que há, e também impressiona os visitantes com acomodações de luxo e culinária e vinhos de primeira. São mais de 150 restaurantes e 177 vinícolas. "Eu já estive em Paradise antes, quando gravamos algumas cenas de A Sociedade do Anel, principalmente em 1999: a floresta Lórien, a morte de Boromir… O melhor do meu trabalho é poder conhecer lugares tão lindos como este." - Blog de Produção 6 do diretor Sir Peter Jackson. Os viajantes literalmente visitarão o paraíso [a cidade Paradise], onde a Trilogia O Senhor dos Anéis foi filmada.

10º Dia Hora de voltar!

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online

Recuperação

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Um ano após ter sofrido a primeira retração, setor de vendas online salta 7,5% no primeiro semestre e apresenta boas perspectivas

E

por Ramy Moscovic | Fotos: divulgação

Em 2016, o setor de vendas virtuais viveu um dos seus piores momentos. Com a crise econômica talvez em seu ápice no País, as compras pela internet sofreram uma retração de 1,8%, pela primeira vez na história. No entanto, os seis primeiros meses de 2017 apontam para uma guinada e um cenário que mostra que a crise pode ter ficado para trás. No primeiro semestre deste ano, empresas que trabalham com o chamado e-commerce faturaram R$ 21 bilhões, uma alta nominal de 7,5% sobre o mesmo período do ano passado, que fi-

cou em 19,6 bi. Os números são do relatório Webshoppers 36, divulgado recentemente pela Ebit, empresa referência em informações sobre o comércio eletrônico brasileiro. As perspectivas daqui para frente também seguem boas, o que estimula ainda mais esse tipo de mercado. Com as três grandes datas do calendário do varejo – Dia das Crianças, Natal e, principalmente, Black Friday – a expectativa é de uma alta de 12% a 15%, o que pode fechar uma alta anual acima de 10%.

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online

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“Além da recuperação do crescimento, o e-commerce ultrapassou pela primeira vez a barreira de 50 milhões de pedidos”, afirma Pedro Guasti, CEO da Ebit. O número de compras representou um aumento de 3,9%, enquanto o valor médio saltou de R$ 403 para R$ 418. O fato das vendas online terem se tornado uma realidade para um número cada vez maior de consumidores, também favoreceu ao momento otimista do setor. Ao todo, são 25,5 milhões de econsumidores ativos, uma alta expressiva 10,3%. Por outro lado, o crescimento veio aliado a alguns fatores que também foram causados pelo momento econômico. De acordo com o Webshoppers 36, uma das principais causas para o aumento dos pedidos foi a queda dos preços dos produtos comercializados online. Houve deflação de 5,38% nos últimos 12 meses encerrados em junho de 2017, segundo o índice FIPE Buscapé. “Em condições favoráveis de mercado, o comportamento do índice é deflacionário, principalmente devido a sua composição e suas características”, ressalta Pedro.

Esse movimento deve-se à aproximação do valor do tíquete médio de compras via dispositivos móveis, que registrou aumento de 14,9% no período, se comparado ao mercado como um todo”, aponta André Dias, COO da Ebit. Os celulares representam 22,3% do faturamento dos negócios online, seguido dos eletrodomésticos. Moda e acessórios representam um volume bem menor em valor (6,4% das compras), mas foi o segmento que mais avançou no primeiro semestre com 14% mais vendas, seguido de produtos de saúde, cosméticos e perfumaria com 12% mais negócios firmados. Outra constatação do estudo da Ebit é que houve redução na oferta de frete grátis. Dados do relatório Webshoppers 36 apontam que, para o mercado em geral, houve uma redução de 42% para 38% no 2º trimestre deste ano se comparado com o mesmo período de 2016. “O mercado definitivamente tem procurado manter o frete gratuito apenas para algumas categorias mais específicas de mercado ou quando o consumidor não tem urgência para receber o produto”, conclui Dias.

Smartphones Entre os produtos que são procurados virtualmente, um dos que tiveram um grande avanço foram os smartphones. A expansão em valores registrada no primeiro semestre de 2017 foi de 35,9% – nove vezes maior do que o volume de pedidos do mercado. “O que mais impressiona é o crescimento de 56,2% de volume financeiro.

e-commerce ultrapassou barreira dos 50 milhões de pedidos


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direito

Nelson willians

Política Judicializada ou Judicialização da Política Advogado e sócioproprietário da NWADV

Com o aumento da judicialização No PAÍS, CORRE-SE O RISCO DE SE PASSAR DA CONTA ção, o princípio da inafastabilidade da juSerei um pouco didático nesta coluna risdição. Porém, há restrições. Poderia ou e falarei sobre um tema que já me tem não o Poder Judiciário, no vácuo legislatisido recorrente em outras ocasiões. vo, fazer as vezes de Poder Legislativo e A excessiva judicialização de temas produzir direito novo. que deveriam ser tratados apenas nas A resposta de acordo com a Constituiesferas políticas. Nossa República é regição Federal é não. O Judiciário é uma esda por três poderes - pelo menos constipécie se legislador negativo e não positivo. tucionalmente - vale frisar, sendo Poder Não cria normas. Restringe-as sempre de Executivo, Legislativo e Judiciário. Vamos acordo com a Constituição. nos ater em dois poderes neste momento: Criar normas é papel de outro poder: Legislativo e Judiciário. O Legislativo. Porém, temos visto com Cabe ao Poder Judiciário ou Poder Jufrequência o Congresso Nacional sendo dicial que é constituído por ministros, desubstituído pelo Poder Judiciário. Exemplo sembargadores, promotores de justiça e claro foi criado uma nova hipótese de perjuízes a obrigação de julgar ações ou situmissão do aborto (o aborto eugênico) que ações que não se enquadram com as leis seria acrescentada às duas outras hipótecriadas pelo Poder Legislativo e aprovadas ses elididoras da punibilidade constantes pelo Poder Executivo, ou com as regras do Código Penal, a da Constituição do saber: o aborto senpaís. “A judicialização timental (estupro) e Já o Poder Leo aborto terapêutico gislativo é o poder das relações (risco de vida da do Estado ao qual, sociais e política gestante). segundo o princípio Na esfera penal, da separação dos em geral é a prisão com depoderes, é atribuída um fenônemo cisão em segunda a função legislativa relativamente novo” instância e antes do ou de criar leis e trânsito em julgado. normas. São podeSem entrar no res independentes e mérito se é moralmente aceitável ou não harmônicos entre si sendo todos regidos o importante é dizer que isso não cabe ao por uma Constituição Federal. judiciário pela Constituição. Se abriremos Com o aumento da Judicialização no “exceções” à Carta Magna já estaremos Brasil corre-se o risco de se passar da conem terreno extremamente perigoso. ta. Quando escrevi no passado, até que Houve um aumento na expectativa de fui, em termos, favorável sobre o judiciário atuação do Poder Judiciário, em virtude exercendo protagonismo na política e em da crescente demanda pela garantia do outras esferas. direito. Assim, o intérprete, nossos exceA judicialização das relações sociais lentíssimos juízes e juízas, passaram a dar e política em geral é um fenômeno reum grande valor aos princípios que intelativamente novo, que, há cerca de dez gram a nossa constituição. anos, explodiu no mundo e no Brasil. NesEssa mudança na interpretação do dita nova era do direito, o homem comum reito tornou nosso Poder Judiciário mais descobriu que, independe de qualquer forte, exemplar, e, mais uma vez, protagoque seja a intermediação, pode recorrer nista deste momento histórico que o nosao Poder Judiciário. so país vive atualmente. Afinal, é o que rege a nossa constitui-

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A ideia é, ao contrário, que a democracia constitui um “requisito” da expansão do poder judicial

O Poder Judiciário soube acompanhar as mudanças que se fizeram necessárias para garantir o direito do cidadão comum. Essa atitude revelou uma constituição mais aberta e atual. O judiciário é o grande protagonista das adversidades e a nossa maior esperança para a solução dos problemas que a sociedade está enfrentando. Esse novo “ativismo judicial”, isto é, uma nova disposição de tribunais judiciais no sentido de expandir o escopo das questões sobre as quais devem opinar formando juízos, tendo em vista que cabe ao Poder Judiciário balizar o convívio ante à aplicação da nossa Carta Magna. Cabe ao judiciário fornecer esses parâmetros que a Constituição garante a todos. O Professor Ives Gandra já bem se posicionou sobre o tema: “O que me parece extremamente perigoso, num país presidencialista, em que há nítida separação de poderes, é admitir que possa o Poder Judiciário substituir o Poder Legislativo, eleito pelo povo, produzindo as normas que o Congresso Nacional não tiver produzido”. Aqueles que por ventura arrisquem dizer que o judiciário age na lacuna ou na falta de iniciativa legislativa não esqueçam que a “falta de iniciativa” para legislar devidos temas faz parte do jogo democrático. Determinados assuntos podem ainda não estarem “maduros” para serem legislados e até essa suposta “omissão” é legítima. Ainda, segundo o professor: “Pareceme extremamente arriscado admitir que um poder não eleito pelo povo e que é, fundamentalmente, um poder técnico, possa fazer as vezes do poder político, que, bem ou mal, passa pelo teste eleitoral e que é escolhido pela sociedade”. Logo, essa possibilidade é manifestamente inconstitucional conclui. Na nossa legislação pátria já existe o caminho para

que o Poder Judiciário inste o Poder Legislativo a suprir a falta de lei, a saber, a “ação direta de inconstitucionalidade por omissão”. “Sempre que o Poder Legislativo deixar de cumprir sua função, não produzindo legislação infraconstitucional que a norma maior exigiria, pode, a sociedade, por meio de entidades públicas ou privadas elencadas no artigo 103 da lei suprema, pedir a declaração desta omissão ao Poder Judiciário.” A judicialização da política é, portanto, um fenômeno observado de comportamento institucional. Já foi dito por algum doutrinador que, do ponto de vista do processo político como um todo, a judicialização da política contribui para o surgimento de um padrão de interação entre os Poderes, que não é necessariamente deletério da democracia. A ideia é, ao contrário, que a democracia constitui um “requisito” da expansão do poder judicial. Nesse sentido, a transformação da jurisdição constitucional em parte integrante do processo de formulação de políticas públicas deve ser vista como um desdobramento das democracias contemporâneas. A judicialização da política ocorre porque os tribunais são chamados a se pronunciar onde o funcionamento do Legislativo e do Executivo se mostra falho, insuficiente ou insatisfatório. Sob tais condições, ocorre uma certa aproximação entre Direito e Política e, em vários casos, torna-se mais difícil distinguir entre um “direito” e um “interesse político” (Castro, 1994), sendo possível se caracterizar o desenvolvimento de uma “política de direito.” (Tate, 1995) O risco porém é perderem a mão.

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bem-estar

Rogério tuma

Estresse: inimigo mortal do sono Neurologista especializado em neuro-oncologia

Neurologista do Hospital Sírio Libanês, Rogério Tuma, acende uma luz no fim do túnel na guerra contra a insônia sensação de incômodo, podendo afetar Ter a consciência tranquila é o melhor também os braços e a pessoa precisa ficar remédio para dormir bem. Esta é uma opise mexendo para aliviar a dor. Outro fator nião unânime. Mas, infelizmente, nós convié a apneia obstrutiva do sono e o ronco, vemos com um dos principais vilões para a que afetam muito a qualidade e aproveitasaúde, o estresse, inimigo mortal do sono. mento do descanso. O neurologista do Hospital Sírio Libanês, Melhorar a qualidade da próxima noiRogério Tuma, explica que “somos bomte, tirar mais do que um cochilo durante o bardeados por notícias negativas, nossa dia e por mais de 40 minutos é prejudicial. reação é instintiva e o cérebro não ignora a É importante fazer uma avaliação do sono; ameaça, gerando a única resposta que tealém do check-up médico, existe um examos para sobrevivência, que é a descarga me chamado polissonografia que avalia de adrenalina e, com isso, temos mais difio sono e se existe alguma patologia que culdade em pegar no sono”. Pena que ainda possa prejudicá-lo, orienta Tuma. não existe um botão que desliga o cérebro. É possível avaliar o padrão vigília/sono Então, o que nos resta é não fazer atividades por meio de sensores posicionados pela suque estimulem o corpo em excesso. Está perfície do corpo, ou seja, não é um exame na listinha negra, usar celular, assistir TV e invasivo. Consiste no mexer no computaregistro simultâneo de dor na hora de dormir, variáveis eletrofisioalém de termos que lógicas, como a atividispensar o cafezinho “Você sabe dade elétrica cerebral e refrigerante, após que dorme bem (eletro-encefalograàs 16h. Para quem ma), movimento dos quer ter uma boa noiquando acorda olhos (eletrooculograte de sono, também descansado” ma), atividade dos é preciso dar adeus músculos (eletromioàs guloseimas, fritugrama), frequência carras e evitar exercícios díaca, fluxo e esforço pesados. Mas, calma respiratório, oxigenação do sangue (oximeleitor, o Doutor Tuma acende uma tria), ronco e posição corpórea. O paciente luz no fim do túnel. “A estratégia papassa a noite no local onde é realizada a anára combater a insônia é fazer uma higienilise, sendo monitorado todo o tempo. zação do sono, que significa identificar o (s) problema (s) que prejudica (m) o sono na Pesquisa entrevista médica e afastá-lo (s). Outro trataRolar de um lado para o outro da cama mento importante é criar este ritual do sono. e, apesar do cansaço, ver o tempo passar Fora isso, existem os medicamentos, prescrisem conseguir pregar o olho? Se você se vê ção baseada na necessidade e sensibilidade nessa situação com frequência, pode esde cada indivíduo. Se você acorda com a tar entre os 10% da população adulta que sensação de que dormiu pouco, não importa sofre de insônia. Um estudo divulgado, em as horas que dormiu, você dormiu mal”. 2016, pela revista New Scientist afirma que a causa pode ser conexões falhas no céreAlém do estresse bro. Você pode testar o seu sono no site do As doenças sintomáticas em geral Instituto do Sono (www.sono.org.br/sono/ também atrapalham o sono. Existe a síntesteseusono.php). drome das pernas inquietas, que é uma

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wish

A beleza

dos detalhes

Peças clássicas para quem deseja impressionar ou com carinha mais modernosa, para os que querem fugir do tradicional. Não importa a ocasião ou o motivo, a beleza de um presente estará sempre na delicadeza de quem o oferta!

Da redação | Fotos: divulgação

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BOTTEGA VENETA

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MACALLAN

HELENA BORDON Óculos

Uísque escocês da região da Escócia de Speyside, 40 years old.

Preço sob consulta

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LOUIS VITTON

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RALPH LAUREN

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Conjunto de poker “sutton”

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ARTEFACTO

Sofá Flex - sofá cama com mecanismo elétrico bivolt. O mecanismo é acionado através de botões sensíveis ao toque na lateral esquerda do sofá.

Preço Sugerido: R$ 29.266,00

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bem-estar

Chef José Maria Meira

A fome do mercado de luxo AAA Chef José Maria Meira Buffet Alfaiate Gourmet

Ao invés de “eu tenho” surge o “eu fiz, eu vivi, eu provei, eu amei e eu indico”.

acreditam que, em 2025, Brasil, Rússia, A fundação italiana da indústria de China e Índia representarão 52% do merbens de luxo (Fondazione Altagamma) cado de luxo no mundo, segundo matéria publicou um estudo sobre o crescimento do programa Mundo S/A, exibido no canal do mercado de luxo em que, evidencia o Globo News. aumento exponencial da fome do merNo segmento gastronômico, cada vez cado AAA e as mudanças de comportamais o nosso cliente seja ele coorporativo mento dos consumidores que passaram ou social traz a necessidade de propora investir em experiencias mais pessoais cionar uma experiência de luxo aos seus como os casos da gastronomia, vinhos e convidados. viagens. O foco hoje não está somente no proCom base nesse comportamento enduto em si, mas em tendo que as patentoda experiência que tes de luxo devem ele pode proporcioabordar estratégias São Paulo é a nar. No meu dia a dia inovadoras se quisemaior responsável tenho a oportunidade rem ser bem-sucedipelo consumo do de aprender briefing das nessa nova onda, a briefing, sonho a mas, sem abandonar mercado de luxo sonho, pois seja em totalmente as caracno brasil, cerca uma reunião com um terísticas que formaCEO experiente de alram sua identidade de 60% guma marca famosa no mercado de luxo. ou mesmo uma noiva As marcas devem ansiosa, ambos querem a mesma coisa: ajustar seu foco em experiências únicas e proporcionar o BEM-ESTAR DE LUXO. pessoais costurando assim sob medida as abordagens que fidelizam esse mercado A fome do mercado de luxo AAA tão exigente. Ao invés de “eu tenho” surge o “eu fiz, eu Bem sabemos que o brasileiro tamvivi, eu provei, eu amei e eu indico”. bém gosta de compra. Pelo bom gosto Depois de toda essa oratória não posapurado e por buscarem extrema qualidaso deixar de trazer um lado muito imporde pesquisando muito bem as empresas tante desta mesma moeda, assim como que entregam esse serviço, os consumitodo momento de ajuste financeiro que dores de luxo compram fielmente essas não apenas o País está passando, mas o marcas, pois sabem que terão boas exmundo, aprendemos diariamente que periências e lembranças; trazendo para o com a substituição de produtos apalpámeu segmento, a empresa (buffet) que se veis por experiências de bem-estar, as adequar a essa nova expectativa com cermargens de lucratividade também pasteza estará na contramão da crise. sam por uma metamorfose. O que posso A cidade de São Paulo é a maior resdizer para finalizar esse nosso bate papo ponsável pelo consumo do mercado de é, o mercado de luxo continua com fome, luxo no Brasil, cerca de 60%, seguida do porém, em uma DIETA FITNESS. Rio de Janeiro, com 25%. Especialistas




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