2023
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UNASPRESS
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UNIVERSIDAD ADVENTISTA DE CHILE
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2ª edição
Tiragem: 10.000 2023
Coordenação Editorial e Revisão: Adriana Teixeira
Revisão por pares: Adolfo Suarez, Carlos Olivares, Eduardo Franco e Sergio Celis
Projeto Gráfico e Diagramação: A. B.
Direção de Arte: Marcos Santos / Beulah Design
Design da Capa: Renan Martin
Impressão: Casa Publicadora Brasileira
IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil
Dados Internacionais de Catalogacão na Publicacão (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Santos, Silvano Barbosa dos Em missão: Fundamentos, história e oportunidades / Silvano Barbosa dos Santos. –2. ed. – Engenheiro Coelho, SP: UNASPRESS; Universidad Adventista de Chile, 2023.
Bibliografia.
ISBN 978-65-5405-055-5
1. Bíblia – Ensinamentos. 2. Evangelização. 3. Fé (Cristianismo). 4. Ministério Cristão. 5. Missionários
6. Missões cristãs – História. 7. Teologia cristã. I. Título.
23-149691
Índices para catálogo sistemático:
1. Missão cristã: Cristianismo 266
Os textos bíblicos deste livro são da versão Almeida Revista e Atualizada, salvo outra indicação.
CDD: 266
www.emmissao.com.br juntos@emmissão.com.br
SUMÁRIO PREFÁCIO 5 PARTE I – FUNDAMENTOS 7 1 A Universalidade da Missão 9 2 A Soberania de Deus na Missão 21 3 A Separação do Povo de Deus em Missão 29 4 Presença Ativa Como Método Para a Missão 49 5 O Envio na Missão 61 6 Diversidade, Trabalho em Equipe e Parceria na Missão 69 PARTE II – HISTÓRIA 85 7 Os Celtas 87 8 Os Valdenses 109 9 Os Morávios 135 10 As Sociedades Missionárias 157 11 Os Adventistas do Sétimo Dia 177 PARTE III – OPORTUNIDADES 201 12 Sul Global: Uma Vocação Para o Envio 203 13 Organizações Missionárias: o Meio Para o Envio 223 14 O Desafio Restante: Um Apelo Para o Envio 241 Índice Temático 255
PREFÁCIO
Foi com grande alegria que soube da publicação de EM MISSÃO: FUNDAMENTOS, HISTÓRIA E OPORTUNIDADES. Seis anos atrás, em outubro de 2017, quando Silvano Barbosa estava terminando de escrever a sua dissertação doutoral, eu disse a ele que o material era bom demais para ser colocado em uma prateleira e ficar acumulando poeira. Precisava estar nas mãos do público, ser lido, estudado e seus princípios colocados em prática. Portanto, sou grato à Universidade Adventista de São Paulo e a Universidade Adventista do Chile por publicarem este livro, que tem o potencial de mudar para sempre a maneira como a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia se relaciona com os povos não alcançados e as áreas não evangelizadas do mundo. E espero também que, em um futuro muito próximo, o livro esteja disponível em espanhol.
Por muito tempo, o Sul Global do adventismo tem sido um gigante adormecido quanto ao envolvimento na Missão Adventista do Sétimo Dia. Embora seja verdade que o movimento missionário a partir da América do Sul esteja experimentando um crescimento consistente e várias famílias já tenham sido enviadas a áreas distantes e desafiadoras do mundo, a Divisão Sul-Americana ainda pode ser considerada um recurso amplamente inexplorado e que poderia ter um enorme impacto sobre o que os adventistas fazem em missão.
Não há dúvidas de que muitos adventistas sul-americanos estão interessados e dispostos a ir como missionários; no entanto, muitas vezes eles se frustram por não haver um mecanismo local que ofereça um caminho acessível para ajudá-los a realizar o seu sonho de ser um missionário estrangeiro. Há também possibilidades ilimitadas para a Igreja Adventista na América do Sul se engajar em missões em lugares distantes. O que tem faltado são estruturas organizacionais que promovam, recrutem, treinem, financiem, enviem e cuidem dos missionários. Eu acredito que esse livro tem o potencial de fornecer subsídios para esse trabalho intencional.
Enquanto você, leitor, estuda esta obra, encorajo-o a prestar atenção especial à seção histórica. Deus usou grupos dedicados de pessoas no passado para expandir as fronteiras da fé cristã. Entenda bem os
princípios que permitiram que a dedicação deles fizesse a diferença na vida das pessoas.
Aguardo ansiosamente o dia em que os missionários da Divisão Sul-Americana sejam contados aos milhares, quando esses missionários aprenderem a língua falada pelos muçulmanos, budistas, hindus e povos tribais, e quando se tornarem especialistas em estratégias missionárias para alcançar os povos não alcançados, os pós-cristãos e os grandes centros urbanos desse mundo.
Bruce L. Bauer
Professor Emérito de Missão Mundial
Andrews University
Berrien Springs, Michigan, USA
6 EM MISSÃO
PARTE I FUNDAMENTOS
A UNIVERSALIDADE DA MISSÃO
ODeus da Bíblia é um Deus missionário. A Bíblia inteira é um documento missionário, pois apresenta a revelação dos propósitos e das ações de Deus em missão1. O Antigo e o Novo Testamentos estão inter-relacionados e evidenciam a atividade redentora de Deus buscando reconciliar o mundo consigo mesmo, primeiro por meio de Israel, depois em Cristo.
É possível perceber Deus em missão desde as primeiras páginas da Bíblia. Nos capítulos de 1 a 3 de Gênesis encontramos um esboço da missão divina, a qual será desenvolvida no restante das Escrituras.2 Esses capítulos, que podem ser vistos como uma declaração de missão, apresentam uma verdade central que passou a ser enfatizada em círculos missiológicos apenas a partir dos anos 1950 –a missio Dei, “a missão de Deus”.3 Também revelam que a missão do Deus triúno é anterior a qualquer uma das missões cristãs dos últimos dois mil anos. É preciso entender, então, que existe apenas uma missão: a missão de Deus. Os seres humanos são chamados a participar dessa missão divina.4
A missão de Deus é global em escopo e universal em audiência. Vários eruditos sugerem que a base para a compreensão da universalidade da missão é encontrada em Gênesis 1 a 11. Esses capítulos narram a história primitiva da humanidade e mostram que, desde o princípio, o propósito de Deus de salvar sempre esteve vinculado a todas as pessoas. Os eventos
1
relacionados à criação, entrada do pecado, julgamento e dispersão têm implicações universais. De igual modo, a oferta divina de salvação é dirigida a todas as famílias da Terra que escolherem crer.
A universalidade da missão em Gênesis 1 a 11: a expansão do pecado e a expansão da graça
Gênesis 1 a 11 descreve duas progressões opostas: primeiro, a criação de Deus, caracterizada por ordem, significado e propósito, e segundo, o efeito desintegrador do pecado. Depois da queda do ser humano, a expansão do pecado continuou levando a humanidade à alienação total de Deus. Os primeiros sinais da nova condição à qual os seres humanos estariam sujeitos permanentemente foram vistos quando o primeiro casal perdeu a luz que os revestia. Adão e Eva começaram a experimentar culpa, vergonha e medo. Essas três reações emocionais se tornaram os três elementos básicos de cosmovisões em diferentes culturas ao redor do mundo. Algumas culturas manifestam uma emoção mais do que outras ao lidar com o conceito de pecado. Nos países ocidentais do mundo, o termo está mais ligado à culpa. Na Ásia, ao sentimento de vergonha e, no continente africano, ao medo. Contudo, a associação às três emoções está presente em todas as culturas. 5
Dentro de pouco tempo, as consequências devastadoras do pecado ficaram cada vez mais evidentes. Começando com Adão acusando a própria esposa, a corrupção humana continuou a se desenvolver, encontrando expressão em ações que incluíram assassinato (Caim), matança banal (Lameque) e luxúria (casamentos entre os descendentes de Sete e os de Caim). A condição degradante dessa civilização ímpia foi ampliada nas gerações seguintes, transbordando em corrupção total antes do dilúvio e, finalmente, levando toda a humanidade à dispersão completa em Babel.
A resposta de Deus ao declínio crescente tornou-se cada vez mais rigorosa, mas sempre temperada com misericórdia. Antes da apresentação de qualquer julgamento, o tema da libertação é sempre introduzido.6 À medida que a Terra era sobrecarregada por uma catástrofe após a outra, Deus continuava manifestando a Sua graça. Esse fato é
10 EM MISSÃO