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Palavra do
Começar um novo ano é sempre uma possibilidade de dar graças a Deus pelo que vivemos e, sobretudo, almejar novos horizontes com esperança e alegria. A vida é constante movimento e renovação, queiramos ou não. Ela exige que nós estejamos sempre numa dinâmica de superação do “eu” pelo “nós”. A Vida Religiosa Consagrada, particularmente, vê nesta dinâmica um dos seus grandes pilares, pois ela parte do encontro com uma Pessoa e nos convida a ser anunciadores, multiplicadores da Boa-Nova de Jesus.
Foi este o convite do Cardeal Dom João Braz de Aviz em sua Carta pelo XXVI Dia Mundial da Vida Consagrada, que celebramos em 2 de fevereiro:
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“Quanto entusiasmo no início das nossas histórias vocacionais, quanto encanto ao descobrir que o Senhor também me chama a realizar este sonho de bem para a humanidade! Reavivemos e cuidemos de nossa pertença porque, o sabemos muito bem, com o tempo corre o risco de perder força, sobretudo quando substituímos a atratividade do nós pela força do eu.”
Partindo da compreensão da vida de cada ser humano como um grande dom, a Igreja no Brasil, neste Ano Vocacional, nos recorda algo muito belo: que cada um de nós é um “promotor vocacional”, de maneira que cada ação da nossa vida pode contribuir para despertar no outro aquilo que há de mais nobre e sublime, ajudando-o a encontrar o sentido da sua existência. Tal perspectiva nos fará compreender a vocação como graça e missão, tendo corações ardentes e pés a caminho, pois, uma vez tendo nos encontrado com o Senhor ressuscitado, nossa vida nunca mais poderá continuar sendo a mesma.
Tal busca de sentido perpassa toda a nossa vida, mas somos convidados a refletir sobre ele sobretudo em alguns momentos mais fortes da nossa existência cristã, como no tempo da Quaresma. Este período é propício para vivermos a prática da esmola, da oração e do jejum, tendo este último uma grande ligação com o tema que somos convidados a refletir na Campanha da Fraternidade deste ano: a fome. Esta não é apenas um “fenômeno social”, mas um verdadeiro escândalo para a humanidade, que contratestemunha o projeto do Criador, o qual deseja a vida em plenitude à humanidade, criada à sua imagem e semelhança.
Que todas estas motivações nos impulsionem a viver a nossa vocação com coragem e alegria, sabendo que nunca estamos sós, pois também a nós é anunciada aquela saudação que mudou radicalmente a vida de Maria: “O Senhor está contigo” (Lc 1,28). Que Nossa Senhora, modelo de consagrada, nos ajude a respondermos ao chamado de Deus à nossa vida.