Informativo Camilianos - Fev/Mar/Abri de 2019

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FORMAÇÃO Conheça melhor o noviciado. Esta etapa significa viver mais plenamente a vocação divina e particularmente a vocação da Ordem Camiliana. Leia mais!

10 Começou a peregrinação da VOCAÇÕES

imagem e da relíquia de São Camilo pelo Brasil. Confira como foi a abertura do Ano Vocacional no Santuário de Aparecida e as datas e locais onde passarão!

13 ESPIRITUALIDADE Você já experimentou a

quietude interior diante dos conflitos enfrentados diariamente? Três relatos mostram que o silêncio e a inércia podem ser atitudes sábias nestas ocasiões.


ED I TO RI A L Expediente

Apresentação

Ano 2 - Número 5 - 2018 Informativo da Província Camiliana Brasileira Provincial Pe. Antonio Mendes Freitas, mi Conselho Provincial Pe. Mário Luís Kozik, mi Pe. Mateus Locatelli, mi Pe. Francisco Gomes da Silva, mi Pe. João Batista Gomes de Lima, mi Produção Agência Arcanjo Redação Taty Feuser Diagramação Giovana Melo Revisão Larissa Graça Eloi Bataglion Jr. Tiragem 500 exemplares Impressão Gráfica Volpato

Nossos contatos

Sede Provincial Av. Pompeia, 888 - Pompeia 05022-000 - São Paulo/SP secretaria@camilianos.org.br www.camilianos.org.br /camilianosbr @camilianosbr

“A criação clama pela conversão dos filhos de Deus” Estamos na Quaresma, tempo de recolhimento e interiorização, e este é o tema central desta edição. Apropriamo-nos das palavras do Papa Francisco em sua mensagem sobre a Quaresma 2019 para apresentá-lo: “A criação clama pela conversão dos filhos de Deus”. Ele afirma, que a aparição do mal no meio dos homens interrompeu a comunhão com Deus, com os outros e com a criação, a ponto de o jardim se transformar num deserto. Por isso, o caminho rumo à Páscoa chama-nos, precisamente, a restaurar a nossa fisionomia e o nosso coração de cristãos, por meio do arrependimento, da conversão e do perdão, para podermos viver toda a riqueza da graça do mistério pascal. A Quaresma nos convida a encarnar, de forma mais intensa e concreta, o mistério pascal da vida na dimensão pessoal, familiar e social, particularmente por meio do jejum, da oração e da esmola, como você lerá nas páginas 8 e 9 desta edição. Depois de 13 anos da primeira edição do Ano Vocacional Camiliano, a Província escolheu 2019 para fazer uma bonita peregrinação pelo Brasil com a imagem e a relíquia de São Camilo. Ao longo do percurso, a proposta é vivenciar momentos de fé e de espiritualidade, bem como, de interiorização dos valores camilianos do cuidado e da promoção da vida. Além disso, o Ano Vocacional é voltado para a juventude, o carisma camiliano, bem como o futuro da Igreja, que depende de jovens que abracem a missão de serem servos do Senhor por inteiro. Os detalhes sobre a peregrinação estão nas páginas 10 e 11. Por falar em vocação, na página 4 abordamos mais uma importante etapa da formação camiliana: o noviciado. Neste contexto vocacional, na página 12 vamos conhecer um pouco da história do noviço José Abilho, saber como aconteceu para ele o despertar para a vida religiosa. Você vai conferir uma reflexão acerca da compassividade na página 13. Três diferentes relatos nos mostram a sabedoria que há em agir sem reagir. Este pode ser o caminho para viver uma vida mais plena. Você irá conhecer ainda, a história da Paróquia São Luiz Gonzaga (Iomerê/SC), da Comunidade São Camilo na Bolívia e como atua a Pastoral da Saúde no Regional Sul 4. Concluindo, trazemos o tema da Campanha da Fraternidade na contracapa: “Fraternidade e Políticas Públicas”. Veja como elas afetam o dia a dia das pessoas e como cada um pode contribuir para torná-las mais eficientes. Desejamos a você uma abençoada leitura!

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NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA Comunicação

Por Agência Arcanjo

Seja um camiliano!

Ano Vocacional Camiliano conta com site exclusivo A ideia de ter um ano inteiro dedicado especialmente à vocação camiliana surgiu para celebrar o carisma, propagá-lo ainda mais e, então, criar maior proximidade com os jovens em período de discernimento de suas vocações. Ainda, o Ano Vocacional deve propiciar o fortalecimento da consagração à vida religiosa camiliana e do profissionalismo como promotores da vida e da saúde. A iniciativa, que partiu da equipe de formação e de animação vocacional, tem por efeito convocar a realização do Ano Vocacional, em todos os âmbitos da Província, entre 2 de fevereiro e 8 de dezembro de 2019. Com o objetivo de promover as iniciativas deste tempo tão importante, a Província Camiliana Brasileira lançou um site exclusivo – sejaumcamiliano.com.br – com todas as informações. No formato “one page”, o site apresenta a agenda com as datas e cidades dos encontros vocacionais, bem como os locais da peregrinação da imagem e da relíquia de São Camilo, que passarão pelas comunidades, hospitais e demais obras camilianas. Além disso, a página traz um breve resumo da vida, alguns pensamentos do fundador e um pouco da história da ordem. É possível, também, conferir os belos momentos de fé vivenciados pelas comunidades que já acolheram a imagem e a relíquia. Confira!

“Esta vida nos foi dada para encher de boas obras nossas malas de viagem”

www.sejaumcamiliano.com.br

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N OT Í C I AS DA PR OV Í NCI A Formação

Pe. Geraldo Bogoni, mi

A etapa do noviciado

Novinter-CRB/SP 2019

O noviciado faz parte do processo de formação para a vida consagrada a Deus, processo que se inicia quando uma pessoa pensa seriamente em abraçá-la, até a sua consumação final no encontro definitivo com o Senhor. Durante todo o tempo a pessoa leva uma forma peculiar de vida que deve estar em contínuo crescimento. Para nos situarmos neste longo caminhar distinguimos etapas que em si não são estanques, contudo, marcam seu desenvolvimento. É com o noviciado que começa a vida religiosa em nossa Ordem, possibilitando que o noviço conheça mais plenamente a vocação divina e particularmente a vocação da nossa Ordem; experimente o seu modo de vida e conforme a própria mente e o próprio coração com o seu espírito. Com isso, irá comprovar a sua intenção e sua idoneidade para esse estilo de vida. O noviciado é um tempo de iniciação integral no gênero de vida que Jesus assumiu e que Ele nos propôs no Evangelho. Isto significa assumir cada vez melhor a mentalidade de Cristo, introduzir-se de modo mais profundo no dom de si mesmo a Deus e no serviço ao próximo, segundo o carisma da Ordem: “reviver o amor misericordioso sempre presente de Cristo para com os enfermos e de testemunhálo ao mundo”. O noviço deverá ir assumindo livremente a identidade camiliana e para isso necessita do apoio de pessoas que o ajudem na progressiva percepção de Jesus Cristo, da Igreja, do homem, da vida religiosa e do carisma próprio da Ordem, com sua espiritualidade e seu serviço específico. Por isso, é nomeado um mestre de noviços, que coordena toda a formação desta etapa. Os instrumentos que ajudam na compreensão da vida consagrada são os diferentes cursos que se ministram ao longo do noviciado, as leituras, o acompanhamento pessoal e a experiência. A experiência fundamental da vida religiosa será sempre a experiência da fé, a experiência de Deus e de Jesus Cristo, que deverá estar sempre no centro da vida. Durante o noviciado, os noviços aprofundam a experiência de Deus por meio da oração pessoal e comunitária, da meditação, do estudo da Sagrada Escritura e pela participação na Liturgia. Participando na vida comunitária, e levando vida semelhante àquela para a qual os noviços se preparam, vão progredindo na sua inserção na Ordem. Eles são os primeiros responsáveis pela própria formação, como o é toda pessoa que inicia um processo de formação inicial ou permanente. Os noviços devem ter a plena disponibilidade para se ocuparem de sua formação. O programa de formação apresenta um caráter unitário, gradual e dinâmico. Entre os meios de iniciação estão: a Palavra, a oração, a vida sacramental, a vida comunitária, a ascese do cotidiano, o trabalho, o estudo pastoral, e as relações com a própria família religiosa e com a Igreja. O processo de amadurecimento do noviço e de sua configuração com Cristo casto, pobre e obediente, com as peculiaridades do carisma de São Camilo deve atingir o ser profundo da pessoa, ou seja, a sua identidade; caso contrário, acaba sendo uma aprendizagem de comportamentos e de estilos de vida num plano superficial, frágil. Em nossa Ordem o período do noviciado tem a duração de um ano, depois do qual, se for considerado idôneo, poderá fazer a profissão temporária dos votos e dar continuidade à sua formação em uma nova etapa.

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NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA Pastoral

Por Pe. André Giombelli, mi

A Pastoral da Saúde no Regional Sul IV

mobilizar a comunidade para que aprenda a cuidar da saúde, mais do que simplesmente buscar alternativas e recursos prontos nos grupos e agentes da Pastoral. Além da oferta de recursos alternativos, importa implantar na comunidade um processo de educação em saúde, com cuidados básicos e simples, focado prioritariamente na mudança de hábitos pouco benéficos a ela. Na última reunião do Conselho Regional de Pastoral da Saúde, que contou com a presença de membros da Coordenação Nacional, foram definidas as seguintes metas: realizar formação para novos agentes da Pastoral da Saúde e formação permanente nas três dimensões; motivar a participação nas conferências e conselhos de saúde; mapear a representação da Pastoral nos conselhos municipais de saúde (titulares e suplentes); dar visibilidade à Pastoral divulgando suas ações; promover parcerias e articulação com entidades públicas e privadas; participar da Pastoral de Conjunto; conscientizar acerca de hábitos alimentares saudáveis; elaborar um manual específico da dimensão solidária. Em Caçador são realizados anualmente quatro encontros em âmbito diocesano: o primeiro para estudo da Campanha da Fraternidade; o segundo para alimentar a espiritualidade (retiro); o terceiro para estudo de um tema específico ligado à saúde; e o quarto a assembleia para avaliação e planejamento. No ano passado foi elaborado e realizado um curso básico de atualização e capacitação inicial em 5 etapas, totalizando dez módulos. Cada módulo corresponde a um tema. Neste ano, o curso será novamente realizado nos mesmos moldes, com o intuito de responder à necessidade de fortalecer e ampliar o trabalho da Pastoral da Saúde.

O Regional Sul IV da CNBB abrange o Estado de Santa Catarina. Ele engloba as dez dioceses catarinenses: Florianópolis, Joinville, Lages, Chapecó, Tubarão, Caçador, Rio do Sul, Joaçaba, Criciúma e Blumenau. A Pastoral da Saúde está presente em todas elas, totalizando mais de 3 mil agentes cadastrados. A estruturação e implantação da Pastoral da Saúde no Regional aconteceu no mesmo período em que se deu a instituição oficial em âmbito nacional no ano de 1986, articulando as diversas frentes de atuação em três áreas: solidária, comunitária e político-institucional. Porém, suas origens remontam ao ano de 1975, quando por iniciativa do bispo de Chapecó, Dom José Gomes, foram dados os primeiros passos em saúde comunitária, no atendimento de comunidades carentes na área rural e na periferia de Chapecó. O objetivo da iniciativa era a formação de agentes para desenvolver ações de saúde, visando a prevenção e a educação, incluindo hortas comunitárias e caseiras, cultivo de plantas medicinais como alternativa, aproveitando os recursos presentes na comunidade. Até hoje, esta tem sido a marca da Pastoral da Saúde, em Santa Catarina. Os 3 mil agentes atuantes nas 10 dioceses tem focado suas atividades na área comunitária, chamada também de 2ª dimensão. Desde 2013, temos acompanhado a Pastoral da Saúde na Diocese de Caçador e a partir de 2017 no Regional Sul IV, procurando fortalecer e ampliar o trabalho existente na dimensão comunitária. Ao mesmo tempo, o desafio é ampliar a atuação nas outras duas dimensões, especialmente a terceira, a político-institucional. Trata-se de retornar às origens, compreendendo-a em toda a sua abrangência. Seu objetivo é

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Paróquias

Por Pe. André Giombelli, mi

Paróquia São Luiz Gonzaga (Iomerê/SC) A Paróquia São Luiz Gonzaga foi criada em 11 de fevereiro de 1935 por decreto de Dom Daniel Hostin, bispo de Lages. Surgiu do encontro de motivações convergentes na vivência da fé cristã: de um lado, o padre camiliano José Garzotti motivado pela busca de vocações à vida religiosa, e de outro os senhores João Rech e Máximo Santini motivados pelo desejo de que sacerdotes tivessem residência fixa em Faxinal Branco (Iomerê/SC). O Pe. Garzotti partiu de São Paulo rumo ao Sul à procura de um local para fundar um seminário. Fez uma pausa em Capinzal/SC. João Rech e Máximo Santini souberam da presença do Pe. Garzotti na região, foram ao seu encontro

e convidaram-no para conhecer Faxinal Branco com a intenção de constituir uma paróquia. O padre aceitou o convite, conheceu e agradou-se do local. Em vista disso, João Rech procurou Dom Daniel levando-lhe ao conhecimento a conversa que teve com o padre camiliano. Pe. Garzotti, também se encontrou com o bispo que concordou com a ideia de criar a nova paróquia, desde que os padres salvatorianos de Perdizes (Videira/ SC) concordassem. Eles concordaram. Dom Daniel, em visita pastoral a Cruzeiro do Sul (Joaçaba/SC) assinou o decreto de criação da nova paróquia, desmembrando-a de Perdizes.

A Paróquia São Luiz Gonzaga hoje Nestes 84 anos, a Paróquia sempre foi atendida pelos religiosos camilianos e contou também com a presença e atuação constante das irmãs marcelinas. Por isso, são fortes e evidentes os traços deste histórico marcado pela presença da vida consagrada. Um deles, é a constituição de grupos de leigos que partilham o carisma da família religiosa. Os padres camilianos e as irmãs marcelinas acompanham e animam leigos que partilham o carisma com compromissos próprios e atividades específicas: a Família Camiliana e os Amigos de Santa Marcelina, respectivamente. A vida consagrada com seus carismas constitui uma das forças vivas da Paróquia. Além destas duas, identificamos também, as 12 comunidades que alcançam cerca de 3 mil pessoas que habitam no território paroquial: a Igreja matriz e 11 capelas. Destas, quatro estão localizadas fora do município de Iomerê: duas estão no interior de Pinheiro Preto, uma no interior de Videira e outra no interior de Ibicaré. Para completar o trio de forças vivas, identificamos ainda as pastorais, os movimentos e as entidades ligadas a Paróquia: Apostolado da Oração, Irmandade do Santíssimo, Animação Bíblico-Catequética (iniciação cristã: batismo, eucaristia e crisma), Grupos de Reflexão, Equipes de Liturgia, Lions Clube, Grupo do Idoso, Clube de Mães, Família Camiliana Leiga, Amigos de Santa Marcelina, Infância e Adolescência Missionária, Coroinhas e acólitos, ECC (Encontro Casais com Cristo), Retiro de Casais Sagrada Família, Grupo de Jovens, Pastoral da Saúde, Pastoral da Esperança, Pastoral Carcerária, Pastoral do Dízimo e Ministros leigos. Estas forças vivas são animadas e coordenadas pelo Conselho Pastoral Paroquial (CPP) que se reúne mensalmente para dar conta de sua missão de articulação de todas as frentes atuantes na Paróquia. Seu foco é evangelizar e seus objetivos são: 1). Promover o diálogo, o entendimento, a integração de pessoas, grupos, pastorais, movimentos, comunidades e entidades que possuem representação. 2). Agregar todas as forças vivas da comunidade em prol da comunhão e participação, formando discípulos missionários amigos de Jesus Cristo. 3). Alimentar com a Palavra e a Eucaristia, renovando a comunidade, buscando uma sociedade justa e solidária, rumo ao Reino definitivo. Estes objetivos procuram responder aos desafios enfrentados pela Igreja e pela Paróquia na atualidade. Tem sido feito um esforço continuado de lançar a luz do Evangelho sobre a realidade em todos os ambientes e espaços que constituem e configuram a Paróquia. Pode-se dizer que houve significativo avanço junto às lideranças e

equipes de coordenação. Porém, há muito que fazer para difundir o Evangelho nas periferias existenciais da Paróquia. A transmissão da fé, em sua integralidade, constitui um desafio de primeira ordem. Ainda é forte a mentalidade de que receber o Batismo, a Eucaristia e a Crisma é o término da caminhada cristã. A recepção dos sacramentos não é cerimônia de formatura. É preciso oportunizar espaços e métodos para que os cristãos renovem continuamente seu encontro com Cristo. A Paróquia São Luiz Gonzaga tem caminhado em estreita sintonia com a Diocese, que elegeu como principal, na última assembleia diocesana, o projeto “Amigos de Jesus”. Ele visa tornar concreta uma Igreja de tamanho humano, sendo um espaço privilegiado de conversão e formação permanente de discípulos missionários. A oportunidade de fazer e refazer a experiência do encontro com Deus certamente trará frutos para os demais desafios da vida comunitária, como por exemplo o dízimo, que carece de uma compreensão e práticas congruentes com a sua fundamentação de fé. Infelizmente, o dízimo é ainda entendido de maneira fragmentada e reducionista, muitas vezes visto apenas como uma mensalidade ou anuidade a ser paga. O desafio é fazer com que se compreenda seu verdadeiro caráter, de expressão da fé em Deus, que nos ama e salva gratuitamente. Esta certeza da presença constante do amor gratuito de Deus impulsiona o caminhar do Povo de Deus que habita na Paróquia São Luiz Gonzaga. A força do Evangelho que nela pulsa há 84 anos continua a trazer o ânimo necessário para enfrentar os desafios e encaminhar os passos futuros.

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Camilianos no mundo

Por Pe. Geraldo Bogoni, mi

Bolívia: Comunidade São Camilo de Santa Cruz de la Sierra A presença camiliana na Bolívia teve origem no convite que o Arcebispo D. Julio Terrazas encaminhou ao Superior Geral Pe. Angelo Brusco, em 1997, solicitando a presença de uma comunidade camiliana em Santa Cruz de la Sierra. O convite foi repassado à Província Camiliana Brasileira que no Capítulo Provincial de 1998 aceitou o desafio de abrir lá uma missão. No dia 7 de abril de 2000, na celebração dos 450 anos do nascimento de São Camilo foram enviados para esta realização, o Pe. Luis Gemelli e Pe. Geraldo Bogoni com a incumbência de dinamizar a Pastoral da Saúde na Arquidiocese, assumir uma pequena Paróquia (a pedido do arcebispo) para ter um status que possibilitasse dialogar com os párocos, e desenvolver a Pastoral Vocacional, para garantir o aumento do número de camilianos para essa missão insipiente. Com grande entusiasmo começaram a trabalhar nesta vinha do Senhor, atendendo a futura Paróquia Espírito Santo, a capelania do Hospital Japonês, do Hospital da Criança e atendendo a solicitação de outros hospitais da cidade. Em 2002 juntou-se aos dois, o Pe. Mateo Bautista Garcia, da Província Espanhola, que já tinha larga experiência na Pastoral da Saúde, na Argentina. Os objetivos traçados foram perseguidos: Pe. Luís foi nomeado pároco da Paróquia Espírito Santo, criada no dia 12 de maio de 2000, o Pe. Geraldo, vigário paroquial e capelão do Hospital Japonês, e o Pe. Mateo, em 2004 foi nomeado delegado episcopal da Pastoral da Saúde da Arquidiocese. A comunidade assumiu também a capelania do Hospital Oncológico, Hospital da Criança e Hospital de Caminhos. O entusiasmo estava presente nas várias frentes pastorais. Com o apoio da comunidade eclesial foram tomadas muitas iniciativas, tanto no aspecto religioso quanto social, dinamizando a melhoria de todo o bairro. Pe. Mateo realizava grande número de cursos, encontros e palestras sobre pastoral da saúde em Santa Cruz e em grande número de cidades do país. Como apoio para suas palestras editou um grande número de livros, com estilo simples e direto, que já havia publicado na Argentina. Foi comprado um terreno e edificada a casa que deveria acolher a comunidade, e a casa de formação inaugurada em 2003. Em 18 de novembro de 2003, o Conselho Geral erigiu a “Comunidade São Camilo” de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, por decreto assinado pelo superior geral Pe. Anthony F. Monks, e o provincial Pe. Velocino Zortea nomeou como superior o Pe. Geraldo Bogoni. Em 3 de setembro de 2003 Pe. Luis Gemelli foi transferido para Brasília, e em 2004 foi dada posse como pároco ao Pe. Geraldo Bogoni na Paróquia Espírito Santo. Em 2006 passou a fazer parte da comunidade e dar início ao curso de medicina o Ir. Marcelo Valentim. Vendo a necessidade pastoral e querendo participar de maneira mais intensa e efetiva da comunidade religiosa e eclesial, solicitou a ordenação sacerdotal, que foi realizada na Catedral de Santa Cruz, no dia 6 de janeiro de 2007, pelo Cardeal Julio Terrazas Sandoval. Depois de seis anos como Delegado episcopal da pastoral da saúde, o Pe. Mateo Bautista pediu demissão do cargo, continuando e dinamizando ainda mais a pastoral da saúde, buscando envolver os poderes municipais, departamentais, os empresários e a política nacional da saúde, conseguindo grandes êxitos, tais como a conclusão do Hospital de Portachuelo, a reforma do Hospital Oncológico e Hospital da Criança, modificando a maneira de ver a saúde nos meios políticos. Em 2011, o Pe. Marcelo Valentim retornou ao Brasil para concluir o curso de medicina, na perspectiva de ser designado para assumir um trabalho na comunidade camiliana em Macapá/AP. Para integrar a comunidade em Santa Cruz foi enviado o recém-ordenado Pe. Ariston Barros Filho, que iniciou seu ministério sacerdotal com grande zelo e entusiasmo. Dois anos depois, ele foi transferido para a comunidade da Lagoa Redonda, em Fortaleza (CE) para trabalhar na formação. A comunidade sofreu uma remodelação profunda com a transferência do Pe. Mateo Bautista, a pedido do Arcebispo de Santa Cruz, para a comunidade camiliana de Buenos Aires (Argentina), depois de 13 anos de intenso trabalho em Santa Cruz (Bolívia), e com a chegada de dois novos religiosos para recompor a comunidade: o Pe. José Wilson Correa da Silva, no dia 18 de dezembro de 2015, e o Ir. Marcelo Miranda no dia 19 de janeiro de 2016. Em março de 2017, Pe. José Wilson foi nomeado pelo Arcebispo de Santa Cruz, delegado episcopal da Pastoral da Saúde da Arquidiocese e mais tarde pároco da Paróquia Espírito Santo. Depois de 17 anos na Bolívia, Pe. Geraldo foi transferido para a Comunidade São Pio X, como mestre de noviços, chegando ali no dia 22 de agosto de 2017. No dia 5 de outubro de 2018 a comunidade camiliana em Santa Cruz de la Sierra foi suprimida. E no dia 15 de dezembro, a Paróquia foi entregue à administração dos religiosos Xaverianos.

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A Quaresma, tempo litúrgico de 40 dias, é um período de peregrinação privilegiada, pois nos prepara para a celebração da Santa Páscoa, a maior e a principal festa da fé cristã. Então, porque a Páscoa cristã tem primordial relevância na nossa fé, grande e esmerada, ela precisa ser a nossa motivação para celebrá-la. Na Quaresma, preparamo-nos com particular empenho espiritual numa peregrinação interior, rumo Àquele que é a fonte da nossa Salvação. Assim como o povo da Antiga Aliança peregrinou pelo deserto até chegar à terra da libertação, também hoje fazemos a nossa peregrinação, banhados pela esperança de chegarmos à festa da Páscoa, festa da vida verdadeira. Nesta peregrinação, o próprio Salvador nos acompanha, pois sem a Sua presença, o deserto das tentações seria por demais insuportável. De forma muito sábia, com a pedagogia da fé, a mãe Igreja apresenta-nos este tempo quaresmal, recordando as várias vezes que o número 40 aparece na Sagrada Escritura: o profeta Elias gastou 40 dias para chegar ao monte de Deus, o Horeb; Jesus passou 40 dias no deserto antes de começar a sua vida pública e ali foi tentado pelo diabo; em particular, como sabemos, destaca-se o longo período de 40 anos que o povo de Deus peregrinou no deserto. Trata-se especialmente de um intenso período de formação e transformação interior. Neste contexto de travessia, formação e transformação, não faltou àquele povo inúmeras tentações de ser infiel à aliança com o Senhor. Sempre que a Sagrada Escritura relata um episódio envolvendo o número 40, ela quer essencialmente abordar a condição da existência de vida do homem na terra, levando cada um de nós, seguidor do Cristo, a se perguntar sobre o que é essencial, sobre o que verdadeiramente vale a pena na minha vida, como fez aquele povo de Deus, outrora no Deserto rumo à terra da esperança. Por meio das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma nos educa para a vivência daquilo que mais conta na nossa vida e, portanto, levando-nos a uma maior semelhança ao Cristo, na sua radical expressão de viver unicamente o amor incondicional. O jejum, que pode ter diversas motivações, marca-nos com um significado profundamente religioso, pois ao tornar a nossa mesa mais pobre, aprendemos sobre a superação do egoísmo, abrindo-nos à logica da doação e do amor; com a privação de alguma coisa (não apenas o supérfluo nem apenas privação de alimentos), o nosso olhar pode ir além do nosso eu e ver algum irmão mais necessitado. Portanto, para o cristão, jejum não tem nada a ver com intimismo. Antes, o jejum abre-nos para Deus e para as necessidades dos irmãos. Pelo jejum, concretamente, somos levados do amor a Deus para o amor ao próximo e vice-versa. A esmola é um convite à capacidade de partilha. Quantas vezes a tentação do ter, da avidez do dinheiro, tira a primazia de Deus na nossa vida, provoca violências, prevaricações e mortes. A idolatria do ter não apenas nos afasta do outro, como nos engana e nos torna infelizes, pois geralmente ilude sem realizar aquilo que promete,

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Por Pe. Adailton Mendes, mi

ao colocar o transitório (a materialidade) no lugar de Deus, o único e eterno, que nos dá a verdadeira fonte de felicidade na vida. Mas, se o coração se prende no ter, como experimentar a bondade de Deus e banhar-se na sua eterna e infinita misericórdia? Então, a prática da esmola educa-nos à primazia de Deus e à sensível atenção ao próximo. A oração alimenta o caminho da nossa fé, que iniciamos no dia do nosso Batismo, rumo ao eterno. Na Quaresma, a particular abundância da Palavra de Deus, proposta a nós pela mãe Igreja, é conteúdo indispensável para orar. A escuta atenta da Palavra de Deus banha o nosso coração que se cala em profunda meditação, cuja correspondência tende a um novo modo de ser pessoa e de estar no mundo. Nesta perspectiva oracional com base na Voz do Pai que continua a falar ao nosso coração, encontramos não apenas tempo para Deus, como também a própria concepção de tempo para nós se torna nova: nossos passos não são simplesmente cadenciados pelo relógio, mas marcham para Deus, para entrar naquela comunhão íntima que nada e nem ninguém poderá de Deus nos separar (cf Rm 8, 35-39). É o hoje assegurado não em qualquer coisa, mas especial e simplesmente assegurado pela esperança que não nos ilude, a vida eterna. É a perspectiva da transcendência e da eternidade já experimentada aqui, mesmo que às apalpadelas. Eis que a peregrinação quaresmal, com toda a sua riqueza bíblica e exuberância teológica e espiritual experimentadas concretamente nestes exercícios tradicionais do jejum, esmola e oração, é um tesouro singular para realizar uma conversão profunda da nossa vida: insere-nos em Deus pela oração, abre-nos ao primado do divino e à sensibilidade ao irmão pela esmola e liberta-nos do egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e nos abrindo à caridade cristã pelo jejum. Quaresma, portanto, como um período anual, muito precioso e importante, que nos conduz dignamente à celebração da Santa Páscoa, é momento favorável para reconhecer as nossas debilidades, acolher, com sincera revisão de vida, a graça renovadora do Sacramento da Reconciliação e caminhar com decisão na direção do Cristo, que, para viver sempre em nós e nos dar a sua vida divina, sofre a paixão e a morte de cruz. E mais: Quaresma, nestes termos de quem peregrina se preparando para a vida eterna, deve ser não apenas uma época do ano, mas toda a nossa vida, pois todo o nosso existir está orientado à Páscoa definitiva. Neste nosso peregrinar rumo à celebração da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo e na direção da nossa páscoa, confiemo-nos ao nosso pai São Camilo de Lellis, que nos inspira a imergir no ideal de caridade de quem renasce em Cristo, e à Nossa Mãe Maria Santíssima que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne. Com São Camilo e a Virgem Maria, mergulhemos também nós na morte e ressurreição de Jesus para ressurgirmos na Vida Eterna.

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Um coração solidário para amar e servir Por Pe. Gilmar Antônio Aguiar, mi

Contextualização, abertura e conclusão - em 2006, no âmbito da Província Camiliana Brasileira ocorreu o Ano Vocacional com o tema: “Camilianos, testemunhas do amor no mundo da saúde” e o lema: “Ide também vós para a minha vinha!” (Mt 20, 4). Sendo assim, passando um pouco mais de uma década, porém, seguindo o mesmo espírito, de renovação e ousadia, a Ordem religiosa fundada por São Camilo de Lellis (1550-1614), presente no Brasil, realizará durante todo esse ano, 2019, o Ano Vocacional Camiliano, dedicado à promoção das vocações, sejam religiosas ou leigas, manifestando a alegria de ser Camiliano. A abertura do Ano Vocacional Camiliano foi precedida pelo Retiro espiritual anual dos Religiosos Camilianos, ocorrido entre os dias 29 de janeiro a 1º de fevereiro, data em que, na celebração da Santa Missa, concluindo o Retiro, realizou-se a renovação de votos dos religiosos do Juniorato e, ao final da mesma celebração, foram acolhidos os novos Noviços. O Retiro da Província foi orientado pelo Ir. Israel José Nery, da da Congregação religiosa dos Irmãos das Escolas Cristãs, ou Irmãos Lassalistas. O retiro foi fundamentado no tripé: Consagração, Vida fraterna e Missão. Já em 2 de fevereiro, no Santuário Nacional da Mãe Aparecida, e em todos os âmbitos da Província Camiliana brasileira aconteceu a abertura do Ano Vocacional Camiliano. Neste dia comemora-se a Festa da Apresentação do Senhor (festa das luzes) e também é o dia da conversão de Camilo de Lellis, em 1575. A Missa foi presidida por Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, que, durante toda celebração, externou grande amor pelos doentes e também pelos religiosos da Cruz vermelha, os Camilianos. No Santuário concentrou-se muita gente, de fato, uma peregrinação aos pés da padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Ali estavam: os religiosos camilianos, que haviam encerrado o retiro, seminaristas, vocacionados, as religiosas Camilianas, Filhas de São Camilo e Ministras dos Enfermos, os leigos e leigas, que partilham e vivem o carisma do amor pelos doentes.

Foi uma oportunidade de reavivar os corações inflamados pelo Espírito Santo a atender o chamado de Deus para ingressar na escola de Camilo, reconhecida pela Igreja como ‘nova escola da Caridade’. O Ano Vocacional se encerrará em 8 de dezembro de 2019, durante a Solenidade da Imaculada Conceição, no Santuário São Camilo, no Rio de Janeiro. Tema e lema - conforme esclarece a carta de abertura do Ano Vocacional, apresentada pelo provincial, Pe. Antonio Mendes Freitas, a iniciativa partiu de toda a equipe formativa da Província, formadores e animadores vocacionais. Portanto, como tema norteador do Ano Vocacional foi escolhido: “Novos em Cristo: um coração solidário para amar e servir”, com o lema: “Enviou-os para anunciar o Reino de Deus e curar os enfermos” (Lc 9, 2). Isto reflete o desejo de “assumir a formação e a pastoral vocacional como prioridade para o triênio de 20172020”.

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Objetivos e a imagem peregrina - neste ano da graça do Senhor, a realização do Ano Vocacional nos faz um convite para celebrar com grande alegria o chamado à vocação camiliana, revitalizando a espiritualidade e o carisma da misericórdia para com os doentes e pobres. É importante promover nos vários ambientes a proximidade e o aprofundamento dos valores camilianos, o Evangelho e a vida de São Camilo também, sem se descuidar da vivência alegre e profética da consagração, da entrega e pertença à vida religiosa camiliana. O contexto histórico nos leva a recordar, de modo especial, Pe. Inocente Radrizzani, missionário e fundador da Província Camiliana Brasileira, falecido há 41 anos, por não se deixar abater, pelo ânimo, e pela esperança de ver nascer em terras brasileiras uma semente camiliana, trazida em uma longa viagem, em 1922. Assim, a Província já se abre às expectativas para a comemoração do centenário da chegada dos Camilianos, em 2022. Como parte das iniciativas, ao longo de 2019, haverá peregrinação por todo o Brasil com a imagem e a relíquia de São Camilo, também, as ataduras que envolveram a perna doente do santo fundador. As várias regiões e realidades brasileiras serão visitadas, as comunidades, os hospitais e demais obras camilianas, incluindo, as religiosas camilianas. Por isso, fica um convite para acompanhar essa peregrinação pelos meios de comunicação social, sobretudo, pelo portal da Província Camiliana Brasileira (www.sejaumcamiliano.com.br).

PRO GRAMA ÇÃO 15 e 16/3 16 e 17/3 17 e 18/3 18 e 19/3 19 e 20/3 20 a 22/3 23 a 31/3 1º a 4/4 5 a 13/4 26 a 28/4 30/4 a 4/5 4/5 5/5 6 a 9/5 9 e 10/5 10 e 11/5 11 e 12/5 12 a 14/5 14 e 15/5 15 a 17/5 17 a 21/5 21 a 24/5 24 a 27/5 27 e 28/5 29/5 a 6/6

Peregrinação da imagem e da relíquia de São Camilo (março, abril e maio)

Hospital e Maternidade São Francisco de Assis Associação Maria Mãe da Vida AMMV Comunidade São Camilo Hospital São Raimundo Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo Hospital Cura D´Ars Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança Filhas de São Camilo Paróquia São Luís Gonzaga Assembleia da Família Camiliana Filhas de São Camilo Paróquia São Cristóvão Paróquia Nossa Senhora do Rosário Hospital São Francisco Sede administrativa e Plano de Saúde Hospital de Peritiba Hospital São Pedro Hospital São Roque Hospital São Camilo Hospital São Bernardo Hospital Nossa Senhora Aparecida Hospitais São Camilo e Vicentino Hospital Regional Helmuth Nass Hospital São Roque Hospital Santa Terezinha

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Crato/CE Juazeiro do Norte/CE Brejo Santo/CE Limoeiro do Norte /CE Itapipoca/CE Fortaleza/CE Pinhais/PR Matelândia/PR Iomerê/SC Iomerê/SC Herval Velho/SC Concórdia/SC Concórdia/SC Concórdia/SC Concórdia/SC Peritiba /SC Itá/SC Seara/SC Ipumirim/SC Quilombo/SC União da Vitória/PR Ponta Grossa/PR Biguaçu/SC Dois Lageados/RS Encantado/RS


VOCAÇÃO Entrevista

Noviço José Abilho Soares dos Santos esta experiência foi tão grande que um dia eu cheguei a sair escondido de casa para um dos encontros vocacionais. Sofri muito, mas nunca desisti. Finalmente meus pais aceitaram e hoje eles são os meus maiores apoiadores. Minha avó sempre me ajudou, rezando por mim e incentivando. Hoje ela está com 98 anos, é um exemplo pra mim. (IC): Em 2019, a Província Camiliana Brasileira vive um Ano Vocacional. O que podemos esperar deste período? (NJA): O ano Vocacional Camiliano é um kairós para nossa província, é um momento em que cada religioso pode também pensar, refletir sobre o seu despertar vocacional, os desafios vencidos e a missão que assumiram. É uma grande oportunidade, para que cada formando, de todas as etapas, vendo o bom exemplo dos religiosos, sinta ânimo e o desejo de perseverar na escola da caridade. Por esta razão, o que podemos esperar deste período, em que paramos para refletir sobre o nosso carisma, valores, vida do fundador e sentido da nossa consagração, é sermos bons frutos para despertar no coração de outros jovens o desejo de ser também um religioso e consagrar a sua vida a serviço dos enfermos assim como fez São Camilo, os primeiros religiosos e tantos outros que dão a sua vida por amor ao evangelho no seguimento de Cristo por meio do carisma camiliano. (IC): O carisma da Ordem dos Ministros dos Enfermos exprime-se nas obras de misericórdia para com os doentes, assumindo os serviços no mundo da saúde. Como você pretende assumir sua missão nessa caminhada? (NJA): Desde muito cedo tenho presente, enquanto missão, duas dimensões do carisma camiliano. A primeira diz respeito ao contato direto com os doentes nos hospitais, por meio do serviço de capelania, e a segunda dimensão seria colaborar na formação dos futuros religiosos camilianos. Ambas são missões que exigem seriedade, compromisso e muita doação e por isso peço sempre a graça de Deus para me manter firme nesses propósitos.

Dentro do Ano Vocacional Camiliano entrevistamos nesta edição o noviço José Abilho, natural de Apuiarés (CE), nascido em em 16 de março de 1986. Ele esteve no seminário São Camilo, em Fortaleza, pela primeira vez entre os anos 2007 e 2011. Retornou ao Seminário Camiliano em janeiro de 2017 e acaba de ingressar no noviciado. José Abilho compartilha sua trajetória e como despertou para a vida religiosa. Informativo Camilianos (IC): Como foi seu despertar vocacional? O que o levou a optar pela vida religiosa camiliana? Noviço José Abilho (NJA): Meu despertar vocacional está dividido em duas fases. O primeiro momento se deu quando eu estava cursando o ensino médio e participei de uma palestra sobre vocação realizada por um religioso pertencente à congregação dos padres e irmãos Paulinos. A partir daquele momento procurei o engajamento na na minha comunidade paroquial, foi então que o meu pároco, Pe. Antônio Simplício, me convidou a fazer um retiro chamado Tabor realizado pelo Pe. Raimundo Santos, promotor vocacional dos camilianos na época. O segundo momento, do meu despertar vocacional, se deu numa fase da minha vida em que jamais imaginava retornar ao seminário. O incentivo, diálogo e apoio do Pe. Ariston Barros reacendeu em meu coração o desejo de seguir na caminhada vocacional. A escolha pelos camilianos em minha vida se deu por um aspecto simples: eu vi a dedicação desses religiosos aos enfermos e o cuidado com a saúde dos pobres que moravam próximos ao Seminário Camiliano, no Bairro da Sabiaguaba, em Fortaleza (CE). Vendo o exemplo deles eu afirmei para mim mesmo: quero também fazer o mesmo! Eu quero ser camiliano! (IC): Como a família reagiu ao seu desejo de ir para o seminário? Alguém da família o incentivou? (NJA): Quando falei para os meus familiares sobre meu desejo de ir para o seminário encontrei muita resistência por parte da minha mãe, pois ela não queria que eu saísse de casa em hipótese alguma. Mas, o meu desejo de fazer

José Abilho e colegas noviços

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REF LEX ÃO Espiritualidade

Por Pe. Carlos Toseli, mi

Cerca de 250 a.C. ao falar sobre o Wu Wei ou a nãoação, máximo da ação não agindo, o chinês apresentou contos, parábolas, com muitos símbolos interessantes. Um destes é o Galo de Briga. Eis o conto: Chi Hsing Tzu era treinador de galos de briga para o Rei Hsuan. Estava treinando uma bela ave. Sempre perguntava ao Rei se a ave estava pronta para a briga. “Ainda não”, dizia o treinador. “Ele é fogoso. É pronto para atiçar briga com qualquer ave. É vaidoso e confiante na sua própria força”. Depois de dez dias, respondeu novamente: “Ainda não. Eriça-se todo quando ouve outra ave grasnar”. Depois de mais dez dias: “Não. Ainda está com aquele ar irado e eriça as penas”. Depois de dez dias disse o treinador: “Agora ele está quase pronto. Quando outra ave grasna, seu olho nem mesmo pisca. Fica imóvel como um galo de madeira. É um brigador amadurecido. Outras aves olharão para ele de relance e fugirão”. Tomando estes textos como matéria de meditação pessoal, posso unir a eles a passagem do evangelho de Mateus, quando Jesus diz aos discípulos: “Ouvistes o que foi dito: olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo: não restais ao homem mau; antes, àquele que te fere na face direita oferece-lhe também a esquerda e aquele que quer pleitear contigo, para tomar-te a túnica, deixa-lhe também a veste; e se alguém te obrigar a andar uma milha caminha com ele duas” (Mt 5,38-41). O que vemos e ouvimos nos três relatos acima mencionados é que eles nos comunicam uma profunda sabedoria de vida, que nos levará sentir-nos bemaventurados neste mundo. Os três apresentam encontros de ameaça, luta, agressão, mas o que manifestam no fundo, é que o louva-deus imobilizado, o galo treinado e o discípulo pelo Mestre guiado, adquirem uma tranquilidade, uma quietude interior, não entram no jogo da violência e saem vencedores. Podemos dizer que eles ao não agir, atingiram o seu centro e alcançaram o máximo da ação. E quando a ação vem da contemplação, floresce a beatitude. “Ação é fazer. Não-ação é não ter a intenção de fazer. É fazer sem intenção de fazer e não deixar de fazer”. É trabalhar com o silêncio interior. A quietude interior é a não-ação, com a renúncia da ação e que permite que as coisas aconteçam naturalmente, no momento adequado. E atinge-se o santuário da consciência. “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rom 8,14). Este mesmo Espírito, derramado no coração e na fé por nós acolhido, nos conduzirá a uma vida de gratuidade no amor que é paciente, é compassivo, “tudo sofre, tudo crê, tudo espera tudo suporta” (1 Cor 13,7) e “aquele que se une ao Senhor, forma um só espírito com ele” (1 Cor 6,17) e poderá chegar a dizer como o apóstolo Paulo: “já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (GL 2,20).

O louva-deus e o camaleão Assistindo a um programa na televisão sobre predadores, chamou-me a atenção a aproximação de um camaleão a um louva-deus que estava no seu caminho em um galho de árvore na floresta. Ambos são mestres na arte de se camuflar (mimetismo) e possuem a coloração verde que se confunde com as folhagens. O interessante é que o camaleão tendo pressentido a presa, já se preparava para lançar o seu poderoso instrumento; sua língua viscosa mortífera, porém, algo inusitado aconteceu: o louva-deus ao percebê-lo, cessou imediatamente qualquer tipo de movimento e ficou imóvel o que acabou desconcertando o camaleão, que “imaginou” ser mais um galho e mudou seu rumo, na busca de outro alimento. Esta cena tão rápida no documentário me levou a refletir: o louva-deus diante da ameaça, com a vida por um fio, não fugiu, não revidou, não fez estardalhaço, apenas permaneceu imóvel, inútil e isto lhe garantiu mais um tempo de vida. Sinto que precisamos adquirir este tipo de comportamento diante das ameaças, dos ataques, fisgadas e farpas que são lançadas tantas vezes em nossa direção. Foi possível observar os olhos fantásticos do louva-deus perscrutando o camaleão, decidido a ficar na imobilidade total. Estar desarmado em uma percepção de tudo que nos envolve e assim obter o máximo de força para resistir e superar os desafios que a vida nos apresenta, pode bem ser nosso objetivo neste ano. Este episódio levou-me à leitura do livro de Thomas Merton sobre o grande sábio taoísta chinês Chuang Tzu.

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ACO N T EC E U

Ano Vocacional Camiliano

Ano Vocacional no Hospital São Camilo e São Luís (Macapá/AP)

Ano Vocacional no Hospital São Camilo e São Luís (Macapá/AP)

Ano Vocacional Camiliano (Balsas/MA)

Ano Vocacional Camiliano Seminário São Camilo Lagoa Redonda (Fortaleza/CE)

Ano Vocacional Camiliano (Sinop/MT)

Ano Vocacional Paróquia Santa Teresinha (Macapá/AP)

Ano Vocaconal Camiliano (Santarém/PA)

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ACONTECEU

Província em ação

8 de dezembro - Imaculada Conceição

Dia Mundial do Enfermo Paróquia São Camilo (Brasília/DF)

Ingresso no noviciado

Ordenação presbiteral do Diácono Aécio Honorato, mi (Aguia Branca/ES)

Ordenação presbiteral do Diácono Elielton José da Silva, mi (Santa Rita de Caldas/MG)

Posse do Pe. Arlindo Toneta, mi na Par. do Sant. Sacramento da Eucaristia (Cachoeiro de Itapemirim/ES)

Posse do Pe. Geovani Dias, mi na Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança (Pinhais/PR)

Posse do Pe. José Carlos, mi no Santuário São Camilo (Rio de Janeiro/RJ)

Primeira Profissão Religiosa

Retiro Anual da Província Camiliana Brasileira

Renovação dos votos temporários

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Oração da Campanha da Fraternidade 2019 Pai misericordioso e compassivo, que governais o mundo com justiça e amor, dai-nos um coração sábio para reconhecer a presença do Vosso Reino entre nós. Em Sua grande misericórdia, Jesus, o Filho amado, habitando entre

Fraternidade e Políticas Públicas

nós testemunhou o Vosso infinito amor e anunciou o Evangelho da fraternidade e da paz. Seu

Você sabe o que são Políticas Públicas? Já parou para pensar como elas impactam a sua vida? A Campanha da Fraternidade (CF) chega justamente com esse tema em 2019. Conhecer como são formuladas e aplicadas as Políticas Públicas estabelecidas pelo Estado brasileiro é um dos objetivos. A CF convida-nos a refletir sobre a participação de cada um de nós nesse processo, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja. A proposta é fortalecer a cidadania e o bem comum, que são verdadeiros sinais de fraternidade. Com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e lema “Serás libertado pelo direito e pela Justiça”, quer despertar a consciência e incentivar a participação de todos nós cidadãos na construção de Políticas Públicas em âmbito nacional, estadual e municipal. Além de contextualizar o que é o poder público, os tipos de poderes, será abordado ainda o papel das instituições e a participação da sociedade no controle social das Políticas Públicas. “Política Pública não é somente a ação do governo, mas também a relação entre as instituições e os diversos atores, sejam individuais ou coletivos, envolvidos na solução de determinados problemas”, afirma o secretáriogeral da CNBB, Dom Leonardo Steiner.

exemplo nos ensine a acolher os pobres e marginalizados, nossos irmãos e irmãs com políticas públicas justas, e sejamos construtores de uma sociedade humana e solidária. O divino Espírito acenda em nossa Igreja a caridade sincera e o amor fraterno; a honestidade e o direito resplandeçam em nossa sociedade e sejamos verdadeiros cidadãos do “novo céu e da nova terra”. Amém.

Adaptado do Portal da CNBB

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