Edição Especial
Editorial
O Espírito que nos move Você está recebendo uma edição especial e histórica da Revista Bertheriano. Neste mês de novembro de 2021, está nascendo a Província América Latina dos Missionários da Sagrada Família, fruto do desejo de superar as fronteiras nacionais, culturais e históricas e ser uma só família numa só missão. Nesta edição, a revista Bertheriano recolhe a história de cada Província, a diversidade dos seus campos de atuação e iniciativas, e as experiências e conquistas positivas que cada uma entrega generosamente à nova Província. Iniciamos esta caminhada agradecidos aos missionários da primeira e da segunda horas, confiantes no futuro que se nos abre, e comprometidos com os mais nobres ideais humanos e cristãos. Por isso, queremos dizer que: Inspirados no Apelo à Paz, do Papa Francisco e do Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb, no final do encontro fraterno realizado em Abu Dhabi, no dia 4 de novembro de 2019; Movidos pelo Espírito de Deus, o qual nos criou iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, e nos chamou a viver como irmãos e irmãs no mundo inteiro; Em viva comunhão com os pobres, os marginalizados, os migrantes e os refugiados,
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imagens vivas do Cristo Sofredor, e a quem Ele ordenou socorrer e fazer-nos próximos; Sintonizados com os povos que perderam a identidade, a segurança, a paz e a convivência comum e se tornaram vítimas das destruições e das guerras, de quem devemos nos aproximar com compaixão; Em proximidade e articulação com todas as pessoas de boa vontade, que fazem germinar e crescer sementes de humanidade e estão anonimamente presentes em todos os recantos da terra; No desejo de caminhar com todos/as os buscadores/as de Deus e sonhadores/as de uma Pátria Grande, que fizeram desse sonho a razão de viver, partiram sem ver sua plena realização, mas dela deixaram gérmens e sementes; Em nome da fraternidade humana, que abraça todos os homens e mulheres, une-os e torna-os iguais, mas que está dilacerada pelas políticas de divisão, pelos sistemas de lucro desmedido e pelas ideologias nacionalistas e odiosas; Na fidelidade ao Padre Berthier e aos seus primeiros discípulos, que, inspirados por ele, viveram em Grave (Holanda) a fraternidade acima das diferenças étnicas e nacionais, e deixaram suas famílias, pátrias e culturas, atravessaram mares e cruzaram fronteiras para fazerem-se próximos daqueles que estão longe; Em nome de Deus, Mistério de Misericórdia e Compaixão, e de todos e de tudo o que existe de anseio, bondade e beleza na Congregação, na Igreja, na Humanidade e em todas as Criaturas, Declaramos que queremos viver como uma só família congregados numa só missão, e assumimos o respeito e a acolhida dos outros como princípio, a comunicação e a cultura do diálogo como caminho, a colaboração solidária como atitude, a comunhão congregacional como atmosfera, o sonho de uma humanidade fraterna e solidária como meta, e o serviço ao Evangelho de Jesus Cristo como nosso tesouro mais precioso. Passo Fundo/Brasil, 11 de novembro de 2021
Produção
Essa é uma publicação da Província Brasil Meridional dos Missionários da Sagrada Família Responsáveis Conselho Provincial Pe. Itacir Brassiani, msf Coordenador Provincial Pe. Domingos de Sá Filho, msf Vice Provincial Ir. Irio Luiz Conti, msf Conselheiro Provincial Pe. Lotário José Niederle, msf Conselheiro Provincial
Edição Raissa Lemos Rocha Revisão de texto Stella Bousfield Editoração Editora Acadêmica do Brasil Capa e diagramação Mari Denegredo
Contato e Pedidos Província dos Missionários da Sagrada Família (Brasil Meridional) Endereço Rua da Floresta, 1043 Bairro Petrópolis Cx. Postal 3056 CEP: 99051-260 Passo Fundo/RS - Brasil Fone (54) 3313-2107 E-mail secretaria@msagradafamilia.com.br Site www.misafala.org Impressão e tiragem Gráfica Berthier / 2.500 exemplares
02 04 07 10
Editorial Amazonas: berço da presença dos
Missionários da Sagrada Família no Brasil
Província Argentina
Missão na Bolívia 3
12
Província Brasil Meridional
21
Província Brasil Oriental
27
Província Chile
39 55
Sumário
EXPEDIENTE
Sumário
O sonho se faz realidade:
Província América Latina
Institucional
Amazonas
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Ama zo nas:
berço da presença dos Missionários da Sagrada Família no Brasil
Pe. Itacir Brassiani msf Passo Fundo/RS
O primeiro Capítulo Geral realizado após a morte do Pe. Berthier (1909) tomou a decisão de fundar escolas apostólicas fora da Holanda e de enviar missionários ao exterior. O Superior e seu Vigário visitaram Roma e se colocaram à disposição das necessidades missionárias da Igreja universal. O Papa Pio X os recebeu em audiência e os confiou ao Secretário de Estado, o qual lhes disse: “Se quiserem aceitar uma missão, pensem na América do Sul”. Nos dias seguintes, ainda em Roma, tiveram um encontro com Dom Armando Bahmann OFM, Bispo de Santarém/PA (alemão originário da Saxônia), o qual lhes falou sobre a dramática situação religiosa e do incrível déficit de padres na Prelazia. Dias depois, após ter consultado os conselheiros, o Superior Geral enviou a resposta a Roma: “Já que ainda não temos uma missão, e que no Brasil há grande falta de sacerdotes, oferecemos nossos préstimos missionários...”
“Deixa tua terra e vai...” Era o mês de setembro do ano de 1910, e dois meses depois desse contato um grupo de sete Missionários da Sagrada Família partia de Grave rumo à sonhada missão: Pe. João Henrique Paulssen, holandês, 33 anos; Pe. Alexandre Mertens, alemão, 39 anos; Pe. José Lauth, alsaciano, 32 anos; Pe. Luís (Ludovico) Bechold, alemão, 31 anos; Pe. Germano Elsing, alemão, 26 anos; Ir. Boaventura Hammacher, alemão, 33 anos; Ir. Francisco Ramm, alemão, 35 anos.
“Já que ainda não temos uma missão, e que no Brasil há grande falta de sacerdotes, oferecemos nossos préstimos missionários...”
Chegaram a Recife no dia 08 de janeiro de 1911. Foram acolhidos e hospedados pelos Franciscanos no convento do Recife durante sete meses. Nesse
reduzidas a pequenos povoados. Mazagão e outras desapareceram quase completamente.
“Mas eles não os receberam...”
Armando. O Pe. Alexandre e o Ir. Francisco não
O pároco de Mazagão sequer foi receber os três
conseguiram se adaptar ao Brasil, pois foram
missionários que chegavam ao porto. Em uma
assaltados pela saudade e retornaram à Europa
semana, dois missionários adoeceram de febre
apenas dois meses depois da chegada.
amarela. Durante as três semanas de convalescença não receberam assistência de ninguém. Um mês
Uma realidade extremamente desafiadora Logo que conseguiram o primeiro contato com o bispo de Santarém, os demais partiram para o Amapá (31/07/11). Chegados a Santarém, o bispo enviou um dos MSF para o povoado de Óbidos, e os três restantes chegaram a Mazagão, destino final dos novos missionários, no dia 15/08/1911. Assim, iniciava a primeira experiência missionária dos MSF! A Prelazia de Santarém foi criada em 1903, como parte da estratégia de dinamização da presença da Igreja na região norte do Brasil. Era uma área impressionante, com mais de 700.000 km2, com uma população de mais de 200.000 habitantes e apenas 12 padres e 13 paróquias. Macapá era então uma das principais cidades da região amazônica. O povoado foi fundado em 1758 e, logo em seguida, foi construído um forte nas imediações. Em 1856 foi elevada à categoria de cidade e, no seu centro geográfico, foi construída uma bela Igreja dedicada a São José. Na boa época do apogeu da borracha, Macapá chegou a ter mais de 4.000 habitantes. Porém a crise da borracha, deflagrada em 1917, foi fatal para a cidade. A população diminuiu rapidamente. Conforme um relato do Pe. Júlio Maria, em 1924 a população não passava de 2.000 pessoas, dos quais 200 eram brancas e outras duzentas negras. Aos olhos desse missionário estrangeiro, o povo da região era vivo e inteligente, forte e elegante, indolente e imprevisível, de poucas aspirações e iniciativas, ignorante em matéria religiosa. As igrejas estavam quase sempre fechadas ou abandonadas. Situada na foz do rio Amazonas, a cidade de Mazagão havia sido um centro relativamente próspero na época da borracha e do ouro. Quando chegaram os MSF era uma cidade pobre, com pouco mais de 300 habitantes. Todas as cidades do interior, cujo único meio de vida era o cautchu (látex), viram a sua população dizimar-se e foram
Amazonas
período não receberam nenhuma notícia de Dom
depois, os missionários ainda estavam doentes e foram levados de barco a Belém. O Pe. Germano chegou em estado de coma. Lá se encontraram com o Pe. Bechold, que vinha de Pesqueira com a saúde em dia. No início de 1912, o Pe. Paulssen foi nomeado pároco de Macapá e teve que viver e trabalhar distante dos confrades. Pe. Paulsen e Ir. Boaventura, tratando-se em Belém, viajaram até Natal (RN) e se aclimataram muito bem em São Gonçalo do Amarante. O Pe. Bechold juntou-se a eles e ali iniciaram uma nova comunidade. A comunicação com Grave era difícil, e os missionários foram tomando decisões como lhes parecia melhor. No início de 1913 chegou mais um grupo de cinco MSF e, cinco meses depois, um grupo foi para Natal e assumiu a direção e o magistério no colégio da Arquidiocese. Em 1923, os MSF assumiram seu trabalho em Icoraci, diocese de Belém, além de Colares, Mosqueteiro e Maracanã, sempre na foz do rio Amazonas. Nos anos seguintes, foram assumidas mais
quatro
paróquias.
Nossos
missionários
alimentavam a esperança de que toda a Prelazia de Santarém fosse confiada aos Missionários da Sagrada Família, como era costume na Igreja, mas
5
Amazonas
isso nunca se concretizou.
Paixão pelo povo e paixão com o povo
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e supersticiosos aos olhos e ouvidos dos jovens missionários europeus. Como compreender que a
Os primeiros MSF sentiam-se interpelados pelas
religião popular tinha uma estrutura festiva e toda
dificuldades que o povo enfrentava. O trabalho
festa uma capa religiosa? A fé do povo sempre andava
era insano e desalentador. “De um lado, a pobreza
de mãos dadas com divertimento. No horizonte de
extrema de uma grande parte do povo, tecida de
uma formação europeizada e romanizada, os MSF
tradições e costumes africanos; de outro lado,
só conseguiam ver na piedade popular deturpação e
a ignorância religiosa generalizada, aliada ao
profanação do sagrado.
analfabetismo, à licenciosidade dos costumes,
A esse respeito, em 1924 o Pe. Júlio Maria escrevia:
a famílias mal constituídas. Era o pano de fundo
“As danças mais pagãs e as orgias mais revoltantes
daquela impressionante realidade”, escreve um
são sempre uma festa em honra a um santo ou santa,
historiador.
e começam pelo canto das ladainhas da Santíssima
Em termos gerais, nossos bravos missionários
Virgem...É necessário pouco a pouco substituir estas
desenvolveram o trabalho que consideramos normal
festas grosseiras por festas religiosas e fazer com
ou de manutenção de uma paróquia. Mas, para
que essa pobre gente entenda que sua religião é
compreender seu significado, precisamos recuar
incompleta, exterior, e que lhe falta espírito cristão.
no tempo e situarmos no início do século XX. As
É uma tarefa dura, ingrata, que exige paciência e
distâncias, a falta de mínimas condições materiais,
tempo...”
e o total despreparo cultural e linguístico dos missionários atuavam como limitadores do trabalho, mas não barravam a generosidade deles.
Agentes da “romanização”
Um testemunho mais eloquente que as palavras Podemos imaginar que todos os MSF, que
Um relato feito pelo Pe. Eduardo Auth por ocasião
então trabalhavam na região amazônica,
dos 25 anos da Congregação, em 1920, revela que o
compartilhavam mais ou menos o mesmo
trabalho tinha perspectiva e estratégias claramente
ponto de vista. Eram autênticos agentes da
romanizadoras: organização da Associação do
romanização, paladinos da religião pura
Coração de Jesus, da Irmandade Nossa Senhora
e privatizada. Mas isso não vem tolher a
do Rosário (típica do catolicismo popular), do
admiração que lhes devemos tributar. Até
Apostolado da Oração, das Filhas de Maria; catecismo
hoje, depois dessa história de inculturação
para meninas, meninos e adultos; oração do terço.
e diálogo, muitos de nós não conseguimos
Mas os missionários preocupavam-se também
entender
com algum tipo de ação social: dirigiam uma escola
religiosas e culturais do nosso povo!
pública, onde ensinavam religião; repassavam
Os
e
aceitar
Missionários
da
as
manifestações
Sagrada
Família
rudimentos de formação agrícola; dirigiam uma
deixaram a Prelazia de Santarém em 1948,
farmácia; instalaram um cinema para diversão do
depois de 37 anos de trabalho. Atuaram na
povo; criaram uma banda de música para a rapaziada;
missão 21 Missionários da Sagrada Família
etc.
(16 padres e 5 irmãos). A Prelazia foi entregue
Não é difícil imaginar que a cultura, a religião e os costumes da região soavam como estranhos, exóticos
ao Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME).
Argentina Pe. Itacir Brassiani msf Passo Fundo/RS
Algumas notas sobre a história da Província Argentina
A história dos MSF na Argentina começa no ano de 1938, com a chegada de seis escolásticos para o estudo de Filosofia, acompanhados pelos padres Francisco Maas e Pedro Deherembach. Eles haviam embarcado na Alemanha no dia 12 de março com mais um irmão e 17 professos temporários, mas o irmão e 12 escolásticos ficaram em Recife e outros quatro escolásticos ficaram em São Leopoldo, na região Sul do Brasil. Chegaram em Buenos Aires, em 1938, e foram acolhidos no Seminário Metropolitano. Em termos de língua, sabiam o que haviam aprendido no barco! Pe. Ramón Carrizo, msf, escreve: “Era el dois de abril de 1938. Llegan a lo puerto de Buenos Aires los primeros Misioneros de la Sagrada Familia. Eran Diáconos recién ordenados. El día siguiente, Domingo de Ramos, los reciben los Padres Redentoristas en su casa. El mismo día el Padre Vicario General los lleva al seminario Metropolitano, los recibe el Padre González SJ. Sin demora, comienzan los estudios en el Seminario Metropolitano. Más tarde el Cardenal Santiago Copello les ofrece les ofrece la Parroquia de Saavedra. Posteriormente van asumiendo varias Parroquias más, y dado que varios de ellos terminan sus estudios en la Universidad de San Miguel, asumen la Parroquia de José C. Paz, que abarcaba territorio en el que actualmente están nuestras Parroquias”.
Província Argentina
PROVÍNCIA
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Província Argentina
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Já no mês de maio os recém-chegados missionários
Apostólico Nazaré, em Rueda, província de Santa Fé,
fizeram os primeiros contatos em vista de assumir a
a 400 km de Buenos Aires. A partir de 1943 o colégio
paróquia de Saavedra, que estava sendo organizada
passou a abrigar os vocacionados, alguns deles
na periferia da cidade. Em junho chegaram mais
já acolhidos anteriormente numa das paróquias
três professos, mas o irmão que viria junto ficou
servidas pelos Missionários da Sagrada Família em
em Recife porque não tinha dinheiro para seguir
Santa Fé. Já eram duas casas de formação: uma para
viagem. Em outubro, chegaram mais dois padres,
os escolásticos vindos da Europa, em Buenos Aires;
e um deles foi para a região de Rosário. Alguns
outra para os aspirantes argentinos, em Rueda.
dias depois chegaram mais cinco padres e, em
Nessa época, além dos missionários que chegavam
novembro, mais um. No final do primeiro ano, os
à Argentina vindos da Europa, os confrades do Brasil
MSF na Argentina já eram 20! Era possível começar
Sul cruzavam as fronteiras e pregavam missões
a sonhar e se mobilizar para realizar os sonhos.
populares em território argentino, descendo desde
Era um tempo marcado pela rápida ampliação da
a região de Missiones até Rio Negro. Entrementes
organização das dioceses.
a ajuda missionária do exterior se esgotou, com
Os pioneiros tiveram o orgulho de apresentar esta
exceção da chegada de três holandeses que, por
conquista ao Pe. Trampe que, alguns dias depois,
causa de dificuldades de ingressar na Indonésia,
chegou à Argentina para a sua primeira visita
seguiam ao Chile através da Argentina e decidiram
canônica. Por ocasião desta visita, foram assumidas
permanecer neste país. Os últimos missionários
mais duas paróquias: uma na diocese de Rosário e
alemães chegaram em 1950. Em abril de 1948, o
outra em Ituzaingo, província de Corrientes. Dois
primeiro seminarista argentino, José Maria Jeric, foi
meses depois desembarcou, vindo da Alemanha,
ao Sul do Brasil fazer o noviciado. Em 1951, outros
o Pe. Hauröder, para auxiliar o Pe. Kuczowski em
três seminaristas argentinos seguiram o mesmo
Ituzaingo.
rumo.
Por ocasião da Semana Santa daquele ano, foram
Entrementes, o Colégio de Rueda não ia muito bem:
assumidas mais duas paróquias na província de
em 1955 eram apenas 12 seminaristas. Então, os
Santa Fé. Ao mesmo tempo, os missionários se
MSF tomaram uma decisão ousada: considerando
agilizaram e adquiriram um terreno para construir
o ressurgimento vocacional na Igreja espanhola,
a residência própria em Saavedra, assim como casa
decidiram enviar dois confrades da Argentina à
e terreno para a futura residência dos escolásticos,
Espanha para lá fundar uma Escola Apostólica (1947).
em frente ao Seminário Metropolitano. Em agosto
Na Espanha, o trabalho vocacional produziu muitos
de 1939, desembarcaram na Argentina mais dois
frutos, e logo foi aberto o Noviciado, o que trouxe
padres alemães e, em setembro do mesmo ano, 11
novo dinamismo para a província da Argentina. Em
professos emitiram os votos perpétuos.
1956, a Espanha já enviava dois irmãos à província-
O ano de 1942 marcou a criação oficial da Região Argentina,
composta
de
três
mãe da Argentina.
comunidades:
Durante as agitações peronistas de 1955, quando
Saavedra, na capital federal; Sagrada Família,
da queima de uma igreja na capital, a Polícia Federal
também na capital; São José, em José C. Paz. No
Argentina montou guarda em frente à paróquia
mesmo ano deu-se início à construção do Colégio
de Saavedra, e o Pe. José Feldmann acabou sendo
preso. Impressionados com a situação e temerosos pelo que poderia ainda acontecer, os confrades decidiram celebrar a ordenação do primeiro presbítero MSF da Argentina, José Maria Jeric, no Brasil. Missionários da Sagrada Família deslocou-se em
Pe. Ramón Carrizo msf Argentina
direção à periferia da capital federal: instalou um grupo de seminaristas em Grand Bourg e adquiriu uma quinta em San Miguel, onde posteriormente construiu o Seminário Maria Reina. A Província assumiu a administração de vários colégios paroquiais voltados à população pobre e com subsídios estatais. E o Pe. Bauer começou a construção da Casa de Repouso em La Falda. Na década de 70, a Argentina viveu um conjunto de mudanças dramáticas. Perón morreu em 1974 e sua esposa, que o sucedeu na presidência, foi incapaz de evitar o desastre. Em 1976, os militares promoveram um novo golpe e tomaram o governo. O general Jorge Rafael Videla assumiu o poder prometendo combater a anarquia e a subversão, mas instalou um regime de terror que fez milhares de vítimas. Neste novo contexto, a Igreja Argentina teve dificuldades de se localizar e optou pelo silêncio, pelo menos em público. Neste período, alguns confrades sofreram ameaças e
perseguições
políticas.
Vários
escolásticos
abandonaram a caminhada da vida religiosa. A província encolheu, e só não se tornou inviável graças à chegada de uma dupla de espanhóis e um grupo de cinco poloneses. Mesmo assim, no início da década de 80 a província da Argentina abriu uma frente de trabalho na região de Missiones, na fronteira com o Brasil, e reorganizou internamente o Seminário de San Miguel. Em 1980, quatro postulantes foram enviados ao noviciado no Brasil.
Luego de varias décadas de actividad pastoral y formativa en diferentes regiones de Argentina, los Misioneros de la Sagrada Familia decidieron reducir el área geográfica para evitar la dispersión y el aislamiento y favorecer la convivencia fraterna. Así, hoy todos MSF en Argentina viven y trabajan en el área metropolitana de Buenos Aires. Junto a toda su pastoral parroquial, los misioneros optamos por dedicarnos también a la educación, construyendo varios colegios, dado que el Gobierno nacional, desde muchos años, optó por no tener religión en las escuelas públicas, y ellos pensaban que era la mejor forma de tener niños y jóvenes con valores religiosos. Actualmente estamos en el Gran Buenos Aires, donde tenemos cinco parroquias y tres colegios, que siguen siendo como fue el espíritu de la Fundación, para los más humildes. En ellos trabajan Scouts, Movimiento Familiar, Grupos Misioneros, Entretiempo, Emaús, etc. En la Pandemia del Covid-19, lo mismo que en todos los momentos difíciles, seguimos dando de comer con ollas populares a miles de personas, en el lugar donde se encuentran las Parroquias. Somos una provincia pequeña, hoy reducida a poco más de una docena de miembros. Sin embargo, traemos en nuestra historia, por lo menos, tres riquezas que queremos compartir, con alegría y humildad, con la Congregación, en la nueva provincia que está naciendo. La primera riqueza, un regalo que recibimos y compartimos, es la experiencia de, desde nuestra pequeñez y limitación, tomar la iniciativa de pedir permiso y entrar en el continente europeo, más concretamente en España, para sembrar las primeras semillas de nuestra presencia, y allí despertar y formar vocaciones misioneras. La segunda experiencia valiosa que le damos a la nueva Provincia es la apertura, acogida, convivencia y cooperación entre misioneros de diferentes países (Argentina, Uruguay, Polonia, España), con todo lo que esto significa. La tercera riqueza que recibimos y cultivamos, junto a los desafíos que conlleva, es la fundación y mantenimiento de escuelas para adolescentes y jóvenes de sectores populares. Con esta iniciativa, colaboramos en la formación humana y profesional de las generaciones futuras, y abrimos un campo vocacional y pastoral que aún espera ser debidamente cultivado.
Província Argentina
Na década de 1960, a província Argentina dos
Los Misioneros de la Sagrada Familia en Argentina
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Missão na Bolív'ia
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Misión MSF en Bolivia: 25 años de servicio, testimonio y aprendizaje
Comunidad Misionera Nazaret Santa Cruz de la Sierra (Bolivia)
Al cumplirse el I Centenario de la Fundación de nuestra Congregación (18951995), las Provincias MSF de América Latina comenzaron a pensar en compartir un Proyecto Misionero Ad gentes. Poco a poco, fueron discerniendo, programando y asumiendo en conjunto la nueva Misión en Bolivia.
Una breve memoria agradecida y comprometida entre las diversas provincias de América Latina. Sin embargo, jugaron un papel decisivo los Encuentros Interamericanos (el primero de los cuales tuvo lugar en Rio Pardo en enero de 1980), que lograron una mejor integración entre todas las Provincias.
de jóvenes profesos para realizar una experiencia misionera temporal.
Los primeros pasos de una presencia bienaventurada En noviembre de 1995 el P. Celso Both (BM) y el P. Eduardo Álvarez (C) llevan a cabo un extenso
Hacia finales de la década de los 70 algunas
recorrido por varias Diócesis de Bolivia conversando
Provincias de América Latina comienzan a soñar
con algunos Obispos, quienes les aconsejan ponerse
en nuevos proyectos misioneros dentro y fuera del
en contacto con la Arquidiócesis de Santa Cruz de
propio país. Brasil Meridional abre nuevos campos
la Sierra, pues lo ven como un lugar más apropiado
misioneros dentro del país y comienza a pensar en la
para hacer realidad el Proyecto Misionero.
posibilidad de una misión propia en África. Argentina
Del 10 al 25 de julio de 1996 el P. Celso Both (BM)
asume una nueva región misionera dentro del país
visita nuevamente Santa Cruz, acompañado en esta
(junto a la frontera con Brasil) y hacia finales de la
oportunidad por el P. José Luis Vendramín (A) y el P.
década de los 80 el Superior Provincial conversa
Héctor Donoso (C), con la finalidad de conocer mejor
con el Superior General y con algunos Provinciales,
la realidad eclesial y social y visitar algunos barrios
solicitando ver la posibilidad de asumir, fuera del
periféricos necesitados de evangelización donde
continente, una nueva misión llevada a cabo en
poder asentarse. Finalizada la visita, presentan
conjunto con miembros de distintas provincias de la
un extenso informe a los Provinciales, quienes en
Región y de España.
diciembre de ese mismo año deciden en Santiago
El Gobierno General asumió estas inquietudes
(Chile) que el lugar de la futura Misión Interamericana
misioneras y decidió proyectarlas para toda la
en Bolivia será en los barrios periféricos de la ciudad
Congregación, de manera que en el Encuentro de
de Santa Cruz, concretamente entre los Kms 9 y 12
Formadores (agosto de 1991 en Yogyakarta, Indonesia)
de la antigua carretera a Cochabamba. En la misma
presentó un proyecto misionero “Ad Gentes” con
oportunidad se elige al P. José Luis Vendramín como
el objetivo de revitalizar el impulso misionero de
coordinador de la comunidad misionera y se señala
todas las Provincias de la Congregación de cara a la
el día 9 de abril de 1997 como fecha de llegada de los
celebración del Centenario de la Fundación de los
nuevos misioneros a Santa Cruz.
Misioneros de la Sagrada Familia en 1995.
Del 9 al 20 de abril se alojan en dependencias de la
En el VII Encuentro Interamericano MSF (San
Catedral, estableciéndose, finalmente, en una casa
Miguel, junio de 1993) se presentó el perfil del
alquilada, en el barrio Cambaó, el día 21 de abril de
“Proyecto
de
1997. El 4 de mayo, con una celebración eucarística
inspiración de la Misión en Bolivia. Durante unos
en la catedral presidida por Mons. Julio Terrazas y
pocos años más, las provincias de la Región seguirían
concelebrada por los Superiores Provinciales de
realizando diversos encuentros y consultas con la
Argentina, Brasil y Chile y por los tres misioneros,
finalidad de adoptar las resoluciones necesarias para
se dio inicio oficialmente a la Misión Ad Gentes
comenzar la Misión, y formarán el Equipo Misionero
Interamericana.
Misionero
Americano”,
fuente
Regional, cuya principal tarea será promover la puesta en marcha del Proyecto elaborado. Cada Provincia comienza a buscar un candidato
Durante este primer año ad experimentum, los tres misioneros, nombrados vicarios parroquiales y con las correspondientes licencias pastorales,
para la Misión. Algunos piensan en lugares como
se
Bolivia o Paraguay por su céntrica ubicación
barrios comprendidos entre los Kms. 9 y 12 de la
geográfica; otros proponen Nicaragua o Cuba por su
antigua carretera a Cochabamba, dependientes
especial situación socio-político-religiosa. El Equipo
jurídicamente de la Parroquia Sagrada Familia. Su
Regional prioriza Bolivia, que, por su cercanía,
tarea principal será la evangelización, formación y
dedicarán
a
atender
pastoralmente
los
Missão na Bolív'ia
Hacía tiempo que existían contactos e intercambios
ofrecería la posibilidad de un mayor intercambio
11
Missão na Bolív'ia
promoción de las diversas comunidades.
Nuevos rostros, nuevos pasos y el mismo espíritu
12
de un sueño largamente acariciado, compartido, estudiado, analizado y rezado, en el contexto de la celebración del primer centenario de la fundación de nuestra congregación.
Poco tiempo después, el trabajo misionero se centra
Santa Cruz de la Sierra, ciudad que ha experimentado
en las Parroquias Nuestra Señora del Rosario (Barrio
un crecimiento poblacional desmesurado y caótico,
Tierras Nuevas) y El Carmen Km9 (hasta que el P.
nos acogió con los brazos abiertos. Nos ubicamos
José Luis Vendramín regresó a Argentina en 2006).
en la zona sur de la ciudad, junto a la gente pobre y
El 7 de octubre de 2001 se inauguró la nueva Capilla
desarraigada, procedente del interior del país, con
Nuestra Señora del Rosario y el 16 de diciembre del
sus diferentes culturas, tradiciones y modos de vida,
mismo año, la Capilla Nuestra Señora de Guadalupe.
con las posibilidades y riesgos, dificultades y desafíos
Ambas fueron bendecidas por el Cardenal Julio
que comporta; en medio de familias desintegradas,
Terrazas, Arzobispo de Santa Cruz. La construcción
también por la desorbitada emigración fuera del país.
de ambas Capillas se había iniciado en marzo-abril
Formar una comunidad misionera internacional
del año 2000.
es la mejor forma de anunciar con el ejemplo que
El 21 de febrero de 2000 llegó a Bolivia el P. Loacir Luvizon (BM) y nuestra comunidad misionera asumió la Parroquia María Reina de las Américas. Juntamente con el Hno. Fernando Ibáñez (C), se instalaron en la casa parroquial. Con la llegada del P. Luis López (Hi) en noviembre de 2001, la Provincia de
es posible vivir la diversidad en armonía en un país pluricultural y multiétnico.
Una presencia de testimonio, servicio y animación Nuestro
objetivo
consiste
en
dinamizar
la
España, que ya venía prestando su apoyo económico,
vida comunitaria y vivir el espíritu misionero
se incorpora a la Misión Latinoamericana en Bolivia.
interprovincial y pluricultural dando testimonio de la
Aunque los miembros vivieran en dos casas, se
simplicidad, sencillez y hospitalidad características
resolvió que formaran una única comunidad
de la Sagrada Familia, haciéndonos cercanos y
religiosa. El Gobierno General elaboró el Estatuto
solidarios con los pobres que viven en nuestras
de la comunidad misionera el 4 de marzo de 2005 y
comunidades y esforzándonos permanentemente en
el P. Luis López fue nombrado primer superior de la
la inculturación y promoción de una evangelización
Comunidad Misionera Nazaret en Santa Cruz de la
liberadora.
Sierra.
Entre aquellos que están lejos
Nos mueve la mística de la Sagrada Familia. Mística de la encarnación, del anonadamiento, de la inculturación; lo que nos exige poner en un segundo
Nuestro carisma específico consiste en “estar
plano –sin perder nuestra propia identidad–
cerca de los que están lejos”. Optar por una misión
nuestros esquemas mentales, nuestras seguridades,
en Bolivia, país sin acceso al mar, con inmensas
nuestro “mundo”, el apego a nuestra nacionalidad,
riquezas culturales, espirituales y materiales, pero
para acoger y entrar en diálogo y reciprocidad con
empobrecido, marginado y excluido a lo largo de
otras formas de entender la vida, buscando juntos
los siglos, no fue una casualidad, sino el resultado
y tratando de encontrar caminos comunes para
un servicio de evangelización e interpretación de las
un sentido profundo y sereno de la paciencia,
celebraciones dentro de la comunidad parroquial.
respetando ritmos diferentes, adoptando una actitud
Todos estos proyectos se financian prácticamente
de apertura y docilidad para dejarnos evangelizar
al 100% con la ayuda de colaboradores, motivados y
por los pobres.
acompañados por la Provincia de España.
La misión continua, y necesita de brazos!
Una cooperación bella y preciosa
Actualmente
misión
Cabe destacar la cooperación de laicos misioneros
(Nuestra
(sobre todo de España, pero también de Suiza,
Señora del Rosario y María Reina de las Américas),
Alemania, Polonia, Brasil, Chile) que, estrechamente
organizadas como Comunidad de comunidades.
vinculados a nuestro carisma y misión, han apoyado
Los territorios parroquiales sobrepasan los límites
a distancia y con su presencia nuestros proyectos
del municipio de Santa Cruz, de manera que varias
sociales y pastorales, dedicando un tiempo más o
de nuestras comunidades (María Inmaculada, San
menos prolongado como voluntarios.
evangelizadora
desarrollamos en
dos
nuestra
parroquias
Juan Bautista, Nuestra Señora de Guadalupe, Jesús
Además, siempre hemos estado integrados y
Salvador, Sagrada Familia…) pertenecen al municipio
comprometidos a fondo en encuentros e instancias
de La Guardia. Acompañamos a las Comunidades
de las Vicarías, Arquidiócesis (Misiones, Pastoral
Eclesiales de Base y a las familias en sus necesidades.
Familiar) y de la Conferencia Boliviana de Religiosas
Aumenta cada día el número de urbanizaciones, sin
y Religiosos (CBR), tanto a nivel local como nacional,
perspectivas de nuevas parroquias o capillas.
asumiendo tareas de dirección y coordinación.
Las circunstancias han hecho que en este momento
Nuestra Congregación en Bolivia cuenta con
sólo seamos tres misioneros, quienes vivimos en
la casa del barrio Cambaó junto con otros cinco
el Centro de Espiritualidad Nazaret: el P. Wilson
lotes, el Centro de Espiritualidad y cuatro lotes en
Lamps (BM), el P. Elmar Sauer (BM) –quienes se
el Centro Infantil. De cara al futuro, podría acoger
incorporaron, respectivamente, en enero y febrero
a candidatos para el postulantado y noviciado.
del presente año 2021– y el P. Luis López (Hi),
Asimismo, podríamos fortalecer y ampliar los
quien ya lleva veinte años en la Misión. El número
proyectos ya existentes. Ofrece una excelente
de misioneros es claramente insuficiente para
oportunidad para que los cohermanos puedan
dar respuesta adecuada a tantos desafíos como
realizar una experiencia misionera Ad Gentes y
presentan dos parroquias muy extensas, con varias
los laicos misioneros colaboren en la pastoral y en
comunidades.
los proyectos. La celebración de los 25 años (1997-
Además del trabajo pastoral y misionero, durante los últimos veinte años hemos ido poniendo en marcha
varios
proyectos
solidarios:
Comedor
Infantil Buena Madre (2001), Comedor Sagrada Familia, Centro Infantil Nazaret (2005), Centro de Espiritualidad Nazaret (2005), Pastoral del Niño y de la Niña, Centro de Escucha (2012), Proyecto Juan Berthier (2015), cuyo objetivo es promover la independencia en la vida diaria de personas con necesidades especiales a través de actividades y talleres que ayudan a lograr el máximo desarrollo en lo físico, psíquico, social y emocional para mejorar su calidad de vida y desempeño en la sociedad. El más reciente de nuestros proyectos es la Pastoral del Sordo (2020), que busca la igualdad brindando
2022) será la oportunidad para evaluar, actualizar y fortalecer el Proyecto Misionero en Bolivia.
Missão na Bolív'ia
vivir el evangelio. Para lograr todo esto se requiere
13
Província Brasil Meridional
14
PROVÍNCIA
Brasil Meridional
Breve memória histórica da Província Brasil Setentrional Em 1913, depois de apenas dois anos da chegada dos Missionários da Sagrada Família ao Brasil, chegaram os primeiros MSF a Natal, guiados pela necessidade de saúde. Depois de uma breve atuação na Escola/ Seminário da Diocese, no decorrer de 1916, assumiram a Paróquia São Pedro de Alcântara, que seria nossa sede no Brasil por vários anos. A partir de Natal, os missionários estabeleceram-se
também
em
Recife, na região de São José do Barro, em 1920.
Pe. Itacir Brassiani msf Passo Fundo/RS
Impulsos da visita canônica As agitações que se faziam sentir na Europa antes do espocar da Primeira Guerra impediram a realização do Capítulo Geral ao Brasil. Em 1922, o Pe. Trampe, eleito Superior Geral pelo Capítulo Geral realizado em 1919, desembarcou em Recife para fazer a tão esperada e primeira visita canônica à missão no “novo mundo”. Havia muito a resolver: regularizar a presença no Amazonas; consolidar as novas residências no Nordeste; animar os confrades; projetar a escola apostólica; entre outras. Pouco tempo antes, o Pe. José Scholl já havia assumido o cuidado pastoral do Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis, em Patu/RN, e outros haviam iniciado os trabalhos no Piauí. Mas, no final da visita canônica, o Superior Geral tinha elementos para uma avaliação mais objetiva da missão. A formação de missionários autóctones, mesmo um desejo da Igreja, uma exigência da nossa Constituição
se empenhava muito pouco numa propaganda vocacional. Entre 1937 e 1942, por força das circunstâncias (2ª Guerra Mundial), o Convento São José (Recife) se tornara Escolasticado Internacional: aproximadamente 60 professos temporários, provindos de diversos países da Europa, ali foram acolhidos e completaram seus estudos filosóficos e teológicos. Desde o início da década de 40 crescia na região o desejo de iniciar uma escola apostólica.
Entretanto,
o
Governo
Geral
não escondia sua opção pela região Sul e se opunha ao plano. De qualquer modo, em 1945 a região Norte recebeu aprovação do projeto e começou a implantá-lo já em 1946. Em 1948, ano de instalação da Província do Brasil Setentrional, o Seminário do Crato recebia os 22 primeiros seminaristas nordestinos.
Uma parte da semente caiu em terra boa As dificuldades enfrentadas foram muitas,
nossos
desde o baixo índice de escolarização dos
missionários, capitaneados pelo Pe. Trampe,
candidatos até a falta de condições financeiras
consideravam a situação e a cultura pouco
e a disciplina muito rígida imposta pelos
favoráveis, e optaram pela busca de vocações
formadores. Várias turmas tiveram uma
no Sul, junto às famílias de imigrantes
desistência de 50% já no final do primeiro
europeus.
semestre. Porém, em 1954 a província admitia
e
um
meio
de
sobrevivência,
os quatro primeiros noviços nativos e, em
A decisão de acolher e formar vocações Mesmo assim, na década de 1940, os MSF da região Norte do Brasil se deslocaram em direção ao Ceará, atraídos pela fecundidade vocacional. Estabeleceram residência em Crato e começaram a trabalhar na cidade e nas imediações. Trabalharam na região de Inhamuns e assumiram as paróquias de Saboeiro (1943), Jucás, Arneiroz e Aiuaba (1944) e Crato (1940). Além da dimensão sacramental, a ação dos MSF adquiriu uma razoável conotação social, especialmente em termos de resgate da autoestima do povo sertanejo.
Província Brasil Meridional
e o envio de novos grupos de missionários
a formação de novos sacerdotes autóctones e
1958, foi concluída a última ala da construção, de forma que o seminário estava em condições de acolher até 250 seminaristas. O período de 1960 a 2000 representa o fim da vinda de missionários estrangeiros e o começo da brasilianização. Em 1961, foi reaberto o Escolasticado do Recife e, em 1962, foram ordenados os primeiros nativos. Em 1965, os confrades brasileiros assumiram a formação dos aspirantes em Crato/CE, mas a experiência não foi bem sucedida e o seminário foi fechado definitivamente em 1971.
O fim da etapa dos missionários estrangeiros
Até 1948, quando se tornou Província, a
Em 1964, foi criada a diocese de Floresta/PE.
região Norte não tinha um plano objetivo para
O bispo e todos os padres eram Missionários
15
Província Brasil Meridional
da Sagrada Família. Ao lado do trabalho paroquial
Geral sentiu-se na obrigação de decretar a
de manutenção, alguns confrades se envolveram
extinção da Província Brasil Setentrional e
na luta pelo assentamento dos camponeses
anexar seus membros e instituições à Província
despejados pela construção da Barragem de
Brasil Meridional. Assim, em 15 de março de 2018
Itaparica.
chegava ao ocaso a Província Brasil Setentrional.
Entretanto, as Províncias MSF da Europa
Encerrou-se um período de sete décadas,
viviam as consequências da crise vocacional,
mas não foi concluída a presença e a missão
que fez “estacionar” o crescimento numérico e
dos Missionários da Sagrada Família na região.
finalizar o envio de missionários ao Brasil. No
Esta presença continua com duas dezenas
final dos anos 70 e início dos anos 80, a Província
de coirmãos dedicados, que atuam em seis
Brasil Setentrional ainda acolheu um grupo de
paróquias, uma Casa de Formação e o Santuário
confrades oriundos do Brasil Meridional.
Nossa Senhora dos Impossíveis (Patu/RN).
Os frutos do investimento na formação, assim como dos novos ares respirados pela Igreja na América Latina, foram colhidos nas décadas de 1980 e 1990: foram mais de duas dezenas os jovens MSF que emitiram os votos perpétuos e foram admitidos às ordens sagradas na região. Estes fatos, naturalmente, deram novo ânimo e nova esperança aos operários da primeira hora. O forte sentimento de unidade e coesão, assim como o amor à terra e à cultura nordestina,
16
fizeram com que a Província Brasil Setentrional não conhecesse a expansão missionária para além do seu território, e a histórica dependência da ajuda econômica da província-mãe levou a um certo descuido com o patrimônio comum e com a manutenção das demandas da formação.
Um desfecho triste e dolorido Não obstante o considerável número de novos e qualificados membros, como também do trabalho dedicado e meritório de muitos, as dificuldades da Província foram se acumulando e levaram a decisões inusitadas, como dispensar formandos por falta de recursos para mantêlos, e como a renúncia do Superior Provincial, ocorrida em duas ocasiões. Depois de várias medidas paliativas, acolhendo o
pedido
do
próprio
Superior
provincial,
apoiado pelo Conselho da Congregação, o 13° Capítulo Geral (2013) aprovou a intervenção do Governo Geral na Província e a nomeação de um Superior interventor. Várias medidas foram implementadas e algumas dificuldades começaram a ser superadas. Entretanto, por um conjunto de razões, inclusive os limites pessoais dos dois interventores, a medida excepcional não gerou os frutos esperados. Com preocupação e dor, o Governo
marcou o cristianismo europeu, tanto suas bases leigas como os amplos setores da hierarquia, no final do século XIX. Os primeiros membros da Congregação dos Missionários da Sagrada Família foram ordenados em 1905. Já no final do ano 1910, dois anos depois da morte do Fundador, nossa jovem Congregação enviava seus primeiros missionários ao exterior. O destino escolhido foram as terras brasileiras, mais precisamente a gigantesca Prelazia de Santarém, na região do Amapá e da Ilha de Marajó, onde chegaram os primeiros missionários em agosto de 1911.
Do Norte ao Sul O primeiro grupo de sete missionários recebeu sucessivos reforços, e o campo inicial da missão foi se deslocando da região amazônica para o nordeste brasileiro. Até o início da década de 1920, o Brasil foi o único campo marcadamente missionário da Congregação. A expansão na Europa acontecia focalizada na abertura de “escolas apostólicas”, visando a acolhida e formação de novos missionários. A partir de 1923, depois da primeira visita do Superior Geral à missão, tomou-se a decisão de “descer” para o Sul do Brasil. O que motivou esse enorme deslocamento foi a perspectiva de acolher vocações. Na mentalidade dos missionários europeus, a cultura nativa do povo do Norte e do Nordeste brasileiro não era um terreno favorável para o florescimento de vocações à vida religiosa e missionária. Foi isso que levou à decisão de ampliar a presença no Brasil e instalar-se
em regime de internato. Ao lado da atenção à formação, os missionários assumiram a pastoral paroquial no Rio Grande do Sul, e posteriormente em Santa Catarina, seguindo o caminho aberto pelos imigrantes alemães e italianos. No Rio Grande do Sul, o apostolado paroquial desenvolveu-se em paróquias da região de Santo Ângelo, na área da Arquidiocese de Porto Alegre e na região de Passo Fundo. Mas um grande empenho foi devotado à causa da formação de vocações missionárias. Além da Escola Apostólica (1932) e do noviciado, houve um grande investimento econômico e pedagógico em prol da construção e viabilização de um Escolasticado (1945), para assegurar boa formação filosófica e teológica às vocações cujo número aumentou significativamente nos anos sub sequentes.
Criação da Província Em
1948,
nasceu
a
Província
Brasil
no Rio Grande do Sul. O objetivo era semear,
Meridional dos Missionários da Sagrada
cultivar e formar vocações missionárias para,
Família, com sede em Passo Fundo e presença
mais tarde, colocá-las a serviço da Igreja do
no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no
Brasil.
Rio de Janeiro. Em Santa Catarina, seguindo
Apostolado e formação
Província Brasil Meridional
Breves traços de uma bela história centenária
Nossas raízes estão no intenso espírito missionário que
o ritmo do desenvolvimento econômico e social da região em expansão, a paróquia mãe
Os primeiros missionários chegaram às
de São Carlos desdobrou-se em inúmeras
regiões de Porto Alegre e Santo Ângelo em
novas paróquias, todas confiadas à Província.
1923. Em 1932, em Santo Ângelo, foi inaugurada
Com elas, um leque impressionante de obras
a primeira casa destinada à formação, com
sociais (escolas, hospitais) concretizou uma
capacidade para acolher até 200 seminaristas
visão missionária que se estendia para além
17
Província Brasil Meridional
do culto e da doutrina.
missionário. Foi nesse período que, além de
No final da década de 1950, a pedido do
manter uma significativa participação na
Governo Geral, alguns missionários foram
missão interprovincial na Bolívia, foi aberta
deslocados
Gerais
uma comunidade missionária inserida em
(Januária), gérmen da atual Província Brasil
ao
Norte
de
Minas
meios populares na capital do novo estado
Oriental, com a qual colaboramos com o envio
de Tocantins, na região Norte do Brasil. No
de missionários durante muitos anos. Nos
início do ano 2000, essa fronteira missionária
20 anos que se seguiram, ampliaram-se as
se estendeu mais para o Norte, na Prelazia
estruturas de formação e a atuação paroquial,
de Tefé/AM, nos municípios de Carauari e
de modo que a Província construiu duas
Itamarati, às margens do rio Juruá.
novas Escolas Apostólicas (em Maravilha/SC e Rio Pardo/RS) para acolher vocacionados do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Este foi o período de maior florescimento
Na
primeira
década
do
século
XXI
vocacional da Província, seguido de uma
destaca-se a abertura de uma nova missão,
dolorosa crise e queda vertiginosa.
agora em Moçambique, acompanhada da reestruturação do processo formativo e
Crise e renovação
18
Uma só família, uma só missão!
da continuidade da devolução de antigas
No final da década de 1970, em pleno
paróquias às dioceses. A formação passou a
contexto de crise vocacional, sem prejuízo
ser pensada e implementada em integração
da ajuda solidária a outras regiões do Brasil,
com as demais províncias da América Latina.
expandimos nossa presença ao Mato Grosso e
Resultado disso foi a criação do Noviciado
Goiás. Tratava-se de apostolado paroquial, mas
Latino-Americano
que vinha marcado por uma forte perspectiva
Juniorado Latino-Americano (Belo Horizonte,
de renovação eclesial e engajamento social.
2012) e do Postulantado Latino-Americano
Na mesma época foi iniciada uma breve
(Recife, 2019). Por fim, a incorporação da
experiência de formação vocacional em
Província Brasil Setentrional veio resgatar
pequenas
parte da unidade das primeiras décadas.
comunidades,
acolhidas
nos
(Argentina,
2004),
do
espaços paroquiais, assim como a abertura
Fazendo essa memória, podemos identificar
de casas de formação nas novas regiões de
algumas tendências de conjunto na história
atuação.
da Província Brasil Meridional: a) 1911 a 1950:
A década de 1980, no contexto da opção
expansão do território de missão, consolidação
pelos pobres vivenciada de várias formas pela
da infraestrutura para a formação e busca
Igreja e pela Vida Religiosa, a Província Brasil
de autonomia regional; b) 1951 a 1980:
Meridional foi marcada por um movimento
consolidação institucional, paroquialização
de êxodo social do processo formativo
da missão, com significativa ampliação da
que, contando com um novo crescimento
infraestrutura para a formação, desfecho e
vocacional, deixou os grandes seminários
enfrentamento da crise vocacional; c) 1981
e passou a se organizar em pequenas
a 2000: apogeu de membros da Província,
comunidades
nas
diminuição das vocações, reorganização da
periferias urbanas nos meios populares.
formação e novo impulso missionário; d)
Com seus limites e virtudes, esse movimento
2001 a 2020: busca de desparoquialização
marcou profundamente a formação dos
do
postulantes e juniores das gerações sucessivas.
missionário e congregacional, com iniciativas
pedagógicas
inseridas
apostolado,
incremento
do
espírito
A década de 1990 significou para a Província
articuladas com as demais províncias. Esta
uma progressiva retirada de alguns espaços
última fase desembocou na incorporação da
paroquiais – várias paróquias foram devolvidas
Província Brasil Setentrional (2018) e culminou
ao cuidado das dioceses –, acompanhada
na unificação das Províncias MSF da América
de uma notável renovação do dinamismo
Latina (novembro de 2021).
Campos de
da Província Brasil Meridional O nome que a Província Brasil Meridional
a década de 1930, e chegou a cobrir todas as
ostenta refere-se à localização da sua sede,
etapas de formação, da escola fundamental à
mas não faz jus ao seu campo de atuação. De
formação teológica. Hoje, na área geográfica
fato, há muitos anos a Província estendeu sua
da Província, estão três casas de formação:
área de atuação mais acima do meridiano.
a Comunidade Libertadora Nazaré/COLINA,
Hoje, seus membros atuam nos estados
que acolhe os aspirantes em Goiânia; a Casa
do Amazonas, Goiás, Rio de Janeiro, Santa
de Formação Sagrada Família, que acolhe os
Catarina e Rio Grande do Sul, além das
aspirantes de Moçambique, em Nampula/
comunidades missionárias na Bolívia e em
Moçambique; o Convento São José, que acolhe
Moçambique.
os postulantes da América Latina, em Recife.
A maior parte dos membros da Província
Cada uma das paróquias acima citadas
dedica-se atualmente à pastoral paroquial. São
desenvolve,
42 coirmãos distribuídos em 21 paróquias, nas
espirituais, litúrgicas e catequéticas, uma
dioceses de Porto Alegre/RS, Passo Fundo/RS,
série de iniciativas na perspectiva da formação
Santo Ângelo/RS, Chapecó/SC, Rio de Janeiro/
e da promoção humana. Mas a Província
RJ, Goiânia/GO, Jataí/GO e Ipameri/GO, Maceió/
participa de dois outros projetos sociais
AL, Recife/PE, Natal/RN e Mossoró/RN. São
especialmente relevantes. Um deles é o
mais de 290 comunidades eclesiais servidas
Projeto Transformação, em parceria com um
por nossos coirmãos nestas paróquias!
conjunto de entidades religiosas, que presta
Alguns
também
atividades
em
apoio pedagógico, organizativo e financeiro a cinco cooperativas de recicladores, na cidade
situadas em fronteiras sociais e geográficas.
de Passo Fundo/RS. O outro é o Instituto
Este é o caso da paróquia São Benedito, na
Politécnico Familiar de Mecubúri, uma escola
cidade de Itamarati, e da paróquia Imaculada
técnica de nível médio para a formação na
Conceição, da cidade de Carauari, ambas
área da agricultura e da pecuária, em regime
Prelazia de Tefé/AM. Na mesma linha estão
de internato. Esta escola está situada na cidade
a paróquia Jesus de Nazaré, na periferia de
de Mecubúri, Moçambique, e já formou mais
Porto Alegre/RS, e a paróquia Nossa Senhora
de 200 jovens da região.
com
atuam
às
especiais,
paróquias
coirmãos
concomitante
características
das Dores, em Patu/RN. Mas pertencem a esse
Historicamente, não podemos esquecer os
grupo sobretudo as paróquias de Mecubúri
milhares de jovens que, em nossos diversos
e Muíte, com mais de 300 comunidades, na
seminários e instituições, receberam uma boa
arquidiocese de Nampula/Moçambique. São
educação de nível básico, médio e superior
13 os coirmãos que atuam nessas fronteiras.
que contribuiu, e muito, para a formação de
Um segundo campo de semeadura e colheita dos membros da Província é a formação das vocações. O empenho nessa área vem desde
lideranças eclesiais, sociais e políticas, enfim, de cidadãos conscientes, críticos e engajados.
Província Brasil Meridional
semeadura e de colheita
19
Província Brasil Meridional
20
As Comunidades locais no Brasil Meridional A Província Brasil Meridional era composta por sete Comunidades, cada uma delas compreende várias pequenas Comunidades de vida, ou residências. Comunidade Convento São José: É a comunidade mais antiga da Província, criada em janeiro de 1920, da qual faziam parte oito coirmãos. A comunidade do Convento se caracteriza por uma pluralidade de espaços e atividades: abriga o Postulantado LatinoAmericano; compreende também o espaço reservado para coirmãos idosos e doentes, que acolhe dois coirmãos; e acolhe coirmãos que se dedicam ao apostolado paroquial. Os coirmãos da Comunidade do Convento São José desempenham o apostolado paroquial (paróquias Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Lurdes e São João Batista), ao apostolado vocacional e à formação de vocações, e a assessoria e consultoria a movimentos e organizações sociais.
Comunidade do Rio Grande do Sul: Esta comunidade reúne cinco diferentes núcleos: Porto Alegre (com duas paróquias e 4 coirmãos); Santo Ângelo (com duas paróquias e uma residência para idosos, com 5 coirmãos); Passo Fundo (com a sede Provincial e o Lar Nazaré, com 13 coirmãos; e Moçambique (com duas residências e 5 coirmãos).
Comunidade São Carlos: Com sua sede às margens do Rio Uruguai, situa-se na diocese de Chapecó (SC) e foi criada no ano de 1931. É composta de cinco Comunidades de vida, todas dedicadas ao apostolado paroquial, e conta com nove coirmãos e um postulante em estágio. É composta por 10 coirmãos. Como se pode imaginar, o apostolado da comunidade é desenvolvido essencialmente na
animação
paroquial,
com
mais
de
aproximadamente 180 comunidades e vários setores pastorais. Os MSF já foram responsáveis por outras cinco paróquias, que, nos últimos anos, passaram à responsabilidade do clero diocesano.
Comunidade Rio de Janeiro: Criada em setembro de 1938, tinha como objetivo constituir uma comunidade que auxiliasse na chegada e saída dos missionários europeus no porto e no aeroporto da então capital do Brasil. Atualmente fazem parte desta comunidade apenas 3 coirmãos, divididos em duas comunidades de vida. O apostolado da comunidade está localizado na animação paroquial, com seus múltiplos organismos pastorais e assistenciais, com atenção especial à orientação espiritual.
Comunidade Carauari:
Criada canonicamente em fevereiro de 1942, com
Esta comunidade estruturalmente missionária
sede na capital do Rio Grande do Norte, tem oito
foi criada no ano 2001, apenas um ano após a
membros e é composta por duas Comunidades de
chegada dos primeiros missionários à região. Está
vida: Paróquia São Pedro (Bairro Alecrim, Natal),
organizada em duas residências, com um total
da qual fazem parte quatro coirmãos; e Santuário
de quatro membros, mas o trabalho é projetado e
Nossa Senhora dos Impossíveis (Patu), situada a 280
desenvolvido em estreita sintonia e colaboração.
km de Natal, composta por quatro coirmãos.
Digno de nota é a presença pastoral junto às
O apostolado da Comunidade se concentra na
comunidades ribeirinhas. Cada visita, realizada
animação paroquial (Paróquia São Pedro, de Natal,
duas vezes por ano, demanda mais de 45 dias,
e Paróquia Nossa Senhora das Dores, de Patu) e
período no qual o barco se transforma em residência
na animação do Santuário Nossa Senhora dos
missionária.
Impossíveis (Patu), que existe há mais de 250 anos
Situadas às margens do rio Juruá, as paróquias nas
e recebe aproximadamente 200.000 romeiros por
quais se concentram os trabalhos dos missionários
ano.
são Imaculada Conceição (Carauari) e São Benedito
Comunidade Goiânia: Criada em 1980 (inicialmente, com sede em Jataí), é composta hoje por seis coirmãos, distribuídos em cinco residências: Comunidade Libertadora Nazaré. Nesta casa de formação, que acolhe aspirantes para um primeiro ano de experiência e discernimento, vivem dois postulantes e dois coirmãos; Paróquia Bom Pastor (Caldas Novas), com dois coirmãos; e Paróquia Nossa Senhora das Dores (Rio Verde), também com dois coirmãos. Além da pastoral paroquial, à qual se dedicam vários coirmãos, a Comunidade também se dedica à animação vocacional da província, à formação dos vocacionados e à animação do Santuário de Nossa Senhora da Salette, com uma pequena presença também no mundo acadêmico.
(Itamarati). Embora as duas paróquias sejam confinantes, o deslocamento entre uma e outra consome mais de dois dias de viagem de barco, ou 50 minutos de voo.
Província Brasil Meridional
Comunidade Natal:
21
O que temos
Província Brasil Meridional
não nos pertence,
o que somos é para os outros! Ao assumirmos o sonho de sermos “uma
se estendeu a Santa Catarina (1927) e Rio de
só família, uma só missão”, cada Província o
Janeiro (1938). Depois de ampliar a presença
faz com a convicção de que as Províncias da
nessas regiões, no final da década de 1970, a
América Latina unidas e articuladas é um
Província estendeu sua atuação a Goiás, Mato
passo à frente e enriquece a todos. Mas cada
Grosso e Tocantins. Se essa expansão pode
uma das províncias, ao erguer o pé para dar
estar contaminada pelo vírus da conquista
este passo, o faz também convicta de que tem
e da dominação, não deixa de expressar um
algo de próprio a ser compartilhado para o
desapego do próprio torrão e uma abertura
bem de todos.
às necessidades da Igreja em outras regiões,
Nesta
perspectiva,
a
Província
Brasil
Meridional oferece, com humildade e sincero
22
dinamismo que gostaríamos de partilhar com todos.
apreço, alguns dons que recebeu e cultivou:
Um terceiro aspecto que nos foi dado e
um caminho de crescente organização; uma
procuramos desenvolver e manter, não sem
longa história de empenho na formação; um
muitos limites e dificuldades, é o empenho
notável dinamismo de expansão; algumas
nas missões ad gentes. O deslocamento para
experiências
as periferias (casas de formação, paróquias,
de
missão
nas
fronteiras;
um testemunho de partilha de membros.
projetos
Oferecemos aquilo que não nos pertence, que é
popular) e para a região central do país (Goiás,
dom recebido, sem arrogância, sem pretensão
Mato Grosso e Tocantins) já sinalizavam este
de ensinar e com consciência dos inúmeros
dinamismo. Mas ele se tornou mais robusto
limites e contradições que carregam.
e mostrou seus frutos na participação na
sociais,
educação
e
assessoria
O empenho da província Brasil Meridional
Missão Interprovincial na Bolívia (desde 1997),
na formação das vocações remonta à década
na Amazônia (desde 2000) e em Moçambique
de 1930. A Escola Apostólica Sagrada Família
(desde 2007). Compartilhamos com alegria
(Santo Ângelo, 1932) é a primeira casa de
esses pequenos passos, e sonhamos contar
formação fora do continente europeu! A ela
com uma primavera missionária na nova
seguiu-se o Noviciado, o Escolasticado São
Província.
José (Passo Fundo, 1945) para os estudos
Por fim, temos também uma razoável
de filosofia e teologia, e mais duas Escolas
experiência de organização e de intercâmbio
Apostólicas (Maravilha/SC, 1957 e Rio Pardo/
de missionários, valores que carregamos em
RS, 1964). Posteriormente, várias outras
vasos de barro. A generosa ajuda econômica
casas de formação se espalharam pelo Brasil
que recebemos da Província alemã no passado
(Goiânia, Rio de Janeiro e Moçambique).
foi administrada com competência, e hoje
Inúmeros coirmãos se dedicaram e, ainda
temos uma sólida base patrimonial, em vista
hoje, dedicam-se ao ministério da formação.
da manutenção dos coirmãos, da formação e
No campo da formação, temos algo a dar, e
da missão. Fomos beneficiados também por
queremos aprender.
uma pequena mas duradoura prática de envio
A Província Brasil Meridional germinou
e partilha de coirmãos às demais províncias,
inicialmente no Rio Grande do Sul (Porto
herança e homenagem àqueles que deixaram
Alegre, Santo Ângelo e Passo Fundo). Mas
o continente europeu para lançar as sementes
logo apenas cinco anos depois da chegada
da Província Brasil Meridional.
dos primeiros missionários, a área de atuação
Província Brasil Oriental
PROVÍNCIA
Breve história da Província Brasil Oriental Pe. Genivaldo Lopes Soares msf Montes Claros/MG
Brasil Oriental
Tudo começou no ano de 1956 em Januária, quando o Papa Pio XII pediu aos Missionários da Sagrada Família que tomassem conta dessa região e preparassem a criação da Diocese de Januária. A chegada dos missionários da Província Brasil Meridional ao Norte de Minas Gerais deu-se no dia dois de abril de 1956. Todavia, atuar no estado de Minas Gerais era uma velha aspiração da Província Brasil Meridional, desejosa de superar os limites das etnias europeias do Sul do Brasil. Portanto, Minas Gerais inicialmente fez parte da missão do Brasil Meridional. A cidade de Januária pertencia à Diocese de Montes Claros, que tinha como bispo Dom José Alves Trindade. Com ele foram feitos os primeiros contatos e acordos para abrir espaço para a atuação dos MSF em Januária e em outras cidades como São Francisco, Manga e Monte Azul.
23
para sua Província, onde veio a falecer logo em seguida.
Criação da Região Missionária de Minas Gerais Província Brasil Oriental
Nesse mesmo ano de 1956, o estado de Minas Gerais e do Espírito Santo foram desmembrados do território missionário da Província Brasil Meridional e, ao mesmo tempo, foi criada uma frente ou região missionária subordinada à Província da Alemanha. O Superior Geral da Congregação havia confiado esta nova frente missionária à Província da Alemanha, a qual deveria
e
enviar
os
missionários
necessários. Havia uma promessa da Santa Sé, que animava alguns deles: o primeiro bispo da
Os primeiros passos e os primeiros missionários
24
formar
futura diocese de Januária seria um Missionário da Sagrada Família.
Para o início da missão nessa nova realidade,
Naquela época a Diocese de Januária contava
a Província Brasil Meridional enviou quatro
apenas com oito paróquias. Na cidade de Januária,
missionários: Pe. João Maria Arndt, que foi
havia a Paróquia Nossa Senhora das Dores, que
destinado a Januária; Pe. Otto Massmann,
mais tarde seria a Catedral e, nos arredores, havia
destinado
Nicolau
as paróquias de Brejo do Amparo; em Manga, a
Gouverneur, destinado a Monte Azul; e o Pe.
paróquia de Matias Cardoso; em São Francisco,
Aloísio Frank, destinado para Manga. Somente o
a paróquia São José; em São Romão, a paróquia
Pe. Aloísio era brasileiro!
Divino Espírito Santo; e as paróquias de Espinosa,
a
São
Francisco;
Pe.
Logo em seguida, a Província da Alemanha
Monte Azul e Mato Verde.
assumiu a responsabilidade por este novo campo
A Alemanha nomeou cinco novos missionários
missionário. Na carta de nomeação dos quatro
que no ano seguinte viajaram da Europa para
primeiros missionários enviados diretamente
o Brasil: Pe. João Juli, Pe. Paulo Matulinski, Pe.
da Alemanha para o Brasil, o Superior Provincial
Pedro Maurer, Pe. Ricardo Trischler e Pe. Hans
justificou tal envio como sendo desejo do Papa,
Sticker. Entretanto, nenhum deles trabalhou
em vista da criação de duas dioceses (Januária
na Diocese de Januária de imediato. Primeiro
e Paracatu), ambas com aproximadamente
foram à Província do Sul para um breve “estágio
150.000 habitantes, que seriam desmembradas
missionário” e para aprender o idioma. Dentre
da grande Diocese de Montes Claros. Esse fato
eles, destacamos o Pe. Hans Sticker, que foi
ajuda a explicar por que a história da Província
enviado para a Província Setentrional.
Brasil Oriental e a história da Diocese de Januária praticamente se confundem por muitos anos.
Por outro lado, o Pe. Martinho Kirscht, que já estava no Brasil Setentrional e gostaria de
No mês de novembro de 1955, o Superior
trabalhar junto com seus colegas alemães, veio
Geral designou oficialmente os padres Estevão
para Minas Gerais. Ele chegou a Monte Azul no
Boron,
Willibaldo
dia 27 de outubro de 1956, vindo de Crato/CE.
Ciupek e Jacó Paasch para a criação da Diocese
No dia 28 de novembro, num telegrama de Dom
de Januária. É importante destacar que nesta
José Alves Trindade, bispo de Montes Claros, foi
carta de nomeação falava-se apenas de uma
anunciada a nomeação do Pe. Martinho para
diocese. Francisco Roggenbuck foi a cidade de
Espinosa, para celebrar a novena de Nossa
São Francisco; Willibaldo Ciupek foi a cidade
Senhora dos Remédios. O Pároco havia deixado
de Monte Azul; Estevão Boron foi a cidade de
a paróquia e, diante da chegada do Pe. Martinho,
Januária. É importante registrar que o Pe. Jacó foi
não voltou. Assim, o Pe. Martinho foi o primeiro
à Manga ajudar o Pe. Aloísio Fank, que acabara
MSF alemão que chegou para trabalhar na então
ficando por lá, porque adoeceu e teve que voltar
prelazia de Januária. Em fins de 1957 já eram
Francisco
Roggenbuck,
sete paróquias assumidas e animadas pelos
da Alemanha: Pe. Godofredo Helmes, Pe. João
Missionários da Sagrada Família, mas ainda
Otto Grimm, Pe. Gunter Peters, Pe. Germano
sob a jurisdição da Diocese de Montes Claros.
Schultheis, Pe. Herbert Rohleder, e, por último,
A Congregação esperava ansiosa a nomeação
Pe. Pedro Mettler.
de um Prelado MSF para Januária, o que não aconteceu.
Um outro dado curioso é que, no dia 1º de março de 1976, Dom João Batista foi nomeado vigário apostólico de Tromsoe, no norte da Noruega,
Maurer chegaram a Januária. O Pe. Pedro foi
onde permaneceu até o dia 23 de março de 1977,
destinado a São Francisco, e Pe. Paulo ficou
quando foi reconduzido à sua antiga Diocese de
em Januária. Na mesma dinâmica chegaram
Januária por Papa Paulo VI, permanecendo nela
também, no ano de 1957, o Pe. Rudolf Gottschalk,
até a sua aposentadoria, em 20 de julho de 1983.
o Pe. Alfons Müer e o Pe. Geraldo Nalbach.
Informações orais dão conta de que este “exílio”
Inicialmente, os padres Pedro Maurer e Paulo
foi uma punição por seus posicionamentos
Matulinski foram destinados a Passo Fundo, para
considerados liberais em relação à moral
estudar o idioma.
matrimonial.
"(...) esta casa possibilitou a formação de vários aspirantes à vida religiosa e de muitos cidadãos íntegros.'' Criação da Diocese de Januária
Os frutos da animação vocacional e missionária Um dia antes da morte, Dom João Batista ouviu a notícia da nomeação de seu sucessor, na pessoa de Pe. Anselmo Müller msf. Em plena Assembleia Anual dos Bispos do Brasil, em Itaici/SP, no dia 3 de maio de 1984, Dom João Batista partiu para o Reino definitivo, que em vida anunciou com dedicação e amor. Seu corpo foi sepultado no dia 4 de maio de 1984, na cripta da Catedral de Januária. Com a chegada de Dom Anselmo, no mês de julho de 1984, vieram também novamente alguns
Com grande expectativa e entusiasmo, a
missionários do Sul para trabalhar na Diocese de
Diocese de Januária foi criada em 15 de junho de
Januária, pois existiam muitas comunidades com
1957 pelo papa Pio XII. No dia 16 de maio de 1958,
necessidade do atendimento pastoral.
o Papa nomeou o primeiro bispo de Januária
No ano de 1981, merece destaque a celebração
na pessoa de Dom Daniel Tavares Baeta Neves,
da primeira ordenação de um missionário nativo
que permaneceu à frente da Diocese por cinco
de Minas Gerais. No dia 11 de julho, na cidade
anos. Durante este tempo, o Pe. Estevão pediu
de São Romão, o então Diácono José Antônio
licença ao bispo para construir um seminário da
Rocha Lima msf foi ordenado Presbítero. Nos
Congregação. A licença foi dada para a cidade de
anos seguintes, ocorreram novas ordenações de
São Francisco. Em 1965 foi iniciada a construção
jovens despertados pelo trabalho missionário.
do Seminário Nossa Senhora de Fátima. Por 40
Merece destaque a ordenação presbiteral do
anos, esta casa possibilitou a formação de vários aspirantes à vida religiosa e de muitos cidadãos íntegros. Com a saída de Dom Daniel, a Diocese de Januária ficou vacante, e o Papa João XXIII nomeou o Pe. João Batista Przyklenk msf como o novo bispo de Januária. Ele foi sagrado no dia 29 de junho de 1962, em Kevelaer, na Alemanha. Pouco depois, em 1964, a missão se tornou Região de Minas Gerais, e, em 1969, recebeu o status de Província, com o nome de Brasil Oriental. Neste período, foram chegando mais missionários
Província Brasil Oriental
Nessa época, o Pe. Paulo Matulinski e Pe. Pedro
25
Província Brasil Oriental
Diácono José de Arimatéia, no dia 20 de dezembro
pela Área Pastoral Nossa Senhora Aparecida,
de 1995, na Paróquia Sagrada Família de Januária.
no bairro Califórnia (cidade de Contagem, zona
No dia 19 de julho de 1996, na Paróquia Nossa
metropolitana de Belo Horizonte). Atualmente,
Senhora Aparecida, em São Francisco, oca
desde 2017, se faz presente na paróquia São
ordenação presbiteral do Diácono Pedro Leonides
Sebastião, também em Contagem.
da Silva Rocha msf, da Comunidade rural de Lagoa Grande. Na mesma cidade de São Francisco
Estruturas para a formação
foi ordenado presbítero o diácono Manoel do
É importante registrar que a Província Brasil
Nascimento Pereira Santos msf, no dia 29 de junho
Oriental chegou a ter quatro casas de formação. A
de 2001. Na cidade de São Romão foi ordenado o
primeira foi o Seminário Nossa Senhora de Fátima,
diácono José Ronalde Nogueira msf, no dia 6 de
em São Francisco. A segunda, a partir de 1981, foi
dezembro de 2002. Na Paróquia Menino Jesus de
a Casa de Formação São José, em Belo Horizonte.
Praga, em Montes Claros, ocorreu a ordenação
Depois veio a Casa de Nazaré, localizada na cidade
presbiteral do diácono Genivaldo Lopes Soares
de Montes Claros, e adquirida em 1993, passando
msf, no dia 1º de abril de 2005. Na cidade de São
a acolher estudantes no processo de formação.
Francisco, o diácono Aniceto Francisco dos Santos
Por fim, devido ao crescimento no número de
msf foi ordenado presbítero no dia 3 de fevereiro
vocacionados, a província iniciou a construção
de 2006, na Capela Sagrada Família. No dia 5
do Seminário Sagrada Família, em Montes Claros,
de agosto de 2006, o diácono Edilson Francisco
inaugurado em julho de 2001.
Raposa de Almeida msf é ordenado presbítero na
Missionários
da
Sagrada
Família
que
chegaram ao Norte de Minas Gerais e os que
Matriz de São José, em São Francisco.
26
Os
aqui se agregaram a esta família viveram um
Expansão geográfica
intenso processo de inculturação na realidade
Na história da província, destacamos também
do povo, assim como o povo também se adaptou
a chegada dos missionários na cidade e Diocese
aos missionários estrangeiros. De um lado, o
de Montes Claros. Isso ocorreu no ano de 1993,
povo com a sua forma simples de ser, celebrar e
na antiga comunidade Menino Jesus de Praga, na
acolher o Mistério de Deus e suas testemunhas;
pessoa do Pe. Germano Schultheis. No ano de 2001
de outro, os missionários que se dedicaram com
a comunidade é elevada à condição de paróquia
muito empenho e zelo no anúncio do Evangelho,
e, no dia 12 de outubro de 2005, o Pe. Guilherme
na animação pastoral, na formação permanente
Michels assume nela a função de pároco. Outra
de leigos, no trabalho catequético e na prática
presença dos MSF na diocese de Montes Claros
da caridade com os mais pobres, mediante a
ocorre na paróquia de São Sebastião, na cidade
distribuição de cestas básicas, a construção de
de Taiobeiras. Chegamos lá em 21 de fevereiro de
casas populares, de centros de acolhida para
2010, com a posse do Pe. José Ivan da Costa Alkimin
crianças e até de um hospital.
como pároco e do vigário paroquial Pe. Valdir Rodrigues de Souza. A
presença
missionária
profética
dos
Como as árvores do cerrado e do sertão
Missionários da Sagrada Família na Arquidiocese
Assim foi e continua sendo o trabalho cotidiano
de Belo Horizonte teve início no ano de 1981, ocasião
dos Missionários da Sagrada Família no Norte de
onde a Província transferiu seus estudantes de
Minas Gerais, no sertão e no cerrado mineiros.
Teologia para esta cidade, fixando residência na
Muitos dos que por aqui passaram, agregaram
Casa da Formação São José (atualmente Juniorado
algo do jeito mineiro e sertanejo de ser nos Gerais
Latino-Americano). Além disso, no ano de
de Minas, apreendendo ou ensinando. Podemos
1987, a província participou, ao lado de diversas
dizer que, tanto os que aqui chegaram como os que
ordens e congregações, da fundação do Instituto
daqui partiram, são como as árvores do sertão e do
Santo Tomás de Aquino (ISTA), fazendo parte do
cerrado: envergam mas não quebram; descascam
grupo “sócios-fundadores”. Mais tarde (2010), a
e renascem. De fato, esse é o espírito dos que aqui
Província assumiu a responsabilidade pastoral
vivem a missão nesses “grandes sertões e veredas”.
A Província Brasil Oriental conta atualmente com 20 membros, distribuídos em dois estados do Brasil (18 em
Pe. Pedro Leonides Rocha da Silva msf São Francisco/MG
nosso trabalho missionário em sete cidades brasileiras. A Província Brasil Oriental está organizada em 2 Comunidades religiosas: uma em Montes Claros/MG, que congrega as residências de Januária, São Francisco, Montes Claros e Taiobeiras; outra em Belo Horizonte, que coincide com a Casa de Formação São José, da qual fazem parte Juniorado e a residência da Paróquia São Sebastião. As distâncias entre as nossas comunidades religiosas vão de 170 km a 400 km. Os membros que ficam mais distantes são os que vivem e trabalham na Paróquia São Sebastião,
Província Brasil Oriental
Presença, atividades e contribuições da Província Brasil Oriental
Minas Gerais, 1 no Amazonas e 1 no Chile). Desenvolvemos
em Taiobeiras, há cerca de 300 km, e Belo Horizonte, que está a 400 km da sede provincial. Isso representa uma certa dificuldade para encontrar-se com maior regularidade. A Província Brasil Oriental anima e administra cinco paróquias e uma pro-paróquia, todas localizadas no estado de Minas Gerais. Quase todas as paróquias estão na região norte mineira, e apenas uma paróquia na região da capital do estado. O conjunto de comunidades atendidas nestas paróquias passa de 160, e estão inseridas em diversas realidades de periferia, centro urbano e zona rural. De um modo geral, em nossas paróquias, o carisma é visibilizado no trabalho que se faz com as famílias pela Pastoral Familiar, Encontro de Casais com Cristo, formação de lideranças, Legião de Maria, Pastoral Catequética, Pastoral da Visitação com a imagem da Sagrada Família, Santas Missões Populares peregrina e Serviço de Animação Missionária. No processo de unificação das províncias, lançamos um olhar de esperança a partir daquilo que estamos fazendo no presente, e olhamos com muita expectativa o futuro que estamos sonhando juntos. Ao longo do tempo, a Província cultivou um trabalho mais circunscrito à missão e pastoral paroquial. Os Missionários da Sagrada Família que foram enviados
"(...) lançamos um olhar de esperança a partir daquilo que estamos fazendo no presente, e olhamos com muita expectativa o futuro que estamos sonhando juntos."
para essa referida região pela Província da Alemanha e pela Província Brasil Meridional desbravaram essa área do sertão norte mineiro, criando diversas comunidades eclesiais missionárias. Mas estas comunidades ainda se apresentam como um desafio a ser considerado na formação de novos missionários e na animação e revitalização dessas comunidades. Assim, os membros da Província Brasil Oriental, inseridos numa experiência de intercâmbio com as outras províncias, em fase final de unificação, poderão agregar bastante à nova Província a ser criada, aprimorando e encarnando o carisma missionário da Congregação nessa área de atuação.
27
Província Chile
PROVÍNCIA
CHILE Los primeros misioneros y su partida hacia Chile
Giselle Vargas Noguera Santiago/Chile
28
El inagotable trabajo pastoral de los Misioneros de la Sagrada Familia en Chile comenzó hace ocho décadas. Fue en 1937, un año antes de llegar al país, cuando la Provincia de Holanda divulgó entre sus miembros la noticia de que Chile sería el nuevo campo misionero. Monseñor Alfredo Cifuentes, Obispo de Antofagasta, y Monseñor Juan Subercaseaux, Obispo de Linares, fueron los obispos chilenos que solicitaron a Roma apoyo de alguna congregación religiosa que estuviera dispuesta a enviar sacerdotes para ayudar en el quehacer pastoral diocesano.
impedimento
para
continuar
con
su
vida
de antecedentes del país, como, por ejemplo, la
contemplativa. De esta forma, la rutina diaria de los
situación política y religiosa de la época. En ese
siete tripulantes se desarrolló entre misas, ejercicios
tiempo Chile transitaba desde 1925 por la separación
espirituales y lecciones de español. También
Iglesia-Estado, el nacimiento de grupos socialistas
entablaron
y comunistas, la aparición de la Acción Católica en
del barco y alguna que otra información que les
1931, entre otros acontecimientos.
permitiera entender cómo era Chile, todo en un
conversaciones
con
la
tripulación
La observación más importante que hicieron los
barco de carga que solo les permitía moverse entre
obispos fue que el grupo que decidiera partir de
la cubierta, el salón y los camarotes, si es que los
Holanda no lo hiciera antes de octubre, por el clima de
furiosos días de tormenta en alta mar lo permitían.
agitación política de Chile. Ese año, el 30 de octubre
Poco y nada sabían los misioneros holandeses de
de 1938, se realizaron elecciones presidenciales
Chile. Mientras la ruta marítima los acercaba al país
logrando el triunfo el candidato radical del Frente
sureño, crecía en ellos la incertidumbre de lo que
Popular, Pedro Aguirre Cerda. Con todas estas
encontrarían en este país y en qué condiciones.
indicaciones, los primeros siete Misioneros de la Sagrada Familia iniciaron un largo viaje por mar.
Si en las comunidades se hablaba de América, se pensaba inmediatamente en Estados Unidos y en
A las siete y media de la mañana del lunes 13
Canadá. Pocas veces se nombraba México. La historia
de octubre de 1938, bajo una llovizna de octubre,
o, más bien, la existencia del resto de los países era
los sacerdotes holandeses Cornelio van de Spek
prácticamente desconocida, apenas tratada en los
Hartmâr, Antonio Hoogantink Nijenhuis, Juan
mapas.
Visser Peters, Cristián Verheugd van Lieshout,
En su trayecto marítimo, el paso por el Canal de
Juan van Bergenhenegouwen van Marrewijk, el
Panamá y el puerto de Buenaventura no los animó
hermano Canisio Tenberge Wiggeshoff y el hermano
mucho. “Quedamos con la impresión de que todo estaba
Wilibrordo Grimminck Vreeke dieron curso a una
muy desolado y desordenado. Nos preguntamos:
misión evangelizadora cuyos frutos, repercusiones y
¿Cómo será la situación? ¿Qué encontraremos cuando
legado nunca sospecharon.
avancemos más al sur del continente?”, contó el padre
Los sacerdotes iniciaron su peregrinar hacia puerto
Juan van Bergenhenegouwen.
de Amberes (Bélgica) acompañados por el Superior
Grata sorpresa se llevaron los misioneros al ver el
Provincial de Holanda, Adrianus Kouwenhoven; su
“aire europeo”, según comentaron, de las primeras
Primer Consejero, padre Bernardo Welling, y el padre
ciudades que les dieron la bienvenida: Arica,
Gerardo Schoot Scholten, que se sumaría a la misión
Antofagasta y Valparaíso.
en Chile pocos meses después.
Luego de presentar los documentos de viaje en el
Luego de una larga espera, que fluctuó entre el
puerto de Arica, continuaron su trayecto en barco
papeleo habitual, el traslado en lancha desde el
hacia Antofagasta. Aquí descendió el primer grupo
puerto al barco mismo y la espera de un pasajero
de misioneros que se instalaría más al sur, en Talca.
atrasado, los sacerdotes dejaron tierra firme para
El padre Cornelio van de Spek, el padre Antonio
comenzar un viaje de seis semanas en el barco de la
Hoogantink, el padre Juan Visser y el hermano
compañía sueca Johnson Line.
Wilibrordo Grimminck fueron recibidos por el 0bispo
La vida marítima de los misioneros no fue
Província Chile
Los obispos chilenos entregaron la mayor cantidad
de Antofagasta, Mons. Alfredo Cifuentes, quien los
29
invitó a tomar té en su casa y a dar un breve paseo por la ciudad. Mientras el primer grupo se ambientaba y acomodaba en la ciudad nortina, los otros tres
Província Chile
sacerdotes holandeses siguieron en barco hasta el puerto de Valparaíso, para luego continuar su viaje por tierra hasta la ciudad de Linares, donde los esperaba la comunidad de Yerbas Buenas.
Una misión posible Desde 1970 hasta 2006, los Misioneros de la Sagrada Familia en Chile han tenido en sus filas unos 132 jóvenes que se sentían llamados a la vida religiosa misionera. Sin embargo, solo 13
Nos passos de uma Igreja lucidamente solidária com o povo chileno Pe. Itacir Brassiani msf Passo Fundo/RS
han perseverado. Un panorama desalentador que parece oscurecerse aún más en medio de una Iglesia en crisis, debido a los casos de abusos sexuales cometidos por algunos de sus miembros. Pero ninguna de esas circunstancias debe ser motivo de desánimo, ya que el mismo fundador de la Sagrada Familia, antes de concretar su proyecto, se enfrentó a circunstancias
30
desalentadoras, como por ejemplo, estar lejos de su alma máter en Francia, a los 55 años, sin un lugar donde comenzar el noviciado, con escasos recursos, entre tantos otros obstáculos.
Quando os primeiros holandeses desembarcaram no Chile, em 1938, a nação vivia a interessante fase do governo de Eduardo Frei, da Frente Popular Chilena. Eles encontraram uma Igreja aberta e atuante nas questões sociais, com posição independente e relevante nas questões nacionais e uma razoável tradição organizativa.
Sin embargo, la constancia y la fe en Dios hizo que luego de trece años contara entre sus filas con los primeros 25 sacerdotes, 54 seminaristas, 13 novicios y 70 estudiantes, demostrando que la misión sí era posible. Teniendo este ejemplo, los Misioneros de la Sagrada Familia confían en que Jesús nunca abandona a su pueblo y, en medio de este desalentador panorama, intentan reinventarse. De esta forma, los 20 sacerdotes y religiosos que hoy componen la Provincia en Chile ya avizoran una ventana de luz para continuar con el gran propósito que los mantiene unidos: la Iglesia en misión permanente.
Com a força missionária vinda da Holanda Neste
período
inicial,
a
presença
dos
Missionários da Sagrada Família se caracterizou pelo trabalho paroquial. Em menos de três anos já haviam assumido três paróquias. Entre os anos de 1941 e 1950 foram mais nove paróquias, e uma na década de 1950. O Chile tornou-se uma região missionária autônoma em 1947 e província no transcurso de 1968. No período entre a chegada em 1938 e a década de 1960, a Província chilena foi constituída quase
que
unicamente
por
missionários
holandeses. Entre 1938 e 1940, a Holanda enviou 14 missionários; entre 1941 e 1950, outros 20; 17 holandeses chegaram entre os anos de 1951 e 1960. Após 1961, mais 20 missionários holandeses foram enviados ao Chile, perfazendo uma soma total de 71! Em 1964, os Missionários da Sagrada Família no Chile eram 65. Entretanto, a partir de 1964, o grupo de missionários foi paulatinamente se reduzindo até chegar, em 1982, a 43 confrades.
Nos primeiros decênios da missão, as atividades
eram
tão
absorventes
dizendo que ‘o Chile está manifestando sua vontade de ser em todas as ordens’. Foi uma manifestação corajosa de uma Igreja inserida
construir um seminário para a formação
na história, comprometida com os destinos do
de missionários autóctones. Além disso, a
povo. Faltavam soluções rápidas e eficazes, mas
chegada de novos grupos de missionários
a mudança de mentalidade prosseguia. Surgiu
holandeses não permitia que se percebesse
o movimento ‘Igreja Jovem’ que chegou a tomar
esta necessidade. Existia sim uma pequena
a catedral de Santiago (1968) e interromper
preocupação latente, mas pouco explicitada.
uma ordenação episcopal (1969). Diante de
Mas, contando com um ambiente eclesial e
uma tentativa de golpe militar em 1969, a Igreja
político favorável, desenvolveram um trabalho
se pronunciou com clareza e firmeza, dizendo
muito interessante, tanto no meio urbano
que nada poderia impedir a participação do
como nas montanhas e entre os indígenas.
povo nos destinos da pátria.
Infelizmente faltam informações e registros.
Em seguida, Salvador Allende venceu as eleições e impressionou o mundo, pois
Uma nação que lutou para ser ela mesma
representava a possibilidade de acelerar o processo de mudanças. Foi um tempo
O certo é que as décadas seguintes de 1960
de esperanças, paixões e temores. A Igreja
em diante revelaram um significativo trabalho
agiu com serenidade e firmeza, defendendo
social. Nesta época, o Chile vivia mais uma
a democracia. Nasceu o ‘Movimento de
etapa de mudanças profundas. O país desejava
Cristãos pelo Socialismo’. Os bispos reagiram
contar com a Igreja nos projetos sociopolíticos,
negativamente ao primeiro encontro dos
elegendo o primeiro presidente Democrata
Cristãos para o Socialismo (1972), mas a
Cristão (Eduardo Frei) e, na década seguinte,
Igreja continuou respaldando o processo de
o primeiro presidente socialista (Salvador
mudanças e começou a se preocupar com os
Allende).
sinais de avanço dos marxistas no governo.
A Igreja sentia necessidade de desempenhar
Frente às crises e tensões (que se avolumaram
um novo papel na caminhada do povo chileno.
entre 1970 e 1973) e da divisão nacional entre
Prosseguiu uma de suas linhas de ação mais
conservadores e reformadores, a Igreja tentou
características, qual seja, a reflexão sobre
articular um pacto político-social nacional.
a ação social. Ela entendia que a solução
Os bispos expressaram o receio de um golpe
dos
militar e de guerra civil e convocaram a
problemas
herdados
desenvolvimentistas
dos
anteriores
governos (falta
Província Chile
que
eles sequer pensaram na necessidade de
de
nação à concórdia. Em 11 de setembro de
moradias, empobrecimento dos trabalhadores,
1973, a breve experiência socialista chilena
desemprego, desnutrição e deserção escolar)
foi violentamente interrompida pelo golpe
não estava nem no liberalismo ortodoxo, nem
militar, que tinha à frente o general Augusto
no marxismo ateu, mas na radicalização da
Pinochet. Apenas dois dias depois, a Igreja
democracia.
já saía a público pedindo respeito ao povo e à
A Democracia Cristã acabou vencendo
democracia.
as eleições em 1964, numa aliança com os
O estado ditatorial assumiu a economia de
partidos de esquerda (juntos fizeram 65% dos
mercado e a privatização, e abandonou as
votos). Esse foi o início de profundas mudanças
políticas voltadas para o povo. O resultado
no desenvolvimento da consciência social
imediato foi a queda da economia e o
e política do povo chileno: participação e
endividamento do país. A Igreja se manteve
democracia real; chilenização das empresas
vigilante, preocupada com os direitos humanos
minerais; reforma agrária e educacional;
dos mais pobres e com os torturados políticos.
sindicalização rural; etc.
Em
1974,
pediu
reconciliação
nacional
Diante da reação dos conservadores que
embasada no estado de direito; acolheu
perderam privilégios, a Igreja manifestou-se
os jovens; criou pastorais e organismos
31
ecumênicos;
pronunciou-se
publicamente
e interpelou a ditadura; pediu o retorno dos exilados e a reforma da Central Nacional de
Província Chile
Inteligência. A Igreja foi se tornando uma referência inquestionável por sua atuação exemplar.
Engajamento social e confiança na formação
Presencia misionera y actividades de los MSF en Chile Hno. Héctor Pinto msf Santiago/Chile
Neste contexto efervescente, a região dos MSF no Chile foi elevada à Província (1968), quando praticamente cessava de missionários holandeses, e a província ainda não tinha nenhum membro nativo. No período de 1971 a 2001, a província assumiu oito novas paróquias e entregou 14. Mas essa situação não impediu que os missionários desenvolvessem, ao lado da pastoral sacramental, uma série de iniciativas de caráter social e de promoção
La presencia de los Misioneros de la Sagrada Familia en Chile es principalmente atención de parroquias. Pero también abre sus puertas para sostener la formación, en la etapa del Noviciado Latinoamericano.
humana: abrigo para idosos; abrigo para deficientes; escolas para crianças pobres; duas cooperativas de poupança e de crédito; uma
32
cooperativa habitacional; a organização da
Parroquia La Sagrada Familia (Comuna de Providencia, Santiago)
Cáritas Nacional; e o centro de auxílio "Puerta
En 1963 fue erigida esta Parroquia, y desde el
Abierta" (que funcionou de 1961 a 2003 e no
3 de junio de 1968 funcionó el Provincialado.
qual atuaram 12 confrades, além de outros
Actualmente se encuentra en ella también la Casa
profissionais leigos).
de Salud.
Um segundo destaque importante nestas
En 1953, el padre Cornelio van der Spek msf, junto
quatro décadas foi o trabalho vocacional e
a la congregación en Chile se hace propietario de
a formação. As primeiras tentativas foram
una sencilla casa de dos pisos ubicada al final de
a fundação de um seminário menor (1966)
la calle Padre Letelier, de espaldas al cerro San
e de um seminário maior (1970); ambos
Cristóbal, en la tranquilidad de los antiguos terrenos
só funcionaram até 1974, com resultado
de la chacra Lo Contador. Al poco tiempo, él mismo
praticamente nulo. A segunda tentativa foi
impulsa la idea de una nueva parroquia para un
em 1979 e 1984, com os seminários Sagrada
barrio que se encontraba en pleno proceso de
Família e João Berthier, que existem até hoje.
transformación y cuyo crecimiento demográfico se
Neste período, passaram pelos seminários
había incrementado notoriamente desde inicios de
mais de uma centena de vocacionados e vários
la década del 50.
deles são atualmente membros efetivos da
La parroquia en sus 64 años de historia ha
província chilena. Além disso, de 1993 a 2002,
brindado una inmensa compañía espiritual y
a província manteve em funcionamento o
misionera a todos los feligreses del este tradicional
noviciado, abrindo-o às demais províncias
barrio de Santiago. Pero, en los últimos años se fue
da América Latina. Para uma província
transformando. El barrio y la realidad es otra, el
que, até 1980, não tinha nenhum membro
número de parroquianos ha disminuido mucho y
chileno, o resultado do esforço vocacional é
envejecido, el barrio se está transformando en un
simplesmente surpreendente.
sector de nuevas oficinas, espacios comerciales y otras nuevas alternativas, la esencia de barrio y de familias está disminuyendo. Hoy es muy alto
1961, cuando el padre Simón de Jong logró la
el número de familias jóvenes, muchos
donación del terreno. Actualmente cuenta con
emigraron del barrio y solo quedaron las
4 capillas: San Simón Apóstol (1982), Nuestra
casas características del sector parroquial,
Señora de las Flores perteneciente al Colegio
aproximadamente su población actual es de
Pía Marta de la Congregación Sagrada Familia
5.000 habitantes. La disminución considerable
de Nazaret (1995), Corpus Christi (1996 a 1999),
en la feligresía es alarmante, en las misas
San Esteban (1998).
dominicales solo es un grupo reducido de
La Parroquia y sus comunidades cuentan
personas que asisten a las celebraciones y es
con
difícil proyectar alguna renovación, ya que
Prebautismal,
incluso en el barrio cada vez son menos los
CFIVE, Adultos CICA, Confirmación, Ministros
jóvenes y los niños.
E. Eucaristía, Pastoral de Liturgia, Pastoral
diferentes
apostolados,
Catequesis
Prematrimonial,
Familiar
Es una parroquia que su fuerza está en lo
Comunicación y transmisión, Social y ayuda
sacramental, en las misas diarias y uno que
fraterna. Movimientos: Encuentro Matrimonial,
otro sacramento. La vida pastoral tradicional
Legión de María, Pequeñas Almas. Además
que conocemos: Catequesis de niños, jóvenes
ofrece espacios para velatorios.
o catequesis de adultos, solo en algunas desarrolla en cada misa y se cuenta con un
Parroquia San Francisco de los Pajaritos (Comuna de Maipú,
pequeño equipo pastoral de animación que
Santiago)
ocasiones puntuales. La vida pastoral se
son de gran ayuda: en el área Litúrgica, social,
La Parroquia San Francisco de los pajaritos
catequesis de novios (ocasional), catequesis
fue fundada el 25 de diciembre de 2000 y surge
bautismal (ocasional) y la visita a los enfermos
de la división de la parroquia Santa Isabel de
en las casas y asistencia en la Clinica Indisa que
Hungría. En ese entonces, dicha parroquia
es parte del sector parroquial.
contaba con un extenso territorio parroquial
Desde hace algunos años cuenta con un
con
9
capillas.
Vistas
las
dimensiones
diácono permanente y su esposa, los cuales han
del territorio y el desafío que significaba
sido un inmenso aporte para la vida parroquial.
pastorearlo, en conjunto con la Arquidiócesis
Por otro lado las dependencias del templo
se decidió la división, quedando la Parroquia
parroquial y sus salas cobran vida gracias a la
San Francisco con 4 Capillas; San Bonifacio,
participación activa y masiva del movimiento
San Marcos, Jesús Agua Viva y Nuestra Señora
del camino neocatecumenal, el cual lleva unos
del Pilar.
15 años siendo parte de la vida parroquial, pero
Cabe mencionar que la Sede Parroquial fue
hay un gran abismo con el barrio, ya que todos
en su momento Capilla y junto con algunas
ellos vienen de otras comunas y el vínculo con
capillas de santa Isabel de Hungría, era una
el sector y la comunidad parroquial es un poco
de las más antiguas y su lugar de culto era una
lejana y es desafío de todo párroco el ir creando
pequeña iglesia perteneciente a los dueños de
puentes de comunión y participación.
un fundo que en esa época existía. El sector
Es solo el templo parroquial, no tiene capillas,
correspondiente a la parroquia San Francisco
todo está centrado en la sede parroquial. En
eran fundos en los cuales se desarrollaba
la actualidad cuenta con un construcción
un gran trabajo agrícola. Alrededor fueron
moderna
surgiendo pequeños villorreos en donde vivían
que
considera,
salas,
oficinas
(párroco y secretaria), baños y salón.
Parroquia Santa Isabel de Hungría (Comuna de Estación Central, Santiago) Esta Parroquia comenzó a gestarse en
los trabajadores junto con sus familias. Con el paso del tiempo, el crecimiento de la población y la necesidad de mayor espacio urbano, los fundos fueron desapareciendo y se instalaron grandes complejos habitacionales; villas y condominios, que fueron representando todo
Província Chile
el número de adultos mayores y muy menor
33
Província Chile
un desafíos para los Misioneros de la Sagrada Familia que, desde la parroquia Santa Isabel de Hungría, comenzaron un gran servicio
34
etc.). Comunidades de base en algunas capillas, grupos misioneros y Pastoral Familiar. Movimientos
eclesiales:
EPE
(encuentro
misionero que implicó un preciado esfuerzo
de padres en el espíritu), EME (encuentro
de los padres de la época por conseguir los
de
terrenos y recursos para la construcción
Matrimonial Parroquial y Conyugal, Cristo de
de templos y demás infraestructura para
la calle (atención especial a los que viven en la
desarrollar la vida pastoral, pues la población
periferia)
que comenzó a llegar a esos lugares era mayoritariamente de familias jóvenes, lo cual hizo que, por muchos años, hubiera un gran florecimiento de la vida pastoral. Debido a esto
madres
en
el
espíritu),
Encuentro
Parroquia Sagrada Familia (Coquimbo) En
1969,
siendo
el
actual
sector
de
surge la división y ambas parroquias, desde sus
Sindempart, la antigua hacienda Miramar,
orígenes, son atendidas por los MSF.
un sector netamente campesino, se comenzó
El Sector parroquial correspondiente a San
una misión, desde la sede parroquial San Luis.
Francisco de los Pajaritos abarca alrededor de
Alrededor de 1972, se comenzaron a construir
8,5 hectáreas, con una población aproximada de
las primeras poblaciones y por 1980, los
35.000 habitantes. Son terrenos mayormente
padres Barnabitas, del Seminario Conciliar,
planos y de grandes conjuntos habitacionales
de La Serena, comienzan a celebrar misas de
de clase media baja.
campaña en el sector. Con la fundación de la parroquial
Parroquia San Juan Bautista, el sector pasa a
corresponde a la de las grandes zonas urbanas
ser atendido por dicha parroquia, a cargo de
y su adhesión a una vida religiosa de misas,
los Misioneros de la Sagrada Familia.
La
religiosidad
del
sector
sacramentos y algunas manifestaciones de
Se comenzaron a prestar servicios pastorales
procesiones por motivos determinados. Quizás
en las plaza y casas de los vecinos; luego vino
lo que sí habría que destacar es la devoción
la construcción de la capilla, la cual a partir
especial que existe hacia la figura de la Virgen
del año 2000 es erigida parroquia; siendo su
María, manifestada de forma más explícita en
primer párroco P. Guillermo Steenhof.
el mes de noviembre dedicado en su honor.
En la actualidad es una parroquia netamente
La vida pastoral de la Parroquia comprende:
urbana, atendiendo a una población de
Catequesis en general de preparación a
alrededor de 60 mil habitantes. En su mayoría
los
Eucaristía,
es de clase media emergente y con algunos
Confirmación, matrimonio. Pastoral Social,
sectores populares. Es una parroquia con
equipos de Liturgia, Ministros extraordinarios
bastante proyección de crecimiento, pues, se
de la Comunión, acólitos, grupos de oración,
construyen varios conjuntos habitacionales.
sacramentos
(Bautismo,
que manifiesta la religión católica son 25.000
Cristo Resucitado, sector Las Torres, Espíritu
habitantes aproximados; de esta cantidad de
Divino, sector Punta Mira., Santa María, sector
personas se forman en dos sectores, son rural
El Sauce, San José, sector Rinconada, N. S. de
y urbano siendo el mayor porcentaje el sector
la Merced, sector Miramar, N. S. del Carmen,
rural con un 80% y urbano 20%. Esta parroquia
sector Higueras, N. S de Andacollo, sector caleta
fue fundada en el año 1904 y atendida por
Totoralillo, Sector el Panul, sin capilla, Santa
sacerdotes Diocesanos hasta el año 1960 y luego
María de Belén, del colegio de las hermanas.
desde aquel año es atendido por Los Hermanos menores Capuchinos hasta enero 2010, donde
Pastorales:
asumen los MSF.
Camino Neocatecumenal - 4 comunidades
En el comienzo de la misión de los hermanos
de vida fraterna y evangelización, Renovación
MSF no fue fácil debido al terremoto del 27 de
Carismática. 4 grupos de oración y 2 asambleas
febrero del 2010 en Chile de una magnitud de
de alabanzas, Legión de María. Comunidades
8.8º con una duración de 4 minutos en las zonas
de fe y visitas a familias, EME. Encuentro de
cercanas al epicentro. Este acontecimiento
mamás en el Espíritu. 1 Comunidad de madres,
produjo daños psicológicos a la población y
de dignificación de la mujer y de apoyo familiar,
estructurales de gran magnitud, entre ellas
Bailes religiosos. 5 comunidades de danzas
muchas capillas del sector rural.
religiosas, que preservan la cultura y encarnan
tiempo la parroquia era atendida solamente
el evangelio en la población, Liturgia y coros.
por 2 sacerdotes y un hermano religioso. Al
Animan y dan vida a las celebraciones religiosas,
año siguiente se integra a la un sacerdote más.
Acción social y ayuda fraterna. Encarnan el
En el segundo semestre del 2021, cuenta con
evangelio en la vida, en medio del dolor y de
4 sacerdotes. Además es acompañada por la
sufrimientos... y acogen a migrantes, haciéndolos
congregación religiosa Hermana de Cristo y
sentir como en casa, 4 Comunidades de oración
laicos comprometidos. Está
y vida.
parroquia
está
compuesta
En aquel
por
44
Algunas fiestas patronales, las fiestas están a
comunidades (capillas rurales) y 3 comunidades
cargo de los bailes religiosos y apoyados por la
(capilla urbano). Debido a la distancia entre
comunidad. Estas reflejan el Espíritu religioso
una capilla y otra, se dividen en 5 zonas rurales
del pueblo, que ha danzado su fe desde 1680
(sector Centro 1 con 9 comunidades - sector
aproximadamente.
Poniente con 4 comunidades- sector centro 2 con 7 comunidades- sector cordillera con 11
Parroquia San Lorenzo Mártir (Longaví)
comunidades- sector norte con 10 comunidades). La parroquia atiende sacramentalmente con
En la búsqueda de nuevos desafíos en Chile, los
la Eucaristía dominical en los sectores rurales
Misioneros de la Sagrada Familia comenzaron
1 a 2 veces al mes. El sector urbano en tiempo
las conversaciones con el obispado de Linares
normal, tienen celebraciones los días martes,
para
jueves, sábados y domingos.
asumir
la
Parroquia
San
Lorenzo,
comunidad extensa, alejada de la ciudad,
Esta parroquia fuertemente se identifica por
tranquila y en su mayoría rural. La Orden
pastoral del duelo. Este consiste en acompañar
Franciscana Capuchina caminó por más de 40
a la familia en el duelo tanto en responso en
años con la gente animando la fe y formando generaciones completas, pero el desgaste y el cansancio de dos sacerdotes a cargo de una extensa comunidad obligaron a hacer la entrega. La Parroquia san Lorenzo Mártir está en el territorio de la diócesis de Linares, precisamente en la comuna de Longaví. La población de esta comuna es de 32.000 habitantes según último censo. Según las estadísticas del censo los
Província Chile
Capillas:
35
Província Chile
su hogar, eucaristía funeral y recordatorio o
acompañamiento en los velorios y funerales,
“aniversario funeral particular”. También se
celebraciones de sus santos patronos, novenas
destaca la religiosidad popular en novenas a los
de difuntos, jornadas de oración y catequesis
santos patrones en las capillas y parroquia. En
en diferentes áreas, pastoral del migrante en la
el mes de agosto, la parroquia celebra la fiesta
ciudad y campo, pastoral de temporeras, en su
patronal de la parroquia que es san Lorenzo
animación y formación asesorada por religiosas
Mártir. Normalmente se celebra masivamente
junto a los MSF y los consejos pastorales,
con la participación de todas las comunidades
pastoral de acción social y solidaridad.
donde la fiesta del patrono es que entregan la ofrenda típica de su sector.
36
En Pastoral social, se destaca la entrega por aquellos que están lejos y vulnerables en el
A nivel urbano se destaca la participación de
sector parroquial rural y urbano. Existe el
laicos en el área movimientos son: Cursillo de
centro Padre Alberto Hurtado, que entrega
Cristiandad, Laicos capuchinos (2 fraternidades
alimentación
Santa Clara y Francisco Valdés), Comunidad
vulnerables.
diaria
a
personas
que
no
Neo catecumenado, Amigos MSF Châtonnay,
Como comunidad religiosa, se pone énfasis en
Renovación Carismática, Asociadas de las
el apostolado, en el trabajo conjunto y en equipo,
Hermanas de Cristo.
con corresponsabilidad pastoral que involucra
El sello MSF, se visualiza en la Pastoral
a los laicos, que son parte activa de la parroquia.
Familiar, que tiene como objetivo poder
Se destaca la acogida, cercanía y la escucha
acompañar y animar la vida de las familias en
atenta, creando comunidades con espíritu de
cualquier circunstancia que se encuentren, en
familia, donde se entrelazan lazos de unión y
los sectores de nuestra comunidad parroquial y
amor, se fortalece la convivencia recíproca, con
entorno social. Generar espacios de comunión y
espíritu de pobreza y desprendimiento, con
trabajo de equipo en redes con otras pastorales
un amplio espíritu de familia, en la escucha de
o movimientos y entes sociales que se vinculan
los signos de los tiempos. Existe el espíritu de
con la familia en su acción pastoral o social.
disponibilidad y en salida que nos desafía el
En La pastoral Vocacional: Hay un esfuerzo en
papa Francisco. Espíritu de trabajo en común y
captar, formar y acompañar la animación de
laboriosidad, siendo un testimonio creíble ante
esta pastoral juvenil con un sacerdote a cargo,
la gente, por la forma de relacionarse como
que sea capaz de acompañar y caminar con los
hermanos, generando espacios de encuentros.
jóvenes en las distintas etapas, psicosociales, espirituales, laborales y pastorales. El ideal es formar comunidades eclesiales de vida, donde
Parroquia Sagrada Familia (Hornopirén)
se comparte, se fraterniza y se generar vínculos
Fundada en 1991, cuenta con 28 capillas.
de comunión, pertenencia mutua entre ellos y
Hornopirén es una localidad austral de la
la comunidad parroquial.
comuna de Hualaihué, ubicado en la Región
La Pastoral Misionera, se realiza a través de la de formación permanente y misionera de
de Los Lagos, a 109 kilómetros al sur de Puerto Montt, 1.138.9 km desde Santiago.
los agentes pastorales en la ciudad una vez al
Fue fundada el 18 de diciembre 1991,
mes, en el campo y la ciudad. Acompañamiento
incorporando la antigua parroquia San Pedro
de
rurales
de Rolecha (fundada en 1903), que estaba
en sus ambientes pastorales, junto a los
prácticamente abandonada desde 1980. P.
consejos pastorales, donde se favorece la
Antonio van Kessel, llegó a Honopirén el 01 de
corresponsabilidad y compromiso laical en
abril de 1990, preparando la nueva parroquia
la animación y presencia de las diferentes
ubicada en la pre-cordillera y cordillera de
comunidades a las familias de su sector, misión
la parte sur de la X región de Chile, provincia
casa por casa, visita a los enfermos, pastoral de
de Palena y perteneciente al Azobispado
las
comunidades
urbanas
y
aproximadamente 3000 km cuadrados, con una
Província Chile
de Puerto Montt. Tiene una superficie de
Presencia misionera y actividades de los MSF en Chile
naturaleza hermosa de selva, fiordos e islas. La Hno. Héctor Pinto msf Giselle Vargas Noguera Santiago/Chile
zona tiene tres metros de lluvia al año, veranos cortos. La parroquia tiene unos 12.000 habitantes de los cuales 5.000 en la zona urbana del pueblo de Hornopirén, capital de la comuna de Hualaihué, y 7000 restantes se reparten en 26 pequeñas y medianas comunidades, todas con su capilla en buen estado y la mayoría con dirigentes pastorales y catequistas, todavía con poca preparación, pero con mucha fe y voluntad. La gente vive a orillas del mar y se sostienen con sus productos como pescado, mariscos algas marinas, etc. Cuenta con una casa pastoral con toda comodidad para las actividades pastorales. La parroquia tiene su consejo pastoral con sus diferentes comités como catequesis, liturgia, finanzas, aseo y ornato y el departamento social de solidaridad en ayuda de los más necesitados, los pobres, migrantes, enfermos etc. Los habitantes de Hornopirén trabajan en el comercio, con las salmoneras, en la madera
Las nuestros mejores ‘vinos’ que queremos ofrecer Somos una Provincia numéricamente pequeña, pero tenemos algo para regalar a la nueva Provincia Latinoamericana. Como se fuera de nuestros mejores vinos, ofrecemos dos: nuestras entrañas misioneras, concretadas en la colaboración con la Misión en Bolivia y en Cuba; la organización de los Amigos de los Misioneros de la Sagrada Familia.
y en el turismo, que en los últimos años ha aumentado mucho. La presencia de los MSF se nota bastante por el gran cariño que tienen por el padre Antonio van Kessel y la presencia de los AMSF. Se ha impulsado la devoción a Nuestra Señora de La Salette, teniendo 2 lugares de oración con la imagen de la Salette, una en la alta cordillera del Lago Cabrera y otra en el puente del Rio Negro de Hornopirén. La parroquia tiene dos edificios con tres departamentos
y
cinco
pequeños
locales
comerciales para arrendar, lo que garantiza solventar todos los gastos de la pastoral y el personal parroquial. También está el colegio parroquial Sagrada Familia, con enseñanza básica y medio, con más de 400 alumnos, pero está administrado por una fundación dependiente de la diócesis de Puerto Montt.
Misión en Bolivia: una aventura joven y interprovincial Con motivo de la celebración del centenario de la Congregación en 1995, los Misioneros de la Sagrada Familia de las distintas provincias latinoamericanas
plantearon
la
posibilidad
de una nueva tierra de misión. Después de evaluar su llegada a Perú, zonas del Altiplano y otros lugares, determinaron asumir un nuevo compromiso en Bolivia. El 9 de abril de 1997 llegó el primer misionero chileno destinado a la ciudad de Santa Cruz, el padre Héctor Donoso. Posteriormente se integraron cada año estudiantes, después, diferentes períodos estuvieron los sacerdotes Tito Javier Ponce, Cristián Cárdenas y hermano
37
sistemático para alentar la misión parroquial y consolidar distintos grupos laicos que difundan el carisma y la misión de la Congregación. Los Amigos de los Misioneros de la Sagrada
Província Chile
Familia (AMSF) son una Asociación privada de fiele fundada el 19 de marzo de 2012 y dependiente de la Congregación de los Misioneros de la Sagrada Familia (MSF). Esta asociación, quiere integrar y dar continuidad a las diversas iniciativas de este género, que se han realizado en las diversas
Héctor Pinto González. En la actualidad Los misioneros están presentes en las parroquias Nuestra Señora del Rosario y María Reina de las Américas, desarrollando su misión evangelizadora y pastoral en el Centro de Espiritualidad y Formación Nazaret, guarderías, comedores
infantiles
y
diversos
proyectos
asumidos por los MSF.
Preocupado por la falta de sacerdotes en las parroquias en Cuba, el Obispo de Santa Clara, Monseñor Arturo González, decidió pedir apoyo al Superior General de los Misioneros de la Sagrada Familia, padre Edmundo Michalski. Desde la escasez vocacional, pero atendiendo con prontitud a la solicitud, Chile respondió al llamado del Superior General de la Congregación en mayo de 2016. De esta forma, el sacerdote chileno, padre Héctor Donoso, junto al padre polaco, Gregorio Chrapla, conformaron la primera comunidad de la Congregación. Los MSF asumieron en primer lugar la parroquia San José en la localidad de Camajuani y posteriormente, por escases de sacerdotes, asumieron por solicitud del obispo, la parroquia Nuestra Señora de la Candelaria, en la localidad de Vueltas. En 2018, el padre Héctor Donoso regresó a Chile y fue destinado a la misión de Cuba, padre Tito Javier Ponce, quien permaneció cerca de 4 años, estando a cargo de la parroquia San José. También se sumó a la comunidad el padre Adam Pestka, de Polonia y Joaquín Ramanantoanina, de Madagascar.
Los Amigos de los Misioneros de la Sagrada Familia (AMSF) En
camino
hacia
En este último tiempo, los AMSF, se impregnan cada día de la Espiritualidad y Carisma MSF, siendo parte activa en dar a conocer la figura del P. Berthier, la imagen de la Salette. Ambas imágenes se
encuentran
en
todas
las
comunidades
parroquiales, las que fueron entronizadas en las misas dominicales y puestas en un lugar
Misión en Cuba: la más nueva iniciativa misionera de la Congregación 38
Provincias MSF.
la
nueva
Provincia
Latinoamericana, se ha ideado un trabajo
destacado en los templos. En cuanto a la organización, los miembros de la Asociación AMSF se dividen en dos categorías: miembros colaboradores y miembros consagrados (estos últimos realizan promesas cada año) En el último tiempo, se ha ido fortaleciendo los Amigos de la Sagrada Familia, la rama laica de la Congregación, conformada por matrimonias y laicos en Santiago, Longaví, Coquimbo y Hornopirén. Estos diversos grupos tienen la noble tarea de abrazar la espiritualidad y el carisma de la Congregación, y vivir la experiencia comunitaria como amigos en el camino de la evangelización, descubriendo en el andar la voluntad de Dios. En los años 2020 – 2021, a pesar de la pandemia, se ha formado un nuevo grupo en Santiago, y se han incorporado otros miembros en las ciudades de Coquimbo y Hornopirén. Todos ellos han comenzado la formación primera vía zoom, de modo que a pesar de las distancias geográficas, han podido conocerse y compartir.
sonho
O se faz realidade
Província América Latina
Un camino de escucha y respuesta a lo que nos pide el Señor hoy Acogiendo la invitación que nos hiciera el XIII Capitulo General de nuestra Congregación, celebrado en Roma el año 2013, y que en su documento conclusivo expone: “El Gobierno General, con la Comisión correspondiente de la Región Americana, tendrá que estudiar la hipotética unificación de las Provincias MSF en Brasil y las Provincias de habla española y la misión de Bolivia”, nos adentramos en este proceso reflexión con la firme convicción de que la gracia del Espíritu algo “nuevo” está queriendo en el caminar de nuestra Congregación al servicio de la Iglesia y en fidelidad a la herencia carismática de nuestro fundador, P. Juan Berthier, reconociendo la trayectoria que se ha venido cultivando en la región a través de encuentros y procesos formativos latinoamericanos
Primera etapa: “Habla, Señor, que tu siervo escucha…” (Cf. 1 Sam 3,10) Sin tener mucha claridad en el tema, pero escuchando una voz que nos “llamaba”, como
Província América Latina
Pe. Patricio Vargas msf Santiago/Chile
Samuel, acogimos la sabia palabra de Helí y comenzamos a peregrinar por esta idea desafiante y novedosa sin saber a donde nos iba a llevar. Solo entendimos que debíamos levantarnos y ponernos en movimiento pues el Señor nos estaba hablando. En febrero del año 2015, por Decreto de la Dirección General, se conformó la primera Comisión de Unificación y Reestructuración de las Provincias. Su Objetivo: animar todo un proceso de reflexión en pro de la idea de la Unificación y Reestructuración de nuestras Provincias, procurando la mayor participación de todos los hermanos en este proceso. Dicha Comisión, a lo largo de 3 años, tuvo diversas
instancias
de
encuentro
para
ir proyectando su trabajo, animando a todas las Provincias a realizar encuentros, jornadas y propiciar todo tipo de instancias que permitieran abordar el tema entre los hermanos; oraciones, lecturas orante de la palabra, cartas motivacionales y documentos varios fueron ayudando a todo un proceso de sensibilización y asimilación de este proceso, procurando acogerlo como todo un desafío y una oportunidad para nuestro ser misionero. Los Encuentro Latinoamericanos fueron instancias que permitieron seguir profundizando el tema.
39
Província América Latina
40
Si bien la intención del Capitulo General era reflexionar en torno a la creación de
Segunda etapa: “Algo nuevo está naciendo, lo notas” (cf. Is 43,19)
dos Provincias en la región (una de habla portuguesa y otro de habla hispana), como
Animados por las palabras de Isaías, acogimos
fruto de toda la reflexión que se iba realizando,
las decisiones del Consejo de La Congregación,
surgió, desde las provincias latinoamericanas,
celebrado en La Salette en septiembre de 2017,
la idea de constituirnos en una sola Provincia,
que reflexionó y aprobó la solicitud de ser una
bajo el lema “Una sola Familia, Una sola
sola Provincia por unanimidad y el día 5 de
Misión”.
enero de 2018 el Gobierno General nombró
La Comisión, en conjunto con los Provinciales,
una “Comisión Técnica para La Unificación de
realizó una gran Asamblea Regional en
las Provincias Latinoamericanas”, presidida
mayo de 2017, en el Semanario María Reina,
por P. Itacir Brassiani. Esta Comisión realizó
Argentina, la cual decidió, con el voto favorable
su primera reunión los días 23 al 27 de abril de
de los delegados en el encuentro, presentar
2018, y fue la elaboración del primer esbozo
la siguiente solicitud al Consejo Ampliado
del proyecto de la nueva Provincia para ser
de la Congregación que se celebraría meses
sometido a la reflexión de los cohermanos y
después en la Salette:
las comunidades
a) Que considere y apruebe el pedido de iniciar
El esbozo del primer proyecto de la nueva
efectivamente un proceso de reestructuración
provincia permitió dar continuidad a la
de las provincias de América Latina para, en un
reflexión a través de un proceso participativo.
futuro próximo, ser una sola Provincia;
Muchos aportes fueron enriqueciendo el
b) Que considere y apruebe la solicitud de que la
documento, sin negar las claras resistencias
instancia competente designe, considerando las
de un grupo menor que se opone a la idea de la
sugerencias de la región y a la mayor brevedad
Unificación y Reestructuración, pero que de a
posible, una comisión técnica y representativa
poco la han ido asimilando.
encargada de elaborar el proyecto concreto de
En mayo de 2019 realizamos un nuevo
la nueva Provincia, que establezca iniciativas,
encuentro latinoamericano, en Santa Cruz de
paso en todas las áreas (misión, comunidades,
la Sierra, Bolivia, cuyo tema fue el Proyecto
formación, administración, etc.) y que, después
de la Nueva Provincia. Nuevamente fuimos
de ser debatido y aprobado por los hermanos
reflexionando y discutiendo cada punto con el
de las diversas Provincias, sea sometido a la
objetivo de establecer un proyecto definitivo y
apreciación y deliberación del 14° Capítulo
aprobado por la Asamblea para ser presentado
General, en 2019.
el Capitulo General de la Congregación. Esta segunda etapa concluyó con un paso importante: en septiembre de 2019, en la
"El esbozo del primer proyecto de la nueva provincia permitió dar continuidad a la reflexión a través de un proceso participativo."
celebración del XIV Capitulo General de nuestra Congregación, es presentado el proyecto de la nueva provincia Latinoamérica y aprobado por los capitulares. También se estableció que hasta diciembre de 2021 es la fecha límite para la derogación de las actuales Provincias y la erección de la nueva Provincia Latinoamericana.
Con la certeza de que lo “nuevo” en el
exponer algunas ventajas y desafíos de la Unificación y Reestructuración de nuestras Provincias.
Las
ventajas
que
nos
impulsan:
Apocalipsis nos lleva a mirar el futuro con
redescubierta e intensificación de la dimensión
esperanza, en diciembre de 2019 la Dirección
congregacional de nuestra consagración y
General nombra una nueva comisión presidida
nuestra misión; revitalización de nuestra vida
por P. Patricio Vargas y compuestas por los
fraterna por encima de las fronteras nacionales
Superiores Provinciales de la región más un
y culturales, en beneficio de la misión;
integrante de cada Provincia. El Objetivo, ir
dinamismo de nuestro carisma misionero;
concretizando los pasos a seguir de acuerdo
preciosa herencia que recibimos del Fundador
con las decisiones del XIV Capitulo General.
y de las generaciones que nos precedieron;
Esta comisión logró reunirse presencialmente
respuesta a uno de los llamados de los signos
en febrero de 2020 y luego sesionó de forma
de los tiempos para la Vida Religiosa; la riqueza
virtual a causa de la pandemia. Definió
de la diversidad histórica, cultural y eclesial;
Comisiones de trabajo en las siguientes
mayor provecho y distribución de los recursos
áreas: 1) Diagnóstico de apostolado y obras;
humanos y materiales; las posibilidades que
2) Elaboración del Directorio Provincial; 3)
nos brindan la comunicación virtual;
Diagnóstico Economía y administración, las cuales sirvieron de base para la elaboración del documento de trabajo capitular.
Los
desafíos
que
nos
provocan:
coordinar la vida de las comunidades y
En mayo de 2021, la dirección general nombra
misión en una Provincia con gran extensión
a la misma comisión de reestructuración como
geográfica; la diversidad cultural y eclesial,
Comisión Preparatoria del primer capítulo
los diferentes estilos de vida comunitaria
constitutivo. Igualmente convoca a todos los
y de administración; superar los muros
hermanos de la región a la celebración del
nacionalistas que se han levantado en nuestra
primer capítulo constitutivo de la Provincia
historia y que hoy nos hacen diferentes y
Latinoamericana a celebrarse del 9 al 12 de
nos dividen; equilibrar la dimensión de la
noviembre de 2021. Desde ese entonces se
localidad y encarnación con la universalidad y
ha venido trabajando en los temas propios
la integración; recomenzar la construcción de
del Capítulo; Elaboración del Documento de
una nueva identidad provincial después de casi
Trabajo, Directorio Provincia y consideraciones
un siglo de vida como delegaciones y provincias
para las elecciones de la primera Dirección
independientes;
Provincial.
presencia, participación y representatividad
no
Província América Latina
Tercera etapa: “Después vi un cielo nuevo y una tierra nueva” (cf. Ap 21,1)
disminuir
nuestra
en las instancias congregacionales; no caer
Lo que nos impulsa y lo que nos desafía
en regionalismos y en que cada Comunidad se
Al concluir este compartir, quisiéramos
transforme en una “pequeña” Provincia.
41
• Somos uma família de pessoas dedicadas à tarefa missionária da Igreja, especialmente através da missão ad gentes, da pastoral das
Província América Latina
vocações e da pastoral familiar;
O sonho que nos move e os valores que nos sustentam
• Desejamos que o carisma missionário, sustentado pela espiritualidade nazaretana e preciosa herança recebida do Fundador e levada adiante com heroísmo pelas gerações que nos precederam, continue sendo dinâmico e produza frutos; • Queremos ser uma só família, superar os regionalismos e enriquecer-nos com a diversidade, evitando caminhar isolados e com escasso ardor missionário; • Somos agradecidos pela significativa história de entreajuda no apostolado e na formação, mas
Comissão de Unificação e Reestruturação
desejamos avançar, potencializando os recursos e exercitando a cooperação; • A Família de Nazaré é testemunha e caminho
42
O que nos move na aventura da reestruturação
de desinstalação e disponibilidade incondicionais,
é um sonho, um profundo desejo de ser uma só
e nos interpela a rever nossas obras em vista da
família numa só missão. Cremos que este foi
missão e das pessoas.
também um sonho do Fundador, acalentado em Grave com abundantes frutos, mas que foi
esquecido
nacionalistas
no
alvorecer
das
ideologias
que
vigoraram
na
Europa
e
separaram povos a partir da primeira metade do
Entre os princípios e valores fundamentais que orientam o processo de reorganização e unificação das Províncias são: • A fidelidade criativa ao nosso carisma
século XX. Guiamo-nos pela convicção de que, para fazer uma travessia difícil, precisamos estar mais
missionário (concretizados nos três ministérios prioritários: missão, família e vocação);
enamorados das belezas da outra margem que
• A espiritualidade encarnada e integral, mística
habilitados na construção de barcos ou pontes.
e profética, itinerante e missionária, inspirada na
Como o povo hebreu, é preciso imaginar e desejar
Família de Nazaré;
ardentemente a terra onde corre leite e mel, e não
• A opção pelos pobres, concretizada no
pensar nos perigos do deserto ou na preparação
engajamento nas causas sociais, nas lutas pela
das estruturas.
justiça e pela paz, no cuidado com a ‘casa comum’
O
núcleo
dinamizador
da
unificação
e
e no cultivo de um estilo de vida simples;
reestruturação das Províncias é o desejo de viver
• O respeito e a valorização da diversidade
e trabalhar em comunidades de irmãos, abertas
histórica, cultural, teológica e familiar dos
à novidade e à pluralidade, com estruturas
coirmãos, e a igualdade fundamental, teológica e
renovadas e dinamizadas pela força do carisma
ética de irmãos leigos e irmãos ordenados;
missionário. Percorremos esse caminho agradecidos pelo testemunho das gerações anteriores e pelos
• A vida comunitária como base e impulso para a missão, e o cuidado dos Coirmãos, especialmente dos idosos, enfermos e desanimados;
passos dados no passado, e seduzidos pela alegria
• A adesão ao projeto congregacional e a acolhida
do Evangelho e da Missão. Eis as principais
e o respeito às diferenças como caminhos de
convicções e valores que nos animam e sustentam:
superação dos regionalismos, provincialismos e nacionalismos.
Projeto da Província América Latina
Província América Latina
TRAÇOS DO
Comissão de Unificação e Reestruturação
O rosto, a coluna vertebral e os movimentos e fluxos concretos da Província América Latina estão descritas e apresentadas no Diretório Provincial. Na elaboração deste regimento, levamos em conta alguns elementos fundamentais, entre os quais seguintes. 43 Horizonte e chão da missão
humanos, defesa do ambiente), de fronteira
A vida apostólica será organizada, orientada
migrações, idosos e dependentes químicos,
e dinamizada pelos ministérios prioritários do
vítimas em geral) e de fronteira existencial (novas
nosso Carisma (missões, vocações e família),
pobrezas, dependência química, etc.).
social (grandes cidades, antigas e novas pobrezas,
sempre levando em consideração que somos
Faz parte da nossa missão a conscientização e o
chamados a desenvolver nossa missão em espírito
apoio aos leigos e leigas em suas responsabilidades
comunitário e em comunhão com as orientações
na Igreja e no mundo, inclusive mediante vínculos
das Igrejas locais.
específicos com a Congregação. Na pastoral de
paroquial ou especial inspiramo-nos no Fundador
estruturas paroquiais e ousar presenças e projetos
e nos esforçamos para formar, com nossos fiéis,
de atuação fora dos espaços estritamente eclesiais,
uma comunidade missionária.
Desejamos
relativizar
a
dependência
inserindo-nos no mundo da cultura, das lutas e transformações sociais, da defesa da criação, etc.
Para podermos concretizar nossa finalidade missionária, o apostolado vocacional é uma tarefa
A Província se empenhará incansavelmente
séria e urgente. Como esta responsabilidade
para que todos os coirmãos, independentemente
deriva do próprio carisma, compromete todos
da idade ou da atividade à qual se dedicam,
os coirmãos em qualquer faixa etária ou função.
se engajem com disposição, generosidade e
Assumirá a Pastoral das vocações como dimensão
competência em projetos e iniciativas em torno
intrínseca do carisma missionário e reforçará
dos nossos ministérios prioritários.
sua presença em lugares com boa potencialidade
Compreendemos a missão Ad Gentes como a
vocacional.
atuação dos cristãos nas situações de fronteira
Inspirados pelo Fundador, daremos ênfase à
territorial (onde o Evangelho ainda não foi
Pastoral da Família, assumindo-a como dimensão
anunciado, a fé ainda é frágil ou desapareceu), de
intrínseca ao carisma missionário, elaborando
fronteira cultural (comunicações, redes sociais,
orientações gerais e organizando-a em todas as
juventudes universidades, pesquisas, direitos
nossas paróquias e colégios nos quais atuamos.
será a prioridade do processo formativo. O programa de formação permanente será implementado no âmbito das Comunidades l, das Regiões e Província, e levará em conta as
Província América Latina
dimensões propostas pelas Linhas Gerais de Formação da Congregação. Serão garantidos encontros anuais em diversos núcleos regionais
Vida fraterna em comunidade
para estudo e convivência. Será levada a sério
A fraternidade vivida em comunidade é
a formação humana dos missionários, para
irrenunciável à vida consagrada e missionária.
que sejam capazes de valorizar a pluralidade e
Por causa da diversidade cultural e da amplitude
conviver com ela.
geográfica da nova Província, a Comunidade local terá um papel extremamente importante na vida e na missão dos coirmãos. As Comunidades locais organizarão sua vida
Considerando nossa presença em diversos
espiritual e o uso e administração dos bens
países, a administração dos bens seguirá as
no horizonte da Constituição e dos diretórios.
normas Constitucionais e as exigências legais de
Faremos o possível para que ninguém viva
cada país. A realidade complexa da nova Província
sozinho ou isolado e asseguraremos, em cada
exigirá a elaboração de orientações comuns para a
região, a atenção aos coirmãos idosos e enfermos.
captação, administração e aplicação de recursos
Como
44
Economia e administração no horizonte do Carisma
comunidade
apostólica,
estamos
a
em todas as comunidades e instituições.
serviço do Evangelho com todo nosso ser e agir.
A administração dos bens será feita em função
Por isso, nossas Comunidades terão as marcas
do bem-estar dos coirmãos, da formação e da
da apostolicidade (comunidades na missão e
missão, e levará em conta o lento processo de
para a missão), da pluralidade (comunidades
mudança das práticas históricas diversas. É
constituídas
provenientes
fundamental que a nova Província exercite a
de diversas regiões, idades e culturas), da
subsidiariedade, a solidariedade, a participação
disponibilidade (disposição para sair do ambiente
e a representação, assim como o respeito à
de origem) e da igualdade (superação das relações
diversidade histórica e cultural.
por
coirmãos
determinadas pela hierarquia ou função).
Estruturas de governo, animação e execução
Formação inicial e permanente O processo de formação inicial e permanente da nova Província levará a sério o desejo de sermos uma só família congregada numa só missão,
As estruturas de governo, animação e execução da nova Província serão: a)
O
Capítulo
Provincial,
precedido
de
o caminho já percorrido conjuntamente pela
assembleias regionais, abertas à participação de
região e os princípios e valores elencados nas
todos os coirmãos da região;
Linhas Gerais para a Formação da Congregação.
b)
O
Governo
Provincial,
Superior
a formação buscará o equilíbrio entre a formação
preferencialmente representativos das diversas
humana,
regiões;
afetiva,
comunitária,
espiritual,
coirmãos.
e
quatro
pelo
Assegurada a necessária perspectiva missionária,
acadêmica e apostólica dos vocacionados e
Provincial
composto
conselheiros,
c) O Conselho Amplo da Província, formado pelo Conselho Provincial, os Superiores locais,
A formação inicial discernirá permanentemente
os Coordenadores das Comissões, o Ecônomo e o
a melhor localização das comunidades formativas.
Secretário Provincial, as Comissões do Carisma,
Será desenvolvida em sintonia com as propostas
da Formação e da Administração;
das conferências dos religiosos e organizada de acordo com o processo desenvolvido nos últimos anos e com as decisões dos atuais Superiores provinciais.
A
preparação
e
liberação
de
formadores qualificados e em número suficiente
d) As Comissões Permanentes do Carisma, da Formação e da Administração; e) As Equipes de Comunicação e a Procuradoria Missionária; f) Os capítulos e as Coordenações locais.
Província América Latina
Resgatar e atualizar
nosso carisma missionário Comissão de Unificação e Reestruturação
Somos
parte
missionária,
de
uma
constituída
Congregação
nas periferias urbanas, temos presença
concretizar a missão que nos foi reconhecida
missionária significativa em três áreas/regiões
e confiada pela Igreja. Ao longo do processo
que se caracterizam mais tipicamente como
de
missões de fronteira entre “aqueles que estão
unificação, e
ajudar
de algumas paróquias pobres e/ou localizadas
a
fragilidades
para
identificamos
fortalezas, a
longe”: Amazonas, Bolívia e Moçambique. Tais
realização de nosso carisma missionário, em
realidades explicitam os clamores de seus
conformidade com o espírito fundacional e as
povos pela presença de missionários e nos
condições institucionais e dos coirmãos com
convocam a sermos uma “Igreja em saída”,
os quais podemos efetivamente contar na
compartilhando
concretização dos diferentes ministérios.
humanos e econômicos a serviço da missão.
Reconhecemos
oportunidades
recursos
A nova Província tem como horizonte
apostólico nas paróquias e nos colégios, mas
inspirador da missão o apostolado “entre
este ainda carece de uma marca identitária
aqueles que estão longe, isto é, para quantos
e
Precisamos
o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2,39). Isso
ultrapassar a compreensão e a prática
significa disponibilidade e iniciativa para ir
de apostolado como trabalho apenas em
ad gentes, marcando presença prioritária
paróquias e colégios, com certa dependência
nas situações sociais e eclesiais de fronteira,
da atuação nesses espaços. Um critério para
onde o povo de Deus é mais necessitado e as
aferir a nossa missionariedade nas paróquias e
organizações sociais e eclesiais não existam
colégios é verificar quantas delas têm pastorais
ou são frágeis, em missões assumidas pela
e serviços missionários organizados, por
Província ou em parceria com outras. O papa
exemplo, grupos de Infância e Adolescência
Francisco nos anima e, ao mesmo tempo, nos
Missionária, Pastoral Vocacional, Pastoral
desafia a uma opção missionária capaz de
Familiar, Pastorais sociais e outras de cunho
transformar as estruturas pastorais e a vida
missionário.
dos irmãos.
mais
importante
generosamente
trabalho
missionária
o
para
forte.
Atualmente, além da atuação na dinamização
45
Província América Latina
Queremos viver nossa missão de forma
de nossa missão. Por isso, aprofundemos nossa
comunitária e organizar a vida apostólica
compreensão sobre família e pastoral familiar,
levando em conta os ministérios prioritários
tratemos este como um tema transversal em
do nosso Carisma (missões, vocações e
nossa missão e que, em todas as paróquias
famílias), sem excluir paróquias, colégios ou
e colégios, dispensemos especial cuidado
pastorais específicas, sempre em comunhão
à atuação junto às famílias, mediante o
com as Igrejas locais e atentos às necessidades
fortalecimento e/ou organização de pastorais e
e apelos da Igreja Universal. Para cumprir
serviços voltados às famílias.
nossa tarefa missionária, inspirados pelo Fundador,
46
assumimos
com
seriedade
o
Na e
pastoral
desejamos
paroquial, imprimir
um
precisamos rosto
mais
apostolado vocacional e damos ênfase à
missionário, dando passos para superar a
Pastoral da Família. Igualmente consideramos
dependência exclusiva dessas estruturas para
um elemento essencial da nossa missão a
desenvolver nossa missão, e a concepção de
conscientização e o apoio aos leigos e leigas em
“pastoral de manutenção”, com destaque aos
suas responsabilidades na Igreja e no mundo,
projetos de missão, às vocações missionárias
inclusive mediante vínculos específicos com a
leigas e à conversão missionária das paróquias.
Congregação.
Desejamos também diversificar a atuação
Nas paróquias e atividades pastorais sob
em diferentes áreas da missão, inserindo-
nossa incumbência, mas não só, assumimos
nos no mundo da cultura e das organizações
os apelos do papa Francisco, e colocamo-nos
e
na dinâmica de uma Igreja decididamente
transformações sociais e pelo cuidado de nossa
missionária, que sai ao encontro de todos,
casa comum. Planejaremos ações e eventos
indistintamente, para testemunhar no mundo
missionários, que contemplem inclusive a
o amor salvífico do Senhor. Fazemos parte de
preparação e o engajamento de leigos e leigas
uma Igreja que toma a iniciativa, sem medo
na missão, com avaliação da presença em certos
de ir ao encontro dos afastados, mas que, com
locais à luz do carisma, com vistas a mantermos
coragem criativa, chega às encruzilhadas dos
a fidelidade criativa, reforçando as ações já
caminhos para convidar os excluídos para a
existentes ou assumindo novas missões.
festa do Reino.
movimentos
sociais
que
lutam
por
Finalmente, o processo de unificação e
Queremos e precisamos aprofundar nossa
reestruturação da Província nos pede mais
compreensão de vocações e de pastoral
ousadia no desenvolvimento de projetos e/
vocacional, bem como implantar e/ou reforçar
ou ações sociais que ajudem a visibilizar
o serviço de animação vocacional em todas
o rosto social e missionário do carisma
as paróquias e colégios que estão sob a nossa
expresso na opção pelos pobres, que são uma
responsabilidade, com equipes de animação
concretização de aqueles que estão longe.
vocacional. Por isso, assumimos a animação
Isso nos pede o fortalecimento de algumas
vocacional como dimensão intrínseca ao nosso
iniciativas já existentes e a implementação de
carisma missionário, como responsabilidade
outras, de modo a intensificar nossa presença
de cada coirmão e de cada comunidade na
e atuação em pastorais e ações sociais, como
animação e acompanhamento das vocações.
Província e/ou em parceria com organizações e
A atuação junto às famílias é parte estrutural
movimentos sociais.
Coordenação Provincial do Brasil Meridional A presença dos Missionários da Sagrada Família na
Evangelho sendo Igreja em saída;
Prelazia de Tefé, junto às comunidades eclesiais de
b) Testemunhar a fraternidade e a comunhão, vivendo
Carauari e Itamarati, remonta ao ano 2000. Foi uma
e trabalhando sempre a partir da comunidade religiosa
resposta humilde e generosa aos apelos que a Igreja
e de vida;
Amazônica dirigia à vida consagrada e à Igreja de todo o Brasil no final do século passado.
c) Desenvolver ações orgânicas, planejadas e avaliadas comunitariamente, valorizando as competências de
Iniciamos os trabalhos com uma equipe de três
cada coirmão;
missionários, e houve períodos em que contamos com
d) Encarnar-nos na Igreja local e empenhar-nos
a presença de até cinco, inclusive formandos. Além
no fortalecimento das comunidades eclesiais, no
da animação pastoral das comunidades urbanas de
horizonte dos projetos e prioridades da Prelazia e da
Carauari e Itamarati, as comunidades ribeirinhas
REPAM;
receberam uma atenção intensa e qualificada, tanto no aspecto sacramental como no aspecto formativo. Houve uma alta rotatividade de missionários, com consequências
tanto
positivas
Província América Latina
Missão na Amazônia: os rios são as estradas
como
negativas.
e) Respeitar, apoiar e promover as lideranças leigas e as pastorais de caráter solidário e popular; f) Exercitar o diálogo aberto e respeitoso com as tradições do povo amazônico;
Inicialmente, todos os missionários residiam em
g) Colocar-nos solidariamente a serviço dos pobres;
Carauari, de onde davam assistência também a
h) Viver a abertura para a congregacionalidade,
Itamarati. A partir de 2006, estabelecemos residência
comunhão e interculturalidade.
também em Itamarati. Por um ano, contamos com
Atualmente, a comunidade missionária orienta suas
a presença de quatro missionários leigos, mas a
iniciativas e atividades à luz de sete linhas de ação: 1)
experiência não teve continuidade.
Atualmente, a
qualificar a vivência comunitária e fraterna; 2) garantir
missão conta com uma equipe de quatro missionários,
estabilidade e permanência dos confrades na missão;
em duas residências paroquiais.
3) garantir a participação de leigos na missão; 4)
Em nossa presença e trabalho missionário na
trabalhar em articulação e parceria com Organizações
Prelazia de Tefé, assumimos orientações missionárias
e Movimentos Sociais; 5) dinamizar a Pastoral de
da Província e da Igreja do Brasil, adaptando-as à
Conjunto das comunidades urbanas e as ribeirinhas; 6)
nossa realidade específica. Estes princípios iluminam
criar condições para a viabilidade econômica dos MSF e
a definição das prioridades que assumimos, mas
da missão pastoral; 7) dinamizar o Serviço de Animação
também outras iniciativas que se mostram necessárias
Vocacional.
ou oportunas e o nosso trabalho como um todo. a) Viver e anunciar comunitariamente a alegria do
Um desafio e uma graça particular é a pastoral das comunidades ribeirinhas. São mais de 50 comunidades, com 5 a 250 famílias, que vivem bastante isoladas e, de certo modo, abandonadas pelos poderes públicos. As visitas são feitas duas ou três vezes por ano (inclusive nos festejos dos padroeiros, que movimentam também as comunidades vizinhas), têm um custo elevado e comprometem em torno de 40 dias de viagem de barco. Mas a graça de testemunhar a fé, a hospitalidade e a alegria dessa porção do povo de Deus compensa tudo...
47
Os caminhos da missão em Moçambique Província América Latina
Coordenação Provincial do Brasil Meridional
acompanhamento dos formandos, o fortalecimento das comunidades e organismos eclesiais, a formação e sustentação de lideranças eclesiais e sociais e o serviço solidário aos setores sociais mais pobres. Para alcançar estes objetivos, temos algumas estratégias prioritárias: a) A vida fraterna e trabalho em comunidade, assegurada pela amizade fraterna e por frequentes encontros de partilha e de estudo, pelo planejamento comunitário do trabalho missionário e pela vigilância diante da tentação de estabelecer zonas individuais e exclusivas de atuação pastoral. b) A parceria com missionários/as leigos/as através A missão em Mecubúri (Arquidiocese de Nampula,
48
da preparação, acolhida e inserção de missionários/
Moçambique) nasceu no final do ano 2007, graças
as
à insistente provocação do Pe. Neiri Segala msf,
especializada de leigos por curto tempo e da
que na época participava do projeto missionário
convivência de leigos e religiosos no mesmo espaço
da CNBB Sul III, em Nampula. Desde então, vários
missionário.
leigos/as,
da
viabilização
da
colaboração
passos foram dados e muita coisa mudou, graças,
c) A animação pastoral das comunidades e
especialmente, à admirável generosidade e coragem
paróquias em colaboração com as comunidades
dos coirmãos e dos missionários leigos que deram
religiosas que atuam na área, com ênfase na
ou dão o melhor de si mesmos ao povo da região.
formação das lideranças e na atenção às famílias.
Os princípios que dinamizam nossa presença em
d) A animação, acompanhamento e formação
terras moçambicanas são: a) a vivência e o anúncio
vocacional através da organização de grupos
da alegria do Evangelho como Igreja servidora; b) a
vocacionais
vivência do serviço missionário como um processo de
acompanhamento dos grupos através da presença,
conversão ao outro e de saída para às periferias; c) o
de encontros e de subsídios.
testemunho de fraternidade vivida em comunidade;
e)
A
nas
Escola
duas
sedes
paroquiais,
do
Profissional
Familiar
Rural
transformada
em
Centro
d) a encarnação na Igreja local e o fortalecimento das
(recentemente
comunidades eclesiais; d) o apoio e a promoção das
Politécnico de Ensino Médio), dando atenção à
lideranças leigas, potencializando sua participação
revisão do projeto pedagógico para assegurar uma
nas instâncias comunitárias e paroquiais; e) o
perspectiva formativa humanista e integral, e da
desenvolvimento de projetos de promoção humana,
responsabilidade pela coordenação pedagógica e
social e cultural; f) o diálogo com as tradições do povo
administrativa da Escola.
macua.
A Escola oferece formação humanística e técnica
Atualmente, nossa comunidade missionária em
na área da agricultura e pecuária, com duração de
Nampula é formada por cinco missionários, em duas
três anos, e mantém os 50 alunos em regime de
residências (missão e casa de formação). O objetivo
internato. A Província Brasil Meridional assegura
dessa missão é viver o nosso carisma missionário
a motivação, a preparação e o envio do número de
encarnando-o no mundo moçambicano e na cultura
missionários, conforme as demandas da missão.
local, em intensa comunhão comunitária e com a
Para o ano de 2021, o investimento nos diversos
Província, priorizando a formação integral (humana
projetos da missão em Moçambique está orçado em
e profissional) da juventude, a mística vocacional e o
mais de R$ 500.000,00.
Pe. Itacir Brassiani msf Passo Fundo/RS Na cidade de Patu/RN, há 350 km de Natal, na Serra do Lima, ergue-se o monumental Santuário de
oferece serviços de hospedagem para grupos de até 60 pessoas, além de serviços de restaurante.
Nossa Senhora dos Impossíveis. Em janeiro de 1758, o
Se é verdade que o atual Santuário traz as marcas da
coronel Antônio de Lima e sua esposa Paula Moreira
ousadia e da dedicação dos Missionários da Sagrada
Braga Pessoa, proprietários das terras da serra e
Família, particularmente do Pe. Henrique Spitz, não
residentes em Apodi, construíram uma capela e
é menos verdade que, sem a generosidade do povo
trouxeram, de Portugal, a imagem de Nossa Senhora
patuense e dos romeiros e romeiras, ele não seria
dos Impossíveis. Mais tarde, a capela foi doada ao
nem a sombra do que é hoje. O ideal que nos orienta
Bispado, e então começaram as romarias.
é fazer do Santuário um lugar de fraternidade e um
No dia 7 de fevereiro de 1921, Dom Antônio dos
foco irradiador do Evangelho de Jesus Cristo.
Santos Cabral, bispo de Natal, nomeou o Pe. José
Depois de um tempo no qual o Santuário ficou
Scholl msf como administrador do Santuário, e, em
entregue aos cuidados de apenas um coirmão,
julho de 1923 foi assinado o termo de compromisso
seguiu-se
para a construção do Santuário. Os Missionários
comunidade, inclusive de uma casa de formação
da Sagrada Família receberam a administração do
(aspirantado). Hoje, uma comunidade de três
Santuário em caráter perpétuo e, em contrapartida,
coirmãos é responsável pela acolhida e o cuidado
assumiram o compromisso de ampliar sua estrutura
pastoral dos mais de 200 mil romeiros que visitam
com a abertura de uma estrada de acesso, a
anualmente este santuário, pelo oferecimento de
construção de uma igreja nova e de uma casa para
um interessante calendário de romarias e eventos, e
os romeiros.
pela animação pastoral da Paróquia Nossa Senhora
Inicialmente, os Missionários recebiam, pelo serviço
espiritual
e
pastoral
prestado,
outro
com
a
presença
de
das Dores, de Patu.
uma
parcela das doações dos fiéis e das espórtulas dos sacramentos. Ao mesmo tempo, estendiam seus cuidados pastorais aos sertanejos e povoados de toda a imensa região circunvizinha. Na década de 1960, o Bispo de Mossoró doou oficialmente toda a propriedade do Santuário à Congregação. Em contrapartida, a Diocese teria direito a receber uma parte das doações dos fiéis e das espórtulas dos sacramentos. O idealizador do templo atual foi o Pe. Henrique Spitz msf. A igreja tem um formato semelhante ao das cápsulas das naves que levaram os primeiros seres humanos à lua. “Como estas naves levaram o homem à lua, a Igreja e este Santuário levam as pessoas a Deus”, repetia ele. A construção foi iniciada em 1966 e concluída em 1968. Sua inauguração solene foi celebrada no dia 1º de janeiro de 1969. Posteriormente, foi construída uma pousada, que
Província América Latina
Santuário Nossa Senhora dos Impossíveis
Elencado entre as “Sete Maravilhas do Rio Grande do Norte”, o Santuário faz parte do roteiro turístico e religioso do Nordeste brasileiro. Este chão abençoado, que acolhe as sementes do Evangelho na simplicidade e na cordialidade, também oferece à Congregação generosas colheitas, desde que o cuidado seja contínuo e generoso. Sem dúvida, o Santuário é um lugar significativo de realização da nossa missão!
uma
49
Província América Latina
Paróquias:
um campo importante, mas que precisa ser renovado A redação Somos uma Congregação missionária, chamados por Deus para ajudar a concretizar sua missão no tempo, a nós confiada pela Igreja. As cerca de 40 paróquias administradas e animadas pela nossa
Província
abrangem
aproximadamente
400 comunidades rurais e urbanas. A maioria das paróquias está localizada em centros urbanos e umas poucas localizam-se em periferias urbanas. Algumas
50
exercem basicamente os serviços tradicionais de manutenção pastoral, enquanto outras apresentam dinamismo e inovação pastoral e missionária. Eis a lista das paróquias confiadas atualmente pelas diversas Igrejas Particulares à animação e administração dos Missionários da Sagrada Família na América Latina: Capilla Santa Teresita,
Tortuguitas, Bs. As; Paróquia Nuestra Señora Lourdes,
Grand
Bourg,
Bs.
As;
Paróquia
Nuestra Señora de Fátima, Tortuguitas, Bs. As; Paróquia San José Obrero, José C. Paz, Bs. As.
Na Bolívia:
Paróquia María Reina de las
Américas, Santa Cruz de la Sierra; Parroquia Nuestra Señora del Rosario, Barrio Trigales, Santa Cruz de la Sierra.
Paróquia Bom Pastor, Caldas
Novas/GO; Paróquia Cristo Redentor, Porto Alegre/ RS; Paróquia da Sagrada Família, Santo
Ângelo/
RS; Paróquia Imaculada Conceição, Carauari/AM; Paróquia Divino Espírito Santo, Goiânia/GO; Paróquia Imaculada Conceição, Recife/PE; Paróquia Jesus de Nazaré, Porto Alegre/RS; Paróquia Menino Jesus de Praga, Montes Claros/MG; Paróquia Nossa Senhora de Lurdes, Jaboatão dos Guararapes/PE; Paróquia Nossa Senhora da Ajuda, Rio de Janeiro/RJ; Paróquia Nossa Senhora das Dores, Patu/RN; Paróquia Nossa Senhora das Dores, Rio Verde/GO; Paróquia S. Maria Madalena, União dos Palmares/AL; Paróquia Sagrada Família, Saudades/SC; Paróquia Sagrada Família, Januária/MG; Paróquia Santa Teresinha, Passo
Na Argentina: de
No Brasil:
Fundo/RS; Paróquia Santo Antônio, Pinhalzinho/ SC; Paróquia Santo Antônio, Santo
Ângelo/RS;
Paróquia São Benedito, Itamarati/AM; Paróquia São Carlos Borromeu, São Carlos/SC; Paróquia São João Batista, Recife/PE; Paróquia São José Operário, Maravilha/SC; Paróquia São José Operário, Rio de Janeiro/RJ; Paróquia São José, São Francisco/MG; Paróquia São Judas Tadeu, Palmitos/SC; Paróquia São Pedro, Natal/RN; Paróquia São Sebastião, Contagem/MG;
São
Sebastião,
Taiobeiras/MG.
No Chile:
Paróquia
Hornopirén;
Sagrada
Paróquia
Sagrada
Família, Família,
Santiago; Paróquia Sagrada Família, Coquimbo; Santa San
San
Isabel
de
Francisco
Lorenzo, Hungria, de
los
Longaví;
Paróquia
Santiago;
Paróquia
Pajaritos,
Santiago.
Em Cuba: Paróquia Nuestra Señora de los Angeles, Camajuani; Paróquia San José, Camajuani. Por sua localização geográfica e social, algumas delas se constituem em urgências missionárias. Podemos agrupar as comunidades eclesiais dessas paróquias em quatro perfis: comunidades de centros urbanos; comunidades de bairros e periferias urbanas; comunidades que conjugam paróquias/ colégios; e comunidades rurais e ribeirinhas. Tais características requerem missionários preparados para atuar nessas diferentes realidades compostas por distintos públicos.
Nestas paróquias, queremos assumir os apelos do papa Francisco e colocamo-nos na dinâmica de uma “Igreja em saída”, decididamente missionária, que sai ao encontro de todos, indistintamente, para testemunhar no mundo o amor salvífico do Senhor. Queremos fazer parte de uma Igreja que toma a iniciativa, sem medo de ir ao encontro dos afastados, mas que, com coragem criativa, chega às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos para a festa do Reino.
Temos consciência de que precisamos superar a compreensão e a prática de apostolado como trabalho apenas em paróquias e colégios, com certa dependência da atuação nesses espaços. Isso requer que avaliemos a necessidade de permanecer em algumas delas, ou assumir novas fronteiras, diversificando e inovando a presença em outros espaços, e reorganizando as paróquias numa perspectiva acentuadamente missionária.
Província América Latina
Paróquia
51
Província América Latina
52
A exigente e complexa tarefa da formação A redação Na América Latina temos uma longa trajetória de
uma necessidade imposta pelas circunstâncias, mas
cooperação e integração nos processos de formação.
também um projeto conscientemente perseguido e
Inicialmente tivemos entreajudas no acolhimento de
vivido, que se renova e nos impele na atualidade.
formandos em etapas de Noviciado e Postulantado, bem
Isso requer que todos estejamos preparados e dispostos
como a realização de encontros latino-americanos de
a trabalhar em qualquer país e nos diferentes âmbitos da
formação permanente. Já realizamos conjuntamente o
missão da Província e da Congregação. Inclusive devemos
Postulantado, o Noviciado e o Juniorado.
nos preparar para que o máximo de membros da
Por outro lado, as iniciativas e práticas de formação
Província se disponham a dedicar, ao menos, parte de sua
permanente são bastante diversas e carecem de um
vida apostólica às missões de fronteira, em conformidade
itinerário mais articulado e sistemático, que contemple
com nosso carisma.
diferentes recursos pedagógicos, dimensões e fases da
A complexidade da Província requer missionários
vida. A diversidade de concepções, idiomas e práticas,
que sejam capazes de dialogar e agir com habilidade e
acrescida das distâncias geográficas, significa um grande
sabedoria nos diferentes contextos socioculturais. Isso
desafio para os formandos e formadores na formação
significa que devemos estar em permanente qualificação
inicial, mas também aos religiosos em sua formação
teórica, técnica e prática para lidar e conviver com a
permanente na região.
heterogeneidade e a pluralidade de situações do mundo
Em termos gerais, a formação visa preparar-nos para
contemporâneo.
desenvolver a tarefa missionária da Congregação, ou seja,
Como a missão, a formação é parte da Congregação.
preparar-nos para a vivência da consagração total de nós
Por isso, a Província garantirá que aqueles que
mesmos a Deus no seguimento de Cristo, ao serviço da
assumirem a missão de formadores façam um bom
missão. A resposta fiel e criativa ao chamado de Deus e
curso de formadores (que abranja os aspectos humanos,
o amadurecimento vocacional são responsabilidades
espirituais, psicológicos e jurídico-canônicos) para
inalienáveis de cada um de nós, mas a Província deve
lidarem de modo atualizado e qualificado com as questões
assegurar sua ajuda através de boas comunidades e
formativas emergentes.
competentes formadores.
Iniciamos a caminhada como Província nova e unificada
A formação precisa atingir em profundidade cada
com cinco casas de formação: Casa de Formação Sagrada
formando e consagrado, de tal modo que cada uma das
Família (Nampula/Moçambique), para a formação dos
suas atitudes ou gestos, tanto nos momentos importantes
Aspirantes; Comunidade Libertadora Nazaré (Goiânia/
como nas circunstâncias ordinárias da vida, possam
Brasil), para a formação dos Aspirantes; Convento São
revelar a sua pertença total e feliz a Deus. Trata-se de um
José (Recife/Brasil), para a formação dos Postulantes;
itinerário de progressiva assimilação dos sentimentos de
Noviciado Juan Berthier (Santiago/Chile), para a formação
Cristo para com o Pai, à luz da Sagrada Família.
dos Noviços; Juniorado São José (Belo Horizonte/Brasil),
Somos uma Província missionária internacional, e o
para a formação dos Juniores. No conjunto destas
Fundador quis que não houvesse entre seus missionários
etapas, temos 27 jovens em formação sob a orientação e
divisões ou acepções de nacionalidade. Neste sentido, a
dedicação de 9 formadores.
experiência dos primeiros anos em Grave não foi apenas
A redação Nosso processo de formação inicial está estruturalmente
de um coração missionário; (d) no desenvolvimento do apreço pela vida religiosa e do desejo de consagrar-se a Deus na Congregação. Entendemos a etapa do Noviciado como a introdução experiencial ao seguimento de Jesus Cristo e à Congregação, à sua forma de vida (espiritualidade) e à sua missão (carisma). Está localizado em Santiago (Chile), e sua finalidade se desdobra em quatro focos, que dinamizam e articulam todas as atividades e os conteúdos: • Oferecer ao Noviço um tempo de iniciação experiencial à forma de vida que o Filho de Deus e Missionário do Pai abraçou e nos propôe no Evangelho;
orientado ao carisma e inspirado na espiritualidade dos
• Ajudar o Noviço no conhecimento da própria vocação
Missionários da Sagrada Família: ajudar a Igreja a cumprir
e do Carisma e Espiritualidade da Congregação, a fim de
seu mandato missionário, especialmente através de três
que possa captar a coincidência entre a vocação pessoal e
ministérios prioritários: a missão ad gentes, a pastoral das
o carisma e os ministérios prioritários da congregação, e
vocações e a pastoral da família. O caminho espiritual inspirado na Sagrada Família de Nazaré é um percurso que nos leva à encarnação na condição comum a toda a humanidade (ser humano); à acolhida e resposta ao dom de Deus (ser crente); à escuta da Palavra e à busca comunitária da Vontade de Deus (ser discípulo); à abertura ao outro, à hospitalidade e à comunhão fraterna (ser irmão); à missão de conduzir todas as pessoas à única família do Pai (ser missionário). Esta finalidade e este modelo espiritual condicionam,
decidir-se por ela;
orientam e fecundam nosso percurso pedagógico.
no qual o jovem religioso recolhe os frutos das etapas
• Possibilitar ao Noviço a experiência e o exercício do estilo de vida religiosa dos Missionários da Sagrada Família, formando a mente e o coração de acordo com ele; • Verificar o desejo e as intenções, as capacidades, a idoneidade do Noviço para a consagração a Deus e o seguimento de Jesus Cristo na Congregação. A etapa do Juniorado compreende a fase de inserção ativa e estável na vida da Congregação, e é o período
Os objetivos da etapa de formação anterior ao noviciado
anteriores e continua seu processo de crescimento, fiel ao
são: (a) assegurar as condições e meios necessários
compromisso assumido e no horizonte da Congregação. A
para um adequado conhecimento recíproco entre o
casa que acolhe os Juniores está em Belo Horizonte/MG, e
vocacionado e a Congregação; (b) para que o vocacionado
a finalidade desta importante etapa de formação também
alcance a maturidade (humana, cristã e cultural) requerida
se desdobra em quatro focos intrinsecamente articulados:
pelo noviciado; (c) e desenvolva um coração missionário
a) Ajudar o Junior a avançar na assimilação do estilo
num horizonte latino-americano e congregacional. A
de vida MSF, da espiritualidade, do carisma e da vida
fase de formação que antecede o Noviciado se divide
comunitária, inclusive na identificação pessoal com
em duas etapas: o Aspirantado (realizado em diferentes
ao menos um dos três apostolados prioritários da
casas de formação; hoje, em Goiânia/Brasil e Nampula/
Congregação;
Moçambique), e o Postulantado (realizado normalmente no Convento São José, em Recife/PE).
b) Oferecer os elementos essenciais para que o Junior consolide seus vínculos com a sua família religiosa e
O período de aspirantado tem duração regular de um ano,
contribua ativamente na formação de uma comunidade
e está focalizado (a) no autoconhecimento do formando e
de amor e respeito mútuo, de fé e oração e de missão
no conhecimento recíproco entre vocacionado e Província,
compartilhada;
(b) na iniciação à vida cristã e à vida fraterna e (c) na
c) Criar condições para um efetivo diálogo intercultural
preparação para o ingresso no curso superior de filosofia.
e o desenvolvimento de um sentimento de pertença que
O período de postulantado se estende normalmente
supere os nacionalismos e provincialismos em favor da
por três anos, coincide com o curso de filosofia e está
congregacionalidade;
focalizado (a) na aquisição da maturidade humana e
d) Oferecer ao Junior uma formação teológica, pastoral
vocacional; (b) no cultivo da abertura, da transparência
e espiritual que o ajude a encarnar mais profundamente
e da lealdade nos relacionamentos interpessoais e
o seguimento de Jesus Cristo no espírito da Congregação.
comunitários; (c) na ampliação do horizonte cultural,
Província América Latina
Percursos e espaços de formação missionária
na consolidação da postura cristã e religiosa e no cultivo
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Província América Latina
A graça e o desafio de viver a consagração e a missão em comunidade Comissão de Unificação e Reestruturação Não obstante o apreço do Fundador pela vida em comunidade e sua insistência numa fraternidade
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nossas
comunidades
sejam
essencialmente
dialogais e lugares do perdão e da festa.
sem fronteiras, no decorrer da história ambas foram
O cultivo da espiritualidade da Sagrada Família e
um tanto relativizadas em função da prioridade
da congregacionalidade nos abre para o respeito e
da missão. Não raramente, a funcionalidade da
a acolhida da pluralidade cultural que caracteriza
missão tornou-se o único critério na constituição de
nossa Província e Congregação, ao mesmo tempo
comunidades locais e residências.
que favorece nossa disposição para sairmos de
Atualmente, temos dois ou mais coirmãos residindo
ambientes culturais estáveis para servir às distintas
juntos, com poucas situações em que os vivem e
necessidades missionárias da Província e da
assumem trabalhos paroquiais. Neste momento
Congregação.
histórico, somos inquiridos a dar atenção especial
A Sagrada Família de Nazaré nos inspira a
à vida comunitária, pois ela está na base e fortalece
formar comunidades essencialmente humanas,
a missão, inclusive a partir de nosso testemunho
acolhedoras e promotoras da pluralidade, que sejam
comunitário.
expressão e fermento de fraternidade e de comunhão
No percurso de unificação, identificamos alguns
na Igreja e na sociedade. A espiritualidade deve
pontos que requerem especial atenção e cuidado por
iluminar nossas comunidades e alimentar nossa
parte da Província como um todo e das respectivas
vida missionária, mediante a oração individual e
comunidades. O primeiro deles consiste em garantir
comunitária que expresse nossa constante união
o cuidado aos nossos coirmãos idosos e/ou doentes.
com Deus e, ao mesmo tempo, seja o fundamento de
Tanto a manutenção, como a gestão e administração
nosso apostolado.
das quatro casas que dispomos para esse fim, são desafios que precisamos enfrentar com serenidade.
No processo de unificação, as províncias já reorganizaram
várias
comunidades
locais
e
Constatamos também que temos um certo
residências ou comunidades de vida. Assim, a
número de membros que têm dificuldades na
vida da Província América Latina está organizada
convivência com os coirmãos em comunidade e
em 14 comunidades: Comunidade Tortuguitas e
também em realizar o serviço pastoral planejado
Comunidade Maria Reína (Argentina); Comunidade
comunitariamente. Mesmo que as Comunidades
de Coquimbo e Comunidade de Santiago (Chile);
sejam conformadas quase que exclusivamente por
Comunidade Missionária Santa Cruz de la Sierra
coirmãos da mesma nacionalidade e com ocupação
(Bolívia); Comunidades de Montes Claros, de Belo
pastoral semelhante, o cuidado no trato das
Horizonte, de Natal, de Recife, de Carauari, de
relações fraternas e o cultivo da espiritualidade e de
Goiânia, do Rio de Janeiro, de Passo Fundo e de São
habilidades para a convivência respeitosa e fraterna
Carlos (Brasil).
são premências a serem cultivadas por todos nós.
Nesta nova etapa de organização da Província,
Por mais que tenhamos escolhido fazer parte
precisamos dar novos passos nessa direção com
dessa grande família da Província e da Congregação,
o possível fechamento de algumas e/ou ereção de
não escolhemos os coirmãos com os quais somos
outras, em conformidade com as opções capitulares
desafiados a conviver e cooperar. Isso requer a
e as necessidades de uma “Igreja em saída”.
criação de mecanismos de cultivo, a fim de que
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