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Advergames: a publicidade do mundo geek

Não é novidade que os jogos vêm ganhando força a cada ano que passa. Crianças, adolescentes ou até mesmo adultos são seduzidos a esse tipo de passatempo. Isso acontece porque quem tem contato com os games desde cedo, acaba consumindo em todas as fases de sua vida e quem tarda a conhecer também adquire uma leve dependência.

A ciência nos diz que isso é fruto de nosso cérebro, que libera um neurotransmissor chamado dopamina, nos causando uma breve sensação de felicidade e prazer, com isso, acabamos nos rendendo a um ‘’replay’’ e buscamos novamente através dos jogos, que se torna um vício e parte de nossas vidas. Desta forma, se entende o porquê do sucesso dos Advergames como meio de divulgar uma marca, nada mais inteligente do que inserir a publicidade no momento de descontração de um público-alvo. É visível o crescimento gigantesco dessa indústria, não só em palavras, mas também em números. Atualmente e com base em uma pesquisa realizada pela WePC, já são aproximadamente 2,5 bilhões de consumidores da mídia de games ao redor do mundo.

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Os jogos já lucram mais que indústrias cinematográficas e aproximam pessoas de todas as idades e personalidades através de suas versões On-line. Empresas e marcas não poderiam ficar de fora e assim foram criadas as propagandas em games, os famosos Advergames. Nada mais são que jogos em que dependendo da quantia que a empresa esteja disposta a investir, poderão carregar sua marca de forma sútil ou descarada. Podemos dividir esses investimentos em três níveis, começando pelo Associativo, o mais leve e mais barato e não tão eficaz dependendo da imersão do jogador. Esses são as placas, outdoors, mensagens referenciando as marcas dentro do jogo. Em sequência temos o nível Ilustrativo, que tem mais força para atingir o target que o anterior, já que a marca interage com o jogador, em exemplo podemos usar o jogo “GTA” em que você pode entrar em um restaurante para restaurar a vida do personagem. E finalizando com o terceiro nível, o Demonstrativo, que é o mais caro de todos os três, mas o mais eficaz, em que a marca aparece a todo o momento, como foi feito em “Pepsi Man”. As mídias sociais também podem ajudar na hora de promover um Advergames, visto que a possibilidade de se compartilhar de uma pessoa para outra é bem maior. Os resultados em jogos, promoções, dados coletados ajudam a levar a informação de uma pessoa para outra, e principalmente chegar em pessoas que estão realmente interessadas na pauta. Em aplicativos para celular, geralmente, o advergame é feito de forma muito menos agressiva, sempre procurando deixar a propaganda em segundo plano, algo em que o jogador acabe por nem se incomodar que está lá, é ai que ela se torna positiva e eficaz garantindo que o utilizador voltará para o jogo.

Usar o Advergame como um meio de marketing de conteúdo é bastante comum, e quase sempre atinge o público-alvo, além de chegar em todas as idades, classes sociais e sexo é bem simples de transmitir uma mensagem, que muitos considerariam um assunto ‘’chato’’ de uma forma criativa e inteligente, como fez o Mcdonalds, usando o advergame “Global Gladiators”.

Um jogo em que dois garotos são transportados para uma história em quadrinhos, que o lugar está completamente poluído, a missão dos protagonistas é de exterminar a poluição usando armas de ketchup e mostarda. Com isso, a marca se reforça a todo momento e em qualquer horário, aumentando o tempo de exposição da propaganda.

A parte mais inteligente desse marketing é que no fim de cada fase, o jogador recebe um vídeo educativo sobre coleta seletiva. E durante a jornada dos dois aventureiros, é visto um diálogo sobre a preservação de florestas e reciclagem. Como resultado, o jogo se tornou viral e completamente educativo para crianças e adolescentes, elogiado por ONGS e até mesmo o Greenpeace, rendendo bastante pontos positivos e lucro para o Mcdonalds. Em recompensa foi notado o aumento, conscientização e fidelização dos clientes, que começaram a ver a marca não apenas como uma rede alimentícia, mas também uma empresa humanizada e preocupada com o meio ambiente e as próximas gerações. Foi uma ótima alternativa de propaganda e sobre um assunto que talvez em uma outra mídia, poderia não ter tido tanto sucesso e atenção, já que são momentos em que o público-alvo não estaria tão imerso como em um game, que exige mais atenção e concentração, e o anúncio passaria despercebido ou seria ignorado. Assim, é notável como os publicitários podem se apropriar do Advergame como um meio de fugir do comum, e garantir a comunicação com seu público de uma forma mais interativa e eficaz, pensando em uma pauta a ser inclusa discretamente dentro de um jogo e, dessa forma, tornar-se viral naturalmente, com uma redução de custos e aumento de lucros. Anna Ribeiro. ADVERGAMES

Foto: Anna Ribeiro

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