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Ano II - Número 28 - Abril de 2012. Trabalho realizado pelos alunos do terceiro semestre de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo.
de Relações Públicas
Projeto Rondon Uma Iniciativa Cidadã O Projeto
Tempo de atuação
É uma iniciativa do Ministério da Defesa, em parceria com outros ministérios, inclusive o da Educação, e com instituições de ensino superior de todo o Brasil. O projeto visa orientar comunidades carentes situadas em cidades isoladas a utilizarem de forma mais proveitosa os recursos que já possuem, proporcionando melhoria na qualidade de vida.
Iniciou-se em 11 de julho de 1967, durante o período militar, por meio do Exército Brasileiro, e foi interrompido em 1989, por não ser mais prioridade para o governo federal. Suas atividades retornaram apenas em 2005, como uma decisão do então presidente Luis Inácio Lula da Silva a pedido da União Nacional dos Estudantes.
Período O período da ação do Projeto Rondon dura em torno de duas semanas, com ambientação dos participantes, realizações das atividades elaboradas pelos alunos com os cidadãos do município determinado e o encerramento. A quantidade de cidades varia de acordo com a operação e o estado selecionado, e cada uma delas receberá duas equipes, de faculdades diferentes, para a realização do projeto, sendo uma responsável pelo projeto do eixo A e a outra pelo eixo B, porém trabalhando em conjunto.
Metodista SEMPRE Metodista
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Quem foi Marechal Rondon
Marechal Rondon
Cândido Mariano da Silva, mais conhecido como Marechal Rondon, nasceu no Mato Grosso em 05 de maio de 1865 e faleceu em 19 de janeiro de 1958 no Rio de Janeiro. Ele criou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) em 1910 e foi um dos pioneiros a implantar linhas telegráficas no interior do Brasil. Foi um defensor assíduo dos índios e suas culturas. Recebeu título honorifico de Marechal do Exército e ficou conhecido como Marechal da Paz. O nome da cidade de Rondônia é em homenagem a este grande homem. No dia 05 de maio, data de seu aniversário, é comemorado o Dia Nacional das Comunicações. Em 11 de julho de 1967, um grupo de universitários partiu para Rondônia e o nome desta expedição foi chamada de “Projeto Rondon”. E a sugestão foi aceita!
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Como funciona?
Quem pode participar?
As instituições de ensino interessadas em participar devem se inscrever pelo site oficial do Projeto Rondon (http://projetorondon.pagina-oficial.com), apresentando propostas de projetos para desenvolver em cada uma das cidades dos estados participantes e colocando a sua preferência por cidades em ordem crescente. Há o conjunto/eixo A (área da cultura, direitos humanos e justiça, educação e saúde) e o B (áreas da comunicação, meio ambiente, trabalho e tecnologia e produção), e a universidade possui a opção de participar dos dois conjuntos. Se o(s) projeto(s) for(em) aprovados, a mesma deverá convocar os estudantes e docentes que já manifestaram interesse de participação voluntária por meio de uma pré-inscrição. Cada eixo será composto por 10 rondonistas (termo utilizado aos participantes), sendo oito alunos e dois docentes. Um dos docentes será o coordenador responsável, que será incumbido de realizar uma viagem para reconhecimento de área e principais contatos na região, além de transmitir as informações adquiridas aos alunos e responder direta e indiretamente pelos atos dos mesmos. Quem decide as cidades dos estados participantes a serem visitadas é o Ministério da Defesa, e as ações do Projeto Rondon acontecem sempre em época de recesso escolar, janeiro e julho de cada ano. O Projeto Rondon significa aprender além da sala de aula!
Cada universidade decide os critérios para selecionar os voluntários, porém segue normas do Ministério da Defesa. Os alunos interessados em participar do projeto pela Universidade Metodista de São Paulo, por exemplo, devem estar pelo menos na segunda metade do curso matriculado. Conforme a Profª Drª Lana Santos, docente da área de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo “aceitar alunos antes desse período de curso se torna inviável, pois os alunos ainda estão despreparados, academicamente, para este tipo de atividade”. Ela participou do último projeto realizado em janeiro deste ano, a operação “Babaçu”, na cidade de Buritirana, no estado do Maranhão.
Desafios
Responsabilidades As equipes são sempre acompanhadas por um militar denominado de “Anjo”, que verifica cada passo, cada oficina e auxilia as equipes no que for necessário e possível. Para tanto, os participantes devem seguir uma conduta exemplar juntamente com o “Guia dos Rondonistas”, não podendo ingerir bebidas alcoólicas, não utilizar nenhum tipo de drogas ou cometer algum tipo de “deslize” que possa vir a prejudicar a universidade numa próxima operação.
Rotina diária
escolas), e trabalham com os projetos de sua área específica, desenvolvidos em oficinas montadas em lugares estratégicos, para a reeducação dessa população com boa parte dos recursos que já dispõem. Ao final do dia elaboram relatórios das suas atividades.
Nas últimas operações... Conforme a professora doutora Lana Santos, na “Operação Babaçu” realizada em janeiro de 2012 na cidade de Buritirana (Maranhão), as equipes foram muito bem acolhidas no local e não havia pessoas de “cara feia”. “É uma experiência única e maravilhosa! Acho que todos deveriam participar. Aprendi a valorizar coisas simples como conversar na calçada.” E será que seus hábitos mudaram depois da viagem? “Mudaram sim. Até porque lá aprendemos a não ser tão dependentes da tecnologia como computador e celular. Hoje penso de forma diferente em relação a certas coisas.”, acrescenta a profª Lana. O professor Victor Bigoli, docente da área da saúde, que já participou de diversas operações e é membro do comitê do Projeto Rondon, afirma que retornou em alguns locais e as pessoas continuavam seguindo as orientações e sugestões da equipe do Projeto Rondon. Ele ressalta: “Você começa a ver outro lado da vida, percebe que você tem tudo se comparado a essas pessoas. Então você vai de um jeito e volta de outro. Muda tudo!”. Fica a dica!
Os alunos partipantes ficam instalados em locais disponibilizados pelo município (normalmente em Arquivo Pessoal
Essas cidades estão em situações precárias, principalmente de higiene básica e organização. A água é impotável, no entanto a cidade inteira bebe. Em alguns locais o mesmo espaço é utilizado para urinar, defecar e se banhar. Por conta disso, os alunos são orientados a se vacinarem antes e depois da viagem, a tomarem água apenas com um comprimido fornecido pelo Exército e devem seguir outros cuidados que serão informados no decorrer da operação.
Alunos participantes do Projeto Rondon, Alunos participantes Ação Babaçu. do Projeto Rondon, Professor Babaçu. Douglas operação Siqueira (Penúltimo Professor Douglas a direita,(Penúltimo acima) Siqueira à edireita, professora Lana em cima) (última a direita, e professora Lana embaixo). Santos (última à direita, embaixo).
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EIXO A Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal
Rondonista Silvana, estudante de odontologia, aprofundando no ensino da escovação.
Rondonistas ensinam como fazer uma escovação adequada.
Os objetivos de cada área do Projeto Rondon são: Saúde
Educação
• Capacitar agentes de saúde em saúde da família, saúde bucal, saúde ambiental, doenças endêmicas, acolhimento e humanização do atendimento em saúde. • Capacitar multiplicadores em saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens, na prevenção, na prevenção da prostituição infantil, na prevenção do uso do álcool e drogas e na prevenção da violência contra mulheres, crianças e adolescentes. • Capacitar agentes multiplicadores em ações ao incentivo de esporte e lazer. • Capacitar agentes multiplicadores em nutrição, com incentivo no uso de alimentos regionais.
• Capacitar educadores do ensino fundamental e médio sobre técnicas de ensino e aprendizagem, motivação, relacionamento interpessoal, distúrbios de aprendizagem, educação inclusiva e no atendimento a portadores de necessidades educativas especiais.
Cultura • �������������������������������������������� Capacitar agentes multiplicadores para o desenvolvimento de atividades que valorizem a cultura local e promovam o intercâmbio de informações.
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Direitos Humanos e Justiça • Capacitar gestores municipais, conselheiros e lideranças comunitárias em gestão de políticas públicas, particularmente na área de desenvolvimento social, como acesso a renda, enfrentamento das situações de trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes. • Instalar, dinamizar ou atualizar os conselhos municipais, como os de educação, de saúde, tutelar, de assistência social, da criança, do meio ambiente, dentre outros.
cultura, direitos humanos e justiça, educação e saúde
Universidade Metodista no Projeto Rondon • Na área da cultura foi desenvolvida uma feira artesanal, no qual os habitantes da cidade pudessem divulgar e valorizar seus trabalhos. • Na área de direitos humanos e justiça, o meio de orientação que os universitários encontraram para colaborarem com os cidadãos foram palestras e apresentações com temas relacionados à área e a realização de um telejornal para alertar a todos da região sobre os problemas enfrentados. • Na área de educação, os professores da região foram orientados, de um modo prático, a dinamizar as formas de ensino aos seus alunos com a finalidade de atrair a atenção das crianças para o conteúdo exposto. Com os mesmos educadores também foi abordado o tema de igualdade para os jovens com necessidades especiais. • Na área de saúde, além de palestras foram ministrados atendimentos psicológicos, médicos e odontológicos, tratamentos rápidos, exames simples, implantação de itens que possam ajudar a comunidade a prevenir possíveis doenças e manter a higiene. Na operação Tuiuiú, realizada na cidade de Porto Esperidião, no Mato Grosso, os universitários do curso de Odontologia da Metodista construí-
ram “escovódromos” nas escolas e entregaram kits odontológicos para a comunidade. O objetivo é fazer os alunos trabalharem com situações reais e conseguirem de alguma forma modificar a vida dessas pessoas beneficamente. O eixo A, dá ênfase principalmente à área da educação e saúde e objetiva fazer essa ligação simples de informação e ação. Portanto, com as informações necessárias e dispondo de infraestrutura para executar o lado prático destas, as comunidades e suas populações poderão possivelmente prolongar a sua estimativa de vida, reduzindo riscos de doenças que são facilmente proliferadas; diminuindo preconceitos e dificuldades com portadores de necessidades especiais; melhorando o desenvolvimento dentro da sala de aula de forma que os alunos possam interagir e se interessar mais com os conteúdos ministrados; além de proporcionar a valorização das próprias comunidades em relação aos trabalhos manuais e culturais daqueles locais. Arquivo Pessoal
Operação Tuiuiú Estado: Mato Grosso Cidade: Porto Esperidião Período: Julho de 2011 Professores Participantes: Victor Bigoli e Domingos Belasco Júnior
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Professor Domingos Belasco (acima, à esquerda), alunos participantes do Projeto Rondon, operação Tuiuiú, e professor Victor Bigoli (acima, à direita).
EIXO B Arquivo Pessoal
Murais desenvolvidos com jovens de Buritirana (MA).
Os objetivos do eixo B são: Trabalho
Comunicação
• Capacitar produtores locais, com especial atenção a pequenos agricultores e pecuaristas. • Incentivar o cooperativismo, associativismo e empreendedorismo para a geração de renda e o desenvolvimento econômico sustentável. • Promover ações que desenvolvam o potencial turístico local, incluindo a capacitação de mão de obra ligada ao comércio de bens e serviços. • Capacitar servidores municipais em gestão pública e de projetos.
• Capacitar agentes multiplicadores e servidores municipais na produção e difusão de material informativo para a população usando os meios de comunicação, em particular as rádios comunitárias. • Divulgar as lideranças e servidores municipais os benefícios, serviços e programas oferecidos na esfera federal.
Tecnologia e Produção • Disseminar soluções auto-sustentáveis – tecnologias sociais – que melhorem a qualidade de vida das comunidades. de Relações Públicas pag. 6 - 2012
Etapas solicitadas no Projeto Rondon
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Rondonista auxilia em montagem do Jornal Mural da região.
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Comunicação, meio ambiente, trabalho, tecnologia e produção
• Uma atividade pertencente à área de comunicação e que foi desenvolvida pelos alunos da Universidade Metodista foi a rádio comunitária na cidade de Buritirana (Maranhão), com a ajuda de possíveis patrocinadores para ajudarem a mantê-la. Nesta mesma operação criaram também uma “oficina do olhar”, mostrando imagens do “Mangabão” e pedindo a visão da comunidade em relação às imagens e posterior discussão sobre as mesmas. Também foi realizado um concurso de redação de modo que a comunidade trocasse histórias de vida, um minicurso de inclusão digital e criação de vários jornais murais. • Na área de meio ambiente foram realizadas palestras e dinâmicas para conscientização da população em relação ao lixo e manutenção do mesmo. Palestras sobre cuidados e manutenção de hortas e tratamentos de águas cinzas e negras, tudo isso na operação Babaçu. • Na área de trabalho foram ministradas palestras e dinâmicas que envolveram os temas de empreendedorismo, corporativismo, associativismo e MEI (micro empreendedor individual). • Já na área de tecnologia e produção foi construído um “banheiro seco”, já que as comunidades
Meio Ambiente • Capacitar, mobilizar e realizar campanhas na área de saneamento ambiental, particularmente no que se refere a resíduo sólido, esgotamento sanitário e água.
da cidade de Buritirana não dispõem de tratamento de água e esgoto. Foi construído um primeiro para que continuem construindo outros na região. São ações voltadas para a evolução daquela região em áreas que ajudam a população a ter uma renda, manter essa renda, encontrar alternativas para se manter, deixar a cidade mais limpa e mais do que isso, saber o porquê isso é necessário. Pois não basta apenas ditar regras, dizer o que é certo e errado, mas a população tem que se conscientizar dos benefícios de cada orientação dada, senão o objetivo não é alcançado. Por isso, um eixo depende do outro para que a cidade visitada tenha um desenvolvimento considerável e consiga se manter mesmo com os poucos recursos que possuem. O Projeto Rondon alcança bons resultados quando se unem todos esses itens trabalhados e opções em benefícios presentes e futuros para essas localidades, além, é claro, de beneficiar os próprios voluntários participantes com a aprendizagem que só a experiência pode proporcionar. Arquivo Pessoal
Operação Babaçú Estado: Maranhão Cidade: Buritirana Período: Janeiro de 2012 Professores Participantes: Lana Santos e Douglas Siqueira
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Rondonistas ajudam a desenvolver rádio comunitária na cidade de Buritirana (MA).
Critérios para se candidatar
Participe! Faça parte dessa história você também!
• Alunos que estejam cursando pelo menos o semestre correspondente a segunda metade do seu curso (conforme determinação do Ministério da Defesa) e se pré-cadastraram como voluntários no portal da instituição. • Independente do número de inscrições, são selecionados um total de 8 alunos e 2 docentes para compor a equipe. Ela é multidisciplinar, ou seja, composta de alunos de todos os eixos trabalhados, mesmo que uma das áreas tenha um número consideravelmente maior de inscritos do que as outras. • Os critérios para aprovação são utilizados conforme o Ministério da Defesa e a própria universidade. • Após a confirmação da aprovação se seguirá de reuniões e treinamentos para preparação do aluno conforme edital. E lembre-se, se não conseguiu desta vez poderá tentar participar das próximas operações!
O Projeto Rondon é uma causa muito nobre que voltou com tudo! A Universidade Metodista de São Paulo se inscreve para participar de todas as operações existentes do projeto, pois sua missão, visão e valores são voltados principalmente para a construção da cidadania, o que é claramente desenvolvido nesta ação. Porém, para continuar com este projeto de pesquisa e extensão precisa que você faça parte desta causa. É tudo muito bem planejado e organizado. São realizadas entrevistas, dinâmicas, reuniões, treinamentos e viagem antecipada para análise do local e para que as pessoas selecionadas para a viagem estejam preparadas para agir como “profissionais” e seres humanos. E o que é mais importante, além de ganhar conhecimento e experiência prática fora da sala de aula você contribuirá para uma melhor reestruturação de comunidades carentes. Ser voluntário é ir além! É ensinar e aprender. É pensar na população como um todo e assim pensar no seu próprio bem estar. É experimentar viver além das suas expectativas e conhecer um outro lado da vida real, podendo assim descobrir o outro lado do seu próprio ser. Ser voluntário é ganhar, jamais perder. É compartilhar e ganhar sorrisos, carinho, gratidão e certeza de que você fez a escolha certa.
Críticas, dúvidas e sugestões poderão ser depositadas na caixinha ou encaminhadas via e-mail (projetorondon@metodista.br). Mais informações podem ser encontradas em: http://projetorondon.pagina-oficial.com
PARTICIPE DESSA CAUSA!
As próximas viagens do Projeto Rondon serão para cidades dos estados de Tocantins e Pará. São as chamadas operações “Capim Dourado” (Tocantins), realizada de 13 a 29 de julho e “Açaí” (Pará), realizada entre os dias 06 a 28 de julho. As universidades aprovadas selecionarão seus alunos e professores e os orientarão conforme determinações do Ministério da Defesa. A participação é voluntária, sendo que vacinação e saídas do estágio/trabalho são de responsabilidade de cada um, assim como roupas e objetos transportados (não excedendo o limite de 20kg). Os participantes não precisam arcar com gastos de passagens (ida e volta), hospedagem e alimentação.
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Expediente
Próxima Operação Publicação semanal do 3°. Semestre de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo. Diretor da Faculdade de Comunicação: Paulo Rogério Tarsitano Coordenador do Curso de Relações Públicas: Paulo Ferreira Professores Orientadores: Edi Luiza Bacco, Rodolfo Carlos Bonventti e Roberto Joaquim de Oliveira Apoio: Agência Integrada de Comunicação Metodista - AGICOM Textos: Anderson Gomes, Danilo Santos, Maisa Alves, Mallory Souza, Marcelo Alves, Michele Boin, Romário Nunes, Tais Ximena e Zaira Santos