Revista Trabalho Social 2010

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Comerciรกrios de Sรฃo Paulo - Trabalho Social

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Comerciรกrios de Sรฃo Paulo - Trabalho Social


» EDITORIAL

O progresso é

um bem coletivo Os direitos são a propriedade do povo. Portanto, quanto mais direitos, e tanto eles forem mais aplicáveis, menos pobre será uma Nação. Os direitos são, portanto, um caminho. Um caminho para a inclusão social, o progresso e a dignidade humana. E a quem cabe assegurar a efetividade desses direitos, para que a cidadania saia da abstração e vire coisa prática? Cabe ao Estado, aos indivíduos, às empresas - por sua responsabilidade social - e a todas as instituições criadas pela sociedade para sua própria proteção e progresso, como é o caso de uma entidade sindical. Nosso Sindicato tem consciência dessa responsabilidade. Por isso, realiza ações concretas em prol dos comerciários, dos dependentes dos nossos associados, das mulheres, da Terceira Idade e de grupos marginalizados ou excluídos da sociedade. Esta revista mostra o trabalho social do Sindicato, que, sem dúvida, ajuda a melhorar a vida de milhares de pessoas. Mas não se trata apenas de mostrar. Esta revista, acima de tudo, reafirma nosso compromisso com a inclusão social, dentro da visão de que o progresso econômico - assim como a educação, a cultura, o lazer - deve ser coletivo e não privilégio de uma pequena elite. Esperamos também estimular nos comerciários - e por que não nos empresários do setor - a ideia de responsabilidade social, fortalecendo a consciência coletiva, imprescindível para o progresso material e moral da sociedade.

“A presente publicação, acima de tudo,reafirma nosso compromisso com a inclusão social,dentro da visão de que o progresso econômico assim como a educação, a cultura,o lazer - deve ser coletivo e não privilégio de uma pequena elite”

Ricardo Patah Presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e da União Geral dos Trabalhadores (UGT)

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» Índice 8

ENTREVISTA com Patah

Presidente do Sindicato, Ricardo Patah, fala sobre os princípios éticos e políticos que norteiam a ação sindical em prol da cidadania efetiva

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Colônia de Férias e Clube de Campo

Com uma infraestrutura completa de lazer, a categoria desfruta de opções no campo e na praia

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Qualificação profissional

Mais de duas mil pessoas por mês passam pelo Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat), que oferece qualificação e recolocação no mercado de trabalho

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Acesso à Educação

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Assistência Social e Previdência

Convênios com universidades e colégios oferecem descontos de até 70% aos sócios e dependentes

Com uma equipe especializada, o Departamento oferece apoio e orientação ao trabalhador na garantia de seus direitos

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Cooperativa Habitacional Criada em 1995, a Cooperativa já beneficiou 236 famílias comerciárias

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Atendimento em 22 especialidades

Sócios e dependentes do Sindicato têm à sua disposição o Ambulatório Médico, além do atendimento na sede e subsedes com diversas especialidades, incluindo dentista


» Expediente

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Garantia de direitos

Formado por profissionais especializados, o Departamento Jurídico oferece assistência na área trabalhista, família e cível

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Ponte Brasilitália

Parceria promove a inclusão social de crianças e jovens da periferia de São Paulo

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Moradores em situação de rua

Ação social garante apoio e pratica a solidariedade

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Mulher Comvida

Evento realizado no Dia Internacional da Mulher reúne centenas de companheiras

Revista do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Rua Formosa, 409, Centro, CEP 01049-000, São Paulo, SP. Telefone 2121.5900. Site: www.comerciarios.org.br E-mail: sindicato@comerciarios.org. br Diretoria: Ricardo Patah, presidente; José Gonzaga da Cruz, vice-presidente; Edson Ramos, secretário-geral; Antonio Carlos Duarte, tesoureiro; Cleonice Caetano Souza, diretora do Departamento Jurídico; Antonio Evanildo Cabral, diretor de Educação, Formação Profissional e Esportes; Josimar Andrade de Assis, diretor do Patrimônio; Marcos Afonso de Oliveira, diretor de Relações Sindicais; Neildo Francisco de Assis, diretor de Assistência Social e Previdência. Suplentes da Diretoria - Aparecido Tadeu Plaça - Cremilda Bastos Cravo - Isabel Kausz dos Reis - Luiz Hamilton de Sousa - Rosilania Correia Lima Djalma Alves Domingos - Isaias Roberto da Silva - Manuel Correia - Marinaldo Antonio de Medeiros. Conselho Fiscal - Avelino Garcia Filho - Domingos Serralvo Moreno - Adriana Machado. Suplentes do Conselho Fiscal - Gino Vaccaro - Julio Nicolau - Rubens Romano. Delegados Federativos - Nildo Nogueira - Wilson Moura da Silva. Suplentes de Delegados Federativos - Eduardo Karam Erasmo Jacinto da Silva. Produção: Agência Sindical (www. agenciasindical.com.br). Textos: Marcelo Jatobá Duarte e João Franzin. Edição: Dayane Santos e João Franzin. Revisão: Waldomiro Bregion. Fotos: Fabio Mendes. Jornalista-responsável: Mauro Ramos (MTb 11.875). Agosto de 2010. Tiragem: 50 mil. Impressão: Intergraf

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» INCLUSÃO DO NEGRO NO COMÉRCIO

Fábio Martins é gerente da Camisaria Colombo

Igualdade de

oportunidade A inclusão do negro no comércio é conquista que se consolida a cada dia Pesquisa do Sindicato e Dieese, feita em 2003 sobre a renda do comerciário, revelou que havia grande discriminação racial. Diante dos números, o presidente

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Ricardo Patah liderou uma ampla campanha pela inclusão do negro no comércio. O primeiro acordo, firmado com a Camisaria Colombo em dezembro de 2003, reservava

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cota de 20% de vagas. Depois vieram acordos na Têxtil Abril, Lojas Marabrás e Casas Bahia, além de cláusulas de isonomia salarial firmadas com o Grupo Pão


» REALIDADE BRASILEIRA de Açúcar, Walmart, Carrefour e Eldorado. No final de 2005, foi incluída na Convenção Coletiva do setor de supermercados cláusula para reserva de 30% das vagas para negros. O gerente da Camisaria Colombo da região da Praça da Sé, no Centro, Fábio Roberto Martins, 37 anos, afirma: “É uma grande conquista. É fato que ainda somos minoria no mercado de trabalho. A criação das cotas é uma forma de diminuir o preconceito e dar espaço para os negros”. Ele pondera: “O maior preconceito está na cabeça das pessoas. Se o negro não encanar com isso, tudo fica mais fácil e as oportunidades surgem”. DÍVIDA HISTÓRICA Bruno Augusto Messias Gonçal-

ves, 18 anos, contratado no mesmo mês e ano que Fábio, começou como estoquista, passou para office-boy e hoje é auxiliar administrativo. “Já vi pessoas dizendo que as cotas são um absurdo. Mas as cotas são necessárias. Na história, o branco sempre predominou em tudo. Já que não adianta resolver essa questão conversando, falando em consciência, o jeito é buscar soluções por meio de leis”, opina Bruno. “Tem gente na minha família que não conseguiu trabalho porque é negro”, lembra ele. A gerente de Recursos Humanos da rede, Niriam Nucci, concorda com a importância das cotas, mas acredita que a medida seria desnecessária se as empresas utilizassem apenas critérios técnicos na hora das contratações.

O preconceito racial no Brasil fica evidente quando verificamos o salário

dos trabalhadores negros. O rendimento médio real

por hora dos negros é 77%

menor em relação aos outros

trabalhadores. Os negros ganham R$ 4,62 por hora trabalhada, contra R$ 8,21

dos não-negros. Nosso Sindicato foi o primeiro a assinar acordo

de cotas no Brasil, colocando-se na linha de frente do debate no

movimento sindical. O primeiro acordo foi assinado em 2003, com a Camisaria Colombo. Hoje, o número de

afrodescendentes na loja supera a cota, ou seja,

ela só favoreceu a inclusão.

» Lei também garante cotas para portadores de deficiência A Lei 8.213/91 determina que empresas com 100 ou mais empregados são obrigadas a cumprir a cota de 2 a 5% dos cargos com pessoas portadoras de deficiência. Para um desses profissionais, o assistente de vendas da loja Renner do Shopping Santana Parque, Dan Fukushima, 37 anos, a conquista de espaço no mercado de trabalho “começa na cabeça”. “Muitas vezes, por sermos deficientes, nós mesmos nos bloqueamos, nos fechamos. Se o deficiente se coloca

salário e preconceito

A Convenção Coletiva de Trabalho do setor

na posição de coitado, perde oportunidades. Tudo muda e melhora quando começamos a enxergar a vida de frente”, diz ele.

de supermercados, por exemplo, estabelece: “As empresas com mais de 50 empregados

se comprometem a destinar

30% de seus postos de trabalho para não-brancos”.

Sindicato mobilizado contra a discriminação e por respeito aos direitos

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» Entrevista

RICARDO PATAH

Não existe

cidadania sem inclusão social

O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) destaca: “Cidadão não é só quem vota. Cidadão é quem tem direitos constitucionais. Direito à vida, direito à educação, à moradia, à saúde e ao emprego. E esses direitos têm de ser respeitados”

Graduado em Direito pela Universidade São Judas Tadeu e em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ricardo Patah foi fundador da Força Sindical em 1991, sendo tesoureiro-geral da Força de 1993 até seu desligamento, em 2007, ano de

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fundação da União Geral dos Trabalhadores, central que preside. Patah iniciou sua atuação no Sindicato dos Comerciários de São Paulo, em 1991, tendo ocupado vários cargos até assumir a presidência em 2003. Como sindicalista, Ricardo Patah

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

sempre defendeu para o movimento sindical um papel efetivo na construção de um Brasil mais justo, com inclusão social e plena cidadania. Em entrevista à Trabalho Social, Patah ressalta as ações cidadãs do Sindicato e reafirma seus compro missos com a justiça social.


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» Entrevista

RICARDO PATAH

Trabalho Social - Patah, você fala muito em inclusão social. O que o sindicalismo pode fazer de efetivo nesse sentido? Ricardo Patah - Inclusão social é perceber o outro como cidadão. E cidadão não é só quem vota. Cidadão é quem tem direitos constitucionais, direito à vida, direito à educação, à moradia, à saúde e ao emprego. E esses direitos têm de ser respeitados. Os Comerciários de São Paulo têm de longa data uma percepção profunda desse tema. É o caso das pessoas que vivem em situação de rua. O Sindicato se preocupa com elas. Temos três funcionários que eram moradores de rua em São Paulo. Somos uma entidade que, além de se preocupar com as questões relativas ao capital-trabalho, tem uma visão do cidadão. Trabalho Social - O trabalhador sem registro, que faz jornada de 53 horas semanais, que ganha salário indigno esse trabalhador também não é um excluído? E o que o Sindicato faz por ele? Patah - Além de presidir o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, também presido a União Geral dos Trabalhadores, a UGT. Uma parte dos Sindicatos filiados à UGT é do comércio e serviços. E nesses lugares há precariedade, discriminação racial e informalidade. Mas, nos últimos anos, os Sindicatos têm feito um trabalho intenso, buscando garantir as necessidades básicas desses trabalhadores. E em São Paulo muitas das cláusulas da Convenção Coletiva contemplam essa questão. Estamos fazendo um trabalho intenso pela formalização, pela diminuição da jornada extraordinariamente elevada. Segundo o Dieese, o comerciário trabalha 53 horas por semana. Trabalho Social - O Sindicato defende a cota de emprego para afrodescendentes. Essa garantia também consta da Convenção Coletiva?

Patah - Pesquisa feita pelo Dieese indicou diferenças gritantes. Na cidade de São Paulo, no mesmo local de trabalho, o afrodescendente chega a ganhar quase metade do salário de outros trabalhadores. É um problema grave que a pesquisa apontou. Mais grave: o empresário prefere pagar o dobro para o branco a contratar um negro. Então, a partir dessa pesquisa, de 2004, o Sindicato iniciou importantes negociações. E passou a ser o primeiro Sindicato do Brasil a conseguir uma cláusula, na área de supermercados, onde 30% dos trabalhadores têm de ser não-brancos. Estamos tentando avançar também em outros setores do comércio. Infelizmente, a Convenção com os supermercados é a única no Brasil. Importante seria que todos os Sindicatos pudessem implementar essa garantia em Convenção Coletiva. Nós precisamos dar oportunidades. E os Comerciários de São Paulo têm feito isso. Trabalho Social - O Sindicato também defende cotas nas universidades públicas? Por quê? Patah - Nós temos uma dívida histórica. Todos os indicadores mostram que os mais excluídos são os negros, por falta de oportunidade ou pela discriminação que existe. E todos os lugares que estão adotando cotas estão tendo boas surpresas: os estudantes que mais se dedicam e as melhores notas são daqueles que até então eram discriminados. Trabalho Social - A falta de lazer é uma forma de exclusão social. O que o Sindicato oferece nesse campo? Patah - Quando falamos do lazer, levamos em consideração a célula básica da sociedade, que é a família. Hoje, o trabalhador, com jornada de até 53 horas, não tem tempo pra nada. Nosso Sindicato tem Colônia de Férias, Clube de Campo e uma relação estreita com o

10 Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

“Nós temos uma dívida histórica

Os indicadores mostram que os mais excluídos são os negros. E todos os lugares que estão adotando cotas estão tendo boas surpresas: os estudantes que mais se dedicam e as melhores notas são daqueles que até então eram discriminados”

sistema S, especialmente Sesc e Senac. Então, os sócios do Sindicato que queiram utilizar o Sistema S têm grandes vantagens. Nosso Clube de Campo em Cotia é extraordinário, tem lago com pedalinhos, chalés para os sócios e familiares passarem o final de semana, tem quadras esportivas de qualidade, tem campo de futebol... O local tem 200 mil metros quadrados. É importante aproveitar essa estrutura e equipamentos voltados para a família do comerciário. Trabalho Social - Um dos problemas crônicos do Brasil é a falta de habitação para boa parcela da população, em especial a mais pobre. O Sindicato tem ações nessa área? Patah - Nosso Sindicato tem atividades em várias direções. Na habitação, que é o sonho de todo brasileiro, nós temos cooperativa que já proporcionou habitação a centenas de comerciários em apartamento próprio em Itaquera, em local muito bem urbanizado. Trabalho Social - Com relação aos moradores de rua, que trabalho exatamente o Sindicato desenvolve?


Patah - Nós trabalhamos em parceria com o padre Lancelotti e também buscamos sensibilizar a área empresarial. O importante é dar oportunidade a essas pessoas. Nosso Sindicato deu exemplo contratando três pessoas, uma delas um militante chamado Anderson, líder nacional nessa área. Temos desenvolvido parcerias e também feito gestão junto a empresários, inclusive atendendo a reclamações de moradores de rua, que pedem: “Patah, fale com o dono da loja pra não jogar água na gente”. Ou seja, o Sindicato também age pra diminuir essa tensão. Essas pessoas precisam que alguém lhes dê a mão. Porque elas são capazes e inteligentes. Não podem ficar na marginalidade. Trabalho Social - Grande parte dos brasileiros não tem acesso à rede pública de saúde, o que gera, na prática, uma grande exclusão. O Sindicato presta serviços no setor de saúde? De que forma? E a que custo? Patah - Atuamos em duas direções nesse campo, que é um dos pontos fortes de nossa estrutura. O primeiro cuidado é direcionado aos sócios do Sindicato. A quem paga R$ 16,00 por mês, tendo direito a médico, a dentista, a exames. Inauguramos o serviço de mamografia no Ambulatório na Vila Clementino, atendendo a um pedido geral da categoria, que tem muitas mulheres. Prestamos um amplo atendimento médico em nosso Ambulatório, além dos serviços prestados nas oito subsedes. Na nossa sede, no Anhangabaú, reservamos um andar inteiro para a saúde. Temos parceria com vários hospitais e médicos credenciados. Nos hospitais, atende-se mediante autorização dos profissionais do Sindicato. Quando é uma especialidade, isso tem custo, mas é muito mais barato do que a pessoa pagaria se fosse por um atendimento particular. Nós também atuamos para que o atendimento à saúde seja garantido em Convenção Coletiva,

e as empresas ofereçam assistência aos empregados. Já conseguimos avanços. Por exemplo: toda empresa de supermercados com mais de 400 funcionários é obrigada a dar assistência médica ao comerciário. Ou seja, nossa atuação na questão da saúde busca beneficiar sócios e não-sócios do Sindicato. Trabalho Social - O Sindicato mantém projeto social em parceria com uma entidade italiana. Como ele funciona? A quem beneficia? Patah - Me orgulha presidir um Sindicato que tem essa vocação social. Temos parceria com a entidade sindical italiana UIL, adotando uma favela no bairro do Rio Pequeno. Construímos lá uma casa chamada A Casa dos Sonhos, onde acontecem muitas atividades culturais. Valorizamos de verdade as crianças e os adolescentes pra que possam ter oportunidade na vida. É um trabalho que nos orgulha, que apresenta resultados especiais. Imagine que até violino os nossos alunos tocam! Trabalho Social - Anos atrás, o Sindicato iniciou um trabalho com catadores de papel. Essa iniciativa cresceu e virou referência. Conta um pouco dessa história... Patah - Essa ação foi feita justamente com pessoas que estão em situação de rua, que buscaram viabilizar sua vida, do ponto de vista econômico, com sua cooperativa. O Sindicato, junto com as cooperativas, tem atuado pra otimizar esse trabalho ou pelo menos dar visibilidade a essa iniciativa. Não nos cabe dar apoio econômico, até por questões estatutárias. Mas o que é possível nós temos feito, pra possibilitar que essas cooperativas do Centro de São Paulo sejam valorizadas e possam selecionar lata, papéis, papelão, tirando daí seus ganhos. O próprio papel de sobras de jornais e materiais impressos do Sindicato nós doamos a essas cooperativas.

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» Entrevista

RICARDO PATAH

Trabalho Social - Os idosos são outra parcela excluída da sociedade. O que fazer pra promover a inclusão desse contingente populacional crescente?

farmácias, médicos especialistas pra retribuir em benefícios o esforço daqueles que construíram nosso País e nosso Sindicato. Devemos muito aos aposentados. E eu tenho essa gratidão.

Patah - Quem visita a sede dos Comerciários em São Paulo vê um andar especial para os companheiros da Melhor Idade. Eu daqui a pouco estou chegando lá, e quero aproveitar as oportunidades que o Sindicato oferece,

Trabalho Social - O Sindicato inaugurou o Centro de Atendimento ao Trabalhador, pelo qual cadastra candidatos ao emprego e encaminha ao mercado de trabalho. O que é este Ceat? Que

relação de parceria que queiram incluir essas pessoas. Essas empresas têm colocado suas vagas lá no Ceat. E isso tem possibilitado emprego e a geração de renda de muita gente. Quem desejar ir direto ao Vale do Anhangabaú (rua Formosa, 409, térreo) será recebido com carinho. E com certeza estará abrindo possibilidade do primeiro, do segundo ou do terceiro emprego. Trabalho Social - Pela lei, a empresa acima de 100 funcionários deve contratar portadores de deficiência. As empresas do comércio cumprem essa lei? O Sindicato também contrata portadores de deficiência?

Patah comanda ato de entrega da pauta de reivindicações da campanha salarial à federação patronal

inclusive de lazer. Nós fazemos caravanas à nossa Colônia de Férias na Praia Grande. Eles passam lá de duas a três temporadas por ano, com preços módicos. A sede do Anhangabaú também oferece dominó, jogos de cartas, entre outros. Sempre digo que os idosos têm muito a contribuir com o Sindicato, por meio de sua história e de sua vivência. Temos um núcleo de aposentados em nosso Sindicato e criamos o Sindicato Estadual de Aposentados da UGT. O nacional já foi criado. Temos parcerias com

serviços ele oferece? É cobrada alguma taxa de quem o procura? Patah - É um serviço que desde a inauguração da sede, no Anhangabaú, nós tentamos oferecer. E agora com o Ceat, ou seja, Centro de Atendimento ao Trabalhador, que é uma instituição ligada à Igreja Católica, firmamos parceria atendendo milhares de pessoas, todo mês, buscando oportunidade de emprego. Nós temos atuado em duas frentes. Uma, oferecendo esse serviço gratuitamente a quem nos procura na sede; outra, com empresas com quem temos

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Patah - Nosso Sindicato tem mais de 600 empregados. Por isso, tanto na questão dos afrodescendentes e das pessoas com deficiência, estamos fazendo nossa parte. Quero ressaltar que as pessoas com deficiência são sempre as primeiras a chegar, e estão sempre lá, pontuais. São valorosas, e trabalham muito bem. Nós temos feito gestões junto à Superintendência do Trabalho e à Federação do Comércio para efetivar a lei. Pra mim não precisaria nem de lei, pois todos nós temos responsabilidade social. Se as pessoas com deficiência têm problema cabe a nós oferecer essa oportunidade. Ou seja, nós temos obrigação dupla: moral e legal. Temos que cumprir as cotas. Infelizmente nem todos cumprem, mas os Comerciários de São Paulo cumprem. Trabalho Social - A mulher sofre preconceito e exclusão. O Sindicato tem ações específicas voltadas à mulher? Patah - Esse é um tema muito especial, até porque 50% da nossa categoria são mulheres. Mas muitas vezes a atribuição a elas não é adequada, por discriminação, assédio moral ou assédio sexual. Nosso Sindicato tem um Departamento da Mulher, onde a companheira Cléo faz um


trabalho importantíssimo. E o mais importante é não ficar no discurso. Nosso Sindicato tem muitas mulheres na direção e que são licenciadas para as tarefas sindicais. Acho que isso deve servir de modelo a outras entidades, porque às vezes nós falamos, falamos, mas não fazemos a lição de casa. Existe o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. Por dois anos seguidos fizemos ações de valorização, especialmente da mulher em situação de rua. Em 2009, fizemos um trabalho extraordinário no Vale do Anhangabaú: mais de mil mulheres tomaram banho, se maquiaram, fizeram tratamento odontológico, médico e receberam orientação jurídica. E não só naquele dia. Nós estamos dando continuidade àquele trabalho. Nosso Sindicato abre as portas e faz o atendimento ou atua em parceria com a Secretaria da Saúde de São Paulo. Mas ainda é muito pouco. Precisamos fazer muito mais. Trabalho Social - Patah, você não

acha que todos esses serviços oferecidos pelo Sindicato aos sócios, como atendimento médico, lazer e moradia, são obrigação do Estado? Patah - Sim. E temos cobrado dos governos, em diversas esferas, que cumpram seu dever e garantam atendimento médico digno, moradia e educação de qualidade para todos. Mas enquanto isso não acontece não podemos deixar as pessoas desamparadas. E onde podemos atuar buscamos oferecer o que há de melhor. Nas ações sociais de inclusão não é diferente. Nosso compromisso é promover oportunidade aos excluídos. Não é assistencialismo. E não fazemos isso uma vez por ano só. É um trabalho diário, que envolve toda a estrutura do Sindicato. Quero também lembrar a responsabilidade dos empresários, que, muitas vezes, exigem jornadas extenuantes dos funcionários, mas não oferecem qualquer contrapartida em termos de lazer e qualidade de vida.

Trabalho Social - Patah, por mais que alguém seja competente, ninguém constrói nada sozinho. Qual é o engajamento da diretoria do Sindicato em todas essas ações e lutas? Patah - Total. Nossa diretoria veste a camisa, se engaja, participa, contribui. É um grupo de companheiros e companheiras que só me dá alegria, que me encoraja, que aponta rumos. É realmente um pessoal extraordinário, que coloca o interesse do comerciário em primeiríssimo lugar.

» Serviço fale com o Patah presidente@comerciarios.org.br twitter.com/ricardopatah twitter.com/comerciariossp blogdopatah.blogspot.com Telefone 2121.5972.

Reunião e planejamento: a diretoria do Sindicato coloca o comerciário em primeiríssimo lugar

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» AMBULATÓRIO MÉDICO

MAIS SAÚDE - Com o atendimento médico e odontológico, o Sindicato busca garantir esse direito na prática

Nosso Ambulatório Médico assegura

respeito à saúde No Ambulatório, na sede ou nas oito subsedes, o trabalhador e seus dependentes têm acesso a diversos serviços com a qualidade e a atenção que merecem. O objetivo do Sindicato é garantir a efetiva assistência aos comerciários “Prevenção é o nosso foco. Fazemos esse trabalho em várias especialidades médicas. E temos excelência nisso. É muito melhor fazer um trabalho para evitar problemas do que precisar tratar depois. Os pacientes ganham qualidade de vida.” O depoimento de Adriano Vasconcellos, adminis-

trador do Ambulatório Médico e Odontológico do Sindicato, na Vila Clementino, retrata o permanente trabalho do Sindicato voltado à saúde do comerciário. E os investimentos em melhorias da estrutura física e em novos equipamentos não param. O prédio do Ambulatório tem

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oito andares. O quarto andar está em reforma. Até o final do ano abrigará o setor de fisioterapia, que atualmente funciona no oitavo, ao lado do setor administrativo. O novo setor será mais moderno, melhor equipado e com mais espaço. “Eu e minha mulher temos plano de saúde, mas preferimos vir aqui. O


Estrutura - São oito andares com o que há de mais moderno em atendimento ambulatorial

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atendimento é muito melhor. Tudo é rápido e com muita qualidade”, conta o aposentado José Maria Viana Cardoso, 72 anos. Ele é sócio do Sindicato desde que começou a trabalhar no comércio, há 50 anos. “No Ambulatório, o atendimento é rápido e com muita qualidade. O Sindicato melhorou muito nas mãos do Patah”, afirma José Maria. Outro que aprova o serviço é o

vendedor Wagner Fixter Cleim, 38 anos. Ele levou o filho, Caio Henrique, 8 anos, para tratamento odontológico. “O serviço é ótimo”, resume. “Tudo o que oferecemos aqui não deixa a desejar em comparação com nenhum dos melhores hospitais, como Albert Einstein e Sírio Libanês. Zelamos demais pela qualidade”, diz Vasconcellos.

» Oito andares de serviços José Viana,

aposentado de 72 anos, sócio há 50 anos, enfatiza: “O Ambulatório é ótimo, é fantástico. Eu e minha esposa usamos muito”

No térreo do Ambulatório funcionam a recepção e o call center. O primeiro andar é depósito de materiais e equipamentos. No segundo estão ginecologia, der-

matologia e três salas de coleta de material para exames. Teste ergométrico, eletrocardiograma, cardiologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, geriatria e clínica

» EXAMES DE PREVENÇÃO

só 29,1% das brasileiras têm acesso à mamografia Segundo o IBGE, o acesso da mulher

a exames preventivos varia de acordo com a renda. Os dados mostram que,

no caso da mamografia, apenas 29,1% das mulheres com 25 anos ou mais realizaram o exame em 2008, ante a 80,7% das mais ricas.

Este não é o caso das comerciárias. O Ambulatório do Sindicato tem à disposição das trabalhadoras

o equipamento chamado Lorad M-IV, Comerciárias fazem - Ambulatório oferece exame às trabalhadoras

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um dos mais modernos do País para mamografia e ainda pouco comum

nas clínicas e hospitais. “Nosso foco


geral ficam no terceiro andar. Em breve, os usuários terão acesso também a ecocardiograma. Neste mesmo andar funciona o setor vascular. “É muito utilizado pelas comerciárias, que trabalham muito tempo de pé”, diz Adriano. Fisioterapia O quarto pavimento, que passa por reforma, abrigará o setor de fisioterapia, que atualmente funciona no oitavo andar, ao lado do Departamento Administrativo. Já o quinto conta com a grande novidade do Ambulatório: o Lorad

M-IV, um moderno equipamento para exames de mamografia. “O resultado do exame fica pronto em minutos. Em seguida, a paciente já é atendida pela equipe médica. Em caso de problemas, a punção é feita na hora e o material coletado vai para avaliação. O resultado sai em uma semana”, detalha Vasconcellos. No sexto andar funcionam pediatria, urologia, clínica geral, reumatologia, neurologia e nefrologia. Já no sétimo estão odontologia, ortodontia, próteses, cirurgias bucais e clínica geral. O subsolo do prédio tem estacionamento (gratuito), com espaço para 60 veículos.

é a prevenção. Zelamos demais pela

A auxiliar administrativa Liliane

fazer todos os exames aqui.

referência nacional”, prevê o

mamografia. “É moderno,

Palermo Robles, 72 anos.

qualidade. Nosso atendimento de mamografia vai se tornar

administrador do Ambulatório, Adriano Vasconcellos.

Pelas usuárias, a aprovação é unânime. “Este exame foi um presente de

Deus”, disse a recepcionista Maria

Lucinalva Freire, 48 anos, logo após a consulta médica no final de maio. “Além de ter acesso a um

equipamento moderno, de primeira qualidade, ainda ganhamos com

a centralização do serviço. Antes, só era possível fazer o exame

em clínicas conveniadas. Agora,

fazemos tudo aqui. Com o Patah,

tudo melhorou no Sindicato”, afirma Maria Lucinalva.

Christina da Silva, 31 anos,

aproveitou e fez sua primeira

organizado, de Primeiro Mundo. A aparelhagem e o atendimento

O atendimento é excelente”, concorda a vendedora Inez

são ótimos. É tudo 100%”, elogia. Ela concorda que a centralização do atendimento no Ambulatório

facilita muito a vida das pacientes. “Eu vim aqui para uma consulta com o dermatologista e aproveitei pra fazer

a mamografia e não perder

dois dias de trabalho. Já fiz tudo de uma vez. Foi ótimo”, afirma

Liliane. “Hoje, não preciso mais ir pra lá e pra cá e gastar mais

com condução. É muito melhor

Liliane já fez o seu exame

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social 17


» Saúde bucal com tudo de primeira Para muitos brasileiros, cuidar da saúde bucal é um privilégio de poucos, pois ainda é muito caro. Mas nosso Sindicato atua há tempos nessa área, assegurando

Crianças, como Caio Henrique, também têm atenção especial

o acesso do comerciário e seus dependentes a tratamento odontológico de qualidade. As clínicas oferecem serviços em diversas especialidades, como clínica geral, próteses, ortodontia, odontopediatria, endontia (canal), raios X dentários. MATERIAL DE PRIMEIRA Jane Mark Araújo Brito, 27 anos, atendente, é sócia do Sindicato há quatro anos. Desde então usa os serviços odontológicos. E garante: “O atendimento e os materiais usados são ótimos. Aqui é bem melhor do que muita clínica particular que já conheci”. Além de tratamento odontológico, ela resolveu fazer também

tratamento ortodôntico. “Coloquei o aparelho aqui e faço a manutenção. Estou bem satisfeita.” Outra que diz estar plenamen-

» ACESSO FACILITADO Transporte grátis do metrÔ ao ambulatório Desde março deste ano,

cerca de 25 minutos. O transporte

para esse serviço e já solicitou

Vila Clementino, contam com

e sextas. Às terças, o horário

Com a autorização, dois veículos

os usuários do Ambulatório Médico e Odontológico, na

transporte gratuito, que parte da rua Tenente Gomes Ribeiro, 88, ao lado da estação Santa Cruz do Metrô. Vale destacar que, a pé, da estação do Metrô

ao Ambulatório, o paciente leva 18 Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

é oferecido das 7h30 às 18h45, às segundas, quartas, quintas

é das 11h às 16h30, em função do rodízio de veículos.

Por enquanto, apenas um

veículo transporta cerca de 500

pacientes por mês. O Sindicato irá disponibilizar mais um veículo

à SPTrans um ponto de parada ao lado da estação do Metrô. farão o trajeto de ida e volta.

A ideia também é trocar a kombi por vans, maiores e ainda mais

confortáveis e seguras. Para usar o serviço é só apresentar

a Carteirinha de sócio do Sindicato.


» Serviço

SATISFAÇÃO - “Aqui é bem melhor do que muita clínica particular que já conheci”, diz Jane

Ambulatório Médico Rua Dr. Diogo de Faria, 967. Telefone 2142.3350. Departamento Odontológico Na sede, nas oito subsedes do Sindicato e no Ambulatório. Telefone 2121.5900. carências Atendimento imediato - Clínica geral, ginecologia e pediatria (atendimento gratuito para o associado; dependentes pagam uma taxa de consulta). 6 meses - Dentistas. 12 meses - Análises clínicas, fisioterapia, eletrocardiograma, teste ergométrico, eletroencefalograma, ultrassonografia, audiometria,

te satisfeita com os dentistas do Sindicato é a vendedora Maria de Fátima Soares da Silva, 51 anos: “O atendimento é maravilhoso.

É a segunda vez que faço tratamento aqui na clínica. E é sempre ótimo. Sem dúvida, é um dos melhores serviços odontológicos que já conheci”. Os elogios são unânimes. “O tratamento é de ótima qualidade. Só material de primeira e os profissionais são muito bons”, avalia o vendedor Luiz Carlos Bertan, 58 anos, que confessou ter medo da dor provocada pela picada das agulhas das injeções de anestesia. Bertan completa: “Mas aqui os pacientes ficam tranquilos. O astral é muito bom. Fazia muito tempo que eu não tomava anestesia. Mas nem senti. São ótimos profissionais”.

exames oftalmológicos, raios X dentários, médicos especialistas, pequenas cirurgias, radiografia médica, lavagem otológica (ouvido), imobilizações ortopédicas e cauterizações. Após 12 meses - Dermatologia, cardiologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, reumatologia, ortopedia, neurologia, psiquiatria, proctologia, mastologia, angiologia (vascular), endocrinologia, alergologia, gastroenterologia, pneumologia e urologia. Atenção - Para as especialidades acima, será cobrada uma taxa por consulta, com direito a retorno em até 30 dias sem custo.

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social 19


» COLÔNIA E CLUBE

Lazer na

praia e no campo

COLÔNIA DE fÉRIAS - São 125 apartamentos à sua disposição

20 Comerciários de São Paulo - Trabalho Social


Poucos Sindicatos no Brasil possuem uma estrutura de lazer tão completa como a que nós oferecemos aos comerciários e seus familiares. Lazer é direito, é saúde, é qualidade de vida. Utilize nossa Colônia de Férias e o Clube de Campo Lazer é direito do trabalhador. Além de fazer bem para a saúde, o descanso é garantido por lei a todo trabalhador. Mas, infelizmente, por conta da correria diária e do custo financeiro, o trabalhador muitas vezes não consegue ter acesso a esse direito como deveria. Para mudar esse cenário, o

Sindicato disponibiliza à família comerciária a Colônia de Férias, na Praia Grande, e o Clube de Campo, em Cotia. Ou seja, descanso no campo ou na praia com diversas opções de lazer, além de segurança e conforto. PRAIA gRANDe A Colônia de Férias do Sindi-

cato, na Praia Grande, Baixada Santista, fica a um quarteirão da praia. As acomodações são amplas e contam com 125 apartamentos, incluindo suítes. Os quartos possuem banheiro privativo, interfone, TV e frigobar. A maioria com sacadas. O associado pode desfrutar de piscinas (adulto e infantil),

CLUBE DE CAMPO - São 200 mil metros quadrados de muito verde

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social 21


playground, quadra poliesportiva e de bocha e salão de jogos. O restaurante oferece um delicioso café da manhã e refeições self-service, com cardápio variado no almoço e no jantar. O salão de festas, com vista

panorâmica, tem capacidade para cerca de 200 pessoas. A Colônia de Férias possui, ainda, auditório com capacidade para 400 acomodações, que pode ser usado para eventos, palestras, formaturas e convenções.

» Quem usa aprova: conforto, segurança e ótima infraestrutura Conforto, segurança, comodidade, ótima infraestrutura, localização e preços atrativos. Essas são algumas das qualidades da Colônia de Férias do Sindicato, na Praia Grande, destacadas tanto por usuários de primeira viagem quanto por assíduos frequentadores, como a aposentada Ruth Campos Guzzi, 73 anos, esposa do comerciário Antonio Carlos de Souza. TEM TUDO “Costumamos ir bem cedinho no sábado e voltar no domingo. Pra mim, a Colônia é ótima. Tem tudo o que precisamos para relaxar e curtir um final de semana de verdade. Pode pôr na revista que eu amo a Colônia”, brinca Ruth. Ela aponta a segurança e os preços como dois dos aspectos positivos. “Os preços são ótimos. Tem estacionamento e segurança 24 horas. E pagamos muito pouco pra guardar o carro. O preço da diária também é ótimo”, enfatiza ela. “Mesmo com frio aqui é gostoso.

Tem muita coisa pra se fazer. Pra mim, não tem passeio melhor. E olha que conheço a Bahia, Fortaleza... No Carnaval teve um baile ótimo [na Colônia], tem hidroginástica, tem bingo. E todo mundo que vai fala a mesma linguagem. Sempre descansamos e nos divertimos muito”, afirma Ruth. Já o montador de móveis Maikon Martins Pereira, 26 anos, conheceu a Colônia no início de junho. E valeu a pena, diz ele. “Ficamos seis dias lá. É tudo muito bom, sossegado. O ambiente é bem agradável. A piscina é ótima, os quartos são muito bons, limpos e organizados”, avalia. Ele foi com a esposa e a filha. Segundo ele, os preços facilitam o acesso do comerciário. “É tranquilo. É claro que quanto mais barato melhor. Mas a estrutura é ótima. Tem outros lugares nem tão bons e muito mais caros”, diz. Outro que foi pela primeira vez à Colônia é o auxiliar de vendas Clemilson Dias Rios. Ficou apenas dois

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Além de piscinas adulto e infantil, a Colônia possui ampla infraestrutura para atender a família comerciária

Crianças têm espaço garantido no playground

dias, num final de semana, em maio. E aprovou: “O quarto é bem bacana, a piscina é maravilhosa, tudo é perto, nem precisei tirar o carro do estacionamento. A segurança é dez. Gostei muito de tudo”.


» Ar puro e muito verde a poucos minutos da Capital

Restaurante dispõe de cardápio variado e com sabor de comida caseira

Localizado em Cotia, a 20 minutos do Centro, o Clube de Campo do Sindicato conta com 200 mil metros quadrados de área verde, lago para pesca e com pedalinhos. No total, 78 quiosques com churrasqueiras ficam à disposição da família comerciária. Os quiosques - todos cobertos - têm ampla churrasqueira, uma grande mesa e banco de concreto. Os chalés são compostos por um ou dois dormitórios, sala com lareira, banheiro privativo e cozinha com fogão e frigobar. Campo oficial de futebol e de bocha, quadras, ginásio poliesportivo, duas piscinas, capela ecumênica, dois restaurantes e estacionamento

para 400 veículos completam a estrutura do local. Para usar as piscinas, é necessário fazer o exame médico, no Clube, mediante o pagamento de uma taxa simbólica. Sócio do Sindicato há dois anos, o vendedor Marcos Roberto Lotério Gomes, 29 anos, é frequentador assíduo do Clube de Campo. Para ele, um dia ou um final de semana no Clube é uma “terapia”. SÓ RELAX Marcos Roberto afirma: “Gosto muito de toda a estrutura, principalmente das piscinas. Quando vamos ao Clube, a semana de trabalho fica muito melhor. Tudo fica mais tranquilo, porque tiramos todo o estresse. Aqui, é só relax”. Enquanto pescava no lago, toda sua família curtia o almoço, com direi

Marcos Roberto

é sócio do Sindicato e frequentador assíduo do Clube, em Cotia. Ele afirma: “Aqui é só relax”

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CHURRASCO - 78 quiosques com churrasqueira, bancada de concreto e cobertos

to a churrasco, em um dos 78 quiosques. “Sempre vem a família toda. É bem sossegado”, conclui Marcos. Já o gerente Luiz Antônio Cons-tantino, 57 anos, foi com a esposa apenas pra curtir algumas horas em um domingo. AR Sem PoLuIÇão O casal saiu de Guarulhos para aproveitar a bela paisagem e tomar um sorvete. “Moro muito longe daqui: em Guarulhos. Mesmo assim, venho curtir porque é bom demais. Adoro esse verde. É um sossego total”, diz Luiz. Sua esposa, Nice da Silva, concorda: “É muito bom respirar um ar sem aquela poluição da cidade grande”. Francisco das Chagas da Silva Santos, 33 anos, também costuma levar a família ao Clube: “Venho direto. Desta vez, não ficamos para dormir. Mas adoro os chalés. Quando dá, a gente vem pra

passar o final de semana. É muito bom acordar no meio desse verde, ouvindo os passarinhos cantando”. Sua esposa, Eliete Muniz, 34 anos, afirma: “Nem parece que a gente está tão perto de São Paulo”. O casal, Moisés Leite Barbosa, 36 anos, e Sandra Regina de Jesus Barbosa, 31 anos, ficou encantado com a estrutura oferecida no Clube. “É maravilhoso”, resume Sandra. “E é bem pertinho de

São Paulo. Bem fácil de chegar”, completa Moisés Leite. Há poucas semanas, Olívio Francisco da Cruz, 40 anos, que não é comerciário, resolveu ficar sócio do Clube. Apesar do pouco tempo como associado, já curtiu com a família dois finais de semana em um dos chalés do Clube. “Aqui, tudo é muito bom. Acordar rodeado por esse verde todo é revigorante, maravilhoso”, afirma Olívio.

» Serviço CoLôNIA De féRIAS Avenida guilhermina, 240, Praia grande (SP). Reservas na sede e subsedes. Telefone 2121.5967. CLube De CAmPo

Francisco das Chagas,

que frequenta o Clube com a família, enfatiza: “É muito bom acordar no meio desse verde, ouvindo os passarinhos cantando” 24 Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

estrada do morro grande, 3.000, cotia (SP). Reservas na sede e subsedes. Telefone 2121.5967.


» RETORNO AO MERCADO DE TRABALHO

Apoio e qualificação

aos desempregados

Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat) propicia qualificação profissional e retorno ao mercado de trabalho

INSCRITO - Luiz Carlos Martins se inscreveu para um dos cursos do Ceat

Destinado aos trabalhadores que buscam uma vaga no mercado, funciona no térreo da sede do Sindicato o Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat). Com atendimento de segunda a sexta, das 8 às 17 horas, o Ceat oferece orientação ou qualificação profissional e recolocação no mer-

cado de trabalho. Por mês mais de duas mil pessoas são atendidas. CARTeIRA ASSINADA Gilvamberto Rodrigues, 23 anos, estava sem emprego há um ano e dois meses. Vivia de “bicos”. Em fevereiro, foi chamado pela Dicico para trabalhar como repo-

sitor. Ele conquistou um emprego formal, com benefícios como cesta básica, assistência médica e odontológica, e a tranquilidade de contar com uma renda mensal fixa. “Eu não tinha segurança nenhuma, nada de benefício. E quando vivemos de bico não temos garantias, como

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Rita de Cássia,

de 19 anos, conquistou o primeiro emprego por meio do Ceat. “Esse serviço é muito bom”, diz

a Previdência, em caso de doença ou acidente”, diz Rodrigues, que conseguiu o emprego logo na primeira vez que usou os serviços do Ceat. “Nunca tinha ido lá. Foi uma amiga da minha esposa que comentou. Fiz o cadastro, fui chamado para a seleção, passei e estou aqui, trabalhando”, conta ele. ESPOSA FELIZ A esposa de Rodrigues, Tamara de Souza Oliveira, 27 anos, também aprova. Ela lembra que já foi chamada para mais de cinco entrevistas. E chegou a recusar propostas de trabalho por causa do horário. “Tem horários que não dão para mim”, explica. Mesmo depois do emprego conquistado, os atendentes do Ceat mantêm contato. “Ligaram duas vezes pra saber se estava tudo bem e se a empresa registrou direitinho”, elogia Rodrigues. Viviane Gomes de Almeida, 25

anos, é outra que está feliz com o novo emprego. Depois de oito meses desempregada, ela agora é operadora de telemarketing da Atento graças ao Ceat. “Estava complicado pagar as contas. Eu e meu marido sempre dividimos tudo. Meu marido trabalha, mas precisou se sacrificar e arrumar bico pra conseguirmos manter as coisas. Agora, tudo vai entrar nos eixos de novo. A gente vai pagar tudo o que deve”, diz ela. Rita de Cássia de Sena, 19 anos, vê no Ceat a chance de conseguir seu primeiro emprego. “Esse serviço é muito bom porque também abre as portas para quem não tem experiência”, define. Segundo ela, o serviço é de primeira qualidade: “O atendimento

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é ótimo. É rápido, fácil, tranquilo”. Rita já foi chamada para concorrer a uma vaga de atendente de telemarketing. Kelly Cristina da Silva, 35 anos, destaca a seriedade do Ceat: “Hoje em dia é arriscado procurar emprego por anúncio. Não dá pra saber se a empresa é séria. Aqui é garantido, porque tem o respaldo do Sindicato”. Já Luiz Carlos Martins, 34 anos, estava à procura de um novo emprego e aproveitou pra inscrever-se nos cursos oferecidos pelo Ceat. “Fiquei muito interessado pelos cursos de Design de Vitrines e Gerente de Supermercados. Já estou inscrito”, comemora. Para ele, o Ceat ajuda até no bolso do trabalhador: “Não precisamos ficar rodando pela cidade atrás de emprego. E nem todo desempregado tem condições de gastar com condução. É bom ter acesso às vagas de forma centralizada”. SEGURO-DESEMPREGO Além de encaminhamento para vagas no mercado de trabalho e promoção de cursos de qualificação e palestras gratuitas, o Ceat também agiliza o processo de pedido de seguro-desemprego.

» Serviço cEAT - UNIDADE CARDEAL DOM CLÁUDIO HUMMES Rua Formosa, 409, térreo, Vale do Anhangabaú. Telefone 4119.3794. Mande seu currículo para candidato@ceatsp.org.br


ACESSO À EDUCAÇÃO »

Comerciários chegam à

universidade

Graças a parcerias firmadas pelo Sindicato, sócios e dependentes têm descontos de até 70% em cursos superiores e de qualificação

Pesquisa feita pelo Sindicato e Dieese apontou que 89,2% dos comerciários sonham completar os estudos e 80,7% querem cursar ou concluir o ensino superior. Mas bancar um colégio ou uma faculdade, além das despesas pessoais, não é fácil. Infelizmente, o fator financeiro é o principal obstáculo para o acesso dos interessados na conclusão dos estudos

que potencializem a realização profissional. No campo sindical e político, temos pressionado os governantes a promover a qualificação e a profissionalização da juventude, pois sem isso não haverá crescimento efetivo do País. Na ação cidadã, temos convênio com mais de 109 instituições de ensino, garantindo descontos

de até 70% nas mensalidades. As opções não se restringem à graduação tradicional. As parcerias também oferecem cursos de Tecnologia, além de Ensino à Distância (EAD) com duração de um ano e meio a dois anos. Alex Ferreira Quaresma, 28 anos, é aluno do último ano do curso Sistema de Informação da Universidade Ibirapuera. Ele é

Alex Ferreira,

de blusa cinza, cursa o último ano de Sistema de Informação na Universidade Ibirapuera

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social 27


dependente da gerente administrativa Darci Ferreira Pereira, sócia há seis anos do Sindicato. “O desconto é muito bom. Meu filho é pai solteiro. Então, com a economia que fazemos, podemos pagar a escolinha do meu neto”, conta Darci. Economia de R$ 10 mil “O desconto é uma ‘mão na roda’. No final do mês dá pra

pagar a escola e ajudar mais na alimentação. Se for pôr no papel o que economizei nesses quatro anos de faculdade, dá um valor significativo”, avalia Alex. Fizemos a conta: o valor integral da mensalidade do Alex é de cerca de R$ 700,00. Com os descontos, cai para R$ 483,00. Ou seja, economia mensal de R$ 217,00. Se o valor for multiplicado pelos 12 meses do ano, ficam na conta da

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família mais R$ 2.604,00. E se este último valor for multiplicado por quatro, que é a duração do curso universitário, a economia ultrapassa os R$ 10 mil. FOLGA NO ORÇAMENTO A esposa de Antônio Carlos Fontenele dos Santos, 45 anos, Valéria Conceição Fontenele, 33 anos, é outra dependente beneficiada. Ela cursa Pedagogia


na Uniradial. Com a economia mensal seu orçamento cresce. “Com o dinheiro que sobra coloco combustível no carro e pago outras despesas da faculdade onde estudo”, diz Valéria. Além dos convênios com as universidades, o Sindicato também fechou parcerias que garantem desconto em colégios, escolas técnicas, cursos profissionalizantes e de línguas.

O filho de Alex, Luis Felippe Ferreira Quaresma, 8 anos, é aluno de escola particular, com ensino de qualidade. Ele também

desfruta dos descontos propiciados pelo Sindicato, garantindo mais economia para o bolso da família Quaresma.

» Serviço Desconto nas mensalidades Para obter o desconto, o comerciário associado ao Sindicato deve ir até a sede ou às subsedes da entidade e apresentar os seguintes documentos: Carteirinha de sócio (estar com a mensalidade de sócio em dia); comprovante de matrícula; CPF e RG. Telefone 2111.1851.

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» ASSISTÊNCIA SOCIAL E PREVIDÊNCIA

“Nunca fui tão bem

atendido na vida” A prioridade do Sindicato é garantir segurança no trabalho. Porém, quando o acidente acontece, a pessoa recebe atendimento e assistência

Em março de 2009, o instalador de acessórios da concessionária Ford da Frei Caneca, Reinaldo Tadeu Luiz, 31 anos, foi mais uma das milhares de vítimas de acidentes de trabalho no Brasil. Ele escorregou na escada molhada pela água da chuva. Na queda, rompeu o menisco e os ligamentos cruzados do joelho esquerdo. Hoje, com o apoio do Departamento de Assistência Social e Previdência do Sindicato, Luiz está licenciado, recebendo o salário por intermédio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ele conta que a concessionária Ford o demitiu logo após o acidente. “Trabalhava mancando, me arrastando. Minha perna nem dobrava nem esticava. Mas eu ia trabalhar mesmo assim porque

fiquei com medo de ser mandado embora. Mas não adiantou. Fui demitido do mesmo jeito”, lembra ele. PARCEIROS Porém, logo após os exames médicos, a empresa foi obrigada a recontratá-lo. “Foi uma baita sacanagem o que a concessionária Ford fez comigo. Mas tiveram de me colocar no quadro de funcionários de novo.” Luiz está afastado há um ano. “Estou recebendo pela Previdência graças ao Sindicato, que foi fora de série. Nunca fui tão bem atendido na minha vida. Me tranquilizaram muito e garantiram que fariam tudo o que estivesse ao alcance para me ajudar. São muito parceiros.” História parecida viveu o aju-

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dante geral Rubens Viana Bento, 53 anos. Em junho de 2009, ele sofreu um acidente após tentar segurar uma pesada bobina de plástico em uma loja da Vila Dilva: “Fui subir pra trocar a bobina na máquina. Mas é muito pesada. Escorreguei e caí. Machuquei o


médico pediu afastamento na hora”, recorda Bento. A empresa da qual ele é funcionário não emitiu a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), documento exigido por lei e que garante ao trabalhador o acesso a direitos, como recebimento de salário por meio do INSS enquanto o afastamento prevalecer. “Mas passei pelo médico do trabalho do Sindicato. Levei os

exames. Ele viu que eu não tinha condições de voltar ao trabalho e emitiu a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Se não fosse o Sindicato, provavelmente eu já teria sido demitido e estaria por aí jogado às traças. Deus me deu a chance de me associar ao Sindicato. E vale a pena. Nessas horas de aperto sabemos quem realmente está do nosso lado”, finaliza Bento.

» Apoio e orientação fortalecem luta contra acidentes e doenças

Reinaldo Tadeu

foi readmitido após ação do Sindicato que garantiu seus direitos

ombro e as costas. Deu até rompimento de tendão”. VALE A PENA Mesmo após o acidente, ele continuou no trabalho naquele dia. Mas, com fortes dores, foi ao médico no dia seguinte. “O

Carregar caixas pesadas, sem qualquer equipamento de apoio, em uma loja na Lapa era rotina no dia a dia de trabalho da vendedora Edleusa Maria da Silva, 49 anos. “O patrão escolhia as mais fortes pra isso”, afirma Edleusa. Mas não eram só as caixas que pesavam. A carga horária também. Mais de 12 horas por dia no batente. Resultado: fortes dores na coluna. “Adoeci por causa do trabalho. Comecei a sentir dor quando subia as escadas. Procurei um médico no Hospital Sorocabana. O médico pediu os exames. E também procurei a médica do Sindicato, doutora Roberta Barros. Chegaram à conclusão que não posso trabalhar porque não dá para pegar peso nem ficar muito em pé ou muito tempo sentada. Minha coluna está comprometida”, afirma ela, que já

está afastada do trabalho há quase cinco anos. “O Sindicato me ajudou em tudo. Primeiro foi a médica, excelente. Na hora, quando viu o que eu tinha, me encaminhou para a ortopedista, que pediu os exames. O atendimento foi muito bom. Além de ter médico bom, há os atendentes que são muito bons e atenciosos também”, frisa Edleusa.

» Serviço Departamento de assistência social e previdência Rua Formosa, 409, Vale do Anhangabaú. Telefone 2111.1833.

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social 31


» CONJUNTO HABITACIONAL DO SINDICATO

Casa própria

Sonho do trabalhador realizado pelo Sindicato Comerciários moram em condomínio fechado, com toda infraestrutura

Morar e morar bem. Esse devia ser um direito de todos, na prática. Mas não é. Por isso, o Sindicato criou em 1995 a Cooperativa Habitacional dos Comerciários, a fim de facilitar o acesso à casa própria. Desde então, 236 famílias foram beneficiadas pelos imóveis construídos a partir de 1996. São 236 apartamentos distribuídos em dois condomínios com

sete prédios de oito andares cada, quatro dos quais no condomínio Rubens Romano (144 unidades) e os outros três no Salvador Astone (92 unidades), em Itaquera, Zona Leste de São Paulo. Os apartamentos têm 50 metros quadrados de área útil, dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, além de uma vaga na garagem. Os condôminos

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CONDOMÍNIO COMERCIáRIO 236 famílias conquistaram o sonho da casa própria


Sullivan Pinheiro

destaca: “Hoje estou morando no que é meu. Foi a chance da nossa vida”

contam com quadra poliesportiva, playground, churrasqueira coletiva e salão de festa. O montador de móveis Sullivan Pinheiro Fandinho da Silva, 35 anos, que financiou o apartamento 13, no bloco 1, do Salva-

Ele, sua esposa, Leidjane Pessoa de Souza, 33 anos, e o único filho, Dorian de Souza Silva, 12 anos, moram no local desde 2008. “Antes, morávamos de favor nos fundos da casa dos pais dela. E não tem jeito. Quem casa quer casa”, ressalta Sullivan. “Não tínhamos nenhuma chance de comprar um imóvel. Mas o financiamento foi superfacilitado”, lembra ele.

dor Astone, ficou surpreso com as condições: “Eram tão boas que até desconfiamos. Era muito bom pra ser verdade. Mas hoje moro no que é meu. Foi a chance da nossa vida”, diz Sullivan.

APARTAMENTOS DE 50 m2 São dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço

“Aqui é ótimo. É bem tranquilo”, completa Leidjane. O casal já havia levado um golpe de uma outra cooperativa. Pagaram a entrada e começaram a pagar as mensalidades. Depois, nem sinal da cooperativa e do dinheiro. “Mas aqui não. Quando vi que o negócio era ligado ao Sindicato, confiamos. Com o Sindicato, sabíamos que era um negócio com credibilidade”, afirma Sullivan. Há 10 anos no apartamento 23 do bloco IV, no condomínio Rubens Comerciários de São Paulo - Trabalho Social 33


Romano, a telefonista Maria Francisca dos Santos, 54 anos, lembra: “Ficamos sabendo pelos panfletos. Liguei na cooperativa e confirmaram. Era tão bom o negócio que foi difícil de acreditar. Preço ótimo e condições de financiamento muito boas”. “Somos a quinta família a se mudar pra cá. Gosto de tudo aqui. A estrutura é ótima”, elogia a filha do casal, Fabíola Luciana dos Santos, 17 anos. Para o marido de Francisca, o motorista Nilson Luís dos Santos, 52 anos, a distância entre o condomínio e a estação do Metrô é um dos aspectos positivos. “Facilita muito”, resume ele. CONFIANÇA NA ENTREGA Já o vendedor Elias Jorge da Silva, 47 anos, que vive com a família no apartamento 82, no bloco 1, do con-

Família Santos

Nilson Luís dos Santos, a esposa Maria Francisca e a filha Fabíola, moradores do condomínio Rubens Romano

domínio Rubens Romano, destaca a segurança: “É o principal aqui. Saímos de casa sossegados. Viajamos sem preocupação. Nós podemos ficar três, quatro dias fora, com a certeza de que tudo vai estar em ordem quando a gente voltar”.

Elias e família moram no local há mais de sete anos. “Quando casamos, já estávamos com o apartamento montado. Foi ótimo”, diz a esposa, Vera Lúcia Bahú, 40 anos. “Quando li no jornal do Sindicato sobre a construção e venda dos imóveis, me informei. Disseram que estava no projeto. Mas fui adiante. Fiquei estimulado e tranquilo porque era o Sindicato que estava no comando do negócio. Eu sabia que era sério”, ressalta o comerciário Elias.

» Serviço COOPERATIVA HABITACIONAL DOS COMERCIÁRIOS Rua Formosa, 409, 9º andar. Vale do Anhangabaú. Telefone 2111.1845. Tire suas dúvidas pelo e-mail Para Elias, o Sindicato foi a garantia de que o negócio era sério

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coopercomercio@yahoo.com.br


DEPARTAMENTO JURÍDICO »

Sindicato atuante na

garantia de direitos Equipe especializada para informar e orientar o trabalhador Atendimento na sede e em todas as subsedes

Cristiane Vieira de Sá, 29 anos, gerente de RH, recebeu uma proposta de R$ 4 mil da empresa onde trabalhava para quitar as verbas rescisórias. O objetivo do empregador era pôr fim à ação trabalhista que tramitava na Justiça. Cristiane considerou o valor muito abaixo do que a empresa

devia e recusou. Com o apoio do Departamento Jurídico do Sindicato, seguiu com a ação. Resultado: causa ganha e R$ 42.923,00 no bolso, já considerados os descontos. O valor total da ação foi de R$ 51.930,00. “O Sindicato foi muito ativo, dando retornos constantes, tanto

Comerciária tem orientação jurídica necessária para garantir seus direitos

por e-mail quanto por telefone. Nas audiências, sempre estiveram presentes, oferecendo todo o suporte possível e necessário”, afirma Cristiane. Ela destaca a seriedade da assistência: “Todos foram muito éticos durante o processo. Não tenho nada para reclamar”. ASSISTêNCIA Mas o Sindicato não oferece só assistência trabalhista. O Departamento Jurídico atua até em ações de família, como o caso de Tatiane Masetti de Almeida Santos, 28 anos. O ex-marido foi à Justiça para diminuir o valor da pensão alimentícia do seu filho, de seis anos. Queria baixar de R$ 480,00 para pouco mais de R$ 200,00. “Ele pediu que o percentual de cálculo

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sobre seus rendimentos fosse reduzido dos 33 para 20%. Graças a Deus, com o apoio do Sindicato, conseguimos fechar nos 28% mais o plano de saúde do meu filho”, comemora Tatiane. Ela elogia: “Foi tudo muito rápido e eficiente. Se não fosse o Jurídico do Sindicato, o valor teria sido reduzido muito. O atendimento é ótimo”. CASO MAPPIN Outra grande vitória do Departamento Jurídico do Sindicato teve repercussão nacional. Na Justiça, os funcionários que trabalhavam nas lojas Mappin, durante o de-

creto da falência, no final dos anos 1990, conseguiram receber suas verbas rescisórias. Não antes sem uma boa dose de luta. Maria de Lourdes Alves Silva, 50 anos, trabalhou no Mappin durante 23 anos, entre 1976 e 1999. Ela foi uma das beneficiadas pelo apoio do Sindicato. Além de ter conseguido receber o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que estava bloqueado, Lourdes recebeu mais R$ 17 mil de verbas rescisórias. “Não teríamos conseguido isso se não fosse o Sindicato. Foi fundamental a intervenção

36 Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

do Jurídico. O Patah também se envolveu diretamente. Enfim, tivemos todo o apoio. Sem isso, não sei o que teria acontecido. Talvez, estaríamos sem receber um centavo até hoje”, diz Maria de Lourdes.

» Serviço departamento jurídico Causas Trabalhistas, Previdência e Família. Atendimento na sede e subsedes do Sindicato. Telefone 2111.1805.


NÚCLEO DOS APOSENTADOS »

Atuação que dignifica a

Terceira Idade Aposentados têm Departamento exclusivo que orienta lutas e ações cidadãs

A Terceira Idade ocupa um papel social cada vez mais importante na vida nacional. Em nosso Sindicato quem organiza e mobiliza esses companheiros é o Núcleo dos Aposentados na luta por mais direitos e aposentadoria digna. Além disso, o Departamento dispõe de manicure, barbeiro, sala de leitura, snooker e outros atrativos. O associado do Sindicato que está próximo de aposentar-se pode fazer o processo nos terminais instalados na sede, ingressando na hora com

pedido de aposentadoria. Quem solicita aposentadoria conta com inteira assistência, ou seja, desde as primeiras orientações, como os documentos necessários, até encaminhamento ao INSS. E tudo grátis! Sócio do Sindicato há mais de 50 anos (desde 1958), Nestor Pereira de França, 78 anos, costuma

frequentar o Núcleo dos Aposentados. As reuniões acontecem todas as terças e sextas-feiras, no 6º andar da sede do Sindicato, no Anhangabaú. Nestor gosta de jogar snooker, na mesa oficial instalada no local: “Faz muito bem pra cabeça essa descontração”. Ele destaca outras opções de lazer: “Acompanhei o crescimento da entidade, desde o início. Hoje, temos muita coisa boa, como o Clube e a Colônia de Férias”.

» Serviço NÚCLEO DOS APOSENTADOS Sede do Sindicato Rua Formosa, 409, 6º andar, Bloco A. Telefone 2111.1756. Mobilização dos aposentados por dignidade no atendimento do INSS

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» PONTE BRASILITÁLIA

Amor e carinho com a

infância Projeto é uma parceria vitoriosa de nosso Sindicato com entidade sindical italiana

38 Comerciários de São Paulo - Trabalho Social


A Associação Ponte Brasilitália (APB) é resultado de nossa parceria com o Sindicato dos Aposentados da Itália (UIL Pensionati) e Associazione Deger Anzione (ADA) em benefício de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos da

Vila Dalva (Rio Pequeno). O projeto começou em 1992 pelas mãos da irmã Maria Crepaldi, da Congregação das Irmãzinhas da Assunção, em conjunto com Ricardo Patah, Rubens Romano, Edson Ramos e Antônio Duarte pelo Sindicato e,

pela Itália, Silvano Miniatti, Giovani Tevesio, Elena Marini, Fabio Porta, Romano Bellissima e Guido Moretti. Iniciamos com 25 crianças. E hoje temos 300 crianças e adolescentes beneficiados.

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» ACESSO FACILITADO Ariadny: “Aqui é muito legal” Educação e cidadania. Estas são as palavras chaves da

Associação Ponte Brasilitália. As crianças têm prazer em aprender

e desenvolvem a criatividade

com atividades lúdicas, aulas

de música e artesanato. Ariadny Marcolino da Silva, 10 anos, está há três na Associação.

Ela conta o que mudou neste

tempo: “Quando eu não estava aqui, eu tinha nota vermelha. Agora, tenho nota azul. Aqui

aprendo bem mais. É muito bom quando temos uma matéria na escola e vemos aqui de novo. Reforça o aprendizado. Aqui é muito legal”.

A entidade funcionava, no início, em uma casa. Hoje, um prédio com completa infraestrutura atende crianças e adolescentes. As crianças têm aula de reforço escolar de português, inglês, italiano, violino, violão, dança, oficina de pintura em papel, artesanato, informática, coral, capoeira e circo escola. A sede possui amplo espaço para capoeira e dança, refeitório, biblioteca com 2 mil livros, terraço com arquibancada e local para apresentações, mais uma completa oficina de costura para qualificação das mães. Além de infraestrutura ao projeto, nosso Sindicato oferece assistência médica e odontológica às crianças. “Hoje nosso sonho é uma realidade e as crianças são a principal razão de ser”, diz o diretor Rubens Romano. Roberta Cristina da Silva Lima, 10 anos, concorda: “As atividades me ajudaram a aprender melhor as lições”. Já Cláudio Silva de França Junior destaca a mudança de comportamento: “Eu bagunçava demais. Agora, fico mais quieto, presto atenção. Meus

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pais falam que estou bem melhor. E minhas notas melhoraram bastante na escola”. Pamella Costa dos Santos, 12 anos, afirma que hoje gosta até de matemática, matéria que, em regra, provoca repulsa em grande parte dos alunos. Ela conta: “Aqui eu aprendo a desenvolver meu raciocínio, aprendo a pensar. E também sabemos a hora de brincar e a hora de estudar. Isso ajuda muito”. Outro que diz ter aprendido a ser disciplinado e a gostar de matemática é Getúlio Douglas dos Santos Moreira, 8 anos. “Não converso mais durante as aulas. Melhorei bastante. Mas posso falar a verdade? Gosto muito de brincar e de matemática”, conta ele. Ao fazer 17 anos, o jovem passa a ser multiplicador do saber adquirido. Tem ainda oportunidade de cursar faculdade, por meio


de bolsas que a Associação obtém em universidades da Capital. Maria Marineide Furtado Leite, 61 anos, mãe de um ex-aluno da Associação, confirma os ótimos resultados. Seu filho, Paulo Henrique Leite de Medeiros, 23 anos, que foi beneficiado

pela Ponte Brasilitália, dos oito aos 16 anos, hoje é aluno universitário. Paulo cursa Publicidade na Universidade São Judas. “Ele recebeu muita orientação aqui, inclusive psicológica. Todos chegam com dificuldades na escola e melhoram muito. E não sou eu que digo isso.

Todas as mães sentem e comentam isso”, afirma Marineide. “A gente percebe uma diferença muito grande no comportamento. Aqui, as crianças aprendem a respeitar as regras. Tem mães que chegam a chorar quando percebem que o filho, que já estava na 4ª série e não sabia ler, em dois meses de Associação já está lendo”, testemunha Neusa Lopes Severino, coordenadora social da Ponte Brasilitália.

» Serviço Associação ponte Brasilitália Rua Tasseli Ugo, 310, Vila Dalva, Rio Pequeno. Telefone 3761.5115.

Além do reforço escolar, as crianças têm aulas de informática, inglês, italiano e atividades esportivas

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» APOIO A QUEM MAIS PRECISA

Moradores em situação de RUA Sindicato promove Campanha do Agasalho, Natal Solidário e contrata ex-moradores

Ele era casado, pai de dois filhos e trabalhava pra sustentar a família. Até que, em 1987, Antonio Carlos Araújo, 49 anos, recebeu a notícia que marcaria, para sempre, sua vida. Sua esposa, que tinha problemas cardíacos, morreu. Foi o estopim para o início de uma rotina de consumo de bebida e de cocaína. Perdeu o emprego, bens e a dignidade. Sem trabalho, sem dinheiro e envolvido com drogas, foi parar nas ruas, onde ficou entre 1996 e 2004.

Ao contrário de Araújo, Jovenil Ribeiro, 42 anos, que diz estar há dois anos e meio nas ruas, conta que não sofreu qualquer impacto emocional que o tenha levado a essa condição. Natural de Terra Roxa, Paraná, decidiu, aos 26 anos, sair em busca de aventura. “Era funcionário público no Paraná. Mas nunca fui muito ligado à família, que é toda de lá. Já morava sozinho. Estava cansado da rotina. Nunca gostei de regras. Resolvi vir pra São Paulo”, detalha Ribeiro.

O que os dois têm em comum? No primeiro momento, o vício em álcool e drogas, que arruinou suas vidas. Depois, envolvimento com as lutas sociais, muitas das quais lideradas ou apoiadas pelo Sindicato, que devolveu aos dois o ânimo para resgatar a cidadania e a dignidade. Hoje, Araújo trabalha em defesa e pela inclusão dos moradores em situação de rua com a Pastoral da Rua da Igreja Nossa Senhora do Bom Parto. “Faço um trabalho

» CENSO DA CAPITAL

HOMENS SÃO 86% DA POPULAÇÃO DE RUA em são paulo Recente pesquisa feita

pela Fipe (Fundação Instituto

Os homens representam 86%

de três mil pessoas passaram

de rua era de 10.399; em 2009,

em média 40 anos.

pela Prefeitura de São Paulo

aponta que, em seis anos, mais a morar na rua. De acordo com levantamento feito

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de Pesquisas Econômicas),

em 2003, o número de moradores esse número subiu para 13.666

moradores, um aumento de 31%.

da população que vive nas ruas

da Capital paulista. Eles possuem A grande maioria (74%) declara utilizar álcool ou drogas.


pernoitar em pensões: “Muitas ações do Sindicato nos ajudam, fortalecem nossos protestos. O Sindicato e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) têm sido muito importantes pra ajudar a resolver os problemas dos moradores de rua”.

A geração de emprego para os excluídos tem apoio firme do Sindicato

Arrecadamos também roupas e sapatos

socioeducativo na Comunidade São Martinho de Lima. Pra gente, o Sindicato é parceiro da luta. Quando temos um apoio desse porte, ganhamos muito em consciência. Mais vale ter consciência de que é possível conquistar uma vida melhor do que ganhar um lanche, um almoço. A consciência muda nosso destino”, enfatiza Araújo. Já Ribeiro diz que saiu das ruas após o contato com o movimento sindical. Hoje, costuma pagar para

SoLIDARIeDADe O Sindicato sempre procurou apoiar o movimento de inclusão dessas pessoas. Em 2004, poucos dias após os assassinatos de moradores de rua nas madrugadas de 19 e 22 de agosto daquele ano, que deixaram sete mortos, o Sindicato desenvolveu um amplo trabalho social. Em parceria com o Movimento Nacional da População de Rua, o Sindicato tem participado ativamente das ações por dignidade e cidadania, cedendo carro de som, confeccionando faixas e cartazes, fornecendo lanches, entre outras formas de apoio material. Realizamos também a campanha Natal Solidário. Em 2009, arrecadamos dois mil brinquedos,

» Serviço ASSISTêNCIA SoCIAL Saiba mais sobre os projetos e como contribuir. Telefone 2111.1864.

que foram distribuídos a crianças do Jardim Guarani, Associação da Vila Santa Terezinha (favela do Carumbé), Casa Maria Maria (Belém) e Casa Marta Maria (Jardim Peri). Esta ação recebeu menção honrosa do presidente Lula, dia 23 de dezembro de 2009, durante evento na Quadra dos Bancários. Ex-morador de rua, hoje funcionário do Sindicato e um dos coordenadores do Movimento Nacional da População de Rua, Anderson Lopes Miranda, 34 anos, defende a união como forma de transformação social. Ele prega: “Sozinhos, damos murro em ponta de faca. Unidos, podemos transformar a sociedade e devolver a dignidade e a cidadania a milhares de brasileiros em situação de rua”.

Antonio Carlos Araújo

foi morador de rua e hoje atua na inclusão de pessoas nessa situação: “Mais vale ter consciência de que é possível conquistar uma vida melhor do que ganhar um lanche, um almoço. A consciência muda nosso destino” Comerciários de São Paulo - Trabalho Social 43


» MULHER COMVIDA

Resgatando a

cidadania da mulher Em 2009, Nilza Cristina Marques, moradora em situação de rua, foi uma das milhares de mulheres beneficiadas pelo evento

Promover a participação plena da mulher na sociedade e assegurar seus direitos. Esses são os objetivos do Solidariedade Mulher Comvida, que oferece serviços de cidadania, saúde e beleza a milhares de mulheres

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beneficiadas pela primeira edição do programa. Até então ela morava num abrigo para mulheres, na avenida Celso Garcia, na Zona Leste, estava desempregada e sem perspectivas de uma vida nova. TUDO MUDOU “Fiquei nesse abrigo durante um ano. Morei em outros lugares, mas nunca deu certo, e morei na rua. Precisava de ajuda. Não tinha a menor ideia de onde poderia conseguir uma mão. Foi quando fiquei sabendo do Solidariedade Mulher Comvida. Participei e conheci al-

Quando a diretoria do Sindicato começou a apoiar movimentos em defesa e por inclusão de moradores em situação de rua, em 2004, percebeu que as mulheres precisavam de atenção diferenciada. Foi então que começou a surgir a ideia de criar o programa Solidariedade Mulher Comvida, cuja primeira edição aconteceu em 2009. A segunda foi este ano. Milhares já foram beneficiadas e conseguiram pôr um fim ao ciclo da falta de emprego, moradia e dignidade. O evento também foi incluído no calendário oficial da cidade de São Paulo por meio da Lei 15.104, de 6 de janeiro de 2010, de autoria do vereador Antonio Goulart. É o caso de Fátima Cristina de Oliveira, 46 anos. Ela foi uma das

Evento que acontece sempre dia 8 de Março reúne centenas de mulheres, que transformam o Vale do Anhangabaú numa imensa praça de cidadania

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gumas pessoas do Sindicato. Tudo começou a mudar, pra melhor”, lembra Fátima. Com o apoio e a orientação do Sindicato, Fátima conquistou alguns benefícios: “Consegui o auxílio-aluguel do governo. Eles agilizaram o processo pra mim. Com os R$ 300,00 mensais, pago

meu aluguel. Hoje, moro na minha casa, com a minha filha. Sempre foi meu sonho sair do abrigo. E ficar junto da minha filha”. Fátima também conseguiu trabalho. Hoje, ela presta serviço para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O contrato com a empresa é até dezembro. Mas ela diz que já

Fátima Cristina de Oliveira

foi uma das beneficiadas pela primeira edição do programa. Hoje, ela tem casa e presta serviços para a CET

» Serviço Solidariedade Mulher Comvida Rua Formosa, 409. Telefone 2111.1844.

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há grandes chances de renovação. “É que a CET quer renovar o contrato. Naquela região tem muito atropelamento”, ressalta. DIGNIDADE “É uma sensação muito boa ter meu canto pra morar, trabalhar, ter uma vida normal”, resume Fátima. A jovem Ana Paula Aparecido, 21 anos, também foi uma das beneficiadas. Quando ela conheceu o Programa, perambulava pelas ruas da cidade, grávida de oito meses. Quando o bebê nasceu, foi obrigada a abrir mão da guarda por falta de condições de criá-lo. Hoje, ela tem emprego, casa pra morar e o apoio do Sindicato - inclusive jurídico - a fim de reconquistar a guarda da filha. “Graças ao Sindicato, consegui meu primeiro emprego. Nunca tinha trabalhado. Não sou mais discriminada. Ter trabalho e casa para morar é uma sensação de vitória”, conta Ana Paula, cuja história é parecida com a de milhares de pessoas em situação de rua. REALIDADE COMUM Ana Paula conheceu a mãe somente aos 15 anos. “Ela está presa há 21 anos”, conta ela, que diz ter duas irmãs, uma de 23 e outra de 27 anos, que não conhece. Ana Paula afirma que reconquistou a perspectiva de poder lutar por um futuro digno por meio do Solidariedade Mulher Comvida. “Hoje, me sinto uma pessoa normal”, completa.


DROGAS E ÁLCOOL »

Prevenção e apoio na

superação do vício Apoiar e orientar o dependente e estimular sua família são as fórmulas de sucesso praticadas pelo Sindicato

José Carlos de Oliveira é um ex-dependente químico. Ele está “limpo” há 25 anos. Hoje, é o responsável pelas palestras de apoio ao combate à dependência química. A atividade é desenvolvida pelo Sindicato desde 2002 e já beneficiou milhares de pessoas. José Carlos destaca: “Quando conseguimos resgatar um dependente comemoramos como uma grande vitória”. Segundo ele, tão importante quanto apoiar o dependente a interromper o uso

das drogas é conseguir a participação da família no tratamento. “Nesses casos, todos da família são afetados, de um jeito ou de outro. E o dependente, muitas vezes, manipula a família. Por isso, é fundamental que todos se envolvam no processo”, explica o palestrante. DOENÇA Outro ponto importante é saber que não existe cura para a dependência química. “É uma doença sem cura. O que existem são formas

de controle. Ter essa consciência é fundamental para evitar a volta ao consumo. Só assim dá pra se obter resultados positivos”, ele diz. As palestras de combate à dependência química, tanto para usuários de drogas quanto para seus familiares, são promovidas pelo Departamento de Formação, Esporte, Cultura e Lazer do Sindicato. As palestras e ações, gratuitas, são voltadas para todos, inclusive não-comerciários. No desenvolvimento dessas atividades do Departamento, o Sindicato conta também com o trabalho de assistentes sociais. “Damos todo o suporte aos interessados”, afirma José Carlos.

» Serviço Departamento de Formação, Esporte, Cultura e Lazer Rua Formosa, 409, 3º andar. Diretor Cabral, à direita, coordena as atividades do setor

Telefone 2111.1869.

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A comunicação com a categoria é uma estrada de duas mãos: o Sindicato fala com o comerciário e também ouve o comerciário. Pedimos a você, trabalhador no comércio, que se comunique com o Sindicato, faça propostas e exponha suas ideias ou mesmo suas críticas. VOZ COMERCIÁRIA Temos veículos impressos e online, além de programas de rádio e televisão. Dos impressos destacam-se o jornal Voz Comerciária (200 mil exemplares mensais) e a revista trimestral Voz Comerciária (70 mil exemplares). Publicamos ainda o Voz Comerciária - Especial Supermercados (100 mil exemplares mensais).

O Sindicato também divulga ações e informações por meio de cartilhas (como as das Convenções Coletivas), calendários, folhetos, boletins e releases (enviados para toda a imprensa). Carros de som Há, ainda, as faixas (geralmente usadas em protestos e em eventos festivos e comemorativos) e os “pirulitos” (em protestos e campanhas, como a salarial). O Sindicato dispõe de um caminhão de som, para manifestações maiores, e de equipamento acústico móvel para locais menores.

Na internet, disponibilizamos o site www.comerciarios.org.br, com informações completas e atualizadas e espaço para o trabalhador opinar. Atento às inovações, especialmente às dinâmicas redes sociais, o Sindicato está também no Twitter: twitter.com/comerciariossp. O presidente Ricardo Patah mantém contato direto, por meio do Twitter (twitter.com/ricardopatah) e via blog (blogdopatah.blogspot.com). RÁDIO E TV Patah também apresenta o programa Ideias em Debate, que trata de temas como saúde, economia, direito, comportamento e meio ambiente. O programa é transmitido na TV Aberta (canal 9 da Net ou 72 da TVA), às segundas, das 10 às 11 horas; às terças, à 1 hora, às 11 horas e às 13 horas; às quartas, às 8h30; às quintas, às 21 horas; às sextas, às 10 horas e às 20 horas; e aos domingos, às 18h30. No rádio, o Sindicato tem participações nos programas Figueiredo Júnior, às quartas, das 10 às 11 horas, na rádio Trianon (AM 740 KHz), e no Bom Dia Companheiro, às quintas, das 6h30 às 7 horas, na rádio Terra (AM 1.330 KHz).

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ESPORTE E CULTURA »

um time de

vencedores

Ações desenvolvidas pelo Sindicato promovem a prática de esportes e garantem o acesso da categoria comerciária à cultura e ao lazer O chefe de seção Alex Santana Alves, 30 anos, e os vendedores Henrique Guedes da Silva, 22 anos, Marcos da Silveira Sobral, 43 anos, e Agnaldo Fernandes Soares, 46 anos, são só quatro dos muitos casos de sócios do Sindicato beneficiados pelas ações promovidas pelo Departamento de Formação, Esporte, Cultura e Lazer. Alex e Henrique são jogadores de futsal. Atuam pelo time do Sindicato e falam, com orgulho, dos bons resultados da equipe. “Temos tudo o que precisamos pra desenvolver nossas atividades. Jogar futsal é muito prazeroso pra mim”, afirma Alex. Henrique concorda: “O Sindicato nos dá todo o respaldo para praticar

futsal. Essa iniciativa de investir em esporte é muito legal. Ganhamos bem-estar e mantemos nossa saúde em dia”. Marcos e Agnaldo são maratonistas. Eles também elogiam a estrutura. “Não nos falta nada pra correr. Temos de tudo”, conta Marcos. “Na corrida do Pão de Açúcar [no Rio de Janeiro], teve até massagista”, brinca Agnaldo. AuLAS De mÚSICA O diretor Antonio Evanildo Cabral afirma que, além de estimular a prática de esportes,

o Departamento realiza outras ações, como aulas de inglês, violão, teclado, cavaquinho e neurolinguística. De tempos em tempos, os comerciários participam, ainda, de outras competições, como basquete, vôlei, natação e atletismo. Em breve, avisa Cabral, os sócios também terão acesso a aulas de teatro, pintura, artes e canto. “Esporte é vida. Não tenho a menor dúvida de que são muitos os benefícios, principalmente em termos de saúde. E as atividades na área de formação e cultura são muito importantes para o desenvolvimento de todos”, ressalta o diretor.

» Serviço DePARTAmeNTo De foRmAÇão, eSPoRTe, CuLTuRA e LAZeR Rua formosa, 409. Telefone 2121.5941.

Henrique e Alex são do time de futsal do Sindicato

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» Endereços e telefones úteis O Sindicato tem ampliado sua presença e atuação na cidade. Por isso e para facilitar o acesso aos serviços e benefícios, nossos associados contam com oito subsedes: São Miguel, Tatuapé, Bom Retiro, Santana, Santo Amaro, Pinheiros, Lapa e Higienópolis. Os pontos de apoio estão estruturados para oferecer assistência jurídica, médica e odontológica. Homologações e reservas para a Colônia de Férias, na Praia Grande, e o Clube de Campo, em Cotia, também podem ser feitas nas subsedes. Sede Rua Formosa, 409, Anhangabaú, Centro. Telefone 2121.5900. sindicato@comerciarios.org.br Diretoria do Sindicato falandocomdiretores@comerciarios.org.br

Atendimento ao sócio Telefone 2121.5925. atendimento@comerciarios.org.br Denuncie irregularidades Telefone 2111.1818. denuncia@comerciarios.org.br Atendimento jurídico Telefone 2111.1805. juridico@comerciarios.org.br Departamento de Saúde e segurança Telefone 2111.1833. segurancatrab@comerciarios.org.br Secretaria da Diversidade Telefone 2121.5908. secdiversidade@comerciarios.org.br Ouvidoria do Sindicato Telefone 2111.1831. ouvidoria@comerciarios.org.br

setor de aposentadoria Telefone 2111.1769. aposentadoria@comerciarios.org.br Departamento de imprensa Telefone 2111.1763. imprensa@comerciarios.org.br

Santana - Rua Voluntários da Pátria, 1.961, 4º andar, conjuntos 401 e 402. Telefone 2121.9250. santana@comerciarios.org.br São Miguel - Rua Arlindo Colaço, 162. Telefone 3466.9600. saomiguel@comerciarios.org.br

SUBSEDES Pinheiros - Rua Dep. Lacerda Franco, 125. Telefone 2142.3300. pinheiros@comerciarios.org.br Tatuapé - Rua Dr. Raul da Rocha Medeiros, 72. Telefone 3466.9393. tatuape@comerciarios.org.br Higienópolis - Temporariamente indisponível, devido à reforma do Shopping Higienópolis. Lapa - Rua 12 de outubro, 385, 4º andar, conjuntos 41 e 42, e 6º andar, conjunto 62. Telefones 2131.9900 e 2131.9901. lapa@comerciarios.org.br Santo Amaro - Rua Coronel Luís Barroso, 102 e 106. Telefones 2162.1700 e 2162.1701. santoamaro@comerciarios.org.br

50 Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Bom Retiro - Rua José Paulino, 586, 5º andar, salas 53 e 54. Telefones 3221.1518 e 3223.4470. bomretiro@comerciarios.org.br Ambulatório Médico e Odontológico SYlvio de Vasconcellos Rua Dr. Diogo de Faria, 967. Vila Clementino. Telefone 2142.3350. ambulatorio@comerciarios.org.br Clube de Campo Estrada do Morro Grande, 3.000, Cotia. Telefones 4616.2876 e 4616.2878. clubedecampo@comerciarios.org.br Colônia de Férias Avenida Guilhermina, 240, Praia Grande, São Paulo. Telefone (13) 3474.2310. colonia@comerciarios.org.br


Comerciรกrios de Sรฃo Paulo - Trabalho Social 51


52 Comerciรกrios de Sรฃo Paulo - Trabalho Social


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