Ipiranga, de Máximo Barro e Roney Bacelli

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T O M BO

prete itura do mu nicipio de sao paulo secretaria mu nicipal de cultura



maximo barre roney bacelli

departamento do patrim6nio hist6rico divisao do arquivo hist6rico

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Sistema Alexandria - A.L. : 13761 43 Tombo : 2728 1111111111111111111111111\111111111111111111

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serie . historia dos bairros de sao paulo volume 14- ipiranga



IDSTORIA DOS BAIRROS DE sAo PAULO

VOLUM E

BRAs

1

2

3 4

5 6

7 8 9

BAIRRO

..... ••••••........ ............. .......

PINH EIROS PE N H A SA NT O AMARO JARDIM DA SA UDE SAN TAN A sAo MIG UEL PAULISTA VILA MAR IAN A BOM RETIRO

10

SE

"12

IB IRA PUE RA LUZ NOSSA SE NHORA DO I PIRA N G A

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14

0



SEG UNDO PR ~MID DO X CO NCU RSO DE MON OGRAFIAS SOBRE A H1STORIA DOS BAIRROS DE sA o PAULO . PROMOVIDO PELA DIVISAo DO AR QUIVO HISTORI CO DO DEPARTAMENTO DO PATRIM ()NID HISTORI CO DA SE CRETARIA MUNI CI PAL DE C ULT URA. E OUTORGADO PELA COMi Ss Ao JULGADORA CONSTlT Uf DA PELOS PROFESSORES ERNANI SILVA BRUNO. MYRIAM ELLIS E T1TO LIvID FERREIRA .



INDlCE

1-

II -

DELl MITACA o GEOGRAFI CA E A PA ISA GEM U RBAN A H1ST O RI CO

Da Colo nizacao Port uguese

a lnd epend encia

25

53

A Ocupacao do Solo

III -

13

0 IPIRANGA N O SEC ULO XX

o Relacio namento com Sio

Paulo

71

Ocu pacao Espacia l e Urbanizaeao

73

Lazer e Cultura

91

Comercio e Industria

103

CO N CLu s Ao

119

BIBLIOGRAFIA

124



1 - DELlMJTACAO GEOGRAnCA E A PAISAGEM URBANA



Mart lus , no seu trat ado classico sob re termos e den ominacoes bra sflices , afirma que 0 nome Ipiran ga e a co ntracao de duas pa lavras tupi s quere ndo significar " agua roxa" . Esta Interpretecao foi dogma de fe por longa periodo . sendo adotada inclu sive por Azevedo Marque s que a endossou in totum . ( I) S6 nos fins do sec u lo XI X. com a divu lg~io do dicionari o de Joio Mendes . outra interpretacac eventeda . 0 ilustre tu pinologo tern 0 cui dedc de comecer a obra aborda ndo as pala vras do dialeto tu piguaian az sobre 0 as pec tc fonotogico, cnde , segundo ele , residia 0 engan o de interpretacao de muito s nome s e textos dei xados por je su itas e selvicotas . Sua per spicaci a vai a pon to de encontrar deslizes em Mon to ya e outras personalidades que deixar am relat e s da rase co lonial. Transcre ver emos na integra a opiniio do combati ve leila das Arc adas:

e

" Ipiranga - afluente do rio Tarnanduatei, pela margem esque rda do municipio de SOO Paulo . Ce lebre por ter sido nas suas margens que 0 Principe Regente D, Pedro . depois Im pera do r do Bra sil. ergueu 0 grito da Indepen denc ia do Bra sil. em 7 de se tembrc de 1822, Ipiran ga , c o rru pte la o u a nt es , co ntra cac de PI- RA-A- N G A . " Ieito desigual e empinado" . De

Y - relative PI - ce ntro . fundo RA - desigual , nao nive lado A - empinar , co m 0 sufixo N GA (breve) para form ar su pino

I路

0


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Nada tern. ponanto , est es rtbeiroes e corregos com "agua vermelha' ou " rio ve rm e lho" . 0 indigene nao teria come-

tido este nao sense " . Pedro T aques , na Nobiliarquia Paulistana , referind o-se a documentes antigos, denomina Itypiranga 0 afluentc do ribeirao Tamanduatet, 0 que melhor c onfirma 0 significado . por que ITt signifca

arrciar" . (2 ) Se a nom enclatura do local ja traz em s i 0 germe da du vida, qu e dizer dos limit es da are a daquilo que poderia na epoca sec a regiao que as naturais c hamav am de Ipiranga . Itipiranga e tan tas outras encontra des nos docu mento a. se ainda hojc e co ntrovertida a possibilidade de Pirati ninga se r a area compreendida pelo atual Born Ret ire , parte da Barra Fu nd a e Lu z a u tod a a capital do Es ta do . Pode-se afir mar com pouca margem de co ntes tacao que 0 local. durante os seculos XV I, XVII , XVIII e metade do XIX, para 0 paulista de entao, er a uma regiao obscure que medeeva entre 0 Cam bud. que ele co nhecia bem por sua s fro ndo sas c hacaras e Sao Ber nar do , com um nucleo de influencia razoavel . Jabaquar a e Santo Amaro , impo rtantes centre s mineral s , de urn lado , e a varze a se m pre inundada dos rio s Tam anduatei - Ipira nga e Ca pece - , de outro , completavam 0 contorno. Portanto, toda a vasta regii o entre esses pontes era para ele praticam ente Ignc ta . apesar de obrigatoriamente palml lha-ta para chegar a Santos . semeada de pequenas fazen do las , rices de vegd~io enfe zada e rasteira, s6 conseguindo produ zir hortalicas e frutas que pouco exigissem da terr a . Ele conhecia e falava com maiore s conheci mentos de regioe s que disputavam sernanas e ate mes es de viegem de sua casa, tai s como Sorocaba. sao Joao Del Rei. Culaba ou rnesmo Guaira. mas eeam imprecisas suas Informaeoes so bre um local que sua vista ajcancava quando se pc stava num a das partes eltes da capital . A cousa chegou a tais propor~ 6es que Teodoro Samp aio , rec oIhendo varies documentos , s6 co nsegue formar um palido e desinformado mapa . .. Do Pateo do Cotegio part ia na d ire ~ao sui 0 caminho do mar pela atual rua do Carmo , descendo para a varze a . contom ando-a nas proximidades da vivend a de Bartolomeu Carrasco, e ante s de se perder no horizonte para os lados da Bord a do Cam po , onde existia Santo Andre , passav a per um gru po de moradore s junto da ribeira do l piranga , onde estivera outrora a ermida de No ssa Senhora da Luz , qu e depo is mudou para 0 Ouarepe .

Ao longo de ste cam inho possuia Braz Cubas umas data s de terra que em part e cedera aos rebgiosos do Carmo , em 1594, para fundarern urn cc nvento . Para adian te , come-


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can do em Bartolomeu Carrasco . ficavam as terns que 0 Padre Luiz de Gra , da Congregacao de Jesus , obtivera de Fra ncisco Moraes , represe nte nte do do netanc , co mo um a sesmari a de duas leguas , as quais . entre tan to . Ihe naoforam af demarcadas por prejudicial ao bern pUblico." (3) Quando a 21 de j ulho de 1769 0 govemo estabelece 0 marco de meia legua para efeitc de demarcac ao da ca pital . no vamente pode -se avaliar 0 vacuo geografico que aquela re giac representa va para 0 pauli stan o . .. ... e para a parte do caminho de Santos se medic outra meia legua de rocio , faz end o p eao nesta cidade e chegou a dita meia legua ate 0 suio de Jo se da Silva Brito ,junto ao corrego c hamado Opiranga, o nde da mesma fo'tma ficou urn s ina l para asse ntar 0 pedr ao ." (4) Se a partir de 18S0.com as constantes quc:relas acerca dacon stru lj;ao de urn monumen tc que lembrasse a proclamacao de lndependencia. trouxe-se maior ate n~io e co nhec imento sobre a regiao, sua pobreza de meic s e de genie sempre a tornaram caudataria . Pela Lei de 3 de Ourubro de 1895 cri ava-se 0 bairro de Vila Mariana que passava a ter os seguintes limites: .. Av. Paulista - rua Paraiso - Casa da Polvora - no Ipiranga ale a Monumen to Tama ndua tet e rio acima ate Sao Bernardo " . Apesar da economia. as informacoes tornam meridiano que 0 atual Ipiranga era de pendente de Vila Mariana . Todo 0 rest o ficava sujeito ao Cambuci . como pode ser comprovado nas escrituras de imovels. Documentos de certoei o de 1908 cJassificam 0 trech o da Born Pastor , nas proximidades do atual n.o 1000, como pert encente a Fregues ia de Sao l oaquim do Cambuci. (5)

Como vemos , a dehmitacao geograflca do bairro do Ipira nga, durante seculos fci urna tarefa que nao nos foi poss ivel concluir pais , au esta "excessivamente distante" , a u descrita junto ao s bairro s a ela vtzlnhos . Durante 0 seculo XX, acompanhando as tre nsformacoes administrati vas, as divisOes de espaco que correspondern ao bairro . sofreram enexacoes e desanexacoes externas e intemas, dependendo das res otucoes govemamentais . Amalmente , corn urna area de 32 286 012 , as divisas da are a administrative do Ipiranga ficaram assim detenni nadas pelo decreta 10137 de 16/9/72: •. Comeca na Avenida Engenheiro Annando de Arruda Pereira , na divisa corn 0 Municipio de Diadema ; segue por esta divisa e pelas divisas com os Municipios de Sio Bernardo do Campa e Sao Caetano , ate encontrar 0 Rio Tamandu ate i; segue pelo leito deste att a cruzemento corn a


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Rua Luiz Gama ; segue por esta ate 0 cruzamento com a Rua Lavep es : segue por esta ate 0 cru zamento com a Rua Franc isco Ju stiniano de Azevedo ; segue por esta e pela Rua Muniz de Souza ate 0 Cruzame nto com a Rua Maracai; segue por esta ate 0 cruzam ento com a Rua Apora: segue por esta ate 0 cruzamento com a Rua Robertson ; segue pe r esta ate 0 cruz amento com a Avenid a Lins de Vasconcelos ; segue por esta ate 0 cruzamento com a Rua Pero Correa ; segue por esta ate 0 cruzament o com a Aven ida Agua Fu nda ; segue por esta e pelo Parque do Eatado , e dai pela Estr ada do Gove rno ate 0 cruzamento co m a Rua Jomal do Comercio: segue por esta e pelo seu prolongamento ,que ea Estrada Protetora. at e 0 cru zamento com a Avenida Engenhelr o Armando de Arrud a Pereira ; segue por esta at e a divisa com 0 Municipio de Diadema , ponto inicial do perimetro ." o lpiranga, situa ndo a sudes te de Sao Paulo .focaliza-sc em area que diste eprox imadamente 6 km do centro da cidade e limita-se com as administracoe s reg ionais de Se e Mo6ca , ao norte ; Sao Bernardo ao sui; Sao Caeta no, ao leste e Vila Mariana a oeste . As co nsta ntes urbanizacce s escond em hoje a vasta rede hidrografica que . numa area relativament e pequ ena , dispoe , alem do Rio Tamanduate i e do riacho Ipiranga , de inumeros c6rregos : Jabut icabal, Cacareco , Capac do Reino e Moinho v elho . Sobre a paisagem urbana do sltio do lpiranga , 0 unic o trabalho que aborda 0 assunto e do prof. Claudio Gomes da Univers idade de Sao Paulo. Pela sua c lareza , sintese, reprodu ziremos aqui, a part e refenda , em sua integra: " E 0 mode lado imposto pela calha do Tamanduatef 0 primeiro elemento que informa a macro paisagem mais amp la onde se aloja a coli na do Ipiranga. A ca lha escu lpiu fonnas de relevo muito abatidas, horizo ntalmen te , imperceptive]mente ond ulado . Sao ondu lacoes que raramente cbeg am a decliv idades superiores a 5% no alinhamento longitudinal Norte-SuI. A cada afluente (esquerdo ou direito) do Tama nduatei encaixam-se alternadamente, de uma ba nda e de outra , colinas alongadas na dire~ ao Norte-SU I. entre as cotas , aproximadas de 725 (do nivel medic dos rios e cc rregos) ate II elev acao maxima de 800 m. Pela orde m, 0 c6rrego do Ipiranga. afluente do Tamanduatei , define na sua margem esq uerda , a Oeste . a co lina onde se insta lou a Av. Lins de Vasco ncelos e , na sua margem direita, a Leste . a col ina onde se implanta 0 Parque pro-


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priame nte dito e 0 bairro da Vila Da m Pedro: 0 cce rego do Moinho vel ho. mais a leste , tambem aflue nte do Tama nduatei, defi ne: a sua esquerda (na ba nda oeste). a citada elevacac do Parque do lpiranga e it. sua direita (na margan les te) a pequena colina ,quase plan a onde se situam as Vilas Heliopolis , Carioca. etc. Portanto . da banda oc idental do Tam anduatet. a Colina do Ipiranga , onde se instalou pasteriorme nte 0 Par quc: do Ipiran ga ou da Indep endencia . como se cha ma modemamen te , se relacion a direta e imediatamente, qu er em termos de morfologia da tectonia loc al . co m a co lina da Lins de Vascon ce los . quer en termos de emergencia visual do rejevo da Vila Heliopolis , com a plani<:ie fluv ial do Tamaduat ei ( Vila Carioca, etc).

Na margem direita do Tama nduatei , a teste, a crista da co lina instalada entre 0 Ribeirao da Mo6c a , a ca lha do Tam andu ate i e 0 Capac de Emb ira (cri sta onde se ins talara posteriormente 0 Alto da Mooc a , polarizado pe la Av . Paes de Barros) fecha e ccnclul a por~ io orie ntal da paisag em diretam ente re lacionada com a nossa area de Intervencac . Um terceiro ambito paisagtstico.curiosc plr distal" de seus vinte quit 6m etros da nossa area , em linha rete, para 0 Nor te , mas nem por isso men os importante e eloquente , ea silhueta da Centereira, visivel e recortada no hori zonte , desde que a potuicao 0 pe rmlta . Na real ida de 0 espigao Cantare ira- Mantiqueira, como a mais eloque nte emergencia fonnal do sitio plan altino , deveria ecoar na varzea do Tamanduat ei, pois 0 ambito visual, da cordilheira, noo obs tant e seu s 20 km de rec uo de nossa area , se impce nos seu s mil e lantos metros de altitude . Os an tigos anotaram estes significados e os registraram emocionados (6). Co njugadamente com esta paisag em das massas de ret evo , articulam-se as ccisas , percursos de andamento linear encaixados nas depressoes do relevo , enfim , a red e de dr enage m tembem era direciona da co nvergente de Sui para Norte e sobre a qu al se instalaria. em epocas sucessivas , 0 siste ma pri ncipal de canals de trMego : Av . Agua Funda, lmlgrant es , ao longo do Ribeirao Ipiran ga ; Anchieta. I untas Provisorias , ao lon go do Moinho Velho; Marginais , ao longo do Tamanduatei. Tam be m aqui, a malh a dir etri z de s canals e depressces (a contrapartida das cristas e etevecsc do terrene) indica sur pre endentemente uma convergencta visu al assemelhada com aquela que se observou para os macicos topognificos .


20 Em sintese e em retrospecto, resulta clare. agora , por es ta leirura , de como a natureza pbs 0 sltio geograflco : 3linhas de COTc;a do relevo (Lins , D. Pedro . Paes de Barros) de dlrecao Norte-So l, visualmente convergentes , para 0 antepara da Serra da Cantareira , a ltem adas com tres fendas de vale confluente s para a calha geral do Tiete (7)" . E ainda seguindo : " 0 ele mento un ificador do co njunto paisagistico e a dire cio nalidade das linhas de forca da paisagem , todas co nvergentes , co m maior au menor grau, para 0 Norte . para 0 anteparo da Cantar eira . E esta convergencia que explica e lorna clara as relacoes entre a coli na do Alto da Mooca . a Le ste , forteme nte balizada pete sithueta ediflcada . alta e a cavaleiro do espigao na COla 800. a cumieira que Ihe e simetrtca a oeste da Lins de Vasconcelos, tambem a altitude de 800m e 0 eixo direcion al ce ntral da Av. D. Pedro I, subindo encosta acima, pela Av. Nazareth ate 0 tope, a cota 800. Esta co nvergencia planimetrica e ainda mais enfatizada pela regularidade altimetrica da s tres cumeadas , em torno de 800 m. No s perfis Le ste -Oeste das 3 elevacoe s pode-se perceber a Importancle que no conjun to assu me , as tres cr istas , como que dialogando entre si, por cima dos vales que as separam e cujo tratamento , para 0 futur o. podera tornar moos explicito e eloquente este dlalogo , como podera destruf-lo e perd e-lo irremi ssivelmente . Urn terceirc tipo de relacac entre as diversas pro vincias paisagisticas surge para quan do se atenta par a 0 modo como se ar ticulam as encos tas dos Ires conjunt o s, isto e. como se dao algumas relacoes de proxi midade , de contiguidade, de se paracao entre as 3 encos tas , ou vertentes , pertence nte s ao mesmo vale. Por exem plo: no vale do corrego do Ipiranga, a sua vertente esquerda, a que sobe ate 0 espigao da Lin s d e Vasc onc elos (com um a amp litude media de 1000m por 7 de altura) somente se relacion a co m a ver tente da margem esquerda, que sobe ate a Av . Nazareth e 0 Par-que do Ipira nga em termo de proximidade e de a ntiguidade . Na rea lidade e facll percorrer a pe os 1500 metros que, em Iinha reta separam as duas elev acoes . Mas a organizacao construfd a caotica e heterogenea que se apresenta na vertente da Lins (Corone l Diogo , Basilio da Gama etc .) quando comparada com a compostura e ordenacao da encosta oposta (mais uma vez, 0 hospital do IAPETEC) de certo modo as separa e repele , pois 0 vale da Imigrantes Agua Funda nao e , por si so, 0 suflcie nte par a repar ar duas encos tas tao pro ximes. Da mesma forma , qua ndo se justa-


21 pee a verte nte esqu erd a do Tamandu atet (Born Pas tor . Silva Bueno. etc) co m a direita (Es tra da do Orfanat o. Paes de Barros. Alto da Mooca . etc .) a re laceo que passa a se estabelecer ja e de dis ta nciamentc , nao s6 fisico , como tambem funcional. pois aqui a barreira proxim a passa a ser a extensa verzea indu strial do Tamanduate i" . (8) A Administracao Regional do Bairro do Ipiranga fica integrad a pelos subdistri tos de : Cambuci

Morr o da P61vora Saco ma Satlde Sao Joao Climaco Aclimac;io Bosque da Satlde Ja baqu ara Chacara do Caste lo Eo no subdisuito do Ipiranga c . princip almente no centro de valor hist6rico que situaremos ROSSO tra ba lho . I piran ga


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Notas I. Martius r Spu - GIoslWio M D10ynM UIl&UU ~ D1a1rcolque Fa lam 01 l ndio~ no Imperio do Brasil. p. 20.

2. Mrnd n . -

Moaocrafta do Mun kfpio cia Cidade dr Sio PlIWo. p, 15.

3. Sampoio. T. -Sio PlIUlo de Pl.l"lltlalna' DO Am doSkalo X\'I, Revistado Inst inu o HiSl6rico e Geogrifico . vet. 4.• p . 251 4. Ribt'i, ,,. J.J. 5.

Muniz. E. _

Cro_ loal. "'ul"'llol . p. 480.

(k

Munldpk>s hulistM , p . 484 .

6. Go ,""J , C. _ 0 Parqur. blCwpmd mcu. CON DEPHA TT . p . 12.

7.

Id, ibidem, p . U.

8.

Id . ibidem . p. 14.


23

II -

"ISTORleO


24

Archibald S. Forres t: 0 Rutor dll

j lust rll~.i o.

dlltlldll de 191 1.


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Da co lon~jo po rt uguesa ao centenarle da Independenda

.• Domingos Luiz estava acaba ndo a igrej a.Ja Ihe dissemo s missa nella co m muita testa " . A noucr a vern numa carta de Anch ieta (I) , datada de 1579 e refer e-se a Igreja de Nossa Senhora da Lu z no l piranga. E a primeira vez que 0 nome aparece num documento. Provavelm ent e , probl emas de acomodacao do Iingu ajar guaianaz ao dos primeircs portugue ses levou 0 nome a ter variadas grafias : Ipir anga. Piranga . Ireripiranga . Hiporanga , ltipira nga , Opir a nga etc . Em que poslcao do bairro local iza-se esta igreja e trabalho impossive l de ser realizado hoie , pois as limites das terra s de Domingos Luiz sao desconhecldos. Sabe-se que anos apos ele pede terras e as ob tem par a os " lade s do Guarepe" , fundando outra igreia com a mesma invocacao que , apes muitas remodelacoes . ainda perslste ao tempo. a Insania imc biliaria e a OU(fOS fatores no Convento da Luz, da Av. Tiradentes . Domingos Luiz ou 0 Carvoeiro, como era mais conhecido por advir da regiao do mesmo nome em Portugal, e sua esposa Ana Camacho , seriam dos raros primeiros povoedores da Piratininga com urn passado impoluto (2). E sabido que , no afa de povoar as tern s do planalto , nada se indagava do passado . "contanto que nao fosse ladrao" . Com este alvara de benignidade, facil ecompreender a especie de povoador e os conturbados anos , para nao dizer seculos iniciais da vida paulistana. E bern verdade que a enquadracao de crime para a epoca diferia, e mesmo chocaria com os conceitos atua is.

"Bsta cominava 0 degredo para 0 Brasil tanto a feiticeiros , alcoviteiros, berregas , falsarics e vadios, como aos que arra ncavam da espada em procisseo ou lugar santo , resistiam a autoridade, jurevem contra a verdade . rouba-


26 'lam no peso , davam fuga aos escr avos , matavam gada alheio , levavam armas nao consentidas , jogavam cart as . amavam ilicitamente au atentavarn contra 0 pudor , sem isentar os negoclantes deso nestos , our iveis que engasta'lam pedras falsas , oflciais que cobra vam acima do s regimentos , rnentirosos , calu niadore s, rufioes , malan drins e rap aze s de vida sa lta " (3). Ant onio Proenca (4), outro dos primeiro s moradores do lpiranga , tambem vinha fugido de Portu gal . perseguido per uma da s falta s mai s grave s que urn portugue s poder ia pra ticar contra Deus e a Coroa : roubara uma freira . Pelo menos eesse 0 informe que nos daoo s primo s Pedro Taques e Frei Gaspar da Madre de Deus (5). A moral reinante oa Sao Pau lo qulnhentista e mais 0 apadrinhame nto de Bras Cubas levaram 0 ex-presidiarto e ex-camarei ro do principe D. Luiz aos maiores pos tos da Caphania : meiri nho , vereador , capi tao de cavalaria e estradas ,juiz dos indios , ou vidor e , principalme nte , Capitao da Vila de Sao Paulo e seu distrito. Falecendo em 1605, deixou de seu casamento co m Maria Cas tan ho urn Iilho , Francisco de Procnca e quatro filhas que Iormaraoosclas dos Taques , Laras, Almeida s, To ledo s e Mora is . Contraria ndo a regra , as terns ipira nguistas dos Proencas devem ter retribu ido regiam ente aos do nos (6). Elas , provave lmente de sca nsadas , te nham produz ido a co nte nto nessa fase . Ped ro Taques not icia gra ndes cu lturas de trigo e quantidades de gado . Uma das poucas referenci as correta s do linhagista , sempre pron to a abandonar a rigorosidade histcrica e pro penso a puxar para Iiccao quando se tratava de memb ros fami liares . 0 testamento de Prancisco. an alisado por Alcan tar a Machado prova ser um a das maiores fortunas da Capi tania . 0 documento fala em 115 ca becas de gado . Esta qua ntidade correspondia na epoca ao dobro da do seu paren te Lourenco Castanho , 0 velbc, enqua nto Perc Nunes , outre morador do Ipiranga tern apenas 90. As aetas de out ubro de 1587 falam da pe ndencia hav idaentre Francisco de Proenca e Jusepe de Camargo (7). Queix a-se 0 ultimo que "guado bacun " com 0 ferrete do s Proe ncas invadira suas terras . Com atos que hoje c lassificariamos de parciais, pois Francisco era urn do s " homens bons " da terra , e . naquele momento .juiz, Jusepe precisa submeter-se a var ies exames para ter encaminhado seu processo , vencendo -o fi nalme nte . Ju sepe de Camar go , 0 sevilhano , com 0 te mpo deixara seu nome na historia dos prtmordios da Pirat ininga. A origem espanhola nao 0 impedira de ser vere ador , almotacel etc . E. como Amador Bue no , ou tro sevilbano . influira decid idamente nos dest inos da Vila. Casa -se em Sao Paulo com Leonor Domingues . filha do Car voe iro . Dos 8 filhos, 0 primogenito , Fernac de Camargo . apelidado pela sua irascibiIidade de 0 Tigre , sera 0 assas sino de Pedro Taque s.


Certas idiossincrasias portugu esas facilitaram 0 povoamento de uma terra que acolbia ate a rale . Pedro Calmon obser va que entr e outro s-atavisrnos propicios ao colonizador , eles traziam recordacoes olfativas , 0 odor d !_l!}~-'tt!='~I!.~gra e ~ar~!~ ex~ita~~ os portugueses. o encontro de indias em estado parad isiaco estimulou ainda mats a co nhecida tendencia sexual portu guesa . Poucas brancas desciam ate S. Paulo porque sabiarn que alem dos seus filhos teriam que c riar \ tamb em os espurios. A disparidade entre filhos legais e bastardos era alarmante. Criados ao lado da casa paterna , mas morando na choupana materna determinadas caracte rtsticas passavam pelas geracoes. De repente , 0 branco apercebia-se que aculturara-se com 0 indio , adquirindo particularid ades que 0 diferenciava de outros brancos, entre elas o uso intensive de banhos e principalmente a lingua . E sabido que 0 branco paulista falava tupi, so usando 0 portugues quando fora da Capitania . , A descendencia de Francisco e tfpica . Ao lado des filhos naturais , entre eles 0 primogenito Joao Ribeiro de Proenca, deixa tambem consignados quatro bastardos. Deles teremos outra s notlcies anos depots atra ves de uma dispos lcao da Camara que os desobriga de participarem de qualquer ajuda acapitania " por haverem de con servar a ponte he verge de Upiranga" . Com isso fica confirmado que ainda no ano de 16600 latifUndio de Francisco que " la da Bord a do Campo , caminho do mar ate 0 rio Jeribatiba. alem de Santo Amaro" continuava nas maos de Joao Ribeiro e dos bastardos Gines e Sebastiao . Nao sabemos se ele pertencia unicamente ao primogenito ou se comecara 0 estilhacarnento da gleba nas divis6es testamentais (8). Dois dos itens ac ima referidos nos encaminham para 0 entrelaca ment e do bairro com os problemas da estrada do mar . E fatal que antes mesmo de ser contemplado com qualquer sesmaria 0 local jii era palmilhado par viaiantes ou tro peiros que usavam 0 porto de Santos. Antes de Anchieta , antes de Nobrega, a ntes de Manuel de Paiva, ante s de roao Ramalho e Martim Afonso. jg e xi ~ti a 0 trilh_~ serpenteado gye 1 saindo dos contrafortes ,da Serra do_M.ar '_apes p as.s_~. P.~l:l P.:Qvo,aJo-de SaoBemardo, cru zaya 0 IP.~g,!.~m direllao ao~bu~. Infelizmente a importancia destas tropas e viajantes, na fixa~ao (las conqui stas lusitanas, poucos estudos tern recebido alem do substancioso livre de Jaime Cortezao (9). A necessidade de urn marco humano que justificasse as pretensOes expansionistas da corea fizeram de S. Paulo uma po si~ao estrategica. Oeste ponto com certa facilldade poder-se-ia chegar as minas peruanas e as coxilhas platina s , derru bando 0 incomodo traco de Tord esilhas. Mesmo quando havia a opcao da travessia fluvial chegando pelo rio Pinheiros , 0 Ipiranga era paJmiIhado. A importancta do transito entre Sao Paulo e Santo s nos desfgnics politicos e econemicos da Coroa fica patente em varies atos que transbordam ao costumeiro. A todo momento a Camara preocupa-se


28 co m 0 "c inho do Padre Jos~ " e depo ts co m a " estrada do mar::. AJem da desobngados 1111'l80S oe nea e das mull as pesadissUnas para que m dep re dasse pontes c trajetcs , hi 0 famoso caso de Joac Pire s . 0 gago , que , condenado a morte por haver assa ssinado urn indio. tern a pena comutada pela peomessa de refazer a estrada do Cubatao a sao Paulo ( 10). Durante 0 secu lo XV II estratitlca-se 0 trilho que atravessendc toda a parte ce ntro-l es te da vila, dcpois Provincia e por ultimo capital

levou pessoas a pet a cavalo , em carruagcns c hoje de CarTO ate 0 Cami nho do Mar au Via Anchleta . Para manter urna cs tra da de utlllzacao permane nte Dum local de topografia irre gular . o nde c:hapad6es de da is ou tres metros de altura desp encavam bruscamente em alagadico s inrr aneitaveis aMenor e -ecipit a~ ao pjuviometrica, era fOf\; 050 USaf as encostas das partes alias . Desta forma para quem sarsse do Pate o do Colegio , ap6 s atravessar a atua l praca da Se , procu rava a rua da GI6ria e Lavepes . Para os que estavam realizando 0 trajeto em d irecao oposta, antes de entrar na parte mais nobre e habitada da vi ta, aprumav am sua s roupas e lim payam os pes e botas da lama ou poeira. co nforme a estacso, no corrego que havia no tim da atua l rna da GI6ria e que . por isso, ganhou 0 nome .de Lav ape s . Em plene Cambuci comecava a baixada da rna Independenci a , deixando poucas opeoes numa varzea s6 transponivel a pe em periodo de seca. Em linha reta proc urava-se a rna Born Pas tor que. de forma segu ra levava 0 viaja nte pela Estrada das Lagrimas au Sio Bernardo . f: pos sfve l que dur ante 0 pcri odo seiscentista 0 Ip irangamuita vez te nha se tornado pra~a de guerra. Atraves de uma filha de Antonio de Proe nca , Ana . casada com Pedro Taques , uma parte do .latifUndio ta lvez tenh a sido dividido . Do casal resulta numerosa prole da qual s6 nos interessam os tres primeiros: Pedro Taques , Guilherme Pompeu de Almeida e . principalmente, Lou re nco Cas tan ho Taques. 0 primeiro .ja vimos, ser a assassinado par Fernando de Camargo. 0 Tigre . filho de Jusepe Camargo que ebrira a guerri lha entre Pire s e Camargos, ensanguentando por dua s gera~Oes varies familias e comprometendo tcda a hist6ria da Vila . numa versao barroca da Verona med ieval. 0 segu ndo. Guilherme Pompeu de Almeida tera terras em Parnaiba e sera lembrado por largo tempo como potentado . Muitos afinnam que sua sa ida de Piratininga de veu-se a que stao com os Camargos. No sec ulo seguinte 0 genealogi sta Pedro Taques ass im descreve alguns fatos do terceirc filbo de seu avo: (11) "Lourenco Castanho Taqu es casou com D. Maria de Lara. Es te pau lista se co nservou sempre na pratica sem que 0 infeliz sucesso de seu irmi o Pedro Ta ques , mort o a falsa fe por Fernando de Cam argo. 0 obrigasse a segu ir a mudanca que fizeram outros irmaos , porque 0 seu grand e re spelto e


29 force de armas 0 pr ontifica va par a por em cerco a D S inimigos do partigo contnirio. Teve assento na me sma fazenda da ri beira do lp iran ga , que tinha side de seu pai Pedro Taques" . Pelo documento fica clar o que no emba te a s Pires levaram a pior tanto que todos a s parentes sairam de Sao Paulo au da pau-la, co mo enta o se dizia, menos Lourenc o, que merce dos seus c abedais , coragem e forca de armas, nac se rendeu . o fulcr a da questeo Pire s e Cam argo nunca ficou aclarado . Aven tam vari es hip6tese s: rivalidade entre portugueses e es pan h6 is au lutas entre familias para 0 co ntrole da reglao. Quem sabe se a explosao dos animos tanto tempo depois , nac tern origem na pend enci a inicial entre Proenca e Camar go . Urn terrttorio despoliciado , co nta ndo co m urna topogr afia em lura com a s homen s e estes homen s com passado obs curo , e por vezes criminoso , predispunha a atos extremados . E justa , portanto . a hipctese que ao Inves de problemas tran scenden tais , as lutas intestinas do seculo XVII sejam resultado de questiunculas de fundo de quintal , que 0 ambient e prop fcio incendiou . Por mais elasticas que tenham sido as frontei ras do Ipiranga , no minimo abrangendo a area que hoje medeia entre 0 fim da A v . do Estado e Sao Bernardo e do Tamanduatei ao Ibirapuera , fica provado que o-tatifundio nao foi a regra . Nada ha 0 que se co mpare com as terr as do ootro lado do Tiet e imperando as sesmari as de Manu el Preto com 0 ca navial espr aiando-se da Fregue sia do 6 ate as bases do Jaregua . .ou os trigais de Amador Bueno que , da Casa Verde , chegayam ao c orrego do Mandaqui . Escravaria insignificante quand o co mparade com os mil arccs do de struidor de Guaira. Ao contrario .ja nos seus primordios apresenta rnimero tao pequen o de ocupantes que mesmo 0 miniFUndio deve ter side excecao. Apesar dos gran des rombos que significam para a historia a perda de testamentos e posses de terras , mesmo ass im e respeitavel 0 numero de proprietarie s do Ipiranga. Amertc o de Moura nos da notfcia de vartos outros , atem daqueles que ja ebordamos . Francisco Brito, apare ntado pelo ca sament o da filha co m os Pires . No inventario , levant adc em 1616, alega que Ju sepe Camargo "deve -lhe telhas" (12) onde .cremos fica mais uma vez amos tra que os tormentosos embates entre as duas famili as podem ter sido deflagrad as por motive bern mais fiitil que os normalmente ave ntados . Pero Nunes , sepateiro , juiz ordinario . Em 1602 participou da fam osa bandeira de Nico lau Barret o. 0 testamento de 1623 enumera varlos bastardos (13). J03.0 Fernandes , que em 1598 tinha moradia na encru zilhada do Ipiranga com 0 lbirapuera , com o con sta no Registro Gera l (l 4).


30 No inventario de Isabel Mend e s ficamos conhecen do seu vizinho Perc Domingue s que re cebeu terras em (Toea da construcao de uma igreja nao identificad a . ( IS) A traves de urn documento do notorio A ntonio de Proenca teremos co nhecime nto de Jorge Mor eira ( 16). Por vo lta de 1585 deve ter-se fixa do no loca l Belchior da Costa que ocupara futuram ente a s cargos de almotace l. tabe liao e escri vao da Camara ( 17). Ao comperecer pera nte a Camara para defe nde r-so do crime . Barto lomeu Fernande s declara ser morador do Ipiranga (18)'' Do s varies Domingos Go ncalve s que habitavam na Vila . urn era proprie tario ipirangui sta . ( 19) Aft personagens para a lite ratura fom eceu 0 balrro. como An tonio de Marins . 0 impoluto pai de Ceci e amigo de Peri (20) . Outro que teve tern s na " para gem chamada Piranga" e que tom era seu nome tao pop ular quan to 0 do personagem alenceri eno foi Lazaro Rodrigues Piqu es . Em 1782 vence uma lon ga batalha nos c art6rios , obtendo co nfirm acao Como proprietario de um a sesmaria . (21)

Dificil entender todo 0 empenho do morador do Piqu es em terns tao reconheci damente ruins , qu ando mesmo o s padres da or dem do Carmo, indegavam pouco antes da possibilida de de tr ocarem alguma s bracas de terras do lpiran ga com ou tr as mai s pr6ximas da c idade . Bnquanto lsso alguns proprietarie s eram legalmente desapropriades de uns po ucos meiros de terras . Em 1773 a Camara julgou ser co nvenlente c analizar 0 ribei rac lpiranga . Para tanto a presidenr e de Camara , vereadores e procurador vee ter ao riacho e na pre se nce dos proprietaries Ben to Monteiro e Jose de Camargo , atentem para 0 no me , sao notificados e ac eitam a decisao qu e e proclamada " em vc z alt a e inte ligive l pe lo porteiro da Cam ara: Pos se ! Posse ! Posse ! que to ma a Cam ar a da cida de de Sao Paulo do Ribelr ao Ipiranga para efeito de co nduzir a sua agua par a a c idade em ut ilidad e do be rn comum! " E. ap os lsso . como era praxe no local , na da mais se fez (2i) . o secutc Xl X oferece para 0 historiador uma visao dife rente da realidad e pau listana . Leopardi co stumava dizer que 0 estrangetro ve 0 pais que pisa com olhos de postero . Por varies motive s que vao da curios ldade it espionagem . 0 periodo que co me ca com a chegada da Familia Im perial e prodi gc em viajantes qu e deixaram mem 6rias . o primeiro, e ta lvez 0 ma is importante , po rque do sucesso de suas narracoes e que proveio to da a proci ssao posterior, foi 0 ingles John Mawe . Entrando no Brasil pelo sui, de ixa descrlcoe s fotograficas da s Provincias do Rio Grande do Sui, Santa Catarina e Sao Pau lo . InfeIizmente nada deixou sobre 0 Ipiran ga , por on de nem deve ter p assado . Em 1815 os sabios alemaes Spix e Martins a exemplo de Mawe faz em


3' minuciosa re tacsc da sua estadia entre nos , part indo dos aspectos fitogeograficos e estend endo-se mesmo aos psicologico s . .

o suecc Gustavo Beyer em 1813 ematscomedido . nada deixan do

do que estam os tratando . o portugues Luiz 0 ' Alincoun, que veio em missao oficial em 18 18. e urn dos primeiros a expor urna viagc:m de Sao Paulo a Sa ntos

pela es trada do mar. 0 livro ed itado em 1823 tern es te suci nto lem -

bret e:

"E notavel 0 aumento que tern e xperi me ntado a povoacao da estrada de Cubatao a Sao Paul o : em 1818 er am raros os moradores: no principia deste ana . 1823. encontram -se a cada passe. Embora trabalhem nossos inimigos em fazer retrograder os progresses do Brasil. Oli o 0 consegu lrao de certo. tran storn ar 0 que a pr6d iga natureza nos concedeu . nao eobra des homens. Nao muito distante da cidade existe o cel ebre htgar chamado Pira nga, que sem pre ser a decantado nos Anais Brasileiros por ser onde 0 Grande. Imortal Pedro Primeirc procl amou pela primeira vez a nossa Ind epe nde ncla ditosa" (23). Mas . de todos os viajanle s que transitaram por Sao Paulo. 0 fato de Augu ste de Saint Hilaire nao nos legar um a descricac do Ipiran ga , como terncs , por exemplo , da regiao do Jaragua e Freguesia do O. realmente lamen tavel . Nlnguem como ele soube chegar ao .imago da paisagem e do homem paulista . Ninguem foi tao sincero, imparcial , profenco . E a sltu acao e Ian to mais lamen tavel porque precl sou aq ui estar por duas vezes , Em 1819 e depois em 1822 poucos dia s antes da Independencia . Ele mesmo lamen ta-se de nao poder cbegar ale San los, mas para noo pr ivar os leitor es de todo , baseando-se em outros viajantea, de ixa uma cescrtcso do Cami nho do Mar. Chege-se flnalmen te , 80S econtecimentos do dia 7 de Se tembro de 1822. Co ntarbacoes de orde m popular e po litica trou xeram 0 prmcipe D. Pedro I a sao Paulo . Nem bern sc lucio nados estavam os problemas da Capital. e ele sedesloca ra pidam enle ao porto de Santos , o nde outra insurreicao lavrava . Na volta desta viag em 0 sequlto e interceptado por urn correlo da Corte . Cartas de Jose Bonifacio. da Imperatriz Leopoldina e de D. J0 8.0 Vl lev am ojcvem principe ao lance teatral da prcc lamaeao . As ruidosa s ccme mcracces segue-se urn hiatc que tornou 0 verdadeiro ponto da proc lamacac um a trama policial. Nao podendo as areas desbaratadas da Capitania suprir com os gast os para a etevecso de um marco que lembrassc 0 fato , urn grupo de c lda daos tendo a fren te Antonio da Silva Prado , ped e licence para abrir uma subscrieao publica " afim de se erigir no fugar, den ominado Piranga . hum m cnumento" (24) . Jose Bonifacio da a concessao para a cc nsuu cao do marc o a 26 de fevereiro de 1823.

e


32 Nada deve ter resu ltado de pratico pais. a 22 de setembro do ano segu inte , 0 primeiro presiden te de Sao Paulo pedia a todas as Camera s Municipais que pertlclpes sem co m ajuda . A exem plo do pe dido dos carmelitas no seculo XV I II. as ed is de 1825 qu eriam tra ns ferir a erecao do mo numento para junto da cidade para maior comodidade . A Coroa re sponde per empt6ri a . dando urn categorico nao .

"Repre se ntando 0 Pres idente da Provincia de Sao Paulo . em offic io de 24 do me z proximo pas sad o , a difficuldad e que occorre para se co tlocar no sttio do Piranga 0 mon umento que se pretende erigir em mem oria do faustissimo acto da proctamacao da Independencia de st e Imperi o , pela distancia em que se acha da cap ital da Pro vincia . propondo outro loc al aentrada dac ida de ,junto ao novo Hosp ital da Misencordia e Casa dos Expostos , e p edind o par a isso faculdede : Hli S . M. 0 Impera dor po r be rn Resolve r-que , nao obstante as razoe s ex posta s no dito officio , seja aq ue lJa mem or ia inaugura da no pro prio sitio do Pira nga, e m qu e foi proc lamad a a lndep enden cla Polit ica do Imp erio , e c nde per isso as ger acce s futuras de vem celebrar a lembran ca de tao extraordtnario e feliz acontecimento . 0 Que man da pela Secretaria de Estado participar ao sobre-dito Pres ide nte para sua intelligenc ta e exec ucao . Palacio do Rio de Janeiro em 9 de abril de 1825. (a) Est evam Ribe iro de Reze nde." (25)

Ao presidente da Camara co mo dista so re st ou pe dir que se fizess e co m toda a brevided e urn marco no verd ad eiro loc al do ato . Pou co dep ois a Camara respondia:

" v ereeoce extraordinaria de dois de Se tembro de mil oiti ce ntos e vinte ec inco: Ao s doi s dias do mez de Setembro de mil oitocentos e vint e e cin co , nesta Imp erial Cidade de Sao Paul o e sitic do Piran ga , onde foi vindo 0 Senado da Camar a , com posta do Presldente , Dout or Juiz de Fora , Er nest o Ferreira Fr an ca , e v ereedores Cirurgiao-Mor Francisco de Paula Xavier de Toledo, Ce pitec- Mor Eleu terio da Silva Pr ado e Capi tao Ant on io Bernardo da Veiga. este transacto e aq ue lle actual. e do Proc ur ad or Capitao Jo se Rodr igues VelJoso de Olive ira, e os Cidadeos abaixo essignado s , para dar-se cumprimen to it portari a do Bxce llentis simc Pre sidente , de vinte e nove de Agosto proximo pas sado , na qual, em co nsequencta da ordem de Sua Magestade 0 Impera do r , tra nsmitida em Portari a da Sec retaria de Estado dos Negocios do Imp erio . de nov e de Abri l do


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corrente anna . ordena ao mesmo Senado examine e designe o lugar mais proprio e co nve niente oeste mesmo snio, em Que foi proc lam ada a Indep end enci a Pclitica do Imperio , para netle se inauguar 0 Monumenlo dest inad o para fernbranca de lao fausto e memoravel aco ntecimento. Senda ahi accordou-se unanimemente que 0 lugar rnais pr6prio par a este tim he 0 que se ac he em huma emin enct a , sahindo da ponte do Piranga para 0 lade de San tos, na extremidade de huma linha de cento e oitenta e quatro braces . tirada da dita ponte oa direc ao de dez gnios de Norte a Este, vist a unir as va ntagens locaes 0 ser 0 pro prio em qu e Sua Magestade 0 Imp erador dell 0 grito da lodependencte Politica do Imperio : tendo-se marcad o 0 dito lugar co m as Cidadaos ass iste ntes , e eu Bernar dino de Senna Reis e Almeida, Escrivao da Camara 0 escrevy. Franca . - Toeldo. - Velloso. - 0 Brigadeiro , Joaqu im Marianno Galvao de Moura Lacerda. - 0 Tenente Coronel Jose Maria de Mello. - Jose Manoel de Franca. - Fra ncisco de Castro do Canto. - Esta co nforme. Imperial Cidade de sao Paulo aos tres de Setembro de 1825. 0 escrlvao da Camara Bernardino de Senna Reis de Almeida" (26).

Tentando reparar 0 descaso da Camara paulista que nada mais fez. a do Rio de Janeiro se propOe a inclar uma subscricdo nacicnal para a editlcaca o do monumento . A 7 de setembro , nem mesmo a co locacac da pedra fundame ntal pode ser feita. A solenidade e adiada para 12 de outubro . No ano seguinte a muito custo consegue-se estaquear os alicerces do lamentavel projeto comemoratlvo. Constaria de uma base quadr ada com 13 metros cada lado . Uma escadaria de 14 degraus levava a urn cone que ficaria a 14 metros do solo. 0 resto da decoraceo era ainda mais Iamentavel . Em 1829 sendo chamada a informer sobre 0 andamento da obra , a Camara desculpa-se da paralizacac do marco . Orcado em 21 contos e 500 mil reis , a subscricao s6 atingiria I conto e oitocentos mil reis , engolindo 0 alicerce I conto e cento e quarenta mil reis (27). o des lnteresse , para nao dizer descaso dos paulistas para a erecao do monumento preocupou varies historiadores; Taunay em especial. Aqui e ali lnvocem-se moti ves que pouco afinam com a tra ma pohtico- partidaria do primeiro reinado . E sabido e comprovado que a lndep endencia fora co nsumada no .. Gra nde Oriente" a 20 de agosto de 1822. Certamente ninguem duvidare que junto com as mensagens de Jose Bonifacio . da esposa e do pal, D. Pedro tenha recebid o uma de Goncalvez Ledo participando ao Grao Mestre 0 que se decidira na Loja. A maconaria nunca escond eu que usou 0 prtncipe no episodic do Fico e no da Independencia. Por


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ou tro Iado. D. Pedro sabia que sem 0 apo io ma!Woni co. suas embicoes dem an dariam tem po para concretiz ar-se . Sua dependencia e agradecimento fica patente SC' lembrarrnos que sa indo de Sa o Paulo a 9 de setembro , chega ao Rio apenas cinco dias depots, que br and o varie s cavalos para isso . Ainda com 0 p6 da estrada , a men os de duas horas de sua ch eg ada ao Rio. vai ao Grande Oriente para receber 0 malhete de Grao Mestre . Pouco depc ls , intrigas de toda ordem entre ele e a maconeri a e dentro dela mesma entre os andradiatas conservedores co s libe ra is levam 0 tmp eradoe, em outro lance teatral , ao fecbamento da Loi a . Co nvalescente de uma qaeda , pede a Jose Boniflicioque va ao Pace . Enqu anto 0 ministro SC' entretem com a imperatriz , cle foge pela porta do s fundo s e, unindo-sc a urn grupo leal , a brigando- se em lo ngas capas de urn aguac eiro Incle mente . c bega it Lole. destituindo Mart im Francisco da presidencia , recolhe ndo toda a docum entacao e proibindo qual quer outra sessao sem sua orde m . A mac onaria voltava a c landestinidade , Go ncalves Le dc e 0 grupo mais rad ical passam a ar ticular a qued a do imperador que haviam fabr icad o pouco antes . Nada ha de estran havel. portanto , se Jose Bonifacio assina uma ord em e . ao mesmo tempo . qui~ a . envla outra secreta anulando os efeitos da primeira . Ou se 0 grupo rad ical subvert a com exi to tude que sa ia do Paco. Afinal toda a meq ulna bur ocratica se ac hav a nas maos do s pedreiro s Iivres. T aunay , analisando 0 prcieto do monum ento de 1826. c hega so. mente it conclusao que "a estetica que a Ins pirara , era a mais deploravel " . nad a faJando da sua ccnotacao maconica evldenussima . Pouco depots, a ingenuidade de Taunay atinge 0 lipke . quando fica chocado com a falta de c1areza da (lipide cc memora tiva onde " inscre ver-se-ia a seguinte , pauperrbne, senaocatmica insque bern pouco enaltec e a arte epigrliflCa do autor : "l ndependencia do Brasil . dee larada par S . M. Imperial neste lugar no dia 7 de setembro de 1822.' (28). Nem sequer lhe ocorrera 0 argument o de que um dia poderta pergu ntar algum visitant e do loc al quem seria es sa S . M. I. "

cri~ao.

Nee teria percebido 0 Ilustre historiador pau lista que a intencao da ve neravel Ordem teria sido exa tam e nte fazer es quecida a pessoa de Pedro de Alcan tar a? Os desman dos po liticos do imperado r fevorece m 0 solap amen to subversive empreendido pela maeonaria . A 7 de ab ril de 183t ele se ve obrigado a renunciar . 0 monumento .mais do que nunca ficara na base . Todas as medidas ser ao diJat6ria s ou desaparecerao no nascedouro. Aze vedo Mar ques afirm a que de 1836 a 184 1 a Cam ara sempre votou a quantia de 4 ponte s. Onde foi empregada a verba e misterio . Fletcher nos deixou uma de scric ao do loc al . onde ev ide ncia que nada evolufr a.


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.. Antes do por do so l avistei a dis tincia a Cidade de Sao Pau lo. Sua posi~ao elevada num pequeno planalto que se vai alteando a partir da plaafcie, suas numerosas torres c cam penarios e velbos ediflcios co nve ntuels , dao-lhe urn aspecto mu ito rnais imponente do que 0 de uma cidade de rnais popula~io . An tes de galgar a elevacao , passei peJo pavilhio erigido a mar gem do Ip iran ga . para comemorar a dec lara~io da ln de pendencia Brasileira, solenemente leva da a cfeito po r D. Pedr o I . qua ndo (l de sete mbro de 1822) oest e loc al exclamou " Indepen dencia ou Morte !'

Ess e loc al de ve ser re verenciado em pensamento por tod o brasileiro, e tambem ser mem or avel em todo 0 mundo : nao e, portanto , pouco lisongei ro para os creditos do Brasil au da provincia de Sao Paulo . Iertil em patri otas , que nenhum monument o mais dign o de " bro nze ou mar-mor e mais duravel" , ate agora haja sido erigido em ccme mora eac de urn aconteci me nto de tao grande interesse para 0 pais . (29) It

Ap6 s sets anos de reinado, D. Pedro II sentiu a conve nle ncia de conhecer in loco as dive rsas regiees que tinha sob seu governo . Em 1846 era a vez da Provincia de Sao Pau lo . Pelo roteiro de visitas estabelecido fica paten te que ete quis ver ou 0 conduziram a obras re alizadas e ni o a problem as. Teriamos por aqu i algum Potemkin . fabri cen te de cenografias govemamentels, ou 0 monarca se desinteressava por necessidade? Como ele c hegara via Santos , fatalme nte quis conhecer 0 sitio onde seu pai nos desligara publicamente da de pendencia port uguese. A coosa aco nteceu a 26 de feve reiro . o gov erno paulista que em 24 a nos ni o co nseguira sair dos alicerces do monumento . em pouco tempo armoe urn pavilhio o nde 0 monarc a e comitiva fizesse m uma pausa da sempre estafante viagem pelo cami nho do mar e mudassem de roupa an tes de ingressarem solene me nte na ca pital . Que pensam en tos devem ter ocorrido a D. Pedro , homem culto , co nhecedor de obras de arte e de monumentos erigidos para come morar fatos bern men os significativos, e ve ndc apenas um a tcrrezinh a de mad eira cercomida pela intemperi e. como marco comemorati vo '! Certamente nao deve ter fica do me ncs acabru nhad o que 0 viajante Roberto Ave La Uemant em 1858 quando avls tou os escombros do barracio , pais do marco, nad a sobrara . .. Afinal , de longe , av istei Sao Paul o , muit o simp les , num a co lina sob re a de pressao . Meia legua antes dela se passa pelo ce leb re Campo do lp iran ga. no qu al, ha trin ta e seis anos , 0 Imperad or D. Pedro I proclamou a independencia do Brasil. Aqui se elevam da terra pontas de vigas que ' outrora formavam urn pavilhao de festa . Nen hum mon umento orna 0 memoravel sltio " (30).


37 Pore m. nem mesmo a visita mon arquica trou xe modiflcacces . No ta-se a ca da tan to urn re avivamento do interes se . mas sempre apoiado na iniciativa particul ar . como em J8SSquando e propostamais um a das infindavei s subscrlcces prov incials que c ida daos bern aquinhoado s como Rafael Tobias de Aguiar . a s baroes Sou za Que iroz. Iguape e Tiete , as conse lbeiros Gurgel e Ribas e as corcneis Toledo e Silva Teles de veriam a padrinhar . A resposta de T obias de Agu iar. modelo de sibilinidade , e aqui evidenciada para melhor co mpreendermos por que determin ado s econ tec imentos tern pos tergac ao Infinite , quan do picuinh as pessoais ou gru pais se elevam eci ma das exigenci es globais: " por que e cotnesinho que a s mais proprios para e xecutare m urna lei sao aque les que a confecc lonaram, a u entao. em harmon ia co m seus auto res, havendo por isso mutua con fianea: e nao me ju lgando , neste caso , visto qu e hc nro-m e de professar os principios do parti do liber al . 0 qual tern sido e xcluido de represen tar a Provincia nas duas ultima s legislature s. que hoje sao do dominio publico . perece -me . portanto . ma is acert ado limitar -me a oferecer so mente , como contribuica o , uma pedra para esse padni o que deve levar para a posterid ade um sucesso tao glorioso e contan to maior praz er , quando e certo que nessa epcc a memoravel nao fui expectador Indifer ente." (31) Co mo se ve . 0 ultimo mari do da Marquesa de Santos negava seu apoio base ado em querelas part idArias que ma l cesevem com quem se ufanava de nao ter sido " expectador indiferente" . Emilio Zahrar , visitando 0 sitio em 1869 da tam bem seu triste testemunho: .. Para quem sat de Sao Paulo pela estrada de Santos . depols de haver deixadc 0 pltoresco sitio da Gloria. celebre por uma cas a que se ve distan te do cam inho e pe lo eco que ai se desafia nas belas noites de luar , 0 primeiro obje to digno de ate n~io que encontra e. a pouco mais de uma legua da cidade , urn tugar esteril , abandonado e ermo . onde apenas crescem algumas erv es rasteuas e arbustos enfe zade s , por entre os quais serpeia urn triste arrcic , e onde imperam a sc lldao e 0 silencic . Esse lugar cbama-se campina do Ipiranga! Nao ha ai um monu mento. uma co luna, uma pedra , uma estac a ao menos que indique ao passan te ser esse 0 atrio o nde se consumou 0 fato mais brilhante da hist6ri a nacional, e onde se gravou a data imort al da independe ncia de urn povo"! (32) As zeladorias, co missOc:s e ofereci mentos nada trouxerem de pratico , mas em 1872 ccorrem alguns fate s trevosos , provavelmente s6 compree nsiveis a luz maconica. 0 governadar Visco nde do Born Retir e , ordena ao engenheir o Carlos Rath u ma planta minucio sa do l piranga , exumando em seguida a pedta co loca da em 182.5 . Mais


38 estranhavel se torna 0 fato por que tres enos ap6s. quando da sua gestio it. testa da Provin cia . Joao Teodoro mand a rep6- la no mesmo local com grande ap arato . Quem sabe se a pressao exercida pelos estu dantes da Fac uldade de Sio Franc isco nao estava pre sente nessa atitude. Almeida Nogueira e Spen cer Vampre informam que to dos as anos eles organizavam romarias ao Ipira nga no dia 7 de setembro . Estariam eles pre sentes em outras pressces, como a do vereador cap itio Jose Homem Guedes Por tilho que a.5 de agosto de 1875, em termos can den tes pede a Camara: 1.0 - que ela apresente 0 hlstoricc do ocorrido sabre 0 monumento do Ipiranga. 2.째 - leve a efeito a cbra. 3.째 - convoque 0 pu blic o e 0 fa~a part ic i par de tudo (33) . Em c o nse que nc ia , rearticulam-se co missoes, pedidos , donative s , projetos e toda sorte de exteriorizacces vazias. 0 vereador pedia Infor macce s e exlgia atitudes, mas nunea foi informado da destmaeao dos donativos ofertados per varies mecenas que nao carregavam os prurido s do " expectador indiferen le" . o eomendador Jeronimo Jose de Mesqui ta dir ige Ii Camar a Municipal de Sao Paulo 0 seguinre oficio" . "I1u strissimos Senhores. A necessidade de erigir-se nas margens do Ipiranga urn monumento que mostre aos vindour os 0 logar onde se soltou 0 glorioso grito - Indepe ndencia ou Morte - que tom ou 0 Brasil por encanto Imperio e Imperio livre , e altarnente sentidapor to do s os coracoes patri6ticos e a AssembJeia dessa Provfnciaassim 0 tern, por veze s, rec o nhecido , co nsignando quantias par aaquele tim. Co nvencido 0 abaix o assinado de que nao pode por mult o tempo demorar -se a realizacac de tao nobre quao ele vado pensame nto e certc por outro lado de que nao haver a no Brasil quem deixe de concorrer Ii proporcac de sua s forces para auxiliar os Poderes do Estado nos meios que julgarem co nveniente decretar par a quae s se leve a efeito este verdadeiro empen ho de hon ra nacio nal , lembro u-se de dirigir a V. V. S. S. ofertando a quantia de 5:000$000 e comunicandc que es ta autorizado pelo Conde de Born Fim par a oferecer igual soma . As ditas quantias serao por eles depositadas no Banco Rur al Hipotecarlo onde flcarao vencendo ju ro s ate que se principie a construcao do Monumento acirna referido para 0 qual sao exclus ivamente destinadas . 0 abai xo a ssinado pensa que em nenhurn lugar podia ser mais cabido 0 seu oferec imento do que na 'Provincia que tern a gloria de ser aquela em que foi proclamada a Independencia do Brasil pelo Augusto Fu nd ador do Imperio" (34).


39 E nao se pense que 0 mo numento era um a excecao. Como a cidade socontasse com urn teatro , que ja nascera anqu ilosadoem 1793, pais era a rea dap tacao da antiga Casa da Pundacao, que por sua vez sofrera reformas por ser antes a residencia do s capitaes generais. Como promessa governamental pouco cust a , a cada tant o discuti a-se urn teatro "a altura dos paulistas " . S6 em 1856 0 govern o contrata a obra com A nton io Quartim Barb osa , personagem tre fego , sobre 0 qual os memorialist as meno s contun dente s 0 c1assificam de " empreiteiro de obras sem tim " . Dois ancs apes , como nada havia sido proietado , 0 govemo rompe 0 co ntrato. Pouco depois e feito outro , ob rigando- se a Provincia a fornecer 0 terr ene e ele 0 ediffcio. verbas c om de stinacoes misteriosas e nOV06 contratos pululam . Em 1858 nem mesmo a planta estava pronta , mas ele ped ia ma is 20 contos e so entao a tao " importa nte " pedra fund amental e c oberta de terra e, logicamente , discurso s sem fim. Os Anais deixam transparecer aqui e ali a rocambolesca troca de inter esses entre Quartim e os diversos homen s que estiveram atesta da Prov incia . Finalmente , em 1864, inaugura-se 0 Te atro Sao Jose pela primeira vez. Dizemos isso porque ele foi dado ao publico com as paredes internas e extemas sem acabamento e a plateia .. . sem cadeiras . To rno u-se folcl6rico 0 espe taculo da chegada do s espec tadores carr egando seus banqutnho s, ou de es cravos levando par a seus senhores cadeiras e assentos maiores.

Dez anos mais tarde ele consegue mais 47 co ntos para alguns re toques e temos out ra inaugu racao . Em 1886, quando To scanini quase estreia na regencia em Sao Paulo e Sara Bernahardt sur ge pela primeira vez no Brasil , os jornais fa lam em aca bamento externo. Poucos edificios terao uma hist6ria tao re cheada de " peripecia s teatraia " . As Atas , nos seus prim6rdi os, falam de inclinaeao que os paulistas tinham pelo jogo. Viajant es e jorna is mais tard e co nflrmar ao os fato s . Como derradeira medida para levar adiante 0 projeto do monum ento 0 govern o recorreu as loterias . E surtiu efeito . Em 1881, a primeira extracao rende mil contos, poss ibilitando , em defin itivo , a saida do projeto da Iese qulmerica para a real. 0 arquiteto italiano Thomaz . Gaudenclo Bezzi apresenta 0 esboco de um proieto . Tre s ano s serao gastos entre 0 governo e Bezzi para chegarem a urn ponte comum . 0 governo pede um edificio que abrigue uma escola, enquanto 0 italiano fica irredutivel na construcao de urn palecio . Em 1884, aind a sem acordo tot al , comeca-se a obra sob a supervisao de outro italian o Luiz \ Pucci. A hist6ria s6 regis trou es tes dois , mas a 16gica indica que alem do " cappomastro " , tam bem da mesma origem seriem os car pinteiros , frentistas , pintores, marcin eiros , pedreiros , etc ., porque os trabalhadores da noss a claudic ante arquitetura imperial , toda ela baseada na .taipa , nao estavam prep arados para 0 alto vee, que representava na


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epoca 0 edificio de Bezzi . Uma co ntlnuacao lcgica , em estilo e escala proletaria , terfam os dali para a frente nas cas as do Bexiga e Braz . A maquete do projeto original deix a clare que apenas parte dele Ioi ed ificad o . pois 0 format e ern E exigina que se us 123 metros de fren te pOT 16 de fundo fossem coroados per duas alas . Mas so 0 fato da teimosia do ita liano ter levado a o bra aquele estagio . mer ece nossos louvores , pai s 0 govemo continuava na trilha da filosofia exposta no dia .da inaugurac ao das obras a 25 de marco de 1885 por Vieira de Carvalho . Rangel Pestana e Antonio Carlos :

" urn Instituto Cientifico, uma academia expressamente de stinada a difundir a Instru cao cie ntifica apro priada ageneralidade da populacao. crea da nao para fazer sabios, mas para generalizar a instru cao cientifica popular.. .' (35)

Tal-m ay observa que 0 Monurnento nao devia ser obre escultural e sim arqu ltet onica, capaz de urilizacao prat ica e cultural , sede de algum estabelecimento de educecao e instrucao . Isto nos da a clara ideia da mentaJidade positivista j a reinante na epoca e que vigorara por um certo perfodo pois podemos ver como exemplo que as publicacces tem um cunho pragmatico ecientifico voltado especialmente para a area de exates, onde se da erencao especial a biologia . Durante a execu cao da obra 0 govemo apro vou uma planta de Luiz Pucc i para a co nstruceo de uma avenida que , partindo do Ipiranga, em linhareta atingisse a Igreja do Braz , atravess andc a Mo6ca . Desta forma os tees bairros proletanos em formar;ao estariam facilmente unido s . 1.J . Ribeiro em 1901lamenta que ap6s a eproveceo nada mais fosse feito , falando nas melhorias para 0 saneamento que trari a a obra . Tambem como cons equencla do predi o e da mao de obra especializada no local em 1889 " os cidadaos Ju sto Nogueira d ' Azambuja e Francisco de Souza Paulista as sinam com 0 President e da Provinci a co ntrato para urna Jinha de bonde , a co lina do Ipiranga , partindo a mesma do Largo da Se". Deve-se tambe m a Justo e Clfmaco Barbosa a fundacao da lgreja do Cambuci , onde os ipiranguistas iriam buscar conforto es piritua l mais proximo, pois antes s6 poder iam faze-lo no centro da cid ade ou no Braz. Outros confortos tamb em sao evidenciados " Os engenheiros Luiz Rafael Vieira Souto e Horacio Rodrigues Antunes , requerem a lm end encia Municipal da Ca pital, conce ssao para a fu ndacao de casas para operarios nos bairro s de Perdizes. Mo6ca , Tijuco Preto e Ipiranga , de acordo co m 0 plan o aprovadc pelo Decreta-Lei de 19 de fever eiro de 1887" (36).


41 Nada resultou de pratlco . Importante e s ituer que de 1885 a 1900, per lodc da ccnstrucdo , 0 Brasil atrav es sou as ultimos e contur ba dos Ministeri os l mperials , Abolic ao , Republica e Encilhamento .

Em 1890

0

governo paraliza as obras , tancandc a vergonhosa

me ntir a que poueo faltava para a conclusao , a pe sar do s corpo s laterals nem terem side co mecados e as partes int er nes estarem pra ticarnente

nuas. Ate 1894 ele fica fechadc sem rnesrno

0

go verno de cidir-se po r

urna filosofla de usa . Enquanto isso Deodoro renuncia . Floriano governa com a es pada e le is excepcionais, Prudente gan ha as eleie oe s e

o govem o chega a conclusao que ce ntes .

0

predio custou mil e setecentos

Ainda em 1894 sao le vadas para 0 Museu as aquisicces do Major Sert6ri o e Fr anci sco de Paul a Mairinque . 0 governo, flnalm ente . decidira-se par urn Mu seu em lugar da esco ta. Bezzi triu nfara . A 7 de set embro de 1895 e sol ene me nte inaugurado . Desta vez e , cre mes que unica , a festa aconteceu na data preclsa. Ao predio , porem . falt av a muitas po rtas eianelas. A tragi-c omedia do Teatro Sao Jo se re petia- se . Em 1907 0 go verno incumbe 0 paisagista Arsenio Puttemans de ajardi nar a area frontal do Museu . A se julgar pelas pou cas fotos exlstentes , 0 estilo dado a jardinagem , roda ela tendendo para a geometriza cao , sem rebuscamento, e bern mais condizente com a arquitetura de re ml niscencles renescen tistas do predio , diferente , port anto. do s atuais jardins de tendencia barroc o fra ncesa . A interven cao pai sagist ica de qu e Arsenio Pu temnas lancou mao , co m es plendido senso de escala e opo rt unidade, completou a imag em do primeiro conj unto . De acordo com Claudio Gomes , 0 qu e veio depois naofez mais do que confinnar 0 acerto da solucao paisagistic a : a impl an tacao , em 1922, da " gran de percee ' ar borizada rit ma dame nte de ambo s os lados qu e , na melhor tradicao renascenusta, como a anterior . Ieva e conduz o observador an longodo quilometroe meio da Av . D. Pedro L de sde 0 seu inicio, na Av . do Estado, ate a praca do Monumento , pre parando-o depois em len ta subida para 0 climax da escadaria mo nu mental e do portico de o ito colunas do Mu seu Pau lista . De acordo com a lei de n .o 1324 de 3 1 de outu bro de 1912, te mo s 0 seguinte de creto : , . Auc toriza 0 Governo a promover a erec cao de urn menumente , no Ypira nga, que perpetue a pr oc lemacao da Indepe ndencia Nacional.


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o dr.

Francisco de Paula Rodrigues Alves. Presidente do Estado de Sao Paulo , Face saber que 0 Congresso Legislative decretou. e eu promulgc , a lei seguinte : Art igo 1. 0

o Governo promovera a ereccao de urn mon umento que perpetue , na collina do Ypiranga , a proclamacao da lodependencia Nacional . podendo, para esse tim, ente nder -se com 0 Gove rno da Uniac e os do s Estados , de modo que 0 monum ento project ado ten ha caracter nacional . Artigo 2.°

Fica 0 Governo auctorizadc a abr ir concorrencia pub lica, no paiz e no estrangeiro , para serem apre sen tados, dentro do prazo de urn anno , proiecto, planta maquette e orcamento do re fendo monum ento . Arrigo 3.°

o auctor do project o que fOr clas sificado em primeiro logar , tera dire ito a urn prem ia de 30:000$000, em Ma eda brazlleira . e o do que fOr c1assificado em segundo logar , a um de 15:000$000, em egua l moeda . Art igo 4.° Fica 0 Govemo auctorizado a premier , com a quantia de , 1O:000s000, em moed a br azile ira , a melhor monographia que for escripta, em lingua vernac ula, es pecialmente sobre o aco nteci me ntc de 7 de Setembro de 1822, e que devera ser distr ibuida em commemora cao a inauguracao do monu me nto a que se refere 0 art . 1.0 . Artigo 5.° Fica 0 Govemo auc torizado a abrir os creditos necessarios para a execu cac dessa lei. Art igo 6.° Revogam-se as disposicoes em contrario .

o Secretario do Estado dos Neg6cios do Interior assim a faca executar . Palacio do Gove rno do Estado de Sao Paulo , em 31 de Ou tubro de 19J2. FranciSlco de Pa ula Rod rig ues Alves Altlno Arantes.


43 Publica da na Secre taria de Estado dos Neg6cios do Interior , aos 4 de Novemb ro de 19 12. - 0 direct or -geral , Alvaro d e To ledo ." (37) Te rn in fcio 0 I I Ate : so me nte em 7 de se tembro de 1917 sera aberta a concorr e ncla (38) e de acordo com as normas estabelecldes, em 1920 inlcla- se a exposlcao de " maque tes" do monumento lndependencia .

a

" Nas salas do Palaci o des Industrtas enco ntravam -se expastas os projectos dos srs . Jorge Krug , de S . Paul o ; Garuffi , de Roma: Roberto Etzel e Luigi Con tratti. de Turim; Ettore Ximenes , de Roma: Dinini Cesare e Aida Scala . de Roma : Luigi Brizzolara. de Roma: Bibiano Silva, de Pernam buco ; Lucio Rossi . de Buenos Aires; dr . Victor Mercado e H . Bek kenist, de S . Pau lo; Annibal Saint Ambrien e Alberto. Pacheco , de S. Paulo; A. Sterup Hansen . de Dinamarca; Anton io Banchine , Fellipe Pedro Nenine e Luiz Raffo, de Montevideo ; Terengio Granetti , de Buenos Ai路 res; Grim , da Suissa ; Zochi, de Roma; N. Rollo, de S . Paulo; Edgard Limone , de Napoles ; Angel Gorge Diaz, da Hespanha; Charles Kec k, de Nova York ; Inocencio Soriano, de Madrid ; Mario R. Pinto e Fernando Fre nck, de S. Paulo: Torquato Torre e Jose Ferro, de Buenos Aires (39)" . A partir de 30 de marco de 1920. varie s crftico s de arte iniciam uma co nstante apreclacao scbre as maquetes expostas co m defesas e ataques Olio somente aos arti stes mas , principalmente ao criterlo moral do govem o. A mais expressiva. de Monteiro Lob ato , que segue na sua integra abaixo, saiu nojornaJ "0 Parafuso" , urn dos mais co ntundentes da epoce:

o "GRILLO" X1MENEZ

Vae fazer urn anno . Era em Guaruja. A formosa praia reunia em suas areias gritantes a alta gomma da Paulicea , que , de figurino na rna!" purgava-se alii das toxinas eccumuJadas na capital. Em dado mornento cruzou co rnnosco urn typo enfunado , de marca e xotica . com esse ar petulante dos que c hegam a colonia vern e vencem . - 0 escu lpror Ximenes , coc hichou -nos urn amigo . Eo tal 'que vae fazer 0 rnonumento da Independencia.


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o co ncurso para esse monumento , aberto em 1917, ia encerrer-se em 1920; estranhamo s, pols , que , co m tam anh a antecipacao , ja se apontasse na rua 0 vencedor. - Vae fezer , como? inquirimos . Nao esta encerrado 0 concurso, nao se co nhece m as projectos , nao houve julgamento: como ja pede haver urn vencedo r? - Ingenue ! Nioconheces ainda S. Paulo? Julgaa. acaso . que urn certamen arti stico possa ser regido por urn criteria moral differente do que reg e as casas politicos e as concursos para empregos pdblicos? Concorra quem concorrer , Miguel Angelo, Rodin ou Jevach , resucitados , 0 vencedor ha de ser este Ximenes . Elle " cordou cedo" , ja teceu as paus ,j a organiaou a victoria . Outros serao eteitos , 0 "reconhecido" sera elle, Veras . Calamo-nos. Pessoa intima do situacionista que era 0 informante devia ter razces ponderosas para falar com tamanha seguranca . Mas em nossa mente fieou uma duvida . Era impossive l que 0 espirito negocista do alto eothurno dominante chegasse a ponto de bancar corretagem sobre a ca beca de Jose Bonifacio. ou cotar na Bolsa 0 grito do Ipiranga. Nao iriam ate la. Por mais phenicias que sejam as almas diante de um monumento nacional, onde esta em symbolo a patria, a traquibernia adormece . ,N ao! Nee c hegariam a tanto. o tempo corre. Passe-se mais um anno. Abre-se no Palacio das Industrias a exposicao das " maquettes " . Concorreram vinte e tantos artistas. 0 povo , dias e dias , enehe 0 recinto. Toda a cidade commenta , discut e. toma partido. Forma-se a opiniao. Opera -se 0 inevitavel trabalho eliminatorio e. no lim em causa , 0 de Etze l, 0 de Brizzollara , 0 de Rollo . o de Etze l-Contratti ve-se consagrado pelo grandioso das linhas geraes da nossa architectonica e peIa optima escolha e factura dos elementos esculpturaes alegoricos . O de Brizzollara , fulgurante autor do monumento it independencia argentina , recebe 0 voto incondicional de quantos quer em na obra de arte uma nota modema , pessoa l, f6ra des chavOes classicos vulgarisados no monumento inteiro por urn uso e abuso excessive.

o de Rollo alca nca a palma da victoria. Este jovem artista. ha sete annos resident e no paiz, soube criar uma linha architectonica damais rara belleza, sobe rba de equilibrio e repouso, aespacos quebrados por massicos esculptu ras onde perpassa urn sopro de genio.


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Toda symbolica, sem notas veristas au ane cdoticas que a fizess em prosaica , domina-a uma ideia centra l de fundo alca nce philosophico . E urn conceito ample de indepe ndencia como 560 tern as sociclogico s. Esta idea ergue 0 monu mento inteiro , no todo e nas partes , de modo a fazer delle urn poema de ram unid ade . 0 povo sentiu que es tava d iante de uma obra de genic e . hypnotisado pela forc a magica da belleza, agglomerou-se em redor da maqu et te , co rnulando-a de todo s a s louvores. Cobriu-a de inscripcoe s ingenuas , mas fogo sas , onde punha em palavras a s arrepios de enthusiasmo que 560 grandiose costuma arrancar , Unisonos c om 0 povo , as art istas todos da Paulice a, as critico s, osjomalistas, num " ruch ' soberbo , victoriavam 0 he roe do dia . Vencer a Rollo . e S. Paulo iria ter a honra de erguer no lp iranga 0 mais bello monumento da Americ a do SuI. Estavam as coisas nesse pe; quando 0 governo nomeia urn tribunal julgador. Juizes que seriam de escriptura e arc hitectura foram technicos de ssas artes os escolh idos ? Nao. Mas empreiteiros , vereadores , engenheiro s, funccionario s publicos . Tinham competencia para j ulgar na materia? Nao . Nem estavam alii parajulgar e sim referendar urn julgamento ja feitc nas ante camaras pelos correctores do negocio . E esse tribunal escolheu ... 0 projecto de Etzel? 0 de Brizzollara? 0 de Rolo? Nao . Esco lheu 0 de Ximenes, urn proiecto que 0 concurso unan ime da opiniao vaci llara em collocar no .quarto ou no quinto logar . Mal correu a noticia , foi de estupor a impressao da cidade . Depois , veiu a revolta . Nao houve alma bern formada que se nao sentisse presa de urn profundo engulho - 0 mesmo engulho que S. Paulo sentiu na cam panha contr a Luiz Barre to e, mais tarde . na campanha co ntra Ruy Barbosa. Bntretanto , os homen s sendo os mesmos , 0 extraordinario seria se procedessem de outro modo . Foram logicos ...

...

.

Que vale . como arte , 0 projecto ado ptado? Bern pouca coisa. E urn presepe de gesso , vazio de idea . frio . inexpressivc. Nao diz nada . Limita-se a explorar 0 bonito esse grande inimigcjfobello.. Alem disso, "e sta ~odielementos incongruos , que 0 maior sophista de arte Olio consegue justificar. Enfeitam-no duas esphi nges aladas. Por que ? Qual a slgnificecao dessa nota egypcia? Lateralmente ha


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dais le oes de asas . Por que ? Qual a mte ncao desse toque assy ria ? Atras figura m mais dais lece s estes sem azas . Por que? Qual a mira dessa homenagem a Numidia? No grupo centralha urncarro de triumpho tirade per dai s cavallicoques e guiado por uma mul her greg a . Em redor della. ape . cami nham figuras gregas ou romanas . Na fabada do tro ly, urn indio ... Pery , visivelment e, 0 Pery des mambenbes lyriccs que escorcham 0 Carlos Gomes pelo interior. Esse grupo nao diz Dada e s ignifica 0 que quizer. Em ultima analyse . 56 significa uma coisa: a po breza mental do artista . Ha rnais, nas esquinas, quatro fruteiras de omamentes , lerobrando esses vases de Iouca do Porto que as antigos mestres de obras punham na-platibanda das casas . Ha ainda . nos ca ntos quatro colu mnas com a classica rnulherzinha no tope , segurando a coroa de louros . Chega a ser debtlidade de esplritc lancer mao desta tolice num rnonumente rnodem o.

Mas 0 esculptor nao nos perd oa um c bavao sequer do seu vasto arse nal, e co mpleta a serie com urn altar da patria , no primeiro plano , onde arde , em ridiculas chammas de bronze o " fogo sagrado" ... Fahou so escre ver , com 0 c haru tc do co nse lheiro Accaci o, num degrau da escadaria, 0 suculento .. Honra ao merito " , Arc hirectonicamente , a massa . dividida em pIanos lguaes , sern urn onde repousem os olhos , e inepta e digna do indio da pyra , dos leoes e das greguinhas . Ha ainda urna frisa onde se ptagla . com 0 mais des lavado topete , 0 quadro ce lebre de Pedro Americo - estragando0 , porem .como uma variante de interpretacao grotesca . D. Ped ro , de boca aberta, esta a proferir 0 grito, e a co mitiva , em vez de, electrtsada , attender a voz do imperial senhor , co rcove a. sacode espadas , da pinotes, berra, zurr a, como farr ista em dia de festa . depois de grosse beberete . Desse projecto disse 0 " Estado de S. Paulo" , onde tern voz 0 mais honesto, serio, competente e commedido dos nossos cr iticos de arte "Organicamente" , por si mesmo. pela force da expres sao propria , mill diz nada . E urn monumento que , co m variantes, podera estar no Brasil ou na colonia do Cabo . E necessario que tenha ao lado um cartaz explicative . Ou , por outre , e urncan to muito harmonioso mas sem palavras ." Eis 0 que e 0 "grille" Ximenez: urna coisa que nao diz absolutame nte nada . Mas nao dira nada mesmo? Nao diz nada do ponto de vista esthetico , mas , do ponto de vista moral , e eloquentlsslmo . Diz muito . Diz demais . Diz tudo que nao devia dizer.


47 Diz que " ha alguma co isa padre no re ino da Dinamaroa" . Diz que Sao Paulo tern 0 que merece , urn esteferm o aa ltura da sua pclitica , do s seus mecenas villamarianesco s , da sua mc:diocridade me ntal . Diz que sao Paulo e rico . mas nao e fino , nao tern " delicatesse " . Diz que S. Paulo e " grilleiro " por temperamento . e que tanto engriUa as boas ma nch as da terra Ta xa com a nobre erte de Rodin . Diz que a palavra de S. Paulo nao merece fe . e que foram prodigiosamente ingenuos os artistas que tomaram a serio a comedia do co ncu rs o . Diz que serao, mais que inge nues , cretinos , os art ista s que , daqu i em diante , concorrerem a futuro s certames . Diz que 0 negoc ismo invadiu tude e , it seme lhanca da estreUa de absintho do Apocalypse , covenenou todas as aguas , a com ecar da fonte Cas taglia. Diz que 0 mente e nada, e a cavecso e md o . o monumen to a erigir-se no Ip iranga nac com memorara, pois, a indepe ndencia do Bras il. Co mme morara, sim, uma phase do nosso crepusculo moral. Victoria da medi ocridade petoleira, CASO DE ARARAS posto em gesso , eleicao Barr eto- Valois fundida em bronze , campanha contra Ruy lavrada em marm ore , 0 " grillo' Xime nez noo pas sa de urn mensageiro preposto a lever 80S ROS SOS netos uma mensagem eloque nte: "Somos as modemos phenicios: " engrillamos" rudo , ate 0 grito do l piranga . Queridos netos , nada de idea hsmos! 0 mundo e dos cavadore s. Cava. pois !" MONTEIRO LOBATO . (40)

o co ncursorealizou-se em 19de ju nho de 1919: Como se pode ver em tod as as maqu etes , 0 espfrito do Neo-Classico e a figura de Davi continuavam a Impera r na cultura brasileira. De qua lquerforma. pe los desenh os sa tuico-humorfs ticos feito s no jornal " 0 Parafuso' de 31de marco de 1920, 0 "estilo" j3. vern sendo ridicularizad o pelo grupo intelec tual de Sio Paulo . 0 pr6pri o nome do art igo •• A exposi~io de ' maquettes " no rsq uelelo do Palacio das lndustrias" (grifo nosso ) pOe bern as claras a etemo nao acabamento das ediflcaeoes nessa cidade, po is 0 Palacio das lndustrias s6 vai ser acabado por Nico la Rollo , co mo c ompenseeac pela nao vit6ria do Monumento do Ipiran ga . trabalho este que contava urn alto relevo , quatro estatuas e do gru po Progresso . Mario de Andrade , no seu art igo " De Silo Paulo " , de nov embrc de 1920, cementa sabre a preferenci a dada aos estrangeircs , mas parece-nos que se nao fosse para as maos dos italienos, cairia nas maos dos descendentes de esccla de Lebreton .


48


49


50 Monteiro Lob at o defende 0 pr ojet o de Nico la Rollo conIra

0

vitorio so que foi 0 de Ettore Ximenez , e es te apesar de. co mo co menta Mario de Andrad e

"0

i1u stre

Sf .

Xirnene s , qu e de lo nge veio. infiltrara

a co lina do Ipiranga co m 0 seu co lossa l ce ntro- de-mesa de porcelana de Sevres " (4 1), nao fica longe dos areas de triunfo de Rollo . da apocalipse de Brizzolara . etc ... .. V ma da s razce s que circulavam Q3 epoca para exp licar 0 triunfo de Ximenez fol de que 0 escu ltor ita liano fizera 0 mo numento ao czar da Russia . porem , co m a re volu cao bolchevista . se u trabalho ficou inaprove ita do . Assim , po is, seu enorme esforco no proieto da biga romana e as dai s ca valos encontro u aplicacao aqul em S. Paulo no Monumento it Independenci a ... (42). A revista "The Sphere " e 0 .. Daily Graflc" de Lo ndres e a ' Dome nica de Corriere" de 18 de junho de 1920, estampam fotografias dando co nta de urn monum ento que serla co loca do na Belgica feito por Ximenez que e identico ao proposto para marcar a nossa lnd ependencia . Russia ou Belglca e mesmo levand o em co nta o unlversalis mo do mu ndo da arte , os ideais e os momentos de transforma cao nao se c asa m; perguntar-se-ia tambern, para que dois monumento s identico s , com tanto a pesqui sar nessa area . Mas 0 probl ema nao para at, nas cr lticas , nas satirizacoe s, " nas altas da Boisa ou corretagem" e nem nos apoio s de Fre itas Valle e Rangel Pestana . 0 cru ciant e problema das verbas de 1829; de 1836 e a de 1875 e a de ... vottava atona. Ap6 s viajar a Italia para dar " inicio ao seu tra balho" , Ximenez dirige ao gove rno do Estado em fevereiro de 1922 urn re querimento alegando ser insuflc iente a quantia de 1 3 00 . ‫סס‬OO$000 para a execucao das obras do Monu mento da Independenci a; pedia u rn aumen to de 2 600:000$000 atim de conclui-las , mas . em 5 de outubro de 1922, Heitor Pen teado, entao Secretario da Agricultura, indefere 0 ped ido . Te rn entao continuidade os debates entre os jornais . A Gaz eta defende ,o Correio e 0 Esta do atacam Ximenez , Enquanto ocorre este ziguezague lingulstlco . ond e eco locado 0 aumento de precos porcausa da guerra , a mao de ob ra, nas co ntratacoes das ob ras com outros cc nstrutores, na falta da esca dar ia , qu e Ximenez diz nao estar Inclusa em seu Monum ento . cheg a 0 Centenar io. Na historia de Sao Paulo , 0 " vir a ser " e mais uma vez inaugurado . S6 que desta vez , sem 0 alarde dos jorn ais opo slclon ista s , pois nen hum comentou 0 fate , ape sar de nas fotogr atias observarm os apenas 0 esq uele to de algo que pode ria ser um monumento. Em entrevistas , 0 escu ltor Ximenez declara que se 0 gove mo nao lhe der 2 600 contos pedidos , e le continuara a trabalhar ate que Ihe faltem por complete as forc as . E, como diria a charge do Correio Paulistano de 27.8. 1923 - " ou vern 0 arame ou 0 Ximenez morre a mingua ,. -e 0 "arame ' vela.como se pe de verifica r na lei n .v 2063 de


51 18 de se te mbro de 1925, que autoriza a abe rtura de urn credtto especi al. de I 500:000$000. para pagamento de uma gratifl cac ao ao esc ultor , e pela co nclusao do mo numento do Ipir an ga . Em 11 de no vembro de 1925, co mo vemos pelos jornais , ai nda est a se discutindo as verbas. Em fi m , em 1926. ano da mor te de X imenez (31. 12) e conclu fdo

0

mon ume nto , fica ndo complete 0 conjunto arquitetonico simbollco de Rossa Indep endencia , que , ape sar de re me xido , reestru turado . des lo-

cados seus cbaferizes. alterados seus jardins. ate construida erquibancarla de co ncreto , etc ...• tern urn enlaceamento a cidade , marca urn mom ento hist orico e e pori a de acesso fa Estr ada do Mar.

Notas I . A rroyo , _

~rejas

2. Leme, L. G.S. _ J. 4.

Caiman . P. _

elf' Silo P1Iulo. p. 4.

~ftealot:ia

Hl~tOrllI

R"dri flll/! S. £. P. _

Paullsta nl, Vol. I. p- 126.

do Bn sH, Tomo I , p . 46.

Inror mllljOes Hist6rkas so bre Sao Paulo no

secure da sua

Fu ndac ao . p . 10 1.

5. Leme, P.T.A .P. _ Nobilillrqulll PIlulist8nll, Vol. I , p. 226. 6. Tauna y . 14 .£ . _ DistOrill Srlsantillu dll Villi de Silo P1Iulo, Tomo IV , p . 2"1:1. 7.

Ae tas da Camara do Villa de sao Paul o , p . 33 1.

8.

Taun LlY 14.£. _ Hlst6rl1l Srlsct>nt lstll dll Villi de Sio PII ulo, To mo IV , p . 360

9. Con eteo, J . - A 11un~ iio de Sio Paulo, Capital Geogratica do Brasil , p . 59. 10.

RoJ ri gUI!S, £ .P. -

lnrormllliOes Hisl6rkll5 sobre sao Paulo no Seculo de

SU II

Fundacao , p . 99. 11.

urn.., P.T.A .P.

-

Nobiliarq ulll Paulist8nll, p - 124.

12. Moura. A . dl! _ Os Polioadon'S do Cllmpo de Plrlltlnlnll:lI, in: Revista do tnsuanc His tOrieo ~ Geo grafico , 110 1. 47, pp . 317 e 3 19. 13.

Idem, ibidem , p . 4 12.

14.

Idem, ibidem, "01. V II . pp. 57 e 67 .

15.

Taun ay . 14 .£ . -

16.

Registrc Geral da Camara de Sao Paulo , 17 de sete mbro de 1583.

17.

Moura . A . _ Os Povolldores do Campo de I'l.rlltlnlDlI:II, p. 348.

Hist6ri ll Sr lsc"'tb bl d. Villi de Sao Paulo, vet. 4, p . 332.


18,

Idem. ibidem . p . 4Q1.

19.

Idem . ibidem. p.

10.

Idem . ibidem . p . 453.

21. Sall", ·..tll"a . N .

4~O.

-s_ ..... 10 Hb lOrkv . vel . 5. p . 197.

22. Tal'll"ay•..t.E . - HbIOrt. d11 OdMko ckSio "'uIollOS«ulo n 'III, Vo l-II . I.- Pane . p . 188 .

13. D·..tlill"court . L. -

MrmOri. sobft a Viagem do Port o de Santos a Cid ade de Culaba , p. H .

24. Tau" a}·• ..t.E . _ Gill. da

SK~io

Histork. do Museu P"oIulisl a . p.

25. TQu"Qy . ..t.E. _ Gill. d.

Srt~ io

Hlslllrk. do Museu Paulivta . p - II.

~io

HlsiOri ca do Museu Paulis ta , p - 25.

26.

Idem . ibidem , p. 12.

27. TQUIl"QY• ..t.E . - Gula d a

28.

Idem . ibidem . p - 30,

19. Fletcher, - 0 Brasil r 05 Br. llr lros , vet. Z05·A , p . 67 . 30.

LllJt'm o"t , R.A . _ \ 'lqr m pt' lo Sui do Brasil , 2.- Parte , p . 335.

31. Cro nololla PlIulista n• • 2.° vol., p - 2.."'0.

32. LJ/I'Qr. E.• 33.

Ptrf'C rln~

CronoIot:ia PlIulisean..

prla Provirv;ia de

sao Paulo. p . 213.

p . 308.

34. Ribt'iro. J .J . - CronoloJla ......istan• . 2.° vot., p . 462. 35.

Td U" Q.Y. "".E._ Gul. dII SKt- HistOria do Museu Paulislil . p. 35.

36.

Ri /w jro. J J . _ Cronolopl ...ulin.... . p. 303.

37. 0 Est.do de Sio Paulo, 5. no v. 19 12. 38. 0 COlT"" Pa ..I"I._, 12 mar . 1917.

39. Idem. 11 mar . 1920.

40. 0 Panruso, 21 abr . 1920. 41. Amaral. A. -

As Aries Plasticas na semana de 22, p. 15.

42. Idem. ibidem. p. 17.


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A

O('u p~jo

do solo

Diferente da Se t que se espraiou lentame nte de 1554 a 1900. co m fases de estagnacao total . seguida de outras bastante aceler ada s , mas sempre de forma regular e centr ipeta . Difere nte da Fregue sia do 6 . o nde a terra propici ou a agric ultu ra e a pecuari a. chegando me smc a estra tificar urn tipo humane que se difere nciava. e isla com orgnlho ostenta torio . do seu irmao penlistano , que ele avisteva a apenas Squilometros na medida to pograflca . porem. ficando a .5 mil qui lomentros na psicologica. olhando-o de cima tambern , ta nto no sentido to pografico como flgura rivo . Diferente de bairro s co mo 0 Born Retire . Barra Funda . Vila Mari ana . Lu z , Pinheir os e ta nto s out ros qu e tambem se desen vol veram a part ir da primeira grande guerra . 0 lpiranga, pelo co ntrario , tern le is e c aractertsticas tod as pessoals. Virnos no bosquejo historico que ate a data de 1822. 0 numero de pro prietaries que . atraves de algum documento deixaram sua marca e respe itavel . Mesmo esquece ndo que seu ntimero poder ia dobrar ou tnplicer se nosso s documentos nao sofressem extlncac de modo tao cn minoso . mesm o ass im, 0 dono de irnensas tetras a partir de 1600foi exce cao. isto se realrnente exlstiu algum. o sistema testame ntario . normalmente dividindo en tre os filhos a terra prestou-se ainda mais para 0 estilhacam ent o . Pode-se afirmar com pouquissirna mar gem de engano que . a parti r da segunda decade da era selscentista . a regra no Ipiranga eram a chacara e 0 sttio , excepcionalme nte a fazenda e jamais 0 latifundio . Alias . implicaria em anomalia ser don o de grandes extensoes , numa epoca em qu e a terra deveria re tribuir co m alguma coosa alem da sua propria area e . esse ret orno . infetizmenre, as terras do Ipira nga nao proporc ionavam .


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i•

~

e


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Sao varies os ex emplos qu e podem os tirar nos docume ntos testamen tais , em espe cial aquele de Messia Bicudo , falecid a em 1632: 0 sftio fo i ava liado em 8 mil reis: um a sai a de cetim ada ma scado, 20 mil reis ( I) . Em "162 1. no inventari o de Catari na de Po ntes , proprietliria " no termo adon de chamam Ip iranga" tern 0 sftio e casa . ro cas • .s O ca becas de gada e Ires cav a los avaliados em 134 mil rei s . A rou pa de cama e usa rec ebe 107 mil reis (2). Em 1660. Izabel Ribeiro tern 0 sftio . casa e ca nav ial ava liado em 32 mil reis . A rou pa em 40 mil reis (3). Encontramos uma constante na de scricao de to do viajo r do seculo XI X ao descrever 0 Ipiranga : a solida o . Para quem de Santos cheg asse a Sao Pau lo. seria compreensfvel a escassez de ho mens e fogos no Ca minho do Mar . ma s nunca nu m local onde os campamiri os e mesmo as edifl cacoes ma is a ltas da capital ja podi am ser avistada s. Para compensa r a ru deza da te rr a e amenizar as dificu ldad es do tropeiro ou viajante , ta ntos do s que partiam para Santo s ,como dos que c hega vam a Sao Paulo . pros perou 0 comercio de be ira de estrada com po usada s e ve ndin has , uma das quais par ticipou do proprio ato da lnd ep endenci a e fico u registr ada no quadro de Pedro Americo . o pad re Belchic r Pinheiro de Olive ira . consel he iro e confidente de D. Pedro . a ssim narra 0 e pisodic apes 0 principe te r lido as men sage ns das verias cart as que 0 correio da Cor te lhe trouxera (4): - .. Padre Belchior , el es 0 querem e terao a sua conla . As cortes me per segu em. c hamam-me com de sp rezo de Rapazin ho e Brasileiro . Po is ve rao qua nto vale 0 Rapazinho . De hoj e em diante e stao qu ebrad as as nossas relacoe s : nada mais quero do Govemo po rtugues e proc lamo 0 Brasil para sempre se parado de Portugal! Respondemos imedi atamen te com en tusia smo : Viva a Iiberda de ! Viva 0 Bra sil se par ado ! Via D. Pedro ! o Principe viro u-s e par a seu ajudante de orden s e disse : Diga it mi nha guarda que eu acabo de fa zer a inde penden ci a completa do Brasil. Esta mos se parados de Portu gal. o Te ne nte Ca nto e Melo cavalgou em di re~lio a uma venda, onde se achavam quasi todos c s dragoes da guarda e com ela veio ao encontro do Principe . dando vlvas ao Brasil inde pendente e separ ado . a D. Pedro e a Rehgiao ! o Princ ipe . diante da sua guarda , dis se en tao : - Amigos . as C or t es po r t u gu e s a s qu er em e scra vt za r- no s e persegu em -no s . De hoje em dian te nossa s rel acoe s es tao quebradas. Ne nhum lace no s un e mais ! E arra nc ando do chapeu 0 lace az ul e bra nco , decretado pela s Co rt es . como sfmbolo da naceo portugue sa , at iro u-o ao c hao dize ndo :


56 - Laco fora . soldados! Viva a Indepe ndencla . a liberdade , e .a seperacao do Bra sil!"

Afonso de Freitas analisa muito bern 0 acon tecun ent o . conc luindo por duas proclamacoes: uma no alto da colina e outra proxima a ve ndinha (5). A populec ao rala, que operava prodigios para extrair hortalices au algum frut o cujas raizes poucc exigissem da terra , sempre que Ihe Iosse ensejado debandava. Em alguma s ocasices, scm rebucos , 0 local era desprezadc e permu tado por outro , como no episodic dos carm e litas . Nas poucas vez es em que 0 govemo se da CORta do loca l e para retirar, inclusive a agua , nunea para oferecer. Aunica benesse eco ntece em Isn. Numa apropnacao urn ta nto dubia , 0 govemo loteia parte considerave l do bairro .

"0 nucleo da Gloria. arenas a cuilometros da capita l. entre 0 Lavepes e 0 morro do Ipir anga , cone co poruma das estradas par a Santos , foi dividido ern lotes , sendo 122 ruraes e 106urb anos , alguns do s quai s deram logar a reclam acoe s por parte de terceiros que tlveram de submete-las ao juiz comissario do govemo , bac hare l Augusto Jo se e Silva , e posterior mente , os demais for am vendidos em hasta pub lica " (6). A experiencia tinha sirnultaneidade em Santana , Sao Bernardo e Sao Caetano . Segund o Ratrard que a estudou com algun s pormenores , ela fru tifico u nos dois uttimos locais. Teve altos e baixos em Santana e fracassou rotu ndam ente no Ieiranza. " Os Joles urbanos dos quatro nuc leo s tinham 4,840 metros quadr ado s e os ru raes 151,250 metro s quadrad os: os de Santana e Glori a , nio tinham lunas boas pill1l cult ura e as de Sao Cae ta no e Sao Bernardo eram regu lare s ... 路路 A area compreendida pelo nuc leo da Gloria pert encia ao bispo D. Mateu s de Abreu Per eira . Segundo urn map a elaborado por Odilon Nogueira de Matos , etas acabavam no ribeirao do lpi ranga . Alem deste , sem data precisa . as terras eram pro priedades do Dr. Vicen te de Azevedo e dos herdeiros de Anto nio de Moraes . Pete limitacao dada por Raffard , uma parte das terras de Vicente Azevedo fariam parte da Colon ia. A minud encia e lmpo rtan te , porqu e a partir de 1900 e le aparece como don o de quase toda a area do atual bairrc do Ipiranga. Raffard , vivendo na epoca. pede melh or apree nder 0 que para nos , com a escassez de documentos , parece volatil . Em varie s momentos ele pOe em duvida a legalidade do uso e venda feita pelo go vemo , E co m muita raz ao , porque alem das bisbilho tices locals, os prcprios jornais a abordavem .


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o Diario Popular. entre outros , tra nscreve ndo uma noucia do Diane da Manha de Santos, era dos tanto s que a todo memen to vol tavam

a carga (7) .

" Supoz-se por mnito te mpo que os terrenos do lpiranga eram de dominio publ ico , como terr as devolu tas . 0 governe dispo z-se assim delas em gra nde parte nos ultimos anos , pouco antes de se elevarem ao grande valor que tern hoje . Pa is existe em maos de pessoa desta cidade uma esc ritura , passada ha algumas dezenas de anos . de venda que fez Fuiio da Graca a Fuao Ramalho de urn sttio com casas de pau a pique, cobe rtas de te lhas com 509 bracas de terras de te stad a. poucc mais ou men os de meia legua de campo de um a banda , parti ndo co m terras de Jo se Camargo Siqueira . e estrada do defun to co nego Salvado r Pires Santiago, na c idade de Sao Paulo, e paragem cham ada Ipiranga. Serao esses os famosos terrenos do lpiranga? Existirao herdeiros de Fueo Ramalho . 0 co mprador? Deu-se prescricao aquisitiva por parte do gover no, co m 0 tempo da lei? Eis ai questoes que podem talv ez dar origem a maior demanda. que tenh a eparecido em foro s paullstas" . No temos que , com a estrada de ferro , lpirang a , Sao Bernard o e Sao Caetano tornaram-se tecni camente subur bios e , para 0 sociologo, "povoado-es tacao " . Mesmo ass im, nos pnmeiros 50 anos de pouco serviu, pois Ratfard a de screve de forma pouco lisonjeira : "Em julho de 1878 , nada se pare cia menos a uma colonia que 0 cam po da Gloria para 0 qual se penetrava passando por largo port ae que dificilment e se chegava a descobr ir , os transeu ntes interrogados ignorando 0 que se passava. Ai vc ltando, no dia de Sao Joao de 1879, encontrei quatro lotes cercados de casas asses regulare s. que subst itufram os primitivos ranch os. alguma batata e out ras poucas plantas de cu ltivo; vi mais urn lote aberto e sem traro , cujo possuidor , se ntado na porta de sua habitacao e tend o na boca urn gra nde cachimbo , informou nee quer er trabalhar em vao. co mo no ana anterior em que durant e uma noite tudo quant o tinha fora destruido pelas vacas de s vizinhos co nseque ncia da prematu ra emanci pacao do nucleo" (8). Ate mesmo a estrada de ferro pode ser colocada nesse angulo . E sabido que para sua construcao dev er-se-fa obedecer aos crlterios de ca minhos secos , baratos e retos . No organograma da Sao Paulo Rail-


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6\

way a trindade foi obedecida cegame nte ate Cubatao . Sua pas sagem peJo bairro , que tant a importancla tera no desenvolvim ento futuro estava dentro desses padrOes e de imedi ato poue o trouxe. 0 medic o italiano Alfredo Lomonaco fazendo es sa viagem em 1886,observando do vagao tern uma visao tao desalent ador a quanto Fletcher ano s antes no lombo da alimaria (9). " Percorr endo a planfcei a direita , acima de um a colina ele va-se do terrene igual a uma gigantesca Massa vermelba . o Monumento do Ipiranga, re cor dacao da art e ita liana no bela so lo paulista" . Ne sse instante nem mesmo a mao de obra que trabalhava no predio se fixara no local. Bjusto ave ntar que , a exemplo de Pucci, que durante toda a constru ca o mor ou num casebre ao pe da obra , tambem os pedreiros e dem ais serventes assi m se port assem por que stces de comodidade . Por em , no descanso da jornada semanal, procuravam Sao Paulo ou Sao Bernardo co mo mora dia fixa . Nada facil de expli car essa migracao pendular se lembrarmo s Que o prec o do metro quadrado no local era dos mais barat os de toda a capital. No findar do sec ulo . parte consider avel do bairro pert ence a Vicente de Azevedo . Provavelmente devamos a ele a div lsao qa ase geometrica do artuamento do balrro . Aquela malha per feitamente quadricu lada onde todas as mas se encentram em :ingulos de lX) graus intriga qualquer estudioso do desenvolvimento urbano em Sao Paulo , onde 0 crescimento desordenado e anar quico tornou norm a 0 desalinhamento . Como o s mor adores mais antigo s confirma m que as antigas chacaras j a obedeciam essa conforma cao , logicamen te ela foi urbanizada raci onalmente (co ntrariando a especu lacao imobiliaria rei nante em Sao Paul o), nee aco ntece ndo como no Bam Retiro , bairro que se desenvolve u na mesma epoca, on de 0 enco ntro de obliquas e curvas e co nslderavel . Segundo 0 sr . Alfredo Oliani esta caract erts rlca devemos a Vi路 cente de Azevedo que co ntr atou 0 engenheiro italiano Eduardo Loschi para fazer 0 plano de urbanizacao . Naquele momenta a populac ao co ntinuava tao insignificante , que nem mesmo igreja au cepela tinha . Se nao perdermo s de vista a es pecie de homens que participava da oc up acao do bairro , imlgrantes Italianos , chacareiros portugueses e mamelucos pre stadores de serv ices , facil e compreender a import:incia da igreja . Ela Oli o se fazendo presente , significa claramente que 0 nucleo , sob ponto de vista demografico , era insignificante . Para receberem apoio espiritual preci savam se deslocar ate 0 Cambuci.


62 Ou tros documenros podem confirmar a minori a humana do bairro . Uma esc ritura de terrene dat ada de 1908. da ao loca l 0 nome de Sao Joaquim do Cambuci. Ate 1920as poucasfabricas e incontaveis chacaras obedeciam ao enquadramento rigoro so da regua e compasso do urbanizador . As mais famosas sao lembra das tan to pelo s que as viram como peJos que delas so ou viram (alar . Chacara das Flores, do Comendador Luiz de Brito. Chacera do Major Castelo . entre as ruas Almirante Lobo. Born Pastor. Xavier de Almeida . Chacara do Diogo . entre 0 Chico Buffet e 0 Leao XII I. onde a Portuguesa de Desportos iria construir 0 estadio de futebo l, Chacara do Magalhaes, onde hoje funcio na a Panex. Outrac hecara funcionavaonde hoje ea Serraria Santa Terezinha . na rua Tabor . Chacera do Fioretti , na Costa Aguiar, Born Pastor . Tabor e Leais Paulisran os , sede da antiaa Fa zend a l piranga . o recenseam ento (10) da area que abra nge 0 Ipiraoga , Vila Prude nte , Saude e Vila Mariana em 1920, indica a populacao de 34 676 hab itantes . Se nao esquecermos que pelos limite s atuai s sua s areas somadas vac a 98,42 quilometros quadrados , podemos avaliar a ocupacao demognifica em 353 habi ta nte s por quilcmetrc quadrado . Como , pe los dados que recolhemo s , a med ia era de cinco filhos por casal, podemos calcu lar daiumas 50 casas por quilometro quadrado , 0 que confi rma plename nte a de scrieao de solidao que nos dao os mor adores da epoc a e as rar as fo toeraflas . Mas , com 0 incremento que 0 local obtinha com a aproximacao das festas do Centenario , a avenida D. Pedro I passou a ser cogi tada como uma contrafacao da ave nida Pau lista . Se Eugenio de Lima, nos comecos do secuto, atraves de babe ls manobras publicitarias e co nchav os nos corredores palacianos, con seguira loteer todc 0 espigao a nascente plutocracia industrial e a decadente geracao dos baroes do cafe , porque nao faze r 0 mesmo no Ipiranga com a " c lesse media " 7 E , por dez ou quinze anos a ideia viceja , levan tando-se na larga eve nlda , prati cemente sem nenhum velculo . casas de re lat ivo empenho arqultetonico , o nde a emergente c1asse media industrial arr emeda , dentro do s limites de suas posses , a ridicule exibicao nouveau riche da Paulista , o nde 0 estilo manuelino mistura-se ao neo-classico e o mouri sco ao g6tico, tudo isso entremeado de art- nouveau e barroco , num carnavalesco bazar de pse udos-estilos mal ass imilados , A decade de vinte fixa no bairro os primeiros ccnn ngentes humanos. Comeca urn pro gressive e har monioso crescer de fabricas, comercio e habitacoes . o preco do s terre nos na ave nida D. Pedro I eram de 300 reis 0 metro quadrado . Sendo est a co nsiderada a parte nobr e do bairro , e


63 Ibgicoque na Born Pastor e Silva Buen o fo ssem moos baratos. intima s .

deve riam ser nas baixadas j unto ao Tamanduatei. Pelo rece nseam ento de 1934, a populacao atinge 40 825 morad ore s e agora re fere -se es pecificamente

aar ea do Ipiran ga e nao mais ao

conglomerado de outro s bairros dos ce nsos enteriores (II) . o Ipiranga co nu nuara a crescer em demografia. reside nci as e

fabeicas . enquanto ce rt os bairro s como Liberdad e e se ficam estagnados ; Born Retir e . Braz e Mo6c a tem be m emine nte me nte fabris , retro-

cedem. ja estrangulados pela ocupaeao irracional. Por es sa epoca comeca a reversao na ocupecao human a do loc al. Ate e ntao 0 bairro servira . scm nen huma ideia preco nceblda . de viveiro experiemn ta l, onde , sem nenhurna organ icldade. Impla ntara-se

urna cidade industrial co m fabricas de peque no , medic e grande porte , cousa bem a gosto de certos planejadore s do modemo urbanismo. 0 home m Iicara au sen te das preocu pecces . Para movime ntar as serrarias , tecelagens , laminaeoes e outras industries de transformaeao . os bondes e teens despejavam todas as manha s enorrne co ntt ngente humano que logicame nte dispendia no minimo duas horas para cheg ar ate lei e outras tan tas para regressar , ape s as dezoito horas . Note-se que os salaries nem sempre permitiam o gasto com co ndueao. varies enrrevisted ores falaram do afl ux c de tra balhadore s que, vindos dos lados de Vila Mariana , cbegavam ao Ipiran ga pela rua Coronel Diogo . Damos co mo caso co ncreto 0 exemplo de Ettore Fioretto . Quando a General Motors mudou-se da President e Wilson para Sao Caetano , e le fazia 0 trajeto ape , diariamen te , sob quaisquer co ndicoes meteorolcgicas . A tem da economia, no case presente. acresce nre-se a impropriedade de loc omo cac para la , pa is 0 trem 0 deixaria muito longe do local. Com 0 est rangulemento demograficc da Se, Cambuci , Liberdade , Bom Retir o , Barra Funda etc ., os entao subur bio s serviram de acomodacao para 0 proletari ado menos recompensado, pois suas habitacoes seriam absorvidas pela cresceme c lasse media que a industrializacao fomentava , repre sentada por funcionarics pubficos , tecnicos co ntabeis e mestres especializadov. 1\ ocupecao humana que tan to demorara a se co ncretizar , acontecera, entao . de forma tao anarquica quanto foi sua ocupecso fabril. Os 12 064 ce nsitariados em 1920 bavrem triplicado , ja em 1934 para 40 82.5 . A gana ncia imobiliaria se faru. present e de forma criminosa . A pauperrima terr a ipiranguista que nada produ zira para a agropecuaria, desencantar a na " era da argila" e agora prosseguia na " era do cascalho" , oferecendo areia , arelao e pedregulho para a nascente industria de ediflcac oes do bairro . Enormes crateras formar-se-ac em alguns loteam entos como consequecia dessa pratlca crimin osa . formando pequenas Iagoas onde se pescavam trairas .


64 A ocu pacao aco ntecera primei ramente nas mas que tin ham 0 senti do Cambuc l-Santos , em especial as situadas entre a Born Pastor e Silva Bueno . As tran sve rsais serao ocu padas posteri ormente e num circulo bern pequeno , ta nto que, pouco alem, na atual rna Santa Cruz, cacava-se pelo e pena ; mes mo na area em estu do . cobras eram encon tradas amiude e , de tan to em tanto , uma au outra onc a que nada enco ntrou na Serra do Mar , aventurava -se ate 0 Iplranga , para vira r folclore . Os mais aqulnhoados ocuparao preferencialment e as ca sas e terrenos loca lizad os nos trecho s altos . obrigando a saida do s que primeiramen te as ocupavam. Estes fluirao para Jocais prc ximos , co nsolidando as futuras Vilas Ind ependencia. D. Pedro , Carioca e dem ais .que circu ndam 0 Ipirang a. Outros preferirao se a lojar nos terrenos mais baixos junto ao Tamanduatei e ribeirao lpiranga , sujeito a enchentes a menor chuva. Para os lados da Av .. D. Pedro I reascende-se uma antiga especulacao imobiliaria . Vimos que duran te as co memorac oe s do Centenario, te ntou-se tran sformar essa avenida numa parafrase da av . Pau lista . A propaganda insinuava tod a sorte de argu mento s capcios os, desde os historicos ate , e loglco . 0 preco do metro quad rado . Falto u , porem, urn cerebro arguto como 0 de Eugenio de Lima. que sabia insinuar -se nos corredores palacia nos e nas red acoes de jomals. Desta forma , tudo ficou na tentativ e. Com a crescente demanda imobiliaria e consequente ocupacao das melhores areas a av . D. Pedro voltou a ser cogitada e teve , a partir de entac , urn aumen to gradativo de ocupacao , sempre co m mora dias de algum apuro. • Porem , as ruas Born Pastor e Silva Bueno se rao as primeiras a prefigurar em aquilo que sera a norma apes 1935. A Born Pastor . nos do is quart eiroe s que lade iam 0 Museu, sera ocupada , ela sim, por uma recr iacao os tentatoria da av . Paulista . Quica par ata vismo, os sirios das poderosas tecelagens co nstruiram palacet es encimados por falsos minarere s , onde se es pera que a qua lquer momenta apereca urn muesin de fancaria voc ifera ndo Ala aos quatro po ntos cardeais . Outras mansoes de estilo sempre alambicado , deixam c lare 0 poderio e 0 pais de o nde vieram . Os quarteir6es seguintes serao cc upados pelos subalternos do s primeiros , co mo chefes de escritorio, mestres e operari os espec ialiaede s , chefes de produ cao etc . Com eles se mesclaram os dono s de lci as de armari nhos , pan ificadoras , armazens . bares e farmacias . As casas aprese ntanio uma arquitetura puramen te ut ilitaria desceract erizada como est ilo, mas co m certo conforto interne . 0 andar terreo sera ocupadc pelo esta belecimento co mercial, morando 0 don o no primeiro andar , estando. port anto , umbilicalmente pre so ao local de trabalh o. Have ndo outro pavimento , fatalmente algum parente pro ximo ou distante sera 0 locatar io. Excepcionalmente seu fito sera 0 alugue l.


6l No tim da rua ,j:i chegando ao inicio da Estrada do Mar , as casas sao terreas , de construcac s61ida mas bastante modeste. Seus oc upanIts cram os opererios que percebiam melhores salarie s . No meio de toda a azafama imobiliaria ain da cram encontredos alguns oasi s . como a c hecara entre as ruas Lucas Obes . Campante e 1822. que ainda pod eria ser vist a em 1945 , mas Que tombani logo em seguida. Em 1950 a populacao au menta em 50% . sublndo par a 60 563. A tax a de natalidad e co ntr ibuiu s6 percraun en te para isso, port anto . a Imigracao con tinuava e novos acomodamentos se fize ram . A situacao toma-se explosive a partir de 1950. J3. na dec ada an terior 0 loc al deixara de ser co naiderado subnrbio para torn ar -se haUTO. Com a crtacso indiscrim inada de novas Industries , 0 ativamento paralelo do comercic e a dem anda crescente de no n s moradlas, todo 0 espaco sera ocupado no senudo horizontal . Ae timidas medidas de higiene e urbanizacao implantadas ate entia . ficanio inteiramente obsoletas . Luz , agua. telefon e , esgoto , calcamentc, arborizacao pas sam a ser lembrados , s6 qa e em ordem e orcam ento s ridicules p ara com pen sar redo 0 te mpo perdido. fican do a defasagem como norm a . dur ante toda a decad e. qu ando a po pulecao du plicava, ati ngindo 114744 habitan tes ,

Par a os anos seguintes s6 rest aria a ocup acao vert ical. Primeiramente timidas tentativas de predio s de cinco andares, que posteri or mente duplicar io e tripli car ao em altura e are a . criando outra serie de problem as urbanos e socials inlmaginaveis para alguns antigos mor adore s, que lembram- se de ter pescado no brejo que havia ju nto ao Mu seu , ou que ou viam arerrortzados a narracao do " crime da barrica " . ocorri do no ca sari o de as pecto as sombra do na es qui na da Ou vidor Portugal com a av . do Estado. Os 171 338 moradores , segundo 0 ce nso de 1970. tomaram a regiao urn micr ocosmo da ca pital. en feixan do problemas soci ais e cconOmicos que em outros bairrc s afloram so perciahnen te . Pode-ee efirmar com certeza qu e na sua area convive m . a poucos metro s •• c1assc rica. medi a e pobre, pod endo- sc igua lme nte enco ntrar o patrao da fabrica . 0 gerente e 0 operaric mio categorizado morando a po ueos quarteirOes de distancla . As panes a1ta s da Silva Bueno ate Born Pastor ,com as resp ecuvas trans versais, eontinuam a ser ocupadas pela c tasse A . nas pouqulssimas residen clas qu e ainda nao foram absorvi das por algoma form a de comercio . Outr os preferiram a col etivizaeac dos "espigoes" . que oferecem ccnfortc e sta tus maio r , ao lad o da proximida de do trabalho . Nas partes imediatamente ligadas a estes ruas , portan to no injc io das ba lxadas , mas ainda resguardad as das iiguas , casas que datam dos anos 30 e 40 e poucos edulCios altos com acomodacoes e cc nforto menores, servem a classe med ia .


66

Junto aos rios do bairro e outras partes bai xas e ala gadicas ficam

as ca sas , vilas e barracces , este s em fase de faveli zacao , onde 0 pr oletariado qu e perc ebe poueo alem do sallil'io minima submete-se

semanalmente ao martirio de angustiar-se co m

0

aparecimento de

qu alquer nuve m qu e prenu ncie chuva e . portanto. possibilidade de ter seu s pertences e filhos atolados em meio metro de igua ou mais, para ter a po ssibilidad e. como nos casas an teriores, de ter 0 local de tea-

batho a poucos passe s da residenc la. A ocupecao do solo. feita de fonna desorcenaca e gananc iosa pode ser melh or exemplifl ceda se fizermos urn rapido apan ha do da sua va lorizacao co me rcial . . Vimos que a Iixacao do homem it. terra no lpiranga. foi tarefa ingrata . pois 0 atra tivo mais importante para ta l, serta a qua lida de e poder de retr ibuicao que cia oferecesse . E issc nunca aconteceu naqueJa (DOCa . Nada estrenhavel , por ten to , que ela s6 vies se a ser va lorizada quan do a arg ila desencadeou a pr imeira indu stria lucrativa no loc al. E . co mo em todo 0 seculo XX se orientaria em fu n~ao desta e outras indu strias, Oli o havendo mais necessldade de qualidede . su a valortza~ao cresce na segunda dec ad a . aperecendo hoje co mo uma das ma is ceres da capital. Uma visao pel os lnvenrarios e Testamentos , Atas e Docu mentos Intere ssantes.Jogo retrata a total disp arid ade entre 0 valor imobi jiario de sta e outras regioe s. Em 1623 0 suio de Pedro Nun es. com moradia e pren sa , va le apenas 25$000. Cifras bern mais alias eram akancadas na Freguesi a do O. Jaragu a ou Pinheiro s ,m as sempre re sta va a Pedro Nunes o co nsolo de saber que urn seu vizinho s6 akancaria 3$000 par a um a area que nao vern menciona da, ecrescida de Ires casinhas, au que em 1597 0 sitio de Diogo Sanch es s6 alcancara 4$000 (12). Trinta an os dep o ts , em 1653. a de svalor tzac eo ia a tal ponto que urn sitio gra nde era vendido a 12$000. A co mparacao entre os valor es do ce ntro da cidade e do bairro ficam patentes qu ando vemos a devote Isabel Mendes receber no Ipiranga urn terreno co m 120 bracas po r ter cedido para a ediflc acao da matriz, urn decim o dessa are a ( 13). No ana de 1656 . seis br aces (13.2Om) na rua Direita va liam 40$000. Ourras co mparacoes podem ser feitas , co mo no tes tamento de Catari na Ponte s . Urn grande sitio com cana via l, gada e pomar esta avaliado em 134$440. A ro upa de me sa e cama e fatos de vestir sobem a I07S000 (14). Em ou tre testamen to . por 25$000 tem- se urn saio e safa de melancochado preto . Por 20$000. casa de talpa de tr es lances . Me smo levando- se em conta qu e roupas sempre foram artefatos carissimos em


67

Sao Paulo ate meados do periodo ro mantico . 0 prec o da terra em si era pra ticamente vil . Paradoxalmeme, foi esse prec o vii. urn dos ingredientes que contribeiu para 0 desencadeame nto imobiliario no bairro depots do Ce ote narlo da lndep endencia . pois ate la as precos , se levarm o s em co nta a de svalorizacao da moeda . pouco haviam mudado . Em Vila Pru de nte . terren os de 100,,60 custavam sei s co nto s. a lo ngo prazo . PoT setenta , eram oferecidas te rr as qu e se estend iam do Iplranga a Sao Cae tano ( 15). Damaso Mario Barr o narra que , por vo lta de 1912. trabalhava na Tipografia Duprat, onde lmprimlam-se as Involucres dos c igarros Souza Cruz. Para ince ntivar a venda, quem achasse determinado mlmero na parte interna do macro ganhava u rn terrene no Ipiran ga . Mesmo de sconhecendo Qual poderia ser a met ragem e localiz acac do terreno . cre mes que em troe a de urn maco de cigarros o s prec os deveriam ser intimos . Proxim o aos ano s trin ta , com a fixacao definitive da industria . rnais 0 comerclo , uma ca sa em terrene de IOx50. com sala, dois comodo s , co zin ha e quintal. na rna Costa Aguiar.ja valia 3:600$000 a praz o . Em 1936.com 0 bairro em plena consolidacao . Pioretto comprava urna ca sa ve lha na rna Silva Bueno . 830 medindo 12x64. por quar enta conto s a praz o . Ele mesmo afirma que em 1920 eta dificilm ente seria vendida por mais de J :OOO$OOO. Porem , ainda em 1942 Ferdinando Grassl a ven deu urn terre no de 10 000 metros quadrados entre Rudg e Ramos e Menin o s por J:500$OOO. Lucile Herrman , ao Iazer a analise da velorizaceo imobililiria em alguma areas de Sao Paulo . o ferece -nos estes dados : ( 16)

Are a R. Tabatinguera A v . do Estado Av. D. Pedro I R. Born Pastor

1944 Valor locative

Prec o por m2

7:07OS000 4: 100$000 3:900$000

12OS000 12$000 5OS000 45$000

Como termocomparativo . na mesma epoc a . no trecbo da Av. Sao Joao j u nto ao Paic andu valia 7 1:000$路JOO e 0 me tro qua drado I:500$000. Era a area mais cara da capita l.


68

Not8$ I. M achad o , A . _ Vida

2.

Idem , ibidem . p . H.

3.

Idem . ibidem. p . 33.

~

MOrle do Ban lklran te, p- 84.

4. Cint ra. F.A . _ D. Ptdro Ie .. Grito do Iplnnga, p . 212. S.

Freit as, A. A . de _ Tr.d1~ e Rl!'mlnbdndu hullstan.., PI'. 120 II 134.

6. Raf/ard , - Alauns Diu na PlIullciu., Revista do Insntu rc Histc ricc e Geo gnl.gico, vot. ." S. PI' . 209-213. 7. ~.

Dilirio Popular , 3 nov. 1890. Ra!Jard , _ Alguns DhlS nil Pllullcela, Revista do Institu te Hisl6rico e Geogrlifico , vel . 55, PI'. 2Q9..2J3.

9. Lomonaco , -

AI Brulle 1889, p - 201.

10. Langenbuch , J. R . -

F..lItrutu~io

da Gnnde

s-. htdo. p . 170.

II .

Associacac dos Ge6grafos Brasileiros. - A Cidade de sao Paulo , vol. II , p . 232.

12.

Taun uy. A .E . _ HlstOrll ~~otlsta d, Vila H Sio htdo, vel. I V, p- 332.

13.

Ide m , ibid em , p . 332.

14. Machado. A . - Vida e MorU do Bandlolrante, p . 33. 15. Entrevista com moradora do Ipiranga. 16. Herrmann , L. _ FAtudo do ~volvlmeDto de sao hulo eireves da Analise de uma Radial. Rcvista do Arquivo Municipal XC IX , nov.Jdez , 1944, pp - 7-14.


69

III _ 0 IPIRANGA NO SECUWXX

~


70

Chjara do X\ 'III

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ck C.sIre , n• •

IlMd ia~

de M VHU Paull'lll -

~1 1'irio

do sKWo


71

o RelacloDamento com Sio Paul o

o bairro do Ipirang a e marcado historicamen te em 1822. Cern anos depois temos toda urna tra nsformacao no bairro para comemora ~ao do Cen tenario da Indep endencla . Mas as alte rac oes pro priam en te ditas s6 vao se dar em conformidad e com a expansao da Ma llia urb ana de Sao Paulo. isto e. 1930, 19.54 e 1963 . Lui s Saia . no seu trabalho Morada Paultsta . de screve muito bern as referidas tra nsfo rmacces , que tra nscrevernos abaixo: " 1930 - Na epoca da crise do ca fe e darevo lucao de 1930. a c idade de Sao Paulo ja alc ancara 0 maximo que Ihe era facu ltado pe los c ompro missos as sumido s nos ultimos 70 anos . Caminhava rap idame nte para urn mi lhao de habitanres e urna superficie de 130 km2 ja empenhado com instalac oes e agenciam en tos urbanos . A diferenciacao de pro ducao e a abertura de novas' frent es pio neiras , fato s que gara ntiram a permanencia daqu ela compleicao demografica que se firmara no period o anter ior. fornece m tambem as bases para a metropofizacao de Sao Paulo a qual se exp licita u etreves da Inco rporacao dos nucleos vizlnhos como Santo Amaro . ABC. Sao Miguel , Guarulhos , Osa sco. A ex plosao demograflca correspondeu a um a es pec ie de anti ex plosao territorial . com a cidade forcando se abrigas sem sob 0 seu comando aqueles foco s de po pulacao de formacao tra dicio nal e areas re spectiv as. Sob tao fort e Influencla , mesmo aqu ela part e da Serra da Cantare ira preju dicada per barreiras dificeis (a topografia severa e a inundevel var zea do Tiete), foi apro veirada . 0 Tiete sorvedouro de milhoes e quica . de bilhoes , prova pratica que reprove sem piedade a tecnlca tradicionalista e academica . preocupacao progres-


72

s ista que vern desde 0 seculo passa do . ale m de ter fo rnecido a ereia para cons truir metede da cidade qu e hoj e ex lste , de suport ar tod a a carga de esgoto e de sobre vive r a todos as atentados tec nic os e imobiliarios , aguarda se re no que Ihe permitam particip ar co ndignamente da vida de Sao Paulo ( I ).

1954 - De poi s da Segunda Guerra Mundial . na epoc a em que se desenha vam as tendenci es decl sivas e marca ntes do esque ma indus trial paulistano , a metr6pole a tfngia mais de 400 km 2 de area com pro meti da pela insta lacao urbana . A difer enca e ntre os 130 km2 de 1930 e as 420 km 2 de 1954 , testemunhou 0 malor c rime urba nistic o ja perpetr ad o entre n6s: foram 270 km2 dados aos imobi liari stas de mao beijada sem urna diretrtz., se m urn tracad o de base . qu e Ihe pennitisse u ma par ticipacao raciona l e urn re ndime nto decente na formacao da cidade : foram esba njados na entresafra do cafe e industr ia (2). 1963 - A bru tal diferenca de escala Qu e distingu e a un idade metro po lita na de 1954 da capi ta l de 1930, diferenca essa que foi "de sconhecld a" pelos responsaveis politico s e tec nicos. Mose s e Lebret, etc .: e et c . se repet em re vlgoreda agora pela tmport anciaia nacional que 0 sistema indu str ial pauli st a conquist ou (3)" . Desta forma. a expansao da malh a urb an a agira dir etamente no bairro do lpiran ga pois, quase qu e esquec ldo, comeca a ter fun cao sig niflcativa . como observare mos adiante .

No... I.

Luis Saia - Moradll Pliu1l5b1, p . 243.

2.

Id . ibid em , p. 24.5 .

J.

ld , ibidem , p . 247.


73

Ocu p~io Espadal e Ur ba n iz~io

Neste ca pitulo tentaremos dar uma ra pida visao gera l de como 0 homem se apro priou da pai sagem natural para organizar a sua paisagem co nstrufda . Dc todos os entraves que

0 bairro teve para uma ocupacao humana nos anos anteriores ao Centenario da Independencla , simultaneame nte aconhecidissima rna qualidade da terra . sempre se alteou 0 da deficiencia de comunicacoes . Problema serto e ironico. pais era por ali que Iatalmente iriam co nvergir as varias opcoes de quem desejas se chegar ao porto de Santos . escoadouro natur al para as que precisassem atingir rapida mente a cap ita l do pais e tern s mais ao norte, igualmen te para os que demandassem a regiao Cisplatina e europeias , A trilha que de Santos et ravessava sao Pauloja ext stiaames que 0 portugues fizesse sua primeir a viagem, aberta naturalmente pelo indigena de tanto transita-ja. Joao Rama lho , osiesuitas, os mercadores e escravos , pouc o mais fizeram durant e secul os seguintes que racionalizar algumas curva s, con struir pinguelas impotentes a menor chuva e, principalmente. iniciar 0 quadnlpede na trilha . Os Anais da Camar a Mun icipal citam e queixam-se a todo instante do des leixo de uma via vita l para a sua sobrevivencia , recebendo generos alimenticios , remetendo homens para co mbater 0 tlibusteiro mar itimo ou receben do reforcos para suportar 0 embate co m os verdadeiros don os da terra . o curso , entre 0 cortege do Lavapes e a subida da Bom Pasto r ficou nebu loso na hist6ria e na cartografia . Pesquisadores que se inte ressaram mais aprofundadamente pela reg iao , descrevem com certas minucias 0 cam inho ate 0 Cambuci , par a depois satta-lo com alguma pequena men cso ou anedota e para atingir , rapidamente , as


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75 terras de Jose Ramalho . Apesar de caminho para 0 mar . pouqulssimos viaja ntes comentam a respei to do loc al .mesmo apos a l ndependencia .

Dos II mapas oficiais anteriores ao seculo XX que dispomos , apenas o s da is ultimos, do s anos de 1890 e 1897 faze m me ncao mats acu rada . Algu ns nem 0 me ncio na m , enquanto outros dao urn trecado tao pon ca elaborado qu e cus ta pOT fe clennflca neles . 0 l piran ga e 0 tr ajetc para 13 chegar era tao aventuroso que, num deles , a margem extrema do map a 56 atinge a altura da atua l rua da Indep enden cia . (m- J)

o poucc co nseguido em melhorias na tri tha ate 1867 fica sufocado pela inaugu racac da Estrada de Ferro sao Paulo Rail way . Em ponca mais de Ires horas de viagem qualquer pessoa podia atfngir Santos num a viage m bern mais co nfortave l que os da is ou tr es dias pelo outro proc esso , livran do-se das c huvas , sol. mo squitos . cobras . o ncas e satteadores e . cremes que tambem a preeos mais Interessa ntes . se lembrar mos as varias pou sadas forcadas com alimentacao e forragem. As estradas de ferr o que irao desloc ar violen tamente os eixos de fixa~ao do homem no solo . contribuindo para 0 Ilorescime nto de um a dezena de bairros e 0 feneci me nto de outros ta ntos , po uco infhrirac no Ipira nga ate a primeira dec ad e dest e sec ulo . An tes 0 viajante 0 atra vessava de norte a sui . admirando-se da vastidao so litaria , depots ele so sera visto de re lance das j ane las do trem . E so . A cons tru ca o do Museu nad a trar a de ma is Importante para sua rede de comunicacces . Pucci fara . a ped ido das aut or idades, um projeto co m um a avenida que . partindo do Museu . dernandaria a Mo6ca . Mas tudo ficou no pap el. como ja se queixava 0 autor da Cronologia Paulistana : Desde 0 sec ulo XIX 0 elemento que define a pais age rn ed ifkada na colina do Ipiranga e a abs oluta regular idade do seu arruamento .rlgorosamente hipod:imicocom as qu ad ras regularmente esp acad as a cad a 100 metros e dispostas segundo os qu atro eix os cardeais. Atualme nte somente na baixada do correg o do l piranga , na sua margem direita , a trama urbana perd e a sua c1areza e ortogonalida de bern como no lugar chamado de Vila Monumento . cujo c asario busca se aje itar as encos tas do Morro da Polvora . mas no restante da area da co lina a regul aridad e do tracado e 0 eleme nto domi nante (I) , Se tom arrno s a narrativa de Lomonaco para atingir 0 Museu . feit a no ano de 1886. verem os qu e a regiao nad a se modifi cara . em relac ao a cern ou du zen to s anos anteriores . "0 caminho que ai leva e tam be m dos mais desagrad avei s , Desce ndo a rna da Gloria e atravessando 0 bairro do Lava-


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pes . urn dos mais ant igos e mal ccnstruidos da cidade , continua-se atra ves de urn pessimo caminho da roca. repleta de relevos e fos sas . Logo mais , pore m, urna Iinha de trens un ini 0 monumentc a c idade e . provave tmente , tomar -se-a 0 ce ntro de urn novo e elegante balrro" (2). o medic o italieno , apesar d e born ob servador , se bern que urn ta nto afeito ~ pa1ri o tada pen insular . nac era na mesma proporcao , urn adivinho, dad o que a pr-ev isao do tal bairro , e vamo s por de lado 0 elegante. so acontece ria meio seculo depois. Vale acresc entar que a " linha de tre ns" logicamente refere-se a bondes , pa is ele DaO desconheci a a Es tra da de Ferro Inglesa . bois anos depoi s , 0 frances Raffard , usa ndo 0 bo nde , assim descreve 0 caminho:

••Fui ao Monumento do Ipiranga . Tornando no lar go da Se o bond (tramway) recentemente inaugurado que , saindo da cidade pela rua da Glori a , de sce ate 0 peque no c6rrego do Lav ape s para atingir-se 0 Cambuci, d'ali tive de seguir a pe , oio ('Sta nclo alnda essente dos os trllhos da Uoha, cuJa HCtIio proota a pro vcltou-st' da parte da fut un uenlda do YpinDga. (0 grifo nosso) Oucamos a este respeito 0 Bani o de Ramalho , presidente da comissao res pective (Relat6rio de 1889): ' Es ta , pois definitivamente resolvido que a lioha direta da Avenida parte perpendicu larmen te do eixo do edifici o do Ypiranga e segue com a mesma direcao ate 0 cruzamento das ruas da Mo6ca e Piratininga , form ando com esta urn cingulo de 240 32' e deste ponto conti nua em lioha ret a a termi ner na rna do Braz, em fre nte a igreja matriz , perc orrend o em tod a a sua e xte nsao 0 es paco de 3 501 metros e 25'

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Fo i inevita vel est e angulo , porquc a rete c ruzaria a linha ferr ea e tenninaria muito a lem da igreja do Braz . A lei de 9 de abril de 1889 auto rizoc 0 go vemo provi ncial a fornece r 70 co ntos de reis a comlssao do monumen to para a abertura e prepero da rua da Glori a , com obrlgacao. porem . de restituf-lo par a 0 fundo de patrimonio da instituic;ao que se criara para aproveitar 0 edifici o do Ipiranga " . (3) Em seguida , ainda analisando os doc umento s oficiais , Raffar d tra z luz so bre a origem da atual ave nida D. Pedro , ccnfirmada, se ana lisarmos 0 map a elab c radc por Gomes Cardim. Examinando os problemas topograflco s , enfoca tambem, com c lar eza , urna das serventias majores da linha de bondes : a ajuda na fixac;ao do homem no bairro .


78

"Neste tem po (diz a inda 0 Bania de Rama lho) a Ca mpanhia de Ferro Carril do Ipiranga tratava de levar a efeito uma Iinha de bondes , com direcao a co lina do Ypiranga e querendo a comissao exec utar a lei e fazer 0 melhor emprego posstvet da quantia votada pela Assem bteia Pro videncial , encarr egou 0 engenheiro Pucci de levantar a planta , partindo a estrada do eixo do edificio do Ypiranga , seguindo perpendiculannente a linha diretriz ate 0 ponte em que fosse necessaria desviar-se da mesma direcac para entroncar na ru a da Glor ia , tendo a linh a todo 0 declive conveniente ao service de bonde s . Nes tas condicoe s foi levantada a planta com a dupla vantagem de prestar-se ac ser vice de bondes e de j a ser uma part e da futura Avenid a no es paco compreendido entre 0 C6rrego do Ypirang a e 0 entro nca mento da estradada GI6ria contendo I 189metros . Esta ave nida co nsiste em var ies aterr os e alguns cortes a 2 ou 3 metros ac lma do nivel da varzea que atravessa. ou abai xo do morr o que transpoem. e na sua parte conclufda . por mais embelezada que venh a a ser , re quer edif lcacoes de ambos os lados par a que desapareca a vis ta insipida dos taludes e mesmo a dos terrenos baixo s. As referidas con stru coes te rac ainda a vantagem de per mitir a locali zac ao de muitas famfb as que sustentarao a empresa ferro-carril, necessitand o 0 po voament o da zona que serve . pol s que os' nume rosos passageiros que tran sitaram nos seus bondes nao co nstitue m freguezia cena . se ndo a mor parte , pessoas que se apro veitaram da novidade para darem um pas seio . Os terrenos lat erais da aven ida e outros adiecentes ja foram co ncedidos a particulares que conseguiram c hama-los a si medi ante insignificante pagamento , baseado na lei de terras de 1850" . (4) Em seguida , outra sene de informacoe s que des toam par completo por preco se mpre desvalo rizado das terras do Ipiranga . "0 governo nada reservou e tent de comprar por born dinheiro 0 que pre cisar em redor do monum ento . Sei de fonte Iimpa que urn dos felizes co ncess ionarios recusou , M pouco s dias , a bagatelle de uma somma cincoe nta veze s maior que a do custo de suas terrasl !l . A Compan hia esta as sim na dependencia dos proprietarios , cuja s pretens6e s augme ntaram com a cc nsrruc cao da linha de bonds , difficult and o 0 povoamento do novo bairro .


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80 Sao. porem. recfprocos os interesses dos proprietaries e dos accionistas e ate me parece que so deviam ser ace ion islas as proprietar ie s ou senao ter feito previa accordo " . (5) As fotos e depoimentos de pessoas que moravam no bairro durante 0 Centenario inforrnam que poucc havia mudado. 0 bonde chegava ate 0 peedic do Museu e nao era pu xado a burro . M as era so . Os c harco s e parte baixa da avenida nao estavam saneados , raras casas perfilavam a avenida. Anos depois, as motomeiros presta vam ate ncac onde blocos mais co mpactos de pessoas desciam do bonde, indagando qual a provavel hora do retorno. para garan tir a )ot31;3.0 na volta . Em 1907, 0 paisagista Putt ernans faz 0 ajardiname nto da part e fronteiric a do Museu . que sera conservada a te 1920. qua ndo 0 chefe das obras da Prefeitura , engenbeiro Prestes Maia , remodela todo 0 espaco que vai do atual monumen to ate 0 Museu . Entre eles havia uma elevacao de terra de 4 a 5 metros . que impedia a visao do predio para quem chegava ou partia da ave nida D. Pedro . Isso obrigou 0 rebaixamente de toda a area. " A simples co nstatacao da insta lacao inicial deste eixo em 1922, induziu toda a posterior evol ucao do padrao de De Upa/Wao das quadras , do direcionamen to do sistema viario intern o do bairro que , surge como consequencia daque la diretriz inicial que, como vimos , e por sua vez con seque ncia do eixo geral da co mposlcao dado aos Jardins por Puttemans, A simples inspecao da cartografia e da iconografia retrospective , desde a carta do Intendente Gomes Cardim, de 1897, ate a mais recente , da " Sara do Brasil", de 1928, quando entac ccmecoc a amadurecer 0 padrio de ordena~ao do espaco do Ipiranga, nos leva aquela coeclusao,. (6). Ate aquele mem ento toda regiac onde hoje se levan ta 0 Monumente era urn c harco insatubre , formando pequenas lagoas na epoca das chu vas , usada para pesca pelos adultos e nata~ao pelos garotos , Ouvimos muitos relate s de afogamen tos . Vicejavam nas prc ximidedes vartas bananeiras , udas por todos co mo vene nosas , pelo grande numere de mortes ca usadas a adolescentes que as comiam . Pode-se afinnar com seguranca que a Prefeltur a. para as comemoracoes do Ce ntenario, cui udou apenas do embelezame nto desta area. ficando 0 resto no esqueclmento . . Cert os fates narrados por Fernando Grassia comprovam 0 descaso governarnental. A atual rna Ouvidor Portugalc hama va-se na epoca Estrada Velha do Ipiranga . Nesta rna , de frente para 0 Monumento , onde hoje situa-se 0 Chico Buffet . foram coloca dos fogos de art jflcic Que a noite


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fariam 0 es petaculo piro tecn ico . Durante a tar de do dia 7 de setembro , uma c huvinha intermitente acompanhou tod as as festividade s . A noire , as pavios molhados negaram fogo . P ier fc i a situacao dos carros . Osjornais manch eteiam a procissac de eu tomoveis que de sde a manba apinhavam as red ondezas do Ieste]o . As ruas , scm nenh uma pavi men tacao, 0 c buvisq ueiro e 0 continuo passar dos carros , tr ansformaram , em poucas horas , todo 0 local num ime nso atoleiro que somente permit iu a saida dos veic ulcs no dia segu int e . A rua Lucas Obes era entao conheci da como rua da Bo iada e 0 velcu to mais usado de ntro do bairro era 0 carro de bois . Mesm o as ruas rnais con hecidas , como Silva Bueno e Born Pastor. no cruzamento com a Cisplatine , formavam urn barranca pro porcionador de grande s queda s , Egas Muniz informa que em 1912 co mecava a red e de es go ros , coisa que deve ter fica do nas boas Intencce s dos papeis asslnado s , pois todos inform am que este beneficiamento e bern po sterior. As Iabric as dispunham de luz e force e mesmo algumas residen-. cias, pore m. poucas eram as ruas i1uminadas pela luz bruxoleante do lam piao de gas. Com a mudan ca do bonde de trac;ao anim al para e letricidade 0 perc urso tambe m se ampl iou . A ave nida D. 路 Pedro fc i eterrada e urban izada, recebendc paralelepidos e os trilhos . 0 bo nde Fabrica servira principelment e para 0 proletari ado da Olaria Sacoman, desp ejando e re colhendo varies vezes ao dia seus oper arios . 0 percu rso do _. vejculo atra vessava 0 bairrc de ponta a po nta: av. D. Pedro . Sorocabanos . Silva Bueno e Sacoman . U 0 bonde girava sabre si mesmo. retomando palo rnesmo trajeto ate a praca da Se . . De qua lquer forma. a ausencia de ou tra linha de bonde au onibu s obrigava os trabathadores , para se locomover, a urilizarem umas poucas bicicletas, eternamente desarticuladas pelos bur aco s e. na ma ioria es magadora , andan do a pe pelas pouc as ru as re gularm ente transite veis , transformando a Coro nel Diogo em corredor humano duas vezes ao dia. Entre 1915 e 1930. co meca a urbaniz ecao das ruas que epre sentayam maior import anci a comercial e residencial : Silva Bueno . Born Pastor . Sorocabanos e Manifesto . A inicia tiva part icular dava os toqu es de requinte par a a epoca . Jafet mand a as fahar a fren te de sua man sao na Born Past or . Anos depoi s a av. D. Ped ro e a segunda via a receber esta melhori a . Mas tambem a iniciativa part icular cometia seus exce sse s contra a sociedade . Jefet co nstr6 i urn parque infantil para bloqueer as ruas onde tinha Interes ses. o paralelep fpedo e 0 as falto apressam a implan tacao do onibus e a maior circulacao de eutomo veis.


82 Em 1940. ale m do bonde 4, havia 0 onibus 22. fazendo 0 traje to Se- Nazare e os ooibus intennun icipais que uniam 0 Parque D. Pedro ao co nglomerado hum ano-ind ustri al do A .B.C. Na dec ad e de 50, 0 refreamento das grandes industries econcomitame ao inOuxo maior da parte comerciaJ e residenc ial , sen do que pela sua obvia repercussao na paisagem urbana e no proprio exercfcio pratico das auvrcaces cotidianas da populacao 0 trafegc vern suscitar uma arencao especial. Assim , hoje , a ins peeao da estrutura gera l dos movimentos na area do Ipira nga revela, de imediato , 0 co nflitc baslco entre os mov imentos de pessegem pelo bairro e os movimentos de acesso ao bairro . De urn lado , todo 0 co nju nto de passageiros , cargas, merc adorias e viagens originadas em ce rtas are as da cldade co m de stine a outras areas que tern que passer obrigaloriam ente pelo bairro . De outro lad o , o trafego que se origina em outras are as e tern par destine 0 pr oprio bairro do Jpiranga, ao qual se acre scentam aqueles movimentos loc ais que te rn sua origem e de stino no interior do pr oprio bairro . Em re sume , e 0 conflito, cada vee mai s inscl uvel, entre os movimentos locais e os mo vimentos su pra locals , entre 0 tr Mego externo e 0 interno . E tra ta-se de urn conflitocad a vez mais inso luvel porque a sua sol ueao s6 pod e ser encontrada no amb ito metropolitan o . Enfun, em me nos de uma geracao, 0 bairro assistiu a transform aczes bru tais. 0 transite apresenta-se norm almente es trangulado, ape sar de todas as experienc ras do D.S . V., invertendo mao e rec heando as calcadas co m pos tes e avisos . Ale m do transite , um dos problemas que mais afetam a populacac deste bairro eo das enchentes. No jornal do bairro . de 1962. ate nosso s dias , a principal manc het e tern sido esta. Cabe aqui u rn aparte sobre a ocupacao dos pr edio s e 0 transite. Sobre as mo ra dias , Clau dio Gomes cemen ta . desta forma . as atividades urbanas : "Sobre 0 tabu leiro, polarizado pela massa edifica da do Museu, alteado de quarenta metros acima da varzea c itcunda nte , aSojou-se urn casari o tipicamente classe med ia , bastante bom ogenea . pred ominan temente assobrada do, bastante co mpec to na sua geminacao lateral . re velando urn ' tecldo' edifica do visualmente denso e cerrado .

Ha um a predominincia qua se que absolute de ativi de des residenciais no lado oeste da encosta do Ipiranga (para o s lado s do vale da Agua Funda). Trate-se de area bastante edific ad a, estabilizada quan to as retacoes e atividades urbanas, de caracterfsticas bastante bomogeneas , configurand o bairro de populec ao pred ominantemente de classe media. 0 casario baix o , a maiori a de casas terr eas e assobrad ad es , nio apresenta loc alizacao de ati vidade s comer-


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cia is e de servicos , de forma disperse e atomizada dei xando para 0 lado oposto ao Perque , na banda leste da colina a quase tot alidade de ati vidade comercial e de servtcos . (7) Na Silva Bueno , porem. 0 comercio funciona em anti gas moradias de urn ou no maximo dai s and ares, onde 0 terreo e usado co mo padari a , venda ou loja . Tudo leva acre r que urn dia 0 dono dacasa tambem foi o dono do estabelecimento . t .

" Na ve rda de. e nesta parte mais a ntiga do ba ir ro , ja total mente conso lidada, o nde se instalaram as atividade s urbana s mat s diversifl ca das . As ruas Bo rn Pastor . Co sta Agu iar . Silva Bueno e Manifesto polarizam as atividades cornerciais e de services e co nstituem 0 que se co nhece como 0 ' lpiranga ' pro priamente du o . Mais para leste , descendo a encosta e ja no baixo terrace flu vial do Tamanduatei aparece m as ativ idades mais antigas do bairro que nao cheg am a interferir diretamente na area ." (8)

Uma das principais atividades , em torno do Parque , e constituida pelo setor educacional do Ieiranga (Capitulo Que comentamos aparte). No entanto , . " para alem desta area . ate quase 0 bairro do Sacoma. comparece ainda urn num ero apreciave l de estabe lecimentos de ens ino , que nos penn itiram carac terizar esta area como urn vercaceiro bairro no interior do bairro do lpira nga. Pois. efetivamente . assim e, a julgar-se pelos problemas de acesso, de rrafego. de atlvidades complementares, de populecao escolar , que conferem uma caracterfstlca peculiar a esta parte do beirro. totalmente diferente das demais. No quadrilatero formado pelas ruas Xavier de Almeida, Padre Marchetti, Gama Lobo e Moreira de God6i (englobando cerca de 13 quadras) aprese nta exatamente 8 quadras e meia destinadas na sua totalidade as atividades de ens ino. E facll de ver as ricas possibilidades que lao intense atividade esco lar teria em termos de articulecao e complementacao com as ativldades culrurais do Museu e suas d ependencies" (9).

Dais aspectos importante s sAo ainda afigurados: .. Urn fate , de eerto modo aus picioso para a salvaguarda desta colina e a ausencia -c-relativa . frise-se - da verticahzacso , Isto e, do agulheiro de torres e edificios em altura . Salvo alguns ediflcics altos ac longo da 'percee ' da avenida D. Pedro I e da Born Pastor , (alem, e clare , do hospital do IAPT C. ao lado , na avo Nazare) 0 restente da area na


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vizinba nca imediata do Parque esta , ainda . relativamente desocupada de edificacoes em altura " (10). Esses pr edi os dat arn da decad e de 60. Ern 1968 ha a proibicao dos arranha-ceus , interditando-se urn , que es tava pela metade , be rn no tim da Ave nida. Os predins rnais recemes poucas vezes excedem 0 qui nto andar . No terr eo funcionarn lojas mais sofisticadas au bancos . Hii tambem 0 problema do s tatus : entre as anos de 1920 e 1940era considerado elegante morae na Av . D. Pedro I. Nessa epoca come~a路 ram as mansoes nos primeiro s 1 000 metro s da Born Pastor (entre a Xavier Curado e Sorocaba nos) . Sao elas testemun has da im i gra~ao sirio-liba nesa e constituem propri edades ainda intactas e bern censervad as , po ssuind o gra ndesjardins e ar bonzaeao abunda nte . Hoie passam por urn processo de tran sformacao , tendo se alter ado 0 seu usa e fu n~io .

Hou ve tentativas , de 1940a 1960. de nos terre nos da avo Nazare reeditar-se uma no va av . Paulista da era dos 20. 0 plano dos je suitas Ialha, resultando grandes berracoes que ser ac usados depois par a os revendedores de carros . A Born Pastor e urn exem plo do Que aconteceu as moradias , em relacao as classes socials, no Ipira nga . Jun to ao Museu . resi dencies soflsticadas, verd adeir as man sOes de gos to se mpre du vidoso , com fortes ace ntos mouriscos . A partir do primeiro quilomeyro e este ndendo-se ate 0 segundo ambiente , francamente comercial . com Jojas e euto-peces . Do mimero 2000 ate 0 inicio da Via Anch ieta. novamente torne-se res idencial s6 que contrastando com 0 inicio da rua, pois as casas aqu i sao de sculdadas , de arquitetura pobre , para moradores proletari os ou , no maximo . baixa cla sse media .


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Pa.im",".~

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Not as l.

Gom es , C. - 0 f'arq,ue dll Indr pendm ci• • CON DEPHA AT . p. 15.

2. LomQIJ(J co .

I Brasile /8 89, p , /20.

J.

Raffard, - Alg uns Dlll'i nil PlIuIidill , Revtsta do Institu te Hi srcri co e Geografl co . vor. 55, p. 209-2 13.

4.

CfOno~1a

Paulislllnll, p . 4 15,

5. RaffarJ . - Alguns Diu nil f'lIulicelll, Re vis ta d o Insti tuto Hist on c o e Ge ogrefico , vot. 55. p . 209-213.

6. Gom rs , C. - 0 Parq ue dll 7.

Idem , ibidem , p. 15.

8.

Id em , ibidem , p . 16.

9. Idem. ibidem. p. 16. 10. Idem . ibidem , p . 17.

IndelWnd~nclll .

CO N DE PH AA T. p. 15.


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La zer e eultura

A amalgama humana resul tante do enc ontro de rac es diferentes e mesmo de brasileiro s vindos de regloes diver sas deram carac terfsticas especiais ao desenfado semana l do ipiranguista ao co rrer dos anos. lsto pre cisa ser evi denciado com clareza po is ao fat or calde amento . nao pode ser ignorada a co nvivencia proxima . para nao dizer parede a parede de tres classes economicas diversas . Ale a comemoracao da Independencia a populacao rala era formad a po r uns minguad os po rtugueses , sobre puj ados pe r poucos mamelucos e itatianos , Os mais aquinhoa dos em po sse s tinham a diferencia-los epen as a moradia melhor co nstrufda . No interior . os moveis e utensilio s pouco diferenciavam . 0 mesmo no s trajes: 0 me smo na s diversoe s. Se 0 abasta dc prerendesse algo de difer ente para si ou para os seus , precisa va empreender a 10!1ga viagem de ida e voila ao ce ntro da c ida de . Este deve ser 0 mo tive por que os morad ore s mais a ntigos lamentam 0 peque no numero de visita ntes que 0 Museu rem , atualmente aos domingos , quand o comparado it epoca em que 0 Ipiranga era urn deserto de casas . 0 unico ponto de recreacao e . principalmente . gratuita . fatalm ente deveria ser ba stante procu rado pelo s 10cais . Em nossas e ntre vlstas jamais divisamos algum a pro veitame nto ou ass imilacao cult ura l petos entrevls tados. Servia ape nas como recrelo, para espairecer . Pratica va- se tarnb em . e com inlensidade a cac u e pesca . que alem de recrear , tembem tinha fins utilitarios , pois refcr cava as mesas dos me nos aquinhoado s . . o aumento sistemalico de sobrenomes ita lianos . mormente o!t. do norte e especialmente luqueses . como Machini . Ranieri. Ferrasc hini, etc . Irazem 0 primeiro passat empo especiflcemente ludk o: a boc ha .


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93 Nu ma socledad e onde predomi nav arn os artesaos , aplainar urn terre no de 20 x 2 m e tornear uma dtizia de esferas de ma deira era tarefa fac ilmente su peravel . o aumento progressive do numero de fabrica s e moradias Iraz 0 segundo divert imento: futebol. Fosse aquela scciedade urn pouco menos pobre e paraletame nte tertamos 0 ci nema . qu e sem pre caminhou paralelo ao futebol .

Os primeiros anos deste esport e , que nos acos tumamos a ver como eminentemente popular e prati cado es peci fica mente na varzea . pela classe pobre , foi no s seus prime iros dias praticado pela elue dos inglese s do S . P. R,; London Bank. S .P. Gaz e Lig ht e conti nua do oela elite brasileira frequentadora das escolas e clube s plut ocr atico s . A varz ea do Carma . nao muito longe do l piranga foi urn de s redutos que assegurou ao s pobr es a su pre macia deste esporte . desestimulando e desa rtlcula ndo 0 Mackenzie . Ge rmanin e 0 Paulistano . Se hoje 0 futebol varzea no esta em extmcao pela ause ncia de es pac o s ond e se po s sa m fln c ar n-av es se m sere m ex pu lso s para dar lugar a um espigao . naqu ele tem po aco ntecia exatamente 0 opos to . 0 afluxo maior de moradores sempre encon trou local para a co ncrenzacao de campo tem porar io ou definitive . Em 1925ja se acendiam paixce s . Quando 0 Flor do Ipiranga jogava co m 0 Silex era motive de enrrevero s antes . dura nte e muito apes a partida. Ao redor destes do is astros sidera vam uma ce ntena de out ros . 0 mais famoso deles todos , 0 Clube At letico Ipiranga nasc eu fora do bairro. na Agua Branca . Por lo ngo tempo tentou -se leva-lo ao bairro hom onimo mas 0 Independencia Futebol Clube nao queria perde r 0 nome na fusao . Porem logo ao agregar- se so brepujou-se a todo s, Apesar da ajuda que os Jafet s passam a dar ao clube , sendo dur ante largos anos visto como urn time de sirics, na verdade ele sempre sob reviveu pelo cari nho do proletari ado do bairro. A andanca de sua sede bern demonstra essa depende ncia . Iniciatmen te localizou-se no cinema da Anun ciata que abordaremos logo mais , com maior detalhe . Em 1935 sao obrigados a mudar-se para a Rua Silva Bueno . 71. Logo apes (he sa o ce dillas dua s sal as na part e super ior de urn bar na Rua Silva Bue no , 130, pelo do no do estabelecime nto. A ter ce ira muda nca ainda deu-se na Silva Bueno . esqu ina com a Patriotas . Por Ult imo . foi levado ao Saco ma . quando de ixou de part icipar da Fe derac;ao Paulista de Futebol. a grande golpe ad viu no momento em que os Jafet s prec lsara m da area onde se localizava seu campo para edificarem a Epeda . A maiori a de s entrev ista dos salientou que . apesar de todo 0 bairro to rcer pelo C. A. lp iranga , era tambem verd ade que qua se todo s tinham preferencia por um dos componente s do famo so Trio de Ferro: Corintians. Palmeiras e Sao Paulo.


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13. ex pusemos purqu c: 0 ci nema nao figuro u no s pnmerrcs an os do sec uto como fator important e no lazer do Iplranguis ta . apesar de parti-

cipar esporadicamente em festas de clubes ou na breve passagem de algum profissional de exibicoe s , Em 1913, a Compan hia Antartica Paulist a possu ia urn , de nom e Parque Ipiranga .jocalizado no aha do bairro . mas que fatalme nte nolo

podia primar pela co ntinuidade, isto porque, enos apes , 0 popular Cinema da Dona Anunciata . na rua Tabo r. em frente ao Ipiranga Palace . sobrevivia por ester constantemente cedido para 'belles . o Cine Barracao. na e squi na da ACrania Barra . pa ssava pelos .mesmo s entr aves . 0 Cine ParoquiaJ e 0 Ipiran ga Palace . pertencentes aos Padre s do Sia n. somente tern e xistencia regular a pes 1930, quando

a popufacao do bairro aumenta consiceravetmente , recolhendo os primeiros moradores da baixa c1asse media. Os cines D. Pedro e Samarone , dispondo de amplas satas, terao 0 fastigio proximo 80S anos 40. continuando ate 60. A entrada numerosa da classe media. ex pulsa de outros bairros pela urbanize cac desenfreada, sustentou 0 surto . Para os menos fevorecidos , alem do futebol . restavam as ccnstantes quennesses das igrejas e 0 namorico adistancia . Ainda em 1950. aos sabados e domingos ce ntenas de mocos e de mocas faziam 0 footing desenfreado no "Vai e Vern da Chica Boa " , e ntre a Rua Tabor e Sorocaba nos. Nos bailes do Olim pia. Paz e Uniao , lndep endencia e Indiana perdia-se aos pou cos a inibi~ao . " epesar de moca comporta da so dancer com conhecidos" . 0 mais procurado de todos os saloes era 0 do Centr o Ipiranga , onde tocav a orquestra de Joeo Cofia, que anunc lava atre ves de certazes no palco . qual seria a proxima musica . Apesar de se falar do Teatro lndepende ncia na Estra da do Ipiranga , pode-se com certeza avaliar que dev er ia se r mais torme ntoso que 0 proprio Cine Parq ue Ipiranga. A tradieao musical italiana nao se fez pre sente com grande calor na musica . Uma banda filiada ao Centro Independencia e os espe tac ulos da Cul tura Artistica a partir de 1925 e 0 que existe . A div isac de gos tos e culturas pode ser evidenciada neste particulac. Os nossos entr evistados falavam dos cantores sotistas que se epre sentevam cada dois meses, de forma altamente elogiosa ou os ignoravam completamente. Infefizmente , 0 ntlmero dos que os ignorevam supera de muito 0 dos que a s frequentavam . Somente em 1954 temos 0 Conservat6rio Musical Anchieta. Quanta ao aspec tc religiose , alem do bairro primar por intlmeras igrejas , sao constantes as nonclas no seu jom al onde se pode perceber a tclerancia a diversos cultos. A maioria das obras socials tambem sao efetuadas nesses centros de paroquianos, Outros tipos de associacoes sao bastante comuns neste bairro.


95

......

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98 Em 1912 chegam ao Cambuci os membros da Congregacao do Sian . Fu nda da em 1847 por urn co nve rso j udeu , ded icou- se , no infcio , a fins es se ncia lme nte apologeticos , tra balhando junto a grupos israelilas , te nta ndo traze .los ao cristianismo . S6 posteriorm ente os propositos foram se ampliando e di ver sificando , entre e les 0 ensino . Loglcament e , 0 num erc sempre maior de ipira nguis tas qu e at procuravam co nfor to es piritua l, ao lado da rom ari a de cr iancas que , alem do catecis mo . bu scavam Instru cao prim aria em suas e outras es colas , nao

deve ter passado desapercebido. Em 1920 ina ugura ram a cape linha que futuramen te viria a se r a Igreja de Sao Jose do Ipiranga . Quase simultaneam ente um a escola tern infcio. Na falta de melhor loc al. nos seus primeiros tempos . fun cionou nacasa de Don a Hipolit ade Brito , benemeri ta da paroquia . Alias, deve-se ressaltar o fato incomum da igreja ter sido edificada gracas it cooperacao da abastada recem form ada plut ocr acia indu strial do s Rani eri, Jafet , etc .• ao lad o do proletar iado . Os primeiros fomece ndo tijolos , madeira e ci rnento . Os outro s , trab a lhando gratuitament e nos fins de semana . Em 1925 tod os os intorm ant es sao un animes em afi rmar qu e as varias opcoes ex istentes co nseg ue m supri r a dema nda que a demografia em expansao vin ha pedin do . 0 secundario so bern mais tarde seria co gitado . Desta forma, dos varies pr obl em as que 0 progresso mesperado do bairro iria acarretar , 0 ensi no . felizmen te , iria acompanha ndo o desen volvimento crescente . A instal acao da peque na ctasse me dia a partir de 1935 pro pic iara outros es ta be lecime ntos escolare s e os primeiro s cursos secundarios. o gove rn o se vera obrigado a ampliar a red e de ensino para pode r ab rigar a demanda que a formacao das varias vilas ao re dor do Ipiranga co mecara a forma r. Em quinze anos inve rte ra-se asituacao . 0 bairro pas sa a abrigar as cria ncas de for a . Com a entrada da c1asse medi a . fica con solid ad a a slruacao educecio na l. 0 secundano e mesmo as antigos c lassicos e cien tificos sao minlstrados . Naoera de se esperar po rem. antes de 1922. qu e , num loc al onde os meio s de trans po rte eram deficient es , as m as quase picad as , carentes de luz , agua e esgoto . fosse a educ acao cu idada. A ba ixa den sidad e demograflca, a liada aos titos tot almente utilitarios das verias fabrica s e empresas , desin teressavam as autorida de s de preocu pacoes maiores. Lembre mos qu e ate a gue rra de 19 14 nao temos no ticia de ne nhu ma igreja no lpiran ga , fato ve rda deira mente alarmant e para uma epoca o nde os valores re ligioso s ai nda partici pavam ativamente da person alidad e psfquica e social do homem de er uao . Se oconforto es piritua l dos portugu eses e descendent es , don os da rnaiorla das chacaras , da mesticagem cabocla que os servia m nos trabalhos da terra e mais do s italianos recem-ch egados e que . me rce de


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,..


100 urn trab alho arduo come cav am a ahocanhar a s peq uen c s lotes e snios que as portugueses meno s em preend edores e j a pre so s a hor lzontes come rcia is perdiam grad ett vamente , 56 pod ia ser enco ntrado no Cambud e Braz , Imaain e-se 0 das primeiras tet ras . Por largo tempo as cnancas nascid as no Ipir an ga teri am que enfr entar diuturnamente a s percal cos de urna estrad a que le vava muit o adulto a eban do nar 0 bairro se 0 loc al de trabalho enco ntrava-se alem do Braz . Mabes a u Vila Marian a . E bern provavel que a estreiteza cu ltura l dos portugueses , mestilJOS e italian os nao hou vesse provide ncia do nem mesmo 0 me streescola particular . c elu la mat er de quase toda a iniciac ao educacio nal nos bairros longinquos da cap ital. Nos . pelo men os, nao encontramos ras tro . Uma ob ra esp ecializ ad a do ano de 1913 nos da vari e s indfcios de onde as primeiras letras poderi am estar sendo ministradas: Instituto Sagrada Fam ilia. que dedica-se ante s a protecao de escr avo s e desc endentes; Asilo de Orfaos Desamparad os Nossa Se nho ra Auxi liadora do I piran ga ; As ilo Born Pastor. para men inas pob re s e regene ra cao de mut bere s.

Apesar de Oli o vir cltado , 0 Institu to Crlstovao Colo mbo ja era tradicional . Dizem os que nesse s loc ais " poderiam " estar sendo ministradoe. com 0 verbo no co ndicional, porque em circunstancias norm ais isso de veria ac ontec er , dado que os egressos dessas ins titulcoes , em anos mais chegados a nos. pouco van alem de seu nome mal as sinadoe as cua rro ooeracoes as sas sinadas . Pouc o adiante vern a lnformacao que 0 Grupo Escolar Jose Bo nifacio est a em fase de organizaceo . F ixemo- nos ne ste nom e porque dali sairao parcialmente alfabetizadas , as ex penses do governc as primeiras crianc as ipiranguistas . Pelas Inform acces recebidas de vari es mor ad ores . alguns que chegaram a frequenta-la , 0 Grupo Escolar fora inau gura do nos fins da primeiraguerra mundial .porem parci alm ente . A esccla funcion ava em do is perfodos na rua Itu anos , entre a Costa Aguiar e a praca Nami Jafe t. 0 matin al . com capacidade para 25 aluaos , era frequ en ta do por garctos . A tarde , 0 mesmo numero de clas ses e lugares era o ferec ldo as meninas. Isto referente aos primeiro , segundo e terceiro anos, porque '0 ultimo an o ainda precisev e ser feito no Grupo F-scolar do Cam buci. A mor adora que forneceu estas informacoes e que anos depo is seria profe ssora de uma das mais conce ituadas escolas do bairro , acrescenta que pou co dep ois outras opcoes poderiam ser feitas por pe ssoas de mais posses . Dua s outra s esco las de cunho particular pas saram a funcionar . No Centro Operario, na ruados Patri otas , don a Elvira dava os primeiros ensinamentos . Na rn a Born Pastor com a ru a Co ns titu inte , dona Nini faz ia outro tanto . ARQUIVO HISTORICO MUNICIPAL V\lAS HING TON L UIS

" " Acef\to Biblio g rafi co


101

Mas co mo jeivimos 0 pequeno horizon te de s pai s dev e ser tamoem Ievado em conta, ao lado do de sca sc gcvername nral . Era co mum no me mento e se pede es tcnder a pr atica a te 1930. do trabat ho de menores de to a ROS . URS poucos tostoes deviam co ntar imensamente para aque les deserdad os. A escota. portanto , ap arecia como ernpec ilho

para 0 trabalho das crianeas . Isla fica pro vado pois a partir de 1920 passa a funcionar 0 periodo nomrno para maiores de 14 anos . Outros informant es co ntam que a partir de 1922 ja funcio navam outras escolas: uma na rua Nazare e outra na rua Antiga v tacao . Porem. antes, instalara-se , rusticame nte. a escola-igreja dos Padre s do Sion . Hoje 0 Ipiranga e urn dos raros bairros da capital que pode fom ecer toda a tnsuucso ao seu morador , desde 0 maternal e preprimario ate 0 universitario. Eis alguns dos seus rnais important es centre s de formacao: -

Centro de Reabilitacao Profission al, I. N .P.S. Rua Agosrlnh o Gome s , 1.455

-

Coleg lo sao Franc isco Xavier Rua Moreira e Costa, 53 1

- ln stitut o Crist6vao Colombo Rua Dr. Mario Vicent e , 1.108 -

Centro Educacional Ese Av . Gentil de Moura , lSI

-

Colegio Rainha dos Apostotos Rua Ouv idor Portugal. 6rn

-

Colegio sao Jose dos Padres de Sion Rna Agostinho Gomes , 1.941

-

Colegio Cardeal Motta Rua Paulo Bregarc , 400

-

Cole gio Comercial Sao Carlos

Rua Costa Aguiar , 1.819 -

Colegio Estadua l Francisco Assis Rua Born Pastor , 1.560

- Co tegio Estadual Prof. ' mailer da Silva Rua Anatole France, 76


102

-

Colegio Estadual Teotcnio Alve s Pereir a Rua Arci pre ste Ez equias , 734

-

Cong odas Irm azinh as da Imaculada Concelca o Av , Na zare. 470

- Escola Estadua l de 1.0 Grau Murtinho Nobre Rua Ouvidor Portugal . 789 _ Escola Estadua l de 1.掳 Gra u Nessa Sen hora Aparecida Rua Alvaro Fragoso , 734 -

Casa da ln fancia do Menin o Jesus Av . Nazare , 1.180

-

Colegio Regina Mundi Rua Marque s de Leges , 2.002

-

Grupo Esc olar Pro f. Odom Cavalcante Rua Bambore , 546

-

Grupe Esco lar Viscond e de Itatina Rua Silva Bueno . 1.412

-

Inst. Est . Educ . Alexand re de Gusmao Rua Cisplatina , 298

- Jardim EscoJa Dom Pedri nho Av . D. Pedro , 594 -

F.A .I. - Facu ldades Associadas do Ip iranga Av . Nazare . 993

-

Fac uldades sao Marcos Av . Nazare , 900


10)

Comerclo e Industria A compos icao ingratissima do solo do Ipiran ga qu e , no period o colonial e imperial nad a produ zira agricolam en te . co m a chegada da Indus trializacao teria sua primeira parttclpacao positiva . o crescimento vertlginos o qu e a c apita l estava so fre ndo na parte demognifica com a entrada indiscriminada de imigra ntes passara de 31.000 hab itant es em 1872 para 239:820 habitan te s em 1900, acerretando problem as habitacionais prementes. Tijolos e tel has passaram a produtos de primeira necessidade (I) . 56 entao 0 solo ipiranguista se mostraria generoso. Findar ia 0 acabrunhado capitulo terr a e co mecav a 0 ca pitulo argila . No primeiro informe que 0 governo tern sabre sua nascente indu stria (2), A . F. BandeiraJunior fala das carencias dos bairros operar los , classificando 0 Ipiranga ent re eles:

.. Nem urn co nforto tern 0 prol etar lo nesta opu lenta e formosa Capita l. as bairros que mais se co ncentram per serem os que co ntern maior numer o de fabricas , sao os do Braz e do Born Retire . As casas sao Infectas , as ruas , na quasi tot alidade , nee sao calcadas, hli (alta de agua para os mais necessarie s misteres. escassez de luz e esgoto. a mesmo se da em Agua Branca. Lap a , lpiranga , S. Caetano e outros pont es inais afastad os." A citacao e important e nao s6 pelo retrato sem reto ques da situa~ao social do proletariado paulistan o , ma s tambem por classificar 0 Ipiranga como bairro , ao inves de suburblo , e dota-lc de forte contingente humane , alias, 0 unico documento a faze-lo, pais j:i deixamo s


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A lDdlillr1al dol J.ft'b Edlfldo otMH fwK-1oa..d1 .. nc:ritO....

It'

.pOsitos d. F1,...


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. parente atraves de varies relates e mesmo fetes, que 0 bairro. na epoca, era urn deserto onde imperava a solidao. o livro tern duas partes bern distribuidaa. Urn minucioso informativo sobre as industrial . algumas de signific a~ao nula , peta maquinaria e mlmero de tra balhedores, e urn esboe o a vee de passar o cnde sintetiza seus pensamentos acerc a da mdustrializacac , -inddstri as e proletariado. o apanbado, de forma alguma deixa clare 0 que possa significar , em ndmeros e fates , 0 bairro. Para reforcar basta lembrer que da s 110 inddstrtas analisedas, apenas urna esta localizada na area do entao Ipiranga (3 ). "ESTABELECIMENTO IRM Aos FALCHI Fabric a em Vila Prudente. A Vila Prudente esta situada Ii marg em da Estrada de Ferro lnglesa na Es ta~ ao do Ipiranga. E urna localidade alt a, saud avel, edificada em 1890. Compce-se de grandes edificios para as Iabricaa ; ca sas-vivenda para empreg ados, operarios e pessoas estranhas a esse estabelecimento que al mantem co mereio e de preferencia babitam , pela salubridade e apro xima~ao da Capital e da Esta~ao de Via-Ferrea. FABRI CAc;Ao

de de de de

ceramlca tecido s de seda sabao fino e grosse gran para ca lcedos CE RA MIC A

S6esta fabrlca ocupa uma area de 10.000 metr os quadrados, na qual se acham tres importantes minas de ergila superior. de modo que traz tod o 0 produtc ceram lcc desta proced encia. Se nlio e 0 melhor do Brasil. eum dos melhcres por sua natureza especial . sendo ce rto que e superior ao melhor importado . As telhas , peinclpalmente , pe lo pouco peso, durabilidade e cor sao preferidas as estra ngeitas . MAQUINISMOS

I motor de for~ a de 40 cavalos 2 amassadores de argila 1 maqutna para toda qualidade de tjjolos, podend o prOOuzir diariame ntemente quinze mil tijolos


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Diversa s maqulnas par a producao de telb as fra ncezas , sistema Mar seille e Brasileira 4 fornos com capacida de para mais trezentas mil peeas pe r mes 2 gra ndes pren sas 2 misturad ore s e Du tra! maquln as diversa s PR OD U ~ A o

Telhas de Mar seille e Brasileiras pera ccbertura .cumletras e ditas ventiladas . Anua lmente urn milhao. Tijolo s par a construcao e maceiras. Dttos es peciais para paredes. Anualm ente urn milh ao . A diferenca de peso entre esses produtos , apesar de methores e inferior em mais de cern mil reis , sa bre cada milheiro importado . PESSOAL

Nacio nais: 10 bomens. Bstrangeiros : 60 homen s e 10 menor es" .

Logo nos primeiros anos do secu lo local . entre a Vila Prude nte e

0

Dutra

ccngenere flxa-se no

lpiranga, germe do atual bairro do

Saco ma . Imigrantes fra nceses da fam ilia Sacoman adquire m terrenos que se es tendiam do ult imo querteirac da Silva Bueno em direcao it es tra da de ferro . No tim da primeira decade a Sacoman Freres e a Ceramlca Vila Prudente tigur am entre as cinco malores ceramicas do Estado . Pore m, se ria no ramo tex ti t que 0 bairro ob te ria celebrlda de . A part ir da Repub lica 0 desc ort ino do Major Diogo e Anto nio Alvares Penteado abr e caminho para a fabricacac de tecidc s , elcenca ndo em pouco tempo desenvcl vimento raro nas estat fsticas brasileiras da epoca (4). Ano 1905 1907 1909 1911 1912 1913

Fabrica s 18 23 23

32 37 49

Operartos 6.296 7.387 10.275 14.828 15.587 16.317

Capita l 27.578:290Sooo 38.946: 1905 ooo 39:800:eoosooo 53.848:383$000 74.237:9 18$000 83.839:597$000

Oeste quadr o scbressaiam-se co mo empresas que mais co ntribuiram para est e milagre (5):


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Operarios Estabelecimento Cotonificio Rodolfo Cres pi 1.305 7.857 Cia . Ipiranga Tecelagem e Es tamparia Cia. Fa hril Paulistana 500

Ca pital 6 .00(),()00$OOO 4.000,000$000 2.000,000$000

Segulam- se so na capital rnais de tre ze fabrlcas men ore s em equipamentos , operarios e ca pital. A Cia . Fabril de Tece lagem e Es tamparia Ipiranga fol a primeira industria de alto port e a instal ar -se no bairro , isla em 1906. Su a ex istencia deveu- se aos imigrantes sfrios Benjamim Ricardo e Nami Jafet. Benjamim chegou ao Bra sil no inicio da Republica . seguindo-o nos cinco anos a s out ros irmaos. Mascat eando de porta em porta , ven dendo pelo metoda da "prestaceo ' ,c om as tr eje ito s e lingu ajar tfpico s que enr lqueceu a empreende dora colonia e 0 anedotario de Corne lio Pire s . (6 ) o ca pita l reunid o pelos quatro irmaos fe-los passar do comerci o para a industria . Em 1906 compra ram 6.000 m2 nas barati ssimas terras do lpiranga , entre as ruas Manifesto. Patriotas , Sor ocabanos e Agostinh o Gomes . Com 0 passar do s anos a area edificada ele vou-se a 16000m2. A origem hu milde e apedeutica era compensa da pelo descortino e voca ~ao co murn a todos os pioneir os daquele momento , bastando lembrar Matarazzo , Falch i, Cre spi . Gamba . Pugliese e tantos outros . George Street e Simonse n era m exc ecao . A guerr a de 1914-18 com a con sequente interrupcao de rem essas vindas da Europa aceleraram 0 desenvolvimento da flacao , ba stando comparar o s dados de 1913 com os de 1919 dessa fabr ica (7) . A na

Capita l

Operarios

Te are s

HP

1913

4.000 ,000$000

444

1919

6.000,000$000

785 1200

600 I 000

800

Fot os de 1919 'c omprovam que 0 maquin ario era 0 mai s moderno na epoc a , usa ndo- se 0 homem s6 nas terefas que a mecan lca de enteo ainda nao conseguira automatizar . Entre os anos de 1922-25 a producao subira ainda mais , necessitando de 2.500 operarios , segu ndo testemunho de pessoas que entrevistamos. Outra font e (8) cita uma tec elagem pertencente a Alfredo Ramo s . funcionando em 1903 na es trada do lp iranga . Ja vimos que especie de novela policial era a tal estrada do Ipirang a . Para contirmar 0 primari smo da Estra da e espo radicidade das suas ed ificacoes . 0 almanaque acr escenta que nao h3. numer o iden tificador do pred lo.


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109 Ramificacao do setor de tecelagem . em ju lho de 1907 comeca a func iona r a "fabrica de liohas des Ingleses" , como era popularm ente co nhec ida a arua l " Linhas Corrente 51A" . Pouco dep ois e j a no ramo metalur gico . inaugura- se a Fab n ca de Ferro Esma ltado Silex . Es ta Fabricaja na sua origem repre sen tava urn sina l da virad a do s tem po s . A fase das olarias . importante indiscut ive lmente , du rara poueo mais de dez anos . Os inglese s adquirira m a are a do italian o Marc hesini, dono de urna o laria em decad en cia . Tambem com esta s duas empre sas a defl cienci a de importe cao europeia mo tivada pelaguerra sera co ntra bala ncada, ac arreta ndo uma expan sao ace lerada . A Silex . que , seg undo urn informe de 19 13, tinha 350 o perarios e urn capita l de I:000$000, logo apes 1922j a contava corr 500 traba lhado re s. Uma revista de 1909 (9) oferece os seg uintes dado s dessa fabrica : Fund ada em 1909. Pre side nte : Pedro Pontua l de Petrolina Diretor Ge rente : Marcie Pontu a l 40.000 m2, na ru a Tabor . 150.000 quilos de louca es ma ltada por auo . Materia prima ame ricana e inglesa . 6 mot ore s de 350 H P. 8 forn alha s. 500 o perar ios . Capita l 1:000$000 A Fa brica de Linhas , por es ta epoca tinha ntimero igua l de homens , mulhere s e possivel me nte tambem criancas , prat ica tam bem docume ntad a no livro de Ban deira Juni or .

"0 corpo de openiri os no Esta oo de Sao Paulo eleva-se a numerus superior a cincoenta mil entre homen s, mul heres e crianca s. qua si em sua totalidade italiano s, por que como ja dissemo s sao artistas todos os indivfducs dessa nac io nalida de . E co nside ra vel 0 numero de men ore s, a eontar de 5 anos que se oc u pam em ser vices febr is . pereebendo salar ies que comecam por du zento s reis diarie s; mas , mais do que isso . tern esses men ores a vantage m, de adquirir bablto s de trabalho, apre nde ndo urn ofieio que Ihes garante 0 futuro, ao passo que nao augmentam a phalan ge des menores vagabundo s que infestam esta Cidade " . (10) A mentalid ad e vitoria na do au tor so enxergav a benefieio s no rraba lho de menore s a partir de 5 a DOS, consisti ndo esse pont o de vista uma re gra do momenta , so denu nciad a pelos enarquistas .


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A trindade - Estarn paria Iptranga . Fabrica de U nhas e Silex por si 56 mereceriam urn longo tratado pela importincia his tc rica, social e econOmica dentro do bairro . Nao hi mor ador antigo do Ipira nga que nao tenha trabalhado , direta ou indiretamente, pelc me nos para urna delas. A importancia transcende de ta l forma . que mesmo hole as j ovens tern urn fato au lembranca rec ebida dos pais e tio s.

E chegado 0 mom en to de apurarmos a re la~ ao destas industries com a estrada de ferro. Desde 1872. Quast nula fora sua contribu ica o para a fixa~ao humana . Virna s que para a execocao do Museu as construtores serviram-se de mao-de-obra da capita l e S. Caetano, que. mesmo flxando-se hi dur ante a s seis dias de trabalho, aos domingos regressavam eo lar , tipifican do . eortento. a migra~ io pendular. Nos dez pr imeirc s anos deste secu lo , Born Retire , Barra Funda . Mooca , Bras , Lapa , Pari e outros bairros satelizados pelas estradas de ferro , ai nda estavam Jonge do estrangulamento es pecial. Are as livres ebun dav am , 56 que jci va Jorizadas imob iliariamente . o lpiranga , como observamos, tinh a 0 seu m2 vend ido a precos irr is6rios , de vido aimprodutividade da terra. rec on hecida por todos , e a dificuJdade de hi se c hegar, cousa Qu e 0 tornav a fora de cozuacao . mesmo para os mais necessit ados . Porem . para as Indastrias que precisavam de am plas areas . 0 preco daquela terra aparecia como um alvitr e ca pitoso . A maquinaria pesada para a mon tagem das fabri cas e posteriormente a materia-prima c hegariam fac ilmente pela via Ierrea . Mesmo a mao de obi-apoderia em part e deJa servir-se . No ticras de 1915 ja indicam um pequeno exercito 56 nestas tres indu stries. No mes Silex Esuunparia l piran ga Fabrica de Linhas

O perarios

350

785 400

Capital 1:000$000 4:000$000 2:000$000

Nossos entrevistados afirmam que destes 1.535 traba lhado res , talvez 20% residiam no bairro . Nem me smo a recessao ua gnpe es panhola do apes guerra pertu rboo 0 desenvo lvime nto das Industries. 0 capital e co nsequente nurnero de obre iros , cresceu ininterruptam en te. E nov as industries , aproveitan do 0 exemplo de st as tr es fixam -se no bairro . S6 citaremos as ma jor es e qu e perduraram por anos . Serraria Frando li, entre a rua Cipriano Barata , Costa Aguiar e Fico. Em janeiro de 1924inaugura-se a Artex Sf A Fabrica de Artefatos Texteis na praca Nami Jafet .


III

Em Abril de 1925 a Metahirgica Mercurio . na Cipriano Barata . Tam bem de 1925 co meca a funcio ner a linha de mon tagem des carros da General Motors na Av . Presidente Wilson . 0 trabalho co nsistia praticamente no desen calxotam ent o e limpeza dos velculos. Ant es de 1932 ja se mud ara para S. Caet an o , onde esta ate agor a . Em novembro de 1928 a Bat es do Brasil- Papel e CcluJose S/A. Para lelamente , 0 comercio acompanbaria. como de pr axe , as ditames da indu stri a . J3 sao vislvei s lojas de tecidos e moveis na Silva Buen o , liderado s por ju deus e sfrios . A Padaria lndepend encia de Bento Cerqueira deixa de ser urn buraco insignificante para co nsolidar-se . Outras logo ap areceram. A Ferm ecia de Roque Garc ia na Silva Bueno com ltu ano s sofre 0 mesmo destin o . Por em , a demand a das industri as que se instalavam e outras que se ampliavam continuavam a so fter a cerencia de mao de obra , em especial a re sldente no bairro . Os Jafet s , que por volta de 1925 precisavam nas sues varies Indus tries de mais de 2.000 trabalh ado res , usaram 0 expediente de construir 0 grande ediflcio de apartame nto da ru a Man ifesto com Patriotas , que 0 espirito Irrevere nte do publ ico ap elidou de "Pombal " . Pessoas cre de nciadas pelo s Jafets percorriem as c ida des do interior o ferecendo empregos, salaries mais altos que os da lavoura e aluguel barato . No ca sodeuma familia inteira decidi r-se pelas industrias Jafet s o afugue l seria cobrado na razac inverse de pessoa s empregadas, portanto , form ava-se de inic io urn vinc ulo direto entre empregador e assalariado . po is quan to maior fosse 0 numero de pesscas , menor 0 preco do aluguel. Poucc depo is a eq uacao j a estava desmoralizada peta imaginacac e possibilidades que a cida de ofere cia ao s ex -Iavradcres , Aos poucos, des frut ando de s poderes que a es pecializacao da ao proletar io indus trial. urn membrc da familia sa ia dos estabelecimentos Jafets , porque outra s fabricas o fereci am -lhe me lho res salaries . Em seguida ou tro s me mbro s iam pelo mesmo caminho ate que a de fec~ ao fosse quase geral . No tim apenas urn representante da familia continueria traha lhando para a ind ustri a que os tinha re tirado do campo, aumentando 0 criminosc exodc rural , para gara ntir a co ntine acao da posse do epart am entc . Ainda outras re galias eram ofereci das , como certas facilidad e s no transporte daqueles que nao moravam no Ip irang a . o bonde "Pabrica' t-que fazia 0 percurso - Prac a de Se, Gloria. Lava pes , l ndependencia, Av. do Estado , Tab or . Silva Buen o e Naza ret h , - em certas horas do dia parava dentro da Iabrica para deixar os cperarios , Alias , 0 pr6prio nome da linha tinha relacao com a industriaHzacso. por servir inicialme nte os operarios da Olarta Sam ar one , o nde depoi s funcio nou 0 cinema do mesmo nome.


II :!

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113

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114

Uma fab rica de c hapeus de Vila Prud ente co nduz ia em tro lei puxado a cavalo as seus operarios que cbega vam de trem na estacao do Ipiran ga . Na decade de 30 outros estabelecimentos de vult o aparecem . Mar co de 1936 - Ind . 1. B. Duarte - Rua dos Pa trio tas , Mar co de 1936 - Fiacao e Tece lagem Lutfalla - R. do Cons tirulnte . Mar co de 1937 - Fabrica de Linhas Alete Marccnci ni - R. Agostinho Gome s . Marco de 1938 - Fergo-Ind . Imobili aria - R. Hip olito Soares . Ago sto de 1938 - Serralgodao Comercio Industria - Av . Nazare . Marco de 1939 - Cia . de Maquin as Hobart-Day ton do Brasil - Av . Pres . Wilson . Abril de 1939 - Swift Armour _ Pres . Wilson . Abril de 1940 - Cia . Brasileira de Petr61eo Ipiranga - Pres . Wilson.

A conduta desregrada da Pre feitu ra neste s anos e patente . A indust ria . seja qu al for seu ramo , ins tala-se indi scriminadamente . Laminac oe s , serrarias , co toniflcios , co m suas fornalhas e chamines po luid or as , ladeiam fabricas de produtos alimen ticios e farm aceuticos . Na decad a segui nte a cegue ira gov emame nta l be iraria 0 crimino so : Abril de 1941 - Papel Leon Peffer - Pres . Wilson Agosto de 1941 - Ind . Brasile ira de Condutores Eletrico s - Bom Pastor Jan eiro de 1942 - E st. Nacion al Ind. Anilinas - Ciprian o Barat a Novem bro de 1942 - Bern ardini Ind . Com . - Hipolito So are s Se tembro de 1943 - Gema Bquipamentos Industrials - Aim . Lobo Novembro de 1943 - Usina Sa nta Olimpia Ind . de Fe rro e A ~o Pa triota s Dezembro de 1943 - Cibraco Ind . e Com . - Pres . Wilson Jan eiro de 1944 - Grafi ca Sao Lui z - Ago stinho Go mes Junho de 1944 - Lanificio Jafet _ Pres . Wilson Julho de 1944 - Ind. de Papel Simao - Manifesto Ju lho de 1944 - lndustil - Ind . Textil - Agos tinho Gomes Dezembro de 1944 - Lalekla Com . e Ind . - Manifest o Julho de 1945 - Protin Equ ipamentos Individuais Protecao - Age stinh o Gome s Janei ro de 1946 - Bach ert Indu strial _ Alencar Araripe Mar co de 1946 - De Ran ieri Torc ao de Fibra s Te xteis _ Lino Coun nho Maio de 1946 - Dis tribuidora de Bebid as Born raster - Xavier de Almeid a Maio de 1946 - Gnifica Romo te _ Cipriano Barat a Outu bro de 1946 - Famor Ind . e Com . - Bom Pastor Novembro de 1946 - Irm aos Lantieri - Born Pastor


115 Jane iro de 1947 - Leminacac Santa Ter czinha - Av. do Es tado Junh o de 1947 - Ind . Sansao - Juntas Provisor ias Junho de 1948 - Irmao s Rusu - Via Anch ieta Maio de 1949 - Persianas Columbia - Tabor Outubro de 1949 - Malharia Mundial - Lord Cockra ne Ou tubro de 1949 - Liquid Carbonic Ind . - Av. Nazare Pela relacao ve-se que as problemas das decades anteriores estayam agora, pela rein cid encia, agavados ao extrema . 0 passar dos anos , a lgnor an cia do que rcalmen te pode ria significa r 0 " maior p arqu e indus tria l da America LO a tina". refnio os tentado ate nos bondes da Light que, for necedo ra de luz c ror~a eletnce, nada tinha a perder e tud e a ganh ar , 0 desesp ero dos responsave is pela saude do trabalhad or e higiene am bienta l, alem do acresclmo populacional das camada s que cram ex pulsas dos bairros mais pr6ximos do centro . torn avam 0 Ipira nga retrato vivo de s pro blema s que incidi riam por toda a ca pital a partir de 1960 e que perd urar tam ate hoje , co m poucas c hance s de solucac , Isso se 0 forem . Ruas em esta do lamen tavel, porque foram compcta das para suportar 0 peso das cerrocas e caminh6es de 1930 e nao os e nlbcs e cerretas de agora. Rios tra nsformados em esgotos ao ar livre e . peinclpelmen te , 0 ar into xica do e negro que identificavam Sao Paulo pela calota negra perene a partir do s 500 metros de altu ra . o Ipiran ga co ntribu ia com uma parce la para este quadro. A qued a do getuli smo em 1945. com a redemccrati aec ao pouco 0 modiflcou. Se antes a propin a , 0 tapinha nas co stas de urn amigo bern situa do . a imposs ibilidade de se fazer cruicas publicas , acobertavam erros e atitudes cri minosas , em seguida . nem 0 deputado au mesmo 0 vereedor eleitc pelc bairTo resistiam ao ap elo dos interesses gananciosos e da exploraceo dos dlsticos bombas ticos . A situacao s6 nao descam bou porque 0 espar;;oja estava ocu pado , a po nto de algumas indl1strias e febriquetas , nao pode ndo se insta lar nos pontos alto s. sujeiterem-se aos ponto s baixos Inu ndaveis .

Fe ver eiro de 1950 - Shell do Brasil Petroleo - Pres. Wilson Deze mbro de 1950 - Eletronica Sao Pau lo - Pre s . Wilson Janeiro de 1951 - Ind . e Com. Jorge Camasmie - Lord Cockrane Ju lho de 1951 - Meiate x Ind . e Com. - Lino Coutinho Agos to de 1951 - Oxige n lc do Brasil - Pres . Wilson Maio de 1954 - Ju re sa Indu strial de Ferro - Ricard o Jafet Julh o de 1954 - Onan-Montgomery do Brasil Ind . e Com. - Pres . Wilson Setembro de 1954 - Di Cicco Co m. e Ind . - Manife sto Setembeo de 1954 - Linhas Ccrrentes - Silva Bueno Janeiro de 1955 - ' Go nzales Com. de Sacerias - Pres. Wilso n Setembro de 1955 - Sonnerv ig Com e In d . - Dr. Ricardo Jefe t Maio de 1956 - Toledo do Brasil Ind . Balances - Manifesto


116

Maio de 1957 - Algodoeira Paulista - Pres . Wilson Maio de 1957 - Ind . de Ptasticos Katy _ Via Anchieta Julhc de 1957 - Sidenirgica Barra Mansa - Pre s. Wilson Setembro de 1957 - Car brasma r Ind . e Com . - Via Anchieta

Maio de 1958 - Sperry Rand do Brasil - Costa Aguiar Julho de 1958 - Ind . e Com . Metahirgica Atlas - Pres. Wilson Mar~ o de 1959 - Cia Ultragaz _ Pres. Wilson Junho de 1959 - P'laslicos Bustamante - Oliveira Alves

A sit uacao beirava 0 ex plosive no s inicios de 1960, quando come caram a ser tomadas as prirneiras atitudes teorica s e tibia s . Paralisar ou mc:smo frear 0 ja exl stente se ria caminhar para 0 col a pso . De inlcio estabeleceu-se a proibir;i o de novas industries , depo is a te ntariva de con trcle ambiental com filtros e outros protetores que geram mais discussoes e cart azes que propriamente solucoe s . E oeste periodo que se consolida 0 comerclo no local. Com a retracao da industria. aliada a urn aumento constante na demografia. pedar ias , farmacias , ho spit ai svleboratorios , e uto peces, bu t iquesvlojas , restaurantes , ba ncos , passam a insta lar-se nos loca is onde melhor usufruiriam do co ntato com a camada que deseja vam alcancar , ocupando despreconceltuadamen te as partes altas, medias e baixas do bairro. Certas ruas, em pouccs anos , modificaram substancialmente seu panorama. A Silva Bueno . que iniciou a fi xa~ ao do homem no bairro , tern hoje uma populaeac lnsignlftcante , se tomarmos em conta seus tres quitometros . Ainda ficou uma fundicac , ao lado de industries bern menores . Mas . para co mpensar , 0 co mercio esri representado , pelo me no s , por vinte bancos, lojas requintadas ou de pou co empenho, bares . restaurantes , casas de discos e toda sorte de acess6rios. Funcionam em antig as moradias readaptadas. com urn ou no maximo doi s andares , onde 0 terreo e usado na fun cao comercial . Os predios mais recentes excepcionalmente excedem cinco andares. No terreo funcionam as lojas mais sofisticadas au banco s. A rua e tembem um baremetro da epoca em que vivemos , com antigos ta bu s , hoje em comp leta desmorat izaeao. 0 cinema. que por largos anos foi a unica fonte de diversao do ipiranguista, tern hoie , a fre nte do Cine Anch ieta encoberta por uma lola de vestidos. 0 ci ne Samarone das matinees baru lhentas e soirees concorridas . desde 1960 transformouse em "ferro" . o exempto mais sinto matico desta readaptacao pode se r visto na av. D. Pedro . Em 1960. co m 0 estrangulame nto de todo 0 balrro, aqueta arteria passa a ser novamente cogita da co mo especi ficamente resldencial , eparece ndc os primeiros predios de varios andares . Em 1968 justifica ndo plenamenl e a mazorca nas diretrizes da Prefeitura, vem a prcibicao de arranba-ceus , interditando-se urn que ja estava pe la metade das lajes projetad as , bern no tim da avenida.


117 Milton Co sta read ap ta sua mora dia na esqui na da av enida com a rna Tabor . transformando 0 andar terreo em butique e vendendo perucas e apl ique s . Em menos de da is a ROS toda a av enida deixou de ser re sidencial. as casaroes so freram reformas sensfveis , as vezes pouco restando do original. para abrigar urn scm ntlmero de laborat6rio s de anallses c lfnicas, pronto-soc orro s c ccnsultorios medico s em es pec ialida des que vao da ginec ologia a psiquiatria , que, so nao deu a eparencia it. ave nida , de urn continuo hospi tal . porque as veze s sao int erromp idos pe r uma re vended or a auto riza da de veiculos , que naque le meio mais perece urn element c espurio . Novembro de 1960 - Pro bel Ind . e Com . _ Soroc aban o s Outubro de 1960 - Su n Eletric do Brasil Co m. e Ind . - Ago stinho Gom es Janeiro de 1960 - Oxigenio do Brasil - Patriotas Setembro de 1961 - Marfinit e Produtos Sintetlcos - Costa Aguiar Fevereiro de 1962 - Duraveis Equip amentos de Segu ranca _ Via Anchieta Maio de 1962 - Biselli Equipam entos Industr ials - Pres . Wilson Julho de 1962 - Sopave Soc . Paulista de Veicul os - Nazare Out ubro de 1962 - Itorcro Veiculos e Pec as - Moreira de God6i Fe vereiro de 1963 - Bertant e M ode la~a o e Fundi~ao - GentH de Moura Julho de 1963 - Lauzalite Com. e Ind. - Est. das Lagrimas Agosto de 1963 - Christensen Roder Prod . Diamant ados - Gentil de Moura Abril de 1964 - Ind . Co nfeccoes Micatex _ Alencar Araripe Setembro de 1964 - Cemate x Ind. de Mciquinas - Lucas Obes Novembro de 1964 - Shell Quimica - Pres. Wilson Nove mbro de 1964 - Puma Veiculos e Mo tores - Pres . Wilson Agosto de 1965 - Fieiras Sintetizados Nacional - Dr. M ario Vicent e Out ubro de 1965 - Mon umen to Veiculos e Motores - Tabor Fevereiro de 1966 - Linha Paulista Lipasa - Xavier Curado Maio de 1966 - Transmet Com. e Ind. _ Cipriano Barata Maio de 1966 - Metalfrio Ind. e Com. de Refrig era ~ a o - Abrahao C. Braga Dezembro de 1966 - Camionauto - Moreira e Costa Fever eiro de 1967 - Adubos Viana Ind . e Com. - Pres . Wilson Agosto de 1967 - Hee sch Scripe lliti Ind . de Molas - Abrahao C. Braga M ar~ o de 1967 - Davar Ind. e Com. - Pres . Wilson Nove mbrc de 1967 - Imefer Ind ustri al e Mercantil de Perragens Huet Bacelar Mar~ o de 1967 - Cia . Brasileira de Petr61eo Ibra sil - Pres . Wilson


118

De zembro de 1967 -

Cobra l-Cia de Algodio Produtos Agricolas Pre s. Wilson Novembro de 1967 - Sidcnirgica Co ferraz _ Pres . Wilson No vembro de 1967 - Sidenirgica Coferraz - Matias Albuquerque Maio de 1968 - Visconti Ind . Alimen ticias - Labatut M ar ~o de 1969 Soci edade de Mad eira s Marin gi - Dr. Ricardo Jafet Abril de 1969 - Essen Soc . de Soldas - Via Anchieta Agosto de 1969 - Bletrora diobraz - Av , Nazarer Outuero ue 1%9 - Pneus Auto Lins - Dr. Gentil de Moura Janeiro de 1970 - Ind . Vot or ant im - Juntas Provis6rias Junho de 1970 - Takipla s Ind . Quimicas - Es t. das Lagrim as Junho de 1970 - Cervcjaria Mae Prete - Cipriano Berate Novembro de 1970 - Olive tti do Brasil - Born Pastor No vemb ro de 1971 - Equipamentos Ind . Vibro - Cipriano Bara ta

N_ I.

A ssoc ia~io

dos Ge6it1"afos Brasileiros -

2. Bandeira Jr ., A .F . _ A lndWiln.

3.

ItO

A Cidade de sao Paulo, vet. I, p . 10.

Estldo de Sio Plulet. p . XI V.

Idem, ibidem, p . 11l8-189.

• . So /tla, T.O.M. de _ 0 Utado de SAo Pluto, p . ).7.

5. Idem , ibidem , p. 1048·).9. 6.

Ferreira, C. _ Sill Plulo Modemo. pp . 22S·230.

7. Idem . ibidem. p . 226-227. 8.

Almanlk l.Icmmcrt Sio Paulo 1903-19004. p. • 52.

9.

Os Estados Unidos do Brasil 1919 , p. 40.

10. Ba'fdeira Jr.. A .F. _ A IDdu.triII DO Esude de

sao PlIlIo, p. X III.


119

CONCLUSAo


II


121

o plano de trabalho incluiu sernpre que pa ssiveI A c hegada de informacoes ale a data atual . Por tanto , urn c apitulo co nclusive pode parecer pleonastico . Ele aqui aparece para complementar algumas Informacces que nao caberiem nos capuu los anteriore s . Nasce ndo , e as vezes , sobrevi vendo as custas da rede potamografica . logicamente , se ntiu tambem 0 bairro as desregramentos que a natureza prcporc lona enquanto a mao do homem Rao se preocu pa em

aplama-la e , mesmo continuando ap6 s tai s re paros , 0 mor ador nem sempre se dista nciou dele . v ejam -se os constantes transbordamento s do Tem enduetet, l piranga e rlbe iroes .Ievand c i n quieta~io ao primeiro aparec imento de nuvens negras no ceu . Toras de mad eiras ni.::l mais sao enccntra des a quilometro s do local . mas 0 efeito nefas to das enche ntes se faz sentir no interior das moradias solapando mc vets c: obietos do res do chao e muitas vezes ate no petam ar superior, Ainda a red e hidri ca e mais a proximidade da represa sao causadoras do alto Indice de: cxidacao do s metais ferr osos, obrigando os moradores a renovecso constante de objc:tos de usc e decor acso . A conce ntra ca o rabril que: proporc ion ou ao bairro a fixa~o do homern no local . ap6s a fase euf6r ica , foi sopitada e depoi s vergastada . Em pouco tem po os lou vaminheiros passaram a espos ar tese s opostas . A c bami ne , 0 motor e 0 ru idc atingiram Indices tao perigosos que 0 ipira nguista esqueceu-se que Ioi ele que se ec hegou as fabrlca s e nao elas a ele . A co nce ntra cao fabrifonde nao raltam as metalur gicas e fundi ~ Oe s com seus altissimos coeflclente s de CO forne cc:ram ao local urn dos pior es ares da capital. A isso . acre scente-se a polulcao do trafego Intense que suporta, para su pnr sua s nece ssidades intemas no tra nsporte de pes soas e materials que formam seu earcue fabri l, como ainda se ve sobrecarre-


122 gada por ser histOrica e geograficarne nte pas sagem entre as regices do A.B.C. e Santos . ' Nas sextas-feiras das 14 hora s em diante ate segu nda-feira doze horas , boa parte do bairm transform a-se, na feliz ima gem do falecidc coronet Fo ntenele, num exte nso tepete rol ame. Isso leva tem bem 0 DSV a repetidas experienclas viarias que muita s vezes tran sformam 0 bairro num labirinto . P1acas sao afixa das na tentative de oriental" 0 motorista atonito. perd ido numa Ilore sta de postes , tran sfigurando a area em urn p aliteiro e servindo fartamente 0

as

esplrito galhofeiro que se apro veita deJas para suas mensagens de reprovacao irenica . Agua , luz , e esgoto foram conquistas que das fabric as passar am as

moradias e que delas nao estarao ausentes enquanto as tecelagens , metefurglca s e alios predomin arem no Ipirang a. Oas varias facetas esbocadas no tra balho faltoo aquela relativa ao homem politico . Ap6s as lutas iniciais en tre Pires e Camar gcs , qual a situa~io do s ipir anguistas face aos governantes ? Fazendo-se um levantamento de s vote s apurados no colegic eleitoral do bairro em varies epocas , chega-se a co nclusio que suas preferenci as sao a med ia da obtida em toda a ca pital. Nas e lei~Oes realizadas a 20 de ootubro de 1947 para eleger 0 vice-gcvemador , os re sultad os no bairro e na Capita l foram os seguin res : IPIRAN GA

CA PITAL

Cirilo Junior Novelli Junior

3.653

112.487

1.834

90 .385

Plinio Barreto

745

55 .785

Dez anos ap6s , a 28 de marco de 1957 os porcentuais entre a capital e 0 bairro eram pra ticam ente os me smo s na pre ferencia pelo P.S.P. • na escclha para governadores:

Adhe mar Prestes Maia Horta

IPIRA N G A

CA PITAL

20.0 15 18.804

408 .350

618

11.493

377.5 13

Tres anos epos , a6 de ou tubro de 1960, outra vezo bairro refletia a media de opin iio do paulista , inclu sive na virada politica por outro carisma :


123

Janie Adhemar Lou

(PIRANGA

CAPITAL

19.984 9.453 5.365

1.527.848 55 % 815.750 29 % 431.730 15.56%

Pceco depoi s . na di sputa pelaprefeitura em 28 de mareo de 1961 , a media pelas novas perspectivas repetlarn-se :

Pres tes Maia Emilio Carlos Cantidio Sampaio Farabulini Junior Rui Novaes

IPI RANGA

CA PIT AL

22.660 10.830 8.294

453.298 225.528 200.938 31.041 3.229

1.242 132

Na outra elei~ao para govemador, a II de outubro de 1962. os indices e as lege ndas penn aneceram iguais:

IPIRAN GA Janio Adhemar Jose Bonifacio Cid Franco

8.4 10 6.729 3.452 332

CA PITAL 476. 3 II

40 %

434. 374

36.5%

259. 143 21.8% 20.020 1.7%

Deixamos propositadame nte a preferenc ia politic a para finalizar 0 trabalho porque hoje 0 bairro congrega 0 maior colegio eleitoral da Capital co m 146.803 votantes conseguindo elegee, as duras penes , urn so re presentante .


124

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