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Newsletter ASSOCIAÇÃO INSULAR DE GEOGRAFIA Volume 2, Edição 2

30 de Fevereiro 2011

AIG integra parceria visando a sensibilização da Comunidade Escolar para agir em emergências associadas a riscos A Associação Insular de Geografia, em parceria com o Serviço Regional de Protecção Civil e a Secretaria Regional de Educação e Cultura, estão a desenvolver um projecto de formação e sensibilização da Comunidade Escolar para agir em situações de emergência associadas a riscos.

Ainda nesta edição: -Acção de sensibilização na Escola B/S Padre Manuel Alvares na Ribeira Brava -Assembleia Geral da AIG -Formação: A Geografia da Região

A constatação de que a promoção de uma cultura de segurança exige novas estratégias de actuação à escala local e regional, sobretudo na adopção de mecanismos e medidas de prevenção capazes de minimizar perdas e danos socioeconómicos, deu origem a um plano de acção vigoroso e de grande alcance, tendo em vista, o aumento da resiliência face aos diferentes tipos de risco e particularmente aos fenómenos que com maior acuidade atingem a Região Autónoma da Madeira.

Autónoma da Madeira - Módulo 2

Esta parceria visa dotar a Comunidade Escolar Regional dos conhecimentos e mecanismos que lhe permitam lidar com maior eficácia com situações de risco e emergência. O trabalho de base será realizado junto das crianças, pois representam a esperança do futuro, cabendo às sociedades dotá-las de competências que lhes permitam a aquisição de valores culturais e de segurança, de modo a capacitá-las a se protegerem. Para que tal se evidencie, acreditamos que a educação para a redução de riscos e catástrofes deve partir da escola para a sociedade, de forma a promover a segurança e a qualidade de vida.

-Instituto de Meteorologia disponibiliza

A escola, como espaço colectivo, deve conhecer os riscos, prever os seus efeitos e interiorizar comportamentos de autoprotecção. Nesse sentido, serão realizadas, em todas as escolas da região, acções de informação, prevenção e sensibilização, que abarcarão diferentes temáticas, nomeadamente, as regras básicas de segurança em casa e na escola, actuação em situações de emergência, implementação de Planos de Prevenção e Emergência, prevenção de riscos e catástrofes naturais ou tecnológicas, entre outras. As acções serão adequadas aos diferentes públicos-alvo (alunos, professores, funcionários e encarregados de educação) e ao nível etário dos intervenientes. A Associação Insular de Geografia participou na apresentação deste projecto, que decorreu na Quinta Magnólia, no dia Internacional da Protecção Civil. Esta apresentação contou também com a participação de alguns alunos da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, que tiveram oportunidade de vivenciar algumas das experiencias que este projecto pretende levar a todas as escolas.

-Formação: A Geografia da Região Autónoma da Madeira -Curso Completo -Geógrafo Orlando Ribeiro nasceu há 100 anos

informação climática -Acontece -Agenda AIG - Março

Linha de Apoio ao Professor 291944757

www.aigmadeira.com

www.twitter.com/aigmadeira


Newsletter ACÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO NA ESCOLA B/S PE. MANUEL ÁLVARES NA RIBEIRA BRAVA

Atendendo ao interesse que esta temática tem despertando na comunidade educativa e na população em geral, estamos disponíveis, mediante marcação, para colaborar com outras escolas e instituições que demonstrem interesse em colaborar na divulgação desta mensagem de prevenção e sensibilização para os efeitos das catástrofes naturais, nomeadamente, dos fenómenos que com maior frequência afectam a nossa região. Procuramos desta forma contribuir para o aumento da resiliência da população madeirense . A marcação das acções poderá ser feita através dos contactos habituais da AIG ou através do nosso Email: geral@aigmadeira.com

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A Associação Insular de Geografia (AIG) esteve presente na Escola Básica e Secundária Pe. Manuel Álvares, na Ribeira Brava, para a realização de uma acção de esclarecimento e sensibilização sobre riscos e catástrofes naturais. Perante uma plateia de cerca de sessenta alunos do 3º ciclo e Secundário, a AIG procurou esclarecer os presentes sobre as medidas de protecção e prevenção de riscos e catástrofes naturais. Com o aumento da população e consequente urbanização, aumentou também a pressão humana sobre as áreas potencialmente mais vulneráveis ao risco. Na Região Autónoma da Madeira, esta vulnerabilidade faz-se sentir de modo mais relevante ao nível do risco de inundação e movimentos de massa, consequência das características climáticas e geomorfológicas da região. Quando confrontados com danos, prejuízos e degradação do meio ambiente, percebemos a necessidade de uma acção vigorosa e de grande alcance, tendo em vista, o aumento da resiliência a este tipo de fenómeno. Embora mencionando algumas medidas de carácter estrutural, esta acção realçou a dimensão não estrutural da intervenção, nomeadamente, a participação da sociedade no esforço de harmonização entre o Homem e a envolvente natural. Nos nossos dias, pese embora os significativos avanços científicos e tecnológicos das últimas décadas, a ciência não dispõe ainda da compreensão total dos fenómenos naturais que nos afectam. Porém, enquanto aguardamos que os avanços científicos nos permitam compreender, prever e evitar as suas consequências, é indispensável, a partir do conhecimento acumulado, minimizar os efeitos nefastos deste tipo de eventos. Os fenómenos naturais, especialmente os climáticos, são inevitáveis, obrigando as comunidades a conviverem com eles. Essa convivência deve ser baseada no conhecimento dos mecanismos e processos geodinâmicos aos quais estamos submetidos e na identificação das melhores formas de convivência com estes. Assim, a grande questão que se impõe é: O que é necessário para alcançar tal nível de convivência? A resposta é clara. Devem-se conhecer ambos os lados do processo, ou seja, os fenómenos naturais responsáveis pelos fenómenos e as comunidades expostas. O conhecimento é a melhor defesa, pelo que procuramos com esta acção de sensibilização expor algumas formas de acção, passíveis de serem adoptadas pela população que contribuam para minimizar os efeitos de eventos naturais extremos. Um dos grandes desafios que temos de superar é a compreensão do fenómeno que nos permitirá prever onde, quando e como ocorrem os fenómenos e estabelecer medidas científicas para a sua prevenção. Contudo, embora não dispondo ainda de um conhecimento aprofundado sobre o fenómeno dos aluviões na RAM, o conhecimento acumulado de que dispomos, permitenos já avançar com algumas medidas, que certamente contribuirão para a mitigação dos efeitos deste tipo de fenómenos. Nesse sentido, a Associação Insular de Geografia procurou fornecer aos alunos algumas ferramentas que lhes permitam contribuir para a necessária mudança de hábitos e mentalidades e para a criação de uma cultura efectiva de prevenção, na certeza de que podemos Prevenir hoje para salvar amanhã.


Volume 2, Edição 2 ASSEMBLEIA GERAL DA ASSOCIAÇÃO INSULAR DE GEOGRAFIA Convocatória Nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 14º, 15º, 16º e 17º dos Estatutos, convocam-se todos os associados da AIG – Associação Insular de Geografia, para reunir em Assembleia-geral, no próximo dia 01/04/2011 pelas 17H00, na Casa da Cultura de Câmara de Lobos, sito à Rua São João de Deus nº 40, Câmara de Lobos, com a seguinte ordem de trabalhos: a) Informações Gerais; b) Apreciação do relatório de Contas, referente ao exercício do ano 2010; c) Apreciação do Plano de Actividades para o ano 2011; d) Outros assuntos. De acordo com o Regulamento Interno e os Estatutos da AIG, se à hora designada e publicitada não existir quórum para deliberar, fica desde já convocada a Assembleia-geral para reunir no mesmo dia, com a mesma ordem de trabalhos, pelas 17h30, com o número de sócios presentes.

Curso de Formação - A Geografia da Região Autónoma da Madeira 1 Módulo 2 - População e Migrações Objectivos gerais do curso: - Compreender as características particulares da Região Autónoma da Madeira, realçando os relacionamentos e a integração de diversos fenómenos num quadro de unidade regional; - Combinar as dimensões espacial e temporal na interpretação dos fenómenos e processos naturais e humanos; - Identificar e interpretar as grandes linhas de unidade e diversidade regional, bem como, as dinâmicas de mudança mais relevantes no espaço regional; - Desenvolver métodos e técnicas de trabalho, tendo por referência a escala regional. Conteúdos do módulo: - Evolução da População; - Distribuição da População; - A Emigração e as Comunidades Madeirenses; - A Imigração; Data: 26 de Março 2011 Local: Sede da AIG - Casa da Cultura de Câmara de Lobos Duração(nº horas): 15 horas Destinatários: Prof. Grupo 420 (Geografia) Limite de inscrições: 20 Formandos Custo: 20€ Sócios AIG / 40€ Não Sócios Validação: Sim (15 horas) Informações e inscrições: www.aigmadeira.com Nota: Aceitamos as inscrições autonomamente para cada módulo

A Geografia da Região Autónoma da Madeira 1 Este curso de formação possibilitará aos docentes a actualização e aprofundamento de conhecimentos, nas vertentes teórica e prática, de um conjunto de temáticas da Geografia Regional Madeirense que devem ser abordadas ao longo do Ensino Básico e Secundário, atribuindo maior relevância aos conteúdos locais e regionais e aos conceitos de local e região, aprofundando o estudo da sua natureza e dessa forma contribuindo para a compreensão das dinâmicas e fenómenos à escala regional.

Informações sobre o curso completo na pág. 4 Página 3


Newsletter A GEOGRAFIA DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA I

Datas (Sessões presenciais): Módulo 1– 19 de Fevereiro Módulo 2 - 26 de Março Módulo 3 - 30 de Abril Módulo 4 - 18 e 19 de Maio* Módulo 5 - 20 e 21 de Maio* *Semana do Desporto Escolar Novas datas, alteradas em função da recalendarização da Semana do Desporto Escolar efectuada pela SREC.

Local: Sede da AIG Casa da Cultura de Cª Lobos

Este curso de formação possibilitará aos docentes a actualização e aprofundamento de conhecimentos, nas vertentes teórica e prática, de um conjunto de temáticas da Geografia Regional Madeirense que devem ser abordadas ao longo do Ensino Básico e Secundário, atribuindo maior relevância aos conteúdos locais e regionais e aos conceitos de local e região, aprofundando o estudo da sua natureza e dessa forma contribuindo de forma mais efectiva, para a compreensão das dinâmicas e fenómenos à escala regional. OBJECTIVOS: - Compreender as características particulares da RAM, realçando os relacionamentos e a integração de diversos fenómenos num quadro de unidade regional; - Combinar as dimensões espacial e temporal na interpretação dos fenómenos e processos naturais e humanos; - Identificar e interpretar as grandes linhas de unidade e diversidade regional, bem como, as dinâmicas de mudança mais relevantes no espaço regional; - Desenvolver métodos e técnicas de trabalho, tendo por referência a escala regional. MÓDULO 1 - A GÉNESE DA PAISAGEM MADEIRENSE – MORFOLOGIA E GEOLOGIA

Duração(nº horas): 75horas (Curso Integral) 15 horas (Por Módulo) Destinatários: Prof. Grupo 420 (Geografia) Limite de inscrições: 20 Formandos

Enquadramento e Localização da RAM; Morfologia e Geologia; A Acção Erosiva como Modelador da Paisagem; A Singularidade da Paisagem Regional. MÓDULO 2 – POPULAÇÃO E MIGRAÇÕES

Evolução da População; Distribuição da População; A Emigração e as Comunidades Madeirenses; A Imigração. MÓDULO 3 – OS CENTROS URBANOS REGIONAIS

Custo Sócios AIG: 20€ Por Módulo (Sócios AIG) 40€ Por Módulo (Não Sócios)

Os Centros Urbanos – Perspectiva Histórica; A Hierarquização dos Centros Urbanos; A Importância do Funchal. MÓDULO 4 – A BIODIVERSIDADE REGIONAL

A Fauna; A Flora; A Biodiversidade como Património.

Validação: Sim (75 horas)

MÓDULO 4 – ORIGEM E GESTÃO DA ÁGUA

As Disponibilidades de Recursos Hídricos; Balanço Necessidades - Disponibilidades; O Sistema de Abastecimento.

Inscrições: www.aigmadeira.com

As inscrições poderão ser efectuadas para a totalidade do curso ou individualmente para cada um dos módulos. O CFDG admite um limite de faltas até 20% da carga horária total do curso, tendo o participante direito ao certificado completo do respectivo curso. Quando o absentismo for superior a 20%, o participante terá direito ao certificado de frequência parcial, correspondente ao número de horas frequentadas (exemplo: a frequência de apenas um dos módulos, confere certificado correspondente ao número de horas desse módulo.) Página 4


Volume 2, Edição 2 Acontece WorkShop MapRisk 15 e 16 de Março de 2011, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Organizado pela Equipa do MapRisk do grupo RISKam do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. ENTRADA LIVRE (sujeito a inscrição) Mais informações: www.ceg.ul.pt

Congresso Nacional de Turismo e Ambiente 30 de Março a 01 de Abril de 2011 – Sesimbra Portugal possui excelentes recursos e potencialidades turísticas que se têm vindo a desenvolver, sendo que actualmente o turismo constitui um sector estratégico prioritário na economia do país, representando cerca de 10% do PIB nacional. No quadro de um novo modelo de desenvolvimento do turismo, este sector integra necessariamente uma perspectiva de sustentabilidade ambiental, económica e social. A estratégia de promoção e desenvolvimento do mesmo deve assim atender às múltiplas dimensões do cluster, entre as quais se destaca a valorização do património natural e a implementação de projectos sustentáveis em termos de ecoeficiência. A aposta no Ambiente é, de facto, decisiva para a sustentabilidade do sector turístico. Temáticas: - Importância do turismo na socioeconomia; - O papel do turismo na divulgação da cultura e tradições das comunidades piscatórias; - Sustentabilidade do sector turístico; - Impacto ambiental nas zonas costeiras; - Gestão sustentável do turismo na orla costeira; - Eco eficiência em empreendimentos hoteleiros; - Turismo rural, pesca-turismo e ecoturismo; - Novos produtos no sector do turismo: inovação e desenvolvimento. Para além destes temas, pretende-se ainda debater alguns aspectos de natureza regional: - A cultura piscatória de Sesimbra - O artesanato e a pesca em Sesimbra: oportunidade de valorização turística. - Produtos regionais de Sesimbra Mais informações: Telf.: 217 500 000 / 217 500 826 / Site oficial: http://cnta2010.fc.ul.pt/

XXV Encontro Nacional de Professores de Geografia Geografia, planos e metas retratos de um território planeado 14 a 16 de Abril de 2011 – Sines Mais Informações: www.aprofgeo.pt/moodle/ Página 5


Newsletter Geógrafo Orlando Ribeiro nasceu há 100 anos Pensador e humanista português, fundador do Centro de Estudos Geográficos, deixou uma obra vasta…

Fig.1 - Orlando Ribeiro (1911-1997)

Geógrafo, fotógrafo, viajante, pensador e humanista, Orlando Ribeiro (1911-1997) foi uma figura fundamental da cultura portuguesa do século XX. Se estivesse vivo, cumpriria hoje 100 anos de idade. Cientista de um rigor irrepreensível, aliava o seu poder de síntese baseado numa consciente interdisciplinaridade a uma força literária invulgar. Renovador do estudo da Geografia em Portugal, foi fundador, em 1943 do Centro de Estudos Geográficos (CEG) de Lisboa. Esteve ligado durante mais de trinta anos à Universidade de Lisboa, onde se jubilou em 1981. Deixou uma obra vasta. À CEG legou os seus estudos e a sua biblioteca pessoal, cujo catálogo já se encontra totalmente disponível online. O seu espólio está actualmente integrado Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional. João Garcia, investigador do CEG, professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e antigo aluno de Orlando Ribeiro, afirma que a sua obra, “apesar de datada, pode ser relida e a sua análise crítica pode servir de modelo, principalmente pelo espírito humanista” que a define. O professor destaca que “naquela época não eram muitos os investigadores portugueses – tanto na área das letras como nas ciências. Por isso, nos anos que esteve ligado à Universidade de Coimbra e depois de Lisboa, contactou com figuras de todas as áreas”.

Primeira edição desta singular de Orlando Ribeiro

obra

Encontrou nas figuras de Manuel Ramos (historiador), SiIva Telles (geógrafo) e Leite de Vasconcellos (antropólogo e etnólogo) inspiração. Foi discípulo deste último, a quem tratou sempre por mestre. Nos anos trinta, depois de já percorrido todo o país, foi nomeado Leitor Assistente de Português na Sorbonne (Paris), a convite do Instituto de Alta Cultura. Durante este período estudou Geografia na Faculdade de Letras daquela universidade, na Escola Normal Superior e no Colégio de França. João Garcia considera que esta passagem por França, de onde saiu em 1940, duas semanas antes da invasão alemã, foi fundamental para o seu reconhecimento internacional e também para definir a Geografia em Portugal como “uma área das Humanidades, como em França, ao contrário do que acontece na tradição anglo-saxónica”, que realça mais os seus aspectos científicos. «Pérola da cultura portuguesa»

Edição actual publicada pela Livraria Sá da Costa Editora

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Em 1945, Orlando Ribeiro escreveu o livro que é considerado pelo sociólogo António Barreto “uma verdadeira pérola da cultura portuguesa”. No documentário produzido para celebrar o seu centenário, da autoria de Manuel Gomes e António Saraiva - «Orlando Ribeiro, Itinerâncias de um Geógrafo» - o sociólogo diz que «Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico» é “um dos melhores livros de todo o século XX e um dos grandes livros da literatura portuguesa, científica ou não. Maravilhosamente bem escrito”, tem “precisão, rigor e modéstia académica e universitária”. Para o sociólogo, esta obra devia ser sempre lida nas escolas. >


Volume 2, Edição 2 Geógrafo Orlando Ribeiro nasceu há 100 anos > O livro, “o primeiro ensaio de síntese na destrinça de influências e relações que se entrelaçam na terra de Portugal”, como o próprio autor o definiu, fala de um Portugal diversificado, descrevendo-se a sua geografia e relacionando-a com as pessoas que a habitam. O seu talento literário pode distinguir-se em passagens como esta, sobre a Beira Baixa: “O contraste é impressionante entre as serrarias que, pelo norte, barram o horizonte próximo e o planalto a que se não vê o fim: sobre ele, as manchas de verdura vão se tornando cada vez mais desbotadas, indecisas e distantes. Na verdade, é o Alentejo que se anuncia”. “Nestes lugares, densos de secular presença humana, não pode separar-se, no aspecto das paisagens, o que provém das condições naturais ou o do esforço das gerações. Tudo aparece harmoniosamente combinado, num logo ajustamento do homem ao torrão”. Por esta altura, Orlando Ribeiro era já um investigador reconhecido internacionalmente e em 1949 organizou XVI Congresso Internacional de Geografia, o primeiro depois da segunda guerra Mundial. No final, foi nomeado vice-presidente da União Geográfica Internacional (UGI).

Orlando Ribeiro fundou, em 1943, o Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, a primeira instituição nacional de investigação na disciplina

O seu prestígio era também notório em Portugal. Quando em 1951 começou a erupção vulcânica na Ilha do Fogo, em Cabo Verde, o investigador foi lá, registar o acontecimento. Os habitantes da Ilha acreditavam que ele ia “tapar o vulcão”. Apesar da tarefa impossível, a sua presença parece ter apaziguado os receios da população. E a elevação que nasceu dessa erupção chama-se ainda hoje Monte Orlando. Em 1957 e 58, com grande cobertura mediática (para a época), observou e registou a erupção vulcânica dos Capelinhos, no Faial, explicando-a através da Radiotelevisão Portuguesa. Até Fevereiro do próximo ano, o CEG, juntamente com outras entidades portuguesas e estrangeiras assinala o centenário com diversas iniciativas. O programa pode ser consultado na página da AIG, bem como o documentário já referido. Onze mil imagens É no CEG que está a colecção de imagens do geógrafo, cerca de 11 mil. Tem dez mil fotografias a preto e branco e as restantes imagens são diapositivos. Tirou-as não só em Portugal, mas nos vários países que calcorreou, desde o Brasil e México até Marrocos, Egipto e as ex-colónias, com excepção de Timor. E não só fotografava, como desenhava muito nos cadernos de campo, que depois usava como documentação. Fonte: Ciência Hoje (2011-02-16), www.cienciahoje.pt (adaptado)

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Orlando Ribeiro na Ilha do Fogo em 1951


Newsletter Instituto de Meteorologia disponibiliza informação climática No prosseguimento de uma política de maior acessibilidade aos dados de que dispõe, o Instituto de Meteorologia, I.P. disponibiliza no seu site informação referente às normais climatológicas, para o período 1971-2000, de 21 das estações integradas na sua rede. Conforme convencionado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) o clima é caracterizado pelos valores médios dos vários elementos climáticos num período de 30 anos, sendo que estes apuramentos estatísticos começam no primeiro ano de cada década (1901-30, 1931-1960,..., 1961-1990...). Sendo estas as normais de referência, podem também calcular-se e utilizar-se normais climatológicas nos períodos intercalares, por exemplo 1951-80, 19712000. Estes valores médios permitem caracterizar o clima de um dado local, num dado intervalo de tempo, sendo importante dispor de séries longas de dados para se estudar as variações e as tendências do clima em cada local ou região. Em Portugal, o Instituto de Meteorologia, I.P. dispõe de séries de dados meteorológicos cujas primeiras observações remontam a 1865. A informação agora disponibilizada inclui valores mensais e anuais dos principais elementos climáticos na forma gráfica e numérica, bem como informação relativa aos valores médios da temperatura máxima e mínima do ar e os totais de precipitação, assim como os respectivos valores extremos.

Para a estação climatológica seleccionada, por exemplo Funchal, encontram-se disponíveis os valores mensais e os valores anuais de alguns dos principais parâmetros climáticos sob a forma de gráficos e tabela-síntese (valores médios da temperatura máxima e mínima do ar; precipitação; insolação; vento; valores extremos da temperatura máxima e mínima do ar). Consulte em: www.meteo.pt Associação Insular de Geografia Rua São João de Deus nº 40 9300-151 Câmara de Lobos Telef. 291944757 Fax – 291944791 Correio Electrónico: geral@aigmadeira.com

Agenda AIG - Março 26 de Março - Sede da AIG - Casa da Cultura de Câmara de Lobos Acção de Formação: Geografia da RAM (Módulo 2 - População e Migrações);

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