Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira - PNAM'17

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Uma Arquitetura em Madeira para o Futuro.


Publicação Comissão Organizadora do PNAM’17 Edição AIMMP - Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal Comissária do Prémio Fátima Torres Design Gráfico João Matos Capa Placas em madeira produzidas e gravadas pela CAMARC® Impressão Gráfica Invulgar Tiragem 1000 exemplares Data Junho 2017 ISBN 978-989-8478-07-8 Depósito Legal XXXX

IMPRESSO EM PAPEL 100% RECICLADO


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NOTA INTRODUTÓRIA

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ORGANIZAÇÃO, APOIOS E PATROCÍNIOS

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NOTAS DO JÚRI

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PREMIADAS

FINALISTAS

SELECIONADAS

AS 19 OBRAS SELECIONADAS 20

PASSADIÇOS DO PAIVA ‘ 1.º PRÉMIO

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CENTRO SÓCIO-CULTURAL DA COSTA NOVA ‘ MENÇÃO HONROSA

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ATELIER PEDRO SANTOS ARQUICTETURA ‘ MENÇÃO HONROSA

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GRANEL ‘ VOTO DE LOUVOR EXTRAORDINÁRIO

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CAPELA CHEIA DE GRAÇA

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CASA DO ROSÁRIO

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RECUPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DA CERÂMICA ANTIGA DE COIMBRA

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CASA CHANCA

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CASA DA ÁRVORE

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CASA DAS GALEOTAS

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CASA EM CAMPOLIDE

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CELLA BAR

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ESPAÇO CIÊNCIA IN SITU

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LOFT ÁLVARES CABRAL

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MOINHO DAS FRAGAS

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MUSEU DO MEGALITISMO

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QUINTA EM GUIMARÃES

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REESTRUTURAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO CABIDO

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THE BIG HORN


Nota Introdutória da Comissão Organizadora do PNAM’17 Vitor Poças ‘ Presidente da AIMMP

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Num país tão pequeno em termos de dimensão, e

para a sustentabilidade da indústria e do ambiente

que ultrapassou claras dificuldades nos últimos

e, para além disso, pode ser reutilizada várias vezes.

tempos, é admirável a quantidade e a qualidade

Mesas podem fazer chão, chão pode fazer portas – as

das obras de construção em madeira que surgiram

possibilidades são infinitas! A excelente versatilidade

como concorrentes ao PNAM, a cada dois anos,

deste material permite criar e recriar inúmeras ideias,

desde 2011. Se há algo que os portugueses têm

imagens e funcionalidades numa só obra. A floresta é

vindo a provar ao mundo é que não há desculpas

uma riqueza natural que, aliada à riqueza da mente,

para cruzarmos os braços e aceitarmos ficar para

pode melhorar a qualidade de vida de todos nós,

trás. Independentemente do tempo e do espaço, do

quer ao nível ambiental, quer ao nível estético e de

contexto e da envolvente, a competência, criatividade

conforto. Em primeiro lugar porque, ao contrário de

e o empenho dos nossos candidatos têm vindo a

outros materiais de construção, a madeira não liberta

surpreender, ao longo de cada edição, razão pela qual

toxinas, odores nem vapores de origem química. Em

este prémio se mantém vivo e com toda a pujança.

segundo lugar, é um excelente isolante natural que reduz a energia utilizada na climatização dos edifícios.

Esta 4ª edição do PNAM foi, mais uma vez, assumida pela AIMMP - Associação das Indústrias de Madeira

Todas estas propriedades realçam a importância

e Mobiliário de Portugal, OA – Ordem dos Arquitectos

de premiar os agentes impulsionadores do uso da

e CPCI - Confederação Portuguesa da Construção

madeira, desde os arquitetos, aos construtores. Por

e do Imobiliário. Tal como a qualidade das obras

essa mesma razão, este prémio terá em conta a forma

concorrentes tem sido um importante fator de

como as potencialidades deste material são utilizadas,

motivação e de orgulho para a comissão organizadora,

a criatividade, a inovação, as novas funcionalidades

espera-se que este prémio também seja mais um

atribuídas e a estética presentes na obra. A seleção

incentivo para o trabalho dos arquitetos portugueses,

esteve a encargo de um júri diversificado, reconhecido

nomeadamente para a inovação, valorização e

e empenhado.

utilização da madeira e seus derivados nas suas construções.

Neste ano de 2017, a Universidade de Coimbra recebe esta cerimónia com a sua envolvente estudantil, o

Ao contrário do que se possa pensar, utilizar a

caminho para a criação, e com os ares de Leiria.

madeira na construção não diminui o número

Se em tempos D. Dinis foi “o plantador de naus”, o

de árvores, mas sim impulsiona a sua plantação

PNAM orgulha-se de selecionar hoje os melhores

e protege o ambiente através da contenção de

plantadores de arquitetura – aos pinhais, “um trigo de

carbono. É um produto renovável, que cresce

Império”.

simultaneamente ao seu uso e, por isso, contribui 7


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COMISSÃO ORGANIZADORA PNAM’17

Vitor Poças ‘ Presidente da AIMMP

José Manuel Pedreirinho ‘ Presidente da OA

Manuel Reis Campos ‘ Presidente da CPCI

Nesta edição do PNAM é perfeitamente legítimo reclamar

Destacar a madeira como um dos materiais de

O PNAM - Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira

a estabilidade do estatuto, a beleza da forma, a dimensão

construção só não é uma redundância porque, apesar das

reflete a importância estratégica do tecido empresarial

da presença e o valor da notoriedade alcançada por

suas extraordinárias qualidades, este foi durante muitos

da Construção e do Imobiliário nas suas mais diversas

este galardão que se pretende marcante, reconhecido,

anos um material injustamente relegado para um papel

vertentes, enquanto percursor da inovação, do

respeitável, duradouro e útil à sustentabilidade da

secundário, que não poderia continuar a ser o seu. É,

conhecimento e do crescimento sustentável da economia

economia, à proteção do ambiente e à melhoria da

também, a possibilidade de explorar, recuperar e assim

Portuguesa. Os desafios impostos pela transição

qualidade de vida das populações. A AIMMP - Associação

manter a riqueza do trabalho de artesãos ainda activos,

para uma economia de baixo carbono, determinaram,

das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal,

a par com a possibilidade de ensaiar outras formas

necessariamente, ajustamentos em toda a nossa fileira.

continua a contar com a OA – Ordem dos Arquitectos

de trabalhar este material que abre caminho a uma

Desta forma, premiar a inovação, a criatividade, a

e a CPCI – Confederação Portuguesa da Construção

experimentação, tão tentadora quanto necessária.

sustentabilidade e a qualidade ambiental é enfatizar um

e do Imobiliário, para, em conjunto, dinamizarmos a

É sobretudo a possibilidade de usar um dos materiais

dos caminhos que o setor tem de percorrer. O PNAM,

organização deste prémio e, desta forma, reconhecer

mais amigáveis e fascinantes pelas relações que

pelo que simboliza para o desenvolvimento futuro, é uma

as mais-valias e os contributos nele consagrados para

desperta em todo o nosso sistema sensorial. Se outras

iniciativa que a CPCI, enquanto estrutura representativa

o desenvolvimento da silvicultura, das indústrias de

razões não houvesse, estas seriam, por si só, mais

de toda a fileira, continua a continuará a apoiar.

madeira, das atividades ligadas à construção civil e

do que suficientes para justificar o envolvimento da

da arquitetura portuguesa. Construir em madeira é

Ordem dos Arquitectos neste Prémio Nacional, desde a

construir o futuro! Proteger a floresta e a sua indústria

primeira hora. Que tínhamos razão para o fazer, está bem

é um dever cívico, ético e uma enorme responsabilidade

presente na qualidade e criatividade das obras que por

social em que fazemos muito gosto de participar!

ele têm sido destacadas e distinguidas.

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Patrocinador de Ouro As razões de um patrocínio

Marco Faustino ‘ Balbino & Faustino, LDA.

Há 36 anos que “o nosso mundo é feito de Madeira”. Crescemos com a madeira, vivemos a madeira, sentimos a madeira, acreditamos que a madeira faz parte da nossa génese! Material nobre, natural, ecológico e sustentável, aliado a um elevado valor estético e estrutural. Acreditamos no seu sucesso, na irreverência de cada peça, única, de cada nó em cada tronco, de cada pedaço irrepetível pois, como cada um de nós, cada árvore teve a sua vivência e como tal não conseguimos encontrar duas iguais. Mas é precisamente essa diversidade que nos move. Numa era de massificação onde tudo soa a falso ou a imitação, trabalhar um produto nobre como a madeira, traz desafios. Valorizar, dando o melhor uso a cada peça; otimizar, reduzindo desperdícios e reciclando os mesmos e, sobretudo, garantir a continuidade, participando em esquemas de certificação florestal, são desafios que aceitamos e promovemos todos os dias. Assim, foi muito natural a decisão de apoiar um prémio tão importante para o setor - o PNAM. Um material nobre como a madeira deve ser promovido num setor importante da economia nacional como a construção. Quer seja a nível estrutural ou decorativo, de forma oculta ou visível, a madeira merece ser incorporada em todo o seu esplendor na nossa Arquitetura. Como uma empresa que vive, sente, respira e respeita a madeira, a decisão só poderia ser uma: estarmos presentes!

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PATROCINADORES DE PRATA

R6

LIVING Wo od is G oo d

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PATROCINADORES DE PRATA

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APOIO INSTITUCIONAL

MEDIA PARTNERS

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Notas do Júri do PNAM’17 Nuno Sampaio, Arquiteto ‘ Presidente do Júri Vítor Mestre, Arquiteto ‘ Nomeado pela OA-CDN Catarina Pinto, Arquiteta ‘ Nomeada pela OA-SRS Luis Miguel Correia, Arquiteto ‘ Nomeado pela Universidade de Coimbra Helena Cruz, Engenheira ‘ Nomeada pelo LNEC Marco Faustino ‘ Nomeado por Balbino & Faustino

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Pretende o prémio PNAM valorizar o uso da madeira na arquitetura, destacando e reconhecendo o valor arquitetónico das obras que utilizem este material ou derivados nas suas diversas aplicações, quer de forma distintiva, estruturante, ou inovadora. Os avanços técnicos e tecnológicos na indústria da construção têm dado aos arquitetos nas últimas décadas novas possibilidade de uso da madeira, ampliando a esfera da sua utilização, e alargando a criatividade a novas liberdades concetuais e construtivas. A madeira e os seus derivados têm hoje uma presença bastante ampla na construção, quer pelo uso muito diversificado enquanto material de revestimento, quer também, como elemento estrutural, potenciado pelo uso de técnicas e tratamentos que tornam a madeira num material mais capaz, mais resistente, mais duradouro, mais económico, mais atrativo e, assim, mais competitivo. As técnicas e tecnologias disponíveis permitem, não só potenciar as madeiras novas, mas também qualificar as madeiras antigas garantindo a sua continuidade e longevidade nas obras de reabilitação urbana. A premiação da obra em arquitetura versa sempre pela valorização da proposta construída, não só pela inovação do objeto arquitetónico, pela capacidade de criação espaços que geram “vivências felizes”, mas também pela capacidade de valorização da envolvente territorial e paisagística, considerando as obras comprometidas em dar respostas às problemáticas do seu tempo nos seus contextos económicos, sociais, e culturais. A arquitetura deve ser capaz de se prolongar no tempo, resistir e se adaptar, criar novas oportunidades, novas de vivência, deverá ter sempre a capacidade amparar a imprevisibilidade da vida. O Júri congratula-se pelo número de obras propostas a concurso com uma significante diversidade programática e a uma elevada qualidade arquitetónica e construtiva da grande maioria das propostas. Segundo os critérios do regulamento, o júri decidiu agrupar num primeiro conjunto um grupo de propostas qualitativas, ao qual designou de “Obras Selecionadas”. De entre as dezanove “Obras Selecionadas” o júri elegeu, por unanimidade, sete “Obras Finalistas”. Das sete “Obras Finalistas”, e por unanimidade, o júri selecionou o vencedor do Prémio PNAM’17 e duas Menções Honrosas. Pela qualidade da obra o júri decidiu entregar, ainda, um voto de Louvor Extraordinário*.

* a relação completa das obras pode ser consultada no Índice deste catálogo, na página 3.

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PICO

As 19 Obras Selecionadas

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PONTA DELGADA

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COIMBRA

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FIGUEIRÓ DOS VINHOS

AROUCA

GUIMARÃES

BRAGA

POMBAL

PORTO

COSTA NOVA

7

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CHANCA

19. CASA DA ÁRVORE

18. CASA DAS GALEOTAS

17. CASA EM CAMPOLIDE

16. MUSEU DO MEGALITISMO

15. CASA CHANCA

14. MOINHO DAS FRAGAS

13. ATELIER PEDRO SANTOS ARQUITECTURA

12. RECUPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DA CERÂMICA ANTIGA DE COIMBRA

11. ESPAÇO CIÊNCIA IN SITU

10. PASSADIÇOS DO PAIVA

9. CENTRO SÓCIO-CULTURAL DA COSTA NOVA

8. THE BIG HORN

7. LOFT ÁLVARES CABRAL

6. REESTRUTURAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO CABIDO

5. CASA DO ROSÁRIO

4. CELLA BAR

3. GRANEL

2. QUINTA EM GUIMARÃES

1. CAPELA CHEIA DE GRAÇA

17

15

LISBOA

PORTO COVO

16 MORA



1.º PRÉMIO

PASSADIÇOS DO PAIVA

ARQUITETURA TRIMÉTRICA ENGENHARIA, LDA. NUNO MARTINS MELO CONSTRUTOR DST - DOMINGOS DA SILVA TEIXEIRA, S.A. DONO DA OBRA CÂMARA MUNICIPAL DE AROUCA ANO DE CONCLUSÃO 2015 LOCALIZAÇÃO RIO PAIVA, AROUCA FOTOGRAFIA NELSON GARRIDO NUNO MARTINS MELO


Na margem esquerda do Rio Paiva habita hoje um percurso de cerca de 8,7 km, que amavelmente une a Praia Fluvial do Areinho à de Espiunca, passando pela Praia do Vau. Viaja por entre carvalhos, freixos, sobreiros, amieiros e rochedos, percebendo as águas bravas do rio que sempre o acompanham, fazendo-se ouvir. Considerando a natureza do espaço, os Passadiços do Paiva adoçam-se quando se pretende garantir uma sensação de segurança e equilíbrio com a paisagem, lançam-se inesperadamente sobre a escarpa quando se quer evidenciar a vista do conjunto, ou projetam-se na outra margem, para onde antes não havia ligação. Um périplo por um vasto território, outrora recôndito e sem acesso, que em tempo oportuno se dispôs cuidadosamente ao usufruto dos autótones e de todos aqueles que o desejem visitar. Os Passadiços do Paiva compreendem, por isso, um valor que supera o mero campo disciplinar da arquitetura. Numa perspetiva social e cultural, oferecem a possibilidade de se conviver em grupo, em família, ou simplesmente a sós, com a dimensão, a quietude e o protagonismo maior daquele pedaço de terra de Arouca. A difícil comunhão do existente com o novo é cuidadosamente mediada através do uso exclusivo da madeira como suporte ou revestimento. Não se procura um detalhe complexo, mas antes se revela, sem ocultações, a simplicidade e a expressividade dos apoios à terra, da estrutura dos caminhos, varandas e pontes e, ainda, dos pavimentos e guardas. Júri PNAM’17

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MENÇÃO HONROSA / QUALIDADE ESTRUTURAL DA OBRA

CENTRO SÓCIO-CULTURAL DA COSTA NOVA

Pousado na praia, o extenso programa dilui-se numa construção que remete para a urbanidade do local, com um sistema construtivo próprio da Costa Nova que tira um eficaz partido da madeira como recurso estrutural. Neste caso a madeira é utilizada como mecanismo escultórico que permite potenciar geometrias atraentes e esbeltas. Júri PNAM’17

ARQUITETURA ARX PORTUGAL ARQUITECTOS NUNO MATEUS JOSÉ MATEUS DONO DA OBRA CÂMARA MUNICIPAL DE ÍLHAVO ANO DE CONCLUSÃO 2015 LOCALIZAÇÃO COSTA NOVA, AVEIRO FOTOGRAFIA FG + SG - FERNANDO GUERRA 27


Uma metáfora da cabana de Heidegger paira no segredo da floresta, acolhendo-se nos tons das folhagens sazonais, na força telúrica do lugar, na dissimulação do céu, como uma cápsula de uma semente viajante que ali se alicerçou. A cabana agiganta-se no interior, esculpindo espaços onde a luz, coada pelas ramagens e refletida nos tons da madeira das paredes, conduz o sentido do uso. O tempo e o lugar são a estrutura primária desta ideia de arquitetura que se configura com madeira, numa espartana harmonia, rigor, acerto de escala e proporção de onde emana o sentido do conforto integral da “casa existencial”. Júri PNAM’17

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MENÇÃO HONROSA / INCORPORAÇÃO SIGNIFICATIVA E INOVADORA DE DERIVADOS DE MADEIRA

ATELIER PEDRO SANTOS ARQUITECTURA

ARQUITETURA PEDRO SANTOS ARQUITECTURA, LDA. DONO DA OBRA PEDRO SANTOS ARQUITECTURA, LDA. ANO DE CONCLUSÃO 2016 LOCALIZAÇÃO POMBAL FOTOGRAFIA PEDRO SANTOS ARQ. JOEL SILVA BRUNO DANIEL MORAIS 29


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A madeira de Criptoméria estava guardada na antiga carpintaria. A antiga carpintaria e o armazém das alfaias agrícolas - o Granel - desativados deveriam ser

VOTO DE LOUVOR EXTRAORDINÁRIO

transformados em habitação. Estas são as premissas que dão forma e matéria a este projeto que articula dois novos volumes em madeira com os volumes dos

GRANEL

armazéns em alvenaria de pedra, numa composição minimalista que revela o espírito do lugar. A madeira armazenada foi totalmente utilizada na construção da habitação, recorrendo a carpinteiros locais. Os pormenores construtivos tradicionais foram colocados em evidência pelo desenho contemporâneo. A madeira é amplamente utilizada, em toda a compartimentação e estruturas interiores, na cobertura e nos dois volumes ampliados. Júri PNAM’17 SECTION 2 / CORTE 2

2m

ARQUITETURA SAMI - ARQUITECTOS INÊS VIEIRA DA SILVA MIGUEL VIEIRA DONO DA OBRA RAQUEL E JOSÉ GUILHERME JANEIRO ANO DE CONCLUSÃO 2016 LOCALIZAÇÃO ILHA DO PICO FOTOGRAFIA PAULO CATRICA 31

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A escultura arquitectónica que articula espaço terreno e espaço cósmico, transporta-nos para a dimensão do silêncio apaziguador, após o impacto da surpresa, do espanto pela forma inusitada. A audácia da construção do coro alto, na sua laboriosa estrutura, introduz na atmosfera da nave recreada através da austera campânula suspensa de betão, a anunciação do novo, perante o sentido de enobrecimento da herança. Esta é uma alegoria aos sentidos, onde a madeira em estado puro adquire um particular significado na sua materialidade orgânica, na sua relação telúrica com o sentido da vida. A reinvenção do lugar histórico sem perca de identidade, sem corrupção da atmosfera ancestral, rompendo com estereótipos reativos á criatividade, introduzindo invenção de novas formas e espaços, tem nesta intervenção um sopro de esperança de liberdade. Júri PNAM’17

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OBRA FINALISTA

CAPELA CHEIA DE GRAÇA

ARQUITETURA CEREJEIRA FONTES ARCHITETOS - IMAGO ATELIER DE ARQUITECTURA E ENGENHARIA LDA. DONO DA OBRA SEMINÁRIO DA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO ANO DE CONCLUSÃO 2016 LOCALIZAÇÃO BRAGA FOTOGRAFIA JOAQUIM FÉLIX 33

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Uma casa que se adapta, valorizando a pré-existência. Manter o essencial, a escala, os métodos construtivos, reabilitar e ainda assim transformar. Um olhar arquitetónico que vê e mantém o que por si era quase perfeito e que desenha com sensibilidade a articulação com o novo programa. Os métodos construtivos em madeira são mantidos, recuperando-os e reforçando a estrutura, os novos elementos estruturais também eles construídos com madeira. São introduzidos elementos em madeira provenientes de demolição de outras obras e que aqui são reutilizados. O mobiliário é desenhado e construído com madeira de riga reciclada da própria obra. Júri PNAM’17

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OBRA FINALISTA

CASA DO ROSÁRIO

ARQUITETURA DEPA + MARGARIDA LEITÃO DONO DA OBRA ANTÓNIO PEDRO DE ALBUQUERQUE LEITÃO ANO DE CONCLUSÃO 2016 LOCALIZAÇÃO PORTO FOTOGRAFIA JOSÉ CAMPOS 35

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Com a recuperação das Instalações da Cerâmica Antiga de Coimbra, em simultâneo como espaço museológico e fabrico de faiança, pretende-se não apenas assegurar a sobrevivência de um edifício que, construído no século XVIII, foi sucessivamente transformado, como, ainda,

OBRA FINALISTA

reintegrá-lo no quotidiano da cidade, enquanto memória de um conjunto de unidades de produção que entretanto

RECUPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DA CERÂMICA ANTIGA DE COIMBRA

desapareceu. Perante a complexidade construtiva existente, opta-se criteriosamente pela conservação e consolidação das velhas paredes de pedra e das gastas, mas expressivas, estruturas de madeira de pinho. Para o efeito, limpam-se sobreposições espúrias, acrescentam-se elementos quando necessário. Sem ruturas, permite-se compreender a estrutura espacial, funcional e construtiva do conjunto. A madeira intermedeia as distintas marcas do tempo. Júri PNAM’17

COTA CAFETARIA COTA OLARIA COTA FORNOS

CORTE 2.1

CORTE 2.1

ARQUITETURA LUISA BEBIANO E ATELIER DO CORVO (CARLOS ANTUNES E DESIRÈE PEDRO) DONO DA OBRA SOCIEDADE CERÂMICA ANTIGA DE COIMBRA, LDA. E EDUARDO BEBIANO CORREIA ANO DE CONCLUSÃO 2016 LOCALIZAÇÃO COIMBRA FOTOGRAFIA INÊS D’OREY 37

37


CASA CHANCA 38

ARQUITETURA MANUEL TOJAL ARCHITECTS MANUEL CACHÃO TOJAL

DONO DA OBRA FRANCISCO COSTA

ANO DE CONCLUSÃO 2015

LOCALIZAÇÃO CHANCA, MAFRA

FOTOGRAFIA FRANCISCO NOGUEIRA


CASA DA ÁRVORE 39

ARQUITETURA RA+TR - RUI ALVES E TERESA RODEIA ARQUITECTOS, LDA.

DONO DA OBRA PAULO RODRIGUES DOS SANTOS

ANO DE CONCLUSÃO 2015

LOCALIZAÇÃO PORTO COVO

FOTOGRAFIA JOSÉ MANUEL RODRIGUES RA+TR ARQUITECTOS, LDA.


CASA DAS GALEOTAS 40

ARQUITETURA APPLETON E DOMINGOS, LDA.

DONO DA OBRA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

ANO DE CONCLUSÃO 2016

LOCALIZAÇÃO LISBOA

FOTOGRAFIA FG+SG, JOÃO MORGADO


CASA EM CAMPOLIDE 41

ARQUITETURA AIRES MATEUS

DONO DA OBRA CONFIDENCIAL

ANO DE CONCLUSÃO 2015

LOCALIZAÇÃO LISBOA

FOTOGRAFIA HISÃO SUZUKI, JUAN RODRIGUEZ


CELLA BAR 42

ARQUITETURA FCC ARQUITECTURA + PAULO LOBO

DONO DA OBRA FÁBIO MATOS

ANO DE CONCLUSÃO 2015

LOCALIZAÇÃO ILHA DO PICO

FOTOGRAFIA FG+SG - FERNANDO GUERRA


ESPAÇO CIÊNCIA IN SITU DO JARDIM BOTÂNICO DA UNIVERSIDADE COIMBRA 43

ARQUITETURA JOÃO MENDES RIBEIRO

DONO DA OBRA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

ANO DE CONCLUSÃO 2016

LOCALIZAÇÃO COIMBRA

FOTOGRAFIA JOSÉ CAMPOS


LOFT ÁLVARES CABRAL 44

ARQUITETURA A*L - ALEXANDRE LOUREIRO ARCHITECTURE STUDIO

DONO DA OBRA MANUEL CÂNDIDO ALVES DA COSTA

ANO DE CONCLUSÃO 2016

LOCALIZAÇÃO PORTO

FOTOGRAFIA INÊS GUEDES


MOINHO DAS FRAGAS 45

ARQUITETURA BRUNO LUCAS DIAS ARQUITECTURA

DONO DA OBRA ROSA CRISTÓVÃO MORGADO LEONEL MORGADO

ANO DE CONCLUSÃO 2016

LOCALIZAÇÃO FIGUEIRÓ DOS VINHOS

FOTOGRAFIA HUGO SANTOS SILVA


MUSEU DO MEGALITISMO 46

ARQUITETURA CVDB ARQUITECTOS CRISTINA VERÍSSIMO DIOGO BURNAY TIAGO FILIPE SANTOS

PROJETO EXPOSITIVO P-06 ATELIER E SITE SPECIFIC ARQUITECTURA NUNO GUSMÃO PAULO COSTA

DONO DA OBRA CÂMARA MUNICIPAL DE MORA

ANO DE CONCLUSÃO 2016

LOCALIZAÇÃO MORA

FOTOGRAFIA FG+SG - FERNANDO GUERRA


QUINTA EM GUIMARÃES 47

ARQUITETURA CORREIA/RAGAZZI ARQUITECTOS

DONO DA OBRA CONFIDENCIAL

ANO DE CONCLUSÃO 2016

LOCALIZAÇÃO GUIMARÃES

FOTOGRAFIA CORREIA/RAGAZZI ARQUITECTOS


REESTRUTURAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO CABIDO 48

ARQUITETURA CC&CB - ARQUITETOS, LDA. CARLOS CASTANHEIRA

DONO DA OBRA CABIDO DA SÉ DO PORTO

ANO DE CONCLUSÃO 2016

LOCALIZAÇÃO PORTO

FOTOGRAFIA FG+SG - FERNANDO GUERRA


THE BIG HORN 49

ARQUITETURA MEZZO ATELIER JOANA OLIVEIRA

DONO DA OBRA ASSOCIAÇÃO ANDA & FALA, INTERPRETAÇÃO CULTURAL

ANO DE CONCLUSÃO 2015

LOCALIZAÇÃO ILHA DE S. MIGUEL

FOTOGRAFIA MILTON PEREIRA, SARA PINHEIRO E RUI SOARES


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Cerimónia de entrega do PNAM’17 A cerimónia de entrega do PNAM’17 teve lugar no Laboratorio Chimico do Museu da Ciência, da Universidade de Coimbra, no dia 30 de junho de 2017.

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