Manual online Trajepina - (Re)Descobrindo a Pina

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Apresentação O Trajepina é um jogo de tabuleiro sobre a história da Pinacoteca de São Bernardo do Campo. O tabuleiro apresenta ilustrações e desafios que contam sobre a trajetória da Pinacoteca até chegar a sua sede atual, enquanto os peões - as jogadoras e jogadores - dão vida a uma das obras do Jardim de Esculturas do museu. Através de uma dinâmica simples, o jogo busca trabalhar memórias e reflexões, favorecendo uma leitura de mundo que reconheça a pluralidade da história e que auxilie na construção de um novo pensamento para a arte regional, permeada de revoluções culturais. Ou seja, com este jogo estimula-se uma história afetiva dessa narrativa. Além do número obtido no dado, as figuras dentro das casinhas do tabuleiro permitem que jogadoras e jogadores conheçam ainda mais a história da instituição enquanto se avança ou retrocede casas de acordo com o que pede a carta. E agora: quem chegará primeiro?

Componentes 1 tabuleiro; 1 dado; 6 peões de madeira em cores diferentes; 12 cartas de diálogo; 9 cartas de mobilidade. ATENÇÃO: Contém partes pequenas que podem ser engolidas.

Público De 2 a 6 participantes.

Faixa Etária A partir de 10 anos

tempo de Jogo A partir de 30 minutos.


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Objetivo Geral Chegar primeiro ao final do tabuleiro.

Modo de Jogar 1 - Jogadoras e jogadores devem escolher uma cor de peão e se posicionar na área de início do tabuleiro. As cartas devem ser dispostas sobre o tabuleiro separadas em dois montes: um de cartas de diálogo e outro de cartas de mobilidade (com estrela no verso). 2 - Uma pessoa por vez deve jogar o dado - quem tirar o maior número será o primeiro a jogar. O próximo a jogar será a pessoa à sua esquerda. 3 - Cada pessoa andará com a pecinha, casa a casa, o número sorteado no dado. 4 - Quando o movimento do peão, indicado pelo dado ou pela carta retirada pelo jogador, finalizar em uma casa onde existe uma estrelinha, sua peça pode avançar uma casa ou voltar. Para verificar qual será o movimento é só conferir a carta a ser retirada do montante de cartas de mobilidade, com estrela no verso: - avance uma, duas ou três casas. - volte uma ou duas casas. - volte uma jogada (se, por exemplo, você tirou 2 nos dados para chegar à casa com a indicação de estrelinha, você deve voltar o mesmo número de casas, neste caso, duas). 5 - Quando o movimento, indicado pelo dado ou pela carta retirada pelo jogador, finalizar em uma casa onde existe um balão de conversa, a jogadora ou jogador deve pegar uma carta de diálogo (sem estrela no verso). As respostas estão neste manual. Se acertar, avança uma casa, se errar permanece onde está. Nota-se que por vezes a resposta não é fechada, podendo ser discutida e aceita ou não pelo grupo. 6 - Dois ou mais peões podem ocupar a mesma casa simultaneamente. 7 - Após a leitura da carta, esta deve ser posta fora do tabuleiro. Caso seja necessário, estas podem ser embaralhadas para voltarem ao jogo. 8 - Vencedor: a primeira pessoa que chegar à casa “Fim”.


Vamos expandir um pouco? Jogos de tabuleiro em geral são ótimos para proporcionar atenção, concentração, assim como despertar a curiosidade dos jogadores. Não à toa, Salete Gehlen afirma que eles são capazes de “estimular e desenvolver importantes habilidades como a comunicação verbal, o raciocínio lógico e a interação social.” (GEHLEN, 2013, p . 11) Tendo essas questões em mente, o Trajepina foi construído para suprir duas necessidades: a primeira, contar a história desta instituição que a tantos anos se faz presente em São Bernardo. E a segunda, reafirmar a identidade e importância deste espaço. Dar enfoque a esta instituição artística é um modo de abranger a memória da cidade como um local de patrimônio artístico, além de ser apenas uma “cidade industrial” como muitas vezes é vista. Isso não significa negar a história da cidade como um pólo industrial e tampouco a sua mobilização operária que protagonizou movimentos sociais e políticos de relevância nacional. Mas, é também dar vazão a outras memórias e histórias que ficaram em segundo plano, e que tem profunda relevância para cidade, assim como para o Estado de São Paulo como um todo. Para isso, o tabuleiro, assim como as cartas, são frutos de uma intensa pesquisa feita nos museus e arquivos dentro e fora da cidade de São Bernardo, cujo o objetivo é sintetizar de modo eficiente e didático, desde seu nascimento, o rico conteúdo desta instituição, abordando a relação estabelecida com os principais locais da cidade, os seus percalços e vitórias de manter viva a arte e os museus desta cidade. E como estamos falando de museus e sua importância, um segundo ponto de discussão para elaboração do jogo foi pensar: qual é a função de um museu? José Brandão ao discutir sobre as ações culturais em museus ressalta a importância de pensar este local não só como “um lugar de recolha de informação, como também como lugar de formulação de questões, que seriam posteriormente trabalhadas, quer na escola, quer no próprio


museu, nas galerias ou nos ‘workshops’ organizados pelos serviços educativos.” (BRANDÃO, 1996, p. 7). Sabendo que as funções de um museu e o seu papel na sociedade vem se transformando ao longo do tempo, e, em conjunto com uma larga trajetória educacional em museus e espaço culturais, entendemos tal questionamento como um momento de reafirmação da importância deste espaço como potência para traçar outros caminhos, oferecer outras possibilidades distintas de contato com realidades diferentes das próprias, gerar interesses, desejos e reações, e, justamente por isso, reforçar nossos laços democráticos tão frouxos nos dias atuais. Nós queremos um museu que caminhe com as pessoas, como propõe a dinâmica deste jogo, e que também caminhe até as pessoas e não só o contrário.

O Mapa O desenho do tabuleiro possui pistas e histórias que complementam o jogo. Sua área é uma referência à cidade e entorno. O caminho a ser percorrido pelos jogadores reproduz o desenho de um trajeto possível para passar pelos quatro espaços já ocupados pela Pina. Estes espaços tem seus lugares no tabuleiro, desenhados com linhas orgânicas. As construções geometrizadas são marcos históricos próximos aos espaços que abrigam ou abrigaram a Pinacoteca e muitas vezes aparecem nas obras do acervo. Duas árvores tombadas também fazem parte do nosso mapa: uma você encontra mais informações nas cartas do jogo, a outra você encontra pessoalmente andando nos arredores da Pina. Por falar nisso, não deixe de visitar o Jardim das Esculturas! Muitas das obras presentes neste jogo estão lá!

Disparadores O Trajepina pode ser jogado de duas maneiras: com ou sem o auxílio de uma educadora ou educador. Isso porque, além das cartas de voltar e avançar, existem cartas com perguntas


disparadoras, que têm como objetivo gerar uma maior conversa e questionamentos a partir de dois eixos: a questão patrimonial e artística. Das 12 cartas de diálogo do tabuleiro, 5 são de perguntas fechadas. Isso significa que a pessoa pode apenas responder e avançar uma casa (ou permanecer na mesma se não conseguir). As perguntas abertas podem ser trabalhadas no sentido de ampliar afetos e relações de pertencimento entre os indivíduos e os espaços culturais. Para isso, é importante uma construção conjunta de repertórios que valorizem a subjetividade de cada jogador. É importante frisar que essas são sugestões para o trabalho educacional que pode ser feito a partir destas cartas. Quem estiver fazendo a mediação entre jogo e conteúdo tem total liberdade para aprofundar outras questões e desenvolver outros questionamentos que podem surgir durante o jogo. Alguns caminhos possíveis: 1 - Carta “Cidade das Crianças - Que histórias não poderiam ser esquecidas?” Levando em consideração todo o significado que este lugar tem para a região e para a história do país como um todo, a educadora ou educador pode trabalhar, do individual para o coletivo: Qual a importância de lembrar, da memória e do registro? Pode ser solicitado que cada um conte uma recordação para se conectar a história da Cidade das Crianças. A memória como um espaço de disputa: trabalhar como uma memória pode ser construída e quais as implicações deste processo: apagamento de outras representações, a criação de uma narrativa “oficial”, versão única dos fatos. Sugestão de leitura: Mário Chagas. Museus, memórias e movimentos sociais. 2 - Carta “Decreto - Você sabe o que significa Pinacoteca?” Por extensão, Pinacoteca significa “qualquer coleção de pinturas”. Por exemplo, “um museu generalista ou histórico”* pode


ter uma própria Pinacoteca, sem necessariamente ter seu enfoque nestas coleções. *Fonte: https://conceito.de/pinacoteca 3 - Carta “ASBA - Para você, como a arte pode se tornar mais acessível?” Esta pergunta está relacionada com a ASBA (Associação São Bernardense de Belas Artes) e sua importância na construção de um espaço de artes plásticas na cidade. Portanto, a atenção neste caso está na palavra acesso e a percepção do público com relação a estes espaços. A educadora ou educador pode trabalhar: Que formas de acesso à arte os participantes têm e os porquês. Quando falamos de artes plásticas, em específico, existem alguns conceitos inerentes a essas formas de arte, que muitas vezes mais dificultam do que facilitam o acesso. Porque as pessoas não se sentem acessadas pela arte resguardada pelos museus tradicionais? Você conhece a Pinacoteca? Se sim, o que você gosta dela? Se não, quais são os motivos? Sugestão de leitura: Pesquisa Oi Futuro - Museus 4 - Carta “Salões de Arte - Por que criamos coleções? Por que as tornamos públicas?” Esta pergunta está relacionada a formação das primeiras coleções de arte de São Bernardo, que deram origem aos salões de arte. A educadora ou educador pode trabalhar: O que é coleção? Você já teve uma coleção? Porque colecionamos? Você sabe como um museu faz sua coleção? O que é curadoria? Sugestão de Leitura: Bettina Rupp. O curador como autor de exposições. 5 - Carta “Ilva Aceto Maranesi - Todos andam uma casa” Ilva Aceto Maranesi nasceu em 6 de maio de 1939 em São Bernardo. Ingressou na prefeitura em 1974, formou-se em biblioteconomia em 1979 na atual FAINC, em Santo André.


Trabalhou nas bibliotecas da cidade de 1980 até aposentar-se em 2006. Sua atuação no fomento às artes envolveu vários dos nomes de artistas com obras na Pinacoteca, como Climério e Dumas. Faleceu em 2009.* A educadora ou educador pode propor reflexões como: Que formas de acesso a conhecimentos sobre artes os participantes têm e os porquês. Qual a função de uma biblioteca? Você conhece a Biblioteca de Arte? Se sim, o que você gosta dela? Se não, quais são os motivos? Por que todos avançamos nesta carta? *Fonte: http://leismunicipa.is/spiqn 6 - Carta “Espaços Pinacoteca - P” A primeira sede da Pinacoteca foi uma única sala do Centro Cultural Assunção, com 79 obras, inaugurada em 1980. O espaço mantém parte de seu caráter diverso abrigando a Biblioteca Guimarães Rosa e o Teatro Elis Regina. Em 2004 mudou de nome para Centro Cultural Antonia Marçon Bonício. A educadora ou educador pode incentivar reflexões como: Qual poderia ser o menor tamanho de um museu? E qual seria ideal? Que tipo de museu seria? Fontes: Arquivo Histórico Municipal http://leismunicipa.is/qnosi Sugestão de leitura: O Mini-Museu Davis Lisboa https://blogs.elpais.com/arte-en-la-edad-silicio/2013/09/un-peque no-gran-museo.html 7 - Carta “Espaços Pinacoteca - PI” A segunda sede da Pinacoteca foi resultado do fechamento da ASBA. Em 1990, a prefeitura reformou o espaço para abrigar a instituição e seu acervo - em grande medida composto através da ASBA. Ali na Rua Padre Lustosa passou a chamar-se Núcleo Henfil, incorporando como fundamentais os espaços para produção e pesquisa. O nome homenageia o importante cartunista Henfil (19441988), que também atuou junto a militantes e artistas da região. Fontes: Arquivo Histórico Municipal


http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5430/henfil 8 - Carta “Espaços Pinacoteca - PIN” A terceira sede da Pinacoteca ganhou o nome de Espaço Henfil de Cultura e ocupou, a partir 1994, um prédio no bairro Baeta Neves (atualmente utilizado pelo CEITEC – Centro de Empreendedorismo e Inovação Tecnológica). No mesmo local, funcionava o departamento de Gráfica da prefeitura. 9 - Carta “Espaços Pinacoteca - PINA” O prédio onde funcionou o Fórum da cidade, de 1966 a 2001, foi reformado para abrigar acervo, exposições, oficinas e a Biblioteca de Artes. Assim, em 2008, a Pinacoteca ganha novo endereço e novo nome: Museu de Arte de São Bernardo "Odette Tavares Bellinghausen". Odette Tavares Bellinghausen (19151985) foi importante articuladora na história da ASBA e das bibliotecas municipais. 10 - Carta “Espaços Pinacoteca - PINACOTECA” Os Estúdios Vera Cruz foram um importante estúdio cinematográfico brasileiro que distribuiu filmes entre 1949 e 1954. Posteriormente, utilizaram o espaço atrás dos estúdios para filmagens da novela Redenção. Hoje, o local é ocupado pela Cidade das Crianças, que foi o primeiro parque temático do Brasil. 11 - Carta “Conservação” A educadora ou educador pode trabalhar o significado do que é conservar – relativo a manter no mesmo estado, sob poder de e/ou não deixar deteriorar(-se) ou morrer*. O acontecimento na Pinacoteca de São Bernardo é um disparador para refletir sobre o trabalho de conservação e restauro, sobre quais são as condições mínimas para que um museu possa fazer salvaguarda do patrimônio (neste caso, a preservação de seus documentos e obras, um de seus objetivos primordiais), bem como sobre o papel da gestão de políticas públicas no sentido de manter o acesso e a preservação do lugar. Como é um tema amplo,


é possível optar por trabalhar uma das questões ou todas de acordo com o grupo e a dinâmica instaurada em cada jogo. Exemplos de outros desastres em instituições museais: -Incêndio no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo: 21/12/2015 *Fonte: http://g1.globo.com/saopaulo/noticia/2015/12/incendio-atinge-mus eu-da-linguaportuguesa-em-sp-dizem-bombeiros.html -Incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro: 02/09/2018 *Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/09/saibamais-sobreo-incendio-que-destruiu-no-rio-o-museu-mais-antigo-dopais.html -Inundação do Museu Casa do Pontal no Rio de Janeiro: 09/04/2019 *Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/04/no-rio-maioracer vo-de-arte-popular-do-pais-tem-sua-pior-inundacao.shtml *Fonte: michaelis.uol.com.br 12- Carta “Espaços Pinacoteca - Como se preserva um museu/espaço de arte e suas obras?” Depois de explanar o que é conservação, esta pergunta amplia o significado da palavra, transformando-a em um conceito. Neste caso, a educadora ou educador pode trabalhar: Quais são as formas de conservar uma instituição? Aqui é possível debater que conservar uma instituição não é apenas preservar sua estrutura física. Essa é uma das formas. Há também questões políticas de investimento financeiro no lugar, ou seja, quanto de verba é destinada à instituição, formação de público, entre outras demandas. Para a historiadora Janaína Melo: A importância do objeto é diferente para cada pessoa. Um estudioso de manutenção de acervo vai olhar a partir da preservação para a posteridade. Se você é artista e olha para o mesmo objeto, ele serve para subsídio para pesquisa ou de apanhado do histórico de uma cadeia da sua produção. Para um educador, ele pode ser disparador de conversas que geram proposição de conhecimento com grupos. Para um visitante espontâneo, pode ser uma simples curiosidade. Para esse visitante,


que tem uma relação mais efêmera, quase indireta, com o objeto, a experiência vai ser diferente. Um visitante que tem outro tipo de desejo quando vai a uma exposição poder ir e ver outra coisa. É possível falar dessa multiplicidade de visões. (MELO, Janaína, 2019, p. 87)

Sugestão de leitura e vídeo : Luísa Aneirinho. O amor como caminho: ao encontro da educação e do património cultural. Programa Debate: Como a memória da sociedade é tratada pelos museus brasileiros? (Marília Bonas e Márcia Chuva). Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=v0KXESrFvzc

Referências ANEIRINHO Luísa. O amor como caminho: ao encontro da educação e do património cultural. Cadernos de Sociomuseologia, [S.l.], v. 56, n. 12, dec. 2018. ISSN 1646-3714. Disponível: <http://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/6526> BRANDÃO, José. Ação cultural e educação em museus. Cadernos de Sociomuseologia, [S.l.], v. 5, n. 5, june 2009. ISSN 1646-3714. Disponível: <http://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/252> CHAGAS, Mário. Museus, memórias e movimentos sociais. Cadernos de Sociomuseologia, [S.l.], n. 41, feb. 2012. ISSN 1646-3714. Disponível: <http://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/2654>. GEHLEN, Salete. Jogos de Tabuleiro: uma forma lúdica de ensinar e aprender. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Governo do Estado. Secretaria de educação do Paraná. 2013 http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_p de/2013/2013_unicentro_edfis_artigo_salete_marcolina_gehlen.pdf RUPP, Bettina. O curador como autor de exposições. Revista- Valise, Porto Alegre, v.1, n.1, ano1, julho de 2011. Disponível: https://seer.ufrgs.br/RevistaValise/article/download/19857/12801 Pesquisa Oi Futuro- Museus. Disponível: https://oifuturo.org.br/pesquisa-museus2019/ Programa Debate: Como a memória da sociedade é tratada pelos museus brasileiros? (Marília Bonas e Márcia Chuva). Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=v0KXESrFvzc


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