Soletrar maio de 2015

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maio ANO LETIVO

SOLETRAR

2014 2015

N.º 8

BOLETIM INFORMATIVO - INSTITUTO DIOCESANO DE FORMAÇÃO JOÃO PAULO II

EDITORIAL Diz-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. Porém, nem todas as imagens são fáceis ou possíveis de serem vistas por todos. Já com a palavra podemos expressar com mais enfâse, pormenor ou descrição uma situação. Ou então não querendo ser tão minucioso, detalhado na informação, omitir ou simplesmente relatar pela superficialidade os factos. O bom mesmo é evidenciar com a imagem a palavra escrita. E é isso mesmo o que o nosso jornal escolar tem feito: confirmar, com estas duas técnicas noticiosas, algumas das realidades que nos envolvem mensalmente. Assim, nesta edição o nosso destaque vai para os artigos sobre escrita criativa, subordinada ao tema “As Roças”, a visita dos ministros da educação de Portugal e São Tomé às nossas instalações e a nossa página histórica.

Boas leituras!


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Visitas de Estudo ... à CIAT ...

Ao logo do ano letivo, os alunos do ensino secundário da área de Ciências e Tecnologias realizam várias visitas de estudo a centros específicos da área de estudo, no país, numa tentativa de, a partir da observação, comprovar e melhorar as teorias apreendidas na sala de aula.

Assim, os alunos do 11º ano, visitaram as instalações do Centro de Investigação de Agronomia e Tecnologia, o maior e mais eficaz laboratório de São Tomé e Príncipe. Neste centro são analisados, avaliados e comprovados os produtos alimentares que são importados. As estruturas do CIAT estão divididas em dois locais diferentes, uma localiza-se na Mesquita e outra na Madalena. O primeiro espaço a merecer a atenção dos alunos foi o estabelecimento que tem como principal objetivo fazer o cruzamento das plantas, tais como, citrinos, abacateiros e goiabeiras, entre outras, nacionais e internacionais. Posteriormente, os alunos deslocaram-se à segunda base do CIAT, o laboratório, o qual se encontra dividido em vários setores: Fitopatologia, espaço de análise das doenças nas plantas, principalmente as que afetam o cacau; Agroquímica, área de controlo e qualidade; e Entomologia, zona de prevenção da presença de insetos. Aleandro Ceita - 11º CT A


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... e à Rosema.

No dia 17 de abril, foi a vez dos alunos do 12º ano, acompanhados pelos professores André Freitas, Conceição Ferreira e Nuno Santos realizarem uma visita de estudo às instalações da Cervejeira Rosema, situada na região de Neves. A compreensão do processo de fermentação, a importância de efetuar o controlo de qualidade e a interligação dos conteúdos científicos abordados nas disciplinas com situações reais foram os principais objetivos da visita. Os participantes ausentaram-se do IDF por volta das 08h:30h e regressaram pelas 12:00h. Durante a viagem, que ainda demorava o seu tempo, uns conversavam, outros ouviam música, outros liam , outros, simplesmente, olhavam a paisagem. À chegada à Cervejeira Rosema, foram recebidos pelo engenheiro António Mota, responsável pela produção do controlo e qualidade das cervejas. O mesmo conduziu a visita, mostrando e explicando os processos que estão na base da produção desta bebida. À medida que as etapas do processo iam sendo expostas, alunos e professores apresentavam questões de diversas categorias, pois algumas estavam intrinsecamente ligadas ao processo de fermentação, outras com a qualidade das garrafas, a influência da cor das mesmas na qualidade das cervejas, ... Para além da observação das máquinas, o cuidado a ter no manuseamento das garrafas e dos produtos, a compreensão das diferentes fases pela qual a cevada é submetida até à obtenção do produto final, os visitantes puderam também apreciar a paisagem envolvente, as espécies de árvores ali existentes, as praias e a belíssima Lagoa Azul. A visita foi muito produtiva, uma vez que todos adquiriram mais conhecimentos, melhoraram as competências que já tinham e divertiram-se imenso. Melissa Lima


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Concurso Escrita Criativa - As Roças -

No âmbito do Plano Anual de Atividades da Escola decorreu, após a interrupção letiva de Carnaval, o concurso de escrita criativa subordinado ao tema “As Roças” com o intuito de somar à imaginação e criatividade dos alunos a melhoria da técnica de escrita. Assim, o segundo ciclo pôde apresentar um texto do género lenda, o terceiro ciclo um conto narrativo e o nível secundário um poema. Até aqui nada de extraordinário! O desafio era elaborar um texto a partir de palavras obrigatórias apresentadas pelo grupo de Português. Ficam aqui registados os melhores exemplares.

A Roça Kelembé (2º ciclo) Antigamente, muito longe daqui, havia uma pequena roça com montanhas gigantescas e grandes lagoas, que se chamava Kelembé, (Maravilhosa, em crioulo angolano). Nessa roça havia um rei que se chamava Galo Capataz. Certo dia, o mensageiro do rei deu um anúncio: - O rei mandou anunciar que precisa de um sucessor, alguém honesto e corajoso que se importa com os outros. Na manhã seguinte, muitos foram ao castelo do rei. Quando os búzios começaram a tocar, o rei com a sua coroa de ouro e a sua capa plastificada, saiu do seu quarto e disse: - Eu vou dar um ovo para cada um de vocês. Terão de cuidar desse ovo como vosso filho. Aonde vocês forem terão de levar o ovo. Vocês terão que ficar no castelo por duas semanas, os meus servos darão comida e bebida quando precisarem. Além disso, quem quebrar o ovo do outro será eliminado e terá que dar o seu próprio ovo. Eram vinte concorrentes e em dois dias, quinze azarados foram eliminados. O rei ficou muito admirado com um concorrente, a raposa André. Ela cuidava muito bem do seu ovo, como se fosse o seu próprio filho. No dia da escolha do sucessor, havia dois concorrentes: a raposa André e o tatu Lucas, que era matreiro, guloso e tinha ciúmes da raposa André, mas o rei percebeu que o ovo do concorrente tatu Lucas estava cozido, então a raposa André ganhou a competição. O rei reuniu todos os habitantes da roça e disse: - André, amanhã, já estará no trono. E assim ele foi um dos melhores reis daquela roça, e o tatu continuou a ser a estrela do circo que ia aqui e acolá apressadamente fazer os seus números engraçados. A raposa André deu o seu melhor e, ao contrário de certos concorrentes, ela não quebrou o ovo dos outros e não fez trapaça porque ela era honesta. André Luiz Godinho, nº 2 5º Ano, Turma B


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O Roubo de Café (3º ciclo)

A Roça das Palmeiras era conhecida pelas suas belas paisagens e tranquilidade. Nela existia um destemido, corajoso e vivaz rapaz de nome Edivaldo que amava lá viver. Era bela só de paisagem, pois se formos a analisar o crime que lá se passou, vemos que não era assim tão calma. Mas comecemos a contar. Uma vez Edivaldo estava a caminhar na bela Praia Verde e avistou uma gruta ao longe. Entrou nela e deparou-se com uma caixa a dizer “Café puro de São Tomé” e ouviu, escondido num buraco, uma vozaria que apenas falava em inglês. Ao fundo da gruta, reparou num barco a motor idêntico ao que tinha visto no sábado anterior. Naquele sábado, enquanto caminhava na roça, avistara um grupo de americanos vistosos e excentricamente vestidos, numa carrinha com um barco a motor a ela atrelado, com imensos bidons de gasolina e caixotes de madeira. Edivaldo desconfiou, mas desde esse dia nunca mais os viu. Guardou esse acontecimento estranho como segredo, para resolver o caso com um grupo de aventureiros de Portugal. É que esse grupo desejava conseguir um mistério para resolver mas em Portugal eles não encontravam nenhum pois a polícia chegava sempre primeiro. Então, no dia seguinte, dirigiu-se à única cabine telefónica da roça, velha e enferrujada. Pôs a moedinha no mecanismo e ligou para Portugal. Primeiramente, cumprimentou os seus amigos, de seguida falou sobre o caso misterioso que estava a acontecer. Francisco, Mário Luís e as gémeas, Maria e Joana, logo fizeram planos para se encontrarem com Edivaldo e passados três dias já estavam na roça. Esperava não se estar a meter num grande sarilho. Dirigiram-se imediatamente a casa do Edivaldo. Foi uma alegria reverem-se. A casa fora reconstruida com as suas próprias mãos, voltando a dar-lhe cor e o seu aspeto original, mas tinha água e energia, o que os demais na roça cobiçavam. A casa era do seu avô que havia sido escravo. Mal os portugueses foram embora ficou com a casa e preservou-a até aos dias de hoje. Continua de pé, com os seus quatro quartos espaçosos, uma ilustre sala repleta de objetos frágeis e bonitos, quadros com paisagens intensas e uma cozinha luminosa ainda com os talheres da era colonial, muito detalhados. No dia seguinte, ao romper da alva, como é habito da juventude, o grupo foi fazer uma caminhada pela roça e depois tomaram o pequeno-almoço, onde organizaram as ideias para espiar aquele grupo de americanos. Começaram por descer pelo caminho antigo até à Praia Verde. Em seguida, entraram por onde Edivaldo passara e analisaram o espaço e as anotações dos americanos, que estavam escritas num livro.. Tiraram fotos e até mesmo copiaram as anotações. Sem demora, dirigiram-se para fora da gruta mas depararam-se com uma forte tempestade. Assim, naquela penumbra, conversavam entre si: - O plano dos americanos é contratar ilegalmente pessoas da roça para roubarem o café das plantações em troca de meia dúzia de tostões. Depois, eles põem todas as caixas de café que conseguem no barco a motor e levam-nas para os Estados Unidos onde transformam o café para ser vendido no seu estabelecimento em Nova York, o que lhes vai dar muito dinheiro e fama. – mencionou a Joana. - Eles agem astuciosamente! Só não sabem o que lhes espera. – disse o Luís. - Mas quando forem apanhados vão ficar de boca aberta! – observou o Francisco. De repente, ouviram uma balbúrdia lá fora. O Edivaldo disse: Escondam-se depressa!


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Nesse mesmo instante, os americanos chegaram e começaram a pôr dentro do barco o máximo número de caixas de café que conseguiam, com a ajuda dos habitantes da roça, e a encher o depósito com combustível. Mal sabiam os americanos que o grupo de amigos havia sabotado o motor do barco e que todo o seu esforço foi debalde. - Foi uma ótima sabotagem! – segredou a Maria. Os americanos e os seus colaboradores levaram o barco até à água mas o motor não funcionou. Foi nesse momento que o Edivaldo teve uma ideia assaz brilhante: cada um deles segurou numa ponta de uma rede de pesca enorme e atiraram para cima dos bandidos enredandoos de tal maneira que não conseguiram safar-se. Entretanto, as gémeas foram chamar os agentes da PIC que zombaram delas mas elas não se deixaram desanimar. Ao chegarem ao local e verem o trabalho extraordinário que aquele grupo de jovens tinha feito, os agentes honraram-no e encorajaram-no a ser colaborador na PIC. Reconhecendo a sua pequenez, aqueles jovens sentiram muita felicidade por verem que aqueles americanos tinham sido apanhados e condenados a dez anos de prisão. A Roça das Palmeiras voltou à sua tranquilidade e os seus habitantes nunca mais se deixaram enganar. Abel Correia Gonçalves, nº 1 7º Ano, Turma B

Diamante Verde (secundário) Diamante verde Já lá vai o tempo da tua vastidão Em que teu nome se fazia sentir E de pequeno se fez grande. Outrora foste o sustento de muita gente, Mas também a causadora do sofrimento Do nosso povo massacrado. Sois vitoriosa, por saber vencer e perder. Hoje, vejo no que te tornamos… Qual será o teu futuro? Oh! Negra africana, Só o tempo nos dirá. Teu filho é cego, Pois não vê a tua dor, Mas reconhece o teu valor, Porque temos o teu suporte.

Terra dotada de riquezas, Inesquecível pela beleza, E pela Natureza, Até ao fim dos meus dias.

Nádia Bragança, nº5 10º Ano, Turma LH


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Património de São Tomé e Príncipe À descoberta das roças - São João de Angolares -

« A roça é, em São Tomé e Príncipe, o reflexo da sua própria memória e identidade. Nos períodos de ciclos produtivos e de crescimento o homem avança face à Natureza. Em períodos de estagnação, a Natureza prospera devido ao seu clima equatorial.»

É nesta relação de estagnação e avanço histórico que vamos encontrar, em Angolares, a Roça de São João. Outrora, tal como outras roças, eram hectares e hectares de terra cultivados de cacau e café, produtos típicos da terra. Hoje, sem esquecer o passado, mas atendendo às exigências do presente e com uma visão no futuro, podemos encontrar, neste espaço turístico, primeiramente, uma paisagem de contrastes coloridos, entre o azul do mar e o verde intenso da floresta. Depois, com um olhar menos alargado, um espaço “interior” de património histórico através de mobiliário, literatura e arte. Entretanto, enquanto o anfitrião prepara um saboroso prato gastronómico típico, é dada ao visitante a possibilidade de mais descobertas expectantes, pois a roça abarca um conjunto alargado de atividades para todos os gostos e feitios. Num ambiente amistoso e familiar, o forasteiro pode gozar de um tempo de descobertas e descanso únicos.


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Ministro da Educação de Portugal em visita

Podia dizer-se que ia ser um dia de aulas igual aos outros. Mas não foi. A visita de uma individualidade, neste caso duas, responsáveis pelo desenvolvimento da qualidade do ensino a “nossa casa” torna tudo diferente. O ministro Nuno Crato e o seu homólogo, Olinto Dias, visitaram, na manhã de segunda-feira, 13 de abril, as instalações do Instituto Diocesano de Formação João Paulo II. Foi com um sentido de orgulho e a preceito que os alunos receberam entusiasticamente a entrada, nas salas de aula, dos insignes representantes máximos da Educação. Esta visita do Ministro da Educação Português a terras São Tomenses teve como objetivo a confirmação na cooperação de melhorar as estruturas da qualidade do Ensino. Este ensejo visa a criação de uma escola oficial portuguesa na capital de São Tomé.


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Khan Academy - Explicações à borla!

No passado dia 7 de abril de 2014, um grupo de colaboradores da CST (Companhia Santomense de Telecomunicações) esteve no IDF para divulgar um novo recurso, online, de apoio às explicações em algumas áreas de ensino. A ideia deste projeto nasceu do americano Salman Khan, fundador da Organização Não Governamental educacional Khan Academy, criada para oferecer explicações grátis aos alunos. Tudo começou quando Khan dava explicações à sua prima pela internet. Depois foram aparecendo outros familiares e amigos que também precisavam de explicações. Khan, ao ficar com o tempo reduzido para esta atividade, decidiu criar um canal no YouTube intitulado "Khan Academy", onde deixava as suas explicações. Hoje, a Khan Academy já fornece mais de 3800 vídeos de esclarecimentos de matérias disciplinares como Matemática, Química, entre outras. Informaram-nos, também, que dentro em breve, estarão disponíveis novas disciplinas. Graças à CST e à sua parceria com a PT Telecom, em São Tomé e Príncipe, já é possível termos esse recurso, com tradução em português. Adira já ao grupo em: fundacao.telecom.pt/khanacademy Luís Manuel Nazaré, 11º CTB


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Matemática

SOLETRA MATEMÁTICA (MAIO) PROBLEMA DO MÊS DE MAIO 2.º CICLO (5.º e 6.º anos)

PROBLEMA DO MÊS DE MAIO 3.º CICLO (7.º, 8.º e 9.º anos)


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Clube da Ciência

O Equinócio de março de 2015 aconteceu no dia 20 de março, pelas 22h45min. Tivemos, nessa data, a noite e o dia com a mesma duração e a sombra dos objetos, no momento do meio-dia solar, foi nula no Equador. Para celebrar esta efeméride, estudantes de todos os continentes uniram-se para reproduzir uma das 10 mais belas experiências da ciência de todos os tempos: a medição da circunferência da Terra de Eratóstenes. Os alunos do IDF participaram ativamente na ação que decorreu no dia 20 de março do corrente ano. Tratou-se da 8ª edição da atividade "Bons Raios Te Meçam" do projeto "Matemática do Planeta Terra" cujos parceiros internacionais são Galileo Teacher Training Program (GTTP), Inspiring Science Education (ISE) e Open Discovery Space (ODS). De facto, a Ciência pode mesmo ser divertida! Os resultados da experiência encontram-se nos seguintes links: http://www.eratosthenes.eu/spip/spip.php?article1402&lang=en http://twinspace.etwinning.net/5691/pages/page/33072

Entretanto, de 13 de fevereiro a 20 de março, os alunos do Clube da Ciência participaram na campanha de Caça aos Asteroides da NUCLIO Asteroid Search Campaign. Desta vez, a atividade contou com a participação de três escolas africanas (Instituto Diocesano de Formação João Paulo II, Escola Portuguesa de Moçambique e Universidade de São Tomé e Príncipe). A atividade de Caça aos Asteroides é organizada pelo IASC (International Astronomical Search Collaboration). O IASC é um programa educacional para escolas e faculdades que fornece dados astronómicos de alta qualidade para estudantes do mundo inteiro. Utilizando um software adequado (Astrometrica), os alunos são capazes de fazer descobertas astronómicas originais. Este serviço é fornecido sem custo para as escolas participantes e os alunos envolvidos recebem certificados.


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CO - FINANCIADORES:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, CULTURA E FORMAÇÃO STP

São Tomé e Príncipe

CAMPO DE MILHO - SÃO TOMÉ CAIXA POSTAL 636 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE TEL. / FAX (+239) 222 11 94 idf.diretor@gmail.com ||| idf.stp@gmail.com


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