Texto orígíl1al em língua portuguesa do Doutor Alberto víeíra Orígínal text íl1 portugues by Doctor Alberto Víeíra Orígíl1al Text ín portugíesíscher Sprache von DI: Alberto víeíra Texte orígínal en langue portugaíse dtl DI: Alberto víeíra
o VINHO DA MADEIRA NA
VOZ DOS SEUS APRECIADORES e LITERA TOS
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vinho é uma constante do presente e do passado. Factor económico responsável por alguns momentos defulgol) mas também 1110tivo de discórdia evio/êncía. Amado eodiado, ele persíste através dos simples gestos rítuais dos seus aprecíadores. O vinho Madeíra é considerado, desde tempos muito recuados, indispensável na garrcifeíra dos aprecíadores do fino rubinéctar que medra em alguns recantos do Ocídente. Não é precíso ser escanção para aprecíar as suas qualidades aromáticas egustativas, basta apenas um pouco de atenção 110 momento de o degustai: Os epítetos, recolhídosna voz dos poetas, escritores, políticos e víqjantes, que tiveram apossibilidade de oprovar e aprecíal) poderão ser unI bom caminho para ísso. Todos ficaram deslumbrados com seu aroma etrago, eninguém se escusou a tecer os 111 aio res elogios. Talvez você, ldtol) slja tentado a vísítar alguma das vetustas adegas madeirenses eajuntar asua opinião à destes que conseguimos recolhei: A mais antiga riferêncía elogiosa ao vinho Madeíra não surge em Shakespeare, mas sim 1105 líteratos da bacia mediterrânica já famílíarízados com esta bebida, oque torna maís evidente asua valorização. Alvise de Ca da Mosto, nome sugestivo em questão de vinhos, foi oprímeíro afazê-lo nas suas((Navegações~ escritas em 1455 edepois em várias edições impressas que correram 111undo. Este veneziano, habituado aos vinhos nobres do Mediterrâneo, não hesita em cifírmar que os da íllta eram "bOI1S" epara que não restassem dúvidas riforça a ideía apontando-os como "muitíssimo bons': Oitenta anos passados outro ítalíal1o, Giulio Landí, celebra, de novo, o rubinéctar madeirenses, comparando-o "ao grego de Roma': QJlanto àmalvasía rifere que da sua colheita se extrai melhor vinho que otão celebrado de Cândida. Em 1567) outro ítalíano, Pompeo Arditi, retêm a mesma observação comparativa. Foi apartir destes testemunhos que toda a Europa que os vinhos da ilha poderiam rivalizar com os demaís, o que lhes assegurava um espaço nobre na mesa real. shakespeare (1564-1616) foi um dos mais atentos observadores desta realidade e, certamente, ul'n dos seus apreciadores. No trama que deu corpo às suas imortais peças, o vinho - madeirense, europeu, canarío - é um dado fimdamentaL Primeiro diz-se, com base na peça "Ricardo III~ que o Duque de clarence, emfínaís do século xv, te/"-se-la afogado na Torre dc Londres num tonel dc malvasia madeírcl1sc, quando na peça apenas se rifere malvasia, scm qualquer písta da sua proveniência. Diferente é todavia o que sucede na peça "Henríque IV" ..•.•.,
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onde o dramaturgo coloca o beberão John Flastcif.f a trocar a alma ao Díabo por"um copo de Madeíra e uma pata de capão': Esta referêncía na obra de shakespeare ao vínho Madeíra é maís um testemunho da ímportâncía que adquiríu no mercado londríno, correndo com frequêncía nas tabernas brítânicas, e a prova de que foí a bebída maís solícítada pela arístocracía e casas reaís europeías. Brínde em momentos de alegria e de gmnde solenídadefoí, também, companheíro em momentos de ciflíção. O Madeíra da conquísta dos salões e palácíos da vetusta cídade de Londres sulcou os oceanos efirmou-se, maís uma vez, nas ímponentes vivendas das colónias brítânícas, dissemínadas a Ocídente e O ríen te. Em finaís do século dezasseís é o pároco da Ríbeira Grande, Gaspar Frutuoso, que certamente não díspensava o uso do vinho Madeíra 1105 actos litúrgícos (vimos com assíduidade recomendações 110 sentido de que este vinho fosse usado na missa), quem estabelece um dos ditirambos maís elogíosos. Diz ele que "o vínho malvasia he o melhor que se acha 110 Universo': O autor é taxativo na sua observação, não deíxal1do margem para dúvídas. Os maís assíduos elogíos são ditados no século dezoito, época nobre para o vinho Madeira. Neste momento ganhou inúmeros aprecíadores que teímavam em exaltar as suas propriedades e a preferi-lo a todos os outros ou demais bebidas alcoólícas, que começam a conCO/Te/: Esta loucura pelo Madeíra foi grande 110S Estados Unidos da América do Norte. Geo/ge Washington e convívas regalaram-se com ele na sua boda em Maío de 1759, enquanto John Adams exclamava, com alegria no seu diárío, que sempre bebeu "grande porção de Madeíra~ não vendo "nenhum inconveníente nisso': Ademais, segundo constatou o últímo estadísta, ele é diferente de todos os outros, país mantém-se "salutar e agradável no calor de Verão ou nofrío do Inverno': ThomasJ1ferson não atraíçoou apriferêllcía dos seus predecessores, pelo que mesmo em Paris não prescindia do Madeira, país era "de superior qualídade e o melhor': Foi certamente com a ínspiração do seu aroma, que seformou ogrande empório. Com ele se celebrou a independência, acto que é anualmente recordado da mesma forma. Os europeus, levados por esta exaltação dos políticos a/lIerícanos, despertaram de novo para o vinho Madeira. Deste modo choveram elogios em catadupa. Em 1795 o DI: Wright exclamava:"Se Homero o tivesse bebido, afirmada que o olímpo renascía apesar de os deuses estaremjáfora de moda': O mesmo recomenda o seu uso pelos seus pacíentes ídosos, poís {'uma das bebídas mais úteú e eficazes para as pessoas de ídade a quem asfimções físicas começavam afalhar': Daí o epíteto de ((leíte dos velhos': Díz-se até que a longevidade do Conde de Canavial terá resultado do Madeíra que bebia todos os dias em jljum. À figura de Napoleão assada-se um período fitlgurante da hístória da Madeíra, definído pela domínância do vinho e, cada vez mais omnipresente, posíção do ínglês, o únicofruídor das megaloma11ías napoleónicas. Também a ílha eo vinho ustifruíam de uma posíção inigualável. Talvez por isso, quando ofatídíco imperador passou 110 Funchal, em Agosto de 1815, a caminho do ex/No, o cônsul inglês, Hemy Veítch, não encontrou melhor lembrança do que a oferta de um tonel de vinho.
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As qualídades prifíláctícas do vinho Madeíra foram mais tarde riforçadas pelo DI: Vícente Henríques Gouveía que destacou a acção bacteríológíca sobre o bacílo do Erbert, CIlquanto Samuel Maío recomendava o seu uso na cura da gota. Perante as inestímáveis e lnlmltáveís qualídades organoléptícas eprofíláctícas Warna Allen conclui que estamos perante um vinho Itímortal~ que por ísso mesmo não deve ser ígnorado e, díríamos nós, ultrqjado. Em Portugal ena ílha são poucos os elogíos ao vínho Madeíra. Atéparece que os literatos epoetas o ígnoraram, talvez porque nunca tiveram o atrevímento de oproVai: Todavía dispomos de três testemunhos, raros, é certo, mas que corroboram até à sacíedade aquilo que haviam escrito os estrangeiros. Em 1891 umforasteíro contínental, caso raro nesta situação,). A. Martins declarava que "as mulheres como os vínhos sabem enlevar oespíríto fazendo palpítar os corações~ para depoís concluír que" o vinho não é uma símples combinação química; é um problema de gosto, éum alímento e um agente terapêutico de primeíra ordem'~ Para os madeírenses a sua exaltação assenta na pre5ença nas mesas nobres e, por isso, é o embaixador capítoso da ílha. Eduardo Nunes recorda que ele"correu mundo- singrou por tod05 05 mares erompeu todas asfrol1teíras~por íS50"é iferecído a reis eapríl1cípes regentes, a chifes de estado e a mínístros, a5enhore5feudais e a burgue5ia opulenta." O maí5 nobre elogio que alguém ousou ditar ao vinho Madeíra é da pena do Pe. Eduardo Pereira, natural de c. de Lob05, uma da5 área5 de produção de vinho. A sua riferêncía à5 múltiplas qualídades do vinho Madeira éfeita em tom epopeíco:"pelfu111a e alegra o solo um vinho histórico, produto de castas primitívas, sangue de raça aperpetuar na ilha o nome de Portugal. Foi este vinho companheiro dos colonos na rota da descoberta; postou-se de guarda àporta de suas casa) de braços abertos) numa remada acolhedora a parentes) amigos e vizinhos; dá-lhe vida 110 trabalho; vibra-lhe na alma emfestas de família e todos os anos se renova 110 barríl ou quartola para o aquecer no Inverno, estugar-Ihe opasso nas romarias do Verão,firmar promessas, selar contratos,fechar negócíos e ser provídêncía económica 110 seu 1m:" Por aqui 5e constatam duas opções sobre o vinho Madeira, consoante o que a emite stja ou não madeirenses. O ílhéu exalta o seu vinho através do lote de consumidores, recrutados entre as personalidades mais ílt/stres) não é uma belJída de consumo) mas ul11111eío para sua subsistêncía eríqueza, daí oseu elogio. Osforasteiros ou não, bebedores ~tsuais, emitem uma opinião de causa e ifeíto, resultante da sensaçéio gustativa e olfactiva. É isso, segundo estes destacados aprecíadores, que distingue o vinho Madeíra em relação aos demais. Aqui) neste amplo espaço oceânico que 110S rodeia o vinhofoi econtínua a ser Síl1ó11ímo de Madeira. Os aprecíadores oproclama na sua permanente solícítação ou na variedade de elogios escrítos. A íllIa abriu -lhe as portas do atlântíco, apurou-lhe o travo e o aroma. Por isso) vinho sim, mas Madeíra, tal como oproclama o célebre vate Nicolau Tolentíl1o: Das escumas da Madeira 1190 nascer a alegria; com as asas cifugenta a minha meJancolía ..•.• " J . ,..•..
o tal Horácio enganou-se não conheceu a parreíra; não se chamava FalertlOj se era bom era Madeira. Agora é chegado o momento de leítorfazel' o mesmo, brindando, connosco ao futuro promissor do Madeira. OS MERCADORES ELOGIAM O SEU PRODUTO
Os mercadores madeírenseslígados ao comércío do vil1ho, em representação de 29 de Setembro de 1801, difíníam o vinho Madeíra
como o resultado da combinação pe/feita das condíções mesológícas com as castas e nunca resultado de quaisquer artimanhas laboratoriaís ou do mais sqfistícado processo de vinificação. '1\ superioridade que distíngue de todos os outros, o vinho da Madeíra é o resultado de uma jelíz combinação de circunstancias favoráveis, as quaís, por dependerem do locat sempreforam e continuarão a ser privativas desta ilha. O clima, a cOlifíguração da terra, e a natureza do torrão, não dependem de contíngêl1cías, l1em admitem imítação pela industria humana, e essas vantagens, ac!fuvadas de uma muito partícular agricultura, e de muito custo, e de um trato simples, mas laborioso, conspiram produzirem o vinho da Madeira,lícor sínguiar einimitável, que, nem o tempo, l1etI'J o m~ ne111 o gelo do pólo, nem afervura do trópíco, podem p1'ljudicalí antes sendo a sua essência simples e imutável, as provas as maÍJ rígorosas, e olapso de longos anos, só servel'l'l ademonstrarem) a semelhança da verdade esua nativa pureza" NAPOLEAO E O VINHO MADEIRA
vinho da Madeira nãofoí apenas companheiro dos grandes momentosfestivos ede etiforía, país também se postou de guarda nas dificuldades e salMão, como sucedeu com Napoleão Bonaparte. O deposto íl11perador recebeu do cônsul britâníco uma pipa de Madeím, quefoi sua companheira no exílío de Santa Helena) até à morte. QJlando Napoleon morre en11820Joí pedido a devolução da pipa exístente. Com este vinho da volta jez-se unia importante garrcifeira para gáudio dos coleccionadores) sob o título de "Battle rf Waterloo': W. churcin quando em 1950 jezférias l1a Madeira, teve oportunidade de apreciar este vinho que Napoleão nunca bebeu. ;.~ O
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MADEIRA WINE - BY THOSE lN THE KNOW!
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some curíous reason wíne always seems to get amention in hístory. . It has been responsíble for times of economíc growth and glory, but has also been accountable forfights and violenee. . Loved and hated, the truth ís that dril1kers made it survíve through eentu1'Íes - and some rituais eon11Ceted wíth the gmpe stíll persíst to thís day. Madeira wíne has been eonsíderedfor centuríes to be indlspel1sable arnong thos who apprecíatefine vintages. The truth ís thatyou don't need to be an expert to apprecíate 01' un derstand thefine quality c!fMadeíra wÍne -you need to taste it! The oldest reference to Madeim wíne was made along tíme before shakespeare's time. 111 the Medíterral1ean area''Alvíse the Ca Da Mosto}} wrote abotlt the precíous nectar in thís boa k, "Navegações'~ That was 1455! Eíghty years later another ltaUan Giulo Landí compared Madeira wíne with that c!f Greek wíne) and also favoured it to wíne by the Romans. of Malmey he says, "ít's better than thefamous wínefrom Candida'~ DU1'Íl1g 1567 al1othel' ítalían, Pompeo Al'dítí agreed wíth the apprecíatíon) and thus Madeíra wim found fame thoughout the wordl... Especíal~ on the royal tables ofEurope. wíllíam shakespeare (1564 - 1616) became a Madeíra wíne fanatic as well. It was mel1tíoned ln hís work. 111 Richard III shakespeare makes referel1ce to the Duke cif Clarence ín the 15th centu/y. Clarence had to ehoose a means of death afieI' beíl1gfoul1d guílty of treason. He opted to be drowned 111 a barrel of"Malmsef .. Though mentíon was never 111ade that thís was a referenee to Madeíral1 ((MaI111sey'~ Howcver Shakespeare was more precíse ín another niference. 111 Henry IV he mentíons the stOly of the dnmkJolm Falst~tf w110 made apactwíth the devíl. Falstqffgave 11ís soul ín exchangefor aglass cifMadeíra wí1'le and thefoot of acapon (a castrated domestícfowlf) . 01'
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As a result Madeíra wíne etifoyed promínence il1 the bars and tavems ifLondon at that time. It was used to celebrate moments c!fglory and Itappiness ... But also times ifsadness and gríg. And as the wíne permeated through Londons pubs, houses and royal palaces so too díd ítsJame reaeh thefar outposts if tlte British Empire. Tlte c/ergy etifoyed a típple too. By tlte end if tlte 16th century a príest from Ribeira Grande in tlte Azores, Gaspar Frutuoso, claimed it was the best drínk ín the uníverse. Ofcourse his comments eame at time wlten the CatoUe Church encouraged its príests to drínk onh' duríng mass and not ali the tíme! By the 16th cet1tury tlte eomplímentsfor the wine camefrom aro~l11d the world. Ge01:ge Washington dral1k t!te wim to celebrate Itís weddíng in North Ameríca ín 1759. John Adams exclaimed ín joy ín hís diary that he always drank lal:ge amou11ts if Madeira wíne al1d eould see nothí11g wrong in doíl1g 50. He even saíd tltat ín comparísol1 wíth other wines Madeira had the qualíty ifbeíng"pleasant íl1 the hest ifsummer and in th cold c!fwinter': Thomas Jefferson also enthused il1 typical A111erican fashion. He drank aglass ofMadeira wine each day, claiming it was the best, superior to all others ín the world. Its stíll tlte wíne Americans choose to drínk to celebrate Independence Day. I111795 a Df: Wrígltt began to recommend the wíne to hís patients sayíng that ít cured all-especial~ those who were old. Thats one reaSOI1 why the wim became known as theilmílk c!f the old people': There is afamous Portuguese story c!f a Count Canavial who líved to agreat age. He reckoned by longevíty was testímonty to the good glass ofMadeira wíne he drank each momil1g bifore brealifast. Napoleon also had apenchantfor the wine. when he saí/ed past t!te islal1d 011 hís wt:ry to exile, the Brítísh COl1sul Henry veítch cffered hím a barrel c!fMadeíra to help him 011 hís way. Its medícínal qualíties have becn examíned by a Dr vicente Henriques Gouveía. He claímed that bacteríologícal actíol1 íl1 íts firmelltatlon helped kíll certain types c!fgerms. Another medíc, Dr Samuel Maio recommended íts use to cure patíents st!fferíl1gfrom arthrítís. Wal'l1a Allen claímed ít was such agood wíne that ít should be declared íl111110rtal and neva ígl10red as an accol'npaníment to good health. However much tlte rest c!f the world took to Madeira wíne, tlte Portuguesc qJectíve~ ígnored ít ín theí1" books and poetry. Only one lettel~ from a].A. Martins from the Portuguese maínlal1d makes mentíol1 of ít. He declared that Madeíra wíne, líl<e women, had a qualíty c!fmakíl1g spírits hígh and heart beatfaster! Onc c!f most renowncd productíolts areas is Câmara de Lobos. A priest, Eduardo Pereira, spoke of thc wíne ín glowíng terms. He saíd thatforthe locais it was theír bread aIId buttel: Famílíes depended on ayear's productíOI1 to havefoodforthe rest if t!te )'Cal:
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since those ear~ wíne became ínextrícab~ línked wíth the ísland. One could not exíst wíthout the othel: Nícolau Tolentíno wl'ote apoem about it au' {(From the foam of a Madeíra I seejoy beíng bom, wíth wíngs t!tat 111ake 111)' sadness 1'Un away..." "Hora ce was místaken, he dídn't know the víneyard, íts name wasn't Falemo... ifítwas t!tatgood it difíníte~ had to be aMadeíra wíne. ln a wíne presentatíon on September 29,1801, Madeíra wíne traders difended Its reputatíon. They cíted the pelfect com bínatíon of good soíls, clímate and excellent vineyards. Madeira wíne qualíty became attribued to mry eleveI' mixture made ín a laboratory by sop!tístícated process qf wíne makíng. Butfor thís l'eaSOI1 it could neve/' be produced ar ímitated anywhere else ín the world. It remaíns a uníque) íts essence never c!tanges. Even ifyou drínk it in the North Pole) the Equator 01' centuries latel: The qualíty of Madeira wíne is pure, prímítíve and untouchable. Napoleon and Madeíra Wíne Madeira wine wasn't always a c0111panionfor good tímes, 01' offeast and happíness. It was agood c0111paníon ín moments iflonelíness and sadl1ess - as íllustrated by Napoleon íl1 exíle. Theformer French emperor was given abarrel ifwíne by t!te Brítish COl1sul as hís shíp docked cffMadeíra 011 itsjoumey to St. Helena. Its saíd thM the lítt/e general drank the wíne on t!te island where he líves untíl hís death lí111820. when the British cOl1sullearned ifhis demise he askedfor tlte rest of the wíne to be returned do Madeíra. It was sel1t back two years latel~ put into new bottles and /abelled/,T!te Battle ifWaterloo'~ winston churchíll had the oportul1ity to drínk a bott/e when he vísíted the ísland i111950. He is saíd to have shal'ed the rare líquor wtlhfriel1ds... And was great~ ínpressedt
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DER MADEIRA WEIN A US DER SICHT SEINER KENNER UND DER DER LITERATEN
er Weín íst und war eíne KOl1stante íl1 der Gegemvart und íl1 der vergangenheít. Eín Wirtschciftifakt01'j derfar eíníge M0111wte des Glanze5 verantwortlích íStj aber auch Gnmd war fiir Zwíetracht und Gewalt. Gelíebt und gehasst, 50 besteht er weíter durch díe ehifachm rítuellel1 Gestel1 5eí11er Kennel: Der Madeíraweín íst seít langer zeít unverzíchtbar ln den Flaschel1 der Kel111er des rubúifaruenen Nektars, der Í/1 eínígcl1 :egencdcl1 des Abendlandes gedeíht. Man braucht keín KCI111er zu seíl1, um seíne ar0111atísche11 und geschmacklíche/1 QpalítêiteJ1 zu hêitzen, man braucht nur eín wel1íg arifmerksam seí/1 íl1 dem Moment, íl1 dem man íhn probíert. Díe Beínamel1, díe aus der welt der oetet1, der schr!ftstellelí der polítíker und der Reísendenstamme11, díe Gelegenheít hattel1, ílm zu verkosten und zu schêitzel1, konnten eíne 'Ate Hílfê dabeí seín. Alie warCI1 begeístcrt VOI1 seínem Aroma und Geschmack, und keíl1er versêiumte es, ílm iII den hodlsten T011en zu ,bel1. Víelleícht werden sie) Ueber Leselj versucht seíl1) eíníge der altm madeírensíschen weínkeller a~ifzusuchen und lhrc Meímmg denen eíztifagel1, díe wlr gesammelt haben. Die tilte5te Lobcshyml1e mifden Madeíraweín 5tammtnícht von shapcspearc, aber istín schriftstücken aus der medítcrral1CI1 Ebenc u findel1) wo man díeses Getrtink 5chon kal111te, was seínCI1 Wert 110ch 'dareI' herausstellt. Alvíse de Ca da Mosto) cín bcrühmtcr Naulc ln ;ezug mif Weíl1, schríeb aIs crster il1 seíncn "Navegações" aus dem Jahre 1455 iiber díescn Weín und spêiter ln vcr5chícdcncn Teri1fel1tlíchungel1, dle um díe ganze welt llifen. Díeser VeneZíanClj der an díe edren Weíne Italícn5 gew6h11t WaJ'j zogcrte nícht, dle Wcíl1C 'er Inscl ais JJgut" zu bezeícl1nen und damít keíne zweffel atifkamel1, hat er seíl1e Meínung 110ch unterstriclten und sic aIs ,),crvorragcl1dII eurtcílt. Achtzígjahrc spater kmift eín andem' 1talíene1j der berühmte Guílío Landí) den roten Nektar Madeíras "beím Gríechel1 vali lom ': Man sagt) dass 111an von der Lese des Malvasía eíl1en besseren Weín produzíeren !(1111) ais aus den 50 gifeíerten TraubclI C/tiS :âl1dída. 1m jahre 1567 zíeht pompeo Ardítí) eín weíterer Italícnelj dle gleíchen schlüssc) beím vergleích der Wcínc. Atifgrul1d diesel' ~eugní5se war ganz Europa überzcugt) dass der weín der I11sel1nit dCI1 bestcn Wcíl1en kOl1kurríerC11 kmJ1/, und díes síchertc íl1111 eíl1cn 'csol1dcren Platz arif der koníglíchel1 Tcifel.
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Shakespeare (1564 - 1616) war eíner der atifmerksamsten Beobachter díeser Entwícklung und sícher auch eíner der Kenner díeses Weínes. ln den Geschíchten, díe seíl1el1 ul1sterblíchen Stiiekel1 Leben verliehel1, spíelte der Weíl1 - madeírensísehel~ europaíschel~ kanaríscher - eíl1efimdamentale RoUe. Erste115 erzãhlt mal1, dass der Duque von clarence (ín "Ríchard III. "), Ende des XV} ahrhunderts ím Tower von Londol1 ln eínem Fass mlt madeírensÍsehen Malvasia ertrankt werden wollte, obwohl ln dem stiick nur von Malvasía gesprOehel1 wírd, ohne írgel1deínen Hinweís atifseíne Herktttift. 1m Gegensatz híerzu steht das, was ím Stiiek"Heínríeh der IV. steht, wo der Dramaturg den SãtiferJOhl1 Falstc1f eínsetzt, der seíne Seele beím Tetifel eí11tausehen111oehte gegen" eíl1 Glas Madeíraweín und eínen II
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Díeser Bezug zum Madeíraweín ím Werk shakespeares íst eín weítere5 Zeugnís 5eíner Berühmtheít, díe el' mif dem englísehen Markt erzíelte. Er wurde harifíg ln den brítíschel1 Ga5tstãtten getnmken, weítahín war er der belíebte5te weín des Adels und der europaísehen Konígshausel: Er ml1,de beí111 Trínl<sprueh ín Momenten der Fl'eude und bá grojen Feíerlíehkeíten getnmken, aba aueh ín M0111enten grojer Trauel: Der Madeíraweín, der die Salons und Paléiste der alten Stadt London erobert hatte, überquerte dle Ozeane und sícherte aueh ín den ímposanten Herrenhausern der brítísehen Koloníen, díe ím Abend- und ím Morgenland verstreut waren, seínen platz an der Tcifel. Ende der XVI.}ahrhunderts war es der Pfamr von Ríbeira Grande, Gaspar Frutuoso, der den Madeíraweín mít Sleherheít níeht von den líturgísehen Akten wéihrend der Messe aussehloss (wír habe1'l grojen Grund zur Anl1ahme, das5 der Madelraweín wahrend der Messe gebraueht wurde), und der eil1S der hoehsten Lobgeséinge atif den Madeíraweíl1 von síeh gabo Er sagte, das5" der Malvasía Weín der beste seín, den man atif der ganzen weltfinden wilrde'~ Der Autor beurteílt híer dm Weín ganz klar und lasst keínen Raumfür zweifel. Díe hoehsten Lobredel1 wurden Íln XVIII. jahrJumdert gehalten, ín der edelsten Epoche fiir den Madeíraweín. 111 diesel' Zeít gewann er ul1zahlíge Líebhabel~ díe bemüht warC11, díe Menge íhres Vorrats zu erhohel1 und den Madeíraweín allen anderen Getral1kel1, ím besol1deren den alkoholísehen Getranke, díe atif den Markt zu kommel1 begannen, vorzuziehen. Díese Sueht l1aeh Madeíraweín war besol1ders groj ín den Vereíl1ígten Staaten von Ameríka. Ge01ge washington und seíne Gaste taten síeh gütlíeh an íhm wahrend seíner Hoehzeít ím Maí 1759, híerbeí sehríeb John Adams voller Freude ín seín Tagebueh, dass er ímmer "eíne grofle Portíol1 Madeiras" getrunken habe, und"daríl111íehts unpassel1des"sah. Des weíteren sehríeb diesel' letztere Staats111an11, dass der Wei11 sích VOI1 allen andem1 unterscheíde, da er síeh "heílsa111 und angenehm ín der Hítze des S0111111ers wíe aueh ín der Kalte des Winters" híelt. Thomas} efferson 5teht ln níchts seínel1 vorredner naeh , denn selbst ln Paris verzíehtete er 11ícht atif den Madeíraweín, da er VOI1 hoehster Q}/alítat und ilberhaupt der beste" seí. Es lag sícher al1 der 111spíratío11seínes Aromas, dass síeh eín 50 grojes Imperíum bíldete. Mít íhm wurde díe unabhangígkeit gefeíert, eín Akt, derjedes }ahr ín der gleíchcn Art und Weíse begangen wird. Die Europaer, al1getríeben von diesel' übertríebenheit der ameríkaníschen Polítíkel~ entdeckten erneut íhre Líebe zum Madeíraweín. Atif díese Weíse regnete es níeht nUI' so Lobeshymnen a~if del1 Madeímweín. 1111}ahre 1795 ríefDI~ Wríght aus:" Wen/1 Homer í1111 sehongetnmken !tatte, ware Olympía wíedera~iferstanden, obwohl die Gotter bereíts aus der Mode waren': Der gleíehe Autor empfiehlt den Gebrauch VOI1 Madeíraweín beí alteren Menschel1, da er "eínes der 11
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nützlíchstel1 Getréinke lstfür Menschen) bei denen díe physísehen FUl1ktíonen auszusetzel1 begí11Hen. Daher auch der Beíname:"Mílch der Altel1 ': Man sagt sogal~ dass das hohe Alter des Grafen von Canavíal mif den Madeíraweín zurüekztiführen seín) den er jeden Tag atif l1üchternen Magen getrunken hat. Díe Fígur Napoleol1s assozÍÍert síeh mít eíner leuehtenden Zeít ín der Geschíchte Madeíras) beeiliflusst durch den alles d0111íníerenden weín und díe ímmer stéirker werdende posítíon der El1g1éil1del~ díe eínzígen Nutzníefler des napoleoníschen GrOfienwahns. Aueh díe lnsel und der Weín zogen Nutzen aus eíner unvergleichlíchen Situat/on. Víelleíchtfand der englísche Konsul) Hemy Veítch) aus dlesem Grund keíne bessere Erínnerung aIs eíne TO/me Weíns) aIs der geschlagene Imperator ím August 1518 atif dem Weg íns Exíl ali Funchal vorbeikam. Die prophylaktíschen QJlalítéiten des Madeiraweíns wurden erst spéiter durch den Arzt DI: vicente Henriques Gouveía bestãrkt, der seíne bakteríologísehe Téitígkeít gegen den Erbert- Bazíllus hervorhob) wéihrend Samuel Maío ílm zu/' Heílung der Gícht empfahl. Atifgrund seíner unbezahlbaren und ul1nachahm/íehen Qualítéiten ím Bereích der Organoleptíka und der Prophylaktíka kam Warna Allen zu dem Schluss) dass wír vor eínem "ul1sterblíchen" Weín stehen) der aus díese111 Gnmde nícht ígnoríert oder gar beschímpjt werden dali ln portugal und mif der ll1sel jínden wir weníge Lobesl'l)'111nen mif den Madeíraweíl1. Es scheíntfast) dass die Schriftsteller utld Díchter lhn 19noríeren) víelleícht wcíl síc nícmals Gelegenheít hattcl1) íhn zu probíercn. Trotz allem haben wír dreí Zeugetl gifunden) weníg) das íst síchel~ dle bís íns kleíl1ste das bestéitígel1) was dle Ausléinder geschríeben haben. Irn Jahr 1891 erkléirte]. A. Martins) eítl Fremder V0111 Kontíl1el1t sclten zujener Zeít dass"díe Frauen wíe díe Weíue es verstehen) dcn Geíst anzuregel1) wobeí díe Herzen hoher schlage1'l '; um danach folgendcn Schluss daraus zu z/chen) dass "der weínnícht chifaeh eíne che111ísche ZUSam111e11SetzUllg ístj er íst eíne Fragc des Gcsehmacks) er íst cíu Nalmmgsl1'1ittel und eíl1 therapeutísches Mittel erste11 Ranges': Filr dle Madeirense/' líegt seín Ruhm íl1 der Al1wesenheít mif den Tísehen der Edlen begründet und daher íst der Weín eíl1 111éichtígcr Botschcifter der lnsel. Eduardo Nunes erí11nert daran) dass er "durch dle ganze welt reíste - alle Meere durchschfffte und alle Grcl1zen übcmhrítt'; daherJ) wird er den KOl1lgel1 und den Prínzregentel1) dcn Staatschifs und del1 Mínístern) dcn FeudalherrCll und der reíchel1 Bourgeoísíc angebotcn ': D/e wohl bcrühmteste Lobesl'l)'l1111e atif den Madeíraweín wurde von Pater Eduardo Pereíra)gebürtíg aus Câmara de Lobos) eíner der weínproduzíercnden Gegendel1. seín Lob der víelféiltígen QJlalítéiten des Madeíraweíl1s íst íl11 TOI1 eíl1es Heldenepos geschríeben:J)Es palfümíert und elfrlscht del1 Boden eíl1 hístoríscher Weín) produkt cíl1heímíscher Kasten) edles Blut um del1 Namen Portugals atif der lnsel zu verewígen. Diesel' Weí11 war Begleíter mif den weltumsegelungen der E11tdeckerj er wurde ais Begri!ftul1gsschluek an dell o.ffenen Türen getrunke/1) Wen/1111ít o.ffenen Armen Verwandte) Fmmde und Nachbarn empfangen WUrdel1j er verleíht eínem Leben wiihrend der Al'beítj cr verleíht Famílíel'ifesten das besondere Etwas und wíl'djedes Jahr ln seínem Fass erneuert) um ím Wínter zu erhítzel1) den Schrítt arif den Wallfahrtc/1 il11 S01'l'l1'1'1cr zu besehleunigen) Versprechen zufestígen) Vertréige zu besíegeln) Geschiifte abzusehlíeflen und stellt eí/Je éikol1omíschc QJlcllc ím eígcnc/1 Heím dar. (( - ..__. 13 -_ .•..
Híer haben wir nun zweí verschíedene Meínungen über del1 Madeíraweín, abhéingíg davon, ob der Lobredl1er Madeirenser und kein Madeírense/' ist. Der Il1sulaner beurteilt seinen Weín über díe Verbraucher, díe unter den berühmtesten Persõnlíchkeíten zufinden sind; es handelt sich nícht um Getriink von hohem Verbrauch, aber er íst eín Míttel zum Lebensunterhalt und zum Reíchtum, daher díe Lobrede. Die Ausléinder oder auch die gewohnlíchel1 Verzehrer dieses Weíns, vertreten eíne Meínung íl1 Bezug atifUrsache und Effekt, díe mif Geschmacks- und Geruchssinn begründet isto Díes unterscheídet den Madeíraweínnach Ansícht seíner geschatzten Kenner von den meisten anderen. Híer ím ríesígen Ozean, der uns uniflutet war und wird der Weín ímmer das Synonym zu Madeira seín. Díe Kenner bestéitígen dies durch díe gleíchbleíbende stiindíge Naclifrage oder durch die verschíedenartígkeít der Lobeshymnen. Díe Hã/tdler loben íhr produkt Díe madeírensíschen Héindler, díe mft dem Weínhandel verbunden sind, haben am 29. September des jahres 1801 den Madeíraweín aIs Resultat eíner pelfekten Kombínatíon der wetterbedingungen mít den angebauten Kasten definíert und nícht ais eín Resultat irgendwelcher Laborversuche oder andem' spezíeller Prozesse der Weínverarbeítung. }}Díe hohe QJlaUtãt díe den Madeíraweín von all den anderen unterscheídet íst das Ergebnís eíner glücklíchen Kombíl1atíon zwíschen giinstigen umweltbedíngungen, díe, da sie von den ortlíchkeíten abhéil1gíg sind, ímmer ganz spezífisch zu der Il1set gehorten ul1d gehõrel1 werden. Das Klí111a, die Zusa111mensetzung des Bodens und díe Natur der Scholle héingenl1ícht vom ztifall ah kõnnen durch díe 111enschUche Industrie nícht ímitíert werden; diese Vorteíle, die eílte sehr spezíelle Landwírtschcift u11terstützel1, díe unteI' gr#en Mühen mít eírifachen aber arbeítsreíchen Methoden den Madeíraweín produzíeren, eínen eíl1zigartígen und unnachahmlíchen Líkõl~ dern weder díe Zeít noch die Ltift, noch das Eis an den polel1, noch díe Hítze an den Wendekreís schadel1 kõl1l1en; seín Wesen !st eÍlifach und unveranderbar, und díe strengsten U11tersuchrmgen rmd dte Lagenmg über lange Jahre dienen l1ur dazu, dle wahrheít rmd seíl1e natürlíche Reínheít zu bestãtígen I~ Napoleol1 rmd der Madeiraweíl1 Der Madeíraweín wurde nícht nur ín gr#en Motnenten beí Feíern und der Freude getrunken, sondem half auch beí schwierígkeíten und Momenten der Eínsamkeít, wíe es beí Napoleol1 Bonaparte der Fall wm: Der despotísche Herrscher er!tíelt eín Fass Madeíraweín vom britíschen KOl1sul, das seíl1 Begleíter war ím Exíl mifSankt Helena bis zu seínem Tod. Der General probíerte, aus welchen Gründm auch í111111elj diesel1 Weín níemals vor seínem Tod. Im jahre 1820 forderte der brítísche KOl1sul díe Riíckerstattung díescs Fasses, das er fünf jahre vorher übergeben !tatte. Mít diesem }} Vínho da volta" (zuriickgekehrten Wein) wurde eíne gal1z besondere Alifallung vorgenommm zum Vergniigen der Sa111111lel~ díe unteI' dem Na111en Battle 0/Waterloo (Schlacht von Waterloo) verkat!ft wtlrde. AIs \Vínston Churchíll ím jahre 1950 Urlaub at!fMadeíra verbrachte, hatte er díe Gelegenheít, díesen Weín Napoleol1s zu geníeflen.
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LE VIN DE MADEIRA - LA VOIX DE SES APPRÉCIACEURS ET LITTÉRAIRES
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e Vín de Maderc est eOllstant dans le présent comme dans le passé. Facteur économíque responsable pOUI' quelques moments defulguratíon, maís aussí motif de díscorde et de víolel1ce. Aímé et odíé, íl persíste atravers de símples gestes rítuaux de ses apprécíaceurs. Le Vil1 de Madêre est eonsídéré, depuís l'arríere des temps, índíspensabJe dansla cave à Víl1 des apprécíaceurs dufíl1 ruby de nectar coloré qui s'agral1dít dans Irs COíl1S de l'Oecídcnt. Iln'est pas néeessaíre être UI1 grand connaísseur pour apprécíer ses qualítés aro111atísées et dégustatives, ii s~1fít UI1 peu d'attcl1tíon au moment de 1c dégustel: Lcs építhetes, reeueíflís dal1s la voíx des poetes, écrívaíns, polítícíens et voyageurs, qui ont eu l'occasíOI1 de le dégustcl' et de l'apprécíel~ pourront être dansle bOI1 chetnín à cet q{et. Tous sOl1t rcstés fasGÍ11és paul' SOI1 arôme et SOI1 trait, et persol111c l1C se privera de luí tisser les plus grands éloges. Pcut-êtrc vaus, lecteul~ soyez tenté à vísíter quelques vétustcs ce/Um madéríens et àsejoíndre àleurs opíníol1s que nous aVOI1S réussís à l'ecueíllÍl: La plus grande rgérel1ce d'éloge du vín de Madere nc surge pas de shakespeare, mais de 110slítéraíres du bassín Medítcrrâl1éel1famílíarízés avec cette boíSS011, qui le rend plus évídent à sa valorízatíol1. Alvíse de Ca da Mosta, un 110m suggestif en questíol1 de 1Ií11S, a été le prmlÍer à enfaíre dans ses "navegações", écríts en 1455 et ensuíte en quelques édítíOI1S quí ont círculées dans le monde. Ce vél1étíel1 habítué aux 1Ií115 nobres de la Médíterral1l1ée, n'a pas hésíté à eH cffirmcr que celuí des íles est "bol/" et pour qu'íll1J est pas de doute, rifom I'idée en le déclarant de "tres bOI1". Quatre-víngt an5 se SOl1t passées, un autre ítalíel1, cíu/ío Landí, célebre, une fois de plus, le ruby de nectar 111adéríen, Ir comparam au "Cree de Rome". QJtant au malvoísíe, ílfaít rgàence que de sa cueíllette s'extraít meílleur vín que le célebl'e Cândido. E111567, UI1 autre ítalíen, P0111peo Ardítí, partage la Il1êmr opil1íon . C'est à partír de ces témoígnages que toute /'Eurape que tousles víns de l'i/e pourriont rívalízer avec les autres, garantíssant UIJ espace nobre SUl' la table royal. shakespeare (1564-1616) a été UI1 des plus attent!fs observatcurs de eette réalité ct, eertenl1e111ent, un de ces apprécíaceurs. Dal1S le trame quí a donnéforme à ses íím1110rtelles píeces, le Víl1 madéríen, européel1, sel'Íl1 - est UI1 atoutfondamenta/. prel11íerement íl se dít,
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prenam pOUI' exemple la píece "Rícardo III ", que Ie Duque de clarence, eI1 fín du síecle xv, se seraít IlOyé dans la Tourre de Londres dal1s un tonneau de malvoísíe madéríen, et quand dans la píece 011 faít riférence au malvoísíe, sans donner quelque piste de sa provenance. Djfférent est lléanl110íns ce qu'íl se passe dans la píea de "Henríque IV" ou le dramaturge coloque le buveurjolm Flastciff à échanger san âllle au Díable pour "un verre de Madere e une pâte de chapon". Cette riférellce dalls l'ouvrage de shakespeare ali víll de Madere est un témoígnage de l'ímportance qu'íl acquérít dans le marché londollíen, courrantfréquemtrlmt dalls les cabarets ct les111aísolls royales européelles. Boíre à la santé dans les moments dejoíe et de grande solenníté a été, aussí, compagnon de 1n01l1e1lts de chagrín. Le víll de Madere, conquête des salom et palais de la vétuste capítale de Londres, síllonne Ies océam et s''!ffermít, unefoís de pll/s, dans les lIu~esttleuses víllas des coloníes brítaníques díssémínées en occídent et en Ot'Íent. En fin . du seízíeme síi~cleJ l'abbé de Ríbeíra Grande, Gaspar Frutuoso, 1le díspensaít pas l'usage du víll de Madere da/IS les actes líturgíques (une recolll 111 enda tíon assídue de celuí-cí à la messe),quí établít UIl des díthyrambes des plus élogíeux. II dít que "le víll malvoísíe est le meílleur que nous pOUVOt1S trouver dans I'Unívers". L'auteul' est restríctif dal1s 5011 observatíoll et íll1e laisse aucune marge de doutes. Les plus assídues loual1ges som díctées ati díx-huíteme síêclc, époque nobre pou/' le VÍll de Madere. À cet époque, inumérables apprécíaceurs s'enteítaíent à exalta leurs propríétés et à le priférer à tout autre ou boissol1s alcoolísées, qui commençaíent à concourÍ1: Aux États Unis d'Améríque, cefut une grande dél1lCllce pour le vín de Madere. En Maí 1759, pendant la l1Oce, GeOlge Washington et ses invítés se régalaient, pendant que j olm Adams s'écriaít, ave cjoie dans son joul'1wl, quí'íl buvaít totljours une grande portíon de vín de Madere ", quí'ílne "voyaít aucull íncol1vénient à cela ". De plus, selon ie del'1líer étatíste col1staté, íl est djfférent de tous Ies autres, ílse maintient "salutaire et agréable à la chalellr de !'Été et aufroíd de I'Hivers". Thomas jif.fersol1 n'a pas trahít la priférence de ses prédécesseurs, méme à Paris, íl nefaísaít pas abstractíol1 du vín de Madêre, en if.fet, c'étaít lide la qualíté supéríeure et le meílleur". Certellllement íllspíré de san arôme, que seforme le grand empíre. Avec lui se célebre !'indépendance, Ul1 acte qui aU1111llellement est rel1lémoré de la mêmeforme. Ies eUl'opéell5, Inenés par l'exaltatíon des polítícíel1s amérícaíns, éveíllaíent unefois de plus paul' Ie vín de Madere. De cetteforme pleuvaient sans cesse des 101langes. En 1795, le DI: Wríght exclamaít: "si Homem I'auraít bu, cifírmerait que olimpo renaítmít même si les Díeux sont 1101'5 mode". Lui-même reco111111ende 5011 utílísatíon pour ses patíents âgés, puísque c'est "une des boísso11S plus utíIes et plus ifícaces pour les persol1nes âgées, pOUI' qui Ies follctíOIlS physíques C0111111enCel1t àfaíllír". D 'oil le proverbe "Iait des víeux ". Ilse dít aussí que la lo ngévité du Conte de Carl/avíal est le résultat du víl1 de Madcre qu'í/ buvaít tOllSlesjours àjeul1. À la perS0I111e de Napoléol1, s'assocíe à une péríodefulgurante de l'hístoíre de Madêre, difínít par la dominance dtl vín et, de p/us en pltls onmíprésent, posítíon de l'anglaís, l'ul1íque charme des megalomaníes napoléoniel1l1es. Également, !'fle et le vín jouíssent d'une posítíOI1 íl1comparable. Sans doure et pour cette raison, qual1d lefatídíque ímpémteur passa à Funchal, en aoút 1815, à chemín de l'exíle,le II
consal anglaís, Henry Veítch, ne trouva pas meílleur souvenír que d' offrír UI1 tOl1neau de víl1. Les qualítés prophylactíques du vín de Madere ont été plus tard riforcées par le DI: Vícente Henríques Gouveía, quí mettaít en évídcnce l'actíol1 bactéríologíque SUl' la bacílle de Erbert pendam que Samuei Maío recommendaít son utílízatíol1 pour la cure de la goutte. Deva11t les íl1estímables et ínímítables qualítés organoleptíques et profílactíques, Warl1a Allen concluít que nous étíOI1S devaM un vín "ímmortel", qu'ílne devaít pas être ígnoré ou même outrajé. Ati Portugal et dans /'ilc,sontpeu les louanges dtl vín de Madere. 011 díraít que les lítéraíres et les poetes l'ont ígnoré. Peut être parce qu 'íls n'ontjamaís eu /'audace de le goútel: N éan1110íns, nous díspOSOI1S de troís témoígnages, rares, cecí dít, mais íls o11t corroboréjusqu'à la satíété de ce que les étrangers avaíent écríts. E111891, un étranger contínental, cas rare dans cette sittlatíol1,]. A. Martins déclaraít que "Ies femmes sont comme les vim, savent charmer I'esprít en faísant palpiter les coeurs ", el1suítc concluít par "le víl111'est pas une símple combínaíson chímíque, c'est um probleme de goat, c'est UI1 alíment et UI1 agem térapeutíque de premíere ordre". Pour les madéríens, son exaltatíon se note par la présence SUl' les tables nobres et, pour cela, íl est l'embassadeur capíteux de I'i/e. Eduardo Nunes se rappelle "qu'í[ courraít le monde - cíngla par toutes les mm et traversa toutes lesfrontíeres", c'est pour ça qu'a est iffert aux roís et aux prín ces régents, aux chifes d'état et aux ministres, aux 111essíeursfeodaux e à 1'0pule11te bourgeoísíe. Les plus nobres des éloges que queIqu 'UI1 aosé díre du vín de Madere est àpe.íne le prêtre Eduardo Pereíra, natifde Câmara de Lobos, une des régíons de productíon de Víl1. Sa rgérence aux multíples qualítés du lIín de Madere estfalte SUl' un tOI1 heroíque: "peifume et égaye le sol un vín hístoríque, produít de chastes prímítíves, sal1g de race perpétual1t dal1s l'ife, compagnon des COIOl1S SUl' la route de la découverte; s'est placé comme guarde à la porte de vos maiso11S, de bras ouverts, d'UI1 coup accueíllal1t les parents, amis et voísíns; d01l11e vie au travaíl, víbre l'âme dans lesfêtes defamílles et tous les al1S se rénovent Ie baríl ou la demi-pipe pOUI' chmiffer I'Hivers, presser le pas des pélerínages de l'Été, assurer les pro messes, sce/ler les contrats,fermer les commerces et être provídence écol1omíquc dal1s .Iafamílle". lei, nous col1statol1s deux optíons SUl' le vín de Madere, ce qu '011 émaít, que ce soít ou l1011111adéríen. L'i/ot prôl1c 5011 vín atravcrs les cOl1sommateurs, recrutés entre les personalítés les plus íllustres, ce l1'est pas une boíssOI1 de col'nsommatíol1, mas um moycn pour sa subsístance et ríchesse, d'oü sa 10ual1ge. Les étral1gers ou 11011, Ies buveurs ínvétérés, émcttent une opíníol1 de cause à effet, résultant d'une sensatiol1 gustatíve e alfactíve. Selon ces íllustres apprécíaceurs, le vín de Madere rst dístíngué parmí les autres. Dans cet ample espace océal1íque qui nous entoure, le Vil1 a été et continue à I'être syl1ol1yme de Madere. Les apprécíaceurs le solícítel1t ell1 pennanel1ce ou le vantent par écríts. L'i/e a ouvert ses portes de l'Atlantíque, luí a pur!fié le goút âcre et l'arô11'Ie. POUI' cette raísol1, le VÍlI oui, 111aís le vín de Madere, tel C0111111e le proclame le célebre poete Nicolau Tolentino: Des écumcs de Madere ] evois naitre la gaíeté A vec ses aíles troublel1t Ma mélancolíe .. _.- -
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Horacío s'est trompé IlHe cOl1naít pas la treílle Ilne s'appelaít pas Falemo s'íl étaít bon, c'étaít du vín de Madere C 'est le moment, pour vous, lecteulj de faíre
le 111ême et de portel' un toast avec naus aufutur prometteur du vín de Madere.
Ies Commerçants prômnt leur produít Ie 19 septembre 1801, les commerçants madéríens de Víl1 difíníssent te vín de Madere C01nme le résultat de la combínaísol1 peljâíte des condítíons mésologíques avec les chastes, etjamaís comme résultat de n'ímporte quelle ruse de laboratoíre ou du plus sifístíqué proâs de vínifíatían. "la supéríoríté quí le dístíngue de tous les mitres, le vín de Madere est le résultat d'une heureuse combínaísol1 de círcol1stal1Ces favorables, lesquels, dépendant du lieu, ont tocifours été et contínue1'OI1t à être propre à cette ile. le clímat, la cOlifíguratíon de la terre, et la nature du sol, ne dépendcnt pas du eontíllgea1lts et n'admettent pas l'ímítatíol1 de l'íl1dustríe humaíne et ces avantages, aídée d'une agrículture partículíere, et de eouts élevés, et d'UI1 aecord símple maís laboríeux, produízent Ie vín de Madere, líqueur síl1gulíer et ínímítable, qui, l1i dans le temps, l1í dans l'aÍl; /ti le glacé du pôle, ní la ferveu,. des tropiques, peuvent nuíre, aval1t d'être san esse11ce sí111ple et í111111uable, les plus rígoureuses preuvent et par lapsus de longues al1nées, serveM à dé111011trel~ semblable111ent à la véríté et sa pureté native. Napoléon et Ie Víl1 de Madere Le vín de Madere n'a pas été seulement co111pagl1011 des grands momentsfestívaux et d'e~iforíe, mais aussí s'est mís e11 guarde dans Ies d!ffíeultés et la solítude, com me ce qu'íls'est passé avec NapoIéol1 B011aparte. 1 'í111pérateur a reçu du c011suI brítaníque une pipe de Víl1 de Madere, quífitt sa compagníe em exile à Saínte Hélêm,jusqu'à sa morto En 1820, deux al1S aprês san exile, le consul a réclamé la pípe. De retoU1~ on en afait U11e ímportante cave pour la joie des colectíol111eUrS, íntítulé "Battle qf Waterloo ". En 1950, de vaca11ces à Madere, Wíllíam churchíll a eu l'oceasíol1 d'apprécíer le vin de Napoléon. )tr: