abril 2014 EDIÇÃO XXXVIII
“Just Be It ” um projeto Comenius “Just Be It”
foi e é o nome do projecto Co-
menius na nossa escola que nos levou à Bélgica entre 17 a 23 de Novembro. Este programa, financiado pela União Europeia, visa promover a construção de uma cidadania europeia comum, alargando horizontes e promovendo o intercâmbio cultural e, neste projeto em particular, que se debruça sobre os alunos com necessidades especiais, envolve a nossa escola em parceria com outras da Bélgica, Dinamarca, França e Itália. Acompanhados das professoras Fátima Vanzeller e Paula Magalhães, do Clube Europeu, rumámos a Turnhout, uma cidade de 40 000 habitantes da região de Antuérpia, ao largo da qual ficámos alojados em casas de famílias de alu-
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Catarina Lourenço, Henrique Vasconcelos, Rita Magalhães (12ºA) Miguel Ramalho (12ºD) e Tiago Dias (12ºF)
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Rua Santos Pousada , 1222 4000-483 Porto Tlf. 225029821
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nos da escola belga. Durante uma semana, tivemos a oportunidade de conhecer e participar ativamente na realidade escolar e social local, interagindo de forma muito próxima quer com os nossos host students, quer com os alunos de várias nacionalidades que passámos a conhecer. À parte dos momentos de trabalho, foram também feitas visitas a Bruxelas (onde visitámos o museu do Parlamento Europeu!) e a Antuérpia, que contribuíram igualmente para o aprofundar do conceito de cidadão europeu.
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Rua Aurélia de Sousa nº 49
N
¡Enhorabuena!
o dia 20 de março os alunos Tomás Camecelha (9ºB) e Margarida Mendanha (8ºA) foram a Lisboa, acompanhados pelas professoras Luísa Ribeiro (Espanhol) e Maria do Carmo Rola (Educação Visual), para receber os 1º e 3º prémios, respetivamente, relativos ao concurso “Pinta tu España”. A cerimónia realizou-se no teatro Thalia, na presença do Senhor Secretário-Geral do Ministério da Educação e Ciência, da filha da Senhora Pilar Moreno, responsável por este prémio, e do Conselheiro de Educação da Embaixada de Espanha.
Concurso “Pinta tu Espana” - 1º e 3º prémio—Prémios Pilar Moreno
Sabes o que significa…? “vai no Batalha” expressão utilizada para referir alguma coisa que não é verdadeira, que é do domínio da imaginação.
Origem – a expressão “vai no Batalha” é tipicamente portuense. O cinema Batalha é uma das salas míticas de cinema da cidade do Porto, hoje infelizmente fechada. Durante muitas décadas, o “Batalha” era frequentado por um público jovem e pensa-se que foi entre os mais novos que a expressão nasceu. Assim, quando alguém relatava factos pouco verosímeis, arriscava-se a ouvir” vai no Batalha”, ou seja, aquilo que se estava a narrar seria do domínio da ficção, podendo muito bem fazer parte do enredo dos muitos filmes que passavam no cinema Batalha.
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Uma luta diária contra as barreiras Olá! Sou a Xana, frequento há quatro anos a Escola Aurélia de Sousa. Pertenço à turma I do 10ºano, tenho paralisia cerebral e ando numa cadeira de rodas.
Nesta saída falta um coberto para me proteger da chuva
Este piso é demasiado irregular e difi-
Nesta saída/entrada, um coberto
culta a minha mobilidade
protegia-me da chuva
A
escola está equipada com elevador, tem sanitários adaptados e o piso térreo é amplo e sem grandes desníveis. Contudo, quando tenho de fazer os percursos, há pormenores que se transformam em obstáculos intransponíveis, que limitam ou impedem irremediavelmente a minha circulação, apesar de invisíveis aos outros. Inexplicavelmente, na nova ESAS persistem barreiras arquitetónicas que dificultam as rotinas de todos os que têm mobilidade condicionada como eu. Assim, deixo dois exemplos para quem ler este artigo:
Todos os dias me confronto com pisos demasiado irregulares e desníveis suscetíveis de desequilibrar e danificar a cadeira de rodas, sem valorizar o desconforto para mim e para quem me acompanha.
Quando
uma verdadeira aventura. Abrir a mala, retirar a cadeira, montá-la, deslocá-la, para que me possa “transferir” e finalmente, conduzi-la para o interior da escola, leva o seu tempo, ou seja, o suficiente para que a cadeira se molhe e eu, tal como quem me acompanha, fiquemos encharcadas. Neste caso, pequenos cobertos nas entradas poupariam muitas “gripes e constipações”. É rara a vez que, quando vê algo fora do comum como uma pessoa com alguma diferença, não comentem e não fiquem a olhar como se fosse algo do outro mundo. As pessoas não estão preparadas para conviver com a diferença e essa é ainda a principal barreira. Hoje em dia fala-se muito na integração e no respeito à diferença. Mas palavras … leva-as o vento… É tudo muito bonito na teoria e depois nada ou pouca coisa se põe em prática.
chove, sair do automóvel e entrar no edifício é Alexandra Ribeiro de Sousa (10ºI)
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Todos diferentes, todos iguais Todos temos consciência de que o racismo existe. Todos já
de colaborações ou parcerias com outras organizações ou
lidamos com ele, pelo menos, uma vez na vida. Todos temos
do contacto pessoal com a comunidade, esta organização
conhecimento de acontecimentos históricos catastróficos
tenta incutir nas pessoas os valores que todos devíamos
que envolvem este problema mundial. Mas o que é preciso
partilhar: aceitar o outro como nosso igual, independente-
para que todos tenhamos, igualmente, a plena noção de
mente de onde venha ou que cultura possua. É necessário
que o preconceito deve ser erradicado, de vez? Segundo
impormo-nos contra todos os atos racistas.
Mamadou Ba, que visitou a nossa escola no passado dia 10 de dezembro: “O racismo só é praticado por pessoas ignorantes.”
Assim, é importante realizar colóquios, debates, alertar a população e, sobretudo, fazer ver que a diferença é o que nos une a todos e dela devemos tirar o maior partido possí-
É exatamente para contornar este preconceito quanto à cor
vel. Tal como o próprio Mamadou defende “não é preciso
da pele e/ou raça que existe a organização sem fins lucrati-
tolerância. Tolerância implica uma ação para com algo
vos SOS RACISMO, da qual Mamadou faz parte. Criada em
inferior e todos nós somos iguais, não somos nem supe-
1990, propõe “uma sociedade mais justa, igualitária e inter-
riores nem inferiores a ninguém”.
cultural onde todos, nacionais e estrangeiros com qualquer tom de pele, possam usufruir de plena cidadania.” Através
“
diferença é o que nos une e dela devemos tirar o maior partido possível
Mamadou Ba do SOS racismo
Mamadou Ba … ao contrário do que a maioria defende, os imigrantes acrescentam valor à nossa economia e só representam 5% da população! a comunidade cigana e a muçulmana são das mais desrespeitadas e julgadas pelo preconceito de que todos são iguais e criminosos. Mariana Oliveira (12ºG)
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Q
Os objetivos do Milénio dores da
uem quer que passe pelas ruas de Coimbra, a famosa cidade académica, e preste um bocadinho de atenção à sua volta, vai encontrar as mais variadas frases grafitadas pelas paredes da cidade. Um desses grafitis ilustra os oito objetivos do milénio (que podem ser lidos na foto). Criada após o fim da II Guerra Mundial para, principalmente, manter a paz mundial e estabelecer a cooperação entre os países, a ONU tem três especializações: ajuda financeira, ajuda alimentar e ajuda técnica, que visam auxiliar tanto os países desenvolvidos, quando necessitam, como aqueles ainda em desenvolvimento. Assim, a cooperação entre instituições criadas pela própria ONU e outras instituições especializadas permitiu estabelecer os oito objetivos do milénio, a partir dos quais a ONU deve reger as suas ações, de modo a aproximar-se cada vez mais da sua realização.
da disto é garantido para muitas pessoas. A realidade de muitos – talvez quem está até do outro lado da nossa janela – pode ser muito diferente da nossa. Com isto em mente, a ONU promete agir de acordo com as necessidades maiores que se encontram por todos os países, de modo a conseguir uma união entre todos e, consequentemente, aumentar a qualidade de vida de quem, realmente, precisa. Algumas das instituições especializadas da ONU OIT – Organização Internacional do Trabalho FAO – Organização para a Alimentação e Agricultura UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura OMS – Organização Mundial de Saúde
SFI – Sociedade Financeira Internacional
Todos, enquanto cidadãos deste mundo, devemos ter especial atenção às necessidades dos que nos rodeiam e ao que fazemos, nós mesmos, enquanto humanos e cidadãos. Ao contrário do que muitos acreditam, a saúde materna, os cuidados pediátricos, a educação e o saber ler e escrever… Na-
(12ºG) PUBLICIDADE
Mariana Oliveira
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Lá e Cá
Helder Cardinali (11ºF)
Dar a conhecer alunos de diferentes nacionalidades e culturas que chegam à nossa Escola é o objetivo desta rúbrica. Chegou a vez das brasileiras Mª Luísa e Letícia.
Mª Luísa Pontes Martins (11ºF)
De onde vens? “Oi, eu venho de João Pessoa, Paraíba, que fica no Nordeste brasileiro.” Por que é que vieste para Portugal? “Bem, a minha mãe veio fazer o doutoramento. Aí, minha irmã já estava aqui com o meu cunhado, e eu vim junto…” Quais foram as maiores diferenças sentidas quando cá chegaste? “TUDO! (Risos) O clima, as pessoas, a escola…” Como era a tua antiga escola? “Era particular, a forma de cobrar as matérias era diferente, tinha todas as disciplinas, usava farda…” Como te estás a adaptar?
“Aos poucos… Aqui fui bem recebida, então se torna mais fácil. Mas ao clima nunca me vou adaptar! (Risos)” Então e a cidade, estás a gostar? “A Cidade é muito bonita….” E a gastronomia? É muito diferente da brasileira? “É sim… A comida que mais gostei foi bacalhau com natas. Mas das tripas e do doce de ovos, não gostei não! ( Risos)” E o que te reserva o futuro? “Bem, o que eu quero mesmo é tirar a faculdade aqui, e depois da faculdade ainda não sei, mas gostava de ficar pela Europa.” Para finalizar, que curso gostavas de fazer? “Eu amaria fazer Direito!”
De onde vens? “Olá, venho de Recife, Pernambuco no Nordeste brasileiro. Por que é que vieste para Portugal? Porque minha mãe está fazendo doutorado na FEUP. Quais foram as maiores diferenças sentidas quando cá chegaste? O clima, as pessoas, a escola, os costumes e a televisão. Por que a televisão? Porque os programas são diferentes, a forma como são feitos, o conteúdo…tudo! (Risos) Como era a tua antiga escola? “Era particular, grande, com uniformes. O tipo de teste e as matérias também eram diferentes. Não havia cursos e todos os alunos cursavam todas as disciplinas. E os funcionários não eram tão bem humorados. (Risos)” Como te estás a adaptar? “Aos poucos… Estou gostando, fui muito bem recebida pela escola e pelos colegas de classe. Já estou começando a me adaptar ao clima.” Então e a cidade, estás a gostar? “Sim, achei a cidade muito linda e organizada. Principalmente nos transportes públicos e nos estabelecimentos comerciais.” E a gastronomia? É muito diferente da brasileira? “Gosto muito do pastel de nata. Mas como sou vegetariana e aqui há muitos pratos típicos que levam carne, não experimentei muitos. (Risos)” E o que te reserva o futuro? “Ainda não sei, como pretendo cursar direito, tenho que escolher rapidamente o lugar que irei morar para o poder fazer.”
Letícia Severo Haluli Asfora (11ºF)
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16 de dezembro de 2013
Grupo de Educação Física
1º Corta-Mato do Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa
U
m solarengo dia de inverno e cerca de 450 alunos, entre os 9 e os 18 anos, oriundos de todas as escolas do nosso Agrupamento contribuíram para uma manhã bem passada. A prática desportiva, no caso a corrida de longa duração, possibilitou aos/às nossos/as alunos/as a oportunidade
de se conhecerem um bocadinho melhor e de disfrutar do belíssimo Jardim Paulo Valadas. Os/as seis primeiros/as classificados/as de cada escalão/sexo foram selecionados para representar o agrupamento no CortaMato distrital, organizado pela Coordenação local do desporto escolar.
Em grupo ou sozinhos o que interessa é participar e chegar ao fim ...
Eis as fotos dos nossos “benjamins“ medalhados!
25 de fevereiro de 2014 Grupo de Educação Física
Corta-Mato distrital no Parque da Cidade - Porto
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Alunos do 1º ciclo
Juliana, 4.º Ano - Escola EB1 da Fontinha A minha participação no corta-mato foi extraordinária, pois foi divertido conhecer novos amigos. A corrida foi um pouco cansativa e com muita lama. Quando acabou estávamos encharcados e cheios de lama no calçado e nas calças. Esperamos pelos rapazes, alguns foram embora com os pais e outros não. Os que ficaram, como eu, brincaram. Por fim, fomos embora de autocarro. Foi uma experiência divertida. Hugo, 4.º Ano - Escola EB1 da Fontinha No corta-mato do agrupamento senti-me feliz. No distrital senti-me ainda mais feliz do que no primeiro. Adorei participar nesta atividade.
Iracema Manarte, 4.º Ano - Escola EB1 Florinhas Participar no corta-mato foi uma experiência muito divertida e eu gostei muito. Foi engraçado escorregar na lama e correr à chuva. O corta-mato foi uma aventura inesquecível e gostava muito de participar noutro. Raul Henriques, 4.º Ano - Escola EB1 Florinhas Eu não gostei de participar no corta-mato porque escorreguei muito na lama, porque empurraram-me muitas vezes e porque tivemos de correr duas voltas ao contrário das raparigas.
Violeta, 4.º Ano - Escola EB1 da Fontinha Adorei participar nos corta-matos. No corta-mato do agrupamento fiquei em 4.º lugar, o que é ótimo. Conseguir participar no distrital já é ser uma vencedora. Ana Pereira, 4.º Ano - Escola EB1 Florinhas Foi uma experiência divertida. Correr com as que ganharam fez-me sentir capaz de vencer. Às vezes escorregava na lama, mas levantava-me e continuava.
Serra da Estrela – 7 de março de 2014
À
s 6.30h da manhã, partimos rumo à Estância de Ski da Serra da Estrela. Pelo caminho, apreciamos a belíssima paisagem do Parque Natural da Serra da Estrela, o primeiro parque natural Português criado em 16 de julho de 1976. E foi no ponto mais alto de Portugal Continental, a 1991 metros de altitude, que 70 alunos da ESAS passaram um dia fantástico, a praticar desportos de inverno e a conviver com colegas e professores!
Alguns comentários...
Penso que falo por todos quando afirmo que a viagem à Serra da Estrela foi extraordinária e especial. Foi uma experiência única e inesquecível, sem dúvida, e gostaria muito de repeti-la. Paulo Malafaya (7º C)
Os meus colegas de turma e eu adorámos a visita de estudo à Serra da Estrela. Foi bom praticar desportos de Inverno num dia que parecia de Verão. Aprendemos coisas novas e vivemos novas experiências. Subimos e descemos a montanha uma data de vezes (alguns de nós sem a ajuda do teleférico)!!! A visita à Serra da Estrela e os desportos de Inverno proporcionaram-nos um dia muito, muito divertido, apesar de um pouco cansativo. Felizmente, no dia seguinte "esperava-nos" um Sábado e pudemos descansar! Maria Maio Dias ( 7ºD)
No meio de tanta neve fria e branca, esta viagem proporcionou a colorida chama da amizade construída sobre brasas, que só se apagarão com o fim dos tempos! Rafael Marques ( 11º D)
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A nossa escola aos nossos olhos
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esta nova edição do JornalEsas continuamos com os nossos questionários, tendo estes como objetivo levar-nos a perceber o que os estudantes sabem/pensam sobre as atividades extracurriculares que a nossa escola disponibiliza. As atividades extracurriculares são fundamentais, pois não só contribuem para ajudar a definir o nosso percurso profissional como também podem ser enriquecedoras e até um modo de divertimento. No primeiro gráfico, podemos observar que 77% dos inquiridos não frequentam nenhuma atividade extracurricular escolar, sendo que 23% destes responderam que sim. Relativamente ao 2º gráfico, podemos constatar que 16% dos nossos colegas conhecem todas as atividades; já 17% não conheciam nenhuma e 67% apenas algumas.
As respostas indicam que vários estudantes gostariam de frequentar atividades na ESAS. Por isso, achamos que não há justificação para não o fazerem . Este último gráfico revela que a maioria dos estudantes interrogados gostaria de frequentar ténis de mesa (32%). A segunda atividade mais desejada é o clube de fotografia (13%), a seguir o tiro ao arco, com 11% das respostas, seguido pelo ténis, com 6%, o jornal escolar e a dança contemporânea com 5%. 4% optou por xadrez, ginástica acrobática e o clube europeu. Com 3%, segue-se o lugar da ciência e com 2% o basquetebol feminino. Por fim, 11% dos questionários obtiveram resposta nula. As atividades extracurriculares são importantes e a nossa escola tem uma excelente oferta, como podemos verificar no gráfico nº 3. João Gonçalves (8º E) e Miguel Pereira (8º F)
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A Economia e a Filosofia
Economia é a filosofia da vida e ação humana e, por isso mesmo, diz respeito a tudo e a todos. O desenvolvimento económico sustentável tornou-se um grande desafio para todos no cenário atual. Assim, são necessárias medidas concretas, a fim de garantir a equidade social e a manutenção dos recursos para as gerações presente e futura. Nos últimos anos, temos assistido a um período conturbado na economia mundial. A crise económica atual assenta em problemas de natureza cultural, ideológica e institucional tais como: as menores apreensões éticas, a insensibilidade face às desigualdades e à pobreza, a desvirtuação e subestimação do papel do Estado, a falta de controlo orçamental e das finanças do país, o predomínio dos interesses financeiros sobre o conjunto da vida económica e da sociedade, o alargamento injustificado das relações mercantis a domínios cada vez mais alargados da vida social, incluindo áreas como a prestação de cuidados de saúde, a educação e a proteção na infância e na velhice.
imediato, com soluções precisas, e com uma visão de futuro para médio e longo prazo. Todas estas reformas necessitam de ser acompanhadas por uma intervenção no contexto global e europeu. Tais medidas passam em grande parte pelo combate às assimetrias comerciais, pela reorientação das prioridades da economia mundial, por políticas de incentivo ao emprego jovem e pelo combate às desigualdades e à pobreza. No entanto, devem ser consideradas situações como a evolução de Economias Emergentes no Continente Africano que, a longo prazo, apresentem condições para se assumirem como grandes potências mundiais. Este desenvolvimento necessita de ter ainda como base uma gestão ecológica e responsável dos recursos, sobretudo dos de cariz energético, visando ter a capacidade de satisfazer as crescentes necessidades humanas futuras. Por último, é crucial responder à crise com verdade, porque só com seriedade se constrói a cumplicidade e a confiança entre governantes e governados. É fulcral garantir um equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade ecológica e reduzir assimetrias mundiais no que toca à justiça e equidade social.
É fundamental colocar em prática reformas de efeito no
André Monforte e Rita (11ºE)
Dicas de Poupança de Jorge Ferreira (11ºE)
Para documentos informais, e sempre que possível, imprime a preto e branco e/ ou com qualidade mais baixa.
Lembra-te de adquirir tinteiros reciclados e de reciclar os que já usaste.
Não deixes qualquer objeto eletrónico ligado, em “standby” ou suspenso, se não estiveres a usá-lo. O facto de o desligar fará a diferença no final do mês!
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Para os nossos estudantes, o 25 de Abril só é bom por ser feriado A quem anda hoje na escola, o 25 de Abril diz pouco ou nada. Já foi há muito tempo, quando os pais eram pequenos, é uma história velha para a qual os jovens não têm pachorra. Os que já ouviram falar da Revolução do Cravos, dizem que antes não havia liberdade e havia a PIDE. E geralmente ficam-se por essa verdade que é demasiadamente abstrata para que se possa ter uma ideia de como o viver então em Portugal era tacanho, fechado, pobre, asfixiante. Fátima Candeias, professora de Português
T
entemos tornar essa ideia mais concreta, mais próxima, com algumas referências mais palpáveis. Por exemplo:
Em 1974, apenas 25% dos trabalhadores eram mulheres; apenas 19% das mulheres trabalhava fora de casa.
As professoras primárias tinham de pedir autorização para casar, que só era concedido se o pretendido tivesse um ordenado igual ou superior ao da mulher.
Quase 50% das casas não tinha água canalizada e mais de metade não dispunha de eletricidade.
Ganhavam cerca de 40% menos do que os homens.
Quem se casasse pela igreja não se podia divorciar.
O marido podia proibir a mulher de trabalhar fora de casa.
A mulher, face ao Código Civil, podia ser repudiada pelo marido no caso de não ser virgem na altura do casamento.
O marido tinha o direito de abrir a correspondência da mulher.
Quem andasse descalço na rua era preso. Esta lei foi criada para evitar que os poucos turistas que cá vinham não ficassem com a ideia de que havia muitos pobres. Mas nas aldeias, a maior parte das crianças andavam descalças.
O Serviço Militar era obrigatório para os rapazes, bem como a participação na Guerra do Ultramar. Quem chumbasse ia imediatamente para a tropa. Os outros iam no fim do curso.
Havia imensos pobres a pedir na rua.
As pessoas tinham medo de dizer alguma coisa que pudesse ser considerada contra A Situação (isto é, a situação que se vivia no país) até dentro da própria casa, porque os denunciantes eram muitos e frequentemente próximos (os chamados “bufos”).
Até 1969, a mulher não podia viajar para o estrangeiro sem autorização do marido.
Inicialmente, só podiam votar as mulheres que tivessem cursos secundários ou superiores; depois Salazar alargou o direito de voto às mulheres chefes de família e às casadas que, sabendo ler e escrever, tivessem bens próprios e pagassem pelo menos 200 escudos de contribuição predial.
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Só podiam votar os chefes de família com um grau de instrução mínima e rendimentos (ficavam de fora os analfabetos e os pobres).
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http://descalcismo.webnode.pt/ products/portugal-proibe-pes-
Muitas profissões (as empregadas domésticas, por exemplo) não tinham direito à reforma. E os que tinham esse direito recebiam reformas muito baixas. Os funcionários públicos ganhavam pouco. Havia a necessidade generalizada de poupar para o futuro. De viver com contenção. Cultivavam-se valores como o trabalho e o dever, o ócio e o prazer não eram bem vistos. Muito do que hoje faz parte do nosso quotidiano era considerado um luxo: só se comia fiambre (dentro de pãezinhos de leite) em festas. Comer marisco, beber champagne ou vinho do porto, ou comer carne do lombo, só em momentos muito especiais. Não havia refrigerantes (nem cocacola, nem fanta, nem nada disso). A maior parte das marcas estrangeiras (de alimentos mas também de vestuário e outros produtos que hoje são corriqueiros) não chegava cá e as poucas que chegavam eram muito caras. Pouco antes de 74, quem tinha dinheiro para ir a Londres, enchia as malas com Lewis para os amigos.
Só uma minoria ia passar férias ao estrangeiro.
A Censura não se exercia só sobre livros e jornais, mas também sobre filmes e espetáculos em geral, que ou eram simplesmente proibidos ou violentamente cortados (muitos dos filmes que se viam lá fora não passavam nas nossas salas de cinema e muitos espetáculos não se realizavam e nem sempre a razão era política, bastava
Sabias que …?
que fossem considerados “ousados”, isto é, um bocadinho eróticos, por exemplo com cenas de nu parcial (o integral era impensável), ou de beijos “quentes” (Quem ia ao estrangeiro aproveitava para ver tudo quanto fosse filme e espetáculo “ousado”…).
A mentalidade reinante era extremamente conservadora e preconceituosa. Nenhum par de namorados se atrevia a beijar-se na rua.
Na escola não se lia nem se falava do Canto IX de Os Lusíadas, por causa da Ilha dos Amores. Pela mesma moral dominante não se estudavam Os Maias, por causa do incesto.
Havia palavras perigosas, liberdade era uma delas. E havia assuntos de que não se falava, homossexualidade ou aborto, por exemplo.
Não havia escolas mistas e as femininas tudo faziam para evitar o contacto das suas alunas com rapazes, que estavam proibidos de entrar nas respetivas instalações.
…e a lista podia continuar… (continua na página seguinte)
Curiosidades de História da cidade do Porto Já em 1919, na cidade “invicta”, as “senhoras elegantes” davam os seus passeios numa trotinete a motor, antepassada dos modernos “segway.” Tratava-se de um veículo a 4 tempos, com 155 cc e velocidade máxima de cerca de 30 km por hora, fabricado em primeiro lugar nos EUA. A forma de funcionamento era bastante simples, bastando empurrar a colina da direção para a frente para o veículo se mover, ou puxar para trás para travar. E podia ser dobrada na horizontal para ser facilmente arrumada ou transportada à mão.
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Em vez disso, permitam-me que transcreva um excerto da jornalista Teresa de Sousa, dado à luz no jornal Público e um outro (uma pequena tabela) extraído do sítio da PORDATA.
«Não era apenas a falta de liberdade. Portugal era um país muito, muito pobre, pouco escolarizado, sem saneamento básico, onde numa qualquer aldeia do interior as crianças iam para a escola descalças, independentemente do frio ou do calor e as suas barrigas eram anormalmente grandes. Os liceus eram um privilégio para as classes médias mais privilegiadas das cidades. A saúde estava acessível a poucos. E lá tive eu de explicar que o nosso Serviço Nacional de Saú-
de, com crise ou sem crise, estava ao nível dos melhores sistemas europeus. Os números não deixam mentir. Que a taxa de mortalidade infantil, que era uma das piores da Europa, estava hoje abaixo da média europeia. Que, apesar de todas as dificuldades, a esperança de vida das mulheres aproximava-se a passos largos da recordista França. E que isto não se devia a um milagre de Nossa Senhora de Fátima. Quarenta anos depois, este país está irreconhecível. A crise está a empobrecer-nos de
uma maneira que nunca pensaríamos possível. O Governo não respeita nada nem ninguém, quando se trata de arrecadar. A classe média está a pagar a crise praticamente sozinha e a “compressão” dos seus rendimentos é brutal. Tudo isto é verdade, mas todas as crianças vão para a escola com sapatos.» Teresa de Sousa, Público, 9 de fevereiro de 2014
(destaques nossos)
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1970
2012
8.680,6
10.514,8
Índice de velhice [idosos por cada 100 jovens]
34,0
129,4
Divórcios por 100 casamentos
0,6
73,7
Nascimentos
180.690
89.841
Mortes
93.093
107.612
Taxa de mortalidade infantil [mortes de crianças com menos de 1 ano por cada 1000 nascimentos]
55,5
3,4
Taxa de literacia [população residente com 10 ou mais anos que não sabe ler ou escrever]
25,7
-
27.028
411.238
Doutoramentos
60
2.209
Percentagem de mulheres no total de doutoramento
6,7
54,1
3.133,3
Pre (1) 14.748,4
População
Estudantes no último ano do ensino secundário
PIB per capita [€ a preços constantes de 2006]
In Pordata (1) Previsão
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Ou seja: 1 – somos mais 1 milhão 834 mil 2 – há 4 vezes mais idosos 3 – divorciamo-nos 73 vezes mais 4 – nascemos 2 vezes menos 5 – os bebés morrem 16 vezes menos 6 – não conhecemos analfabetos com mais de 10 anos 7 – há 15 vezes mais estudantes com o ensino secundário 8 – há 36 vezes mais doutorados 9 – há 9 vezes mais mulheres doutoradas. 10 – temos perto de 5 vezes mais riqueza per capita
E, no fim de tudo isto, digam lá se era melhor viver em Portugal antes do 25 de Abril…como alguns querem fazer acreditar.
Praxes
O
s promotores das praxes afirmam que esta é uma forma de integração: "A praxe é a forma de os caloiros se integrarem", já que, através dela, os novos alunos conhecem os estudantes mais velhos (que os podem ajudar ao longo da sua vida académica) e os colegas do seu próprio ano, contribuindo assim para novas amizades. Não me parece que, para ser integrado numa instituição qualquer, tenha de ser praxado com estalos, com gritos aos ouvidos,
ser pintado na cara, a ser humilhado com insultos ou ter que me despir. Bastaria um jogo de Futebol, um campeonato de Basquetebol, um concerto musical ou debates sobre os problemas sociais. A frase "Só é praxado quem quer" é falsa, pois se o aluno recusar ser praxado pode não ser bem visto pelos seus colegas e professores, pode não ser convidado para bailes e concertos. Por vezes, estes alunos são discriminados de uma forma inimaginável. A frase "Isso não é praxe, isso são abusos" é dita por pessoas que não concordam com as praxes e, na minha opinião, dizem bem, pois as praxes de hoje em dia são muito agressivas e constituem uma prática de humilhação pública e social. Além disso, na expressão "A praxe é tradição" há um equívoco, porque esta tradição reside só em Coimbra, tendo sido exportada para outras regiões do país com mudanças significativas. Logo nem tudo o que é praxe é tradição. As Praxes de hoje em dia são totalmente diferentes das praxes de antigamente, que tinham sobretudo um sentido lúdico, onde o bom humor, a ironia, a imaginação e a criatividade eram cultivados. As praxes académicas de hoje são uma forma de humilhação, degradação e violência sobre o ser humano. João Gonçalves (8ºE)
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“Do Português em Liquidação”
A
Guiné Equatorial, ao que tudo indica, fará parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP. Dir-me-ão, claro, que há, no mundo, temas muito mais relevantes do que este. Dir-me-ão, certeiramente, que, neste nosso mundo, há Síria, que há Egito, que há Venezuela, que há Ucrânia e que há tantos e tantos outros. Dir-vosei que os há efetivamente e que todos eles são dignos da nossa atenção. No entanto, o tema da adesão da Guiné Equatorial à CPLP, que, estranhamente ou não, tem passado entre os pingos da abundante chuva, é também da maior importância para nós portugueses, enquanto falantes da língua portuguesa e enquanto europeus. Mais de 70% da população da Guiné Equatorial, na precariedade das suas vidas, vê-se obrigada a sobreviver abaixo do limiar da pobreza, em condições que lhe retiram a dignidade do ser. E a esperança média de vida, na proporção inversa do seu sofrimento, é de apenas 52 anos. Não obstante tudo isto, o PIB per capita do pequeno país africano concorre aos lugares cimeiros da lista, sendo mesmo dos mais elevados. O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que alcançou o poder, em 1979 através de um sangrento golpe de estado, lidera um dos mais violentos regimes autoritários do mundo, sendo acusado de atos de canibalismo e vivendo, claro está, uma sumptuosa e confortável vida. É este, portanto, o país africano que integrará, brevemente, a CPLP.
A diplomacia económica portuguesa, ou,se quiserem, a realpolitik à la portuguesa é, hoje, a política do vil e fácil tostão. Aliás, esta é a mesma política que, pelo mundo fora, orgulhosamente vende os golden visa e as privatizações em conta. Somos, temo-nos vindo a tornar, a porta dos fundos da Europa, a porta de serviço sempre aberta. Somos como aqueles porteiros a quem é preciso pagar pouco para entrar, bastando mesmo o pocket money que se traz. Surpreendentemente ou não, ao contrário do que sucedeu em 2007, as vozes que vociferaram contra a vinda de Robert Mugabe à cimeira União Europeia-África estão caladas. Subitamente desapareceram e silenciosas ficaram. Toda a negociata torna -se, ainda, mais indecente, mais indecorosa e mais vergonhosa, quando pensamos que a nossa moeda de troca é tão só o património imaterial, indivisível e universal da língua portuguesa. Só um pequeno pormenor, que se me esquecia. Na Guiné Equatorial, não se fala português.
Publicado Facebook Pedro Braga de Carvalho (formado em Direito) ex– aluno da ESAS
CPLP—Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Localização da Guiné Equatorial
Área 28 051 km² População total 616 459 hab. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9_Equatorial
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Visita ao Jardim Botânico do Porto
N
a última semana de Janeiro, as turmas 11º A, B e C de Ciências e Tecnologias da nossa escola tiveram o prazer de visitar um dos mais agradáveis espaços do Porto. No âmbito da disciplina de Biologia e Geologia, com o objetivo de ficar a conhecer um pouco mais sobre plantas, a sua evolução e classificação e, claro está, aplicar conhecimentos adquiridos nas aulas, dirigimonos ao Jardim Botânico da Universidade do Porto. A visita foi dinâmica, interativa e interessante, sendo orientada pelo Dr. Pedro Ribeiro, do núcleo de estágio da ESAS, uma cara já conhecida dos alunos. Ape-
sar dos chuviscos, foi possível observar a enorme diversidade de plantas existentes na quinta do Campo Alegre, onde atualmente se situa o Jardim Botânico, e a beleza não só das árvores e arbustos conservados cuidadosamente mas também a beleza natural da parte do jardim que foi “abandonada”, desenvolvendo-se ao sabor do acaso. De facto, após admirar o jardim em todo o seu requinte e opulência, é fácil adivinhar o porquê deste ter servido, tantas vezes, como cenário fantasioso nos livros de Sophia de Mello Breyner – é um pedaço de paraíso escondido na cidade … Ana Machado (11ºC)
Foto Maria Inês (11ºC)
Pedro Ribeiro (professor estagiário de Biologia) e as histórias que as árvores nos contam... PUBLICIDADE
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A Sinagoga do Porto e os preceitos judaicos mulheres homens
O exterior e o interior da Sinagoga Kadoorie Mekor
A
turma G do 12ºano, no âmbito das disciplinas de Geografia C e História A, visitou a Sinagoga Kadoorie Mekor Haim, que é a maior sinagoga da Península Ibérica e fica no Porto, na rua guerra Junqueiro, próxima do colégio alemão. O objetivo foi dar a conhecer a existência de outras crenças, religiões e, até mesmo, estilos de vida diferentes do nosso e sensibilizar para outros princípios e valores, mobilizando o respeito pela diversidade, para além do enriquecimento cultural que estes momentos sempre proporcionam. Mas, o que é uma sinagoga afinal? É, nada mais, do que o local de culto da religião judaica, que se centra na Torah (ver descrição no texto). Os judeus foram o povo mais massacrado aquando da II Guerra Mundial, durante o Holocausto nazi. Seis mi-
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lhões de judeus foram mortos, grande parte em câmaras de gás, situadas em campos de concentração. A religião judaica é, tal como o cristianismo, monoteísta, acreditam num Deus único. Mas para os judeus, Jesus Cristo não é o verdadeiro Messias enviado por Deus. Por isso, baseiamse no Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia. O nosso cicerone, um jovem estudioso destes assuntos, elucidou-nos sobre inúmeros aspetos peculiares do judaísmo. Falou-nos por exemplo, de alguns dos seus símbolos, como por exemplo: o kipá, espécie de chapéu que os judeus usam que simboliza “temor a Deus”, respeito; o Torah, é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh, e que constituem o texto central do judaísmo; o Shofar, que é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos e é tocado no
novo ano do calendário hebraico; a Estrela de David ; o Menorá, candelabro de sete braços, um dos símbolos mais difundidos. Ao falarmos das celebrações na Sinagoga percebemos que há diferenciação entre o homem e a mulher, pois elas assistem à cerimónia na parte de cima do templo, enquanto os homens ficam na parte de baixo. Considera-se que a mulher é detentora de alguns privilégios nesta religião e a sua importância resulta da faculdade de procriar. Há mais obrigações para os homens. Assim, uma criança que tenha pai judeu e mãe de outra proveniência, não é considerada judia, mas no caso de a mãe ser judia permitelhe o reconhecimento direto. A mulher pode faltar às celebrações sem ser considerado pecado, mas os homens não.
Outro assunto de que se falou foi das festividades, com ênfase para: o Yom Kippur ou Iom Quipur, que é o dia mais santo do ano, em que os judeus tradicionalmente cumprem o feriado com um período de jejum de 25 horas e oração intensa; Bar Mitzva, festa que celebra a maioridade das crianças (no caso dos rapazes é aos 13 anos, nas raparigas, aos 12), tornando-os O kipá, espécie de chapéu que os judeus usam que simboliza “temor a Deus”, respeito.
responsáveis pelos seus atos. O Shabat ou sábado é o dia de cessação do trabalho, como Deus fez o mundo em sete dias – descansando no sétimo – os judeus ortodoxos seguem esses ensinamento e não efetuam qualquer tarefa, por mínima que seja, desde abrir uma porta, ligar as luzes ou usar tecnologias. Para além disso, os judeus ortodoxos seguem uma alimentação kasher ou kosher –, que restringe o consumo aos alimentos considerados “puros”, ou seja, os que foram preparados de acordo com as leis judaicas de alimentação, de origem bíblica. As carnes de animais terrestres poderão ser kasher, apenas as
Torah, é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh, e que constituem o texto central do judaísmo.
de ruminantes com casco totalmente fendido. As mais comuns são as de boi e carneiro. O porco, embora tenha o casco fendido, não é ruminante, portanto, não é kasher. Os peixes elegíveis são os de barbatanas e escamas, tais como sardinha, salmão, robalo, atum, bacalhau, pescada, linguado, namorado, corvina, dourado, entre outros. Esta saída levou-nos a um espaço que nenhum de nós conhecia e que muito provavelmente não iria visitar, pois a população portuguesa é maioritariamente católica e, apesar do significado histórico da comunidade israelita no nosso país, o número de praticantes é bastante reduzido, cerca de 3000 na atualidade. Aliás, uma das particularidades deste grupo passa
O Shofar é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos e é tocado no novo ano do calendário hebraico.
por não ter a preocupação de atrair novos seguidores como é comum nas confissões religiosas, a conversão é muito difícil . Site da comunidade israelita no Porto http://www.comunidade-israelita-porto.org/x#1 Bárbara Carvalho, Mafalda Monteiro, Mariana Ruão e Mariana Oliveira (12ºG)
Estrela de David
O Menorá, candelabro de sete braços, um dos símbolos mais difundidos.
Percorrendo os espaços da Sinagoga do Porto
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Porquê ver os clássicos? Continuação do número XXXVII do jornalesas
A nossa viagem aproxima-se do fim. Porém, não nos podemos esquecer de falar de alguns dos maiores, tanto em termos de fãs como de bilheteira, e melhores clássicos dos dias de hoje.
Em E Tudo o Vento Levou, o Mal reside na guerra que atravessa todo o filme enquanto as forças do Bem se veem em sérias dificuldades para vencer, o que acontece no final.
Da guerra à paz, da fuga ao reencontro e do autoconhecimento ao conhecimento do outro, atualmente a transmissão de valores morais é a peça principal do puzzle porque cada vez é mais importante que os filmes passem uma mensagem.
A luta pela liberdade divide Rick e Ilsa durante a Segunda Guerra Mundial. A cidade de Casablanca fazia parte da rota dos muitos fugitivos que tentavam escapar aos nazis. Este amor vai encontrar uma nova vida e eles vão lutar para fugir juntos.
Sabias que …? O Parque da Cidade do Porto é o único parque urbano da Europa com frente marítima?
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A história apaixonante de E.T. foi e é um fenómeno para miúdos e graúdos. Quando somos crianças, a esperança de ter um amigo diferente e de outro planeta é sempre entusiasmante. O forte e inquebrável laço de amizade que une as duas personagens principais é absolutamente magnífico. De facto Elliot se recusa a entregar E.T. aos Serviços Secretos Americanos para que estes o transformem em cobaia. Marta Vedor (10ºG)
Curiosidades de História da cidade do Porto
A Casa da Música, inaugurada em 2005, foi classificada pelo New York Times como "uma das mais importantes salas de espetáculos construídas nos últimos 100 anos", comparando-a ao Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, e ao auditório da Orquestra Filarmónica de Berlim?
A origem das notas musicais
A
notação musical como hoje a conhecemos deve-se a Guido d’Arezzo, monge beneditino (séc. XI). Foi ele que atribuiu aos sons os seus nomes definitivos, mas de uma maneira inesperada, onde o acaso desempenhou um papel; sucede que o canto de um hino a S. João Baptista é concebido em “escala”, o que quer dizer que cada novo verso começa num grau mais alto que o precedente. Os nomes das sete notas foram inspirados nas sílabas iniciais do hino a São João Batista: (Dó) (Ré) (Mi) (Fa) (Sol) (La) (Si )
Ut queant laxis Resonare fibris Mira gestorum Famuli tuorum Solve polluti Labii restum Sancto Joannes
“A fim de permitir que ressoem nos corações as maravilhas das tuas ações, absolve o erro dos lábios indignos do teu servo, o São João.” Guido d” Arezzo não deu o nome à sétima nota. Foi só em 1550 que o flamengo Waelrant lhe deu o nome de Si. O Ut tornou-se em 1640 o Dó, mais agradável do ouvido, por lembrança do Italiano Giovanni Batista Doni. Correspondência das notas em francês, inglês e alemão
Curiosidade: como surgiu a clave do sol
O que é a Filosofia ? «O que é a Filosofia?» é por si só uma pergunta filosófica. Filosofia é a busca da verdade. Quando filosofamos, distanciamo-nos do mundo, e refletimos realmente sobre o que nos rodeia. A admiração, a surpresa e o espanto são a chave da filosofia, pois são o que impulsiona o Homem a sair da sua zona de conforto, ou seja, do mundo sensível, e a refletir realmente sobre o que o espanta, tomando uma posição sobre o problema, entrando no mundo inteligível. Na filosofia não há dogmas e é também uma forma ativa de estar, que reflete sobre a totalidade do real. Concluindo, a Filosofia é o que nos faz pensar e tomar decisões, de forma a não sermos como animais irracionais que seguem os outros. Ajuda o Homem a tornar-se independente, genuíno e com consciência das crenças morais pelas quais se rege.
Conclusão: A música é uma arte imaterial que se realiza no tempo. Foi isto que a notação musical tentou exprimir desde a Antiguidade. Jorge Paulo Ferreira (11º E) Raul Ribeiro (assistente operacional)
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Ratos e Homens
O Quarto de Jack
de John Steinbeck
de Emma Donoghue
Esta história tem uma linguagem acessível, e é contada pela ternurenta voz de Jack, o nosso protagonista de 5 anos, que relata uma situação de amor incondicional entre mãe e filho.
livros
O livro Ratos e Homens, de John Steinbeck, fala de dois amigos que se conhecem desde a infância. Lennie é alto e bom trabalhador, porém com um distúrbio mental, o que obriga George a aguentar o companheiro como um fardo e a não ter a vida que esperava.
Esta história leva-nos a pensar, principalmente, no conceito de amizade e no sonho que todos os moradores da quinta mais desejavam concretizar: obter liberdade e independência. Os trabalhadores sentiam-se enganados e dependentes do trabalho e dos seus superiores, pois, se fossem despedidos, poderiam morrer. Na obra, existem vários elementos simbólicos que põem à prova a amizade dos dois amigos e reforçam a ideia da desigualdade que os separa. A história tem um enredo denso e absorvente. É uma história inesquecível e um pouco violenta, cuja leitura dá muito prazer. O livro não é muito grande e lê-se depressa, dado que, à medida que mais problemas vão acontecendo às duas personagens, mais curiosidade temos em saber o desenlace da ação.
O conto narra a história de uma menina de 19 anos, que foi raptada por um senhor, Nick Mafarrico, que a manteve em cativeiro durante 7 anos, e que acabou por, após sucessivas violações e maus tratos, ter um filho, que morreu no parto. Mais tarde, teve o segundo, que nasceu saudável e a quem foi dado o nome de Jack. Juntamente com a sua mãe, Jack viveu mais 5 anos neste mundo minúsculo. A criança e a sua mãe foram forçadas a viver nas duríssimas circunstâncias que lhes foram impostas. Após fugir deste pequeno barracão de 11 metros quadrados, e pensando que apenas existia o Quarto e a Televisão, isto é, que tudo acontecia neste pequeno eletrodoméstico, Jack depara-se com uma situação difícil, a descoberta do mundo real. No geral, o livro é atrativo e empolgante. Porém alguns assuntos podiam ser mais aprofundados, como a reação do Avô ao encontrar Jack.
Luís Branco (8ºC)
Elisa Bulhosa (8º C)
O Cristal Dourado
de João Aguiar
O livro O Cristal Dourado da coleção “Sebastião e os Mundos Secretos”, de João Aguiar, conta a história de Sebastião, um menino que, quando chega aos doze anos, se apercebe de que não é um miúdo como os outros todos, pois entende que é especial. Sebastião conclui também que os adultos à sua volta, professores e pais, são uma caixinha de surpresas e mistérios. De repente, em vez de umas férias tranquilas com simples preocupações (como fazer a composição que a sua professora de Português lhe tinha “encomendado”), o nosso protagonista vive aventuras muito arriscadas e mesmo medonhas, mas em nenhum momento se dá por vencido. Também porque as vive com dois grandes amigos, Inês e André, e com os Cavaleiros da Ordem da Esperança... A vida de Sebastião dá uma volta de 180˚, a partir do momento em que viaja, inesperadamente, com os seus professores, Elisa e Elvius, mas fazendo de conta que são seus avós! Estarás a questionar-te sobre a razão de tal mentira. Mas, se quiseres saber, terás que o ler! Adorei este livro, cheio de segredos e mistérios, que nos prende e nos entusiasma. Recomendo-o e desejo a todos boa leitura nas férias da Páscoa! Maria Maio Dias (7º D)
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,
A
Escolhas Profissionais escolha de uma profissão, mas nunca obrigá-los a serem interferência dos pais nas escolhas e opções pro-
doutores, ou engenheiros, para se poderem depois auto-
fissionais dos seus filhos é um tema bastante inte-
vangloriar.
ressante para debater. Contudo, eu penso da seguinte for-
Reconheço que a escolha de uma profissão deve, de facto,
ma: um individuo nos dias de hoje já nasce sob controlo;
ser algo difícil, e é algo com que, mesmo tendo apenas uns
aliás, antes de nascer, os médicos e os burocratas que tra-
meros catorze anos, me preocupo. É claro que eu continua-
tam do seu registo civil, etc.…, já se preparam quase que
rei a pensar que as carreiras são uma invenção do século XX,
para colocar um carimbo na testa da criança a dizer “a socie-
e que farei os possíveis para me livrar por completo de uma
dade agora controla-te”.
vida inserida num sistema de controlo, vivendo como um
Para além disso, o conceito de liberdade já está totalmente
nómada recoletor no Alasca, ou a criar iaques nas estepes
deturpado e gasto de tanto ser utilizado hipocritamente.
da Mongólia e a viver numa iurta; mas, se um indivíduo não
Penso, portanto, que da pouca liberdade de que um indiví-
tiver alternativa, pois bem, que encontre um trabalho, per-
duo dispõe hoje em dia, os pais de qualquer jovem devem
maneça sob controlo, viva sem liberdade, mergulhado em
permitir-lhe ter uma profissão minimamente gratificante
futilidades e opressão. Faça-o, mas sem que os pais a isso o
para o próprio.
obriguem.
Todavia, acho que os pais devem aconselhar os filhos na
Martim Godinho (8ºD)
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O
Editorial s portugueses descobriram a sala de aula. Junto com eles, a coscuvilhar nessa nova «descoberta», os comentadores, os sociólogos, “os
bloggers”, alguns políticos e os pedagogos do costume. A dar-lhes relevo, alguns jornais de referência : vemos pessoas tão insuspeitas como Paulo Guinote (PG), Maria Filomena Mónica (MFM), Manuel Maria Carrilho (MMC), David Justino (DJ) entre muitos outros, atarefados em dar à sala de aula e ao quotidiano escolar um sentido que julgam perdido há muito. Tal como o habitual oito ou oitenta tão português, chegam mesmo a denominar os professores de «heróis» (MMC) quando, ainda há pouco, eram considerados os maus da fita em governos em que participaram, já para não falar da eterna preguiça dos estudantes pouco dados a investigar, a escrever, a ler e ao alegado alheamento dos pais. Mas o que têm estas pessoas em comum? Aparentemente, tudo as separa. No entanto, a Educação tem
FICHA TÉCNICA
esse (d)efeito: juntar opiniões e cores tão díspares quanto estas. Ainda bem que
Coordenadores: Ana Amaro (profª), António Catarino (prof.), Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª)
assim é, mesmo que o tão propalado consenso (muitas vezes falso e tão cínico!) em matéria como esta seja prejudicial por não encarar a Educação como ela merece ser encarada – uma atividade digna que prepare bem um país com quadros de excelência e que forme cidadãos intervenientes e preocupados com o futuro. Só por isto, valeria a pena optar pelo conflito saudável das ideias, em vez de um consenso pantanoso. Ultimamente, pois, as opiniões expostas nos media têm-se multiplicado em relação a esta última fronteira que julgávamos inatingível: a sala de aula. É aqui que tudo acontece de modo a ser verificado e analisado ao milímetro e parece ser este o mote de todos os sociólogos e opinadores disponíveis. E não deixa de ser estranho que isto aconteça ao falar-se da «liberdade individual» do professor na sala de aula, quando esta liberdade, há muito, foi posta em causa por imposições centralistas e autoritárias que prejudicaram fortemente o processo de aprendizagem e de ensino na escola pública. Paulo Guinote (o único professor elencado aqui) chega a pôr o dedo na ferida: «Até que ponto o professor é livre para ensinar num quadro em que existe um currículo, um programa disciplinar, metas de aprendizagem, objetivos de sucesso a atingir (nacionais, de agrupamento, de departamento, de grupo disciplinar)? Até que ponto se é livre para tratar determinado tema de uma forma menos convencional ou mais alternativa quando até a duração da aula está definida ao minuto, com penalizações para quem a não respeite e considere que a sua aula precisa de menos ou mais minuto “do que os definido” pelo cânone?». Venham, pois, as análises à sala de aula. Mas que essas observações e conclusões não sejam as do costume e que pais, professores e alunos sejam confrontados com verdadeiros estudos e não com mantas de retalhos. Colocar todos os dias, como faz MFM, em jornais de referência, como o Diário de Notícias, diários eletrónicos de professores em anonimato descrevendo o que sucede na sua aula não nos parece, de todo, um método saudável e honesto. Falar da sala de aula como havendo heróis (os professores) e vilões (os alunos), como faz MMC, é redutor e perigoso. O mesmo autor chega a afirmar que o grande paradoxo da escola foi ter introduzido a democracia no seu quotidiano (DN de 27/03/14) chegando a prever o fim da Escola e do esbater do conhecimento dado por ela. Que estejam descansadas as almas mais aflitas: já deram à Escola e à Democracia muitos certificados de óbito. O que é difícil é mantê-las vivas, mesmo com o défice de cuidados intensivos e enfrentando verdadeiros ataques à liberdade dos professores e dos
Equipa redatorial e revisão de textos: António Catarino (prof.), Ana Amaro (profª) e Maria João Cerqueira (profª ) Fotografia: António Carvalhal (prof.) Capa: Carmo Rola (profª).com foto de Hugo Coelho (8ºE) Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª) Outros colaboradores: Alexandra Ribeiro de
Sousa (10ºI), Ana Machado (11ºC), André Monforte (11ºE), Barbara Carvalho (12ºG), Biblioteca, Catarina Cachapuz (profª), Catarina Lourenço (12ºA), Clementina Silva (profª), Elisa Bulhosa (8ºC), Fátima Candeias (profª), Fátima Alves (profª), Helder Cardinali (11ºF), Henrique Vasconcelos (12ºA), Hugo Coelho (8ºE), João Paulo Gonçalves (8º E), Jorge Ferreira (11ºE), Luís Branco (8ºC), Mafalda Monteiro ( 12ºG), Rita Araújo (11ºE), Rita Magalhães (12ºA), Maria Inês (11ºC), Maria Maio Dias (7ºC), Marta Vedor (10ºG), Martim Godinho (8ºD), Miguel Ramalho (12ºD), Paula Magalhães (profª), Tiago Dias (12ºF), Lucinda Mota ( profª), Luísa Ribeiro (profª), Mariana Oliveira (12ºG), Miguel Pereira (8º F), Mariana Ruão (12ºG), Pedro Braga Carvalho (ex – aluno l formado em Direito), Raul Ribeiro (assistente operacional) e Zaida Braga (profª de português).
Financiamento: Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Helena Costa l Instituto de beleza; Não + Pêlo l Estética ; Deriva Editores l livros SECUNDÁRIA/3 , Papel & Companhia l atelier papeESCOLA AURÉLIA DE lSOUSA laria l workshop l restaurante, OLmar l maRua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto teriais de escritório e Escola Secundária/3 Telf. 225021773 Aurélia de Sousa. equipa.jornalesas@gmail.com
abril. 2014 http:// www.issuu.com (pesquisa: jornalesas)
alunos, que são feitos quotidianamente, dentro e fora da Escola. Mas esses efeitos não serão estudados nunca. E é pena.
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Os textos para a edição XXXVIII do Jornalesas foram redigidos segundo as novas normas do acordo ortográfico