JornalESAS junho 2013

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JUNHO 2013 EDIÇÃO XXXVI


22 de Maio

Dia do Autor Português prazer libertador de ler/escrever poesia. No fim da sessão brindou os presentes com um delicioso texto da sua autoria que também aproveitamos para partilhar com os leitores do Jornalesas:

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destaque deste dia fica a dever-se à presença de João Pedro Mésseder, pseudónimo literário do Dr. José António Gomes, que acedeu ao convite da Biblioteca para um encontro com as turmas de 10º e 11º anos de Humanidades. A partir do tema “Para que serve hoje a poesia” o professor, poeta, escritor e ensaísta respondeu às perguntas dos alunos e encantou-nos com as suas reflexões sobre livros e autores ou o

“A poesia é uma seca. Isto quer dizer que alguma coisa rara de palavras se apanha no ar ou dentro da cabeça, sabe-se lá onde. Depois enxuga-se para limpar adjetivos, palavras gastas, pontos de exclamação, vírgulas a mais e outras humidades (às vezes enxugam-se também as rimas). A seguir salga-se ou defuma-se. E lá fica em repouso, na seca da poesia, o que sobrou – algo mais do que belas palavras ou música, certamente. Se em vez de entrar em decomposição se transformar, pela mão de quem a colheu, numa espécie de grãos de pólvora, serve-se ao fim de algum tempo, sobre uma folha de papel, com muito espaço em branco à volta. É nesse preciso momento que uma combustão pode acontecer, não se sabe bem onde, nem mesmo como começa – mas o papel não chega a incendiar-se. Também há quem goste de a servir usando a voz em vez do papel, com muito silêncio à volta. Mas há quem não goste, e mesmo quem deteste.” João Pedro Mésseder Maio, 2013 (Inédito)

Sabes o que significa…? “justiça salomónica” 

expressão que se aplica a algo estritamente justo e criterioso.

Origem:

a expressão relaciona-se com o rei Salomão, rei

dos Hebreus, reconhecido por ter sido um governante muito sábio. Conta-se que um dia duas prostitutas foram ter com o rei e uma das mulheres disse: «Meu Senhor, eu e esta mulher moramos na mesma casa. ... Quando acordei de manhã, para dar de mamar ao meu filho, vi que estava morto. Olhei bem e notei que não era o filho que eu tinha dado à luz.» A outra mulher disse: «É mentira! O teu filho é que está morto e o meu é que está vivo». E começaram a discutir diante do rei. Então, o rei interveio. ... «Trazei-me uma espada, cortai o menino vivo em duas partes e dai metade a cada uma.». A mãe do menino vivo, angustiada, suplicou: «Meu senhor, dá-lhe o menino vivo, não o mates.» A outra, porém, dizia: «Não será nem para mim, nem para ti. Dividam o menino ao meio.» Perante o que era evidente, o rei pronunciou a sentença: «Entregai o menino vivo à primeira mulher. Não o mateis, pois é ela a sua mãe.»

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23 de Abril

Dia Mundial do Livro 2013

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 24, p.142.

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ara assinalar, este ano, mais um Dia Mundial do Livro, não me ocorreu nada de melhor do que recorrer aos materiais da Exposição “Tarefas Infinitas. Quando a Arte e o Livro se Ilimitam”, promovida em 2012, pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Como afirmou Augusto Santos Silva, presidente da Fundação, “uma boa relação com os livros ajuda-nos a perceber melhor os outros, a origem do Homem, o porquê do nosso passado.” Aproveitando os inspirados textos de abertura de cada uma das cinco partes em que se dividia a exposição, pudemos refletir, mais uma vez, sobre a importância dos livros, não só para cada um de nós, como também, através dos tempos, para a própria história da humanidade. É que o livro interpela-nos: “Explosão de palavras, ideias, imaginação, sentidos – que destroem e recriam o horizonte de possibilidades em que nos movemos (…) exigem de nós: faz, pensa, vê, sente, sê! Retomando Artur Santos Silva, “ler e ver um livro de artista oferece-nos um ponto de partida para uma estimulante viagem”. Nesta mesma perspetiva, expusemos, no centro desta homenagem ao Livro, uma magnífica edição encadernada em 2 volumes da obra de Miguel de Cervantes Saavedra, Dom Quixote de la Mancha, datada de 1878 e profusamente ilustrada com os desenhos geniais de Gustavo Doré. Esta obra, “considerada uma das maiores, se não a maior das criações do espírito humano” , foi oferecida pela aluna Maria Clementina Costa à Biblioteca da então Escola Industrial Aurélia de Sousa, em 1959, e deve ser a peça mais valiosa do nosso acervo bibliográfico.

Sabes o que significa…? “toque de Midas” 

capacidade de enriquecimento fácil, que se pode voltar contra o beneficiado, como forma de castigo pela sua ambição desmedida.

Origem

:Midas é uma personagem da mitologia grega, rei

da cidade frígia de Pessinus. Após ter libertado Sileno, pai do deus Dionísio, recebeu, como recompensa que ele próprio escolhera, o dom de transformar qualquer coisa, apenas pelo toque, em ouro. Este dom revelou-se trágico, quando Midas percebeu que nunca mais poderia comer nem beber nada, porque tudo em que tocava se convertia em ouro. Desesperado, quase morrendo de fome e de sede, Midas implorou a Dionísio que lhe retirasse o terrível dom. 

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A ESAS no Concurso Nacional de Leitura “As expetativas eram altas. A fase nacional, televisiva, do Concurso Nacional de Leitura, parecia-me ser um evento cultural de destaque e a distrital uma seleção rigorosa e restrita a grandes crânios. “

Joana Babo, Ana Sousa, André Matos, Catarina Lourenço, Tiago Dias e a profª Zaida Braga

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esde o 8º ano, quando vi um amigo demasiado capacitado falhar a seleção distrital e, mesmo em privado (não fosse o professor ouvir), dizer que tinha gostado, que pensava que esta competição seria a representação da vanguarda educativa e cultural Portuguesa. As obras a concurso para os alunos do ensino secundário eram difíceis. “Os Pescadores” de Raúl Brandão é uma obra de imagens “de colar à retina” sobre a poalha do mar, os recôncavos da costa, os matizes das poças e, em especial, sobre a gente do mar. Pitoresco, mas de digestão lenta. “Pesca à linha: algumas memórias” de António Alçada Batista é, por outro lado, um registo histórico-biográfico do movimento católico progressista encabeçado por AAB e pela Moraes editora. Interessante para os historiadores e aficionados da revolução, mas, provavelmente, não para jovens adolescentes… Chegados à Biblioteca Almeida Garrett, os 5 concorrentes aurelianos prestaram as provas escritas. Por essa altura, o facto de ter abdicado da oportunidade de ouvir o historiador Hélder Pacheco palestrar sobre a industrialização portuense no nosso auditório era ainda um sacrifício viável. A prova, algumas questões de escolha múltipla enciclopédicas e uma reflexão sobre

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uma das obras, correra bem. Aquele momento em que o auditório palpita só chegaria, no entanto, mais pela tarde, já depois de um almoço bucólico nos jardins românticos com panorâmica sobre o Douro e sobre a ponte D. Luís. Reunidos de novo no auditório da Almeida Garrett, tudo começava já a indicar o que seria o CNL: uma videochamada pelo skype com Hélia Correia, escritora e tradutora de “A tempestade de Schakespeare”, aberta a questões e sem um tema central... A projeção burburinhenta de 2 filmes-documentários sobre Raul Brandão e António Alçada Batista (interessante, sim)… A retórica cerimoniosa que conduzia o concurso... Para desgosto da comitiva, os escolhidos foram anunciados para prepararem a prova de aferição de leitura e descontraírem, enquanto era lido o rol do percurso académico dos jurados, com pompa heráldica: os professores Rui Nunes e Maria Cabral, e a diretora da biblioteca AG, Carla Teixeira. As provas orais decorreram, depois, sem organização temática ou temporal: cada um dos 5 alunos selecionados para cada escalão fez a sua leitura expressiva de um excerto de uma das obras (que aparentemente era sempre igual) e de uma carta que escreveram em tempo reduzido (num

esforço de imitação da fecúndia criativa de Camilo). No fim, responderam a algumas questões (por exemplo: “Qual o livro que mais gostaste de ler?”; “Gostas de ler?”; Gostarias de ser escritor?”, sem desenvolver em qualquer nível de pormenor qualquer tema do livro) que acabariam por ser reduzidas a uma única para os alunos do secundário. A prova oral só evidenciou a importância residual da leitura e a falta de preparação dos jurados, que, em determinados momentos, mostravam um conhecimento nulo dos livros. Antes da cerimónia de entrega de prémios e já com um auditório silenciosamente depauperado que assistia por respeito, 2 aurelianos ainda concorreram ao CNL+ forte (concurso secundário e informal de questões de aferição de leitura). Neste particular, demonstraram as suas capacidades de literacia e ganharam, sem respostas erradas. Concluindo, o CNL é uma competição sofística e com pretensões artísticas e teatrais que se encontra desviada do objetivo primordial de promover a leitura crítica nas escolas. Positivamente, li 3 livros e recebi “Ficções” de Jorge Luis Borges, para além de uma bom dia de convívio… Tiago Dias nº21 , 11º H


Parabéns, Alexandre! O aluno do 12º D, Alexandre Carvalho Truppel, foi apurado para participar nas Olimpíadas Ibero-americanas 2013 que se realizam de 22 a 27 de setembro, em Santo Domingo, República Dominicana.

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omo é do conhecimento da comunidade escolar, o aluno, Alexandre Carvalho Truppel foi medalha de ouro na etapa regional e 4º classificado na etapa nacional das Olimpíadas de Física – 2012. A Sociedade Portuguesa de Física (SPF) convidou vinte alunos de entre os melhores classificados para, no ano letivo 2012/2013, participarem em atividades de preparação com vista à participação na Internacional Physics Olympiad (IPhO) e na Olimpíada Ibero-americana de Física (OIbF). A preparação dos alunos é uma iniciativa do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra – projeto Quark. O projeto Quark é uma escola de excelência destinada a promover a Física junto dos mais jovens, combinando formação à distância e formação presencial, com particular ênfase nos temas não incluídos no ensino secundário. Simultaneamente, a SPF - Delegação Regional Centro - dinamizou a ação de formação “Física experimental pré-olímpica” e

convidou os professores acompanhantes dos alunos préselecionados a participarem nesta formação, com o objetivo de ajudarem na preparação destes alunos, principalmente no que diz respeito à parte experimental. No dia 11 de maio, decorreram nas instalações do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra as provas de apuramento para as olimpíadas internacionais: os cinco estudantes que participarão no IPhO e os quatro que participarão na OIbF. O Alexandre foi apurado para participar nas Olimpíadas Iberoamericanas 2013 que se realizam de 22 a 27 de setembro, em Santo Domingo, República Dominicana.

Parabéns, Alexandre! Graça Bastos (professora acompanhante do aluno olímpico Alexandre Truppel)

O nosso melhor jogador de xadrez Jorge Guimarães (prof. grupo xadrez)

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Fotos António Carvalhal (prof.)

Desporto escolar

aluno Tiago Dias, 11º H, foi vicecampeão da fase local da modalidade de xadrez do desporto escolar, entre os 245 participantes, e o resultado só não foi melhor devido a um início de prova menos bom. Mas terminando com cinco vitórias em outros tantos jogos, em que se incluiu o triunfo sobre o primeiro classificado, o Tiago alcançou um excelente resultado que lhe permitiu o apuramento para a fase regional. Também aqui a prestação do Tiago foi muito positiva tendo alcançado a sétima posição entre os 72 participantes, totalizando 5 pontos de sete possíveis.

Tiago Dias, 11º H

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Economia:

“Porto Walking Path” - Ganhou um concurso da FEP

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o dia 31 de Maio realizou-se na FEP (Faculdade de Economia do Porto) a final do concurso “Gestão de Ideias para Economizar” que contou com a participação dos alunos João Barbosa e Francisco Maia do 12ºE da nossa escola. Como diz o lema, foi “chegar, ver e vencer” porque o trabalho dos dois alunos que consistiu na criação de um projeto de uma empresa de visitas turísticas na cidade do Porto “Porto Walking Path”, destacou-se entre os trabalhos finais, graças a uma fantástica apresentação perante um juri atento e crítico levando-os a vencer a edição 2012/2013 do concurso e a receber o primeiro prémio: um cheque no valor de 450€. Felicitada pelo júri e por duas professoras que a acompanharam no dia do concurso, a dupla reconheceu a importância deste tipo de iniciativas tanto na preparação dos alunos do ensino secundário para o ensino superior, como no desenvolvimento de métodos de trabalho, de estudo e de autonomia, essenciais para o futuro competitivo que a espera. Nas palavras dos vencedores: “Estamos muito contentes pela vitória no concurso. Ficámos orgulhosos, não só por termos visto o trabalho de meses a ser reconhecido e recompensado, mas também por termos representado uma grande instituição de ensino, que é a Escola Secundária Aurélia de Sousa. Numa perspetiva de futuro, esperamos que para o ano, e nos próximos, a participação de alunos da nossa escola neste concurso se torne um hábito . A “Aurélia” deve incentivar a participação neste tipo de iniciativas para que os alunos provem a qualidade do ensino que é administrado na nossa escola. Aproveitamos para agradecer às professoras Clara Falcão e Maria do Rosário Semblano pelo apoio dado, à Dr. Susana Riberio e ao Eng. João Marinho Falcão e aos alunos Cláudio Amaral e Sara Vieira pela colaboração neste projeto.” Francisco Maia e João Barbosa —12º E

Concurso de Fotografia - Dia dos Sítios e dos Monumentos 1º Prémio Maria João Leandro – 7º C

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2º Prémio Margarida Mendanha – 7º A


Semana das Línguas na Escola Departamento de Línguas

“Uma língua diferente é uma visão diferente da vida .” Federico Fellini

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Foto António Carvalhal (prof.)

ste artigo começa com uma citação de um grande realizador italiano, porque foi o cinema, produzido em diferentes países e em diferentes línguas, o tema escolhido de divulgação da cultura e história das diferentes línguas que são ensinadas na escola. Paralelamente, houve a habitual exposição de alguns trabalhos realizados por alunos, bem como a também já habitual divulgação da gastronomia de países em que essas línguas são faladas. A celebração das línguas tinha-se iniciado com o Dia Europeu das Línguas, a 26 de setembro, com a participação entusiástica de muitos alunos, e concentrou-se neste segundo momento na semana de 9 a 12 de abril. A ‘partida’ deu-se com as Olimpíadas de Português, no dia 9, este ano a nível nacional por proposta apresentada pelos professores de português e da coordenadora da Biblioteca/ Centro de Recursos, atividade a que muitos alunos aderiram, com notável prestação. Em todos os dias houve propostas diferentes, como poderão constatar pela leitura dos artigos publicados nesta edição do Jornalesas. A todos os que contribuíram com o seu trabalho para o sucesso desta iniciativa, alunos, professores e funcionários, o obrigado do departamento de línguas, e a promessa de que iremos continuar.

Semana das Línguas Exposição - Dia do Inglês

O que é ser cidadão europeu? Mariana Oliveira, 11ºG

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ntigo aluno, João Frutuoso voltou à escola, no dia 17 de Abril, para nos falar um pouco sobre a União Europeia e a adesão do nosso país. Explicou-nos como tudo começou e as razões para que tal acontecesse. Hoje, são 27 os países que asseguram a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. A palestra decorreu em torno de temas fundamentais à compreensão deste assunto. Portugal tornou-se membro em 1986, 12 anos após a revolução do 25 de abril e em consequência das alterações que esta data provocou no país, tanto a nível económico como político e social. Aderimos ao euro em 2002 e temos Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, “uma espécie de primeiro ministro da UE”, pelas palavras de João Frutuoso. Muitas são as dúvidas colocadas em relação ao estado do nosso país e à própria crise que a Europa enfrenta – será possível erradicar de vez o euro? Segundo João Frutuoso, tal não acontecerá, dadas as muitas limitações e consequências que essa ação implicaria. No final da palestra, foi entregue a cada um dos alunos um livro intitulado “A União Europeia em 12 lições”, com explicações relativas ao que fora apresentado, como as etapas históricas, o mercado interno, a moeda e a UE no contexto mundial.

Sabia que… 

A União Europeia surgiu após a II Guerra Mundial, com o objetivo de manter a paz entre os países.

França, Alemanha, Bélgica, Itália, Luxemburgo e Holanda foram os seis países fundadores, tendo os últimos a entrar sido a Bulgária e a Roménia.

A adesão da Croácia à União Europeia deverá acontecer em 01 de Julho de 2013.

As instituições mais importantes da U.E são o Conselho Europeu, o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia.

Todos nós somos cidadãos europeus, tendo o direito de circular, residir e trabalhar em qualquer ponto da União Europeia.

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Os convidados com os alunos da turma C do 8ºano

Semana das Línguas na Escola Departamento de Línguas

Dia do Espanhol

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o âmbito da Semana das Línguas, o dia 11 de abril foi dedicado ao Espanhol. A preparação das atividades ficou a cargo da docente Marta Lira e do seu núcleo de estágio. Este dia foi marcado com a venda dos tradicionais churros. A afluência a esta iguaria foi em grande força. Os alunos degustaram com alegria esta delícia enquanto escutavam a melhor seleção de música espanhola. O ponto mais alto do dia foi a conferência intitulada “¿Cuál es la importancia del deporte para una vida saludable?” proferida por Carlos Vaqueiro y Moncho López, dirigida a todos os alunos de Espanhol do terceiro ciclo, bem como a alguns de secundário, nomeadamente da área de desporto. Carlos Vaqueiro, atual coordenador técnico de basketball das camadas jovens do Dragon Force do FCP, e Moncho López, coordenador

técnico do projeto Dragon Force, presentearam-nos com palavras mágicas que prenderam a atenção de todos os alunos e professores, abordando temas como: a adaptação ao nosso país, a experiência profissional, a relação treinador – jogador, a importância do desporto para uma vida saudável e dos estudos para um futuro de sucesso. Para assinalar este momento tão importante, o Porto Canal também esteve presente na ESAS. Foi, sem dúvida, muito enriquecedor para todos e prova disso é que muitos dos presentes resistiram a sair do auditório, porque queriam guardar un recuerdo dos convidados, em forma de autógrafo ou fotografia. O dia terminou com a visualização do filme Trece rosas, destinado aos alunos do 9º ano.

a Lira (profª de Espanhol), Carla Fernandes (profª estagiária), Moncho López, Ana Rita Santos (profª estagiária ), Carlos Vaqueiro e Isabel Caetano

Despierta, el clima está cambiando El mundo está cambiando, lo que conocíamos de nuestro planeta ya no es lo mismo. Las estaciones están cambiadas, la temperatura es irregular y la verdad es que nosotros no hacemos nada para cambiar la situación. La actividad humana es la principal causa del calentamiento global que transforma por completo el estado del mundo. Y no creo que nosotros vayamos a conseguir cambiar este escenario porque serían necesarias alteraciones radicales en nuestro comportamiento. Las consecuencias de nuestras actitudes tienen graves efectos en la vida humana. Todos debemos cuidar nuestra casa y tiene que ser una actitud conjunta para que haya verdaderas alteraciones. Beatriz Araújo y Francisca R.—9ºA 8

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Un freno al calentamiento global Es tiempo de poner un freno a la galopante evolución del calentamiento global. A pesar de todas las advertencias, las personas no han cambiado sus acciones. Lo que es necesario es crear una colaboración global. Nosotros, como huéspedes del planeta Tierra: debemos parar esta catástrofe. ¿Pero, cómo podemos hacerlo? Tenemos que ahorrar energía de modo a que disminuyamos la cantidad de gases emitidos. Hay que reciclar, plantar árboles, ser más ecológico y preocupado con el medio ambiente. La verdad es que todos podemos poner un freno a esto, si empezamos haciéndolo ahora. Leonor y Mafalda –9ºA

Las 3 erres (R’s) El cuidado del medio ambiente se basa en la 3R: reciclar, reducir y reusar. Creemos que con estas reglas sencillas, todos podemos ponerlas en práctica y podemos acabar con gran parte de la contaminación de nuestro planeta. Esta política es ideal mismo para las personas más perezosas, porque no es difícil. Incluso los chicos o los mayores la pueden practicar. Solo pasa por cumplir esta regla de oro e intentar reciclar los objetos que ya no necesitamos, reducir la basura, reusar lo que ya no tiene utilidad y que puede ser utilizado otra vez. En nuestra opinión, una actitud muy buena para ayudar el planeta es utilizar esta regla que, estamos seguras, puede cambiar el futuro para lo cual estamos caminando a un ritmo muy grande y salvar nuestro planeta Tierra. Ana y Catarina—9ºA


Semana das Línguas na Escola Departamento de Línguas

Dia do Alemão

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o passado dia 12 de Abril, no âmbito da Semana das Línguas, celebrou-se o “Dia do Alemão. O “Almoço Alemão”, na cantina da Escola, integrado na Ementa direcionada para cada um dos dias comemorativos da semana e as “kleine Berliner” – bolas de Berlim com compota, disponíveis nos intervalos e sempre apreciadas, marcaram a habitual presença da gastronomia alemã na Escola

O Dia do Alemão foi complementado por uma Aula de Alemão Aberta, que teve lugar no anfiteatro da Escola: geografia, cultura e comunicação em língua alemã foram as áreas de incidência privilegiadas ao longo de 90 minutos.

DEUTSCH MACHT SPAß! Foto António Carvalhal (prof.)

Não é de mais recordar que o ALEMÃO é língua de oferta nesta Escola, tanto no 3º ciclo do Ensino Básico, como no Ensino Secundário!

Concurso de Fotografia - Dia dos Sítios e dos Monumentos 3 º Prémio Sara Berenguer – 7º D

Menção Honrosa Sara Berenguer – 7º D

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Ciências Políticas

“O Futuro da União Europeia”

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os dias que correm, a Europa tem estado em constante discussão nos meios de comunicação mundiais. Isto porque a situação económica mundial é, sem margem para dúvidas negativa e porque, para muitos especialistas, a única solução reside na cooperação internacional. Deste modo, a União Europeia afigura-se como a organização do bloco europeu capaz de reunir políticas dos vários estados-membros direcionadas para a solução deste problema. Mas será que a União Europeia é uma solução real para este problema? É sabido que a dimensão económica e a dimensão política se influenciam mutuamente no mundo de hoje. Mas, e se a União Europeia não for capaz de ultrapassar esta conjuntura negativa? Mas, e se todos os passos dados desde os seus primórdios desembocam no colapso desta instituição? A sobrevivência da União Europeia a esta crise de graves proporções é, portanto, um teste de jogo à organização e pode definir o seu futuro. Quanto à forma de organização política da União Europeia, surgem desde a sua génese duas teorias: a federalista e a confederalista. A primeira consiste numa federação de Estados que se uniriam sob uma administração central, à semelhança dos Estados Unidos da América. A segunda tese defende uma confederação de Estados, com maior autonomia e independência. Ao longo dos anos, a ação da União tendeu para a adoção do federalismo (note-se que o propósito inicial de Monet e de Schuman era criar os Estados Unidos da Europa), como comprovam os vários tratados assinados, sendo o melhor exemplo a união política consumada em Maastricht. No entanto, a realidade é outra. O federalismo ficou-se pelo papel. Na prática, os estados-membros funcionam mais como uma confederação do que como uma federação. Ainda que a federação seja o objetivo dos responsáveis da União desde a sua formação, deve ter-se em conta que essa é uma situação de concretização bastante complicada, sendo vários os entraves frequentemente apontados para que o federalismo seja, de facto, posto em prática. Para além da perda de soberania que, obviamente, cada Estado perderia, por se ter que submeter a um poder central e da hipótese de perda de identidade nacional,

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por miscigenação dos vários povos e pelo assumir dum papel principal da cidadania europeia, existem vários fatores de diferença entre os países que constituem a União Europeia. São exemplo: a língua, a religião, os costumes e as tradições, bandeiras e hinos, assim como toda a História e nacionalismo incutidos nas populações. Assim se explica a fraca adesão das pessoas ao projeto europeu federalista, já existente mas não praticado. Uma situação prática, e que certamente acontece com todos vocês aqui presentes, é a resposta que damos quando alguém nos pergunta a nossa nacionalidade. Alguém diz: “ Sou Europeu.”?! Mesmo que o federalismo não se afigure impossível de ser posto em prática na Europa, este só poderá ser realmente implementado a longo prazo; uma vez que a situação económica é de tal forma grave que a realidade política foi relegada para segundo plano e, acima de tudo, como conciliar os interesses e o peso de todos os Estados na criação da federação? Será que a situação atual de domínio dos países mais desenvolvidos (encabeçados pela Alemanha) não se repetiria numa federação de Estados? E como se criaria uma Constituição Europeia? Claro está que teria que ser aprovada pela unanimidade dos estados e respeitar simultaneamente a visão política de todos os países. No seguimento desta necessidade, levanta-se mais outro obstáculo. Como chegar até uma cidadania europeia comum a todos os países se todos eles acarretam múltiplas culturas distintas. Com os alargamentos recentes a Leste esta questão ganhou ainda mais força devido às maiores diferenças étnicas e culturais que os novos países trouxeram à União. Recentemente, com a cada vez mais falada adesão da Turquia a esta organização, a necessidade de encontrar uma cultura europeia comum e supranacional torna-se essencial, uma vez que este candidato é um país de cultura muçulmana. O que representaria a entrada na União de um país de religião muçulmana numa organização em que predomina o Cristianismo, de um país com uma herança cultural marcadamente islâmica, com limites à democracia e desrespeito pelos direitos humanos? Outra interrogação que frequentemente se coloca, motivada pela situação económica atual, é qual seria a consequência de uma

eventual saída de um estado-membro da União. A Grécia é o caso mais falado, sendo sucessivos e intermináveis os resgastes financeiros ao país, constantemente agravados pela instabilidade política e mudanças de governo. A saída deste país é vista, pelos especialistas, como uma hipotética catástrofe, porque, ainda que a Grécia recuperasse a soberania monetária, os efeitos para a economia poderiam não ser os esperados, a economia poderia não demonstrar os níveis de competitividade desejados, as exportações não atingiriam os valores expectáveis, o nível de vida baixaria e instaurar-se-ia uma espiral recessiva. Outro país cujo abandono foi recentemente equacionado é a Inglaterra, o que levou à realização de um referendo que decidiu a sua manutenção. No entanto, se a Grécia não sobreviveria a um hipotético abandono, o caso inglês é completamente diferente. O facto de a Inglaterra não ter adotado o Euro e de manter relações privilegiadas com as suas ex-colónias, através da Commonwealth, são fatores que, aliados à mentalidade e a uma perspetiva meramente utilitária da União Europeia, asseguram a estabilidade do país. O caso de Portugal é diferente do grego e do inglês. Todavia, um possível abandono seria um rude golpe para o país, traduzindo -se no retrocesso do nível de vida e de várias conquistas associadas à U.E., anos de pagamento e de défice para saldar as dívidas externas contraídas, descrédito nos mercados internacionais,… Finalizando, e depois de ter chamado a atenção para alguns dos principais problemas da União Europeia - e sublinho, apenas alguns - cabe-me dizer que a realidade económica se sobrepõe à política, sendo urgente de momento resolver a crise económica para que então os dirigentes se possam concentrar novamente no objetivo federalista. Será, portanto, uma realidade ainda longínqua, isto se a União sobreviver à prova de fogo da crise atual. Aliás, a União Europeia representa, para muitos, a única solução para a conjuntura atual. Tiago Monforte, nº 23, 12ºG Docente: José Soares


Podemos sempre dar

UM POUCO MAIS de nós! Tiago Dias, 11ºH, Tiago Lacerda, 11ºA, Catarina Lourenço, 11ºA e Mariana Silva, 11ºA

Miguel Ramalho, Henrique Vasconcelos, Miriam, profª Edite, Rita Magalhães, Catarina Lourenço e Mariana

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Clube Europeu da Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa procurou sensibilizar a comunidade escolar para a importância do ambiente e da cultura nacional e europeia. Vamos relembrar algumas das nossas ações: na verdade, para além dos trabalhos que desenvolvemos para conseguir bons resultados nas diversas disciplinas, pudemos ainda planear, organizar e realizar várias atividades que nos divertiram e nos mostraram que, quando há vontade, um pequeno esforço extra de cada um tem um efeito multiplicador e compensa a comunidade em grande escala. Uma dessas atividades foi a participação no Seminário Nacional Anual dos Jovens Repórteres para o Ambiente, realizado na cidade de Marco de Canaveses, durante os dias 15, 16 e 17 de Novembro de 2012. Aí foram desenvolvidos projetos que se enquadravam em diversos temas. A participação do clube aconteceu em diversas vertentes, uma vez que alguns alunos da nossa escola foram convidados para serem monitores de grupo e outros integraram os grupos de trabalho e apresentaram interessantes resultados. Foi também desenvolvida uma atividade relativa ao Natal na Islândia, em colaboração com o Clube de Fotografia, na qual se tentou promover junto dos alunos

uma tomada de consciência relativamente às diferenças culturais entre Portugal e a Islândia. Essa tomada de consciência foi conseguida através da caraterização de alguns membros do clube e da exposição de figuras alusivas ao natal. Fez-se um trabalho de campo na Urbanização Cooperativa da Prelada, motivado por uma declaração de um ex-morador descontente. Descobrimos que a construção do parque de estacionamento da mais recente superfície comercial instalada no local implicou o abate de várias árvores de grande porte. Após entrevistarmos vários moradores, chegamos à conclusão que houve um desenvolvimento a nível socioeconómico. Embora se tenha perdido património ambiental e cultural, a comodidade do novo parque de estacionamento transformou o local em foco de atração comercial de gentes das redondezas o que, anos passados, é entendido como positivo pelos residentes. Celebrou-se, pela primeira vez, o Dia do Clube Europeu, a 21 de Fevereiro (coincidente com o Dia da Língua Materna). Realizou-se uma palestra, que teve a participação de João Frutuoso, do Europe Direct do Porto, e de João Carlos Marques, da Associação Campo Aberto, que nos falaram acerca das relações internacionais na Europa e do ambiente e da árvore na cidade, respetivamente; uma

instalação divulgou os resultados dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do projeto “A Árvore na Cidade.” Vários convites foram endereçados ao Clube Europeu durante o ano letivo. Um deles foi para participar numa Missão no ZOO de Lisboa, em que a Escola Aurélia de Sousa esteve representada. A alguns desses convites não nos foi possível responder, quer por falta de disponibilidade de tempo quer por falta de apoios financeiros. As diferentes atividades realizadas ao longo do ano ajudaram os membros do clube, assim como toda a comunidade escolar, a reconhecer os problemas da sociedade e do ambiente e a perceber como os podemos resolver. Afinal uma hora por semana, e um pouco mais, pode fazer magia. Cá estaremos no próximo ano: juntem-se a nós!

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Missão JRA 2013 – Jardim Zoológico de Lisboa Miriam Costa, 10ºI

Participar na missão JRA 2013 foi das experiências mais positivas que alguma vez me aconteceram. Todo o ritmo de trabalho, assim como as competências que são desenvolvidas, e ainda o companheirismo que se cria com perfeitos desconhecidos, fascinaram-me.

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oi impressionante como, em poucas horas, comecei a chamar “casa” à escola onde dormíamos e a sentir como “família” quem tinha acabado de conhecer. No entanto, nada disto nasceu por mero acaso! Tivemos, desde o primeiro momento, atividades de ice-breaking e um passeio pela enorme baixa lisboeta, a fim de aumentar o espírito de equipa. Fomos depois divididos em grupos e, todos os dias, depois de regressar, tínhamos que produzir um artigo, uma fotorreportagem e ainda um vídeo. Aprendemos imenso sobre as técnicas de Enriquecimento Ambiental desenvolvidas no Jardim Zoológico de Lisboa. Contaram-nos a evolução do conceito de “Jardim Zoológico” até aos dias de hoje e como antes a prioridade era entreter o visitante e hoje é o bemestar das espécies protegidas, levando esta perspetiva ao desaparecimento das jaulas e ao aparecimento de zonas rodeadas de barreiras naturais, como, por exemplo, a água. É também fundamental que os animais mantenham comportamentos selvagens, sendo estes frequentemente estimulados para tal, através de estruturas que são criadas pelo treinador; e, tal como no habitat natural, o alimento nunca está no mesmo sítio, nem à mesma hora. Fui uma grande privilegiada, pois pude celebrar o dia do meu 16º aniversário no Delfinário, a ajudar no tratamento destes seres marinhos. Para ser sincera, nunca tinha simpatizado muito com os golfinhos, mas depois de descobrir o quão curiosos e brincalhões estes animais são, fiquei fã!

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Estas criaturas exigem também um estímulo quase constante por parte dos treinadores, todos os dias são inventadas novas brincadeiras e ensinadas novas coisas. São altamente bem treinados a partir do reforço positivo, isto é, quando o animal faz o comportamento correto é recompensado (quer com alimento, quer com afetos) e, quando não o faz, é simplesmente ignorado (o que é uma verdadeira tortura para estes bichinhos tão necessitados de atenção). Esta forma de educar não só revolucionou a minha forma de ver de como deve ser treinado e tratado um animal, como também a minha forma de ver as relações humanas e os sistemas de educação, pois no nosso dia-adia mais vezes valorizamos o que se faz de mal, em vez de compensar positivamente o que consideramos bem feito. Foram-nos também dadas oportunidades únicas, como a visita ao Hospital Veterinário, ao Centro de Nutrição, aos bastidores das apresentações e também a hipótese de experimentarmos o que é dar uma conferência de imprensa. Só posso concluir que toda esta experiência mudou para sempre a minha forma de estar e de pensar, tornando-me uma pessoa mais positiva, enérgica, dinâmica e com maiores aptidões e conhecimentos. Foi algo que irei recordar para sempre e que espero repetir.


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JOGOS ROMANOS DE TABULEIRO

ste ano pretendeu-se pôr estudantes do ensino básico a praticar alguns Jogos com História – Jogos Romanos de Tabuleiro (Soldado, Moinho e Tabula), jogos que fazem apelo à concentração e à atenção dos praticantes, jogos que implicam o desenvolvimento de raciocínios matemáticos implícitos, destrezas que se vão construindo ao jogar tais como a rapidez de decisão, a velocidade de raciocínio, a imaginação, a criatividade e a capacidade de criar estratégias. Em torneio entre participantes nesta atividade foram apurados três alunos que representaram a escola nas finais do IV Torneio de Jogos Romanos de Tabuleiro (Braga, 24 de Maio de 2013). Esses representantes da escola obtiveram os seguintes (bons) resultados: Jogo: MOINHO – Joaquim Ferreira (7º F) – 4º lugar; Jogo: SOLDADO – Miguel Pereira (7º F) – 4º lugar; Jogo: TABULA – João Matos (8º B) – 5º lugar. 

PÕE-TE A ANDAR ROBÔ

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o passado dia 3 de Junho realizou-se mais uma apresentação de trabalhos desenvolvidos por alunos do 7º, do 9º e do 11º ano no âmbito do projeto Põe-te a andar robô, um projeto de atividades extracurriculares que visa a iniciação dos estudantes da escola à robótica. Os quatro grupos de alunos envolvidos no início do ano empenharam-se na apresentação dos seus trabalhos de construção, programação e teste de robôs em movimento e no controlo de sensores. Estiveram presentes alunos, professores, funcionários e encarregados de educação dos alunos intervenientes.

Carlos Morais (prof. Coordenador do Lugar da Ciência)

Fotos António Carvalhal (prof.)

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Homens

vs. Mulheres

Como se explica que o daltonismo afete 10 vezes mais os homens do que as mulheres? Ana Araújo e André Rodrigues, do Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia 2012/2013

Hereditariedade do Daltonismo O ADN (ácido desoxirribonucleico) é o material genético presente na maioria das células e nesta molécula está contida a informação que determina a maioria das características de células e organismos. Quando as células estão prestes a dividir-se, esta molécula adquire uma forma superenrolada – chamamos cromossoma (fig. 1) à estrutura que se forma, por esta ser um corpo (soma) a que conseguimos facilmente dar cor (cromo). Na nossa espécie, Homo sapiens sapiens, o número típico de cromossomas (ou moléculas de ADN) é de 46 por cada célula do organismo: recebemos 23 cromossomas do nosso pai (contidos no espermatozóide) e 23 cromossomas da nossa mãe (contidos no óvulo). Todos nós, homens e mulheres, temos 22 pares de cromossomas. Em cada par, os cromossomas têm a mesma forma, aproximadamente o mesmo tamanho e genes para as mesmas características. No 23º par há diferenças entre homens e mulheres: enquanto as mulheres têm dois cromossomas X, os homens apresentam um cromossoma X e um cromossoma Y, que apresentam forma e tamanho diferentes e contêm genes para características diferentes. São chamados cromossomas sexuais porque determinam o sexo da pessoa, para além de outras características que podem ser “específicas” do sexo. Podemos concluir, por análise do esquema de transmissão da característica ‘visão a cores’ (fig. 2) que para um homem ser daltónico basta a mãe ser portadora (possui um gene para daltonismo mas tem visão normal a cores) e o pai ter visão normal a cores, e para uma mulher ser daltónica, tem, obrigatoriamente, de ter um pai daltónico e a mãe ser, no mínimo, portadora. Por consequência, nas mulheres o aparecimento da doença implica dois genes para o daltonismo, um gene em cada um dos cromossomas X. Nos homens apenas um gene para o daltonismo resulta no aparecimento de doença, porque possuem um único cromossoma X.

Dificuldades dos daltónicos As consequências do daltonismo, para a vida de quem não vê certas cores, nem sempre são conhecidas e valorizadas, mas a verdade é

Código de cores.

Cromossoma X a vermelho e o cromossoma Y a azul. que podem ser determinantes para as suas escolhas, como é o caso das opções a nível profissional. Os daltónicos podem não conseguir desempenhar funções que exijam a capacidade de distinguir cores, por exemplo: eletricistas, pintores, designers de moda, pilotos de aviação, cozinheiros (que para perceber a qualidade dos alimentos recorrem à cor), entre outros. No seu dia-a-dia os daltónicos enfrentam dificuldades como comprar roupa e combina-la de forma adequada, em deslocar-se e orientar-se em locais organizados com códigos de cor, de que são exemplo alguns espaços públicos, hospitais, aeroportos, redes de transportes públicos (p.e. metro), parques de estacionamento e museus. Assim, surgiu a ideia de um designer português, Miguel Neiva, de desenvolver o projeto Coloradd com o objetivo de facilitar a identificação de cores para os daltónicos, contribuindo determinantemente para a sua integração social e qualidade de vida, tornando a comunicação mais eficaz, responsável e inclusiva. A aplicação deste projeto já deu a volta ao mundo estando presente em países como o Brasil, Argentina e Portugal. O seu impacto centra-se em áreas como a educação, os transportes, a saúde, a indústria têxtil e as acessibilidades. No Porto, este projeto já se espalhou! Basta olhar com olhos de ver: é evidente em locais como o Metro do Porto, Hospital de São João e espera-se que chega às escolas em breve, quem sabe através dos lápis da empresa portuguesa centenária Viarco. Se quiseres saber mais pesquisa em: http://www.coloradd.net/ http://www.colour-blindness.com Webliografia: http://www.crick.ac.uk/news/science-news/2012/09/13/sexchromosome-battle-leads-to-more-female-mice/ http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/ article/001002.htm ;http:// www.biocyclopedia.com/index/general_zoology/ ;http://www.colour-

Esquema de transmissão de caraterística “visão a cores”

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No seguimento do trabalho elaborado pelos colaboradores do JornalESAS sobre os colegas que vão entrar no processo, sempre inquietante, da reforma e que deram muitos e bons anos à nossa Escola, apresentamos, neste número, mais três depoimentos. É o caso das nossas colegas Maria José Rocha, Fátima Candeias e Teresa Viegas. Esperamos que estes registos sejam entendidos como «um muito obrigado» sentido, acompanhado de um «até já» sempre presente quando nos vierem visitar. Fotos António Carvalhal (prof.)

Na 1ª pessoa, professoras da ESAS Sou professora há quarenta anos. Descobri a minha vocação profissional cedo, pouco depois de tomar consciência do meu entusiasmo pela prática desportiva. Ainda aluna de Educação Física, percebi que, mais do que praticar desporto federado, queria ter como profissão ensinar a praticá-lo, ajudar a promovê-lo. lorização e desgaste cada vez maiores para os professores.

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m 1973, comecei a dar aulas de Educação Física na Escola Ramalho Ortigão e a treinar crianças na Escolinha de Iniciação ao Basquetebol do Futebol Clube do Porto. Do alto do meu metro e cinquenta e seis, era jogadora de Basquetebol no Futebol Clube do Porto e mais tarde no Académico! E na ESAS em particular? Uma vida, trinta e três anos. Adoro ser professora na ESAS, saber-me acarinhada pela comunidade escolar. Entre aulas e cargos, estendo a preocupação com o sucesso dos “meus meninos” além dos muros da escola, encontrando certezas de realização profissional nas suas pequenas ou grandes conquistas. Lembrome do desafio dos Currículos Alternativos, de ter de incutir o gosto por aprender para poder ensinar e de descobrir que intervir em contextos complexos exige uma sensibilidade imensa. O que lhe fica desta escola? Que princípios a orientam na atividade docente? Amigos-alunos, amigos-colegas e amigos-funcionários... E saudades... E o peso de uma interrupção abrupta. Sinto que ainda tenho muito para dar à ESAS e que a ESAS ainda tem muito para darme, mas tenho consciência de que a antecipação da minha reforma é a escolha mais sensata, já que as sucessivas medidas e constantes ameaças austeritárias fazem supor um futuro de desva-

Ser professora exige a consciência de um mundo em movimento e de uma escola que não é imune ao seu curso; contém a responsabilidade de contribuir para a formação de adultos realizados. Consciente, oriento-me por princípios de partilha e diálogo, ensinando o melhor que sei, aprendendo o que posso e procurando a riqueza no confronto de ideias.

Maria José Rocha, professora de Educação Física

Que projetos pessoais tem para os próximos anos? Viver os anos de reforma um dia de cada vez, o melhor possível. Como gosto de estar disponível para os outros, estou a amadurecer a ideia de um projeto de voluntariado com idosos. Como vê o futuro da Escola pública? Se as políticas de desinvestimento na Educação continuarem, vejo um futuro pouco promissor, já que o estrangulamento financeiro da Escola pública compromete a qualidade do ensino. Negligenciar a Escola pública é admitir, com mais ou menos subterfúgios, que o direito à educação com qualidade não é para todos. Para um futuro mais promissor, é preciso começar por contrariar o conformismo.

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omecei a dar aulas no dia 7 de novembro de 1973… Tinha eu vinte anos. Cheguei à ESAS no início do ano letivo de 1980/81, o que significa que ela foi a minha casa durante trinta e dois anos!! É muito ano…

O que lhe fica desta Escola? Muitas memórias, na maioria boas memórias, tanto de alunos como de colegas e funcionários. Fica-me uma profunda sensação de bem-estar, de conforto, de entusiasmo, de afeto, de cumplicidade, de realização. A minha vida de professora foi quase toda passada na ESAS, portanto uma confunde-se com a outra, são indissociáveis. Que princípios a orientaram na atividade docente? Os princípios que me orientaram na atividade docente são os mesmos que me orientaram na vida: seriedade, empenho, rigor, disponibilidade, talvez sejam os mais importantes. Podia acrescentar outros mas creio que estes pauta-

Fátima Candeias , professora de Português e Francês Fátima Candeias, professora de Português e Francês

ram as minhas relações com o trabalho, com os outros e comigo própria. Que projetos pessoais tem para os próximos anos? Projetos para os próximos anos… não faço projetos a longo prazo, não vale a pena, a vida quase sempre troca-nos as voltas. Gostava, por exemplo, de poder fazer gravações para invisuais, porque segundo me dizem a minha voz funciona bem gravada, mas a Biblioteca Municipal agradeceu a minha oferta mas respondeu-me que, por razões logísticas, tinham parado com os testes de voz. Além disso, tenho sonhos, mas sonhos não são projetos… Como vê o futuro da Escola Pública? Vejo o futuro da escola pública com muita preocupação, porque a ideologia dominante está mais interessada em promover a escola privada do que a pública, do mesmo modo que está mais interessada em manter as grandes diferenças sociais do que em as combater. Só assim se percebe que a escola privada tenha uma série de regalias que a pública não tem (por exemplo, porque é que a tutela aumentou o número de alunos por turma e não exige o mesmo número aos privados, já que os financia?) Por isso, se não houver uma “revolução” ideológica parece-me que o futuro da escola pública é perder qualidade e credibilidade, o que levará a que todos os que puderem fujam dela. É o princípio do fim.

Rua Santos Pousada , 1222 4000-483 Porto Tlf. 225029821

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Rua Aurélia de Sousa nº 49


“Encontra um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.” (Confúcio, adaptado)

“Lembro-me, com um sorriso nos lábios, da sala dos professores no primeiro andar, com uma enorme varanda virada a sul, duas grandes mesas de madeira e montes de cadeiras e cadeirões estofados! Foi no dia 9 de Outubro de 1973 que comecei a carreira profissional que me haveria de fazer tão feliz!” (…)

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epois de dezasseis anos de Ensino Superior, a minha readaptação ao Ensino Secundário não foi dramática, tanto mais que continuei ligada à FCUP por mais três anos. Mas a Fontes Pereira de Melo tinha mudado muito e estava fortemente virada para os cursos profissionais. Isso não me satisfazia. Daí que tenha resolvido sair ao fim de dois anos, procurando ficar próximo de casa. “Não ensinar por não ensinar, mais vale que o vá fazer para mais perto”, dizia para os meus botões. E foi assim, através de concurso, que vim, em 2006, parar à Aurélia de Sousa, uma escola que, da minha casa, era alcançável a pé!

firmeza e o carinho com que lidam com os alunos promovem a manutenção da disciplina, não descurando o lado humano da escola. Agora que estou no fim da carreira, olho para trás e sinto que quase nunca “escolhi” nada! Fui pondo de parte algumas coisas, aceitando outras que me apareceram por acaso. Não escolhi o curso, fui empurrada para o ensino, obrigaram-me a fazer estágio, meteram-me num conselho diretivo, desviaram-me para a FCUP, impuseram-me a cadeira de Preparação para a Atividade Docente, inscreveram-me no mestrado, forçaram-me a regressar ao Ensino Secundário, incluíram-me em projetos, convidaram-me para dar palestras sem direito a recusar … Eu nunca tomei nenhuma destas iniciativas! Tenho que confessar que tive mesmo muita sorte em ter sido tão feliz na minha carreira. Exceção feita de “escolhe” em vez de “encontra”, a frase de Confúcio assenta-me na perfeição. Daí que a tenha adaptado!

Lidar com alunos e ensinar matemática foram sempre as minhas grandes paixões. Na Aurélia tive oportunidade de o fazer. Como diz um colega que muito prezo, na Não tenho lá muito boas recordaAurélia ainda há ções do primeiro ano, a não ser “estudantes”. Nos dois dos alunos! O ambiente era frio e últimos anos, mais uma distante. Foi difícil conseguir que vez por insistência da alguém conversasse comigo. CheFCUP e porque a Escola guei a pensar que, tal com um concordou, tive ocasião camaleão, ficava verde assim que de orientar estágio do me sentava nas cadeiras da sala mestrado em ensino da dos professores! Devia ser por matemática. Já anteriisso que não me viam! Aos pouormente tinha recusado cos, fui-me dando a conhecer e tarefas semelhantambém aos poucos a conhecer tes ,mas, por saber que os outros. Hoje gosto, gosto muihavia condições na Teresa Viegas , professora de Matemática to. Para além de bons alunos, Escola para ser bem simpáticos e educados, todo o sucedida e também por resto da comunidade escolar começou a acarinhar-me! A Direção ser a experiência que me faltava, aceitei. É verdade que tive muida escola sempre me pareceu exímia: uma força competente, ta sorte com os núcleos que vieram ter às minhas mãos; talvez coerente, rigorosa e de que … mal se sente a existência. Poucas por isso eu tenha gostado tanto. vezes precisei de invadir o espaço executivo; considero isso um Agora é com muito orgulho que me estou a despedir da profissão mérito que divido com a Direção em partes iguais. O ambiente na numa escola que considero de grande categoria, categoria essa sala dos professores é extremamente acolhedor e bem disposto. construída por quantos a conduzem, a amparam, aí ensinam e aí Por muitos que sejam os “ais” de cansaço provocados por esta aprendem. Tal como no princípio, espero vir a recordar, com um vida dura, há sempre quem sorria e surja com uma conversa anisorriso nos lábios, a sala dos professores no primeiro andar, com madora. Acho que, tal como eu, os meus colegas se sentem comuma enorme varanda virada a sul, duas grandes mesas de madeipetentes na sua profissão. Essa competência gera segurança e a ra e montes de cadeiras e cadeirões estofados! segurança gera bem-estar. A Biblioteca funciona para mim como uma espécie de retiro, onde encontro o ambiente ideal para trabalhar individualmente, tendo à mão quase tudo o que preciso e podendo descansar do barulho natural dos outros locais da escola. A disponibilidade e eficiência dos assistentes operacionais, a

Teresa Viegas. (excerto de “Olhando para trás …) Junho de 2013.

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Para que serve a Arte? “Observa-se quotidianamente a interrogação dos homens sobre um conceito, objeto, situação. A necessidade de saber qual a sua finalidade leva a que se levante a questão Para que serve?. E esta dúvida é transversal aos filósofos, por ação do espírito crítico e aberto que devem demonstrar. “ Henrique Vasconcelos, 11ºD

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eria necessário, por certo, apurar uma definição abrangente e completa de Arte. Porém, tomaremos Arte como o reflexo do espírito que define e anima uma época. Veremos, através de uma abordagem não muito profunda a algumas ideias de Aristóteles, de Friedrich Schiller (filósofo alemão do fim do século XVIII, autor de Do Patético e de Do Sublime) e de Friedrich Nietzsche (filósofo alemão do fim do século XIX, cujo primeiro livro foi O Nascimento da Tragédia) uma via de explorar a possibilidade da não-existência de um fim para a Arte (chamando Kant em Crítica da Faculdade de Julgar) ou, por outro lado, de este ser materializado na necessidade de ligação entre o Homem do mundo sensível e o do mundo das ideias, aludindo à Alegoria da Caverna, de Platão. Atendamos, então, a um exemplo, dado por Aristóteles em Poética: o filósofo grego mostra-nos uma forma de Arte, o teatro trágico, como uma forma de catarse. Ao explicar que os espectadores se servem do teatro no sentido de purgar emoções, de forma profunda, para depois se sentirem aliviados e prontos para o combate com a realidade, confere-lhe uma componente extremamente prática, transformando-a quase em algo que deve (com vista a cumprir o seu propósito) moldar-se à forma das necessidades de uma sociedade ou população. Esta perspetiva, por um lado, não se revela completamente sólida quando confrontada com manifestações artísticas contemporâneas, que fazem exatamente o oposto. Desta forma, pensemos, como Platão e Schiller, tendo por base a dicotomia que opõe o Homem do mundo sensível ao do mundo inteligível (aquele em que predominam as emoções e a espontaneidade e o outro que se rege pela razão, ordem e lógica), numa conceção de Arte que não lhe confere um propósito imediatamente reconhecido, mas antes uma função de garante da integridade humana: a Arte permite, para o Homem do mundo sensível, a sua fusão e progressiva integração com a dimensão racional, fazendo com que este desenhe o seu percurso rumo ao estado de plena liberdade de pensamento e libertação dos objetos sensíveis; a Arte educa. Paralelamente, para o Homem do mundo inteligível, a Arte funciona como elemento

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humanizador face ao extremo domínio da razão, possibilitando a movimentação deste por entre a panóplia de sentidos que não estão ainda sistematizados, que aparecem espontaneamente. Vemos, por estre prisma, uma abordagem francamente mais plausível da finalidade da Arte. Olhemos, desta feita, para a consideração de Kant. Enquanto as perspetivas que já visitamos eram eminentemente fruto de

Foto António Carvalhal (prof.)

funciona como elemento amenizador, de suavização do mundo.

Já Nietzsche, citando a definição de belo de um escritor – Stendhal – que o diz como promessa de felicidade, encara Arte como um meio para a felicidade, mas um meio a posteriori, na medida em que não é iniciada com esse propósito, mas vem a adquirir essa característica. Com Nietzsche, vemos o carácter fundamental da Arte no Homem, quando diz que “a honestidade traria consigo desgosto e suicídio. Mas é-nos possível evitar tais consequências com a ajuda de um poder que contrabalança com a honestidade: a arte”. É admissível pensarmos que, para este filósofo, a Arte, transfiguradora, aparece como uma cura para o mundo aberrante que diariamente se presencia, permitindo a estabilidade intelectual e prevenindo o desespero face à vida. Estamos, agora, mais capazes de tentar, a partir destas perspetivas, elaborar uma ideia sobre ‘Para que serve a Arte?’ Assim sendo, é aceitável que tomemos uma posição como resultado da assimilação e tratamento das perspetivas visitadas anteriormente, vendo a Arte, que, por ser transversal a todo o ser humano, é passível de ser interpretada corretamente de formas diferentes, com uma finalidade que compreende todas aquelas acima enunciadas, sendo, assim, um propósito polissémico. É legítimo assumir Arte como tendo um propósito de coesão entre o Homem, por um lado na medida em que faz a ligação entre as várias etapas da caminhada, que é marcada por uma crescente racionalidade, de modo a permitir um relacionamento harmonioso entre os homens; por outro lado, funciona como elemento amenizador, de suavização do mundo. Isto, caso assumamos que a Arte serve. Porque pode, efetivamente, não servir, existir apenas, não interferindo noutras existências… Nesta medida, o propósito da Arte, se existir, pode definir-se como propiciar uma base de entendimento entre homens e entre o Homem e si mesmo.

uma visão prática e quase utilitarista da Arte, Kant defende a total ausência de propósito prático da Arte em todas as suas vertentes: encara as consequências do facto artístico como um efeito secundário e Bibliografia recusa algo mais do que o desinteresse Botton, Alain de; Artigo para a Folha de São Paulo; 23 de Agosto de 1998. associado a qualquer aspeto da Arte. Esse Aristóteles; Poética; São Paulo, Culturix. desinteresse deve traduzir-se na destitui- Schiller, Friedrich; Do Sublime; Editora Alaúde ção de qualquer motivação física, ou social, Kant, Immanuel; Crítica da Faculdade de Julgar; Porto; Imprensa Nacional – Casa da Moeda inclinação natural ou necessidade. Salva- Nietzsche, Friedrich; O nascimento da tragédia; Lisguardamos, pela exploração da perspetiva boa; Relógio d’Água Kantiana, uma não-existência de serventia da Arte.


Filosofia e consciência cívica

Espaço público e espaço privado Edgar Morin afirmou: “O ser humano é uma unidade bio-socio-cultural”. Por outras palavras, somos naturalmente incentivados ao diálogo e à comunicação e pertencemos a uma sociedade. Maria do Carmo, Sofia Paixão e Mariana Fernanda, 11ºB

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ão vivemos isolados, vivemos uns com os outros e, nesse sentido, necessitamos do outro para sobreviver. E porque “a nossa liberdade termina quando começa a do Outro” há uma grande dificuldade em estabelecer relações de convivência com os indivíduos da mesma sociedade. Se, por um lado, nos sentimos bem em sociedade porque desenvolvemos as nossas disposições naturais, por outro lado, deparamo-nos com a dificuldade em conciliar as nossas diferenças. Estamos perante uma “sociabilidade insociável”, como disse Kant. Considerando a existência de duas esferas, pública e privada, é evidente a sua relação na medida em que, quando agimos individualmente, no espaço privado, interferimos no espaço público. Na antiga sociedade grega admitia-se que o espaço público se sobrepunha ao espaço privado pois permitia a realização plena da natureza política do homem. Atualmente, estes dois tipos de espaço complementamse, pois assistimos ao debate das questões privadas no espaço público. No contexto privado procuramos o que é melhor para nós, no público o que é, à partida, o melhor para todos. Como disse Aristóteles, somos “um animal político” e, como tal, tendemos a refletir sobre a nossa condição social e o modo como nos organizamos dentro de uma comunidade. No entanto, há uma grande diferença entre organização política (esfera da “polis”) e associação natural (esfera familiar). A associação natural tem origem na necessidade do homem em satisfazer as suas carências; princí-

pios. Assiste-se, portanto, a uma relação entre a ética e a política, pois ambas se preocupam com a questão do “viver bem”. Posto isto, compreende-se a necessidade da existência do direito e do Estado e de uma tentativa de conciliação das exigências pessoais e individuais com as exigências colectivas, sem pôr de lado a componente ética, de modo a assegurar o que é melhor e mais justo para todos os cidadãos. A democracia surgiu na Grécia no séc. V a.C. e, com ela, a igualdade de todos os cidadãos perante a lei e a oportunidade

de todos participarem na vida política. O ensino dos sofistas tornou-se fundamental na preparação dos jovens para a discussão de ideias na “polis” (cidade estado). Iniciaram-se confrontos de ideias entre os filósofos e os sofistas à volta da questão sobre “Quem deve governar” pois não se aceitava que a “polis” fosse gerida por todos. Com Aristóteles surge o conceito de filosofia política. O homem passa a ser visto como um animal social político e reconhece-se a importância da palavra na sociedade política. Surgem novas ques-

tões, mais uma vez relacionadas com “quem deve exercer o poder”, pois há dúvidas em relação à natureza humana, nomeadamente, se o homem é naturalmente bom e justo e apto a governar ou se, por outro lado, deve ser governado segundo regras bem definidas. Na reflexão política do séc. XX destacouse a filósofa alemã Hannah Arendt, valorizando a liberdade política, ou seja, é valorizada a liberdade de intervenção no espaço público, nomeadamente na política, e é dada maior relevância à “praxis”, ou seja, à ação comum. Assiste-se, portanto, a uma evolução da filosofia política. Tradicionalmente, considerava-se a existência da filosofia política como resultado da necessidade humana de conviver e de se relacionar e a palavra como algo fundamental. Contemporaneamente, reconhece-se que os assuntos humanos colocam verdadeiras questões filosóficas, dando-se maior importância à ação. Estamos perante um grande esforço por parte dos filósofos atuais em conciliar a universalidade dos direitos humanos com as diferenças culturais, tendo sempre por base três princípios fundamentais. São eles: a democracia como o melhor regime; a liberdade e a igualdade como direitos fundamentais e que, por vezes, se veem ameaçados; o diálogo como a via razoável da resolução dos problemas dos cidadãos. Para a construção de uma cidadania e de uma sociedade saudável, é necessária a conciliação entre a igualdade e a diferença, que passa pela existência do diálogo e da tolerância. 

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Filosofia e consciência cívica

Convicção, Tolerância e Diálogo Débora, Catarina, Mariana, e Rita Neves, 11ºA

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om o presente trabalho procurámos refletir sobre a questão da convicção, tolerância e diálogo e sobre como este tema se relaciona com a democracia, a cidadania e o quotidiano. Iniciámos o nosso estudo pela noção de convicção, cuja pluralidade leva à necessidade da existência do conceito de tolerância, que evoluiu ao longo do tempo. Pelo que pudemos constatar, uma noção de tolerância apoiada na indulgência e na condescendência não cobre as necessidades do nosso mundo global, que obriga os indivíduos a encarar o mundo de forma aberta e passível de análise crítica. Vimos, também, que o desenvolvimento deste conceito culminou na sua designação como parte integrante da natureza humana, universal e livre, suplantando o domínio da fé e do Estado pela sua racionalidade. A evolução do conceito de tolerância foi acompanhada por um progresso no campo dos direitos humanos, que hoje celebram a diferença, assegurando-lhe igualdade e liberdade, bem como outros direitos que lhes permitem usufruir dos primeiros. A necessidade de aperfeiçoamento deste conceito decorre, mais uma vez, da globalização e da diversidade de culturas com que nos deparamos, diversidade essa que pode ser encarada de diversas formas, de entre as quais podemos salientar o etnocentrismo, o multiculturalismo e a interculturalidade. A atitude considerada mais aceitável relativamente a este assunto é a interculturalidade, que passa pela aceitação ativa de outras culturas através do diálogo e da compreensão das suas convicções. O consenso universal idealizado por Apel e Habermas e o consenso duradouro e estável defendido por Rawls baseiam-se

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Diversidade Cultural

“O consenso universal é possível devido ao facto de o cidadão contemporâneo ser considerado cidadão do mundo, possuidor de direitos e deveres e capaz de uma reflexão e discussão respeitadoras e responsáveis.

precisamente nesta conceção de diálogo intersubjetivo que faz com que a verdade tenda para a universalidade, através do debate de valores e ideais. O consenso universal é possível devido ao facto de o cidadão contemporâneo ser considerado cidadão do mundo, possuidor de direitos e deveres e capaz de uma reflexão e discussão respeitadoras e responsáveis. Muito embora a tolerância seja necessá-

ria à coexistência de culturas e sujeitos, os seus limites não podem ser deixados à arbitrariedade, uma vez que a sua indefinição pode levar a uma aceitação passiva de valores e costumes, a um relativismo axiológico que faz imperar uma tolerância ilimitada, associado ao dogmatismo, incompatível com a existência de minorias. Com vista a ultrapassar estes entraves, concebe-se uma educação para a cidadania que consciencialize os cidadãos para os seus direitos e deveres, incluídos na esfera política da democracia. A aceitação ativa do Outro num mundo em permanente mudança sob uma dinâmica de fraternidade é um dos temas abordados pela Filosofia, que aglutina um conjunto de conceitos e convites à reflexão acerca destes mesmos assuntos. Daí a sua importância no ensino e na formação dos cidadãos que se inserem no regime democrático, o único capaz de regular a sociedade com base numa ética de responsabilidade e de respeito mútuo. 

Filosofia no ensino e em regime democrático


O neoliberalismo O liberalismo dos séculos XVIII e XIX ressurgiu, no séc. XX, sob a forma de neoliberalismo, como uma alternativa ao socialismo e ao comunismo, preconizando que o bem-estar individual, económico e político das pessoas e dos estados só será atingido através da adoção de uma política neoliberal. Mafalda Rothes, 11ºH

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liberalismo formou-se nos séculos XVIII e XIX, principalmente pela oposição dos burgueses aos estados absolutos e, por isso mesmo, aparece sobretudo como uma doutrina crítica. O liberalismo reclamava as liberdades jurídicas (tratamento dos indivíduos segundo regras gerais e fixas, às quais a própria autoridade estivesse sujeita), fiscais (o direito de só pagar impostos que tivessem sido votados por quem os paga), sociais (que, de certo modo, são já uma tradição para o socialismo, e, pelas quais, a luta pela liberdade já exige uma luta pela igualdade), económicas (obstrução de todos os entraves à iniciativa liberal – “laissez faire, laissez passer”) na produção e distribuição das riquezas e políticas (que aparecem como garantia de todas as outras liberdades). Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e económicas capitalistas, que defendem uma menor regulação do Estado na economia. Emergiu na década de 70 do século XX, através da escola monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que então atingiu a economia mundial.

que os demais países sofrem com o resultado da aplicação prática desta política, é defensável afirmar que os salários baixos e o desemprego só se ultrapassam verdadeiramente com os investimentos privados e a criação de riqueza. O eventual aumento das diferenças sociais que os críticos apontam ao neoliberalismo tem que ser regulado e protegido por uma política social, moderna e sustentável. Considero ainda que as teorias neoliberais têm de ser adaptadas à realidade e cultura de cada povo e de cada continente. A bondade desta teoria é que ela assenta, essencialmente, sobre a igualdade de oportunidades e na supremacia de cada indivíduo sobre o coletivo, defendendo que o Estado tem de estar ao seu serviço e não o contrário. Os problemas podem surgir quando o bem coletivo é subvertido à liberdade de cada um. Como em tudo, tem de imperar o bom senso e haver moderação na sua aplicação prática. Está mais que provado que a criação de riqueza compete à sociedade civil, devendo o Estado estimular as iniciativas individuais, ao mesmo tempo que deverá regularizar os direitos de cada individuo e o bem-estar coletivo.

Milton Friedman

O neoliberalismo apresenta como principais características a participação mínima do Estado na economia do país e no mercado de trabalho, privilegiando a lei da oferta e da procura; uma política de privatização das empresas estatais; a livre circulação de capitais; a abertura da economia para a entrada de multinacionais; a adoção de medidas contra o protecionismo económico; o aumento da produção com o objetivo básico de atingir o desenvolvimento económico; a desburocratização do Estado: leis e regras económicas mais simplificadas a fim de facilitar a atividade económica; a ideia de que a base da economia deve ser feita por empresas privadas e a defesa dos princípios económicos do capitalismo. Contra os que negam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências económicas e as grandes multinacionais e

Os principais teóricos do neoliberalismo foram Friedrich Hayek, Leopold von Wiese e Milton Friedman). Como exemplo de governos que adotaram um política económica neoliberal, temos o dos EUA (através de Ronald Reagan) e o do Reino Unido (pela mão de Margaret Thatcher).

Margaret Thatcher com Ronald Reagan

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O Estado Social “à rasca” Hoje em dia, desde que esta crise mundial nos abalou a (quase) todos, o termo ‘Estado Social’ está muito na moda. Ora são os jornais que têm logo como primeira página ‘ELES QUEREM SALVAR O ESTADO SOCIAL’, ora são as televisões que nos ofuscam os olhos com letras berrantes ‘ONDE VAI PARAR O NOSSO ESTADO SOCIAL?’. Mas, para minha pouca ou nenhuma admiração, quase ninguém sabe o que este conceito significa. Apenas se leva a sério porque ‘apareceu nas notícias’. Rita Pinto, 11ºH

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i, há uns tempos, um artigo online de um antigo ministro das finanças que afirmava que “a felicidade é problema de cada um e que não cabe ao Estado assegurá-la”, pondo em causa a tão carismática ideia de ‘Estado Social’. (Para aqueles que não sabem, Estado Social funciona como um género de uma garantia de que o Estado apoiará a população com diferentes subsídios, assistências, etc., e é um direito adquirido para qualquer cidadão. Por exemplo, a subsidiação ao desempregado, a reforma, o apoio às famílias com filhos, isto é, o abono, quase tão extinto como os dinossauros!). Admirou-me bastante que um antigo ministro tivesse a coragem para fazer uma afirmação destas, mas bem, estamos em Portugal, a notícia é de Abril de 2011, e o que acontece aqui hoje, amanhã já ninguém se lembra. Além disso, se ninguém perceber o que ‘Estado Social’ significa, uma afirmação destas nunca causará revolta ou polémica. Por outro lado, os detratores do Estado “Social” não se alimentam apenas da ignorância do povo para poderem tomar decisões atrás de decisões que constantemente deixam o nosso país mais podre (e não, não confundi com ‘pobre’!). Alimentam-se igualmente do medo. O medo deixa de pagar salários, o medo acaba com os direitos, o medo arrasa pensões, o medo arrasa sindicatos, multidões, o medo deixa que nos enganem, o medo tira-nos a escolha.

Mas do que teremos tanto medo? Do governo? De não haver outra solução para esta crise? De nada, nem ninguém, conseguir salvar o nosso Estado Social? De onde veio o medo? Virá das centenas de funcionários de uma fábrica que aceitam não receber durante meses porque ‘têm medo’? Virá dos milhões de desempregados que não fazem uma revolução porque ‘têm medo’? O medo vem do Estado, visto que foi ele quem o criou. Vem dos media, porque foram eles que o espalharam. O medo vem de cada um de nós, somos nós que não o queremos vencer. Este medo tira-nos o Estado Social, faz-nos não combater para o salvar, faz-nos aceitar que o governo acabe com ele, porque, segundo eles, não há outra forma de resolver a crise. De modo que, colegas, professores e funcionários desta escola, é bom que se perceba o grande problema deste país, que fará morrer a nossa democracia: quase ninguém percebe o que o Estado Social é, mas quase todos contribuímos para o destruir de cada vez que nos deixamos ficar apáticos, à espera que alguém nos salve desta crise. Então, tomemos medidas! Mas primeiro, seja oferecido um livro de História e um dicionário a cada um que não souber o que Estado Social é. Antes de estarmos indignados, sejamos informados.

Foto Ana Catarina - 11ºH

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O historiador Hélder Pacheco na nossa Escola Alunos do 11ºH

António Catarino (prof.) e Hélder Pacheco (historiador)

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onhecemo-lo principalmente pelos seus artigos sobre a cidade Porto no Jornal de Notícias, pelos seus livros de História bem presentes na nossa biblioteca, e pelos seus comentários sempre vivos sobre esta cidade. Pois bem, no dia 23 de abril, o Departamento de Ciências Sociais e Humanas convidou-o para apresentar uma palestra sobre o tema «Que Futuro para o Porto?». A palestra a que assistiu o 11ºF, G e H, foi extremamente viva e Hélder Pacheco juntou ao seu conhecimento sobre a história da cidade o facto de ser um grande comunicador. O futuro para o Porto em tempos de crise? Claro que há futuro para o Porto! Hélder Pacheco afirmou-o e deu aos nossos estudantes razões para acreditarem nisso, lembrando antigas crises muito mais profundas a que se assistiu em Portugal, sem que a cidade soçobrasse. Assim, apresentou números e factos: o turismo que tem vindo a mostrar um crescimento sustentado (muito à custa da

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projeção internacional do FCP, facto completamente novo nas economias), a presença do aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro, o crescimento de mercadorias no Porto de Leixões, a investigação científica da Universidade do Porto, muito bem cotada, e a SRU Porto Vivo que reabilita o centro histórico, são fatores de crédito sobre o desenvolvimento a médio prazo da cidade. Se foi verdade que a industrialização a que se assistiu no final do século XIX e nos planos de fomento salazaristas deram resultado, esse tempo já lá foi e, agora, há que olhar para novas formas de desenvolvimento comunitário que dê à economia um novo sentido. Foi bom, portanto, ouvir Hélder Pacheco e a sua esperança, com muitos argumentos sólidos, para continuar a acreditar nos valores do trabalho e do estudo. Ao arrepio dos tempos, diga-se, mas com um entusiasmo transbordante. 

o dia 20 de fevereiro, quarta feira, pela manhã, os alunos das turmas 11º G, H e 11º J tiveram a oportunidade de receber no auditório,o jornalista e diretor de informaçao da SIC norte, Pedro Cruz, no âmbito do tema "Os perigos da web ". Depois de uma breve exposição sobre o tema, o jornalista esteve disponível para responder às questões da audiência. O encontro teria o seu âmago nesta parte e, apesar de os alunos estarem, inicialmente, inibidos, o debate teve grande intensidade e muito cedo as capacidades comunicativas do orador conseguiram uma plateia geralmente atenta e participativa. Assim, o discurso meandrou pela importância da internet como meio de cruzamento e legitimação de informações : a propósito, foram referidos os casos da fotomontagem publicada em vários

jornais, do falecido ditador Chavez que foi tida como verídica, apenas porque enviada por uma redação espanhola "fidedigna " e dos embustes do famoso burlão português, Artur Batista da Silva, pseudoonsultor do Banco Mundial, economista das Nações Unidas; ofuturo otimista do jornalismo digital face ao impresso; a qualidade do jornalismo português, que admitiu ser muito boa e inclusive superior ao nível médio internacional; a influência dos meios de comunicação na sociedade, especialmente na sua formação cultural; e o estado e perspetivas futuras das estações televisivas privadas e públicas. A sessão terminou com uma promessa de reencontro, para que Pedro Cruz possa partilhar connosco outra vez a sua experiência jornalística. Tiago Dias, 11ºH

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Egipcías

Ao encontro dos lugares

Magda Mendes, 10ºH

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omo disse Christian Jacq no seu livro As Egípcias, “a civilização faraónica conferiu à mulher um estatuto excecional, que as sociedades modernas nem sempre conseguiram igualar”. Na verdade, as mulheres do Antigo Egito tiveram uma posição absolutamente extraordinária na sociedade: exerceram altas funções no Estado, nomeadamente no topo das hierarquias sacerdotais (como papisas, rabinas, reitoras, «cantoras dos deuses») e um elemento essencial para o cultivo e manifesto da beleza por parte desta grande Civilização. Devido ao notório sistema jurídico, a mulher e o homem eram iguais por direito e de facto; a mulher tinha a inteira liberdade de movimentos e não existia tirania exercida por um sexo em detrimento do outro. Prova que nos mostra este elevado e luxuoso estatuto da mulher no Egipto é uma estátua colossal, que se encontra no Museu do Cairo, em que estão representados o Faraó Amenotep III e a sua esposa Tiyi (9º reinado da 18ºdinastia, Império Novo), verificando que ambos que se encontram ao mesmo nível posicional. Merit-Neit é considerada por muitos a primeira Faraó do Egipto, no entanto, Hatshepsut (5ªFaraó da 18ºDinastia) é a mais popular mulher com o título de Faraó no Egito. Primeiro foi esposa real, regente, e depois faraó. Porém, a sua notoriedade deve-se a factos, um pouco romanceados e também à duração do seu reinado, cerca de 22 anos, e a

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abundância de documentação arqueológica. Como outros grandes exemplos de mulheres no poder, é mais do que obvio referir as rainhas Nefertiti e Nefertari. Nefertiti, cujo rosto é mais do que conhecido, foi a principal esposa de Amenotep IV ou Akhenaton, o Faraó Monoteísta (Dinastia de Amarna). Existem teorias que esta assassinou o rei para tomar o poder ou que numa tentativa de assassinato (devido ao facto de o reino ter entrado em ruína) esta tenha sobrevivido e tornou-se faraó com o nome Semenqkaré. O seu elevado estatuto um tanto discreto, comprova-se com o facto de o nome do Faraó não ser seguido pelo seu nome próprio mas sim por Nefertiti e sendo esta alvo de fortes evocações. Por último, Nefertari, que foi a principal esposa do grande faraó Ramsés II (que reinou mais ou menos 66 anos) e que fez do Antigo Egipto ainda uma maior Civilização de glória. Nefertari participou em ritos de coroação, teve um papel ativo nos rituais do Estado, exerceu grande influência na política externa e como tentativa de obtenção de paz com os hititas, esta correspondeu-se à Rainha do Hatti. Como forma de demostrar o seu amor pela sua rainha, Ramsés II mandou construir dois templos em Abu Simbel e um deles dedicado a Nefertiti, mandou construir também um belíssimo túmulo para esta, onde a sua figura transparece. Sendo o Antigo Egito uma civilização extremamente antiga e pela situação inferior da mulher na atualidade neste país, é de admirar a visão “modernista” da mulher que se tinha em tão longínquos tempos… 

Fontes: As Egípcias, de Christian Jacq

http://antigoegito.org/208/ http://pt.wikipedia.org/wiki/ XVIII_dinastia_eg%C3%ADpcia

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Magda Mendes, 10ºH

Castelo da Feira

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o dia 30 de Abril, as turmas de Humanidades do décimo ano realizaram uma visita de estudo no âmbito das disciplinas de História, Geografia e Educação Física. A primeira paragem foi no Castelo de Santa Maria da Feira com o objetivo de testemunhar os elementos de Arte Românica,e essencialmente da Arte Gótica que predomina neste monumento; visualizamos um vídeo em que se fazia referência às transformações que o castelo sofreu ao longo dos séculos e das intervenções arqueológicas realizadas, onde foram encontrados vestígios não só medievais, mas também romanos. Visitámos todas as partes do castelo tendo, como guias, os professores de História. A segunda paragem foi na fábrica e no Casino das Águas do Luso. Na fábrica tivemos a oportunidade de presenciar os processos de engarrafamento acompanhados por uma guia. No Casino (construção da “Belle Époque”), encontra-se um Núcleo Museológico com peças da Fábrica, das Termas e do Grande Hotel do Luso como forma de comemorar os 160 anos da Sociedade. Esta visita teve, como objetivos, demonstrar como os recursos endógenos são importantes para desenvolvimento regional/nacional quando aproveitados e a importância da água como um bem essencial e como uma aposta turística, nomeadamente, a importância medicinal das águas termais. A terceira e última paragem foi na Mata do Bussaco onde tivemos a oportunidade de caminhar num espaço de beleza natural única. A caminhada teve como finalidade promover o exercício físico de uma forma bastante agradável. Durante esta caminhada fomos ao encontro do Palácio Hotel do Bussaco de estilo neomanuelino.Foi um passeio escolar bastante agradável e um grande momento de convívio.


Viajar pelo Benelux Quando se tenta relatar uma viagem que contempla países como a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo, não é fácil escolher os momentos ou os lugares que mais nos fascinaram. Existem no entanto, dois locais que me marcaram profundamente, a Grand-Place de Bruxelas e o Museu Van Gogh, em Amsterdão. Ana Rita , 11ºG

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conto de fadas e é praticamente impossível andar um quarteim Bruxelas, apesar das indicações iniciais acerca dos rão sem fotografar compulsivamente tudo aquilo com que nos lugares mais icónicos, houve liberdade quase total para cruzamos. explorar a cidade. A Grand-Place é um dos raros lugares onde Amesterdão não tem a mesma delisomos tão assombrados com a beleza dacadeza de Bruxelas. Era, inicialmenquilo que nos rodeia que não conseguimos te, uma cidade de comércio, as casas concentrar-nos num único pormenor. Todo antigas foram construídas para seo centro da cidade de Bruxelas é de uma “Estava particularmente rem armazéns e isso confere-lhe beleza delicada e bastante artificial, cuidafuncionalidade. É uma cidade jovem, frio, até para a Primavera dosamente reabilitada e cheia de cadeias moderna e populosa. É uma cidade internacionais de fast food, lojas de chocoHolandesa, por isso não sem preconceitos e essa ausência de late que parecem saídas dos sonhos do encontramos os esperados restrições parece manifestar-se na Willy Wonka e lojas caras de lembranças, arquitetura, muito mais sóbria e tapetes de flores exteriores especialmente pensadas para tirar dinheiro menos sufocante do que a de Bruxea turistas ingénuos. Há, no entanto, um no parque floral Keukelas, embora com edifícios belos. Vale cunho de autenticidade: as galerias de lojas nhof. Mas os pavilhões, a pena mencionar que, por causa das com homens austeros que nos olham como passadeiras longas e das bicicletas, cheios de flores, cor e belese fossemos um gangue de crianças sujas atravessar uma rua em Amsterdão é da Inglaterra vitoriana, uma rapariga atareza, tornaram esta visita um trabalho de Hércules… fada, que arranja tempo param sorrir e inesquecível! responder a perguntas, num inglês bonito Antes de falar do museu Van Gogh, com um forte sotaque belga, antes de entenho de esclarecer que não houve trar numa casa de tijolos alaranjados, uma absolutamente nada na viagem de marcha de homens que caminham vestidos que eu tivesse gostado tanto. Espede preto, com um estandarte e com uma legenda numa língua rava olhar para as obras de Vincent Van Gogh com a mesma indecifrável. Um cheiro a chocolate e uma luz invernal que paiindiferença que olhei para alguns quadros do Louvre. Aproxiram sobre todo centro da cidade… Tudo isto com a neve a ensomar-me-ia deles, olharia durante tempo o suficiente para perpar-nos o cabelo. ceber a cena retratada e fazer um ar inteligente, afastando-me depois a pensar “Pois, é a Mona Lisa…” Bruges é uma vila pequena que, com alguns ajustes, poderia facilmente ser o cenário de uma história medieval e é particuContinua na página 27 larmente bela e quase natalícia, quando coberta de neve, tal com a encontramos. Dá a sensação de se estar dentro de um

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Desporto escolar:

no Ténis não há empates Carmo Oliveira (professora responsável pelo grupo de Ténis)

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Desde há dois anos que na nossa escola funciona um grupo de ténis é, provavelmente, o desporto mais bonito que ténis, integrado no Desporto Escolar. Este ano letivo foi o primeiro existe. Coloca frente a frente dois adversários, com a em que entrou em competição, a ESAS venceu todas as etapas e certeza de que um sairá vencedor e outro derrotado. Contudo, as nossas atletas ocupam as primeiras posições do ranking. Um este confronto direto, muitas vezes repleto de rivalidades, assenta louvor particular à primeira e segunda classificadas: a Isabel Reis e na base do fair play e do respeito mútuo. De facto, é o nosso ada Catarina d’Oliveira. Infelizmente, a atual conjuntura não permite versário que nos passa as bolas, quando elas estão no campo dele, a existência de uma etapa nacional, em que, seguramente, a nosé de bom tom pedir desculpa quando a bola toca na rede e cai sa escola faria boa figura. Não apenas pelas vitórias, mas pelos morta do outro lado, sem dar hipótese de valores éticos que a treinadora lhes recoresposta, e, não raro, aplaudimos uma nhece, que presidem a este desporto e que jogada extraordinária do nosso rival, cujo são também defendidos no nosso projeto “O ténis é, provavelmencampo não devemos nunca pisar, a não educativo: o trabalho, a exigência, o respeite, o desporto mais boser que ele nos dê autorização. No fim, to e a responsabilidade. A nossa escola foi, cumprimentamos o nosso oponente e, sem dúvida, a vencedora: foi a única que nito que existe. Coloca quer sejamos o vencedor ou o derrotado, nunca perdeu um jogo por falta de compafrente a frente dois adagradecemos a partida e elogiamos o jogo rência, teve sempre uma atleta disponível que ele fez. Um desporto exigente do para arbitrar os jogos, todas cumpriram os versários, com a certeponto de vista ético, portanto. horários e as indicações da treinadora e za de que um sairá ven- levaram sempre – para os treinos e para as Quem vê uma partida num dos grandes estádios acredita que é fácil: usar uma competições – boa disposição, espírito de cedor e outro derrotaraqueta, dar uma pancada numa bolinha equipa e de entreajuda. Um louvor particudo. amarela, com cerca de 55 gramas, e pô-la lar à Otelinda, pelo bom humor, e à Inês longe do adversário. Contudo, quem pega Frutuoso, pela disponibilidade e pelo trabanuma raqueta pela primeira vez, rapidamente se apercebe do lho excecional de apanha-bolas. Os outros membros da equipa grau de exigência deste desporto: acertar na bola não é tão fácil não devem ser esquecidos, até porque se vão embora, espero que como parece, fazê-la passar a rede pode ser um pesadelo e, se para levar os valores da ESAS para outras paragens: a Catarina Flor tudo isto for conseguido, há que mantê-la dentro do campo e fora e a Rita Oliveira, que obteve um honroso terceiro lugar no ranking do alcance do nosso rival. Depois há toda uma panóplia de pancajúnior. A todos os outros, os que vieram aos treinos mas não comdas diferentes: direita (forehand), esquerda (backhand), serviço, petiram, deixo o desejo que não abandonem este desporto. Para vólei, amortie, lob, half volley, drive volley… Para complicar ainda o ano, haverá novos treinos, novos jogos, novas vitórias e novas mais, as pancadas podem levar muito spin, podem ser em slice, derrotas. Espero ver uma nova equipa, de raqueta na mão, a prepodem ser chapadas… É diabólico e exige muito treino. parar novos triunfos, pois no ténis não há empates. 

Inês Frutuoso, 10.ºA, Catarina d’Oliveira, 11.º C, Otelinda Morgado, 10.º A, Isabel Reis, 10.º D, Catarina Flor, 12.º A, Rita Oliveira, 12.º A e a professora responsável Carmo Oliveira.

Desporto escolar 26

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Desporto escolar

ACRONinfas “A Aurélia de Sousa já é conhecida como a Broadway Acrobática” Estefânia, Inês, Raquel, Beatriz, Bruna, Rita, Joana, Ana, Beatriz, Mariana, Sofia e Léa.

Viajar pelo Benelux

Continuação da página 25

Os quadros de Van Gogh não tiveram o mesmo efeito. O aparelho com auriculares que documentava a vida e a evolução artística do pintor através dos seus quadros não só me deu noções acerca da sua técnica e me chamou a atenção para pormenores em que eu não teria reparado sozinha, como bloqueou algum do burburinho que me rodeava e me fez retirar para o meu próprio espaço. Foi com Aardappeleters (“Os comedores de batatas”) que se deu a experiência mais intensa com arte que tive até hoje. Enquanto os meus olhos vagueavam das mãos calejadas aos olhos esbugalhados da camponesa, houve um momento em que eu não estava numa sala de um museu atulhada de turistas, estava naquele quadro. Volendam é uma vila piscatóriano Mar do Norte, onde a combinação do frio habitual com a maresia era quase insuportável, talvez por isso só me lembre de uma fila de casinhas pequenas e lojinhas

de turistas à beira-mar… Estava particularmente frio, até para a Primavera Holandesa, por isso não encontramos os esperados tapetes de flores exteriores no parque floral Keukenhof. Mas os pavilhões, cheios de flores, cor e beleza, tornaram esta visita inesquecível! A cidade do Luxemburgo tem uma arquitetura sóbria e austera sem ter a vida de Amsterdão. Tem algum encanto, mas fica muito aquém das outras capitais do Benelux. Apesar de tudo, o essencial de uma viagem pode ser resumido no conjunto limitado de sensações que resistem à efemeridade da memória factual: a sensação da neve a cair na nossa pele, enquanto se ouvem os risos de uma noiva, o cabelo lilás de uma rapariga bruxelense e os olhos desesperados e acusadores de uma mulher, forjados por meia dúzia de pinceladas e mais reais do que tudo o resto…

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livros

O Hobbit JJR Tolkien João Luís Carvalhal, 7º E

O

Hobbit, livro escrito por John Ronald Reuel Tolkien, foi publicado pela primeira vez em Setembro de 1937. Depois de O Hobbit, Tolkien escreveu outras histórias, todas ligadas a esta, como O Senhor dos Anéis, O Silmarillion, Contos Inacabados de Númeror e da Terra Média e Tom Bombadil e Outras Histórias. Este livro narra a viagem e aventuras de Bilbo Baggins, em conjunto com um grupo de Anões e ajudado muitas vezes pelo feiticeiro Gandalf, com intuito de recuperar a cidade e o tesouro dos Anões, anteriormente roubados por Smaug, um enorme dragão dourado. Bilbo é um hobbit, que, tal como os seus companheiros hobbits, é pequeno, gosta da calma e da tranquilidade e vive pacificamente no seu largo e luxuoso buraco. Gosta de comer bem e dormir muito e está sempre rodeado de vizinhos e convidados, continuamente em festa. Contudo, após a chegada de Gandalf, o feiticeiro que já não era visto em Hobbiton havia muitos anos, o seu sossego é perturbado. De um dia para o outro, Gandalf enche-lhe a casa de convidados inesperados, treze Anões que precisam de mais um membro para a sua viagem, e arrasta Bilbo (no início contrariado) para a perigosa aventura de recuperação do tesouro e da cidade.

entre Gollum e Bilbo (no qual este obtém o anel da invisibilidade), a fuga da cidade subterrânea dos gnomos, a luta contra as aranhas gigantes da Floresta Tenebrosa, a fuga da prisão dos Elfos da floresta e a Batalha dos Cinco Exércitos. Durante a sua viagem, são ajudados por muitos amigos e aliados, como Elrond, o elfo; o Senhor das Águias; Beorn, o homem que consegue transformar-se em urso; Bard, o arqueiro de Esgoroth que mata o dragão; e Dain, o anão. Ao longo desta aventura, Gandalf, os Anões e o próprio Bilbo apercebem-se de que este não é só um pequeno e pacato hobbit e dá-se uma grande mudança psicológica nele. Talvez por isso, os Anões passam a tratá-lo com mais respeito do que no início da jornada. O Hobbit é um livro que nos prende desde o início ao fim e nos leva a refletir, fazendo-nos viajar para um mundo de fantasia que, indiretamente, é uma crítica ao mundo real (o livro foi parcialmente escrito durante a 2ª Guerra Mundial, na qual Tolkien esteve envolvido como militar). Gostei imenso de ler este livro!

No dia seguinte, Fili, Kili, Balin, Dwalin, Oin, Gloin, Dori, Nori, Ori, Bifur, Bofur, Bombur e o lider dos Anões Thorin Escudo-de-Carvalho (o legítimo rei da cidade tomada por Smaug) partem acompanhados por Bilbo e Gandalf na perigosa jornada. A partir daí vivem numerosas aventuras (com ou sem Gandalf, que desaparecia de vez em quando) antes e depois de chegarem à Montanha Solitária, onde se situa a cidade dos Anões, como o encontro com três Trolls, o jogo das adivinhas

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Desaparecidas

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Tess Gerritsen Mafalda Monteiro, 11ºG

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aura Isles, uma médica-legista, recebe o que seria apenas mais um corpo para fazer a autópsia, até ao momento em que o cadáver abre os olhos. A desconhecida é, de imediato, levada para o hospital onde, juntamente com o suposto segurança, faz vários reféns, entre eles, a detetive Jane Rizzoli, prestes a dar à luz o seu primeiro filho e que, coincidentemente, é amiga de Maura. Só mais à frente é que se descobrem os dados desta mulher e o modo como foi parar à morgue (mais uma rapariga obrigada a prostituir-se desde muito nova e que, finalmente, conseguiu escapar daquela vida). Mais um ótimo livro da autora de “O Cirurgião” – Tess Gerritsen -, no qual as vidas de três personalidades se cruzam e dão origem a grande suspense e inúmeras peripécias, que agarram o leitor da primeira à última página.

O Jornalesas errou Na edição XXXV de abril, na página 5, no artigo “Conceito de cidade?”, onde se lê “27 de Abril”, deve ler-se” 27 de fevereiro” e na página 14 e contracapa, onde se lê” Geosítio” deve ler-se “Geossitio” . Pelos erros, pedimos desculpa.


O estranho caso de Dr. Jekhyll e de Mr. Hyde

Ciência semana a semana Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC

Robert L. Stevenson, 1886 Martim Godinho, 7º D Quem afirmou o seguinte? “Escolhe um trabalho que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.”

Procure a resposta nas páginas desta edição do Jornalesas

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r. Jekhyll é um médico e cientista com uma personalidade multifacetada. Esta narrativa do célebre autor escocês Robert Stevenson relata a ideia e o processo a que Jekhyll recorreu para separar as suas distintas personalidades em dois seres humanos de caraterísticas completamente diferentes: o bom e distinto Dr. Jekhyll e o hediondo e misantropo Mr. Hyde. É um livro que contém informação científica, reflexão, extremo suspense e até terror. Contudo, mantém sempre a linha ideológica de mistério policial. É, no fundo, uma fábula intemporal sobre o bem e o mal e os limites éticos da ciência. A história é relatada ao leitor por Uttersone, um advogado amigo do médico, que ouve rumores acer-

ca dos atos malvados de Hyde e que nota uma alteração comportamental no seu amigo, coincidente no tempo com o início desses rumores. Uttersone decide então investigar o assunto… Aconselho vivamente a leitura deste clássico da literatura. É uma excelente leitura para quem gosta de histórias de mistério, para aqueles leitores que se querem iniciar neste tipo de narrativa e também para aqueles que têm pouca coragem para ler livros muito extensos. O livro tem umas meras cento e seis páginas, cheias de ação, mistério e terror, prontas para serem lidas… por ti! Boas leituras.

Soluções do desafio — abril 2013

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O mar não é só peixe

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s alunos das turmas de 11ºano F, G e H, motivados pelos conteúdos das aulas de Geografia, saíram dia 16 de maio, para uma visita de estudo a Matosinhos. Começamos por uma incursão pela lota de Matosinhos, onde os pescadores descarregavam a sardinha que seria leiloada pouco depois. O mau tempo condicionou por esses dias a pescaria, que se mostrou pouco farta aos nossos olhos. As variações de preço de mercado impressionaram-nos, pois são fortemente influenciadas pela procura, de tal forma que um cabaz, de cerca de 22 quilos, pode oscilar entre os 17 euros, nos dias de menor procura, e os 300/400 euros, na altura do S. João. Mas o mar não é só peixe e isso pudemos constatar na APDL/ Porto de Leixões, ali mesmo ao lado. O percurso ao longo desta imponente infraestrutura portuária foi feito no interior da camionete e a voz do nosso anfitrião o, Dr. Jorge Cabral, conduziu a nossa atenção. O reconhecimento da importância de um porto com a eficácia do de Leixões é uma mais-valia para a região norte, não só pela dinâmica de mercadoria que movimenta,mas também pela quantidade de funcionários que mobiliza. Nesta azáfama não foi negligenciada a componente ambiental, pois foi criada uma via interna de circulação para que os grandes camiões de mercadorias

não perturbem o movimento pendular nas estradas de acesso à cidade. Até foram criados painéis de proteção para minimizar o impacto ambiental dos depósitos de vidro, sucata e de estilha. Além disso, o novo terminal de cruzeiros está quase pronto e irá contribuir para o incremento do turismo na nossa cidade, onde uma visita às caves do afamado vinho do Porto é sempre obrigatória. Contudo, os atrativos do litoral não se ficam por aqui, há mais, muito mais. Então as praias e os desportos ligados ao mar? Desta vez e por iniciativa da profª de Educação Física, Catarina Cachapuz, foi feito o contacto com um escola de surf, a “Onda Pura”, e os alunos tiveram oportunidade de fazer uma aula. O dia estava cinzento, mas o entusiasmo não esmoreceu. Chegou até a chover, mas ninguém arredou pé, muito pelo contrário a alegria de partilhar uma tarde diferente estava estampada nos rostos de todos. A tranquilidade das ondas inspirava confiança. Seguir as indicações dos monitores e resistir ao cansaço não foi fácil. Mas quando a vontade é muita, os lamentos são risos e brincadeiras. Esta experiência única ficará na nossa memória.

“ O investimento está feito. Os estádios estão aí - e movem-se” Tiago Pires - surfista Português, numa alusão à diversidade de ondas do mar Português

Praia de Matosinhos—16 de maio—alunos —11º E, F, G e H Fotos Ana Catarina - 11ºH

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Quando é que um vetor desmaia???

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Dia do Autor l 2 l Dia Mundial do Livro 2013 l 3 l Concurso Nacional de Leitura l 4 l Xadrez l 5 l Física l 5 l Economia l 6 l Concurso de Fotografia l 7 l Semana das Línguas l 7 l 8 l 9 l O que é ser cidadão europeu? l 7 l União Europeia l 10 l Clube Europeu l 11 l Missão JRA l 12 l Lugar da Ciência l 13 l 29 l 30 l Daltonismo l 14 l Professoras da ESAS l 15 l 16 l 17 l Para que serve a Arte? l 18 l Filosofia e consciência cívica l 19 l O neoliberalismo l 21 l O Estado Social “à rasca” l 22 l Hélder Pacheco l 23 l Pedro Cruz l 23 l Egípcias l 24 l Lugares l 24 l lViajar l 25 l Desporto Escolar l 26 l 27 l Livros l 28 l O mar l 30 l

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Sorriso Amarelo

Núcleo de estágio de Matemática para LdC – 2012/2013

Ó avô, não te importas de me ajudar a achar o m.m.c.?

Que horror! Ainda não o encontraram? Já no meu tempo de escola andavam à procura dele!

Núcleo de estágio de Matemática para LdC - 2012/2013

Sorriso Amarelo

Depois de ter abandonado o atlético de Madrid para ir jogar no campeonato italiano, Paulo Futre disse: “ a minha vida deu uma volta de 360º.”!!!

Sorriso Amarelo Núcleo de estágio de Matemática para LdC – 2012/2013

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(pesquisa: jornalesas)

Quando perde o sentido!

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Editorial

A

situação de estabilidade que se vive na nossa Escola não é de modo nenhum o espelho do país a nível da Educação. Não sabemos se a comunidade educativa, pais incluídos, se apercebem deste facto que é eminentemente político. E porque é político? Porque a condução de uma escola exige múltiplos fatores: humanos, económicos e sociais. Essa gestão política, no que à Secundária/3 Aurélia de Sousa diz respeito, tem um nome: Delfina Rodrigues, juntamente com uma equipa que se completa como um verdadeiro corpo saudável. É bom lembrar que a recondução desta equipa foi fruto de uma quase exigência comum, tendo em conta um processo muito questionável de agrupamentos, novas leis de nomeação das direções escolares, com um ataque cerrado à escola pública que determina um clima muito negativo no campo da educação a nível nacional e com uma desmotivação evidente de toda a classe docente. Como dizia uma colega nossa durante este processo de recomposição da direção «É preciso sermos muito egoístas para exigirmos isto a uma pessoa!», sendo que o «isto» era determinar que o nome de Delfina Rodrigues se perfilasse novamente na condução desta Escola. Ora, em termos políticos esta recondução significa a vitória de uma comunidade escolar. Em primeiro lugar, porque esta equipa foi consecutivamente eleita, e durante anos, quando existia democracia nas escolas (quantas equipas diretivas se podem gabar deste facto?); em segundo lugar, porque a prática de gestão diretiva sob a responsabilidade de Delfina Rodrigues produz um ambiente político positivo, de rigor e de exigência na escola pública, minimizando os efeitos muito negativos que vemos em todo o lado de desmantelamento de uma Escola de todos e que ainda tem espaço na nossa Constituição. Mas até quando? Na Aurélia de Sousa, ainda temos a resposta: pelo tempo que esta direção estiver cá. E isso é um facto político no melhor que tem esta palavra e que se traduz num legado insubstituível. 

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 equipa.jornalesas@gmail.com

Notícia de última hora

M

aria de Fátima Candeias foi a vencedora do 1º Prémio, na categoria Docentes |trabalho individual, do concurso “Saramago – Uma História de 90 Anos”, com o “Diário de uma homenagem”, em Livro Digital. “Diário de uma Homenagem” irá integrar, a partir do dia 25 de junho, a Biblioteca de Livros Digitais do PNL. O dia da entrega dos prémios será a 4 de julho/2013, na Fundação José Saramago, em Lisboa, às 15h 00. A Biblioteca/CRE felicita a Dra. Fátima Candeias por este importante prémio que muito honra a nossa escola.

Junho . 2013 http:// www.issuu.com (pesquisa: jornalesas)

FICHA TÉCNICA Coordenadores: Ana Amaro (profª), António Catarino (prof.), Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª) Equipa redatorial: António Catarino (prof.), Liliana Rodrigues (11ºG), Mafalda Monteiro (11ºG), Mariana Oliveira (11ºG), Magda Mendes (10ºH), Tiago Dias (11ºH) e Íris Lima (11ºH). Revisão de textos: Ana Amaro (profª), António Catarino (prof.), Mª João Cerqueira (profª), Íris Lima (11ºH) e Mariana Oliveira (11ºG). Capa: Carmo Rola (profª). Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª ). Impressão : E.S./3 Aurélia de Sousa - Equipa Jornalesas Outros colaboradores: Ana Filipa (7ºC), André Campanhã (7ºE), André Monforte (10ºF), Beatriz Lamares (11ºG), Henrique Vasconcelos (11º D), António Carvalhal (profº), Carlos Morais (profº), Eduardo Cunha (9ºD), Frederico Oliveira (9ºD), Helder Cardinali (10ºG), Inês Bacelar (11ºH), João Luís Carvalhal (7ºE) , Jovens Repórteres para o Ambiente, Luís Branco (7ºC), Lugar da Ciência, Luísa Mascarenhas (Biblioteca), Mafalda Martins (7ºC), Miriam Costa (10ºI), Guilherme Amorim (7ºE), Manuela Violas (profª), Maria Cascarejo (10ºI), Mariana Viana (profª), Ricardo Ávila (11ºG), Tiago Dias (11ºH), Rosa Costa (profª), Vitor Sarmento (prof.) e professoras estagiárias de matemática. Financiamento: Estrela Branca - Pão quente, pastelaria; Porto Alto - Pão quente , pastelaria; Helena Costa - Instituto de beleza; Não + Pêlo - Estética ; Monells /Cerdiberus - Produtos alimentares e Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.

Os textos para a edição XXXVI do Jornalesas foram redigidos segundo as novas normas do acordo ortográfico


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