INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
EDITORA FIEL Adoração, O que a Bíblia Ensina Sobre... Autor: Robert L. Dickie O que é adoração? Como adoramos? O que é adoração aceitável a Deus? Nesta obra completamente bíblica e muito prática, o pastor Robert L. Dickie responde essas perguntas, direcionando-nos a exemplos claros de adoração nas Escrituras. Confissões de um Ministro de Louvor Autor: Dan Lucarini A música na igreja evangélica tem sido constantemente um dos assuntos mais controversos dos últimos 50 anos. Dan L ucarini, com sua ex p e r i ê n c i a d e e nv o l v i m e n t o profundo na música moderna (secular ou não) e honestidade em compartilhar sua própria jornada espiritual e musical, nos oferece, neste livro, uma avaliação do que julga ser um dos principais problemas da igreja contemporânea. Louvor em Crise Autor: Peter Masters
Abílio César Dias Nascimento ADVOGADO
Este livro apresenta quatro princípios essenciais que Jesus estabeleceu para adoração, pelos quais devemos julgar cada nova idéia. Aqui, encontramos também um ponto de vista fascinante a respeito de como os crentes adoravam nos tempos bíblicos, incluindo regras sobre o uso de instrumentos. Esta importante pergunta é respondida: o que a Bíblia ensina sobre o conteúdo e a ordem de um culto de adoração em nossos dias?
CAUSAS CÍVEIS E TRABALHISTAS ASSESSORIA JURÍDICA PÚBLICA
Recomendamos que a leitura desses livros e de todas as citações Bíblicas seja feita acompanhada da Bíblia Almeida Corrigida Fiel (SBTB), visto ser a Bíblia da Refoma Protestante e dos Puritanos (por equivalência à KJV).
Praça Tancredo Neves, 85 - Centro Vit. da Conquista/BA Fone: (77) 3421.1148 e-mail: abiliocesar@uol.com.br
Pedidos: EDITORA FIEL DA MISSÃO EVANGÉLICA LITERÁRIA Caixa Postal 1601 - São José dos Campos, SP CEP 12230-990 - PABX (12) 3936-2529 jack@editorafiel.com.br - julio@editorafiel.com.br www.editorafiel.com.br
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Revista Apologético-Cristã Bimestral Ano 7 - 2008 - nº 14
Editor-Chefe LUCIANO HÉRBET OLIVEIRA LIMA
Editorial
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A Liturgia no Culto Cristão
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Adoração, as origens de tantas distorções?
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Culto não é show e louvor não é baderna
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Bater palmas e as Escrituras
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Dança Litúrgica
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Concerto de Música Sacra
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Tensões No Culto Evangélico Brasileiro
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Indicações Bibliográficas
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Diretor Geral e Co-editor MARCOS ANTÔNIO FREIRE MARTINS Conselho Editorial JOSIAS BARAÚNA JR. HÉLIO DE MENEZES SILVA JOSÉ INFANTE NETO Conselho Teológico PR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA PR. DAVID THOMPSON PR. CALVIN GARDNER Revisão JOSÉ INFANTE NETO Direção de arte/Diagramação JAIME PORTELA DE VERÇOSA JR. Marketing/Publicidade JOSÉ FLORIVAL SOUSA Capa GRÁFICA LASERSET
Revista SÃ DOUTRINA A/C Marcos A. F. Martins Praça Gerson Sales, 42 - 1º andar Bairro Alton Maron CEP: 45045-020 - Vit. da Conquista-BA Fone: (77) 8807-0109 www.revistasadoutrina.com Sã Doutrina é marca registrada no CRTD de Vitória da Conquista sob nº 81, Livro B-1 (apresentado para registro e apontado sob nº 34.076).
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Editorial U
m dos pontos distintivos entre algumas igrejas e denominações, além de certas doutrinas, é a forma (liturgia) do culto congregacional. Trata-se de um ponto tão importante na vida da igreja, que um pastor (em alta nos círculos cristãos) afirmou que a igreja precisa urgentemente de uma reforma litúrgica¹. A presente edição da RSD pretende analisar à luz das Escrituras Sagradas esse tema tão desafiador; não tem a pretensão de esgotá-lo e nem de ser a palavra final, contudo, nossa oração é de que estejamos expressando com fidelidade as verdades ensinadas na Palavra de Deus. Muitos têm afirmado nos dias de hoje que a forma de como a igreja se reúne para adorar a Deus não é relevante, e sim a disposição de nosso coração em adorar que é salutar. Percebe-se também que a adoração muitas vezes tem sido mal compreendida, e seu conceito/significado tem se restringido aos momentos de reuniões de louvor ou cultos. Faz-se necessário um exame através das Escrituras para uma melhor compreensão acerca da adoração e do culto cristão. Mais em voga hoje em dia, a expressão “encontros de adoração” tem sido utilizada para substituir a palavra “culto” em algumas igrejas. Nesses encontros, o momento de louvor, apelidado de “louvorsão”, tem assumido o papel central, relegando ao segundo plano o estudo bíblico ou a pregação da Palavra de Deus. Não são muitos os pastores que têm resistido a essas mudanças. Poucos parecem se preocupar com as transformações que boa parte das igrejas está passando nesse inicio de século. Todavia algumas dessas preocupações são bastante pertinentes: A mensagem do evangelho pode estar sendo comprometida de alguma forma
Tensões no Culto Evangélico Brasileiro
com essas mudanças? A pregação expositiva das Escrituras ainda ocupa um lugar central no culto? A liturgia adotada contribui para que haja “ordem e decência” no culto? Outros aspectos igualmente importantes são motivos de análise: a liturgia tem proporcionado uma participação mais espontânea dos membros comuns? Somente os pastores e diáconos são responsáveis pela condução do culto? A liturgia pode “engessar” a liberdade de seus participantes? Razão ou emoção no culto? É possível um equilíbrio? O que se pode observar é que a igreja atual tem lançado mãos de inovações e estratégias seculares, principalmente ferramentas de entretenimento e de gerenciamento empresarial. Alguns afirmam categoricamente que a igreja atual é mais mundana, carnal, e que, apesar do expressivo crescimento numérico, encontra-se mais fraca espiritualmente. Encontramo-nos entre aqueles que acreditam que o culto congregacional é de importância ímpar para a vida do povo de Deus e, conseqüentemente, que a liturgia tem um papel definidor nesse campo. Esperamos que a escolha do tema tenha sido acertada pelo momento em que vive a igreja brasileira e que a presente edição possa ser um canal de bênçãos aos queridos leitores. A RSD agradece aos autores dessa edição que prontamente atenderam ao nosso convite nos enviando seus artigos sobre o tema em questão. Oramos para que Deus abençoe a vida e o ministério de cada autor. Boa leitura! Os editores.
1. "Selecting Worship Music", Rick Warren: “Você precisa fazer combinar a música com o tipo de pessoa que Deus quer que sua igreja alcance... A música que você usa 'posiciona' sua igreja na cidade ou bairro. Ela define quem você é... Ela vai determinar o tipo de pessoa que você atrai, o tipo de pessoa que você mantém e o tipo de pessoa que você perde"; numa visão ainda mais abrangente para o serviço (culto) da igreja, ele afirma: “A primeira Reforma esteve relacionada com as crenças. A Reforma de agora precisa estar relacionada com o comportamento ... Já tivemos uma Reforma, o que precisamos agora é de uma transformação."
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obstáculo na experiência da verdadeira adoração, e que deve ser deixada de lado para que as emoções fluam livremente. Desse ponto de vista, as partes do culto, e especialmente a pregação, devem facilitar a experiência litúrgica. A pregação acaba por ser relegada a plano secundário, sendo substituída por relatos de experiências pessoais; ou quando é feita, via de regra (há exceções) é uma coleção de casos, exemplos e experiências, intermediados aqui e ali por trechos bíblicos nunca expostos e explicados, mas citados como prova. Mas essa tendência é bem antiga. Paulo teve que corrigir o desequilíbrio litúrgico dos coríntios, com sua ênfase na participação, uso dos dons, liberdade e pouca atenção à instrução e o uso da mente. Modernamente, percebe-se sem muito esforço a tendência de se enfatizar participação, louvor, testemunhos, dramas e corais, em detrimento da pregação da Palavra durante os cultos dominicais de muitas igrejas. É essa última tensão que tem questionado com mais radicalidade a natureza, necessidade e propósito da pregação nos cultos. O que nos parece fundamental neste assunto é que, desde o início, Deus usou a pregação expositiva de sua Palavra como veículo de revelação da Sua vontade ao Seu povo; e que portanto, a pregação nunca deve ser relegada a plano secundário no culto, mas deve sempre ocupar lugar central de destaque. Estas são algumas das tensões na igreja evangélica brasileira quanto ao culto. Nem sempre elas têm sido bem resolvidas. Provavelmente, o caminho para um culto que seja bíblico e brasileiro tenha de passar pelas seguintes vertentes: 1) Empregar o princípio de que devemos manter no culto somente aqueles elementos que possam, de forma direta ou indireta, encontrar respaldo nas Escrituras do Novo Testamento. De outra forma, desprovida de referencial, a igreja brasileira não terá como impedir a avalanche de inovações no culto, algumas bem intencionadas, porém apócrifas,
e outras inspiradas até em práticas das religiões afro-brasileiras. 2) Reconhecer que há circunstâncias do culto que não estão necessariamente definidas, proibidas, ou ordenadas nas Escrituras, e que podem ser adotadas à critério das igrejas, respeitada a história, a tradição, a cultura e especialmente o bom senso. 3) A busca do equilíbrio nas tensões mencionadas acima, reconhecendo que qualquer dos extremos citados termina prejudicando o culto, por reduzi-lo e privá-lo da plenitude desejada por Deus. O culto é certamente um dos aspectos mais centrais da vida das igrejas evangélicas, pois nele deságuam as doutrinas, as crenças, as práticas, as tensões e a vida espiritual das comunidades. Uma igreja é aquilo que seu culto é. Como parte da sua reflexão e reforma, a igreja evangélica brasileira deveria enfocar mais este assunto. Artigo extraído do site Teologia Brasileira (www.teologiabrasileira.com.br) Augustus Nicodemus Lopes é paraibano e pastor presbiteriano. É bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife), mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul) e doutor em Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos no Seminário Reformado de Kampen (Holanda). Foi professor e diretor do Seminário Presbiteriano do Norte (1985-1991), professor de exegese do Seminário JMC em São Paulo, professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (1995-2001), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (1989-1991) e pastor da Igreja Evangélica Suiça de São Paulo (1995-2001). Atualmente é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro. É autor de vários livros, entre eles O Que Você Precisa Saber Sobre Batalha Espiritual (CEP), O Culto Espíritual (CEP), A Bíblia e Sua Familia (CEP) e A Bíblia e Seus Intérpretes (CEP). É casado com Minka Schalkwijk e tem quatro filhos – Hendrika, Samuel, David e Anna.
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Tensões No Culto Evangélico Brasileiro
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ma das áreas mais polêmicas dentro do Cristianismo é exatamente aquela em que deveria haver mais harmonia e consenso entre os cristãos, ou seja, o culto. Através da sua história, a Igreja Cristã vem se debatendo com disputas, discussões e discordâncias quanto a alguns importantes aspectos relacionados com o serviço divino. E o debate, naturalmente, está presente na igreja evangélica brasileira. Por exemplo, a questão da organização versus liberdade na liturgia. Até que ponto podemos organizar e estruturar a ordem ou seqüência dos atos de cultos sem que isso tire a espontaneidade dos participantes? Ou mais grave ainda, até que ponto a própria idéia de preparar uma liturgia antecipadamente já não representa uma limitação à liberdade do Espírito de Deus em dirigir o culto como deseja? Igrejas, movimentos e grupos dentro do evangelicalismo brasileiro têm assumido as vezes lados radicalmente opostos nessa questão. De um lado temos liturgias elaboradas milimetricamente, realizadas por ministros paramentados de acordo com o calendário eclesiástico e as estações do ano, exigindo formalidade, seriedade e reverência; de outro, cultos sem qualquer ordem ou seqüência pré-estabelecidos, onde as coisas acontecem ao sabor da inspiração momentânea do dirigente, supostamente debaixo da orientação do Espírito de Deus. Felizmente, onde predomina o bom senso e um desejo de seguir os princípios bíblicos para o culto a Deus, adota-se uma liturgia que procura usar o que há de melhor nos dois esquemas, unindo seriedade reverente com liberdade exultante. Outra tensão é entre ofício e participação. Quem deve dirigir o culto a Deus? Quem pode participar ativamente na liturgia? Somente aqueles que foram ordenados para isso – pastores e presbíteros?
Augustus Nicodemus
Ou qualquer membro da comunidade? Respostas variadas têm sido dadas a essas questões por diferentes grupos evangélicos no Brasil. Por um lado encontramos igrejas que entendem que apenas aqueles que foram treinados adequadamente e posteriormente autorizados (ordenados) pela igreja é que podem participar ativamente do serviço divino. Outros grupos, como os quacres do passado e alguns movimentos quietistas modernos, rejeitam a própria idéia de ofício e dispensam qualquer ordem ou liderança no culto público. Encontramos nas igrejas evangélicas brasileiras variações desses extremos. Parece-nos claro que o caminho correto é manter no culto a liderança claramente bíblica dos presbíteros e pastores e ao mesmo tempo procurar entre os nãoordenados aqueles que têm dons públicos que possam, após treinamento adequado, participar ativamente da liturgia. Mais uma tensão: formalismo versus simplicidade. Relacionada com esta vem a tensão entre solenidade e alegria. Esses extremos na verdade não se excluem. São todos elementos do culto bíblico, muito embora em sua história, a Igreja tenha por vezes enfatizado uns em detrimento dos outros. Mais uma vez, a busca pelo equilíbrio bíblico deve marcar a liturgia das igrejas evangélicas. Mas existe ainda uma tensão – talvez a um nível mais profundo – que representa um sério desafio para a liturgia da Igreja, que é mente versus coração. Ou mais exatamente, qual o lugar da mente no culto? Pode-se cultivar o entendimento e o crescimento intelectual sem perder-se de vista o papel do coração no culto? Um culto só é realmente espiritual se a mente for deixada de lado e o coração envolver-se inteiramente? Muitos grupos evangélicos hoje responderiam sem hesitar que a mente acaba por representar um
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A Liturgia no Culto Cristão L. Hérbet
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culto congregacional é um meio pelo qual Deus nos abençoa. O culto é, portanto, algo essencial para a vida da igreja. Quando o crente não freqüenta a sua “igreja”, ele estará perdendo bênçãos espirituais que Deus tem outorgado através da comunhão com nossos irmãos de fé. Embora nenhuma reunião congregacional possa substituir a aplicação individual ao estudo da palavra (sistemática e devocionalmente) e à oração, o culto é de real valor para a vida cristã. Entretanto, o culto que prestamos a Deus só lhe é agradável, aprazível, se corresponder a Sua vontade (Rm. 12:1-2), e abençoador aos participantes, se somente comunicar-lhes as verdades divinas (todo o conselho de Deus). Culto Cristão: Criativo e Novo – Sempre! “Falando entre nós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração. Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef. 5:19-20). Quando os crentes se reúnem para celebrar a Cristo, eles o fazem porque têm uma vida cristã real, que é produto de uma fé num Senhor vivo. Isso faz com que cada ato, cada momento do culto se torne especial, com significado. É criativo e novo não por que traz a cada culto uma inovação diferente, mas porque Deus, através de sua Palavra proclamada, sempre realiza algo novo em nossas vidas. Somos edificados e abençoados pela Palavra de Cristo. Uma séria acusação que se faz a respeito das igrejas ortodoxas (fundamentalistas/conservadoras) é de que essas igrejas impedem o agir do Espírito Santo, bem como inibem a expressão da totalidade do ser humano no louvor a Deus, pois alegam que o homem não é apenas intelecto/raciocínio, mas é também emoções/sentimentos, e esses são tolhidos numa liturgia ortodoxa. Acredito que os que assim pensam ainda não estão
totalmente convencidos da suficiência da Palavra de Deus para as nossas vidas. O coração do salvo está repleto de alegria e prazer. Sua satisfação é completa em Cristo e em Sua Palavra. Cada culto é uma nova oportunidade para agradecer (gratidão/ações de graça) ao Senhor por tudo quanto Ele tem realizado. Como então suas emoções e sentimentos estão inibidos? Na verdade, nossos sentimentos apenas não estão fora de controle, em êxtase, mas submetidos à nossa própria faculdade, adorando ao Senhor tanto com a mente quanto com o coração (Rm. 12:13). A nossa satisfação e contentamento está em agradar a Deus e não em satisfazer a nossa própria carne. Mas devemos ter muito cuidado com o estereótipo! Não é apenas por uma igreja possuir uma liturgia conservadora que significa realmente que ela está centrada na Palavra de Deus. Ouvir falar de uma igreja conservadora, onde se primava por um culto tradicional, mas que segundo o relato, existiam sérios problemas de ordem espiritual e moral, como membros envolvidos em caso de adultério e negócios irregulares (e parece que nada se fazia para corrigir esse mal), reuniões de oração que dificilmente tinham mais de 10 membros participando, além de partidarismos e desavenças familiares. Tudo isso é triste e envergonha o Evangelho.
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A Liturgia no Culto Cristão A Primazia da Palavra de Deus no Culto “Que pregues a Palavra...” (2 Tm. 4:2) C o m o a d v e n t o d a Re f o r m a Protestante as Escrituras assumiram novamente a primazia nas reuniões dos crentes para cultuar a Deus. Segundo o Dr. Leland 1 Ryken , os “atos do culto enfatizados pelos puritanos e reformadores eram preponderantemente atos literários: ler a Bíblia, meditar no seu significado, ouvir sermões, e conversar com os outros sobre a apreensão de cada um da doutrina baseada nestas atividades”. Dois pontos a se considerar: a primazia da pregação no culto e que essa pregação seja a exposição bíblica. Argumentando a respeito da primazia da 2 pregação no culto, o Dr. Martyn Lloyd-Jones afirma: “... a pregação é a tarefa primordial da Igreja, está alicerçada desse modo sobre as evidências dadas pelas Escrituras, bem como sobre as evidências confirmatórias e corroborativas da história da Igreja”. Citado 3 por John MacArthur , o Dr. Douglas Webster expõe como era a pregação bíblica nas igrejas: “A pregação bíblica era teocêntrica, revelava o pecado, tocava no ego e transformava vidas; era completamente o oposto dos sermões rápidos e informais de hoje que cristianizam a auto-ajuda e servem mais para entreter do que convencer do pecado”. Ai está a razão da primazia da pregação bíblica no culto: ela é o principal instrumento pelo qual o Espírito de Deus opera em nossas vidas. O apóstolo Paulo nos afirma que o Evangelho é poder de Deus para a salvação daquele que crê (Rm. 1:16), não há outro caminho (Rm. 10:17); substituí-lo, alterálo,acrescentando ou retirando dele, é um ato abominável, condenável e réu de juízo divino (Ap. 22:19). A Simplicidade do Culto Cristão “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At. 2:42).
Concerto de Música Sacra: «Não farás para ti» Os anabatistas e os reformadores, ao contrário da igreja dominante da época, sempre procuraram estabelecer o culto dentro do compasso da Palavra de Deus. O pensamento deles é bem traduzido pelas 4 palavras do puritano Richard Cox : “Sou da opinião de que todas as coisas na igreja deveriam ser puras, simples e removidas o mais longe possível dos elementos e pompas deste mundo”. Um dos princípios bíblicos mais negligenciados nos dias de hoje para o culto cristão é o de 1 Coríntios 14:40 para que tudo seja feito “decentemente e com ordem”. A reforma teológica necessariamente implicou em reforma litúrgica, e isso já foi feito. Não existe uma liturgia definida, estática. A liturgia de uma igreja atual não precisa ser necessariamente idêntica a de uma igreja do passado ou de uma igreja vizinha. A presença de um coral, a preferência por determinados hinos e cânticos, a utilização de instrumentos sonoros são elementos que podem dar características distintas às liturgias. Às vezes, a liturgia de uma congregação rural difere, pela presença ou ausência de certos elementos, da liturgia de sua igreja-sede. Em Ef. 5:18-21, Cl. 3:16-18 e 1 Ts. 5:16-22, os elementos fundamentais, encontrados nessas passagens bíblicas, que constituem um culto congregacional, , são nominadas pelo pastor 5 Figueiredo como sendo louvor, oração, ação de graças, pregação, ensino, submissão e regozijo espiritual. O que na verdade está se fazendo hoje é que muitas igrejas estão retornando aos moldes antigos da missa católica e de cultos pagãos com outros “padrões” de esculturas, imagens e tradições que substituíam as Escrituras. Esses novos padrões se apresentam na forma de comportamentos, como o sensualismo, misticismo, transes, hipnoses, despertados e motivados pelas músicas dançantes, técnicas persuasivas, ritmos alucinantes, mantras, etc.
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Quando se pensa não haver distinção entre usos seculares e sagrados, quase que acabamos com a tradição da musica da igreja e ao mesmo tempo criamos um estilo de música popular que não é realmente secular e nem é verdadeiramente sagrada. Então, tudo termina em pobre arte e má teologia. Os reformadores insistiam que, já que fomos criados neste mundo, chamados para este mundo e redimidos deste mundo, não deveríamos deixar pendurada nossa fé no armário quando saíssemos para o trabalho; mas eles distinguiam a Igreja do mundo. Não há nada errado sobre apreciar um concerto secular por simples prazer e admiração do que é belo. Isso é perfeitamente lícito. Mas temos de ser críticos e analíticos ao máximo quanto à música sacra. Por que? Porque ela não foi feita simplesmente para nosso entretenimento: ela foi feita para adorar a Deus! Não foi feita para apresentação cultural em concertos. Não é para agradar e deleitar as pessoas, mas para louvar a Deus. Não foi feita nem mesmo para evangelizar. Esta preocupação que envolve a pureza do culto está no segundo mandamento: a falta de reverência. Nosso culto e também a música sacra devem passar pelo crivo da integridade teológica. A música sacra não é para deleite dos homens, para receber ovação, nem para enriquecer culturalmente a ninguém, como muitos propõem. Sei contudo que é uma influência da época em que vivemos e não nos apercebemos. Bach e Händel fizeram peças seculares e sagradas e não confundiram as duas. Mas
agora, para nossa tristeza, existe um estilo que nem é sagrado nem é secular, mas uma fusão de ambos. Não está certo; pode funcionar e trazer deleite e aplauso, mas não está certo. Assim, quando promovemos concertos sacros para entreter e educar culturalmente, perdemos de vista o que é a adoração, quebramos o mandamento do Senhor com respeito ao culto; usamos o nome de Deus em vão e levamos à nossa geração uma visão irreverente e distorcida do que é louvar a Deus. Unir "levitas" com "gentios", quando se reúne crentes com descrentes para apresentação musical é um ajuntamento condenável pelas Escrituras. Muitos diriam que se trata de cultura. Mas esta é uma união que não é vista nas Escrituras. Creio que não é uma sábia iniciativa por mais bem intencionada que seja. Nossos filhos serão levados a ver e aprender o que não deveriam. Com isso, teremos uma Igreja "segundo o mundo". Esta é uma simples advertência, mas de importância, creio eu. Uma boa pergunta a nos ajudar seria: "Deus se agrada disso?" Teríamos três respostas: (a) "Sim, muito se agrada, aprova e exige"; (b) "Deus é neutro neste caso" e (c) "Não, Deus não concorda em se usar cantos sacros de louvor (que só a Ele são devidos) para entreter e edificar culturalmente as pessoas". Acho que a última resposta é a que deve ser considerada. "Não farás para ti...", diz o Senhor (Ex 20.4). Texto retirado da Revista Os Puritanos, Edição de OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO de 1999.
MATERIAL P/ CONSTRUÇÃO EM GERAL FONE: (77) 3424-0000 .............................................................................................................. 21
Concerto de Música Sacra: "Não farás para ti" Por Manoel Canuto
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lgumas igrejas estão promovendo concertos de música sacra com propósitos culturais. Mas o que a Palavra de Deus afirma e relata com respeito à apresentação de corais e músicas – cantores de hinos sacros de louvor a Deus – pelos levitas cantores é que cantavam unicamente para adorar a Deus no contexto de culto (1 Cr 6.31; 15.21-22; II Cr 23.18; II Cr 5.12; Ne 12.46). Não se vê em nenhum lugar das Escrituras algum concerto ou apresentação de hinos e corais para deleite cultural ou entretenimento e recebendo aplausos. Michael Horton, em seu livro O Cristão e a Cultura (da Editora Cultura Cristã e que recomendo), afirma que o cristão pode participar e fazer cultura mesmo não sacra, sem que isso seja pecado. Ele diz que se deve manter a distinção entre o que é 'secular' e o que é 'sagrado'. Na verdade a Reforma não rejeitou tal distinção, mas rejeitou a hierarquia ligada a ela, como se uma fosse mais importante ou mais espiritualmente aceitável a Deus do que a outra. Não podemos negar que no culto judaico havia aquilo que era separado por Deus e santificado e o que era comum (louças, panelas, vasos). Os vasos do templo eram sagrados, mas os de casa eram comuns. Hoje muitos pensam que tudo é santo. É verdade que Deus está envolvido na totalidade da vida e não se limita ao religioso. Ou seja, Deus está tão envolvido com a criação quanto com a redenção; Ele está interessado tanto no comum quanto no sagrado. Isso é verdade. Mas, enquanto o propósito da Igreja é adorar a Deus conforme Ele ordenou, e levar o Evangelho às nações e o mundo possa ser visto como o "teatro da glória de Deus", como disse
Calvino; este mundo jamais poderá ser meio de redenção. A cultura e a arte popular não podem redimir. Vendo assim, os artistas da época da Reforma criariam obras que servissem tanto ao reino de Deus quanto à cultura secular, sem confundir os dois. Os artistas na Reforma estranhariam a expressão hoje tão usada: "Este é um artista cristão." Mas não estranhariam a expressão: "Este é um cristão que produz arte." Abraão Kuyper observou que, conquanto a fé bíblica possa inspirar a grande arte, o casamento da religião com a arte acaba destruindo a ambos. É verdade que os reformadores negaram o dualismo neoplatônico entre espírito e matéria, mas eles fizeram distinção entre "coisas celestiais e coisas terrestres", pois isso é bíblico.
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A Liturgia no Culto Cristão Elementos que prejudicam à nossa adoração a Deus “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (1 Co. 5:6). 01. Materialismo: A avareza, a ganância, o amor desenfreado pelo dinheiro é uma das mais sérias infecções que tem contaminado as igrejas: 1 Tm. 6:10; Hb. 13:5. A doutrina da prosperidade tem apresentado um “outro evangelho”; bastante popularizada, essa doutrina tem sido um vergonha para o Evangelho, abnegando da mensagem da cruz, da santificação, da submissão e rendição completa ao senhorio de Cristo. Ela apregoa uma mensagem de exaltação ao ego, fazendo do homem o senhor e de Deus o seu “capacho”, uma espécie de “gênio da lâmpada”. Quando a igreja é dominada pelo “espírito” do materialismo, ela deixa de investir na evangelização de almas para se tornar uma “igreja amigável” da sociedade, assim seus templos ficam mais cheios e conseqüentemente mais rica ela se torna. Apesar do materialismo se desenvolver de várias formas, que vai desde a acepção de pessoas (excluindo os pobres) até a ostentação da luxúria, está subjacente a todas elas a adoração ao mesmo deus: o dinheiro. 02. Mundanismo: Não se trata mais de um flerte, isso foi na época de Tozer, Spurgeon, e mais recentemente Lloyd-Jones. Agora, em nossos dias, a igreja está celebrando sua lua-demel com o mundanismo. Os templos hoje estão parecidos com as casas de shows, e não me
refiro apenas a estrutura física e suas parafernálias, como palco, luzes, fumaça de gelo seco, etc., mas também a sua ideologia, sua cultura. O mundanismo entrou tão sutilmente e agora está arraigada como um “sistema que promove a satisfação daqueles que só procuram gozos materiais”.6 03. Pragmatismo: Uma espécie de pensamento ou noção que consiste na valorização de algo que seja útil e propicie 7 alguma espécie de êxito ou satisfação. O pragmatismo não é ruim em si mesmo em todas as situações, entretanto, quando aplicado como princípio norteador da vida de uma pessoa ou da igreja entra diretamente em confronto com as escrituras Sagradas. Na prática, funciona como “o fim justifica os meios”. O desejo de ver a igreja crescer (que pode ser um desejo sadio), não pode passar por cima da soberania divina. É Deus quem dá o crescimento (At. 2:47; 1 Co. 3:6,7), através da proclamação de Seu Evangelho. Não podemos lançar mãos de artifícios, como técnicas de marketing, manobras de manipulação psicológica, entretenimento para conquistar as multidões. O nosso dever é proclamar com fidelidade o Evangelho de Jesus Cristo e testemunhar de nossa fé em Cristo onde estivermos. 04. Filosofia Contemporânea: Alguns teólogos e pastores modernos aplicam essa filosofia ao evangelho e à vida da igreja com o termo conhecido como “contextualização” (não encontrada nos dicionários). Essa expressão traz a idéia de “atualizar”, no caso aqui, a mensagem do evangelho, de forma a se
Educandário Juvêncio Terra Av. Otávio Santos, 152 - Fone: (77) 3424-4046 CEP 45020-750 - Vitória da Conquista - Bahia
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A Liturgia no Culto Cristão adaptar a atual realidade da sociedade. A igreja de filosofia contemporânea é aquela que adaptou/acomodou/conformou a sua mensagem (conteúdo bíblico) e a sua metodologia à cultura na qual está inserida. Para tal proeza é necessário lançar mão da psicologia para entender melhor as angústias, as ambições, os conflitos existenciais da sociedade, e assim negam a suficiência das Escrituras para o governo e direção de todos os aspectos inerentes ao ser humano; recorrer as técnicas gerenciais e de marketing empresariais para “conquistar” o maior números de “clientes”; o misticismo para persuadir e amedrontar, e dessa forma segurar a pessoa pelo “medo”. Alguns indivíduos em seus argumentos favoráveis a essa nova reforma litúrgica, produzida especialmente nas igrejas que adotaram algum modelo eclesiástico de crescimento (MCI), como o G12, o G5 (Igreja com Pr o p ó s it os ), Red e Min is t er ial, Comunidade Vineyard, têm afirmado que os cultos “contemporâneos” têm contribuído/facilitado para que um maior número de pessoas encontre a Cristo, e que essas igrejas têm permanecido fiéis às doutrinas fundamentais da fé cristã. Não podemos desconsiderar totalmente que algumas pessoas têm realmente um encontro genuíno com Cristo nessas igrejas, mas a questão a considerar é qual o preço a pagar? Ao contrário do que muitos pensam, muitas igrejas têm hoje abandonado doutrinas essenciais, como por exemplo, a divindade de 8 Cristo, e abraçado o ecumenismo . Quanto às doutrinas, se não são abandonadas, são relegadas a um segundo plano na vida da igreja, mas a um nível tão secundário que ficam 9 “submersas”, pois as “doutrinas dividem”. O que vale perguntar é se realmente está ocorrendo conversões genuínas ou um mero crescimento social ou psicológico? O culto não é uma festa preparada para entreter os membros da igreja, e nem é mais espiritual quando provoca as emoções ao
Dança Litúrgica ponto de embotar a razão de seus participantes. O culto é o serviço que prestamos a Deus, é a nossa adoração sincera à s u a Pe s s o a ; e s o m e n t e o c o r r e e m conformidade com a sua Palavra. O culto congregacional é um momento da nossa adoração, e é essencial para a vida da igreja. O desvio ou a obediência parcial da Palavra de Deus leva-nos a uma falsa adoração, e conseqüentemente prestamos um culto distorcido ao Senhor. Notas: 1. “Santos no Mundo”, Leland Ryken, pg. 134. 2. “Pregação e Pregadores”, D. Martyn Lloyd-Jones, pg. 18. 3. “Com Vergonha do Evangelho”, John F. MacArthur, Jr. Pg. 139. Ainda sobre a necessidade de manter-se firme à pregação fiel das Escrituras, o Pr. MacArthur acrescenta: “Portanto, pregar a Palavra deve ser o âmago de nossa filosofia de ministério. Qualquer outra coisa é substituir a voz de Deus por sabedoria humana. Filosofia, política, humor, psicologia, conselhos populares e opiniões humanas jamais conseguirão realizar o que a Palavra de Deus realiza. Talvez sejam coisas interessantes, informativas, divertidas e, às vezes, úteis, mas não são espiritualmente transformadoras e tampouco são da alçada da igreja. A tarefa do pregador não é ser canal para a sabedoria humana; ele é a voz de Deus que fala à congregação. Nenhuma mensagem humana vem com a chancela da autoridade divina, apenas a Palavra de Deus. Francamente não entendo os pregadores que estão dispostos a abdicar tão grande privilégio” (pg. 30). 4. “Santos no Mundo”, Leland Ryken, pg. 121. 5. “O Culto”, Rev. Onésimo Figueiredo (disponível em www.monergismo.com). 6. Dicionários da língua Portuguesa (Aurélio, Antônio Olinto e Silveira Bueno) para Mundanismo. 7. Dicionários da língua Portuguesa (Aurélio, Antônio Olinto e Silveira Bueno) para Pragmatismo. 8. “Pelo Lado de Fora É uma Igreja Evangélica - Por Dentro Está Adornada com Chocantes Símbolos Ocultistas” (disponível em www.espada.eti.br). 9. Rick Warren: “Evite as Escrituras ofensivas e as advertências divisivas. Remova a ênfase nos absolutos bíblicos e em "doutrina", pois atrapalham a unidade e a mudança contínua". Citado no artigo “Igreja dirigida pelo Espírito ou orientada por propósitos?” – parte 2, de Paul Proctor (disponível em www.espada.eti.br).
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povo lembrar dos cultos pagãos dos quais muitos crentes eram egressos, evitar-se-ia! Em segundo lugar, pelo fato, que foi deixado em relevo por Paulo aos Coríntios. A dança tentava-lhes a idolatria, abria-lhes as portas à licenciosidade e dava vazão ao erotismo. Nada de dança, a Igreja de Jesus é uma comunidade de separados, chamados à pureza e à santidade! Em terceiro lugar, porque o culto do Novo Testamento é adjetivado como “Logikem Latria” (culto racional), ou melhor, supresensual. Não necessitamos mais dos recursos visuais externos. Nosso culto é em espírito e em verdade. A palavra usada por Jesus Cristo em sua conversa com a mulher samaritana é significativa. Várias são as palavras que poderiam ser traduzidas pelo vocábulo “verdade” na língua grega. A palavra, no entanto, usada por Jesus, não se contrapõe a idéia de “mentira”. A palavra é contraposta, sim, a “símbolo”, “tipo”, “figura”; recursos estes usados no culto do Velho Testamento. Arrependimento era o “por cinzas na cabeça, vergonha era simbolizada pelo “rasgar das vestes”, submissão era o “orar com o rosto em terra”, a remissão dos pecados se dava pelo “derramar do sangue de animais”, etc. Nosso culto hoje não necessita destas figuras, pois, é um culto supra sensual, a “verdade” anteriormente apresentada por símbolos encontra sua expressão. Jesus! Quem tem Cristo adora “em espírito e em verdade”. Em quarto lugar, e mais importante que tudo mais, o culto no Novo Testamento não permita a manifestação de “dança
sagrada” pelo fato de que toda dança, meneio de corpos, requebros, fazia lembrar o escárnio de Cristo. O Dicionário Teológico do Novo Testamento de Kithel afirma: “Seja o fato dos soldados aqui estarem observando um costume (religioso), específico, ou seguindo práticas do sacrifício persa, por exemplo, ou estarem simplesmente expondo o suposto rei dos judeus ao ridículo, é muito difícil ter qualquer certeza. Contudo, é certo de que este escárnio se dava num contexto de dança e drama. Um show, um espetáculo, um ato público civil e religioso. A dança cúltica fazia os crentes da Igreja Apostólica lembrarem-se da horripilante coreografia desenhada a derredor do Salvador. Hoje, vemos em alguma Igreja Presbiterianas não propriamente a dança artística, ainda assim condenável no culto. Pior que isso, vemos o requebro sensual, expressão de carnalidade com ares de piedade. Sendo assim, irmãos, creio eu, que devemos orientar os irmãos. Todos nós juntos não permitiremos que o produto da “criatividade” de alguns crentes inadvertidos e outros mal intencionados, vá tomando fôlego em nosso meio. ____________________________ Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus). (Extraído de: http://solascripturarg/LiturgiaMusicaLouvorCulto/DancaLiturg ica-LBMorais.htm).
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Adoração,
Dança Litúrgica Tertuliano, em De Jejunio, fala seis vezes do Lusus Impudidus, se referindo ao acontecimento narrado em Êxodo 32:6, descrevendo aquela manifestação, portanto, como danças vergonhosas. Para os crentes de Coríntios, também, a diversão das festas sacrificiais era uma grande tentação à idolatria. Se a palavra paizo é encontrada uma única vez, sua correlata empaizo é encontrada mais vezes. Seus significados são: “jogar”, “dançar ao redor”, “caçoar”, “ridicularizar”, “iludir”, “defraudar”. Esta palavra pertence ao grupo das usadas para “depreciação” ou “ridicularizar”, “levantar o nariz”, “balançar a cabeça”, “bater as mãos como sinal de insulto ou escárnio”, “fazer brincadeiras”. Deriva de “arrogância”, “mostrar superioridade”, “hostilidade” e “aversão” (Gn. 19:14; Is. 28:7 e seguintes). O verbo empaizein ocorre somente nos evangelhos sinóticos. Sua primeira ocorrência se dá em Mateus 2:16, quando Herodes é enganado pelos sábios, que ao invés de voltarem por Jerusalém , deixam-no a esperar. Em Lucas 14:29, encontramos a parábola do construtor imprudente que é ridicularizado por seus circunstantes pelo fato de não poder levar a cabo o término da construção. Todas aos outras passagens se referem a Jesus Cristo. Na predição de sua paixão a encontramos Mateus 20:19; Marcos 10:34 e Lucas 18:32. Ali esta palavra é sempre traduzida por “escarnecer”. Também na história de sua paixão, cumprindo suas próprias predições – Marcos 15:16-20,e Mateus 27:27-31. O ato dos soldados colocando uma coroa de espinhos, um manto de púrpura, saudando-o, golpeando-o com um caniço, cuspindo e curvando-se diante dele – constitui o escárnio. O texto de João 19:1-3, usa esta palavra para descrever o incidente como um todo. É o espetáculo. Mateus 26:6768, Marcos 14:65 e Lucas 22:63-65 tem sua contra partida em Jeremias 51:18, pois os ídolos são objetos de escárnio “obra ridícula”. Assim tratavam a Cristo, representando um macabro bailado ao seu derredor. Este Jesus
As Origens de Tantas Distorções? (*) Wilson Franklim
N
esse pequeno artigo pretendo identificar nas diversas correntes filosóficas, aquelas, cujas ideologias que tem influenciado negativamente à adoração cristã. Neste contexto, muitos crentes, estão iludidos em seus cultos, por desconhecerem as verdadeiras origens de suas práticas.
que arroga ser Deus, não é outra coisa nesta sanha diabólica senão “obra ridícula”. É o inferno que se levanta contra o Ungido de Deus. Cristo em sua agonia é a ridícula personagem da coreografia satânica. Mas ali, quem de fato, estava sendo exposto ao vexame, era a “antiga serpente”. Três dias depois o drama se conclui e os bailarinos do “dragão” perdem o ritmo. A “cabeça da serpente” está esmagada. Outros textos onde a palavra aparece são os seguintes: Hebreus 11:36 (escárnio); 11:26 (prazeres transitórios); Judas 18 (escarnecedores - andando) e II Pedro 3:3 (escarnecedores... com escárnios ....andando). Concluímos, afirmando que, não há uma referência sequer que no culto do Novo Testamento tenha havido manifestação da dança cúltica. Nem mesmo na Igreja dos Pais Apostólicos, e nem ainda na Reforma Protestante do Século XVI. Interessante! Por que não? Pelo menos por quatro razões: Primeiro, a dança era um costume pagão e procurou-se na Igreja Apostólica evitar qualquer associação. O princípio da associação deveria ser levado em conta. Não somente aquilo que era mal, mas também tudo aquilo que pudesse se parecer com o mal. Se fizesse o
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Tal tema se justifica pelo menos por dois motivos: 1º. O "fogo estranho" que os dois israelitas trouxeram perante o Senhor (Lv 10), consistia naquilo que era contrário aos mandamentos divinos quanto à adoração. 2º. No Novo Testamento, Paulo repreendeu os cristãos de Corinto porque eles não se ajuntavam "para melhor, e sim para pior" (1 Co 11.17). Repreensões como estas mostrando a ira de Deus quanto a uma adoração distorcida são multiplicadas por toda a Bíblia. Razão pela qual deveríamos nos manter em permanente estado de alerta quanto a nossa adoração. Mencionarei apenas a influência de quatro correntes. I. Influência do Existencialismo O Existencialismo como filosofia é abrangente e complexo, mas pode-se afirmar que sua essência baseia-se na experimentação, em avaliar as coisas pela experiência acima da razão . Observe que nessa filosofia a razão é serva da experiência, portanto a inteligência, de uma certa maneira, fica em segundo plano. 1
Embora Heidegger e Schleiermacher sejam indicados como precursores do existencialismo na teologia, foi através do pentecostalismo que a filosofia existencialista alcançou seu auge no meio evangélico, em especial na sua infrutífera tentativa de
reproduzir a experiência de pentecostes . 2
A influencia existencialista no meio cristão se faz presente através da demasiada ênfase aos sentimentos e emoções na adoração. Note que em muitos “cultos” a palavra de ordem é: “você precisa sentir algo...”; reações como: “Ah! o culto foi fraco porque eu não senti nada”... O fato problemático é que essa influência existencialista no culto traz imensos prejuízos porque põe a centralidade da adoração no adorador. O adorador sem se aperceber passa a ocupar o lugar central do culto, uma vez que ele precisa sentir, experienciar, e até mesmo materializar sua adoração para que possa continuar “crendo”. Nesta perspectiva, a liturgia atual é fortemente acusada (com razão) de ser um meio para se atingir emoções . 3
Em outras palavras, está aqui a explicação porque a maioria das orações e cânticos, em algumas igrejas, são meios de auto-reconciliação, de auto-ajuda e autoaceitação. O resultado final é a sensação de se ir para casa "descarregado" e se sentindo bem, contudo, infelizmente, sem se ter verdadeiramente adorado o Eterno. A segunda influência negativa sobre a adoração vem da II. Influência do Humanismo O humanismo enxerga as questões da vida sempre numa perspectiva antropocêntrica, isto é: aquela em que homem ocupa o centro do universo. Boice corretamente afirmou que a nossa geração é centralizada no homem e infelizmente "a igreja, traiçoeiramente, tem se tornado egocêntrica.” Tornando-se uma igreja em “si mesmada”. No meio batista, 4
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Adoração, as origens de tantas distorções? tal fato poder ser constatado no enfraquecimento progressivo de nossas convenções e órgãos denominacionais. Em suma, as igrejas estão se individualizando, cada uma numa direção. O trágico é que como Batistas estamos perdendo dia após dia a nossa identidade e o espírito de cooperação (denominacional) que sempre nos uniu... A via pela qual o humanismo entra em nossas vidas é a delirante busca por entretenimento. Nesses tempos marcados pela tecnologia, a distração eletrônica, e os mais diversos meios de entretenimento tornaram-se a ordem do dia . Apenas para ilustrar: o que se faz na hora do almoço: se pega o prato e correse para televisão... 5
Como filhos desta nossa geração, exigimos, às vezes até inconscientemente, que cada momento de nossa vida, inclusive o nosso culto, venha satisfazer nossas necessidades de entretenimento. Neste contexto, o culto é transformado em um "programa" e o mais lamentável, neste caso, é que o desejo de se obter felicidade é muito maior do que o de se obter santidade. Se por um lado muitos estão sedentos por alegria, por outro, o comprometimento com Deus a sua Palavra tornou-se secundário. A tragédia desta cosmovisão é que as pessoas passam a julgar o culto como agradável, não com base na mensagem bíblica, mas no nível de satisfação pessoal alcançado. Neste contexto, a pregação torna-se uma homilética do consenso, na qual a boa mensagem não é a que confronta os pecados do povo, mas a que os fazem sentirem-se melhores. Contudo, o grande pecado da adoração humanista é o fato de querer usar a Deus, para satisfazer os interesses pessoais, antes de querer atribuir-lhe a devida glória . 6
Outro elemento de erro na adoração é a presença deísta. Vejamos III. A Influencia da Filosofia Deísta De uma maneira simplista, pode-se
Dança Litúrgica identificar o deísmo como a filosofia do "criador remoto" que não interfere na criação de forma imediata (sem mediação), mas que a governa através de leis pré-estabelecidas . Essa filosofia tem se revelado na história cristã de diferentes formas: gnosticismo , teologia do processo ,... Nos últimos dias, porém, ela tem ressurgido no cristianismo de duas maneiras. A primeira e a mais divulgada popularmente é a presunção de que, uma vez tendo "tomado posse das promessas divinas”, pode-se "reivindicar" os direitos junto a Deus, o autor das promessas. 7
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Seus advogados afirmam que, uma vez cumpridos as leis espirituais (os requisitos), Deus passa a estar à mercê da pessoa para atendê-la em todas suas reivindicações. Assim, se acredita na ilusão de que as palavras têm o poder de mover a vontade de Deus, e o que "declaramos”, ou "profetizamos" sobre nós ou outros, certamente acontecerá. Portanto, idéias como: “eu declaro”, “eu determino”, “eu profetizo”, “eu tomo posse da bênção”, não tem suas origens na Bíblia, mas sim na filosofia deísta. O segundo elemento de erro da filosofia deísta (presente no meio batista), vem através de alguns seminários teológicos, onde alguns dos mestres acreditam que Deus não se comunica com os salvos (nem mesmo através da Bíblia). Para estes pensadores o cristianismo é a apreensão humana da divindade. Ensinam que o cristianismo está “em pé de igualdade” com as demais religiões pagãs. Como conseqüência dessa idéia, p. ex., defendem que é impossível conhecer a vontade de Deus. Mas, se por um lado, essas pessoas crêem desta maneira, por outro, a Bíblia afirma categoricamente que podemos e devemos conhecer a perfeita vontade de Deus (Cl 4.12; Hb 13,21; I Pe 4.2). Outro elemento de erro vem da IV. A Influência do Pragmatismo Estamos vivendo uma época em que o mundo passou a avaliar tudo apenas pelo
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como expressão de escárnio era algo que, de fato, ofendia os brios do inimigo. Quanto a isso tem muito a dizer o Dr. W. O. E. Oesterday em seu elucidativo livro “The Sacred Dance” (1923). Estas celebrações são encontradas especialmente nos contextos de guerra, tal como I Crônicas 13:8; 15:29; e II Samuel 6: 14. De acordo com o articulista no dicionário teológico de Kithel, a manifestação “mais orgiástica foi a dança diante da arca, relatada em II Samuel 6:14-16”, também num contexto de vitória de guerra. Por ocasião das festas da colheita havia manifestações de dança, como registra Juízes 21:21. Estas manifestações eram sempre de uma dança harmoniosamente desenvolvida por um grupo, a qual narrava uma história. Eram manifestações legítimas do folclore. Há que se fazer uma distinção entre a dança como expressão artística e o requebro sem arte, que tem como intenção carnal, dar evidência às curvas do corpo e destaque às suas partes eróticas. Nos Salmos cúlticos (26:6; 42:4; 149:3; 150:4) aparece a palavra shireh. Estes contextos nos fazem lembrar as procissões promovidas pelo povo, rumo ao templo. No templo, o culto era o mais impeditivo possível. Os que entravam no átrio eram somente os sacerdotes; dentre esses, somente o sumosacerdote adentrava ao santo dos santos. Do “auditório” não se ouvia nenhum som de louvor. Os cantores, ministros do canto, entoavam os louvores (estes eram também sacerdotes). Ao povo em geral não se lhe era dado o direito de pisar o átrio. Os homens tinham o seu espaço, as mulheres outro mais atrás, os gentios atrás do muro. (Jesus revela sua indignação no templo, pois o lugar dos gentios estava ocupado pelos vendedores. Jesus afirma, então, que aquela casa será chamada “casa de oração para todos os povos”). Sendo assim, se o povo não participava da “cerimônia” propriamente, encontraram eles uma maneira de expressão, e esta foi no “caminhar para o templo. Ajuntando a multidão, engrossando a procissão, cantavam
salmos. Os salmos cúlticos se reportam a isso, e a palavra acima mencionada é assim traduzida: “andarei”, “passava eu com a multidão do povo”, “com adufes e harpa”, “com adufes e danças”. Somente o Salmo 150:4, em algumas versões, a palavra shireh e traduzida por dança. Nas passagens escatológicas encontramos as seguintes traduções para a mesma palavra: Jeremias 31:4 “dança”; 30:19 “júbilo”; e Zacarias 8:5 “brincarão”. Outras passagens são encontradas, a saber: I Reis 18:26, onde lemos a referência ao “manquejar” dos profetas ao redor do altar de Baal. Em Juízes 16:25-27, que narra o infortúnio de Sansão quando é trazido para o palácio. Ali a palavra é traduzida por “divertir”, “escárnio”. Em Êxodo 32:6, o povo de Israel, recém liberto do cativeiro egípcio, dança diante do bezerro de ouro. Ilustrativas são as passagens de Gênesis 21:9 e 26:8. A primeira fala de Ismael que “caçoava” (ridicularizava) de Isaque, o que provoca em Sarah uma profunda indignação. A passagem seguinte ilustra o porque desta indignação, pois em 26:8 esta palavra é traduzida por “acariciava”. É Isaque, agora casado, acariciando Rebeca. O motivo da indignação, portanto, estava no fato de Ismael ridicularizar Isaque com meneios, trejeitos, passando-lhe a mão, dançando ao seu derredor. No livro do profeta Isaías este sentido vem ainda mais à luz. No capitulo 3, verso 16 há uma descrição daquelas mulheres que com disposição frívola “andam a passos curtos” (a mesma palavra é aqui usada). Seus meneios e trejeitos, passos afetados, com intenção de minar a moral do povo. No Novo Testamento a palavra paízo ocorre somente em I coríntios 10:7, fazendo citação do Velho Testamento em Êxodo 32:6. É o repudiar de todo culto pagão. Aqui está relacionado com a idolatria. O texto de Êxodo se refere a uma dança cúltica. Como em Gênesis 26:8; 39:14-17, a palavra que ali aparece tem um sentido erótico. Assim pode ela denotar tanto idolatria como licenciosidade cúltica: freqüentemente com ela associada.
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Dança
Litúrgica Rev. Ludgero Bonilha Morais
nosso dever debater aqueles assuntos que versam sobre a vida de nossa Igreja, quanto à sua doutrina, prática e liturgia. É fato sobejamente experimentado em nossos dias que há uma inclinação acentuada para a novidade e ênfase na criatividade humana como expressão litúrgica e teológica. Nosso tempo é de um exacerbado humanismo e subjetivismo e, aquilo que nos parecia impossível acontecer anos atrás, hoje nosso “espírito de boa convivência” já não luta, aceita e começamos a achar que tudo está bem. Corremos sempre o risco de, tal como aconteceu com os coríntios, nos unir em torno daquilo que deveria nos separar, e nos separar em torno do que deveria nos unir. Chamo a atenção dos irmãos, desta feita, para um tema em particular, qual seja, a “dança como expressão litúrgica”. Muito comum em grupos carismáticos, o uso deste recurso em seus cultos; dança de louvor, ou melhor, o requebro, o meneio, o trejeito. Recorrem aos textos do Velho Testamento, onde supostamente encontram suporte bíblico para esta prática. Sem pretender esgotar este assunto, apresento as considerações que se seguem. O vocábulo “dança” é uma das possíveis traduções da palavra grega paizo e seus correlatos, bem como da palavra shireh da língua hebraica. São elas comumente traduzidas por: “agir como criança”, “brincar”, “dançar”, “gesticular”, “zombar”, “imitar”. É relacionada com o substantivo paidía ou paidiá trazendo sempre a idéia de “jogos eróticos”. Paizo, tal como foi usada pelos gregos, muito comumente denota este verbo, “falta de
Adoração, as origens de tantas distorções? resultado. É filosofia do pragmatismo. O pragmatismo é muito semelhante ao utilitarismo. É a crença de que os resultados, e/ou a utilidade, estabelece o padrão para aquilo que é bom. Para um “pragmatista” se uma técnica, ou mesmo um método produz o resultado desejado, a utilização de tal recurso é válida. Nessa visão, se algo funciona ou dá resultados é porque é bom ou correto. No que diz respeito à adoração, como em tantas outras áreas, a aplicação direta deste princípio pode ser desastrosa, pois em função de se olhar apenas para o resultado, muitas vezes se fecha os olhos para os meios utilizados, ainda que sejam meios imorais.
É
Trazendo o pragmatismo para a adoração o juiz supremo passa a ser o pastor ou um grupo de pessoas e não o Espírito Santo através das Escrituras. Além do mais, ainda que um estilo "funcione" em um determinado grupo, a decisão com base nos resultados sem a aprovação bíblica é nada mais que uma conformação ao presente século (Rm 12.2). seriedade com alguma coisa em termos de atitude ou conduta”. Significa também, “saga levianamente tratada ou inventada”, “gesticular”, “zombar”, “ridicularizar”, “lascívia”, “libertinagem”, “licenciosidade”, “tolice” e “estupidez”. No contexto do Velho Testamento e da Septuaginta, a brincadeira encontra expressão na natureza religiosa e cúltica dos jogos de danças no mundo oriental primitivo e antigo. Os deuses eram venerados por meio de jogos e danças. No culto do mundo ao redor do Velho Testamento e do Novo Testamento encontramos muitos jogos e danças como meio de expressar a piedade. Encontramos também no Velho Testamento danças por ocasião das celebrações de vitória (Ex. 15:20; Jz 11:34). Duas razões juntas para a manifestação pela dança. A primeira, a demonstração da alegria pela vitória alcançada. A Segunda, uma tremenda zombaria pelo inimigo derrotado. Dançar
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Conclusão Devemos constantemente efetuar uma auto-avaliação em nossos cultos, verificando se unicamente Deus, o Eterno, realmente ocupa o lugar central da adoração. O problema em si não são as filosofias humanas, mas o seu maligno uso para substituir as Escrituras Sagradas, naquilo que lhe$ convêm. Como crentes, em especial
T emper
vidros
Batistas, não podemos ficar repetindo práticas “litúrgicas” dos outros sem a devida reflexão bíblica. Repetir sem refletir é coisa de papagaio... Quanto mais estudo, quanto mais reflito sobre o atual quadro de apostasia em muitas igrejas, mais me convenço de que o verdadeiro cristianismo só pode ser vivenciado unicamente através da Palavra de Deus a Bíblia. Ah! Que saudade do tempo em que éramos chamados de Bíblias, porque a Palavra de Deus era a nossa única regra de conduta e fé... (*) O Autor é Pastor Igreja Batista em Vila Jaguaribe (Piabetá-RJ). wilfran@gmail.com
Notas 1 E. D. Cook, "Existencialism," em New Dictionary of Theology (Downers Grove: Intervarsity Press, 1988), p.243 2 David L. Smith, A Handbook of Contemporary Theology (Wheaton: BridgePoint, 1992), p.117-132. 3 John Leach, "Scripture and Spirit in Worship," Evangel 16, 1998. p.13. 4 J. M. Boice, "Whatever Happened to God?" em Modern Reformation, 1996. p.13. 5 John H. Armstrong, "How Should We Then Worship?," Reformation and Revival 2, 1993. p.9-10. 6 Mark Earey, "Worship – What Do We Think We Are Doing," em Evangel 16 (Primavera 1998), p.11. 7 S. N. Williams, "Deism," em New Dictionary of Theology, p.190. 8 Ronald H. Nash, Christianity and the Hellenistic World (Grand Rapids: Zondervan, 1984), p.203-61. 9 David L. Smith, A Handbook of Contemporary Theology (Wheaton: BridgePoint, 1992), p.117-132.
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Culto Não É Show
E Louvor Não É Baderna Qual O Culto que Agrada a Deus? Qual o Louvor Que Deus Pede?
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iante das afirmações ousadas de um ministrante de louvor batista, cremos que esse ministrante está equivocado quando enfatiza que Deus aceita, e até prefere, show e louvorzão. Não cremos que Deus é silencioso ao modo aceitável de O cultuar e O louvar. Através dessa refutação, procuramos estabelecer o culto que agrada a Deus e qual o louvor que Deus pede. A adoração e louvor que agrada Deus na Sua casa estão impressas na bíblia. Estão claramente afirmadas para todos que tenham olhos para ver. Qual O Culto que Agrada a Deus? O culto que agrada a Deus é aquele que vem de um coração puro (Sl 15.1-5; I Tm 2.8). Está claro que aquele que habitara no Seu tabernáculo e no Seu santo monte é aquele que anda com as mãos santas no temor de Deus, e não com uma liturgia de atitude criativa que usa a cultura de um povo como padrão. As mãos santas que devem ser levantadas são as de um coração puro e não destes membros da anatomia, em que o pecado habita (Rm 7.18, 23). As mãos que devem ser levantadas em oração são as que são santas. De outra forma, Deus não nos ouvirá (Sl 66.18, “Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”). É melhor orar, e adorar, com um coração puro. Pureza de coração no temor do Senhor nos levará a fazer tudo para a glória de Deus na igreja (Pv 1.7; Ec 12.13; I Co 10.31; Ef 3.21). O adorador temente a Deus não ousará adicionar qualquer atividade conforme o seu coração, mas se limitará àquela adoração que a bíblia estabeleceu como aceitável no culto da igreja. Uma atitude de temor a Deus desprezará a criatividade oriunda do seu próprio coração
Pastor Calvin Gardner Pastor Jorge Nelson Lopes
naquilo referente à adoração a Deus. Um exemplo disso é o rei Davi. Ele foi criativo em sua forma de adoração, pois quis erguer um templo a Deus. O desejo foi excelente, mas a ação foi proibida. A idéia de adorar a Deus foi reprovada por ele ser homem de guerra e ter derramado muito sangue (I Cr 22.8 e 28.3). Nisso entendemos que o culto que agrada Deus não é medido somente por um coração sincero, ou por uma atitude criativa, mas o culto desejado por Deus é aquele baseado no ensino da Palavra de Deus. A emoção não é espiritualidade, mas submissão à Palavra de Deus cria aquele coração puro que é adoração aceitável. Paulo se refere aos coríntios, como santificados em Cristo Jesus. No entanto ele os escreve relatando os problemas deles. Esses problemas não eram comportamentos adequados de santificados em Cristo Jesus. Ele ensinou-os que o culto a Deus não deve ser com fornicação, desunião ou desordem (I Co 1.1,2; 3-11; 14). Deus não aceita culto, senão aquilo ao nível dos santificados em Cristo Jesus. Talvez alguém, querendo celebrar louvores, decida fazer de uma forma espetacular a adoração com programação cheia de coreografias, músicas, instrumentos, vestimentas extravagantes, efeitos, etc. Muitos vão gostar e apoiar esses louvores, e, de fato, acabam achando que estão louvando a Deus. Todavia sendo o coração enganoso, poderão estar agradando somente a carne (Jr 17.9; I Jo 2.16). Pode ser que nenhum destes seja conhecido por Deus (Mt 7.21-23). Não podemos ser guiados por pensamentos criativos ou simplesmente por
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Bater palmas e as Escrituras 21.17; 22,13). O texto de 21.17, por exemplo, diz: “Também eu baterei as minhas palmas uma na outra e desafogarei o meu furor; eu, o Senhor, é que falei.”. As duas outras referências ali são sempre em tom de zombaria (6.14; 21.14). Nahum 3.19 é o último versículo desta profecia e também fala pela última vez em bater palmas no Velho Testamento, também em tom de zombaria, de asco: “Não há remédio para a tua ferida; e tua chaga é incurável; todos os que ouvirem a tua fama baterão palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua maldade?”. Neste caso específico encontramos a ruína de Nínive e a maldição que sobre esta cidade foi derramada. Enquanto estava ela doente de morte, com uma chaga incurável, todos “baterão palmas” sobre ela, impingindo maior aflição pelo barulho das palmas e seu ritmo infernal. O livro dos Salmos fala uma única vez de “aplaudir” em 49.13, falando sobre o proceder dos seguidores dos estultos que “aplaudem o que eles dizem.” No Novo Testamento não há nenhuma referência ao bater de palmas, muito menos em relação a uma atitude cúltica, porque, enquanto o Velho Testamento era repleto de gestos como “colocar o rosto em terra”, o “rasgar as vestes”, o “colocar cinza sobre a cabeça”, o “vestir-se de pano de saco”, etc. etc, o Novo Testamento nos chama a um culto racional conforme orienta Paulo em Romanos 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”. Esta expressão “Logiken Latria” – (culto racional), fala de um culto supra-sensual, um culto que não requer recursos como a dança (que nunca foi permitida no templo do Velho Testamento como expressão de culto), ou sequer as palmas, menos ainda das outras expressões gestuais. As palmas para marcar o ritmo da música, devem ser observadas dentro de um contexto da música como um todo. A música para a adoração é composta de harmonia, melodia, ritmo e letra. Cada uma destas partes
atinge um aspecto do nosso ser. A harmonia atinge o nosso senso do belo, pela quantidade de sons, que, tal como a diversidade das cores e seus matizes, chamam a nossa atenção para a beleza; a melodia toca as nossas emoções; a letra tange a nossa inteligência, a razão; o ritmo, por sua vez, apela para o nosso corpo, o que por si só não é mal, absolutamente. Nosso coração bate em ritmo, nossos passos são dentro de ritmo. Todas estas partes, então, devem promover a integridade da música e a integridade do ser que adora. Uma música melosa, melodiosa se torna excessivamente romântica, sentimental, o que não é próprio para o culto. Uma música com uma harmonia complexa, com harmonias dissonantes, também não é própria, pois chama a atenção exageradamente para uma de suas partes, esquecendo-se da inteireza. A letra deve ser doutrinariamente sã trazendo a mensagem da Palavra de Deus ao nosso coração. O ritmo não pode ser de tal ordem que nos convide ao requebro. As palmas como expressão de culto, portanto, não são próprias, pois frisam o ritmo que convidam ao requebro, aos meneios, à sensualidade. Lembremo-nos que adoramos a Deus conforme o que Ele requer, e Ele não requer que o façamos através de palmas, a não ser no louvor da natureza, dos rios, do farfalhar das árvores, do uivar e grunhir dos animais, do pipilar das aves, das palmas e até mesmo da dança. Mas no templo o louvor é racional, supra-sensual. O culto é logiken latria. Seu pastor, nesta autocrítica, então lhes promete, como responsável diante de Deus pela condução litúrgica, que não proporá e nem permitirá que no campo da Igreja se use palmas no culto solene prestado em celebração a Deus, para aplaudir feitos humanos, ou mesmo, como expressão de culto ao Senhor. De fato, nenhuma coisa, nem outra, é própria à solenidade do culto que prestamos ao nosso Deus e Senhor. http://www.executivaipb.com.br/conviccoe s/bater_palmas.doc
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Bater palmas e as Escrituras Ludgero Morais
A
s palmas como expressão de culto, na celebração no templo, não encontra qualquer respaldo nas Escrituras. O livro dos Salmos descreve o louvor dos crentes e o louvor universal. Descreve também manifestações próprias de culto como igreja que eram, e outras manifestações musicais e artísticas e folclórica como povo-estado que também eram. O culto no tabernáculo ou no templo do Velho Testamento, por sua vez, era o mais impeditivo possível. Seguia-se uma liturgia rígida. A mobília e os utensílios do templo foram rigorosamente prescritos. Somente os sacerdotes cantavam (os 280 cantores levitas, homens vocacionados para este fim). Os instrumentistas eram ordenados, de uma única tribo, e ninguém mais. Somente o sumo-sacerdote entrava uma vez por ano no santo dos santos. Nem todos os instrumentos eram permitidos no templo, somente alguns próprios para o culto. Os homens comuns do povo assistiam a tudo de longe, as mulheres ainda mais longe em seu próprio lugar, os estrangeiros por detrás do muro da separação que existia para afastá-los ainda mais. Todos estes longe do átrio onde a celebração se dava. Tudo era impedimento. Então, tomar o Salmo 47 no seu versículo 1, que está no contexto do Velho Testamento (“Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus...”), como se o culto do Velho Testamento seguisse à vontade, nos parece um equívoco pelos argumentos anteriores e também porque este Salmo está se referindo ao louvor universal, não do templo. No templo jamais se bateu palmas; até hoje as sinagogas judaicas não o fazem. E este é o único texto que fala de aplaudir, de bater palmas como expressão de louvor. No mesmo contexto o
Salmo 98.8 determina que “os rios batam palmas,...”. (Isaias 55.12 trás a mesma idéia). O Salmo 150 determina que “todo ser que respira louve ao Senhor.”, mas nós não trazemos um animal, que evidentemente respira, para o templo, o que seria uma abominação ao Senhor. Os animais trazidos em sacrifício eram oferecidos fora do átrio, e mesmo assim, representavam a Cristo que é o “Cordeiro que foi morto de uma vez por todas”, acabando com todos os sacrifícios sanguinolentos de animais. Assim, no Novo Testamento não existe nem sequer esta possibilidade. A totalidade das outras referências bíblicas sobre palmas não se refere a expressão de louvor, mas de zombaria, escárnio, ódio e também, uma delas, de homenagens humanas. Vejamos. Números 24.10 fala da ira de Balaque que se acendeu contra Balaão, “e bateu ele as suas palmas.” Em II Reis 11.12 encontramos a coroação de Joás, quando eles “bateram palmas” em homenagem ao novo rei. Em Jó 27.23, encontramos a descrição da sorte dos perversos com a seguinte afirmação: “à sua queda lhe batem palmas, à saída o apupam com assobios.”, se referindo a vaias. Em Jó 34.37, encontramos: “Pois ao seu pecado acrescenta rebelião, entre nós, com desprezo, bate ele palmas, e multiplica as suas palavras contra Deus.” Lamentações 2.15 fala do escárnio sofrido por Jerusalém: “Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém:...”, vaias, e levantar de ombros como dizendo “nem te ligo”. Ezequiel tem duas referências a Deus como batendo palmas, mas Ele o faz em ódio contra Israel (Ezequiel
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Culto Não É Show E Louvor Não É Baderna um coração sincero. Temos que nos limitar ao padrão neotestamentário. A igreja não tem o luxo de legislar, mas somente executar o que Jesus tem mandado (Mt 28.18-20). Fomos criados na imagem de Deus e por isso, contrário aos animais, temos o poder de controlar nossas emoções. Ser racional e controlar as emoções é fundamental quando cultuamos a Deus (I Co 14.32, 40). Deus é tão grande que não temos todo o conhecimento apropriado para adorar a Deus corretamente (Jó 38). Por isso é básico que nos limitamos à Sua Palavra. Se O adoramos sendo guiados somente pelo nosso coração, provavelmente será uma adoração enganosa e perversa (Jr 17.9, “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”). Não segue seu próprio coração. Segue o que Jesus legislou, a bíblia. Podemos questionar se as coreografias, louvorzão, etc., agradam a Deus, uma vez que, além de não serem bíblicas, estas não produzem o arrependimento, a mudança de comportamento para a santidade, e nem promovem a edificação nas Escrituras (Ef 4.15-24). Se fossem essas invenções modernas que balancem o corpo e estouram os timpanais e muitas vezes aparentem que tenham origens das profundezas de espiritualidade, se fosse realmente tudo aquilo que aparentam, por que
a carne é bem alimentada por elas e somente as emoções são exercitadas por tais produções? Por que tais cultos não levam para maior evangelização ao mundo pecador? Por que não prolifere o culto domestico que inclui a leitura bíblica com a família e oração conjunta pela obra de Deus, os sem Cristo, doentes, etc.? Por que não tais produções espetaculares e talentosas não geram maior crescimento na graça e no conhecimento de Jesus Cristo? Não produzem tais virtudes por não ter o alvo de admoestar ou ensinar doutrina, algo que é primordial para qualquer renovação correta e bíblica (Cl 3.10; I Pd 2.2). Tais virtudes serão realidades exclusivamente pelo ensino profuso de doutrina, cantada ou pregada. Tanto mais profuso, melhor. O Apóstolo Paulo ensinou aos da igreja em Colossos: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”, Cl 3.16. Portanto, se a adoração não admoesta ou ensina de Jesus Cristo, não é agradável a Deus. Para provar que não é permitido a cultuar a Deus segundo a nossa “bemintencionada” imaginação citamos um caso bíblico entre muitos. Aquilo que o rei Davi programou, segundo o seu coração bem intencionado, com todo um show para levar o altar para Jerusalém, foi, para ele, recomendável e bonito. Todavia, para Deus, foi uma terrível imprudência (II Sm 6.1-7). Para provar ainda mais essa tese que não é permitido a Deus poderíamos falar da adoração segundo o coração de Aarão e dos filhos de Israel. Esse show produziu um bezerro de ouro (Êxodo 32). O culto que naturalmente sobe do coração leva à satisfação da carne. Este não é a adoração que agradou Deus. Poderíamos falar da adoração prestada segundo o coração de Gideão em Juizes 8.27, ou da adoração inventiva apresentada pelo povo de Deus com o rei Acaz, uma adoração carnal tal que tinha que ser tirada em II Reis 18.4. Todos destes casos foram do coração e
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Culto Não É Show E Louvor Não É Baderna foram prestados com emoção profunda e religiosa. Mas para Deus tudo disso foi enfado. Ele os repugnava! Poderíamos falar também da adoração que emanaria das emoções do Apóstolo João em Apocalipse 19.10; 22.8,9 que eram sinceras, mas levaram o apóstolo João ser repetidamente reprovada. Se Deus desejava criatividade e coisas novas no culto dEle, nenhum desses casos citados teriam trazidos a pesada correção do Senhor. Po r e s t e s e x e m p l o s b í b l i c o s entendemos que o culto correto NÃO é uma ATITUDE CRIATIVA feita com o maior esforço do adorador ao Deus que TUDO merece. Por falar de merecimento, Deus não merece o culto inventivo do homem que despreza a Sua única regra de fé e ordem, a Sua Palavra. Pode ser que o culto que agrada Deus seja antiquado, na opinião de alguns, mas o Espírito Santo ajuda as nossas fracas manifestações de O adorar como Ele nos ensina na Palavra de Deus, e, pelo ministério dEle, a verdadeira adoração chega a Deus (Rm 8.26,27). Por Deus não mudar (Ml 3.6), o culto que O agradou na Palestina, e na Ásia no primeiro século, agrada Ele completamente neste país sul americana no século XXI. Qual o Louvor Que Deus Pede? É explicito e claro que o louvor que Deus pede é louvor espiritual (Jo 4.23,24). Deus é Espírito. Por isso o louvor a Ele deve ser exclusivamente espiritual. O louvor espiritual agradável a Deus tem a sua fonte naquilo que
Culto Não É Show E Louvor Não É Baderna Deus regenerou em Seu povo pela Palavra de Deus, ou seja, no homem novo (I Pd 1.23). É esse espírito, ou homem interior, que deleita-se na lei de Deus (Rm 7.22). É esse espírito, ou homem novo, que canta ao Senhor com graça, admoestação e doutrina em salmos, hinos e cânticos espirituais (Cl 3.10, 16). É este louvor espiritual, oriundo do homem novo, que o apóstolo Paulo instruiu na sua carta aos coríntios: “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.”, 1 Coríntios 14.15. É este o louvor e adoração que Deus pede. Qualquer tradição que é bíblica não pode ser mudada sem desviar-se da bíblia. Para reforçar o ensino aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo, pela inspiração do Espírito Santo deixou registrado: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.” - II Ts 2.15. O louvor usando os hinos, taxados como liturgia repetitiva, e, portanto, desprezível, por este ministrante batista de louvor, tem que ser afirmado que o hino é um louvor bíblico e, portanto, recomendável e aceitável. O Salmista, o próprio Jesus, e os Apóstolos incluíam os hinos nos louvores deles. Observe os seguintes versículos: Salmista: “E pós um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR”, Salmos 40.3. Se o Cristão quer louvar o seu Deus corretamente, cantará hinos. Essa musica é nova, não no sentido de moderna,
Paulo de Araújo Santos Advogado - OAB/BA 12.522
Rua Rotary Club, 138, salas 101 a 103 - 1º andar - Centro Vitória da Conquista - BA - CEP: 45020-060 Fonefax: (77) 3421-3487 / Celular: 9992-3399 paulo.adv@gmail.com .............................................................................................................. 12
mas no sentido de diferente, diferente daquela anteriormente cantada pelo salmista na sua vida anterior e pecaminosa. Sendo feito uma nova criatura em Cristo, tudo se faz novo (II Co 5.17). O que saiu do homem novo gerado pelo Espírito Santo foi um hino! Jesus: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras.”, Marcos 14.26. Se o seu desejo, ou o desejo da sua igreja é de conformar à imagem de Cristo, cante hinos nos cultos! Apóstolos: “E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam”, Atos 16.25. Se desejes seguir o exemplo neotestamentário, cante hinos, na aflição ou até em praça pública e lugares onde os ímpios predominam! Hinos ensinam verdades de Deus, de Cristo, da salvação, do arrependimento, da fé verdadeira, da esperança abençoada da vida no porvir, etc. O Espírito Santo inspirou o ensino da necessidade e dever de usar hinos. Espírito Santo: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”, Colossenses 3.16. Se quiser louvar a Deus na maneira que o Espírito Santo ensinou, cante hinos junto com os salmos e cânticos espirituais. Uma observação: Cânticos espirituais não são cânticos emocionais. Cânticos espirituais são a expressão do homem novo com admoestação e doutrina. Apesar do povo latino identificar-se com emoções expressadas com gritaria, abraços apertados,
gargalhadas abertas, tudo na maior transparência e inibição, o louvor que Deus pede não é cultural mas do homem novo. Portanto, é espiritual. Este homem novo renova e identifica-se com o conhecimento maior e doutrinário de Cristo Jesus no culto reverente e com a maior ordem. Deus não muda de cultura em cultura. Ele nunca pede gritaria (Ef 4.31), o levantar das mãos físicas (mas das santas, I Tm 2.8), danças sensuais (Mt 6.24; I Jo 2.16) ou palmas nas igrejas (Hc 2.20). O louvor que Deus pede não é feita com sentimentos profundos que manifestamse com giros e gestos corporais ou musica alta e rítmica apenas por ser num lugar religioso (“nem neste monte nem em Jerusalém”, Jo 4.21) O louvor que Deus pede é através aquilo que Deus gerou nos Seus pelo Seu Espírito Santo, ou seja, o espírito regenerado (Ef 2.110). Este louvor se expressa com reverencia e ordem na Sua casa (Hc 2.20; I Tm 3.15). Pode ser que muitos tenham dificuldade ou de adorar Deus em espírito ou de gostar de mortificar a carne na adoração por não possuem tal homem interior que deleita-se na lei de Deus. Na face do desgosto de uns para com o louvor que Deus pede e por ter um gosto daquele louvor que é abominação, só existe uma mensagem: “Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1.15). Pastor Calvin PastorCalvin@PalavraPrudente.com.br Pastor Jorge Nelson Lopes - lopesjn@ig.com.br
• COMPUTADORES • SUPRIMENTOS
• ACESSÓRIOS • MANUTENÇÃO
Rua Francisco Santos, 230 - Galeria Joaquim Correia Loja 10 - Centro | Tel.: (77) 3422-4890 Vitória da Conquista - BA .............................................................................................................. 13
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Culto Não É Show E Louvor Não É Baderna Deus regenerou em Seu povo pela Palavra de Deus, ou seja, no homem novo (I Pd 1.23). É esse espírito, ou homem interior, que deleita-se na lei de Deus (Rm 7.22). É esse espírito, ou homem novo, que canta ao Senhor com graça, admoestação e doutrina em salmos, hinos e cânticos espirituais (Cl 3.10, 16). É este louvor espiritual, oriundo do homem novo, que o apóstolo Paulo instruiu na sua carta aos coríntios: “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.”, 1 Coríntios 14.15. É este o louvor e adoração que Deus pede. Qualquer tradição que é bíblica não pode ser mudada sem desviar-se da bíblia. Para reforçar o ensino aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo, pela inspiração do Espírito Santo deixou registrado: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.” - II Ts 2.15. O louvor usando os hinos, taxados como liturgia repetitiva, e, portanto, desprezível, por este ministrante batista de louvor, tem que ser afirmado que o hino é um louvor bíblico e, portanto, recomendável e aceitável. O Salmista, o próprio Jesus, e os Apóstolos incluíam os hinos nos louvores deles. Observe os seguintes versículos: Salmista: “E pós um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR”, Salmos 40.3. Se o Cristão quer louvar o seu Deus corretamente, cantará hinos. Essa musica é nova, não no sentido de moderna,
Paulo de Araújo Santos Advogado - OAB/BA 12.522
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mas no sentido de diferente, diferente daquela anteriormente cantada pelo salmista na sua vida anterior e pecaminosa. Sendo feito uma nova criatura em Cristo, tudo se faz novo (II Co 5.17). O que saiu do homem novo gerado pelo Espírito Santo foi um hino! Jesus: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras.”, Marcos 14.26. Se o seu desejo, ou o desejo da sua igreja é de conformar à imagem de Cristo, cante hinos nos cultos! Apóstolos: “E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam”, Atos 16.25. Se desejes seguir o exemplo neotestamentário, cante hinos, na aflição ou até em praça pública e lugares onde os ímpios predominam! Hinos ensinam verdades de Deus, de Cristo, da salvação, do arrependimento, da fé verdadeira, da esperança abençoada da vida no porvir, etc. O Espírito Santo inspirou o ensino da necessidade e dever de usar hinos. Espírito Santo: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”, Colossenses 3.16. Se quiser louvar a Deus na maneira que o Espírito Santo ensinou, cante hinos junto com os salmos e cânticos espirituais. Uma observação: Cânticos espirituais não são cânticos emocionais. Cânticos espirituais são a expressão do homem novo com admoestação e doutrina. Apesar do povo latino identificar-se com emoções expressadas com gritaria, abraços apertados,
gargalhadas abertas, tudo na maior transparência e inibição, o louvor que Deus pede não é cultural mas do homem novo. Portanto, é espiritual. Este homem novo renova e identifica-se com o conhecimento maior e doutrinário de Cristo Jesus no culto reverente e com a maior ordem. Deus não muda de cultura em cultura. Ele nunca pede gritaria (Ef 4.31), o levantar das mãos físicas (mas das santas, I Tm 2.8), danças sensuais (Mt 6.24; I Jo 2.16) ou palmas nas igrejas (Hc 2.20). O louvor que Deus pede não é feita com sentimentos profundos que manifestamse com giros e gestos corporais ou musica alta e rítmica apenas por ser num lugar religioso (“nem neste monte nem em Jerusalém”, Jo 4.21) O louvor que Deus pede é através aquilo que Deus gerou nos Seus pelo Seu Espírito Santo, ou seja, o espírito regenerado (Ef 2.110). Este louvor se expressa com reverencia e ordem na Sua casa (Hc 2.20; I Tm 3.15). Pode ser que muitos tenham dificuldade ou de adorar Deus em espírito ou de gostar de mortificar a carne na adoração por não possuem tal homem interior que deleita-se na lei de Deus. Na face do desgosto de uns para com o louvor que Deus pede e por ter um gosto daquele louvor que é abominação, só existe uma mensagem: “Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1.15). Pastor Calvin PastorCalvin@PalavraPrudente.com.br Pastor Jorge Nelson Lopes - lopesjn@ig.com.br
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Bater palmas e as Escrituras Ludgero Morais
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s palmas como expressão de culto, na celebração no templo, não encontra qualquer respaldo nas Escrituras. O livro dos Salmos descreve o louvor dos crentes e o louvor universal. Descreve também manifestações próprias de culto como igreja que eram, e outras manifestações musicais e artísticas e folclórica como povo-estado que também eram. O culto no tabernáculo ou no templo do Velho Testamento, por sua vez, era o mais impeditivo possível. Seguia-se uma liturgia rígida. A mobília e os utensílios do templo foram rigorosamente prescritos. Somente os sacerdotes cantavam (os 280 cantores levitas, homens vocacionados para este fim). Os instrumentistas eram ordenados, de uma única tribo, e ninguém mais. Somente o sumo-sacerdote entrava uma vez por ano no santo dos santos. Nem todos os instrumentos eram permitidos no templo, somente alguns próprios para o culto. Os homens comuns do povo assistiam a tudo de longe, as mulheres ainda mais longe em seu próprio lugar, os estrangeiros por detrás do muro da separação que existia para afastá-los ainda mais. Todos estes longe do átrio onde a celebração se dava. Tudo era impedimento. Então, tomar o Salmo 47 no seu versículo 1, que está no contexto do Velho Testamento (“Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus...”), como se o culto do Velho Testamento seguisse à vontade, nos parece um equívoco pelos argumentos anteriores e também porque este Salmo está se referindo ao louvor universal, não do templo. No templo jamais se bateu palmas; até hoje as sinagogas judaicas não o fazem. E este é o único texto que fala de aplaudir, de bater palmas como expressão de louvor. No mesmo contexto o
Salmo 98.8 determina que “os rios batam palmas,...”. (Isaias 55.12 trás a mesma idéia). O Salmo 150 determina que “todo ser que respira louve ao Senhor.”, mas nós não trazemos um animal, que evidentemente respira, para o templo, o que seria uma abominação ao Senhor. Os animais trazidos em sacrifício eram oferecidos fora do átrio, e mesmo assim, representavam a Cristo que é o “Cordeiro que foi morto de uma vez por todas”, acabando com todos os sacrifícios sanguinolentos de animais. Assim, no Novo Testamento não existe nem sequer esta possibilidade. A totalidade das outras referências bíblicas sobre palmas não se refere a expressão de louvor, mas de zombaria, escárnio, ódio e também, uma delas, de homenagens humanas. Vejamos. Números 24.10 fala da ira de Balaque que se acendeu contra Balaão, “e bateu ele as suas palmas.” Em II Reis 11.12 encontramos a coroação de Joás, quando eles “bateram palmas” em homenagem ao novo rei. Em Jó 27.23, encontramos a descrição da sorte dos perversos com a seguinte afirmação: “à sua queda lhe batem palmas, à saída o apupam com assobios.”, se referindo a vaias. Em Jó 34.37, encontramos: “Pois ao seu pecado acrescenta rebelião, entre nós, com desprezo, bate ele palmas, e multiplica as suas palavras contra Deus.” Lamentações 2.15 fala do escárnio sofrido por Jerusalém: “Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém:...”, vaias, e levantar de ombros como dizendo “nem te ligo”. Ezequiel tem duas referências a Deus como batendo palmas, mas Ele o faz em ódio contra Israel (Ezequiel
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Culto Não É Show E Louvor Não É Baderna um coração sincero. Temos que nos limitar ao padrão neotestamentário. A igreja não tem o luxo de legislar, mas somente executar o que Jesus tem mandado (Mt 28.18-20). Fomos criados na imagem de Deus e por isso, contrário aos animais, temos o poder de controlar nossas emoções. Ser racional e controlar as emoções é fundamental quando cultuamos a Deus (I Co 14.32, 40). Deus é tão grande que não temos todo o conhecimento apropriado para adorar a Deus corretamente (Jó 38). Por isso é básico que nos limitamos à Sua Palavra. Se O adoramos sendo guiados somente pelo nosso coração, provavelmente será uma adoração enganosa e perversa (Jr 17.9, “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”). Não segue seu próprio coração. Segue o que Jesus legislou, a bíblia. Podemos questionar se as coreografias, louvorzão, etc., agradam a Deus, uma vez que, além de não serem bíblicas, estas não produzem o arrependimento, a mudança de comportamento para a santidade, e nem promovem a edificação nas Escrituras (Ef 4.15-24). Se fossem essas invenções modernas que balancem o corpo e estouram os timpanais e muitas vezes aparentem que tenham origens das profundezas de espiritualidade, se fosse realmente tudo aquilo que aparentam, por que
a carne é bem alimentada por elas e somente as emoções são exercitadas por tais produções? Por que tais cultos não levam para maior evangelização ao mundo pecador? Por que não prolifere o culto domestico que inclui a leitura bíblica com a família e oração conjunta pela obra de Deus, os sem Cristo, doentes, etc.? Por que não tais produções espetaculares e talentosas não geram maior crescimento na graça e no conhecimento de Jesus Cristo? Não produzem tais virtudes por não ter o alvo de admoestar ou ensinar doutrina, algo que é primordial para qualquer renovação correta e bíblica (Cl 3.10; I Pd 2.2). Tais virtudes serão realidades exclusivamente pelo ensino profuso de doutrina, cantada ou pregada. Tanto mais profuso, melhor. O Apóstolo Paulo ensinou aos da igreja em Colossos: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”, Cl 3.16. Portanto, se a adoração não admoesta ou ensina de Jesus Cristo, não é agradável a Deus. Para provar que não é permitido a cultuar a Deus segundo a nossa “bemintencionada” imaginação citamos um caso bíblico entre muitos. Aquilo que o rei Davi programou, segundo o seu coração bem intencionado, com todo um show para levar o altar para Jerusalém, foi, para ele, recomendável e bonito. Todavia, para Deus, foi uma terrível imprudência (II Sm 6.1-7). Para provar ainda mais essa tese que não é permitido a Deus poderíamos falar da adoração segundo o coração de Aarão e dos filhos de Israel. Esse show produziu um bezerro de ouro (Êxodo 32). O culto que naturalmente sobe do coração leva à satisfação da carne. Este não é a adoração que agradou Deus. Poderíamos falar da adoração prestada segundo o coração de Gideão em Juizes 8.27, ou da adoração inventiva apresentada pelo povo de Deus com o rei Acaz, uma adoração carnal tal que tinha que ser tirada em II Reis 18.4. Todos destes casos foram do coração e
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Culto Não É Show
E Louvor Não É Baderna Qual O Culto que Agrada a Deus? Qual o Louvor Que Deus Pede?
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iante das afirmações ousadas de um ministrante de louvor batista, cremos que esse ministrante está equivocado quando enfatiza que Deus aceita, e até prefere, show e louvorzão. Não cremos que Deus é silencioso ao modo aceitável de O cultuar e O louvar. Através dessa refutação, procuramos estabelecer o culto que agrada a Deus e qual o louvor que Deus pede. A adoração e louvor que agrada Deus na Sua casa estão impressas na bíblia. Estão claramente afirmadas para todos que tenham olhos para ver. Qual O Culto que Agrada a Deus? O culto que agrada a Deus é aquele que vem de um coração puro (Sl 15.1-5; I Tm 2.8). Está claro que aquele que habitara no Seu tabernáculo e no Seu santo monte é aquele que anda com as mãos santas no temor de Deus, e não com uma liturgia de atitude criativa que usa a cultura de um povo como padrão. As mãos santas que devem ser levantadas são as de um coração puro e não destes membros da anatomia, em que o pecado habita (Rm 7.18, 23). As mãos que devem ser levantadas em oração são as que são santas. De outra forma, Deus não nos ouvirá (Sl 66.18, “Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”). É melhor orar, e adorar, com um coração puro. Pureza de coração no temor do Senhor nos levará a fazer tudo para a glória de Deus na igreja (Pv 1.7; Ec 12.13; I Co 10.31; Ef 3.21). O adorador temente a Deus não ousará adicionar qualquer atividade conforme o seu coração, mas se limitará àquela adoração que a bíblia estabeleceu como aceitável no culto da igreja. Uma atitude de temor a Deus desprezará a criatividade oriunda do seu próprio coração
Pastor Calvin Gardner Pastor Jorge Nelson Lopes
naquilo referente à adoração a Deus. Um exemplo disso é o rei Davi. Ele foi criativo em sua forma de adoração, pois quis erguer um templo a Deus. O desejo foi excelente, mas a ação foi proibida. A idéia de adorar a Deus foi reprovada por ele ser homem de guerra e ter derramado muito sangue (I Cr 22.8 e 28.3). Nisso entendemos que o culto que agrada Deus não é medido somente por um coração sincero, ou por uma atitude criativa, mas o culto desejado por Deus é aquele baseado no ensino da Palavra de Deus. A emoção não é espiritualidade, mas submissão à Palavra de Deus cria aquele coração puro que é adoração aceitável. Paulo se refere aos coríntios, como santificados em Cristo Jesus. No entanto ele os escreve relatando os problemas deles. Esses problemas não eram comportamentos adequados de santificados em Cristo Jesus. Ele ensinou-os que o culto a Deus não deve ser com fornicação, desunião ou desordem (I Co 1.1,2; 3-11; 14). Deus não aceita culto, senão aquilo ao nível dos santificados em Cristo Jesus. Talvez alguém, querendo celebrar louvores, decida fazer de uma forma espetacular a adoração com programação cheia de coreografias, músicas, instrumentos, vestimentas extravagantes, efeitos, etc. Muitos vão gostar e apoiar esses louvores, e, de fato, acabam achando que estão louvando a Deus. Todavia sendo o coração enganoso, poderão estar agradando somente a carne (Jr 17.9; I Jo 2.16). Pode ser que nenhum destes seja conhecido por Deus (Mt 7.21-23). Não podemos ser guiados por pensamentos criativos ou simplesmente por
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Bater palmas e as Escrituras 21.17; 22,13). O texto de 21.17, por exemplo, diz: “Também eu baterei as minhas palmas uma na outra e desafogarei o meu furor; eu, o Senhor, é que falei.”. As duas outras referências ali são sempre em tom de zombaria (6.14; 21.14). Nahum 3.19 é o último versículo desta profecia e também fala pela última vez em bater palmas no Velho Testamento, também em tom de zombaria, de asco: “Não há remédio para a tua ferida; e tua chaga é incurável; todos os que ouvirem a tua fama baterão palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua maldade?”. Neste caso específico encontramos a ruína de Nínive e a maldição que sobre esta cidade foi derramada. Enquanto estava ela doente de morte, com uma chaga incurável, todos “baterão palmas” sobre ela, impingindo maior aflição pelo barulho das palmas e seu ritmo infernal. O livro dos Salmos fala uma única vez de “aplaudir” em 49.13, falando sobre o proceder dos seguidores dos estultos que “aplaudem o que eles dizem.” No Novo Testamento não há nenhuma referência ao bater de palmas, muito menos em relação a uma atitude cúltica, porque, enquanto o Velho Testamento era repleto de gestos como “colocar o rosto em terra”, o “rasgar as vestes”, o “colocar cinza sobre a cabeça”, o “vestir-se de pano de saco”, etc. etc, o Novo Testamento nos chama a um culto racional conforme orienta Paulo em Romanos 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”. Esta expressão “Logiken Latria” – (culto racional), fala de um culto supra-sensual, um culto que não requer recursos como a dança (que nunca foi permitida no templo do Velho Testamento como expressão de culto), ou sequer as palmas, menos ainda das outras expressões gestuais. As palmas para marcar o ritmo da música, devem ser observadas dentro de um contexto da música como um todo. A música para a adoração é composta de harmonia, melodia, ritmo e letra. Cada uma destas partes
atinge um aspecto do nosso ser. A harmonia atinge o nosso senso do belo, pela quantidade de sons, que, tal como a diversidade das cores e seus matizes, chamam a nossa atenção para a beleza; a melodia toca as nossas emoções; a letra tange a nossa inteligência, a razão; o ritmo, por sua vez, apela para o nosso corpo, o que por si só não é mal, absolutamente. Nosso coração bate em ritmo, nossos passos são dentro de ritmo. Todas estas partes, então, devem promover a integridade da música e a integridade do ser que adora. Uma música melosa, melodiosa se torna excessivamente romântica, sentimental, o que não é próprio para o culto. Uma música com uma harmonia complexa, com harmonias dissonantes, também não é própria, pois chama a atenção exageradamente para uma de suas partes, esquecendo-se da inteireza. A letra deve ser doutrinariamente sã trazendo a mensagem da Palavra de Deus ao nosso coração. O ritmo não pode ser de tal ordem que nos convide ao requebro. As palmas como expressão de culto, portanto, não são próprias, pois frisam o ritmo que convidam ao requebro, aos meneios, à sensualidade. Lembremo-nos que adoramos a Deus conforme o que Ele requer, e Ele não requer que o façamos através de palmas, a não ser no louvor da natureza, dos rios, do farfalhar das árvores, do uivar e grunhir dos animais, do pipilar das aves, das palmas e até mesmo da dança. Mas no templo o louvor é racional, supra-sensual. O culto é logiken latria. Seu pastor, nesta autocrítica, então lhes promete, como responsável diante de Deus pela condução litúrgica, que não proporá e nem permitirá que no campo da Igreja se use palmas no culto solene prestado em celebração a Deus, para aplaudir feitos humanos, ou mesmo, como expressão de culto ao Senhor. De fato, nenhuma coisa, nem outra, é própria à solenidade do culto que prestamos ao nosso Deus e Senhor. http://www.executivaipb.com.br/conviccoe s/bater_palmas.doc
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Dança
Litúrgica Rev. Ludgero Bonilha Morais
nosso dever debater aqueles assuntos que versam sobre a vida de nossa Igreja, quanto à sua doutrina, prática e liturgia. É fato sobejamente experimentado em nossos dias que há uma inclinação acentuada para a novidade e ênfase na criatividade humana como expressão litúrgica e teológica. Nosso tempo é de um exacerbado humanismo e subjetivismo e, aquilo que nos parecia impossível acontecer anos atrás, hoje nosso “espírito de boa convivência” já não luta, aceita e começamos a achar que tudo está bem. Corremos sempre o risco de, tal como aconteceu com os coríntios, nos unir em torno daquilo que deveria nos separar, e nos separar em torno do que deveria nos unir. Chamo a atenção dos irmãos, desta feita, para um tema em particular, qual seja, a “dança como expressão litúrgica”. Muito comum em grupos carismáticos, o uso deste recurso em seus cultos; dança de louvor, ou melhor, o requebro, o meneio, o trejeito. Recorrem aos textos do Velho Testamento, onde supostamente encontram suporte bíblico para esta prática. Sem pretender esgotar este assunto, apresento as considerações que se seguem. O vocábulo “dança” é uma das possíveis traduções da palavra grega paizo e seus correlatos, bem como da palavra shireh da língua hebraica. São elas comumente traduzidas por: “agir como criança”, “brincar”, “dançar”, “gesticular”, “zombar”, “imitar”. É relacionada com o substantivo paidía ou paidiá trazendo sempre a idéia de “jogos eróticos”. Paizo, tal como foi usada pelos gregos, muito comumente denota este verbo, “falta de
Adoração, as origens de tantas distorções? resultado. É filosofia do pragmatismo. O pragmatismo é muito semelhante ao utilitarismo. É a crença de que os resultados, e/ou a utilidade, estabelece o padrão para aquilo que é bom. Para um “pragmatista” se uma técnica, ou mesmo um método produz o resultado desejado, a utilização de tal recurso é válida. Nessa visão, se algo funciona ou dá resultados é porque é bom ou correto. No que diz respeito à adoração, como em tantas outras áreas, a aplicação direta deste princípio pode ser desastrosa, pois em função de se olhar apenas para o resultado, muitas vezes se fecha os olhos para os meios utilizados, ainda que sejam meios imorais.
É
Trazendo o pragmatismo para a adoração o juiz supremo passa a ser o pastor ou um grupo de pessoas e não o Espírito Santo através das Escrituras. Além do mais, ainda que um estilo "funcione" em um determinado grupo, a decisão com base nos resultados sem a aprovação bíblica é nada mais que uma conformação ao presente século (Rm 12.2). seriedade com alguma coisa em termos de atitude ou conduta”. Significa também, “saga levianamente tratada ou inventada”, “gesticular”, “zombar”, “ridicularizar”, “lascívia”, “libertinagem”, “licenciosidade”, “tolice” e “estupidez”. No contexto do Velho Testamento e da Septuaginta, a brincadeira encontra expressão na natureza religiosa e cúltica dos jogos de danças no mundo oriental primitivo e antigo. Os deuses eram venerados por meio de jogos e danças. No culto do mundo ao redor do Velho Testamento e do Novo Testamento encontramos muitos jogos e danças como meio de expressar a piedade. Encontramos também no Velho Testamento danças por ocasião das celebrações de vitória (Ex. 15:20; Jz 11:34). Duas razões juntas para a manifestação pela dança. A primeira, a demonstração da alegria pela vitória alcançada. A Segunda, uma tremenda zombaria pelo inimigo derrotado. Dançar
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Conclusão Devemos constantemente efetuar uma auto-avaliação em nossos cultos, verificando se unicamente Deus, o Eterno, realmente ocupa o lugar central da adoração. O problema em si não são as filosofias humanas, mas o seu maligno uso para substituir as Escrituras Sagradas, naquilo que lhe$ convêm. Como crentes, em especial
T emper
vidros
Batistas, não podemos ficar repetindo práticas “litúrgicas” dos outros sem a devida reflexão bíblica. Repetir sem refletir é coisa de papagaio... Quanto mais estudo, quanto mais reflito sobre o atual quadro de apostasia em muitas igrejas, mais me convenço de que o verdadeiro cristianismo só pode ser vivenciado unicamente através da Palavra de Deus a Bíblia. Ah! Que saudade do tempo em que éramos chamados de Bíblias, porque a Palavra de Deus era a nossa única regra de conduta e fé... (*) O Autor é Pastor Igreja Batista em Vila Jaguaribe (Piabetá-RJ). wilfran@gmail.com
Notas 1 E. D. Cook, "Existencialism," em New Dictionary of Theology (Downers Grove: Intervarsity Press, 1988), p.243 2 David L. Smith, A Handbook of Contemporary Theology (Wheaton: BridgePoint, 1992), p.117-132. 3 John Leach, "Scripture and Spirit in Worship," Evangel 16, 1998. p.13. 4 J. M. Boice, "Whatever Happened to God?" em Modern Reformation, 1996. p.13. 5 John H. Armstrong, "How Should We Then Worship?," Reformation and Revival 2, 1993. p.9-10. 6 Mark Earey, "Worship – What Do We Think We Are Doing," em Evangel 16 (Primavera 1998), p.11. 7 S. N. Williams, "Deism," em New Dictionary of Theology, p.190. 8 Ronald H. Nash, Christianity and the Hellenistic World (Grand Rapids: Zondervan, 1984), p.203-61. 9 David L. Smith, A Handbook of Contemporary Theology (Wheaton: BridgePoint, 1992), p.117-132.
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Adoração, as origens de tantas distorções? tal fato poder ser constatado no enfraquecimento progressivo de nossas convenções e órgãos denominacionais. Em suma, as igrejas estão se individualizando, cada uma numa direção. O trágico é que como Batistas estamos perdendo dia após dia a nossa identidade e o espírito de cooperação (denominacional) que sempre nos uniu... A via pela qual o humanismo entra em nossas vidas é a delirante busca por entretenimento. Nesses tempos marcados pela tecnologia, a distração eletrônica, e os mais diversos meios de entretenimento tornaram-se a ordem do dia . Apenas para ilustrar: o que se faz na hora do almoço: se pega o prato e correse para televisão... 5
Como filhos desta nossa geração, exigimos, às vezes até inconscientemente, que cada momento de nossa vida, inclusive o nosso culto, venha satisfazer nossas necessidades de entretenimento. Neste contexto, o culto é transformado em um "programa" e o mais lamentável, neste caso, é que o desejo de se obter felicidade é muito maior do que o de se obter santidade. Se por um lado muitos estão sedentos por alegria, por outro, o comprometimento com Deus a sua Palavra tornou-se secundário. A tragédia desta cosmovisão é que as pessoas passam a julgar o culto como agradável, não com base na mensagem bíblica, mas no nível de satisfação pessoal alcançado. Neste contexto, a pregação torna-se uma homilética do consenso, na qual a boa mensagem não é a que confronta os pecados do povo, mas a que os fazem sentirem-se melhores. Contudo, o grande pecado da adoração humanista é o fato de querer usar a Deus, para satisfazer os interesses pessoais, antes de querer atribuir-lhe a devida glória . 6
Outro elemento de erro na adoração é a presença deísta. Vejamos III. A Influencia da Filosofia Deísta De uma maneira simplista, pode-se
Dança Litúrgica identificar o deísmo como a filosofia do "criador remoto" que não interfere na criação de forma imediata (sem mediação), mas que a governa através de leis pré-estabelecidas . Essa filosofia tem se revelado na história cristã de diferentes formas: gnosticismo , teologia do processo ,... Nos últimos dias, porém, ela tem ressurgido no cristianismo de duas maneiras. A primeira e a mais divulgada popularmente é a presunção de que, uma vez tendo "tomado posse das promessas divinas”, pode-se "reivindicar" os direitos junto a Deus, o autor das promessas. 7
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Seus advogados afirmam que, uma vez cumpridos as leis espirituais (os requisitos), Deus passa a estar à mercê da pessoa para atendê-la em todas suas reivindicações. Assim, se acredita na ilusão de que as palavras têm o poder de mover a vontade de Deus, e o que "declaramos”, ou "profetizamos" sobre nós ou outros, certamente acontecerá. Portanto, idéias como: “eu declaro”, “eu determino”, “eu profetizo”, “eu tomo posse da bênção”, não tem suas origens na Bíblia, mas sim na filosofia deísta. O segundo elemento de erro da filosofia deísta (presente no meio batista), vem através de alguns seminários teológicos, onde alguns dos mestres acreditam que Deus não se comunica com os salvos (nem mesmo através da Bíblia). Para estes pensadores o cristianismo é a apreensão humana da divindade. Ensinam que o cristianismo está “em pé de igualdade” com as demais religiões pagãs. Como conseqüência dessa idéia, p. ex., defendem que é impossível conhecer a vontade de Deus. Mas, se por um lado, essas pessoas crêem desta maneira, por outro, a Bíblia afirma categoricamente que podemos e devemos conhecer a perfeita vontade de Deus (Cl 4.12; Hb 13,21; I Pe 4.2). Outro elemento de erro vem da IV. A Influência do Pragmatismo Estamos vivendo uma época em que o mundo passou a avaliar tudo apenas pelo
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como expressão de escárnio era algo que, de fato, ofendia os brios do inimigo. Quanto a isso tem muito a dizer o Dr. W. O. E. Oesterday em seu elucidativo livro “The Sacred Dance” (1923). Estas celebrações são encontradas especialmente nos contextos de guerra, tal como I Crônicas 13:8; 15:29; e II Samuel 6: 14. De acordo com o articulista no dicionário teológico de Kithel, a manifestação “mais orgiástica foi a dança diante da arca, relatada em II Samuel 6:14-16”, também num contexto de vitória de guerra. Por ocasião das festas da colheita havia manifestações de dança, como registra Juízes 21:21. Estas manifestações eram sempre de uma dança harmoniosamente desenvolvida por um grupo, a qual narrava uma história. Eram manifestações legítimas do folclore. Há que se fazer uma distinção entre a dança como expressão artística e o requebro sem arte, que tem como intenção carnal, dar evidência às curvas do corpo e destaque às suas partes eróticas. Nos Salmos cúlticos (26:6; 42:4; 149:3; 150:4) aparece a palavra shireh. Estes contextos nos fazem lembrar as procissões promovidas pelo povo, rumo ao templo. No templo, o culto era o mais impeditivo possível. Os que entravam no átrio eram somente os sacerdotes; dentre esses, somente o sumosacerdote adentrava ao santo dos santos. Do “auditório” não se ouvia nenhum som de louvor. Os cantores, ministros do canto, entoavam os louvores (estes eram também sacerdotes). Ao povo em geral não se lhe era dado o direito de pisar o átrio. Os homens tinham o seu espaço, as mulheres outro mais atrás, os gentios atrás do muro. (Jesus revela sua indignação no templo, pois o lugar dos gentios estava ocupado pelos vendedores. Jesus afirma, então, que aquela casa será chamada “casa de oração para todos os povos”). Sendo assim, se o povo não participava da “cerimônia” propriamente, encontraram eles uma maneira de expressão, e esta foi no “caminhar para o templo. Ajuntando a multidão, engrossando a procissão, cantavam
salmos. Os salmos cúlticos se reportam a isso, e a palavra acima mencionada é assim traduzida: “andarei”, “passava eu com a multidão do povo”, “com adufes e harpa”, “com adufes e danças”. Somente o Salmo 150:4, em algumas versões, a palavra shireh e traduzida por dança. Nas passagens escatológicas encontramos as seguintes traduções para a mesma palavra: Jeremias 31:4 “dança”; 30:19 “júbilo”; e Zacarias 8:5 “brincarão”. Outras passagens são encontradas, a saber: I Reis 18:26, onde lemos a referência ao “manquejar” dos profetas ao redor do altar de Baal. Em Juízes 16:25-27, que narra o infortúnio de Sansão quando é trazido para o palácio. Ali a palavra é traduzida por “divertir”, “escárnio”. Em Êxodo 32:6, o povo de Israel, recém liberto do cativeiro egípcio, dança diante do bezerro de ouro. Ilustrativas são as passagens de Gênesis 21:9 e 26:8. A primeira fala de Ismael que “caçoava” (ridicularizava) de Isaque, o que provoca em Sarah uma profunda indignação. A passagem seguinte ilustra o porque desta indignação, pois em 26:8 esta palavra é traduzida por “acariciava”. É Isaque, agora casado, acariciando Rebeca. O motivo da indignação, portanto, estava no fato de Ismael ridicularizar Isaque com meneios, trejeitos, passando-lhe a mão, dançando ao seu derredor. No livro do profeta Isaías este sentido vem ainda mais à luz. No capitulo 3, verso 16 há uma descrição daquelas mulheres que com disposição frívola “andam a passos curtos” (a mesma palavra é aqui usada). Seus meneios e trejeitos, passos afetados, com intenção de minar a moral do povo. No Novo Testamento a palavra paízo ocorre somente em I coríntios 10:7, fazendo citação do Velho Testamento em Êxodo 32:6. É o repudiar de todo culto pagão. Aqui está relacionado com a idolatria. O texto de Êxodo se refere a uma dança cúltica. Como em Gênesis 26:8; 39:14-17, a palavra que ali aparece tem um sentido erótico. Assim pode ela denotar tanto idolatria como licenciosidade cúltica: freqüentemente com ela associada.
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Adoração,
Dança Litúrgica Tertuliano, em De Jejunio, fala seis vezes do Lusus Impudidus, se referindo ao acontecimento narrado em Êxodo 32:6, descrevendo aquela manifestação, portanto, como danças vergonhosas. Para os crentes de Coríntios, também, a diversão das festas sacrificiais era uma grande tentação à idolatria. Se a palavra paizo é encontrada uma única vez, sua correlata empaizo é encontrada mais vezes. Seus significados são: “jogar”, “dançar ao redor”, “caçoar”, “ridicularizar”, “iludir”, “defraudar”. Esta palavra pertence ao grupo das usadas para “depreciação” ou “ridicularizar”, “levantar o nariz”, “balançar a cabeça”, “bater as mãos como sinal de insulto ou escárnio”, “fazer brincadeiras”. Deriva de “arrogância”, “mostrar superioridade”, “hostilidade” e “aversão” (Gn. 19:14; Is. 28:7 e seguintes). O verbo empaizein ocorre somente nos evangelhos sinóticos. Sua primeira ocorrência se dá em Mateus 2:16, quando Herodes é enganado pelos sábios, que ao invés de voltarem por Jerusalém , deixam-no a esperar. Em Lucas 14:29, encontramos a parábola do construtor imprudente que é ridicularizado por seus circunstantes pelo fato de não poder levar a cabo o término da construção. Todas aos outras passagens se referem a Jesus Cristo. Na predição de sua paixão a encontramos Mateus 20:19; Marcos 10:34 e Lucas 18:32. Ali esta palavra é sempre traduzida por “escarnecer”. Também na história de sua paixão, cumprindo suas próprias predições – Marcos 15:16-20,e Mateus 27:27-31. O ato dos soldados colocando uma coroa de espinhos, um manto de púrpura, saudando-o, golpeando-o com um caniço, cuspindo e curvando-se diante dele – constitui o escárnio. O texto de João 19:1-3, usa esta palavra para descrever o incidente como um todo. É o espetáculo. Mateus 26:6768, Marcos 14:65 e Lucas 22:63-65 tem sua contra partida em Jeremias 51:18, pois os ídolos são objetos de escárnio “obra ridícula”. Assim tratavam a Cristo, representando um macabro bailado ao seu derredor. Este Jesus
As Origens de Tantas Distorções? (*) Wilson Franklim
N
esse pequeno artigo pretendo identificar nas diversas correntes filosóficas, aquelas, cujas ideologias que tem influenciado negativamente à adoração cristã. Neste contexto, muitos crentes, estão iludidos em seus cultos, por desconhecerem as verdadeiras origens de suas práticas.
que arroga ser Deus, não é outra coisa nesta sanha diabólica senão “obra ridícula”. É o inferno que se levanta contra o Ungido de Deus. Cristo em sua agonia é a ridícula personagem da coreografia satânica. Mas ali, quem de fato, estava sendo exposto ao vexame, era a “antiga serpente”. Três dias depois o drama se conclui e os bailarinos do “dragão” perdem o ritmo. A “cabeça da serpente” está esmagada. Outros textos onde a palavra aparece são os seguintes: Hebreus 11:36 (escárnio); 11:26 (prazeres transitórios); Judas 18 (escarnecedores - andando) e II Pedro 3:3 (escarnecedores... com escárnios ....andando). Concluímos, afirmando que, não há uma referência sequer que no culto do Novo Testamento tenha havido manifestação da dança cúltica. Nem mesmo na Igreja dos Pais Apostólicos, e nem ainda na Reforma Protestante do Século XVI. Interessante! Por que não? Pelo menos por quatro razões: Primeiro, a dança era um costume pagão e procurou-se na Igreja Apostólica evitar qualquer associação. O princípio da associação deveria ser levado em conta. Não somente aquilo que era mal, mas também tudo aquilo que pudesse se parecer com o mal. Se fizesse o
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Tal tema se justifica pelo menos por dois motivos: 1º. O "fogo estranho" que os dois israelitas trouxeram perante o Senhor (Lv 10), consistia naquilo que era contrário aos mandamentos divinos quanto à adoração. 2º. No Novo Testamento, Paulo repreendeu os cristãos de Corinto porque eles não se ajuntavam "para melhor, e sim para pior" (1 Co 11.17). Repreensões como estas mostrando a ira de Deus quanto a uma adoração distorcida são multiplicadas por toda a Bíblia. Razão pela qual deveríamos nos manter em permanente estado de alerta quanto a nossa adoração. Mencionarei apenas a influência de quatro correntes. I. Influência do Existencialismo O Existencialismo como filosofia é abrangente e complexo, mas pode-se afirmar que sua essência baseia-se na experimentação, em avaliar as coisas pela experiência acima da razão . Observe que nessa filosofia a razão é serva da experiência, portanto a inteligência, de uma certa maneira, fica em segundo plano. 1
Embora Heidegger e Schleiermacher sejam indicados como precursores do existencialismo na teologia, foi através do pentecostalismo que a filosofia existencialista alcançou seu auge no meio evangélico, em especial na sua infrutífera tentativa de
reproduzir a experiência de pentecostes . 2
A influencia existencialista no meio cristão se faz presente através da demasiada ênfase aos sentimentos e emoções na adoração. Note que em muitos “cultos” a palavra de ordem é: “você precisa sentir algo...”; reações como: “Ah! o culto foi fraco porque eu não senti nada”... O fato problemático é que essa influência existencialista no culto traz imensos prejuízos porque põe a centralidade da adoração no adorador. O adorador sem se aperceber passa a ocupar o lugar central do culto, uma vez que ele precisa sentir, experienciar, e até mesmo materializar sua adoração para que possa continuar “crendo”. Nesta perspectiva, a liturgia atual é fortemente acusada (com razão) de ser um meio para se atingir emoções . 3
Em outras palavras, está aqui a explicação porque a maioria das orações e cânticos, em algumas igrejas, são meios de auto-reconciliação, de auto-ajuda e autoaceitação. O resultado final é a sensação de se ir para casa "descarregado" e se sentindo bem, contudo, infelizmente, sem se ter verdadeiramente adorado o Eterno. A segunda influência negativa sobre a adoração vem da II. Influência do Humanismo O humanismo enxerga as questões da vida sempre numa perspectiva antropocêntrica, isto é: aquela em que homem ocupa o centro do universo. Boice corretamente afirmou que a nossa geração é centralizada no homem e infelizmente "a igreja, traiçoeiramente, tem se tornado egocêntrica.” Tornando-se uma igreja em “si mesmada”. No meio batista, 4
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A Liturgia no Culto Cristão adaptar a atual realidade da sociedade. A igreja de filosofia contemporânea é aquela que adaptou/acomodou/conformou a sua mensagem (conteúdo bíblico) e a sua metodologia à cultura na qual está inserida. Para tal proeza é necessário lançar mão da psicologia para entender melhor as angústias, as ambições, os conflitos existenciais da sociedade, e assim negam a suficiência das Escrituras para o governo e direção de todos os aspectos inerentes ao ser humano; recorrer as técnicas gerenciais e de marketing empresariais para “conquistar” o maior números de “clientes”; o misticismo para persuadir e amedrontar, e dessa forma segurar a pessoa pelo “medo”. Alguns indivíduos em seus argumentos favoráveis a essa nova reforma litúrgica, produzida especialmente nas igrejas que adotaram algum modelo eclesiástico de crescimento (MCI), como o G12, o G5 (Igreja com Pr o p ó s it os ), Red e Min is t er ial, Comunidade Vineyard, têm afirmado que os cultos “contemporâneos” têm contribuído/facilitado para que um maior número de pessoas encontre a Cristo, e que essas igrejas têm permanecido fiéis às doutrinas fundamentais da fé cristã. Não podemos desconsiderar totalmente que algumas pessoas têm realmente um encontro genuíno com Cristo nessas igrejas, mas a questão a considerar é qual o preço a pagar? Ao contrário do que muitos pensam, muitas igrejas têm hoje abandonado doutrinas essenciais, como por exemplo, a divindade de 8 Cristo, e abraçado o ecumenismo . Quanto às doutrinas, se não são abandonadas, são relegadas a um segundo plano na vida da igreja, mas a um nível tão secundário que ficam 9 “submersas”, pois as “doutrinas dividem”. O que vale perguntar é se realmente está ocorrendo conversões genuínas ou um mero crescimento social ou psicológico? O culto não é uma festa preparada para entreter os membros da igreja, e nem é mais espiritual quando provoca as emoções ao
Dança Litúrgica ponto de embotar a razão de seus participantes. O culto é o serviço que prestamos a Deus, é a nossa adoração sincera à s u a Pe s s o a ; e s o m e n t e o c o r r e e m conformidade com a sua Palavra. O culto congregacional é um momento da nossa adoração, e é essencial para a vida da igreja. O desvio ou a obediência parcial da Palavra de Deus leva-nos a uma falsa adoração, e conseqüentemente prestamos um culto distorcido ao Senhor. Notas: 1. “Santos no Mundo”, Leland Ryken, pg. 134. 2. “Pregação e Pregadores”, D. Martyn Lloyd-Jones, pg. 18. 3. “Com Vergonha do Evangelho”, John F. MacArthur, Jr. Pg. 139. Ainda sobre a necessidade de manter-se firme à pregação fiel das Escrituras, o Pr. MacArthur acrescenta: “Portanto, pregar a Palavra deve ser o âmago de nossa filosofia de ministério. Qualquer outra coisa é substituir a voz de Deus por sabedoria humana. Filosofia, política, humor, psicologia, conselhos populares e opiniões humanas jamais conseguirão realizar o que a Palavra de Deus realiza. Talvez sejam coisas interessantes, informativas, divertidas e, às vezes, úteis, mas não são espiritualmente transformadoras e tampouco são da alçada da igreja. A tarefa do pregador não é ser canal para a sabedoria humana; ele é a voz de Deus que fala à congregação. Nenhuma mensagem humana vem com a chancela da autoridade divina, apenas a Palavra de Deus. Francamente não entendo os pregadores que estão dispostos a abdicar tão grande privilégio” (pg. 30). 4. “Santos no Mundo”, Leland Ryken, pg. 121. 5. “O Culto”, Rev. Onésimo Figueiredo (disponível em www.monergismo.com). 6. Dicionários da língua Portuguesa (Aurélio, Antônio Olinto e Silveira Bueno) para Mundanismo. 7. Dicionários da língua Portuguesa (Aurélio, Antônio Olinto e Silveira Bueno) para Pragmatismo. 8. “Pelo Lado de Fora É uma Igreja Evangélica - Por Dentro Está Adornada com Chocantes Símbolos Ocultistas” (disponível em www.espada.eti.br). 9. Rick Warren: “Evite as Escrituras ofensivas e as advertências divisivas. Remova a ênfase nos absolutos bíblicos e em "doutrina", pois atrapalham a unidade e a mudança contínua". Citado no artigo “Igreja dirigida pelo Espírito ou orientada por propósitos?” – parte 2, de Paul Proctor (disponível em www.espada.eti.br).
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povo lembrar dos cultos pagãos dos quais muitos crentes eram egressos, evitar-se-ia! Em segundo lugar, pelo fato, que foi deixado em relevo por Paulo aos Coríntios. A dança tentava-lhes a idolatria, abria-lhes as portas à licenciosidade e dava vazão ao erotismo. Nada de dança, a Igreja de Jesus é uma comunidade de separados, chamados à pureza e à santidade! Em terceiro lugar, porque o culto do Novo Testamento é adjetivado como “Logikem Latria” (culto racional), ou melhor, supresensual. Não necessitamos mais dos recursos visuais externos. Nosso culto é em espírito e em verdade. A palavra usada por Jesus Cristo em sua conversa com a mulher samaritana é significativa. Várias são as palavras que poderiam ser traduzidas pelo vocábulo “verdade” na língua grega. A palavra, no entanto, usada por Jesus, não se contrapõe a idéia de “mentira”. A palavra é contraposta, sim, a “símbolo”, “tipo”, “figura”; recursos estes usados no culto do Velho Testamento. Arrependimento era o “por cinzas na cabeça, vergonha era simbolizada pelo “rasgar das vestes”, submissão era o “orar com o rosto em terra”, a remissão dos pecados se dava pelo “derramar do sangue de animais”, etc. Nosso culto hoje não necessita destas figuras, pois, é um culto supra sensual, a “verdade” anteriormente apresentada por símbolos encontra sua expressão. Jesus! Quem tem Cristo adora “em espírito e em verdade”. Em quarto lugar, e mais importante que tudo mais, o culto no Novo Testamento não permita a manifestação de “dança
sagrada” pelo fato de que toda dança, meneio de corpos, requebros, fazia lembrar o escárnio de Cristo. O Dicionário Teológico do Novo Testamento de Kithel afirma: “Seja o fato dos soldados aqui estarem observando um costume (religioso), específico, ou seguindo práticas do sacrifício persa, por exemplo, ou estarem simplesmente expondo o suposto rei dos judeus ao ridículo, é muito difícil ter qualquer certeza. Contudo, é certo de que este escárnio se dava num contexto de dança e drama. Um show, um espetáculo, um ato público civil e religioso. A dança cúltica fazia os crentes da Igreja Apostólica lembrarem-se da horripilante coreografia desenhada a derredor do Salvador. Hoje, vemos em alguma Igreja Presbiterianas não propriamente a dança artística, ainda assim condenável no culto. Pior que isso, vemos o requebro sensual, expressão de carnalidade com ares de piedade. Sendo assim, irmãos, creio eu, que devemos orientar os irmãos. Todos nós juntos não permitiremos que o produto da “criatividade” de alguns crentes inadvertidos e outros mal intencionados, vá tomando fôlego em nosso meio. ____________________________ Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus). (Extraído de: http://solascripturarg/LiturgiaMusicaLouvorCulto/DancaLiturg ica-LBMorais.htm).
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Concerto de Música Sacra: "Não farás para ti" Por Manoel Canuto
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lgumas igrejas estão promovendo concertos de música sacra com propósitos culturais. Mas o que a Palavra de Deus afirma e relata com respeito à apresentação de corais e músicas – cantores de hinos sacros de louvor a Deus – pelos levitas cantores é que cantavam unicamente para adorar a Deus no contexto de culto (1 Cr 6.31; 15.21-22; II Cr 23.18; II Cr 5.12; Ne 12.46). Não se vê em nenhum lugar das Escrituras algum concerto ou apresentação de hinos e corais para deleite cultural ou entretenimento e recebendo aplausos. Michael Horton, em seu livro O Cristão e a Cultura (da Editora Cultura Cristã e que recomendo), afirma que o cristão pode participar e fazer cultura mesmo não sacra, sem que isso seja pecado. Ele diz que se deve manter a distinção entre o que é 'secular' e o que é 'sagrado'. Na verdade a Reforma não rejeitou tal distinção, mas rejeitou a hierarquia ligada a ela, como se uma fosse mais importante ou mais espiritualmente aceitável a Deus do que a outra. Não podemos negar que no culto judaico havia aquilo que era separado por Deus e santificado e o que era comum (louças, panelas, vasos). Os vasos do templo eram sagrados, mas os de casa eram comuns. Hoje muitos pensam que tudo é santo. É verdade que Deus está envolvido na totalidade da vida e não se limita ao religioso. Ou seja, Deus está tão envolvido com a criação quanto com a redenção; Ele está interessado tanto no comum quanto no sagrado. Isso é verdade. Mas, enquanto o propósito da Igreja é adorar a Deus conforme Ele ordenou, e levar o Evangelho às nações e o mundo possa ser visto como o "teatro da glória de Deus", como disse
Calvino; este mundo jamais poderá ser meio de redenção. A cultura e a arte popular não podem redimir. Vendo assim, os artistas da época da Reforma criariam obras que servissem tanto ao reino de Deus quanto à cultura secular, sem confundir os dois. Os artistas na Reforma estranhariam a expressão hoje tão usada: "Este é um artista cristão." Mas não estranhariam a expressão: "Este é um cristão que produz arte." Abraão Kuyper observou que, conquanto a fé bíblica possa inspirar a grande arte, o casamento da religião com a arte acaba destruindo a ambos. É verdade que os reformadores negaram o dualismo neoplatônico entre espírito e matéria, mas eles fizeram distinção entre "coisas celestiais e coisas terrestres", pois isso é bíblico.
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A Liturgia no Culto Cristão Elementos que prejudicam à nossa adoração a Deus “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (1 Co. 5:6). 01. Materialismo: A avareza, a ganância, o amor desenfreado pelo dinheiro é uma das mais sérias infecções que tem contaminado as igrejas: 1 Tm. 6:10; Hb. 13:5. A doutrina da prosperidade tem apresentado um “outro evangelho”; bastante popularizada, essa doutrina tem sido um vergonha para o Evangelho, abnegando da mensagem da cruz, da santificação, da submissão e rendição completa ao senhorio de Cristo. Ela apregoa uma mensagem de exaltação ao ego, fazendo do homem o senhor e de Deus o seu “capacho”, uma espécie de “gênio da lâmpada”. Quando a igreja é dominada pelo “espírito” do materialismo, ela deixa de investir na evangelização de almas para se tornar uma “igreja amigável” da sociedade, assim seus templos ficam mais cheios e conseqüentemente mais rica ela se torna. Apesar do materialismo se desenvolver de várias formas, que vai desde a acepção de pessoas (excluindo os pobres) até a ostentação da luxúria, está subjacente a todas elas a adoração ao mesmo deus: o dinheiro. 02. Mundanismo: Não se trata mais de um flerte, isso foi na época de Tozer, Spurgeon, e mais recentemente Lloyd-Jones. Agora, em nossos dias, a igreja está celebrando sua lua-demel com o mundanismo. Os templos hoje estão parecidos com as casas de shows, e não me
refiro apenas a estrutura física e suas parafernálias, como palco, luzes, fumaça de gelo seco, etc., mas também a sua ideologia, sua cultura. O mundanismo entrou tão sutilmente e agora está arraigada como um “sistema que promove a satisfação daqueles que só procuram gozos materiais”.6 03. Pragmatismo: Uma espécie de pensamento ou noção que consiste na valorização de algo que seja útil e propicie 7 alguma espécie de êxito ou satisfação. O pragmatismo não é ruim em si mesmo em todas as situações, entretanto, quando aplicado como princípio norteador da vida de uma pessoa ou da igreja entra diretamente em confronto com as escrituras Sagradas. Na prática, funciona como “o fim justifica os meios”. O desejo de ver a igreja crescer (que pode ser um desejo sadio), não pode passar por cima da soberania divina. É Deus quem dá o crescimento (At. 2:47; 1 Co. 3:6,7), através da proclamação de Seu Evangelho. Não podemos lançar mãos de artifícios, como técnicas de marketing, manobras de manipulação psicológica, entretenimento para conquistar as multidões. O nosso dever é proclamar com fidelidade o Evangelho de Jesus Cristo e testemunhar de nossa fé em Cristo onde estivermos. 04. Filosofia Contemporânea: Alguns teólogos e pastores modernos aplicam essa filosofia ao evangelho e à vida da igreja com o termo conhecido como “contextualização” (não encontrada nos dicionários). Essa expressão traz a idéia de “atualizar”, no caso aqui, a mensagem do evangelho, de forma a se
Educandário Juvêncio Terra Av. Otávio Santos, 152 - Fone: (77) 3424-4046 CEP 45020-750 - Vitória da Conquista - Bahia
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A Liturgia no Culto Cristão A Primazia da Palavra de Deus no Culto “Que pregues a Palavra...” (2 Tm. 4:2) C o m o a d v e n t o d a Re f o r m a Protestante as Escrituras assumiram novamente a primazia nas reuniões dos crentes para cultuar a Deus. Segundo o Dr. Leland 1 Ryken , os “atos do culto enfatizados pelos puritanos e reformadores eram preponderantemente atos literários: ler a Bíblia, meditar no seu significado, ouvir sermões, e conversar com os outros sobre a apreensão de cada um da doutrina baseada nestas atividades”. Dois pontos a se considerar: a primazia da pregação no culto e que essa pregação seja a exposição bíblica. Argumentando a respeito da primazia da 2 pregação no culto, o Dr. Martyn Lloyd-Jones afirma: “... a pregação é a tarefa primordial da Igreja, está alicerçada desse modo sobre as evidências dadas pelas Escrituras, bem como sobre as evidências confirmatórias e corroborativas da história da Igreja”. Citado 3 por John MacArthur , o Dr. Douglas Webster expõe como era a pregação bíblica nas igrejas: “A pregação bíblica era teocêntrica, revelava o pecado, tocava no ego e transformava vidas; era completamente o oposto dos sermões rápidos e informais de hoje que cristianizam a auto-ajuda e servem mais para entreter do que convencer do pecado”. Ai está a razão da primazia da pregação bíblica no culto: ela é o principal instrumento pelo qual o Espírito de Deus opera em nossas vidas. O apóstolo Paulo nos afirma que o Evangelho é poder de Deus para a salvação daquele que crê (Rm. 1:16), não há outro caminho (Rm. 10:17); substituí-lo, alterálo,acrescentando ou retirando dele, é um ato abominável, condenável e réu de juízo divino (Ap. 22:19). A Simplicidade do Culto Cristão “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At. 2:42).
Concerto de Música Sacra: «Não farás para ti» Os anabatistas e os reformadores, ao contrário da igreja dominante da época, sempre procuraram estabelecer o culto dentro do compasso da Palavra de Deus. O pensamento deles é bem traduzido pelas 4 palavras do puritano Richard Cox : “Sou da opinião de que todas as coisas na igreja deveriam ser puras, simples e removidas o mais longe possível dos elementos e pompas deste mundo”. Um dos princípios bíblicos mais negligenciados nos dias de hoje para o culto cristão é o de 1 Coríntios 14:40 para que tudo seja feito “decentemente e com ordem”. A reforma teológica necessariamente implicou em reforma litúrgica, e isso já foi feito. Não existe uma liturgia definida, estática. A liturgia de uma igreja atual não precisa ser necessariamente idêntica a de uma igreja do passado ou de uma igreja vizinha. A presença de um coral, a preferência por determinados hinos e cânticos, a utilização de instrumentos sonoros são elementos que podem dar características distintas às liturgias. Às vezes, a liturgia de uma congregação rural difere, pela presença ou ausência de certos elementos, da liturgia de sua igreja-sede. Em Ef. 5:18-21, Cl. 3:16-18 e 1 Ts. 5:16-22, os elementos fundamentais, encontrados nessas passagens bíblicas, que constituem um culto congregacional, , são nominadas pelo pastor 5 Figueiredo como sendo louvor, oração, ação de graças, pregação, ensino, submissão e regozijo espiritual. O que na verdade está se fazendo hoje é que muitas igrejas estão retornando aos moldes antigos da missa católica e de cultos pagãos com outros “padrões” de esculturas, imagens e tradições que substituíam as Escrituras. Esses novos padrões se apresentam na forma de comportamentos, como o sensualismo, misticismo, transes, hipnoses, despertados e motivados pelas músicas dançantes, técnicas persuasivas, ritmos alucinantes, mantras, etc.
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Quando se pensa não haver distinção entre usos seculares e sagrados, quase que acabamos com a tradição da musica da igreja e ao mesmo tempo criamos um estilo de música popular que não é realmente secular e nem é verdadeiramente sagrada. Então, tudo termina em pobre arte e má teologia. Os reformadores insistiam que, já que fomos criados neste mundo, chamados para este mundo e redimidos deste mundo, não deveríamos deixar pendurada nossa fé no armário quando saíssemos para o trabalho; mas eles distinguiam a Igreja do mundo. Não há nada errado sobre apreciar um concerto secular por simples prazer e admiração do que é belo. Isso é perfeitamente lícito. Mas temos de ser críticos e analíticos ao máximo quanto à música sacra. Por que? Porque ela não foi feita simplesmente para nosso entretenimento: ela foi feita para adorar a Deus! Não foi feita para apresentação cultural em concertos. Não é para agradar e deleitar as pessoas, mas para louvar a Deus. Não foi feita nem mesmo para evangelizar. Esta preocupação que envolve a pureza do culto está no segundo mandamento: a falta de reverência. Nosso culto e também a música sacra devem passar pelo crivo da integridade teológica. A música sacra não é para deleite dos homens, para receber ovação, nem para enriquecer culturalmente a ninguém, como muitos propõem. Sei contudo que é uma influência da época em que vivemos e não nos apercebemos. Bach e Händel fizeram peças seculares e sagradas e não confundiram as duas. Mas
agora, para nossa tristeza, existe um estilo que nem é sagrado nem é secular, mas uma fusão de ambos. Não está certo; pode funcionar e trazer deleite e aplauso, mas não está certo. Assim, quando promovemos concertos sacros para entreter e educar culturalmente, perdemos de vista o que é a adoração, quebramos o mandamento do Senhor com respeito ao culto; usamos o nome de Deus em vão e levamos à nossa geração uma visão irreverente e distorcida do que é louvar a Deus. Unir "levitas" com "gentios", quando se reúne crentes com descrentes para apresentação musical é um ajuntamento condenável pelas Escrituras. Muitos diriam que se trata de cultura. Mas esta é uma união que não é vista nas Escrituras. Creio que não é uma sábia iniciativa por mais bem intencionada que seja. Nossos filhos serão levados a ver e aprender o que não deveriam. Com isso, teremos uma Igreja "segundo o mundo". Esta é uma simples advertência, mas de importância, creio eu. Uma boa pergunta a nos ajudar seria: "Deus se agrada disso?" Teríamos três respostas: (a) "Sim, muito se agrada, aprova e exige"; (b) "Deus é neutro neste caso" e (c) "Não, Deus não concorda em se usar cantos sacros de louvor (que só a Ele são devidos) para entreter e edificar culturalmente as pessoas". Acho que a última resposta é a que deve ser considerada. "Não farás para ti...", diz o Senhor (Ex 20.4). Texto retirado da Revista Os Puritanos, Edição de OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO de 1999.
MATERIAL P/ CONSTRUÇÃO EM GERAL FONE: (77) 3424-0000 .............................................................................................................. 21
Tensões No Culto Evangélico Brasileiro
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ma das áreas mais polêmicas dentro do Cristianismo é exatamente aquela em que deveria haver mais harmonia e consenso entre os cristãos, ou seja, o culto. Através da sua história, a Igreja Cristã vem se debatendo com disputas, discussões e discordâncias quanto a alguns importantes aspectos relacionados com o serviço divino. E o debate, naturalmente, está presente na igreja evangélica brasileira. Por exemplo, a questão da organização versus liberdade na liturgia. Até que ponto podemos organizar e estruturar a ordem ou seqüência dos atos de cultos sem que isso tire a espontaneidade dos participantes? Ou mais grave ainda, até que ponto a própria idéia de preparar uma liturgia antecipadamente já não representa uma limitação à liberdade do Espírito de Deus em dirigir o culto como deseja? Igrejas, movimentos e grupos dentro do evangelicalismo brasileiro têm assumido as vezes lados radicalmente opostos nessa questão. De um lado temos liturgias elaboradas milimetricamente, realizadas por ministros paramentados de acordo com o calendário eclesiástico e as estações do ano, exigindo formalidade, seriedade e reverência; de outro, cultos sem qualquer ordem ou seqüência pré-estabelecidos, onde as coisas acontecem ao sabor da inspiração momentânea do dirigente, supostamente debaixo da orientação do Espírito de Deus. Felizmente, onde predomina o bom senso e um desejo de seguir os princípios bíblicos para o culto a Deus, adota-se uma liturgia que procura usar o que há de melhor nos dois esquemas, unindo seriedade reverente com liberdade exultante. Outra tensão é entre ofício e participação. Quem deve dirigir o culto a Deus? Quem pode participar ativamente na liturgia? Somente aqueles que foram ordenados para isso – pastores e presbíteros?
Augustus Nicodemus
Ou qualquer membro da comunidade? Respostas variadas têm sido dadas a essas questões por diferentes grupos evangélicos no Brasil. Por um lado encontramos igrejas que entendem que apenas aqueles que foram treinados adequadamente e posteriormente autorizados (ordenados) pela igreja é que podem participar ativamente do serviço divino. Outros grupos, como os quacres do passado e alguns movimentos quietistas modernos, rejeitam a própria idéia de ofício e dispensam qualquer ordem ou liderança no culto público. Encontramos nas igrejas evangélicas brasileiras variações desses extremos. Parece-nos claro que o caminho correto é manter no culto a liderança claramente bíblica dos presbíteros e pastores e ao mesmo tempo procurar entre os nãoordenados aqueles que têm dons públicos que possam, após treinamento adequado, participar ativamente da liturgia. Mais uma tensão: formalismo versus simplicidade. Relacionada com esta vem a tensão entre solenidade e alegria. Esses extremos na verdade não se excluem. São todos elementos do culto bíblico, muito embora em sua história, a Igreja tenha por vezes enfatizado uns em detrimento dos outros. Mais uma vez, a busca pelo equilíbrio bíblico deve marcar a liturgia das igrejas evangélicas. Mas existe ainda uma tensão – talvez a um nível mais profundo – que representa um sério desafio para a liturgia da Igreja, que é mente versus coração. Ou mais exatamente, qual o lugar da mente no culto? Pode-se cultivar o entendimento e o crescimento intelectual sem perder-se de vista o papel do coração no culto? Um culto só é realmente espiritual se a mente for deixada de lado e o coração envolver-se inteiramente? Muitos grupos evangélicos hoje responderiam sem hesitar que a mente acaba por representar um
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A Liturgia no Culto Cristão L. Hérbet
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culto congregacional é um meio pelo qual Deus nos abençoa. O culto é, portanto, algo essencial para a vida da igreja. Quando o crente não freqüenta a sua “igreja”, ele estará perdendo bênçãos espirituais que Deus tem outorgado através da comunhão com nossos irmãos de fé. Embora nenhuma reunião congregacional possa substituir a aplicação individual ao estudo da palavra (sistemática e devocionalmente) e à oração, o culto é de real valor para a vida cristã. Entretanto, o culto que prestamos a Deus só lhe é agradável, aprazível, se corresponder a Sua vontade (Rm. 12:1-2), e abençoador aos participantes, se somente comunicar-lhes as verdades divinas (todo o conselho de Deus). Culto Cristão: Criativo e Novo – Sempre! “Falando entre nós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração. Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef. 5:19-20). Quando os crentes se reúnem para celebrar a Cristo, eles o fazem porque têm uma vida cristã real, que é produto de uma fé num Senhor vivo. Isso faz com que cada ato, cada momento do culto se torne especial, com significado. É criativo e novo não por que traz a cada culto uma inovação diferente, mas porque Deus, através de sua Palavra proclamada, sempre realiza algo novo em nossas vidas. Somos edificados e abençoados pela Palavra de Cristo. Uma séria acusação que se faz a respeito das igrejas ortodoxas (fundamentalistas/conservadoras) é de que essas igrejas impedem o agir do Espírito Santo, bem como inibem a expressão da totalidade do ser humano no louvor a Deus, pois alegam que o homem não é apenas intelecto/raciocínio, mas é também emoções/sentimentos, e esses são tolhidos numa liturgia ortodoxa. Acredito que os que assim pensam ainda não estão
totalmente convencidos da suficiência da Palavra de Deus para as nossas vidas. O coração do salvo está repleto de alegria e prazer. Sua satisfação é completa em Cristo e em Sua Palavra. Cada culto é uma nova oportunidade para agradecer (gratidão/ações de graça) ao Senhor por tudo quanto Ele tem realizado. Como então suas emoções e sentimentos estão inibidos? Na verdade, nossos sentimentos apenas não estão fora de controle, em êxtase, mas submetidos à nossa própria faculdade, adorando ao Senhor tanto com a mente quanto com o coração (Rm. 12:13). A nossa satisfação e contentamento está em agradar a Deus e não em satisfazer a nossa própria carne. Mas devemos ter muito cuidado com o estereótipo! Não é apenas por uma igreja possuir uma liturgia conservadora que significa realmente que ela está centrada na Palavra de Deus. Ouvir falar de uma igreja conservadora, onde se primava por um culto tradicional, mas que segundo o relato, existiam sérios problemas de ordem espiritual e moral, como membros envolvidos em caso de adultério e negócios irregulares (e parece que nada se fazia para corrigir esse mal), reuniões de oração que dificilmente tinham mais de 10 membros participando, além de partidarismos e desavenças familiares. Tudo isso é triste e envergonha o Evangelho.
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Editorial U
m dos pontos distintivos entre algumas igrejas e denominações, além de certas doutrinas, é a forma (liturgia) do culto congregacional. Trata-se de um ponto tão importante na vida da igreja, que um pastor (em alta nos círculos cristãos) afirmou que a igreja precisa urgentemente de uma reforma litúrgica¹. A presente edição da RSD pretende analisar à luz das Escrituras Sagradas esse tema tão desafiador; não tem a pretensão de esgotá-lo e nem de ser a palavra final, contudo, nossa oração é de que estejamos expressando com fidelidade as verdades ensinadas na Palavra de Deus. Muitos têm afirmado nos dias de hoje que a forma de como a igreja se reúne para adorar a Deus não é relevante, e sim a disposição de nosso coração em adorar que é salutar. Percebe-se também que a adoração muitas vezes tem sido mal compreendida, e seu conceito/significado tem se restringido aos momentos de reuniões de louvor ou cultos. Faz-se necessário um exame através das Escrituras para uma melhor compreensão acerca da adoração e do culto cristão. Mais em voga hoje em dia, a expressão “encontros de adoração” tem sido utilizada para substituir a palavra “culto” em algumas igrejas. Nesses encontros, o momento de louvor, apelidado de “louvorsão”, tem assumido o papel central, relegando ao segundo plano o estudo bíblico ou a pregação da Palavra de Deus. Não são muitos os pastores que têm resistido a essas mudanças. Poucos parecem se preocupar com as transformações que boa parte das igrejas está passando nesse inicio de século. Todavia algumas dessas preocupações são bastante pertinentes: A mensagem do evangelho pode estar sendo comprometida de alguma forma
Tensões no Culto Evangélico Brasileiro
com essas mudanças? A pregação expositiva das Escrituras ainda ocupa um lugar central no culto? A liturgia adotada contribui para que haja “ordem e decência” no culto? Outros aspectos igualmente importantes são motivos de análise: a liturgia tem proporcionado uma participação mais espontânea dos membros comuns? Somente os pastores e diáconos são responsáveis pela condução do culto? A liturgia pode “engessar” a liberdade de seus participantes? Razão ou emoção no culto? É possível um equilíbrio? O que se pode observar é que a igreja atual tem lançado mãos de inovações e estratégias seculares, principalmente ferramentas de entretenimento e de gerenciamento empresarial. Alguns afirmam categoricamente que a igreja atual é mais mundana, carnal, e que, apesar do expressivo crescimento numérico, encontra-se mais fraca espiritualmente. Encontramo-nos entre aqueles que acreditam que o culto congregacional é de importância ímpar para a vida do povo de Deus e, conseqüentemente, que a liturgia tem um papel definidor nesse campo. Esperamos que a escolha do tema tenha sido acertada pelo momento em que vive a igreja brasileira e que a presente edição possa ser um canal de bênçãos aos queridos leitores. A RSD agradece aos autores dessa edição que prontamente atenderam ao nosso convite nos enviando seus artigos sobre o tema em questão. Oramos para que Deus abençoe a vida e o ministério de cada autor. Boa leitura! Os editores.
1. "Selecting Worship Music", Rick Warren: “Você precisa fazer combinar a música com o tipo de pessoa que Deus quer que sua igreja alcance... A música que você usa 'posiciona' sua igreja na cidade ou bairro. Ela define quem você é... Ela vai determinar o tipo de pessoa que você atrai, o tipo de pessoa que você mantém e o tipo de pessoa que você perde"; numa visão ainda mais abrangente para o serviço (culto) da igreja, ele afirma: “A primeira Reforma esteve relacionada com as crenças. A Reforma de agora precisa estar relacionada com o comportamento ... Já tivemos uma Reforma, o que precisamos agora é de uma transformação."
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obstáculo na experiência da verdadeira adoração, e que deve ser deixada de lado para que as emoções fluam livremente. Desse ponto de vista, as partes do culto, e especialmente a pregação, devem facilitar a experiência litúrgica. A pregação acaba por ser relegada a plano secundário, sendo substituída por relatos de experiências pessoais; ou quando é feita, via de regra (há exceções) é uma coleção de casos, exemplos e experiências, intermediados aqui e ali por trechos bíblicos nunca expostos e explicados, mas citados como prova. Mas essa tendência é bem antiga. Paulo teve que corrigir o desequilíbrio litúrgico dos coríntios, com sua ênfase na participação, uso dos dons, liberdade e pouca atenção à instrução e o uso da mente. Modernamente, percebe-se sem muito esforço a tendência de se enfatizar participação, louvor, testemunhos, dramas e corais, em detrimento da pregação da Palavra durante os cultos dominicais de muitas igrejas. É essa última tensão que tem questionado com mais radicalidade a natureza, necessidade e propósito da pregação nos cultos. O que nos parece fundamental neste assunto é que, desde o início, Deus usou a pregação expositiva de sua Palavra como veículo de revelação da Sua vontade ao Seu povo; e que portanto, a pregação nunca deve ser relegada a plano secundário no culto, mas deve sempre ocupar lugar central de destaque. Estas são algumas das tensões na igreja evangélica brasileira quanto ao culto. Nem sempre elas têm sido bem resolvidas. Provavelmente, o caminho para um culto que seja bíblico e brasileiro tenha de passar pelas seguintes vertentes: 1) Empregar o princípio de que devemos manter no culto somente aqueles elementos que possam, de forma direta ou indireta, encontrar respaldo nas Escrituras do Novo Testamento. De outra forma, desprovida de referencial, a igreja brasileira não terá como impedir a avalanche de inovações no culto, algumas bem intencionadas, porém apócrifas,
e outras inspiradas até em práticas das religiões afro-brasileiras. 2) Reconhecer que há circunstâncias do culto que não estão necessariamente definidas, proibidas, ou ordenadas nas Escrituras, e que podem ser adotadas à critério das igrejas, respeitada a história, a tradição, a cultura e especialmente o bom senso. 3) A busca do equilíbrio nas tensões mencionadas acima, reconhecendo que qualquer dos extremos citados termina prejudicando o culto, por reduzi-lo e privá-lo da plenitude desejada por Deus. O culto é certamente um dos aspectos mais centrais da vida das igrejas evangélicas, pois nele deságuam as doutrinas, as crenças, as práticas, as tensões e a vida espiritual das comunidades. Uma igreja é aquilo que seu culto é. Como parte da sua reflexão e reforma, a igreja evangélica brasileira deveria enfocar mais este assunto. Artigo extraído do site Teologia Brasileira (www.teologiabrasileira.com.br) Augustus Nicodemus Lopes é paraibano e pastor presbiteriano. É bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife), mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul) e doutor em Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos no Seminário Reformado de Kampen (Holanda). Foi professor e diretor do Seminário Presbiteriano do Norte (1985-1991), professor de exegese do Seminário JMC em São Paulo, professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (1995-2001), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (1989-1991) e pastor da Igreja Evangélica Suiça de São Paulo (1995-2001). Atualmente é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro. É autor de vários livros, entre eles O Que Você Precisa Saber Sobre Batalha Espiritual (CEP), O Culto Espíritual (CEP), A Bíblia e Sua Familia (CEP) e A Bíblia e Seus Intérpretes (CEP). É casado com Minka Schalkwijk e tem quatro filhos – Hendrika, Samuel, David e Anna.
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INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
EDITORA FIEL Adoração, O que a Bíblia Ensina Sobre... Autor: Robert L. Dickie O que é adoração? Como adoramos? O que é adoração aceitável a Deus? Nesta obra completamente bíblica e muito prática, o pastor Robert L. Dickie responde essas perguntas, direcionando-nos a exemplos claros de adoração nas Escrituras. Confissões de um Ministro de Louvor Autor: Dan Lucarini A música na igreja evangélica tem sido constantemente um dos assuntos mais controversos dos últimos 50 anos. Dan L ucarini, com sua ex p e r i ê n c i a d e e nv o l v i m e n t o profundo na música moderna (secular ou não) e honestidade em compartilhar sua própria jornada espiritual e musical, nos oferece, neste livro, uma avaliação do que julga ser um dos principais problemas da igreja contemporânea. Louvor em Crise Autor: Peter Masters
Abílio César Dias Nascimento ADVOGADO
Este livro apresenta quatro princípios essenciais que Jesus estabeleceu para adoração, pelos quais devemos julgar cada nova idéia. Aqui, encontramos também um ponto de vista fascinante a respeito de como os crentes adoravam nos tempos bíblicos, incluindo regras sobre o uso de instrumentos. Esta importante pergunta é respondida: o que a Bíblia ensina sobre o conteúdo e a ordem de um culto de adoração em nossos dias?
CAUSAS CÍVEIS E TRABALHISTAS ASSESSORIA JURÍDICA PÚBLICA
Recomendamos que a leitura desses livros e de todas as citações Bíblicas seja feita acompanhada da Bíblia Almeida Corrigida Fiel (SBTB), visto ser a Bíblia da Refoma Protestante e dos Puritanos (por equivalência à KJV).
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Pedidos: EDITORA FIEL DA MISSÃO EVANGÉLICA LITERÁRIA Caixa Postal 1601 - São José dos Campos, SP CEP 12230-990 - PABX (12) 3936-2529 jack@editorafiel.com.br - julio@editorafiel.com.br www.editorafiel.com.br
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Revista Apologético-Cristã Bimestral Ano 7 - 2008 - nº 14
Editor-Chefe LUCIANO HÉRBET OLIVEIRA LIMA
Editorial
02
A Liturgia no Culto Cristão
03
Adoração, as origens de tantas distorções?
07
Culto não é show e louvor não é baderna
10
Bater palmas e as Escrituras
14
Dança Litúrgica
16
Concerto de Música Sacra
20
Tensões No Culto Evangélico Brasileiro
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Indicações Bibliográficas
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Diretor Geral e Co-editor MARCOS ANTÔNIO FREIRE MARTINS Conselho Editorial JOSIAS BARAÚNA JR. HÉLIO DE MENEZES SILVA JOSÉ INFANTE NETO Conselho Teológico PR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA PR. DAVID THOMPSON PR. CALVIN GARDNER Revisão JOSÉ INFANTE NETO Direção de arte/Diagramação JAIME PORTELA DE VERÇOSA JR. Marketing/Publicidade JOSÉ FLORIVAL SOUSA Capa GRÁFICA LASERSET
Revista SÃ DOUTRINA A/C Marcos A. F. Martins Praça Gerson Sales, 42 - 1º andar Bairro Alton Maron CEP: 45045-020 - Vit. da Conquista-BA Fone: (77) 8807-0109 www.revistasadoutrina.com Sã Doutrina é marca registrada no CRTD de Vitória da Conquista sob nº 81, Livro B-1 (apresentado para registro e apontado sob nº 34.076).
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