SANTUÁRIO JESUS RESSUSCITADO

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A L D A I R

S C H M I T Z

ARQUITETURA SACRA CONTEMPORÂNEA SANTURÁRIO JESUS RESSUSCITADO

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SAGRADO RESSUSCITADO ARQUITETURA RESSURREIÇÃO IGREJA JESUS PROJETO DEUS CATÓLICA CRUZ PROJETO ESPAÇO BASÍLICA CRISTO CAPELA CATEDRAL RELIGIOSO SÉDIA MODERNO ALTAR PEDRO VIDA NAVE SANTA FORMA FIÉS ESTRUTURA BATISMO PAISSAGEM SANTUÁRIO COMTEMPORÂNEO JESUS RESSUSCITADO

ESTILO

ÁREA

LUGAR

LITURGÍA

ARTE

HISTÓ-

RIA CRISTIANISMO PALAVRA VIDA TRINDADE CONCEPÇÃO PULA

PARTIDO

MOVIMENTO

CULTO CONCEITO

CELEBRAÇÃO MATRIZ

CÚL-

CRIAÇÃO

MORTE TEMPLO SACRO ESPIRITUAL PADRE COMPLEXO 3


ARQUITETURA SACRA CONTEMPORÂNEA SANTURÁRIO JESUS RESSUSCITADO

Centro Universitário Estácio de Santa Catarina Curso de Arquitetura e Urbanismo Fundamentos Trabalho Final de Graduação Prof.ª Júlia Fiuza Cercal Aldair Solesio Schmitz I 201602640114 São José, SC Junho de 2020

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“A arquitetura cria a possibilidade da espiritualidade, porquanto não deixa indiferente o fiel, mas o envolve, suscitando-lhe profundas emoções espirituais” (Richard Meier)

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A G R A D E C I M E N T O S

Quando vencemos uma etapa em nossa vida, o sucesso se deve ao apoio que recebemos ao longo da caminhada. Por essa conquista tão importante, quero expressar minha gratidão a todos aqueles que me apoiaram, me entenderam e me ajudaram a trilhar este percurso. Primeiramente agradeço à Deus, o arquiteto do universo, de onde veio minha força e sabedoria para desenvolver e finalizar este trabalho. Sem Ele, nada seria possível. A minha mãe, pelo amor, incentivo e apoio incondicional, pela dedicação de sempre dar o seu melhor e não desistir dos meus sonhos, ela que aguentou um estudante insone e, por vezes estressado. Ao meu pai, pelos ensinamentos e sabedoria no qual me concedeu e por me fazer entender que o futuro é feito a partir de constante dedicação no presente. Ao meu melhor amigo, que também é o meu companheiro, Tiago. Obrigado por todos os momentos de afeto, cuidado, risadas, compreensão, motivação e por sempre se fazer presente, me acompanhando e aconselhando neste grande ciclo de aprendizado.

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Aos meus irmãos, Jaison, Adailson e Juninho por acreditarem no meu sonho e ter paciência que todo este esforço valeria a pena. A Vanessa, pelos quase cinco anos de amizade e todas as noites viradas ao longo desses anos da faculdade de arquitetura, ajudando um ao outro nas tomadas de decisão e trabalhos em conjunto. Agradeço a todos os professores por todas as oportunidades e experiências, aos que me desafiaram, aos que me mostraram que a arquitetura poderia ser muito além de uma construção, mas que ela transmita uma emoção. Por fim, sou muito grato e feliz na profissão que escolhi, grato por poder vivenciar arquitetura como arte e responsabilidade social.


R E S U M O

Uma edificação necessita satisfazer as necessidades básicas de seus usuários, assim como cumprir seu objetivo de existir. O mesmo acontecem com edifícios de caráter religioso. Existem necessidades a serem cumpridas, tanto da parte da denominação religiosa, como da parte do usuário. O Presente trabalho tem como objetivo apresentar as informações necessárias para a elaboração de um projeto arquitetônico de um complexo religioso com a temática da ressureição de Jesus e tendo um santuário como ponto principal de todo o complexo. O projeto será desenvolvido no município de Biguaçu, e tem com o objetivo de incentivar o desenvolvimento turístico religioso, assim potencializando a micro e macrorregião. Foram realizado pesquisas sobre a temática da “Ressureição de Jesus” e se obteve o resultado da inexistência de um santuário com essa temática no Brasil, assim viabilizando ainda mais a proposta de um espaço religioso apropriado para que os fieis possam contemplar e comemorar essa data festiva tão importante que é para a religião Católica Apostólica Romana.

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1.1

INTRODUÇÃO

APRESENTAÇÃO...............................................................................................................12 Problemática, Justificativa, Metodologia, objetivo geral e objetivo especifico.

2.1

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DESENVOLVIMENTO DA IGREJA CATÓLICA

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OS ESPAÇOS QUE COMPÕEM O EDIFÍCIO IGREJA

3.1 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO INTERIOR......................................................................44 Altar, presbitério, ambão, Sédia, Cruz processional, Nave, Batistério, Capela do santíssimo. 3.2 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO EXTERNO................................................................50 Torre, Via Sacra Paisagismo.

TIPOLOGIAS DAS IGREJAS

4.1 BASÍLICA..........................................................................................................................54 4.2 CATEDRAL.......................................................................................................................55 4.3 SANTUÁRIO....................................................................................................................56 4.4 IGREJA PAROQUIAL (MATRIZ).................................................................................57 4.5 CAPELA.............................................................................................................................57

NORMAS E ORIENTAÇÕES

5.1 5.2 5.3 5.4

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A ARTE CRISTÃ E A FIGURA DE CRISTO....................................................................18 2.1.1 O Surgimento do Cristianismo.........................................................................18 2.1.2 Cristianismo perseguido........................................................................................18 2.1.3 Arquitetura pós legalização do cristianismo...........................................21 2.1.4 A ressurreição de Jesus......................................................................................22 2.1.5 As igrejas e seus estilos arquitetônicos...................................................24 2.2 PRINCÍPIOS DA LITURGIA.............................................................................................36 2.2.1 Importância da Liturgia.........................................................................................36 2.2.2 Movimento Litúrgico..................................................................................................37 2.2.3 O espaço celebrativo.............................................................................................38 2.3 SIMBOLÓGIA DOS ESPAÇOS SAGRADOS VISÃO DE UM ARQUITETO........40

ESTUDOS DA CNBB NO 106................................................................................60 NBR 9050......................................................................................................................60 NBR 13434.....................................................................................................................61 NBR 6492.......................................................................................................................61


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ESTUDOS DE CASO

REFERÊNCIAL PROJETUAL

ÁREA DO PROJETO

PROPOSTA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1 6.2 6.3 6.4 6.5

IGREJA DA TRANSFIGURAÇÃO.............................................................................64 SANTUÁRIO SANTA PAULINA...............................................................................76 BASÍLICA SANTÍSSIMA TRINDADE.........................................................................88 BASÍLICA DE SÃO PEDRO......................................................................................96 CATEDRAL METROPOLITANA DE NOSSA SENHORA APARECIDA.............100

7.1 7.2 7.3 7.4 7.5

REFERÊNCIAL VOLUMÉTRICO................................................................................111 REFERÊNCIAL CONCEITUAL....................................................................................112 REFERÊNCIAL EXTRUTURAL...................................................................................114 REFERÊNCIAL PROGRAMÁTICO............................................................................116 REFERÊNCIAL ORGANIZACIONAL.........................................................................118

8.1 8.2 8.3 8.4 8.5 8.6 8.7 8.8 8.19

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TERRENO................................................123 EVOLUÇÃO DA ÁREA ............................................................................................124 APROXIMAÇÃO DO LOCAL...................................................................................126 ÁREA OCUPADAS E LIVRES.....................................................................................128 ZONEAMENTO DO ENTORNO................................................................................129 PRINCIPAIS VIAS.......................................................................................................130 CONDICIONANTES FÍSICAS...................................................................................132 IMPACTO NA VIZINHANÇA....................................................................................134 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO...................................................................................135

9.1 CONCEITO.....................................................................................................................138 9.2 PARTIDO E DIRETRIZES...........................................................................................139 9.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES...........................................................................140 9.4 ORGANOFLUXOGRAMA..........................................................................................144 7.5 DIRETRIZES PROJETUAIS.......................................................................................146

10.1 CRONOGRAMA AUXILIAR.......................................................................................152 10.2 CONCLUSÃO................................................................................................................153 10.3 BIBLIOGRÁFIA..............................................................................................................154

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INTRODUÇÃO 11


Apresentação O presente Trabalho Final de Graduação (TFG) tem como principal objetivo apresentar os dados e informações coletados pelo autor, necessários para a elaboração de diretrizes projetuais, partido geral e posteriormente, anteprojeto de um complexo religioso católico contemporâneo com a temática da ressureição de Jesus, localizado na cidade de Biguaçu - SC. Para tanto, põem-se em prática os conhecimentos técnicos e teóricos adquiridos pelo autor no decorrer de sua graduação. A proposta de estudo, um Santuário dedicado à profissão de toda fé cristã, a ressurreição de Jesus, é tido pela Igreja católica como o marco central do evangelho, considerado um acontecimento ‘milagroso presenciado por várias pessoas e relatado na bíblia no Novo Testamento, reconhecido como as primícias de um mundo novo, de uma nova situação do homem. Este acontecimento, segundo a igreja católica, cria para os homens uma nova dimensão de ser, um novo âmbito da vida: o estar com Deus. A fé na ressurreição de Jesus é algo tão essencial para o cristão que o evangelista São Paulo chegou a escrever: “Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia, e vazia também a vossa fé” (1Cor 15, 14).

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Já na história da criação do espaço religioso, foram realizados diversos concílios, sendo o Concilio Vaticano II o mais recente, em que seus documentos são válidos na atualidade. Este Concilio foi um grande evento da igreja católica no século XX, tendo como objetivo modernizar a igreja. Durante o século XX houve uma má interpretação do funcionamento moderno, em que o conceito de fim do adorno transformou-se em ausência de significado, e o conceito de “limpeza” transformou-se em ausência completa destas composições que caracterizam um espaço religioso. Para a proposta de estudo, tem-se que um Santuário necessita de infraestrutura adequada para que seus fiéis sintam-se bem acomodados e acolhidos em um espaço dedicado à religiosidade, pois ao contrário do que acontece com os centros comerciais, por exemplo, onde são projetadas estruturas com o intuito de atrair pessoas, as comunidades religiosas já possuem uma demanda que clama direta e indiretamente por uma infraestrutura adequada além da necessidade de oferecer serviços de apoio aos romeiros e acima de tudo, que seja um sinal visível da presença do sagrado, da presença de Deus vivo e onipresente no meio do povo. As igrejas de um modo geral, uma vez que são


ambientes de acolhimento ao próximo, sem fazer qualquer distinção, seja de classe econômica, social ou física, devem ser acessíveis para melhor receber a população. Com estes parâmetros e necessidades devidamente destacados, torna-se possível estabelecer uma pergunta central de investigação: O que caracteriza o espaço religioso contemporâneo e como são aplicadas as normas conciliais litúrgicas ao projeto arquitetônico? A partir deste questionamento o tema de estudo torna-se claro, e sua escolha deve-se, primeiramente, ao fascínio pelo poder da arquitetura na criação de lugares com identidade e de ambientes/ atmosferas capazes de despertar os sentidos e as emoções e, com isso, proporcionar experiências ao público atingido. Na arquitetura contemporânea, a concepção do espaço sagrado ou espiritual vai muito além do espaço de congregação, do espaço apto para as cerimónias e rituais religiosos ou do tradicional edifício monumental e ostensivo. A identidade do espaço sagrado e a experiência espiritual estão estreitamente ligadas à experiência espacial. Neste cenário, a arquitetura contemporânea trabalha de forma intensa e criativa a experiência espacial, des-

Figura 01: ORAÇÃO E CRUZ Fonte: ©Larissa K. 2018 @pixabay.com

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ligando o conceito de espaço sagrado dos pressupostos tidos até à data. Le Corbusier (2015, apud CURTIS, 2016) definiu o espaço religioso como sendo capaz de gerar uma experiência espiritual, designando-o como ‘espaço inefável’. Um ‘espaço inefável’ é aquele com “uma qualidade tão poderosa que não pode ser descrito por palavras” e isto acontece “quando o trabalho atinge um máximo de intensidade, quando foi realizado com a maior qualidade de execução, quando atinge a perfeição… Quando isto acontece, os espaços começam a irradiar. Irradiam de uma forma física (…)”. O ‘espaço inefável’ é, então, “um espaço que não depende das suas dimensões, mas da qualidade da sua perfeição”. Esta dimensão inefável é, então, aquilo que vai além das necessidades e exigências funcionais e programáticas do espaço, que transcendem as suas qualidades físicas. A fim de responder a problemática do estudo, tem-se por objetivo geral propor diretrizes arquitetônicas para o anteprojeto de um complexo sacro contemporâneo, trabalhando o lado místico sagrado na arquitetura, com a temática Ressurreição de Jesus. Por meio da analise das normas conciliais litúrgicas e da arquitetura religiosa, de modo a aplica-las ao

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projeto arquitetônico e, com isso, propor o espaço da igreja moderna, objetivos específicos tendem a detalhar com melhor amplitude o objetivo geral, por meio de ações particulares. Os objetivos específicos deste estudo são: - Adquirir aprofundamento sobre o surgimento e desenvolvimento da igreja católica; - Verificar as condicionantes teóricas sobre o tema de ressurreição de Jesus; - Abordar os espaços que compõem a disposição FASE 1- PESQUISA E do edifício igreja, suas DOCUMENTAL normas e orientações; LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO - Correlacionar as diferentes tipologias de igrejas e suas classificações; - Desenvolver estudos de projetos referenciais para auxiliar no partido; - Propor um programa de necessidades, organofluxograma e estudo da área do projeto; - Lançar diretrizes para desenvolvimento de projeto arquitetônico através das três dimensões de experiência religiosa católica, social, física e espiritual.


Figura 02: CRUZ MONTANHA Fonte: ©Larissa K. 2018 @pixabay.com

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A igreja como instituição de fé, diálogo com Deus e como instituição política, com efetiva participação na sociedade, sempre se envolveu com o ser humano e com seu avanço no decorrer do tempo. Para entender as formas de expressão e de celebrações do espaço católico, é preciso compreender a história do cristianismo e como isso influência e se materializa nos dias de hoje. Narrações bíblicas e tradições da igreja contam a trajetória do povo cristão em sua forma de relação com o próximo e com o Deus salvador. O ser Igreja tem sua força no fiel, na comunidade. O espaço sagrado não se encontra no físico e sim na mística dos crentes.

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DESENVOLVIMENTO DA IGREJA CATÓLICA

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2.1 A ARTE CRISTÃ E A FIGURA DE CRISTO 2.1.1 O Surgimento do Cristianismo O cristianismo surgiu na Judeia, região chamada Palestina, pelos romanos. Nesta região habitavam os descendentes dos hebreus ou judeus, que desde o ano 63 a.C. estavam sob o domínio de Roma. O nascimento de Jesus Cristo é considerado o marco da origem do cristianismo. Segundo a Bíblia, a disseminação da nova religião deveu-se às pregações realizadas por João Batista, depois pelo próprio Jesus Cristo e, após sua morte e ascensão, pelos seus apóstolos. Estes últimos foram os responsáveis pela disseminação do cristianismo para outros povos. A Bíblia Sagrada é considerada o livro base e central das crenças fundamentais desta religião. O cristianismo, ao contrário das crenças que existiam na época de seu surgimento, defendia uma fé monoteísta – apenas um deus, a crença na criação, na divina Trindade e em todos os ensinamentos de Jesus Cristo. Este personagem do cristianismo é tema de muitas pesquisas e tudo que diz respeito a sua vida e ministério desperta diversos interesses, como acadêmico e científico. De fato, sua passagem

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pelo planeta alterou a história. Segundo Kennedy e Newcombe, Jesus tocou no tempo: Alguém disse que ele mudou o curso do rio da vida e tirou os séculos dos eixos. Agora, o mundo todo conta seu tempo como a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo). Infelizmente, hoje em dia, nossa geração sem cultura nem mesmo sabe que anno Domini (A.D.) significa ‘O ano do Senhor’. (KENNEDY, 2003, p. 14)

Embora o cristianismo, doutrina ensinada por Jesus Cristo, mostrasse um movimento aparentemente sem futuro, seu crescimento despertou a atenção de escritores pagãos que começaram a dar atenção ao seu fundador, Jesus de Nazarév. (STEIN, 2006, p. 30)

2.1.2 Cristianismo perseguido O inesperado avanço do cristianismo, associado à disseminação de que a nova religião prometia um rei, salvador ou libertador, despertou a preocupação politica dos romanos e também dos judeus, que embora aguardassem o Messias, não aceitaram


associar Jesus Cristo ao Messias esperado, o libertador que aguardavam. Desta forma, os próprios judeus iniciaram o processo de acusação de Jesus, que culminou com sua condenação por Roma e, ao final, sua crucificação. (WHITE, 2011, p. 95) Após ter sido condenado pelos juízes do Sinédrio, Cristo foi levado à presença de Pilatos, governador romano, para que a sentença fosse confirmada e executada. Os sacerdotes judeus não podiam entrar na sala de julgamento de Pilatos. De acordo com as leis cerimoniais, tal ato os tornava imundos e os excluía da participação da festa da páscoa. Em sua cegueira, não viam que Cristo era o verdadeiro Cordeiro da Páscoa e que ao rejeitá-lo, a grande festa havia perdido seu significado. Seus acusadores, que não desejavam entrar em pormenores, não estavam preparados para esta pergunta. Sabiam que não possuíam nenhuma evidência confiável para que o governador romano condenasse Jesus. Então suscitaram contra Ele falsas testemunhas que disseram: ‘Encontramos este homem pervertendo nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser Ele o Cristo, o Rei’ (Lucas 23: 2).

Após a morte de Cristo a perseguição aos cristãos tornou-se mais intensa, uma vez que o cristianismo era visto por Roma como uma seita. Os primeiros casos de perseguição aos cristãos registrados na história é no período do governo de Nero. Figura 03: Catedral de Valência, Espanha. Fonte: Skitterphoto, 2016 @pixabuy.com

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Após o incêndio ocorrido em Roma no ano 64, Nero culpou os cristãos pelo ocorrido e se voltou contra eles praticando toda sorte de desumanidades e crueldades possíveis. (KENNEDY, 2003, p. 209), Nero matou a esposa, a própria mãe, e depois a amante que estava grávida, próxima de dar à luz. “Lembre-se que este era o governante do mundo naquela época! Foi realmente um tempo cruel”. As perseguições seguiram sob o governo de Maximino, depois de Décio, quando ocorreram grandes carnificinas de cristãos. Ocorreram ainda nos governos de Valeriano, Diocleciano, Valério, Geta e continuou, até que em 313, Constantino I chegou ao poder e legalizou a religião cristã, através do Édito de Milão. Mas foi somente no final do quarto século, no governo de Teodósio, que o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano. Devido a um período tão longo e intenso de perseguição, a Arte Cristã se apresentou de maneira pobre e quase escassa, pois a prioridade dos cristãos era preservar sua vida e disseminar a fé, não tendo espaço o desenvolvimento artístico. Tem-se registro de poucas obras neste período, (KENNEDY, 2003, p. 226), “O acervo de arte cristã que se conserva deste período é principalmente o que foi encontrado nas catacumbas”.

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Figura 04: Catedral de Valência, Espanha. Fonte: Skitterphoto, 2016 @pixabuy.com


2.1.3 Arquitetura pós legalização do Cristianismo Após Constantino ter-se declarado cristão, ocorreu a transferência da capital de Roma para Bizâncio, posteriormente conhecida como Constantinopla (atualmente Istambul, atual Turquia). A partir de então, o estilo da Arte Bizantina começou a se desenvolver. Segundo Kennedy e Newcombe, a arquitetura eclesiástica floresceu, pois, muitas igrejas foram doadas aos cristãos, que agora livres, podiam realizar seus cultos.

cristãos simples que lutavam para preservar sua vida e o de praticar a fé, agora surge vibrante e impressionante, através da arquitetura das igrejas e de obras que decoravam internamente estes edifícios. A arquitetura eclesiástica superou em beleza e grandiosidade o templo grego, que servia apenas para observação externa e morada dos deuses. Já as construções cristãs tinham como foco o ajuntamento dos adoradores de Deus. Esse foco diferenciado inspirou a construção de gloriosos monumentos, o que perdurou do período Gótico até o Renascimento. Kennedy e Newcombe pontuam que: “As grandes catedrais pré-góticas, góticas e pós-góticas da Idade Média estão entre as maiores obras de arte já produzidas. Elas foram maravilhosas realizações em pedra e vidro e continuam admiráveis nos dias de hoje”. As grandes catedrais construídas neste período, como a catedral de Notre Dame em Paris e

A arte cristã, que antes se escondia nas catacumbas, que além de cemitérios serviam como esconderijos subterrâneos, e tinham como artesãos,

outras catedrais europeias, por exemplo, continuam sendo fonte de admiração do ponto de vista artístico e arquitetônico.

Após o cristianismo ter sido legalizado, muitas grandes basílicas foram erguidas, em- bora os mais gloriosos monumentos para a glória de Deus tenham sido construídos no nosso milênio. Os artesãos que habilmente construíram as primeiras igrejas, tinham a capacidade de criar, nas palavras do historiador de arte H. W. Janson, ‘um cintilante reino de luz, onde mármores preciosos e mosaicos deslumbrantes evocam o sobrena tural esplendor do Reino de Deus’. (KENNEDY, 2003, p. 226)

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2.1.4 A Ressurreição de Jesus A ressurreição de Jesus Cristo é o fundamento da fé cristã. Sem a ressurreição, a crença na graça salvadora de Deus através de Jesus é em vão. Quando Jesus ressuscitou dos mortos, ele confirmou sua identidade como o Filho de Deus e sua obra de expiação, redenção, reconciliação e salvação. A ressurreição foi uma ressurreição real, literal e física do corpo de Jesus dentre os mortos. Jesus foi preso, julgado e considerado culpado ao afirmar ser um rei. Seu corpo estava pendurado em um cruzamento entre dois ladrões. Após sua morte, o corpo de Jesus foi envolto em roupas de linho e colocado em uma tumba com uma grande pedra rolada na abertura. No terceiro dia, no início da manhã de domingo, Maria Madalena foi ao túmulo e o encontrou vazio. Sentado na pedra rolada estava um anjo de Deus que lhe disse para não ter medo porque Jesus havia ressuscitado. Quando Maria saiu para contar aos discípulos, Jesus Cristo a encontrou e mostrou-lhe as mãos furadas. Tanto o Velho quanto o Novo Testamento falam da verdade de Jesus ressuscitando da morte - Jesus testemunhou sua ressurreição antes de morrer na cruz e seus discípulos testemunharam seu corpo após a ressurreição. A ressurreição de Jesus é um fato histórico

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inegável. O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio (cf. Mc 16, 1-8). Ele foi a base de toda a ação e pregação dos apóstolos, e foi muito bem registrada por eles. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam, isso atestamos” (1 Jo 1,1-2). Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20, 19-23); aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25), aos apóstolos no Cenáculo, com Tomé ausente (Jo 20,19-23); e depois, com Tomé presente (Jo 20,2429); no Lago de Genezaré (Jo 21,1-24); no Monte na Galileia (Mt 28,16-20). Segundo São Paulo, “apareceu a mais de 500 pessoas” (1 Cor 15,6) e a Tiago (1 Cor 15,7). São Paulo disse: “Porque, antes de tudo, ensinei-vos o que eu mesmo tinha aprendido que Cristo morreu pelos nossos pecados […], e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Cefas, e depois pelos Onze; depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois, foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8).

“Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro


no dia de Pentecostes. Ainda no dia de Pentecostes, São Paulo nos diz: “Saiba, com certeza, toda a Casa de Israel: Deus o constituiu Senhor (1Kýrios) e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2, 36). “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14, 9). No Apocalipse, João arremata: “Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos” (Ap 1, 17s). 656. A fé na ressurreição tem por objeto um acontecimento, ao mesmo tempo historicamente testemunhado pelos discípulos (que realmente encontraram o Ressuscitado) e misteriosamente transcendente, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus. 657. O sepulcro vazio e os lençóis deixados no chão significam, por si mesmos, que o corpo de Cristo escapou aos laços da morte e da corrupção, pelo poder de Deus. E preparam os discípulos para o encontro com o Ressuscitado. 658. Cristo, “primogênito de entre os mortos” (Cl 1,18), é o princípio da nossa própria ressurreição, desde agora pela justificação da nossa alma, mais tarde pela vivificação do nosso corpo. (CNBB, 2002)

1 Kyrios é uma palavra de origem grega, que significa “Senhor”, “Lorde” ou “Mestre” e é utilizada como sinônimo de Deus ou Jesus entre os cristãos gregos

Figura 05: PORTA CASTELO, FRANÇA. Fonte: Momentmal, 2016 @pixabuy.com

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2.1.5 As igrejas e seus estilos Arquitetônicos Até cerca de 200 anos d.C., não existiam igrejas no sentido em que hoje as compreendemos. Um dos motivos que inibiu a construção de igrejas foi o fato do cristianismo ter nascido e se desenvolvido num mundo em que a religião, o império e o patriotismo eram muito ligados. Desenvolveu-se no âmago do paganismo imperial, da religião estatal e da expressiva lealdade ao imperador. Segundo Moraes (2009, p. 25) a igreja caminhou na história criando e/ou sendo criada por “estilos” nas suas construções. A basílica, primeira estruturação de um edifício de culto, determinou para sempre o conceito de igreja tanto no Oriente como no Ocidente. A igreja latina, a partir da basílica, percorreu o estilo românico, o gótico, o renascentista, chegando ao barroco, uma espécie de frenética coleta de tudo o que seria mais adequado para seu culto. Com base na história da arquitetura e a arte cristãs, é possível entender o significado da proposta da reforma litúrgica. A tradição viva da igreja oferece experiências magnificas para a elaboração atual do lugar da celebração, assim como exemplos que deve ser até compreendidos, mas não simplesmente imitados. (MORAES, 2009)

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330 - 1.560

Estilo Bizantino

753a.C. - 476

Estilo Românico

1.050 - 1.100

Estilo Gótico

1.300 - 1.550

Estilo Renascentista

1.550 - 1.750

Estilo Barroco

1.910 - 1.960

Estilo Modernismo


Características do espaço religioso Cristão Partido: planta circular ou em cruz grega. Concepção espacial: esquemas centralizados, com cobertura em cúpula; altar localizado no centro; Átrio externo: espaço para o povo reunir-se antes de entrar na Igreja. Simbologia: Cúpula central símbolo da harmonia cósmica-Deus era o centro da ordem cósmica; luz zenital: atmosfera envolvedora e mística; Edifício se volta para dentro de si próprio, através da tenção entre o altar e a porta de acesso, e o distanciamento do mundo divino e o mundo humano.

Figura 06: Basílica Santa Sofia - Istambul, Turquia. Fonte: Mesuttoker, 2016. @pixabay.com

A Arquitetura Bizantina foi aquela desenvolvida pelo Império Bizantino durante a Idade Média, tendo como principais características os mosaicos vitrificados, ícones, pinturas sacras e cúpulas. O período bizantino na arquitetura ficou marcado pela ascensão do cristianismo e criação de novas técnicas construtivas. Diante desse contexto, surgem as monumentais basílicas e expressões de arte que tinham como objetivo mostrar o poder da religião cristã.

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Estilo Bizantino

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Estilo Barroco

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Estilo Modernismo

Características do espaço religioso Cristão Partido: Planta em cruz latina: planta basílica com uma nave transversa. Concepção espacial: Esquema longitudinal, geralmente com três ou cinco naves; predomínio da horizontalidade; acréscimo de torres ou campanários; elevação do presbitério: separação espacial entre altar e nave, clero e fiel. Simbologia: Torres - simboliza em elo entre o mundo humano e o divino. Caracteriza-se por construções austeras e robustas, com paredes grossas e minúsculas janelas, cuja principal função era resistir a ataques de exércitos inimigos e invasões bárbaras. A estrutura das igrejas românicas são mais complexas que a das bizantinas. Estando mais próxima da arquitetura romana no seu aspecto apresenta naves de abóbadas de pedra em vez de travejamento de madeira. A planta é em cruz latina com três a 5 naves abobadadas em pedra. A cabeceira ou charola é constituída por abside, absidíolos e deambulatório. Estas igrejas eram dotadas para receber grandes multidões e procissões, pelo que havia a necessidade do deambulatório, que permitia o decorrer normal das cerimônias simultaneamente com as procissões passando atrás do altar.


Figura 07: Plano da Catedral de Santiago de Compostela. Fonte: ARQUITETONICOS, 2020.

Figura 08: Igreja Saint Nectair, Franรงa. Fonte: Arnaud Frich Photo, 2013 @pixabay.com

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1.550 - 1.750

Estilo Barroco

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Estilo Modernismo

Características do espaço religioso Cristão Partido: Planta em cruz latina. Concepção espacial: Divisão espacial: Divisão espacial do corpo principal da edificação: nave, coro e presbitério; Presbitério mais elevado e com várias capelas em seu perímetro; Capelas distribuídas também ao longo das naves; Introdução de uma edícula eucarística, para adoração dos fiéis. Fachada principal orientada a oeste e capela-mor a leste; Verticalidade; Luz abundante filtrada pelos vitrais e rosáceas. Simbologia: Orientação e forma do edifício: analogia ao cristo crucificado; distância entre o céu e a terra, representada pela acentuada verticalidade; prevalência do número três, símbolo da trindade cristã na estrutura e decoração da igreja. Ao contrário das espessas paredes da arquitetura românica, a arquitetura gótica é constituída por paredes finas e geralmente possuidoras de enormes vitrais e rosáceas. Para que a estrutura eclesiástica fique elevada é necessário usar dois elementos que servem como suporte: o contraforte e o arcobotante. O contraforte fica posicionado em um ângulo reto em relação à estrutura gótica contra a parede lateral e eleva-se a uma altitude considerada alta, em um enorme grau de perfeição.


O peso do contraforte neutraliza a pressão causada pelas abóbadas. O arcobotante possui uma caixilharia diagonal de pedra, escorado ao lado pelo contraforte posicionado próximo à parede e por outro lado pela claraboia da nave. Deste modo, o arcobotante dirige o peso lateral das abóbadas, e associado aos contrafortes, possui uma força enorme. Graças à estes dois suportes, foi possível construir catedrais, basílicas, igrejas e capelas exuberantemente altas, com muitos vitrais e rosáceas.

Figura 09: Corte Igreja Estilo Gótico Fonte: ARQUITETONICOS, 2020.

Figura 10: Notre-Dame, França. Fonte: Edmondla, 2015. @pixabay.com

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330 - 1.560

Estilo Bizantino

753a.C. - 476

Estilo Românico

A arquitetura do Renascimento está bastante comprometida com uma visão de mundo assente em dois pilares essenciais: o Classicismo e o Humanismo. Colunas gigantescas e frontão triangular com formas simples – cubos, quadrados, círculos. Uso de cornijas venezianas e molduras. Pureza nas linhas e cúpulas perfeitas. O maneirismo inovou com os frontões quebrados.

Características do espaço religioso Cristão

1.050 - 1.100

1.300 - 1.550

30

Estilo Gótico

Estilo Renascentista

1.550 - 1.750

Estilo Barroco

1.910 - 1.960

Estilo Modernismo

Partido: Planta em cruz latina, com elementos ovais. Contexto: Reação imediata á movimentos reformistas surgidos na Europa - Reforma Protestante. A imagem do espaço católico, nasce do drama religioso, humano e filosófico. Simbologia: Caminho da salvação, expresso pela longitudinalidade do espaço. A Catedral de Santa Maria Del Fiore (figura 12 e 13), em Florença, projetado por Brunelleschi, é considerada a obra que marca o início do Renascimento. Filipo e Brunelleschi, Leon Battista Alberti, Donnato Bramante, Leonardo Da Vinci, Andrea Palladio e Miguel Ângelo são os nomes mais importantes dessa fase do movimento Renascentista, que inovaram nos campos culturais e científicos fazendo a Itália se destacar e torna-se o centro de artes e cultura.


Figura 12: Santa Maria del Fiore. Fonte: Kai Pilger, 2018 @pixabay.com

Cúpula Arco de volta perfeita

Abóbada de berço

Balaústre

Pilastra Friso

Cornija

Colunas

Frontão triangular

Figura 11: Fachada Igreja Estilo Renascentista Fonte: ARQUITETONICOS, 2020.

Figura 13: Santa Maria del Fiore. Fonte: Kai Pilger, 2018 @pixabay.com

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330 - 1.560

Estilo Bizantino

753a.C. - 476

Estilo Românico

1.050 - 1.100

Estilo Gótico

1.300 - 1.550

Estilo Renascentista

1.550 - 1.750

Estilo Barroco

1.910 - 1.960

Estilo Modernismo

Características do espaço religioso Cristão Contexto: Contrarreforma; liberação espacial das forças reprimidas, das convenções geométricas e históricas, do estático, da simetria e da antítese entre o espaço interno e externo. Partido: Planta em elipse, planta longitudinal e combinação entre os dois modelos. Concepção espacial: Integração com os ambientes urbano, nova relação interior e exterior. Grande extensão da nave - ideal de igreja congregacional. Na fachada, ênfase conferida à parte central. Ausência de ângulos retos espaços contínuo e indivisível. Simbologia: Cúpula como uma forma que detém o movimento e arrebata o fiel ao final de sua caminhada.


Figura 14: PRAÇA DE SÃO PEDRO Fonte: Selim Gecer, 2012 @pixabay.com

A arquitetura barroca foi um estilo arquitetônico ligado à contrarreforma, movimento reacionário da igreja católica perante a reforma protestante de Martinho Lutero. A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais. Em termos artísticos, o barroco via utilizar a escala como valor plástico de primeira grandeza. Os efeitos volumétricos são também elementos essenciais na arquitetura barroca. Os últimos edifícios romanos de Michelangelo, particularmente a Basílica de São Pedro, podem ser considerados precursores da arquitetura barroca Seu discípulo Giacomo della Porta continuou esse trabalho em Roma, especialmente na fachada da igreja jesuíta Il Gesù (figura 15), o que leva diretamente para a mais importante fachada da igreja do início do barroco, Santa Susanna (1603), de Carlo Maderno.

Figura 15: IGREJA JESUÍTA II GESÙ, ROMA. Fonte: Selim Gecer, 2012 @pixabay.com

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330 - 1.560

Estilo Bizantino

753a.C. - 476

Estilo Românico

1.050 - 1.100

Estilo Gótico

Arquitetura Moderna é um conjunto de movimentos e ideias que predominaram na arquitetura durante o século XX. Antes desse período da história, igrejas, catedrais e palácios eram os grandes destaques arquitetônicos. A partir do século XVII, com a Revolução Industrial, materiais como ferro, aço e concreto passaram a ser produzidos em escala industrial, o que expandiu as possibilidades na criação de grandes obras urbanas. Um dos primeiros projetos religiosos que marcaram esse novo momento no Brasil é a Catedral Nossa Senhora Aparecida em Brasília (figura 16 e 17).

Características do espaço religioso Cristão

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1.300 - 1.550

Estilo Renascentista

1.550 - 1.750

Estilo Barroco

1.910 - 1.960

Estilo Modernismo

Contexto: Criação da Constituição Sacrosanctum Concilium (1963) e do Concílio Vaticano II (1965) - Renovação na liturgia e na concepção especial da Igreja Católica. Partido: Concepção livre, ausência de um partido predominante ou pré-determinado; Expressão dissimilada de desejos, símbolos e linguagens arquitetônicas precedentes. Concepção Espacial: Formas geométricas simples, concepções plásticas e espaciais inovadoras; continuidade espacial, contato entre o exterior e interior através do vidro; concepção funcional quanto ao conforto acústico e térmico.


Figura 16: BASÍLICA N SRA. APARECIDA, BRASÍLIA. Fonte: Isabela Jorn,2016 @pixabay.com.

Figura 17: BASÍLICA N SRA. APARECIDA, BRASÍLIA. Fonte: Renair Carvalho, 2013 @pixabay.com

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2.2 PRINCÍPIOS DA LITURGIA

2.2.1 Importância da Liturgia “Originariamente, a palavra ‘liturgia’ significa ‘obra pública’, ‘serviço por parte dele em favor do povo’. Na tradição cristã, quer dizer que o povo de Deus toma parte na ‘obra de Deus’. Pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo-Sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção. (VATICAN, 1964)

A liturgia é algo fundamental na igreja católica, na qual ela acredita que pela liturgia Cristo continua o processo de salvação e redenção do povo através das celebrações dos sacramentos, tais como batismo, crisma, eucaristia, confissão, unção dos enfermos, sacramento da ordem e o sacramento do matrimônio. O termo liturgia, segundo (MARTINI, 2012), cria e demonstra a comunidade cristã, já que a mesma é uma representação da presença cristã no mundo. Por meio dela, o cristão é capaz de chegar a uma consciência eficiente e criadora de sua fé cristã. O elemento litúrgico primário é reunir-se, pois quem celebra é a assembleia reunida, onde o padre é o presidente representando a Igreja que celebra o mistério pascal2, o Cristo, lendo as sagradas escrituras e celebrando a eucaristia.

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Figura 18: EUCARISTIA Fonte: Robert Cheiab, 2013 @pixabay.com

2 Mistério pascal designa a Paixão, Morte, Ressureição e Ascensão aos céus de Jesus Cristo.


2.2.2 Movimento Litúrgico No Concílio Vaticano II a reformulação dos parâmetros que fundamentam a concepção de edifícios religiosos foi reconhecida e difundida pela própria Igreja Católica. Nesse encontro de bispos e especialistas do mundo inteiro, a Igreja procurou assumir uma atitude de abertura e de reconciliação com o mundo moderno. O primeiro documento promulgado pelo Vaticano II, a constituição Sacrosanctum Concilium, de 1963, estabeleceu os princípios de uma profunda reforma da liturgia. Nesse documento, afirma-se a liberdade de expressão em formas contemporâneas: “a arte deve ser livremente exercida na Igreja, segundo as tendências dos nossos tempos”, desde que seja “apta para servir o culto” com “honra” e “dignidade”. Propõe-se resgatar a “nobre simplicidade” da liturgia dos primeiros tempos do cristianismo e enfatiza-se a prioridade à “plena e ativa participação de todo o povo”. Existem também normas para as disposições dos espaços litúrgicos contidas nos seguintes documentos da Igreja Católica: Princípios e normas do uso do Missal Romano; Rito de dedicação da Igreja e do Altar; Introdução ao Lecionário da Missa; Rito do Culto Eucarístico; Rito da iniciação cristã dos adultos; Rito do Batismo das crianças; Rito da Penitência e Código do Direito Canônico.

Essas diretrizes, porém, visam a contribuir para uma elaboração mais eficaz dos projetos e não restringir a criatividade. (COBECISA, 2016, p. 18) Segundo Meneses (2014 p. 16) “Queremos enfatizar contudo que o conhecimento das orientações e normas da Igreja não significa cerceamento das liberdades que deve ter o arquiteto na concepção integral do templo. A liberdade da arte deve estar presente desde o início da concepção, vigiada, porém, orientada, para que seja um elemento a mais que ressalte a liturgia, a fé e a religiosidade. Quando maiores conhecimentos são necessários no projeto do edificio sagrado, remetemos os arquitetos aos documentos do magistério da Igreja, em especial à Sacrosanctum Concilium, ...e à instrução geral sobre o Missal Romano”. (apud COBECISA, 2016, p.18)

Figura 19: BASÍLICA SÃO PEDRO, VATICANO Fonte: Reunião Conselho, 1962 @vatican.va

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2.2.3 O Espaço Celebrativo O projeto de uma igreja apresenta o desafio de criar um espaço apropriado para o culto, auxiliar às atividades sociais relacionadas e ainda de ser capaz de apresentar o Mistério de Deus. “...Um lugar destinado ao culto, sempre que possível simples e necessariamente funcional, difere – ou deve diferir – de um lugar de reunião. Ali tem lugar algo que é mais que mero evento, mais que um acontecimento social. Há ali um pensamento, uma atitude face à fé, uma intenção de resolver os problemas da vida. Deveríamos considerar a igreja, o templo (por menor e mais limitado que seja) como parte de um espaço infinito? Podemos esperar que sua estrutura geométrica forme parte da estrutura geométrica do cosmos? Poderiam as superfícies de sua estrutura estender-se para o espaço sem fim? Por mais modesto que seja o lugar de culto, este parece exigir, por si, dignidade e serenidade. Em sua função está o superar sua própria finalidade para chegar à outra função superior. Seu destino parece ser aquele de expressar em matéria estática – pedra, concreto, cristal – a tendência do homem frente ao espiritual. A estrutura inanimada reflete a vibração de seus pensamentos, de suas emoções, de suas crenças. As sóbrias ciências da construção e a engenharia têm de conseguir algo mais que uma solução de rotina: a solução tem que se revestir de dimensões simbólicas e expressivas...” (apud COBECISA, 2016, p. 16)

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Segundo Breuer (2001, p. 252) Muitas vezes, o desconhecimento das diretrizes teológico- litúrgicas faz com que grande parte das igrejas apresente arquiteturas monótodas ou equivocadas. As construções, na sua forma e fisionomia, refletem o jeito de ser igreja em em um determinado lugar e tempo. Ao longo da história, as comunidades cristãs encontraram diferentes maneiras de celebrar a sua fé e organizar seus espaços. A diversidade das formas e modelos arquitetônicos não é arbitrariedade, mas expressão da legítimas diferenças das Igrejas particulares. Por essa razão, a igreja sempre incentivou, assumiu integrou nos seus espaços expressões arquitetônicas e artísticas de todos os povos e de todas as épocas. Independentemente da proposta arquitetônica ou partido construtivo, uma igreja nunca pode ser confundida com uma sala de reunião, centro de convenção, cinema ou shopping. A liberdade de expressão na arquitetura tem como ponto de partida a fé professada e a liturgia celebrada. Um projeto de igreja, coerente com a realidade eclesial do nosso tempo, sempre levará em conta a eclesiologia e a liturgia renovas pelo Concilio Ecumênico Vaticano II: A igreja deve ser compreendida como mistério de comunhão do Povo de Deus.


Figura 20: IGREJA SANTUĂ RIO. Fonte: Marisa Sias, 2016 @pixabay.com

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2.3 SIMBOLÓGIA DOS ESPAÇOS SAGRADOS NA VISÃO DE UM ARQUITETO A partir de textos de Dionísio Boróbio surge a ideia de que não pode ser esquecida de que toda a estrutura arquitetônica, no contexto litúrgico, tem uma dupla função: uma prática, em relação à ação material que se realiza; outra, simbólica, que é expressa pela celebração do mistério entendido como lugar da ação. A arquitetura deve estar a serviço da liturgia e da teologia, criando um local de celebração que seja sinal da nova humanidade. Segundo Regina Celi Machado, especialista em arquitetura religiosa: “Que revele um outro mundo em contraponto ao mundo da competição, do mercado, da exclusão. Um mundo de fraternidade e comunhão, de solidariedade e partilha, de silêncio e recolhimento. Um lugar que ajude a comunidade a viver a comunhão e a justiça, negando as rivalidades, a indiferença, o individualismo e a exclusão”. (MACHADO, 2019)

A liturgia é a linguagem da Igreja, é a voz viva da tradição e a expressão autêntica da fé da Igreja. Há uma ligação entre liturgia e arquitetura. A arquitetura deve estar a serviço da liturgia. Liturgia é o conteúdo, e arquitetura é a forma.

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A atividade do arquiteto envolve muito mais do que o projeto e a construção de uma edificação. Numa abordagem filosófica e holística, a função do arquiteto vai além do abrigo utilitário e material, ele deve expressar suas intuições, percepções e seus vislumbres de uma realidade espiritual mais elevada. Materializar em seus projetos a beleza, que num sentido mais profundo, é a arquitetura como arte, revela o propósito transcendental da existência humana. (MACHADO, 2019) A arquitetura sagrada respeita o homem com ser espiritual. Ecologicamente consciente vincula o homem em suas raízes instintivas e intuitivas, expressa a ordem e a harmonia da natureza sob a forma de edificações e espaços sagrados, os quais transmitem significado multidimensional. Ao abrigar o homem como ser espiritual em evolução, a forma arquitetônica precisa contribuir com o aprimoramento da vida daqueles que habitam os edifícios. Proporcionar fundamentalmente o bem-estar físico e espiritual é o foco da arquitetura sagrada. Neste sentido, a proporção áurea é essencial para a harmonia e beleza da arquitetura como arte sagrada.


Figura 21: SANTUÁRIO SANTO PADRE PIO, ITÁLIA Fonte: MArco Rubino, 2017 @dreamstime.com

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Para bom êxito do programa iconográfico é preciso ter bem claro que toda ação que desenvolve nesse espaço é um Mistério (sagrado) e, portanto, não é um lugar simplesmente humano. Depois, a razão desse edifício é a liturgia eucarística e tudo o mais que decorre dessa ação. A noção de sagrado (Mistério) é fundamental, assim como a de sacrifício. No espaço sagrado, não vamos ao encontro de nós mesmos, mas ao encontro de Deus, que dá sentido à vida comum do Povo de Deus. (PASTRO, 2012)

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3

OS ESPAÇOS QUE COMPÕEM O EDIFÍCIO IGREJA

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3.1 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO INTERIOR 3.1.1 Altar O centro da fé cristã é o Mistério Pascal de Cristo, sua total entrega por nós, confirmada peja Ressurreição e dom do Espírito. O altar representa (traz-nos sempre presente à memória) este Mistério, sua entrega total por nós, ontem, hoje e sempre. Em torno do altar reúnem-se os fiéis para participarem do banquete pascal. 296. O altar, onde se torna presente o sacrifício da cruz sob os sinais sacramentais, é também a mesa do Senhor da qual o povo de Deus é convidado a participar por meio da Missa; é ainda o centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia. 295. Convém que em toda igreja exista um altar fixo, que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, Pedra viva (1Pd 2,4; cf. Ef 2, 20); nos demais lugares dedicados às sagradas celebrações, o altar pode ser móvel. Chama-se altar fixo quando é construído de tal forma que esteja unido ao pavimento e não possa ser removido. 301. Segundo tradicional e significativo costume da Igreja, a mesa do altar fixo seja de pedra, e mesmo de pedra natural. Contudo, pode-se também usar outro material digno,

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sólido e esmeradamente trabalhado, a juízo da Conferência dos Bispos. Os pés ou a base de sustentação da mesa podem ser feitos de qualquer material, contanto que digno e sólido, O altar móvel pode ser construído de qualquer material nobre e sólido, condizente com o uso litúrgico e de acordo com as tradições e costumes das diversas regiões. (IGMR, 2002)

É importante que a mesa seja uma peça sólida e estável. Ela pode ser em pedra, madeira, concreto, ferro, evitando-se imitações destes materiais. O altar deve ocupar um lugar que seja o centro, para o qual a atenção de todos os fiéis naturalmente se dirija, buscando sua participação. Evite-se todo distanciamento em relação à assembleia. O altar não precisa ser muito grande, pois independe do tamanho da igreja. A altura varia entre 90 cm e 1m. Para a largura, 70 ou 80 cm são suficientes para se alcançarem os objetos na outra extremidade. O comprimento pode variar de 1m até 2m. (COBECISA, 2016, p. 27)


Figura 22: PARÓQUIA DA SANTA CRUZ, SC. Fonte: Arq. Eduardo Faust @faustarqbr.wordpress.com

PRESBITÉRIO

ALTAR

3.1.2 Presbitério 295. O presbitério é o lugar onde se encontra localizado o altar, onde, é proclamada a Palavra de Deus e onde o sacerdote, o diácono e os demais ministros exercem o seu ministério. Convém que se distinga do todo da igreja por alguma elevação ou por especial estrutura e ornato. Seja bastante amplo para que a celebração da Eucaristia se desenrole comodamente e possa ser vista por todos. (IGMR, 2002)

Quando a assembleia for numerosa o presbitério deve ficar num plano mais elevado para facilitar a visibilidade e a acústica, mas não excessivamente elevado, para não parecer distante do povo. Ao contrario, deve dar a ideia de estar inserido na assembleia. Em pequenas capelas esse desnível é até desnecessário. O Presbitério deve ter espaço suficiente para as peças necessárias e para a mobilidade do presidente e dos ministros. (COBECISA, 2016, p. 26)

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3.1.3 Ambão

3.1.4 Sédia 309. A dignidade da Palavra de Deus requer um lugar condigno de onde possa ser anunciada e para onde se volte espontaneamente a atenção dos fiéis no momento da liturgia da palavra. (IGMR, 2002)

De modo geral, convém que esse lugar seja uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fieis. Do ambão são proferidas somente as leituras, o salmo responsorial e o precônio pascal; também se podem proferir a homilia e as intenções da oração universal ou oração dos fieis. A dignidade do ambão exige que a ele suba somente o ministro da palavra. A Constituição sobre a Sagrada Liturgia, do Concilio Vaticano lI, afirma: Cristo está presente “pela sua palavra, pois é Ele mesmo que fala, quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja”. Sendo a Palavra uma só, o ambão também deve ser único. Não devem haver dois móveis iguais, mas diferentes: um para a Palavra (ambão) e outro para os comentários (estante). Para a estante móvel, deve-se prever um outro local, fora do presbitério. (COBECISA, 2016, p. 28)

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310. A cadeira do sacerdote celebrante deve manifestar a sua função de presidir a assembleia e dirigir a oração. Por isso, o seu lugar mais apropriado é de frente para o povo no fundo do presbitério, a não ser que a estrutura do edifício sagrado ou outras circunstâncias o impeçam, por exemplo, se a demasiada distância torna difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembléia ou se o tabernáculo ocupar o centro do presbitério atrás do altar. Evite-se toda espécie de trono. (IGMR, 2002)

Quem preside a Liturgia é o próprio Cristo, na pessoa do presidente da assembleia litúrgica. O sacerdote que preside a Eucaristia é o sinal sacramental de Cristo Jesus que está presente, mas de maneira invisível. A cadeira (sédia) é o lugar daquele que preside a celebração. Juntamente com o ambão e a mesa da eucaristia, constitui os três principais elementos do presbitério. A cadeira nunca eleve ser colocada em frente ao altar. Ela deve expressar e valorizar sua função e sua simbologia; deve ter unidade de forma e estilo com as outras peças. Caso sejam colocadas cadeiras para os demais ministros, que estas sejam diferentes da cadeira da presidência, mas mantenham o mesmo estilo e forma. (COBECISA, 2016, p. 28)


Figura 23: PARÓQUIA DA SANTA CRUZ, SC. Fonte: Arq. Eduardo Faust @faustarqbr.wordpress.com

SÉDIA

AMBÃO

CRUZ PROCESSIONAL

3.1.5 Cruz Processional 308. Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem de Cristo crucificado que seja bem visível para o povo reunido. Convém que tal cruz, que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas. (IGMR, 2002)

O Missal Romano orienta sobre o uso da cruz processional em vez de grandes crucifixos pendurados nas paredes, para simbolizar que a cruz acom-

panha o cristão em sua caminhada, mas a meta é a ressurreição, a glória, a vida. A cruz processional deve apresentar a imagem do crucificado; ser pequena (30 a 50 cm), feita de material e forma que estejam em harmonia com as demais peças do presbitério. Após carregada em procissão como sinal do Cristo morto e ressuscitado, ela permanece junto ao altar. (COBECISA, 2016, p. 29)

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3.1.6 Nave 310. Disponham-se os lugares dos fiéis com todo o cuidado, de sorte que possam participar devidamente das ações sagradas com os olhos e o espírito. Convém que haja habitualmente para eles bancos ou cadeiras. Mas reprova-se o costume de reservar 1 lugares para determinadas pessoas. (IGMR, 2002)

Na nave (figura 24), os fiéis reúnem-se em assembleia para participar das celebrações. A nave é muito importante e deve ter garantidas a funcionalidade e a comodidade. O lugar deve induzir ao respeito e ao silêncio. Deve-se prever um fluxo eficiente das pessoas em determinados momentos da liturgia, por exemplo, nas diversas procissões previstas (entrada, oferendas e comunhão). Para isso, corredores central e laterais são calculados, levando em consideraçãoo público almejado e em conformidade com a legislação municipal (se houver). Nas novas igrejas, disponham-se os bancos ou as cadeiras de tal forma que os fiéis possam facilmente assumir as posições requeridas pelas diferentes partes da celebração e aproximar-se sem dificuldades da sagrada Comunhão. Cuide-se que os fiéis possam ver e ouvir, com facilidade, quem preside, o diácono e os leitores.

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A forma ideal para a celebração litúrgica renovada após o Concílio não é a de igrejas com naves compridas, mas uma disposição que favoreça tanto aproximação entre a assembleia e o presbitério como a participação. Não é necessário que os bancos tenham genuflexório. Eles devem ser pequenos, para no máximo seis pessoas. Calcula-se em 50 cm o espaço mínimo ocupado por uma pessoa. O distanciamento ideal entre os bancos é de 1 m: 50 cm para o assento mais 50 cm de espaçamento entre a borda do assento e o encosto do banco da frente. (COBECISA, 2016, p. 30)

Figura 24: IGREJA NSA CONCEIÇÃO, RIO GRANDE DO NORTE Fonte: Marcos Elias, 2015 @paroquiadepaudosferros.blogspot.com


3.1.7 Batistério

3.1.8 Capela Santissímo

Na construção do batistério (figura 25) seja destacada e realçada a dignidade do Sacramento do Batismo. Seja o lugar adequado para as celebrações comunitárias. Convém projetar uma sala batismal. Pode-se inserir o batistério na própria igreja, na nave central ou lateral, mas separada do presbitério e em plano mais baixo em relação a este. A liturgia fala da “fonte batismal”. Essa ideia do batistério-fonte pode ser visualizada, fazendo jorrar verdadeiro jato de água nascente. (COBECISA, 2016, p. 30)

Segundo PASTRO (2012) é um local dentro da igreja destinado ao tabernáculo (figura 26). Sendo que a mesma deve estar preparada para receber a oração individual e coletiva (comunitária). É um espaço retirado da nave principal, porém ligada à igreja e visível aos fiéis. Compõem esse espaço tão somente o tabernáculo, genuflexórios e cadeiras. Nunca deverá conter o Crucificado ou qualquer outra imagem, pois é um local com a presença real do Cristo vivo e ressuscitado. (PASTRO, 2012)

Figura 25: PARÓQUIA DA SANTA CRUZ, SC. Fonte: Arq. Eduardo Faust @faustarqbr.wordpress.com

Figura 26: IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, PARANÁ Fonte: AUÁ Arquitetos, 2016 @galeriadaarquitetura.com.br

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3.2 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO EXTERIOR

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3.2.1 Torre

3.2.2 Via Sacra

Houve tempo em que a torre (figura 27) marcava o centro geográfico da cidade e o centro da vida dos cidadãos. Os sinos chamavam para as celebrações. Atualmente, entretanto, a torre é facultativa, pois sua construção depende das tradições locais e dos recursos disponíveis para a obra. Pela verticalização das cidades, caso se opte por não construir uma torre, é conveniente que haja algum elemento na fachada direcionado para o céu, com uma cruz e/ou um pequeno sino. São elementos fortes da igreja- edifício ainda reconhecidos por todos. (COBECISA, 2016, p. 36)

A via-sacra (figura 28), entendida como caminho sagrado que lembra os últimos passos de Jesus, em direção à sua paixão e ressurreição, encontra justa localização no espaço externo da igreja. (COBECISA, 2016, p. 36)

Figura 27: TORRE CATEDRAL SÃO PEDRO, BLUMENAU. Fonte: ©Carlos C. Nasato, 2015 @photogoroda.com

Figura 28: ESTAÇÃO VIA SACRA, FÁTIMA PORTUGAL. Fonte: ©Vitor Oliveira, 2015 @flickr.com


Figura 30: IGREJA ALGARD, NORUEGA. Fonte: ©Link Arkitektur, 2015 @archdaily.com.br

3.2.3 Paisagismo O tratamento paisagístico valoriza com projeto arquitetônico. A partir dele, sejam previstos estacionamentos, caminhos, jardins, muros, gradis, grutas, conforme cada caso. Os espaços livres podem ser cobertos com grama, arbustos ou árvores, que também têm a função de absorver a água da chuva. Um bom tratamento de vegetação pode ser um aliado eficiente da acústica e do conforto térmico. (COBECISA, 2016, p. 36)

Figura 29: IGREJA ALGARD, NORUEGA. Fonte: ©Link Arkitektur, 2015 @archdaily.com.br

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Há vários tipos de igrejas católicas, cada uma tem uma destinação, uma posição ou uma finalidade (SCHUBERT, 1978). Sendo que uma mesma igreja pode ter mais de uma terminologia.

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4

TIPOLOGIAS DAS IGREJAS

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4.1 BASÍLICA Basílica é o termo com que antigamente se indicava um edifício público destinado a ser lugar de reuniões e com o qual se indica hoje o templo cristão dedicado ao culto. No direito canônico, é considerado como basílica o edifício destinado ao culto e ao qual, independe de sua qualidade de catedral, a autoridade eclesiástica conferiu o referido título, com os privilégios que lhe são inerentes. Essa atribuição acontece por concessão apostólica, mas o título de basílica pode também provir de um costume imemoriável. Em geral, é dado o título de basílica às igrejas que, por sua antiguidade, sua beleza e sua importância, atraem grande número de peregrinos ou são objeto de particular veneração. Também são chamadas de Basílica Maior as mais importantes igrejas de Roma, uma delas é a de São Pedro no Vaticano. E sob a forma de Basílica Menor as igrejas fora de Roma, dado a sua importância histórica, artística ou pela notável veneração dada pelos fiéis. (SCHUBERT, 1978).

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Figura 31: SACRE COEUR, FRANÇA Fonte: ©Monica Pereira,2014. @pixabay.com


4.2 CATEDRAL O nome catedral vem de cátedra, cadeira do bispo, símbolo de magistério. É a igreja episcopal, cujo dirigente maior é o Bispo que exerce sobre os Párocos das igrejas de sua diocese, repassando, com sua autoridade eclesiástica, as diretrizes firmadas pelo Papa. Nas catedrais é que são sepultados os bispos de uma determinada Diocese e esta é a condição para que uma igreja seja designada “Catedral” e também pode se denominar de duomo³1. Na catedral realizam-se cerimônias preferencialmente executadas pelo bispo, as funções de ordenação de sacerdote, as funções pontificais, sagração dos santos óleos e da crisma (SCHUBERT, 1978). 3

Significa “casa (de Deus)”

Figura 32: CATEDRA ARQUIDIOCESE FLORIANÓPOLIS - SC Fonte: ©arq.floripa, 2014. @catedralflorianopolis.org.br/

Figura 33: CATEDRAL ARQUIDIOCESE FLORIANÓPOLIS - SC Fonte: ©arq.floripa, 2014. @catedralflorianopolis.org.br/

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4.3 SANTUÁRIO Refere-se a uma igreja que é centro de peregrinações por causa de uma devoção a Deus ou aos Santos. No Santuário considera-se um maior número de pessoas, o movimento de entrada e saída de fiéis é muito grande, e todos querem ver a imagem a ser venerada. Normalmente as pessoas formam fila para ver ou rezarem junto à imagem, outras, distribuídas na igreja, buscam o silêncio para suas orações particulares (SCHUBERT, 1978). Conforme o código de direito canônico:

reitor, a propriedade e a administração dos bens. Cân. 1233 — Poderão ser concedidos alguns privilégios aos santuários, quando as circunstâncias dos lugares, a afluência dos peregrinos e sobretudo o bem dos fiéis pareçam aconselhá-los. Cân. 1234 — Nos santuários ponham-se à disposição dos fiéis meios de salvação mais abundantes, com o anúncio cuidadoso da palavra de Deus, o fomento da vida litúrgica, principalmente por meio da celebração da Eucaristia e da penitência, e ainda com o cultivo de formas aprovadas de piedade popular. (Promulgado por João Paulo II, 1987)

Cân. 1230 — Pelo nome de santuário entende-se a igreja ou outro lugar sagrado aonde os fiéis, por motivo de piedade, em grande número acorrem em peregrinação, com a aprovação do Ordinário do lugar. Cân. 1231 — Para que um santuário possa dizer-se nacional, deve ter a aprovação da Conferência episcopal; para que possa dizer-se internacional, requer-se a aprovação da Santa Sé. Cân. 1232 — § l. Para aprovar os estatutos de um santuário diocesano, é competente o Ordinário do lugar; para os estatutos dum santuário nacional, a Conferência episcopal; para os estatutos de um santuário internacional, somente a Santa Sé. § 2. Nos estatutos determinemse principalmente o fim, a autoridade do

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Figura 34: SANTUÁRIO N SRA. FÁTIMA, PORTUGAL. Fonte: ©Titosoft,2014. @pixabay.com


4.3 IGREJA MATRIZ É um templo católico, normalmente, com qualidade de Paróquia, onde o Vigário ou Pároco, confirma e repassa as instruções episcopais aos religiosos ou fiéis que estão sob sua jurisdição eclesiástica. “Cân. 1214 — Pelo nome de igreja entende-se o edifício sagrado destinado ao culto divino, ao qual os fiéis têm o direito de acesso para exercerem, sobretudo publicamente, o culto divino.” (Promulgado por João Paulo II, 1987)

Segundo Mons. Guilherme Schubert (1978, p. 10): “[...] é a célula-mater da vida comunitário-religiosa [...]”, ainda comenta que o arquiteto que souber projetar uma paróquia saberá também projetar outras igrejas porque todas partem do conhecimento do funcionamento da igreja Matriz.

Figura 35: PARÓQUIA DE BIGUAÇU - SC. Fonte: ©arq.floripa, 2014. @catedralflorianopolis.org.br/

4.3 CAPELA É um templo com dimensões reduzidas, atende a poucas pessoas. Pode ser reservada para uma pessoa, para uma família, ou aberta ao público e as celebrações da missa, podem ou não seguir o calendário litúrgico. Sua destinação normalmente é específica, localizadas anexas a algumas instituições, como por exemplo: colégios, quartéis de militares, cemitério e hospitais. Pode ter ou não acesso para a rua. Normalmente, possui apenas um altar, caracterizada pela sua modesta estrutura física, onde o padre exerce suas funções, normalmente de forma itinerante, estando subordinada e pertencendo a determinada paróquia (SCHUBERT, 1978) Conforme o código de direito canônico a capela particular é local de culto autorizado pelo bispo, e já não é mais necessário que se tenha autorização da Santa Sé.

Figura 36: CAPELA SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS Fonte: ©arq.floripa, 2014. @catedralflorianopolis.org.br/

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58


5

NORMAS E ORIENTAÇÕES

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5.1

Estudos da CNBB 106 Orientações para projeto e construção de igrejas e disposição do espaço celebrativo

Este documento escrito pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e tem por finalidade conscientizar as comunidades da necessidade de templos projetados. “104. Quando a comunidade propõe-se a construir o seu espaço celebrativo, é necessário contratar profissionais habilitados para a elaboração do projeto e execução da obra, preferencialmente com formação na área de concepção do espaço litúrgico. 105. Esses profissionais devem ter como ponto de partida as questões litúrgicas-funcionais já apresentadas nos capítulos anteriores e que se fundamentam nos documentos da Igreja. Devem também estar atentos à legislação civil vigente, tais como: Código de Obras e Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) Municipais, Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI), Acessibilidade – NBR 9050, entre outros. Em vista da sustentabilidade, o projeto deve visar ao melhor aproveitamento dos recursos naturais, como por exemplo, ventilação, iluminação e captação de águas pluviais. Além disso, respeitar as características próprias de cada comunidade.”

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5.2

NBR 9050

A NBR 9050 (2004) que estabelece os preceitos e proporções que devem ter os banheiros, portas, circulação, e ergonomia para que os ambientes sejam considerados acessíveis. Conforme a NBR 9050 (2004) no item 1.3.1 e 1.3.2: “Todos os espaços, edificações, mobiliários e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis. Edificações e equipamentos urbanos que venham a ser reformados devem ser tornados acessíveis. Em reformas parciais, a parte reformada deve ser tornada acessível.”


5.3

NBR 13.434 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico

Como o santuário tem por nomeação por causa da quantidade de pessoas que passam todos os dias o perigo de acidentes é muito grande, a implantação de sinalização para segurança contra incêndio e pânico é muito necessária. Conforme a NBR 13434 (2004): “A sinalização de segurança contra incêndio e pânico tem como objetivo reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio.”

5.4

NBR 6.492 - Representação de projetos de arquitura Designadamente, a NBR 6492 (1985) trata de “Representação de Projetos de Arquitetura”. Esta norma fixa as condições para representação gráfica de projetos arquitetônicos, para que haja compreensão dos mesmos. É o que se espera apresentar nesta monografia para uma melhor compreensão do projeto em que se almeja realizar. Ela não abrange critérios de projeto, que são objeto de outras normas ou de legislação específicas de municípios ou estados.

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Este capítulo tem a finalidade de ampliar o repertório projetual do autor, na arquitetura sacra, a partir de exemplos variados de espaços sagrados, estudo de casos selecionados de acordo com os seguintes critérios - utilização de atributos arquitetônicos que favorecem o despertar de sensações nas pessoas.

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ESTUDOS DE CASO

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6.1 IGREJA DA TRANSFIGURAÇÃO O escritório londrino DOS Architects foi selecionado para desenhar a Igreja Católica da Transfiguração, em Lagos, capital da Nigéria. O teto ondulante é um dos aspectos que mais chama a atenção no projeto da construção. (DOS, 2012) Os arquitetos usaram arcos de aço em diferentes alturas, espaçados entre si numa distância de quatro metros, para dar sustentação, rigidez e leveza ao teto da igreja. A construção, que possui mais de 3 mil metros quadrados, conta com um salão de congregação de dois andares, todo espelhado na entrada e no final, para dar relevância à altura do salão. (DOS, 2012) O projeto demonstra que não havia a intenção de produzir qualquer coisa relacionado com a cultura ou as tradições dos povos que vivem em Lekki. Assim, este edifício se torna um ícone ou marco sim para a igreja e as marcas da igreja. (DOS, 2012)

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Localização: Lagos, Nigéria Arquiteto: Dos Architects Ltd Ano do projeto: 2008 Estilo Arquitetônico: Contemporâneo Acomodação: 2.000 pessoas Material predominante: Aço e vidro

Foi colocada a cruz latina no ponto mais alto da estrutura da igreja, que se tornará um ícone para a cidade de Lekki e lagos como um todo. O acesso principal é colocado na parte mais estreita e mais baixo do edifício e leva a um vestíbulo do qual o visitante tem vistas e acesso claro para ambos os pisos da igreja. O vestíbulo de entrada, a escadaria principal da igreja se divide em duas metades que são visualmente ligadas pelo grande átrio na entrada no prédio. (DOS, 2012) O conceito de arquitetura e forma estrutural são partes integradas com uma série de arcos de diferentes alturas, produzindo a forma escultural do edifício como um todo. Arcos são uma das formas mais antigas e mais eficientes da estrutura, utilizando a altura total do edifício para fornecer a rigidez, resultando em uma estrutura relativamente delgada. (DOS, 2012)


Figura 37: IGREJA DA TRANSFIGURAÇÃO, NIGÉRIA. Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

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6.1.1 Mapa do Sítio O seu volume ocupa grande parte doterreno, restando somente os locais de estacionamento e vegetação. Sua forma se destaca do entorno devido aos elementos marcantes, como sua estrutura pela forma de arcos.

ÁFRICA

NIGÉRIA

LAGOS Oceano Atlântico

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Figura 38: MAPAS LOCALIZAÇÃO. Fonte: Elaboração autor, 2020.

Figura 39: MAPA IGREJA Fonte: DOS Architects, 2011. Modificado pelo autor.


6.1.2 Conforto Ambiental Por do Sol

Nascer do Sol

Oeste

Leste

Permeável 100% Translúcido Captura da luz

Permeável 60% Translúcido Proteção contra a Luz

6.1.3 Relação Meio Ambiente Telescópio

Vista

Brisa do mar

Devido a sua orientação solar pode-se analisar que o santuário foi projetado pensando no conforto térmico. Pois em boa parte da manhã há presença do sol dentro da igreja, a mesma situação se repete na parte da tarde até o fim do dia. Posição da costrução estratégica, favorecendo o uso da iluminação natural.

Figura 40: CORTE VISTA ALTAR. Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

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Circulação Externa

Circulação Interna

Acesso estacionamento privativo

Circulação pública

Atrio

Acesso público

Circulação Privativa Público / Divisão privada

Eixo principal Eixo secundário

Acesso casa paróquial

Acesso privado

Público/ Taxi/ Rápido acesso

Acesso para o atrio

Térreo

Corredor secundário Corredor ACESSO NORTE principal

Térreo

Corredor acesso entre os prédios

Escada Privativa

Acesso de serviço

Escadaria ACESSO SUL

Pavimento Superior

Comunicação entre casa e secretária paróquial e espaço lazer.

Corredor principal

Escadaria

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Posição da costrução estratégica, favorecendo o uso da iluminação natural.

Secretária Casa paróquial paróquial

Escada Salão privativa paroquial


6.1.4 Ordem de Idéias

Figura 42: PLANTA BAIXA + VISTA Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

Neste tópico serão analisadas as simetrias e assimetrias presentes no Santuário. Mesmo parecendo uma obra simétrica como quase toda igreja. Traçando uma linha “transversal” no centro do Santuário percebemos que em planta possui uma assimetria mais sutil, já em volume uma assimetria mais presente, porque sua parte frontal é bem mais alta do que a parte de trás da igreja, como podemos ver na imagem a seguir.

Figura 41: PLANTA BAIXA + CORTE Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

Já traçando uma linha horizontal temos uma simetria perceptível, tanto em planta quanto em volume.

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6.1.5 Inspiração A eucaristia: pão e vinho

A multiplicação

A Bíblia

Peixe

Pomba

A Trindade Santa

A cruz

O Catolicismo é identificado pela espiritualidade, pureza e fé, que são simbolizadas pela Santíssima Trindade, e pelos Milagres de Jesus. A doutrina católica diz que a Santíssima Trindade se compõem com o Pai, Filho e Espírito Santo como três pessoas em uma divindade. A pomba representa a pureza, e o peixe representa o milagre que Jesus Cristo fez, ao multiplicar cinco pães e dois peixes e alimentar cinco mil pessoas. A partir deste momento, o peixe tornou-se um símbolo universalmente reconhecido no catolicismo.

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Fácil leitura do coonceito e partido embasados em símbolos do catolicismo.

Planta baixa

Corte

Volume


6.1.6 Tradicional diagramação Igreja Católica

Capela principal, parte mais alta

Torre

Corredor Nave Corredor

Capela principal, parte mais alta

Linha de estrutura externa

Linha de estrutura externa Linha de estrutura Interna

Linha de estrutura Interna

Nave

Estrutura de arco duplo criando três espaços diferentes no plano

Nave

Estrutura de arco duplo criando três espaços diferentes no plano

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6.1.7 Planta Baixa Térreo

4 5 9

8

1

6 3

2

1

1

Figura 43: PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO. Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

1. 2. 3. 4. 5.

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Salas de reunião e apoio Chapelaria Banheiros públicos Creche / Sala infantil Entrada Foyer

6. Nave 7. Capela Santíssimo 8. Altar 9. Casa paróquial 10. Coro

Disposição dos bancos, torna o fiel mais próximo ao altar.

Espaços com poucas demarcações entre público, privado e também entre espaço de serviço e sagrado.


6.1.8 Planta Baixa Superior

10

6.1.9 Zoneamento Funcional

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Figura 44: PLANTA BAIXA SEGUNDO PAVIMENTO Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

As definições de onde serão os espaços públicos e privados são essenciais para o eficiente funcionamento e o fluxo do Santuário. E no edifício em questão as áreas de apoio e serviços aos fiéis ficam na parte de trás do Santuário, tais como banheiros femininos e masculino, chapelaria, espaços para crianças, escritório e administração. Com objetivo de não atrapalhar a real função de uma igreja, a celebração, que acontece no altar localizado na parte frontal do Santuário. O Santuário há dois pavimentos tendo uma circulação vertical a escadaria no centro do Santuário dando acesso a mezanino para assistir a missa.

Figura 45: PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO. Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

PASTORAL SOCIAL SERVIÇO

Os ambientes são segmentados em três setores sendo eles o social, que é de livre acesso ao público, a zona de serviço própria para suporte do funcionamento do santuário, e por último a zona Pastoral onde se localiza a moradia do padre e que só é permitido acesso com a autorização dele.

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6.1.10 Extrutura e Técnica Construtiva O estrutural foi concebido com uma série de arcos metálicos com diferentes alturas proporcionando rigidez com uma estrutura relativamente delgada. (METALICA, 2015 sp.) Seus arcos foram posicionados de quatro em quatro metros em todo o comprimento do edifício, e são fixadosnas estremas do santuário. O impulso horizontal, que resulta da ação de arqueamento é suportado por uma laje no chão de concreto armado que une as duas bases do arco juntos. . (METALICA, 2015 sp.)

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Figura 46: PESPECTIVA INTERNA Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

Figura 47: PESPECTIVA ESTRUTURAL Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it


Figura 48: PESPECTIVA INTERNA. Fonte: DOS Architects, 2011. @domusweb.it

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6.2 SANTUÁRIO SANTA PAULINA

Amábile Lúcia Visintainer nasceu na Itália em 1865, no ano de 1875 imigrou para o Brasil junto com sua família, estabelecendo-se na região de Vigolo–Nova Trento. Em 12 de Julho de 1890, Amábile junto com sua amiga Virginia Rosa Nicolodi, fundam a congregação das Irmãzinhas do Imaculada Conceição, passando a se chamar Paulina do São Paulo onde morreu aos 76 anos, no dia 9 de Julho de 1942, Madre Paulina foi canonizada no Vaticano, no dia 19 de Maio de 2002. Logo após a sua Beatificação em 18 de outubro de 1991, os peregrinos de todo Brasil começaram a visitar o Bairro de Vigolo. As missas aconteciam no salão, e um santuário necessitava ser feito. Então, em outubro de 2003 deu-se ínicio a construção do Santuário, destinado a 8 milhões de reais para obras de infraestrutura no entorno. Dinheiro arrecadado através da doação dos fiéis e dos colégios religiosos administrados pelas irmãs da congregação. O Santuário expressa o trabalho concebido pelo escritório HS arquitetos, que por meio da re-

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Localização: Nova Trento, SC Arquiteto: HS Arquitetos Ano do projeto: 2006 Estilo Arquitetônico: Contemporâneo Acomodação: 3.000 pessoas Área coberta: 6.925m² leitura da arquitetura sacra tradicional, procurou representar, em composições geométricas e volumétricas, a simplicidade que permeou a vida de Madre Paulina. Ícone da edificação religiosa, o Santuário Madre Paulina, está localizado em Nova Trento, Santa Catarina. Região que acolheu Amabile Visintainer á madre que se tornou a primeira santa Brasileira. O Santuário Santa Paulina foi escolhido como estudo de caso, pois a edificação foi implantada sobre um terreno com grande desnível, exigindo soluções como acessibilidade e harmonia com a natureza. O interior do santuário tem mais de 25 ambientes que mostra a complexidade e funcionamento de vários setores em operação ao mesmo tempo, devido a sua dimensão esses ambientes são necessários para um funcionamento adequado. Todo esse fluxograma e serviços será utilizado como referência de um bom funcionamento interno de um santuário.


Figura 49: SANTUĂ RIO SANTA PAULINA, SC. Fonte: Olhares, 2014. @olhares.com

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6.2.1 Implantação e Acessos O Santuário fica localizado no topo do morro, para isso o projeto contou com uma grande infraestrutura de terraplanagem e tratamento dos taludes de contenção, estes que foram gramados e receberam plantas que ajudam a conter o aterro. Em seu entorno ficam localizados diversos outros serviços oferecidos pelo santuário, espaços sacros,

BRASIL

SANTA CATARINA

lojas de suvenir, monumento do milênio, museu de cera, salão paroquial, casa das graças, estacionamento, restaurante do santuário, teleférico, entre outros serviços oferecidos aos peregrinos, além dos comércios locais que se estabelecerem no entorno do templo. O acesso ao bairro Vigolo acontece pela rua Madre Paulina que passa pela frente do Santuário. Para chegar ao santuário temos como principal acesso, localizado em um eixo central a escadaria com 113 degraus. Para possibilitar acessibilidade, foi projetada uma rampa com 170 metros, e outros dois acessos para veículos que são destinados a funcionários, idosos e portadores de necessidades especiais.

RUA MADRE PAULINA ACESSO PRINCIPAL ACESSO DE VEÍCULO RAMPA CORREGO

NOVA TRENTO

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Figura 50: IMPLANTAÇÃO SANTUÁRIO. Fonte: HS Arquitetos, 2006. Modificado pelo autor.


Figura 51: IMPLANTAÇÃO SANTUÁRIO. Fonte: GOOGLE EARTH, 2018. Modificado pelo autor.

Alimentação

Sagrado

Grande serviço de apoio aos peregrinos.

Estacionamento

E

Lojas

Serviço de apoio distante do santuário. Via arterial na extenção entre espaço sagrado e

de apoio.

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6.2.2 Definição de Espaços

Ao chegar no santuário o peregrino vê como ponto principal a Cruz e o altar (03), elementos que são o centro da fé Cristã. A nave (03) que contempla um grande vão de 56 metros tem capacidade para 3000 pessoas sentadas. Sua forma cônica projetada para facilitar a visão e a audição de todos, com relação ao altar (03). O piso é de granito em suas várias formas, cores e acabamentos. O santuário também possui duas capelas laterais, capela do Santíssimo (06) para 100 pessoas, e capela Santa Paulina (07), onde está exposta uma relíquia da Santa, com capacidade para 150 pessoas. Logo atrás do presbitério ficam os serviços técnicos e de funcionários onde se abriga diversas funções, conforme especificação em planta a seguir.

01.Átrio PRIVADO 02.Nave 03.Altar SEMI-PUBLÍCO 04.Equipe de canto 05.Imprensa PÚBLICO 06.Capela do santíssimo 07.Capela Santa Paulina 08.Circulação 09.Sacristia 10.Armário dos paramentos 11.Banheiro masculino 12.Banheiro feminino 13.Banheiro PNE 14.Copa 15.Sala Ornamentos e Contagem 16.Sala de espera confissão 17.Confessionários 18.Sala de preparação 19.Escada manutenção cobertura 20.Escada de acesso sala de imprensa 21.Recepção agendamento 22.Secretaria 23.Administração 24.Sala de atendimento ao público e planejamento pastoral. 25.Sala de equipamentos de áudio e vídeo. Ambientes do santuário bem definidos, com controle de fluxo privado, semi-público e público.

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Figura 52: NAVE SANTUÁRIO. Fonte: HS Arquitetos, 2014.


Figura 53: PLANTA BAIXA SANTUĂ RIO. Fonte: HS Arquitetos, 2006. Modificado pelo autor.

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6.2.3 Conforto Ambiental A fachada principal é composta por vidros laminados do piso ao teto. Um dos cuidados que se teve foi quanto à incidência dos raios solares, pois a fachada principal está voltada a oeste, para isso foi utilizado um vidro de baixa reflexão. A solução foi a utilização do vidro Azul Energy Special, que mesmo não sendo refletivo atendeu á cor especificada pelo projeto e ás solicitações de conforto térmico. A fachada é composta por 680 metro quadrados de vidro reflexível, e 570 metros quadrados no padrão opaco. Na face leste, foram aplicados 24 metros quadrados de vitrais, localizado atrás do altar. (Archdaily, Santuário Santa paulina, 2013). Assim a presença dos raios solares é presente no inicio e no fim do dia, maior parte do dia o sol é bloqueado pela cobertura possuindo também isolante térmico. Devido as aberturas principais serem voltada para o leste e oeste, os raios solares estão presentes no inicio e no fim do dia. Assim a radiação solar durante todo o dia é mínima proporcionando um conforto térmico natural. Boa solução e cuidados com icidência solar, eliminado o uso de ar condicionado, e utilizando da iluminação natural.

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Verão

ste

Oe

Inverno

ste

Oe

Figura 54: POSIÇÃO SOLAR. Fonte: Elaboração autor, 2020.


Figura 46: ÁTRIO SANTUÁRIO. Fonte: HS Arquitetos, 2014.

Figura 55: PRESBITÉRIO SANTUÁRIO. Fonte: HS Arquitetos, 2014.

Figura 56: FACHADA PRINCIPAL. Fonte: HS Arquitetos, 2014.

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6.2.4 Estrutura e Técnica construtiva A estrutura centrada em dois pilares frontais da torre dos sinos, duas vigas de concreto protendido moldadas em loco cruzam todas a nave central vencendo um vão de 56 metros. A solução possibilitou a amplitude dos espaços, com o objetivo de manter a nave e as capelas totalmente isentas de interferências visuais. Para isso foram eliminados pilares interno e suavizada a forma das vigas metálicas aparentes (ARCHDAILY, Santuário Santa Paulina, 2013) A cobertura é composta por telhas metálicas dupla de alumínio com isolamento térmico e acústico em lã mineral, evitando variações bruscas de temperatura no local e minimiza o ruído externo principalmente, em casos de chuva.

Figura 57: CONSTRUÇÃO COBERTURA. Fonte: HS Arquitetos, 2005.

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Solução sistema estrutural favorece um espaço aberto sem interferências visuais.

Figura 58: CONSTRUÇÃO COBERTURA. Fonte: HS Arquitetos, 2005.

Figura 59: CONSTRUÇÃO COBERTURA. Fonte: HS Arquitetos, 2005.


6.2.5 Organização do espaço litúrgico A CRUZ DO PRESBITÉRIO Em todo o espaço litúrgico é presente uma cruz, representando a paixão e morte de Jesus. No Santuário ela está apresentada por duas cruzes sobrepostas no altar.

Figura 61: ALTAR. Fonte: HS Arquitetos, 2020

O ALTAR Centro litúrgico da Igreja, nele se insere a relíquia se Santa Paulina. AMBÃO No Ambão, uma palavra que se torna fonte de vida eterna. Ele se posiciona a um nível acima do altar, conforme o, o lugar alto de onde se proclama a palavra da bíblia.

Figura 60: CRUZ E VITRAL. Fonte: HS Arquitetos, 2020.

Figura 62: AMBÃO Fonte: HS Arquitetos, 2020.

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6.2.6 Volume e Massa Segundo o escritório de aquitetura responsavel pelo projeto, o programa desenvolve-se integralmente sob uma cobertura modulada a cada 7,5 metros, de caimento em duas águas, com desenho que remete visualmente às tradicionais vestimentas de algumas ordens religiosas. São três setores distintos - nave principal, capelas e área de apoio -, além de circulações e acessos. Estes são marcados pelo movimento da cobertura, nas laterais da nave principal, onde se localizam as capelas, e pela torre central, repre-

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sentando a Santíssima Trindade, na entrada. A nave possui planta de formato cônico, permitindo a visualização do altar por todos os fiéis. A sacristia, localizada em ponto estratégico, tem fácil ligação com altares, capelas e confessionários. O volume lembra o antigo habito das duas mãos em posição de oração. A formas simétrica e a pura lembra a simplicidade que permeou a vida de Madre Paulina, a torre do sinos centralizada no meio do volume eleva o fiel a divindade e remete a cruz que fica no ponto mais alto.

Figura 63: VISTA FACHADA PRINCIPAL Fonte: HS Arquitetos, 2001.


6.2.7 Ordem de idéias Neste tópico serão analisadas a simetria do Santuário presente em todos os pontos, peso e equilíbrio entre os ambientes que se espelhão. no altar com Sacrário e a direita e o Coral, e também no volume, presente a simetria nas quatro fachadas.

A forma ascendente da cobertura tem como propósito a busca da espiritualidade e a meditação, realçadas pela entrada de luz filtrada na parte mais alta. A iluminação e a ventilação naturais, através de faixa contínua no eixo central da cobertura, buscam a criação de um espaço repleto de luz vinda das alturas, como forma de inspiração à meditação e às preces”, afirmam os arquitetos. O ar entra por janelas laterais, circula pelo interior do templo e sai pelo lanternim central.

Figura 64: VISTA FACHADA LATERAL Fonte: HS Arquitetos, 2001.

Figura 65: FACHADA PRINCIPAL Fonte: HS Arquitetos, 2001.

Figura 66: PLANTA BAIXA. Fonte: HS Arquitetos, 2001.

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6.3 BASÍLICA

SANTÍSSIMA TRINDADE

A Basílica da Santíssima Trindade é a mais recente construção do complexo do santuário, sendo dedicada ao culto da Santíssima Trindade. A escolha da dedicação da basílica à Santíssima Trindade deve-se às aparições do Anjo da Paz, com o seu insistente convite à adoração a Deus, Santíssima Trindade; às palavras de João Paulo II em maio de 1982, proferidas na Capelinha das Aparições, pelas quais elevou a sua ação de graças à Santíssima Trindade; e também ao Grande Jubileu do Ano 2000, também dedicado à Santíssima Trindade. A intenção de construir um novo templo no Santuário de Fátima remonta a 1973, quando se constatou que a Basílica de Nossa Senhora do Rosário já não tinha dimensão suficiente para acolher a totalidade dos peregrinos, em particular aos domingos e outros dias de média afluência. Em 1997, o santuário organizou um concurso internacional para a conceção de um novo edifício junto à Praça de Pio XII, com uma escala adequada às necessidades reais. O lançamento da primeira pedra teve lugar em 6 de junho de 2004, dia da Solenidade da Santíssima Trindade. A construção foi concluída

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Localização: Fátima, Portugal Arquiteto: Alexandros Tombazis Ano do projeto: 2004 Estilo Arquitetônico: Contemporâneo Acomodação: 8.633 pessoas Área coberta: 40.000m² em 2007, tendo a igreja sido dedicada em 12 de outubro desse ano pelo cardeal Tarcisio Bertone, então Secretário de Estado do Vaticano e legado de Bento XVI para o encerramento do 90.º aniversário das aparições. A 13 de agosto de 2012, a igreja foi elevada à categoria de basílica. O projeto de arquitetura é da autoria do arquiteto grego Alexandros Tombazis, vencedor do concurso atrás mencionado, tendo sido o engenheiro José Mota Freitas o autor do projeto da estrutura. As novas edificações foram integralmente financiadas pelos donativos dos peregrinos deixados ao santuário ao longo dos anos. Com um caráter arquitetónico marcadamente contemporâneo, o complexo pode ser dividido em dois planos: um primeiro, ao nível do solo, onde se localiza a assembleia, e um outro, subterrâneo, designado por Área da Reconciliação, que integra a Galilé dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e um conjunto de capelas anexas a esse espaço. A basílica conta com um total de 8 633 lugares sentados e 40 000 m² de área, sendo considerada o quarto maior templo católico do mundo em capacidade.


Figura 67: BAS´ÍLICA SANTÍSSIMA TRINDADE, PORTUGAL Fonte: Helder Afonso, 2014. @pinterest.com

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6.3.1 O complexo de Fátima

EUROPA

PORTUGAL

FÁTIMA

SANTARÉM

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Figura 68: MAPAS LOCALIZAÇÃO. Fonte: Elaboração autor, 2020.

Fátima, em Portugal, atrai turistas do mundo durante todo o ano, tornando-se rota religiosa. Província da Beira Litoral, é famosa por concentrar relatos de aparições da Virgem Maria. No ano de 2018, a cidade recebeu mais de 7 milhões de peregrinos, destes, 60% eram visitantes de 79 países. Distante aproximadamente 130 quilômetros da capital Lisboa, o refúgio cristão é destino certo para todos os meses do ano, mas é em maio que as capelas e praças santuárias agregam milhões de religiosos. Segundo a fé católica, foi no mês de maio de 1917 que se iniciaram as aparições de Nossa Senhora de Fátima a três crianças pastorinhas, no local conhecido como Cova da Iria. Ali ficava uma azinheira (árvore) na qual a Santa apareceu. No espaço, uma das construções com reforma mais recente é a da Basílica da Santíssima Trindade. O lugar é dedicado às aparições do Anjo da Paz, às palavras de João Paulo II ditas na Capelinha mencionando a Santíssima Trindade. A basílica, em frente à do Rosário, foi inaugurada em 2007 e recebe os fiéis nos dias de hoje. Complexo com grande número de serviço de apoio e espaços sagrados.


Figura 69: MAPA COMPLEXO DE FĂ TIMA, PORTUGAL Fonte: Rui Mendes, 2014. @moraremportugal.com

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6.3.2 A Basílica Apesar da vastidão da sua escala, acolhe confortavelmente os peregrinos ao mesmo tempo que mantém o sentimento de igreja, permitindo uma vista panorâmica da totalidade do seu interior e fornecendo a monumentalidade desejada. A Basílica da Santíssima Trindade tem uma altura de 18 metros. De configuração circular (com 125 metros de diâmetro), apresenta um espaço interior unificado, liberto de apoios estruturais intermédios, sendo a cobertura suportada por duas vigas contínuas em betão com uma altura máxima de 21,15 metros e um vão livre de 80 metros. O interior é divisível em dois setores através de uma parede amovível e integra doze portas laterais, em bronze, dedicadas aos Apóstolos; a porta central, de 64 m² é também em bronze e dedicada a Cristo. Um espaço aberto que comporta 8500 pessoas sentadas em volta do altar, sem quaisquer colunas que suportem o peso da estrutura no interior da igreja. O edifício tem 13 portas: 12 laterais dedicadas aos Apóstolos, em bronze, e o pórtico central, de 64 metros quadrados, consagrado a Cristo, com simbologia teológica trinitária. A porta central é ladeada por dez painéis superiores de bronze – Mistérios do Rosário – da autoria do artista plástico português Pedro Calapez.

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Figura 70: COMPLEXO FÁTIMA. Fonte: GOOGLE EARTH, 2019.

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Alexandros Tombazis destaca então o fato de ter criado um local “sereno, calmo, onde os peregrinos consigam se concentrar e abstrair”, uma construção projetada de forma “mais simples possível”, de modo a se comunicar com todos. Para este efeito, contribui em larga medida o tratamento de um elemento essencial, a luz. Há dois tipos de luz, a natural neutra, com janelas por cima do edifício, viradas para norte, que podem iluminar ou obscurecer mais o ambiente, e no acesso central a luz direta, muito mais amarela e acentuada. (ECCLESIA, 2017)

A arquitetura é complementada pelas obras de arte presentes na igreja, em especial o painel de ouro do que se encontra por atrás do altar, como contribuição para uma igreja simples e inspiradora. A basílica tem forma circular, com 125 metros de diâmetro, e é sustentada por um grande pilar que suporta toda a cobertura e evita colunas no interior do templo. O projeto de Tombazis combina a luz e a tecnologia, procurando respeitar a atmosfera de Fátima. Com um volume de quase 130.000 metros cúbicos e uma altura média de 15 metros, tem uma nave central de aproximadamente 8.500 lugares sentados, configurada para duas capacidades diferentes: um primeiro espaço para 3.175 pessoas,

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Solução construtiva com eliminação de colunas na nave proporciona comunicação visual em toda basílica.

separado por um biombo, pode ser completamente aberto em caso de necessidade. No altar está colocado, sobre uma caixa de prata, o fragmento de marmóre retirado do túmulo de S. Pedro no Vaticano e oferecido pelo Papa João Paulo II. Ao centro do Altar, está suspenso um grande crucifixo de bronze esculpido pela irlandesa Catherine Green, de 7,5 metros de altura, com características iconográficas próximas da arte bizantina. No presbitério está ainda uma imagem da Nossa Senhora de Fátima esculpida em mármore branco de Carrara, com três metros de altura da autoria do italiano Benedetto Pietrogrande. Apesar do sistema de iluminação natural, a básilica não possui comunicação visual com espaço externo.


Figura 71: SANTUÁRIO N SRA. FÁTIMA, PORTUGAL. Fonte: ©Tania Mousinho, 2016. @unsplash.com

Figura 72: SANTUÁRIO N SRA. FÁTIMA, PORTUGAL. Fonte: ©Tania Mousinho, 2016. @unsplash.com

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6.4 BASÍLICA DE SÃO PEDRO De acordo com (LIDENBERG, 2014), “A Basílica de São Pedro, na qual são celebradas as mais importantes cerimônias da Igreja Católica, foi erguida pelo imperador Constantino, entre os anos 324 e 349, uma pequena basílica com o objetivo de honrar o túmulo do primeiro Papa, o apóstolo Pedro.”

Inicialmente projetada por Donato Bramante, a basílica seria erguida sob a forma de uma cruz grega, porém após sua morte em 1514 teve seu projeto modificado. O projeto ocupa uma área de 23 mil metros quadrados e pode abrigar até 60 mil fiéis. Uma comissão, formada por Rafael, Fra Giocondo e Giuliano da Sangallo, reprojetou a basílica como uma cruz latina sendo que no cruzeiro existiria uma cúpula que, localizada sobre o altar, se alinharia com a sepultura do apóstolo São Pedro. (LIDENBERG, 2014)

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Localização: Vaticano, Roma Arquiteto: Donato Bramante Ano do projeto: 1506 Estilo Arquitetônico: Renascentista Acomodação: 60.000 pessoas Material predominante: Mármore

Em 1527, Paulo III confiou a Antônio da Sangallo o controle total da obra. Este, por sua vez, retomou algumas ideias do plano de Bramante, erguendo uma parede divisória entre a nova Basílica e a antiga, ainda em uso. Em 1546, com a morte de Sangallo, Paulo III confiou a Michelangelo a chefia da arquitetura. Responsável pela abside, pelo transepto e pela cúpula, Michelangelo deixou em 1564, ano de sua morte, o trabalho praticamente completo. (LIDENBERG, 2014) A sucessão no cargo de chefe da catedral foi desempenhada por Pirro Ligorio e Giacomo da Vignola, os quais finalmente completaram a construção da cúpula (Figura 18) durante o papado de Sexto V. Mais tarde, sobre a cúpula, a qual possuía um diâmetro de 41,9 metros, Domenico Fontana construiu o lanternim e a cruz, finalmente construída em 1593, com aproximadamente 138 metros de altura. (LIDENBERG, 2014)


Figura 73: BASÍLICA DE SÃO PEDRO, VATICANO Fonte: ©Reporter Christ, 2009. @ pinterest.br

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O interior da basílica foi preenchido com muitas obras-primas do Renascimento e do Barroco. Entre elas, a mais famosa, a escultura denominada “Pietá”, de Michelangelo (Figura 20). O interior da cúpula foi decorado com composições de mosaicos formando uma figura que ilustra os círculos angelicais do céu, com Deus Pai em seu cume. (PAULA, 2020) Desta forma a construção da Basílica foi completada por Carlo Maderna em 1612, com duração de mais de um século, originando uma monumental construção, sendo sua principal nave aproximadamente 187 metros de comprimento. (PAULA, 2020)

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Figura 74: IMAGEM SÃO PEDRO, VATICANO Fonte: ©DomyD, 2016. @pixabay.com


Figura 75: BASÍLICA DE SÃO PEDRO, VATICANO Fonte: ©Gesuchts Blitzer, 2018. @pixabay.com

Figura 77: INTERIOR BASÍLICA, VATICANO Fonte: ©CShin, 2013. @pixabay.com

Figura 76: PRAÇA DE SÃO PEDRO, VATICANO Fonte: ©Papannon, 2013. @pixabay.com

Figura 78: PIETÁ MICHELANGELO, VATICANO Fonte: ©Jack78, 2009. @pixabay.com

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6.5 CATEDRAL NOSSA SENHORA APARECIDA A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, popularmente conhecida como Catedral de Brasília foi projetada por Oscar Niemeyer e construída entre 1959 e 1970, e faz parte do conjunto inicial de edifícios que compõem o Eixo Monumental da capital brasileira. O edifício é definido pelos seus dezesseis pilares de concreto em forma de bumerangue, que partem de uma planta circular de setenta metros de diâmetro, rodeada por um espelho d’água, e sobem inclinadamente até tocar uns aos outros. O cálculo estrutural desse e dos demais edifícios projetados por Oscar Niemeyer para o conjunto original de Brasília foi feito por Joaquim Cardozo. A catedral em si está um nível abaixo do plano de acesso; o edifício é, assim, meramente sua coberta. Seu acesso dá-se por um caminho criado por quatro esculturas, representando os evangelistas, que levam a uma rampa descendente, estreita e escura.

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Localização: Brasília, DF. Arquiteto: Oscar Niemeyer Ano do projeto: 1958 Estilo Arquitetônico: Modernista Acomodação: 4.000 pessoas Material predominante: Vidro e concreto

O contraste entre o que foi visto externamente e o interior que se faz presente é surpreendente. Os vitrais que fazem os fechamentos entre os pilares dotam a nave da catedral de abundante luz. Ao lado do edifício da Catedral está o campanário, cuja solução estrutural é novamente inusitada. Uma barra linear, que apoia sobre ela quatro sinos, sustentada por um único ponto central, que descem formando quatro pilares em suaves curvas. Do lado oposto está o batistério, finalizando a estrutura tripartida do conjunto. Assim como a Catedral, ele também é um espaço enterrado, mas, ao contrário daquela, sua coberta é uma casca ovoide opaca, levemente iluminada por aberturas laterais. (FRACALOSSI, 2013) Sístema construtivo, extrutura moderna. Espaço amplo uso da iluminação natural. Conforto térmico cobertura de vitrais sem tratamento. Acústica, paredes côncavas fazem o som se propagar.


Figura 79: CATEDRAL DE BRASÍLIA Fonte: ©Thorge, 2018. @pixabay.com

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6.5.1 Circulação e acessos

As circulações verticais que dão acesso ao edifício é a rampa e a escada. A Rampa da acesso direto para nave, Niemeyer criou um corredor subterrâneo que amplia a sensação de luminosidade quando o visitante chega à nave principal. A escada da acesso direto para o batistério, porem faz coneção também com a nave principal. No interior a circulação é difusa, sendo totalmente livre pois se trata de um ambiente amplo e editável, os únicos obstáculos existentes são os bancos do santuário, que dependendo do evento religioso o ambiente interno é modificado de acordo com a necessidade. Mas normalmente os bancos permanecem sempre na mesma posição, e os fiéis circulam ao redor dos bancos.

CIRCULAÇÃO DIFUSA “LIVRE”

CIRCULAÇÃO VERTICAL ACESSO

ACESSO VEICULOS

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Figura 80: PESPECTIVA CATEDRAL Fonte: ©Azul Magazine, 2013. @zulmagazinedigital.ibaro.com.br


6.5.2 Volume e massa

6.5.3 Definição de espaços

Devido ao seu volume verticalizado e sua forma estruturada por pilares apoiados um ao outro, se destaca facilmente do seu entorno, como mostra na figura a seguir. O entorno da catedral é amplo e facilmente se identifica a igreja, devido a sua forma e tipologia arquitetônica completamente atípica dos edifícios ao seu redor.

A Catedral de Brasília tem poucos ambientes internos mas os espaços existentes são suficientes para a celebração diária, e seu pleno funcionamento interno. Como podemos ver na imagem abaixo os espaços existentes são:

Figura 81: PESPECTIVA CATEDRAL Fonte: ©Azul Magazine, 2013. @zulmagazinedigital.ibaro.com.br

Figura 82: PLANTA BAIXA. Fonte: @eniopadilha.com.br, 2017. Modificado pelo autor.

Sacristia, Escritório e administração Social: Presbitério, coro, coluna das Iconografias, cripta, batistério, cruz histórica, pietá e os confessionários.

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6.5.4 Estrutura e técnica construtiva O projeto executivo foi feito pelo arquiteto Carlos Magalhães. Segundo o arquiteto a sua fôrmas da estrutura de concreto é uma verdadeira obra de arte, e de difícil concepção e execução, pois a geometria das seções era bastante complicada. Uma fato interessante é que para que as fôrmas pudessem ser construídas, houve a necessidade de se desenhar no próprio canteiro da obras, com as dimensões reais. A estrutura é composta de 16 pilares apoiados, dois anéis de concreto armado um em cima e outro em baixo. O superior com aproximadamente 6,8m de diâmetro, e que está localizado próximo ao topo dos pilares absorvendo as forças de compressão. Já o anel inferior de 60m de diâmetro está localizado no nível do piso, que absorve os esforços de tração, funcionando assim como um tirante, reduzindo as cargas nas fundações, que recebem apenas esforços verticais. Os anéis passam por dentro dos pilares, ficando imperceptíveis. O anel superior só pode ser presenciado no interior da Catedral. A cobertura só tem função de vedação. O engenheiro estrutural da obra é o Joaquim Cardozo, também é responsável por outras edificações de Niemeyer.

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Figura 83: DETALHE 01 ESTRUTURA . Fonte: @eniopadilha.com.br, 2017. Modificado pelo autor.

Pilar de

Concreto

Camada de Neopreme Escoramento Bloco Estacas Tubulão

Figura 84: DETALHE 02 ESTRUTURA . Fonte: @eniopadilha.com.br, 2017. Modificado pelo autor.


6.5.5 Relações Do edifício com o entorno

O Santuário está localizado em uma área de grande valor da cidade. Esta área é tombada e não sofrerá alteração. O Santuário está situado dentro do plano piloto de Brasília concebido pelo arquiteto Lucio Costa. A área em questão trata-se de uma localização ampla sem edificações próximas indo todo o destaque para o santuário. Devido a sua forma arquitetônica e de onde está localizado, os materiais utilizados como os vitrais e os pilares foram distribuído, destacando ainda mais o santuário em relação as residências.

Do interno com o externo

Um dos maiores potenciais desse Santuário é o fator místico que transmite, quando os fiéis chega m no interior do Santuário se deparam com um pé direito com mais de 10 metros trazendo toda a sua verticalidade e sua iluminação natural através dos vitrais, transmite a sensação de acolhimento pela divino. O contato visual com o exterior é inexistente mas é possível perceber e sentir o clima e a sua luminosidade trazendo ainda mais essa sensação de acolhimento individualismo.

Figura 85: ESCULTURA SOBRE ALTAR CATEDRAL. Fonte: ©Fred Aquino, 2012. @pixabay.com

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Figura 86: NAVE CATEDRAL. Fonte: ©Fred Aquino, 2012. @pixabay.com


Figura 87: TORRE CATEDRAL. Fonte: ©Fred Aquino, 2012. @pixabay.com

Figura 88: CAPELA BATISTÉRIO CATEDRAL. Fonte: ©Fred Aquino, 2012. @pixabay.com

Figura 89: CAMPANÁRIO CATEDRAL. Fonte: ©Fred Aquino, 2012. @pixabay.com

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Neste capítulo será apresentado referencial volumétrico, conceitual, estrutural, programático e organizacional, referencias que servirá para o desenvolvimento do projeto do complexo sacro.

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7

REFERENCIAL PROJETUAL

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7.1 REFERÊNCIA VOLUMÉTRICA

Figura 90: INTERIOR CATEDRAL. Fonte: ©Arq. Sordo Madaleno, 2018 @archdaily.com

Projeto: Catedral do Apóstolo de Santiago Localização: Santiago de Queretaro, México Arquiteto: Sordo Madaleno Arquitetos Ano do projeto: 2018 Acomodação: 3.000 pessoas O edifício proposto fica em um terreno de 20.000 metros quadrados no lado central sul da cidade. O projeto visa transformar o edifício não apenas em um novo espaço religioso e comunitário, mas também em um ícone arquitetônico da cidade. O design do projeto é baseado em um eixo guia que aponta para o sol nascente. A geometria da nave começa no círculo e depois se espalha por toda a estrutura, desde a entrada principal até o altar. O telhado da catedral é composto por uma grande escadaria que também abriga um espelho d’água de reflexão. O interior da catedral utiliza símbolos religiosos e arquitetônicos usados ​​ pela Igreja durante toda a sua existência, principalmente a clarabóia em forma de cruz latina que permite a entrada de luz natural e destaca a nave e o corredor central da catedral.

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Figura 91: PESPECTIVA EXTERNA. Fonte: ©Arq. Sordo Madaleno, 2018 @archdaily.com


Figura 92: PESPECTIVA EXTERNA. Fonte: ©Arq. Sordo Madaleno, 2018 @archdaily.com

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7.2 REFERÊNCIA CONCEITUAL Projeto: Catedral Cristo Luz Localização: Califórnia, EUA Arquiteto: Skidmore, Owings & Merrill Ano do projeto: 2008 Material predominante: Vidro, aço e madeira. A Catedral de Cristo Luz fornece um santuário no sentido mais amplo da palavra. Localizada no centro de Oakland , esta casa de culto oferece uma sensação de consolo, renovação espiritual e descanso do mundo secular. Como o próprio nome sugere, a Catedral se baseia na tradição da luz como um fenômeno sagrado. Através de sua introdução poética, a luz do dia indireta enobrece materiais modestos - principalmente madeira, vidro e concreto. Com exceção das atividades noturnas, a Catedral é totalmente iluminada pela luz do dia para criar um nível extraordinário de luminosidade. A pegada ecológica mais leve sempre foi um objetivo principal do projeto. Através do uso altamente inovador de materiais renováveis, o edifício minimiza o uso de energia e recursos naturais. Uma versão avançada da antiga técnica romana de inércia térmica mantém o clima interior com massa e calor radiante.

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Figura 93: VISTA ALTAR CATEDRAL. Fonte: ©Skidmore, Owings & Merrill, 2008 @archdaily.com


Figura 94: VISTA EXTERNA 1. Fonte: ©Skidmore, Owings & Merrill, 2008 @archdaily.com

Figura 95: VISTA EXTERNA 2. Fonte: ©Skidmore, Owings & Merrill, 2008 @archdaily.com

Figura 96: NAVE E ALTAR CATEDRAL. Fonte: ©Skidmore, Owings & Merrill, 2008 @archdaily.com

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7.3 REFERÊNCIA EXTRUTURAL

Figura 97: INTERIOR IGREJA Fonte: ©Michel Denancé, 2004 @archdaily.com

Projeto: Igreja de peregrinação Padre Pio Localização: San Giovanni Rotondo, Itália Arquiteto: Renzo Piano Ano do projeto: 2004 Material predominante: Pedra O projeto foi baseado em dois princípios fundamentais: o uso de um único tipo de pedra representada pelos blocos arqueados como símbolo da unidade com o ambiente e a idéia da igreja como um lar aberto a todos. O fato de a igreja estar sendo construída em uma região sismicamente ativa foi um impulso adicional para explorar soluções estruturais novas e inovadoras. Rigidez também significa fragilidade, mas graças às técnicas usadas para montar e pré-comprimir os blocos maciços, este projeto monumental em arco é capaz de dissipar energia e absorver o estresse criado pelos terremotos. Os 22 arcos de apoio estão alinhados em duas fileiras (interior e exterior) em um padrão radial que flui para fora do altar, com tamanhos decrescentes e um ritmo acelerado à medida que se afastam. Os arcos suportam a estrutura de madeira secundária para os painéis sobrepostos do teto, fixados em conjuntos de suportes de aço.

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Figura 98: EXTERIOR IGREJA Fonte: ©Michel Denancé, 2004 @archdaily.com


Figura 99: PRESBITÉRIO IGREJA Fonte: ©Michel Denancé, 2004 @archdaily.com

Figura 100: EXTRUTURA IGREJA Fonte: ©Michel Denancé, 2004 @archdaily.com

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7.4 REFERÊNCIA PROGRAMÁTICA Projeto: Casa do Carmo Localização: São Paulo, SP Arquiteto: Paula Campos Thiers Ano do projeto: 2019 Os grupos se espacializam no terreno, priorizando a topografia e o sentido hierárquico das vias, vinto que a inserção projetual inclui uma quadra inteira de grandes dimensões. Desse modo, a prioridade espacial fica a cargo no grupo 1, o princial devido à igreja, componente central do projeto. O projeto é centralizado no grupo 1, como antes dito, devido ao coração espiritual do complexo estar na igreja. Dentro da mesma forma estão abrigados o local para as celebrações com a grande nave única e circular com capacidade para 750 pessoas. O grupo 2, setor paroquial, de maior fluxo rotineiro, vai estar bem proximo à igreja, a fim de dar o apoio adminstrativo e de serviços, como um simples uso do banheiro durante missas ou como o uso do salão paroquial. O Grupo 3 abriga a casa paroquial e casa de retiro que apesar de juntas visualmente, possuem limites própios de modo a delinear a privacidade de seus usuários.

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Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Figura 101: PLANTA BAIXA COMPLEXO CASA DO CARMO. Fonte: Paula Campos Thiers,2019 @issuu.com. Modificado pelo autor.


GRUPO 1

GRUPO 2

Figura 102: PLANTA BAIXA COMPLEXO CASA DO CARMO. Fonte: Paula Campos Thiers,2019 @issuu.com. Modificado pelo autor.

GRUPO 3

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7.5 REFERÊNCIA ORGANIZACIONAL

Figura 103: PLANTA BAIXA IGREJA Fonte: ©Trahan Architects, 2004 @archdaily.com

Projeto: Igreja Santo Rosário Localização: Louisiana, EUA Arquiteto: Trahan Architects Ano do projeto: 2004 O projeto do Complexo do Santo Rosário, composto por um oratório, prédio administrativo e edifício da educação religiosa - para uma Paróquia Católica rural no sul da Louisiana, é uma exploração honesta de forma, função, luz e materiais que resultam em um estudo envolvente e profundo no espaço sagrado. A separação dos espaços do complexo gera uma setorização e organização do campus, cria uma marcação forte de lugar e faz uma distinção entre os componentes sagrados e seculares do programa. Os componentes seculares do campus se formam como edifícios lineares ou “de ponta” - um bloco administrativo, duas barras lineares de sala de aula, um edifício de educação religiosa - que formam o pátio no qual o oratório está localizado. O oratório, ou capela, é o foco da composição ortogonal, mas ela própria é distorcida para enfatizar ainda mais sua importância e criar um senso de expectativa.

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a - Administrativo b - Sala de Aula c - Sala de Aula d - Educação Religiosa e - Oratório


Figura 104: VISTA EXTERNA Fonte: ©Trahan Architects, 2004 @archdaily.com

Figura 105: CORREDOR DE LIGAÇÃO BLOCOS Fonte: ©Trahan Architects, 2004 @archdaily.com

Figura 106: CORREDOR DE LIGAÇÃO BLOCOS Fonte: ©Trahan Architects, 2004 @archdaily.com

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Neste capítulo será apresentado referencial volumétrico, conceitual, estrutural, programático e organizacional, referencias que servirá para o desenvolvimento do projeto do complexo sacro.

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ÁREA DO PROJETO

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BRASIL

SANTA CATARINA

BIGUAÇU

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Figura 107: MAPAS LOCALIZAÇÃO. Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 108: IMPLANTAÇÃO SANTUÁRIO. Fonte: GOOGLE EARTH, 2018. Modificado pelo autor.


8.1 Justificativa da escolha da área A escolha da cidade de Biguaçu para edificação do Santuário se deu pela possibilidade de grandes vazios que possbilitam um espaço tranquilo longe dos centros urbanos como as cidades vizinhas, Florianópolis, Sâo José e Palhoça. Também os vazios são favoraveis a expanção urbana de apoio a santuário, assim como um polo para desenvolvimento do turismo. A cidade de Biguaçu tem 67% da sua população que se declaram católicos, desta forma acreditasse que publico local possa frequentar e oferecer serviço pastoral e comunitário ao santuário. O terreno escolhido para implantação do projeto está localizado no bairro Saudade, possui uma vista para boa parte do Rio Biguaçu, morros ao seu entorno e para o bairro mais novo da cidade, o Delta Ville. Atualmente o local é ocupado pela empresa Pedrita e Sulcatarinense que desde de 1989 fazem extração de rochas para mineração e artefatos direcionado a obras civis em todo estados do sul do Brasil e São Paulo. Buscou-se um terreno que proporcionasse forte interação com a história relatada na bíblia da Ressureição de Jesus. Passado o sábado, no domingo bem cedo, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo onde Jesus

tinha sido enterrado. 2 Naquela ocasião houve um grande terremoto, pois um anjo do Senhor tinha descido do céu, removido a pedra que fechava o túmulo e agora estava sentado sobre a pedra... 5 Então o anjo disse às mulheres: —Não tenham medo! Eu sei que vocês vieram procurar por Jesus, aquele que foi crucificado, 6 mas Ele não está mais aqui. Ele ressuscitou, exatamente como havia dito que iria fazer. Venham ver o lugar onde Ele estava deitado. 7 Agora vão depressa e digam aos discípulos dele o seguinte: “Jesus ressuscitou dos mortos e vai adiante de vocês para a Galiléia. Lá vocês o verão novamente”. Façam exatamente como eu falei. (Mateus 28, 1-7)

O terreno está localizado em uma montanha com grande extração de pedras, rodeado por muitas vegetações. A personificação que o autor faz entre a passagem bíblica e o local do projeto é do homem que tentou remover as pedras naquela montanha para encontrar a Cristo de uma forma tangível e nada encontrou. Porem ao escutar o mesmo anjo que falou com Maria, celebram a Ressureição. E assim como a Ressurreição que significa o ato de ressurgir, ressuscitar, voltar a vida, todo aquele terreno que foi destruído, volta a ressurgir através do Santuário e do uso que se dará aquele espaço.

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8.2 Evolução da Área A empresa começou a extração de rochas (diabásio e granito) no ano de 1989, desde então nesses 31 anos ininterruptos é possível observar através das imagens de satélite o aumento do campo de extração assim como a devastação ambiental e o crescimento de taludes. É possível separar a pedreira em dois campos: O primeiro ao fundo do sítio onde fica os paredões de extração feito por máquinas e explosivos; O segundo campo ao meio do sitio em um espaço mais plano, onde é feito a separação das rochas por tamanho e carregamento para o destino final. No ano de 2005 a área estava em processo de crescimento com apenas 5 taludes de extração e uma área verde mesclada no espaço. Com o passar dos anos em 2009 ainda se mantem a vegetação entre os espaços, porém á área de extração sofre um aumento significativo e passando para 9 o numero de taludes. Em 2019 é possível observar pelas linhas de território um aumento acentuado no sítio, com 15 taludes de extração. A mancha clara (rocha) entre a vegetação é significativa comparado aos outros dois anos.

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2005 2009 2019 Figura 109: PROJEÇÃO EVOLUÇÃO Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 110: DIABÁSIO E GRANITO Fonte: ©Parchen, 2016. @flickr.com


2005

Figura 111: ÁREA PROJETO. Fonte: GOOGLE EARTH, 2005.

2009

Figura 112: ÁREA PROJETO. Fonte: GOOGLE EARTH, 2009.

2019

Figura 113: ÁREA PROJETO. Fonte: GOOGLE EARTH, 2019.

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8.3 Aproximação do Local

Utilizou-se de análise de raios de abrangência para identificar quais locais colaboram diretamente com o Santuário dentro das distâncias de 1500, 3000 e 4000 metros. Os principais equipamentos encontrados são de transporte, hospedagem e refeição, além das igrejas próximas. A partir desta análise de raios de abrângên-

RAIO DE 1.500 METROS

cia é possivel perceber a falta de equipamentos e locais que darão apoio aos romeiros que visitarão o santuário, tais como: • Hospedagem (hotel, pousadas); • Refeição (lanchonetes e restaurantes; • Lojas (pequenas galerias de lojas); • Lazer (parques ou atrações).

RAIO DE 3.000 METROS

RAIO DE 4.000 METROS

Igreja Católica Capela São Pedro

Posto de Saúde Unidade Básica Prado

Hospital Regional de Biguaçu

Escola Estadual Prof Maria de Lourdes

Via Gastronômica Praia de São Miguel

Rodoviária Terminal de Biguaçu

Área do Projeto

Igreja Católica Capela Santa Inês

Hotel

Prefeitural

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Figura 114: ÁREA ENTORNO PROJETO. Fonte: GOOGLE EARTH, 2018. Modificado pelo autor.

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8.4 Áreas ocupadas e livre

Figura 115: ÁREA OCUPADAS. Fonte: GOOGLE EARTH, 2018. Modificado pelo autor.

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Áreas ocupadas

Rua arterial

Áreas livres

Ruas coletoras e local

Área do projeto

Curso d’água


Através do mapa de área ocupadas e áreas livres – também conhecido como “cheios e vazios” – podemos identificar que a predominância de vazios sobre cheios acontece em todo entorno da área do projeto, principalmente ao norte devido ser área agrícola e de preservação permanente. É possível identificar as áreas cheias mais próxima a via arterial onde possui o comércio local mesclado com residências. Também quanto mais ao leste os cheios são mais predominante por estar mais próximo ao centro da cidade e BR 101. No mapa de zoneamento do município de Biguaçu a área do projeto a ser implantado não possui classificação de zona, desta forma para elaboração do projeto será trabalhado com as condicionantes da ZMD – ZONA MISTA DIVERSIFICADA, na qual é permitido pelo plano diretor da cidade atividade religiosa com área construída acima de 1.500 metros quadrados.

8.5 Zoneamento do Entorno Figura 116: ZONEAMENTO Fonte: Prefeitura de Biguaçu, 2014.

ZCAI - ZONA DE CORREDORE AGROINDUSTRIAL ZEIS - ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL CONSOLIDADA ZINT 1 - ZONA DE INTERESSE NÁUTICO 1 ZPA - ZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ZPP - ZONA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ZMD - ZONA MISTA DIVERSIFICADA ZIR 1 - ZONA DE INTERESSE RESIDENCIAL 1 ZCC - ZONA DE CORREDOR COMERCIAL ZONA NÃO CLASSIFICADA PELO MUNICÍPIO AREA DO PROJETO

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8.6 Principais Vias Av

A área de implantação possui acesso pelo lado leste Centro/Bairro na BR 101, através da rua arterial 13 de maio no bairro Prado ligando a avenida Dona Santina no Bairro Saudade. Com a construção do novo contorno viário ligando as cidades de Antônio Carlos, São José, Governador Celso Ramos, e Palhoça, será possível ter acesso também pelo lado oeste, através da avenida Dona Santina. A Rua 13 de maio que se conecta com a avenida Dona Santina é um via arterial com grande fluxo sendo a única do Bairro Saudade e Prado que faz distribuição para as vias coletoras e locais, sendo ela também usada para ligação no interior do município nas área agrícolas. A localização em relação aos acessos leste e oeste evidencia a posição privilegiada da área, não apenas no âmbito municipal, como também regional, permitindo o acesso de moradores de toda região da grande Florianópolis acesso através do contorno viário e dos demais romeiros vindo de todos os estados através da BR 101. Atrave

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Figura 117: ÁREA ENTORNO PROJETO. Fonte: GOOGLE EARTH, 2018. Modificado pelo autor.

Do

na

Sa

nti

na


ÁREA DO PROJETO

SAUDADE

CONTORNO VIÁRIO Rua 13 de o

mai

PRADO

DELTA VILLE

VIA ARTERIAL

RODOVIA SC 407 VENDAVAL CENTRO

BR 101

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8.7 Condicionantes Físicas Analisando as curvas de nível, tendo a distancia de 20 (vinte) metros entre elas, a cota mais alta está localizada na área nordeste onde se encontra os taludes de extração de rochas. No sentido sul/ nordeste até o centro do terreno, podemos identificar apenas dois níveis de inclinação. Diagnóstico: Com uma área de aproximadamente 400mil m², o terreno onde será implantado o projeto possui uma topografia acentuada com muitos decliveis, tendo alturas máxima aos fundos do terreno que chegam a 280metros. Porem não será um fator que terá grande influência na implantação, pois possui uma área menos acidentada no centro do lote onde é a proposta para implantação do santuário. Figura 118: TOPOGRAFIA Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Áreas livres

132

Área do projeto

Figura 119: TOPOGRAFIA Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


Figura 120: POSIÇÃO SOLAR Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Como característica da cidade, a região possui clima subtropical úmido, tendo como principal particularidade a grande variabilidade de temperatura, ao longo do ano. Em Biguaçu, o verão é morno e opressivo; o inverno é longo, ameno e de ventos fortes. Durante o ano inteiro, o tempo é com precipitação e de céu parcialmente encoberto. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 13 °C a 30 °C e raramente é inferior a 8 °C ou superior a 33 °C. A direção média predominante do vento na região é do norte para sul durante todo o ano. A época de mais ventos é de 24 de agosto a 6 de fevereiro, e a mais calma do ano é de 6 de fevereiro a 24 de agosto. Chove ao longo do ano inteiro em Biguaçu, com chuvas mais fortes no verão nos meses de janeiro, fevereiro e na primavera nos meses de setembro e outubro. Especificamente na região que será implantado o projeto há mais úmidade, devido a terreno do santuário está localizado a 3km do mar e a 1km do Rio Biguaçu, rio este que nasce na cidade vizinha Antônio Carlos e deságua no oceano Atlântico. Baseado no índice de turismo, as melhores épocas do ano para visitar Biguaçu são no fim de março ao fim de junho e do inicio de agosto ao fim de novembro.

Verão

Inverno

Ventos Predominantes

Área do projeto

133


8.8 Impacto na vizinhança

Geração de empregos e comércios na região

Aumento da demanda de ônibus no terminal rodoviário e na região.

Geração de tráfego intenso em dias e horários específicos.

Atração do público proveniente católico.

Novo espaço para convívio comunitário.

Requalificação e valorização na paisagem. Qualificação do espaço público e coletivo.

Valorização local para o turismo religioso.

134

Figura 121: ÁREA VIZINHANÇA. Fonte: GOOGLE EARTH, 2018. Modificado pelo autor.

Área do projeto


8.9 Síntese do Diagnóstico POTENCIALIDADES

FRAGILIDADES

- Densidade urbana, possivel expanção; - Terreno localizado em um planalto;

- No plano direto da cidade a área não possui classificação; - Falta de equipamentos institucionais;

- Devido está localizado em área de transição rural e urbana há muitas áreas livres;

- Falta de suporte de serviços exênciais para o santuário;

SISTEMA VIÁRIO

- Fácil acesso pela BR 101 para visitantes fora da região da grande Florianópolis; - Acesso das cidades visinhas pelo novo contorno viário da região;

- Única via que faz conexão com o terreno e serve de acesso para todo interior do município;

CONDICIONANTES FÍSICAS

- Entorno do terreno com muitas área verdes traz condições favoráveis ao microclima; - Contato visual com a planíce e Rio Biguaçu;

- Topografia acentuada ao lado nordeste do terreno; - Grande paredão de rocha gerando sombra o terreno;

GABARITO DE ALTURAS

- No entorno imediato, não há edificações que se tornem barreiras para o contato visual com a plan´ice.

- Não existe edificações acíma de quatro pavimentos no entorno, podendo gerar impacto excessivo.

USO DO SOLO

CHEIOS E VAZIOS

135


O presente capítulo narra o processo de conversão dos capítulos anteriores em uma proposta arquitetônica, uma abordagem projetual, e, eventualmente, um projeto de arquitetura.

136


9

PROPOSTA

137


9.1 Conceito O conceito mais forte a guiar o projeto será a experiência religiosa, que diz a respeito ao envolvimento com o sagrado, evocando na consciência questões que tocam o âmbito essencial do sentido. Considera-se que a experiência religiosa católica (que assume o seu auge na Eucaristia) pode ser decomposta em 3 dimensões: a dimensão física ou sensorial, relacionada com aquilo que se experimenta através do corpo; a dimensão social, relacionada com vivência comunitária, com os rituais de celebração e de participação na liturgia; a dimensão espiritual, que se prende com a relação com o divino e a ascensão espiritual. A arquitetura religiosa, ao proporcionar uma experiência espacial

a um conjunto de pessoas, consegue afetar estas 3 dimensões. A arquitetura religiosa católica contemporânea, ao responder a alterações litúrgicas propostas no decorrer do séc. XX, procura aliar a extrema depuração e os princípios de funcionalidade associados ao ideário moderno, à experiência religiosa. A partir disso, o tema que dá nome ao complexo sacro é a Ressureição de Jesus. A fé na ressurreição de Jesus Cristo é o fundamento da mensagem cristã, são as primícias de um mundo novo, de uma nova experiência com o sagrado. Ela cria para os homens uma nova dimensão de ser, um novo âmbito da vida: o estar com Deus.

DIMENSÕES

Física

138

Social

RESSUREIÇÃO

Espiritual


9.2 Partido e diretrizes Baseando-se nos dados levantados do movimento litúrgico e observação do sítio, foi possível concluir diretrizes para o projeto, tendo como partido arquitetônico o aproveitamento do desnível e história do terreno associado com a temática da Ressureição de Jesus. Desta forma o projeto deverá ser muito mais do que um complexo religioso ou um santuário, mas “deve transmitir toda a mística do evento da ressureição através dos elementos arquitetônicos contemporâneos e paisagísticos.” Além do fator místico, o projeto tem como diretriz fomentar o desenvolvimento de toda a comunidade e o colocar a cidade de Biguaçu na rota do turismo religioso do estado de Santa Catarina, tendo como principais diretrizes:

SANTUÁRIO JESUS RESSUSCITADO

• Criar espaços que valorizem a temática Ressureição de Jesus. • Buscar desenvolver um complexo sacro com o santuário como o principal edifício e conexões entre os blocos em seu entorno para dar suporte ao santuário e aos romeiros. • As edificações devem estar posicionada para que se aproveite ao máximo de iluminação e ventilação natural. Propondo diretamente o conforto térmico no interior de cada edifício. • Proporcionar sensações através das dimensões física, social e espiritual no complexo, principalmente no santuário através das cores da iluminação do volume e das simbologias. • Aumentar o contato das pessoas com a natureza revitalizando o espaço danificado pelas extrações de rochas. • Criar uma trilha de peregrino em torno de toda a topografia do terreno representando todo o caminho que Jesus passou para chegar até o monte criando assim varias estações de paradas para contemplação e reflexão.

Figura 122: FIGURAS CONCEITO. Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

139


9.3 Programa de necessidades Para elaborar o projeto do complexo sacro e do santuário do Jesus Ressuscitado, utilizou-se as referências dos estudos de caso e também das orientações para projeto e construção de igrejas e disposição do espaço celebrativo da CNBB. O programa foi dividido em seis grupos e em 3 núcleos para edificações, além das áreas livres e

140

espaços de transições não demarcados no programa. A divisão dos núcleos foi definida considerando as áreas mais públicas de apropriação comunitária e visitantes e as privadas, de uso clerical e de administração do complexo sacro.

NÚCLEO 1

NÚCLEO 2

NÚCLEO 3

Santuário

Apoio pastoral

Casa de retiros

Centro do Peregrino

Administração

Casa do padre

Público

Semi-público

Privado


Grupo

SANTUÁRIO

Grupo Centro do Peregrino

Ambiente Átrio Nave Presbitério Ministério de música Batistério Sacristia Sala de preparação Sala de áudio e vídeo Sala de ornamentos e contagem Despensa Copa Confessionários Capela Santíssimo Banheiros Imprensa Capela Mariana Recepção e agendamento Sala de Comunicação Área do Grupo (m²) Ambiente Lanchonete Lojas de artigos Banheiros Enfermaria Espaço maternidade Área do Grupo (m²)

Usuário Público Público Privado Público Público Privado Privado Privado Privado Privado Privado Público Público Público Privado Público Público Privado

Quant. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 2 1 1 1 2

Área m² 150,00 950,00 95,00 20,00 19,00 22,00 18,00 12,00 14,00 12,00 12,00 5,00 90,00 50,00 20,00 90,00 10,00 12,00

Área Total 150,00 950,00 95,00 20,00 19,00 22,00 18,00 12,00 14,00 12,00 12,00 20,00 90,00 100,00 20,00 90,00 10,00 24,00 1.654,00

Usuário Público Público Público Público Público

Quant. 3 2 2 1 1

Área m² 50,00 60,00 35,00 30,00 12,00

Área Total 150,00 120,00 70,00 30,00 12,00 382,00

141


Grupo

Apoio pastoral

Grupo

ADMINISTRAÇÃO

142

Ambiente Sala multiuso Depósito audiovisual Banheiros apoio salas Copa apoio salas Despensa salas Salão de festas Cozinha salão Banheiros apoio salão Depósito salão Despensa salão Área do Grupo (m²)

Ambiente Recepção Administração Contabilidade Sala de comunicação Auditório Sala de reuniões Copa Banheiros Almoxarifado Sala do padre Área do Grupo (m²)

Usuário Público Privado Público Público Privado Público Privado Público Privado Privado

Quant. 6 1 2 1 1 1 1 2 1 1

Área m² 30,00 9,00 16,00 12,00 6,00 600,00 56,00 18,00 20,00 12,00

Área Total 180,00 9,00 32,00 12,00 6,00 600,00 56,00 36,00 20,00 12,00 963,00

Usuário Público Privado Privado Privado Privado Privado Privado Privado Privado Privado

Quant. 1 1 1 1 1 1 1 2 1 2

Área m² 22,00 12,00 10,00 14,00 50,00 20,00 9,00 10,00 7,00 11,00

Área Total 22,00 12,00 10,00 14,00 50,00 20,00 9,00 20,00 7,00 22,00 186,00


Grupo

Casa padre

Grupo

Casa de retiros

Ambiente Garagem Sala de Estar / Jantar Lavabo Suíte Vigário Suíte Hospedes Suíte Pároco Cozinha Área de serviço Capela Banheiros Escritório Área do Grupo (m²) Ambiente Recepção Cozinha Refeitório Banheiros Dormitórios suítes Pátio Capela Sala Santíssimo Sala palestras Depósito Área de serviço Dormitório serviço Área do Grupo (m²)

Usuário Privado Privado Privado Privado Privado Privado Privado Privado Privado Privado Público

Quant. 1 1 1 1 2 1 1 1 1 3 1

Área m² 20,00 25,00 3,00 14,00 10,00 14,00 14,00 7,00 10,00 3,50 9,00

Área Total 20,00 25,00 3,00 14,00 20,00 14,00 14,00 7,00 10,00 10,50 9,00 136,00

Usuário Público Privado Público Público Privado Público Público Público Público Privado Privado Privado

Quant. 1 1 1 2 30 1 1 1 1 2 1 2

Área m² 50,00 35,00 120,00 25,00 16,00 200,00 150,00 12,00 170,00 12,00 12,00 16,00

Área Total 50,00 35,00 120,00 50,00 480,00 200,00 150,00 12,00 170,00 24,00 12,00 32,00 1.299,00

143


9.4 Organofluxograma

RECEPÇÃO CONFESSIONÁRIOS

SANTUÁRIO

ÁTRIO BANHEIROS

NÚCLEO 1

COMPLEXO SACRO

CENTRO PEREGRINO D. ÁUDIO VISUAL

COPA

BANHEIROS

DESPENSA

APOIO PASTORAL

NÚCLEO 2 ADMINISTRAÇÃO

CASA DO PADRE

NÚCLEO 3 CASA DE RETIROS

144

LANCHONETE

SALA MULTIUSO ADMINISTRAÇÃO

COMUNICAÇÃO

CONTABILIDADE

SALA DE REUNIÃO RECEPÇÃO

LAVABO

SUÍTE HOSPEDE

SUÍTE VIGÁRIO

SUÍTE PÁROCO ESTAR / JANTAR

CAP. SANTÍSSIMO

CAPELA

SALA PALESTRAS

AUDITÓRIO RECEPÇÃO


CAP. SANTISSIMO

BATISTÉRIO

ÁUDIO E VÍDEO

IMPRENSA

CAPELA MARIANA

MIN. MÚSICA

S; PREPARAÇÃO

COMUNICAÇÃO

PRESBITÉRIO

SACRISTIA

ORNAMENTOS

DESPENSA

COPA

ENFERMARIA

ESPAÇO MATERNI.

NAVE

LOJA DE ARTIGOS

BANHEIROS

COZINHA

DESPENSA

BANHEIROS

DEPÓSITO SALÃO DE FESTAS

BANHEIROS

ALMOXARIFADO

COPA

SALA DO PADRE AUDITÓRIO

ESCRITÓRIO

COZINHA

CAPELA

ÁREA DE SERVIÇO AUDITÓRIO

PÁTIO

BANHEIROS

DORM. SERVIÇO

DEPÓSITO

DORM. SUÍTES

ÁREA DE SERVIÇO

COZINHA REFEITÓRIO

145


9.5 Diretrizes Projetuais 1

SANTUÁRIO O santuário com capacidade para 3.000 pessoas será implantado na parte mais alta da área do terreno, possibilitando sua fácil localização e referência, como um dos pontos principais do complexo. 2

CENTRO DO PEREGRINO Este bloco será criado para o uso público, será de apoio aos peregrinos que estiverem no santuário, contemplara uma lanchonete, loja de artigos religiosos, banheiros, enfermaria e espaço maternidade. 3

4 3 6

10 2

1

5

12

8 7

11

APOIO PASTORAL

14

O espaço de apoio pastoral servirá para auxiliar as atividades do santuário, como ensaios, reuniões, recepções, jantares, festas e também o contará com o centro catequético.

9

9

4

ADMINISTRAÇÃO Este bloco foi planejado para gerenciar e administrar o complexo do santuário. Sendo contemplado com ambientes de auditório, comunicação, administração, contabilidade, almoxarifado e entre outros. Neste bloco é onde o padre reitor faz os trabalhos admirativos.

146

14 Figura 123: ESTUDO ZONEAMENTO. Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


5 CASA DE RETIRO Está habitação é preparada para pessoas que buscam um tempo de oração e reflexão, contêm uma capela, auditório, refeitório, quartos e jardins. Ela servirá também como opção de hospedagem para os peregrinos que visitam o santuário. 6 CASA DO PADRE Casa destinada ao padre reitor, vigários e hospedagem ao clero visitante. Além da disposição de ambientes tradicionais de uma residência, a casa possui uma capela. 7 ACESSO PRINCIPAL O acesso principal será feito através de uma escadaria e uma passarela, que se cruzam entre os patamares. Ao meio do percuso terá a última estação de parada que retrata a história de Jesus Cristo quando foi crucificado. 8 RAMPA A rampa com patamares a cada 9,6 metros, fará ligação entre o santuário, centro do peregrino, apoio pastoral, administrativo, casa de retiros e as 5 estações. Durante o trajeto os peregrinos poderão desfrutar do contato com a natureza e com as paradas, que contextualizam as principais passagens bíblicas, contando a vida de Jesus Cristo na terra.

9 ESTACIONAMENTO PÚBLICO Destinado aos peregrinos visitantes, estacionamento de carros, motos, ónibus e bicicletas. 10 ESTACIONAMENTO PRIVADO Destinado aos visitantes com deficiência, funcionários, padres e idosos. 11 PRAÇA Portal de entrada de pedestres, acolhimento e informações. 12 BONDE Transporte coletivo sobre trilhos, terá 3 paradas, será um atrativo para os visitantes além de ajudar na circulação. 13 SERVIÇO PÚBLICO Área destinada a instituição pública de assistência social (creche, lar de idosos, educação básica e etc.…). 14 COMÉRCIO DA COMUNIDADE Comércio de apoio aos peregrinos com administração da comunidade (artesanatos, souvenir, alimentação e etc...).

147


PORTÃO DE DAMASCO

Figura 124: VIA DOLOROSA. Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

IGREJA DE SANTA ANA

2 ROSA

PORTÃO DO LEÃO

1

OLO VIA D

3 4 8 IGREJA DO SANTO SEPULCRO

7

6

5

9

10-14 1 Via Dolorosa é uma rua na cidade velha de Jerusalém, que começa no Portão do Leão e percorre a parte ocidental da cidade de Jerusalém, terminando na Igreja do Santo Sepulcro. De acordo com a tradição cristã, foi por este caminho que Jesus Cristo carregou a cruz. A rua possui nove das quatorze estações da cruz. As 5 últimas estações estão no interior da Igreja. Assim como a via Dolorosa representada em Jerusalém, o santuário terá a reprodução da via sacra, proporcionando aos fieis a meditação das cenas da Paixão de Cristo.

148

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Jesus é condenado à morte. Jesus carrega a cruz às costas. Jesus cai pela primeira vez. Jesus encontra a sua Mãe. Simão de Cirene ajuda Jesus. Verônica limpa a face de Jesus. Jesus cai pela segunda vez. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém. Jesus cai pela terceira vez. Jesus é despojado de suas vestes. Jesus é pregado na cruz. Jesus morre na cruz. Jesus é descido da cruz. Jesus é sepultado.


Além da via sacra, o complexo contará com outros espaços importantes na fé crista e destacados nos evangelhos para que os fiéis possam fazer suas meditações e orações.

13 14 6

7

8 C

9 10

11 12

5 4

3

D

1 2

B A

ACESSO VEÍCULOS ACESSO PEDESTRE ACESSO VIA SACRA

RU

A

Figura 125: ESTUDO ZONEAMENTO. Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

BATISMO Primeiro sacramento do cristianismo, que apaga o pecado original de quem o recebe e a este confere o caráter de cristão. B PRAÇA SANTÍSSIMA TRINDADE O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. C CAPELA GETSÊMANI O jardim do Getsêmani era um olival no monte das oliveiras, perto da cidade de Jerusalém. Jesus e seus discípulos gostavam de se reunir neste local. Depois da Última Ceia, Jesus foi para o Getsêmani para orar com seus discípulos, se preparando para o sofrimento que estava prestes a suportar. D RECANTO BETHÂNIA Bethânia, mencionada na bíblia, é uma colônia de leprosos onde viviam os amigos de Jesus: Marta, Maria e Lázaro. E também era a casa onde Jesus gostava de estar, lugar onde encontrava descanso, repouso, carinho e amizade profunda e verdadeira (cf. Mt 21, 17; Mc 11, 1). A

13

DE

MA

IO

149


150


10

CONSIDERAÇÕES FINAIS

151


10.1 Cronograma Auxiliar JULHO

03 Artigo Implantação Plantas Cortes Fachadas Volumetrias Detalhamentos Renderizações Diagrama+textos Pranchas Plotagem Apresentação

152

04

AGOSTO

01

02

03

SETEMBRO

04

01

02

03

OUTUBRO

04

01

02

03

NOVEMBRO

04

01

02

03

DEZEMBRO

04

01

02


10.2 Conclusão No decorrer do desenvolvimento deste fundamento de TFG (trabalho final de graduação) ficou clara a importância da continuidade dos estudos para o bom desenvolvimento da profissão de arquiteto e urbanista, pois sempre existirão conhecimentos a serem adquiridos de acordo com a tipologia, os materiais, a estrutura adotada, a localização da proposta ou as condições limitantes da concepção, como por exemplo o fator econômico. Incentivando à busca por conhecimento sobre outros temas, além da arquitetura religiosa. Para o autor a arquitetura é a forma de expressão, tendo sempre uma comunicação entre a obra e o individuo. Ela transmite sentimento e sensações. O presente trabalho abordou a construção de um santuário com a temática da ressureição de Jesus. Após estudos teóricos e analises de projetos referenciais, aprofundou-se ainda mais a justificativa e necessidade da construção de um santuário da Ressureição, e de um complexo para atender os demais serviços pastorais, tais como administrativos, e apoio aos fiéis. A proposta foi desenvolvida em um terreno que atualmente é feito extração de rochas para mineração e artefatos direcionados a construção civil.

As condicionantes do terreno proporcionam um cenário marcante para elaboração do complexo, através dos caminho percorridos pelo terreno, é possível ver referências que remetem o caminho que Jesus Cristo percorreu durante a via sacra. Diante ao cenário que o mundo vem vivenciando com a COVID 19, vários seguimentos de trabalho foram aperfeiçoados ao formato digital, o desenvolvimento deste fundamento de TFG teve grande parte de suas pesquisas bibliográfica através de fontes virtuais. No decorrer do semestre a proposta teve uma evolução significativa devido aos estudos realizados, solucionando e fundamentando propostas preliminares para um resultado final estrategicamente competente. Por fim a proposta procura atender as condicionantes locais, as necessidades dos fiéis ao visitar o complexo, maximizando sensações em determinados espaços, com um foco principal no santuário, trabalhando a arquitetura contemporânea. “A Igreja é o espaço através do qual uma realidade espiritual encontra o seu habitat na relação orgânica entre as necessidades materiais da arte e o lugar do respiro da alma” (LE CORBUSIER)

153


10.3 Bibliografia

ARIAS, Fernando López. Projetar o espaço sagrado: o que é e como se constrói uma igreja. Brasília: Edições Cnbb, 2019. 240 p. ARQUITETONICOS, Estilos. Arquitetura com estilo. 2019. Disponível em: https://www.estilosarquitetonicos.com. br/. Acesso em: 16 abr. 2020. AUÁ, Arquitetos. Capela Santissimo: galeria da arquitetura. Galeria da arquitetura. 2015. Disponível em: https:// www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto.aspx?idproject=2675. Acesso em: 05 abr. 2020. BEZERRA, Juliana. Catolicismo: toda matéria. Toda Matéria. 2019. Disponível em: https://www.todamateria.com. br/catolicismo/. Acesso em: 05 abr. 2020. BÍBLIA_SAGRADA (ed.). Tradução Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. São Paulo: Editora Canção Nova, 2020. 1563 p. CANÇÃO_NOVA. Santuário de Aparecida, nova Igreja-Catedral. 2016. Disponível em: https://blog.cancaonova. com/tododemaria/santuario-de-aparecida-nova-igreja-catedral/. Acesso em: 30 abr. 2020. CATEDRAL METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS (FlorianÓpolis). A Cátedra. 2013. Disponível em: http://www. catedralflorianopolis.org.br/catedra. Acesso em: 30 mar. 2020. CNBB. Catecismo da Igreja Católica: edição típica vaticana. São Paulo: Loyola, 2000. 934 p. COBECISA (São Paulo). Diocese de Santo André (org.). Uia de orientação para projetos, execuções e conservação de igreja. Santo André: Diocese de Santo André, 2016. 55 p. Disponível em: https://diocesesa.org.br/wp-content/uploads/2015/03/Guia-de-Orientações-COBECISA_Final.pdf. Acesso em: 28 mar. 2020. CORDIS. Cruz Processional Clássica Pequena 137. 2020. Disponível em: https://www.cordis.com.br/objetos-liturgicos/cruz-processional/cruz-processional-classica-pequena-137. Acesso em: 05 abr. 2020. DOS, Architects. The Catholic Church of the Transfiguration - Lagos. 2012. Disponível em: http://nigerianarchitecture.blogspot.com/2012/05/catholic-church-of-transfiguration.html. Acesso em: 05 abr. 2020. ECCLESIA. Alexandros Tombazis. 2017. Disponível em: https://agencia.ecclesia.pt/portal/alexandros-tombazis/. Acesso em: 03 abr. 2020.

154


FAUST, Eduardo. Arquitetura Sacra. 2010. Disponível em: http://arquiteturadosagrado.blogspot.com/2010/07/ mobiliario-sagrado-design.html. Acesso em: 05 abr. 2020. FRACALOSSI, Igor. Clássicos da Arquitetura: Catedral de Brasília / Oscar Niemeyer. 2013. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-14553/classicos-da-arquitetura-catedral-de-brasilia-oscar-niemeyer. Acesso em: 08 abr. 2020. IGMR (Roma). Intrução Geral Sobre o Missal Romano: promulgado pela autoridade de paulo vi e revisto por mandado do papa joão paulo ii. Roma: Sacramentos, 2002. KENNEDY, J.. E se Jesus não tivesse Nascido? São Paulo: Vida, 2003. LIDENBERG, H.. UNIMEP e Associação Brasileira de Ensino de Engenharia. 2009. Disponível em: http://www. lmc.ep.usp.br/people/hlinde/estruturas/saopedro.htm. Acesso em: 28 mar. 2020. MONS. JAMIL ALVES DE SOUZA (São Paulo). Orientações para projeto e construção de igrejas e disposição do Espaço Celebrativo. 2. ed. Brasilia: Edições Cnbb, 2019. 159 p. MORAES, Francisco Figueiredo de. O espaço do culto à imagem da igreja. São Paulo: Laoyola, 2009. 187 p. PROMULGADO_POR_JOÃO_PAULO_II (Brasil). CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO: tradução conferência nacional dos bispos do brasil. São Paulo: Layola, 1987. SILVEIRA, Marcus Marciano Gonçalves da. Templos modernos, templos ao chão: a trajetória da arquitetura religiosa modernista e a demolição de antigos templos católicos. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. 223 p. STEIN, R.. A pessoa de Cristo: um panorama da vida e dos ensinos de jesus. São Paulo: Editora Vida, 2006. VATICAN. A CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO CRISTÃO. 1964. Disponível em: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s1cap1_1066-1075_po.html. Acesso em: 02 abr. 2020. WHITE, E. G.. YOUCAT: a vida de jesus. São Paulo: Paulus, 2011. PIXABAY (Eua) (ed.). Site internacional para compartilhamento. Disponível em: https://pixabay.com/. Acesso em: 28 abr. 2020.

155


156

2020


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