AUTOR: PAULO TARCISO
EDITOR DO CORDEL DIGITAL: ALDO ALVES
Esse eu fiz mesmo com gosto Só para nos despertar Sobre o político e o babão O cargo pior que há Merece mesmo o desprezo Nem mesmo o chão pra cruzar.
AUTOR: PAULO TARCISO
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Se o político tem defeito Pior mesmo é o babão Tudo que o patrão fizer Merecendo até prisão O puxa-saco o aplaude Diz que o chefe tem razão.
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Se for derrubar a escola O babão diz: - Acertou Já num tá servindo mesmo O povo já abandonou Esse prefeito é pra frente Valeu meu voto, doutor!.
Mas se o projeto for outro O cemitério implodir -Eu aplaudo, o babão diz Não é preciso pedir O prefeito tem visão Prefeito bom é esse aqui.
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Quando o outro candidato Disputa com seu patrão O babão chega estremece Que a baba cai pelo chão Se intriga até da mulher Se ela toma outra opção.
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Diz que Pedro do outro lado Já é mesmo um derrotado Não vai ter 500 votos Chama até pobre coitado E se outro aparecer Diz: É mais desmantelado.
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Só quem presta é o seu chefe
Até seus sapatos limpa Abre porta do veículo Nunca cansa a sua língua Não sabe que logo em breve Vai sofrer desprezo, à míngua.
AUTOR: PAULO TARCISO
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Quando um do outro lado Que ele disse não prestar Muda para o seu patrão Ele vem logo abraçar Espalha nos quatro cantos -Ô cabra bom de lascar!
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-Eu sabia que ele vinha Agora ele acertou Homem decente e direito Com meu patrão já ficou. Pode até num valer nada Mas o babão consertou.
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Se o patrão corta uma verba Que era da educação O babão diz: -Está certo Ali num tem precisão Pra que precisa merenda Engorda e dar congestão.
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O povo tá precisando De remédio e hospital O babão diz: -Mas pra que? Tem alguém passando mau? É gasto sem precisão Vacina as vezes faz mal.
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Se a precisão é de médico Seu chefe não contratou O babão diz: - Mas pra que? O povo aqui se curou Usa o remédio caseiro Tá certo sim, meu senhor.
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Se o patrão mora aqui perto Se muda pra bem distante Pro povo não vê-lo mais Em qualquer hora ou instante O babão diz: - Está certo O povo é muito pedante!.
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Se o chefe bota a família Inteira pra trabalhar E o vira-lata de casa Tem contra-cheque a assinar Mesmo o povo criticando Babão em defesa está.
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Diz: -É gente da confiança Um povo bom e especial Mas mesmo que não trabalhem O babão diz: É normal Primeiro o povo de casa As sobras, pro animal.
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Se um cantor canta na festa E não recebe o cachê O babão diz: -Não precisa Um dia vai receber Se o patrão for reeleito Sei que não vai se esquecer.
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Ai o patrão decide Sempre pagar atrasado O povo só reclamando Contrata um advogado O babão toma a frente Diz: -Ô povo aperreado.
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O babão é tão vazio Güenta tanta humilhação Quando o chefe esquenta o quengo Não quer ouvir babação Manda o baba ir embora É de cortar coração.
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O baba chora e desfaz Pro povo não perceber Mas a tristeza é tão grande Que deixa até de comer O sono desaparece Té o dia amanhecer.
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Quando chega o novo dia Já tá de novo o babão Na porta do “coronel” “Pedindo a sua bênção” Mesmo que o chefe não olhe Ele se abaixa até o chão.
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E a cor do chefe político? Ele veste o ano inteiro Seja vermelho ou azul Ou amarelo o letreiro Ele anda norte ao sul Pois é um babão verdadeiro.
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A calça, a camisa e as meias É a cor do seu patrão Penso que até a cueca E se usar “cilourão” Tem que ter a mesma cor Que é pra chamar atenção.
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Se alguém discorda do chefe E o babão escutar Vai correndo dar o recado O seu amigo entregar Se o colega é perseguido Babão vai comemorar.
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Quando tem uma passeata O baba pega o patr達o Bota nas costas e carrega Se espreme at辿 o pulm達o Em vez e jogar o lixo Leva pra o palco o chef達o.
AUTOR: PAULO TARCISO
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É assim esse animal Quase de estimação Merece todo desprezo E nunca a nossa atenção É coisa, um puro objeto Não vale mesmo um tostão
AUTOR: PAULO TARCISO
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Um conselho quero dar Para o baba profissional Puxa-saco o ano inteiro De janeiro até o natal Procure se dar valor Não vê que isso é imoral?
AUTOR: PAULO TARCISO
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Vá cuidar da sua vida Ache outra ocupação Vá vender fruta na feira Mesmo tecido ou colchão Lavar carro ou cortar carne Consertar televisão.
AUTOR: PAULO TARCISO
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Dê valor a você mesmo Procure outro afazer Mude essa roupa política Dar nojo até em te vê Mude também de conversa Ninguém suporta você.
AUTOR: PAULO TARCISO
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Fale sobre outro assunto Mas só de política não Em vez desse assunto nojento Em banco, praça ou balcão Fale então de futebol Qual time vai ser campeão?
AUTOR: PAULO TARCISO
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Se este conselho seguir Você terá mais respeito Irá ter dignidade E verá rápido o efeito Basta você aceitar Ser baba é o pior defeito.
AUTOR: PAULO TARCISO
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Autor: Paulo Tarciso Buíque – PE. Maio 2011
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